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E743 Volume 3 RELATORIO AMBIENTAL- CENTRAL-;DE TRATAMENTO E DISPOSICAO FINAL DE RESIDUOS -DE NOVA IGUACU- ADRIANOPOLIS-NOVA-IGUACU( -- RJ -- BRASIL Relatório para o Banco Mundial Abril de 2003 RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLIS Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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E743Volume 3

RELATORIO AMBIENTAL- CENTRAL-;DE TRATAMENTO EDISPOSICAO FINAL DE RESIDUOS -DE NOVA IGUACU-

ADRIANOPOLIS-NOVA-IGUACU( -- RJ -- BRASIL

Relatório para o Banco Mundial

Abril de 2003

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLIS

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INDICE

1 INTRODUÇÃO ............................................................ 4

1.1) LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO LOCAL ..................................... 4... ....... 41.2) ATERRO SANITÁRIO .............. . .. ................ 5.......................... ... ................ ........... ............ 5

1.2.1 Caracterização Geral ................... 51.2 2) Escavação da Fundação dos Aterros .71.2.3) Canalização das Nascentes d'Água Existentes na Área do Aterro. .71.2.4) Tratamento e Impermeabilização de Fundação .101.2.5) Disposição dos Resíduos ................... ......................................... .......................... .111.2.6) Sistemas de Drenagem de Percolados e Gases do Maciço do Aterro .121.2.7) Revestimento Final do Aterro .141.2.8) Sistemas de Drenagem de Águas Pluviais .151.2.9) Instrumentação de Controle e Monitoramento ..................... ......... 16

1.3) UNIDADE DE TRATAMENTO DE PERCOLADOS........ . 171.4) UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS .18

1.4.1) Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde ........................ ......... .... 191.5) UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ENTULHO .25

2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS EXISTENTES .26

2.1) Aspectos Físicos: ............................... ............ ... . ...... 262.1.1) Clima Regional .................... ..................... 2............................... .6................................... 262.1.2) Geologia e Estratigrafia Regional. ..................................... 272.1.3) Fisiografia Regional ..................................... 282.1.4) Hidrogeologia ........................... .. 2.............8................................ .. ........... ........... .... 282 1.5) Geologia Local. ... ... ............ ... ... 292.1.6) Características Geológico-Geotécnicas da Área de Intervenção .292.1.7) Hidrologia ......... .... .................. .................................................... 3............0............ ..... 30

2.2) Aspectos Biológicos....... 312.2.1) Vegetação ...... 312.2.2) Fauna .................................................. ........................................................................... 38

2.3) Aspectos Sócio-Culturais: .................................... 42

3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .................................... 43

4 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................... 45

4.1) Impactos Ambientais .. ............................................................ ........... 4..................5.... ..... . .454.1.1) Perda de vegetação ... 464.1.2) Evasão da fauna ................ .................................... ............... ................... ................. 464.1.3) Perda de habitat ..................... .......... ................ ................. 474.1.4) Redução da vazão ...................... ......... ................................ ... 474.1.5) Redução da contaminação do solo, do lençol freático e de águas superficiais emMarambaia ................................................................ ................. 474.1.6) Aumento da oferta de emprego .484.1.7) Redução da demanda por energia .484.1.8) Reação contrária ao empreendimento ................... 4.................................................... 484.1.9) Aumento da Arrecadação Fiscal ........... 494.1.10) Aumento dos riscos de acidentes no trânsito .. ... .... 4...................9................................ 494.1.11) Deterioração das vias de acesso do entorno ................. ..................... ....... 494.1.12) Redução do incomodo à população do lixão de Marambaia .504.1.13) Redução da proliferação de vetores de doenças pela disposição inadequada dosresíduos sólidos .504.1.14) Minimização de infecção hospitalar .51

5 MEDIDAS MITIGADORAS .51

5.1) Disposição apropriada de resíduos sólidos e líquidos .515.2) Local para manutenção de equipamentos ...... 52

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1 INTRODUÇÃO

A empresa S.A.Paulista ganhou a concessão para prestação de serviços relativos a implantação e

operação da primeira Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Rio de Janeiro,

pelo período de 20 anos.

A NovaGerar é uma `joint venture" 50:50 entre a EcoSecurities, uma empresa financeira do meio

ambiente especializada em questões de mitigação de gás estufa (GHG), com escritórios no Reino Unido,

Estados Unidos, Holanda, Austrália e Brasil e a S.A. Paulista, uma empresa brasileira de engenharia civil

e construção com sede na cidade de São Paulo, com filiais em diversos estados. A S.A Paulista atua

principalmente no setor tradicional de construções pesadas, tais como estradas de rodagem, estradas de

ferro, aeroportos, portos, indústrias e saneamento A S.A. Paulista gerencia, ainda, a maior estação de

transferência de lixo doméstico da América do Sul (Transbordo Ponte Pequena), responsável por 60% de

todo o lixo doméstico de São Paulo, e opera o aterro Metropolitano de Gramacho no Rio de Janeiro,

sendo responsável pelo gerenciamento de 8 000 tldia de resíduos sólidos urbanos.

Tal Central é composta basicamente de um aterro sanitário, uma unidade de tratamento de resíduos de

serviços de saúde e uma unidade de processamento de entulho. Está sendo implantada com as mais

modernas tecnologias de tratamento e disposição final de resíduos sólidos do mundo, incluindo uma

unidade de tratamento de chorume.

Além da Central, faz parte do escopo do contrato de concessão a realização da coleta dos resíduos de

serviços de saúde do município e a recuperação ambiental do líxão existente, destino atual dos resíduos

da cidade.

1.1) LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DO LOCAL

A área de implantação da Central de Tratamento de Resíduos de Nova Iguaçu, está limitada pelas

coordenadas apresentadas na tabela abaixo:

COORDENADAS

N E

7.492.000 656.000

7.492.200 656.800

Tabela 1.1: Limites do aterro sanitário da central de tratamento de Nova Iguaçu.

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Localiza-se no distrito de Vila da Cava, a cerca de 10km do centro urbano da cidade, com acesso pelaRodovia Presidente Dutra, no Sentido Rio-São Paulo, através da Estrada de Adrianópolis (RJ-1 13) naaltura do viaduto da Posse.A área faz divisa com a Subestação de 500 kV de Adrianópolis, de Furnas Centrais Elétricas S A

A Estrada de Adrianópolis possui faixa de rolagem pavimentada e apresenta boas condições de tráfegotanto para veículos de passeio, como caminhões, coletores e veículos pesados.

A área de implantação situa-se próximo aos centros geradores de lixo, oferecendo economia nos custosde transporte, não dispõe de concentrações urbanas em suas proximidades e apresenta característicastopográficas e paisagísticas favoráveis à operação do aterro. Os morros que circundam a área constituemuma proteção natural no que diz respeito à dispersão de odores, ao arraste de lixo pelo vento e àagressão à estética.

O terreno possui grandes áreas planas e um anfiteatro pronunciado, que permite a construção do aterrocom geometria favorável, além de dispor de áreas de grandes disponibilidades naturais de solosargilosos que poderão ser empregados como área de empréstimo para a cobertura diária dos resíduos

Os "solos de empréstimo", serão obtidos nas escavações obrigatórias da área de implantação do aterro,necessárias a remover os solos impróprios para fundação das obras e/ou das escavações deconformação dos taludes das encostas, necessárias à implantação da camada de impermeabilização dafundação, a fim de impedir contaminações do lençol freático regional.

Assim, não haverá necessidade de degradação de outra área para retirada de solo para cobertura diáriado lixo, sendo todo este retirado do próprio local do empreendimento.

1.2) ATERRO SANITÁRIO

1.2.1 Caracterização Geral

O Projeto Executivo do Aterro Sanitário de Nova lguaçu, foi alicerçado, basicamente, nas principaisdiretrizes estabelecidas pelas Normas Técnicas Brasileiras, nas Legislações Ambientais, Municipais,Estaduais e Federais.

Além disso, o projeto considerou os diversos padrões e metodologias que vem sendo empregados nosprincipais aterros sanitários de grande porte, existentes no Brasil e de outros países do hemisfério norte,como Estados Unidos, Canadá e países europeus.

Deve-se destacar que dentre as principais unidades de tratamento e destinação de resíduos sólidosurbanos, os Aterros Sanitários são elementos indispensáveis em qualquer Sistema de Gerenciamento deResíduos Sólidos Urbanos.

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Mesmo quando projetados se valendo de padrões tecnológicos elevados, são dispositivos queapresentam os menores custos de implantação, operação e manutenção, dentro de todo o sistema e,quando bem projetados e operados, não apresentam qualquer risco ao meio ambiente.

Dentro das principais características básicas que foi projetado o Aterro Sanitário, podem ser destacadas.

* Sistema eficiente de drenagem e canalização das nascentes de águas naturais, existentes na suaárea de implantação;

* Sistema de impermeabilização de fundação similar e/ou mais eficiente aos maiores aterrosbrasileiros;

* Sistema de lançamento, espalhamento e compactação, que assegurará a maximização dedisposição, por metro quadrado da área do aterro;

• Sistema de recobrimento diário dos resíduos recebidos, a fim de se evitar a proliferação de vetoresdanosos à saúde pública (insetos, aves, roedores, etc.), e também para minimizar a geração depercolados (chorume);

• Sistema eficiente para drenagem e coleta de percolados e de gases;

* Recobrimento final eficiente, para minimizar impactos ambientais desfavoráveis após o seuencerramento;

* Sistema de Tratamento e Desinfecção de Resíduos de Saúde para posterior destino final no AterroSanitário;

• Sistema de Tratamento de Percolados através de implantação de Evaporadores com controleeficiente para evitar lançamento de particulados na atmosfera;

* Inclusão de unidades de apoio que atendam as diversas legislações e normas pertinentes àSegurança e Medicina do Trabalho, incluindo a Consolidação das Leis do Trabalho, bem comoLegislação Complementar e Portarias e Normas Regulamentadoras pertinentes;

* Sistema Informatizado de controle dos resíduos recebidos, mediante pesagem eletrônica obrigatória,cadastramento de coletores e amostragem de carregamentos recebidos sempre que surgiremsuspeitas sobre a procedência dos resíduos;

* Agregação de Auditório para permitir a divulgação dos trabalhos de implantação e operação doempreendimento, bem como trabalhos de educação ambiental às escolas públicas e privadas ecomunidades locais e regionais; e

Plano apropriado de monitoramento geológico-geotécnico e ambiental, tanto durante a operação,como após o seu enceramento final

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1.2.) Escavação da Fundação dos Aterros

Considerando a larga experiência internacional e brasileira na implantação de aterros sanitários, que

comprovam que a maioria dos casos de acidentes com essas estruturas, são originários, em grande

parte, a falta de capacidade suporte da fundação, bem como drenagem ineficiente de água e/ou de

percolados, o projeto desenvolvido procurou tomar cuidados especiais nestes aspectos.

Quanto à capacidade suporte dos aterros, as investigações geológico-geotécnicas desenvolvidas naárea de implantação do empreendimento foram programadas para definir o perfil de fundação medianteo emprego de sondagens a percussão e rotativas, determinação de SPT e ensaios de infiltração.

O projeto desenvolvido previu a remoção total de escavação dos solos de baixa consistência, bem comohorizontes de alta permeabilidade.

Na parte inferior do aterro foi prevista a implantação de uma camada de solo compactado apresentandopermeabilidade inferior a 10-7cm/s e espessura mínima de lm, reaproveitando sempre que possível, ospróprios solos das escavações obrigatórias da fundação e/ou de retaludamentos necessários àimplantação do sistema de impermeabilização do aterro.

As investigações desenvolvidas demonstraram uma grande disponibilidade de solos que poderão serempregados mediante alargamentos das escavações das encostas do aterro, sem causar qualquerimpacto visual e ou paisagístico desfavorável, uma vez que será recoberta pelo próprio aterro sanitárioe/ou serão conformados com retaludamentos de formas esteticamente agradáveis, se valendo ainda deimplantação de cinturões paisagísticos apropriados.

Para o Aterro Sanitário, o projeto desenvolvido considerou que os solos de baixa capacidade suporte,serão substituídos pela camada já descrita anteriormente, assegurando a cota de 22m na porção dejusante, e uma declividade de 2% até o anfiteatro, a ser escavado na porção anterior da área.

A fim de aumentar a capacidade de recebimento do aterro e para obtenção de material argiloso pararecobrimento diário das células de lançamento de resíduos, a escavação foi prevista para ser executadaem etapas distintas.

Paralelamente, às escavações das diversas etapas, foi prevista a instalação de sistemas de drenagem ecanalização das nascentes e cursos d'água existentes na área.

1.2.3) Canalização das Nascentes d'Água Existentes na Área do Aterro

O projeto foi desenvolvido de forma que as duas nascentes existentes na área de implantação do AterroSanitário, serão convenientemente canalizadas previamente à implantação da camada deimpermeabilização dessa estrutura, conforme apresentado nos Desenhos em anexo.

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Para o desenvolvimento do projeto deste sistema de canalização foram desenvolvidos estudosgeológicos e hidrogeológicos visando definir as vazões a serem drenadas por este dispositivo. Osresultados, complementados por medições de descarga líquida revelaram vazões inferiores a 10*10-m3ls.

É de se esperar que as vazões oriundas dessas nascentes, venham a ser sensivelmente reduzidas coma implantação do aterro, uma vez que face à proximidade do divisor de águas existente e a implantaçãodo sistema de drenagem superficial eficiente no entorno dessas estruturas, previsto no projeto parareduzir a geração de percolados, tenderá a minimizar a recarga do aqüífero local.

O projeto desenvolvido previu a implantação de um eixo principal de drenagem, constituído por umatubulação de diâmetro interno de 0,40m, para captar a água das nascentes e conduzi-ia até a drenagemnatural existente na borda da rodovia de acesso ao aterro. Essa tubulação foi projetada para apresentarramificações de modo a captar as águas de nascentes distintas e que venham a convergir para otalvegue existente na região.

Para a sua implantação esta sendo previsto a implantação de desvios provisórios, através da escavaçãode canais em solo e/ou através de construção de ensecadeiras ou diques de contenção lateral e,principalmente, a valeta já existente na área de implantação do aterro.

Durante a fase de implantação dessas tubulações, foi prevista a remoção de todos os solos comcapacidade suporte reduzida (SPT<10 golpes) e a partir daí, executadas valetas com retro-escavadeiras,para permitir a implantação da linha de drenagem.

Para essa tubulação previu-se que o seu berço deve ser constituído por uma camada de solocompactado, com baixo peso específico (GC = 90% do Ensaio de Proctor Normal), a fim de reduzir osesforços de compressão nos tubos, devido ao carregamento provocado pela implantação do aterroDesta forma, este dispositivo permitirá que os tubos, não venham a sofrer danos ao longo da vida útil doaterro.

Associados a essa linha de tubos, foi prevista a implantação de Drenos Secundários de Brita, formandouma 'espinha de peixe", com o eixo principal de drenagem.

Adicionalmente, foram projetados junto ao pé do talude de escavação, Drenos Auxiliares de Brita, queserão interligados aos Drenos Secundários.

Esses drenos foram executados com brita 4, envoltos com manta de geotextil não tecidas, do tipo BIDIMOP-60 ou similar, a fim de evitar eventuais carreamentos dos solos de fundação para o sistema dedrenagem.

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Quanto ao eixo principal do sistema, este foi constituído por tubos de concreto, do tipo CA-3, comdiâmetro de 0,40 m e parede perfurada, envolta por rachão e brita, conforme mostrado nos Desenhos emanexo.

Similarmente, nos Drenos Secundário e Auxiliar, previu-se que o rachão e a brita ficarão totalmenteenvoltos por uma manta de geotextil não-tecida (BIDIM OP-60 ou similar), para evitar carreamentosindesejáveis do solo de fundação, para o sistema de drenagem.

Finalmente, capeando toda a rede de drenagem, foi projetada o lançamento e compactação de umacamada de areia lavada grossa de 0,30m de espessura, previamente à execução da camada deimpermeabilização da fundação do aterro.Apesar dos estudos revelarem que as nascentes apresentam um aporte de cerca de 10l/s, o sistema dedrenagem das nascentes, com as características projetadas, poderá ser capaz de escoar até cerca de250 I/s, revelando um forte conservadorismo de projeto, a fim de poder compensar possíveis alteraçõesna declividade dos tubos por eventuais deformações indesejáveis.

Um aspecto importante do projeto é o aproveitamento das águas das nascentes canalizados por estesistema para o suprimento das unidades de apoio do Aterro Sanitário, e ainda para o abastecimento deum viveiro de mudas, que será implantado nas dependências do aterro, como um indicador da qualidadeda água.

Quanto à Qualidade da Água, esta foi objeto de amostragem e análise pela Escola de Engenharia de SãoCarlos da Universidade de São Paulo.

Uma vez que todo o sistema de drenagem da fundação converge para pontos bem definidos no pé doaterro, foram previstas caixas de interligação e/ou passagens, para permitir medições periódicas devazões e de verificação da qualidade da água drenada sob o aterro.

Para evitar que os taludes expostos das escavações dos anfiteatros venham a ser erodidos porprecipitações pluviométricas, estes serão protegidos com gramíneas, aplicadas através de semeadurae/ou hidrossemeadura. Associado a isso, junto às bermas, serão executadas canaletas de drenagemprovisórias, com altura de 0,30m, escavadas no local, as quais caso necessário, poderão ser revestidascom brita e/ou pedrisco. Essas canaletas conduzirão às águas até escadas provisórias de drenagem,implantadas fora da praça de disposição de resíduos, conforme demonstrado nos Desenhos em anexo.

Essas escadas foram previstas para serem executadas mediante a implantação de Gabiões do tipoColchão Reno, a fim de facilitar a sua remoção, quando à frente de disposição de resíduos atingir essespontos.

Em pontos específicos, essas canaletas serão interligadas ao Sistema de Drenagem SuperficialDefinitivo, a ser implantado no entorno do Aterro Sanitário

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1.2.4) Tratamento e Impermeabilização de Fundação

Conforme já descrito no item 1.2.3, em toda a fundação do aterro foi considerado manter uma camada desolo natural e/ou compactada com permeabilidade inferior a 107cm/s e espessura mínima de 1,0m, emrelação ao nível do lençol freático, sob o Aterro Sanitário.

Uma vez feitos esses trabalhos, em toda a área de fundação e nos taludes de escavação, o projetodesenvolvido considerou a implantação de uma Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade - PEADde 1,5mm de espessura, texturizadas em ambas as faces, no Aterro Sanitário.

A texturização das faces visa assegurar uma melhor aderência entre a geomembrana e as camadas defundação e o próprio material do aterro.

A aplicação da geomembrana de PEAD foi projetada para ser implantada à medida que o aterro forsendo alteado, a fim de evitar que ela fique exposta a longos períodos de insolação, evitando assimataques por raios ultravioletas UVA e UVB. Adicionalmente, esse procedimento visará a diminuição deformação de bolhas de ar, provocado pela variação de temperatura entre o dia e a noite, visto que asgeomembranas apresentam coeficientes de dilatação e retração térmica diferenciados.

As geomembranas foram previstas para serem aplicadas através de faixas, de cerca de 7 a 8 m delargura e, serão emendadas através de processos definidos pelo fabricante constituídos por soldagenstérmicas.

Após a emenda foi programada a execução de testes de estanqueidade, para comprovar eventuaispontos que necessitem reparos.

O lançamento e processo de soldagem das faixas das geomembranas, foram previstos para seremexecutados por equipes especializadas, neste tipo de serviço.

Nos locais onde está previsto a implantação de redes de drenagem de percolados (chorume), essesdispositivos serão instalados antes do lançamento da geomembrana no restante da área Assim, serãofeitas as escavações das valetas de drenagem, aplicadas às geomembranas, executados os berços dematerial previstos no projeto e colocados os materiais de dreno propriamente dito (tubos coletores,rachão, brita, etc.). Uma vez implantados esses dispositivos, os mesmos foram projetados para seremconvenientemente protegidos e, na seqüência, lançada à geomembrana em todas as praças dedisposição de resíduos.

As geomembranas de PEAD dos aterros serão ancoradas nos taludes, através dos próprios dispositivosde drenagem de percolados (Drenos de Anéis), ou mediante trincheiras escavadas e reaterradas, comosolo compactado, conforme indicados nos Desenhos em anexo.

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Previamente ao lançamento de resíduos, as geomembranas serão protegidas por uma camada mínimade solo de 0,30m. Essas camadas visam evitar o puncionamento das geomembranas por elementospontiagudos e/ou perfurantes, que possam ocorrer na massa de resíduos recebidos pelos aterros.

O sistema de drenagem principal da fundação foi projetado para ser constituído por Tubulações deDrenagem, que convergem para o pé do aterro e daí são conduzidas até ao Tanque de Armazenamentode Percolados.

Cada linha de drenagem apresenta lateralmente, Drenos de Rachão, formando uma espinha de peixe,espaçados a uma distância máxima de 50m entre si.

Além disso, foi previsto que no entorno de cada uma das bermas, em todos os taludes escavados, serãoimplantados Drenos de Anéis, que se interligam às tubulações de drenagem e a cada um dos drenos da

espinha de peixe. Os Desenhos em anexo apresentam os detalhes do sistema projetado.

As tubulações das linhas de drenagem principal, apresentam diâmetros de 0,40m e serão implantadascom tubos de concreto do tipo CA-3 de parede perfurada.

Os Drenos Secundários da espinha de peixe e os Drenos de Anel apresentam seção de 0,70 x 0,80m, e

serão constituidos por rachão,. A fim de evitar danos a geomembrana pelos materiais granulares dosdrenos, estes foram projetados para serem envoltos por geotextil não tecido do tipo BIDIM OP-60 ou

similar.

As Linhas Principais de Drenagem, convergem para um Poço de Inspeção posicionado no pé do aterro,no qual poderá ser feita a medição periódica de vazão e coleta de amostras do percolado, para avaliaçãode suas propriedades físicas e químicas ao longo do tempo.

Durante as fases iniciais da operação do Aterro, o chorume será armazenado em tanques eposteriormente, encaminhado para recirculação no próprio aterro sanitário. Com o prosseguimento daoperação, e à medida que o aterro apresentar vazões mais elevadas de chorume, será implantada umaEstação de Tratamento de Percolados na própria área do Empreendimento.

O Tanque de Armazenamento de Percolados projetado será feito em concreto estrutural, semi-enterradoe será, totalmente fechado para evitar qualquer acidente e a proliferação de odores indesejáveis. Estetanque foi dimensionado com 24m de comprimento por 12m de largura, subdivididos em três células de8m cada e altura total de 2,7m, dos quais 0,5 m representam a borda livre. Este reservatório terácapacidade de armazenar 633m3 de percolado.

1.2.5) Disposição dos Resíduos

Os resíduos recebidos no aterro foram previstos para serem lançados em células de até 5,Om de altura,

devendo entretanto, após o basculamento pelos coletores e/ou carretas, serem espalhados em camadas

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inclinadas de espessura máxima de 0,30m, com talude máximo de 1V:2H, e compactadas pela passagemde 6 passadas de trator de esteiras do tipo D6 e/ou similar.

Ao final de cada cicio de 24h, os resíduos foram programados para serem recobertos com uma camadade solo de espessura mínima de 0,30m, a fim de evitar percolações oriundas de precipitaçõespluviométricas e, principalmente evitar a proliferação de insetos, aves e roedores.

Os solos da camada de recobrimento deverão ser espalhados com tratores de esteira e motoniveladoras,sendo posteriormente compactados pelo trânsito de equipamentos de terraplenagem.

O material para a execução das camadas de cobertura, conforme já mencionado anteriormente, seráobtido das escavações obrigatórias dos retaludamentos dos taludes das encostas do aterro.

Para a execução das células superiores, deverão ser implantados acessos, mediante o emprego demateriais granulares, do tipo bica corrida, ou eventualmente, por entulhos processados, de material deconstrução, que sejam porventura recebidos pelo aterro. Esse procedimento deverá ser particularmenteimportante para períodos chuvosos.

O processamento aqui preconizado será aquele necessário para remoção dos blocos de grandesdimensões, pedaços de madeira e outros resíduos, que prejudiquem o tráfego de coletores e/ou decarretas.

A declividade longitudinal dessas camadas, foi prevista para ser implantada com inclinação de 2%, nosentido montante 1 jusante, a fim de assegurar o escoamento dos percolados para fora da área deimplantação do aterro.

À medida que as células forem sendo recobertas, serão instalados os sistemas de drenagem depercolados e gases, conforme indicado no item 1.2.6. deste relatório.

Logo após a finalização de cada camada de resíduos, foi previsto para ser implantado o RevestimentoFinal dos taludes externos do aterro, bem como a conclusão do Sistema de Drenagem SuperficialDefinitivo.

1.2.6) Sistemas de Drenagem de Percolados e Gases do Maciço do Aterro

O Sistema de Drenagem de Percolados e Gases do maciço do Aterro Sanitário de Nova lguaçu, seráconcebido com três dispositivos básicos:

* Poços Verticais;.

* Drenos Horizontais; e

* Drenos de Taludes.

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Poços Verticais

Os Poços Verticais, aqui denominados Poços de Drenagem Tipo Ranzini (PDR), foram projetados de

forma a permitir o escoamento dos gases para a atmosfera, bem como conduzir o percolado (chorume)

gerado durante a operação e após o encerramento do aterro, ao sistema de drenagem de percolados da

fundação.

Esses Poços Verticais constituem-se por tubos perfurados de concreto, com diâmetro de 0,40m, envoltos

por um anel de rachão com espessura de 0,50m, o qual é contido por uma tela metálica TELCON tipo

Q335, ou similar.

A função do rachão é coletar os percolados (chorume) das camadas de resíduos e conduzi-los aos

Drenos Principais de Fundação, enquanto que o tubo de concreto visa assegurar uma superfície livre,

para escoamento dos gases para a atmosfera

Esses poços foram previstos para serem alteados simultaneamente à disposição dos resíduos recebidos.

Não existe atualmente uma formulação que calcule, para as condições brasileiras, as dimensões

mínimas que os tubos e o anel de chorume devam ser projetados, bem como para a definição do

espaçamento entre os poços.

A experiência de outros países demonstra que diâmetros de 0,20m a 0,30m para escoamento de gases

são suficientes para escoar as vazões originadas durante a operação. O fato deve-se a menor parcela de

matéria organica na composição total dos resíduos domiciliares em países como do hemisfério norte,

como EUA, Canadá e da Europa, quando comparada aos nossos resíduos, além de não apresentarem

níveis de precipitações pluviométricas similares a países tropicais como o Brasil. Tal fato tende,

conseqüentemente gerar menor quantidade de gases como de percolados.

No Brasil, comprova-se em diversos aterros, que há uma forte tendência de que os drenos de brita e os

furos dos tubos de drenagem, sejam colmatados por dois componentes básicos, a saber:

* carbonatações, oriundas da existência de resíduos de construção, que chegam misturados aos

resíduos domiciliares, e

• formação de bolsões pastosos, oriundos de processos biológicos da própria decomposição da

matéria orgânica, existente nos resíduos.

A experiência brasileira tem demonstrado que tubulações de 0,40m espaçadas a uma distância entre 40

e 50m entre si, atendem plenamente à nossa realidade.

Desta forma, no projeto desenvolvido, optou-se por empregar os tubos de 0,40m e envoltos em anéis

rachão de 0,50m, espaçando os poços com raio de influência inferior a 50m.

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Um aspecto importante a ser aqui mencionado é a previsão de execução de um cone de rachão, junto àjunção desses poços verticais, com os drenos horizontais de fundação, a fim de se evitar que os poçosvenham a puncionar a camada de impermeabilização, devido a esforços de "atrito negativo", provocadospela grande deformabilidade do maciço de resíduos.

Drenos Horizontais

Esses drenos foram projetados para captar o chorume e os gases gerados nas células e conduzi-los aosPoços Verticais (PDRs). Eles foram previstos para serem implantados em todas as camadas de resíduos,seguindo os mesmos alinhamentos dos drenos de brita da fundação.

Previu-se que eles serão implantados no topo da camada de cobertura, das células de resíduos dacamada inferior, apresentando seção de escoamento de 0,70 x 0,80m, partindo dos Drenos de Anel dasOmbreiras e conectados aos Poços Verticais (PDR).

A sua implantação será feita mediante escavações, desenvolvidas após a conclusão da célula a que elepertence, mediante o emprego de retroescavadeiras. Similarmente ao já descrito para os PoçosVerticais, não existem formulações teórico-práticas, para definir as dimensões mais apropriadas para osdrenos. As dimensões adotadas correspondem aos valores comumente adotados para aterros de portessimilares ao do Aterro Sanitário de Nova lguaçu.

Drenos de Taludes

Independentemente de o projeto desenvolvido prever um sistema de drenagem de percolados eficiente,foi considerado que eventuais bolsões de chorume localizados principalmente junto às faces externas doaterro, possam aflorar nos taludes externos, se valendo de caminhos preferenciais de percolação,constituídos geralmente por resíduos mais permeáveis

Para evitar que isso possa vir a ocorrer, previu-se a execução de linha de drenos de talude, executadoscom rachão, sob a camada de revestimento final.

1.2.7) Revestimento Final do Aterro

Todas as superfícies dos taludes, bermas e patamares, foram projetados para receber uma camada desolos argilosos, de espessura mínima de 0,60m e permeabilidade inferior a 10-

7 cm/s.

Essa camada deverá ser independente da camada de cobertura, e deverá ser espalhada e compactadapelo trânsito de equipamentos em sub-camadas de 0,30m, apresentando desvio de umidade entre O % e+2% (h-h,t), em relação ao Ensaio de Proctor Normal.

Após a aplicação deste material, deverá ser disposta uma camada de solo vegetal de espessura mínimade 0,40m e realizado o plantio de gramíneas, preferencialmente em placas, com espécies aclimatadas à

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região e que não se deteriorem facilmente com eventuais gases, que possam a vir emanar do maciço do

Aterro Sanitário.

Esta camada vegetal foi prevista para ser permanentemente irrigada até a "pega" definitiva das placas de

gramíneas.

O talude externo foi projetado para apresentar uma inclinação limitada a 1V:2H e bermas de 3m de

largura a cada 5m de altura. As bermas estão sendo previstas para terem declividades voltadas para os

taludes.

Eventuais pontos que possam vir a apresentar inclinações negativas, oriundas de deformações do aterro,

deverão ser retaludados, de modo a assegurar que a água de drenagem superficial seja conduzida ao

sistema de drenagem de águas superficiais.

Conforme definido nos procedimentos de monitoramento do aterro, eventuais trincamentos, que possamvir a ocorrer durante a operação do aterro, deverão ser selados com aplicação de solos argilosos, a fim

de evitar infiltrações de água de precipitações pluviométricas, bem como escape de gases do aterro.

A S.A. Paulista está avaliando a possibilidade de reaproveitamento do biogás gerado pelo aterro,

mediante a implantação de uma central termoelétrica.

1.2.8) Sistemas de Drenagem de Águas Pluviais

No Aterro Sanitário de Nova Iguaçu, o Sistema de Drenage`m de Águas Pluviais foi projetado para coletar

e afastar as águas oriundas de precipitações pluviométricas da área de disposição de resíduos,

garantindo a integridade das superfícies expostas e, consequentemente, do corpo do aterro, evitando

assim a ocorrência de erosões e ravinamentos indesejáveis nos seus maciços.

Adicionalmente, este sistema permitirá o afastamento das águas pluviais das superfícies dos aterros,

minimizando consequentemente a quantidade de líquidos percolados.

O adequado funcionamento de redes de drenagens pluviais em aterros sanitários é substancialmente

dificultado pela ocorrência de recalques ocasionados pelo adensamento acentuado dos resíduos, que

variaram entre 30 a 50% da sua altura inicial. Estes recalques, tendem em muitos locais ocasionar

inversão de declividades dos dispositivos de drenagem. Desta forma, o projeto desenvolvido previu a

execução de manutenções permanentes dos dispositivos de drenagem implantados sobre os aterros,

visando corrigir as distorções na medida em que elas forem surgindo e garantindo a funcionalidade de

todo o sistema.

A concepção adotada para o corpo do Aterro Sanitário considerou que todas as superfícies expostas

apresentarão declividades direcionadas para a região central, onde os aterros apresentarão maiores

espessuras e, consequentemente, onde deverão ocorrer os maiores recalques. Desta forma, as águas

pluviais serão direcionadas para estes pontos baixos, previstos na construção. Como resultado dos

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recalques das camadas de resíduos, deverá ocorrer um aumento das declividades, mantendo os pontos

de coleta de águas pluviais.

Em todas as bermas, foram previstas canaletas (Canaletas de Bermas) escavadas no solo de cobertura,

revestidas com material granular, e com declividade longitudinal para conduzir as águas captadas para

os pontos baixos das bermas.

No centro do aterro, onde deverão ocorrer os maiores recalques, foram previstas Descidas de Água,

associadas a Canaletas de Bermas para a coleta e direcionamento das águas, oriundas de precipitações

pluviométricas. As Canaletas de Bermas deverão ser implantadas ao longo de todo o corpo do aterro,

limitando os seus comprimentos médios em 100m, de modo a evitar acúmulo excessivo de água. Sempre

que se ultrapassar estas distâncias limites, foi prevista a implantação de novas Descidas de Água pelos

taludes. Todas as Descidas de Água nos taludes dos aterros foram concebidas com Mantas Gabião do

tipo Colchão Reno, para possibilitar a sua acomodação, quando da ocorrência do adensamento das

células de resíduos.

Nos pontos onde as descidas cruzam as bermas, foram previstas Estruturas de Dissipação com gabião

saco, enquanto nas travessias de acessos, deverão ser empregados Caixas de Dissipação de energia,

também em gabião e a implantação de tubos de diâmetro de 0,80m, para a condução da água drenada,

para a descida do talude imediatamente inferior. Estas caixas de dissipação serão implantadas no pé do

Aterro Sanitário, de onde partem tubos de drenagem reaterrados, interligando essas caixas de dissipação

ao riacho existente ao lado da rodovia que interliga Nova lguaçu a Adrianópolis.

Circundando o Aterro Sanitário foi prevista a construção de Canaletas de Drenagem em Concreto. Estas

Canaletas, implantadas nas ombreiras do Aterro, deverão ter declividade longitudinal máxima do fundo

de 2%, limitando a velocidade de escoamento. Em terrenos com declívidade maior, deverão ser

empregados degraus intercalados com as Canaletas, para dissipação de energia. Nos trechos mais

íngremes, as Canaletas serão substituídas por Escadas Hidráulicas em Concreto, dimensionadas para

efetiva dissipação de energia.

1.2.9) Instrumentação de Controle e Monitoramento

O projeto desenvolvido previu a implantação dos seguintes instrumentos para controle e monitoramento

durante a sua operação e manutenção após o seu encerramento:

* Marcos Superficiais;

* Piezômetros; e

• Poços de Monitoramento.

Marcos Superficiais

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Estes dispositivos foram previstos para serem instalados junto aos taludes externos do aterro, a fim deregistrar as deformações verticais e deslocamentos horizontais, do maciço de resíduos.

Os dados coletados por esses dispositivos permitirão avaliar o comportamento do aterro, visando anteverpotenciais tendências anômalas, que possam comprometer a segurança global, bem como indicareventuais instabilizações localizadas.

Deste modo poder-se-á tomar medidas preventivas de correção de eventuais problemas que poderiam vira ocorrer.

Piezômetros

Estes instrumentos foram projetados para apresentarem dupla função. A primeira será determinar eregistrar os níveis piezométricos dos percolados no maciço dos aterros, oriundos de bolsões isolados dechorume e/ou devido a potenciais deficiências de drenagem provocadas por colmatação e/ouseccionamento de drenos, estes últimos provocados por deformações excessivas do aterro. A segundafunção será avaliar a existência de potenciais pressões de gás no corpo do maciço, também oriundas deeventuais bolsões isolados.

De posse desses dados, juntamente com as leituras dos marcos superficiais, será possível avaliar ascondições de estabilidade global do corpo do aterro, bem como definir as eventuais intervençõesnecessárias, visando aumentar a eficiência dos sistemas de drenagem de chorume e gás.

Poços de Monitoramento

Esses dispositivos serão instalados, visando avaliar e monitorar o lençol freátbco sob o aterro. Atravésdesses dispositivos será possível acompanhar a posição do lençol freático antes da implantação, durantea operação e após o encerramento dos aterros.

Além disso, permitirá a coleta de amostras de água para ensaios físico-químicos em laboratóriosespecializados, para verificar se os aterros estão provocando contaminações indesejáveis e nãoprevistas no lençol freático.

Os dados dessas análises serão comparados com dados de poços de monitoramento que serãoinstalados junto aos divisores de água do Aterro Sanitário, onde serão coletas amostras de água dolençol sem a interferência da operação do Aterro.

1.3) UNIDADE DE TRATAMENTO DE PERCOLADOS

Após análise técnica e econômica desenvolvida pela S A Paulista, o Sistema de Tratamento dePercolados adotado para ser implantado no Aterro Sanitário de Nova Iguaçu correspondeu ao EVAP-O-DRY, MODELO 500, da Fen Teck Environmental lnc.

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Este equipamento assegura a evaporação da água do percolado e a precipitação de sólidos no interior da

câmara de evaporação, os quais são conduzidos a depósitos de resíduos externamente ao sistema. Os

resíduos obtidos no sistema são posteriormente transferidos para o Aterro Sanitário.

O equipamento é constituído por um soprador de ar de combustão, um tubo de combustão, uma câmara

de vaporização, um sistema de exaustão e um sistema de descarga de sólidos.

O tubo de combustão é alimentado pelo soprador que, atravessando o depósito de chorume cria

instantaneamente vapor, enquanto que os gases se misturam ao líquido, permitindo a distribuição de

calor. Os orifícios do tubo queimador são posicionados com ãngulo de 1800, permitindo assim que o tubo

seja continuamente purgado.

A turbulência no tanque evaporador assegura a simultânea evaporação da água e a remoção de

sólidos.Uma "rosca sem fim" montada na base da câmara de vaporização permite a remoção dos sólidos

precipitados para fora do sistema.

Os vapores antes de deixarem o evaporador passam por um filtro ("Demister Pad") para impedir que

materiais poluentes deixem o sistema.

Todas as superfícies que ficam em contato com o percolado são fabricadas em aço inoxidável, a fim deevitar a oxidação de partes do equipamento.

O equipamento foi projetado por sistemas modulares compactos que permitem o agrupamento de

diversas unidades, adequando-se facilmente as demandas a serem tratadas no decorrer da vida útil do

Aterro Sanitário de Nova Iguaçu

O sistema de combustão pode ser alimentado por gás gerado no próprio aterro sanitário, como também

de outra fonte de suprimento. No caso particular do Aterro Sanitário de Nova Iguaçu foi prevista a

utilização do gás gerado no próprio aterro.

O esquema previsto para o destino de percolados compreende um sistema que permite a transformaçãoda água existente no chorume em vapor, associado à coleta dos precipitados elementos poluentes em

recipientes que posteriormente são depositados novamente no aterro sanitário.

1.4) UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS

O Aterro Sanitário foi projetado agregando uma Unidade de Tratamento de Resíduos de Serviços de

Saúde, visando desinfectar os resíduos infecciosos coletados no município de Nova lguaçu em unidades

hospitalares e ambulatoriais, postos de saúde, farmácias, drogarias, veterinárias e outros pontos.

O equipamento selecionado corresponde ao Sistema GDA, desenvolvido na Alemanha, para substituir a

incineração de resíduos. O Sistema GDA consiste num equipamento móvel compacto, que tritura a

massa de resíduos e a seguir se vale de desinfecção térmica contínua.

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Esta tecnologia, amplamente difundida na Alemanha, França, Inglaterra, entre outros países, é

homologada pelos mais respeitados órgãos de saúde e ambientais da Europa, propiciando um resultado

seguro e sem resíduos líquidos ou emissões de gases para a atmosfera.

Os resíduos resultantes podem, desta maneira, serem destinados a aterros sanitários convencionais,

uma vez que sua classificação enquadra-se como resíduo comum não infeccioso.

O fato do equipamento não trabalhar com insumos químicos, bem como emissão de ondas

eletromagnéticas, reduz o custo de manutenção e de tratamento dos efluentes. Todo processo de

desinfecção ocorre com vapor saturado e o transporte dà massa de resíduos é encapsulado com cilindro

de óleo térmico circulante, que mantém a temperatura constante.

O equipamento selecionado é capacitado para converter produtos derivados de coleta em unidades de

serviços de saúde em materiais desinfectados. Uma outra vantagem da metodologia adotada é

representada pela redução em cerca de 80% do volume dos resíduos recebidos Adicionalmente os

resíduos obtidos são permeáveis e adequados para deposição em aterros sanitários.

O sistema de tratamento dos resíduos incorporado ao Aterro Sanitário de Nova Iguaçu se vale de

tecnologia cujo processo não se emprega nenhuma fonte que possa gerar emissões gasosas que, por

sua vez, pudessem constituir em objeção ao licenciamento ambiental do empreendimento.

Este sistema promove a inatividade de microorganismos patogênicos de doenças, tais como Bacilus

Stearothermophilus, Staphylococcus Aureus, Pseudomonas Aeruginosa, Candida albicans,

Mycobacteriou Fortuitum, Mycobacterium Bovis, cistos de Giardia sp, Vírus de Hepatite B, Poliovirus,

entre outros. O indicador de eficiência do processo foi previsto para ser monitorado pelo Bacilus

Stearothermophilus.

A capacidade do sistema foi projetada para tratamento de 4 tVdia de resíduos. Esta capacidade será

atendida através da instalação de um único equipamento com capacidade nominativa especificada para

tal

A unidade de tratamento estará apta a receber qualquer tipo de resíduos infectantes provenientes dos

estabelecimentos de saúde, sem restrições, exceto os que contenham resíduos radioativos, produtos

químicos perigosos, explosivos, ou que sofram ou venham a sofrer alguma restrição legal, desde que

acondicionados conforme normas vigentes.

1.4.1) Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde

O correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde minimiza substancialmente riscos e

impactos ambientais e na saúde da população em geral.

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Dentre os serviços que fazem parte do escopo do contrato de concessão está a realização da coleta dos

resíduos de serviços de saúde do município de forma diferenciada e especializada e o seu transporte até

a unidade de tratamento dentro da Central a ser implantada.

Para a implantação da coleta diferenciada, contudo, é necessário o conhecimento da situação atual de

geração, dos tipos de resíduos e do acondicionamento e armazenagem para que o equipamento para o

tratamento dos RSS possa ser utilizado de maneira eficiente e eficaz.

A segregação dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) dentro dos estabelecimentos hospitalares deve

ser feita de forma segura, não havendo mistura dos resíduos infectantes (contaminados) com os comuns

na sua geração e, conseqüentemente, minimizando os riscos à saúde pública e meio ambiente.

Para isto, são necessários desenvolvimento e implantação de Planos de Gerenciamento de Resíduos

dentro de cada estabelecimento prestador de serviços de saúde. Esses planos serão advindos do Plano

de Gerenciamento Interno Genérico de RSS, a ser elaborado pela concessionária em parceria com a

Universidade de São Paulo (USP) - Escola de Engenharia de São Carlos e EMLURB e deverá ser

publicado como anexo à legislação específica regulamentando o setor A SA Paulista já preparou uma

sugestão de legislação municipal para os Resíduos de Serviços de Saúde, regulamentando a

segregação, a obrigatoriedade de um Plano de Gerenciamento Interno de Resíduos, contemplando os

locais de geração, fluxo dos resíduos dentro do hospital, armazenamento interno, transporte interno,

armazenamento externo (abrigo de resíduos) e transporte externo.

Para a elaboração do Plano de Gerenciamento Genérico de Nova lguaçu, será utilizado como

`laboratório" o Hospital da Posse, por ser este o maior contribuinte em termos de quantidade e variedade

de resíduos gerados e o estabelecimento hospitalar de maior porte de toda a Baixada Fluminense.

Premissas para a elaboração do Plano de Gerenciamento Genérico dos Resíduos de Serviços de

Saúde:

1) Geracão:

É a transformação feita, do material utilizável em resíduos, pelos estabelecimentos geradores.

Atualmente grande importância tem sido dada a minimização de resíduos e sem dúvida é na fonte que se

tem que minimizar e evitar a produção de resíduos e de toda a problemática a eles associada.

2) Secrec,acão:

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É a operação de separação e identificação dos resíduos no momento da geração em função de uma

classificação previamente adotada para estes resíduos.

Tem como principais objetivos:

o A racionalização de recursos;

o Impedir a contaminação de resíduos considerados comuns;

o Adotar medidas de segurança apenas onde forem estritamente necessárias;

o Permitir o tratamento específico para cada categoria de resíduo;

o Possibilitar ações específicas em casa de acidentes

Todos os funcionários envolvidos na segregação dos resíduos têm que estar capacitados para tal

operação.

3) Acondicionamento:

É a guarda dos resíduos de serviços de saúde, em recipientes adequados ao tipo de resíduos

gerado, logo após a geração, devidamente identificados.

O acondicionamento tem como finalidades básicas:

o Proteção contra eventuais riscos e

o Facilitar o transporte.

4) Coleta:

Coleta interna: é aquela realizada dentro da unidade e consiste no recolhimento dos resíduos das

lixeiras, fechamento do saco e transporte até o local de armazenamento interno (sala de expurgo). A

frequência e horário de coleta deve ser previsto levando-se em consideração a minimização do

tempo de permanência dos resíduos no local e de forma a não perturbar a rotina normal de trabalho.

O transporte interno até a sala de expurgo pode ser feito manualmente, se o recipiente lacrado não

exceder a 20 litros de capacidade ou por meio de carrinhos de tração manual. O carro de coleta

interna deve apresentar o símbolo de substância infectante e o volume máximo de transporte até 100

litros.

Recomendações:

a) Jamais despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente.

b) Observar a cor do saco (o branco deve ser sempre substituído por outro branco) - a não ser por

recomendação do responsável pelo serviço, no caso de mudança de tipo de lixo.

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c) As lixeiras para resíduos infectantes deverão ser providas de tampas e identificadas por cor,

símbolo ou inscrição (devem ser lavadas pelo menos uma vez por semana ou sempre que

houver vazamento do saco).

d) A coleta de lixo infectante ou de lixo comum, qundo em locais onde haja risco de infecção para o

paciente, seguirá a seguinte rotina:

e) Observar a cor do saco e utilizar os equipamentos de segurança individual recomendados para

aquele tipo de resíduo.

f) Fechar totalmente o saco, amarrando-o com arame ou cordão.

g) Retirar o saco da lixeira.

h) Pelo menos uma vez por dia lavar a lixeira vazia na sala de utilidades.

i) Se houver derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com um pano embebido em

desinfetante (como hipociorito de sódio a 10.000ppm) recolhendo-se, em seguida, com uma pá,

material e pano. Procede-se depois a lavagem do local e a desinfecção, caso necessário. Deve-

se usar avental, botas, luvas e máscaras. Utensílios que entrarem em contato direto com o

material e o pano deverão passar por desinfecção posterior.

j) Colocar um novo saco, fixando-o firmemente nas bordas da lixeira.

Coleta externa: consiste no recolhimento dos resíduos das salas de expurgo das unidades e

transporte, por meio de veículo coletor até o depósito ou abrigo de resíduos, para a coleta municipal ou

tratamento e destino final. Esta coleta obedece as mesmas determinações da coleta interna da NBR

12.809 e tem que ser planejada com o menor percurso, mesmo sentido, sem ruídos, evitando cruzamento

com fluxo de pessoas, roupas limpas, alimentos, medicamentos, etc. O transporte nesta fase é sempre

feito pelos carros de coleta, com o volume máximo de transporte até 500 litros segundo a NBR 12.810.

5) Armazenamento:

Se refere a guarda temporária dos resíduos nas chamadas sala de resíduos, de utilidades, expurgos

ou nos abrigos ou depósitos de esperas do recolhimento para tratamento ou disposição final. Os

expurgos devem atender a dimensionamentos e a critérios sanitários como revestimento de piso e

paredes de material liso, resistente e lavável; ponto de água e ralo ligado a rede de esgoto,

ventilação/iluminação adequada. Os abrigos externos de resíduos devem ser lavados diariamente, ter

ponto de água e ralo ligado a rede coletora; abertura telada, identificação de advertência adequada,

dimensões suficientes para abrigar a produção de pelo menos dois dias, acesso impedido para pessoas

estranhas ao serviço com porta dotada de chave.

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESIDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLiS 22

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EscoDo dos Servicos da SA Paulista relativos a implantação. oneracão e manutencão de um sistema de

coleta e transporte de resíduos de serviços de saúde, envolvendo:

1) Diagnóstico da Situação Atual: (já efetuado)

- Estudo dos quantitativos gerados por estabelecimento;

- Definição do Universo de Grandes e Pequenos Geradores de RSS;

- Agregação de dados específicos sobre cada gerador;

- Análise da Legislação vigente.

2) Trabalho de CamPo:

- Visita e relatório sobre os grandes geradores de RSS, públicos e privados, e diagnóstico

da situação de geração, acondicionamento, transporte e fluxo interno, armazenamento e

abrigos.

Esse trabalho foi executado no Hospital Geral da Posse, o maior da Baixada.

Outros hospitais serão visitados até o final de abril/2003, quando se dará início ao trabalho de

roteirização da coleta.

3) Sugestões para mudanças na legislacão vigente, instituindo o cadastramento de todos os

geradores de RSS (elaboração de formulário próprio). Plano de Gerenciamento de Resíduos e

Segregacão.

A proposta de legislação foi apresentada a EMLURB em julho de 2001.

3) Elaboração do Plano de Gerenciamento Genérico de RSS.

Em elaboração juntamente com a Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos,

uma referência no setor. Prazo para finalização: final de abril/2003

4) Oneracionalizacão do cadastramento dos geradores.

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLIS 23

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Formulários específicos de cadastramento de geradores de RSS foram passados para a Secretaria de

Saúde da Prefeitura de Nova Iguaçu para que o cadastramento dos resíduos pudessem ser efetuados

juntamente com o recadastramento geral das unidades junto ao Ministério da Saúde.

5) Palestras de esclarecimento sobre geracão. acondicionamento, fluxo interno, armazenamento.

transporte e abrigo de Resíduos; sobre a importância da segregação; sobre a relacão do Resíduo

Infectante com o índice de infecção hospitalar.

Essas palestras já vem sendo executadas desde março de 2001. Serão intensificadas a partir de

março de 2003.

6) Colocação de containers nos hospitais (iá devidamente cadastrados)

Previsão de julho de 2003

7) Elaboração do roteiro de coleta dos Grandes Geradores de RSS.

8) Implantação da coleta diferenciada de grandes geradores de RSS.

O resíduo infectante será coletado nos containers fomecidos, por caminhão específico para este tipo

de coleta. Esse caminhão transportará os resíduos dentro dos containers até a Central onde serão

vazados diretamente no equipamento de tratamento de RSS, sem qualquer tipo de manuseio.

O resíduo comum, acima de 120 litros ou 60 Kg, é definido como lixo extraordinário e o hospital passa

a ser um Grande Gerador tendo assim que custear os serviços de coleta, transporte e destinação final

desses resíduos.

Para os hospitais públicos contudo, a Prefeitura fará a coleta.

É importante ressaltar que somente os estabelecimentos com Planos de Gerenciamento Interno de

Resíduos aprovados pela comissão fiscalizadora é que poderão efetuar a segregração em infectante e

comum. Aqueles que não tiverem seus planos aprovados terão todo o seu resíduo considerado

infectante.

9) Elaboração do roteiro de coleta dos pequenos geradores.

10) Implantacão da coleta diferenciada nos pequenos geradores. O resíduo infectante será coletado

em saveiros ou motocicletas.

O veículo a ser utilizado será equipado com container específico que permite o total isolamento do

resíduo para que não haja nenhum contato com o condutor do veículo.

RELATóRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESíDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANóPOLIS 24

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1.5) UNIDADE DE PROCESSAMENTO DE ENTULHO

Também será implantada uma Unidade de Reaproveitamento de Resíduos Inertes de construção na

Central

Dentre todos os materiais que compõem os resíduos urbanos, os que apresentam maior facilidade de

reaproveitamento são os entulhos de construção civil, em função de sua composição. Normalmente,

salvo regiões bastante características, os entulhos de construção civil compõem-se de produtos

cerâmicos, argamassas, concretos endurecidos, madeiras e solos, materiais estes que além de serem

inertes apresentam boa

resistência mecânica. Os Composição do Entulho

entulhos podem, com

investimentos relativamente 1% 7%

baratos, serem reciclados e

reutilizados na própria 29%0

construção civil, através da

confecção de peças pré- 3%

moldadas de concreto ou

argamassa, concretos não

estruturais, bases de o Argamassa E Cerâmicos o Orgânicos o Outros

pavimentos, como materiais

de contrapisos, aterros, etc. O baixo custo de reciclagem dos entulhos de construção civil indicam-no

como sendo a melhor forma de iniciar-se um programa municipal voltado para a reciclagem dos resíduos

urbanos nele gerados. Apesar dos baixos investimentos e simplicidade da técnica de reciclagem dos

entulhos, pouco se tem visto com relação a esta prática. Continua-se a descartar estes materiais como

se fossem inservíveis, esquecendo-se que os entulhos são por natureza, constituídos por matérias-

primas nobres na construção civil e de alto valor comercial (areias, pedras britadas, cimentos, cales,

madeiras, etc.), provocando via de regra o aumento de resíduos nas cidades, quando não provocando o

entupimento de sistemas de galerias e córregos, trazendo prejuízos diretos aos municípios. Ao lado,

pode ser observada a composição média de entulho característico da zona Sul-Sudeste do Brasil.

A Unidade de Processamento de Resíduos de Construção possuirá os seguintes equipamentos:

> Unidade recicladora com produção de 30 tVh

> Pá-carregadeira de pneus 1,72 m3, potência 145 HP;

> Retroescavadeira de pneus equipado com carregadeira frontal com capacidade de 0,2/0,7 m3 e

potência de 74 HP;

> Caminhão basculante toco 7 m3;

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> Caminhão basculante toco 10 m3;

Unidade recicladora

A unidade recicladora será composta de quadro de comando, alimentador vibratório, separador

magnético, conjunto semi-móvel de peneiramento, britador de percussão e transportadores.

A produção do equipamento chegará a 30 tlh, suficiente para atender a demanda esperada em 1 turno

nos primeiros oito anos e dois turnos nos anos seguintes.

2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS EXISTENTES

2.1) Aspectos Físicos:

A área é confinada por morros à noroeste e não apresenta núcleos urbanos em suas imediações. Osmais próximos são a Vila de Santa Rita, o loteamento Vivenda das Rosas e o bairro Jardim Santa Rita,situados ao sul, à cerca de 1 km de distância. No terreno e ao seu redor há pequenos sítios, onde sãodesenvolvidas atividades agropecuárnas de subsistência e, em pequena escala, para comercialização.

Em escala regional, a área situa-se em zona classificada pelo Conselho Deliberativo da RegiãoMetropolitana do Rio de Janeiro como uso predominantemente industrial, cuja utilização preferencial épara a instalação de unidades cujos processos industriais sejam submetidos a métodos adequados decontrole e tratamento de efluentes e que não causem incômodos sensíveis às demais atividadesurbanas.

O topo dos morros que cercam parte da área é coberto por vegetação secundária em diferentes estágiosde regeneração. Nesses morros foram cadastradas duas nascentes na área efetiva de implantação doaterro. Nas partes mais baixas do terreno e no sopé dos morros há pequenas lavouras e vestígios detanques de criação de peixes, não se verificando a ocorrência de vegetação de importância paisagísticaou ecológica, protegida por legislação específica, como já apresentado no EIA/RIMA.

Topograficamente a gleba situa-se no divisor de água da região, não suscetível portanto à incidência einfluência de maiores vazões a montante.

A área não é atendida por redes de abastecimento de água e de esgotos sanitários, porém se dispõe deredes de distribuição de energia elétrica. Destaca-se ainda a existência de redes de alta tensão deFurnas que passam nas proximidades da área que se destinam ou se originam na Subestação deAdrianópolis de Furnas.

2.1.1) Clima Regional

A área de implantação do empreendimento está situada entre as latitudes de 220 30' e 23°S e osmeridianos de 043000W, em região de planicie, destacando-se ao norte a serra do Mar, ao sul os

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maciços de Tijuca e de Jacarepaguá, a leste a baía de Guanabara e a oeste a serra da Madureira. A área

assim definida possui um micro-clima típico de região litorânea tropical úmida.

Os dados das estações pluviométricas e climatológicas disponíveis da região indicam que a distribuição

sazonal da média de precipitação pluviométrica apresenta o valor máximo no verão, com 208 mm, e o

mínimo no inverno, com 63 mm. O valor médio anual é de 1.595 mm e a variação sazonal mensal mostra

que janeiro é o mês mais chuvoso, com 229 mm, e julho o mais seco, com 51,4 mm de precipitação.

A variação mensal da precipitação máxima em 24 horas, que corresponde à maior altura de chuva

ocorrida no período de um dia, revela que o valor máximo registrado na região foi de 235 mm, medido na

Estação de Rio d'Ouro em 26 de dezembro de 1933. A área do empreendimento está sob a influência de

uma precipitação máxima em 24 horas situada entre 150 e 200 mm.

Na área do empreendimento, a distribuição sazonal da média da evaporação apresenta o valor máximo

no verão, com 64 mm, e o mínimo no outono, com 50 mm. A média anual é de 703 mm, e maio o mês

com valor mínimo, de 49 mm.

A circulação do vento à superfície, a partir da análise convencional de linhas de corrente dos dados

disponíveis, revela que, no verão e no outono, o escoamento predominante na área do empreendimento

tem a direção sul-sudeste entre 3 e 4 m/s. No inverno, predomina o vento este, com velocidade entre 4 e

5 m/s. Na primavera o escoamento atua novamente no sentido sul-sudeste, com velocidade de 4m/s.

2.1.2) Geologia e Estratigrafia Regional

O município de Nova lguaçu situa-se na Baixada Fluminense, nos domínios da unidade Planícies

Litorâneas, que se estende ao longo do litoral, entre as colinas e os maciços costeiros e escarpas da

Serra do Mar, por uma faixa conhecida como Cinturão Móvel Atlântico.

O embasamento cristalino aflora ao norte da área, correspondendo a Serra dos Órgãos, e na posição

meridional é representado pelos maciços costeiros, destacando-se o da Pedra Branca e o da Tijuca.

Nesses domínios ocorrem rochas pré-cambrianas dos complexos Amparo e Paraíba do Sul, onde se

destacam rochas gnáissicas migmatizadas, gnaisses bandeados dominantemente tonalíticos, migmatitos

estromatolíticos, lentes de quartzito, rochas metabásicas e anfibolitos, intrudidos na forma de batólitos

individualizados pertencentes à suíte intrusiva Serra dos Órgãos, de Idade Proterozóica superior.

Das rochas alcalinas intrusivas com idades no intervalo Cretáceo Inferior-Terciário Inferior, que se acham

concentradas nas regiões centro-sul, sul e sudeste, destacam-se na área de estudo as de Tinguá,

Mendanha, Marapicuru e Canaã. Os maciços alcalinos Mendanha e Marapicuru possuem associações de

rochas leucocráticas, principalmente plutônicas e subordinadamente vulcânicas e hipoabissais,

representadas por sienitos nefelínicos, nefelina sienito com ou sem sodalita, sienitos saturados, brechas

vulcânicas e tufos.

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O corpo intrusivo do Complexo Tinguá possui as mesmas características do Mendanha e do Marapicuru,

sendo que nos diques ocorrem fonolitos, traquítos, tinguaítos e brechas magmáticas, com ocorrênciasmineralógicas como fluorita e bauxita Na rocha intrusiva Canaã ocorre associação de rochas

leucocráticas plutônicas e metassomáticas ou metamórficas, representados por litchfíelditos e sienitos

saturados e supersaturados.

Nas Planícies Litorâneas do Rio de Janeiro distribuem-se de forma esparsa sedimentos acumulados em

ambientes diversos, sendo que, na área de influência indireta, esses sedimentos são fluviais e marinhos,constituídos de cascalhos, areias e siltes inconsolidados, com estratificações cruzadas e gradativas,terminando com sedimentos pelíticos.

2.1.3) Fisiografia Regional

Ambientes diversificados e complexos, afetados por oscilações eustáticas e climáticas, têm contribuído

para a distribuição espacial da morfologia da área. Em função do relacionamento feições-processosatuais e sub-atuais é possível distinguir setores mais representativos, destacando-se as planícies fluviais,onde os vales dos rios apresentam fundo deposicional plano. O modelado das feições vem a ser o reflexo

da influência do comportamento espacial, associado a variações e a tipos de fluxo de energia e massas

atuantes, junto aos processos de solifluxão, gerando as ramas de colúvios e os desmoronamentos demassas, que se somam às características hidrológicas dos canais.

A região da Unidade Colinas caracteriza-se pela topografia deprimida, com reduzidos valores altimétricos.

A posição geográfica dessa unidade foi determinada através da atuação dos controles geológicos eclimato-eustáticos e dos processos sub-atuais, sendo que os modelados de dissecação compreendem

colinas côncavo-convexas. As colinas englobam fácies de dissecação de densidade de drenagem fina emédia, podendo atingir incisões de dezenas de metros, e apresentam cobertura coluvial no topo e linhas

de pedras angulosas e/ou sub-arredondadas separando o colúvio do material de alteração de gnaisses.As linhas de pedra e o colúvio ocorrentes são os indicadores do balanço alteração/denudação, queequivale à pedogênese/morfogênese. Os colúvios ocorrem com maior espessura nas concavidades das

bases das vertentes.

2.1.4) Hidrogeologia

Os fatores geológicos, geomorfológicos e climatológicos da região são os condicionantes básicos para a

formação das bacias hidrográficas e dos sistemas aqüíferos de águas subterrâneas, sendo que estes se

distinguem pelas características litológicas dos terrenos e por suas propriedades hidráulicas.

Na área ocorrem dois sistemas de aqüíferos. O primeiro corresponde ao cristalino, no qual as zonas

aqúíferas estão associadas às fraturas, aos lineamentos e à espessura do manto de intemperismo. O

segundo é representado pelo sedimentar, cuja permeabilidade se associa à porosidade granular.

O sistema aqüífero cristalino corresponde à zona de ocorrência das rochas ígneas e metamórficas do

embasamento cristalino do Pré-Cambriano. O aqüífero cristalino se desenvolve nas descontinuidadesgeológicas provocadas por fraturamento das rochas, constituindo zonas aqüíferas localizadas cujas

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extensões e profundidades resultam da intensidade dos esforços tectõnicos, não constituindo um

aquífero contínuo e homogêneo. Independentemente das feições estruturais, as rochas cristalinas são,

na região, cobertas por um espesso manto de intemperismo, que constitui um fator de grande influência

na recarga do aqüífero e, portanto, no escoamento básico da rede de drenagem superficial, que mantém

o regime perene dos rios.

O sistema aqüífero sedimentar corresponde aos depósitos sedimentares do quaternário, que estão

presentes na área sob a forma de depósitos aluvionares, constituídos predominantemente de cascalhos,

areias e siltes inconsolidados. Esses depósitos ocorrem próximo aos talvegues e ao longo do leito dos

rios, englobando as calhas maior e menor dos cursos d'água e constituindo as planícies de inundação.

Sua permeabilidade está associada à porosidade granular, o que resulta em níveis freáticos bastante

superficiais que constituem bons reservatórios de água.

2.1.5) Geologia Local

A área de implantação do empreendimento está situada na região de transição entre os domínios da

Unidade Planícies Litorâneas e o Maciço da Serra dos Órgãos, na qual se destaca o embasamento

cristalino correspondente à suíte intrusiva Serra dos Órgãos, com a ocorrência de rochas graníticas do

Pré-Cambriano Superior e, nos baixos topográficos, as áreas cobertas por depósitos aluvionares

recentes.

Observa-se um desnível topográfico, no qual as ações intempéricas propiciaram formação de rampas

bastante íngremes e vales com fundo achatado. Por estar localizada próximo aos sopés da Serra dos

órgãos, a região apresenta feições morfológicas caracterizadas por colinas aprofundadas e convexas.

Os desníveis favorecem o escoamento superficial de massas sólidas, que tendem a assorear as áreas

baixas.

2.1.6) Características Geológico-Geotécnicas da Área de Intervenção

Foram executadas 6 sondagens a percussão nas partes mais altas da área de estudo, as quais

mostraram, em geral, grandes espessuras, da ordem de 9 a 13 m, de solo resíduo-coluvial e solo

saprolítico, sobre saprolito de gnaisse.

Tais solos são, predominantemente, argilo a silto-arenosos, com ocorrências localizadas de fragmentos

rochosos e cascalho, possuindo boas a excelentes características tecnológicas para utilização em aterros

compactados. Não foi detectado o nível d'água em nenhuma das sondagens feitas nas encostas, assim

como nenhuma delas atingiu o topo rochoso. As sondagens foram interrompidas ao se atingir o

impenetrável à percussão.

Nas porções mais baixas do terreno foram executadas duas sondagens mistas e uma sondagem a

percussão. As sondagens mistas SM-01 e SM-02 mostraram o topo rochoso nas elevações 21,5 e 12,5m

respectivamente, possuindo espessa cobertura de solos e saprolito, da ordem de 13 a 14 m.

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Nos primeiros metros dessas sondagens o solo tende a ser mais arenoso, com ocorrência de cascalho dequartzo na sondagem SM-02. A sondagem SP-04 mostrou o nível d'água à aproximadamente 3 m deprofundidade, na elevação 29 m, e na sondagem SM-02 o nível d'água está bem próximo à superfície, a0,5 m de profundidade, na elevação 26 m, aproximadamente.

2.1.7) Hidrologia

Bacia do Rio Iquacu

A Bacia do Rio lguaçu, na qual está inserida a área de influência direta e indireta, drena uma área de 726km2 e abrange parte dos municípios do Rio de Janeiro, de Nova lguaçu, de Nilópolis, de São João deMeriti, de Belford Roxo e de Duque de Caxias Limita-se ao norte com a bacia do Rio Paraíba do Sul, aosul com a bacia dos Rios Inhomirim/Estrela e a oeste com a bacia do Rio Guandu e afluentes da Baía deSepetiba, estando localizada entre os paralelos 22030 e 22050' de latitude sul e os meridianos 43015' e43030' de longitude oeste de Greenwich. Suas nascentes estão na Serra do Tinguá, a uma altitude decerca de 100m, e seu curso se desenvolve no sentido sudoeste, com uma extensão total de 43 km,desaguando na Baía de Guanabara. Seus principais afluentes são os Rios Tinguá, Pati e Capivari, pelamargem esquerda, e das Botas e Sarapuí, pela direita

A Bacia do Rio lguaçu apresenta duas feições morfológicas distintas. A primeira corresponde a Serra doMar e a Baixada Fluminense. Os remanescentes da cobertura vegetal original da bacia ocorrempredominantemente ao norte e a nordeste, na região da Serra do Mar e em algumas áreas esparsas naSerra da Madureira. Na Serra do Tinguá localiza-se a Reserva Biológica do Tinguá, onde predominamata atlântica preservada.

Com relação à qualidade da água, o Rio lguaçu enquadra-se na Classe 2, que, de acordo com aresolução 20/86 do CONAMA, abrange corpos d'água potencialmente aproveitáveis para abastecimentodoméstico mediante tratamento convencional, bem como para proteção de comunidades aquáticas,recreação de contato primário, irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, e criação natural e/ou intensivade espécies destinadas à alimentação humana.

De acordo com a FEEMA (1984) o Rio lguaçu encontra-se altamente poluído, podendo ser comparado avalas de esgoto a céu aberto. Os resultados obtidos pela FEEMA em um ponto de monitoramento do rioaté 1984 indicam violação dos padrões recomendados nos seguintes parâmetros: OD, nitrogênioamoniacal e fósforo total (100% de violação), coliformes fecais (91%), nitrogênio orgânico (36%), níquel(27%) e DBO e chumbo (18%).

Bacia do Canal do Paiol

O Canal do Paiol, afluente da margem direita do Rio lguaçu, limita-se ao norte com as nascentes do Riolguaçu e ao sul com a bacia do Rio das Velhas. Sua bacia de drenagem abrange 11 km2 e apresentaforma alongada. O rio tem cerca de 10 km de extensão e largura média de 1,1 km. Suas característicasfisiográficas mais importantes são o coeficiente de compacidade, cujo valor é de 1,86, o fator de forma,cujo valor é de 0,11, e o coeficiente de forma, cujo valor é de 2,68.

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Avaliando-se a bacia sob parâmetros geométricos, pode-se concluir que a área é pouco sujeita a

enchentes.

Estudo de vazões

Dentre os trabalhos desenvolvidos para a região destacam-se os da Seria, por sua consistência,

metodologia e atualidade. Com base nos resultados obtidos por esse órgão, são apresentados na Tabela

2.1.7 as descargas máximas prováveis para os cursos d'água de interesse.

DISCRIMINAÇÃO UN RIO IGUAÇU CANAL DO PAIOL

Seção de Estudo - Foz Foz

Área de Drenagem Km2 726 11

Descarga Máxima

Tr=50 anos m3/s 1.860 (*)

Descarga Máximam3/s 2.148 (*) 32(*)

Tr=100 anos

(*) Valores obtidos por correlação com a Bacia do Rio Sarapuí

Tabela 2.1.7: Descargas máximas prováveis das Bacias do Rio lguaçu e do Canal do Paiol - Fonte:

Projeto de Macro e Mesodrenagem das Bacias dos Rios Sarapuí e Pavuna-Meriti. (Seria, 1992).

2.2) Aspectos Biológicos

2.2.1) Vegetação

Metodologia

A caracterização da vegetação consistiu de duas atividades, o levantamento fitossociológico e um

reconhecimento prévio da área. Este último visou averiguar a existência de diferenças na composição

florestal e entre as vertentes e altitudes. A fitossociologia foi efetuada em duas áreas de 0,25 ha,

totalizando 0,5 ha, sendo representativa levando-se em consideração a área total de mata

(aproximadamente 20 ha). Foram amostrados dois pontos:

* Na encosta norte, perto de uma das nascentes;

* Próxima do divisor entre as vertentes norte e oeste.

* Composição e Abundância do Extrato Arbóreo

A amostragem na área de estudo resultou em uma riqueza (r) total de 27 espécies arbóreas,

pertencentes à 14 famílias (Tabela 2.2.1.1), com um total de 308 indivíduos 1 0,5 ha. Apenas seis

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espécies não conseguiram ser identificadas em relação à seu nome científico. Isso se deve ao fato domaterial não estar fértil (com flores e frutos) na ocasião do estudo., Dessas seis espécies nãoidentificadas, apenas três não eram conhecidas através do nome vulgar, e em apenas dois casos não foipossível a determinação de família.

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Família Nome Científico Nome Vulgar

Compositae Morfo Espécie 01 Morfo Espécie 01

Solanaceae Solanum pseudo-squina A St. Híl Joa de Árvore

Leg - Caesalpinoideae Copaifera spp Copaíba

Compositae Gochnatia pohmorpha (Less.) Carb Cambará

Meliaceae Trich,ll,a spp Catbguá

Leg - Caesalpinoideae Apuleia leiocarpa (Vog ) Macbr Garapa

Apocinaceae Plumeria lancifolia M. Org Agoniada

Morfo Espécie 02 Morfo Espécie 02 Morfo Espécie 02

Myrtaceae Myrcia spp. Goiabinha

Sapindaceae Cupania spp Camboatá

Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell ) Scum. Cinco Chagas

Morfo Espécie 03 Morfo Espécie 03 Morfo Espécie 03

Bignoníaceae Tabebuia spp. lpê Boia

Monimiaceae Siparuna spp. Nega Mina

Palmae Attaleia humilis Pindoba

Bígnoniaceae Jacaranda micrantha Cham Caroba

Bignoniaceae Tabebuia umbellata (Sond.) Sand. Ipê Amarelo do Brejo

Lauraceae Endlicheria panmculata (Spreng ) Macbr. Canela do Brejo

Cecropíaceae Cecropia pachistaquya Trec. Embaúba

Cecropiaceae Cecropia hololeuca Míq. Embaúba Branca

Melastomateceae Miconia cinnamomifolia (DC ) Naud Jacatirão

Tíliaceae Luehea grandiflora Mart. Et Zucc. Açoita Cavalo

Palmae Astrocaryum aculeatissimum Brejaúba

Solanaceae Solanum spp.

Solanaceae Morfo Espécie 04 Morfo Espécie 04

Apocinaceae Morfo Esp 05 Guarana

Sapindaceae Morfo Espécie 06 Camboatá Folha Miúda

Tabela 2.2.1: Listagem de espécies lenhosas arbóreas encontradas nas parcelas.

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A distribuição entre as famílias é regular, mas levando-se em consideração o número de indivíduos(abundância), Compositae e Myrtaceae são as famílias que predominam. Esse resultado pode serconsiderado o primeiro indício de área degradada, pois principalmente as compostas, são plantas quecostumam predominar em estágios iniciais de regeneração.

A abundância das espécies arbóreas na área estudada está ilustrada no gráfico 5.1. A espécie maisabundante foi a composta Gochnatia polymorpha (Less,) Carb conhecida como Cambará, com 82indivíduos em 0,5 hectare, seguido pela Myrtaceae Myrcya spp. (Goiabinha), com 72 Ind. 1 0,5 ha. Outrasespécies relevantes em termos de abundância foram a Siparuna spp., conhecida como Nega-mina (18ind. 1 0,5 ha.), o Jacatirão - Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (18 ind. 1 0,5 ha.) e a palmeira, Attaleíahumilis conhecida como Pindoba (16 ind. 1 0,5 ha.) A ocorrência abundante de espécies consideradaspioneiras, como o Cambará e a Goiabinha são características de áreas com intensa incidência luminosaproporcionada por clareiras e locais com intensa interferência (Lorenzi, 1992).

Das espécies citadas como originalmente características de Florestas de Planície, encontramos na áreade estudo, duas palmeiras, a Brejaúba e a Pindoba e a Garapa (Apuleía leiocarpal (Vog.) Macbr.), comexceção da Pindoba, todas com abundância muito baixa. A ocorrência das Cecrópias (Cecropiahololeuca Miq. e Cecropia pachistaquya Trec.), mesmo que em baixa densidade, é uma indicação queesta região não é primária e que se encontra em estado de regeneração (Crawley, 1997).

*. Diversidade do Extrato Arbóreo

Antes de iniciar as análises dos índices de diversidade, devemos ressaltar que a área destinada a Centralde Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos tem duas vertentes distintas. A primeira engloba asencostas norte e oeste, e a segunda a encosta sul.

Na vertente sul, a encosta está extremamente degradada, e em Estágio Inicial de regeneração, sendo osolo dominado por gramíneas e capoeira. A espécie arbórea dominante é a composta chamada deCambará (Gochnatia polymorpha), A ocorrência de indívíduos de Myrcia spp. (Goiabinha, Fam.Myrtaceae) também é freqúente. Esse padrão de ocorrência no extrato arbóreo é encontradoindependentemente da encosta e do seu estágio de regeneração. As diferenças ficam por conta do DAPmuito menor na encosta sul, do dossel, que não é denso, com altura média de 3 m, com o máximochegando a aproximadamente 6 m e da composição da flora, que é bem menos rica em termos deárvores. Essa caracterização indica um impacto antrópico na encosta sul muito mais intenso e recente doque nas outras vertentes da área estudada

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Devido a essas características não se fez necessário um estudo de composição, diversidade e cubagemda encosta sul. Esse estudo foi desenvolvido nas outras encostas, onde poderá refletir com maiseficiência o grau de impacto causado pelo empreendimento.

As encostas norte e oeste encontram-se em uma transição entre os estágios inicial e médio deregeneração, mais conservadas apresentando um dossel fechado, mais alto, com médias em torno de5,5 m A integridade maior destas encostas é corroborada pela presença do horizonte "O" do solobastante desenvolvido. O horizonte "O" corresponde a camada de matéria orgânica decomposta ou emdecomposição que recobre a primeira camada de solo, denominada horizonte "A"

Não existe uma convenção na literatura sobre qual o índice de diversidade mais apropriado para autilização em estudos de ecossistemas vegetais. O recomendado é que se calculem vários índices e apartir deles se faça uma análise levando-se em consideração o que especificamente cada um poderesponder (Crawlwy, 1997; Bower, Zar & vonEnde, 1998). Os índices mais utilizados para estudos deestrutura de comunidades vegetais são os abordados neste estudo. A escolha desses índices também sefaz importante para a comparação com o banco de dados da literatura especializada.

Para a obtenção dos índices de diversidade nas encostas norte e oeste, vale lembrar que o DAP utilizadofoi maior que 5,0 cm. Com isso tivemos uma mudança no quadro de espécies (Tabela 2.2.1.2). A riqueza(r) de espécies amostradas foi 22 contra 27 anteriormente.

O número de indivíduos caiu de 308 para 231, com as abundâncias também diminuindo bastante, comexceção de Myrcia spp., que teve uma pequena queda (72 ind. 1 0,5 ha. para 50 ind. 1 0,5 ha.) e G.polymorpha que permaneceu praticamente com os mesmos valores (82 ind. 1 0,5 ha. para 80 ind. / 0,5ha.). A redução de aproximadamente 20% no número de espécies é um indício de que está havendo umprocesso de recrutamento na região, onde espécies novas estão se estabelecendo com o passar dotempo (Crawley, 1997), e que provavelmente, é decorrente da proximidade do local com a ReservaBiológica do Tinguá.

A tabela 2.2.1.2 ainda demonstra que duas espécies, no caso, G. polymorpha e Myrcia spp. sãoresponsáveis por 0,346 e 0,216 respectivamente, da abundância relativa da área estudada, totalizandoum pouco mais de 50%. Para se ter uma medida mais real da dominância dessas espécies, foi calculadoo índice de Dominância de Simpson (/) (Tabela 2.1.2.3), que é representado em uma escala de O a 1,Quanto maior o valor, maior a dominância, ou seja mais desigual é a frequência de distribuição dasespécies (Bower, Zar & vonEnde, 1998). Para a área estudada encontramos:

/s = 0,21

Por mais que os resultados de abundância nos sugiram que existe uma dominância forte deduas espécies, o valor encontrado para Dominância de Simpson é comumente encontrado para

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populações vegetais em ambientes temperados (Crawley, 1997). Mas certamente é um valor alto

quando falamos em florestas tropicais, onde a diversidade de espécies é muito maior e sua

distribuição mais heterogênea (Rizzini, 1997; Crawley, 1997; Garay & Dias, 2001).

Espécies A (ind.l0,5 ha) Ar

S. pseudo-squina 2 0,0087

Copaifera spp. 6 0,0260

G. polymorpha 80 0,3463

Tnchillia spp. 2 0,0087

A. leiocarpa 8 0,0346

P. lancifolia x3 3 0,0130

Morfo Esp. 08 6 0,0260

Myrcia spp. 50 0,2165

Cupanea spp. 4 0,0173

S. leucanthum 4 0,0173

Morfo Esp.12 6 0,0260

Tabebuia spp. 4 0,0173

Siparuna spp. 4 0,0173

J. micrantha 6 0,0260

T. umbellata 2 0,0087

C. pachystachya 4 0,0173

C. hololeucax5 5 0,0216

M. cinnamomifolia 8 0,0346

L. grandiflora 2 0,0087

A. aculeatissimum 3 0,0130

A.humilis 16 0,0693

Sapindaceae. 27 60,0260

Total 231

Tabela 2.2.1.1 Lista de espécies com DAP > 5,0 cm, com suas respectivas abundâncias e abundância

relativa (Ar), na área de estudo.

Inversamente proporcional à Dominância (is), temos a Diversidade se Simpson (Ds), que também

em um valor entre O e 1, expressa a variedade da distribuição das espécies na área amostrada, levando

em consideração a densidade, ou seja, a abundância (Bower, Zar & vonEnde, 1998). Para a região

estudada o valor da Diversidade de Simpson foi:

Ds = 0,79

O resultado de Ds pode parecer alto, o que indicaria uma área com boa diversidade de flora, mas

como foi ressaltado acima, na definição do índice,' esse resultado leva em consideração a abundância

das espécies, portanto, ele deve ser analisado em conjunto com outros índices de diversidade e

equitabilidade.

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Dominância Simpson (Is) = 0,21

Diversidade Simpson (Ds) = 0,79

Diversidade Shannon (H) = 1,028

Equitabilidade (ED) = 0,824

Tabela 2.2.1.2: Valores de Dominância e Diversidade de Simpson, Diversidade de Shannon e

Equitabilidade para a área estudada.

O valor encontrado para a Equitabilidade (ED) significa a razão entre a diversidade encontrada pela

diversidade máxima possível com o número de espécies da área estudada. Logo, também é dependente

da riqueza e da abundância. Tanto a equítabilidade como as riquezas são componentes da diversidade,

daí a importância da determinação de âmbos (Bower, Zar & vonEnde, 1998).

Quando analisamos o valor obtido de Equitabilidade (ED = 0,824), com os valores de Dominância (Is =

0,21) e Diversidade de Simpson (Ds = 0,79), juntamente com a composição de espécies encontrada e a

riqueza (r), podemos fazer uma inferência sobre o estado presente do fragmento florestal estudado.

O local do estudo é uma área que apresentou impactos antrópicos intensos, que ocasionaram seu

desmatamento, seja para a implementação de lavouras ou para extração de madeira. Isso pode ser

notado através da composição das espécies, com espécies pioneiras apresentando maior porte, valores

altos de abundância para poucas espécies (duas pioneiras) e Dominância alta para os padrões de

florestas tropicais.

Estes impactos foram cessados a algum tempo, provavelmente a partir do momento que a área foi

incorporada e cercada pela Prefeitura para a formação do Central de Tratamento e Disposição de

Resíduos Sólidos que hoje se pretende instalar no local. Os fragmentos florestais das vertentes norte e

oeste apresentam um dossel bem mais alto e árvores de maior calibre em relação a encosta sul.

O Fragmento florestal encontra-se em estágio contínuo de regeneração, ajudado pela proximidade com a

Reserva Biológica do Tinguá. A diferença entre os valores de riqueza sob diferentes DAPs, onde

espécies diferentes apareceram mudando a composição da vegetação

quando se diminuiu o diâmetro das árvores amostradas, são um indicio claro de regeneração. O índice

de Diversidade de Simpson (Ds), tem valores relativamente altos levando-se em consideração a

Dominância (Is), e a Equitabilidade (ED) alta, que demonstra que espécies tem distribuição equivalente

entre os grupos, ou seja, duas espécies , no caso, pioneiras (G polymorpha e Myrcia spp.) tem

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abundância relativa (Ar) alta, enquanto o resto das espécies, por mais que sejam numerosas, tem Arbaixa.

O estado de regeneração do fragmento florestal estudado pode ser considerado acelerado devido a seusarredores estarem completamente devastados, no mesmo estado que se encontra a encosta sul da áreaestudada Outra constatação é o fato de todas as encostas voltadas para o sul e leste estarem em estadopior de conservação do que as voltadas para o norte e para o oeste. A explicação baseada em

informações locais determina que o término da exploração das áreas mais preservadas foi somente o

extrativismo de madeira, enquanto que nas partes mais devastadas houve exploração agrícola intensa.

Para uma inferência científica sobre essas causas, será necessário um estudo de maiores proporções em

toda a área.

Para corroborar com a análise do fragmento florestal em questão, foi calculado o índice de Shannon (H')e comparado seu valor à estudos prévios realizados em áreas de Floresta Amazônica e de FlorestaAtlântica (Tabela 5.5). O índice de Shannon é, diferentemente dos índices de Simpson, baseado nariqueza de espécies, sem dar muito peso para suas abundâncias (Bower, Zar & vonEnde, 1998).

2.2.2) Fauna

A VES

Metodologia

Para se obter as coordenadas geográficas da área utilizou-se um GPS (Garmin 12).A observação das aves foi feita a olho nu e com auxílio de um binóculo (Praktika 8X25).

Para auxiliar na identificação foram utilizados "livros de campo". (Dunning ) e (Sick 1997)Para o registro dos dados obtidos, bem como de algumas vocalizações utilizou-se um microgravador(Olympus S 700).

A ordem sistemática da lista das espécies está de acordo com Sick (1997).

Resultados e Discussão

A América do sul é o continente das aves possuindo aproximadamente um terço das 9700 espéciesexistentes em todo planeta. O Brasil possui 1677 espécies o que significa 54,1% das espécies do

continente. O estado do Rio de janeiro, devido à diversidade das suas paisagens (mar, planícies e

montanhas) e a florestas ainda em estado razoável de conservação, tem mais de um quarto das espécies

que ocorrem no Brasil

Considerando que as aves são dependentes do meio ambiente, nos deparamos com duas categorias

maiores de vegetação, classes de formações fitofisionômicas que o povo chama simplesmente de mata e

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campo. A avifauna terrestre pode ser classificada basicamente da mesma maneira: pertencendo à mataou ao campo (Sick 1997). Também devemos levar em conta que certas espécies permanecem no local oano inteiro (cambaxirra, bemtevi, sanhaço, cebinho) enquanto outras apenas durante um período. Noinverno, muitas emigram enquanto outras chegam.

O referido levantamento preliminar foi feito com base nas observações realizadas durante três visitas aolocal (dias 7, 8 e 14 /5/2001). Nas duas primeiras visitas o clima estava seco e havia sol, enquanto naúltima visita o tempo estava nublado com chuvas esparsas. A maioria das 48 espécies de avesidentificadas foi observada durante a última visita. Durante a última visita, foram registrados dois bandosmistos (quando aves de diferentes espécies visando maior segurança se deslocam juntas paraatravessar a mata). Além disso, o fato desse dia ter sido chuvoso, provavelmente contribuiu para umamaior exposição e atividade das aves durante o período diurno. Nas duas primeiras visitas houveperíodos relativamente longos, tanto na parte da manhã quanto da tarde, em que praticamente, nenhumregistro foi feito. Tanto nas matinhas quanto nas capoeiras não houveram registros visuais ou auditivos.Aparentemente, boa parte das espécies registradas não reside na área, mas a utiliza seja para obteralimento ou como passagem. O piprídeo Manacus manacus (rendeira)pode ser considerado comoresidente: foram vistos, em diferentes dias, machos em cerimônias pré-nupciais e registradas trêsfêmeas se alimentando dos frutos de Miconia sp. O mesmo se observa com relação aos territorialistasConopophaga lineata (chupa-dente) que por duas vezes foi registrado no mesmo local e com Thryothorussp.(garrinchão) que foi registrado cantando em, dueto. As outras espécies que poderiam serconsideradas residentes são comuns nos quintais e jardins de todo estado do Rio de Janeiro: acambaxírra (Troglodytes aedon), o João-de-barro (Furnarius rufus) ,o bemtevi (Pitangus sulphuratus), osuiríri (Tyrannus melancholicus), o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), os beija-flores(Eupetomenamacroura, Thalurania glaucopis e Amazilia fimbriata), o pardal(Passer domesticus), a rolinha-caldo-de-feijão (Columbina talpacoti ), o cebinho(Coereba flaveola),o tico-tico (Zonotrichia capensis) e o sanhaço(Thraupis sayaca) são exemplos. Aves, igualmente comuns, porém típicas de ambientes mais abertosonde predomina vegetação de capoeira, foram o anu-preto (Crotophaga an), o anu-branco (Guira guira),o tiziu (Volatinia jacarina), os coleiros (Sporophíla caerulescens e S. nigncolis) e o saci (Tapera naevia). Oprimeiro bando misto que foi observado era composto por Tachyphonus coronatus, Vireo olivaceus,Thraupis sayaca, Sittasomus griseicapillus, Picumnus cirratus e Helenia sp. ; enquanto no segundo foramidentificados Tachyphonus coronatus, Thraupis sayaca, Megarynchus pitangua, Atila rufus, Dacniscayana, Cyanerpes cyaneus e Todirostrum sp.(provavelmente T. plumbeiceps).

MAMÍFEROS

Metodologia

Para este levantamento mastozoológico foram realizadas capturas com armadilhas para pequenosmamíferos terrestres (marsupiais e roedores) e busca de evidências indiretas da presença de mamíferos

(rastros, fezes e outros).

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Foram utilizadas 95 armadilhas (80 do modelo Sherman (S) e 15 do modelo Tomahawk (T) iscadas comuma mistura de banana, sardinha, pasta de amendoim e farinha de milho. Todas as armadilhas foramvistoriadas e re-iscadas diariamente.

A intenção inicial era posicionar as armadilhas em locais onde a chance de captura fosse aparentementemaior como, por exemplo, locais com sinais de passagem recente de animais ou próximo a buracos outroncos que parecessem estar sendo usados como abrigo. Tais locais, no entanto, praticamente nãoforam encontrados nas áreas percorridas, de modo que as armadilhas foram, em geral, simplesmentearmadas ao longo de trilhas (transects) A maioria das armadilhas foi armada no solo, mas algumas foramcolocadas em árvores a fim de permitir a amostragem de animais de hábitos arborícolas.

Resultados e Discussão

Foi atingido um total de 335 armadilhas/noite e capturados quatro animais o que resulta numa taxa decaptura de 1,2 %. Apenas duas espécies foram coletadas, ambas marsupiais, o gambá (Didelphis aurita)e a catita (Micoureus demerarae). A tabela 2.2.2.2 a seguir sumariza os resultados da coleta. Além dosanimais capturados registrou-se a evidência, através de pegadas, de mais uma espécie, o mão pelada(Procyon cancrivorus). Segundo evidências informadas por trabalhadores locais, no local podem serregistradas ainda mais 05 (cinco) espécies, o furão (Galictis sp. ), o sagui (Callitrhrix ), o caxinguelê(Sciurus sp..), o ouriço (Coendou villosus ) e o tatú (Euphractus sexcinctus). Além destas não foiobservado nenhum outro indício da presença de mamíferos na área.

Os exemplares capturados foram soltos no próprio local.

Informações sobre as espécies coletadas

* Gambá (Didelphis aurita)

O gambá é um dos maiores marsupiais sul-americanos, podendo atingir 90 cm (incluindo acauda) e pesar mais de 1,5 kg. É um animal noturno, solitário e terrestre, ainda que eventualmentetambém explore o extrato arbóreo. Alimenta-se de pequenos animais (insetos, anelídeos, pequenosvertebrados), frutas e às vezes néctar, e se abriga em buracos de árvores, do solo ou em moitas. Éencontrado em regiões de Mata Atlântica, do Sul ao Nordeste do Brasil, ocorrendo ainda em áreas maisdegradadas e próximas às habitações humana, sendo um animal bastante comum.

* Catita (Micoureus demerarae)

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A catita é um animal de menor porte, com cerca de 45 cm (incluindo a cauda) e pesando 150g. Éum animal noturno, solitário e de hábitos arborícolas, ocupando o extrato médio e superior da mata.Alimenta-se de pequenos animais (insetos e pequenos vertebrados), frutas e néctar, e constrói ninhos defolhas mortas no alto de árvores. Pode ser encontrado em matas primárias, secundárias e até mesmo emplantações, apresentando uma ampla distribuição na América do Sul

Avaliação dos Resultados

A área amostrada apresentou baixa abundância e diversidade de mamíferos terrestres. A taxa de capturade 1,2 % é bastante baixa se comparada com uma taxa de captura média esperada entre 5 e 10%. Alémdisso, apenas duas espécies de pequenos mamíferos foram coletadas, quando a diversidade destes naregião de Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro atinge 13 espécies de marsupiais e 18 espécies deroedores de pequeno porte (Tribe, 1987) que, caso presentes na área, poderiam ter sido capturados coma metodologia utilizada. A estes dados quantitativos soma-se o fato de que através da inspeção visual aárea pode-se verificar que se trata de um local bastante pobre, não tendo sido observados indíciosindireto da presença de mamíferos, salvos os já citados.

Deste modo, a baixa diversidade encontrada parece realmente indicar que a mastofauna da região nãose recompôs após um longo período de grande impacto antrópico. Seria esperado que a proximidade daárea estudada com a Reserva Biológica de Tinguá tivesse permitido a re-colonização do local por ummaior número de espécies de mamíferos terrestres Porém, o fato do entorno da área estudadaapresentar-se bastante degradado deve ter dificultado a dispersão destes animais para a mesma.

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2.3) Aspectos Sócio-Culturais:

O Município de Iguassú foi criado a 15 de janeiro de 1833 com sua sede instalada às margens do rio que

lhe deu o nome. Ao progresso, deve ser creditado à abertura da Estrada Real do Comércio, primeira via

aberta no Brasil para o escoamento do café do interior do país. Em 1891, passa a ser chamada de

lguassú Velha. Neste ano, a sede do município foi transferida para o arraial de Maxambomba. Em 1916,

Maxambomba passa a ser chamada de Nova lguaçu.

A proximidade com a Cidade do Rio de Janeiro exonerou do Município de Nova lguaçu a tradição rural,

embora incipientes bolsões ainda insistam nela. Terrenos férteis, resultantes de longas erosões, foram

ocupados por indústrias, conjuntos habitacionais, e outros tantos segmentos ocupacionais.

Mas, a vocação maior do território iguaçuano, em todos os tempos, foi a tradição dos caminhos: do ouro

(caminho Novo das Minas e suas variedades), da caça aos quilombolas (estrada da polícia), do café

(Estrada Real do Comércio e Estrada de Ferro Central do Brasil - ex Pedro II), Caminho das Águas

(Adutora do Tinguá e do Guandu), da energia elétrica (Antiga Vera Cruz e Light), Rodoviários (Rio-

Petrópolis, Rio-São Paulo - atual rodovia Presidente Dutra, etc.). Caminhos proporcionam pontos de

parada e, assim, quase paralelamente, consolidou-se a vocação mercantilista da cidade.

O território de Nova lguaçu possui uma população de 826.188 habitantes de acordo com o CENSO de

1996, distribuídos em uma área de 566,6 km2, sendo que 198 km2, ou seja, 35% da cidade é coberta de

floresta do tipo Mata Atlântica, formando, assim, duas importantes áreas de preservação ecológica: A

Reserva Biológica de Tinguá, reconhecida pela UNESCO como patrimônio da humanidade e a área de

proteção ambiental da Serra de Madureira, considerada pela UNESCO como Reserva de Biosfera.

O Turismo Ecológico é hoje não só uma realidade como um incentivo ao desenvolvimento do município.

Com a mais recente conquista do município de Nova lguaçu, o Parque Municipal, em Mesquita - que

ocupa uma área de 11 milhões de metros quadrados -, o turismo terá um impulso maior e promete mais

um grande atrativo para a cidade.

Os principais acessos ao município de Nova Iguaçu são pelas rodovias:

* Rodovia Presidente Dutra;

* BR-465 - Antiga Rodovia Rio-São Paulo;

* RJ-105 - Estrada de Madureira;

* RJ-1 11 - Estrada Federal;

* RJ-1 13 - Estrada de Adrianópolis.

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3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Apresentaremos uma breve descrição das principais leis relativa as atividades de licenciamento e

implantação/operação do empreendimento.

Quanto aos resíduos de serviços de saúde, a legislação federal relevante é:

Resolucão CONAMA n° 006 de 19.09.91 - Dispõe sobre a incineração ou qualquer outro tratamento de

queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos

Resolução CONAMA n.° 005, de 05 de agosto de 1993 - Define normas para tratamento de resíduos

sólidos oriundos dos serviços de saúde, portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais

exigências aos terminais ferroviários e rodoviários.

Contudo, para que se possa levar em frente o projeto de gerenciamento dos Resíduos de Serviços de

Saúde, um projeto de legislação municipal foi apresentado pela SA Paulista à Prefeitura de Nova Iguaçu.

Essa nova legislação fará a regulamentação da segregação, com obrigatoriedade de apresentação de

um Plano de Gerenciamento Interno de Resíduos, contemplando os locais de geração, fluxo dos resíduos

dentro do hospital, armazenamento interno, transporte interno, armazenamento externo (abrigo de

resíduos) e transporte externo.

Considerando tratar-se de um empreendimento de geração de energia de baixo impacto, este se

enquadra nos dispositivos da Resolução CONAMA no 279/01 que trata dos procedimentos e prazos para

o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto

ambiental. Esta Resolução define, como instrumento de avaliação o Relatório Ambiental Simplificado -

RAS.

Mesmo considerando tratar-se de uma Resolução CONAMA, cabe ao Estado a realização do

licenciamento ambiental da atividade. No caso do Estado do Rio de Janeiro, O Sistema de

Licenciamento de Atividades Poluidoras - SLAP foi instituído pelo Decreto Estadual no. 1.633, de 21 de

dezembro de 1977, em consonância com o Decreto-lei n°. 134, de 16 de junho de 1975.

Em função da localização do empreendimento, tanto a área do Líxão de Marambaia como a área de

Adrianópolis e principalmente esta, encontram-se dentro da área circundante de 10 km de Unidade de

Conservação, devendo, neste caso, considerar o disposto na Resolução CONAMA n° 013/90.

Quanto a geração de efluentes líquidos gerados pela atividade de disposição final de resíduos, estes

deverão ser monitorados com base na Resolução CONAMA no 020/86, pois nesta Resolução são

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definidos Classifica as águas doces, salobras e salinas bem como os parâmetros e as concentrações

toleráveis para cada tipo de águas nela classificada.

A nível Municipal, cabe a consulta relativo a localização do empreendimento, devendo-se seguir os

dispositivos do seu Plano Diretor, através da Lei Complementar no 006 de 12 de dezembro de 1997 e da

Lei n° 2.882 de 30 de dezembro de 1997 que define o Uso e Ocupação do Solo da Cidade de Nova

lguaçu,

Com relação aos padrões ambientais a serem alcançados, foi elaborado um plano de monitoramentoonde os parâmetros se encontram detalhados no capítulo 8 deste relatório.

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O empreendimento se encontra licenciado nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Aprovações

emitidas pelos órgãos competentes à Central de Tratamento e Destinação de Resíduos Sólidos de Novalguaçu:

Nível Órgão Tipo Data Descrição BásicaFederal IBAMA Parecer 09/11/2001 "O projeto em tela á de

grande importância para osmunicípios da bacia..."

Estadual Ministério Parecer 11/10/2001 "representa um avançoPúblico -MP significativo no que diz

respeito à concepçãotecnológica... O atual projetoresponde satisfatonamenteaos criténos básicos deengenharia e à normasoperacionais... ."

Estadual CECA Deliberação 26/11/2001 Outorga da licença deinstalação

Estadual FEEMA Licença de 30/11/2001 Emissão da L.lInstalação - L.l.

Estadual FEEMA Licença de 06/02/2003 Emissão da L.O.Operação - L.O.

Municipal Prefeitura de Licença de 05/09/2002Nova lguaçu Obras e

Movimentaçãode terras

As aprovações emitidas acima incluem o Aterro Sanitário, Unidade de Tratamento de Resíduos de

Serviços de Saúde e Unidade de Tratamento de Chorume.

4 POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

4.1) Impactos Ambientais

Identificou-se 14 impactos ambientais que poderão ocorrer durante a fase de operação, sendo 2 (dois)

para o meio físico, 3 (três) para o meio biótico e 9 (nove) para o meio sócio-econômico. Do total, 7 (sete)

são positivos e 7 (sete) negativos, onde destes últimos, 6 (seis) são de pequena importância, gerando

baixos Valores de Relevância Global.Em geral os impactos negativos apresentaram intensidade e

importância, pequena e média levando a pequenos índices no VRG.

O número de impactos negativo e positivo foi equilibrado, mas pode-se verificar que os positivos,

apresentaram-se em geral com maiores índices nos Valores de Relevância Global, o que demonstra o

peso positivo e a significância destes impactos no contexto do empreendimento, ratificando a

necessidade de sua implantação.

A apresentação dos impactos enumerados acima são descritos a seguir:

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4.1.1) Perda de vegetação

Nas áreas que formam o vale aonde será implantado o empreendimento haverá necessidade de

supressão da vegetação de forma definitiva. Nestes trechos haverá perda de parcela da vegetação

ocorrente até a cota 65 m, que se caracteriza por formações secundárias.

O volume de perda de vegetação estimado, em levantamentos realizados nas parcelas de maior

densidade é apresentado no quadro abaixo:

O volume de madeira estimado para a área de estudo é de:

V=9,4m3 /ha

Sendo em sua grande maioria árvores com menos de 60 cm de circunferência, com apenas um indivíduo

ultrapassando 1 m de CAP (Circunferência a altura do peito).

Considerando que a área total de vegetação a ser removida é de aproximadamente 9 ha, o volume total

de biomassa a ser removido é de 84,6 m3 ao longo dos 5,1 anos de funcionamento do empreendimento.

No entanto o projeto prevê a ocupação da área por etapas. A evolução de ocupação da área se

desenvolverá conforme apresentado no cronograma abaixo:

1° ano 2,7 25,38

2°ano; 1,71 .16,07-

30 ano 1,53 14,38

40 ano 1,53 14,38r5,ano 15 14,38. - --

Em função do exposto verifica-se que o volume total a ser suprimido ocorrerá ao longo de 5 anos,

minimizando o impacto ambiental. Trata-se de um impacto negativo, direto, local e permanente. É

classificado também como irreversível de ocorrência de rriédio/longo prazo. Em função dos atributos

avaliados torna-se um impacto de média magnitude e com baixo Valor de Relevância Global

4.1.2) Evasão da fauna

Este impacto está associado ao anterior, já que ele ocorrerá, de forma simultânea ao processo de

supressão da vegetação. As espécies que ocorrem na área irão deslocar-se para as áreas com

remanescentes de vegetação, existentes no entorno. Esse deslocamento se dará somente durante as

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atividade de limpeza da área Nos levantamentos realizados obteve-se como resultado a indicação deque a área encontra-se com a fauna pobre. No entanto trata-se de um impacto negativo, direto, local,temporário e reversível já que só ocorrerá durante o processo de supressão de vegetação. É um impactode ocorrência de médio prazo, já que, como apresentado no quadro acima, ocorrerá ao longo de cincoanos. Em função dos atributos avaliados classifica-se o impacto como de pequena magnitude,intensidade e importãncia, já que não foram registradas espécies de valor ecológico (raras, endêmicas ouameaçadas de extinção) nem indícios da presença de grande diversidade, gerando um baixo Valor deRelevância Global.

4.1.3) Perda de habitat

Com a ocorrência do impacto "perda de vegetação", elimina-se ambientes que serviam antes como

habitat para as espécies fauna ocorrentes. Esses ambientes, podem ser substituídos por outros

semelhantes que possam ocorrer no entorno. Como não se registrou uma riqueza na composição da

fauna nem mesmo uma composição diversificada de vegetação, classificou-se o impacto como negativo

mas de pequena intensidade e importância. O impacto foi classificado ainda como direto, local,

permanente, de ocorrência de médio prazo e de média magnitude Registrou-se, pelos mesmos motivos

dos impactos anteriores, como de baixo Valor de Relevância Global.

4.1.4) Redução da vazão

Para a implantação deste empreendimento haverá necessidade, como descrito, de se realizar a

supressão da vegetação e impermeabilização do terreno, reduzindo a área de recarga do aquífeiro e

consequentemente influenciando no volume da vazão.

Com ocupação da área para implantação da manta de impermeabilização e posterior deposição dos

resíduos, perde-se parte da área de captação e acumulação das águas que formam as nascentes. Esta

atividade tenderá a reduzir a vazão destas nascentes. Como trata-se de nascentes de pequeno porte,

com produção reduzida e não utilizada para uso a jusante, este impacto foi classificado como negativo

direto, local, permanente e irreversível. Sua ocorrência se dará ao longo da evolução do aterro, ou seja,

de médio prazo e de pequena magnitude,' mas considerado de média intensidade e pequena

importância, pelos motivos expostos, obtendo-se um pequeno Valor de Relevância Global.

4.1.5) Redução da contaminação do solo, do lençol freático e de águas superficiais em Marambaia

Com o início da operação da Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos de Adrianópolis,haverá a paralisação imediata da disposição inadequada destes resíduos na área do lixão deMarambaia, iniciando-se assim a eliminação das fontes de contaminação do solo, do lençol freático e daságuas superficiais. Este impacto apresentará uma redução que se processará ao longo do período,

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sendo fortalecido pela recuperaçãó (cobertura com solo, retaludamrento e recirculação do chorume) que

está sendo realizada pela concessionária contratada

Este impacto foi classificado como positivo, indireto local, permanente e irreversível. É de ocorrência

imediata, sendo classificado como de média magnitude e intensidade e de grande importância, pois a

área de Marambaia localiza-se as margens do rio lguaçu

4.1.6) Aumento da oferta de emprego

Com o início da implantação da Central de Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos de NovaIguaçu, serão gerados diversos empregos nas fases de implantação (obras de impermeabilização,

drenos, obras de infra-estrutura) e na fase de operação (tratorista, administrativos, operários,supervisores, serviços gerais, dentre outros). Estima-se a geração de aproximadamente 150 diretos na

fase de implantação e conseqúentemente 450 indiretos. Na fase de operação estima-se 50 empregosdiretos e 150 indiretos. Considerando a crise nacional e as elevadas taxas de desemprego, este impacto

torna-se de relevante importância social.

Este impacto é classificado positivo, direto, regional, permanente e irreversível. Ocorrerá de imediato,

apresentando grande magnitude e importância e média intensidade.

Este impacto decorre da alteração Geração de empregos e das intervenções movimento de terra e Operação

do empreendimento.

4.1.7) Redução da demanda por energia

Com a evolução do Aterro Sanitário inicia-se uma a produção de gás gerada pela decomposição do lixo.

Este gás será utilizado como fonte de energia dos equipamentos existentes na Central de Tratamento e

Disposição de Resíduos Sólidos.

Este impacto pode ser classificado como positivo, indireto, regional, permanente e irreversível. É de

ocorrência de médio a longo prazo, apresentando grande magnitude, média intensidade e grande

importância, principalmente devido a grave crise energética que passa o pais na atualidade, o que leva

este impacto a obter um bom Valor de Relevância Global frente aos demais impactos.

4.1.8) Reação contrária ao empreendimento

Conforme descrito na alteração Geração de Expectativa, a simples divulgação da implantação de um

empreendimento, seja qual for, gera, inicialmente, uma reação da população e de algumas organizações

não governamentais, expressas através de manifestações contrária. Estas manifestações apresentam

caráter tanto político como técnico. Muitas vezes a manifestação é uma busca de mais informações

sobre o projeto já que as experiências bem sucedidas em nosso Estado na área de destinação final de

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resíduos são praticamente inexistentes, porém em outros estados, os aterros sanitários são uma

realidade e são operados de forma ambientalmente segura.

Do ponto de vista do empreendimento é considerado um impacto negativo, indireto e regional, pois

envolve população de vários pontos da cidade. Pode ser classificado como cíclico e reversível, pois com

a apresentação técnica do projeto pode-se reverter os questionamentos contrários. É de ocorrência

imediata e de média magnitude. Em função dos atrasos provocados e tratando-se de um equipamento

público de vital importância para melhoria da qualidade de vida da população da cidade de Nova Iguaçu,

foi classificado como de média intensidade e importância.

4.1.9) Aumento da Arrecadação Fiscal

Com a entrada em operação o empreendimento irá recolher impostos (ISS - Imposto sobre

Serviços)junto a Prefeitura de Nova lguaçu, por se tratar de uma atividade de prestação de serviços.

Estes impostos irão contribuir para o aumento da renda do município, que poderá aplicar em melhorias

para a população em geral.

É um impacto positivo, direto e regional. Sua duração se dá durante toda a fase de operação, sendo

portanto permanente e irreversível. Apresenta grande magnitude e média intensidade e importância.

4.1.10) Aumento dos riscos de acidentes no trãnsito

O transporte de material é uma das principais atividades vinculadas a este tipo de empreendimento, porhaver a necessidade de se buscar na fonte geradora o material a ser disposto no aterro. Todos osresíduos são coletados por caminhões compactadores que circulam pelos domicílios até a chegada naCentral de Tratamento e Disposição de Resíduos. Esse fluxo de caminhões, já existente nos bairros dacidade, é uma atividade que tem um potencial risco de acidentes, tanto nas vias públicas de acesso comonas dependências do empreendimento.

Este impacto foi classificado como negativo, direto, regional, permanente e irreversível. É de ocorrênciaimediata e considerada de grande magnitude, porém de pequena intensidade e importância,considerando que haverá apenas uma pequena alteração na rota e volume dos caminhões circulantes.

4.1.11) Deterioração das vias de acesso do entorno

Conforme descrito no impacto anterior, a circulação de caminhões nas vias públicas de acesso é umaatividade básica do sistema de limpeza urbana. Este fluxo já existente de caminhões, provoca a

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deterioração da pavimentação pública. Este impacto se fará sentir principalmente nas vias que passarãoa fazer parte do percurso destes caminhões quando se dirigem a novas áreas para destinação do lixo.

O impacto foi classificado como negativo, direto e regional, pois os caminhões circularão por quase toda

a extensão do município. Trata-se de um impacto permanente e irreversível de

ocorrência de médio prazo. É um impacto de média magnitude pequena intensidade e importância, já

que não é um impacto exclusivo da implantação deste empreendimento e nessa localidade.

4.1.12) Redução do incomodo à população do lixão de Marambaía

Com a entrada em operação da Central de Tratamento, Disposição de Resíduos Sólidos emAdrianópolis, imediatamente serão interrompidos os procedimentos de disposição inadequada deresíduos sólidos na localidade do lixão de Marambaia, reduzindo os incômodos provocados pelo maucheiro, presença de vetores, impacto visual, contaminação do solo e do lençol pelo chorume, além doincomodo da geração de poeira, já que parte da via de acesso não é pavimentada, e não conta comprogramas de aspersão de água.

Em função da redução e posteriormente eliminação dos transtornos acima descritos, este impacto foiclassificado como positivo, indireto, regional, permanente e irreversível, com a sua ocorrência à médioprazo, ou seja, o tempo necessário para se concluir as obras de recuperação da área de Marambaía. Oconjunto de atributos levou a uma classificação de média magnitude, intensidade e importância.

4.1.13) Redução da proliferação de vetores de doenças pela disposição inadequada dos resíduos

sólidos

O atual procedimento de disposição de resíduos na localidade de Marambaia é tecnicamente eambientalmente inadequado, permitindo a proliferação de vetores que disseminam doenças junto apopulação. Com a entrada em operação do Aterro Sanitário, tecnicamente correto, em Adrianópolis e arecuperação do lixão de Marambaia, haverá uma minimização dos vetores de doenças econseqüentemente redução nas causas de doenças associadas a falta de saneamento.

O impacto é classificado como positivo, direto e regional, apresentando-se como permanente, irreversívele de ocorrência de médio prazo. Estes atributos levam à classificar o impacto como de média magnitudee intensidade e de grande importância, pOis trata-se de uma condição de saúde pública.

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4.1.14) Minimização de infecção hospitalar

O gerenciamento inadequado dos resíduos de serviços de saúde nas unidades médicas, pode elevar aocorrência de casos de infeção hospitalar no próprio estabelecimento. O risco de infecção permanecequando é disposto inadequadamente e sem prévia esterilização, podendo contaminar pessoas, o solo e aágua.

O empreendimento que se quer implantar, conta com um Sistema de Tratamento e desinfecção deResíduos de Saúde para posterior destino final no Aterro Sanitário. Está sendo preparado ainda odesenvolvimento, divulgação e implantação do Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços deSaúde (em acordo com a Resolução CONAMA no 5/93 para os respectivos estabelecimentos).

Devido à sua importância, este impacto foi classificado como positivo, indireto, regional, permanente eirreversível com previsão de ocorrência a médio/longo prazo, tempo necessário para a implantação eincorporação dos preceitos do Plano pelos usuários. É um impacto de média magnitude e intensidade ede grande importância, por se tratar de saúde pública.

5 MEDIDAS MITIGADORAS

Como forma de minimizar os impactos negativos gerados durante as fases de empreendimento do

projeto, algumas medidas em relação às fases de construção e operação do aterro foram tomadas. Estas

medidas foram listadas abaixo.

5.1) Disposição apropriada de resíduos sólidos e líquidos

Os resíduos gerados nas atividades de operação do Aterro Sanitário de Adrianópolis e da recuperação

do lixão são de caráter não tóxico , ou seja, praticamente composto por entulhos de obra, resíduos

domésticos e um pequeno volume de óleos e combustíveis utilizados pelos meios de transporte. Além

desses resíduos, é gerado o chorume, que no caso do Aterro Sanitário de Adrianópolis, será tratado

através da recirculação para a massa de lixo. Os resíduos de combustíveis gerados, como o óleo

lubrificante, serão armazenados em tambores de 200 litros e dispostos temporariamente em boxs com

piso compactado delimitado com paredes de contenção e drenos, que conduzirão eventuais derrames

para uma caixa de Separação Água-óleo (SAO). Após formação de um volume representativo os

tambores serão encaminhados para uma Empresa de Reciclagem. O volume a ser armazenado será

definido pela empresa de reciclagem, de forma que viabilize o recolhimento.

Toda a estrutura de armazenamento e controle dos resíduos líquidos será implantada na área de

Adrianópolis e será dimensionada para receber também os resíduos das atividades de recuperação do

Lixão Marambaia.

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5.2) Local para manutenção de equipamentos

A manutenção dos equipamentos utilizados na construção do aterro (tais como instrumentos de

escavação, meios de transporte, solda e etc) é realizada em uma oficina afastada (cerca de 700 m.) do

próprio aterro em construção. As funções de troca de combustível, e etc, são realizadas neste local, de

forma a evitar qualquer tipo de contaminação das áreas próximas.

5.3) Proibição de caça e de corte de árvores

Não será permitido o acesso de pessoas estranhas ao local pois haverá uma equipe de segurança 24horas por dia, impedindo inclusive a presença de catadores. Dessa forma, não haverá risco de caça ecorte de árvores no local.

5.4) Controle de incêndio

Não haverá possibilidade de incêndio oriundo do biogás gerado pela decomposição da matéria orgânicapresente no lixo já que foram projetados dispositivos de drenagem de gases e encaminhamento a centralde geração de energia.Para qualquer outro foco de incêndio, estará sempre a disposição um caminhão pipa.

5.5) Segurança do Trabalho

Para a capacitação da força de trabalho, treinamentos serão realizado periodicamente, incluindo todosos trabalhadores da Central.

Os principais objetivos do treinamento são. conhecimento das normas, procedimentos e da política daempresa, aumento do nível de capacitação dos profissionais com relação à área ambiental, saúdeocupacional e segurança do trabalho e capacitações específicas dependendo da função de cadaprofissional.

O treinamento será desenvolvido através de cursos orientados para o resgate de saberes já existentesentre os participantes e a transferência de novas informações e hábitos a serem cultivados durante odesenvolvimento das atividades operacionais do dia a dia. Serão treinados todos os funcionários,independente da função ou escolaridade.

Ao final da apresentação dos temas em sala de aula, será realizada uma atividade prática que visa aassimilação através da visualização e vivência do problema.

Assim, todos os funcionários estão cientes das normas e procedimentos a serem cumpridos.

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Serão fornecidos os equipamentos de proteção individual, de acordo com a função, tais como botas,

luvas, capacetes, protetores auriculares, protetores visuais, e trajes específicos.

Um item importante a ser controlado, com vistas ao bem-estar dos trabalhadores, é a poeira. O controle

da poeira será feito através da aspersão de água durante a operação da Central, assegurando um

ambiente de trabalho saudável.

5.6) Cronograma de Atividades

Os cronogramas referentes a implantação e operação foram executados e são revisados periodicamente.

Estes se encontram afixados para o acompanhamento por toda a equipe técnica.

5.7) Programa de Sinalização na via de acesso

Existem muitas situações de emergência que estão sujeitas a ocorrer no decorrer das atividades do

aterro sanitário.

Dentre outras, fazem parte das estatísticas as seguintes: entrada de pessoas estranhas, invasões, furtos,

acidentes com operadores da frente de serviço, tombamento de veículos, quebra de trator, etc.

De maneira a otimizar a operação, evitar o deslocamento de pessoas para colher ou passar informações

urgentes ou mesmo a pedir socorro em situações emergenciais, foram implantados sistema de

equipamentos transreceptores de rádio, do tipo "walkie-talkie".

Programas de comunicação visual interna ao aterro sanitário são medidas habituais adotadas nas obras

da Central, visando regulamentar, advertir ou indicar quanto ao uso das vias de circulação pelos veículos,

equipamentos e pessoas, da forma mais segura e eficiente.

Para isso, foram implantados dispositivos de sinalização vertical (placas) para o controle de trânsito,

localizados ao lado das vias de circulação dos veículos coletores, transmitindo mensagens fixas,

mediante símbolos ou legendas pré-conhecidas e legalmente instituídas. Foram constituídas por. chapas,

películas retro-reflexivas, ferragem e aplicadas sobre postes fixadores.

Nas imediações de acesso à Central ao longo da estrada de Adrianópolis (RJ 111), foi implantada

sinalização vertical (placas) e horizontal (marcações no chão), além da duplicação da estrada no trecho

de acesso a Central.

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Quanto às placas de sinalização, foram observadas as seguintes determinações.

• Sinalização de Perigo

• Sinalização Informativa

• Sinalização de Precaução

• Sinalização de Segurança

• Sinalização Direcional

• Sinalização de Regulamentação

• Sinalização de Advertência

s Sinalização de Indicação

• Sinalização de Identificação e Educação

5.8) Controle do Impacto Visual

Para o controle do impacto visual foi elaborado um projeto paisagístico incluindo um cinturão verde emtodo o entorno do empreendimento. Este cinturão será dotado de duas faixas de densa vegetação, paraque não haja poluição visual nos arredores da central.

5.9) Programa de educação Ambiental ã comunidade

Na área do empreendimento será construído um auditório para palestras, aulas e treinamento tanto dacomunidade local quanto dos funcionários da central. Um plano de educação ambiental já foidesenvolvido e já está sendo aplicado.

5.10) Controle de acesso a central

Já foi construída uma guarita na entrada da central com intuito de controlar todos os veículos que tenhamacesso a unidade. Além disso, existe um controle informatizado de pesagem dos veículos, onde somenteos veículos cadastrados poderão efetuar a descarga.

5.11) Planos de Contingência

Aterro Sanitário funcionará independentemente de chuvas ou feriados. Em caso de "atolamento" decaminhões, as tratores dispõem de cabos de aço para guincharem os mesmos.

Equipamento de Tratamento de Chorume: em caso de manutenções, os tanques possuem capacidadepara estocar o chorume por 2 semanas. Há também a opção de recirculação, criando um pulmão de 4

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semanas para que a manutenção se conclua. Em casos mais graves, onde a manutenção noequipamento durar mais do que 4 semanas, existe a possibilidade de transportar o chorume, através decaminhões tanque, para Estações de Tratamento de Esgotos Urbanos da Cedae - Companhia Estadualde Água e Esgoto.

Equipamento de Tratamento de Resíduos Hospitalares: em caso de manutenções, os RSS serãoenviados para outra unidade de tratamento devidamente licenciada.

5.12) Manual de Operações

Um manual de operações será elaborado e conterá as normas e procedimentos que garantam a proteçãotanto dos trabalhadores quanto do meio ambiente. Esse manual estará a disposição para consultas nosite pelos profissionais envolvidos Esse manual será desenvolvido pela equipe de Meio Ambiente eSegurança do Trabalho da S.A. Paulista que se encarregará de efetuar revisões e atualizaçõesperiódicas no material disponibilizado.

5.13) Medidas Compensatórias

a) NASCENTE:

a.1) ENRIQUECIMENTO VEGETAL: Plantio de árvores na área da cabeceira da nascente com espéciesnativas, visando melhorar a eficiência de captação de água para a nascente

a.2) MONITORAMENTO: Serão feitos pontos para monitoramento da qualidade da água.

b) ÁREA DO A TERRO:

b.1) ENRIQUECIMENTO VEGETAL DO ATERRO SANITÁRIO: Plantio de árvores em áreas jádegradadas no entorno do Aterro, utilizando-se espécies nativas. A área plantada terá dimensõesequivalentes aquelas utilizadas para formação do Aterro de Adrianópolis. O plantio visa melhorar o índiceda biodiversidade local

b.2) ENRIQUECIMENTO VEGETAL DO LIXÃO DE MARAMBAIA: Plantio de árvores nas áreasdegradadas existentes no lixão de Marambaia, complementanto o plantio da área de Adrianópolis. Emfunção do avançado estágio de degradação da área, serão utilizadas espécies dos diferentes estágios desucessão ecológica. Este plantio visa recuperar paisagísticamente a área.

b.3) CINTURÃO VERDE: Em toda a extensão da cerca que limita o terreno do Aterro de Adrianópolisserá implementada um cinturão, visando diminuir o impacto visual (Ver Figura 8.2).

b.4) VIVEIRO DE MUDAS: Como os plantios, tanto na área do Aterro de Adrianópolis como no Lixão deMarambáia, serão realizados ao longo do período de operação do Aterro, torna-se necessário aimplantação de um Viveiro para produção das mudas a serem utilizadas no projeto de enriquecimento

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vegetal. A maior parte das mudas serão produzidas a partir da coleta de sementes de espécies nativas

existentes dentro da área do aterro, como também provenientes de áreas presentes no entorno.

Tabela com resumo das medidas mitigatórias para as fases de implementação do aterro.

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Fase do Proleto Impactos Medidas Mitigatórias - Programas Ambientais Entidades de Supervisão Entidade

responsávelPerda de Vegelação A limpeza de anea se reslnng,rá a quota 65 m Projeto de FEEMA, EMLURB, S A PAULISTA

Ennquecimento Vegetal PREFEITURA DA CIDADE

dos morros DE NOVA IGUAÇU,circundantes MINISTÉRIO POBLICO

Evasão da fauna A limpeza de área em direção as áreas Projeto de FEEMA, - EMLURB, S A. PAULISTAflorestadas e Proibição de caça e de corte de Enriquecimento Vegetal PREFEITURA DA CIDADE

árvores dos morros DE NOVA IGUAÇU,

circundantes MINISTÉRIO PÚBLICO

Implantação Reação contrána ao empreendimento Abertura de canal de comunicação através do Plano Social S A PAULISTA

Plano Social

Perda de Habitat Recolhimento dos ninhos durante o processo Projeto de FEEMA, EMLURB, S.A PAULISTAde limpeza de área Enriquecimento Vegetal PREFEITURA DA CIDADE

dos morros DE NOVA IGUAÇU,

circundantes MINISTÉRIO PÚBLICO

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESíDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANóPOLIS 57

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Fase do Projeto Impactos Medidas Mitigatorias Programas Ambientais Entidades de Superv,são Emidaderesponsavel

Redução da vazào Re31,zaçào de drenagem e canalização d3 Programa de FEEMA, EMLURB, S A PAULISTA

nascente. Ennquecimento Vegetal PREFEITURA DA CIDADE

da nascente DE NOVA IGUAÇU,

MINISTÉRIO PÚBLICO

Redução da contaminação do solo, do Disposição apropnada de residuos sólidos e Plano de FEEMA, EMLURB, S.A. PAULISTA

lenços freático e das águas superficiais líquidos; Local para manutenção de Monitoramento dos PREFEITURA DA CIDADE

equipamentos Efluentes Líquidos e DE NOVA IGUAÇU,

das Massas de Água do MINISTÉRIO PÚBLICO

seu Entorno

Operação Aumento da oferta de empregos (IMPACTO POSITIVO SEM MEDIDAS) FEEMA, EMLURB, S.A PAULISTAPREFEITURA DA CIDADE

DE NOVA IGUAÇU,

MINISTÉRIO PÚBLICO

Redução da demanda por energia (IMPACTO POSITIVO SEM MEDIDAS) FEEMA, EMLURB, S A. PAULISTA

PREFEITURA DA CIDADE

DE NOVA IGUAÇU,

MINISTÉRIO PÚBLICO

Aumento da arrecadação fiscal (IMPACTO POSITIVO SEM MEDIDAS)

Aumento do nsco de acidentes no Implantação do sistema de sinalização na Programa de FEEMA, EMLURB, S.A PAULISTA

tránsito estrada de Adnanópolis e no intenor da Sinalização na via de PREFEITURA DA CIDADE

Central. acesso DE NOVA IGUAÇU,MINISTÉRIO PÚBLICO

Detenoração das vias de acesso do Manutenções penódicas MINISTÉRIO PUBLICO PREFEITURA DE

entorno NOVA IGUAÇU

Redução do incomodo à população do (IMPACTO POSITIVO SEM MEDIDAS) FEEMA, EMLURB, S.A. PAULISTA

líxão de Marambaia PREFEITURA DA CIDADEDE NOVA IGUAÇU,

MINISTÉRIO PÚBLICO

Operaçào Redução da proliferação de vetores de (IMPACTO POSITIVO SEM MEDIDAS) FEEMA, EMLURB, S A PAULISTA

doenças pela disposição inadequada PREFEITURA DA CIDADE

dos resíduos sólidos DE NOVA IGUAÇU,

MINISTÉRIO PÚBLICO

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESíDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANóPOLIS 58

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Minimização de infecção hospitalar Treinamento e gestão dos Resíduos junto as Programa de FEEMA, EMLURB, S A PAULISTAentidades geradoras Gerenciamento Interno PREFEITURA DA CIDADE

de RSS DE NOVA IGUAÇU,MINISTÉRIO PÚBLICO

Risco de entrada de pessoas Construção de uma guanta com controle dos Programa de FEEMA, EMLURB, S A. PAULISTAestranhas, caça e corte de árvores transportes que chegam e saem Sinalização na via de PREFEITURA DA CIDADE

acesso DE NOVA IGUAÇU,MINISTÉRIO PÚBLICO

Risco de incêndios Controle de Incêndios com a Implantação de Plano de Emergência FEEMA, EMLURB, S.A PAULISTAdispositivos de drenagem de gases; PREFEITURA DA CIDADEencaminhamento a central de geração de DE NOVA IGUAÇU,energia, caminhão pipa provido de bomba de MINISTÉRIO PÚBLICOmangueira de aspersão de água.

Risco de acidentes Adoção de Medidas de Segurança do Programa de FEEMA, EMLURB, S.A. PAULISTATrabalho Todos funcionários estão cientes das Sinalização na via de PREFEITURA DA CIDADEnormas de segurança, assim como do uso de acesso DE NOVA IGUAÇU,EPis MINISTÉRIO PÚBLICO

Acesso de pessoas não autorizadas Construção de uma guanta com controle dos FEEMA, EMLURB, S A. PAULISTAtransportes que chegam e saem PREFEITURA DA CIDADE

DE NOVA IGUAÇU,MINISTÉRIO PÚBLICO

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6 ALTERNATIVAS E JUSTIFICATIVA DO PRESENTE PROJETO

Estudos realizados procuraram desenvolver uma análise ambiental dos fatores relativos à implantação

da Central de Tratamento e Destinação Final de Resíduos de Nova lguaçu.

Foram avaliadas diversas alternativas locacionais em áreas de dimensões significativas e que

representassem os escassos vazios urbanos existentes na cidade, que obedecendo critérios técnicos

,ambientais e legais, traduzissem indicadores potenciais para locação estratégica do empreendimento

A conjunção dos fatores acima descritos, aponta a área situada em Adrianópolis, como a opção mais

indicada para a implantação da Central de Tratamento e Destinação Final de Resíduos de Nova Iguaçu.

As condições verificadas em Adrianópolis nos aspectos técnicos, como topografia, geologia, condições

hidrográficas, acessibilidade e afastamento dos centros urbanos, foram fatores determinantes para a

escolha do local.

Em relação às condições ambientais, foram analisados os prováveis impactos, positivos e negativos onde

pode-se observar que a área escolhida comparada às demais analisadas apresenta o resultado mais

favorável do ponto de vista ambiental. A área de Campo Alegre , que seria a principal alternativa em

relação à Adrianópolis, já que as áreas de Marambaia e do Aeródromo não apresentaram condições

favoráveis, geraria impactos ambientais mais significativos o que determinaria soluções mais complexas

de engenharia, comprometendo a viabilidade do empreendimento.

Quanto aos aspectos legais envolvendo a instalação da Central, a área de Adrianópolis , apresenta

apenas fatores que demandariam controle, monitoramento e implantação de medidas

compensatórias,não existindo na legislação nenhuma caracterização de fator impeditivo Legal para

realização do empreendimento.

Não se pode deixar de ressaltar a importância que o empreendimento enseja na mudança de paradigma

das condições de destinação final de lixo no Estado do Rio de Janeiro e principalmente na realidade

perversa representada pelos lixões existentes na Baixada Fluminense .

A operação de um equipamento desta natureza, respeitadas as mais avançadas técnicas de engenharia,

resultará sem dúvida na melhoria geral das condições de saneamento, saúde pública e qualidade de

vida da cidade, condições vitais para o desenvolvimento humano .

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SÍNTESE COMPARATIVA DAS ÁREAS DE ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

ÁREAS LOCALIZAÇÃO TOPOGRAFIA SOLO ACESSO HIDROGRAFIA VEGETAÇÃO ÁREAS DE ÁGUAS DRENAGEMEMPRÉSTIMOS SUBMERSAS SUPERFICIAIS

Argiloso/ Regular Limitada somente F t

1 Marambaia conglolmerado Morrotes "Meia Arenoso com apenas Às margens do Secundária suficiente para Fre ICO Regularurbano Laranja" presença de uma via de Rio Iguaçu Recuperação proximidade do

argila orgânica acesso Ambiental Ro lgaçuRio Iguaçu

Acesso SemDentro do Acso Sem presença deSeDentro do ~~Argiloso/ bom SmpençdePastagens evidências de

2 Aeródromo conglomerado Plana Arenoso bo Cursos d'água PgrInexistente evidênto do PrejudicadaUrbano Arenoso Centro sinfctvs (Gram íneas) afloramento doPrjdca

Urbano significativos lençol

Vetor de Argiloso/ Bacia Gramíneas c/ Nível do Lençol3 Campo Expansão da Plana Arenoso Alta Ruim Hidrográfica do culturas de Inexistente Freático Prejudicada

Alegre Cidade Permeabilidade Rio Guandu subsistência próximo asuperfície

Topografia Acesso

Afastado de acidentada Sem presença de Disponíveis na

4 Adrianópolis Conglomerados favorecida pel Argiloso Baixa bom Zona Cursos d'água Vegetação área interna d Nível de lenço SatisfatóriaPermeabilidade de ~secundária freático baixo

Urbanos utilização de leTransiço significativos Empreendimento

Grotas Transiçao

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7 RESUMO DA CONSULTA PÚBLICA

Este resumo é apresentado no Relatório Ambiental de Marambaia por envolver ambos os projetos

8 PLANO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

8.1) Monitoramento Geotécnico

O Plano de Monitoramento Geotécnico do Aterro Sanitário de Nova lguaçu, tem por finalidade atender as

normatizações estabelecidas pelos diversos órgãos e entidades de licenciamento ambiental do Estado do

Rio de Janeiro, bem como para garantir a qualidade operacional na

disposição de resíduos sólidos do Município de Nova lguaçu.

Os procedimentos básicos a serem seguidos deverão ser implementados tanto da Fase de Implantaçãodo Aterro, como também durante a Operação e após o seu encerramento.O monitoramento deverá compreender a avaliação de aspectos construtivos necessários a assegurar aqualidade das operações de limpeza geral da área onde será implementado o aterro, aoacompanhamento da troca do solo inadequado existente na fundação, à determinação de indicadoresprévios das vazões das águas das nascentes, dos níveis do lençol freático local, as condições deestabilidade de taludes de escavação, as propriedades de permeabilidade e resistência dos materiais quepermanecerão na fundação, bem como dos solos e materiais a serem empregados na camada deimpermeabilização de fundação, a qualidade da água existente no lençol freático local e regional, além deoutros aspectos.Na fase operacional, propriamente dita, os procedimentos a serem seguidos, visam acompanhar eregistrar as deformações do maciço de resíduos sólidos, os níveis de percolados existente no corpo doaterro, determinação das vazões de nascentes que serão canalizadas, a confirmação da eficiência dosistema de impermeabilização do aterro.

8.2) Fase de Implantação do Aterro

8.2.1) Escavação da Área de Implantação do Aterro

Os trabalhos a serem desenvolvidos terão por finalidade acompanhar os serviços de escavação de todasas áreas de implantação das diversas fases do aterro.No acompanhamento, deverão ser avaliadas "ín loco" as principais premissas e hipóteses de projeto,adotadas a partir das investigações geológico-geotécnicas desenvolvidas. Caso sejam verificadasdiferenças significativas, o monitoramento proporcionará a execução dos ajustes necessários a asseguraro melhor desempenho operacional do aterro, além de sua segurança.

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE RESIDUOS DE ADRIANOPOLIS 62

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Nesta atividade deverão ser avaliadas as condições reais de fundação para assegurar a remoção demateriais impróprios à estabilidade do aterro como por exemplo a existência de solos moles e/ou muitodeformáveis, necessidade de execução de rebaixamentos do lençol freático e esquemas de desvios denascentes., como também, procurando definir os destinos de materiais escavados, adequações de áreaspara estoques de materiais aproveitáveis, etc.Nesta fase, deverão ser feitos os seguintes trabalhos:

Cadastro das nascentes existentes na área de implantação das obras, através de croquis, fotos emedição de vazão.

Execução de ensaios de qualidade da água das nascentes existentes previamente à implantação

Levantamento topográfico das áreas efetivamente trabalhadas para a implantação do aterro,procurando registrar as condições iniciais, antes das escavações e as escavações efetivamenteexecutadas.

Avaliação das qualidades geotécnicas dos materiais escavados, visando definir a possibilidadede estoque para uso futuro como material de cobertura do aterro, bem como do solo vegetal quepoderá ser empregado nas áreas que serão revegetadas

8.2.2) Implantação das Canalizações dos Cursos D'água

Durante os trabalhos de monitoramento deverão ser acompanhados os ajustes necessários para aadequação do sistema de canalização provisória e definitiva das nascentes locais às particularidadeslocais, como por exemplo, depressões localizadas, presença de matacões, etc.

Além disso, deverão ser avaliados os ajustes desenvolvidos nesses sistemas de forma a assegurar aintegridade dessas estruturas às cargas a que elas estarão sujeitas, caso sejam necessárias alteraçõessignificativas de traçados.

Basicamente as ações a serem seguidas compreenderão as seguintes atividades:

> Elaboração de visitas periódicas de engenheiro especialista.

> Registro fotográfico das alterações desenvolvidas.

> Elaboração de relatório Como Construído desses dispositivos.

8.2.3) Reaterro das Áreas Escavadas

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Compreenderá o acompanhamento da troca de solo a ser executada, bem como a implantação dosreaterros, necessários para permitir o início das camadas de tratamento de fundação.

Nestes serviços, deverão ser sistematizados os controles de compactação desenvolvidos, destacandoentre eles as espessuras das camadas, grau de compactação, desvio de umidade, laminaçõesindesejáveis, adequabilidade dos equipamentos de compactação, e caracterização geotécnica dosmateriais empregados.

Os controles a serem executados compreendem:

> Ensaios de caracterização completa dos materiais de empréstimo e os remanescentes nafundação (Limites de Liquidez e de Plasticidade, Densidade dos Grãos, Granulometria comSedimentação, Proctor Normal).

> Ensaios de Permeabilidade da carga variável sobre amostras indeformadas dos materiais defundação e dos materiais aplicados na camada de troca de solo.

> Ensaios de permeabilidade sobre corpos de prova compactados em laboratório com a mesmaenergia de compactação empregada na execução do aterro compactado

> Registro fotográfico das diversas operações desenvolvidas, destacando os aspectos maisrelevantes das operações de reaterro.

> Relatório Como Construído da camada de reaterro

8.2.4) Implantação do Sistema de Impermeabilização e Drenagem de Percolados da Fundação

Durante a fase de implantação do sistema de impermeabilização e drenagem de percolados da fundação,deverão ser verificados os seguintes pontos:

> Certificação da qualidade dos tubos de drenagem e da geomembrana com a apresentação deensaios de qualidade fornecidos pelo fabricante, mediante ensaios em laboratórios especializadosde ensaios padronizados.

> Análises visuais táteis dos produtos entregues pelo fabricante, procurando verificar danos nostubos de concreto, espessura, textura e existência de danos (perfurações) e linearidade dos rolosda geomembrana de PEAD.

> Acompanhamento e registro fotográfico sistemático da execução dos detalhes de emendas dasgeomembranas de PEAD.

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> Acompanhamento sistemático da execução dos testes de estanqueidade.e aplicação de eventuais"manchões" nos trechos.

> Acompanhamento da execução das camadas de proteção das geomembranas com materiaisapropriados.

> Acompanhamento da execução das interligações dos drenos de fundação, com os sistemas dedrenagem de gás e percolados, etc.

8.2.5) Instalação de Poços de Monitoramento do Lençol Freático

Dentro desta atividade deverá ser feito o acompanhamento da implantação dos poços com a execuçãodos seguintes pontos:

> Marcação topográfica dos poços no campo.

> Acompanhamento da execução das perfurações, instalação das tubulações e dispositivos deproteção dos poços, visando verificar se a Empreiteira Especializada está desenvolvendo ostrabalhos dentro dos procedimentos e normas específicas deste tipo de atividade (Emprego aNorma da CETESB caso a FEEMA-RJ não tenha diretrizes próprias para este serviço).

> Elaboração de fichas de instalação dos poços, contendo data de instalação, nome e assinatura dotécnico encarregado pela Empreiteira e do engenheiro responsável da S. A. Paulista,coordenadas, extensões de perfuração em solo e rocha, entre outros aspectos.

> Registro do nível de água estabilizado após a instalação do poço.

> Acompanhamento da coleta e acondicionamento das amostras iniciais de água que serãoencaminhadas aos laboratórios especializados para execução de ensaios de qualidade.

> Registro fotográfico das principais etapas de implantação dos poços.

> Elaboração de relatório Como Construído

8.2.6) Instalação de Marcos planialtimétricos referenciais

Esta atividade visa a seleção e instalação de marcos de referência fixos (RN), que servirão para ocontrole planialtimétrico das deformações do aterro.

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A escolha dos pontos de instalação destes RN, deverá considerar a logística de implantação do aterro e

se situarem em pontos considerados indeslocáveis, como por exemplo afloramentos rochosos no entorno

do aterro, ou mesmo o aproveitamento de eventuais RN de Furnas Centrais Elétricas.

Para cada marco deverá ser elaborada uma ficha de instalação contendo, coordenadas, cotas

referenciadas a marcos do IBGE, data da implantação, nome e visto do topógrafo e do engenheiro da S

A Paulista encarregado da operação do Aterro.

8.3) Fase de Operação do Aterro

8.3.1) Execução das Células de Resíduos

Nesta fase os trabalhos de monitoramento compreenderão, a avaliação da disposição dos materiais,

confirmação dos procedimentos executivos de compactação de resíduos como:

> Tipo de equipamentos empregados, espessuras de camadas, número de passadas dos

equipamentos.

> Execução periódica da caracterização dos resíduos (englobando a gravimetria, índices físicos e

composição de resíduos).

> Espessuras e tipos de materiais empregados na cobertura diária das células (prevendo a

execução periódica de ensaios de caracterização e compactação dos materiais utilizados).

> Reavaliação dos pontos de implantação dos Dispositivos de Drenagem de Percolados e Gases, e

elaboração de relatórios Como Construído desses dispositivos, ressaltando entre outros aspectos

os detalhes de junção entre os Poços Verticais e o Sistema de Drenagem de Fundação.

> Proposição de eventuais substituições ou adequações em Poços Verticais de Drenagens e

Instrumentação danificados pelos equipamentos de construção e transporte de resíduos.

8.3.2) Sistemas de Drenagem das Camadas

Durante a fase de operação do Aterro propriamente dita, dever-se-á acompanhar a implantação dos

Drenos Horizontais e de Taludes, bem como Poços Verticais, ajustando-os para evitar interferências não

previstas em projeto, devido a particularidades da operação efetiva do aterro.

Deverão ainda ser avaliadas as necessidades de complementação desses sistemas, para solucionar

problemas operacionais localizados, bem como confirmar que os Poços Verticais de Gás encontrem-se

permanentemente "acesos".

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8.3.3) Implantação de Sistemas de Drenagem Provisórios e Definitivos

Quanto a estes serviços, o monitoramento deverá acompanhar e propor recomendações paraimplantação de sistemas provisórios de drenagem, correções de erosões localizadas, bem comoexecutar os projetos de readequações, necessários nos sistemas de drenagem definitivos para seajustar às condições operacionais efetivas dos aterros.

8.3.4) Implantação do Sistema de Instrumentação do Aterro

Os trabalhos referentes ao monitoramento do sistema de instrumentação deverão ser desenvolvido emduas etapas básicas.

Na primeira deverá ser feito o acompanhàmento da instalação dos piezômetros de marcos superficiais doAterro. A instalação desses dispositivos deverá ser iniciada somente após o aterro ter completado pelomenos três camadas de resíduos dispostos.

Para cada instrumento instalado deverá ser elaborada a sua ficha de instalação contendo data,coordenadas e cotas de instalação, registro fotográfico das principais operações desenvolvidas bemcomo o nome e assinatura do técnico que executou os serviços e do engenheiro responsável pelaoperação da S A Paulista.A segunda fase compreenderá o acompanhamento trimestral das leituras da instrumentação instalada ea elaboração de análises das deformações do aterro e da evolução dos níveis de percolados no interiordo maciço do aterro e as pressões de gás, cuja avaliação deverá ser sintetizado em relatórios demonitoramento do comportamento do aterro.Dever-se-á manter junto ao aterro gráficos da evolução das leituras da instrumentação instalada. Essesgráficos deverão ser permanentemente atualizados. Sempre que ocorrer algum dano nessesinstrumentos, deverá ser providenciado que estes sejam substituídos, para assegurar a continuidade dasleituras.Todas as leituras deverão ser feitas por equipes treinadas para este fim e que sejam utilizadosinstrumentos de apoio (teodolitos, estações totais, "pios" para medida de níveis piezométricos),periodicamente aferidos.

8.3.5) Recobrimento Final do Aterro

À medida que as células de resíduos atinjam a sua conformação final estas deverão receber osdispositivos finais de fechamento das camadas. Os trabalhos de monitoramento compreenderão

> A verificação e adequabilidade dos materiais empregados (executando periodicamente ensaios decaracterização dos materiais empregados).

> A avaliação do revestimento vegetal projetado.

> A correção de erosões localizadas e de `declividades negativas", que porventura ocorram devidoàs deformações dos maciços dos aterros.

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> Proposição de dispositivos de drenagem complementares, caso ocorram eventuais surgências depercolados nas superfícies externas dos taludes do Aterro.

> Proposição de correção de eventuais trincamentos, visando impedir o escape de gases epossibilidade de aumento das vazões de percolados em períodos de grandes precipitaçõespluviométricas.

8.3.6) Outros Aspectos

Durante o monitoramento deverão ainda ser verificados e registrados os seguintes pontos:

> Verificação de existência de fumaça nos poços de gás, o que em princípio indica que os poçosestão queimando resíduos provocado pela entrada de ar atmosférico por trincamentos do aterro.

> Verificação da integridade de cercas ao longo das áreas do empreendimento.

> Análise expedita da concentração de gases expelidos pelo Poços Verticais (PDR) para avaliar asconcentrações de metano.

> Coleta trimestral de amostras do percolado do Aterro Sanitário nos Poços de Inspeção e Tanquede Acumulação, para análises físico-químicas, concentração de DBO, DQO, etc.

> Coleta semestral de amostras de água nos Poços de Monitoramento, e execução de ensaios emlaboratórios especializados, para verificação de eventuais níveis de contaminação do lençolfreático.

> Avaliação semestral da coloração da vegetação natural no entorno do aterro, através de fotosaéreas. Caso se comprove que a coloração está sendo significativamente alterada, isto poderáser um indicativo da ocorrência de escape de gases do corpo do aterro, por "percolação"indesejável, necessitando ser convenientemente tratada.

De posse desses dados, deverão ser elaborados relatórios de acompanhamento mensais resumidos e,um relatório detalhado, para ser encaminhado aos órgãos de Legislação Ambiental (IBAMA, FEEMA,etc).

8.4) Plano de Monitoramento dos Efluentes Líquidos do Aterro e das Massas de Água do seu

Entorno

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8.4. 1) Introdução

A legislação ambiental incidente nos procedimentos de disposição final do lixo doméstico implica, porexemplo, em uma maior preocupação com a contenção e o tratamento dos efluentes gerados noprocesso de decomposição dos materiais depositados em aterros sanitários. Por isso, se faz necessárioa implementação de Planos de Monitoramento para controlar possíveis impactos ao meio ambiente

Desta forma, o Plano de Monitoramento de Efluentes Líquidos do Aterro e das Massas de Águas doseu Entorno, irá contemplar:

* Monitoramento do lençol freático;

* Monitoramento de efluentes líquidos internos;

* Monitoramento ambiental das águas superficiais

8.4.2) Objetivo

Estes Programas têm como objetivo apurar a eficácia do sistema de impermeabilização, acompanhar a

qualidade das águas dos pontos amostrados, além de verificar o monitoramento da evolução da

qualidade físico-química e bacteriológica superficial e do lençol freático, sob a área de influência da

atividade.

8.4.3) Monitoramento da água

8.4.3.1) Monitoramento do Lençol Freático

A fim de evitar possíveis impactos sobre a qualidade do lençol freático, causados pela disposição de lixo

em células, serão instalados na área de influência do empreendimento uma rede de poços de

monitoramento . Os poços de Monitoramento possibilitarão a coleta de amostras das águas subterrãneas

para análise, e investigação de possíveis elevações nos teores de cioreto ou nitrogênio e possível

presença de bactérias decorrentes da implantação e operação do aterro, além de acompanhar a posição

do lençol freático antes da implantação, durante a operação e após o encerramento dos aterros.

Os dados dessas análises serão comparados com dados de poços de monitoramento que serão

instalados junto aos divisores de água do Aterro Sanitário, onde serão coletadas amostras de água do

lençol sem a interferência da operação do Aterro.

Metodologia

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESíDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLIS 69

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Serão realizadas coletas semestrais de amostras de água nos Poços de Monitoramento, e execução de

ensaios em laboratórios especializados, para a verificação de eventuais níveis de contaminação no lençol

freático. Serão considerados parâmetros físico-químicos e bacteriológicos, conforme item "Parâmetros

Analisados" abaixo.

Serão coletadas amostras para análise de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos determinados no

padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria no 36 do Ministério da Saúde de 19/01/1990

A amostras serão acondicionadas em recipiente específico e recolhido de dois a três volumes da água

contida no poço previamente a coleta de forma a eliminar a água estagnada, coletando-se a água

representativa da formação. As amostras serão armazenadas em caixa de isopor e imediatamente

levadas para análise em laboratório.

Pontos de Amostragem

O monitoramento será realizado através de 07 poços a serem implantados na área do empreendimento.

Parâmetros Analisados

Serão analisadas os parâmetros determinados no padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria no.

36 do Ministério da Saúde de 19/01190, conforme descrito acima, que incluem além das características

físicas, organolépticas e dos parâmetros químicos que afetam a qualidade organoléptica da água, uma

extensa lista de componentes inorgânicos tais como As, Ba, Cd, Pb, Cianetos, Cr, Fluoretos, Hg, Nitratos,

Ag e Se além dos orgânicos (Aldrin, Benzeno, DDT, TCA, TCE, Pentaciorofenol, etc). Os parâmetros

microbiológicos são rotineiramente coliformes totais e coliformes fecais.

Material Necessário

As coletas serão realizadas em recipientes específicos e serão acondicionados em caixas térmicas para

transporte até o laboratório.

8.4.3.2) Monitoramento de Efluentes Líquidos /nternos

O revestimento de fundo do aterro será formado por camadas de argila compactada, com permeabilidade

inferior a 10-7 cm/s e espessura mínima de 1,0m, em relação ao terreno natural. Uma vez feitos esses

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESIDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANóPOLIS 70

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trabalhos, em toda a área de fundação e nos taludes de escavação, o projeto desenvolvido considerou a

implantação de uma Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade - PEAD de 1,5 mm de espessura,

sobreposta às camadas de argilosas, que recobrirá o fundo e as laterais de cada cava do aterro sanitário.

Acima desta manta são lançadas novas camadas de argila compactada e nível de drenos e material

granular para permitir o fluxo e posterior coleta dos efluentes (chorume).

Nos locais onde está prevista a implantação de redes de drenagem de percolados (chorume), esses

dispositivos serão instalados antes do lançamento da geomembrana no restante da área. O

acompanhamento da eficiência do sistemas de drenagem e impermeabilização proposto para controle

dos percolados (chorume) será feito no Poço de Inspeção e no Tanque de Acumulação. Adicionalmente a

estes pontos de amostragem, os poços de monitoramento lençol freático (item 3.1) também auxiliarão no

acompanhamento da eficiência do sistema de impermeabilização .

As coletas serão realizadas trimestralmente nos pontos citados acima analisando-se parâmetros físico-

químicos.

8.4.3.3) Monitoramento Ambiental das Ágúas Superficiais

Em função de existência de nascentes e poços na área de influência do empreendimento, se faz

necessário acompanhar a evolução da qualidade destas águas através de coletas de amostras para

análise de parâmetros físico-químicos. O monitoramento será realizado em seis pontos de amostragem

que se encontram descritos no item 3.3.2

Os pontos de amostragem incluem os poços 1 e 2, dreno, bebedouros 1 e 2 e corpo d' água próximo a

casa-sede. Os bebedouros irão fornecer novos locais para dessedentação da fauna em substituição aos

pontos hoje existentes, que irão garantir água de qualidade para a fauna local e do entorno, além de

minimizar o maior deslocamento das espécies na busca por água.

Com relação aos corpos d'água que recebem a contribuição das águas pluviais que precipitam sobre oaterro será necessário a caracterização físico-química dos mesmos visando avaliar possíveisinterferências na qualidade de suas águas devido à operação do Aterro.

No tocante ao controle de contaminação das águas superficiais no entorno de um aterro sanitário, osfatores mais relevantes são a garantia da eficiência e a integridade dos elementos drenantes de maneiraa, de fato, existir um sistema separador de águas pluviais e efluentes líquidos.

Ainda, quando da implantação da drenagem, serão executados drenos de captação de efluentes líquidos

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do aterro, sob os elementos de drenagem superficial, de modo a evitar o seu afluxo aos mesmos.

Metodologia

-Serão realizadas coletas mensais em 6 pontos de amostragem para análise através de 29 parâmetros

físico-químicos e bacteriológicos.

Nos seis pontos de amostragem serão realizadas coletas de água utilizando-se frascos esterilizados de

polietileno, devidamente etiquetados. Para a coleta de Oxigênio Dissolvido (OD) será utilizado um frasco

de vidro com tampa esmerilhada e estes serão fixados com reagentes químicos tais

como, Sulfato Manganoso; Azida de Sódio e Ácido Sulfúrico . Em todas as amostras serão colocadas

fichas de identificação e serão armazenadas em caixa térmica. Imediatamente após as coletas, as

amostras serão enviadas para o laboratório.

Serão feitas também observações em campo no que se refere aos aspectos da água e do seu entorno -

presença de odor, material em suspensão, cor e demais informações que possam a vir auxiliar na análise

e interpretação dos resultados obtidos.

O ponto denominado poço 1 será mantido temporariamente no local do empreendimento, até que sua

área seja ocupada pelo aterro. O ponto localizado no corpo d'água próximo a casa-sede (ponto Sede) foi

estabelecido como ponto 'branco", pois se apresenta sem interferência do empreendimento. Com

relação às águas pluviais, estas deverão ser coletadas junto aos corpos d'água seguindo os mesmos

procedimentos descritos anteriormente.

RELATÓRIO AMBIENTAL - CENTRAL DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESIDUOS DE NOVA IGUAÇU - ADRIANÓPOLIS 72

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Pontos de Amostragem e Localização

PONTOS DE AMOSTRAGEM* LOCALIZAAO,1 - Poço 1 Localizado atualmente ao lado da construção na área de

influência do empreendimento.2 - Poço 2 Localizado atrás do escritório da empresa na Etapa 2 do

empreendimento.3 - Dreno Localizado do outro lado da estrada que margeia a área

do empreendimento.4 - Bebedouro para fauna 1 No estreitamento do terreno da vertente Norte, no lado

direito, na base da encosta revegetada.5 - Bebedouro para fauna 2 Localizado na vertente Sul na parte situada na Etapa 2 do

empreendimento.6 - Ponto Sede ** Localizado num corpo d'água atrás da casa-sede da

empresa.** ponto branco

Parâmetros Analisados

Parâmetros físico-químicos para análise de águas pluviais e nos seis pontos de amostragem

(ver item 3.3 2).

Aspecto NMP- Coliformes Fecais*

Cor Sólidos Totais

Odor Sólidos Totais Fixos

PH* Sólidos Totais Voláteis

Turbidez Sólidos Suspensos Totais

Alcalinidade Total* Sólidos Suspensos Fixos

Dureza Total* Sólidos Suspensos Voláteis

Condutividade Sólidos Dissolvidos Totais

DQO* Sólidos Dissolvidos Voláteis

DBO* Cloretos

Nitrogênio Total Cloro Residual

Fosfato Total Fluoreto

Oxigênio Dissolvido Sulfato

Cianetos Arsênio, Bário e Selênio

NMP- Coliformes Totais* Metais (Zn, Pb, Cd, Ni, Fe, Mn, Cu, Cr)*

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* somente estes parâmetros serão considerados para as amostragens nos bebedouros.

Materiais Necessários:

Apresentamos abaixo listagem de materiais necessários para a realização de coleta de Águas

Superficiais:

Recipientes esterilizados de polietileno

Frascos de vidro com tampa esmerilhada

• Reagentes químicos - Sulfato Manganoso, Azida de Sódio e Ácido Sulfúrico

• Luvas de borracha

* Isopor

* Etiqueta

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Fase do Pontos Locais de Entidade Entidade Supervisora

Projeto Monitoramento responsável

Construção Instalação de poços de monitoramento do Poços no campo SIA Paulista FEEMA, EMLURB, PrefeituraLençol freático de Nova Iguaçu e Ministério

Público Estadual.Instalação de Marcos planialtimétncos Espalhados pelo aterroreferenciais

Em todo aterroEscavação da Área de Implantação do AterroNascentes locais

Implantação das Canalizações dos CursosD'água

Reaterro das áreas escavadas Solos locais

Implantação do Sistema de Tubos de drenagemImpermeabilização e Drenagem dePercolados da Fundação

Operação Execução das Células de Resíduos Células de resíduos S/A Paulista FEEMA, EMLURB, Prefeiturade Nova Iguaçu e Ministério

Sistemas de Drenagem das Camadas . Público Estadual.

Implantação de Sistemas de Drenagem Erosões localizadasProvisórios e Definitivos

Implantação do Sistema de Aterro inteiroInstrumentação do Aterro

Pós Recobrimento final do aterro SIA Paulista FEEMA, EMLURB, Prefeiturafechamento de Nova Iguaçu e Ministério

Monmtoramento Ambiental das Águas Pontos de amostragem de Público Estadual.Superficiais (também durante a operação) águas superficiais

Monitoramento de Efluentes Líquidos Pontos de descargaInternos (também durante a operação)

Monitoramento do lençol freático (também Poços de monitoramentodurante a operação)

e Lençol freático

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8 BIBLIOGRAFIA

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CRAWLEY, Mj. 1997. Plant Ecology, 28. edição. Blackwell Science, Oxford. 712 p.

GARAY, L. & DIAS, B. 2001. Conservação da Biodiversidade em Ecossistemas Tropicais. la. EdiçãoEd. Vozes. Petrópolis, RJ, Brasil. 431 p.

LORENZI, H. 1992. Árvores Brasileiras. Manual de Identificação e Cultivo de Plantas ArbóreasNativas do Brasil. Ed. Plantarum Ltda. São Paulo, Brasil. 352 p.

RIZZINI, C. M.; ADUAN, R.E.; JESUS, R. De & GARAY, 1. 1997. Floresta Pluvial de TabuleiroLinhares, ES, Brasil. Sistemas Primários e Secundários. Leandra (12) p 54-76. UFRJ.Biologia, Rio de Janeiro, Brasil.

TRIBE, C.J. 1987. A Mastofauna do Estado do Rio de Janeiro, com especial referência e ordemPolyprotodontia (Marsupiais). Dissertação de Mestrado em Zoologia. Museu Nacional,Rio de Janeiro, Brasil.

Projeto Executivo da Recuperação do Lixão de Marambaia e da Central de Tratamento e Disposição dosResíduos - Engecorps - 2001

Estudo Ambiental de Alternativas Locacionais - As Paulista e Vereda - 2001

Plano Social da Prefeitura da Cidade de Nova lguaçu. - 2002

Relatório da Consulta as Partes Interessadas - "Stakeholders Analysis" Associação Brasileira deEngenharia Sanitária e Ambiental - Janeiro de 2003.

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9 A CRÔNIMOS

órgão colegiado, diretamente vinculado ao Secretário de Estadode Meio Ambiente, a quem completa a coordenação, a

CECA - Comissão Estadual de supervisão e o controle da utilização racional do meio ambiente.Controle Ambiental Dentre outras funções, cabe a este órgão determinar a expedição

das licenças ambientais, estabelecidas suas condicionantes erestrições ou denegar os requerimentos de licença;A Cedae presta serviços de abastecimento de água e de

CEDAE - Companhia esgotamento sanitário para 66 dos 99 municípios do estado doEstadual de Águas e Esgotos Rio de Janeiro, tratando cerca de 14 mil km de rede de água e 5

mil km de rede de esgoto.Agência do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo

CETESB - Companhia de controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento deTecnologia de Saneamento atividades geradoras de poluição, com a preocupaçãoAmbiental fundamental de preservar e recuperar a qualidade das águas, do

ar e do soloO Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, instituído

CONAMA - Conselho Nacional pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meiodo Meio Ambiente Ambiente, regulamentada pelo Decreto no 99.274190, alterado

pelo Decreto n° 2.120/97, é o órgão consultivo e deliberativo doSistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.É um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e

EIAJRIMA - Estudo de foi instituído pela Resolução CONAMA n° 001/86, de 23/01/1986.Impacto Ambiental/Relatório Atividades utilizadoras de Recursos Ambientais consideradas dede Impacto Ambiental significativo potencial de degradação ou poluição dependerão do

estudo prévio do EIA/RIMA, para seu licenciamento ambiental.Empresa pública, vinculada à Secretaria de Obras e ServiçosPúblicos, regida pelos ditames da lei de sua criação n° 1669 de17 de janeiro de 1990. Tem como objetivo o gerenciamento dosresíduos sólidos, através do conjunto de ações normativas, de

EMLURB - Empresa de planejamento e operacionais, considerando critérios econômicosManutenção e Limpeza - financeiros, sanitários e ambientais desde a geração dosUrbana resíduos, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, até a

disposição final. São atividades da EMLURB a elaboração dediretrizes, normas e regulamentos, a fiscalização dos serviços e aexecução direta da coleta do lixo ordinário. Desenvolve tambématividades de limpeza, capina, raspagem e remoção noslogradouros da cidade.A FEEMA, sob a direção da SEMADUR - Secretaria de Estado de

FEEMA - Fundação Estadual Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, é responsável porde Engenharia do meio buscar alternativas inovadoras de defesa e proteção, de combate

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Ambiente à poluição, de educação ambiental, e de gerenciamento e

controle das atividades impactantes ao meio ambiente do Estadodo Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis - IBAMA, foi criado pela Lei n° 7.735, de 22 defevereiro de 1989. O IBAMA, dentre outras finalidades, é

IBAMA Instituto Brasileiro do responsável por reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir

Meio Ambiente e dos acidentes decorrentes da utilização de agentes, e produtos

Recursos Naturais agrotóxicos; promover a adoção de medidas de controle de

Renováveis produção, utilização, comercialização, movimentação edestinação de substâncias químicas e resíduos potencialmenteperigosos; executar o controle e a fiscalização ambiental nos

âmbitos regional e nacional e etc.O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE se

constitui no principal provedor de dados e informações do país,IBGE - Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da

sociedade civil, bem como dos órgãos das esferasgovernamentais federal, estadual e municipal.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 127, define o

Ministério Público (MP) como uma instituição permanente,essencial à função jurisdicional, incumbindo-lhe a defesa da

ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e

individuais indisponíveis. Em palavras simples, o MinistérioMP - Ministério Público Público é o advogado da sociedade, dos interesses sociais e

individuais indisponíveis (como o de órfãos e interditos). Cabe aoMP, exigir dos poderes públicos e dos serviços de relevânciapública respeito aos direitos elencados na Constituição,promovendo as medidas necessárias a sua garantia. O MP,portanto, é a instituição que a nossa Constituição atribui a defesa

da sociedade.O Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, emconsonância com o Decreto-Lei n° 134, de 16/06/75, dispõe

sobre a Prevenção e Controle da Poluição de Meio Ambiente no

SLAP - Sistema de Estado do Rio de Janeiro. Este sistema tem por objetivo

Licenciamento de Atividades disciplinar a implantação e funcionamento de qualquer

Poluidoras equipamento ou atividade que forem considerados poluidores oupotencialmente poluidores, bem como qualquer equipamento ecombate à poluição do meio ambiente, no Estado do Rio de

Janeiro.UNESCO Organização das A UNESCO foi criada em 16 de novembro de 1945, para

Nações Unidas para a promover a paz e os direitos humanos com base na

Educação, Ciência e Cultura "solidariedade intelectual e moral da humanidade`. É uma das

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agências das Nações Unidas para incentivar a cooperaçãotécnica entre os Estados membros. A atuação da UNESCO noBrasil ocorre prioritariamente por intermédio de projetos decooperação técnica firmados com o Governo. Eles têm sempre oobjetivo de auxiliar a formulação e operacionalização de políticaspúblicas que estejam em sintonia com as grandes metasacordadas entre os Estados membros. A atuação da UNESCOocorre também com instâncias da sociedade civil, na medida emque seus propósitos venham a contribuir para as políticaspúblicas de desenvolvimento humano.

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