relatório oxigenio e enxofre.2docx
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1. INTRODUÇÃO
O oxigênio elementar constitui 21% da massa atmosférica, ele é o elemento mais
abundante na crosta terrestre correspondendo à 86% da massa dos oceanos e 89% da
água. É um gás incolor, inodoro e reativo que forma compostos com todos os
elementos exceto alguns gases nobres.
O oxigênio ocorre na forma de dois compostos não-metálicos, o dioxigênio O2 e
o ozônio, O3. O dioxigênio O2 é uma molécula diatômica estável e paramagnético o
que explica sua existência na forma de gás. O O2 oxida muitos elementos e reage
com muitos compostos orgânicos e inorgânicos. Somente os gases nobres He, Ne e
Ar não formam óxidos.
O ozônio é um gás instável, tóxico, diamagnético, de cor azul intensa e possui
odor forte característico. As reações do ozônio geralmente envolvem oxidação e
transferência de um átomo de O. O ozônio é muito instável em meio ácido e muito
estável em meio básico.
O oxigênio difere dos demais elementos do Grupo 16 por ser mais eletronegativo
e portanto mais iônico em seus compostos. A ausência de estados de oxidação mais
elevados e a limitação a um número de coordenação 4 são uma conseqüência da
limitação do número de elétrons no segundo nível a oito. Os demais elementos
podem expandir seu número de coordenação para 6, utilizando os orbitais d. O
oxigênio pode utilizar orbitais pπ para formar ligações duplas fortes. Os demais
elementos do Grupo também podem formar ligações duplas, mas estas tornam-se
fracas à medida que aumenta o número atômico.
O enxofre ocorre na natureza no estado elementar bem como formando uma
variedade de sulfetos metálicos. O enxofre apresenta mais formas alotrópicas que
qualquer outro elemento. Essas formas diferem no grau de polimerização do S e na
estrutura cristalina. As duas formas cristalinas comuns são o enxofre rômbico, que é
estável à temperatura ambiente, e o enxofre monocíclico que é estável acima de 95,5
ºC.
Diferentemente do oxigênio, o enxofre (e todos os membros mais pesados do
grupo) tende a formar ligações simples com ele próprio, em vez de duplas ligações,
por causa da sobreposição π deficiente dos seus orbitais. Como resultado, ele agrega-
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se em moléculas maiores ou estruturas estendidas e consequentemente é um sólido à
temperatura ambiente.
O enxofre funde formando um líquido móvel, que escurece à medida que a
temperatura aumenta.
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2. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo relatar sobre os elementos oxigênio e enxofre e
seus respectivos compostos, assim como verificar as propriedades redutoras e oxidantes
do peróxido de hidrogênio, relatar sobre a reatividade do enxofre e do seu composto
ácido sulfúrico.
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3. PARTE EXPERIMENTAL3.1 Materiais e Reagentes
Materiais: Reagentes:
Alicate;
Béquer;
Bico de Bunsen;
Cápsula de porcelana;
Espátula;
Garra;
Palitos de fósforo;
Papel tornassol;
Pipetas Graduadas e Volumétricas;
Pêra;
Pinça;
Tela de amianto;
Tripé de ferro;
Tubos de ensaio;
Acetato de chumbo
Água destilada;
Açúcar sólido;
Cloreto de potássio;
Cloreto de sódio;
Cobre metálico;
Dióxido de manganês;
Enxofre e Ferro em pó;
Indicador para ácidos (solução de
vermelho de metila);
Iodeto de potássio;
Permanganato de potássio (KMnO4);
Peróxido de Hidrogênio (H2O2);
Peróxido de sódio;
Solução de ácido clorídrico;
Solução de ácido sulfúrico concentrado e
6M;
Zinco metálico;
Sulfato de sódio decahidratado;
Cloreto de bário hidratado.
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3.2 Procedimento Experimental
3.2.1 1º Experimento: Obtenção do Oxigênio
Colocou-se uma pequena porção de KMnO4 em um tubo de ensaio seco.
Segurou-se o tubo de ensaio com uma garra e aqueceu-se o reagente em Bico
de Bunsen, em seguida introduziu-se um palito em brasa (sem chama) no
tubo durante alguns segundos. Observou-se
3.2.2 2º Experimento: Decomposição do peróxido de hidrogênio
Aqueceu-se um pouco de H2O2 e observou-se a sua decomposição. Em
seguida adicionou-se à soluções diluídas de peróxido de hidrogênio uma
pequena quantidade de dióxido de manganês. Observou-se.
3.2.3 3º Experimento: Propriedades químicas do peróxido de hidrogênio
Adicionou-se 1 mL de água destilada em dois tubos de ensaio distintos, em
seguida adicionou-se duas gotas de H2SO4 6 mol.L-1 e quatro gotas de
peróxido de hidrogênio a 3%.
a) Propriedade oxidante do H2O2:
Adicionou-se em um dos tubos contendo a solução de H2SO4 + H2O2
1mL de solução de KI 1mol.L-1. Observou-se.
b) Propriedade redutora do H2O2:
Adicionou-se ao outro tubo contendo a solução de H2SO4 + H2O2 duas
gotas da solução de KMnO4. Observou-se
3.2.4 4º Experimento: Reatividade do Enxofre
a) Reação com ácido e bases:
Aqueceu-se pequenas quantidades de enxofre metálico em pó em cinco
tubos de ensaio distintos contendo respectivamente ácido clorídrico e
hidróxido de sódio. Observou-se.
b) Reação com ferro metálico:
Misturou-se aproximadamente 1 g de ferro em pó e 1g de S em pó em
uma cápsula de porcelana seca. Colocou-se a cápsula de porcelana sobre
uma tela de amianto apoiada em um tripé de ferro. Aqueceu-se a mistura
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em Bico de Bunsen. Observou-se. Esperou-se alguns minutos após o
final da reação até que o produto esfriasse. Verificou-se o pH do produto
da reação utilizando o indicador vermelho de metila.
c) Adicionou-se um pouco do produto final da reação de ferro e enxofre em
pó em um vidro de relógio, e em seguida adicionou-se algumas gotas de
HCl concentrado. Observou-se.
d) Colocou-se uma tira de papel filtro umedecido com solução de acetato de
chumbo próximo ao vidro de relógio. Observou-se.
3.2.5 5º Experimento: Propriedades físicas do S elementar
Colocou-se uma pequena quantidade de enxofre em pó em um tubo de
ensaio. Em seguida, aqueceu-se o tubo em Bico de Bunsen. Observou-se
3.2.6 6º Experimento: Comportamento do ácido sulfúrico diluído e
concentrado
Separou-se dez tubos de ensaio e adicionou-se em cinco deles 2 mL H2SO4
concentrado e nos restantes H2SO4 diluído respectivamente. Observou-se a
ação do ácido sulfúrico sobre o cobre metálico, zinco metálico, cloreto de
sódio, açúcar sólido e algodão.
3.2.7 7º Experimento: Solubilidade dos sulfatos
Adicionou-se em dois tubos de ensaio sulfato de sódio e cloreto de bário
respectivamente. Adicionou-se aos dois tubos 2 mL de água destilada.
Observou-se. Misturou-se as soluções. Observou-se novamente.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Para o 1º Experimento
Ao aquecer o KMnO4 pode-se notar a formação de bolhas e liberação de gás,
e ao adicionar o palito de fósforo em brasa observou-se uma pequena explosão e a
queima total do palito. Segundo (LEE, 1999) esse comportamento é explicado pelo
fato do Oxigênio poder ser preparado em laboratório por decomposição de oxossais,
tal como o permanganato de potássio.
KMnO4(S) KMnO2(S) + O2(g)
4.2 Para o 2º Experimento
Ao aquecer o peróxido de hidrogênio foi possível observar a sua
decomposição a partir da formação de bolhas e liberação de gás o que pode ser
observado pela adição de um pedaço de madeira na reação. Segundo (ATKINS,
2008) o H2O2 é razoavelmente estável e se decompõe lentamente, na ausência de
catalisadores. É um bom agente oxidante e sua velocidade de decomposição
(desproporcionamento) depende da temperatura e da concentração.
2 H2O2 → 2 H2O + O2
Ao adicionar à solução diluída de H2O2 uma pequena quantidade de dióxido
de manganês pode-se observar um rápido desprendimento de gás, formando
bastante fumaça. A reação de H2O2 pode se tornar violenta, principalmente em
soluções concentradas, pois muitas impurezas catalisam essa reação. Dentre os
catalisadores temos superfícies metálicas como o MnO2. (LEE, 1999)
H2O2 + MnO2 → O2 + 2H2O + MnO2
4.3 Para o 3º Experimento
Ao adicionar 1 mL de água destilada em dois tubos distintos, em seguida
adicionou-se duas gotas de H2SO4 e quatro gotas de H2O2 em cada um dos tubos.
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Δ
a) Ao adicionar 1 mL da solução de KI a um dos tubos contendo a solução de
H2O2 e H2SO4 observou-se que a solução variou de incolor para uma coloração
castanha. A reação liberou gás.
H2O2 + H2SO4 + 2 KI ↔ K2SO4 + 2 H2O + I2
b) Ao adicionar duas gotas da solução de KMnO4 no tubo contendo a solução de
H2O2 e H2SO4 observou-se a formação de um sobrenadante de cor marrom.
Após agitação do tubo notou-se que a coloração tornou-se incolor. De acordo
com (LEE, 1999) o H2O2 é oxidado na presença de agentes oxidantes mais
fortes, ou seja, o peróxido de hidrogênio passa a atuar como redutor. Nesses
casos sempre há liberação de O2.
2 KMnO4 + 5 H2O2 + 3 H2SO4 → 2 MnSO4 + K2SO4 + 5O2 + 8H2O
4.4 Para o 4º Experimento
a) Reação com ácido e base: Ao aquecer pequenas porções de enxofre em pó
em presença de HCl e NaOH respectivamente não foi possível observar
reação, a solução tornou-se bifásica com o S em pó como uma fase e o HCl
assim como o NaOH outra fase respectivamente. Segundo (RUSSEL, 1991)
este comportamento é explicado pelo fato do enxofre rômbico ser solúvel em
solventes não-polares.
S2- + 2 HCl → H2S + 2 Cl-
S2- + 2 NaOH → Na2S + 2 OH-
b) Reação com Ferro metálico: Ao aquecer a mistura 1 g de Fe em pó e 1g de S
em pó pode-se observar após alguns minutos que a mistura perdeu sua cor
característica que era amarela do S e cinza do Fe , tornando-se prata. Após
um período de tempo a mistura tornou-se incandescente produzindo uma
chama que variou da coloração violeta para vermelho. Segundo (ATKINS,
2008) Os sulfetos podem ser preparados em laboratório por combinação
direta dos elementos, redução de um sulfato ou precipitação de sulfeto
insolúvel pela adição de H2S. O S2 é paramagnético e possui cor azul. Ao
serem queimados numa chama redutora, devido a presença de moléculas de
S2 o elétron é excitado e passa para um nível de maior energia e por isso a
chama passa a ser vermelha.
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Fe(S) + S(S) → FeS(S)
c) Esperou-se alguns minutos após o término da reação até o produto da reação
(FeS) esfriar. Ao verificar o pH da solução utilizando o indicador vermelho
de metila foi possível observar que o FeS ficou com uma cor amarelada,
provando assim o caráter básico da reação.
d) Ao colocar uma pequena quantidade de FeS na presença de HCl
concentrado, pode-se observar a liberação de gás com odor semelhante ao de
ovo podre comprovando a produção de sulfeto de hidrogênio. De acordo
com (MAHAN, 1995) a acidificação de soluções dos sulfetos solúveis
provoca a evolução de sulfeto de hidrogênio, um gás mau cheiroso e
venenoso.
FeS(S) + 2 HCl(aq) → H2S(g) + FeCl2
e) Ao embeber acetato de chumbo em um papel filtro, notou-se que o papel
contendo acetato de chumbo ao entrar em contato com o gás desprendido
pela reação de FeS e HCl passou a possuir cor marrom.Segundo (MAINIER,
2005) o método de acetato de chumbo consta do enegrecimento de uma tira
de papel umedecida com acetado de chumbo provocado pela reação entre o
H2S e o acetato de chumbo conforme mostra a reação a seguir:
H2S + Pb(CH3-COO)2 → PbS + 2 CH3-COOH
A corrente gasosa contendo H2S aspirada do ambiente é projetada
continuamente sobre a fita de papel contendo acetato de chumbo que, ao
reagir, provoca o enegrecimento da fita comprovando a produção de H2S.
Este método é detectado pelo sistema ótico de um fotodiodo e comparada
com uma fonte clara do sinal produzido é avaliado por um microprocessador
que então fornece o teor de H2S presente no ambiente. Comumente, estes
aparelhos são dotados de limites de concentração que permitem o alarme
quando as condições ambientais são prejudiciais à saúde.
4.5 Para o 5º Experimento
Ao aquecer uma pequena quantidade de enxofre em pó em um tubo de
ensaio observou-se que o enxofre muda de estado físico passando de sólido um para
líquido viscoso vermelha. Notou-se também o desprendimento de um gás de odor
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pungente. De acordo com (LEE, 1999) o enxofre funde-se formando um liquido
móvel, que escurece à medida em que a temperatura aumenta. A 160 ºC, os anéis de
S8 se rompem e o dirradical polimeriza formando longas cadeias com até um milhão
de átomos, por isso as propriedades físicas do enxofre variam de forma descontinua.
A viscosidade aumenta rapidamente e continua a aumentar até 200 ºC.
4.6 Para o 6º Experimento
Comparou-se a reatividade do ácido sulfúrico concentrado e diluído frente a
açúcar, cobre, zinco, NaCl e algodão. Observou-se que para o ácido diluído não
ocorreu reação rápida antes do aquecimento. Para o ácido sulfúrico concentrado
pode-se observar que a maioria das reações ocorreu rapidamente.
Tabela 1: Ação do H2SO4 diluído e concentrado frente à diferentes substâncias.
H2SO4 diluído H2SO4 concentrado
Açúcar Dissolveu-se Escureceu
Cobre Não reagiu Escureceu
Zinco Formou bolhas, liberou gás Reagiu fortemente
NaCl Dissolveu-se Reagiu liberando gás, formou
precipitado
Algodão Não reagiu Formou solução amarela
O H2SO4 concentrado é um oxidante relativamente forte, apresenta fortes
ligações de hidrogênio e na ausência de água não reage com metais para produzir
H2. Quando H2SO4 puro é aquecido, há liberação de pequenas quantidades de SO3.
O cobre não reage com ácidos, porque está situado abaixo do H na série
eletroquímica. Contudo, diversos metais “nobres” como o Cu dissolvem-se em
ácido sulfúrico concentrado devido a suas propriedades oxidantes. As propriedades
oxidantes do SO42- convertem Cu e Cu2+. (LEE, 1999). O H2SO4 é um agente
desidratante poderoso, ele deve sua ação desidratante à tendência de formar
hidratos. O ácido sulfúrico também remove água de carboidratos e de outros
materiais orgânicos que contém hidrogênio e oxigênio, um exemplo é a sacarose
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(açúcar) sendo que o carbono é obtido rapidamente como uma massa esponjosa.
(RUSSEL, 1991)
4.7 Para o 7º Experimento
Ao adicionar sulfato de sódio (Na2SO4) e cloreto de bário em dois tubos de
ensaio contendo água respectivamente pode-se notar que o Na2SO4 em contato com
a água formou um precipitado branco. O cloreto de bário solubilizou-se com água.
Ao misturar as duas soluções notou-se a formação imediata de uma solução de cor
branca.
Na2SO4 (aq) + BaCℓ2 (aq) → 2 NaCℓ (aq) + BaSO4(s)
5. CONCLUSÃO
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O oxigênio é o elemento mais abundante na natureza e forma compostos com
todos os elementos exceto os gases nobres. O enxofre ocorre naturalmente em
formas alotrópicas rômbica e monocíclica. O oxigênio é um gás incolor, insípido e
inodoro já o enxofre elementar é um solido amarelo, insípido, quase inodoro,
insolúvel e possui características de ametal.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
15
ATKINS, P.; JONES,L. Princípios de química – Questionando a vida
moderna e o meio ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
LEE,J.D. Química Inorgânica não tão concisa. 5.ed. São Paulo:Edgard
Blucher,1999.
RUSSEL,J.B. Química Geral. 2.ed. São Paulo: Pearson Makron
Books,1994.
SHRIVER,D.F; ATKINS,P. Química Inorgânica. 4.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
MAHAN, B.M. Química – Um curso universitário. 4.ed. São Paulo:
Edgard Blucher, 1995.
MAINIER, F.B. O Sulfeto de hidrogênio e o meio ambiente. II Simpósio
de Excelência em Gestão e Tecnologia – SEGeT’. p.612-618. 2005.
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