relatório de demandas externas - pesquisa · 2.2.1 informações gerais sobre o contrato nº...

67
Presidência da República Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno Sumário Executivo Unidade Examinada: GOIAS Introdução Introdução Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação de recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1., e que deram origem ao Processo nº 00208.000165/2013-88. Firmado em 11/10/2012, o Contrato n° 12.2.1041.1 trata da abertura de crédito ao Estado de Goiás no valor de R$ 1.500.000.000,00 à conta dos recursos ordinários do BNDES, os quais são compostos, dentre outras fontes, de recursos do FAT e de Depósitos Especiais do PIS/PASEP. O crédito aberto destina-se à execução de programas de implantação de rodovias e adequação de aeródromos no estado. Em contrapartida, quanto à parte financeira, o Estado se obrigou a quitar parceladamente o empréstimo em 180 prestações mensais, vencendo-se a primeira em 15/10/2019 e a última em 15/10/2034. Com a finalidade de organização dos trabalhos, precedendo à presente fiscalização, a CGU/Regional-GO realizou levantamento preliminar junto à Agência Goiana de Transportes e Obras (AGETOP) com a finalidade de verificar as obras que, conduzidas pelo Estado de Goiás, receberam recursos do mencionado financiamento. Como resultado o Relatório CGU n° 201308601, de 07/10/2013, relacionou as obras financiadas com recursos do BNDES, cuja posição, até agosto de 2013, totalizava 72 empreendimentos. Relatório de Demandas Externas Número: 00208.000165/2013-88

Upload: vuongminh

Post on 03-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Presidência da República Controladoria-Geral da União Secretaria Federal de Controle Interno

Sumário Executivo Unidade Examinada: GOIAS Introdução

Introdução Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação de recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1., e que deram origem ao Processo nº 00208.000165/2013-88.

Firmado em 11/10/2012, o Contrato n° 12.2.1041.1 trata da abertura de crédito ao Estado de Goiás no valor de R$ 1.500.000.000,00 à conta dos recursos ordinários do BNDES, os quais são compostos, dentre outras fontes, de recursos do FAT e de Depósitos Especiais do PIS/PASEP. O crédito aberto destina-se à execução de programas de implantação de rodovias e adequação de aeródromos no estado. Em contrapartida, quanto à parte financeira, o Estado se obrigou a quitar parceladamente o empréstimo em 180 prestações mensais, vencendo-se a primeira em 15/10/2019 e a última em 15/10/2034. Com a finalidade de organização dos trabalhos, precedendo à presente fiscalização, a CGU/Regional-GO realizou levantamento preliminar junto à Agência Goiana de Transportes e Obras (AGETOP) com a finalidade de verificar as obras que, conduzidas pelo Estado de Goiás, receberam recursos do mencionado financiamento. Como resultado o Relatório CGU n° 201308601, de 07/10/2013, relacionou as obras financiadas com recursos do BNDES, cuja posição, até agosto de 2013, totalizava 72 empreendimentos.

Relatório de Demandas Externas Número: 00208.000165/2013-88

Page 2: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Visto isso, a partir do levantamento preliminar, a CGU definiu amostra de sete trechos rodoviários a serem submetidos a verificações. A relação dos trechos encontra-se a seguir:

Descrição Contrato Contratada VALOR (R$) GO 219 (Bela Vista – São Miguel do Passa Quatro) 154/2008 Metrafort Ltda. 29.630.953,80 GO 326 (Jaupaci – Montes Claros) 058/2008 Const. Caiapó 43.335.436,99 GO-020 (Duplicação - Bela Vista – Lote 01) 018/2013 Goiás Construtora 54.051.316,80 GO-020 (Duplicação - Bela Vista – Lote 02) 018/2013 Goiás Construtora 57.791.751,70 GO-403 (Goiânia – Senador Canedo - Lote 01) 010/2013 Loctec 25.670.540,63 GO-403 (Goiânia – Sen. Canedo - Lote 02) 010/2013 Loctec 8.065.543.76 GO-403 (Goiânia – Sen. Canedo - Lote 03) 010/2013 Loctec 3.654.598,04

Oportuno registrar que, conforme organização dada pelo Estado de Goiás, os empreendimentos executados com recursos do Contrato n° 12.2.1041.1 integraram programa estadual denominado “Rodovida”. Nesse programa o gestor estadual incluiu obras realizadas com recursos do Contrato n° 12.2.1041.1 e também empreendimentos financiados por outras fontes de recursos, dentre elas o Tesouro Estadual e o Banco do Brasil S/A. Aprofundando a análise sobre o financiamento dos empreendimentos, foi verificado que houve obras viárias do Programa “Rodovida” que contaram simultaneamente com recursos do Contrato n° 12.2.1041.1 e das outras fontes previstas. Diante dessa situação, para verificação da aplicação dos recursos cuja responsabilidade encontra-se amparada pelas competências institucionais da CGU e no escopo do presente trabalho, segregou-se os desembolsos à conta do financiamento firmado junto ao BNDES. Por oportuno, ainda quanto à definição do escopo de trabalho, cabe também registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e das outras de contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características da operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais. Não obstante, coube à equipe de fiscalização da CGU a verificação da aplicação dos recursos nos objetos contratuais autorizados pelo BNDES, nos termos pelos quais o Estado de Goiás se obrigou, ai incluída a obrigação da contratação das obras por preços de mercado. Outro aspecto que merece ser mencionado é que no período da execução dos trabalhos de campo da ação de controle o Contrato n° 12.2.1041.1 ainda estava em vigência, razão pela qual foram verificados somente os recursos até então desembolsados. Assim, para a execução do trabalho de fiscalização foram adotadas as seguintes ações: Planejamento: - Análise do Relatório CGU n° 201308601, de 07/10/2013, e respectivos papéis de trabalho para verificação da posição das obras financiadas com recursos do Contrato 12.2.1041.1; - Delimitação do escopo do trabalho junto à Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SFC/DEDIC). Execução: - visita à sede da AGETOP para obtenção da documentação pertinente ao contrato de financiamento: contratos de execução das obras, projetos, medições, parâmetros de preços, documentos de aprovação das despesas por parte BNDES;

Page 3: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- exame da documentação específica dos projetos para apreciação dos itens de serviços que fizeram parte das obras; - visita in loco nos empreendimentos para verificação e contagem dos elementos de obra passíveis de serem observados por meio de identificação visual. As fiscalizações foram realizadas no período de 17/02/2014 a 16/09/2014. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de questionários. Informações sobre a Execução da Fiscalização Quantidade de ações de controle realizadas nos programas/ações fiscalizados:

Ministério Programa/Ação

Fiscalizado Qt.

Montante Fiscalizado por Programa/Ação

MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR

Atividades finalísticas - BNDES

7 238.827.427,79

TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 7 238.827.427,79

Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados, sendo que as manifestações relativas aos fatos apontados como irregulares encontram-se transcritas no corpo dos relatos respectivos, cabendo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Consolidação de Resultados Durante os trabalhos de fiscalização realizados, considerando o escopo definido para o trabalho, constataram-se falhas relativas à aplicação dos recursos emprestados pelo BNDES. Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a efetividade da execução dos recursos federais executados na esfera local: - Não execução de serviço atestado e pago pela AGETOP, referente às valetas de proteção para corte e aterro, com prejuízo de R$ 6.074,66, trazendo como consequência, ainda que apenas em parte, a ocorrência de erosão em cortes e bota-fora, na execução da obra de pavimentação asfáltica na rodovia GO-219, entre Bela Vista de Goiás e São Miguel do Passa Quatro;

Page 4: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- Existência de serviços medidos em duplicidade no valor de R$ 54.074,76 e de serviços medidos que não foram executados no valor de R$ 948.480,00, na execução da obra de pavimentação na Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia.

Registra-se que a metodologia de aplicação do BDI utilizada pela AGETOP, conforme evidenciado nos registros de cada contrato de obras que compõem este relatório, foi considerada aderente às normas aplicáveis a obras financiadas com recursos federais. Esta análise repete-se em cada um dos relatórios, em função de se tratar de contratos decorrentes de diferentes licitações.

Page 5: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318077 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 12.624.336,75 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a conclusão das obras da Rodovia GO-219 entre Bela Vista de Goiás/GO e São Miguel do Passa Quatro/GO. A referida obra esteve sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas nos dias 24/032014 e 03/04/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Page 6: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado em 02/12/2009 entre a Agência Goiana de Transportes e Obras – AGETOP, como contratante, e a empresa Metrafort Terraplenagem e Construções Ltda. (CNPJ: 25.133.984-0001-00), como contratada, tendo como objeto a execução dos serviços de pavimentação asfáltica na rodovia GO-219 entre Bela Vista de Goiás e São Miguel do Passa Quatro, com extensão de 34,71 Km. Foi estabelecido o valor de R$ 29.630.953,80 a preços iniciais, a serem custeados com recursos oriundos do Tesouro Estadual e da CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Posteriormente, foram celebrados oito termos aditivos a este contrato. Pela relevância, os 6º, 7º e 8º Termos Aditivos foram objeto de uma análise mais detalhada, conforme segue:

- 1º Termo Aditivo, celebrado em 12/03/2010, acresceu nova fonte de recursos, denominada recursos próprios;

- 2º Termo Aditivo, de 14/07/2010, incluiu recursos do BNDES;

- 3º Termo Aditivo, de 20/10/2010, incluiu recursos do BNDES/AGETOP;

- 4º Termo Aditivo, de 17/11/2010, acresceu e suprimiu serviços, “sem incidência de reflexo financeiro”;

- 5º Termo Aditivo, de 23/12/2010, incluiu recursos da Secretaria de Indústria e Comércio – SIC/FUNPRODUZIR;

- 6º Termo Aditivo, de 14/11/2012, acresceu e deduziu serviços, com redução de valor, e promoveu o reajuste anual. O valor do contrato foi reduzido de R$ 29.630.953,80 para R$ 29.124.837,06. Neste 6º Termo Aditivo, os itens de serviço de escavação e carga de materiais de 1ª, 2ª e 3ª categorias mais os três itens de serviço relativos ao transporte desses materiais foram substituídos por quatro novos itens serviços de escavação, carga e transporte (ESCARTRAN) desses materiais, com especificação de distâncias de transporte. A justificativa apresentada para a alteração foi a mudança dos equipamentos utilizados. Á época da planilha orçamentária original os serviços e custos foram estimados com base no uso de moto-scraper e tratores de esteira D6 e D8, hoje não mais utilizados, substituídos, neste 6º Termo Aditivo, por escavadeiras hidráulicas, que apresentam menores custos;

- 7º Termo Aditivo, de 03/05/2013, acresceu e deduziu serviços, com aumento de valor, e promoveu o reajuste anual. O valor inicialmente contratado foi alterado para R$

Page 7: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

32.503.743,98. As justificativas técnicas apresentadas fundamentam a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços “na diferença entre o Projeto Executivo original e as características encontradas ‘in loco’ e, também, visando readequar algumas soluções do projeto original para atender às novas situações que foram detectadas...”. As situações não previstas e que teriam sido encontradas in loco são as seguintes:

- proprietários das terras que margeiam a rodovia, uma região produtora de grãos com preço da terra elevado, não permitiram fazer caixas de empréstimo em suas propriedades, o que provocou mudanças no método construtivo, sendo necessário fazer compensações longitudinais, aumentando o movimento de terra e compactação a 95% e 100% do PN;

- jazidas de material granular (cascalho) indicadas no Projeto Executivo foram exauridas ou transformadas em reserva legal, o que forçou à busca de jazidas mais distantes;

- semeadura e conformação de taludes foram subdimensionados;

- considerando que em dezembro de 2010, um trecho de 21,26 km a partir de Bela Vista de Goiás já estava concluído, quando da retomada da obra, decidiu-se aplicar micro revestimento a frio no trecho anteriormente entregue “visando igualar a vida útil dos dois trechos”;

- 8º Termo Aditivo, de 22/11/2013, acresceu e suprimiu serviços, sem alteração de valor. Tal como no 7º Termo Aditivo, as justificativas técnicas apresentadas fundamentam a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços “com base na diferença entre o Projeto Executivo original e as características encontradas ‘in loco’ e, também, visando readequar algumas soluções do projeto original para atender às novas situações que foram detectadas...”. As situações não previstas e que teriam sido encontradas in loco são as seguintes:

- no item de serviço “desmatamento, destocamento e limpeza (arv.até 15cm)”, foi preciso destocar áreas maiores, devido à necessidade de utilizar material de melhor qualidade;

- aumento da distância de transporte comercial de brita em relação ao projeto original, justificada pela necessidade de adquirir brita com resistência compatível à de projeto;

- aumento da extensão do item meio-fio em decorrência da alteração de soluções técnicas;

- aumento do item calha trapezoidal e diminuição do item calha triangular em decorrência da alteração de soluções técnicas;

- devido à aproximação do período chuvoso, decidiu-se proteger os cortes e aterros realizados entre as estacas 272 a 300 (serra) com revestimento vegetal em placas (grama). O quantitativo passou de 1.000 m² cotados em R$ 5.290,00 para 1.900 m² cotados em R$ 10.051,00;

- acréscimo do item revestimento vegetal por semeadura. O quantitativo passou de 666.900 m² cotados em R$ 380.133,00 para 892.533,56 m² cotados em R$ 508.744,12.

A parte final da justificativa esclarece que “as modificações aqui trazidas e precisam ser feitas e que constam no Projeto Executivo Readequado e nas especificações da obras não têm

Page 8: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

tamanha dimensão que altere radicalmente o objeto contratado, logo, não há transfiguração do objeto”.

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração dos 6º, 7º e 8º Termos Aditivos foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho, haja vista estarem as obras já concluídas impossibilitando esse tipo de análise. ##/Fato##

2.2.2 Análise dos preços contratados. Fato

Em relação aos serviços contratados para a recuperação e implantação da rodovia GO-216, no trecho entre Bela Vista de Goiás e São Miguel do Passa Quatro, verificou-se que o valor total pago pela obra a preços iniciais até a 19ª medição, referente a novembro de 2013, foi de R$ 31.769.199,10. Deste total, R$ 12.624.336,75 foram custeados com recursos oriundos do Contrato de Empréstimo nº 12.2.1041.1, celebrado entre o BNDES e o Estado de Goiás em 11/10/2012. Esse valor foi aferido a partir da 9ª medição, referente a novembro de 2012, quando os pagamentos das medições do Contrato nº 121/2009, celebrado em 02/12/2009 entre a AGETOP e a empresa Metrafort Terraplenagem e Construções (CNPJ: 25.133.984-0001-00), passaram a ser feitos com recursos do empréstimo do BNDES. Pelos motivos já expostos na introdução deste trabalho, a análise realizada se restringiu aos valores pagos com recursos do empréstimo concedido pelo BNDES.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços medidos acumulados entre a 9ª e a 19ª medição, tendo sido selecionados os 16 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 10.174.803,85, correspondendo a 80,60% dos R$ 12.624.336,75 custeados com recursos do BNDES.

A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço a preços iniciais, data-base de agosto de 2008 (data da orçamentação que serviu de base à proposta da Metrafort). Como parâmetro de comparação utilizou-se a Tabela de Custos Referenciais de Serviços elaborada pela própria AGETOP, data-base de agosto de 2008. Em relação aos itens de serviço acrescentados ao orçamento inicial por meio dos 6º e 7º Termos Aditivos celebrados em 2012, utilizou-se como parâmetro de comparação a Tabela de Custos Referenciais de Serviços, também da própria AGETOP, data-base de setembro de 2012.

Em relação aos itens de serviço “Fornecimento de emulsão RR-2C” e “Fornecimento de CM-30”, os preços referenciais utilizados foram aqueles constantes do SINAPI de abril de 2008, haja vista que não constam preços de referência nas tabelas da AGETOP.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, cabe informar que não consta da proposta da empresa Metrafort tal informação. Entretanto, como o orçamento que serviu de referência para a contratação foi baseado nos parâmetros da tabela da AGETOP, as quais utilizavam um BDI de 35% para a formação dos preços referenciais, subentende-se que a proposta apresentada pela Metrafort também considerou um índice de 35% para o seu BDI,

Page 9: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

já automaticamente acrescidos aos seus preços. Qualquer coisa diferente disso deveria, obrigatoriamente, estar evidenciada na documentação apresentada.

Já para os itens “Fornecimento de emulsão RR-2C” e “Fornecimento de CM-30” o BDI considerado para a comparação de preços foi de 14,2%, haja vista tratar-se apenas de fornecimento de insumo e não de item de serviço. O parâmetro de 14,2% de BDI para o mero fornecimento de material betuminoso decorre dos termos do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o qual determina os limites a serem observados na análise do BDI dos orçamentos de obras públicas.

A análise realizada demonstrou que dos 16 itens de serviço pesquisados, 2 teriam apresentado sobrepreço: “Fornecimento de emulsão RR-2C” e “Fornecimento de CM-30”.

Por meio do Ofício 14985 /2014/DIAC2/CGU- Regional/Goiás, de 14/06/2014, a situação apontada foi informada à AGETOP, a qual, por meio do Ofício 1469/2014-PR, de 30/06/2014, apresentou esclarecimentos, dos quais destacamos os seguintes trechos: “ (...) Para estabelecer os preços dos itens de fornecimento de material betuminoso (Emulsão RR-2C e Fornecimento de CM-30) no orçamento da licitação supracitada, a AGETOP se utilizou de preços referenciais praticados no mercado. Naquela ocasião, agosto de 2008, foi feita cotação de preços junto às empresas fornecedoras de material de asfalto/betuminoso no centro oeste. Conforme se pode ver na manifestação da Gerência de Orçamento da AGETOP (Memorando n° 127/2014- anexo), onde informa que, na elaboração de cada orçamento para os preços do material betuminoso, a AGETOP utiliza a metodologia de cotações realizadas junto às empresas fornecedoras (Disbral, Petrobrás etc). E que os preços dos materiais betuminosos (CM-30 e RR-2C) oscilam ao longo do período de forma heterogênea, o que reflete nas cotações realizadas e nos orçamentos elaborados. E, que se pode notar que os preços médios para a Região Centro-Oeste são significativamente superiores aos das demais regiões do país. Afirmando, ainda, da impossibilidade de comparação dos preços contratados neste Contrato com os coletados na tabela SINAPI, em razão de que, na Tabela SINAPI, os preços oscilam de acordo com variáveis que podem extrapolar e/ou reduzir a incidência da inflação no período, conforme pode ser verificado nas series históricas de preços médios ponderados dos anos de 2009 e 2013. (Documentos anexos). É preciso esclarecer que relativamente aos 16 itens de serviços constantes da planilha orçamentária, analisados pela CGU Regional/Goiás para estabelecer a curva ABC, quando da fiscalização em questão, verifica-se que eles se comparados à Tabela do SINAPI, são quase todos inferiores a dita tabela, excetuando os itens que foram objeto de cotação de preços no mercado, ou seja: de "Fornecimento de emulsão RR-2C" e "Fornecimento de CM-30". (...) Quanto à questão do BDI de 35% ter sido o adotado na formação dos preços referenciais (orçamento) para a licitação, que originou o Contrato n° 121/2009-PR-ASJUR, celebrado em 02/12/2009, deve-se ao fato de ser este o BDI praticado à época na Tabela da AGETOP.

Page 10: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

A empresa METRAFORT ao estipular os seus preços em sua Proposta os apresentou acrescidos do mesmo BDI do orçamento, ou seja, de 35%, inclusive para os itens de fornecimento do material betuminoso (CM-30 e RR-2C). Em agosto de 2008 não era adotado nos orçamentos da AGETOP o BDI reduzido para material betuminoso, por isso foi aceito na Proposta da Contrata. Contudo, conforme se pode ver na composição de preço da Metrafort (documentos anexos), o seu preço para o fornecimento do material betuminoso incluindo o BDI de 35% é igual ao preço orçado pela AGETOP para a Concorrência n° 154/2008-GEGEL, que originou o Contrato em questão.

Os preços contratados e praticados no Contrato n° 121/2009-PRASJUR, tanto para os itens de serviços como para os itens de fornecimento de material betuminoso estão de conformidade com o praticado no mercado. Especificamente aos preços dos fornecimentos do CM-30 e emulsão RR-2C, vê-se claramente pela cotação feita e ora juntada. (...)” As justificativas apresentadas pela AGETOP baseiam-se nos seguintes aspectos: - Que os preços praticados para o material betuminoso decorreu de pesquisa de mercado, anexando cópias das pesquisas efetuadas; - Que os preços de material betuminoso variam de forma heterogênea ao longo do tempo o que tem reflexo direto nas cotações realizadas e tornaria a comparação com o SINAPI inadequada já que naquele sistema os preços oscilam de acordo com a incidência da inflação no período; - Que o BDI de 35% apesar de ser o utilizado à época não trouxe influência no preço praticado pois o preço para o fornecimento do material betuminoso incluindo o BDI de 35% foi igual ao preço orçado pela AGETOP para a Concorrência n° 154/2008-GEGEL, que originou o Contrato em questão.

Analisando a documentação apresentada verifica-se que:

- a AGETOP realizou pesquisa de mercado junto a duas empresas distribuidoras de material betuminoso (Disbral Ltda. e Centro Oeste Asfaltos Ltda.), tendo adotado tais cotações no orçamento para a Concorrência n° 154/2008-GEGEL, que originou o contrato 121/2009;

- os valores contratados e pagos no âmbito do Contrato 121/2009 são compatíveis com a pesquisa de mercado apresentada pela AGETOP;

- as séries históricas de preços médios ponderados para o RR-2C e o CM-30 extraídas do sítio na internet da Agência Nacional do Petróleo – ANP realmente apontam para uma oscilação heterogênea dos preços ao longo do tempo, ora para mais ora para menos, demonstrando que os preços desses produtos são mais diretamente influenciados por outros aspectos econômicos, tais como a variação do preço internacional do petróleo e a variação cambial, do que pela inflação medida no país;

- ainda em relação aos preços médios ponderados para o RR-2C e o CM-30 extraídas do sítio na internet da Agência Nacional do Petróleo – ANP, cabe ressaltar que, embora possam dar uma ideia do preço de mercado, não servem como parâmetro de cotação de preço para efeito

Page 11: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

de comparação com o preço praticado nos contratos para tais produtos, haja vista que a sua metodologia de apuração pela ANP não considera a incidência de ICMS e é feita a partir da média ponderada dos preços a vista e das quantidades constantes das notas fiscais emitidas pelas distribuidoras, ou seja, podem conter variações significativas em relação ao preço real de mercado; - quanto à utilização do BDI de 35% para o fornecimento de insumos, ainda que inadequada, a documentação apresentada demonstra que não trouxe efeito financeiro negativo para os preços do material betuminoso, já que em sua composição de custos a empresa contratada utilizou um preço base menor do que a cotação de mercado, fazendo com que o seu preço final, incluindo o BDI de 35%, ficasse compatível ao preço orçado pela AGETOP. Diante do exposto, acatam-se as justificativas da entidade. Conclui-se, então, que tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP e as pesquisas de mercado apresentadas, não foram encontradas evidências de sobrepreço. ##/Fato##

2.2.3 Análise do BDI praticado pela AGETOP. Fato

Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o detalhamento dos BDIs de 35% e 28% considerados nas suas planilhas de custos referenciais. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“ (i) Na Tabela 01 encontram-se discriminadas as parcelas relativas à composição da taxa de BDI de 35%, quando praticado pela AGETOP.

Tabela 1 - Composição da taxa de BDI de 35% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,1%

ADMINISTRACAO LOCAL 5,0%

CUSTOS FINANCEIROS 1,2%

GARANTIA E RISCOS 2,5%

LUCRO 10,0%

IMPOSTOS 6,55%

MOBILIZACAO 2,0%

INSTALACAO DE CANTEIRO 1,0%

DESPESAS DIVERSAS E ALIMENTACAO 4,6%

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS ITENS) 35,0%

Page 12: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

%CD - Percentual sobre o Custo Direto.

(ii) A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRACAO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(iii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”

Dá análise das planilhas apresentadas verifica-se que até agosto de 2009 a composição do BDI de 35% então adotado pela AGETOP incluía os itens administração local, mobilização, instalação de canteiro, despesas diversas e alimentação, num total de 12,6 %, os quais, conforme jurisprudência do TCU, não deveriam compor o custo indireto. Após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 %

Page 13: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP atende aos parâmetros de mercado para obras rodoviárias.

##/Fato##

2.2.4 Verificação da compatibilidade entre a extensão da rodovia prevista em projeto, a extensão atestada e paga pela AGETOP e a extensão verificada in loco. Fato A execução dos serviços de pavimentação da rodovia estadual GO-219, no trecho entre Bela Vista de Goiás e São Miguel do Passa Quatro, é o objeto do Contrato de Empreitada nº 121/2009-PR-ASJUR, celebrado em 02/12/2009 entre a Agência Goiana de Transportes e Obras – AGETOP, como contratante, e a empresa Metrafort Terraplenagem e Construções Ltda. (CNPJ: 25.133.984-0001-00), como contratada, com extensão de 34,71 km. Esta também é a extensão apresentada nas medições atestadas e pagas pela AGETOP (34,71 km).

Já no Projeto Executivo de Engenharia de maio de 2013, temos menção às seguintes extensões para a obra:

- 34,70 km, obtido por meio do estaqueamento, conforme consta da página 18 do Volume 1 (Relatório do Projeto) e da página 26 do Volume 3 (Projeto de Execução);

- 34,08 km, conforme consta da página 5 do Volume 2 (Relatório do Projeto);

- 34.075,38 metros, conforme consta da página 162 do Volume 3 (Projeto de Execução).

Com o objetivo de conferir a real extensão da rodovia, o trecho foi percorrido duas vezes pela equipe da CGU, uma em 24/03/2014 e outra em 03/04/2014. Na coleta de dados, foi utilizado um aparelho GPS de navegação, marca Garmin, modelo eTrex Legend HCx.

A extensão medida pela equipe da CGU entre os limites indicados nos Projeto Executivo (desde a rotatória no final do perímetro urbano em Bela Vista de Goiás até o início do perímetro urbano de São Miguel do Passa Quatro) foi de 34,10 km. Esta extensão é compatível com os 34.075,38 m caracterizados com mais precisão no Volume 3 (Projeto de Execução).

Concluiu-se, então, que a extensão contratada, atestada e paga pela AGETOP não corresponderia aos serviços executados e que estaria superdimensionada em cerca de 600 metros.

Conforme consta do Projeto Executivo, quando do início da utilização dos recursos do contrato celebrado entre o BNDES e o Estado de Goiás na conclusão das obras entre Bela Vista de Goiás e São Miguel do Passa Quatro, em 07/03/2013, “o segmento que estava em execução encontrava-se parcialmente concluído, com terraplenagem e pavimentação

Page 14: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

concluídos entre Bela Vista de Goiás e a estaca 672, somente faltando as obras do segmento compreendido entre as estacas 0 (em São Miguel do Passa Quatro) a 672”. Consta, ainda, que no segmento entre Bela Vista de Goiás e a estaca 672, o projeto de sinalização “é o único que não foi totalmente executado”. Neste segmento, “entregue ao tráfego em dezembro de 2010”, além da sinalização, decidiu-se aplicar micro revestimento a frio sobre o revestimento existente em TSD nas duas faixas de tráfego, “visando igualar a vida útil dos dois trechos”, conforme justificativa técnica apresentada pela contratada para a celebração do 7º Termo aditivo ao Contrato 121/2009.

Diante dessa informação, visando a quantificação dos financiados com recursos oriundos do Contrato 12.2.1041.1/2012, celebrado entre o BNDES e o Estado de Goiás, o trecho em questão foi dividido em dois segmentos, conforme o estaqueamento que consta diagrama de planta e perfil do trecho apresentado nos Volumes 1 e 3 do Projeto Executivo (páginas 18 e 26, respectivamente), num total de 34.700 m, no sentido de São Miguel do Passa Quatro a Bela Vista de Goiás, conforme segue:

- segmento entre as estacas 0 e 672, correspondendo a 13.440 metros, no qual foram executados serviços de implantação, pavimentação e sinalização;

- segmento entre as estacas 672 e 1.735, correspondendo a 21.260 metros, no qual foram executados serviços de micro revestimento a frio e sinalização.

Para o primeiro segmento, a medição da CGU encontrou 13,20 km, ou seja, 240 m a menos que a extensão contratada, atestada e paga pela AGETOP. Para o segundo segmento, a medição da CGU encontrou 20,90 km, ou seja, 360 m a menos que a extensão contratada, atestada e paga pela AGETOP.

Por meio do Ofício 11.268/2014/DIAC2/CGU-Regional/Goiás, de 06/05/2014, a situação apontada foi informada à AGETOP, a qual, por meio do Ofício 1042/2014-PR, de 19/05/2014, apresentou esclarecimentos, dos quais destacamos o seguinte trecho:

“Em relação ao item 3 do mencionado relatório, informamos que o Contrato n° 121/2009-PR-ASJUR, que tem como objeto a execução da presente obra, deu-se sob o regime de empreitada por preço unitário, do tipo menor preço. Portanto, independentemente da extensão real do trecho, as medições foram realizadas conforme o quantitativo unitário real executado.

De fato o Projeto Executivo de Engenharia da obra apresenta extensões aproximadas e com valores distintos, gerando dúvidas na real extensão do trecho. Sabe-se que na execução da obra são usados equipamentos de precisão, e que os quantitativos são gerados de forma precisa, conforme consta nos relatórios de medição.

Importante ressaltar que durante a implantação da obra, as equipes de topografia adotaram pontos de partida distintos. Na 1a fase ficou uma equipe responsável pela locação partindo da cidade de Bela Vista — GO adotando estaqueamento inicial de n° 1740 e a outra equipe partindo da cidade de São Miguel do Passa Quatro, adotando como estaca inicial

Page 15: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

n° 00, com o objetivo de se encontrarem no decorrer da obra (Desenho explicativo em anexo). Observou-se que ao se encontrarem, os pontos finais de estaqueamento não eram equivalentes, portanto um mesmo ponto passou a adotar dois números referenciais de estaqueamento (estaca n°1281+7,80 = estaca n°1285).

O mesmo método de locação foi adotado para 2a etapa executada, uma equipe partiu da cidade de São Miguel do Passa Quatro, adotando como estaca inicial n° 00 e a outra partiu do ponto final do trecho paralisado no ano de 2010 adotando estaqueamento n° 672, observou-se novamente que ao se encontrarem, os pontos finais de estaqueamento não eram equivalentes, adotando dois números referenciais de estaqueamento para o mesmo ponto (estaca n° 400+15,38 = estaca n° 420). Portanto concluímos que o trecho executado possui exatamente 34.183,18 metros de extensão.

Em relação aos serviços medidos, informamos que os trechos considerados em medição foram os seguintes:

- Segmento entre as estacas O e 672, corresponde a 13.055,38 metros, no qual foram executados serviços de implantação, pavimentação e sinalização;

- Segmento entre as estacas 672 e 1.740, corresponde a 21.127,80 metros, no qual foram executados serviços de micro revestimento a frio e sinalização, que são medidos por m2 (metro quadrado) efetivamente executado, conforme consta, por exemplo, na medição de n° 19.

Diante dos esclarecimentos, segue em anexo exemplos de memórias de cálculos que geraram as referidas medições pagas, onde evidencia os trechos medidos de cada serviço executado. (...)”

A partir dos esclarecimentos da AGETOP, em especial a informação sobre a adoção de pontos de partida distintos pelas equipes responsáveis pelo estaqueamento, realizou-se uma nova análise comparativa das extensões e das áreas encontradas in loco pela equipe da CGU em comparação com as informadas pela AGETOP em sua justificativa. Para essa análise, foram estimadas, com base nos dados coletados pela equipe da CGU, nos dados de projeto e nas informações da AGETOP, as áreas dos serviços executados de imprimação, tratamento superficial duplo (TSD) e micro revestimento a frio. Os resultados estão apresentados nos dois quadros a seguir:

Extensões Justificativa AGETOP (A)

Medição CGU (B)

(A) – (B) Diferença (%)

1ª etapa 21.127,80 m 20.900 m 227,80 m 1,08 % 2ª etapa 13.055,38 m 13.200 m - 144,62 m - 1,11 %

Total 34.183,18 m 34.100 m 83,18 m 0,24 %

Serviços Justificativa AGETOP

(A) Medição CGU

(B) (A) – (B) Diferença

(%) Imprimação 131.012,65 m² 129.184,00 m² 1.828,65 m² 1,40 % TSD 131.012,65 m² 129.184,00 m² 1.828,65 m² 1,40 %

Page 16: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Micro revestimento a frio

156.732,00 m² 155.580,65 m² 1.151,35 m² 0,73 %

Pelo que se pode perceber, as diferenças entre as medidas das extensões e a as estimativas de áreas de serviços realizadas pela CGU em relação aos números apresentados pela AGETOP são pouco significativas, de forma que a diferença encontrada pode ser atribuída à margem de erro inerente aos métodos de medição utilizados pela AGETOP e pela equipe da CGU. Além disso, os quantitativos de serviços estimados à partir das novas informações da AGETOP são coincidentes com aqueles constantes das medições atestadas e pagas. Dessa forma, os esclarecimentos da AGETOP podem ser considerados pertinentes quanto à extensão do trecho e aos quantitativos de serviços executados. No entanto, fica a ressalva quanto à qualidade do Projeto Executivo, aquém da esperada, que suscitou as diferenças consideradas preliminarmente. ##/Fato##

2.2.5 Não execução de serviço atestado e pago pela AGETOP, referente às valetas de proteção para corte e aterro, com prejuízo de R$ 6.074,66, trazendo como consequência, ainda que apenas em parte, a ocorrência de erosão em cortes e bota-fora. Fato Considerando-se os recursos do contrato celebrado entre o BNDES e o Estado de Goiás, em 07/03/2013, no segmento entre as estacas 0 e 672 não se observou a execução de nenhum quantitativo do serviço previsto de “valeta mec. de proteção para corte e aterro”.

No Projeto Executivo de maio de 2013, Vol. 1, Tomo III, págs. 1492-3, consta o seguinte:

“Prevê-se o emprego de valetas de proteção de corte e de aterro com o objetivo de interceptar as águas que escoam a montante da rodovia, impedindo-as de alcançar o corpo estradal.”

“Foram adotadas valetas de proteção, tanto de corte como de aterro, de forma triangular e trapezoidal, com revestimento vegetal.

As valetas de proteção foram usadas sempre que:

- O terreno natural sobe a partir da crista de corte. ... Serão, no geral, revestidas com gramíneas;

- O terreno natural tende para os off-sets de aterro, com caimento transversal superior a 10%, e para conduzir as águas provenientes das sarjetas e valetas de corte até os

Page 17: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

bueiros ou locais em que a conformação topográfica natural permita a continuidade do escoamento. Serão, no geral, revestidas com gramíneas”.

Esse serviço de “valeta mec. de proteção para corte e aterro” consta das 17ª e 18ª medições atestadas pela AGETOP como tendo sido executado para o segmento entre as estacas 0 a 672, com quantidade de 4.716,00 m3 e preço unitário de R$ 1,10/m3. Assim, tem-se um valor de R$ 5.187,60 a preços iniciais pelo serviço não executado, além de um reajuste de R$ 887,06 para esse item, perfazendo o total de R$ 6.074,66.

O objetivo principal das valetas de proteção é o de interceptar as águas que podem provocar erosão nos taludes de corte e aterro. Na ausência das valetas, verificou-se, por exemplo, a ocorrência de erosão nos taludes do corte situado entre as estacas 276 e 295. Além da erosão nos taludes do corte, trazendo prejuízos à obra, verificou-se, também, a ocorrência de processo erosivo no corpo do bota-fora situado anteriormente à estaca 276 do mencionado corte (lado direito, sentido leste-oeste), trazendo prejuízos ao meio ambiente, especialmente aos cursos d’água a jusante. Estas situações foram observadas nas inspeções físicas realizadas pela equipe da CGU e estão demonstradas nas quatro fotografias a seguir:

Fig. 1 – Erosão no talude do aterro, lado direito.

Fig. 2 – Erosão no talude do aterro, lado esquerdo

Page 18: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Fig. 3 – Erosão no bota-fora, lado direito, vista para o oeste.

Fig. 4 – Erosão no bota-fora, lado direito, vista para o leste.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício 11.268/2014/DIAC2/CGU-Regional/Goiás, de 06/05/2014, a situação apontada foi informada à AGETOP, a qual, por meio do Ofício 1042/2014-PR, de 19/05/2014, apresentou os seguintes esclarecimentos: “Relativamente ao item 4 do relatório apresentado, informamos que as valetas executam a função de resguardar o corpo estradal, interceptando possíveis fluxos d'água, que através do terreno natural, encaminham-se para os taludes de corte ou os pés dos aterros, na linha dos offset. Conforme o caso, o objetivo na conclusão da obra foi de evitar problemas ocasionados pela concentração de vazão dos dispositivos de drenagem sem revestimento, devido à facilidade de erosão do solo da região. As valetas de proteção foram executadas, na sua maioria, de forma mista, ou seja, parte no formato de vala com o objetivo de direcionar o escoamento das águas de chuva, e parte na forma de barreiras com o objetivo de contenção, consequentemente diminuindo a velocidade de escoamento. Seguem algumas fotos atuais dos serviços executados com as devidas coordenadas.

FOTOS DE ALGUMAS VALETAS DE CONTENÇÕES COM SUAS RESPECTIVAS COORDENADAS ENTRE AS ESTACAS DE N° 00 A 672:

Coordenadas: 22 L 0686078 Coordenadas: 22 K 0746008 UTM 8330632 UTM 8114076

Page 19: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Coordenadas: 22 K 0746059 UTM 8114025

Coordenadas: 22 K 0746226 Coordenadas: 22 K 0746882 UTM 8113562 UTM 8113288

Coordenadas: 22 K 0747074 Coordenadas: 22 K 0747093 UTM 8113234 UTM 8113263

Em relação às imagens apresentadas na conclusão do relatório da Controladoria, informamos que os lugares mencionados foram usados para lançamento de material escavado e não aproveitado (bota fora), visando dois motivos: um por não onerar o custo da obra, pois estaria mais próximo do trecho escavado e o outro seria uma maior proteção dos aterros estabilizados do leito estradal. Importante ressaltar que o material de bota fora não é compactado. Nos locais foram realizados plantio de grama por hidrossemeadura previsto em planilha orçamentária, curvas de nível e valetas de proteção no intuito de diminuir a velocidade de escoamento das águas de chuva e que não resolveu o problema de acareamento (SIC) como consta em seu relatório.

Page 20: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Informamos que a Diretoria de Obras Rodoviárias da AGETOP já tem conhecimento da situação e, com base na Lei n° 8.666/93 e na Cláusula Oitava, item 8.1.11 do Contrato, esta Diretoria já determinou a empresa Contratada/Metrafort, que providencie imediatamente os reparos de todos os problemas causados. O que já pudemos constatar junto a Contratada, as providências estão sendo tomadas para a solução de forma definitiva, já que o período chuvoso se encontra em seu final e iniciando-se o período das secas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Primeiramente, a AGETOP informa que “as valetas de proteção foram executadas, na sua maioria, de forma mista, ou seja, parte no formato de vala com o objetivo de direcionar o escoamento das águas de chuva, e parte na forma de barreiras com o objetivo de contenção, consequentemente diminuindo a velocidade de escoamento.” Entretanto, estes dispositivos não constam do Projeto Executivo, do orçamento, das medições atestadas e de nenhuma justificativa técnica que tenha embasado termos aditivos ou mesmo medições. Além disso, valas e barreiras não constam no Álbum de Projetos-Tipo de Dispositivos de Drenagem do DNIT, a publicação IPR-725/2006. Dessa forma, não podem ser indicados como justificativa para a não execução das valetas de proteção. Nas inspeções físicas realizadas pela CGU em 24/03/2014 e 03/04/2014 no segmento entre as estacas 0 e 672 da rodovia GO-219, reitera-se que não se observou a existência do serviço de execução de valetas de proteção de corte e aterro, considerando os projetos-tipo normatizados destes dispositivos de drenagem, inclusive presentes no Projeto Executivo da obra. Em especial no corte e no bota-fora tratados na constatação, além do aterro contíguo, não se observou a existência de proteção adequada para resguardar o solo frágil, existente na região, da ação erosiva dos fluxos d’água. Em relação às fotografias apresentadas nos esclarecimentos da AGETOP, verifica-se que as coordenadas abaixo da primeira foto, no canto superior esquerdo da relação, remetem a um ponto distante da rodovia fiscalizada, próximo a uma interseção da rodovia GO-338 com a via de acesso a uma indústria de processamento de cana-de-açúcar, ao norte do povoado de Juscelândia, no município de Goianésia. As outras seis coordenadas remetem a pontos da GO-219 mais próximos de São Miguel do Passa Quatro, situados, conforme a ordem crescente do estaqueamento, antes das erosões tratadas na constatação. Portanto, não esclarecem a falta de valetas de proteção de corte e aterro no local indicado na constatação. Quanto às justificativas sobre o bota-fora, não é aceitável a colocação de material de escavação de má qualidade, não compactado, em local com declividade acentuada, sujeito a problemas ambientais, com a justificativa de não onerar o custo da obra e proteger os aterros estabilizados. A economicidade não pode ser utilizada para justificar prejuízos ambientais e não é apropriado que material de má qualidade, pelo menos sem a devido resguardo, seja utilizado para a proteção externa de aterros estabilizados por longo tempo, considerando a durabilidade esperada da terraplenagem. No final, a AGETOP reconhece a existência dos problemas de erosão e informa que está providenciando a solução definitiva junto à empresa contratada, sem, no entanto, apresentar comprovação das ações que estariam sendo tomadas.

Page 21: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Diante do exposto, as justificativas apresentadas não podem ser acatadas. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se concluída, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas, excetuando-se os serviços de implantação de valetas, no valor de R$ 6.074,66, o que está comprometendo a integridade de alguns cortes e aterros.

Page 22: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318079 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 52.405.809,13 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a conclusão das obras da Rodovia GO-326 entre Jaupaci/GO e Montes Claros de Goiás/GO. A referida obra esteve sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas entre os dias 21/05/2014 e 23/05/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Page 23: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato 111/2013 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 111/2013-AD-GEJUR celebrado em 09/05/2013 entre a Agência Goiana de Transportes e Obras – AGETOP, como contratante, e a empresa Construtora Caiapó Ltda Ltda. (CNPJ: 00.237.518-0001-43), como contratada, tendo como objeto a execução do saldo remanescente dos serviços de terraplenagem e pavimentação asfáltica da rodovia GO-326 entre Jaupaci/GO e Montes Claros/GO, com extensão de 51,668 km. Foi estabelecido o valor de R$ 43.335.436,99 a preços iniciais, a serem custeados com recursos oriundos do Fundo Especial do Petróleo e de empréstimo do BNDES. Cabe informar que contratação da empresa Caiapó se deu por meio da Dispensa de Licitação 210/2012, nos termos das previsões editalícias da Concorrência 58/2008/GEGEL, para substituir a empresa vencedora da mencionada concorrência. Dessa forma, a empresa Caiapó apresentou nova planilha de preços em 05/12/2012, com data base de novembro de 2008, adequando sua proposta original aos preços unitários da empresa que havia sido a vencedora da Concorrência 58/2008/GEGEL.

Posteriormente, em 26/09/2013, foi celebrado o 1º Termo Aditivo ao Contrato 111/2013-AD-GEJUR, acrescendo e reduzindo quantitativos de serviços, além de promover o reajuste anual referente ao período de 2008 a 2012. O valor inicialmente contratado foi alterado para R$ 52.405.809,13, sendo R$ 4.584.725,99 referentes às alterações de quantitativos de serviços e R$ 4.485.646,13 referentes aos reajustes contratuais periódicos.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem do fato de que a obra foi licitada com base em projeto básico e que, “com a conclusão do projeto executivo recentemente, ..., faz-se necessário ajuste na planilha orçamentária “ .

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração do 1º Termo Aditivo foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho, haja vista estarem as obras já concluídas impossibilitando esse tipo de análise. ##/Fato##

2.2.2 Análise dos preços contratados. Fato

Page 24: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Em relação aos serviços contratados para a recuperação e implantação da rodovia GO-326, no trecho entre Jaupaci/GO e Montes Claros/GO, verificou-se que, após os ajustes promovidos pelo 1º Termo Aditivo ao Contrato 111/2013-AD-GEJUR, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base novembro de 2008) seria de 47.920.162,98.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 37 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 43.399.781,14, correspondendo a 90,56 % dos R$ 47.920.162,98 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de novembro de 2008 (data do orçamento). Em relação aos itens de serviço incluídos na planilha orçamentária somente em maio de 2013, após a celebração do 1º Termo Aditivo, a AGETOP, visando unificar data-base de todos os itens da planilha orçamentária, aplicou um deságio de 1,17% sobre os seus custos unitários (obtidos das tabelas referenciais da AGETOP de setembro de 2012).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de agosto de 2008. A razão de ter sido utilizada a tabela da AGETOP de três meses antes da data-base da proposta da empresa contratada foi o fato de ser a pesquisa de preços disponível com data mais próxima, já que as tabelas referenciais da AGETOP não possuem periodicidade mensal. Para os itens de serviço incluídos na planilha orçamentária somente em maio de 2013, após a celebração do 1º Termo Aditivo, o parâmetro de comparação foi a Tabela de Custos Referenciais de Serviços de setembro de 2012, também da própria AGETOP, com o mesmo deságio de 1,17% aplicado pela AGETOP quando da formalização do 1º Termo Aditivo. Em relação aos itens de serviço “Fornecimento de emulsão RR-2C”, “Fornecimento de CM-30” e “Emulsão para Microrevestimento”, os preços referenciais utilizados foram aqueles constantes do SINAPI de novembro de 2008, haja vista que não constam preços de referência nas tabelas da AGETOP e nem no Sistema SICRO do DNIT. Já para o item “Estabilização solo - brita 15% peso-pista (BC)” o preço referencial utilizado foi aquele constante do SICRO de novembro de 2008, haja vista que não consta preço de referência nas tabelas da AGETOP.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, cabe informar que não consta da proposta da empresa Caiapó tal informação. Entretanto, como o orçamento que serviu de referência para a contratação foi baseado nos parâmetros das tabelas da AGETOP, as quais utilizaram um BDI de 35% (agosto/2008) e 28% (setembro/2012) para a formação dos preços referenciais, subentende-se que a proposta apresentada pela Caiapó também considerou os mesmos índices para o seu BDI, já automaticamente acrescidos aos seus preços. Qualquer coisa diferente disso deveria, obrigatoriamente, estar evidenciada na documentação apresentada.

Já para os itens “Fornecimento de emulsão RR-2C” e “Fornecimento de CM-30” o BDI considerado para a comparação de preços foi de 14,2%, haja vista tratar-se apenas de fornecimento de insumo e não de item de serviço. O parâmetro de 14,2% de BDI para o mero fornecimento de material betuminoso decorre dos termos do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o qual determina os limites a serem observados na análise do BDI dos orçamentos de obras públicas.

A análise realizada demonstrou que dos 37 itens de serviço pesquisados, 2 teriam apresentado sobrepreço: “Fornecimento de emulsão RR-2C” e “Fornecimento de CM-30”.

Page 25: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Por meio do Ofício 14985 /2014/DIAC2/CGU- Regional/Goiás, de 14/06/2014, a situação apontada foi informada à AGETOP, a qual, por meio do Ofício 1469/2014-PR, de 30/06/2014, apresentou esclarecimentos, dos quais destacamos os seguintes trechos:

“(...) Para a composição do orçamento da licitação — Concorrência n° 058/2008-GEGEL, a AGETOP baseou em sua Tabela de Preços vigente à época para todos os itens de serviços pertinentes ao projeto licitado, exceto para os itens de "Fornecimento de emulsão RR-2C" e "Fornecimento de CM-30". Para os itens de "Fornecimento de emulsão RR-2C" e "Fornecimento de CM-30" foram utilizados os preços referenciais praticados no mercado, ocasião em que se consultaram as empresas fornecedoras de material de asfalto/betuminoso na região Centro-Oeste, para estabelecer os preços destes itens no orçamento.

Conforme se pode ver na manifestação da Gerência de Orçamento da AGETOP (Memorando n° 128/2014- anexo), informando que na elaboração de cada orçamento para os preços do material betuminoso, a AGETOP utilizada a metodologia de cotações realizadas junto às empresas fornecedoras (Disbral, Petrobrás etc). E que os preços dos materiais betuminosos (CM-30 e RR-2C) oscilam ao longo do período de forma heterogênea, o que reflete nas cotações realizadas e nos orçamentos elaborados. E, que se pode notar que os preços médios para a região Centro-Oeste são significativamente superiores aos das demais regiões do país. Afirmando, ainda, da impossibilidade de comparação dos preços contratados neste Contrato com os coletados na tabela SINAPI, em razão de que, na Tabela SINAPI, os preços oscilam de acordo com variáveis que podem extrapolar e/ou reduzir a incidência da inflação no período, conforme pode ser verificado nas series históricas de preços médios ponderados dos anos de 2009 e 2013. (Documentos anexos). É preciso esclarecer que relativamente aos 37 itens de serviços constantes da planilha orçamentária, analisados pela CGU Regional/Goiás para estabelecer a curva ABC, quando da fiscalização em questão, verifica-se que 35 itens contratados, se comparados a Tabela do SINAPI, são quase todos inferiores a dita tabela, excetuando os itens que foram objeto de cotação de pregos no mercado, ou seja: de "Fornecimento de emulsão RR-2C" e "Fornecimento de CM-30".

(...)

Relativamente ao BDI aplicado aos itens de fornecimento de material betuminoso (CM-30 e Emulsao RR-2C), informamos que os preços contratados neste Contrato n° 111/2013-AD-GEJUR, conforme se pode verificar na Planilha de Preços da Proposta da Contratada e na "Composição de Custo Unitário", o BDI a 10% (dez por cento). A AGETOP aqui já adotava o BDI reduzido para o material betuminoso.

Conforme se pode constatar pelo aqui exposto e pelos documentos ora juntados, os preços contratados neste contrato, o BDI aplicado ao material betuminoso, encontra-se abaixo daquele sugerido pelo Acórdão 2.622/2013/TCU (...). (Documentos anexos).

(...)

Page 26: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

De todo o exposto, tem-se que os preços contratados no Contrato n° 111/2013-AD-GEJUR, relativos ao material betuminoso se acham de acordo com aqueles praticados no mercado à época, portanto, eles são legais.”

As justificativas apresentadas pela AGETOP baseiam-se nos seguintes aspectos: - Que os preços praticados para o material betuminoso decorreu de pesquisa de mercado, anexando cópias das pesquisas efetuadas; - Que os preços de material betuminoso variam de forma heterogênea ao longo do tempo o que tem reflexo direto nas cotações realizadas e tornaria a comparação com o SINAPI inadequada já que naquele sistema os preços oscilam de acordo com a incidência da inflação no período; - Que o BDI utilizado para os materiais betuminosos foi de 10% e não de 35% como informado anteriormente;

Analisando a documentação apresentada verifica-se que:

- a AGETOP realizou pesquisa de mercado junto a duas empresas distribuidoras de material betuminoso (Disbral Ltda. e Centro Oeste Asfaltos Ltda.), tendo adotado tais cotações no orçamento para a Concorrência n° 058/2008-GEGEL, que originou o contrato 111/2013;

- os valores contratados e pagos no âmbito do Contrato 111/2013 são compatíveis com a pesquisa de mercado apresentada pela AGETOP;

- as séries históricas de preços médios ponderados para o RR-2C e o CM-30 extraídas do sítio na internet da Agência Nacional do Petróleo – ANP realmente apontam para uma oscilação heterogênea dos preços ao longo do tempo, ora para mais ora para menos, demonstrando que os preços desses produtos são mais diretamente influenciados por outros aspectos econômicos, tais como a variação do preço internacional do petróleo e a variação cambial, do que pela inflação medida no país;

- ainda em relação aos preços médios ponderados para o RR-2C e o CM-30 extraídas do sítio na internet da Agência Nacional do Petróleo – ANP, cabe ressaltar que, embora possam dar uma ideia do preço de mercado, não servem como parâmetro de cotação de preço para efeito de comparação com o preço praticado nos contratos para tais produtos, haja vista que a sua metodologia de apuração pela ANP não considera a incidência de ICMS e é feita a partir da média ponderada dos preços a vista e das quantidades constantes das notas fiscais emitidas pelas distribuidoras, ou seja, podem conter variações significativas em relação ao preço real de mercado; - quanto ao BDI utilizado para o fornecimento de material betuminoso, verificamos que, embora não conste da proposta de preços da empresa contratada menção ao BDI praticado, a documentação referente à composição dos serviços apresentada pela AGETOP demonstra que o que BDI utilizado foi de 10% e não de 35.

Page 27: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Diante do exposto, acatam-se as justificativas da entidade. Conclui-se, então, que tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP e as pesquisas de mercado apresentadas, não foram encontradas evidências de sobrepreço. ##/Fato##

2.2.3 Análise do BDI praticado pela AGETOP Fato

Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o detalhamento dos BDIs de 35% e 28% considerados nas suas planilhas de custos referenciais. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“ (i) Na Tabela 01 encontram-se discriminadas as parcelas relativas à composição da taxa de BDI de 35%, quando praticado pela AGETOP.

Tabela 1 - Composição da taxa de BDI de 35% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,1%

ADMINISTRACAO LOCAL 5,0%

CUSTOS FINANCEIROS 1,2%

GARANTIA E RISCOS 2,5%

LUCRO 10,0%

IMPOSTOS 6,55%

MOBILIZACAO 2,0%

INSTALACAO DE CANTEIRO 1,0%

DESPESAS DIVERSAS E ALIMENTACAO 4,6%

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS ITENS) 35,0%

%CD - Percentual sobre o Custo Direto.

(ii) A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Page 28: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRACAO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(iii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”

Dá análise das planilhas apresentadas verifica-se que até agosto de 2009 a composição do BDI de 35% então adotado pela AGETOP incluía os itens administração local, mobilização, instalação de canteiro, despesas diversas e alimentação, num total de 12,6 %, os quais, conforme jurisprudência do TCU, não deveriam compor o custo indireto. Após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP atende aos parâmetros de mercado para obras rodoviárias.

##/Fato##

2.2.4 Verificação da compatibilidade das especificações de projeto, serviços atestados e pagos até a 6ª medição e a situação verificada in loco. Fato

Page 29: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

As obras do trecho da rodovia GO-326, entre a interseção com a rodovia GO-174, em Montes Claros de Goiás, e a interseção com a rodovia GO-173, em Jaupaci, com 51,668 km, objeto do Contrato Nº 111/2013-AD-GEJUR, celebrado em 09/05/2013 entre a AGETOP e a Construtora Caiapó Ltda, tiveram seu início autorizado em 01/07/2013 e paralisação em 18/12/2013. Os serviços realizados neste intervalo foram atestados em 6 medições. Em 01/04/2014, houve nova autorização de reinício das obras, não tendo sido disponibilizadas novas medições à fiscalização da CGU.

O trecho contratado foi inspecionado nos dias 27 e 28/05/2014, tendo sido mensurado com um aparelho GPS de navegação, marca Garmin, modelo eTrex Legend HCx, embarcado em um veículo, sendo que partes do segmento em obras de implantação foram percorridas em desvios, justamente por causa das obras, que impossibilitaram o tráfego na plataforma da via. A situação física foi tipificada em sete segmentos, no sentido de Montes Claros a Jaupaci, conforme segue:

Ordem Situação verificada do segmento Extensão (km) 1 Pavimentado com revestimento em TSD, sem sinalização

definitiva, somente de obras 2,70

2 Implantado, com terraplenagem executada 0,74 3 Pavimentado com revestimento em TSD, sem sinalização

definitiva, somente de obras 4,92

4 Em obras de implantação, com execução de serviços de drenagem e terraplenagem

13,84

5 Leito natural, sem obras 20,40 6 Em implantação, com serviços paralisados, com estacas

testemunhas colocadas 3,40

7 Pavimentado com revestimento em TSD, sem sinalização 6,40 Extensão total medida pela CGU 52,40

A extensão total medida pela CGU, 52,40 km, foi 0,732 km maior que a extensão de 51,668 km estabelecida no contrato de execução das obras.

A frente de trabalho se concentrava no segmento 4, com 13,84 km em obras de implantação, com serviços de desmatamento, destocamento e limpeza, terraplenagem, remoção e recolocação de cercas, remoção e execução de bueiros tubulares e trabalhos na única jazida em uso, de material para o subleito. Haviam ainda serviços isolados de drenagem nos segmentos anteriores, mais próximos de Montes Claros.

No segmento 6, mais próximo a Jaupaci, haviam 3,40 km de serviços de implantação paralisados desde dezembro de 2013.

O segmento 7, com 6,40 km pavimentados, sem sinalização e sendo invadido por vegetação, foi executado anteriormente ao contrato fiscalizado.

Para verificar a compatibilidade entre os serviços atestados e pagos até a 6ª Medição oficial e os verificados in loco, foram comparados os quantitativos dos serviços de imprimação e

Page 30: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

tratamento superficial duplo – TSD, diretamente proporcionais á área pavimentada executada nos segmentos 1 e 3 do quadro anterior. Os resultados foram os seguintes:

Serviço Medição CGU segmentos 1 e 3

AGETOP 6ª medição acumulada

Diferença AGETOP – CGU

Diferença (%)

Imprimação (m²) 73.152,00 72.960,00 -192,00 -0,26 TSD (m²) 73.152,00 57.216,00 -15.936,00 -27,85

Pelo que se pode observar, a área de imprimação calculada pela CGU é quase idêntica à atestada pela AGETOP. A diferença a menor para a área atestada de TSD é explicada em razão de que parte do serviço foi realizado após o reinício das obras em 01/04/2014. Diante do exposto, conclui-se que os serviços executados e verificados in loco são compatíveis com os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 6ª Medição. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização.

Page 31: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318080 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 65.842.929,96 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a conclusão das obras de duplicação, restauração e ciclovia da Rodovia GO-020 – Lote 2, entre Goiânia e Bela Vista. A referida obra está sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas no dia 15/08/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o

projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

Page 32: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre o Contrato 167/2013 de execução do empreendimento. Fato Para contratação dos serviços de engenharia na Rodovia GO-020, entre Goiânia e Bela Vista, a AGETOP deflagrou a Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram licitados dois lotes relativos a obras de terraplenagem e pavimentação.

A licitação do Lote 02 resultou no Contrato n° 167/2013 celebrado em 10/06/2013 entre a AGETOP e a empresa Goiás Construtora Ltda. (CNPJ: 02.649.127/0001-61). Conforme descrição contida na Cláusula Segunda, o instrumento teve como objeto a execução de terraplenagem e pavimentação asfáltica para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, conforme descrição de projeto relativa ao lote 2. O valor inicialmente pactuado foi de R$ 57.791.751,70 a serem custeados com recursos do BNDES. Posteriormente, foi celebrado os 1° Termo Aditivo ao Contrato 167/2013, o qual tratou de acrescer e suprimir itens/serviços constantes da planilha orçamentária contratada, resultando em um acréscimo de valor da ordem de R$ 8.051.178,26 passando o valor total contratado pra R$ 65.842.929,96.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem de uma serie de situações que, embora já fossem de conhecimento público, não foram consideradas na elaboração do projeto licitado. Como exemplo, citamos:

- “Para a ... duplicação da rodovia GO-020 utilizou-se toda a faixa de domínio onde passou o eixo da segunda pista. Em muitos locais, o eixo estava dentro das antigas caixas de empréstimo que foram utilizadas na construção da pista existente/antiga da referida rodovia”;

- “Também para a implantação da segunda pista foi preciso que toda a área da faixa de domínio fosse remanejada para disciplinar as águas pluviais ... aumentando, assim, o volume de material escavado”;

-“Na construção da segunda pista o volume compactado é muito grande e apenas o material previsto dentro da faixa de domínio não é suficiente para a compactação de todos os aterros previstos no projeto base da licitação, havendo necessidade de buscar material fora da faixa de domínio, aumentando, assim, a distância de transporte prevista anteriormente no projeto”;

- “Outro fato que contribui para o aumento da distância de transporte é a expansão imobiliária ao longo da faixa de domínio ...”;

- “Ainda tem-se que a quantidade de serviços prevista no projeto licitado para limpeza da faixa de domínio foi insuficiente...”;

Page 33: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- “Na região, em razão da expansão imobiliária, houve uma grande dificuldade para achar área para fazer o bota fora ...”;

- “O volume previsto de material no encabeçamento das pontes foi insuficiente ...”.

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração do 1º Termo Aditivo foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho. ##/Fato##

2.2.2. Análise dos preços contratados. Fato

Em relação aos serviços contratados para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, verificou-se que, após os ajustes promovidos pelos 1º Termo Aditivo ao Contrato 167/2013, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base agosto de 2012) seria de R$ 65.842.929,96.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 35 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 59.511.283,15, correspondendo a 90,39 % dos R$ R$ 65.842.929,96 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de setembro de 2012 (data do orçamento).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de setembro de 2012. Em relação aos itens de serviço “Fornecimento de CAP 50-70” “Fornecimento de CAP com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C”, “Fornecimento de emulsão RR-1C” e “Fornecimento de CM-30”, os preços referenciais utilizados foram aqueles constantes do sítio da Agência Nacional do Petróleo, referentes ao valor médio para a região centro-oeste em setembro de 2012, acrescidos de 14,5% de BDI e 17% de ICMS, haja vista que não constam preços de referência nas tabelas da AGETOP e nem no Sistema SICRO do DNIT.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, verifica-se que o orçamento que serviu de referência para a contratação (tabelas da AGETOP de setembro/2012) e a proposta da empresa Goiás Construtora Ltda. informam um BDI de 28% para os itens de serviço. Já para os itens “Fornecimento de CAP 50-70”, “Fornecimento de CAP com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C”, “Fornecimento de emulsão RR-1C” e “Fornecimento de CM-30” o BDI considerado pela AGETOP foi de 14,5%, conforme consta da orçamentação apresentada por aquela Agência.

A análise realizada demonstrou que dos 35 itens de serviço pesquisados, dois não puderam ser comparados com preços de mercado, conforme detalhamos:

Page 34: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- para os itens “Mobilização de Equipamentos (terraplenagem e pavimentação) – 2%” e “Instalação de Canteiro de Obras (terraplenagem e pavimentação) – 1%” não se pode comparar os preços contratados com os preços de mercado, haja vista que os preços contratados foram cotados como “verba” nos percentuais de 2% e 1%, respectivamente, em relação ao valor total dos demais itens de serviço. Além disso, as tabelas da AGETOP referentes a setembro de 2012 não trazem cotação para esses itens de serviço. Não obstante a inadequação da cotação de itens de serviço como verba, o seu valor representou apenas 2,80% do valor total contratado (R$ 1.181.121,14 sobre R$ 65.842.929,96), fato que aliado à ausência de sobrepreço nos demais itens de serviço pesquisados indica que a sua influência no valor final da obra não é relevante;

Conclui-se, então, que, tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP e as pesquisas de mercado apresentadas, não foram encontradas evidências de sobrepreço. ##/Fato##

2.2.3. Análise do BDI praticado pela AGETOP. Fato

Verificou-se que na orçamentação de referência para a realização da Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram contratados os serviços relativos a terraplenagem e pavimentação asfáltica para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, lotes 1 e 2, a AGETOP utilizou-se de um BDI de 28%. Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o seu detalhamento. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRACAO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

Page 35: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(ii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”.

A empresa vencedora do lote 2 da Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, apresentou um BDI também de 28%, conforme detalhamos:

Descrição %

ADMINISTRACAO CENTRAL 6,31

CUSTOS FINANCEIROS 1,20

RISCOS 2,05

LUCRO OPERACIONAL 11,21

PIS 0,83

COFINS 3,84

ISSQN 2,56

TOTAL 28,00

Dá análise dos quadros apresentados verifica-se que, após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado nas orçamentações da AGETOP.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Quanto ao BDI de 14,5% adotado pela AGETOP para o mero fornecimento de materiais betuminosos, verifica-se que é compatível com os termos do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o qual determina os limites a serem observados na análise do BDI dos orçamentos de obras públicas.

Page 36: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP em suas orçamentações é compatível com os parâmetros de mercado para obras rodoviárias. ##/Fato##

2.2.4. Verificação da compatibilidade das especificações de projeto, serviços atestados e pagos até a 12ª medição e a situação verificada in loco. Fato O lote 2 das obras de duplicação, restauração e implantação de ciclovia da rodovia GO-020, objeto do Contrato 167/2013, compreende o subtrecho de aproximadamente 27,60 km de extensão, entre a ponte sobre o Ribeirão Olaria, na divisa entre Caldazinha e Bela Vista de Goiás, e o entroncamento com a rodovia GO-147, em Bela Vista de Goiás, de acesso a Piracanjuba.

As interseções e retornos projetados são todos em nível, destacando-se os três entroncamentos nas imediações de Bela Vista. Foram previstas a construção de três pontes e o alargamento de outra para acomodar a ciclovia projetada. Embora as pontes não façam parte do contrato analisado, as obras de terraplenagem, pavimentação e sinalização relacionadas compõem o contrato.

A exemplo do que ocorre no trecho 1, para a ciclovia no trecho 2 foi prevista uma única pista para tráfego em dois sentidos, paralela à pista direita de tráfego motorizado, no sentido do Ribeirão Olaria para Bela Vista, com separação física por canteiro e meios-fios.

Foram disponibilizadas 12 medições de serviços executados, aprovadas pela AGETOP, cobrindo o período de 11/06/2013 a 30/06/2014, com serviços atestados no valor de R$ 44.975.490,66, correspondentes a 68,30% do valor R$ 65.842.929,96 a preços iniciais do contrato.

O subtrecho do lote 2, juntamente com o lote 1, foi inspecionado pela CGU nos dias 4 e 5/09/2014.

Os 27,60 km do subtrecho estavam com obras de construção de duplicação da pista rodoviária, da ciclovia e restauração da pista existente. Foram conferidos serviços executados e em execução de pistas, interseções, retornos, drenagem, pavimento, incluindo comprimentos, larguras e espessuras das camadas de revestimento, além da sinalização. Pelo estágio e pela complexidade da obra, não foram estimados os serviços de terraplenagem. Pelo que pode ser observado na inspeção física, os serviços executados estavam em estágio avançado de execução e eram condizentes com o projeto executivo de engenharia, de janeiro de 2013. Apenas o segmento final da obra, de cerca de 5,40 km, já chegando ao entroncamento com a rodovia GO-147 de acesso a Piracanjuba, ainda apresentava serviços de terraplenagem e de execução de base e sub-base. Conclui-se, então, que os serviços executados e que puderam verificados in loco são compatíveis com as especificações de projeto e com os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 12ª medição. ##/Fato##

Page 37: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização.

Page 38: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318081 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 63.033.498,22 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a conclusão das obras de duplicação, restauração e ciclovia da Rodovia GO-020 – Lote 1, entre Goiânia e Bela Vista. A referida obra está sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas no dia 15/08/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o

projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

Page 39: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre o Contrato 168/2013 de execução do empreendimento. Fato Para contratação dos serviços de engenharia na Rodovia GO-020, entre Goiânia e Bela Vista, a AGETOP deflagrou a Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram licitados dois lotes relativos a obras de terraplenagem e pavimentação.

A licitação do Lote 01 resultou no Contrato n° 168/2013 celebrado em 10/06/2013 entre a AGETOP e a empresa Goiás Construtora Ltda. (CNPJ: 02.649.127/0001-61). Conforme descrição contida na Cláusula Segunda, o instrumento teve como objeto a execução de terraplenagem e pavimentação asfáltica para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, conforme descrição de projeto relativa ao lote 1. O valor inicialmente pactuado foi de R$ 54.051.316,80 a serem custeados com recursos do BNDES. Posteriormente, foi celebrado os 1° Termo Aditivo ao Contrato 168/2013, o qual tratou de acrescer e suprimir itens/serviços constantes da planilha orçamentária contratada, resultando em um acréscimo de valor da ordem de R$ 8.982.181,42, passando o valor total contratado pra R$ 63.033.498,22.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem de uma serie de situações que, embora já fossem de conhecimento público, não foram consideradas na elaboração do projeto licitado. Como exemplo, citamos:

- “Para a ... duplicação da rodovia GO-020 utilizou-se toda a faixa de domínio onde passou o eixo da segunda pista. Em muitos locais, o eixo estava dentro das antigas caixas de empréstimo que foram utilizadas na construção da pista existente/antiga da referida rodovia”;

- “Também para a implantação da segunda pista foi preciso que toda a área da faixa de domínio fosse remanejada para disciplinar as águas pluviais ... aumentando, assim, o volume de material escavado”;

-“Na construção da segunda pista o volume compactado é muito grande e apenas o material previsto dentro da faixa de domínio não é suficiente para a compactação de todos os aterros previstos no projeto base da licitação, havendo necessidade de buscar material fora da faixa de domínio, aumentando, assim, a distância de transporte prevista anteriormente no projeto”;

- “Outro fato que contribui para o aumento da distância de transporte é a expansão imobiliária ao longo da faixa de domínio ...”;

- “Ainda tem-se que a quantidade de serviços prevista no projeto licitado para limpeza da faixa de domínio foi insuficiente...”;

Page 40: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- “Na região, em razão da expansão imobiliária, houve uma grande dificuldade para achar área para fazer o bota fora ...”;

- “O volume previsto de material no encabeçamento das pontes foi insuficiente ...”.

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração do 1º Termo Aditivo foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho. ##/Fato##

2.2.2. Análise dos preços contratados. Fato

Em relação aos serviços contratados para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, verificou-se que, após os ajustes promovidos pelos 1º Termo Aditivo ao Contrato 168/2013, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base agosto de 2012) seria de R$ 63.033.498,22.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 36 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 56.789.114,56, correspondendo a 90,09 % dos R$ 63.033.498,22 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de setembro de 2012 (data do orçamento).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de setembro de 2012. Em relação aos itens de serviço “Fornecimento de CAP 50-70” “Fornecimento de CAP com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C”, “Fornecimento de emulsão RR-1C” e “Fornecimento de CM-30”, os preços referenciais utilizados foram aqueles constantes do sítio da Agência Nacional do Petróleo, referentes ao valor médio para a região centro-oeste em setembro de 2012, acrescidos de 14,5% de BDI e 17% de ICMS, haja vista que não constam preços de referência nas tabelas da AGETOP e nem no Sistema SICRO do DNIT.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, verifica-se que o orçamento que serviu de referência para a contratação (tabelas da AGETOP de setembro/2012) e a proposta da empresa Goiás Construtora Ltda. informam um BDI de 28% para os itens de serviço. Já para os itens “Fornecimento de CAP 50-70”, “Fornecimento de CAP com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C”, “Fornecimento de emulsão RR-1C” e “Fornecimento de CM-30” o BDI considerado pela AGETOP foi de 14,5%, conforme consta da orçamentação apresentada por aquela Agência.

A análise realizada demonstrou a inexistência de sobrepreço, entretanto verificou-se que dos 36 itens de serviço pesquisados, dois não puderam ser comparados com preços de mercado, conforme detalhamos:

Page 41: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

- para os itens “Mobilização de Equipamentos (terraplenagem e pavimentação) – 2%” e “Instalação de Canteiro de Obras (terraplenagem e pavimentação) – 1%” não se pode comparar os preços contratados com os preços de mercado, haja vista que os preços contratados foram cotados como “verba” nos percentuais de 2% e 1%, respectivamente, em relação ao valor total dos demais itens de serviço. Além disso, as tabelas da AGETOP referentes a setembro de 2012 não trazem cotação para esses itens de serviço. Não obstante a inadequação da cotação de itens de serviço como verba, o seu valor representou apenas 2,78% do valor total contratado (R$ 1.750.431,40 sobre R$ 63.033.498,22), fato que aliado à ausência de sobrepreço nos demais itens de serviço pesquisados indica que a sua influência no valor final da obra não é relevante.

Conclui-se, então, que, tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP e as pesquisas de mercado apresentadas, não foram encontradas evidências de sobrepreço que pudessem comprometer a economicidade da obra. ##/Fato##

2.2.3. Análise do BDI praticado pela AGETOP. Fato

Verificou-se que na orçamentação de referência para a realização da Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram contratados os serviços relativos a terraplenagem e pavimentação asfáltica para duplicação da GO-020 e construção de ciclovia no trecho situado entre o Autódromo de Goiânia e Bela Vista e, ainda, a construção de terceira faixa na GO-020 no trecho entre o viaduto da BR-153 e o Autódromo de Goiânia, lotes 1 e 2, a AGETOP utilizou-se de um BDI de 28%. Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o seu detalhamento. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRACAO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRACAO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

Page 42: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(ii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”.

A empresa vencedora do lote 1 da Concorrência n° 018/2013-PR-NELIC, apresentou um BDI também de 28%, conforme detalhamos:

Descrição %

ADMINISTRACAO CENTRAL 6,31

CUSTOS FINANCEIROS 1,20

RISCOS 2,05

LUCRO OPERACIONAL 11,21

PIS 0,83

COFINS 3,84

ISSQN 2,56

TOTAL 28,00

Dá análise dos quadros apresentados verifica-se que, após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado nas orçamentações da AGETOP.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Quanto ao BDI de 14,5% adotado pela AGETOP para o mero fornecimento de materiais betuminosos, verifica-se que é compatível com os termos do Acórdão 2622/2013/TCU-

Page 43: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Plenário, o qual determina os limites a serem observados na análise do BDI dos orçamentos de obras públicas.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP em suas orçamentações é compatível com os parâmetros de mercado para obras rodoviárias. ##/Fato##

2.2.4. Verificação da compatibilidade das especificações de projeto, serviços atestados e pagos até a 12ª medição e a situação verificada in loco. Fato O lote 1 das obras de duplicação, restauração, implantação de terceira faixa e ciclovia da rodovia GO-020, objeto do Contrato 168/2013, compreende o subtrecho de aproximadamente 24,50 km de extensão da continuação da Avenida Jamel Cecílio, em Goiânia, pouco antes da interseção em desnível com a rodovia BR-153, às pontes sobre o Ribeirão Olaria, na divisa entre Caldazinha e Bela Vista de Goiás.

As interseções e retornos projetados são em nível, com exceção de duas interseções em desnível denominadas Viaduto Golfe/Cemitério, no quilômetro 4,80, e Viaduto Senador Canedo, no quilômetro 6,90, cada qual com duas obras de arte especiais (OAEs). Embora estas OAEs, assim como a construção de três pontes e o alargamento de outras duas para acomodação da ciclovia não façam parte do contrato analisado, as obras de terraplenagem, pavimentação e sinalização relacionadas fazem parte do contrato.

Para a ciclovia, foi prevista uma única pista para tráfego em dois sentidos, paralela à pista direita de tráfego motorizado, no sentido de Goiânia para Bela Vista de Goiás, com separação física por canteiro e meios-fios.

Foram disponibilizadas 12 medições de serviços executados e aprovadas pela AGETOP, cobrindo o período de 11/06/2013 a 30/06/2014, com serviços atestados no valor de R$ 34.999.134,91, correspondentes a 55,52% do valor R$ 63.033.498,22, a preços iniciais do contrato.

O subtrecho do lote 1, juntamente com o lote 2, foi inspecionado pela CGU nos dias 4 e 5/09/2014.

Os primeiros 4,90 km compreendem um segmento previamente duplicado, com duas faixas de tráfego rodoviário por sentido, acostamentos externos e ciclovia bidirecional em paralelo à pista direita. Neste segmento, com obras concluídas, foram realizados serviços de restauração em toda faixa de domínio e construção de terceira faixa nas duas pistas rodoviárias.

Os 19,60 km seguintes estavam com obras de construção de duplicação da pista rodoviária, da ciclovia e restauração da pista existente. Foram conferidos serviços executados e em execução de pistas, interseções, retornos, drenagem, pavimento, incluindo comprimentos, larguras e espessuras das camadas de revestimento, além da sinalização. Pelo estágio e pela

Page 44: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

complexidade da obra, não foram estimados os serviços de terraplenagem. Pelo que pode ser observado na inspeção física, os serviços executados estavam em estágio avançado de execução e eram condizentes com o projeto executivo de engenharia, de janeiro de 2013.

Os serviços de construção e alargamento das pontes estavam em execução. Cabe destacar a ocorrência de um acidente ocorrido em 21/08/2014 nas obras de construção da ponte sobre o Rio Meia Ponte, no eixo da pista direita da rodovia, durante a colocação de uma das vigas do vão central, com a morte de um operário. O acidente, por comprometer o cronograma de construção da ponte, ocasionará atrasos na conclusão da duplicação da rodovia.

A construção das quatro obras de arte especiais das duas interseções em desnível previstas ainda não havia sido iniciada. A equipe foi informada pelo fiscal da obra que estas estruturas seriam executadas somente no ano de 2015, o que provocará um atraso na completa conclusão da duplicação contratada ainda maior do que o decorrente do acidente na construção da ponte.

Conclui-se, então, que os serviços executados e que puderam verificados in loco são compatíveis com as especificações de projeto e com os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 12ª medição. ##/Fato##

2.2.5. Comentários sobre a ciclovia. Fato Em relação à utilidade da ciclovia em execução, cabem algumas críticas, devido à ausência de estudos sobre a sua real necessidade, bem como em relação a aspectos técnicos, tais como: descontinuidades, ausência de conexões e segurança.

Não consta da documentação apresentada pela AGETOP qualquer justificativa ou estudo técnico sobre a necessidade ou sobre as reais vantagens de sua implantação, especialmente no trecho que fica após o Autódromo de Goiânia até a cidade de Bela Vista. Sabe-se que esse trecho da GO-020 é razoavelmente utilizado por ciclistas profissionais e semiprofissionais em seus treinamentos, entretanto, como se verá a seguir, a ciclovia não será de real utilidade a esses atletas. Além disso, não há um trânsito significativo de ciclistas domésticos entre Goiânia e Bela Vista e vice-versa.

Em relação aos aspectos técnicos, verificou-se que a ciclovia possui diversas interrupções nos acessos de entrada e saída à direita da pista de tráfego motorizado, tais como o acesso ao Parque das Laranjeiras (km 1,20), o acesso ao Parque Ateneu (km 6,48) e o acesso ao Portal do Sol Green (km 8,00). O problema se repete, também, em algumas interseções, tais como na saída da interseção em desnível (km 3,14) e na parte superior da via secundária de interseção tipo “osso de cachorro” de acesso ao Alphaville onde a ciclovia é descontinuada (km 3,39). Isso se torna um sério entrave à sua utilização face à intensidade do tráfego nesses acessos e interseções. Além disso, a ciclovia não é conectada a outras vias de tráfego motorizado ou cicloviário.

No sentido de Goiânia para Bela Vista de Goiás, a ciclovia tem início na parada para veículos defronte ao Centro Cultural Oscar Niemeyer, do lado direito da pista direita da rodovia (km

Page 45: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

0,62). O acesso à ciclovia deve ser feito diretamente pelo trevo de quatro folhas da interseção em dois níveis entre as rodovias GO-020 e BR-153, com três saídas e duas entradas. Essa interseção, considerando sua geometria, com entrelaçamentos de fluxos, e as características do tráfego, intenso e expresso, oferece pouca segurança para os ciclistas acessarem o início da ciclovia.

No sentido de Bela Vista de Goiás para Goiânia, o tráfego na ciclovia bidirecional opera no sentido oposto ao do tráfego motorizado. Neste sentido, a ciclovia termina defronte ao Centro Cultural Oscar Niemeyer, na contramão da pista direita, antes do trevo de quatro folhas da interseção com a BR-153, sem possibilidade de acessar a outra pista rodoviária, devido à existência de uma barreira de concreto separando as duas pistas de tráfego motorizado.

Existem, ainda, trechos em que a ciclovia margeia aterros com taludes acentuados de mais de 20 metros de altura, sem proteção lateral e muito próxima à crista do aterro e sem margem de segurança adequada, tornando o local perigoso pelo risco de quedas (km 5,83 e 6,93).

Por fim, a inexistência de delimitação por meio-fio na borda externa de todo o trecho da ciclovia que fica após o Autódromo de Goiânia (km 4,78) propicia o acumulo de detritos, terra, cascalho e outras sujeiras na pista de ciclovia, tornando a sua utilização perigosa e inadequada pela potencialização do risco de quedas.

Dessa forma, a ciclovia da GO-020 apresenta características de insegurança e pouca acessibilidade, tornando-a pouco atrativa para utilização mais intensa, especialmente para ciclistas profissionais ou semiprofissionais, os quais certamente continuarão usando a pista da rodovia para seus treinamentos. Caso seja usada mais intensamente, os conflitos se tornarão mais evidentes. Por meio do Ofício 149/2014/DOR, de 02/10/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações: “A AGETOP esta implantando paulatinamente ciclovias em rodovias de alto trafego, especialmente em acesso as cidades periféricas da capital, como na GO-060 — Goiânia/Trindade e na GO-403 — Goiânia/Senador Canedo. Esta concepção de implantação de ciclovias tem como objetivo o incentivo ao transporte alternativo, por meio da bicicleta, que é uma máquina eficiente e ecologicamente limpa.

Assim, as ciclovias visam proporcionar aos usuários de bicicleta condições de tráfego em segurança, diminuindo ao máximo conflitos com os veículos que trafegam nas rodovias.

No caso da GO-020 — Goiânia/Bela Vista, além de proporcionar de imediato o tráfego de ciclistas profissionais e semi-profissionais com maior segurança, que já esta consolidado, antes, inclusive, da duplicação da rodovia e, também, o dos ciclistas domésticos, que já ocupam a pista, e tende a aumentar significativamente o volume de usuários da ciclovia ao longo do tempo, devido a grande expansão imobiliária existente na região. Ainda, existe outro objetivo muito importante, pois futuramente, pretende-se fazer a ligação desta ciclovia com a Avenida Leste-Oeste, e dai até a ciclovia existente na GO-060 — Goiânia/Trindade.

Page 46: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Quanto ao acesso de veículos motorizados em conflito com a pista de ciclismo nas intersecções com o Parque das Laranjeiras, Parque Ateneu, Parque do Sol e outros de menores demandas não existe a interrupção física da pista. Nestes pontos serão implantados até a conclusão da obra, dispositivos de sinalização rodoviária.

Em relação aos aspectos de segurança, já estão em implantação defensas metálicas nos pontos críticos. Além disto, foi implantado ao longo de todo a pista de ciclismo canteiro separador, visando proteger de possíveis invasões na ciclovia. Este canteiro foi implantado além do acostamento de 2,5 metros.

Informamos que, quando da data que foi realizada a visita ao trecho, a drenagem superficial não estava concluída. A qual esta sendo implantada ao longo da obra, o que também evitará acúmulo de sujeiras e detritos. Todas estas medidas foram ou estão sendo adotadas para mitigar os problemas de insegurança e facilitar o tráfego continuo dos ciclistas [...]. Observa-se, com base nas ações informadas pela AGETOP, que estão sendo adotadas providências que deverão mitigar os problemas apontados. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização.

Page 47: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318082 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 31.983.743,36 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a conclusão das obras da Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia. A referida obra está sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas no dia 11/07/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o

projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

Page 48: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre o Contrato 113/2013 de execução do empreendimento. Fato Para contratação dos serviços de engenharia na Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, a AGETOP deflagrou a Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual, além dos serviços relativos a terraplenagem e pavimentação (Lote 1) foram também licitados três lotes relativos a construção de 02 pontes sobre o rio Meia-Ponte (Lote 02), construção de uma passagem inferior e um viaduto (Lote 03) e iluminação e manutenção da iluminação da rodovia (Lote 04).

A licitação do Lote 01 resultou no Contrato n° 113/2013 celebrado 08/05/2013 entre a AGETOP e a empresa Loctec Engenharia Ltda. (CNPJ: 01.734.214/0001-54). Conforme descrição contida na Cláusula Segunda, o instrumento teve como objeto a construção e pavimentação asfáltica e construção de bueiros BTCC (3,0 m x 3,0 m). O valor inicialmente pactuado foi de R$ 25.670.540,63 a serem custeados com recursos do BNDES. Posteriormente, foram celebrados os 1°, 2° e 3° Termos Aditivos ao Contrato 113/2013, os quais trataram do seguinte:

- Termo Aditivo n° 250/2013-AD-GEJUR, de 24/09/2013: acrescer itens/serviços adicionado valor ao contrato correspondente a R$ 6.313.202,73 (24,59%), passando o valor contratado para R$ 31.983.743,36.

- Termo Aditivo n° 362/2013-AD-GEJUR, de 29/11/2013: acrescer e suprimir itens/serviços (sem adição de valor) constantes das planilhas orçamentárias.

- Termo Aditivo n° 068/2014-AD-GEJUR, de 19/03/2014: prorrogação do prazo de execução por 06 meses.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem do fato de que a obra foi licitada com base em projeto básico doado à AGETOP pelo Município de Senador Canedo e que as alterações seriam decorrentes da “adequação dos projetos”, “inclusão de ciclovia no projeto da obra” e da “necessidade de readequação de solução/quantitativos constantes no projeto/edital/contrato, que torna necessário alterar os serviços para atender a situação encontrada em campo quando da efetiva execução da obra”.

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração do 1º e do 2º Termo Aditivo foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho. ##/Fato##

2.2.2. Análise dos preços contratados.

Page 49: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Fato

Em relação aos serviços contratados para a recuperação e implantação da rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, verificou-se que, após os ajustes promovidos pelos 1º e 2º Termos Aditivos ao Contrato 113/2013, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base agosto de 2012) seria de R$ 31.983.743,36.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 33 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 28.985.068,70, correspondendo a 90,62 % dos R$ 31.983.743,36 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de setembro de 2012 (data do orçamento).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de setembro de 2012. Em relação aos itens de serviço “Fornecimento de CAP 60-85 com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C com Polímero” e “Fornecimento de CM-30”, os preços referenciais utilizados foram aqueles constantes do sítio da Agência Nacional do Petróleo, referentes ao valor médio para a região centro-oeste em setembro de 2012, acrescidos de 14,5% de BDI e 17% de ICMS, haja vista que não constam preços de referência nas tabelas da AGETOP e nem no Sistema SICRO do DNIT.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, verifica-se que o orçamento que serviu de referência para a contratação (tabelas da AGETOP de setembro/2012) e a proposta da empresa LOCTEC Engenharia Ltda. informam um BDI de 28% para os itens de serviço. Já para os itens “Fornecimento de CAP 60-85 com Polímero”, “Fornecimento de emulsão RR-2C com Polímero” e “Fornecimento de CM-30” o BDI considerado pela AGETOP foi de 14,5%, conforme consta da orçamentação apresentada por aquela Agência.

A análise realizada demonstrou a inexistência de sobrepreço, entretanto verificou-se que dos 33 itens de serviço pesquisados, dois não puderam ser comparados com preços de mercado, conforme detalhamos: - para os itens “Mobilização de Equipamentos (terraplenagem e pavimentação) – 2%” e “Instalação de Canteiro de Obras (terraplenagem e pavimentação) – 1%” não se pode comparar os preços contratados com os preços de mercado, haja vista que os preços contratados foram cotados como “verba” nos percentuais de 2% e 1%, respectivamente, em relação ao valor total dos demais itens de serviço. Além disso, as tabelas da AGETOP referentes a setembro de 2012 não trazem cotação para esses itens de serviço. Não obstante a inadequação da cotação de itens de serviço como verba, o seu valor representou apenas 2,33% do valor total contratado (R$ 744.245,13 sobre R$ 31.983.743,36), fato que aliado à ausência de sobrepreço nos demais itens de serviço pesquisados indica que a sua influência no valor final da obra não é relevante.

Conclui-se, então, que, tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP e as pesquisas de mercado apresentadas, não foram encontradas evidências de sobrepreço que pudessem comprometer a economicidade da obra. ##/Fato##

Page 50: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

2.2.3. Análise do BDI praticado pela AGETOP Fato

Verificou-se que na orçamentação de referência para a realização da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram contratados os serviços relativos a terraplenagem e pavimentação na Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia (Lote 1), a AGETOP utilizou-se de um BDI de 28%. Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o seu detalhamento. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(ii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”.

Page 51: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

A empresa vencedora da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, apresentou um BDI também de 28%, conforme detalhamos:

Descrição %

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 1,27

RISCOS 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,32

LUCRO OPERACIONAL 9,84

PIS 0,65

COFINS 3,00

ISSQN 5,00

TOTAL 28,00

Dá análise dos quadros apresentados verifica-se que, após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Quanto ao BDI de 14,5% adotado pela AGETOP para o mero fornecimento de materiais betuminosos, verifica-se que é compatível com os termos do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o qual determina os limites a serem observados na análise do BDI dos orçamentos de obras públicas.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP em suas orçamentações é compatível com os parâmetros de mercado para obras rodoviárias. ##/Fato##

2.2.4. Existência de serviços medidos em duplicidade no valor de R$ 54.074,76 e de serviços medidos que não foram executados no valor de R$ 948.480,00. Fato A inspeção física das obras de duplicação da rodovia GO-403 – Lote 1, compreendendo serviços de drenagem, terraplenagem, pavimentação e outros mais, no trecho entre Goiânia e

Page 52: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Senador Canedo, objeto do Contrato 113/2013/AGETOP, foi precedida pela análise do projeto executivo e das 14 medições até então atestadas pela AGETOP.

O projeto executivo de duplicação da rodovia, com data de setembro/2011, elaborado pela empresa Basitec Projetos e Construções Ltda. para a Prefeitura Municipal de Senador Canedo, subdivide o trecho em dois segmentos:

- o segmento 1, em Senador Canedo, está situado entre o bueiro triplo celular de travessia do Córrego Lajeado, na divisa com Goiânia, e a rotatória de interseção com a Avenida Dom Emanuel, no início do perímetro urbano da sede do município, com extensão de 7.540 metros, calculada pelo estaqueamento projetado;

- o segmento 2, em Goiânia, está situado entre a Avenida Buenos Aires, a partir do cruzamento em nível com Avenida Bruxelas, no Setor Novo Mundo, e o bueiro triplo celular de travessia do Córrego Lajeado, na divisa com Senador Canedo, com extensão de 3.240 m, calculada pelo estaqueamento projetado.

As 14 medições de serviços executados, aprovadas pela AGETOP, cobrindo o período de 08/05/2013 a 31/07/2014, apresentam serviços atestados no valor de R$ 27.391.574,42, correspondentes a 85,64% do valor contratado de R$ 31.983.743,36, repactuado por meio do Termo Aditivo 250/2013-AD-GEJUR, de 24/09/2013.

O trecho foi inspecionado pela equipe da CGU em 11/07/2014. As extensões foram mensuradas com um aparelho GPS de navegação, marca Garmin, modelo eTrex Legend HCx, embarcado em um veículo. Devido às obras, parte da variante do traçado em implantação, foi mensurada percorrendo-se um desvio paralelo. As extensões mensuradas foram de 7.540 m para o trecho 1 e de 3.250 m para o trecho 2, as mesmas estaqueadas no projeto.

Além da compatibilidade das extensões das vias indicadas em projeto e verificadas in loco, foram inspecionados e mensurados outros elementos da obra, conforme detalhamento a seguir:

- O trecho compreendido entre o início no Jardim Novo Mundo em Goiânia, na Avenida Buenos Aires, a partir do cruzamento com Avenida Bruxelas, até o cruzamento existente em nível com a ferrovia, com 1.010 m, continuando pela Avenida das Cerâmicas até o cruzamento com a Avenida das Pirâmides, com mais 120 m, totalizando 1.130 m, observou-se que se trata de segmento urbano pavimentado em pista simples, com duas faixas de tráfego, sendo que o projeto prevê a execução de uma pista nova ao norte da atual. Verificou-se que a faixa de domínio ainda não estava liberada e as obras ainda não haviam sido iniciadas, havendo necessidade da finalização de algumas desapropriações para sua efetiva implantação;

- O trecho correspondente à variante com 1.160 m, com início e fim na Avenida das Pirâmides, observou-se que se trata de segmento sem sistema rodoviário previamente existente, com projeto de implantação de pista dupla e acessos. No início desse trecho, verificou-se a existência de 260 m com terraplenagem parcialmente executada até o acesso a duas pontes sobre o Rio Meia Ponte, também em execução. Os serviços nesse trecho estavam paralisados, pois a plataforma da via estava sendo utilizada para construção das vigas protendidas que

Page 53: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

serão usadas nas mencionadas pontes. Do outro lado do Rio, são mais 900 m de variante até o reencontro com a Avenida das Pirâmides, tendo sido verificada a existência de 650 m com serviços de terraplenagem em execução e 250 m com pavimentação já executada.

- O trecho com início na Avenida das Pirâmides e que segue até o córrego Lajeado, na divisa de Goiânia com Senador Canedo, com extensão de 950 m, observou-se que se trata de segmento pavimentado em pista simples com duas faixas de tráfego. O projeto prevê a implantação de nova pista, entretanto as obras encontravam-se prejudicadas por dificuldades de desapropriação de edificações próximas à Colônia Santa Marta.

- O trecho com início no córrego Lajeado, em Senador Canedo, na divisa com Goiânia, até a rotatória de interseção com a Avenida Dom Emanuel, com 7.540 m, observou que é o segmento onde a via passa a ser denominada rodovia GO-403, com diretriz de duplicação delimitada por poliduto de transporte de derivados de petróleo da Petrobrás e reservas ambientais. Verificou-se que os primeiros 300 m ainda estavam em pista simples, com duas faixas de tráfego. O restante estava com obras de duplicação bem avançadas, com a maior parte já liberada ao tráfego.

Quanto ao tipo de revestimento, o projeto foi dimensionado com imprimação, tratamento superficial simples – TSS (BC), pintura de ligação e concreto betuminoso usinado a quente – CBUQ (BC/AC). Analisando-se as memórias de cálculo das medições da AGETOP, verificou-se a ocorrência de duplicidade de medição para esses serviços em alguns intervalos do estaqueamento, conforme destacados no quadro a seguir:

Medição Pista Serviços Estaca inicial Estaca final 10ª direita Imprimação e TSS 159 + 0,00 191 + 0,00 11ª direita Imprimação e TSS 159 + 0,00 197 + 0,00 13ª esquerda Imprimação, TSS, pintura de

ligação e CBUQ 120 + 0,00 133 + 3,00

14ª esquerda Imprimação, TSS, pintura de ligação e CBUQ

121 + 0,00 136 + 0,00

10ª esquerda Imprimação, TSS, pintura de ligação e CBUQ

133 + 0,00 259 + 17,80

Conforme se observa, os intervalos entre as estacas 159 e 191 e 121 e 136 aparecem em duplicidade nas medições da AGETOP. Quantificando-se os serviços medidos em duplicidade nas já mencionadas memórias de cálculo, temos:

Serviço Unid. Preço

unitário

Pista direita Estacas 159 a 191

Pista esquerda Estacas 121 a 136

Totais

Quant. Valor (R$)

Quant. Valor (R$)

Quant. Valor (R$)

Imprimação m2 0,22 6.528,00 1.436,16 3.255,00 716,10 9.783,00 2.152,26 TSS m2 1,77 6.400,00 11.328,00 3.000,00 5.310,00 9.400,00 16.638,00 Pint. ligação m2 0,21 - - 3.000,00 630,00 3.000,00 630,00 CBUQ m3 231,03 - - 150,00 34.654,50 150,00 34.654,50

TOTAL 54.074,76

Com base na extensão e na largura das vias, conforme verificado in loco, e nas demais especificações de projeto, estimou-se os quantitativos efetivamente executados para tais

Page 54: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

serviços e observou-se que estes são menores do que os constantes na 14ª medição, conforme detalhado no quadro a seguir:

Serviço Unid. Medições AGETOP Inspeção CGU Diferença Imprimação m2 137.298,31 128.188,40 9.109,91 TSS m2 134.371,65 125.370,00 9.001,65 Pint. ligação m2 127.261,65 124.625,00 2.636,65 CBUQ m3 6.363,09 6.245,00 118,09

Observa-se, então, que as diferenças encontradas entre a inspeção física da CGU e a 14ª medição são consistentes com a medição em duplicidade dos serviços de imprimação, TSS, pintura de ligação e CBUQ, no valor total de R$ 54.074,76.

Em relação às defensas metálicas semimaleáveis previstas em projeto, até a 14ª medição oficial, cobrindo o período até 31/07/2014, haviam sido atestados 17.070 m do tipo simples e 3.000 m do tipo dupla, conforme previsto em projeto. Na inspeção física realizada pela CGU em 11/07/2014, numa medição aproximada, encontrou-se em torno de 16.000 m de defensas simples e nada de defensas duplas. A diferença entre a medição da AGETOP e a verificação in loco da CGU para defensas simples pode ser considerada aceitável, haja vista o nível de precisão da medição realizada.

Entretanto, para os 3.000 m de defensas duplas, no valor de R$ 948.480,00, constantes das medições da AGETOP e inexistentes no trecho fiscalizado, não há explicação na documentação analisada.

Verificou-se, ainda, a existência de uma ciclovia em execução, com 3 m de largura de pista, em paralelo à pista rodoviária no sentido de Goiânia para Senador Canedo e separada fisicamente por canteiro, meios-fios e defensas metálicas.

Conclui-se, então, que os serviços executados e que puderam verificados in loco são compatíveis com as especificações de projeto e os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 14ª medição, com exceção dos itens de serviço medidos em duplicidade e das defensas metálicas semimaleáveis duplas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício 2085/2014-PR, de 15/09/2014, a AGETOP expediente da sua Diretoria de Obras Rodoviárias com o seguinte teor: “[...] Ressaltamos que a duplicação da Rodovia GO-403, no trecho: Goiânia/Senador Canedo foi licitada em dois trechos, sendo dividida da seguinte forma: Trecho 1 - Goiânia de estaca 0 a 165 Trecho 2 – Senador Canedo da estaca 0 a 379 Nos referidos trechos, a pista da duplicação muda de lado constantemente, ocorrendo, assim, a coincidência de estaqueamento, o que pode facilmente induzir a equívocos. De modo que

Page 55: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

foi feita uma revisão geral nos serviços executados, visando a regularização de quívocos, cuja correção está sendo efetivada na 15ª medição (Agosto/2014). Quanto aos trechos que foram levantados sub-base, base, TSS e CBUQ, informamos que estes serviços estão todos concluídos. [...] Informamos que os serviços relativos às defensas simples estão sendo estornados na 15ª medição (agosto/2014), conforme pode ser verificado no quadro demonstrativo nº 06 da 15ª medição (em andamento). As defensas duplas estão sendo estornadas na 15ª medição (agosto/2014), e está sendo feito Termo Aditivo sem Reflexo Financeiro, para adequar as alterações e atender a real necessidade da obra. Como se pode constatar no relatório fotográfico [...] as defensas simples foram executadas. Assim, elas serão medidas posteriormente, depois de adequada a questão. [...]” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A AGETOP informa que os fatos apontados pela fiscalização da CGU estão sendo regularizados a partir da 15ª medição e pela formalização de termo aditivo sem reflexo financeiro, entretanto nem a 15ª medição nem o termo aditivo estão concluídos. Dessa forma, embora a resposta apresentada pela AGETOP indique a adoção de providências que, caso sejam adequadamente viabilizadas, devem trazer normalidade às falhas apontadas, no momento as questões levantadas pela CGU ainda carecem de solução por parte daquela Agência. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização, excetuando-se a existência de serviços medidos em duplicidade no valor de R$ 54.074,76 e de serviços medidos que não foram executados no valor de R$ 948.480,00.

Page 56: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318083 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 9.282.512,33 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a construção de duas pontes sobre o Rio Meia-Ponte, na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia. A referida obra está sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas no dia 11/07/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o

projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

Page 57: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre o Contrato 171/2013 de execução do empreendimento. Fato Para contratação dos serviços de engenharia na Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, a AGETOP deflagrou a Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual, além dos serviços relativos a terraplenagem e pavimentação (Lote 1) foram também licitados três lotes relativos a construção de 02 pontes sobre o rio Meia-Ponte (Lote 02), construção de uma passagem inferior e um viaduto (Lote 03) e iluminação e manutenção da iluminação da rodovia (Lote 04).

A licitação do Lote 02 resultou no Contrato n° 171/2013-AD-GEJUR celebrado em 10/06/2013 entre a AGETOP e a empresa Loctec Engenharia Ltda. (CNPJ: 01.734.214/0001-54). Conforme descrição contida na Cláusula Segunda, o instrumento teve como objeto a construção de duas pontes sobre o Rio Meia-Ponte, na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia. O valor inicialmente pactuado foi de R$ 8.065.543,76 a serem custeados com recursos do BNDES. Posteriormente, foram celebrados dois Termos Aditivos ao Contrato 171/2013, os quais trataram do seguinte:

- Termo Aditivo n° 401/2013-AD-GEJUR, de 20/12/2013: prorroga o prazo de execução em 240 dias e acresce e suprime itens/serviços sem alteração de valor;

- Termo Aditivo nº 096/2014-AD-GEJUR, de 31/03/2014: altera o valor contratado em R$ 1.216.968,57 em função de alteração de projeto, passando o valor contratado para 9.282.512,33.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos projetos e nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem do fato de que o projeto licitado apresentava diversas falhas, tais como:

- “inconsistências no projeto executivo, nas plantas de forma, ferragens e no nível de enchente máxima que não foi considerada no cálculo para definir a cota final da ponte. A ponte sofreu também alteração devido à mudança no greide da pista na margem esquerda pois estava interferindo no duto da Petrobrás”.

- “Na ponte sobre o Rio Meia Ponte não foi observada a enchente máxima, inclusive folga para o fundo da viga, necessitando elevação do greide da ponte em aproximadamente 4,00 metros, ocasionando alteração na infraestrutura e na mesoestrura”;

- “Falta de detalhes construtivos nas pranchas de forma de todos os projetos”;

- “Falta e omissão de detalhamento nas armaduras de todos os projetos”;

- “A inclinação das seções transversal e longitudinal dos projetos geométricos da rodovia não confere com as OAE”.

Page 58: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração dos Termos Aditivos foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das modificações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelos mencionados termos aditivos, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho. ##/Fato##

2.2.2. Análise dos preços contratados. Fato

Em relação aos serviços contratados para construção de duas pontes na rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, verificou-se que, após os ajustes promovidos pelos 2º Termo Aditivo ao Contrato 171/2013, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base agosto de 2012) seria de R$ 9.282.512,33.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 13 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 8.539.659,32, correspondendo a 92,00 % dos R$ 9.282.512,33 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de setembro de 2012 (data do orçamento).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de setembro de 2012. Verificamos que os seguintes itens foram acrescidos por meio do 1º Termo Aditivo e que não constavam das Tabelas de Custos Referenciais de Serviços da AGETOP: - Estaca injetada em solo com calda de cimento, areia, com pressurização D->410mm - camisa metálica perdida; - Estaca injetada em solo com calda de cimento, areia, com pressurização D->410mm; - Estaca injetada em rocha com calda de cimento, areia, com pressurização D->410mm; - Escoramento Lateral para ponte - Fixo na viga (inclusive guindaste). Para esses itens, conforme se verificou na documentação analisada, foram elaboradas composição de preços com base nas tabelas de equipamentos, materiais e mão de obra da AGETOP, com data-base de junho/2013. Consta de documento sem data exarado pelo Gestor de Engenharia da AGETOP, acostado à folha 1.089 do processo de contratação da obra, que os preços calculados para tais itens teriam sofrido retroação à data-base da proposta (setembro/2012) e recebido o mesmo desconto da licitação, entretanto verifica-se que os preços constantes da planilha de preços repactuada e também das medições não apresentam a retroação e o desconto mencionados. Tal fato é relevante, pois deverá ser considerado quando do reajuste anual de preços pactuado na cláusula 5.5 do Contrato 171/2013.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, verifica-se que o orçamento que serviu de referência para a contratação (tabelas da AGETOP de setembro/2012) e a proposta da empresa LOCTEC Engenharia Ltda. informam um BDI de 28% para os itens de serviço.

Page 59: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

A análise realizada demonstrou que todos os 13 itens de serviço pesquisados apresentaram preços abaixo dos parâmetros da AGETOP, sendo que os itens de serviço incluídos por meio do 1º Termo Aditivo e que não constavam das Tabelas de Custos Referenciais de Serviços da AGETOP, apresentaram o mesmo preço calculado pela AGETOP para a composição do serviço quando da celebração da alteração contratual.

Conclui-se, então, que, tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP, não foram encontradas evidências de sobrepreço que pudessem comprometer a economicidade da obra. ##/Fato##

2.2.3. Análise do BDI praticado pela AGETOP. Fato

Verificou-se que na orçamentação de referência para a realização da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram contratados os serviços relativos à construção de duas pontes sobre o Rio Meia-Ponte, na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia (Lote 2), a AGETOP utilizou-se de um BDI de 28%. Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o seu detalhamento. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

“A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

Page 60: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(ii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”.

A empresa vencedora da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, apresentou um BDI também de 28%, conforme detalhamos:

Descrição %

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 1,27

RISCOS 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,32

LUCRO OPERACIONAL 9,84

PIS 0,65

COFINS 3,00

ISSQN 5,00

TOTAL 28,00

Dá análise dos quadros apresentados verifica-se que, após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP em suas orçamentações é compatível com os parâmetros de mercado para obras rodoviárias. ##/Fato##

2.2.4. Verificação da compatibilidade das especificações de projeto, serviços atestados e pagos até a 10ª medição e a situação verificada in loco. Fato

Page 61: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

No projeto executivo de duplicação da rodovia GO-403, entre Goiânia e Senador Canedo, com data de setembro/2011, elaborado pela empresa Basitec Projetos e Construções Ltda. para a Prefeitura Municipal de Senador Canedo, foram previstas duas novas pontes para transpor o rio Meia Ponte no eixo da variante do traçado de parte da Avenida das Pirâmides, em Goiânia.

O projeto original das pontes teve de ser alterado devido a “inconsistências no projeto executivo, nas plantas de forma, ferragens e no nível de enchente máxima que não foi considerada no cálculo para definir a cota final da ponte. A ponte sofreu também alteração devido à mudança no greide da pista na margem esquerda pois estava interferindo no duto da Petrobrás”. O novo projeto, com data de 13/08/2013, foi elaborado pela empresa Brucke Engenharia Ltda para AGETOP.

A construção das duas pontes é o objeto do Contrato 171/2013/AGETOP, de 10/06/2013, com valor original de R$ 8.065.543,76, posteriormente alterado para R$ 9.282.512,33. Em 10 medições de serviços executados, aprovadas pela AGETOP, cobrindo o período de 12/06/2013 a 30/04/2014, há serviços atestados no valor de R$ 4.757.117,24, correspondentes a 51,25% do valor pactuado.

A CGU inspecionou as obras de construção das pontes em 11/07/2014. As pontes, cada uma com comprimento total de aproximadamente 90 m e três vãos, são apoiadas em dois encontros nas extremidades e em dois apoios intermediários, com pilares e travessas. Estavam executados os quatro encontros das extremidades e os dois apoios intermediários junto à margem direita do rio. Estavam em execução os dois apoios intermediários junto à margem esquerda do rio.

Para se sustentar nos apoios, foram previstas 30 vigas de concreto protendido, assim distribuídas:

- 20 vigas de 25 m, já executadas no canteiro de obras da construtora, para cobrir os vãos das extremidades;

- 10 vigas de 40 m, para cobrir os vãos centrais, em execução na plataforma terraplenada do eixo da via, no lado direito do rio.

Considerando-se o que pode ser visualmente verificado na inspeção física de 11/07/2014, em termos de mesoestrutura e superestrutura das pontes, conclui-se que os serviços executados são compatíveis com as especificações de projeto e, naquilo que pode ser conferido in loco, também são compatíveis com os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 10ª medição oficial. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização.

Page 62: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

Ordem de Serviço: 201318084 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DO DESENV,IND. E COMERCIO EXTERIOR Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: GOIAS Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.654.598,04 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Este relatório apresenta o resultado dos trabalhos de fiscalização desenvolvidos sobre a aplicação dos recursos concedidos por empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado de Goiás por meio do Contrato n° 12.2.1041.1, para a construção de uma passagem inferior e um viaduto na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia. A referida obra está sob a responsabilidade da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas – AGETOP.

Quanto à definição do escopo de trabalho, cabe registrar que a equipe de fiscalização não verificou aspectos relativos à legalidade da licitação e contratação das obras e serviços de engenharia financiados por meio do Contrato n° 12.2.1041.1. A razão é que dadas as características a operação financeira, cujos recursos serão reembolsados ao BNDES, firmou-se o entendimento que emissão de opinião sobre a legalidade de tais atos cabe aos órgãos de controle estaduais.

Não obstante, coube à equipe de fiscalização a verificação da aplicação dos recursos na obra aprovada pelo BNDES, nos termos contratuais pelo qual o Estado de Goiás se obrigou. Dessa forma, a análise documental se deu sobre a adequação dos preços contratados aos preços referenciais, conforme previsão contida no Contrato n° 12.2.1041.1. As verificações in loco foram realizadas no dia 11/07/2014 e tiveram o objetivo de confrontar os serviços atestados e pagos pela AGETOP com o

projeto aprovado pelo BNDES e com a situação real da obra.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

Page 63: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre o Contrato 157/2013 de execução do empreendimento. Fato Para contratação dos serviços de engenharia na Rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, a AGETOP deflagrou a Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual, além dos serviços relativos a terraplenagem e pavimentação (Lote 1) foram também licitados três lotes relativos a construção de 02 pontes sobre o rio Meia-Ponte (Lote 02), construção de uma passagem inferior e um viaduto (Lote 03) e iluminação e manutenção da iluminação da rodovia (Lote 04).

A licitação do Lote 03 resultou no Contrato n° 157/2013 celebrado em 03/06/2013 entre a AGETOP e a empresa Loctec Engenharia Ltda. (CNPJ: 01.734.214/0001-54). Conforme descrição contida na Cláusula Segunda, o instrumento teve como objeto a construção de uma passagem inferior denominada de “Valéria Perillo” e um viaduto denominado “M. J. Oliveira”, na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia. O valor inicialmente pactuado foi de R$ 3.654.598,04, sendo R$ 1.684.557,61 referentes à passagem inferior e R$ 1.970040,43 referentes ao viaduto. Valores estes a serem custeados com recursos do BNDES. Posteriormente, foi celebrado o 1º Termo Aditivo ao Contrato 171/2013, o qual tratou do seguinte:

- Termo Aditivo n° 402/2013-AD-GEJUR, de 20/12/2013: prorroga o prazo de execução em 240 dias e acresce e suprime itens/serviços sem alteração de valor.

As justificativas técnicas que fundamentaram a necessidade de alterações nos quantitativos de serviços apontam que tais alterações decorrem do fato de o projetivo licitado apresentava diversas falhas, tais como: “inconsistências no projeto executivo, nas plantas de forma, ferragens e no gabarito rodoviário de 5,50 m, tanto no viaduto como na passagem inferior, ..., no viaduto houve a sobreposição de taludes e a rampa do projeto de terraplenagem que era de 2,00% e na OAE de 0,85%”.

As justificativas técnicas apresentadas para a celebração do 1º Termo Aditivo foram consideradas pertinentes pela AGETOP. Analisando a natureza das alterações propostas e as justificativas técnicas, observa-se que, a princípio, não há incoerências entre o objeto inicialmente pactuado e tais alterações. Em relação à adequação dos quantitativos acrescentados ou suprimidos pelo mencionado termo aditivo, esclarece-se que não foi objeto de consideração neste trabalho. ##/Fato##

2.2.2. Análise dos preços contratados. Fato

Em relação aos serviços contratados para construção de uma passagem inferior e um viaduto na rodovia GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia, verificou-se que, após os ajustes

Page 64: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

promovidos pelos 1º Termo Aditivo ao Contrato 157/2013, o valor total a ser pago pela obra a preços iniciais (data-base agosto de 2012) seria de R$ 3.654.598,04.

Assim, foi feita a curva ABC dos serviços contratados, tendo sido selecionados os 10 itens de serviço mais relevantes, no valor de R$ 3.306.546,59, correspondendo a 90,48 % dos R$ 3.654.598,04 pactuados. A comparação de preços realizada baseou-se nos valores unitários dos itens de serviço contratados a preços iniciais, data-base de setembro de 2012 (data do orçamento).

Como parâmetro de comparação utilizou-se as Tabelas de Custos Referenciais de Serviços elaboradas pela própria AGETOP, data-base de setembro de 2012. Para o item acrescido por meio do 1º Termo Aditivo (Escoramento Lateral para ponte - Fixo na viga, inclusive guindaste) e que não constava das Tabelas de Custos Referenciais de Serviços da AGETOP, foi elaborada composição de preços com base nas tabelas de equipamentos, materiais e mão de obra com data-base de junho/2013. Embora conste de documento sem data exarado pelo Gestor de Engenharia da AGETOP, acostado à folha 1029 do processo de contratação da obra, que os preços calculados para tais itens teriam sofrido retroação à data-base da proposta (setembro/2012) e recebido o mesmo desconto da licitação, verifica-se que os preços constantes da planilha de preços repactuada e também das medições não apresentam a retroação e o desconto mencionados. Tal fato é relevante, pois deverá ser considerado quando do reajuste anual de preços pactuado na cláusula 5.5 do Contrato 157/2013.

Em relação ao BDI utilizado na formação dos preços contratados, verifica-se que o orçamento que serviu de referência para a contratação (tabelas da AGETOP de setembro/2012) e a proposta da empresa LOCTEC Engenharia Ltda. informam um BDI de 28% para os itens de serviço.

A análise realizada demonstrou que todos os 10 itens de serviço pesquisados apresentaram preços abaixo dos parâmetros da AGETOP, sendo que o item de serviço incluído por meio do 1º Termo Aditivo e que não constava das Tabelas de Custos Referenciais de Serviços da AGETOP, apresentou o mesmo preço calculado pela AGETOP para a composição do serviço quando da celebração da alteração contratual.

Conclui-se, então, que, tomando por base as tabelas de preços referenciais da AGETOP, não foram encontradas evidências de sobrepreço que pudessem comprometer a economicidade da obra. ##/Fato##

2.2.3. Análise do BDI praticado pela AGETOP. Fato

Verificou-se que na orçamentação de referência para a realização da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, por meio da qual foram contratados os serviços relativos à construção de uma passagem inferior e um viaduto, na GO-403, entre Senador Canedo e Goiânia (Lote 3), a AGETOP utilizou-se de um BDI de 28%. Para a verificação dos itens constantes do BDI, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201318077-002/2014, de 23/05/2014, solicitou-se à AGETOP que apresentasse o seu detalhamento. Por meio do Ofício 1110/2014/PR, de 30/05/2014, a AGETOP apresentou as seguintes informações:

Page 65: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

“A partir de agosto de 2009, a composição da taxa de BDI passou a ser aquela discriminada na Tabela 2, com as alterações seguintes: (a) supressão das parcelas referentes à mobilização e instalação do canteiro (passaram a ser discriminadas de forma explicita e detalhada no orçamento); (b) custos relativos as despesas diversas foram incluídos na parcela relativa Administração Local; (c) custos relativos a alimentação foram suprimidos para elaboração de estudos a fim de inclui-las nas composições individuais de cada serviço.

Tabela 2 - Composição da taxa de BDI de 28% para os serviços de terraplenagem e pavimentação.

Descrição %PV % de INCIDENCIA FINAL

%PV %CD

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 2,97 2,97 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 2,83 2,83 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 0,99 0,99 1,27

RISCOS 0,39 0,39 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,25 0,25 0,32

LUCRO OPERACIONAL 7,30 7,30 9,34

PIS 0,65 0,65 0,83

COFINS 3,00 3,00 3,84

ISSQN 3,50 3,50 4,48

TOTAL (REFERENTE A SOMA DOS TENS) 21,8 28,0

%PV - Percentual sobre o Preço de Venda; %CD - Percentual sabre o Custo Direto

(ii) A partir da vigência da Instrução Normativa n2 1001/2010-GSF e durante o período de 01 de julho a 31 de dezembro de 2010, emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, a composição de BDI constante da Tabela 2 foi adotada como obrigatória para apresentação de BDI em propostas comerciais a administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual em Obras e Serviços de Engenharia”.

A empresa vencedora da Concorrência n° 010/2013-PR-NELIC, apresentou um BDI também de 28%, conforme detalhamos:

Descrição %

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL 3,80

ADMINISTRAÇÃO LOCAL 3,62

CUSTOS FINANCEIROS 1,27

RISCOS 0,50

SEGUROS E GARANTIAS 0,32

Page 66: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

LUCRO OPERACIONAL 9,84

PIS 0,65

COFINS 3,00

ISSQN 5,00

TOTAL 28,00

Dá análise dos quadros apresentados verifica-se que, após agosto de 2009, dos itens considerados impróprios ao BDI na jurisprudência do TCU, apenas o item administração local, no montante de 3,62 %, continuou a compor o BDI de 28% que passou então a ser praticado.

A partir de setembro de 2013, com a edição do Acórdão 2622/2013/TCU-Plenário, o Tribunal de Contas da União determinou que o BDI dos orçamentos de obras rodoviárias financiadas com recursos federais fique entre 19,60% e 24,23%. Escoimando-se do BDI de 28 % atualmente praticado pela AGETOP o percentual de 3,62 % referente à administração local, tem-se um BDI 24,38%, bem próximo ao BDI máximo recomendado pelo TCU.

Diante do exposto e considerando que os recursos sob análise, embora de origem federal, foram concedidos sob a forma de empréstimo ao Estado de Goiás, conclui-se que o BDI atualmente praticado pela AGETOP em suas orçamentações é compatível com os parâmetros de mercado para obras rodoviárias. ##/Fato##

2.2.4. Verificação da compatibilidade das especificações de projeto, serviços atestados e pagos até a 9ª medição e a situação verificada in loco. Fato No projeto executivo de duplicação da rodovia GO-403, entre Goiânia e Senador Canedo, com data de setembro/2011, elaborado pela empresa Basitec Projetos e Construções Ltda. para a Prefeitura Municipal de Senador Canedo, foram previstas duas interseções em desnível no segmento de Senador Canedo: a passagem inferior Valéria Perillo e o viaduto M. J. Oliveira.

Os projetos originais das duas estruturas teve que ser alterado devido a “inconsistências no projeto executivo, nas plantas de forma, ferragens e no gabarito rodoviário de 5,50 m, tanto no viaduto como na passagem inferior, ..., no viaduto houve a sobreposição de taludes e a rampa do projeto de terraplenagem que era de 2,00% e na OAE de 0,85%”. Os novos projetos, com data de 24/07/2013 para o viaduto e 08/10/2013 para a passagem inferior, foram elaborados pela empresa Brucke Engenharia Ltda para AGETOP.

A construção da passagem inferior e do viaduto é o objeto do Contrato 157/2013/AGETOP, de 03/06/2013, com valor de R$ 3.654.598,04. Não houve alteração de valor em decorrência das alterações nos quantitativos de serviços introduzidas por meio do 1º termo aditivo ao contrato. Em nove medições de serviços executados, aprovadas pela AGETOP, cobrindo o período de 10/06/2013 a 15/03/2014, há serviços atestados no valor de R$ 1.966.714,61, correspondentes a 53,81% do valor contratado.

Page 67: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · 2.2.1 Informações gerais sobre o Contrato Nº 121/2009 de execução do empreendimento. Fato O Contrato Nº 121/2009-PR-ASJUR foi celebrado

A passagem inferior Valéria Perillo foi projetada para se localizar a aproximadamente 400 m de distância do córrego Lajeado, na divisa com Goiânia, sob as pistas da GO-403, com comprimento total de aproximadamente 28 m. Foi prevista para contar com quatro alças de acesso de entrada e saída à rodovia. Duas rotatórias permitirão a execução de todos os movimentos de conversão. Esta obra ainda não havia sido iniciada quando da inspeção física realizada pela CGU em 11/07/2014.

O viaduto M. J. Oliveira foi projetado para a interseção em desnível em “T” da GO-403 com a rodovia GO-537, de acesso ao bairro Jardim das Oliveiras e à rodovia GO-010. Nesta interseção, foi previsto o rebaixamento das pistas da GO-403 em relação à cota altimétrica existente. A estrutura, combinando curva horizontal, superelevação e rampa, foi projetada para ter cinco vãos com comprimento total de 92,67 m, sendo destinada ao tráfego unidirecional de transposição da GO-403, no sentido do Jardim das Oliveiras para a centro de Senador Canedo. Na inspeção física realizada pela CGU, toda a estrutura do viaduto estava executada e era geometricamente compatível com o projeto, faltando apenas serviços de acabamento.

Considerando-se o que pode ser visualmente verificado na inspeção física de 11/07/2014, em termos de infra, meso e superestrutura do viaduto M. J. Oliveira, conclui-se que os serviços executados são compatíveis com as especificações de projeto e, a princípio, também são compatíveis com os serviços atestados e pagos pela AGETOP até a 9ª medição oficial. ##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a obra encontra-se em andamento, tendo sido executados serviços compatíveis com as medições apresentadas até a data desta fiscalização.