relatório de estagio ricardo cruz valores...independente de comunicação (sic) no porto, entre os...
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RelatóriodeEstágioapresentadoparacumprimentodosrequisitos
necessáriosàobtençãodograudeMestreemJornalismorealizadosoba
orientaçãocientíficadoProfessorDoutorPauloNunoVicente
“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique.
Tudo o resto é publicidade”
George Orwel
“Nunca desista; o jornalismo não é, talvez, a mais velha profissão... mas é a melhor.”
Hutchinson
Agradecimentos
Atodaaminha família,especialmenteaosmeuspaiseàminha irmã,semos
quaisjamaischegariaatéaqui;
Aosmeusamigos;
AosprofessoresecolegasdomestradoemJornalismo;
AosmeuscolegasdecasanacidadedeLisboa;
Aomeuorientador,oprofessorPauloNunoVicente,peladisponibilidade,pela
ajuda e acompanhamento que contribuíram para a execução e finalização deste
relatório;
A toda a equipa da SIC Porto que se cruzou comigo durante os 3meses de
estágio,pelaamizadeepelapartilhadeconhecimentos;
A todos aqueles que se cruzaram comigo durante estesmeses de trabalho e
quedealgumaformacontribuíramparaqueesterelatóriosetornassepossível.
Atodos,omeumuitoobrigado!
RelatóriodeEstágio
OsValoresNotícianoJornalismodeProximidade:
OcasodaSICPorto
RicardoJoséAzevedoCruz
RESUMO
Opresenterelatórioresultaerefleteaminhaexperiênciaenquanto jornalista
estagiáriona redaçãodaSociedade IndependentedeComunicação (SIC), situadoem
Matosinhos,Porto.Oestágioteveaduraçãode3meses,cominícioa16deDezembro
de 2015, e termino a 15 de Março de 2016. Com o tema “Os valores Notícia no
Jornalismo Televisivo de Proximidade: O Caso da SIC Porto”, a realização deste
relatório teve como principal objectivo terminar o mestrado em Jornalismo, na
FaculdadedeCiênciasSociaiseHumanasdaUniversidadeNovadeLisboa.
Aolongodaleituradesterelatório,vamospercebendoopoderqueatelevisão
tem nos dias de hoje, assim como a importância e a procura do jornalismo de
proximidadepelaspessoas.
PALAVRAS-CHAVE:estágio,jornalismo,jornalismolocal,jornalismo
proximidade,jornalismotelevisivo,notícias,proximidade,SIC,SICPorto,valores
notícia
ABSTRACT
NewsValuesinProximityJournalism:
SICPortoCaseStudy
ABSTRACT
This reports results and reflectsmyownexperienceasan intern journalist at
theSociedade IndependentedeComunicação (SIC)newsroom, inMatosinhos,Porto.
Theinternshiplastedfor3monthsandsoitbeganonthe16thofDecember2015andit
finished on the 15th of March 2016. The topic of this report is “News Values in
Proximity Journalism: SIC Porto case study” and with it, I aim to finishmyMasters
Degree in Journalism at the Faculty of the Social and Human Sciences at the Nova
UniversityofLisbon.
Through this report, it is possible to understand the power of television
nowadays,aswellastheimportanceandtheresearchoftheproximityjournalismto
people.
KEYWORDS: internship, journalism, local journalism, news, news values,
proximity,proximityjournalism,SIC,SICPorto,televisionjournalism.
ÍNDICE
Introdução.........................................................................................................1
CapítuloI:ENQUADRAMENTOTEÓRICO..........................................................3
I.1.Jornalismonosdiasdehoje.............................................................3
I.2.Jornalismotelevisivo..........................................................................5
I.3.Valoresnotícia................................................................................10
I.4.Construçãodaagendanoticiosa.....................................................14
I.5.Jornalismodeproximidade..............................................................17
CapítuloII:AENTIDADEDEACOLHIMENTO–SICPORTO..............................24
II.1.Funcionamentointerno....................................................................24
II.2.Integraçãonaredação......................................................................26
II.3.Participaçãoativa................................................................................30
CapítuloIII:ComposiçãodaagendaparaumjornaltelevisivonaSICPorto..32
Conclusão........................................................................................................34
Bibliografia.....................................................................................................36
Anexo1:EstatutoeditorialdaSIC..................................................................43
Anexo2:EstatutoeditorialdaSICNotícias....................................................45
Anexo3:EntrevistacomajornalistaCatarinaFolhadela...............................47
Anexo4:EntrevistacomajornalistaMariaJoãoPaes...................................52
Anexo5:EntrevistacomojornalistaRuiLima...............................................54
Anexo6:MarcelonoPorto............................................................................57
Anexo7:Assaltoacaixamultibanco..............................................................59
Anexo8: AcordãoJulgamentomãeatiroufilhoaoRioDouro.......................61
Anexo9:IncêndionoPorto...........................................................................63
Anexo10:DayaftercheiasMaia....................................................................64
Anexo11: Sigilomédico..................................................................................66
Anexo12: Sessãoporteirahomenageada......................................................68
Anexo13: CâmaravendepalacetePintoLeite...............................................70
Anexo14: Alunosficamodiainteironaescola..............................................72
Anexo15: CircooficinascarnavalUP.............................................................74
Anexo16: Academiadecães..........................................................................76
Anexo17: Legocontrataportugueses............................................................78
Anexo18:Perlim..............................................................................................80
Anexo19: Passagemdeano-Turismo...........................................................82
Anexo20: Youtuber-AlexandreSantos.........................................................85
Anexo21: AlvineosEsquilos-Dobragens.....................................................87
1
Introdução
Este relatório de estágio tem como ponto de partida os valores notícia no
jornalismo televisivo local. O objectivo é descrever, em pormenor, o trabalho
desenvolvido ao longo dos três meses de estágio na redação da Sociedade
IndependentedeComunicação(SIC)noPorto,entreosdias16deDezembrode2015e
16deMarçode 2016, e visa compreender especificamenteo que faz comque algo
sejanotícia,nomeadamentenocanaltelevisivoSIC.
Atelevisãoé,ameuver,omeiomaiscompletoparaquemquertrabalharem
informação.Nestesuportetrabalhamos,emsimultâneo,aescrita,avozealocução,e
aindaconvivemosdepertocomonossosuporteprincipal,aimagem.Atualmenteem
Portugal,atelevisãocontinuaaseroprincipalmeiodecomunicaçãomaisprocurado
para obter notícias, segundo omais recente estudo da Entidade Reguladora para a
ComunicaçãoSocial(ERC).
Durantetrêsmesesdeestágio,integrei-menaredaçãodaSICPortoeaolongo
do estágio, acompanhei de perto aquilo que era o trabalho de um jornalista de
televisão. Aprendi a escrever para televisão, ou seja, escrever para as imagens,
passandopelosváriostrabalhosdeumjornalistadetelevisão.
Apresentareiumaabordagemteóricaalternadacomaspesquisaseeventuais
questões sobre o tema escolhido para o presente relatório: “Os valores notícia no
jornalismo televisivo local – o caso da SIC Porto”. Após algum estudo, procurarei
esclarecer o estado atual do jornalismo, dar a conhecer o jornalismo televisivo,
esclareceroque levaumacontecimentoa tornar-senotícia,quaisos valoresnotícia
segundo alguns autores, como funcionam as redações, e falar sobre o que é
consideradojornalismodeproximidade.
PosteriormentefalareidomeuestágionaredaçãodaSICPorto,ondedurante
trêsmeses, estive integrado na redação, em que aprendi e acompanhei de perto o
trabalhodosjornalistasdaestação,resultandonumjornaltelevisivoonde,paraalém
dotrabalhodepivot,todasaspeçassãodaminhaautoria.
2
Por fim,nesterelatório,douaconheceracomposiçãodaagendadodiapara
umjornaltelevisivonaSIC,queroPrimeiroJornalquevaidiariamenteparaoaràs13
horas,quernoJornaldaNoitequepodemosvertodososdiasnaSICàs20horas.
3
CapítuloI:EnquadramentoTeórico
I.1Jornalismonosdiasdehoje
CorreiaeBaptista(2007),descrevemque“cadavezmaismediatizados,maisno
centrodepolémicas,maisexpostosqueraosprotagonismos,osjornalistascontinuam
desconhecidostantodograndepúblicocomodosque,comdireitoacolunanojornal
outempodeantenanarádioounatelevisão,nãoenjeitamoportunidadespara,sobre
osmediaeosquenelestrabalham,assinaropiniõesdefinitivas.”
Ojornalismoestáincluídonouniversodacomunicação,umavezquetransmite
umamensagemespecíficaparaumvastonúmerodereceptores.Umapessoaquese
ocupe do jornalismo, ou seja, um jornalista pode trabalhar em várias áreas de
imprensa como jornais, revistas, blogues, rádio, televisão, assessorias de imprensa,
entreoutros.
Segundo o estatuto do jornalista, “são considerados jornalistas aqueles que,
comoocupaçãoprincipal, permanentee remunerada, exercem funçõesdepesquisa,
recolha, seleção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto,
imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agência
noticiosa,pelarádio,pelatelevisãoouporoutraformadedifusãoelectrónica”
O papel do jornalista passa por transmitir a informação sobre um
acontecimentodeformaclaraeverdadeira,transparenteeobjectiva.NelsonTraquina
(1999)afirmaque“asnotíciassãooresultadodeumprocessodeprodução,definido
como percepção, seleção e transformação de uma matéria-prima (que são os
acontecimentos),numproduto(asnotícias).”JáSousa(2000)defendeque“asnotícias
são um artefacto construído pela interação de várias forças, que podemos citar o
estratosocialdaspessoas,osistemasocial,aideologia,aculturaomeiotecnológicoe
ahistória.”
Atualmente, existem dois fatores que estão a transformar a forma como se
produzojornalismo.Oprimeiroestárelacionadocomaquedanavendadejornaisem
4
papel, ou seja, são cada vez menos as pessoas que lêem e compram jornais, não
querendodizerqueestenúmerodepessoassejammenosinformadas.
Embora a circulação de jornais em papel seja cada vez menos frequente,
conseguimos obter informação da atualidade, de forma gratuita através das redes
sociais, ou até das plataformas online desses mesmos jornais, estando assim ao
alcancedetodos.
Um outro factor da mudança do jornalismo tem a ver com os progressos
tecnológicos que ocorreram na ultima década e meia e que permitiram a que o
jornalismosededicasseaconteúdosmaisdiversificadoscomumacessocadavezmais
imediato.Oscomputadores,ostabletseossmartphonesfazempartedodiaadiade
qualquerpessoa,esãoatravésdessesmeiosqueamaiorpartedaspessoashojeem
diasãoinformadas.
Deixando de parte a compra dos jornais em papel, também é cada vezmais
frequenteoacesoàinformaçãoatravésdossiteseatémesmodasaplicaçõescriadas
pelosprópriosmeiosdecomunicação.
Cada vezmaisosmeiosde comunicaçãoapostamemconteúdosmultimédia,
resultandode, comapenasuma ligaçãoà internet, obter acessode imediatoa toda
atualidade,todasastemáticas,assimcomoàsnotíciasdeúltimahora.
NumaentrevistaaositeMaisEducativa,o jornalistaPedroPintodizquepara
ser jornalista é preciso gostar muito de ler jornais, “ser um bom jornalista é ser
sobretudo curioso e procurar a verdade que está para além da aparência mais
imediata.Issoexigedeterminação,exigeteimosia,massobretudoexigecuriosidadee
senãosetemcuriosidadesobreomundoquenosrodeia,senãosetemcuriosidade
pelosacontecimentosquevãomoldandoomundo,vãomoldandoanossasociedadee
vãomoldandoonossocomportamento,entãonãoestamosnaprofissãocerta.”
5
I.2Jornalismotelevisivo
É em 1957 que a televisão nasce em Portugal, mas é em 1959 que surge o
primeiroprogramadiáriodeinformação,oTelejornal,daRTP,queduraatéaosdiasde
hoje. Inicialmente a preto e branco, a televisão a cores surge em 1980. A primeira
estação de televisão privada, a SIC, nasce em 1992. Mais tarde, em 2001 nasce o
primeiro canal televisivo português dedicado exclusivamente à informação, com o
nomedeSICNotícias.
Aimagemtrouxecredibilidadeeumaimportânciaespecialparaatelevisãopelo
públicoemgeral,algumasexpressõespassaramafazerpartedodiaadiadaspessoas,
taiscomo“euvinatelevisão”.
Nosdiasdehoje,bastaligaratelevisãoparasaberevertudooqueseestáa
passarnopaísenomundo.A televisão tornaasdistânciasmais curtas, aproximaas
pessoas, e muitas vezes apresenta-se como tema de conversa em momentos de
socializaçãocomamigos,famíliaouatémesmonotrabalho.
DominiqueWolton (2004) define televisão com um “vínculo social” entre as
pessoasqueavêemsimultaneamente,permitindouma identificaçãoe relaçãoentre
essas mesmas pessoas. O autor acrescenta ainda que “a televisão não é apenas a
imagem,mastambémumlaçosocial”.
Aimageméamarcadatelevisão,nãopodendoignorarasuadimensãosocial.
Quandoaspessoascomentamoqueviramnatelevisão,automaticamenteseintegram
socialmente,sendoporvezes,aprincipalformadeaspessoasseinformarem.
Harvey Molotch e Marilyn Lester, (1974/1993) citados por Traquina (1993)
afirmamque“todaagenteprecisadenotícias.Navidaquotidiana,asnotíciascontam-
nos aquilo a que nós não assistimos diretamente e dão como observáveis e
significativoshappeningsqueseriamremotosdeoutraforma”.
Atelevisãoé,etendecontinuaraseromeiodecomunicaçãomaisinfluentee
poderoso (apesardopapelquea internetocupanosdiasdehoje), consequênciade
seromais“consumido”pelaspessoasnaatualidade.
6
Segundo a EntidadeReguladora para a Comunicação Social, a “caixamágica”
comomuitosainda lhe chamam,mantémo seu “protagonismocomoprincipalmeio
noticioso, mesmo entre os utilizadores de internet com alguma predisposição para
consumirnotícias”.
Para além de ser o meio ao qual os portugueses dedicam mais tempo
diariamente, é um importante elemento na vida quotidiana dos portugueses,
continuando a ser o veículo mais procurado pela maioria da população para obter
informaçãodiária,queratravésdostelejornaiscomotambémdoscanaistemáticosde
informação.
Por outro lado, as pessoas que lêem jornais e revistas são cada vez menos.
Entre a deslocação a uma banca para comprar um jornal ou simplesmente ligar a
televisão, e ouvir o jornalista enquanto podemos estar ocupados com outra tarefa,
estaultimaémuitomaispráticaefácil.
Para Bourdieu (1997), “há uma proporçãomuito importante de pessoas que
nãolêemnenhumjornal,queestãodevotadasdecorpoealmaàtelevisãocomofonte
únicadeinformações.”
Sãováriososautoresquesublinhama influênciadatelevisãoedo jornalismo
napopulação.DominiqueWolton(2006)afirma,contudo,quenãodeveseresquecida
alivreinterpretaçãodosespetadores.
Atelevisãoéummeioquenãopermiteinteratividade,querocomistodizerque
apareceprontoaserconsumido,rápido,imediatoesemqualqueresforçoporpartedo
telespectador,quemvêacreditasempreemtudoqueláédito.
De acordo comFontcuberta (2002), osmeios de comunicaçãonão são vistos
como espelhos de sociedade, mas sim como construtores. Eles decidem sobre os
factoresque sãoounãonotícia, geremomaterial informativoedestinamàopinião
pública. Os conteúdos divulgados pelomundo influenciam os comportamentos e os
hábitosdeconsumo.
Trigueiro (2008) refere que “esse arrastão tecnológico e massificante que
aproximouoscincocontinentestevecomocarrochefeatelevisão”.
7
Silvino Évora (2004) refere que no dia 11 de Setembro de 2001, a televisão
mostrou todo o seu poder. Com o desvio de quatro aviões das duas maiores
companhias aéreas norte-americanas (American Airlines e a United Airlines) e o
choquecomastorresgémeasdeNovaIorque,oedifíciodoPentágonoemWashington
eumdescampadonaPensilvânia,atelevisãoestevesemprepresenteparadartodos
os pormenores. Este exemplomostra que a televisão faz aquilo que outromeio de
comunicaçãodemassanãoconseguefazer,queétransportaropúblicoparadentrodo
acontecimento, mostrando realmente o que está a acontecer exatamente no
momentoemqueaemissãoépostanoar.Estaéacapacidadedatelevisão,consegue
eliminar as fronteiras geográficas, reduzindo o mundo à dimensão de uma aldeia,
apelidadoporMarshallMcLuhancomouma“aldeiaglobal”.
O jornalismoemdireto desempenhaumpapel extremamente importante no
domínio da televisão, uma vez que se trata da maneira de eliminar qualquer
possibilidade do espectador desconfiar da veracidade dos acontecimentos. Embora
aquitambémselevantamalgunsproblemas,porvezesoscanaisdeinformaçãousam
odiretodeformaimpropria,porvezesumacontecimentopodeserexplicadoatravés
de uma simples narração e é usado um direto para o fazer, chamando assim uma
maioratençãoporpartedotelespectador.
Como dito por Diana Costa (2011) atualmente, deparamo-nos com uma
multiplicação de cadeias de televisão devido ao surgimento dos canais por cabo,
traduzindo-senumacrescentemonotoniadeprogramas.Aatualidadelevaàprodução
emmassa de conteúdos e ao consumoque gera lucro. Por sua vez, esse lucro gera
maisprodução,quegeramais consumoeassimsucessivamente, forma-seassimum
cicloentreprodução,consumoelucro.
Asaudiênciassãoopontomaisimportantenomeiodetudoisto,cadavezmais
senotaumapreocupaçãocomasaudiênciasecomolucroqueelasgeram.Qualquer
meiodecomunicaçãonãofuncionasenãohouveraudiência,oumelhor,pessoasqueo
procurem.
Amaiorpartedosórgãosdecomunicaçãosocialmantêm-seemfuncionamento
graças às quantiasmonetárias que recebem em troca de divulgação de publicidade
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nessesmesmosórgãos.Tambémnumcanaldetelevisãoéaaudiênciaquemmanda.
Ela dita a quantidade de telespectadores que procuram o canal. Se o canal tiver
resultados com bastante audiência, é um canal bastante procurado pelos
patrocinadoresdemodoapassaremnagrelhaasuapublicidade.Écomestedinheiro
que amaior parte dos canais “vive”. Se não houver audiência, não há futuro numa
empresa jornalística, embora osmeios de comunicação não devem permitir que as
audiênciasinterfiramcomocarácterqueétransmitido.
Os programas de entretenimento, por norma têm mais audiência, gerando
assimmaislucrosparaocanal,masosprogramasdeinformaçãodeverãosersempre
fieisaosvalores-notíciaeinformarapopulação,umavezqueéexatamenteessaasua
função.
O alinhamento dos jornais televisivos normalmente preocupam-se com a
organização e a hierarquização dos assuntos apresentados na ordem do dia. A
importânciadosacontecimentoséorganizadaatravésdeumaagenda.
Aconquistadasaudiênciasrepresentaumpapeldeterminantenotrabalhodos
jornalistas,assimcomoemtodaaredaçãodostelejornais.Osjornalistasdesenvolvem
várias estratégias demodo a obtermais público,mais precisamente na seleção dos
temas a abordar. Devem optar sempre por temas que captem a atenção do
telespectador,demodoaqueestefiquepresoaoecrã.Atualmente,atelevisãoéum
objeto comercial de primeira linha, ou seja, passou de uma lógica de serviço
pedagógicoparaumalógicadelucroerentabilidade(Brandão,2006).
Fontcuberta (2002)diz-nosque“seconseguirmosaudiência,consideramo-nos
heróis”,devemossempreoptarpordaraoespectadoraquiloque julgamosquemais
vaivendereconsequentemente,quemaisaudiênciasvaiconseguir.
De acordo comMcNair (2000), as instituições jornalísticas de esfera pública
contemporâneas são fornecedores de informação num mercado de media com
diversascamadasestruturadoporcaracterísticassocioeconómicasdasaudiênciastais
comoaclassesocial,oestatutoprofissionaleoníveldeescolaridade,entreoutras.
9
Brandão (2006) afirma que as televisões se encontram ao serviço dos
anunciantes.Predominamassimregistosdeemoção,espetacularidade,dramatização,
eporvezessãodeixadosparasegundoplanoaslógicasculturaiseeducativas.
Recentemente,comoscortesfeitosemquasetodososmeiosnoticiososenas
redações,consequênciadoquadroeconómicoedocenáriodacriseemPortugal,são
cada vez menos os jornalistas especializados. Os generalistas acabam por ter uma
maiordificuldadeemabordarcertasinformaçõestécnicas,oquelevaporvezesaum
empobrecimentodacoberturanoticiosadecertastemáticas,(Campos2012).
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I.3Valoresnotícia
Háumagrandedificuldadeemdiscutirnotícia,Sigal(inVizueteeMarcet,2003)
diz-nosque“ninguémsabeoquesão(notícias).Ooutroproblemaéqueninguémsabe
o que significam”. Nota-se desta forma a “ausência de um critério compartilhado
universalmenteparadistinguiroqueasnotíciassãodoqueelasnãosão”.
“Asnotíciassãooqueos jornalistasdefinemcomotal.Essateseraramenteé
explicitada, visto que parte do modus operandi dos jornalistas é que os eventos
ocorrem ‘fora’, e os primeiros limitam-se, simplesmente, a relatá-los” (Altheude in
Wolf).
Diariamente deparamo-nos com vários acontecimentos, cabe ao jornalista
selecionareescolherosacontecimentosquedevemsernoticiados.
Schudson (in Correia, 1997) refereque “a criaçãodasnotícias é sempreuma
interação de repórter, diretor, editor, constrangimentos da organização da sala de
redação,necessidadedemanteros laços comas fontes,osdesejosdaaudiência, as
poderosas convenções culturais e literárias dentro das quais os jornalistas
frequentemente operam sem as pensar”. Esta frase representa, de certo modo, as
escolhasdeumdiretorantesdenoticiardeterminadainformação.Paraoalinhamento
dojornal,sãováriososfatoresateremcontapeloseditores.
Os valores notícia são também conhecidos como critérios de seleção e
organização de informação, existem desde que existe o jornalismo. Os seus fatores
estãosemprepresentesnapráticajornalística.Osmétodosdeseleçãosãodiferentes
em cada redação, embora existam critérios que estão sempre presentes na prática
jornalística: factores comoaproximidadegeográficadosacontecimentos;o factode
seremacontecimentos inesperados; a importância deumassuntopara determinada
região;ofactoderepresentaremnovidadesemdeterminadofenómenocontinuo,etc.
GisleneSilva(2005)apresenta-nosNoticiabilidadecomo“tudoequalquerfator
capaz de agir no processo de produção da notícia, desde características de facto,
julgamentos pessoais do jornalista, cultura profissional da categoria, condições
favorecedorasoulimitantesdaempresademídia,qualidadedomaterial,relaçãocom
11
as fontes e com o público, fatores éticos e ainda circunstâncias históricas, políticas,
económicasesociais”.
Wolf (1994) defende que “as exigências organizativas e estruturais e as
características técnico-expressivas próprias de cadameio de comunicação demassa
sãoelementos fundamentaisparaadeterminaçãoda reproduçãoda realidadesocial
fornecidapelosmassmedia”.
NelsonTraquina(2001)dizque“ojornalismoétambémumnegócio”,levando
a certas aspirações políticas, económicas e sociais, que acabam por interferir na
produção do conteúdo noticioso. Defende ainda que as notícias passam por um
processo que transforma a matéria prima num produto a ser apresentado
publicamente.
RobertHackett(1984)defendequeesteprodutoiráresultarde“características
tecnológicas de cadameio noticioso, logísticas de produção jornalística, imperativos
comerciais, retraimentosorçamentais, inibições legais,disponibilidadede informação
das fontes, necessidade de narrar o facto de modo inteligível e atraente para um
determinadopúblico.”
Segundo vários autores, a seleção de notícias pode estar a cargo do
gatekeeper.Em1950,DavidManningWhitepublicounarevistaJournalismQuartely,o
conceitoquedefiniaojornalistacomoumselecionadordenotícias,ou“gatekeeper1”,
(expressãoeminglês).
White (inTraquina,1999)citaLewinquedizque“osgatekeepers são regidos
porregrasimparciaisouporumgrupo(nopoder)detomaradecisãode‘deixarentrar’
ou ‘rejeitar’ uma notícia. A comunicação de notícias é extremamente subjetiva e
dependente de juízos de valor baseados na experiência, atitudes e expectativas do
gatekeeper”.
1Gatekeeper – Expressão anglo-americana criada por David Manning White, em 1950, a partir dosnomes gate (portão, barreira) e keeper (guarda, vigia, dono) para designar o profissional que, nasempresas de informaçãomediática, tem o papel de selecionar os acontecimentos e as opiniões queestasempresasdifundemjuntodopúblico(Rodrigues,2000)
12
Como características de um acontecimento, os valores notícia ajudam e
orientamosjornalistasnaescolhadoquedevesernoticiado.
Wolf refere que os valores notícia são critérios importantes que estão
presentes em todo o processo de produção de uma notícia, “são usados de duas
maneiras. São critérios para selecionar, do material disponível para a redação, os
elementos dignos de serem incluídos no produto final. Em segundo lugar, eles
funcionamcomolinhas-guiaparaaapresentaçãodomaterial,sugerindoquedeveser
enfatizado,oquedeveseromitido,ondedarprioridadenapreparaçãodasnotíciasa
seremapresentadasaopúblico(...)osvaloresnotíciasãoaqualidadedoseventosou
da sua construção jornalística, cuja ausência ou presença relativa os indica para a
inclusão num produto informativo. Quanto mais um acontecimento exibe essas
qualidades, maiores são as suas chances de ser incluído”. (Golding e Elliot inWolf,
2003).
Amaral(1982)afirmaque“seumcãomorderumhomem,nãoénoticia, ,mas
seumhomemmorderumcão,aíentãoénotícia,esensacional.”
Bonner (2004) explica que “a abrangência de um facto, a gravidade de suas
implicações,oseucarácterhistóricoeocontextoemquesedá(seupesorelativo,em
comparação comos demais daquele dia) são critérios de seleção primários. Servem
parasepararaquiloqueserápublicadodaquiloqueprovavelmentenãoserá”.
Guerra(2003)fazadistinçãoentrevalornotíciaevalornotíciadereferência,“o
primeiro consiste na capacidade de justificação dos valores notícia de referência
peranteasesferasdevalidaçãodosvaloresnotícia,istoé,asespectativasdaaudiência
e o interesse público. O segundo consiste na capacidade de implementação dos
valoresnotíciadereferênciapelaorganização.Naprimeiraestáemjogoaqualidade
jornalísticadoprodutodaorganização;nasegundaestáemjogoaeficiênciadaprópria
organização”.
Aolongodostempos,oscritériosdosvaloresnotíciavãomudandosegundoa
visão dos jornalista, uma vez que são reajustados consoante a visão domundo e a
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épocaemquevivemos.Atualmente,deummodogeral,osvaloresnotíciadequalquer
redação“jogam”entreaatualidade,aproximidade,arelevânciaeoinesperado.
Aatualidade foca-senoqueéatual,ouseja,oqueacontecenodiaadiaeé
relevantenessemesmodiadoacontecimento.Parasenoticiaréprecisoquesejaalgo
queacaboudeacontecerou,nocasodejátersidonoticiado,quetenhasurgidonovos
aspetosrelevantesdemodoacaptarointeressedosespectadores.
No que se refere à proximidade tem a ver com a proximidade geográfica,
quantomaispróximasaspessoassesentiremouestiveremdasituaçãoemcausa,mais
interessetem.
A relevância refere-se à preocupação de informar as pessoas com
acontecimentosquecausemalgumimpactona“sua”vida.
O inesperado é um valor notícia de acontecimentos que surpreendam. Um
exemplodisso foramosatentados terroristasocorridosnanoitede13denovembro
de2015emPariseSaint-Denis,naFrança,ondepelomenos137pessoasmorrerame
maisde350ficaramferidas.Tragédiascomoesta,emgrandeescala,ganhaminteresse
pelo seu carácter trágico e inesperado. Os canais televisivos de informação querem
“avançar” com novidades dos acontecimentos o mais rápido possível, levando o
telespectadoraficar“colado”àtelevisãoàesperadenovosdesenvolvimentos.
Segundo Traquina, o conflito que pode ser traduzido em violência verbal ou
física, também gera notícia. Desde as coisas mais distantes como guerras, conflitos
entrepolíticos,desentendimentosemdiscotecasquegerammortesouferidos,atéàs
maispróximascomoviolênciadomestica,manifestações,etc.
Tudo o que viole as regras (infrações), tal como crimes, gera notícia. Ainda
segundoTraquina,osescândalosestãotambémrelacionadosemestevalornotícia.
14
I.4Construçãodaagendanoticiosa
Designada como uma secção para o desempenho de uma série de tarefas
absolutamente decisivas para o bom funcionamento de uma redação, a agenda (ou
agendasetting), tevepelaprimeiravezasuadefiniçãoem1970,defendendoqueos
jornalistas tinham um poder reduzido e efeitos limitados sobre a audiência.
Naturalmente,sãováriososautoresquediscordamcomestaafirmação,comoéocaso
deNelsonTraquina,queconsideraqueestaanáliseélimitada.
DonaldShaw(1979 inWolf,2001)afirmaque“emconsequênciadaaçãodos
jornais, da televisãoedosoutrosórgãosde comunicação,opúblico sabeou ignora,
prestaatençãooudescura, realçaounegligenciaelementosespecíficosdos cenários
públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios
conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio
conteúdo”.
CorreiaeBatista(2007)apontamcincofunçõesdaagendanumaredação;
- “centralizararecepçãoeorganizar,emformadeagendadeacontecimentose,
portanto temporalmente calendarizadas, todas as informações recebidas na
redação(convites,convocatórias,cartasdosleitores,etc.)oulidasnaimprensa,
susceptíveis de poderem vir a ser, no futuro, temas de notícias, entrevistas,
reportagens”;
- “fazero recortediáriode todososmateriaispublicadosna sua imprensa (no
próprio jornal enosoutros) sobre cadaassuntoa incluir na agenda, recortes
essesdegrandeutilidadeparaotrabalhodojornalistaaquemposteriormente
fosse‘marcado’esse‘serviço’”;
- “elaborar uma listagem de temas que, em cada dia poderiam ser abordados
pelo jornal, assim como os nomes dos jornalistas encarregados de cada
‘serviço’,cabendoàchefiafazerasescolhasdefinitivas”;
- “preparar e encaminhar para a tipografia os materiais a publicar
quotidianamente, ainda que não necessitando de um tratamento especial
(programadetelevisão,farmáciasdeserviço,cartazdosespetáculos)”;
15
- “gerir um pequeno fundo demaneio para despesas urgentes de reportagem
bemcomodecarrosaoserviçodaredação”.
A agenda define os assuntos que serão notícia, considerando qual a maior
importância em determinadomomento, ditando os temas em que os jornalistas se
devemfocar.
Manuel Piedrahita (1996), afirma que “a maioria dos cidadãos bebe a
informação exclusivamente no chamado topicamente o ‘pequeno ecrã’, o qual, no
entanto,eudenominaria ‘grande’pela influênciaqueexerce.Atorneiraqueregulae
doseiaa informaçãoatuacomomanipuladorcomumaprecisãoassustadora,mesmo
paraquemseconsidereimuneaqualquerespanto”.
Nelson Traquina (2001) refere Rogers, Dearing e Bregman (1988) apontando
trêscomponentesnoestudodoagendamento:aagendamediática,aagendapúblicae
a agenda das políticas governamentais. O autor entende a agendamediática como
agenda jornalística.Oprocessodoagendamentoé interativo,a influênciadaagenda
jornalística sobre a agendapública éumprocesso crescenteemque, a longoprazo,
criam-secritériosdenoticiabilidade,enquantoainfluênciadaagendajornalísticasobre
aagendapúblicaédiretaeimediata,nomeadamentequandoenvolvequestõesqueo
públiconãotemumaexperiênciadireta.
Para definir as três componentes da agenda, Traquina citaMolotch e Lester
(1974/1993),segundoosautores,existemtrêstiposdepessoas:osconsumidoresde
notícias,ospromotoresdenotíciaeosnewsassembler.
Osconsumidoresdenotíciasãoaaudiênciaeestão ligadosàagendapública.
Os promotores de notícias são aqueles que “identificam e tornam observável uma
ocorrência comoespecial”.Estão ligadosàagendadaspolíticasgovernamentais.Por
fim, os news assemblers são os profissionais que “transformam um perceptível
conjunto finito de ocorrências promovidas em acontecimentos públicos através
publicaçãoradiodifusão”.Estesestãoligadosàagendajornalística.
16
“Anotíciacrianotíciaeanotíciacriaoacontecimentonumarelaçãodetrocae
influenciamútua”,NelsonTraquina(2001).
Mc Combs e Shawn (1972, Traquina 2003) redefinem agendamento dizendo
queesteconceito“éconsideravelmentemaisqueaclássicaasserçãoqueasnotícias
nos dizem sobre o que pensar. As notícias também nos dizem como pensar nisso.
Tanto a seleção de objetos que despertam a atenção como a seleção de
enquadramentosparapensarnessesobjetossãopoderosospapéisdeagendamento”.
Mc Combs 1992 (in Traquina, 2001), diz que “os atributos enfatizados pelo
campojornalísticopodeminfluenciardiretamenteadireçãodaopiniãopública.Tanto
a seleção das ocorrências e/ou das operações que construirão a agenda, como a
seleção dos enquadramentos para interpretar essas ocorrências e/ou questões são
poderesimportantesqueoconceitodeagendamentoagoraidentificademaisdevinte
anosdevidaintelectual”.
Graças ao poder que a comunicação social tem em chegar até nós, somos
influenciadoscomasnotíciasquerecebemosnonossodiaadia.Opoderdeinfluência
dojornalismopodeparecermanipulação,masnãoé,osjornalistasapenasexpõemas
notíciasquejulgamimportantes,opúblicoacredita,semquestionar.
17
I.5Jornalismodeproximidade
Ojornalismolocaloudeproximidadeépraticadopelosmeiosdecomunicação
socialdeumadeterminadalocalidade.Oseumododetrabalharestádirecionadopara
essa localidadeeos conteúdosproduzidos sãodirecionadosàpopulaçãodamesma.
Estesmedia trabalhamcomoobjetivode semanterempertodos cidadãos, criando
assimumarelaçãomaispróxima.
Sousa (2002) define comunicação social regional, como aquela “que se
estabelecenumacomunidadedevizinhos,atravésdemeiosdecomunicaçãoque lhe
são próximos”. Esta ideia aproxima-se da sua real definição, que encara a imprensa
regionalcomoaquelaquesedistribuinumacertaáreageográfica.
O início dos anos 80, do século XX foram, para Portugal, marcantes no
nascimento dos projetos de televisão regional. Foi nesta data que nasceram vários
canais pirata em várias cidades do país, embora combastantes fragilidades a vários
níveis. Por estemotivo, os primeiros canais a serem considerados “regionais” foram
mesmoaRTPMadeiraeRTPAçores.
Acriaçãodemovimentoscomoo“MovimentoparaaLegislaçãodasTelevisões
Regionais”, e a “ComissãodeReflexãoparao FuturodaTelevisão”, em1995, foram
elementosfundamentaisparaadiscussãodasquestõesdesustentabilidadedestetipo
deprojetos.
É em 2007 que surge pela primeira vez a regulamentação para as televisões
regionaisatravésdaaprovaçãodaLeidaTelevisão.Em1994surgeatelevisãoporcabo
em Portugal, e surge também a oportunidade para a criação de canais temáticos,
destinadosanichosdemercado.Destemodosurgiramtambémprojetosdejornalismo
deproximidadeeváriosprojetosganharamcorpo,comoporexemplooPortoCanal,
comoobjectivodedarcontadeinformaçãodaregiãodograndePorto.
“BoapartedosmeiosdecomunicaçãosocialcujasedeéemLisboaenoPorto–
aquelesaquenormalmenteatribuímosoqualitativodeimprensanacional–nempor
issodeixamdetercaráctereminentementeregional.Bastaveraqueregiãosereporta
amaioriadostextosnelespublicados,pararapidamenteseconstatarqueéaquelaem
18
queestáinstaladaasededorespetivoórgãodeinformação”(Mesquita,1997,citado
porCamponez,2005)
A questão do território é bastante importante para o jornalismo de
proximidade, uma vez que a população sente necessidade de semanter informada
acercadetudooqueacontecenaregião.
Mercadé(1997)diz-nosqueosmeiosdecomunicaçãoregionaisimpressos,dão
bastanteatençãoàáreaqueabrangeasuadivulgaçãodaregiãooudacidadeondese
encontraa redaçãodesse jornal.Apesardisso,osmeios regionaispodemdirigir-sea
maisdoqueumconcelhoouaindaaumterritóriovizinho.
Énosmeiosdecomunicaçãoregionaiselocaisqueojornalismoédirigidoaos
cidadãos,“éumjornalismoverdadeiro”,porvezesatémaisprocurado,levandooleitor
a participar de forma ativa na realizaçãodamesma. Por exemplo, qualquer cidadão
pode assistir a um acontecimento e de imediato informar o órgão de comunicação
maispróximo.
“Nessesmedia dirigidos a públicosmuito concretos, normalmente reduzidos,
comnomeseapelidos,éondeojornalismoémaishumanoeverdadeiramentesocial,
aopôremcontactoeaorelacionarosqueinformamouopinam,escrevemeditoriaise
dão conselhos, com um público que não é apenas receptor, mas é também
enormemente ativo, que por sua vez informa, recrimina, aceita, valora, aplaude ou
censuradeformaeficaz”(Areal,1997).
Se fizermos uma comparação entre imprensa regional e imprensa nacional,
verificamosquea imprensaregional tratadasgrandesquestõesregionaisecoletivas
enquanto a imprensa nacional mostra-nos os atos oficiais, os acidentes, etc. A
proximidade dá aos jornalistas locais a vantagem de trabalharem perto dos seus
leitores,permitindoassimaojornalistaentenderoqueoleitorpretendeeesperado
seujornal.
Citando JorgePedroSousa,CristinaMoreira (2009)entendequeosmeiosde
informação local “são tambémusados em funçãode interessesparticulares, comos
19
interessesdedeterminadospoderes”.Aautoraacreditaqueosmedia locaisestãoa
serutilizadoscomopalcoonde“digladiamessespoderes,embuscademaispoder”.
“Háumanecessidadefortedeolocalserelacionarcomassingularidadeslocais
no sentido de se fortalecer. Aqui, encontramos o fundamento para a grande
prevalênciadenotíciasregionaisnaspublicaçõeslocaisque,emborasirvaminteresses
económicosedelesdependamparaasubsistência,nãodeixamdesefocalizarnaquilo
que lhes é próximo, ainda que se possa revelar menos rentável” (CristinaMoreira,
2009).
Paraalémdadependênciadospodereslocais,Camponezcontaqueaimprensa
local não “sobrevive” tanto coma ajuda de “incentivos públicos, como subsídios ou
portes pagos”, mas através “das capacidades locais e das aspirações populares, no
recriardaculturadaspopulações”(Camponez,2002).
Os poderes locais tornaram a relação mais profissional com o jornalismo
regional, nomeadamente com a contratação de assessores de imprensa, a classe
políticadeformaoportunacomosmétodosdeproduçãodosmedia.
BobFranklinconcordaqueopoderpolíticolocaladmitequetemboasrelações
comosjornaislocais.
Proximidade é, inevitavelmente, um dos conceitos chave da imprensa local,
traduzindo-se na informação ligada aos leitores, resultando assim de uma maior
identificaçãoentreopúblicoeojornal.
“A proximidade tem a ver com as realidades sociais que nos rodeiam, os
serviços de que dispomos na nossa vila ou aldeia. E essa realidade só pode ser
apreendidapelaimprensalocal”(Camponez2002).
20
I.5.1Imprensaregionalelocal
Quandofalamosdejornalismodeproximidade,temosdefalar,comoreferido
anteriormente,dejornalismoregionalelocal.Aocontráriodoquepodeparecer,estes
conceitosnãosão idênticos. Imprensaregionalestámaisvocacionadaparaahistória
doquotidianodascomunidades locaisdoqueparaopaíseomundo.Espera-sedos
órgãosdeimprensaregionalomesmodoquedosórgãosnacionais,apenascomuma
diferença,maisatençãoaopróximo.
Segundo o Estatuto da Imprensa Regional, e conforme o Decreto-Lei n.º
106/88, a definição de imprensa regional centra-se em “... todas as publicações de
informaçãogeral,conformesàLeideImprensa,quesedestinempredominantemente
às respectivas comunidades regionais e locais, dediquem,de forma regular,mais de
metade da sua superfície redatorial a factos ou assuntos de ordem cultural, social,
religiosa, económica e política a elas respeitantes e não estejam dependentes,
diretamente ou por interposta pessoa, de qualquer poder político, inclusive o
autárquico.” De acordo com o estatuto de 1988, o papel da imprensa regional é
bastante importante “na informação e contributo para a manutenção de laços de
autêntica familiaridade entre as gentes locais e as comunidades de emigrantes
dispersaspelaspartesmaislongínquasdomundo.”
ÂngelaDuarte(2010)fazadistinçãoentreimprensaregionaleimpressalocal,
segundoaautora,“naimprensaregional,nagrandemaioriadasvezes,deparamo-nos
com a realidade de grupos empresariais, com uma estrutura sólida quer a nível de
mão-de-obraespecializada,comjornalistasprofissionais,queraníveldeestruturase
recursosfinanceiros.Daquiseparoaimprensalocal.Osmensários,usualmenteéestaa
periodicidadedasfreguesiasedaspequenaslocalidades.Refiro-meapequenostítulos,
propriedades de associações culturais, juntas de freguesia, fábricas de Igreja,
particulares-quesevêemmaislimitadosnosseusrecursosmasqueseencontramno
mesmobarcodostítulosregionais”.
De acordo com o que falei anteriormente, Duarte termina dizendo que na
comunidade local “apopulaçãoé interveniente,maisparticipativa, colaborando,por
vezes,naprópriaexecuçãodojornallocal”.
21
I.5.2Experiênciacomojornalismodeproximidade
Neste ponto falarei da minha experiência profissional com o jornalismo de
proximidade, nomeadamente do meu estágio curricular na SIC Porto e como
colaboradornarádioeno jornalCidadeHoje,emVilaNovadeFamalicão,ondeestá
presenteojornalismodeproximidade.
“Lembro-medeouviraspessoasdizerquearádiovaiacabarcomojornal,isso
nãoaconteceu,nãoaconteceuporquecadaumocupaumpapel.Quandoatelevisão
apareceu diziam que ia acabar com a rádio, e não aconteceu. Vão existindo formas
novas e as pessoas adaptam-se e têm o espírito de procurar as várias formas de
comunicação”–MariaJoãoPaes,entrevistadanodia5de junhode2016.Entrevista
disponívelnoanexo4desterelatório.
Atelevisão
Em televisão, nomeadamente na redação da SIC Porto, a delegação trabalha
muito com jornalismo de proximidade, realçando o que é importante para
determinadaregião.CatarinaFolhadela, jornalistanaSIChá15anoscontaque,para
alémdasnotíciasdeatualidade,aredaçãodaSICPortoestáatentaàimportânciade
cadaassuntoparaaregião,“achoquenocasonaSICPorto,eumavezquesomosuma
delegação, fazmuito sentido não só a importância a nível nacional,mas também a
importância a nível regional. Há coisas que se calhar não dizem muito respeito a
Lisboa,masqueparaoPortosãomesmomuitoimportanteseissotambéméumfator
ateremconta”.
Quanto ao destaque que é dado no jornal, depende sempre com o restante
alinhamento,Catarinacontaqueseesseacontecimento“acontecernumdiaemque
aténãotemosnadademuitoespecial,porvezesatépodeterdireitoapromoçãono
jornaleaumlugarmaisacimanoalinhamento,seéumdiaemquehámuitasnotícias,
esse acontecimento pode ficar ‘perdidinho’ lá no fundo do jornal e ninguém lhe dá
22
importância,podendoporvezesnãoirparaoar”.Entrevistadarealizadanodia30de
maiode2016,disponívelnoanexo3desterelatório.
Ojornal
No jornal Cidade Hoje, onde colaboro com alguma frequência, está sempre
presente o jornalismo de proximidade. Este jornal procura ser um jornal de
proximidade, sendo esse o objectivo da sua existência, promover o que se
faz/acontecenoconcelhodeVilaNovadeFamalicão.Semanalmente,ojornalprocura
contar tudooquedemais importanteaconteceuno concelho,nuncaesquecendoo
queacontecenasfreguesias.Aspessoasidentificam-secomestetipodejornalismo,e
a prova disso, neste caso em concreto, é a permanência e o crescimento de novas
assinaturas.
“Pequenos temas como a paróquia, assembleia de freguesias ou atémesmo
reuniãodecatequistas, tudo isto cabeno jornalCidadeHoje”–Rui Lima,diretordo
jornal,entrevistadonodia4dejunhode2016.Entrevistadisponívelnoanexo5deste
relatório.
Atualmente composto por apenas dois jornalistas, as notícias de um jornal
Cidade Hoje são procuradasmais pelas pessoas adultas, a partir dos trinta anos de
idade,eabrangetodooconcelhodeVilaNovadeFamalicão.RuiLimaacrescentaque
“por vezes até podemos pensar que determinada informação pode não ter grande
importância para as pessoas da determinada freguesia, mas se as pessoas enviam
notíciasparacá(coisaqueacontececombastantefrequência),éporquequeremler,
queremveranotíciapublicada,portantonósfazemosessetrabalhodepublicartodas
essas notícias, sabendo que algumas abrangemapenas umdeterminado número de
pessoas,massabemosqueoutrasnotíciaschegamaumagrandecomunidade”.
Comoscustossuportadospelasassinaturasepelapublicidade,estejornaltem
concorrênciadiretanoconcelho,masprocuratersempreconteúdosexclusivos,quer
atravésdereportagens,espaçosdeopiniãoouatémesmoentrevistas.
23
Arádio
NãoésóonomequearádioCidadeHojepartilhacomojornal,ojornalismoé
bastanteparecido,eporvezes,omesmo.Estarádioéprocuradaessencialmentepelas
pessoas da região, embora também pelas das regiões vizinhas. Relativamente ao
público alvo, a rádio Cidade Hoje abrange todas as faixas etárias, a prova desta
afirmaçãoéaquantidadedepessoasqueparticipamatravésdechamadastelefónicas
paraosprogramasdeocorremaolongododia.
SegundoMariaJoãoPaes,jornalistaeanimadoraderádio,“arádiolocalépor
si sómuitopróximadaspessoase sóassiméque resulta, temosas rádiosnacionais
comassuntosbastanteabrangentes,masnãofocamosassuntos locais,nãofocamo
assuntodarua,nãofocaoassuntodafreguesia,enemtêmcapacidadeparaisso”.A
jornalista acrescenta ainda que “por vezes o que é dito é bem diferente do que é
escrito,earádioporvezesconseguechegarmaisrápido,chegarnahora,easpessoas
ouvem pela voz das pessoas aquilo que pretendem, enquanto no jornal isso não
acontece.”
Comestestrêsexemplos,concluoqueoscidadãostêmcadavezmaisinteresse
e curiosidade em saber o que se está a passar, especialmente nas regiões onde
habitam.
24
CapítuloII:AEntidadedeAcolhimento,SICPorto
Nestecapítulo,descrevoeavaliootrabalhoefectuadoaolongodostrêsmeses
de estágio. Inicialmente apresentarei o funcionamento da redação da SIC no Porto,
posteriormente,aminhaexperienciaprofissionalduranteessetempo.
II.1Funcionamentointerno
A redação da SIC Porto, inaugurada em 1995, apresenta um jornalismo
generalista.Aoníveldahierarquiadefunções,apareceprimeiramenteacoordenadora
executiva (Lúcia Gonçalves) e de seguida o coordenador adjunto (Luís Marçal).
Atualmente, após a saída do Luís Marçal para a redação de Lisboa, o cargo de
coordenador adjunto é ocupado por Catarina Folhadela, desde maio de 2016.
Formalmente, todos os restantes jornalistas encontram-se no mesmo patamar do
pontodevistahierárquico.
Para além dos jornalistas, constam na estrutura organizativa da SIC Porto os
repórteres de imagem, os editores de imagem, os elementos da produção e os
técnicos.
OmeiodecomunicaçãomaisutilizadopelostrabalhadoresdaSICPortoéoe-
mail interno da estação. Para além do e-mail, existe também uma intranet, onde
podemrecorrerparaficarapardetodasasnovidades,notíciaseoutrasinformações
publicadasacercadaempresa.
OdiaadianaredaçãodaSICPortoédefinidopeloscoordenadoresexecutivos,
aquemcabeafunçãodedestacarosjornalistasparaacoberturadosváriosserviços.
Antes de saírem em reportagem, os jornalistas normalmente levam alguns
documentossobreessemesmoserviço,quepreviamentesãopreparadospelaequipa
deproduçãoondecontémtodasasinformaçõesacercadessesacontecimentos.
No sector da produção, trabalham três elementos que, para além da
organização da documentação dos repórteres, fazem todos os contactos possíveis,
25
paracombinar,juntodasfontes,ospormenoresrelativosàrealizaçãodasreportagens.
Recolhem assim todas as informações necessárias, de modo a ajudar no trabalho
diáriodosjornalistas.
Adelegaçãoda SICPortoé compostaporuma redação, três salasdeedição,
uma régie e um estúdio. Com um espaço bastante amplo, a redação é onde
encontramos os jornalistas, os repórteres de imagem e os elementos da produção.
Com um computador e dois monitores disponíveis em cada secretaria, é lá que os
jornalistasescrevemassuaspeçasevêemasimagenscapturadaspelosrepórteresde
imagem nos serviços. As peças sãomontadas nas salas de edição, um trabalho em
equipaentreo jornalistaeumeditorde imagemdisponívelnomomento.Arégiedá
apoioaoestúdioeéo localapartirdoqualseenviamerecebemas imagens,tendo
em conta que o canal de comunicação da redação da SIC Porto é bidirecional. No
estúdio, é onde decorrem as emissões televisivas diretas ou gravadas. É a partir do
estúdiodaSICPortoqueéfeitoojornaldedesporto,diariamentetransmitidopelaSIC
Notícias,porvoltadas16:30horas.
26
II.2Integraçãonaredação
O meu estágio curricular na SIC, inserido no Mestrado em Jornalismo da
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, demonstrou-se essencial para a
compreensãodofuncionamentodeumatelevisão.Duranteostrêsmesesdeestágio,
realizeidiferentestrabalhos,tantonaredaçãocomonoterreno.
No meu primeiro dia de estágio, acabado de chegar às instalações, a
coordenadora e minha orientadora de estágio Lúcia Gonçalves, apresentou-me os
cantosàcasa,assimcomotodososmembrosquetrabalhamnaredaçãodaSICPorto.
Atribuiu-meumcomputador,esclareceu-mequantoaoshoráriosde trabalhoedisse
quenaquelemesmodia,tinhadesairemreportagemdapartedatarde.
Os horários dos estagiários eram definidos pelos próprios. A coordenadora
informou-mequeosestagiáriosnaSICPortonãosãocontrolados,lembro-medeouvir
que “cá na SIC Porto não há ninguém a controlar os horários de trabalho dos
estagiários.Cabeaoestagiárioaproveitaraomáximoeaprenderduranteotempoque
cáestá.”Aconselhou-meaestarnaredaçãodiariamenteporvoltadasnovehorasda
manhã, uma vez que era a hora que a maior parte dos jornalistas chegavam,
consultavam o plano de serviços e saíam em reportagem. Estando a essa hora na
redação,poderiaescolheroserviçoquequeriaeaísim,acompanharo jornalistaeo
repórterdeimagem.
Conforme disse há pouco, nesse primeiro dia estava escalado no plano de
serviçosparaacompanharumrepórterdeimagemaumserviço.Confessoquefiquei
umpouconervosoesurpreendidocomestadecisãodaminha“chefe”,umavezqueos
colegasde redaçãodiziamque“umestagiárionunca sai sozinhonumserviço,muito
menosnoprimeirodiadeestágio.”
O serviço estava marcado para as 16:30 horas, era a assinatura da nova
parceria entre a Liga de Portugal de e aUnder Blue, que sela a nova indumentária
oficial dos árbitros. O serviço decorria no auditório da sede da Liga de Portugal no
Porto,eraumtrabalhosimples,ialáestarpresenteoPedroProença,atualpresidente
27
da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e a minha função era recolher um TH2
(TalkingHead)eperguntarqualaopiniãosobreaausênciadeárbitrosportuguesesno
Euro2016?
Durante a conferência, um jornalista de outro órgão de comunicação social,
antecipou-se e fez-lhe a pergunta. No final da conferência, e uma vez que já tinha
respondido à pergunta que eu queria, eu e o repórter de imagem voltamos para a
redação.Jápassavadas18horas,naredaçãotinhaaLúciaàminhaesperaparasaber
comotinhacorridoestemeuprimeiroserviço.Depoisdelhecontaremdetalheoque
fiz durante aquela tarde, estava dispensado e fui para casa. Já em casa e enquanto
jantava, vi no Jornal da Noite esse serviço que fiz. Estava assim cumprido o meu
primeirodesafiocomojornalistaestagiárionaSIC,eaívicomoérealmenteotrabalho
emtelevisão.
Nodia seguinte, aindanãoeram9horase jámeencontravana redação. Foi
assimduranteostrêsmesesseguintes.
Durante os três meses, tenho muito presente a correria e a urgência em
apresentar as notícias omais rápido possível,mas aomesmo tempo com certeza e
precisãodaquiloquesemostraequeumpequenodetalhepodetransporumgrande
erroparaograndeecrã.Apercebi-medaimportânciaqueumminuto,ouatémesmo
umsegundopodemterquandosefaztelevisão.Aideiaquenatelevisãoascoisassão
feitas e preparadas com muita antecedência está totalmente errada, muito menos
quandosefaladeatualidade,ondeporvezes,tudomudaacadainstante.
Emdozesemanas,forammuitopoucososdiasemquefiqueinaredaçãoenão
acompanheiumjornalistaemreportagem.Dapolíticaaofutebol,dasaúdeàcultura,
trabalheieaprendinasmaisdiversascategoriasdojornalismo.
Por vezes, os jornalistas davam-me a oportunidade de ser eu a fazer as
entrevistas, sempre com eles por perto a supervisionar. Durante o meu estágio fiz
várias peças televisivas. Quando voltava de um serviço, sentava-me na redação a
2TalkingHead–Declaraçõesfeitasemtelevisãoporumadeterminadapessoa,contextualizadaspreviamentepelolançamentodopivôt.
28
escrever o meu texto e selecionar as entrevistas feitas. Por norma, os jornalistas
acabavamprimeiroeiamparaassalasdeediçãomontaraspeças,saindodeláapenas
comelasfinalizadas.Apósterminarasminhaspeças,procuravaojornalistacomquem
saí, e pedia uma correção ao meu trabalho. Este foi um processo de bastante
aprendizagem, uma vez que conseguia aproveitar todas as dicas e maneiras de
escreverquemeiamdando.Comaminhapeçacorrigida,eraaminhavezdeprocurar
um editor de imagem que estivesse disponível para assim finalmente, sonorizar e
montaraminhapeça.
As semanasdenataledeAnoNovo foramdiferentesna redação, sendoque
metadedaequipatrabalhounasemanadeNataleoutrametadenasemanadeAno
Novo. Com as equipas reduzidas, eu como estagiário trabalhei nas duas semanas
integradona redação, comexceçãodosdias 24,25e 30dedezembroenodia 1de
janeiro.
AminhaexperiênciacomoestagiárionaredaçãodaSICPortoteveumaduração
de3meses,entreosdias16deDezembrode2016a15deMarçode2016.Duranteo
meupercurso,tiveaoportunidadedesairemreportagemcomtodososjornalistasda
redação, assim como todos os repórteres de imagem. Entre muitas outras coisas,
aprendi também como se trabalha em equipa no seio de uma redação e de que a
colaboraçãoentrecolegaséfundamentalparaseobterumprodutofinalpositivo.
AfamiliarizaçãocomosoftwareENPS(TheEssentialNewsProductionSystem)
foibastanteimportante,umavezqueeraatravésdelequeficávamosapardetudoo
que sepassana SIC,querna redaçãodoPorto,querna redaçãode Lisboa,desdea
agenda,àmarcaçãodeserviços,oalinhamentodosjornais,entreoutrasfunções.Para
teracessoatodaa informaçãoSIC, foicriadaumacontaparaqueeupudesseentão
acederaosistemadaestação.Atravésdessesistema,tinhatambémomeuemailque
mepermitia comunicar comos jornalistas (sobretudoos da redaçãodoPorto), tirar
dúvidasetrocarinformaçõesquefossemrelevantesparaaelaboraçãodosdiferentes
trabalhosjornalísticos.
Nodecursodoestágio,elaboreidezasseispeçastelevisivas.Todassonorizadas
por mim, as peças dizem respeito aos seguintes assuntos: a visita o presidente da
29
república,Marcelo Rebelo de Sousa ao Porto; o assalto a uma caixa demultibanco
numafreguesiaemBraga;aleituradoacórdãodojulgamentodeumamãequematou
ofilhonorioDouro;umincêndionumbairrodoPorto;odiaseguinteaomautempo
queprovocouvárias cheiasna cidadedaMaia; osmédicosque jápodemquebraro
sigilo profissional em caso de violência domestica; a cerimonia de homenagem à
porteira,naturaldePenafiel,queajudoudezenasdepessoasnanoitedosatentados,
emParis;avendadopalacetePintoLeitenoPorto;osalunosquepoderãoficarmais
tempo nas escolas; as oficinas temáticas para os alunos do primeiro ciclo; uma
academia que treina cães sem o uso de força; a empresa dinamarquesa Lego, que
contratoutrabalhadoresportugueses;acidadedoNatal,emSantaMariadaFeira;os
preparativosparaapassagemdoanonacidadedoPorto;osucessodasvisualizações
noyoutube;eporfim,asdobragensemportuguêsdofilmeAlvineosEsquilos.
Nosúltimosdiasdoestágio,tinhaumapastacomtodasasminhaspeças,sugeri
entãoaoscoordenadores,sehaviaapossibilidadedemedeixaremusaroestúdiode
modoagravarostextospivot,ficandoassimcomumjornaltelevisivo,todofeitopor
mim,ouseja,desdeotrabalhodepivôtàsonorização.Elesparaalémdegostaremda
ideia,autorizaram-meederam-mealgumasdicasacercadotrabalhodeumpivôt.Com
aduraçãodecercade30minutos,omeutelejornalencontra-seemformatoDVD,em
anexoaesterelatóriodeestágio(Anexo22).
30
II.3Participaçãoativa
Com toda a aprendizagem ao longo dos tempos, sentia-me cada vez mais à
vontadenomeutrabalho,esintoque,decertaforma,iam-mepondoàprova.
Nodia5defevereirode2016,estavamarcadonoplanodeserviçosumserviço
paraeufazer.Onomedoserviçoera“YoutuberparódiaBenfica”,oobjetivoerafazer
umaentrevistaaumjovemquevinhaàredação.Chama-seAlexandreSantoseéum
jovemquefazvídeosparaocanaldoyoutube,efoiàSICparafalardosvídeosquefez
com os adeptos do Benfica e que foram um sucesso de visualizações. Nesse dia, a
minhafunçãofoirecebê-loefazerasperguntasqueameuver,seriamconvenientes
para ir para o ar. No fim da entrevista acabei por fazer uma visita pela redação ao
convidado.ApeçafoimontadaporumajornalistadaredaçãodeLisboa,apenastivede
colocarnosistemaosvídeosembruto,umavezqueajornalistatinhaparaacrescentar
uma entrevista idêntica à minha, mas de outro jovem. Lembro-me que a peça foi
passounoJornaldaNoitecercadeumasemanaapósaentrevista,numanoitedejogo
entreoBenficaeoPorto.
Outrasituaçãoidênticaocorreunodia3demarço,aparecianovamenteomeu
nome no plano de serviços. Nesse dia, ocorria uma reunião entre todos os
trabalhadoresdaSICPorto,ecomumaequipabastantereduzidanaredação,eutinha
de fazerumserviço. Eraa celebraçãodo246ºaniversáriodaelevaçãodePenafiel a
cidade. Incluía várias iniciativas, entre as quais a homenagemà porteira portuguesa
que ajudou a salvar dezenas de pessoas na noite dos atentados em Paris, 13 de
novembro de 2015. Margarida dos Santos Sousa, natural da freguesia de Galegos,
salvou e socorreu algumas das vitimas que fugiam à morte naquela noite, de uma
forma altruísta, heroica e de grande coragem, esquecendo que a sua própria vida
estava em risco. A cerimónia decorreunomuseumunicipal de Penafiel, juntamente
como repórter de imagem, tive de fazer entrevista àMargarida e aoPresidenteda
Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa. Na redação, partilhei informação com a
jornalistaCarlaCarvalhoeelasim,editouapeça.Apeçadaminhaautoriatambémse
encontranomeujornal,anexo22desterelatório.
31
Consideroqueopontoaltodomeuestágioaconteceunodia11demarçode
2016,quandoconseguiumaentrevistaemexclusivoparaocanalcomopresidenteda
república. Já nos últimos dias no meu estágio, o presidente da república, Marcelo
RebelodeSousavisitouacidadedoPorto,paraencerrarascerimóniasdetomadade
posse. Estavam destacadas três equipas para acompanhar o dia do presidente na
cidade,eufaziapartedeumadastrês.
QuandoopresidentesaiudointeriordacâmaramunicipaldoPorto,tinhaàsua
esperaumamultidãodepessoasparaocumprimentar.Comduasequipasnoespaço
exterior da câmara, eu e o repórter de imagem que estava comigo, fomos para a
entrada da casa do Roseiral, onde o presidente ia almoçar com o Rui Moreira,
presidente da câmara do Porto. Uma vez que o almoço era privado e osmeios de
comunicação social não tinhamacesso, tínhamos comoobjectivo captar imagensdo
carroaentrarnoportãodacasa.
Passado algum tempo, o carro vem para entrar no portão, e o presidente
MarceloRebelodeSousa,encontrava-secomovidrodocarroaberto.Deparando-me
comestasituação, ligoomicrofoneecorrode imediatoparaocarro.Conseguiuma
pequena entrevista onde o presidente me contou o que mais ouviu no meio da
multidãodepessoasàsaídadacâmaramunicipal.Paraalémdosseguranças,nolocal
apenasestavaafotografadarevistaVisão,eueooperadordecâmara,ouseja,mais
nenhumórgãodecomunicaçãosocial.Umavezquefoiumaentrevistaexclusivaeera
o“assuntododia”,foienviadadeimediatoparaaredaçãodaSICLisboa,atravésda
câmaradefilmar.AentrevistafoiparaoarduranteatardenocanalSICNotíciaseno
JornaldaNoite,daSICàhoradojantar.Aentrevistaencontra-sedisponívelnoDVDem
anexoaesterelatório,(Anexo22).
Apesardetertidoalgumasdificuldades,obalançodestestrêsmesesfoimuito
positivoeproveitoso,aprendimuito,ultrapasseibarreirasedei sempreomelhorde
mim.Consideroquefoiumamaisvaliatersidooúnicoestagiárionaredaçãodurante
estetempo.
32
CapítuloIII:Composiçãodaagendadodiaparaumjornal
televisivonaSICPorto
Comoemqualquer redação,odiana redaçãodaSICPorto começabastante
cedo.Mensalmente são atribuídos os horários de trabalho aos jornalistas, havendo
semprequem fique “emalerta”duranteanoite, casohaja algumacontecimentode
ultimahora.
A informação chega à redação através de e-mails das agências de
comunicação, telefonemasvindosdoexterior (desdedenúncias,queixasouanúncios
deeventos),agêncianoticiosas,principalmentedaLusa,eatravésdeoutrosórgãosde
comunicaçãosocial.Todososdiasdemanhã,faz-seumaleiturapelosváriosjornais,de
modoaprocurar algoquepossa interessar para fazer umapeçaou atémesmoque
tenhafalhadonaagenda.Deduasemduashoras,éfeitauma“rondatelefónica”para
todos os polícias e bombeiros da zona norte do país, de modo a estar a par das
ocorrênciasquevãoacontecendo,seéinteressanteounãoparaaelaboraçãodeuma
peçatelevisiva.
Quando a informação chega à redação, vai diretamente para a produção,
onde se confirma sempre se realmente é verdadeira ou falsa, o que por vezes
acontece. Composta por três elementos, a equipa de produção da redação da SIC
Portoinvestigatodaainformaçãodisponívelacercadedeterminadoassunto,confirma
se realmente as fontes são verdadeiras, e coloca o serviço na agendadoENPS (The
Essential News Production System). Na redação da SIC Porto, a equipa que faz a
produçãodosserviçoséamesmaquefazaagendadecadadia.
OENPSéosoftwareutilizadopelasredaçõesdaSIC.Éconsideradopormuitos
o “melhor amigo” do jornalista, é lá onde se encontra tudo o que o jornalista da
redação precisa, desde a agenda, o planeamento de serviços, até ao alinhamento
provisóriodojornal.
33
No final de cadadia, a coordenaçãoda redação, olhapara a agendadodia
seguinte,edentrodoqueencontra,selecionaasnotíciasquesãopararealizarpeçae
atribuiasequipas.
Ohábitodecadajornalistaquandochegaàredação,éabrirocomputadore
ver, através do ENPS o planning (planeamento de serviços), os serviços que estão
planeadospara fazernodia.Paraalémdosserviçosdodia,encontra-sedisponívela
constituiçãodasequipasqueestãoselecionadasparacadaserviço.Essasequipassão
compostasporumjornalistaeumrepórterdeimagem.
Comantecedêncianecessária,aequipasaidaredaçãoedirige-separaolocal
do trabalho/acontecimento. Enquanto o jornalista recolhe informação e faz as
entrevistas,cabeaorepórterdeimagem,atravésdacâmaradefilmar,captartodosos
planosassimcomoasentrevistas.Comtodoomaterialrecolhido,asequipasvoltamà
redação.Orepórterdeimagemfazoingestedosvídeos,ouseja,passaoconteúdodos
discos de gravação para o Xpri (programa de edição de vídeo), demodo a ficarem
disponíveis no sistema. Já com acesso às imagens capturadas, o jornalista vê com
atenção,ouveasentrevistasecomeçaaescreverapeça.Finalizadoesteprocesso,o
jornalista procura um editor de imagem que esteja disponível no momento, para
editarapeça.
As salas dos editores de imagem (também conhecidas como ilhas), são
compostas por um computador, vários monitores e um aparelho que permite o
contacto direto com a redação de Lisboa. Ao lado das ilhas estão os estúdios de
gravação,temumpequenoestúdiodegravaçãodeáudio,ondeosjornalistasgravam
os off’s das peças. Acompanhados pelo jornalista ao longo de todo o processo, a
edição é sempre feita em equipa. Após a edição, a peça encontra-se pronta para ir
paraoar.É inseridanosistemaondequalquerelementodaSIC temacesso, sejada
redaçãodoPortooudeLisboa.
Oalinhamentodapeçaésempredefinidopelocoordenadordojornal,queno
caso da SIC, está sempre na redação de Lisboa. Após passar no jornal, a peça fica
disponível online no site da SIC Notícias, podendo ser consultada, qualquer dia a
qualquerhora.
34
CONCLUSÃO
Hojeemdia,asredessociaissãoumrecursobastanteutilizadoparaacedera
notícias,masénatelevisãoqueosportuguesesmaisasprocuram.Devidoàevolução
tecnológicaquevivemos,aformacomosevêecomoseprocurao jornalismoestáa
mudar, havendo cada vez mais dedicação dos órgãos dos comunicação social em
explorarojornalismodeproximidade.Paraalémdeatrairamaiorpartedapopulação
que procura notícias, este tipo de jornalismo está para ficar, prova disso são os
excessosdejornalismoemdiretoqueoscanaisdeinformaçãofazem.
O presente relatório teve comoprincipais objectivos : caracterizar os valores
notícia e o jornalismo televisivo, mais precisamente o jornalismo televisivo de
proximidade; Identificar as estratégias utilizadas para captar a atenção do
telespectador;Avaliaraperceçãodopúblicorelativamenteaotrabalhojornalísticode
proximidade; e por fim, perceber todo o processo de uma peça televisiva, desde o
acontecimentoàtransmissãodapeçanatelevisão,resultadodaminhaexperiênciade
jornalistaestagiárionaredaçãodaSICPorto.
Chegandoentãoaqui,tendocomobaseaanáliseprática,adquiridaduranteo
estágionaSIC,eateórica,realizadanodecorrerdestetrabalho,chegueiàconclusão
que o jornalismo de proximidade cria uma relaçãomais próxima com a população,
umavezquetrabalhacomoobjectivodesemanterpertodoscidadãos,sendoomeio
de informação mais procurado por estes. Com os exemplos demonstrados neste
relatório através dos dois órgãos de comunicação social analisados, (SIC e Cidade
Hoje), concluo que, para além da proximidade, os portugueses também procuram
notíciassobreaatualidade.
Osprotagonistasdanotícia,aimportânciaparaumadeterminadaregiãoouaté
mesmo o facto de ser uma notícia do dia, são factores importantes para captar a
atençãodotelespetador.
AexperiênciaacumuladaaolongodoestágionaSICPortofoi,comosublinhei,
muito benéfica do ponto de vista profissional e pessoal. O contacto próximo e
35
permanente com os demais trabalhadores da estação deu-me a possibilidade de
absorverensinamentosvaliosos.
Desde os jornalistas e os repórteres de imagem, passando pelos editores de
imagem,aprodutoreseatéaostécnicos,todostinhamalgoparapartilharouensinar.
Diaapósdiaiaaperfeiçoandodetalhes,reforçandoosaspetospositivos,numprocesso
de aprendizagem contínuo. Neste contexto, a disponibilidade dos jornalistas foi um
fator importante, uma vez que se disponibilizaram para me acompanhar, para
esclarecerqualquerdúvidaquesurgisse,oquemepermitiuevoluirfavoravelmente.
Esteestágioconsolidoumaisaindaavontadedelutarporumpostodetrabalho
nestaáreaemelhorardiaapósdiaenquantoprofissionaldejornalismo.
36
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41
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DemocratizaçãodaComunicação.Janeiro2009.No8.
42
ANEXOS:
43
ANEXO1–EstatutoeditorialdaSIC
EstatutoEditorialSIC–SociedadeIndependentedeComunicação,S.A.
1. A SIC é a empresa concessionária de um canal privado de televisão, de âmbito
nacional,cujoprincipalobjectoéadifusãodeumaprogramaçãodequalidadeerigor
informativo,independentedopoderpolíticooueconómicoedequalquerdoutrinaou
ideologia.
2.ASICcompromete-searespeitarosprincípiosdeontológicosdaComunicaçãoSocial
e a ética profissional do jornalismo, e a contribuir, através da produçãonacional de
programas informativos, formativos e recreativos, para a preservação da identidade
culturaldoPaís,oqueimplicatambémdarvozàsnovascorrentesdeideiaseumestilo
inovadordeprogramação.
3. A SIC garante uma programação que se harmonize com as exigências de uma
democracia pluralista, quanto à possibilidade de expressão e confronto das diversas
correntesdeopinião,dentrodorespeitopelosprincípiosconstitucionaiselegais.
4.AinformaçãodaSICdistinguir-se-ápelasuaresponsabilidade,serenidadeeespírito
de tolerância, com exclusão de quaisquer incitamentos à prática de crimes ou à
violaçãodosdireitosfundamentais.
5. A SIC reconhece o direito de resposta a qualquer pessoa cujo bom nome e
reputaçãosepossamconsiderarafectadospor facto inverídicoouerróneoveiculado
nassuasemissões.Estedireitodeveráserexercidonascondiçõesfixadasnaleiqueo
44
regular.
6.AinformaçãodaSICprocurarácontribuirparaoesclarecimentodaopiniãopública
noque respeitaaodesenvolvimentoculturale socialdoPaís,noquadrodo respeito
pelasuaidentidadeeliberdadeepelosdireitosfundamentaisdohomem.
7. A informação da SIC será isenta e rigorosa - o que pressupõe ouvir as partes em
confronto e distinguir sempre entre notícia e opinião - e, tanto quanto possível,
dinâmica e profunda, dirigindo-se porém aomáximo universo potencial; a aplicação
casuísticadestescritérioscompeteaoDiretorde Informação,oqualterásempreem
contaorespeitopelapessoahumanaeointeressenacional.
8. O Diretor de Informação da SIC será nomeado e destituído pelo Conselho de
Administração.
9.ODiretordeInformaçãoseráumjornalistaprofissional,commaisdecincoanosde
experiência,dereconhecidaisenção,competênciaeidoneidade,capazdeasseguraro
equilíbrio de interesses entre uma informação de elevado padrão de qualidade e a
obtençãodealtosníveisdeaudiência,quegarantamarentabilidadeeconómicadaSIC,
e,porisso,asuaindependênciapolíticaecultural.
10. No exercício das suas funções, o Diretor de Informação observará as normas
deontológicasdoEstatutodoJornalistaerespeitaráacompetênciaespecíficaquealei
fixaraoConselhodeRedação.
45
ANEXO2–EstatutoeditorialdaSICNotícias
EstatutoEditorialSICNotícias
1.ASICNotíciaséumserviçodeprogramas,deâmbitonacional,cujoprincipalobjecto
éadifusãodeumaprogramaçãodequalidadee rigor informativo, independentedo
poderpolíticooueconómicoedequalquerdoutrinaouideologia.
2. A SIC Notícias compromete-se a respeitar os princípios deontológicos da
Comunicação Social e a ética profissional do jornalismo, e a contribuir, através da
produção nacional de programas informativos para a preservação da identidade
culturaldoPaís,oqueimplicatambémdarvozàsnovascorrentesdeideiaseumestilo
inovadordeprogramação.
3.ASICNotíciasgaranteumainformaçãoeumaprogramaçãoqueseharmonizemcom
as exigências de uma democracia pluralista, quanto à possibilidade de expressão e
confronto das diversas correntes de opinião, dentro do respeito pelos princípios
constitucionaiselegais.
4.AinformaçãodaSICNotíciasdistinguir-se-ápelasuaresponsabilidade,serenidadee
espíritodetolerância,comexclusãodequaisquerincitamentosàpráticadecrimesou
àviolaçãodosdireitosfundamentais.
5.ASICNotíciasreconheceodireitoderespostaaqualquerpessoacujobom-nomee
reputaçãosepossamconsiderarafectadospor facto inverídicoouerróneoveiculado
nassuasemissões.Estedireitodeveráserexercidonascondiçõesfixadasnaleiqueo
46
regular.
6.AinformaçãodaSICNotíciasprocurarácontribuirparaoesclarecimentodaopinião
públicanoque respeitaaodesenvolvimentosocial,económicoeculturaldoPaís,no
quadrodorespeitopelasua identidadee liberdadeepelosdireitosfundamentaisdo
homem.
7.AinformaçãodaSICNotíciasseráisentaerigorosa-oquepressupõeouviraspartes
emconfrontoedistinguir sempreentrenotícia eopinião - e, tantoquantopossível,
dinâmica e profunda, dirigindo-se porém aomáximo universo potencial; a aplicação
casuísticadestescritérioscompeteaoDiretor,oqualterásempreemcontaorespeito
pelapessoahumanaeointeressenacional.
8. O Diretor da SIC Notícias será nomeado e destituído pelo Conselho de
Administração.
9.ODiretordaSICNotíciasseráumjornalistaprofissional,commaisdecincoanosde
experiência,dereconhecidaisenção,competênciaeidoneidade,capazdeasseguraro
equilíbrio de interesses entre uma informação de elevado padrão de qualidade e a
obtençãodealtosníveisdeaudiência,quegarantamarentabilidadeeconómicadaSIC
Notícias,e,porisso,asuaindependênciapolíticaecultural.
10. No exercício das suas funções, o Diretor da SIC Notícias observará as normas
deontológicasdoEstatutodoJornalistaerespeitaráacompetênciaespecíficaquealei
fixaraoConselhodeRedação.
47
ANEXO3–EntrevistacomajornalistaCatarinaFolhadela
HáquantotempoéjornalistanaSIC?Qualoseupercurso?
Sou jornalista na SIC desde 2001. Estive um ano na SIC Porto, seguido de outro na
delegaçãodaSICemBraga.Em2003saí,parachefiarodepartamentodeassessoriae
relações públicas do Sheraton Porto Hotel & Spa. Regressei à SIC em 2005, como
jornalista da redação do Porto. Era ocasionalmente chamada para ajudar na
coordenação, (estive seis meses a substituir a Lúcia Gonçalves, que na altura era
coordenadoraadjunta,quandoelaestevedebaixa).Emmaiode2016assumiafunção
de coordenadora adjunta na redação do Porto, após a saída do LuísMarçal para a
redaçãodeLisboa.
Quais os valores notícia para a composiçãodeumalinhamentona redaçãoda SIC
Porto?
Primeirovamosperceberumacoisa,apartedoalinhamentodojornal,ouseja,aquilo
que vai para o ar infelizmente foge das mãos da redação da SIC Porto. Nós
contribuímos para “encher”, digamos assim, um bolo maior que é tudo aquilo que
pode entrar dentro de um jornal, mas depois o alinhamento do jornal é feito
exclusivamentepelocoordenadordessejornalquenestecasoestáemLisboa.
Em relação aos valores notícia daquilo que é o trabalho da SIC Porto, no fundo são
aquelesquesãoconsideradosnormais.Éaatualidadeporumlado,a importânciade
umassuntoparaaregião,achoquenocasodaSICPortoeumavezquesomosuma
delegação, faz muito sentido não só a importância a nível nacional mas também a
importânciaanívelregional.HácoisasquesecalharnãodizemmuitorespeitoaLisboa
masqueparaoPortosãomesmomuitoimportanteseissotambéméumfatorater
em conta. A atualidade como referi há pouco, a importância do assunto, a
proximidade,temosdejogarumpoucocomisso.SeforumserviçoemTrás-os-Montes
48
secalharpensamosduasvezessevaleráapenafazerounão.Porúltimo,epormuito
quemecuste,tambémasaudiências,aquiloquevaidaraaudiênciaaojornal.
Comosedecideoqueérelevantenodia?
Háumacoisaquetemosdetersempreemcontaqueéaequipaquetemosdisponível
nessedia.Porexemplo,hojeéumasegunda-feirabastantecomplicada,umavezque
ontem tivemos jogo da seleção nacional aqui no Porto e tivemos várias equipas de
manhãànoiteafazeracoberturaemvoltadaseleçãonacional,portantoestámuita
gente de folga. Na escolha damarcação de serviços do dia de hoje, fuimuitomais
seletivadoquenoutrosdias,sabiaquesótinhatrêsequipasparatrabalhar,nestecaso
os critérios apertam. Aquilo que eu fiz foi ligar de imediato para Lisboa e dizer:
“atenção que hoje só temos três equipas a trabalhar sendo que duas delas já têm
serviçosmarcados,umaparaaGrandeReportagemeoutraparaoOpiniãoPúblicaàs
onze da manhã. Como há pouca gente disponível, vamos fazer o que é mesmo
importante”,nestecasooptamospelahistóriadocarrossel(umacidentequeocorreu
ontem em Matosinhos e faleceu um jovem), precisamente por uma questão de
atualidade,optamosporumaoutranotíciaquetambémnãopodemoscontornarque
era o Nuno Espírito Santo como treinador do Futebol Clube do Porto, e ainda
conseguimosirfazerumaterceira,quefoiquaseummilagre,umaexplosãoqueestáa
serinvestigadapelapolíciajudiciáriaemVilaNovadeFamalicão.
Portanto,comoéquenósescolhemosisto?Porumladover“quantosovostemospara
fazerasomeletas”,ouseja,verquantaspessoastemosatrabalharedepoisvamosao
nossoserviçodeagendaevemosoqueláestá.Paraalémdaagendatambémtemos
sempre pessoas que nos contactam diretamente através de e-mail e através de
telefone, também gerimos isso e tentamos perceber dentro de uma lógica da
atualidade.Porexemplo,atualmente fala-semuitodoscolégiosprivados, seeu tiver
algumanotíciamaisrelacionadacomaeducação,secalharaté“puxo”umbocadopor
elaetentofazerjá,umavezqueestárelacionadocomaquiloqueéojornal.
49
Oquesedecideseérealmenterelevanteéumbocadoisso,éperceberexatamenteo
queéquepodemosfazer,qualéanotíciadodia,essanotícianuncapodefalhar,ese
tivermos“maispanoparamangas”,olharumbocadoparaoqueestáaser feitoem
Lisboaearranjar-mospeçasquepossam“casar”comessas.
Durante omeu estágio cá na redação da SIC Porto, acompanhei um serviço a um
incêndionoPortoetambémumassaltoaumacaixademultibancoemBragaeessas
peças tiveramdestaquenoPrimeiro Jornale tambémno JornaldaNoite.Aminha
questãoé,porqueéqueestesserviçosmereceramdestaquenojornal,umavezque
incêndios e assaltos há todos os dias e nem todos têm a importância que estes
tiveram.
Háaquiduaspartes.Umapartequeéquandosemandasaltaraequipa,essasomos
nós SIC Porto que tratamos, olhando para um incêndio quando é que nós fazemos
avançarumaequipaounão,eaípodehavermuitosfatores.Aindaestesábadoestive
numincêndioaquinazonadocentrodoPortoquenãoeragrandecoisa,massendona
baixadoPortoecorrendooriscodesepropagaraosprédiosantigosao lado,fomos
para lá precisamente por isso. Temos de ter em atenção a existência de feridos,
existênciademorteseexistênciadedesalojados.Nocasodosassaltos,terematenção
seháreféns,usodearmadefogo,otipodeviolênciadoassalto,entreoutrosfatores.
Isto é o quenos faz saltar paraum incêndioouparaumassalto e paraoutros não.
Depoisháapartedodestaquequeédadonojornaleeuachoquemuitasvezesisso
temavercomorestodoalinhamento,ouseja,seesseassaltoaconteceunumdiaem
queaténãotemosnadademuitoespecial,porvezesatépodeterdireitoapromoção
no jornal e a um lugarmais acima no alinhamento, se é um dia em que hámuitas
notícias,esseassaltopodeficar“perdidinho” lánofundodojornaleninguémlhedá
importância,podendoporvezesnãoirparaoar.
50
Quaisoscritériosquefazemcomquealgosejanotícia?
Temumpoucoavercomoquereferiinicialmente.Éaatualidade,ofactodeseruma
notíciadodia,aimportânciaparaaregiãoeàsvezesatéosprópriosprotagonistas.Há
uma coisa que até pode não ser muito importante se estiver lá o “zé povinho”,
(desculpa-meaexpressão),masseforoMarceloRebelodeSousaqueestálápresente
jápassaasernotícia.Querocomistodizerqueos intervenientesdanotíciatambém
contam.
Ojornalismodosoutroscanaisproduzalgumrealinhamentonos jornais televisivos
daSIC?
Claro que sim. Aqui na redação do Porto não, mas na redação em Lisboa, o
coordenadorestáatentoatudooquesepassanaSICeaomesmotempoestáavero
jornaldosoutroscanais.Hásempreumatendênciaparaveroqueaconcorrênciaestá
a fazer e irmosumbocadoatrás, não sónoalinhamentodo jornal,masmesmoem
termodetipodepeçasquesefazem.Éumbocadocomplicadomasnós,SIC,somos
umatelevisãoprivada,precisamosdedinheiro,precisamosdeaudiênciaseprecisamos
depessoasa fazerpublicidadenonossocanal.Portantoaverdadeéque,pormuito
quemecuste,senóspercebemosqueodesportoestáadargrandesaudiênciasnoutro
canal, nós vamos começar a apostar mais no desporto, é o que tem acontecido
ultimamente aos fins de semana. Nós ontem tivemos uma operação da Seleção
Nacional,umjogoparticularquenãotemimportâncianenhuma,quenoanopassada
teríamos mandado uma, máximo duas equipas para o estádio, fazíamos talvez um
diretoantesdojogo,umdiretonofim,aconferênciadeimprensaeazonamista,enós
ontem, estivemos lá desde manhã, o primeiro direto foi às dez da manhã, depois
fizemosoutrodiretoaomeiodia,voltamosafazeràuma,àsduas,àstrês,àsquatro,
àscinco,àsseis,àssete,acabouàsoitoquandoojogofinalmentecomeçouedepois
concluímoscomaconferênciadeimprensa.Percebemosqueofuteboldáaudiênciase
assim“agarramos”aspessoas.Portantosim,istomudatudo.Oalinhamentodojornal
émóvel,ouseja,ocoordenadordojornalpodemudaraordemdeentradadaspeças
semprequequiser.
51
Parafinalizar,qualoprocessodeumapeçaatéirparaoar?
NóstemosváriasformasdeinformaçãoaentraraquinaredaçãodaSICPorto.Aquilo
queacontecemuitohojeemdiaéquetemos imensasagênciasdecomunicaçãoque
nos“metralham”comtelefonemasecome-mails, temosaagênciaLusa,queéuma
agênciadeinformação,temososoutrosórgãosdecomunicaçãosocial,equandofalo
de outros órgãos não estou só a falar de televisão. É verdade que todos os dias de
manhãsefazuma“ronda”pelosváriosjornaisparaveroqueéqueelestêmquenos
possainteressarouatémesmoquenostenhafalhado,asprópriaspessoasqueligam
paracáequenosvãodandonotíciasea“rondatelefónica”quefazemospelospolícias
epelosbombeiros.
Depois de chegar à agenda é “filtrado” pelas nossas colegas da produção, aqui na
redação do Porto fazemprodução e agenda.Nem toda a informação que chega vai
diretamente para a agenda em termos de programaque temos no ENPS (Electronic
NewsProductionSystem),queéoprogramainformáticoquenósutilizamos.Portanto
elasfazemumaprimeira“filtragem”ecolocamnaagendadoENPS,aquiloquehápara
os vários dias. No dia anterior de cada serviço, geralmente ao final da tarde, a
coordenaçãoolhaparaaagendadodiaseguinteedentrodaquiloqueláestá,fazuma
segunda“filtragem”epassaparaoplanningdodiaseguinte(éoquenósplaneamos
fazer,umaespéciedeplaneamento),osserviçosqueachamosquepodemosfazer.São
atribuídasequipas,compostasporumjornalistaeumrepórterde imagem,saemem
reportagemrecolhendoinformação,entrevistaseimagens.Quandoregressam,editam
apeçajuntamentecomumeditordeimagemnassalasdeedição,apeçaéinseridano
sistemaeentretantovaiparaoar,semprenolugarondeocoordenadordaredaçãode
Lisboadecidir.
52
ANEXO4–EntrevistacomajornalistaMariaJoãoPaes
HáquantotempoéjornalistanarádioCidadeHoje?Qualoseupercurso?
Aos14anos,omeuhobbieerafazerrádiopirata,enquantoosmeusamigosiamparao
ginásioeparaofutebol,euiaparaarádio.Fizo12ºanoeentreiembiomédicas,mas
desistiequisseguirciênciasdacomunicação.Naalturaexistiaaquinazonanorteum
único curso de ciências de comunicação que era na escola superior de jornalismo.
Como era uma escola privada, bastante cara, não tive possibilidade de frequentar.
Entretantoforamlegalizadasasrádioslocaiseeuvimparacá.Vimcáfazerunstestese
fiquei, isto há 26 anos. Fui-me adaptando ao jornalismo, fui aprendendo a escrever
para rádio,comocuriosa,ouseja,nãotivenenhumaformaçãomas fuipesquizando.
Cánarádio,soujornalistaeanimadoraderádio.
QualotipodejornalismodojornalCidadeHoje?
Nósprocuramossemprefazerumjornalismodeproximidade.Arádiolocaléporsisó
muitopróximadaspessoasesóassiméqueresulta.Temosas rádiosnacionaiscom
assuntos bastante abrangentes, mas não focam os assuntos locais, não focam o
assuntodarua,nãofocaoassuntodafreguesia,enemtêmcapacidadeparaisso.Além
dapartedaprogramaçãodasrádioslocaisqueémuitopróxima,ainformaçãotambém
émuitopróximadequemestáouvir,eporissoéqueexistemefazemsentidoexistir.
Porvezesoqueéditoébemdiferentedoqueéescrito,earádioporvezesconsegue
chegarmaisrápido,chegarnahora,easpessoasouvempelavozdaspessoasaquilo
quepretendem,enquantonojornalissonãoacontece.
QuemprocuraarádioCidadeHojeequaisaslocalidadesqueeleabrange?
Essencialmente as pessoas da região, não digo tanto do concelho, mas da região,
abrange tambémas regiões vizinhas.Aspessoas têmmuita curiosidadeem saber, e
53
gostamdesesentirpróximos.Lembro-medeouviraspessoasadizerque“arádiovai
acabarcomojornal”, issonãoaconteceu.Nãoaconteceuporquecadaumocupaum
papel. Quando a televisão apareceu diziam que “ia acabar com a rádio”, e não
aconteceu. Vão existindo formas novas e as pessoas adaptam-se e têm espírito de
procuraras várias formasde comunicação.O serhumanoconsegueajustar todasas
formasdecomunicaraolongododia,econsegueresultarparatodos.
Qualafaixaetáriadaspessoasqueprocuramestarádio?
Eusintoquearádioabrangetodasasfaixasetárias.Eutenhoasensaçãoquetantoos
jovens, como os adultos, como os seniores, estão cada vez mais sozinhos. Falam
pouco,comunicampoucoverbalmenteunscomosoutros,esentemanecessidadede
ouviralguémdo“outro lado”.Eusinto isso,muitagente jovemouvea rádio local já
porsentimentosdesolidão,etêmmaisfacilidadedeestarpresente,falareparticipar.
Temoscadavezmaispessoasaparticiparatravésdechamadanosprogramasaolongo
dodia,detodasasfaixasetárias.Cadavezmaisaspessoastêmnecessidadedesabero
queseestáapassarnazonaonderesidem.
54
ANEXO5–EntrevistacomojornalistaRuiLima
HáquantotempoéjornalistanojornalCidadeHoje?Qualoseupercurso?
Soujornalistacánacasahácercadevinteecincoanos.Noinícioentreiaquiatravésde
um programa do instituto de emprego e formação profissional, entrei como
colaborador,nofimdoperíodododesseprograma,passeiaredatordo jornal,cerca
dedoisanosmaistarde,eatualmentesouchefederedação.
QualotipodejornalismodojornalCidadeHoje?
OjornalCidadeHojeprocuraserumjornalgeneralista,umjornalquepromoveobom
e o bem que se faz neste concelho (Vila Nova de Famalicão), procuramos fazer um
jornalismodeproximidade,sendoessaa razãodanossaexistência,emboraestamos
como um jornal regional,mas somos essencialmente um jornal para o concelho de
Famalicão. Procuramos em cada edição semanal contar o que de mais importante
aconteceunoconcelho,nuncaesquecendoaquiloqueacontecenasfreguesias.Nãosó
peloaspectodeproximidademastambémparaqueaspessoasseidentifiquemcomo
nosso jornal. Sendo este jornal um jornal de assinatura e com jornais gratuitos na
cidade,temosdeteressaproximidadeparaqueaspessoasmantenhamaassinatura
dojornal,ouqueeventualmentesepossamtornarassinantes.Seaspessoasnãovirem
naspáginasdojornalasnotíciasdassuasfreguesias,aspessoasnãoprocuramojornal.
Temos de ter esse cuidado, o que nem sempre é fácil devido aos poucos recursos
humanosquetemos.Pequenostemascomoaparóquia,assembleiadefreguesiasou
atémesmoreuniãodecatequistas,tudoistocabenojornalCidadeHoje.Depoistemos
grandes temas que certamente interessam a tua a comunidade de Vila Nova de
Famalicão.
55
QuemprocuraojornalCidadeHoje?
Não consigo estabelecer uma faixa etáriamas penso que toda a gente se interessa
pelojornal.Vamospercebendoqueháumafaixaetária,talvezparaládostrintaanos,
queaindatêmhábitosdeleituraeprocuramnãosóojornalCidadeHojecomooutros.
Lamentavelmente, osmais novos têm cada vezmenos hábitos de leitura, acabando
porseafastaremdosacontecimentos“daterra”,mastemosoobjectivodeprocurar
semprenovospúblicos,novosleitores.
SendooCidadeHojeumjornaldeProximidade,conseguedizerquaisaslocalidades
queeleabrange?
NósabrangemostodooconcelhodeFamalicão,vamosvalendodas informaçõesque
nos chegam através das associações, e para além disso, desenvolvemos todo o
trabalho jornalístico que é possível desenvolver com apenas os dois jornalistas que
trabalhamnestejornal.Porvezesatépodemospensarque“aquelainformação”pode
não ter grande importância, mas é sempre importante para as pessoas “daquela”
freguesia, e se as pessoas enviam notícias para cá, (coisa que acontece
frequentemente),éporquequeremler,queremveranotíciapublicada,portantonós
fazemosessetrabalhodepublicartodasessasnotícias,sabendoquealgumas“afetam”
apenasumdeterminadonúmerodepessoas,massabemosqueoutraschegamauma
grandecomunidade.Tudooquerecebemostentamospublicarparaqueaspessoasde
factoserevejamnonossojornal.
ComoéfinanciadoojornalCidadeHoje?
É financiado através das assinaturas semanais e através da publicidade. Os tempos
atuaissãodifíceis,apesardevivermosnumconcelhoeconomicamenteforte,sabemos
que temos grandes empresas vizinhas que não procuram osmeios de comunicação
social para a sua divulgação. São muito poucas as empresas que apostam em
campanhas publicitárias. Temos a publicidade que vai sendo angariada através do
nosso departamento demarketing. A meu ver, nós somos uma mais valia para o
56
concelho, semana após semana vamos dando conta, através deste jornal, do que é
maisimportanteparaoconcelho.
Parafinalizar,estejornaltemconcorrênciadireta?
Sim, temmuita concorrência direta no concelho de Famalicão. Há vários jornais no
concelho,doisquesãodedistribuiçãogratuita,desde logoéumgrande“rival”para
umjornaldeassinatura.Aspessoassabendoquehájornaiscompletamentegratuitos,
porquehaverãodeestarapagarporumjornal?Háumacertezaquetemos,osnossos
assinantes lêemo jornal, ninguémpaga por um produto que não usufrui. O grande
problema desta concorrência direta é que infelizmente os jornais são todos muito
idênticos, as notícias são praticamente as mesmas, uma vez que muita informação
vem diretamente da Câmara Municipal. As pessoas que ligam para cá, certamente
também ligamparaoutros jornais,masclaroqueprocuramossempre terconteúdos
exclusivos,queratravésdereportagens,espaçosdeopiniãoouatémesmoentrevistas.
57
ANEXO6–MarcelonoPorto
PIVÔT:
Noúltimodiadascerimóniasdetomadadeposse,MarceloRebelodeSousavoltoua
quebraroprotocolo e adificultar o trabalhodos seguranças. Estamanhã, noPorto,
depoisdeumencontrocomRuiMoreira,oPresidentedaRepúblicadistribuiuabraços
pelamultidão.
Peça:
Off1:
Amultidão chamavaeMarcelo respondia. Foiumadorde cabeçaparaospolícias e
seguranças,masumaalegriaparaquemesperavaverdepertoopresidente.Àsaídada
câmara do Porto,Marcelo voltou a quebrar o protocolo e decidiu cumprimentar as
centenas de pessoas que aguardavam para ver de perto o novo Presidente da
República.
Entrevistado1:
Fui ali tomar um cafezinho, vi aqui tanta gente e eu disse: “olha deve ir ali omeu
amigo”
Entrevistado2:
EleveioaoNorte,eleconhece-nos,osdeLisboanãonosconhecem.
Entrevistado3:
58
Euvouabraça-lo,vou-lhedarumbeijinho,umabeijocagrande.
Off2:
Àentradada casadoRoseiral, ondealmoçoucomopresidenteda câmara,Marcelo
confessou,emexclusivoàSIC,queestareceçãosuperouasexpectativas.
Entrevistado4–MarceloRebelodeSousa
Muitocalorosa,muitoamiga,muitoempática,temsidosensacional.
Jornalista:
Oqueéquemaislhedisseramnomeiodaquelamultidão?
Entrevistado4–MarceloRebelodeSousa
Coisasmuitodiferentes.NãoseesqueçadoPorto,nãoseesqueçadoNorte,puxepor
Portugal,palavrastodasdemuitaesperança.Euachoqueháumaondadeesperança
emPortugaleissoémuitopositivo.
Off3:
DuranteatardehouveaindaumpasseiopelosJardinsdoPaláciodeCristal,antesdese
dirigirparaobairrodoCerco.
MarceloRebelodeSousaencerraassimnoPorto,ascerimóniasdetomadadeposse.
59
ANEXO7–Assaltoacaixamultibanco
PIVÔT:
Trêshomens foramsurpreendidospelaGNR,quando tentavamassaltarum terminal
demultibanco,nalocalidadedeCabanelasemBraga.
Umdosassaltantesfoidetidoeserápresenteestatardeemtribunal.
Peça:
Off1:
UmamovimentaçãoanormalnointeriordoedifícodajuntadefreguesiadeCabanelas
chamouàatençãoumapatrulhadaGNR,jápassavamdastrêsemeiadamanhã.
Pelomenos3indivíduostentaramassaltarestacaixamultibancoquefoiinauguradahá
apenasumasemana.
Quandoosmilitaresseaproximaram,osassaltantes fugiram.Duranteaperseguição,
tentaramimobilizaroveículodaGuardaNacionalRepublicana.
Entrevistado1:
Duranteestepercursohouvelançamentodediversosobjetosutilizadosemfurtosde
máquinas de tabaco nomeadamente, botijas de gás, máscaras, ferros, entre outros
objetos,contraaviaturadaGNReparaaberma,nosentidodesimularessesmesmos.
Off2:
Ostrêsassaltantesemfuganestecarro,resolveramdepoismetermarchaatrás.
60
Entrevistado1:
Duranteafuga,aviaturaqueestavaemfugaparouerealizoumarchaatrás,nosentido
de danificar a nossa viatura de forma a não poder andar. A viatura manteve-se
operacionalparacontinuaroseguimentoàviaturaemfuga.
Off3:
Duranteaperseguiçãoocarrodosassaltantesdespistou-se.
Um dos homens foi detido e os outros dois conseguiram escapar. Segundo a GNR
trata-sedoantigoGanguedasPicaretas,umgrupoconsideradoviolento.
61
ANEXO8–AcórdãomãeatiroufilhoaoRioDouro
PIVÔT:
Foicondenadaa8anose3meses,umamulherquehá6anosatirouofilhoparaoRio
Douro.Otribunalcondenou-aporhomicídiosimples.Adefesavairecorrer.
Peça:
Off1:
O coletivode juízes considerouqueAnabela Fernandesquismataro filhoquandoo
levou ao cais do Rio Douro. A mãe confessou que tinha intenção de se matar
juntamentecomofilhodevidoàsdoençasdomenor.
Aotribunalaarguidadizqueperdeuacoragemequeaquedafoiumacidente.
Acriançanãosabianadareacaboupormorrer.
Em2013,Anabela foi condenadaapenasuspensaporhomicídiocomdoloeventual,
agoraenfrenta8anose3mesesdeprisãoporhomicídiosimples.
Entrevistado1:
Seis juízes entenderam que a pena devia ser suspensa, o coletivo de juízes desta
decisãododiadehoje,entendeuquetalodeviasucederefoicondenadaaumapena
superior.Vamosponderarevamosanalisaroacórdão.
Off2:
A mulher de 40 anos que entretanto teve outro filho, trabalha e tem
acompanhamentomédicodevidoaohistóricodedepressões.
62
Entrevistado1:
“Elateve,comohápoucoreferi,econtinuaatertratamentopsiquiátricoepsicológico
deduasentidadespúblicaseumaprivada,queéapsicólogaprivadadela.”
Off3:
24horasdepoisdocrime,amãefoiencontradaporcanoístasjuntoàponteD.Luís.
Ocorpodomeninofoiencontradonodiaseguinte.OcasoaconteceuemOutubrode
2009.
63
ANEXO9–IncêndionoPorto
PIVÔT:
Três pessoas ficaram desalojadas, depois do incendio desta tarde no bairro das
ConduminhasnoPorto.
Peça:
Off:1
Oalertafoidadopertodas2datarde,enolocalestiveramosbombeirosSapadoresdo
Porto.Atéaomomentosãodesconhecidasascausasdosinistro.Oedifíciofoitomado
pelaschamaseficouinabitável.
Oincêndiotambémprovocoudanosnacasacontígua.
Aproteçãocivilaindaestáaavaliarosestragosevaiprovidenciarorealojamentodos
moradores.
64
ANEXO10–DayaftercheiasMaia
PIVÔT:
AcidadedaMaiafoiumadaszonasmaisatingidaspelomautempodopassadofimde
semana.Odiadehojeédelimpezaseavaliaçãodosprejuízos.
Peça:
Off:1:
Depoisdeumfimdesemanamarcadopelomautempo,achuvaintensadeutréguas
paraprocederàslimpezas.
Entrevistado1:
Agoraélimparoqueveiopelorio,paus,plásticos,issoéqueépior.Oscotonetesque
vêmparaosaneamentotambéméterrível.
Off2:
AsubidadocaudaldoRioLeçainundouestebaremAlfena.
Entrevistado2:
As máquinas estavam todas, como podemos ver, as arcas, as máquinas, está tudo
submerso. Não podemos ligar até ver porque não sabemos o estado em que elas
estão.Tudooqueestáládentroéclaroqueestátudoestragado,agoraoresto...
65
Off3:
Nanacional107,ocentrocomercialMaiaJardim,queontemacabouporserevacuado
e encerrado, abriu esta manhã. A extração da água que inundou o parque de
estacionamentoaindacontinua.
Off4:VIVO
AMaiafoiumadascidadesafetadaspelomautempodopassadofimdesemana.Os
próximosdiassãoparaavaliarosestragoseprocederàs limpezas.RicardoCruzcom
imagemdeNunoSantiago,SIC.
66
ANEXO11–Sigilomédico
PIVÔT:
Os médicos já podem quebrar o sigilo profissional em situações de violência
doméstica.Aordemdosmédicosemitiuumpareceremqueincentivaosprofissionais
aquebraremosigilonestescasosespecíficos.
Peça:
Off1:
Osmédicosestãoaserincentivadosadenunciarcasosdeviolênciadomésticamesmo
queavítimanãoautorize,edesdequeasuaintegridadefísicaestejaemrisco.
Entrevistado1:
Quandonósestamosa falardesituaçõesdestegénero,estamosa falardesituações
limite,nãoestamosafalardesituaçõeslevesporqueassituaçõesleveshabitualmente
nãosãoalvodedenúncia.Podemacontecerdealgumaforma,enestescasosaordem
temumarespostaextraordinariamenterápida.
Off2:
A ordem dosmédicos publicou um parecer jurídico em que explica como é que os
médicospodemquebrarosigiloprofissionalemsituaçõesdeviolênciadomésticasem
correroriscodeprocessosdisciplinaresejudiciais.
Entrevistado1:
67
Pedir autorização ao bastonário para o poder fazer, e o bastonário da ordem dos
médicos nestas circunstâncias, em que estão em causa crimes, costuma autorizar
sempre, e isto protege os médicos, por um lado de não estarem eventualmente a
cumpriraquiloqueéo seucódigodeontológicoaonãoguardaro sigiloprofissional,
masporoutro lado, cumpremaquiloqueéuma função importantequeosmédicos
têmtambémnasociedadecivil,queédenunciaraspessoasqueestãoa seralvode
maustratos.
Off3:
Aassociaçãodeapoioàvitimaeauniãodemulheresalternativaerespostaaplaudem
estamedida.
Entrevistado2:
Éimportantetambémterematençãoasegurançadavítimaantesdefazeradenúncia,
masnãodevem ter receiode fazer essadenúncia, quando issoé importantepara a
segurançadaquela vítimaeparaa suaproteção. Émuito importantequeo façame
quenãotenhamreceiodeofazer.
Off4:
Ainda não há dados relativamente ao ano de 2015, mas em 2014, quarenta e três
mulheresmorreramvítimasdemaustratos.
68
ANEXO12–Sessãoporteirahomenageada
PIVÔT:
Aporteiraportuguesaqueajudouasalvardezenasdepessoasnanoitedosatentados
deparis,emnovembropassado,foihojehomenageadaemPenafiel,asuaterranatal.
AindaestamanhãMargaridadosSantosSousadiziaàSIC,quenãoseconsiderauma
heroínaequefezapenasomelhorquepode.
Peça:
Off1:
Nervosaebastanteemocionada,foiassimqueMargaridadosSantosSousarecebeua
medalhademéritomunicipaldouradadePenafielestaquintafeira.
Nanoitede13deNovembrode2015,aporteiraabriuasportasdesuacasaadezenas
depessoasquefugiamdosterroristas.
Entrevistado1:
Horrível.Unscombalasnosbraços,etiveumajovemde26anosquetinhaduasbalas
nas costas, tivemosdeadeitar logonomeu sofá,queela jánãopodiaandar,onde
prestamostodaaatenção.Claroquefoihorrívelporqueerasangueportodososlados,
agentejánãosabiaparaqueladosevirar.
Off2:
Natural deGalegos - Penafiel,Margarida viu reconhecido comestamedalhaumato
heroicoquepermitiusalvaravidaadezenasdepessoasqueassistiamaoconcertona
casadeespetáculosBataclam,emParis.
69
Maisde80pessoasperderamavida,mesmoaoladodoprédioondemora.
Entrevistado2:
Acidadedecidiuprestar-lhehomenagemereconheceresseatoheroico,essabravura,
essasolidariedadeperanteumquadrodehorror.
Off3:
Margarida aceita nesta data a homenagem da terra onde nasceu, sem considerar a
possibilidadededeixarParis,cidadeondevivehá36anos.
Entrevistado1:
Pronto,agente tevemedo, foiumhorrorquevivemosmasnão.Vamoscontinuara
viver.Euachoqueoqueterádeser,será.
Off4:
Pelo menos 130 pessoas morreram nos atentados de 13 de Novembro, numa das
noitesmais negras daquela que omundo conhece como a cidade luz, e que fez da
porteiraumaheroína.
Entrevistado1:
Não, heroína não. Sou considerada uma pessoa que ajudou, e que tentei fazer o
melhorquepude,masheroínanão.Nãoénecessário chegar-mosaesseponto, sou
Margarida,aMargaridaqueeraecontinuareiasersempreamesma.
70
ANEXO13–CâmaravendepalacetePintoLeite
PIVÔT:
Oex-seleccionadornacionalAntónioOliveiraeumcolecionadordeartesão,apartir
deagora,osnovosdonosdoPalacetePintoLeite,noPorto.
ACâmaravendeuoedifícioemhastapúblicapor1milhão643mileuros.Umpreço
bastanteinferioraoquetinhaprevistoem2014.
Peça:
Off1:
Durantedoisanosmuitosefalousobreeventuaiscompradoresparaestepalacete.No
dia da venda, apareceram dois interessados e a ansiedade não durou mais de 10
minutos.Algumaslicitaçõeseestavafechadoonegócio,concretizandoumsonho.
Entrevistado1:
Em2014comeceiavircáaolocalvisitar,tinhaumamágicaeossonhosconcretizam-
se.
Off2:
Este sonho teveumpreço, custou1milhãoe 643mil euros. É agorauma realidade
partilhada em partes iguais por AntónioMoutinho Cardoso, colecionador de arte e
António Oliveira, mais mediático pelo percurso no futebol, mas também ele
colecionadordearte.
71
Entrevistado1:
EstaparceriacomoAntónioOliveira julgoquevaiserumprojetosustentávelparao
futuro.Hásinergiasmútuasquepodemproporcionarumprojetomuitointeressante.
Off3:
Queprojetoéesse,équeaindanãosesabe.
Entrevistado1:
Compramosontemacasa,émuitocedoparaestaradiantaroquevamosfazer,mas
temosmuitasideias.
Off4:
Estas ideias têmobrigatoriamentede estar ligadas à cultura e à arte. Inicialmente a
CâmaradoPortotinhaprevistovenderopalaceteemhastapúblicapelovalorbasede
2milhõesemeiodeeuros.Acabouporfazerumdescontodequaseummilhãodesde
que fosse instaladoumequipamento cultural neste edifício que já temmais de 150
anos.
72
ANEXO14–Alunosficamodiainteironaescola
PIVÔT:
Os alunos até ao 9º ano vão poder ficar o dia inteiro na escola com atividades
extracurriculares. É uma medida que está a ser estudada pelo governo de António
Costa.
Peça:
Off1:
Ogovernoqueralargarohorárioescolardosalunosatéao9ºano.Aideiaéqueestes
alunos possam ficar na escola desde as oito emeia damanhã até às sete horas da
tarde.Estamedidajáexisteno1ºciclo.
Entrevistado1:
Osalunosdoprimeirociclo,dosseisaosdezanos,estetipodeatividades,ascâmaras
municipaiscomasescolasjáasoferecem.Aoníveldasescolasdoquintoaononoanos,
não acontece. O projeto aponta para essa faixa etária de alunos, dos dez aos
catorze/quinze,mastemdeseralgotrabalhadoporqueéalgoinovadornonossopaís.
Off2:
AnotíciaavançadapeloDiáriodeNotíciastemporbaseoprogramadeGovernodoPS
edasGrandesOpçõesdoPlanoparaalegislaturade2016/2019.
Ainda não se sabe como esta oferta vai funcionar, embora o presidente da
ConfederaçãoNacionaldasAssociaçõesdePais, JorgeAscensão, consideraestauma
medidanecessária.
73
Entrevistado2:
Se esta resposta vier a ser gratuita ou com comparticipação de um valor muito
simbólico, simparece-nosqueénecessáriaeportantoesperamosquehajade facto
essapossibilidadedepermitiràsfamíliasestetipoderesposta.”
Off3:
O esforço financeiro ainda não foi calculado, uma vez que o alargamento das
atividades extracurriculares ainda não começou a ser negociado pelo ministério da
Educação.
Entrevistado1:
Sevamosdarmais inglês,maisportuguês,maismatemática,euachoqueestamosa
perder tempo. Estes alunos em atividades extra curriculares querem de facto
atividadesextracurriculares,paraalémdocurrículo.
Entrevistado2:
Nãoprecisamosdemaisapoioaoestudo,nãoprecisamosdemaisatividadelectiva,o
quenósprecisamosédemaisartes,espetáculos,expressões,desporto.Eportantoé
issoquetemosexigidohámuitotempo,mesmonotempodaescolaridadeobrigatória
queexistehoje.
Off4:
Oalargamentodohorárioescolarésempreopcionalparaospais.
Oministériodaeducaçãodizqueesteéumassuntopresentenasgrandesopçõesdo
planomasaequipaaindanãoestudouestetema
74
ANEXO15–CircooficinasdecarnavalUP
PIVÔT:
Nestas férias de Carnaval, a Universidade do Porto tem oficinas temáticas para os
alunosdoprimeirociclo.Asatividadesligadasaocirco,sãootemadesteano.
Peça:
Off1:
É na reitoria daUniversidade do Porto que estas crianças se encontrampara juntas
passarem os dias de interrupção lectiva do carnaval. Estes três dias têm várias
atividadesprogramadas.
Entrevistado1:
Decidimosoptarpelotemacircoporqueéumtemabastantealegre,versátilondedá
paraimensacoisa.Estamanhãelesestãoaconstruirumaminiaturadeumcircopara
levaremparacasacomosdiversospersonagens,paraseambientaremumbocadinho
sobreouniversodocircoesobrecadaumdospersonagens,eoquecadapersonagem
faz.
Off2:
Trabalhosmanuais,aulasdemagiaeumbailedecarnavalsãoalgumasdasatividades
queosalunospoderãoexperimentarnestainiciativaquejáduraháseteanos.
75
Entrevistado2:
Émaisdivertido, tenhoamigos, façonovasamizades. Já vimoutrosanosegostode
repetir.
Entrevistado3:
Fizumabailarina,fizafocaeagoraestouafazeropalhaço.
Entrevistado4:
Estouafazeraspersonagensparadepoisrecortarefazerocircoparalevarparacasa.
Off3:
Aparticipaçãonasoficinaséabertaatodososinteressados.
AinstituiçãotambémorganizaaUniversidadeJúniorparaafaixaetáriados11aos17
anoseatividadescommúsicaparabebes.
76
ANEXO16–Academiadecães
PIVÔT:
Sãocadavezmaisaspessoasqueprocuramocomportamentoidealparaocão.
Treinosespecializadosemmodificaçãocomportamentalsãoaofertadeumaacademia
emMatosinhos.
Peça:
Off1:
Vemosumcãosereno,masnemsemprefoiassim.
Entrevistado1:
OHulk era um cão bastante agressivo. Ele saía de casa, eu tenho uma esplanada à
porta de casa e ele se pudesse ferrava tudo que estava à volta. Teve bastantes
episódioscomoutroscãesecoisasassimdogénero.
Off2:
Este novo comportamento é o resultado de um treino de estimulação cognitiva
duranteváriassemanassemousodeforça.
Entrevistado2:
Nóstrabalhamosnumprazodedez/onzemesesporqueonossoobjectivoé,nofinal
desseperíodo,oscãestêmdefazerumexame.Passandoesseexame,éatribuídoum
certificadodebomcãocidadão.
77
Off3:
Ospreçosvariamentreos60e90eurosconsoanteotamanhoeopesodoanimal.Os
donosprocuramestaacademiapordiferentesrazões
Entrevistado3:
Sãoaquelaspessoasquenunca tiveramequenão sabemaquiloquedevem fazere
precisam de ajuda, esse é um dos nossos targets, são esse tipo de pessoas. Outro
targetsãoaspessoasquejátêmcão,equenoschegamaquijádesesperadas,comos
cabelosempé,porquejánãosabemoquedevemfazer,porqueocãopuxanarua,é
agressivoparaosoutroscães.
Off4:
AbertadesdeOutubro,estaacademiacontajácom70cãesinscritos.
78
ANEXO17–Legocontrataportugueses
PIVÔT:
A LEGO acaba de contratar dois portugueses e a SIC foi conhecer um deles. César
Soareséfanáticoporlegodesdecriançaecomeçajáemjaneiroatrabalharnasededa
marcadinamarquesa.
Peça:
Off1:
Com alguma surpresa e muita excitação, foi assim que César Soares de 38 anos
recebeu a notícia que tinha sido um dos selecionados para trabalhar como lego
designernaempresaLego.AscandidaturascomeçaramnopassadomêsdeJunho.
Entrevistado1:
Havia candidatos de todo o mundo. Muitos com formação em design que eu não
tenho,masfoimuitobom.Fiqueimuitocontentecomodevemimaginar,umamistura
deexcitaçãocomnervosismo,umavezquevaiserumamudançamuitogrande,mas
umamudançamuitoboa.
Off2:
FanáticoporLegodesdecriança,oatualprofessordeEducaçãoFísicaestáprontopara
a maior mudança da sua vida. Depois da entrevista via skype fez um workshop na
empresaefoicontratado.
79
Entrevistado1:
Voujuntaroútilaoagradável.OútilporqueindoparaaLego,umamultinacionalcomo
éaLego,possofinalmentetentarperseguiralgumaestabilidadeprofissionalquenunca
tiveenquantodocenteemPortugal.Vouparaumaempresaquerealmentevalorizaos
seusfuncionárioseotrabalho.Eaoagradávelqueéaminhagrandepaixãopelolego,
eporfazercoisasoriginais.
Off3:
Apartirde janeiroCésar seráoficialmente funcionárioda lego.A família tambémse
preparaparadeixarPortugal.
80
ANEXO18–Perlim
PIVÔT:
SantaMariadaFeirarecebepelaoitavavezPerlim,omaiorparquetemáticodenatal
doNortedoPaísqueprometefazersonharmeninosemeninasdetodasasidades.
Peça:
Off1:
Eraumavez,Perlim.Ummundoabsolutamentemágico.Quementra,mudamesmode
nação. Para além de habitantesmuito especiais, em Perlim há uma língua oficial, o
"perlinês"queéa línguados "p's". Éummundo realmenteàparte comumpúblico
cadavezmaisexigenteembuscadeconteúdosdiferenciadores.
Entrevistado1:
Viaqueledocomboio...
Entrevistado2:
Jávioscowboysaliembaixo,opainatalnocastelo...masgosteimaisdoscowboys.
Entrevistado3:
Viumgatoestranho.Umgatoquetinhaumcabelolaranja.
Off2:
81
Lugar de todas as histórias, em Perlim vivem-se momentos únicos e experiências
inesquecíveis.HáCowboys,umcasteloondeviveoPaiNatal,Super-Heróisfantásticos,
muitamagia,etambémnãofaltammomentosdepartilhaúnicosentrepaisefilhos.
Entrevistado4:
Estou achar bastante educativo, bastante engraçado para uma altura destas do
calendário, na alturadonatal. Eu achoquedevia dehaver estas ações em todas as
capitaisdedistritodopaís.
Entrevistado5:
Nós chegamos agora,mas está bonito. Isto é ummundo encantado, aliás foi visível
quandoomeninoentrouqueaprimeiraexpressãofoideespanto,esóissodizmuito
sobreoPerlim.”
Entrevistado6:
Nestemomentoestamossensivelmentecomdoisfinsdesemanaemaisalgunsdiasde
funcionamento.Járecebemosmaisdetrintamilvisitantes.Em2014contamosoitenta
milvisitantesquepassaramporestemundomágico,eportantoesteanoestamoscom
umbalançode trintamil, até aopassadodomingo. Estamosagoraabertospormais
quatro dias, hoje e mais o fim de semana que aí vem e este é o balanço neste
momento.
Off3:
EstajáéaoitavavezqueoPerlimvoltaaganharvidanumlugarúnicoesimbólicode
SantaMariadaFeira,aQuintadoCasteloondesecontinuaapintaramagiadoNatal
atéaodia3deJaneirode2016.
82
ANEXO19–PassagemdeanonoPorto
PIVÔT:
ÉumanoitedefestaenoPorto,restauranteehotéis,jáestãopreparadosparaanoite
dapassagemdoano.
Peça:
Off1:
Estamosemcontagemdecrescenteparaasultimasbadaladasdaquelaqueéagrande
noitedoano.Ospreparativosdecorremháalgunsmesesehácadavezmaisofertas.
Entrevistado1:
Temosimensassurpresaspreparadasquevãoaconteceraolongodanoite,apartirdo
momentodococktail,digamosassim,ameia-noitevaiserummomentomuitobonito,
edepoistemosafestapós-meia-noite,commúsicaaovivoevaiserinteressante.
Off2:
SãováriasasopçõesnacidadedoPorto.Nohotel Intercontinental,asreservasestão
completasdesdeoiníciodomêsdedezembro.
Entrevistado1:
Achoqueaspessoasesteanoquiseramassegurarmais cedo,que tinhamo lugar, o
jantareoalojamento.Recordo-mequenoanopassado,vieramasconfirmaçõesfinais
depois do natal, e ainda tínhamos alguma disponibilidade. Este ano, é aquela
83
disponibilidadedeuma/duaspessoasquecancelameentãoabremdois lugares,mas
poucomais.
Off3:
Numa noite de excentricidades há também quem procure conceitos em diferentes
espaçosforadagrandeconfusão.
Entrevistado2:
Gruposquequeremestar juntos, quequerem ter uma festa de fimde ano,mas ao
mesmo tempo querem estar no conforto quase de casa, aproveitando uma festa
organizadaparaeleseparaassuasfamílias.
Off4:
Os preços não são uma preocupação para quem procura uma noite diferente para
passaraúltimanoitedoano.
Entrevistado2:
Incluiojantar,incluiaceiaeincluibarabertoatéafestaacabar.
Off5:
Há 2 meses completo, o Restaurante DOP na baixa do Porto espera uma noite de
muitotrabalhomastambémdemuitaalegria.
84
Entrevistado3:
No nosso menu vamos ter vieira, robalo, vamos ter uma vitela, vamos ter trufas,
portantovamosteressesmenuscomingredientesquetodaagentegostadecomerna
passagemdeano.
Vamos ter as nossas sobremesas, vamos oferecer as passas e o champanhe às
pessoas...
Off6:
Comtudopreparado,agoraésóesperarpelameianoiteedarasboasvindasaoano
de2016.
85
ANEXO20–YoutuberAlexandreSantos
PIVÔT:
Hácadavezmaisadeptosdoyoutubeequandooassuntoéofutebol,asvisualizações
disparam. Mais ainda com vídeos em que a intenção é fazer paródias com as
rivalidadesentreclubes.
ASICfoiconhecerAlexandreSantos,éyoutuberhá6anos.
Peça:
Off1:
Vídeosquejuntamhumorcomfutebolsãoosmaisprocurados,queodigaAlexandre
Santos.Tem25anosecontajácommilharesdesubscritoresnoseucanaldoyoutube.
ÉdofutebolclubedoPortoeoseuprincipalalvoéoBenfica.
Jornalista:
Emrelaçãoaosclubes,sóbrincascomoBenfica?
Entrevistado1:
Só com o Benfica sim, eu engraço um pouco com o Sporting,mas sim, é só com o
Benfica.
Off2:
86
AentradanoinfernoéahistóriadeumadeptodoPortoquevaiaumacasadoBenfica
mostrandoasupostarivalidadequeháentreosclubes.
Ovídeofoilançadohápoucomaisdeumanoejáfoivistomaisde1milhãodevezes.
Jornalista:
EcomofoifazerovídeocomosadeptosdoBenfica?
Entrevistado1:
Foiespetacular.Eunãosoudaquelaspessoascomrivalidadesentreclubes.Nofimde
contas,sãoosjogadoresqueolevamparacasa,sãoelesquelevama“massa”.Onde
eufui,esteprimeirovídeoquefizdoBenfica,quefoinaAmadora,opessoaleratodo
espetacular.
Off3:
OyoutubeéjáconhecidocomoatelevisãodoséculoXXI.
Porcadamilhãodevisualizaçõeshávantagensfinanceiras.AlexandreSantospromete
novosvídeostodasassemanas.
87
ANEXO21–AlvineosEsquilos–dobragens
PIVÔT:
Alvineosesquilosestãodevolta.Ofilmechegaàssalasdecinemanapróximaquinta-
feiraecontacomvozesemportuguês.
Peça:
Off1:
Mário,Jorge,RuieIsabel,sãoelesasprincipaisvozesnaversãoemportuguêsdofilme
AlvineosEsquilos.
Entrevistado1:
Nósestamosaouvir,estamosavera imagem,aouvirooriginal,e temosde falaro
português. Há primeiro uma adaptação do texto, e depois pronto, é com a prática,
meteroportuguêsnasboquinhas,queestãofeitasparainglês.
Entrevistado2:
Todas aquelas respirações e intensidade que ele coloca na interpretação foi muito
interessante.Foibastantedivertidofazerestefilme.
Off2:
Nestenovofilme,osesquilosdescobremqueDaveirápediranamoradaSamanthaem
casamento.Alvineos irmãospartemassimnumagrandeaventura, fazendode tudo
para impedir o grande acontecimento. Este é mais um filme que obriga a um
88
tratamentoespecíficonoquetocaàsvozesdaspersonagens.
Entrevistado3:
Fazerosesquilostemumpequenodesafio,temosdefalarumbocadinhomaislento,
maispausado,mais articulado, porquedepois a imagemaumenta a velocidadepara
ficarcomaquelepicthdefalaremassim,masbasicamentenósfalamosnormalmente
sóquedeumaformapausada.
Entrevistado4:
Eu faço o esquilo Theodore que é o mais pequenino, mais rechonchudo, o mais
amorosodosesquilos.
Off3:
OsestúdiosSomNorteemVilaNovadeGaia,receberammaisumavezestasvozesque
já trabalham nestas personagens desde o primeiro filme. A dobragem da série
televisivaem1989,ficoumarcadaporalgumascoincidências.
Entrevistado5:
OAlvineosesquilostinhamidotocaraBerlim,eopúblicogostoutantoqueomuro
caiu, para verem o espetáculo deles. Foi curioso porque estávamos a dobrar e de
repentealguémdizqueestámesmoacairomurodeBerlim,eestivemosalinaduvida
atéàhoradealmoço,seeraverdadeoueradesenhosanimados.
89
Off4:
AlvineosEsquilos,Agrandeaventuraestreiaestaquinta feiraemtodasas salasde
cinemadopaís.
90
ANEXO22-DVD
JornalcomaspeçaselaboradasaolongodoestágionaSICPorto.
EntrevistacomoPresidentedaRepública,MarceloRebelodeSousa.