relatório pronto agrometeorologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS CAPANEMA AGRONOMIA DISCIPLINA DE AGROMETEOROLOGIA PROFESSORA JOAQUIM ALVES INTERAÇÕES DE TEMPERATURA, UMIDADE E FITOSSANIDADE AKIM AFONSO GARCIA ALEXIA OHANA C. DA SILVA COELHO AMANDA LEAL DE SOUZA AMANDA MACHADO DE LIMA ANA KEILA NASCIMENTO MORAES

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Page 1: Relatório Pronto Agrometeorologia

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIACAMPUS CAPANEMA

AGRONOMIADISCIPLINA DE AGROMETEOROLOGIA

PROFESSORA JOAQUIM ALVES

INTERAÇÕES DE TEMPERATURA, UMIDADE E FITOSSANIDADE

AKIM AFONSO GARCIA

ALEXIA OHANA C. DA SILVA COELHO

AMANDA LEAL DE SOUZA

AMANDA MACHADO DE LIMA

ANA KEILA NASCIMENTO MORAES

CAPANEMA-PA

2015

Page 2: Relatório Pronto Agrometeorologia

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIACAMPUS CAPANEMA

AGRONOMIA

INTERAÇÕES DE TEMPERATURA, UMIDADE E FITOSSANIDADE

Trabalho apresentado ao professor Joaquim Alves da

disciplina de Agrometeorologia do curso de

Agronomia.

CAPANEMA-PA

2015

Page 3: Relatório Pronto Agrometeorologia

1. INTRODUÇÃO

O vapor d’agua atmosférico, ou seja, a umidade do ar é um fator determinante do nível

e da qualidade de vida em um ambiente. Para a agricultura, o nível com que a umidade do ar

ocorre em um ambiente terá efeito decisivo nas relações entre as plantas e as pragas ou

doenças, sobre a qualidade dos produtos, e também sobre o conforto animal (Pereira et al.).

Com o aumento expressivo da temperatura e umidade em todo planeta, acaba-se

criando um ambiente favorável para a propagação de diversas pragas, a entomofauna é um

dos mais importantes meios de disseminação de muitas doenças, através de insetos que

constituem os seus principais vetores, que comprometem o ambiente ou que afetam o sistema

produtivo. Essas mudanças requerem a utilização de técnicas no combate dessas pragas, que

podem ser através de produtos químicos até controle biológico.

O objetivo desse trabalho é verificar as interações entre a temperatura e umidade, e sua

relação com disseminação de pragas, através das fitossanidades.

2. INTERAÇÃO ENTRE UMIDADE, TEMPERATURA E FITOSSANIDADE.

Apesar de a temperatura do ar ser um fator menos limitante do que a umidade no

desenvolvimento de doenças e pragas, é a combinação temperatura-umidade que irá

condicionar o sucesso do processo infeccioso da doença ou a incidência de ataque de uma

praga. A temperatura atua como agente moderador/amplificador nessa combinação. (Pereira

et al.).

Conhecendo as influências da temperatura e umidade sobre os processos vitais das

pragas, pode-se prever determinados tipos de pragas, que são dependentes dessas interações, e

também ajudará a tomar medidas preventivas ao seu combate. O desequilíbrio climático, na

forma de predominância do efeito de algum deles, poderá ser o precursor de grandes ataques

de pragas.

3. AS PRÁTICAS AGRÍCOLAS E SUAS INFLUÊNCIAS COM CLIMA E

FITOSSANIDADE.

O surgimento de pragas e doenças é determinada pelo macro e topoclima de uma

região, seguido pelo microclima. O uso de práticas agrícolas pode provocar alterações no

Page 4: Relatório Pronto Agrometeorologia

microclima de uma cultura, fazendo com que a região passe de pouco favorável para altamente

favorável á pragas e doenças. (Pereira et al)

Essas influências da temperatura podem ser benéficas ou maléficas, dependendo

diretamente de como a concentração de humidade nessa cultura, vai reagir na proliferação ou

inibição dessas pragas.

Muitas práticas culturais, algumas delas rotineiras, pode reduzir ou aumentar a

importância das doenças. Por exemplo, a nutrição das plantas deve ser equilibrada, de forma a

garantir o fornecimento de nutrientes em quantidade e no momento adequado. Excesso ou

deficiências de nutrientes irão predispor as plantas à invasão e proliferação de patógenos. Os

sistemas de irrigação, bem como o seu manejo, podem interferir significativamente na

predisposição das plantas ao patógeno, como também aumentar sua dispersão na área.

Desde o momento do planejamento do plantio algumas considerações devem ser

feitas, como a adequação da época e da variedade. A densidade das plantas na área pode sofrer

influência da época de plantio e do sistema de irrigação. Por exemplo, é preciso considerar que

densidades elevadas de plantio no período mais úmido do ano, aumentarão a predisposição a

doenças e vai requerer o ajuste na quantidade de água e nutrientes aplicados. Práticas como

preparo adequado do solo e a rotação de culturas poderão reduzir o potencial de inóculo de um

patógeno ou, se realizados de forma inadequada, aumentar a incidência e severidade dos

ataques. (GAVA; TAVARES, 2007)

O manejo adequado do sistema de irrigação pode evitar essa proliferação de doenças

nas plantações.

3.1. Irrigação.

A irrigação muda tanto as inter-relações da cultura com o ambiente como também tem

efeito marcante no desenvolvimento de doenças e pragas. O tipo de irrigação é fundamental

nessa interação, sendo que aquela feita por aspersão é a que traz maiores problemas por

modificar a combinação temperatura-umidade do ar. Essa alteração pode resultar em perdas

de qualidade e produtividade causadas principalmente por doenças fúngicas, pois pode

aumentar a duração do período de molhamento. (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS,

2007)

Dependendo do clima da região, a irrigação inadequada pode influenciar na

proliferação dos patógenos.

Page 5: Relatório Pronto Agrometeorologia

O surgimento de pragas e doenças é determinada pelo macro e topoclima de uma

região, seguido pelo microclima. O uso de práticas agrícolas pode provocar alterações no

microclima de uma cultura, fazendo com que a região passe de pouco favorável para altamente

favorável á pragas e doenças. (PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2007)

O manejo adequado do sistema de irrigação, previne ataques de pragas que são

sensíveis a temperatura e umidade.

Muitas práticas culturais, algumas delas rotineiras, pode reduzir ou aumentar a

importância das doenças. Por exemplo, a nutrição das plantas deve ser equilibrada, de forma a

garantir o fornecimento de nutrientes em quantidade e no momento adequado. Excesso ou

deficiências de nutrientes irão predispor as plantas à invasão e proliferação de patógenos. Os

sistemas de irrigação, bem como o seu manejo, podem interferir significativamente na

predisposição das plantas ao patógeno, como também aumentar sua dispersão na área.

Desde o momento do planejamento do plantio algumas considerações devem ser

feitas, como a adequação da época e da variedade. A densidade das plantas na área pode sofrer

influência da época de plantio e do sistema de irrigação. Por exemplo, é preciso considerar que

densidades elevadas de plantio no período mais úmido do ano, aumentarão a predisposição a

doenças e vai requerer o ajuste na quantidade de água e nutrientes aplicados. Práticas como

preparo adequado do solo e a rotação de culturas poderão reduzir o potencial de inoculo de um

patógeno ou, se realizados de forma inadequada, aumentar a incidência e severidade dos

ataques.

A irrigação muda tanto as inter-relações da cultura com o ambiente como também tem

efeito marcante no desenvolvimento de doenças e pragas. O tipo de irrigação é fundamental

nessa interação, sendo que aquela feita por aspersão é a que traz maiores problemas por

modificar a combinação temperatura-umidade do ar. Essa alteração pode resultar em perdas de

qualidade e produtividade causadas principalmente por doenças fúngicas, pois pode aumentar

a duração do período de molhamento e reduzir a temperatura do ar. (PEREIRA;

ANGELOCCI; SENTELHAS, 2007)

3.1.1. Irrigação por superfície

Os sistemas de irrigação por superfície mais utilizados para a cebola são por inundação

temporária em bacias e por sulcos, espaçados de um metro, principalmente por pequenos

produtores da região Nordeste, devido ao baixo custo dos sistemas. A irrigação por superfície

Page 6: Relatório Pronto Agrometeorologia

não molha a parte aérea das plantas, pouco interfere na aplicação de agrotóxicos e minimiza

doenças da parte aérea. Pode, por outro lado, favorecer a ocorrência de doenças de solo.

(PINTO; COSTA; RESENDE, 2007)

Essa água, no sistema por inundação, é usada através de bacias pequenas ou quadras,

dependendo do tipo de solos, as condições topográficas e a água disponível, os tamanhos serão

variáveis.

Segundo Pinto (2007), O sistema por inundação em bacias com camalhões, uma

variação do sistema tradicional, objetiva reduzir os problemas de aeração e doenças de solo. O

uso de camalhões possibilita um incremento de produtividade entre 100 e 150% em relação ao

sistema tradicional. A desvantagem do sistema é a alta demanda de mão-de-obra, dada a

impossibilidade de mecanização para a construção dos camalhões dentro das bacias.

FIGURA 1 – Irrigação por sulco na cultura da cebola

FOTO: EMBRAPA semi-árido

A necessidade total de água da cultura, dependendo das condições climáticas, do ciclo

do cultivar e do sistema de irrigação, varia de 350 a 650 mm. (PINTO; COSTA; RESENDE,

2007)

Conforme o crescimento vegetativo das plantas, a necessidade de água aumenta,

atingindo o máximo no estádio de bulbificação sendo, reduzida nos estádios de maturação e

colheita.

3.1.1.1. Sistema de irrigação na cultura da cebola

Page 7: Relatório Pronto Agrometeorologia

A cebola é constituída por mais de 90% de água e é considerada medianamente

exigente em água. A irrigação bem manejada possibilita obtenção de bulbos uniformes e de

melhor qualidade e, ainda, possibilita mais de um cultivo por ano.

O cultivo da cebola no Brasil, com exceção da região Sul, é realizado sob irrigação.

Entretanto, a área irrigada com o cultivo de cebola vem aumentando na região Sul, visando

favorecer a produção e o maior rendimento. Embora a cultura seja sensível ao déficit hídrico,

o excesso é também prejudicial, favorecendo a incidência de doenças e prejudicando a

produção e qualidade de bulbos.

3.1.2. Estufas com coberturas plásticas

Segundo Pereira (2007), essas estufas provocam modificações microclimáticas

favoráveis aos cultivos, o uso de estufas plásticas pode provocar também condições

desfavoráveis, exigindo manejo adequado.

FIGURA 2 – Representação de uma estufa plástica no cultivo de morango de mesa.

Fonte: Luciana Elena Mendonça Prado

Nesse método, existe algumas condições que podem a vim se tornar desfavoráveis,

uma delas é o aumento da concentração de umidade do ar em seu interior, proporcionando um

aumento duração do período de molhamento foliar, sobre as folhas e frutos, favorecendo a

proliferação de doenças.

3.1.3. Sistema de Quebra-Ventos

Page 8: Relatório Pronto Agrometeorologia

Podem ser definidos, ainda, como estruturas perpendiculares aos ventos dominantes,

cujas funções são diminuir a velocidade e reduzir os danos por ele provocados. (ABREU,

2003)

Eles são importantes pois ajudam na demanda evaporativa do ar, o orvalho que se

forma na área protegida pelo quebra-vento permanecerá durante mais tempo sobre a cultura,

devido a evaporação lenta.

FIGURA 3 – Utilização de Quebra-Ventos natural.

FONTE: EMBRAPA

3.1.4. Sistema de cobertura morta

A cobertura morta do solo protege o mesmo das adversidades do clima. Os materiais

mais utilizados são as palhas, folhas, serragens, e materiais sintéticos como o plástico, papéis e

metais (QUEIROGA apud Creagur & Katchur,1975)

Basicamente trata-se de uma replicação do processo natural de compostagem, em que

matéria orgânica seca é largada pelas árvores, arbustos e plantas, assim como frutos e

sementes, decompondo-se naturalmente no solo e gerando novo solo – rico em nutrientes e

minerais.

FIGURA 4 – Cobertura morta

Page 9: Relatório Pronto Agrometeorologia

FONTE: A senhora do monte. Disponível em <http://asenhoradomonte.com/2014/06/16/mulching/>

A utilização de cobertura morta sobre o solo, faz com que esse resfriamento, durante o

período da noite, seja mais rápido e intenso, atingindo mais cedo o ponto de condensação,

resultando em ponto de molhamento foliar mais prolongada. Com isso, essa prática, pode

resultar em intensificação da ocorrência de doenças.

Page 10: Relatório Pronto Agrometeorologia

4. RELAÇÃO ENTRE A UMIDADE-TEMPERATURA COM O

DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS FÚNGICAS.

Quando uma cultura é cultivada em condições favoráveis (elevada umidade e

temperatura amenas) ao desenvolvimento de doenças fúngicas, virais ou parasitais, ela fica

suscetível a uma série de doenças, que poderão acarretar graves prejuízos se não forem

controladas com o manejo adequado.

4.1. Oídio

É uma das principais doenças foliares da melancia e de outras cucurbitáceas,

cultivadas ou silvestres, no Brasil e no mundo. Ocorre em praticamente em todos os locais

onde a melancia é cultivada, sendo mais limitante nos locais em que predominam condições de

altas temperaturas e baixa umidade durante a época de cultivo, regiões semiáridas.

Danos

Pode haver uma redução no rendimento da cultura pela diminuição do tamanho ou do

número de frutos, ou ainda pela redução do período produtivo das plantas. O fungo causador

do oídio em melancia no Brasil é a espécie Sphaerotheca fuliginea (Schlechtend.:Fr)

Pollacci, que é um parasita obrigatório e apresenta especialização fisiológica. Os sintomas

aparecem em toda a parte aérea da melancia, mas as folhas são as mais afetadas. Inicialmente,

tem crescimento branco pulverulento. Pode ser visualizado sobre a parte superior das folhas.

Desenvolvimento

Umidade relativa alta é favorável à infecção e sobrevivência dos conídios, entretanto, a

infecção pode ocorrer em umidade de até 50%. Condições de clima seco favorecem a

colonização, a esporulação e a dispersão do fungo. A faixa de temperatura ótima para a

ocorrência de epidemias severas da doença varia de 20ºC a 27ºC. Entretanto, a infecção pode

ocorrer na faixa de 10ºC a 32ºC. Sobrevivência, entre estações de cultivo, ocorre em plantas

voluntárias, como diversas plantas daninhas e outras cucurbitáceas cultivadas ou silvestres. O

inóculo primário, para iniciar a doença, constitui-se de conídios que podem ser dispersos a

longas distâncias pelo vento. Em cultivares muito suscetíveis, em condições ambientais

favoráveis — especialmente, em baixa intensidade de luz —, sob cultivo muito adensado, a

doença se desenvolve rapidamente e o seu ciclo completo pode levar de 3 a 7 dias.

Page 11: Relatório Pronto Agrometeorologia

Controle

O controle desta enfermidade deve iniciar pela escolha da variedade a ser plantada,

preferindo sempre aquelas resistentes ou que apresentem certa tolerância ao patógeno. Além

disso, recomenda-se iniciar, após o período de floração, aplicações de fungicidas de contato à

base de enxofre e caso a epidemia evolua no campo, devem-se fazer pulverizações alternadas

com fungicidas de diferentes grupos químicos registrados pelo Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento (MAPA).

4.2. Míldio

É uma doença bastante comum em melancia no Brasil, com maior ocorrência nas

épocas úmidas e de temperaturas amenas, quando poderá causar severas perdas, se não for

controlada adequadamente. Ocorre em todas as regiões do País onde se cultiva melancia, seja

em campo ou em estufas, mas é mais importante nas regiões Sul e Sudeste.

Danos

Os sintomas da doença são notados, inicialmente, na face superior das folhas na forma

de pequenas manchas cloróticas ou amareladas, que se desenvolvem esparsamente no limbo e

aumentam em frequência e tamanho com o tempo. As folhas mais velhas são as primeiras a

apresentarem os sintomas da doença, que vão se espalhando para as mais novas. Com a

expansão das lesões, estas podem se tornar amarelas ou amarronzadas e necróticas. Sob

condições de alta umidade relativa, observa-se, na face inferior das folhas, nas áreas

correspondentes às lesões, a produção abundante de estruturas reprodutivas do fungo. Em

cultivares muito suscetíveis, as lesões se expandem rapidamente, coalescem e a folha pode

secar completamente. A morte e a queda das folhas expõem os frutos à ação dos raios solares

e estes podem ficar escaldados, perdendo o seu valor comercial.

Desenvolvimento

Dentro do campo de cultivo, o esporo é disperso pelo vento, respingos de água e pelo

contato com trabalhadores, ferramentas ou implementos. Para a produção abundante de

esporos, é necessário um período de pelo menos 6 horas de umidade relativa próxima a 100%

e temperatura de 15ºC a 20ºC. Nestas condições ambientais, o ciclo da doença pode ser

completado em até 4 dias.

Controle

Por ser uma doença devastadora, o seu controle deve ser preventivo, baseado em

monitoramento climático, uma vez que o fungo é favorecido por temperaturas amenas e

elevada umidade relativa. Portanto, quando as condições climáticas se tornarem favoráveis a

Page 12: Relatório Pronto Agrometeorologia

sua ocorrência, deve-se iniciar rapidamente a aplicação de fungicidas de contato à base de

cobre e utilizar fungicidas específicos registrados para a cultura, alternando-se os grupos

químicos.

4.3. Crestamento gomoso das hastes

Esta doença é conhecida também como podridão-de-micosferela, cancro gomoso,

podridão negra e cancro da haste. Encontra-se presente em todas as regiões produtoras de

melancia, principalmente nas regiões tropicais, onde é considerada uma importante doença da

cultura.

Danos

O agente causal desta doença é o fungoDidymella bryoniae (Auersw.) Rehm, que pode

infectar qualquer órgão aéreo da planta em todos os estádios de seu desenvolvimento. As

mudas apresentam manchas escurecidas e arredondadas nos cotilédones, que passam ao

hipocótilo, necrosando-o e circundando-o, causando posterior tombamento. Em plantas

adultas, os sintomas variam de acordo com o órgão afetado. Nas folhas, ocorrem lesões

angulares e necróticas. O colo das plantas afetadas apresenta zonas de cor parda e aquosa,

sobre as quais se observam exsudatos. Nas hastes e suas ramificações, bem como no pecíolo,

aparecem manchas encharcadas que depois necrosam, adquirindo uma coloração pardo-

escura. Nos frutos, os sintomas se iniciam como pequenas manchas que se tornam marrons e

exsudam uma goma, podendo, do mesmo modo que nas hastes, deixar evidente os sinais do

fungo na forma de picnídios.

Desenvolvimento

No campo, D. bryoniae sobrevive, de uma estação para outra, nos restos de cultura de

cucurbitáceas ou em outras hospedeiras, a exemplo de algumas plantas invasoras. O solo e as

sementes são também Fotos de inóculo. A umidade é o fator mais importante para a

ocorrência da doença. Ferimentos e injúrias causados por insetos são portas de entrada

comuns para o patógeno. Temperaturas entre 20ºC e 28ºC e umidade relativa do ar elevada

são favoráveis ao desenvolvimento do fungo no hospedeiro. A disseminação da doença no

interior da lavoura ocorre pela água de irrigação e práticas culturais. A amontoa, que consiste

em aproximar terra no colo da planta, e a capina podem causar ferimentos nas plantas

favorecendo o aparecimento da doença.

Controle

No controle desta doença recomenda-se, inicialmente, escolher áreas livres do patógeno,

eliminando-se, da área, restos de cultura e, sempre que possível, fazer a rotação de culturas,

Page 13: Relatório Pronto Agrometeorologia

utilizando-se plantas não hospedeiras do fungo. Usar somente sementes certificadas, tratando-

as preventivamente com fungicidas à base de thiram e captan. Manter o colo da planta livre de

plantas daninhas ou folhas para favorecer boa insolação e aeração. Manejar adequadamente a

irrigação do solo, evitando-se encharcamentos. Nos tratos culturais, evitar, ao máximo,

ferimentos nas planta. Em caso de aparecimento da doença, utilizar produtos registrados para

a cultura da grade de agroquímicos.

4.4. Murcha de Fusário

O agente causal desta doença é o fungo Fusarium oxysporum Schlechtend.:Fr

f.sp.niveum (E. F. Sm) W. C. Snyder & H. N. Hans, que pode atacar as plantas de melancia

em qualquer estádio de desenvolvimento

Danos

O fungo penetra pelas raízes, atinge os vasos lenhosos, acarretando em murcha e morte

precoce das plantas em reboleiras. Esse processo se inicia pelo aspecto amarelecido da

folhagem de algumas plantas, que são suscetíveis em quaisquer estádios de desenvolvimento.

As plantas jovens que são atacadas no hipocótilo tendem a apodrecer nesta região, tombam e

depois morrem. Em plantas adultas afetadas, os sintomas iniciais são reflexos, ocorrendo

murcha da planta no período mais quente do dia por causa da obstrução dos vasos condutores

pelo patógeno

Desenvolvimento

O patógeno é capaz de sobreviver no solo por longos períodos, na ausência de seus

hospedeiros, mas pode sobreviver também em restos de cultura e em sementes por um longo

tempo. O solo contaminado é a principal Foto de inóculo do fungo, onde permanece viável

por mais de 10 anos, mesmo na ausência do cultivo de melancia. A disseminação do fungo

ocorre por meio de sementes contaminadas, água utilizada na irrigação e respingos de chuvas,

máquinas e implementos agrícolas. A sua penetração no hospedeiro pelas raízes ocorre na

região de crescimento, sendo facilitada por ferimentos.

Controle

O controle desta doença deve iniciar pela escolha criteriosa da área a ser plantada,

observando se não há histórico de ocorrência do patógeno em plantios anteriores. Em plantios

em condução, demarcar os locais onde aparecerem plantas murchas, eliminando-as

imediatamente da área, evitando-se, assim, a disseminação do fungo. Efetuar adequadamente

a correção do solo, tanto em nutrientes e matéria orgânica, bem como corrigir adequadamente

o pH, evitando-se solos ácidos. Utilizar, no plantio, apenas sementes certificadas, evitando-se

ferimentos nas raízes e caule da planta durante os tratos culturais.

Page 14: Relatório Pronto Agrometeorologia

4.5. Tombamento

Conhecido também como damping-off, ocorre em plântulas de melancia, provocando

a morte prematura, afetando o stand do plantio e consequentemente a produtividade. Os

agentes causadores desta doença são fungos dos gênerosFusarium, Rhizoctonia e Pythium,

que provocam rápido apodrecimento do caulículo de plântulas e o consequente tombamento

das mesmas.

Danos

A lesão em fase inicial é, geralmente, uma podridão úmida envolvendo os tecidos da

base do caulículo. Em seguida, ocorre a murcha e morte da plântula, ou mesmo falhas na

emergência, observando-se falhas no estande do plantio. Solos mal drenados, matéria

orgânica em excesso, alta densidade de plantio e uso intensivo do solo favorecem o

aparecimento da doença.

Desenvolvimento

A disseminação do patógeno é auxiliada pela movimentação na área de cultivo, uso de

implementos e ferramentas contaminadas e pelo excesso de irrigação. A disseminação a

longas distâncias ocorre por meio de sementes contaminadas. A semeadura adensada e o

excesso de irrigação favorecem a ocorrência dessa doença.

Controle

No controle desta doença, utilizar apenas sementes certificadas e plantá-las em

profundidade adequada, evitando-se semeaduras profundas. Manejar adequadamente a

irrigação, evitando-se o encharcamento do solo e o acúmulo de água nas covas de plantio.

4.6. Mancha aquosa

É causada pela bactéria Acidovorax avenae subsp. citrulli (Schaad et al.) Willems et

al. Os sintomas dessa doença podem ser observados nas folhas de plantas em diversas fases de

desenvolvimento e nos frutos.

Danos

Em plântulas infectadas, manchas encharcadas podem ser observadas nas folhas

cotiledonares, podendo tornar-se necróticas. Nas folhas, os sintomas iniciam-se na forma de

pequenas manchas escuras e angulosas. Os sintomas da mancha-aquosa são mais visíveis nos

frutos surgindo, inicialmente, em pequenas manchas de aparência encharcada ou oleosa, com

ou sem a presença de halo, que se expandem rapidamente. A área em torno do sítio de

infecção inicial torna-se necrótica e, em estágio avançado da doença, pode ocorrer a ruptura

Page 15: Relatório Pronto Agrometeorologia

da epiderme do fruto com exsudação de substância transparente. Raramente as lesões se

estendem até a polpa do fruto, porém quando isto ocorre, a bactéria contamina as sementes.

Desenvolvimento

A bactéria geralmente é introduzida na área de plantio por meio de sementes

contaminadas que resultarão em plântulas infectadas. A disseminação da bactéria para outras

plantas se dá por meio de respingos de chuva e água de irrigação, e a penetração se dá por

meio de ferimentos ou estômatos. Após a colheita, a sobrevivência do patógeno ocorre em

restos de cultura, hospedeiros alternativos e plantas voluntárias.

Controle

Por ser uma doença que é transmitida por semente, a medida de controle fundamental a

ser adotada é a utilização apenas de sementes certificadas no plantio. Evitar o plantio em

períodos chuvosos e com elevada umidade relativa do ar, bem como em áreas com histórico

de ocorrência da doença em plantios anteriores, procedendo-se sempre à rotação de culturas,

com espécies não hospedeiras. Não existe controle químico eficaz para o controle desta

enfermidade.

Page 16: Relatório Pronto Agrometeorologia

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Algumas doenças fúngicas, virais e parasitais provocam grandes perdas em diversas

culturas. As condições ambientais têm grande influência na ocorrência de doenças,

especialmente a umidade e a temperatura. Esses patógenos se distinguem por adaptações em

altas ou baixas temperatura, uma vez que esses precisam de um ambiente adequado para sua

reprodução. A umidade faz com que a cultura fique vulnerável, possibilitando a entrada de

certos patógenos e podendo aumentar a gravidade da doença. A temperatura em conjunto com

a umidade tem uma grande influência no tempo de vida da cultura, principalmente na

deterioração por microrganismos.

Page 17: Relatório Pronto Agrometeorologia

REFERÊNCIAS