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10a. Festa Literária Internacional de Paraty 4 a 8 de julho Relatório 2012

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10a. Festa LiteráriaInternacional de Paraty4 a 8 de julho

Rela

tório

201

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Índice

Flip - Programação Principal

Festas de Paraty

Flip - Casa da Cultura

Flipinha

FlipZona

Comunicação

Novos olharesA casa que hospeda a Flip

Abertura para o mundoHomenagem - Respirando DrummondShow de Abertura - O chão e o céuMesa Zé Kleber - Bibliotecas-ParqueOficina Literária - Duas tardes em quadrinhosFlip 10 anos - Uma conspiração que deu certoComemoração: 10 anosProgramação

Cores, sabores, cheiros e sonsProgramação

Pluralismo e intensidadeProgramação

O grande circo místicoDestaques Programação

Meu tempo é hojeCentral FlipZonaProgramação

Logo Flip 10 anosPeças gráficasSinalizaçãoFlip on-lineAnúnciosMídia espontânea

A Flip em números

Parceiros

Ficha técnica

Convidados Flip 2012

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1012182022242628

3032

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Ministério da Cultura, Governo do Rio de Janeiro e Associação Casa Azul apresentam

10a. Festa Literária Internacional de Paraty

4 a 8 de julho

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da cidade, onde se localiza um grande parceiro da Casa Azul, o silo cultural Zé Kléber. A Flip 2012 reverberou inclu-sive no morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, através da parceria com a Flupp, a Festa Literária das UPPs, outro movimento literário em prol das políticas públicas. A preservação do patrimônio imaterial de Paraty também foi contemplada. Os elementos identitários da cultura para-tiense e seus saberes e fazeres foram amplamente celebrados na programação das Festas

de Paraty, colocando os paratienses nos dois lados do evento: o palco e a plateia. É o encontro da música da Ciranda de Tarituba, da poesia de Luis Perequê, das histórias do pescador e autor local Almir Tã, da erudição do espanhol Enrique Vila-Matas e do modernismo de Drummond que fazem da Flip uma festa múltipla, radical-mente local e radicalmente internacional, que tem foco na literatura, mas olha também o território onde acontece.

Mauro MunhozDiretor-PresidenteAssociação Casa Azul

A poética cidade que a Flip carrega no nome gentilmente abriu suas portas para os versos de Carlos Drummond de Andrade. Confissões, pedras no caminho, madrigais e josés foram declamados no início de cada uma das mesas, projetados na lateral da Igreja da Matriz e expostos com o necessário esmero na Casa da Cultura. A densa obra de Drummond confirma ser possível a coexistência, na poesia, da estética tradi-cional com novos modelos de criação artística, da forma poética consagrada com o pensar moderno.

Esse mesmo olhar crítico e articulador entre o moderno e o eterno pensamento cole-tivo, faz parte da filosofia da Associação Casa Azul, que, através de projetos como a Flip e a requalificação da Praça da Matriz, apresenta novos modelos para a preser-vação do patrimônio, para a qualificação da educação e para o modo pelo qual a população faz uso dos espaços públicos. A décima edição da festa se esparramou por Paraty de maneira democrá-tica, harmônica e inédita. As atrações da Flip, da Flipinha, da FlipZona e da programação paralela à festa se estenderam do Forte do Defensor Perpétuo para além do carente bairro da Mangueira, na perifeira

Novos olhares

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Tenda dos Autores

4 5

As ações da Casa Azul se iniciaram com estudos sobre a borda d’água de Paraty e se desdobraram em projetos capazes de potencializar experiências inovadoras no território. Um deles foi o restauro e a requalificação da Praça da Matriz, cujo processo de realização levou a uma fundamental participação da população nos projetos de intervenção urbana. Esse envolvimento continua e será decisivo para a implementação do projeto de construção,

O território, a educação e a cultura: essas são as três dimensões do trabalho da Associação Casa Azul. Entre os seus desafios, destacam--se a requalificação urbana sustentável, o aprimoramento da qualidade de vida dos cida-dãos e a promoção do turismo sensível aos valores da cultura local. É a dimensão cultural que fertiliza o território, mas com o tempo, ela se perdeu. Nosso objetivo é reconstruí-la.

através de um convênio entre a Casa Azul e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, de uma biblioteca-parque no bairro da Mangueira, uma ponte que buscará integrar bairros paratienses marcados pela segregação social e espacial e pela carência de equipamentos urbanos. Na realidade, muitas das atividades que ocorrerão na futura biblioteca-parque já existem, e a Casa Azul imple-mentou e coordena algumas delas, como as oficinas de capacitação de cenotecnia

para adultos, as oficinas permanentes de audiovisual para jovens e o projeto Mar de Leitores, que há anos vem promovendo a leitura entre os alunos das escolas de Paraty. Com ações como essas, a Casa Azul liga o centro histórico à periferia da cidade, incentiva a população a se apropriar do espaço urbano e cumpre sua missão tridimensional, conectando o território à cultura e à educação.

A casa que hospeda a Flip

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Tenda do Telão

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Uma literatura engajada com seu tempo não precisa portanto documentar burocra-ticamente o real.

Contra a ideia de que a lite-ratura atual é por demais autorreferente, fechada sobre si mesma, a Flip 2012 reuniu em seus debates um conjunto de escritores voltados sobre as questões mais urgentes de nosso tempo, sem nunca perder de vista, no entanto, o que existe de mais próprio na escrita de ficção e poesia.

Para afirmar seu poder crítico, a literatura não precisa abrir mão da imaginação nem da exploração formal, concor-daram em sua conversa dois dos principais escritores brasileiros, Rubens Figueiredo

e Francisco Dantas. Pelo contrário, é justamente ao produzir no leitor um efeito de estranhamento (graças à originalidade de sua pers-pectiva ou arranjo verbal) que o texto literário põe em questão os modos habituais de entender o mundo. Assim, a desigualdade rotineira, que nos acostumamos a tomar como natural, pode de repente ser exposta em sua absurda violência, lembrou Figueiredo.

Uma literatura engajada com seu tempo não precisa, portanto, documentar buro-craticamente o real. Ao se voltarem sobre episódios traumáticos da história de seus países, como a guerra civil e a exploração colonial, o colombiano Juan Gabriel Vásquez e o espanhol Javier Cercas disseram que não pretendiam simplesmente

fazer um registro de fatos já ocorridos, mas antes contri-buir para que o próprio passado fosse entendido como algo ainda em aberto, em constante reconstrução.

História & ficção

Enquanto o historiador se interessa por descrições que deem conta do conjunto de certa época ou sociedade, o ficcionista revela o singular, o individual. Mesmo quando recorre à pesquisa factual, é para encontrar a textura irrepetível de uma experiência humana particular, como lembrou a norte-americana Jennifer Egan em sua conversa com o inglês Ian McEwan, ao falar sobre suas incursões pelo sistema prisional dos EUA.

Uma aposta nessa capacidade da literatura para criar expe-riências únicas fez com que pela primeira vez na história da festa todas as mesas in-cluíssem um contato direto com a obra do autor home-nageado. Na voz do próprio Carlos Drummond de Andrade, ou na de leitores ilustres como Adonis e Silviano Santiago, os poemas do autor mineiro serviram de abertura para os debates na Tenda dos Autores.

Miguel CondeCurador da Flip 2012

Ian McEwan

Abertura para o mundo

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sua maneira, ressoar sua voz. Foi ainda o centro de duas mesas de debate dedicadas à sua figura: do encontro de Antonio Secchin com Alcides Villaça (Drummond, o poeta moderno) e da reunião de Eucanaã Ferraz com Carlito Azevedo, mesa que contou ainda com depoi-mento em vídeo de Armando Freitas Filho (Drummond, o poeta presente).

Secchin apresentou seu Quarteto, uma versão didática e bem-humorada da Quadrilha de Drummond: “Mário amava Manuel que amava Carlos que amava João que não

amava ninguém”. Entrelaçando as heranças de Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Mello Neto.

Mário, o arlequim modernista, morreu desgostoso poucos dias depois do carnaval de 1945, convicto de que sua geração fracassara. Manuel viveu por 82 anos, 5 meses e 26 livros, até ir-se embora para Pasárgada, bem-amado pelo público e pela crítica [...] João decidiu especializar--se na casa de máquinas do poema. Carlos optou pelas engrenagens da máquina do mundo. As minas de João eram do mais duro minério; a Minas de Carlos, do mais puro mistério. Mário e Manuel

acabaram solteiros. Carlos, viúvo. E João se casou com os poetas concretos, que não tinham entrado na história.

Carlito Azevedo emocionou o público ao ler um longo poema dedicado a Drummond: Querido Príncipe. Sem escrever poesia desde a publicação de Monodrama, em 2009, ressurgiu em grande estilo:

[...] E sempre descobrindo o amor, inventando o amor, renegando o amor, conspi-rando: não me venham falar que, à noite, deitado na areia

da praia, olhando a superfície negra salpicada de pontos luminosos, alguém era melhor do que você no comando da misteriosa navegação. [...]

Na saída da Tenda dos Autores, uma inscrição na parede fazia sentir a presença do poeta e resumia da melhor maneira o sentimento de quem viveu mais uma edição da Flip: “Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão.”

Respirando Drummond

Homenagem

A serenidade de Carlos Drummond de Andrade, seu modo cuidadoso de tocar o “avesso das coisas” e a delicadeza das palavras, se fez sentir ao longo dos cinco dias de Flip. Autor homenageado de 2102, Drummond foi cantado, contado, estudado, lido, relembrado.

Na programação da Flip – Casa da Cultura, um monólogo com a atriz Sura Berditchevsky retomou a relação de cumpli-cidade entre o poeta e a

filha, Maria Julieta – relação de proximidade e afeto que duraria até a morte desta, em 1987, aos 59 anos de idade. Montada na Casa da Cultura de Paraty até o mês de dezembro, a exposição Faces de Drummond reuniu amplo acervo iconográfico e escritos do autor datados dos anos 1920, mostrando as dissonâncias, sutilezas e contradições em dife-rentes níveis da personali-dade e da obra do poeta.

No ano marcado pelos 110 anos de seu nascimento e 25 anos de sua morte, Drummond foi tema da Conferência de Abertura, momento em que os poetas Antonio Cicero e Silviano Santiago fizeram, cada um à

“Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão”, verso de Carlos Drummond de Andrade impresso na saída da Tenda dos Autores

Exposição Leitores

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Itabira

A cidade de Paraty ganhou um presente de Itabira, cidade natal de Drummond. Uma delegação composta por mais de 100 pessoas, incluindo o prefeito da cidade mineira, participou da Flip e descerrou uma placa doada por Itabira com o poema Confidência do Itabirano. Da cerimônia participaram igualmente o prefeito de Paraty e Pedro Drummond, neto do poeta.

Singela homenagem

Ainda como parte da home-nagem, um grupo de 16 cavaleiros viajou centenas de quilômetros pela Estrada Real, antiga ligação entre Minas Gerais e Paraty, usada para o escoamento de ouro do interior ao porto (pois era de Paraty que o minério partia para a Europa). Houve ainda declamação de poemas pelos Drummonzinhos, crianças itabiranas que estudam a obra do autor, e a apresen-tação de músicas folclóricas por um grupo de lavadeiras.

Adonis

Leituras de Drummond

Novidade da Flip 2012, todas as mesas da Tenda dos Autores foram precedidas por leituras de poemas – ao vivo, por convidados ilus-tres, ou em off, com a voz do poeta ressoando. Como esquecer o poeta sírio Adonis recitando em árabe os versos do Poema de sete faces? O contato com o autor homenageado nunca se fez tão forte e tão presente. Vale a pena relembrar os poemas lidos ao longo dos quatro dias da Flip.

A voz dos versos

Em off, com a voz de Drummond: Amor e seu tempoBoitempoConfissãoDeclaração de amorDestruiçãoEstrambote melancólicoProcura da poesiaOficina irritadaO lutadorMãos dadasMundo grande

Ao vivo, por convidados:

AdonisPoema de sete facesAlcides VilaçaCarta (soneto de Lição de coisas)Carlito AzevedoAlta cirurgiaDulce Maria Cardoso Para sempreEucanaã FerrazAmarFabrício Carpinejar Confidência do ItabiranoJackie KayQuadrilhaJosé Luis PeixotoJoséSilviano SantiagoViagem na família

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Exposição Faces de Drummond

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Cenário criado por Paulo Perdeneiras e Ciranda de Tarituba

Lenine

Show de abertura

Em plena noite de lua cheia, a décima edição da Flip foi inaugurada em alto e bom som. O palco montado na Tenda do Telão recebeu uma apresentação entusiasmada da Ciranda de Tarituba, representante das tradi-ções musicais da cultura paratisense. Continuando a noite, um show do cantor e compositor pernambucano Lenine entusiasmou as cerca de mil pessoas presentes.

O chão e o céu

Lenine alternou sucessos da carreira com canções de seu décimo disco Chão. “Se meus outros discos eram livros de contos, Chão é um romance”, costuma dizer o cantor sobre esse álbum. “Ele é para ser lido de uma só vez, com um mesmo sentido: uma suíte.” Em diálogo com o universo literário, a canção intitu-lada Amor é para quem ama cita uma frase de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa: “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso pra loucura”, fazendo suspirar o público.

“Se meus outros discos eram livros de contos, Chão é um romance”, costuma dizer o cantor sobre seu último trabalho.

O show aconteceu num cenário criado por Paulo Pederneiras, do grupo Corpo. O chão da caixa cênica foi todo forrado em tons de vermelho, contrastando com o entorno negro. O cenó-grafo posicionou ainda uma lâmpada sobre cada músico, criando um efeito intimista e agregador que fez a Flip começar em tom maior.

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Pimentel lembrou que em Manguinhos, uma das áreas mais pobres e violentas do Rio de Janeiro, a biblioteca pública é praticamente de vidro e, em seus dois anos de vida, nunca teve problemas de depredação, roubo ou furto. “Quando um jovem usuário me pergunta se sou o ‘dono’ da biblioteca, sempre respondo que sou apenas o diretor, mas que, naquele momento, estou falando com o dono”, explicou Pimentel. Sua maior alegria é constatar que às 9h30 a biblioteca já tem fila na porta, com gente aguar-dando a abertura às 10h.

As bibliotecas-parque brasi-leiras se inspiram diretamente no modelo colombiano. Como presidente da Associação Colombiana de Leitura e Escrita (Asolectura), Silvia Castrillón ajudou a imple-mentar uma rede nacional com 19 bibliotecas, cinco centros de documentação e quatro áreas de gestão cultural em 28 cidades.

“O capitalismo só valoriza leituras técnicas e cientí-ficas ou o livro como bem de consumo, que gera a

músico e ativista paratiense Zé Kléber (1932-1989), a mesa é um momento especial para o encontro, no sentido forte e político da palavra.

Tratando da dimensão formadora da leitura, Alexandre Pimentel, diretor da Biblioteca-Parque de Manguinhos (RJ) sentou-se ao lado bibliotecária e educa-dora Silvia Castrillón, uma das responsáveis pela “matriz colombiana” do bom modelo de implantação de biblio-tecas públicas. Num debate estimulante sobre “Leitura no Espaço Público”, ambos falaram a respeito de seus trabalhos e das dificuldades enfrentadas em processos de formação de leitores e transformação urbana.

leitura recreativa, de evasão. Com isso, deslegitimiza as duas instituições que devem garantir o acesso democrá-tico à leitura – a escola e a biblioteca – e reduz a capaci-dade das pessoas para pensar, criticar e imaginar”, ponderou Castrillón durante sua fala.

Depois de sua palestra, o público aplaudiu com entu-siasmo o músico paratiense Luis Perequê, que pediu a palavra para cobrar a parti-cipação da população no processo de implantação da Biblioteca-Parque de Paraty, projeto já em fase de desenvolvimento.

Alexandre Pimentel e Silvia Castrillón

Bibliotecas-parque: entre cidades e livros

Mesa Zé Kleber

Dedicada aos moradores de Paraty, a mesa Zé Kléber já é uma tradição da Flip. Pelo quarto ano consecutivo, a Tenda dos Autores abre espaço para discussões cruciais e reflexão em torno do trinômio políticas públicas, cultura e território. Temas como arqui-tetura, urbanismo e cidadania – ou, neste ano, a função social da leitura e dos espaços públicos a ela dedicados – trazem à tona questões de primeira importância. Batizada em homenagem ao poeta, “Quando um jovem usuário me pergunta se

sou o ‘dono’ da biblioteca, sempre respondo que sou apenas o diretor, mas que, naquele momento, estou falando com o dono.” Alexandre Pimentel

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dúvidas dos vinte e oito alunos presentes, entusias-mados com o encontro. Escolhidos antes da Flip por meio de um processo sele-tivo, os participantes apre-sentavam perfis bastante variados, mas todos tinham em comum o hábito, profis-sional ou não, do desenho.

Ao falar de seus respectivos trabalhos e trajetórias, os dois amigos enfatizaram a importância de bons roteiros para a construção de histó-rias, mesmo que elas durem apenas dois ou três quadri-

Escolhidos antes da Flip por meio de um processo seletivo, os participantes apresentavam perfis bastante variados, mas todos tinham em comum o hábito, profissional ou não, do desenho.

nhos. Cheios de ironia e ao mesmo tempo seriamente compenetrados, os profes-sores responderam aos questionamentos dos alunos sobre referências culturais e mercado profissional.

Entre ilustrações comentadas, casos contados, perguntas e conselhos, o tempo foi apro-fundado e intenso, mas de tão bom, nem se viu passar.

Oficina Literária

Ter aulas com dois grandes – os maiores, ousaria dizer – quadrinistas brasileiros é um privilégio. Em 2012, a Oficina Literária da Flip reuniu Laerte e Angeli para duas tardes de conversa e discussão na Pousada Literária.

O processo de criação de charges e tirinhas antoló-gicas foi o centro de muitas

Duas tardes em quadrinhos

Laerte e Angeli

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“Com o C eu quis dizer que o que acontece aqui em Paraty todos os anos é uma cons-piração […] O que acontece aqui é um conluio de ideias, um convênio de cérebros, uma convergência de tipos e talentos, uma catarata de conceitos e cantares, um carrossel de criações e catarses e contestações e casos e catequeses”, disse, emocionando não só a plateia como também toda a equipe de organização do evento. E a celebração estava apenas começando.

Duas exposições vieram somar-se à programação especial, trazendo o espí-rito comemorativo para as ruas da cidade.

Exposição Leitores

Montada na praça em frente ao café, na saída da Tenda dos Autores, a exposição Leitores reuniu retratos em preto e branco feitos por Walter Craveiro, fotógrafo que

registrou todas as edições da Flip. A expografia foi feita a partir de grandes displays luminosos com dois metros de altura, de forma que os espectadores literalmente passeavam entre os autores retratados. Havia Ferreira Gullar com um sorriso que é também uma careta, Amós Oz com olhos arregalados, Miguel Nicolelis com expressão de ponderação, José Saramago, Milton Hatoum... Uma das grandes diversões para crianças e adultos foi tirar fotos, posando junto ao totem de seu escritor(a) favorito(a).

Exposição A Flip nas páginas de O Globo

No térreo da Casa da Cultura, uma exposição feita em parceria com o jornal O Globo retomou edições anteriores da Flip pela óptica da imprensa. Uma análise cuidadosa do material permite acompanhar como a festa foi mudando, ano após ano, mas também como a cobertura jornalística – a linguagem usada nos textos, o projeto gráfico, as fotos – se modi-ficou de 2003 para cá.

Finalmente, na noite do domingo, uma festa aberta e gratuita na Praia do Pontal colocou visitantes e mora-dores de Paraty para dançar ao som de Luis Perequê, da Ciranda Elétrica e do DJ Tutu Moraes. Para um evento que tem festa já no nome, a comemoração veio arrematar cinco dias para lá de intensos.

Luis Fernando Verissimo

Uma conspiração que deu certo

Flip 10 anos

Celebrar menos a própria Flip e mais a literatura, a ação educativa, o território. Esse foi, desde o princípio, o norte estabelecido para as ações de comemoração dos dez anos da Flip. Os preparativos traziam em si uma alegria e uma responsabilidade. Como fazer comemorar a efeméride à altura sem transformá-la numa celebração autorrefe-rente, esvaziada de sentido?

Com foco na programação, a Flip optou por revisitar seu passado, trazendo de volta grandes autores, como Enrique Vila-Matas, Ian McEwan, Hanif Kureishi, que haviam participado das primeiras edições. Ao mesmo tempo, abriu mais espaço

para autores da nova ficção brasileira, como Paloma Vidal, André de Leones e Fabricio Carpinejar, para citar alguns nomes. Finalmente, criou pela primeira vez uma grade de programação dedicada exclu-sivamente às manifestações da cultura paratiense (veja Festas de Paraty, p. 30).

Ao início da Conferência de Abertura, Luis Fernando Verissimo prestou uma home-nagem à Flip – Ano 10. Sua fala rápida, doce e bem--humorada foi construída a partir do ato falho que cometeu em 2008, ao chamar a Flip de “Clip”. (“É um grande prazer estar de volta aqui na Clip”, foi a frase proferida.)

“Com o C eu quis dizer que o que acontece aqui em Paraty todos os anos é uma conspiração […] O que acontece aqui é um conluio de ideias, um convênio de cérebros, uma convergência de tipos e talentos, uma catarata de conceitos e cantares, um carrossel de criações e catarses e contestações e casos e catequeses.” Luis Fernando Verissimo, em sua fala Flip – Ano 10

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Coleção Flip 10 Anos

117 escritores discutem como e para que escrevem

Uma palavra depois da outra: a arte da escrita

One word after another: the art of writing

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Festa Literária Internacional de Paraty

Cole

ção

Flip

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Ano

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Flip

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Flip Collection 10 Years

117 writers discuss how and why they write

Paraty International Literary Festival

Este DVD apresenta o que de melhor se passou nas mesas da Flip entre 2003 e 2011. Em vez de um apanhado de cada edição da Festa em ordem cronológica, o que propomos é um recorte temático das conversas, a partir de questões recorrentes no universo da literatura e no dia-a-dia dos escritores.

A criação de personagens, a busca pela voz narrativa, os impasses da tradução, os métodos de composição do narrador e os embates do escritor com leitores e críticos figuram entre os temas presentes nesta primeira seleção. As próximas abrangem as rela-ções da literatura com outras áreas, as perguntas fundadoras da arte literária, os enfoques políticos e culturalistas.

A partir deste mosaico de falas, fica clara a permanência de um conjunto de questões e se torna possível desenvolvê-las em profundidade: detalhes vêm à tona, o formato dos debates é reconfingurado, novos caminhos interpretativos são sugeridos. Com edição ágil e leve, este vídeo dá a ver a densidade das discussões em Paraty e surge cheio de frescor e novidade mesmo aos olhos dos veteranos mais tarimbados da Flip.

This DVD shows the best of what took place at Flip, Paraty’s International Literary Festival, between 2003 and 2011. Rather than organizing segments of each edition in chronological order, we provide a collage of the conversa-tions based on recurring themes in the literary universe and the writers’ daily lives.

Character development, the search for a narrative voice, translation impasses, narrator composition methods and the writer’s interaction with readers and critics are among the topics included in this first selection. The next selections will include the relationship between literature and other areas, the founding questions in literary art, as well as political and cultural themes.

From this mosaic of quotes, ques-tions become clear and their in-depth development is possible. Details come to the surface; the debate structure is reformatted; new interpretive paths are suggested. Quickly and lightly edited, this video provides the density of the Paraty discussions and appears fresh and new even in the eyes of the most seasoned FLIP veterans

anos

O processo de escrita

Personagens à procura de um autor

Eu é um outro: duplos e alteregos

Muitas vozes: a construção do narrador

Vida de escritor

A angústia da Influência Prezado Leitor

Outras Inquisições: recepção de crítica e público

A tradução vivida

The writing process

Characters in search of an author

I am aother: doppel-gängers and alter egos

Multiple voices: the construction of a narrator

A writer’s life

The anguish of influence

Dear reader

Other inquisitions: critical and public reception

The experiment of translation

Idioma português, inglês, espanhol, italiano, francês e alemãoLegendas português e inglês

Não recomendado para menores de 14 anosTema literatura

CÓDIGO DO PRODUTO

realização e produção realização patrocínio

14documentário 167min16:9 cor NTSCÁudio Stereo 2.0

Post scriptum J.M. Coetze2007Ariano Suassuna2005Cees Nooteboom2008Margaret Atwood2004Miguel Souza Tavares2004Ian McEwan2004Lourenço Mutarelli2006Amós Oz2007Lobo Antunes2009João Ubaldo Ribeiro2011Mia Couto2007David Sedaris2008

0 7 9 3 5 7 3 2 6 9 2 9 4

9

Tudo começa quando o estudante de chinês decide aprender chinês. E isso ocorre precisamente quando ele passa a achar que a própria língua não dá conta do que tem a dizer. É claro que isso significa, também (e aí mora a contradição), que a possibi-lidade de dizer não está no chinês propriamente dito, mas numa língua que ele apenas imagina, porque é impossível aprendê-la. É nessa língua que ele gostaria de contar sua história. Vamos chamar essa língua de chinês, na falta de um nome melhor. Ele gostaria de dizer, em chinês: “É um lugar-comum viajar para esquecer uma desilusão amorosa, mas é impossível escapar ao lugar-comum”, só que não pode, porque não chegou nessa lição. O estudante de chinês está a caminho da China justamente para escapar aos últimos sete anos de vida conjugal, seis deles estudando chinês, quando depara, na fila do check-in, com a professora de chinês desaparecida dois anos antes, quando, de uma hora para outra, sem explicações, ela abandonou as aulas individuais que dava para ele na escola de chinês, obrigando o estudante a continuar o curso com uma substituta. Desde que a professora desaparecera, o estudante de chinês aguardava uma urgência para contar a história dela, e o reaparecimento inespe-rado da professora de chinês na fila do check-in lhe parece mais que suficiente.

A primeira vez que ele a viu, achou que ela não fosse chi-nesa. É verdade que o estudante de chinês estava sob efeito da irritação de descobrir que a antiga professora fora substituída sem que ele tivesse sido consultado. Não era a primeira vez. Nenhuma professora parava na escola. Já era a terceira que ele conhecia em três anos. A primeira foi mandada embora porque precisou viajar com a mãe para a China. Como não havia fé-rias nem folga na escola, ninguém podia parar de dar aulas de chinês, nunca. A viagem da primeira professora, acompanhando a mãe idosa para rever o irmão à beira da morte, foi considerada abandono do emprego, sendo punida de acordo, com demissão por justa causa (pretensamente falando, porque não havia nem contrato). A professora que arrumaram para substituí-la deixou--se explorar enquanto lhe foi conveniente. E, em alguns meses, depois de coletar, numa pequena caderneta, os telefones de todos os alunos da escola que passaram por suas aulas, pediu as contas, ludibriando a diretora, que era quem devia explorar e ludibriar os empregados.

A terceira professora de chinês o recebeu na porta da es-cola, com um sorriso chinês (e aqui o adjetivo não encerra ne-nhum preconceito, como o estudante de chinês insiste sempre que se vê acusado de racismo; é, antes, apenas a tradução apro-ximativa de uma expressão intraduzível), cantando em chinês, para não deixar dúvidas de que era ela a nova professora.

Livro Ten/Dez

O livro Ten/Dez propõe cele-brar a essência da Festa Literária Internacional de Paraty: a felicidade da boa literatura. Com a cocuradoria de Liz Calder, idealizadora da Flip, a publicação reuniu um conto ou ensaio para cada ano da festa. “A Flip não seria a Flip se essa data servisse apenas para lembrar o passado e reviver nossas conquistas. Ten/Dez, então, surge como uma coletânea para celebrar a verdadeira inspiração da Festa: o prazer da boa escrita”,

DVD Uma palavra depois da outra: a arte da escrita

Com o espírito de resgatar um importante acervo de discussões acumuladas, o DVD Uma palavra depois da outra: a arte da escrita foi elaborado a partir da apresen-tação de mais de cem autores em todas as edições da Festa Literária. O material propõe uma montagem temática e não cronológica, agrupando falas de diferentes épocas em torno de tópicos como “construção de personagens” e “o processo de escrita”. Com curadoria de Flávio Moura e direção de Gustavo Rosa de

escrevem os organizadores no texto de apresentação. A coletânea reuniu cinco autores brasileiros (Bernardo Carvalho, Milton Hatoum, Cristóvão Tezza, Beatriz Bracher e Reinaldo Moraes) e cinco estrangeiros (Ian McEwan, Margaret Atwood, Nadine Gordimer, Julian Barnes e Colm Tóibín).

Moura, trata-se do primeiro material gerado a partir dos registros das mesas e debates da Flip. Para surpresa da própria organização, o DVD, feito em coprodução com a Primo Filmes, foi o produto mais vendido na Livraria da Vila montada em Paraty nos cinco dias do evento, sinal do desejo do público em ter consigo o conteúdo da Festa.

Livro Ten/Dez

DVD Uma palavra depois da outra: a arte da escrita

Comemoração: 10 anos

Ao somar dez anos de memória acumulada, a Flip sustentava o projeto de ver consolidada parte de sua história e de seu acervo. Levando adiante seu anseio de atingir um público cada vez maior, sem com isso ultra-passar o limite que a infra-estrutura de Paraty é capaz de comportar, surgiram três produtos comemorativos, cada um com proposta, conteúdo e identidade visual próprios.

Livro Paraty é uma festa: dez anos de Flip

Tal qual na Paris de Hemingway, o livro descreve a efervescência que toma as ruas de Paraty durante os dias da Flip. Com textos dos jornalistas Zuenir Ventura, Humberto Werneck, Sergio Augusto e Ángel Gurría, o livro parte do cenário de incertezas da primeira edição da Flip, em 2003, e percorre, ano a ano, os momentos marcantes de cada edição. Trata-se de uma narrativa que não busca apenas consolidar o que já está consagrado, mas abrir espaço para ponderações, críticas e impressões subje-tivas dos respectivos autores. Reunindo passagens como-ventes, hilariantes, tensas ou inusitadas, o livro traz ainda um posfácio sobre a Casa Azul assinado por Marianne Wenzel, editora da revista Arquitetura & Construção.

Com curadoria de Flávio Moura, dois livros e um DVD ajudaram a Flip a chegar mais longe, até a casa dos entusiastas de literatura. O lançamento conjunto dos três itens aconteceu na noite de sábado, dia 7, num evento na Tenda dos Autores, com fala dos principais envolvidos, projeção de trechos do DVD e coquetel comemorativo. Na semana seguinte à Flip, lançamentos no Rio de Janeiro (na Livraria da Travessa) e em São Paulo (na Livraria da Vila) fizeram a festa continuar para além de seus limites de tempo e espaço.

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Reve

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Sim, este livro comemora os 10 anos da Flip. Mas, acima de tudo, ele celebra a cidade de Paraty. Muito mais que um cenário, ela foi, e ainda é, importante personagem dessa história de tantos anos. Uma festa como a Flip só poderia dar certo neste lugar, terra permeada por uma atmosfera de intensa efervescência cultural e liberdade criativa.

Sintonizada com esse princípio, a ideia deste livro foi pron-tamente encampada quando apresentada pelo editor Flávio Moura. Se a Flip se dedica a contar histórias, nada melhor que a sua própria seja documentada pelas palavras e pelo olhar de jornalistas e fotógrafos que testemunharam o desenrolar dessa narrativa. Aqui, com total autonomia, eles deixam registradas as suas impressões.

Yes, this book commemorates 10 years of Flip. But, above all, it celebrates the town of Paraty. Much more than just the setting for the festival, the town has been, and continues to be, an important protagonist in its long story. A festival like Flip could only be successful in a place like this, a place which exudes an atmosphere of intense cultural efferves-cence and creative freedom. In tune with this principle, the idea for the book was quickly approved when presented by the editor, Flávio Moura. If Flip is devoted to telling stories, then there can be no better way of telling its own story than via the words and images of journalists and photographers who have witnessed the unfolding of its narrative. Here, with total freedom of expression, they provide a lasting docu-ment of their impressions.

Mauro Munhozdiretor presidentepresident directorAssociação Casa Azul

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A grande estrela do ano foi o historiador britânico Eric Hobsbawm, com uma concor-ridíssima e emocionante pales-tra. “Pessimista moderado”, ele falou mal de George Bush e Tony Blair, e se disse preocupado com a possibilidade de que “loucos fora de controle e despolitizados possam botar a mão no arsenal atômico”.

The biggest star of that year was the British historian Eric Hobsbawm, who gave a stimu-lating talk that was the hottest ticket in town. A moderate pes-simist, he criticised George Bush and Tony Blair, and voiced his concern about the possibility that “depoliticised and out-of-control madmen could get hold of the nuclear arsenal”.

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Zuenir Ventura Humberto WerneckSérgio Augusto Ángel Gurría-Quintana Marianne Wenzel

Patrocínio

fotos da capa Tuca Vieira Walter Craveiro

Realização

Livro Paraty é uma festa: dez anos de Flip

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08 domingo

10h mesa 5 Drummond – o poeta modernoAntonio C. Secchin Alcides Villaça 12h mesa 6O mundo de ShakespeareStephen Greenblatt James Shapiro 15h mesa 7Exílio e flânerieTeju ColePaloma Vidal 17h15 mesa 8Literatura e liberdadeAdonisAmin Maalouf 19h30 mesa 9Encontro com Jonathan Franzen

10h mesa 15Vidas em versoJackie KayFabrício Carpinejar

11h45 mesa 16A imaginação engajadaRubens Figueiredo Francisco Dantas

14h30 mesa 17Drummond – o poeta presenteArmando Freitas Filho (em vídeo)Eucanaã Ferraz Carlito Azevedo 16h30 mesa 18Entre fronteirasGary Shteyngart Hanif Kureishi 18h15 mesa 19Livro de cabeceiraConvidados da Flip leem trechos de seus livros prediletos:Luis Fernando VerissimoJuan Gabriel VásquezEnrique Vila-MatasIan McEwanDulce Maria CardosoAmin MaaloufDany LafferièreZoé ValdésJavier Cercas

10h mesa 10Cidade e democraciaSuketu Mehta Roberto DaMatta 12h mesa 11Pelos olhos do outroIan McEwanJennifer Egan 15h mesa 12Entre famíliaZuenir VenturaDulce Maria Cardoso João Anzanello Carrascoza

17h15 mesa 13O avesso da pátriaZoé ValdésDany Laferrière 19h30 mesa 14Música para malogradosConferência de Enrique Vila-Matas

21h30 mesa Los AmigosQuadrinhos para maioresLaerteAngeli

10h mesa 1Escritas da finitudeAltair Martins André de Leones Carlos de Brito e Mello

11h45 mesa Zé KleberLeitura no espaço públicoSilvia Castrillón Alexandre Pimentel 15h mesa 2Apenas literaturaEnrique Vila-Matas Alejandro Zambra 17h15 mesa 3Ficção e históriaJavier Cercas Juan Gabriel Vásquez 19h30 mesa 4Autoritarismo, passado e presenteLuiz Eduardo Soares Fernando Gabeira

05 quinta-feira 06 sexta-feira 07 sábado

Juan Gabriel Vásquez

Flip - programação principal

19h aberturaFlip, ano 10Luis Fernando VerissimoDrummond 110Antonio Cicero Silviano Santiago

21hShow de AberturaCiranda de TaritubaLenine

04 quarta-feira

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Lúcio Cruz, Júlio Paraty, Dalcir Ramiro e Norma Grinberg são alguns dos nomes que expuseram pintura, escultura ou cerâmica em diferentes pontos da cidade. Uma expo-sição de bonecos em papel machê feitos pelos artistas locais foi montada na Praça da Matriz, deixando crianças e adultos maravillhados com os personagens ali construí-dos. Um debate caloroso circundou o lançamento do livro Vida Caiçara, de Almir Tã. Zezito Freire lançou sua obra Paraty no século 20, em que

traça paralelos cruciais entre cultura, história e território.

Num dos pontos altos de toda a Flip, o Arrastão do Jabaquara e o Bloco dos Assombrosos do Morro, tradi-cionais grupos de carnaval da cidade, partiram da Tenda da Flipinha e tomaram as ruas. Acompanhados com animação pela Banda Santa Cecília, colocaram uma multidão para dançar.

E não faltou música para ninguém. No Show de Abertura, a apresentação de Lenine foi precedida pela Ciranda de Tarituba e dife-rentes grupos de cirandeiros locais (Os Coroas, Os Caiçaras, Grupo da Trindade, entre outros) se apresentaram nos dias subsequentes. Na Festa de Encerramento, coube a Luís Perequê e à Ciranda Elétrica animar a plateia. Entre cores, cheiros, sons e sabores locais, sobrou viva na memória a impressão de que a cultura paratiense merece o mundo e muito mais.

Cores, sabores, cheiros e sons Festas de Paraty

Dentro da comemoração de seus dez anos, a Flip criou uma programação especial dedicada apenas à tradição e à cultura paratienses.

A curadoria foi feita em parceria com Luís Perequê, poeta, cantor e compositor caiçara, que ajudou a reunir, em cinco dias de festa, grandes manifestações.

Num dos pontos altos de toda a Flip, o Arrastão do Jabaquara e o Bloco dos Assombrosos do Morro, tradicionais grupos de carnaval da cidade, partiram da Tenda da Flipinha e tomaram as ruas. Acompanhados com animação pela Banda Santa Cecília, colocaram uma multidão para dançar.

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06 sexta-feira 07 sábado 08 domingo 18h Cultura e identidadeLançamento de livros e conversa com autoresParaty no Século XX, de Zezito Freire Local: FlipZona

21h30 Noites de ParatyFelipe Guaraná e o Grupo Trevo de Sete FolhasLocal: Tenda da Flipinha

17h Ciranda na FlipinhaSete UnidosLocal: Tenda da Flipinha

22h Festa de encerramentoLuís Perequê e Ciranda Elétrica com poeta Flávio AraújoLocal: Tenda do Telão

14h Arte na PraçaOs Caiçaras – CirandeirosAmigos da Cultura – Grupo de Danças PopularesLocal: Praça da Matriz

18h Ciranda na FlipinhaGrupo da TrindadeLocal: Tenda da Flipinha

18h Cultura e identidadeLançamento de livros e conversa com autoresVida Caiçara, de Almir Tã Local: FlipZona

21h Noites de ParatyNethy e convidadosLocal: Tenda da Flipinha

Exposições artistas de Paraty

Cerâmica Contemporânea Dalcir Ramiro e Norma GrinbergLocal: Ateliê do Dalcir

Lucio Cruz convida Júlio ParatyLocal: Ateliê Lucio Cruz

Exposição Bonecos na Praça da MatrizJosé Luis Cananéa (Biba)Lucio CruzIsaac Pádua

Programação -

Festas de Paraty

04 quarta-feira 05 quinta-feira 17h Banda Santa Cecília e Bloco dos Assombrosos do Morro e do Arrastão do JabaquaraLocal: Tenda da Flipinha e ruas da cidade

21h Ciranda de Tarituba Local: Tenda do Telão (show de abertura)

18h Ciranda na FlipinhaProgramação especial com grupos de ciran-deiros de Paraty Os Coroas – CirandeirosLocal: Tenda da Flipinha

18h Cultura e identidadeLançamento de livros e conversa com autoresIêda Marques: lembranceiras, imaginário e realidadeLocal: FlipZona

21h Noites de ParatyApresentação de músicos de ParatyChama MaréLocal: Tenda da Flipinha

Os Coroas – Cirandeiros

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José Luis Peixoto

Houve espaço para o teatro (com o monólogo Cartas a Maria Julieta) e para o cinema (uma programação especial de filmes foi estabelecida em parceria com o Itaú Cultural). Duas exposições, Faces de Drummond (ver p. 36) e A Flip nas páginas de O Globo (ver p. 25), ocuparam salas distintas da Casa da Cultura, com montagens instigantes e interativas. Ao contrário de anos anteriores, em que a exposição em torno do autor homenageado restringia-se ao período da Flip, a mostra de Drummond estende-se até dezembro e tem conteúdo bilíngue, tornando possível a visitação por grupos esco-lares, moradores da cidade

e visitantes de diferentes nacionalidades que estejam de passagem por Paraty.

Finalmente, a Flip – Casa da Cultura firmou-se como um espaço para discussão de políticas de difusão cultural. Organizadas em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e com o Movimento por um Brasil Literário, diferentes atividades colocaram em pauta as polí-ticas de tradução e difusão da literatura brasileira no exte-rior. O espaço sediou ainda uma coletiva de imprensa da revista britânica Granta, em que se anunciou, em primeira mão, os selecionados da edição especial Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros. Uma profusão de eventos e encontros para leitores de todo tipo, espécie ou geração.

João Ubaldo Ribeiro, Walcyr Carrasco, John Freeman, Roberto Feith, Hermínio Bello de Carvalho e Annalena McAfee

Flip – Casa da Cultura

Um encontro entre a litera-tura e outras linguagens em um espaço múltiplo e aberto ao debate. Sede das primeiras edições da Flip, a Casa da Cultura firmou-se como um local de experimentação e sediou encontros memoráveis.

Estrutura que permite maior proximidade e intimidade com os autores, o auditório em pleno Centro Histórico recebeu o escritor espa-nhol Javier Cercas para uma conversa com o cineasta David Trueba, diretor da adap-tação de seu livro Soldados de Salamina para o cinema.

José Luis Peixoto leu na íntegra as quarenta páginas de Morreste-me, livro que escreveu logo após a morte de seu pai, para uma plateia lotada e comovida. Stephen Greenblatt, que na Tenda dos Autores participou do debate sobre Shakespeare, aproveitou o espaço da Flip – Casa da Cultura para debater seu ensaio A Virada, vencedor do prêmio Pulitzer e do National Book Award de não ficção.

Num encontro descontraído, João Ubaldo Ribeiro home-nageou os cem anos de Jorge Amado, ao lado de Walcyr Carrasco, autor da recente adaptação de Gabriela para a TV; “Glauber [Rocha, cineasta] e eu éramos muito próximos de Jorge. Mas ele não gostava de ser visto como pai, como uma figura paternal. Preferia ser visto como um irmão mais velho”, recordou Ubaldo, numa fala afetiva e bem-humorada que arrancou risos, aplausos e ovações do público.

Pluralismo e intensidade

Para uma plateia lotada, José Luis Peixoto leu na íntegra as quarenta páginas de Morreste-me. Num encontro descontraído, João Ubaldo Ribeiro homenageou os cem anos de Jorge Amado

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05 quinta-feira 06 sexta-feira 07 sábado 08 domingo

11h30 Cem anos de Jorge AmadoJoão Ubaldo Ribeiro Walcyr Carrasco

14h Biblioteca da escola*Silvia CastrillónNilma Lacerda

16h30 Lançamento da Granta – Os melhores jovens escri-tores brasileirosColetiva de imprensaRoberto FeithMarcelo Ferroni John Freeman

18h30 Movimento por um Brasil Literário home-nageia Bartolomeu Campos de Queirós* Nilma LacerdaElisabeth Serra Ninfa Parreiras

21h30 Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de AndradeSura Berditchevsky

21h30 Noites de Cinema**Daquele instante em dianteJoel Pizzini, 2012, 90 min.

11h Novas políticas públicas de promoção do livro e da literatura brasi-leira no exterior*Galeno Amorim

13h A cidade e a cultura* Lançamento da revista MonolitoGuilherme Wisnik Mauro Munhoz

15h Grã-Bretanha na escrita: uma conversa da Granta em parceria com o British CouncilJohn Freeman, Andrea Stuart e Cynan Jones

17h A Semana de 1922 aos 90 anosHelena BomenyIvan Marques Pedro Duarte

19h A virada, com Stephen Greenblatt

21h José Luís Peixoto lê Morreste-me

21h30 Noites de Cinema**Ex-IstoCao Guimarães, 2011, 86 min.

11h Carlos Drummond de Andrade por Hermínio Bello de Carvalho

13h O autor e seu tradutorCarola Saavedra e João Paulo Cuenca e seus tradu-tores Maria Hummitzsch e Michael Kegler

15h Exclusiva, com Annalena McAfee Paulo Roberto Pires

17h Da página para a telaJavier CercasDavid Trueba Malcolm Barral

12h Noites de CinemaEVOÉ! – Retrato de um antropófago Tadeu Jungle e Elaine Cesar, 2011, 104 min.

* entrada gratuita** Tenda do Telão

Programação Flip - Casa da Cultura

Exposição Faces de Drummond

A exposição explora a ideia de que a obra de Drummond é marcada por tensões entre impulsos opostos, e procura combinar uma abordagem cronológica e temática divi-dida em módulos capazes de abranger toda a trajetória do autor.

De quarta a segunda, das 10h às 18h30. Até dezembro.

Sura Berditchevsky

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Coordenado pela Casa Azul, o processo de requalificação urbana da Praça da Matriz permitiu o uso do espaço de forma mais harmoniosa e segura por crianças de todas as idades. Com a superfície do piso nivelada, ações como os pés-de-livros (leitura mediada à sombra das árvores) e uma grande exposição de bonecos em papel machê ao ar livre atingiram sua máxima expressão. Não faltou música de grupos locais tocando na praça, fazendo pais e filhos entrarem juntos na dança.

Desejo antigo da organi-zação, neste ano finalmente foi realizada a instalação de uma Biblioteca para Bebês, lembrando que a formação de leitores acontece desde a primeira infância. Com leitura apropriada para a idade e mobiliário adequado para

as crianças que não sabem andar, o espaço recebeu apro-ximadamente 500 crianças ao longo de toda a festa.

Pela Ciranda dos Autores passaram nomes como Luis Fernando Verissimo, Angela-Lago, Sávia Dumont. Com origens, idades e perfis diversos, os vinte autores da programação garantiram cinco dias de histórias, leituras, canções, desenhos e risadas. Houve espaço para as lendas indígenas de Yaguarê Yamã, para o encontro entusiasmado entre Ivan Zigg e Luciano Pontes, e não faltaram palmas para a escritora infantil Hebe Coimbra, quando terminou de

ler a sua sonora e divertida história Na Venda de Vera, na qual todas as palavras começam com a letra v.

Um dos pontos altos da programação foi a apresen-tação da peça infantil O Sapo e a Bromélia, da Companhia Dançante. Num cenário simples – cinco painéis florais e um plástico azul chacoa-lhado para dar a impressão de um lago – os diálogos eram ancorados na gravação de fundo e jogos de luzes movimentavam os olhos das crianças. Uma trilha sonora de primeira grandeza ia da gymnopédie de Erik Satie até a Carmina Burana de Carl Orff, passando por sons de discoteca. Com a tarde caindo sobre Paraty, nada parecia mais importante que o destino do sapo em suas aventuras.

Mas é sempre bom lembrar que a Flipinha vai muito além de sua tenda e de seus cinco dias de programação. Reunidas sob o título Mar de Leitores, diferentes ações tratam da formação de educadores, da mediação de leitura, da formação de acervos e da readequação de espaços, com mais de 6 mil crianças e adolescentes bene-ficiados. Conheça a seguir algumas dessas ações desen-volvidas ao longo do ano.

O processo de requalificação urbana da Praça da Matriz permitiu o uso do espaço de forma mais harmoniosa e segura por crianças de todas as idades

Flipinha

No ano em que a Flip festejou seus dez anos, a Flipinha, apenas um ano mais jovem, não ficou atrás nas comemo-rações. Uma tenda-picadeiro foi erguida no vão livre entre a Praça da Matriz e a beira do rio Perequê-Açu. Feita com uma lona azul e amarela que já pertenceu a um circo de verdade, a tenda encantou as crianças e os adultos que passaram por ali em busca de histórias vividas, contadas, inventadas ou a inventar.

O grande circo místico

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Tenda da Flipinha

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Na primeira Flip, José Sérgio Barros, atualmente com 25 anos, era estudante de um curso Normal em Paraty e participou da festa como voluntário do programa “Arte na Praça”, atividade que reúne oficinas de artesanato local. Hoje, José Sérgio anda para lá e para cá com fones no ouvido e rádio na mão, assu-mindo, ele próprio, a função de coordenador do projeto.

Oficina de Cenotecnia

A Oficina de Cenotecnia foi idealizada dentro do Núcleo Educativo da Associação Casa Azul, com o objetivo de realizar a construção do cenário da Tenda da Flipinha. Em 2012, o projeto chegou a sua quarta edição com a participação de nove vete-ranos e onze aprendizes. Empunhando martelos, serrotes, pregos, cola, madeira, chaves de fenda, tico-ticos, serras circulares, plainas, esmerilhadeiras, tecidos e tintas, muitas tintas, os envolvidos participam do processo de criação e trans-formação dos materiais. Das rodas giratórias, roldanas, cabos de aço e parafusos pouco a pouco vão surgindo cenários, pintura e mobili-ário, com jovens atentos a cada detalhe do projeto.

Implementação de bibliotecas

Em 2005, a Casa Azul foi responsável pela criação da primeira biblioteca direcio-nada ao público infantil e aos jovens de Paraty. Atualmente, a chamada Biblioteca da Flipinha conta com um acervo de 12 mil livros e uma programação permanente de mediação de leitura para crianças e jovens. Graças ao empenho da equipe e ao apoio recebido de diferentes órgãos públicos e privados, cada uma das 43 escolas municipais da região tem hoje seu espaço de leitura, com aproxima-damente trezentos livros no acervo. Graças a parcerias entre a Flipinha e as editoras, mais de 35 mil livros foram

doados ao longo de sete anos. A partir da distribuição desse acervo estão sendo montadas também bibliotecas nas comunidades ao redor do município. A primeira ação desse projeto aconteceu no início de março, com a revi-talização da Biblioteca Ler é Arte, na Ilha do Araújo, que é gerida pela Associação de Moradores. A expectativa é de que até 2013 sejam inaugu-radas mais nove bibliotecas.

Destaques da FlipinhaManual da Flipinha e ciclo do autor homenageado

Com uma tiragem de 1.500 exemplares o Manual da Flipinha foi entregue em março a coordenadores, gestores e professores das escolas de Paraty e de enti-dades educacionais parceiras da Casa Azul. Produzido anualmente, o material é um caderno de referências sobre os autores convidados da programação e, ao mesmo tempo, um material de apoio ao trabalho do professor de conduzir seus alunos pelo mundo da palavra escrita. A exemplo das últimas edições, o Manual da Flipinha 2012 (disponível em PDF no site <www.flipinha.org.br>) pretendeu apoiar e estimular atividades ligadas à leitura e à criatividade individual. Oficinas ministradas pelas autoras do manual foram realizadas com gestores e

coordenadores da rede escolar de Paraty, para que estes tivessem a oportunidade de experimentar as sugestões propostas pelo material, com excelente resultado.

Dentro do processo de formação de professores e alunos foi realizado ainda o Ciclo do Autor Homenageado, com dois dias de palestras, projeções de filmes e leituras dramáticas envolvendo a obra de Carlos Drummond de Andrade. Depois de tanto preparo, Drummond nunca foi tão cantado, encenado e festejado, com apresenta-ções de escolas municipais de Paraty dedicadas especial-mente a sua obra e figura.

Biblioteca na Praça

A Biblioteca da Casa Azul, que já oferece em seu espaço mediações de leitura agendadas abertas a todas as escolas do município, vem desde março deste ano promovendo também a “Biblioteca na Praça”, atividades de mediação de leitura realizadas em espaços públicos da cidade. A ação permite potencializar o acesso dos moradores aos livros e despertar o interesse para o universo da cultura escrita. Os encontros do projeto “Biblioteca na Praça” acon-tecem toda terça-feira na Praça do Pontal (em frente à Casa Azul); toda quarta--feira na Praça do Chafariz (Centro Histórico) e toda quinta-feira na Praça São José Operário (na Ilha das Cobras). Para 2013, a proposta é abraçar um número cada vez maior de comunidades!

Arte na Praça

Desde o primeiro ano da Flipinha acontece o “Arte na Praça”, com oficinas de saberes e fazeres da cultura local. Em 2012, a Flipinha sediou mais de trinta oficinas de diferentes temas, como Bonecas de Pano e Brinquedos Tradicionais. Os partici-pantes são compostos 50% por alunos do Cembra – que são capacitados para minis-trar as oficinas – e 50% por alunos de outras insti-tuições de ensino da região e por artesãos locais.

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15h Ciranda dos autores Palavras e imagens Guto Lins e Marília Pirillo mediaçãoFlora Salles

16h Tal pai, tal filho? Teatro Profas. Cláudia Barbosa e Francisco Vieira Escola Nova Perequê (Angra dos Reis)

16h30 Um fio de amizadeTeatroProfas. Letícia da Silva, Jéssica Gama, Raquel Oliveira, Olívia Gama, Flaviane Pacheco, Caloline Fonseca, Maria Teresa Costa, Priscila Gama, Iara Marques, Maria Madalena Silva e Eliane ToméEspaço Educativo Thomé e Hagel

17hBanda Santa Cecília e Blocos de bonecos Arrastão do Jabaquara e Assombrosos do MorroPraça da Matriz

8h Ciranda dos autores Pequenos segredos, grandes histórias Georgina Martins e Eliana Martins mediaçãoEinara Fernandes

9h Escuta o cheiro Teatro Profa. Mariana Savioli Escola Municipal Pequenina Calixto

9h30 Ciranda dos autores Pintar, contar e cantar Gonzalo Cárcamo e Tino Freitas mediaçãoCláudio Aquino

10h30 O menino que brincava de ser Teatro Profas. Luiza França, Ariel Máximo e Dejane Cruz Escola do Corisco

11hDá mais um tempinho? Musical Profas. Loide Nascimento e Renata Rodrigues CIEP Dom Pedro I

14h Homenagem a Carlos Drummond de Andrade MusicalProfa. Maria Aparecida Vasconcellos Escola Pingo de Gente II

14h30 Sonhos aos pedaçosJogral Profs. Erlandia Lapa e Edson José Casa Escola

15hCiranda dos autores Siga a seta e caia na história Andrés Sandoval e Daniel Bueno mediaçãoGraça Lima

16h O maior trem do mundoTeatroProf. Marley Rosa Dança criativaProfa. Vanda Mota Obra Carlos DrummondTeatro Profa. Évelin Peres Colégio PLANTE

16h30 Educanção MúsicaEscola da Mangueira e do Pantanal

11h30 O pescador de livrosMusical Profas. Elmira dos Remédios e Lissandra Lourenço Escola da Ilha do Araújo

12h Mediação de leitura

13h JoaninhaMusical Profas. Valéria Pádua, Maria Aparecida, Valéria Monteiro, Janet Zorgdrager e Dinéia Oliveira Escola do Patrimônio

13h30 Você lembra, Carlos?TeatroProfa. Silvina Hurtado O potencial criador presente em cada um de nósMusical Profa. Eliane Reis ITAE

14h Biblioteca da FlipinhaEu Quero Ver a Luade Louis Baum e ilustração de AlarcãoLeitura e performance Praça da Matriz

05 quinta-feira Programação - Flipinha 11h

8a Regata INP FlipinhaInstituto Náutico ParatyPraia do Pontal

03 terça-feira

8h Ciranda dos autores Com a pulga atrás da orelha...Hebe Coimbra e Janaína Tokitaka mediaçãoAnna Cláudia Ramos

9h José Leitura dramatizada Profas. Marinês Costa e Ana Cristina Escola da Graúna

9h30 Ciranda dos autores Onde nascem as histórias? Ovídio Poli Júnior e Cadão Volpato mediaçãoThemilton Tavarez

10h30 Desejos Teatro Profas. Márcia Domiciano, Ruth Yamada, Carolina Costa e Juliana da Cunha Escola do Taquari

11h Futebol, paixão e poesia Leitura dramatizada Profas. Denísia Rocha, Mônica Gama e Lúcia Helena Gama Escola da Barra Grande

11h30O canto do Uirapuru Teatro Profas. Emília Maior, Adriana da Silva, Maria Francisca Costa e Helen Mendes José Teatro Profas. Ana Lúcia Felix e Keli Oliveira Homenageando o poeta Carlos Drummond de Andrade Jogral Profas. Miriam Costa e Ivanilda Vargas Colégio Almirante Álvaro Alberto

12hMediação de leitura

13h Viajando ao fantástico imaginário Saterê-Mawê Teatro Profas. Viviane Faria e Maria Aparecida Silva Escola do São Roque

13h30 Mistura de várias poesias Musical Profas. Maria Aparecida Dutra, Catarina Alvarenga e Andrea Oliveira Escola do Campinho

14h Revisitando Carlos Drummond Teatro Profa. Janaína Gomes Centro Educacional Millenium

14h30 A incapacidade de ser verdadeiro Coral Profas. Renata Paulino, Isabel Veloso, Madalena Brum e Maria Dantas Colégio Roberto Montenegro

04 quarta-feira

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9h30 Ensaio Rádio Maluca

10h Programa Rádio MalucaPrograma ao vivoParticipação especial Luis Perequê canta para Almir TãRádio Nacional – Rádio MEC

Biblioteca da FlipinhaRima e não rimaAna Júlia Ferreira Melo

12h Mediação de leitura

13h O Brasil em festa Musical Profa. Gilcéia Pereira Centro Educacional de Mambucaba

13h30 Cacuriá poético Musical Profs. Camila Fortes, Rosana Cândido, Muruá Veloso, Gisele Helena, Pamela

16h30 Sonhar, tentar, vencer! Teatro Profas. Gisele Mangea, Sueli Matos, Leila Hortencio, Águida Peixoto e Helena Coelho Escola Aureliano Portugal (Rio Claro)

17hMesão dos autores Autores convi-dados da Flipinha

17h30 O sapo e a BroméliaTeatro Companhia DançanteAto

Oficinas de criação artísticaAlunos da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro Praça da Matriz

Daniele, Mariana Benchimol e Fernando Bittencourt Escola Waldorf Quintal Mágico

14h Paixão, poesia e futebol Musical Profas. Luciana Silveira, Alexsandra Vieira, Sônia Balbino, Luana Bravo e Camila Oliveira Centro de Ensino Integrado

Biblioteca da FlipinhaO formigueiroNian Freire

14h30 O maravilhoso mundo do circo Teatro Profs. Giane Balceskis e Amanda Taufener Escola Cantinho do Pantanal

15h Conversa de palhaço Teatro Luciano Pontes e Ivan Zigg

16h Vida, vida minha Teatro Profas. Adriana Andrade, Prissila Profeta, Sônia Aparecida e Doraci Alves Colégio Paraty Objetivo

07 sábado

9h30 Mediação de leitura

10h Histórias Fabulosas Teatro de bonecosThemis Corrêa e companhia

10hHomenagem a Carlos Drummond de Andrade Teatro de fantochesProfs. Athos Luiz Vieira, Luciana Passos e Sheila da Conceição Instituto Terra e Mar - Corumbê

11h Capoeira

12h Mediação de leitura

13hHistórias Fabulosas Teatro de bonecosThemis Corrêa e companhia

14h Entrega do Prêmio Plante de LiteraturaEscola Plante

15hPremiação da 8a Regata INP Flipinha

16h30Entrega prêmios Colgate de ilustração

17hApresentação final equipe Flipinha

08 domingo

8h Ciranda dos autores Sobre desenhos e bordados Katia Canton e Sávia Dumontmediação Janaína Tokitaka

9h O lixo Teatro Profas. Leila Franco, Claudia Guarda e Marcela Pereira Depto. Municipal de Educação Ambiental e Escola Municipal da Praia Grande

9h30 Ciranda dos autores Paixão, poesia e imagens Luis Fernando Verissimo e Angela-Lago mediação Volnei Canônica

10h Biblioteca da FlipinhaOficina de rimasJonas Worcman

13hArte na PraçaOficinas simultâneas com os saberes e fazeres de Paraty Praça da Matriz

13h O segredinho Teatro Profs. Ana Rita Pacheco, Letícia Viana e Hélio dos Remédios O elefante caiu Teatro Profa. Thiaga Jacó Escola da Ilha das Cobras

13h30Ciranda dos autoresAlguns minutinhos de histórias Luciano Pontes e Ivan Zigg mediaçãoTino Freitas

14h Biblioteca da FlipinhaLittelooNadine Szlezynger

14h30 O saco Teatro Prof. Fábio Barros Aluno diz cada uma! Teatro Profa. Mariana Lobo Escola da Mangueira

10h30 O grande circo do mundo Teatro Profas. Vivian Campos e Lúcia Thomaz Chapeuzinho vermelho na capoeira Teatro Profs. Gustavo Breves e Beatriz Cananéa Educandário Torres Pádua

11h As cores do arco-íris Musical Profs. Deizziane Ennes, Daiane Nanini, Deizzimar Reis, Sulene Miranda, Deizzemere Azevedo, Larissa Magalhães, Tarcylla Batista, Fatima Azevedo e Jerônimo Ennes Escola Algodão Doce

11h30 Certas palavras Musical Profas. Glaucia Frotta, Claudia Lacerda e Theresa Garcia Escola Frei Bernardo (Angra dos Reis)

12h Mediação de leitura

15h Ciranda dos autores Onde estão as histórias? Yaguarê Yamã, Rogério Andrade Barbosa e Almir Tã mediaçãoBernadete Passos

16h Drummond py Tekoa/ Drummond na aldeia Profs. Mariano Tupã, Rosa Caloeiro e Francismere Coupê Escola Indígena Tava Mirim

06 sexta-feira

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o contexto social por trás do tráfico. “Esse encontro mudou muito a minha cabeça, foi uma experiência muito forte. Moro em Ipanema e de lá até a favela eram trinta minutos. Nesse espaço de tempo encontravam--se dois mundos diferentes”, disse, antes de elogiar o trabalho atualmente reali-zado pelas UPPs na cidade.

Em uma das mesas mais aguardadas, Artur Dapieve sentou-se ao lado do norte--americano Teju Cole para falar sobre Jornalismo, Fotografia e Literatura. Diante de uma plateia de jovens particularmente interessados, Cole comentou que foto-grafias não são apenas um conjunto de imagens, mas também um tipo de “poema comunicativo”, capaz de

prender uma pessoa tanto quanto um filme. “Eu tenho cerca de 70 mil fotos, mas apenas quarenta são sele-cionadas para exposição. E eu não escolho as espetacu-lares e sim as simples, esse é o modo como eu trabalho”, comentou o autor, apro-veitando para apresentar algumas de suas imagens

clicadas em Nova York, na Índia e em outros recantos do mundo. Nas horas vagas, Cole foi visto fotografando Paraty sob diversos ângulos e passou quase dez minutos disparando sua câmera sobre um dos tradicionais carri-nhos de doces da cidade.Conversas sobre design, cinema – o filme Elvis e Madona, por exemplo, foi exibido, seguido de um grande debate com o diretor Marcelo Laffitte – completaram o cardápio, que deixou a plateia já de olho na progra-mação do ano que vem.

A uma plateia de jovens particularmente interessados, Teju Cole comentou que fotografias não são apenas um conjunto de imagens, mas também um tipo de “poema comunicativo”, capaz de prender uma pessoa tanto quanto um filme.

tanto, não impediu a festa de testemunhar momentos históricos, com a presença de convidados especialíssimos.

Com informalidade, Zuenir Ventura falou da infância em Nova Friburgo e de como se viu obrigado a trabalhar desde cedo (aos onze anos já era ajudante de pintor para ajudar a família). Falou de seu amor pelos livros em geral e de sua paixão particular por Moby Dick, de Herman Melville. E falou, claro, da experiência como jornalista, lembrando, entre outros, os dez meses que passou na favela carioca Vigário Geral para conhecer

FlipZona

A FlipZona nasceu em 2009, mas já é uma instituição. Reunindo jovens de todas as idades em torno da projeção de filmes, debates e atividades diversas, o evento se conso-lidou como um braço movi-mentado e instigante dentro da programação da Flip.

Por falta de um acordo com a Municipalidade, a sede da programação juvenil da Flip, que nos anos ante-riores abrigava mais de uma centena de pessoas, mudou--se para um espaço menor, com apenas setenta lugares. O auditório ficou aquém da programação oferecida, e o público foi obrigado a se apertar na disputa por um lugar. A limitação, entre-

Teju Cole e Artur Dapieve

Meu tempo é hoje

48 49

encaminhamento das pautas e na redação. O projeto teve ainda o trabalho dos jorna-listas Henrique Milen, de Paraty, e Natalia Areia. A lide-rança coube ao coordenador da Central FlipZona, Daniel Ferenczi, que trabalha com os jovens durante o ano todo.

Os mais de cinquenta jovens se dividiram em equipes. Conseguiram entrevistas exclusivas com Lenine, Fernando Gabeira, Luis Fernando Verissimo e também conversaram com o curador, Miguel Conde. Nas ruas, falaram com os artistas, conferiram o astral e o estilo dos turistas, o movimento das pousadas e dos restaurantes. Cobriram manifestações, programações paralelas, reci-clagem do lixo... nada parecia escapar aos olhos e ouvidos atentos dos jovens repórteres.

A Central FlipZona teve, pela primeira vez, uma parceria com o jornal Estado de S.Paulo – “alocado” por uma semana no espaço, o repórter Paulo Saldaña colaborou no

Como resultado, ao longo dos cinco dias da festa, o blog da FlipZona (flipzona.wordpress.com) recebeu mais de oitenta posts produzidos pelos jovens repórteres, com um total de mais de 6 mil acessos. Numa parceria fundamental com o Canal Futura, catorze vídeos foram produzidos. Quando a maratona terminou, sobrava cansaço, mas a sensação era de dever cumprido e muito aprendizado.

Central FlipZona A cobertura mais completa da Flip não foi feita por nenhum jornal ou revista, mas pela equipe de jovens repórteres sediada no espaço da Central FlipZona. Verdadeira redação jornalística com jovens repór-teres paratienses, a Central acompanhou e registrou com seriedade e empenho dignos de nota as diferentes programações da Flip e a movimentação na cidade.

Cobriram manifestações, programações paralelas, reciclagem do lixo... nada parecia escapar aos olhos e ouvidos atentos. Ao longo dos cinco dias da festa, o blog da FlipZona recebeu mais de oitenta posts produzidos pelos jovens repórteres, gerando mais de 6 mil acessos.

50 51

8h30 Mesa com autoresArte e CulturaKatia Canton e Graça Lima

10h30 Entrevista com autorZuenir Ventura com Verônica Lessa

13h30 ZoasomRádio Nacional – Rádio MECprograma de rádio ao vivo

15h30OficinaA ilustração na HolandaAnnemarie van HaeringenSieb Posthuma

05 quinta-feira

10h Encontro de Bibliotecas Comunitárias de ParatyDiscussão sobre o papel das bibliotecas Cláudia Santa RosaMárcia Cavalcante

13h30 Curto Curtasexibição de curtas-metragens produzidos pelos jovens da FlipZona

15h30 Exibição audiovisual e bate-papoBloco da Lama Lucio Assis Ribeiro e Marcelo Assis Ribeiro

06 sexta-feira 07 sábado

8h30 Mesa com autoresArte e ilustraçãoDaniel Bueno e Andrés Sandoval

11h Mesa com autoresJornalismo, fotografia e literaturaArtur Dapieve e Teju Colemediação Marcos Maffei

13h30 Mesa com autoresPrós e contras dos livros digitais na visão do jovem leitor Tammy Luciano, Chico Anes, Maria Fernanda e Bruno Borges 15h30 Bate-papo com profissionaisDavid Truebamediação Lauro Monteiro

11h Bate-papo com jovensSurf e Skateapresentação de projeto de jovens de Paraty

13hExibição de fotos Alunos da Apae

14hCineZonaA memória de Paraty direção Nena Gama

15h30EncerramentoCurto CurtasExibição de curtas-metragens produzidos pelos jovens da FlipZona

16h Hora da estrelapalco aberto para jovens de Paraty

08 domingo

Zuenir Ventura

Programação - FlipZona

8h30 Mesa com autoresAmor e outros mistériosGeorgina Martins e Eliana Martins

11h Mesa com autoresO design e a imagem Cadão Volpato e Guto Lins

13h30 Bate-papo com jovensGrupo LiteraSampaapresentação de projeto de jovens mediadores de leitura

15h30 Curto CurtasExhibition An Elephant Came Byapresentado por Ton Meijer Oficina com Ton Meijer e Sieb Posthuma: Senhor Casacão

04 quarta-feira

52 53

Logo Flip 10 anos

cartaz Jeff FisherFlip - 2012

detalhe cartaz Jeff FisherFlip - 2012

desenvolvimento do conceito do logo Flip 10 anos

54 55

convite eventos

folder coletiva

manual de equipe

Flip de bolsofrente

Flip de bolsoverso

Peças gráficas

certificado Oficina Literária

adesivo parceiro 2012

programa 2012

cartaz Flip

56 57

cartaz ciclo autor homenageado

convite ciclo autor homenangeado

cartaz Flipinha

folder ciclo autor homenageado

Peças gráficas

certificado Oficina Cenotecnia

cartaz FlipZona

manual Flipinha

certificado Flipinha

programa Flipinha/ FlipZona

58 59

bandeira Tenda dos Autógrafos

totens Tenda dos Autógrafos

sinalização Tenda dos Autógrafos

sinalização Tenda do Telão

totens Tenda do Telão

Sinalização

sinalização Tenda dos Autores

Tenda dos Autores

totensTenda dos Autores

sinalizaçãoTenda dos Autores

60 61

sinalização Flipinha

sinalização FlipZona

Casa da Cultura

Sinalização

bandeiras na ponte

sinalização casas de apoio

bandeira Tenda da Flipinha

62 63

Transmissão ao vivo + Sobremesa

Por mais um ano, a Flip trans-mitiu ao vivo todas as mesas da programação principal. No site da Flip e no do G1 foi possível acompanhar os debates em tempo real, com opção de áudio original ou tradução simul-tânea. Foram mais de 18 mil acessos às transmissões. Criado em 2010, o projeto Sobremesa propõe entrevistas rápidas com os autores após sua partici-pação na mesa, ouvindo suas impressões diretamente do camarim, no calor do momento. “Já estive em vários festivais de literatura pelo mundo. Com certeza eles não rivalizam com o cenário, a atmosfera e o clima daqui”, disse Ian McEwan em sua entrevista. Assim como a transmissão ao vivo, os vídeos do Sobremesa são exibidos no site da Flip e no do G1.

aplicativo Flip 2012

Youtube

Facebook

Twitter

Facebook e Twitter

A cada ano que passa, cresce a impressão de que o público não quer só assistir à festa. De onde estiver, quer comentar, compartilhar, concordar com o que dizem os autores, ou discordar deles, enviar perguntas. Com cobertura via Twitter de todas as mesas da programação principal e uma efervescente atividade no Facebook, a Flip permitiu a participação do público de dife-rentes faixas etárias e regiões do Brasil. As duas plataformas tiveram recordes de público, com mais de 16 mil seguidores via Twitter e mais de 200 mil pessoas atingidas via Facebook.

Flickr, YouTube, Instagram

Diversificando suas plata-formas, a Flip apostou também nas redes sociais de imagem e vídeo. Novidade deste ano, o Instagram registrou Paraty desde a montagem das tendas. No YouTube, trechos editados das mesas permitem acesso a alguns dos melhores momentos da programação principal. Finalmente, o Flickr concentra a maior cobertura fotográfica da Flip, registrando em cada mesa expressões de provo-cação, dúvida, riso por parte dos autores. As atividades da Flipinha, FlipZona, Flip – Casa da Cultura e Festas de Paraty também foram devidamente documentadas, com imagens disponíveis para download.

Aplicativo Flip 2012

Uma espécie de guia de bolso para quem vai à Flip, um aplica-tivo especialmente desenvolvido permitiu consultar biografia dos autores participantes e todas as grades de programação da Flip (Programação Principal, Flipinha, FlipZona, Flip – Casa da Cultura, Festas de Paraty). Gratuito para download, a ferramenta para iPhone e iPad ofereceu ainda informações sobre restaurantes, pontos históricos, cachoeiras e alambiques da cidade.

Existe uma maneira toda especial, e que vem sendo aprimorada ano a ano, de acompanhar a Flip sem ir a Paraty. Com ferramentas on-line cada vez mais dinâ-micas e planejadas, o evento se desloca até seu público, fazendo com que a celebração da literatura chegue mais longe e a cada vez mais gente.

Afora os cinco dias de abso-luta agitação, as plataformas on-line funcionam o ano inteiro, trazendo sempre as notícias mais frescas sobre o evento e os preparativos atualizados sobre a edição que está por vir. Em formatos variados, as mídias sociais garantem agili-dade, clareza e informalidade aos processos de comunicação.

Blog

Por ocasião de seus dez anos, a Flip colocou no ar um novo blog, com sessões e conteúdo especiais. Espécie de “diário de bordo” da festa, a ideia é reunir ali histórias, reflexões e basti-dores. Entre as sessões criadas está a “Palavra do Curador” (com textos em que Miguel Conde considera, pondera e reflete sobre seu trabalho), depoimentos de quem fez e faz parte da história da Flip ou vídeos relacionados aos autores convidados. No primeiro dia, o blog disponibilizou, na íntegra, o texto lido por Luis Fernando Verissimo na confe-rência de abertura, post que foi sucesso absoluto de visitas.

Site

Com textos detalhados sobre cada uma das mesas da progra-mação principal e sobre boa parte das atividades da Flipinha, o site centraliza na web os principais acontecimentos de Paraty. A plataforma recebeu mais 65 mil acessos durante os cinco dias do evento (um cres-cimento de 15% em relação a 2011) e mais de 132 mil visitas no mês de julho. Usuários cadastrados via website rece-beram, ao final de cada dia da festa, uma newsletter informativa com o resumo do dia e os destaques da progra-mação do dia seguinte.

Flip online

site da Flip

blog

página G1

6564

Piauí, edição n. 70 jul. 2012

Folha de S.Paulo e O Globo 30 jun. 2012

Anúncios

Folha de S.Paulo e O Globo 2 jul. 2012;O Estado de S.Paulo1 e 4 set. 2012

Folha de S.Paulo e O Globo 2 jun. 2012

Folha de S.Paulo e O Globo 13 jul. 2012

66 67

pessoas em todas as regiões do país. A homenagem a Carlos Drummond de Andrade, as comemorações aos dez anos da Flip e a vinda de autores internacionais de peso se transformaram no centro de artigos, resenhas, crônicas e muitas entrevistas, num total de 2.174 inserções entre janeiro e agosto de 2012.

Para citar alguns exemplos, o norte-americano Jonathan Franzen tornou-se capa da

revista Serafina (que no mesmo número publicou um perfil de Gary Shteyngart), o espanhol Javier Cercas foi o centro de uma reportagem da revista Bravo! em torno da nova lite-ratura espanhola e a presença de Jennifer Egan ganhou vasto espaço em meios que raramente falam de literatura. Na TV, não faltaram edições especiais de programas como

Globonews - Literatura, gravado ao vivo diretamente de Paraty.Na internet, a Flip ganhou hot-sites dentro de alguns dos principais portais de notí-cias. O mistério em torno dos nomes selecionados pela revista Granta para integrar o especial Os melhores jovens escritores brasileiros gerou um bolão de apostas que mobilizou os principais blogs literários.

Além da já citada homenagem a Drummond, a mesa surpresa Los Amigos, anunciada poucas

semanas antes do evento, e a participação especial de Luis Fernando Verissimo na confe-rência de abertura foram outros dos assuntos-chave da cober-tura jornalística. Pelas ruas de Paraty, viu-se circular durante a festa um grande número de repórteres estrangeiros, além de diretores de redação, editores, colunistas, repórteres dos principais veículos nacionais. Notícias, afinal, não faltavam.

Folha de S.Paulo, 6 jun. 2012.

Época, 2 jul. 2012.

Folha de S.Paulo, 4 jul. 2012.

Revista Elle, ed. jul. 2012. Vogue, ed. jul. 2012.

69

Uma das muitas formas de mensurar o impacto de um evento como a Flip é a análise da chamada “mídia espon-tânea” - artigos e reportagens publicados nos veículos mais influentes ou de maior circu-lação. Com uma cobertura que se estende ao longo do ano, já é costume da mídia buscar – ou mesmo disputar – infor-mações antecipadas sobre a Flip - os autores convidados, as novidades na programação e o autor homenageado.

Em 2012, não foi diferente.Pelo terceiro ano consecutivo a valoração de mídia espon-tânea ultrapassou a marca dos R$ 100 milhões. A produção de conteúdo impresso (jornais e revistas), eletrônico (rádio, TV) e on-line (portais e sites) registrou os acontecimentos antes, durante e depois do evento, atingindo milhões de

Mídia espontânea: a Flip no ar

Bravo! , ed. jul. 2012.

O Globo, 24 jun. 2012

Folha de S.Paulo, revista Serafina, jul. 2012.

Valor Econômico, 29 jun. 2012..

Folha de S.Paulo,26 jun. 2012.

68

R$ 126.490.502

R$ 128.747.431

R$ 106.000.576

R$ 64.857.175

R$ 23.160.140

R$ 113.049.008

Valoração mídia espontânea

2011

2012

2010

2009

2008

2007

6968

Inscritos

Acessos

Oficina Literária

Oficina de Cenotecnia

28

20

Flip - Programação principal

FlipZona

Festas de Paraty

TotalFlip - Casa da Cultura

Flipinha

Quantidade

Eventos Eventos - dados totais

eventos (mesas, show e conferência de abertura)

convidados

brasileiros

estrangeiros

mediadores

países

eventos

mesas

exibições audiovisuais

convidados

mediadores

matérias produzidas pela Central FlipZona

vídeos

jovens participantes das oficinas

eventos

apresentação de cirandeiros tradicionais

apresentação de músicos de Paraty

exposições

lançamentos de livros

autores convidados

grupos convidados

autores

eventos

convidados*

brasileiros

estrangeiros

mediadores

países

eventos

mesas Ciranda dos Autores

apresentações de escolas

oficinas arte-educação Arte na praça

outras apresentações / eventos

convidados

mediadores

escolas participantes

estudantes envolvidos com as oficinas Arte na praça

estudantes envolvidos com mediação de leitura nos Pés-de-livros

educadores participantes

estudantes participantes

visitas à tenda da Biblioteca da Flipinha

acervo Biblioteca da Flipinha

acervo disponibilizado em bibliotecas comunitárias

editoras parceiras

Flip - programação principal

Mesas literárias - Tenda dos Autores

Mesas literárias - Tenda do Telão

Flip - Casa da Cultura

Flipinha

FlipZona

23

43

23

20

13

15

Brasil, Colômbia, Chile ,Cuba,

Escócia, Espanha, EUA, Haiti,

Índia, Inglaterra, Líbano, Nigéria,

Portugal, Russia, Síria

11

6

5

26

5

89

14

56

16

5

4

4

3

9

10

4

17111179323918

* autores que participaram de mais de uma programação

foram contabilizados apenas uma vez

15

29

16

13

9

9

Alemanha, Brasil, Chile, Colômbia,

Espanha, EUA, Inglaterra,

País de Gales, Portugal

106

11

42

31

22

22

10

48

102

102

600

6.000

15.000

4.900

2500

18

30.000

15.159

14.841

1.991

25.000

1.800

total58.791

A Flip em números

Programa educativo permanente

Bibliotecas

Impacto na cidade

Equipe

720

110

Geração de renda para a cidade

R$ 13 milhões

Estimativa da Associação Casa Azul com base

em pesquisa Datafolha de 2011

Equipe total (prestadores de serviço terceirizados)*

Equipe não remunerada (voluntários)

* Inclui equipe não remunerada

Fonte: Associação Casa Azul

Público geral estimado entre 20 e 25 mil pessoas

7170

Peças gráficas

certificado oficina literária

certificado oficina cenotecnia

certificado Flipinha

convite almoço de abertura

convite coquetel de encerramento

convite ciclo autor homenageado

convite lançamento produtos 10 anos

etiqueta artesãos

voucher equipe 1

voucher equipe 2

voucher convidados

adesivo parceiros

adesivo loja

adesivo bolinha Flip 10 anos

cartaz Jeff Fisher

cartaz Flip

cartaz FlipZona

cartaz Flipinha

cartaz ciclo autor homenageado

folder lançamento coletiva

programa Flip

FlipTips

manual de equipe

manual oficina de cenotcnia

folder programa Flipinha/FlipZona

folder ciclo autor homenageado

Flip de bolso

papéis de perguntas

relatório pós-Flip

clipping pós-evento

produtos 10 anoslivro Ten/Dezlivro Paraty é uma festaDVD Uma palavra depois da outra: a arte da escrita

Tiragem

30

30

30

150

150

300

400

250

6.000

6.000

1.200

150

5.000

20.000

500

1.000

180

250

240

100

14.000

100

400

30

7.000

500

18.000

28.000

450

20

2.000

3.000

3.000

Sinalização

entrada da Tenda dos Autores

entrada da Tenda dos Autógrafos

entrada da Tenda do Telão

entrada da Tenda da Flipinha

interior da Tenda da Flipinha

tendas

ponte

entrada da Casa da Cultura

entrada da FlipZona

foyer da Tenda dos Autores

lateral do palco da Tenda dos Autores

interior da Tenda dos Autógrafos

lateral do palco da Tenda do Telão

palco da Casa da Cultura

lateral do palco da Tenda da Flipinha

coletiva de lançamento (Livraria da Vila)

coletiva de imprensa (Pousada do Ouro)

foyer exposição Faces de Drummond

Quantidade

1

1

1

1

1

6

1

1

1

1

2

1

2

1

2

1

1

1

totem

totem

totem

totem

totem

bandeiras

bandeiras

painel

painel

painel

painel

painel

painel

painel

painel

painel

painel

painel

Anúncios

02/jun

02/jul

13/jul

30/jun

02/jun

02/jul

13/jul

30/jun

jul/2012

01/set

04/set

Mídia impressa

página inteira

meia página

meia página

página inteira

página inteira

meia página

meia página

página inteira

página dupla

meia página

meia página

programação

lançamento produtos 10 anos

agradecimento

site

programação

lançamento produtos 10 anos

agradecimento

site

lançamento produtos 10 anos

produtos 10 anos

produtos 10 anos

Folha de S.Paulo

O Globo

Revista PiauíEstado de S.Paulo

Principais inserções na mídia impressa

Comunicação

veículo

O Globo

Folha de S.Paulo

O Estado de S. Paulo

Revista Época

Correio Braziliense

Jornal do Commércio-PE

Zero Hora

Jornal da Tarde

Revista veja

Outros

inserções

121

92

70

5

13

32

2

7

3

1829

centimetragem

14.684

14.477

8.155

825

1.766,5

2.037

21,5

307

125

62.943,5

inserções em R$

24.125.885,43

26.361.314,07

14.715.741,58

2.912.269,11

1.027.845,09

613.935,50

9.944,89

194.050,40

286.576,53

15.929.552,01

centimetragem em R$

28,00

30,59

17,08

3,38

1,19

0,71

0,01

0,23

0,33

18,48

centimetragem em %

13,94

13,74

7,74

0,78

1,68

1,93

0,02

0,29

0,12

59,75

Flip online

Twitter

Facebook

Youtube

Blog da Flip

Flickr

transmissão ao vivo

16.500 seguidores até agosto de 2012 e por volta de 500 tweets durante a Flip

em 2012 alcançou 8.000 seguidores e acesso médio de 70.000 pessoas/dia durante a Flip

mais de 17.000 visualizações em julho de 2012 e mais de 450.000 desde a criação do canal

mais de 14.000 acessos em julho de 2012 e pico de 2.790 no dia 05 de julho

média de 4.500 visualizações por dia na semana da Flip e pico de 6.200 no dia 5 de julho

18.015 requisições de vídeo das mesas da Flip nas transmissões

Valoração mídia espontânea 2012

mídia

impressos

on-line

rádio

TV

inserções

757

1.196

128

93

total2.174

valor em R$

82.815.783,20

3.361.331,42

4.300.376,00

38.269.940,59

128.747.431,22

Acessos ao site da Flip

período

durante mês da Flip

durante o evento

média por dia durante o evento

acessos

132.565

64.108

12.821

crescimento em relação à Flip 2010

9,54%

15,84%

15,84%

72 73

Apoio mesas Flip - Casa da Cultura Livraria oficial

ColaboradorParceiro

Pousada oficial Apoio Institucional

Apoio gráfico

Patrocinador Master Patrocinador Flip

Apoio HomenagemApoio Flip Apoio Flipinha Apoio Flipinha Apoio Flip –

Casa da Cultura

Realização

Parceiros

Editora parceira

Editora parceira

Editora parceira

Colaborador

Agradecimento

Apoio mesas homenagem Apoio mesas literárias Parceiro de mídia

Patrocinador Master

Patrocinador Flip Patrocinador Flip Patrocinador Flipinha

74 75

Flipinha e FlipZona

coordenação de oficinasDaniel Ferenczicoordenação de palcoElcio Gonaçalvescoordenação técnicaPedro Scottiwebmaster Graça Barreirosredator Flipinha Ana Liz Justobiblioteca Patrícia Conceiçãovoluntária bibliotecaZulmira Gibrailcoordenação de produçãoSonia Monteiro Andréa Masedaprodução José Sérgio BarrosTania Mara SoncksenauxiliaresAlessander dos RemédiosSamara Donariocoordenação de oficinas Arte na PraçaKachuca Torresauxiliar administrativo FlipinhaAna Marcela de Jesusestagiários FlipZonaCatarina CruzGlícia ReisJoão Pedro Barreirosestagiárias bibliotecaCamilla PrinscivalGabriela RozaMirian OliveiraThayná OliveiraGislaini Leite de Souzaestagiários FlipinhaNara MartinsLuis Mauro dos SantosMariana Carvalho

Fotógrafos

Walter CraveiroAndré ContiNelson ToledoHorácio RibeiroPedro CaetanoNelson Kon

Direção

diretor PresidenteMauro Munhoz

direção executivaIzabel Costa Cermelli (Belita)

Desenvolvimento institucional

parcerias Lucia Rodriguesrelacionamento institucionalBernadete Passos assistentesAntonia R. Moura LeiteChristopher MathiLuara MarquesLuiza Ribeiro do ValleClaudia Jovinocolaboração Savá Negócios Culturais

Estruturação de novos projetos

planejamento André Leirner comunicação institucional Raphael Guedespesquisa e conteúdoTama Savaget equipeTatiana Brachani

Administrativo-financeiro

coordenação geral André KimanalistasAndrea Marcondes dos SantosAndresa PradoassistentesLuciene Silva Roberta MonsallesThamires DeornellasauxiliaresAmanda Oliveira RamiroÉlida Rodrigues CoelhoStedynne Torres da Silvaestagiários Jéssica PassosGiovani Delfino

Wellington Leal AssessoriacoordenaçãoWellington Leal analistaCláudio Garavatti

Assessoria de imprensa

A4 Comunicação

Assessoria jurídica

Cesnik, Quintino e Salinas Advogados

Associação Casa Azul

Ficha técnica

Conselho diretor

Liz Calder (presidente)Esther HamburguerIzabel Costa Cermelli (Belita)Louis BaumMauro Munhoz

direção-geralMauro Munhoz

direção executivaIzabel Costa Cermelli (Belita)

direção de operaçõesJosephine Bourgoisassistente Pauline Hartmann

Curadoria

curadoria Flip 2012Miguel Condecuradoria projetos especiais e cocuradoria Homenagem 2012 Flávio Mouraassistente Beatriz CyrineoGal Buitoni

Coordenação Flipinha e FlipZona

Cristina MasedaGabriela Gibrail

Arquitetura e arte

direção geral de criaçãoMauro Munhozilustração Jeff Fishersupervisão André Leirnercoordenação Cristiana Rodrigues Alexandre Benoitdesign gráficoDárkon V RoqueClara LaurentiiscenografiaAlvaro Razukequipe arquiteturaJulio MiqueliniPenelope Casal de ReyFrederico Teixeira equipe design gráficoGiovanna SaquiettiJuliana BucaretchiBruno Araújoequipe cenografia Isa GebaraRicardo AmadoMarcella Veradoequipe sinalizaçãoJulio MariuttiIlana TschiptschinLaura Nakeloficina de cenotecniaJuvenal Irenecontrole de cronogramasGal Buitonidigitalização e trata-mento de imagensMotivo

Produção

produção executivaSueleni de Freitasprodução geralRoberta Val produçãoCadu Ruocco Kadu Rocha Og Moreira Torressupervisão local e de logísticaMariza Cermelliprodução localDolores Papaanalistas de produçãoJuliana PinheiroPaulo Kastrupassistentes de produçãoMicaela Coelho Rebeca Damianestagiária de produçãoHelena Rabethgeprodução Casa da CulturaAndré Goes equipe de campoJosé Roberto de OliveiraRonaldo da ConceiçãoWagner Malvão (Wagão)Adão Balbinoserviços geraisMarli Prado

Equipe técnica

direção técnicaAndreas SchmidtLucas Lemes GondimVictor Ré de Souzadireção de palcoLeonard KissRichard Oliver Kissassistentes de direção técnicaAlex Sandro de PinaCesar Augusto MalufCarlos Vergerassistente de direçãoPaula Alves

Relações Públicas – Autores

coordenaçãoSandrine GhysassistenteGeiza Ribeiro Monteiro

Comunicação

coordenação Gabriela Longmancoordenação editorial Letícia Costaredação Renata MegaleestágiárioAugusto BrazrevisãoVivian Miwa Matsushita traduçãoÁngel Gurría-QuintanaLisa Shaw

Flip 2012

76 77

Flipinha

AlarcãoAlmir TãAndrés SandovalAngela-LagoCadão VolpatoDaniel BuenoEliana MartinsGeorgina Martins Gonzalo Cárcamo Guto Lins Hebe CoimbraIvan Zigg Janaína TokitakaKatia CantonLouis Baum Luciano PontesLuis Fernando VerissimoMarilia PirilloOvídio Poli JúniorRogério Andrade BarbosaSávia DumontTino FreitasYaguarê Yamã

FlipZona

Andrés SandovalAnnemarie van HaeringenArthur DapieveBruno BorgesCadão VolpatoChico AnesDaniel BuenoDavid Trueba Eliana MartinsGeorgina MartinsGraça LimaGuto LinsKatia CantonLucio Assis RibeiroMarcelo Assis Ribeiro Maria FernandaNena GamaSieb PosthumaTammy LucianoTeju ColeTon MeijerZuenir Ventura

Jonathan Franzen

Flip – Programação Principal

AdonisAlcides VillaçaAlejandro Zambra Alexandre PimentelAltair MartinsAmin MaaloufAndré de LeonesAngeliAntonio Carlos SecchinAntonio CiceroArmando Freitas FilhoCarlito AzevedoCarlos de Brito e MelloDany LaferrièreDulce Maria CardosoEnrique Vila-MatasEucanaã FerrazFabrício CarpinejarFernando GabeiraFrancisco DantasGary Shteyngart Hanif KureishiIan McEwan

Jackie KayJames ShapiroJavier CercasJennifer EganJoão Anzanello CarrascozaJonathan FranzenJuan Gabriel VásquezLaerteLuis Fernando VerissimoLuiz Eduardo SoaresPaloma VidalRoberto DaMattaRubens FigueiredoSilvia CastrillónSilviano SantiagoStephen GreenblattSuketu Mehta Teju ColeZoé ValdésZuenir Ventura

Convidados Flip 2012

Flip – Casa da Cultura

Andrea StuartAnnalena McAfee Carola Saavedra Cynan JonesDavid Trueba Elisabeth Serra Galeno Amorim Guilherme WisnikHelena BomenyHermínio Bello de CarvalhoIvan Marques Javier CercasJoão Paulo CuencaJoão Ubaldo Ribeiro John FreemanJosé Luís PeixotoMalcolm BarralMarcelo FerroniMaria Hummitzsch Michael KeglerNilma LacerdaNinfa ParreirasPaulo Roberto PiresPedro DuarteRoberto FeithSilvia Castrillón Stephen GreenblattSura BerditchevskyWalcyr Carrasco

78 79

80

Realização

Apoio Flip Apoio Homenagem

Patrocinador FlipPatrocinador Flip Patrocinador Flip

Patrocinador Master Patrocinador Master

Patrocinador Flipinha

Realização

anos

82 82