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Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Ocasional Âmbito: Regional Pág: 2 Cores: Cor Área: 26,20 x 31,85 cm² Corte: 1 de 2 ID: 56127796 12-10-2014 | Domingo Espantalhos transm sociais no parque da Patrícia Isabel Silva Nos campos de cultivo são figuras cada vez mais raras para afastar os pardais atre- vidos, mas ontem foram às dezenas no Parque Dr. Manuel Braga e atraíram a cu- riosidade de centenas de visitantes. Fala- mos dos espantalhos que foram o mote para a mostra colectiva, que, na sua 11.ª edição saiu da Praça do Comércio, onde decorreram as edições anteriores, para o parque da cidade. Feitos de trapos, papel, palha, plásticos, roupa velha ou o chapéu esburacado, os espantalhos não passaram indiferentes e muitos foram os visitantes que manifes- taram surpresa quando perceberam que a exposição já acontece há vários anos em Coimbra, com a presença de colecti- vidades, instituições de solidariedade so- cial, agrupamentos de escuteiros e o Es- tabelecimento Prisional de Coimbra. On- tem, eram cerca de 40 participantes e, se as tricanas e os camponeses não faltaram, a eles juntaram-se outras representações, quase sempre com uma mensagem social adaptada. É o caso da “estudante univer- sitária”, apresentada pel’O Farol, da Caritas Diocesana de Coimbra, envergando uma capa não com os habituais símbolos, mas sim diferentes escritos: “E agora?”. “Falta Trabalho” ou “Sem futuro”. A poucos metros, outro espantalho, desta vez do Grupo Folclórico da Casa do Pessoal da Universidade de Coimbra, tam- bém alertava para os problemas do de- semprego: “Sou espantalhado afamado/Aqui estou para espantar/Mas com tal destruição/Será melhor emigrar”. De Vilarinho chegaram dois espantalhos, a representar mãe e filha, e também não faltou o alerta em jeito de poema: “Eu sou uma mulher de trabalho/Há quem diga o contrário/ Tenho de levar a filha comigo/ Para não pagar o infantário”. Presença habitual na mostra organizada pela Câmara Municipal de Coimbra, a Co- missão Pró Desporto e Cultura da Póvoa Exposição No dia em que “um cheirinho” do campo chegou ao centro da cidade, cer que o tradicional boneco de palha não serve apenas para afugentar os pássaros FOTOS: FERREIRA SANTOS

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Page 1: 121 espantalhos-dc

Tiragem: 9311

País: Portugal

Period.: Ocasional

Âmbito: Regional

Pág: 2

Cores: Cor

Área: 26,20 x 31,85 cm²

Corte: 1 de 2ID: 56127796 12-10-2014 | Domingo

Espantalhos transmsociais no parque daPatrícia Isabel Silva

Nos campos de cultivo são figuras cadavez mais raras para afastar os pardais atre-vidos, mas ontem foram às dezenas noParque Dr. Manuel Braga e atraíram a cu-riosidade de centenas de visitantes. Fala-mos dos espantalhos que foram o motepara a mostra colectiva, que, na sua 11.ªedição saiu da Praça do Comércio, ondedecorreram as edições anteriores, para oparque da cidade.

Feitos de trapos, papel, palha, plásticos,roupa velha ou o chapéu esburacado, osespantalhos não passaram indiferentes emuitos foram os visitantes que manifes-

taram surpresa quando perceberam quea exposição já acontece há vários anosem Coimbra, com a presença de colecti-vidades, instituições de solidariedade so-cial, agrupamentos de escuteiros e o Es-tabelecimento Prisional de Coimbra. On-tem, eram cerca de 40 participantes e, seas tricanas e os camponeses não faltaram,a eles juntaram-se outras representações,quase sempre com uma mensagem socialadaptada. É o caso da “estudante univer-sitária”, apresentada pel’O Farol, da CaritasDiocesana de Coimbra, envergando umacapa não com os habituais símbolos, massim diferentes escritos: “E agora?”. “FaltaTrabalho” ou “Sem futuro”.

A poucos metros, outro espantalho,desta vez do Grupo Folclórico da Casa doPessoal da Universidade de Coimbra, tam-bém alertava para os problemas do de-semprego: “Sou espantalhadoafamado/Aqui estou para espantar/Mascom tal destruição/Será melhor emigrar”.De Vilarinho chegaram dois espantalhos,a representar mãe e filha, e também nãofaltou o alerta em jeito de poema: “Eu souuma mulher de trabalho/Há quem diga ocontrário/ Tenho de levar a filha comigo/Para não pagar o infantário”.

Presença habitual na mostra organizadapela Câmara Municipal de Coimbra, a Co-missão Pró Desporto e Cultura da Póvoa

Exposição No dia em que “um cheirinho” do campo chegou ao centro da cidade, cerque o tradicional boneco de palha não serve apenas para afugentar os pássaros

FOTOS: FERREIRA SANTOS

Page 2: 121 espantalhos-dc

Tiragem: 9311

País: Portugal

Period.: Ocasional

Âmbito: Regional

Pág: 3

Cores: Cor

Área: 18,32 x 32,07 cm²

Corte: 2 de 2ID: 56127796 12-10-2014 | Domingo

mitiram alertas a cidade

de São Martinho preparou um bonecoque pretendeu representar a sociedade«do momento», explicou Maria TeresaMartins. É que «mesmo pobrezinhas, aspessoas gostam de se exibir», frisou. À as-sociação da Póvoa uniu-se, mais uma vez,o carpinteiro/formados Carlos Silvano,com os seus brinquedos de madeira emtamanho gigante, que encantam miúdose graúdos.

Já o Centro Operário Católico levou aoparque «uma senhora de antigamente»,que foi ao quintal colher feijão verde e to-mates. Já cansada, senta-se para bordarum casaco para o neto que vem a cami-

nho. Na Santa Casa da Misericórdia deCoimbra, também não faltou o espantalhomais tradicional, criado pelos utentes daterceira idade, a que se juntaram os bone-cos criados pelas crianças da creche Mar-garida Brandão e pelos rapazes do Colégiode S. Caetano.

Entre dezenas de espantalhos, até Cris-tiano Ronaldo foi lembrado. Trocou o fu-tebol pelo futsal e entrou em campo peloCentro Social de S. João, de Pé-de-Cão. Aoseu lado, uma representação da pirâmidedos alimentos, alertando para a impor-tância de uma alimentação saudável,aliada à prática desportiva, explicaram as

representantes da associação, que, mo-mentos depois da exposição ter come-çado, estavam satisfeitas com a nova lo-calização do certame. «É agradável aqui».

Numa iniciativa que serviu tambémpara os participantes promoverem algunsmateriais que vão criando, sem esquecera vertente gastronómica, estiveram, igual-mente, em destaque os espantalhos cria-dos pelos reclusos do EstabelecimentoPrisional: uma bailarina, dois músicos, umpirata e um pintor.

E no dia em que um bocadinho docampo veio até à cidade, as crianças tive-ram também oportunidade de dar umavolta de burro, graças à presença da As-sociação para o Estudo e Protecção doGado Asinino. |

rca de 40 participantes voltaram a provar