Relatório de ConsolidaçãoRelacionamento entre IFES e Fundações de Apoio

Brasília/DF

2017

Lei nº. 8.958/1994Objetivo principal:

disciplinar o relacionamento das IFES com as fundações deapoio, para que estas pudessem auxiliá-las em suas atividades, apartir da fixação de normas regulamentares destinadas aresguardar os recursos públicos e garantir a observância dosprincípios constitucionais atinentes à Administração Pública.

Após a eclosão de vários episódios pelo país de irregularidades edenúncias envolvendo fundações de apoio e Universidades, asLeis nº. 12.349/2010 e 12.863/2013 promoveram mudançassubstanciais na Lei nº. 8.958/1994, com o intuito de aperfeiçoarconceitos, estabelecer controles, refinar mecanismos detransparência e proibir práticas até então largamente adotadas.

Lei nº. 8.958/94

Finalidade do Relacionamento

Constituição das Fundações

Prévio Credenciamento das Fundações

Forma de Contratação das

Fundações

Obrigatoriedade de Prestação de

Contas

Controle Finalístico e de

Gestão pelas IFES

Requisitos para Participação de Servidores nos

Projetos

Previsão de Concessão de

Bolsas

Ressarcimento às IFES pelo uso

de seus bens e serviços

Eixos balizadores da relação entre IFES e

fundações de apoio:

Decreto nº. 7.423/2010 detalhou os dispositivos da Lei, dispondo, sobre:

a) processo de registro e credenciamento (responsáveis, competências, prazos,

documentação necessária, penalidades, etc.);

b) relações entre IFES e fundações de apoio (criação de normativos internos, requisitos

mínimos de formalização, número mínimo de participantes vinculados às IFES nos

projetos, alçadas de aprovação de projetos, vedações, etc.)

c) concessão de bolsas (aplicabilidade, público-alvo, regras para fixação de valores,

necessidade de normatização interna etc.);

d) instrumentos contratuais (necessidade de formalização do relacionamento por meio

de instrumentos de pactuação, elementos mínimos que devem compô-los, diretrizes sobre

resultados e ganhos gerados, uso de bens e serviços das IFES, disposições sobre prestação

de contas, etc.); e

e) acompanhamento e controle (submissão da execução do projeto ao controle

finalístico pelas IFES, responsabilidades dos órgãos colegiados superiores das IFES pelo

acompanhamento e controle por meio de atribuição de competências, informações

necessárias para a prestação de contas, necessidade de registro centralizado de

informações, situações proibidas de ocorrência, etc.).

Objetivos

• Elaborar um quadro geral das situações referentesaos comandos normativos;

• Propor aperfeiçoamento nos mecanismos decontrole, no arcabouço legal e no modelo deexecução do macroprocesso.

Metodologia

• Auditoria em 90% das IFES;

• Controles administrativos das IFES para asfundações;

• Primeira parte da consolidação: 29 Universidades;

• Agrupamento das questões e subquestões deauditoria em eixos; e

Características e Funcionamento do Macroprocesso

Eixo Regulamentação

• Relacionamento entre IFES e fundações de apoio

(Decreto nº. 7.423/2010, art. 6º);

• Participação de servidores nas atividades desenvolvidas

pelas fundações (Lei nº. 8.958/94, art. 4º); e

• Hipóteses de concessão de bolsas, referenciais de

valores e fixação de critérios e procedimentos de

autorização para participação remunerada de professor

ou servidor em projetos de ensino, pesquisa ou extensão

(Decreto nº. 7.423/2010, art. 7º, § 1º).

97%

72%

41%

3%

28%

59%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Há normativo sobre o

relacionamento entre a IFES e

fundações de apoio?

Há normativo sobre a

participação de servidores nos

projetos?

Há normativo sobre a

concessão de bolsas e

referencial de valores?

Sim Não

1% 3% 1%3%

48%

8%

8%

8%

16%

3%

2004 2006 2008 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ano de edição dos normativos pelas IFES

Fonte: CGU

Riscos

• Não atingimento dos objetivos estratégicos;

• Insegurança financeira ao patrocinador/financiador dos projetos, como também das fundações de apoio;

• Alocação inadequada de força de trabalho nos projetos;

• Favorecimento de servidores/docentes; e

• Irrazoabilidade dos valores de bolsas.

Boas Práticas

• Carga horária semanal máxima;

• Coordenação máxima de três projetos simultâneos;

• Formulário contendo a atuação individual de cada servidor nos projetos; e

• Vedação de contabilizar a participação em projetos nas atribuições regulares do cargo que exerce.

Eixo Formalização

• Requisito Inicial;

• Requisito de Aprovação de Projetos;

• Requisito para Contratação de Fundações; e

• Requisitos de Formalização dos Instrumentos

Contratuais.

Há aprovação do projeto pelos órgãos acadêmicos da IFES

relacionados?

Requisito Inicial

86%

14%

Os contratos/convênios são firmados a partir da existência

prévia de projetos?

Sim Não

Requisito de Aprovação de Projetos

39%

61%

Os projetos são aprovados pelos órgãos colegiados

acadêmicos competentes?

Sim Não

Requisito para Contratação

96%

4%*

As fundações de apoio possuem registro e

credenciamento válido?

Sim Não

*Caso único.

Requisitos de Formalização

36%

32%

25%

25%

29%

21%

Há adequada repartição de

receitas e despesas?

Há clara descrição do projeto?

Os contratos/convênios

possuem cláusula expressa

sobre prestação de contas?

Os contratos/convênios são por

tempo determinado?

Há descrição dos recursos

envolvidos?

As obrigações e

responsabilidades são

definidas?

Não

c) Recursos envolvidos e repartição de receitas

• Termos genéricos na descrição de rubricas; e

• Ausência de demonstração de critérios adotadospara definição de valores e quantidades dos recursosenvolvidos.

d) Cláusula expressa sobre prestação de contas

• Ausência dessa cláusula desobrigou a prestação de contas por parte da fundação de apoio à UFC.

Riscos

• Ilegalidade na contratação de fundação de apoio sem lastro em projeto;

• Impossibilidade de verificação da aderência dos temas dos projetos aos

objetivos institucionais das IFES;

• Impossibilidade de verificação da aptidão das fundações de apoio para apoiar

projetos;

• Existência de projetos de caráter continuado;

• Projetos com objeto amplo e genérico;

• Hiper ou hipodimensionamento dos recursos necessários à consecução dos

projetos;

• Inexistência de segregação de funções; e

• Não prestação de contas.

Eixo Gestão e Acompanhamento

21%

43%

32%

21% 21%25%

79%

57%

68%

79% 79%75%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

O órgão colegiado

possui sistemática de

gestão?

A IFES verifica se há

abertura de conta única

para cada projeto?

A movimentação dos

recursos se dá de

forma eletrônica?

A IFES verifica se há

subcontratação?

A IFES verifica se há

desvio de finalidade na

aplicação dos

recursos?

A IFES verifica se a

fundação adota

controle contábil?

Sim Não

Riscos

• Ausência de controle;

• Controles informais estabelecidos pela área ou agente responsável peloprojeto;

• Obstáculo à gestão pormenorizada dos recursos envolvidos;

• Utilização de recursos em finalidade diversa;

• Subcontratação do objeto do projeto; e

• Subdimensionamento de valores a serem ressarcidos

• Além de estabelecer percentual fixo de ressarcimento para todos osprojetos, ainda destina uma parte dos recursos aos vedados fundosinstitucionais.

Estabelecimento de percentuais fixos de ressarcimento a serem efetuados pelas

fundações de apoio

Unidade Percentual

UFA 4% do valor do projeto para a Universidade

4% do valor do projeto para a Unidade Gestora

UFB 5% do valor do projeto

UFX 10% sobre a receita bruta do projeto

UFY 1% do valor do projeto

UFW 10% do valor do projeto para a Unidade Gestora

5% do valor do projeto para fundos institucionais de pesquisa e extensão

UFVZ 12% sobre a receita bruta do projeto

"Esse tipo de previsão subverte a determinação legal, pois o ressarcimento só é cabível quando bens e serviços da IFES forem efetivamente utilizados pelas fundações de apoio e na medida dessa utilização, daí a importância do controle contábil. Dessa forma, estabelecer um percentual fixo aplicável a todos os projetos poderá ocasionar a obrigatoriedade de as fundações de apoio ressarcirem as IFES por algo que não foi usado, ensejando enriquecimento ilícito da Universidade."

Eixo Transparência

21%

0%

14%

79%

100%

86%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Há registro centralizado de

informações sobre os projetos?

A IFES controla se as fundações

publicam as informações sobre os

projetos em seus sites?

Há ampla publicidade das informações

sobre os projetos no site das IFES e em

seus boletins internos?

Sim Não

A IFES possui controle no sentido de monitorar se as fundações de apoio divulgam em site

próprio as informações constantes no art. 4º-A da Lei nº. 8.958/94?

A IFES possui registro centralizado referente a todos os dados relativos aos projetos

(incluindo bolsas e a identificação final dos beneficiários de todos os pagamentos realizados

pela fundação de apoio)? Há ampla publicidade desses dados, inclusive na internet?

Achados:

• as informações sobre os projetos ficam dispersas nasáreas com a qual possuem afinidade.

• as informações relativas à execução e acompanhamentode projetos são responsabilidade dos coordenadores dosprojetos ou fiscais dos contratos; e

• a responsabilidade das informações fica a cargo dasáreas com as quais os temas dos projetos estãorelacionados.

Riscos

• Dispersão das informações sobre os projetos emdiversas áreas ou agentes;

• Empecilho à publicidade e à transparência;

• Ineficiência do controle finalístico e de gestão; e

• Barreira ao exercício do controle social pelascomunidades interna e externa.

Eixo Prestação de Contas e Avaliação

18%

28%

82%

72%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Os controles e rotinas para prestação de contas são

suficientes e adequados?

A IFES elabora relatório final de avaliação?

Sim Não

A IFES tem elaborado relatório final de avaliação dos projetos, conforme

estabelece o § 3º do art. 11 do Decreto nº. 7.423?

Riscos

• Impossibilidade de exercício do direito dos cidadãosem dispor de informações sobre a aplicação dosrecursos; e

• Inviabilidade de avaliar se a finalidade almejadacom o projeto foi atingida;

OBRIGADO!