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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO “Da ausência de Medicamentos nos Postos de Saúde e as causas da não diminuição das filas para a realização de exames e procedimentos cirúrgicos na Rede Municipal de Saúde” (Instituída por meio do Requerimento nº 209 /2015) RELATÓRIO Presidente: Vereador João Carlos Gonçalves - PMDB Relator: Vereador Jaime Evaristo - PSC Membros: Vereador Manoel Francisco Bento - PT Vereador Roberto Bisoni - PSDB Vereador Maycon Cesar - PSDB

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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

“Da ausência de Medicamentos nos Postos de Saúde e as causas

da não diminuição das filas para a realização de exames e

procedimentos cirúrgicos na Rede Municipal de Saúde”

(Instituída por meio do Requerimento nº 209 /2015)

RELATÓRIO

Presidente: Vereador João Carlos Gonçalves - PMDB

Relator: Vereador Jaime Evaristo - PSC

Membros: Vereador Manoel Francisco Bento - PT

Vereador Roberto Bisoni - PSDB

Vereador Maycon Cesar - PSDB

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SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................. 4

1.1 Agradecimentos ..................................................................................................... 5

1.2 O Papel da Câmara Municipal de Joinville ............................................................ 6

1.3 Da CPI ..................................................................................................................... 7

1.4 Dos Limites da CPI ................................................................................................. 9

1.5 Da Finalidade da CPI ............................................................................................ 10

2. DA INSTALAÇÃO, DOS PROCEDIMENTOS E DO PRAZO PARA CONCLUSÃO

2.1 Breve histórico da Criação, Composição e Início dos Trabalhos da CPI ............. 11

2.2 Do método de trabalho ....................................................................................... 15

2.3 Dos objetivos ....................................................................................................... 15

2.4 Documentação..................................................................................................... 16

2.5 Dos depoimentos e oitivas .................................................................................. 16

2.6 Diligências Externas ............................................................................................. 17

2.7 Da análise dos procedimentos desta Comissão Parlamentar de Inquérito ........ 20

3. DAS PROVAS E DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DA CPI

3.1 Da Ação Civil Pública em face de Armando Dias Pereira Júnior – Secretário

Municipal de Saúde de Joinville ......................................................................... 21

3.2 Ofício de Encaminhamento de Documentos Solicitados a Secretaria Municipal

de Saúde do Município de Joinville (recebimento) ............................................. 22

3.3 Ofício nº 1952/2015/CCVJ/CL – Convocação do Sr. Armando Dias Pereira Júnior

– Ex-Secretário de Saúde – para prestar depoimento, e uma série de outros

ofícios solicitando envio de informações a esta Comissão, firmados pelo Ver.

João Carlos Gonçalves – Presidente da CPI ......................................................... 28

3.4 Ofício nº 253/2015/GAB/SMS – Que encaminha Documentos em Resposta ao

Ofício nº 1781/CVJ/CL, da CPI. (fl. 433, Vol. III) ................................................... 28

3.5 Memorando nº 03/2015/CL ............................................................................... 28

3.6 Ofício 269/15/GAB – Resposta ao Ofício nº 1992/CVJ/CL ................................. 28

3.7 Memorando nº 109/2015, Cópia da Informação DAE nº 19/2015 ..................... 29

3.8 Memorando nº 79/2015/CL, Sugere Criação de coordenadorias UBS .............. 29

3.9 Ofício SINSEJ Nº 164/2015, Esclarecimento a CPI .............................................. 30

3.10 Ofício nº 333/2015/SMS/GAB, encaminha Dossiê c/ 5 Anexos ....................... 30

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4. VOTO DO RELATOR/ RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES

4.1 Recomendações à Câmara Municipal de Vereadores ....................................... 32

4.1.1 Criação da Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente da Saúde no

Município de Joinville ............................................................................................... 32

4.2 Recomendações ao Executivo Municipal ........................................................... 36

4.2.1 Campanha Publicitária para otimização do acesso e utilização do sistema

municipal de saúde ................................................................................................... 36

4.2.2 Do treinamento dos funcionários para conhecimento do fluxo de

atendimento das Unidades Básicas de Saúde e de pronto

atendimento/padronização e cordialidade no atendimento ................................... 37

4.2.3 Meritocracia – Reconhecimento pelo bom atendimento funcional ............ 38

4.2.4 Informatização integral do Sistema Municipal de Saúde ............................. 40

4.2.5 Implantação do Sistema de Agendamento de Consultas nas Unidades

Básicas de Saúde por meio eletrônico e telefônico ................................................. 40

4.2.6 Da disponibilização das senhas e instalação de painel eletrônico nos PAs, e

relação diária de médicos e atendentes em todas as Unidades de Saúde do

Município .................................................................................................................. 41

4.2.7 Criação do cargo de Coordenador em todas as Unidades de Saúde ............ 42

4.2.8 Dos medicamentos ........................................................................................ 42

1- Sugestões para a regularização na falta de medicamentos ........................ 46

– Implantação do Sistema Hórus;

– Presença do farmacêutico nas Unidades de Saúde/Centralização da

dispensação de medicamentos;

– Descentralização dos processos licitatórios;

– Criação de Comissão Permanente para fiscalizar a execução/punição

do inadimplemento dos contratos

4.2.9 Das filas para realização de exames/cirurgias .............................................. 49

4.2.10 Relatório de consultas de especialidades médicas realizadas ano a ano por

especialidade ............................................................................................................. 49

4.2.11 Relatório de exames realizados ano a ano por tipo de exames .................. 50

4.2.12 Das filas de espera para a realização de cirurgias ....................................... 50

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 53

6. PROJETO DE RESOLUÇÃO ..................................................................................... 56

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1. Introdução

VOLUME I

Resguardado pelo Regimento Interno desta Casa de Leis, por meio do Requerimento nº

209/2015, foi constituída a presente Comissão Parlamentar de Inquérito com a

finalidade de averiguar, no prazo de 60 (sessenta) dias úteis, a ausência de remédios nos

postos de saúde e as causas da não diminuição das filas para realização de exames

médicos e procedimentos cirúrgicos na rede municipal de saúde pública, que vêm sendo

alvo de muitas reclamações com ampla divulgação e críticas pelos meios de

comunicação em nosso Município, conforme art. 30 da Lei Orgânica e art. 67 do

Regimento Interno.

Conforme extrai-se do teor do Requerimento de Instalação, a CPI foi criada em razão da

gravidade dos fatos noticiados pela imprensa acerca do aumento das filas para consultas

especializadas, cirurgias e constante falta de medicamentos na rede pública de saúde de

Joinville.

O artigo 8º da Lei Orgânica do Município de Joinville prevê as atribuições de

competência privativa da Câmara Municipal de Vereadores, a qual, alicerçada no artigo

31 e §§, da CF (Constituição Federal), estabelece os critérios e os meios para o exercício

da fiscalização e controle externo do Município.

Dentre os meios utilizados para o exercício fiscalizatório, o artigo 8º, VIII, da LO, prevê a

criação de Comissões Especiais de Inquérito (CPI), para a investigação de fato

determinante que se inclua na competência municipal, sempre que o requerer pelo

menos um terço de seus membros.

Dessa forma, para cumprir uma das suas principais atribuições, no tocante ao exercício

do Poder Legislativo de fiscalizar os atos que possam causar prejuízos à Administração

Pública, afetando direta ou indiretamente o interesse público, foi criada e instalada a

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para a investigação de irregularidades e/ou

deficiências apontadas no que tange à Saúde Pública de Joinville.

Intrépida e sem qualquer possibilidade de recuo ou estremecimento de qualquer

ordem, a CPI ora em comento, procurou agir, desde o início, com a finalidade única de

apurar os fatos, com foco na obrigação do administrador em zelar pela coisa pública,

com base nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência, princípios que alicerçam a administração da coisa pública, valendo-se de

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todos os instrumentos legais cabíveis, dentro dos limites impostos pelo Estado

Democrático de Direito.

Ancorados neste contexto é que apresentamos o Relatório Final da Comissão

Parlamentar de Inquérito – CPI, da “Saúde Pública do Município de Joinville”, com foco

nos objetivos para os quais foi criada, emitindo, ao final, as conclusões, resultados e

encaminhamentos necessários à eficácia dos trabalhos realizados pela Comissão.

1.1 Agradecimentos

Ao Bom Deus por ter iluminado nossa consciência para conduzir nossa missão de forma

justa, sem rancores, ódio ou parcialidade, espelhando a verdade com base na realidade

dos fatos.

Enalteço a contribuição de todos os membros da CPI DA SAÚDE, pois cada um, dentro

das suas possibilidades, emprestou um trabalho importante para o desenvolvimento de

nossas ações, na busca incansável dos fatos que pudessem esclarecer à sociedade

joinvilense a verdade sobre o objeto para o qual esta Comissão Parlamentar de Inquérito

foi criada.

Especial agradecimento ao Ver. João Carlos Gonçalves (PMDB), presidente desta CPI,

pela forma democrática e compromissada com que conduziu os trabalhos, baseado na

transparência e na legalidade de todos os atos.

Agradecimentos, também, a assessoria dos vereadores que integram esta Comissão e

que nos acompanharam em todas as ações desenvolvidas.

Registramos, ainda, protestos de apreço a Equipe Técnica do Poder Legislativo pelo

apoio incondicional, nas pessoas de:

Dra. Daniela Aparecida Pacheco Dias – Consultora Geral;

Dr. Maurício Eduardo Rosskamp – Coordenador Jurídico Legislativo;

Dr. Denilson Rocha de Oliveira – Consultor Jurídico;

Dra. Patrícia S. Rüdiger – Consultora Legislativa;

Bel. Mateus Scotti Ossemer – Secretário Legislativo;

Bel. Paulo Antônio Ribeiro – Secretário Legislativo;

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Merecem especial agradecimento os Vereadores que subscreveram o Requerimento

que originou esta CPI, pela vontade manifestada na busca da verdade dos fatos.

À Mesa Diretora desta Casa, na pessoa de seu Presidente Ver. Rodrigo Fachini (PMDB),

pela disponibilidade de todos os meios técnicos e matérias que viabilizaram os trabalhos

desta CPI.

À Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal que acompanhou e registrou todas as

Reuniões da CPI e as diligências externas realizadas na condução dos trabalhos,

divulgando e levando ao público, quase que em tempo real as atividades desenvolvidas.

Aos profissionais que nos receberam em todas as Unidades de Saúde do Município

prestando, de forma voluntária, informações importantes para a condução dos nossos

trabalhos.

Às dezenas de usuários do Sistema Municipal de Saúde que, durante as diligências,

trouxeram situações reais sobre os problemas investigados, contribuindo no

esclarecimento e encaminhamento de sugestões para a solução dos mesmos.

A todos registramos aqui o nosso muito obrigado!!!

1.2 O Papel da Câmara Municipal de Joinville

Paralelo à função precípua de legislar, a Câmara Municipal de Joinville tem a

competência essencial constituída pela sua autonomia: a fiscalização externa de todos

os assuntos e temas aos quais a Constituição da República lhe atribui e capacita.

É inconteste a assertiva de que o poder investigativo constitui uma das mais expressivas

funções do Poder Legislativo. Essa importância se traduz na dimensão em que se

projetam as múltiplas competências constitucionais do Poder Legislativo, como

atribuição inerente à própria essência da Instituição Parlamentar.

A Comissão Parlamentar de Inquérito constitui-se em um dos mais importantes

instrumentos de fiscalização e porque não afirmar, controle da atividade administrativa

das autoridades públicas, que, inexoravelmente, envolvem a acepção ampla do

interesse público.

Em exposição sucinta e necessária, tem-se que o Poder Legislativo Municipal tem

basicamente três funções:

a) Representativa – Representar o povo, em defesa dos seus interesses na

construção de uma sociedade justa e igualitária;

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b) Legislativa – Elaborar as Leis de modo a contemplar a sociedade com um

ordenamento jurídico que garanta a defesa de toda a sociedade;

c) Fiscalizadora – Fiscalizar todos os atos da Administração Pública, de modo a

buscar e zelar por todos os interesses da comunidade.

Com fulcro nesta última função, juntamente com outros procedimentos de ordem

legislativa, está a competência do Poder Legislativo de fiscalizar as atividades dos

administradores e/ou daqueles que gravitam em torno do interesse público, mediante

o instrumento legal, qual seja a Comissão Parlamentar de Inquérito.

1.3 DA CPI

Como já vimos as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) tem previsão

constitucional e se constituem em uma das formas de controle da Administração Pública

exercida pelo Poder Legislativo.

Regulamentada pela Lei nº 1579/52, a CPI adquire maior importância no cenário político

nacional, a partir da promulgação da Constituição da República de 1988.

Pode-se afirmar que a CPI é um instrumento jurídico do Poder Legislativo, legalmente

constituído para buscar informações, efetuar diligências, colher depoimentos e outros

mecanismos para apurar fatos que se mostrem contra o interesse público, voltada à

apuração de denúncias para que sejam resguardados os valores da sociedade.

Antes de mais nada é preciso ressaltar “o que” a sociedade joivillense pode e deve

esperar de uma CPI, que possui seus limites traçados pela Carta Magna que rege o

Estado Democrático de Direito, nos moldes estabelecidos pelo § 3º do art. 58, “as

Comissões Parlamentares de Inquérito, terão poderes de investigação próprios das

autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,

e serão criadas para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas

conclusões, se for o caso, encaminhado ao Ministério Público, para que promova a

responsabilidade civil ou criminal dos infratores” (Art. 58, CR/88).

Como se denota a Novel Carta da República deu poderes de investigação de autoridade

judicial, bem como outros poderes previsto no Regimento Interno, a fim de possibilitar

o cumprimento de todos os objetivos e tarefas.

É de bom alvitre atentar para o fato de que a concessão constitucional dos poderes de

autoridade, muitas vezes, acaba por confundir a sociedade e a própria mídia que passa

a cobrar dos membros, um êxito, no resultado, pela quantidade de autoridades, agentes

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políticos e cidadãos que, através delas venham a ser punidos, o que não é o critério

correto a ser adotado na avaliação dos trabalhos de uma CPI.

A CPI pode colher depoimentos, ouvir indiciados, interrogar testemunhas, requisitar

documentos, levantar meios de prova legalmente admitidos e realizar buscas e

apreensões, sem, contudo, poder atribuir-se poderes ilimitados, estando seus trabalhos

sujeitos ao controle judicial, com limitações impostas pela própria Constituição da

República.

No âmbito Municipal, a Comissão de Inquérito é regulamentada pela Lei Orgânica do

Município de Joinville, que assim dispões:

Art. 29 - A Câmara de Vereadores terá Comissões Permanentes e Temporárias,

constituídas na forma e atribuições e competências estabelecidas no Regimento

Interno da Câmara de Vereadores e em seu ato constitutivo.

§ 1º - Em cada Comissão Permanente ou temporária será assegurada, dentro do

possível, a representação proporcional das bancadas ou blocos parlamentares da

Câmara de Vereadores.

Art. 30 – As Comissões Parlamentares de Inquérito terão poderes de investigação

próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da

Casa, e serão criadas pela Câmara mediante requerimento de 1/3 (um terço) de seus

membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas

conclusões, se for o caso, encaminhados ao Ministério Público, para que promova a

responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

O Artigo 30 prevê, ainda, em seus parágrafos 1º e 2º, os poderes investigatórios da CPI

e, em seu parágrafo 3º estabelece que:

§ 3º - Nos termos do Artigo 3º, da Lei Federal nº 1.579, de 18 de março de 1952, as

testemunhas serão intimadas, de acordo com as prescrições estabelecidas na

legislação penal e, em caso de não comparecimento, sem motivo justificado, a

intimação será solicitada ao juiz criminal da localidade onde residem ou se encontrem,

na forma do artigo 218, do Código de Processo Penal.

Nosso Regimento Interno regulamenta a criação, instalação e procedimentos das

Comissões Parlamentares de Inquérito nos termos dos artigos 65 ao 70, prevendo neste

último, sobre o Relatório Final, in verbis:

Art. 70 – O Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito com suas conclusões

será encaminhado:

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I – à Mesa Diretora, para divulgação ao Plenário, oferecendo, conforme o caso, projeto

de decreto legislativo ou de resolução que será incluído na ordem do dia, segundo as

normas contidas neste Regimento Interno;

II – ao Ministério Público, se for o caso de responsabilização civil ou criminal:

III – ao Poder Executivo Municipal;

IV – à Comissão Técnica afim com a matéria;

V – ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina;

VI – para publicação no jornal do Município.

Parágrafo Único – No caso dos incisos II, III, V e VI deste artigo, a remessa será feita

pelo presidente da Câmara de Vereadores, no prazo de quinze dias úteis.

Em razão do que propõem as Leis Municipais, Federais e a Constituição da República, o

citado relatório tem por objetivo principal, expor as atividades e procedimentos

adotados pela CPI, desde a sua criação, apontando os limites constitucionais de atuação,

o objeto e finalidade propostos, bem como a conclusão, resultados e encaminhamentos,

esclarecendo a sociedade, e todos os abrangidos pelo interesse público, sobre o

cumprimento da função parlamentar fiscalizadora.

1.4 Dos Limites da CPI

Além de fiscalizar, o objetivo da CPI é, com a conclusão de seu trabalho, apontar

soluções e propor modificações administrativas. As irregularidades que impliquem em

responsabilidade do agente público deverão ser remetidas ao Ministério Público para as

providências legais cabíveis.

Como se vê, a Comissão Parlamentar de Inquérito tem limites. As normas que criaram

e/ou regulamentaram a CPI não podem contrariar a Constituição Federal e seus

princípios, por mais que detenham autoridade jurídica.

Em outros termos, a CPI deve respeitar os limites, sob pena de ser declarada nula.

Para melhor esclarecimento, se a Carta da República atribui à CPI poderes de

investigação próprios de autoridades judiciais, há que se considerar que durante todo o

processo investigativo, torna-se exigível o respeito ao direito do indiciado de participar

alegando o que quiser em sua defesa.

A CPI NÃO É INSTRUMENTO PARA A CONDENAÇÃO, APENAS COLHE INFORMAÇÕES

SOBRE O OBJETO INVESTIGADO, PARA POSTERIORMENTE, APRESENTAR DADOS

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CONCRETOS AO Ministério Público, para o oferecimento de denúncia ou instauração de

processo de responsabilidade civil, sendo, também, um importante instrumento de

apoio na instrução de tais procedimentos caso já existam quando da conclusão dos

trabalhos desempenhados por esta.

Outro limite que se impõe é o de que a Câmara Municipal, através da CPI, não pode

invadir a competência de outros órgãos constitucionais como o Tribunal de Contas da

União, dos Estados e Municípios onde houver. De igual forma, as providências que

tenham caráter investigatório e impliquem restrição direta a direitos individuais

também estão protegidas pelo próprio texto constitucional e, portanto, somente podem

emanar de Juiz, e não de terceiros, mesmo aqueles a quem foram atribuídos “poderes

de investigação próprios das autoridades judiciais”.

A CPI deve dispor de todos os meios necessários para atingir seus objetivos, na condução

do procedimento investigatório.

Todavia, há que se levar em conta, entendimento geral, de que os poderes de indagação

e investigação ou pesquisa dos fatos determinados, que motivaram a instauração do

inquérito parlamentar sofrem, como já mencionado, limitações de ordem jurídico-

constitucional que restringem, em consequência, sua capacidade de atuação.

Por derradeiro pode-se afirmar que as limitações da CPI consistem, basicamente em:

a) A CPI NÃO TEM FUNÇÃO PUNITIVA, mas, sim, meramente investigativa. Pode

abrir inquéritos, sem criar processos ou procedimentos que invadam a atribuição

do judiciário. Não tem o poder de obrigar a presença de testemunhas faltosas,

nem tão pouco de puni-las pela omissão da verdade, salvaguardando ao

depoente o direito de não responder as perguntas que julgar impertinentes.

b) A CPI NÃO TEM CARÁTER JUDICIÁRIO – A CPI não forma culpa nem pode conferir

julgamento em torno de qualquer irregularidade mesmo aquelas supostamente

criminosas, possuindo, por fim, as mesmas limitações impostas à Câmara que a

originou.

1.5 Da Finalidade da CPI

É jurídica e publicamente notória a preocupação com a real finalidade de uma Comissão

de Inquérito.

Por tratar-se de questões que envolvem diretamente a política, o desvio da finalidade

é, não raras vezes, constatado pela utilização deste instrumento jurídico como forma de

condução do poder, sem a obediência à apuração, investigação e encaminhamentos

justos.

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A prova contundente do desvio de finalidade dos trabalhos da CPI resta facilmente

constatada quando o Relatório Final se apresenta de forma desproporcional e oposto às

provas nos autos, submetendo todo o processo à nulidade de pleno direito.

Em razão disso, para que os trabalhos da CPI em pauta, que custou tempo e recursos

públicos, sejam preservados e relatados com o rigor que se impõe, fulcro na apuração

real dos fatos, o presente Relatório busca sustentação nos princípios constitucionais da

moralidade, legalidade, impessoalidade e proporcionalidade, atendendo os requisitos

fundamentais inerentes a sua efetividade, quais sejam, a Competência, a Finalidade, a

Forma, ao Motivo e o Objeto.

Extrai-se, de uma profunda analise de todo o processo, bem como das provas obtidas,

dos depoimentos prestados e da farta documentação apensada aos autos, a conclusão

de que não houve, nem poderia haver, finalidade alheia ao interesse público nem tão

pouco se vislumbra finalidade alheia à categoria do ato ou objeto que lhe originou,

podendo-se afirmar que a finalidade principal foi atingida, qual seja, a de apurar a

ausência de remédios nos postos de saúde e as causas da não diminuição das filas para

a realização de exames médicos e procedimentos cirúrgicos na rede municipal de

saúde pública de Joinville.

2. Da instalação, dos procedimentos e do prazo para conclusão

2.1. Breve Histórico da Criação, Composição e Início dos Trabalhos da CPI

O Requerimento nº 209/2015 (fls. 02 a 04) foi encaminhado por iniciativa de 17

(dezessete) Vereadores desta Novel Casa de Leis (ordem alfabética): Adilson Mariano

(PSOL), Claudio Aragão (PMDB), Dorval Pretti (PPS), Fábio Dalonso (PSDB), Jaime

Evaristo (PSC), James Schroeder (PDT), João Carlos Gonçalves (PMDB), Lioilson corrêa

(PT), Manoel Francisco Bento (PT), Mauricinho Soares (PMDB), Mauricio Peixer (PSDB),

Maycon Cezar (PSDB), Pastora Léia (PSD), Roberto Bizzoni (PSDB), Rodrigo Fachini

(PMDB), Rodrigo Thomazi (PP) e Zilnety nunes (PSD), em 03 de agosto de 2015, deferido

pelo Presidente da Casa em 05 de agosto de 2015, com base no PARECER nº 161/2015,

exarado pela Consultoria Legislativa em atendimento ao memorando nº 127/2015-GP,

(fls nº 05 a 17) tendo como Pareceristas Dra. Daniela Pacheco Dias (Consultora Geral),

Dr. Maurício Eduardo RossKamp (Consultor Jurídico) e Dr. Denilson Rocha de Oliveira

(Consultor Jurídico).

A citada medida legislativa versa sobre Requerimento de Constituição de Comissão

Parlamentar de Inquérito, com a seguinte Súmula que assim descreve “Os vereadores

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abaixo assinados requerem... Criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, com a

finalidade de averiguar... a ausência de remédios nos postos de saúde e as causas da

não diminuição das filas para a realização de exames médicos e procedimentos

cirúrgicos na rede municipal de saúde...” (fl. nº 02, Vol. I).

Com mais atento olhar sobre este documento, assinado pelos citados vereadores,

destaca-se o nome do Vereador Maycon cesar, não impresso, mas escrito a caneta, que

não se trata de irregularidade, certamente erro de digitação ou decisão pela assinatura

em tempo.

A Reunião de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito está descrita em Ata (fl.

18, Vl. I), realizada aos cinco dias do mês de agosto do ano de 2015, às dezenove horas

e quarenta e cinco minutos na sala VIP da Presidência da Câmara de Vereadores de

Joinville, momento em que foi instalada e composta a Comissão, tendo sido eleito como

Presidente o Ver. João Carlos Gonçalves, Relator o Ver. Jaime Evaristo e Secretário o

Ver. Maycon Cesar.

Em 10 de agosto de 2015 o Ver. João Carlos Gonçalves, Presidente da CPI, juntamente

com os demais membros, através do requerimento nº 214/2015, solicitou ao Presidente

do Poder Legislativo, a convocação de Reunião Extraordinária da Comissão a realizar-se

em 11 de agosto de 2015, na Sala de Comissões Rui Borba (fl. nº 19, Vol. I).

Ata da primeira Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito ocorreu em 11 de

Agosto de 2015 na Sala das Comissões Rui Borba com a presença de todos seus membros

e Consultoria Legislativa. Nesta reunião ficou deliberado sobre o envio de convite, para

depoimentos, da Secretária Municipal de Saúde Francieli Cristini Schultz e ao Diretor

Presidente do Hospital Municipal São José – o Senhor Paulo Manoel de Souza e ao

responsável pela fila de espera de procedimentos cirúrgicos, para que compareçam à

próxima Reunião desta Comissão que será realizada no dia 17 (dezessete) de agosto de

2015 às 09h00min horas na mesma sala. Ata e lista de presença constante das fls. De nº

20 a 23, Vol. I.

Nas folhas 24 a 27 encontram-se juntado ao processo os ofícios de convocação

aprovados na primeira reunião, bem como o controle de entrega dos documentos –

11/08/2015.

A segunda reunião da CPI ocorreu em 17 de agosto de 2015, tendo o conteúdo inteiro

dos assuntos discutidos na reunião, deduzido a termo na respectiva Ata, mediante

degravação que foram colhidas durante o procedimento, juntadas às (fls. 28 a 31, Vol. I)

e nas fls. de nº (32 e 33, Vol. I) foram colhidas assinaturas dos presentes. Ainda a fl. de

nº 34, Vol. I consta a Justificativa de ausência à reunião do Vereador Manoel Bento,

Memorando nº 88/2015.

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Através do Requerimento nº 225/2015, os Vereadores, membros da Comissão,

convocam reunião a ser realizada no dia 17 de agosto de 2015 às 16:30h na Sala VIP da

Câmara de Vereadores de Joinville.

Nesta oportunidade realizou-se a 3ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito com

a ausência do Ver. Manoel Francisco Bento, justificada através do memorando nº

88/2015 e do Ver. Maycon Cesar, por estar participando de outra Comissão, formalizada

pelo Ver. João Carlos Gonçalves, Presidente. Nesta oportunidade o Vereador Presidente

da Comissão informou as datas das próximas reuniões da Comissão, como também a

relação dos convidados que assim ficou definido: dia 24 Ago 15 (segunda-feira), às

09:00h, tendo como convidado o Sr. Paulo Manoel de Souza (Diretor do Hospital

Municipal São José). No mesmo dia, às 10:00h, tendo como convidado o Sr. Jean

Rodrigues da Silva (Gerente de Planejamento, Controle, Avaliação e auditoria da

Secretaria Municipal de Saúde). Para o dia 27 de Agosto de 2015 (quinta- feira), às

14h00minh, foi convidada a Sra. Larissa Grun Brandão do Nascimento (Ex-Secretária de

Saúde do Município). No mesmo dia, às 13:30h, foi convidado o Sr. Armando dias Pereira

Júnior (Ex-Secretário de Saúde do Município). Ficou, ainda, decidido que a CPI irá a

campo para verificar o funcionamento do Sistema Hórus, Sistema utilizado para fazer o

agendamento e a distribuição das consultas. Também irão verificar “in loco” a questão

das filas de espera dos procedimentos cirúrgicos e que, possivelmente, na data de 31 de

agosto de 2015, será ouvida a Dra. Simone Cristina Schultz (Promotora de Justiça). Tudo

às fls. de nº 36 a 37. As folhas 38 e 39 guardam a lista dos presentes à 3ª reunião da CPI

e a justificativa de ausência do Ver. Manoel Bento.

Consta das fls. 40 a 43 os ofícios encaminhados pela CPI convocando a Sra. Francieli

Cristini Schuktz (Secretária Municipal de Saúde, Sr. Paulo Manoel de Souza (Diretor-

Presidente do Hospital Municipal São José), Sr. Jean Rodrigues da Silva (Gerente de

Planejamento, Controle, Avaliação e Auditoria da SMS) e do Controle de Entrega de

Documentos – 17/08/2015.

A quarta Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito ocorreu aos vinte e quatro dias

do mês de agosto de dois mil e quinze na Sala das Comissões Rui Borba na Câmara de

Vereadores de Joinville com a presença de seus membros a exceção do Ver. Maycon

Cesar que justificou sua ausência, conforme se vê a fl. nº 53. Presente, também, o

assessoramento jurídico e assessores parlamentares conforme lista de presença fls. 51

e 52.

A Ata da Reunião, (fls. 49 a 50, Vol. I) contém o depoimento dos Srs. Paulo Manoel de

Souza (Diretor Presidente do Hospital Municipal São José) e Jean Rodrigues da Silva

(Gerente de Planejamento, controle, Avaliação e Auditoria da SMS), cuja convocação foi

aprovada em Reunião anterior. Às fls. De nº 54 a 61 constam os requerimentos com

pedidos de informações aprovados na Reunião e encaminhados às autoridades e órgão

competentes. Consta, ainda, das fls. 62 e 63 o Ofício e Convocação da Sra. Larissa Grun

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Brandão do Nascimento (Ex-secretária de Saúde) e Sr. Armando Dias Pereira (Ex-

secretário de Saúde), conforme controle de entrega de documento as fls. De nº 64 e 65,

Vol. I.

Consta das fls.de número 66 a 69 do encaminhamento ao Sr. Sandro José Neis

(Procurador Geral de Justiça) o pedido de comparecimento da Dra. Simone Cristina

Schultz Corrêa à reunião da Comissão Parlamentar de inquérito para fornecer

informações acerca da situação da saúde pública do Município de Joinville bem como

da solicitação da mesma para remarcar a data por motivos de sua agenda de trabalho.

Das fls. De nº 70 a 75 lê-se o ofício encaminhado ao Sr. Prefeito Hudo Döler com pedidos

de informações aprovados em reunião da CPI.

A ATA da 5ª Reunião da CPI está contida as fls. de nº 76 a 79, contendo como parte

integrante a lista de presença fls.de nº 80 e 81, bem como do ofício encaminhado pelo

Sr. Armando Dias Pereira Junior (Ex-secretário de Saúde) solicitando o agendamento de

nova data em razão de compromissos anteriormente assumido e, enfatizando no caso

de novo agendamento desde já manifesta que fará valer o direito insculpido no Art. 5º,

LXIII, da CF, combinado com o Art. 186 do Código de Processo Penal (O direito de

permanecer calado), em razão de que tramita contra si Ação Civil Pública, cujo objeto se

assemelha ao da Comissão Parlamentar de Inquérito, procuração em anexo fl. 84.

Consta, ainda, da mesma Ata comunicação interna exarada pelo Vereador Presidente da

CPI.

A ATA da 6ª Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito e seus anexos realizada em

03/09/15, na sala de praxe, tratou de forma central sobre o posicionamento do Sr.

Armando Dias Pereira Junior (Ex-Secretário de Saúde) conforme notificação em reunião

anterior. O Ver. João Carlos Gonçalves (Presidente da CPI) solicitou Parecer Jurídico,

encaminhado a Assessoria Jurídica da Câmara de Vereadores, sobre a matéria em

comento. O Parecer Exarado pela Consultoria Jurídica, da lavra do Dr. Denilson Rocha

de Oliveira (consultor Jur5ídico), consta das fls.de nº 94 a 99. Acompanha o Parecer da

Consultoria Jurídica todo o teor da Ação Civil Pública por Ato de Improbidade

Administrativa com Pedido Cautelar de Afastamento do Cargo em face de Armando Dias

Pereira Junior, fls.de nº 100 a 142.

A folha de nº 143 traz o Termo de Encerramento do 1º volume do Processo dirigido por

esta Comissão Parlamentar de Inquérito de acordo com o fim proposto.

Percorridos até aqui “os primeiros passos”, logo após a criação e composição desta CPI.

Legalmente e devidamente instalada a CPI respeitou todos os procedimentos a que as

Comissões Parlamentares de Inquérito estão sujeitas no plano do Direito que as

regulamenta. Senão vejamos:

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2.2. Do Método de Trabalho

Desde o ato inicial, a CPI serviu-se de todos os instrumentos permitidos em lei para a

apuração dos fatos, realizando diligência externas, solicitando documentos vinculados

ao objeto investigado, ouvindo testemunhas e depoimentos dos investigados.

É obvio que a não indicação de perito e/ou técnicos especializados na realização das

diligências, empanaram de forma indelével o resultado final da CPI, uma vez que grande

parte da coleta de dados, que constituiriam provas importantes para a condução dos

trabalhos, exigiam um olhar de auditores especializados.

Não obstante, é de se concluir que os elementos de prova trazidos a lume com as

diligências realizadas pelos membros da CPI, bem como dos documentos que compõem

os autos se apresentam suficientes para alicerçar o Relatório Final e conclusivo desta

Comissão de Inquérito, com fundamentação robusta par embasar suas conclusões e

encaminhamentos.

2.3. Dos Objetivos

Desde o momento inaugural dos trabalhos da CPI, os membros que a compõem

seguiram diversas linhas de investigação, preponderando sempre sobre o objeto, razão

da sua criação:

a) Ausência de remédios nos postos de saúde – processo licitatório, atraso na

entrega, multa aos fornecedores, hegemonia de laboratórios, possibilidade de

substituição de medicamentos, sistema de distribuição, controle de

abastecimento e estoque, judicialização no fornecimento de medicamentos,

motivos mais preponderantes para a falta de medicamentos, entre outros.

b) As causas da não diminuição das filas para a realização de exames médicos e

procedimentos cirúrgicos na rede municipal de saúde pública do Município de

Joinville – Quantos médicos temos em cada especialidade, qual a carga horária

dos médicos, qual o resultado obtido com as terceirizações dos serviços de

saúde, quais as especialidades que apresentam maior gargalo nos atendimentos,

o custo de cada procedimento cirúrgico (os mais comuns), o número de exames

laboratoriais, clínicos e de cirurgias mês, a participação nos custos da saúde dos

demais entes federativos (Estado e União), o montante dispendido pelo

Município no custeio da saúde, a questão de gestão da saúde municipal, o não

cumprimento do TAC firmado com o Ministério Público, entre outros.

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2.4. Documentação

Observa-se que a documentação solicitada pelos membros desta Comissão foi juntada

aos autos do Processo, seguindo-se a ordem cronológica de seu recebimento.

Toda a documentação foi encaminhada através de cópia xerográfica ou por meio

digitalizado, de forma que não houve necessidade de manuseio “in loco” de documentos

originais, visto que estes também servirão para outras autoridades, exemplo o Tribunal

de Contas.

2.5. Dos Depoimentos e Oitivas

Neste tocante é salutar observar que todos os depoimentos e oitivas foram tomados no

seu inteiro teor nas dependências da Câmara Municipal.

De igual parte ressalta-se que quando da oitiva dos depoentes, realizadas nas

dependências do Poder Legislativo, franqueou-se a mais ampla participação, tanto da

imprensa quanto da sociedade, pois suas reuniões são públicas, salvo em casos

amplamente justificados que ensejam sigilo ou proteção a imagem, aqueles assegurados

constitucionalmente.

Observa-se, ainda, que todos os depoimentos foram espontâneos e irrestritos, salvo o

do Sr. Armando Dias Pereira Junior (Ex-Secretário de Saúde) que invocou o Direito

Constitucional de permanecer calado, conforme dito alhures.

Foi realizado um total de 13 Reuniões pela CPI, com a finalidade de proceder oitivas e

deliberar sobre trabalhos e ações propostas.

2.6. Diligências Externas

Foram realizadas diligência externas que culminaram em visitação ao Hospital Municipal

São José, às Unidades de Saúde do Município bem como à Secretaria Municipal de

Saúde, atingindo o número de 40 (quarenta), visitas, 70% (setenta por cento) da Rede

de Saúde Municipal, oportunizando a todos os membros da Comissão, que

acompanharam as visitas, fazerem seus questionamentos aos coordenadores dos

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estabelecimentos de saúde, aos demais profissionais da saúde, bem como aos usuários

presentes no momento da visitação.

Segue a relação cronológica dos principais trabalhos realizados pela CPI:

05/08/2015 - Reunião de Instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito para

investigar a ausência (falta) de remédios nos Postos de Saúde e as causas da não

diminuição das filas para a realização de exames médicos e procedimentos

cirúrgicos na rede municipal de saúde pública (fl. 18, vol. I);

11/08/2015 (1ª Reunião) – Discussões sobre as convocações de autoridades e

funcionários da saúde para serem ouvidos pela Comissão dentro da área de

atuação de cada um. (fls. 20 a 22 Vol. I);

16/08/2015 (2ª Reunião) – Oitiva da Sra. Francieli Cristini Schultz (Secretária

Municipal de Saúde) (fls. 28 a 31, Vol. I);

17/08/2015 (3ª Reunião) – Aprovação da ATA anterior e definição pelo

Presidente da Comissão sobre as datas das próximas reuniões, bem como

definição de novas convocações (fls. 36 e 37, Vol. I);

24/08/2015 (4ª Reunião) – oitiva do Sr. Paulo Manoel de Souza (Diretor do

Hospital São José) e do Sr. Jean Rodrigues da Silva (Gerente de Planejamento,

Controle, Avaliação e Auditoria da SMS), (fls. 44 a 50, Vol. I);

27/08/2015 (5ª Reunião) – Oitiva da Sra. Larissa Grum Brandão do Nascimento

(Secretária Municipal de Saúde), (fls. 76 a 79, Vol. I);

03/09/2015 (6ª Reunião) – Aprovação da ATA anterior e deliberação sobre a

convocação da Dra. Simone Cristina Schultz Corrêa (Chefe da 15ª Promotoria de

Justiça da Comarca de Joinville) e o Dr. Armando Dias Pereira Junior (Ex-

secretário Municipal de Saúde), ambas aprovadas. (fls.87 a 90, Vol. I);

10/09/2015 (7ª Reunião) – Oitiva da Dra. Simone Cristina Schultz Corrêa (Chefe

da 15ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville), na oportunidade foi

aprovada a convocação do funcionário responsável pelo controle de frequência

dos funcionários do Hospital São José a fim de averiguar se há ociosidade em

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centros cirúrgicos do hospital em decorrência da falta de assiduidade dos

médicos-cirurgiões, (fls.411 a 413, Vol. III);

15/09/2015 (8ª Reunião) – Oitiva do Sr. Armando Dias Pereira Junior (Ex-

Secretário de Saúde do Município de Joinville), o interrogado fez uso do direito

constitucional de permanecer calado, não respondeu a nenhum

questionamento, por orientação de seu advogado. (fls.427 a 429, Vol. III);

13/10/2015 (9ª Reunião) – Aprovação da ATA anterior e discussão sobre a

prorrogação dos prazos para conclusão dos trabalhos da CPI (fls. 543 a 543D ,

Vol.III;

18/09/2015 (Memorando nº 03/15) – Estabelece o Roteiro de Diligências às

Unidades de Saúde do Município para os dias 22, 23, 29 e 30 de setembro de

2015. Nesta oportunidade foram visitadas 26 Unidades de Saúde Municipal pela

CPI, (fls.450 a 454, Vol. III);

20/10/2015 (Memorando nº 04/2015/CL) Diligências nas Unidades de Saúde:

- Às 08:00h – Central de Abastecimento Farmacêutico (Rua Monsenhor Gercino

nº 1055 – Bairro Itaum), verificação “in loco” do funcionamento dos serviços de

distribuição dos medicamentos na rede municipal de saúde;

- Às 09:00h – Hospital Municipal São José (Rua Plácido Gomes nº 488, Anita

Garibaldi), verificar o funcionamento dos serviços de consultas e cirurgias,

principalmente as relacionadas com o setor de ortopedia, visita acompanhada

pelos médicos responsáveis pelo setor e pelo Presidente do Hospital São José,

- Às 10:00h – Visita a Central de Regulação (Rua Araranguá nº 397 – América) a

fim de verificar o funcionamento dos serviços de regulação referente a consultas

e exames. A visita teve o acompanhamento do Sr. Jean Rodrigues da Silva

(Gerente de Planejamento, Controle, Avaliação e Auditoria da SMS.

23/10/2015 (Memorando nº 05/2015) – determina calendário de visitação às

Unidades de Saúde do Município, com a seguinte programação:

- Dia 27/10/15 – 09:00h – Unidade Básica de Saúde Glória (Rua Brigada Lopes,

S/N – Glória); - 10:00h Central de Regulação (Rua Araranguá, 397 – América;

- Dia 03/11/15 – 08 às 12:00h – Unidade Básica de Saúde Saguaçu (Rua Iririu,

110 – Saguaçu; Unidade Básica de Saúde Bom Retiro (Rua Otavio Rosa Filho, S/N

– Bom Retiro); Unidade Básica da Saúde da Família Willi Schossland (Rua Kurt

AlvinoMonich, S/N – Costa e Silva; Unidade Básica de Saúde Pirabeiraba (Rua

Conselheiro Pedreira, S/N – Pirabeiraba);

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- Dia 04/11/2015 – Das 08:00 às 12:00h – Policlínica Bucarein-Sede (Rua Inácio

Bastos, nº 555 – Bucarein); - Unidade Básica de Saúde Fátima-Sede, (Rua

Almirante Protógenes Pereira, nº 410 – Fátima); - Unidade Básica da Saúde da

Família Itinga, (Rua Santa Gertrudes S/N – Itinga); Unidade Básica da Saúde Nova

Brasília, (Rua Bom Retiro, S/N – Nova Brasília); Unidade Básica de Saúde São

Marcos, (Rua Canelinha, nº 71 – São marcos).

- Dia 10/11/2015 – 09:00h – Convidado a prestar esclarecimentos –

Representante do SAMU.

- 13/11/2015 – (10ª Reunião) – Oitiva da Sra. Camila Schwantes (Coordenadora

do SAMU Joinville) e Sra. Daniela Montanha Manganelli (Coordenadora do SAMU

Norte/Nordeste. Foi aprovado requerimento que solicita o comparecimento

para prestar depoimento o Dr. Antonio César Franco Garcia, na próxima reunião

(fls. 700 a 702, Vol. IV);

17/11/2015 – (11ª Reunião) – Oitiva do Dr. Antonio César franco Garcia

Presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, (fls.710 a 712, Vol. IV);

09/12/2015 – (12ª Reunião) – Oitiva da Dra. Francieli Cristina Schultz –

Secretária Municipal de Saúde, Sr. Jean Rodrigues da Silva – Diretor Executivo,

Sr. Fabrício da Rosa – Gerente de Unidade Administrativa e Financeira (GUAF),

Drs. Cintia Friedrich – Gerente da Unidade dos Serviços de Referência (GURS),

Sra. Vera Lúcia Freitas – Gerente da Unidade de Planejamento, Controle,

Avaliação e Auditoria (GUPCAA), Sr. Douglas Calheiros Machado – Gerente da

Unidade de Atenção Básica 9GUAB), Sra. Geane Regina Vanzuiten Vieira –

Gerente d Unidade de Vigilância em Saúde (GUVS) e Sr. Rodrigo Machado Prado

– Gerente de Gestão Estratégica (GGE), (fls. 7669 a 773, Vol. IV);

04/02/2016 – (13ª Reunião) Oportunidade em que ficou deliberado que o dia 15

de fevereiro seria a data limite para entrega do Relatório Final para discussão e

votação.

04/02/2016 – Visita inopinada ao PA/SUL – 24 horas, para verificar denúncia de

falta de medicamentos. (fl. 1.035), Dados constantes do acompanhamento

realizado pela Diretoria de Comunicação Social da Câmara.

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2.7. Da Análise dos Procedimentos Por Esta Comissão Parlamentar de

Inquérito

1º) - A comunicação inicial da instalação da CPI, bem como todos os procedimentos que

afetam os atos e indivíduos convocados e ouvidos, foram devidamente formalizados,

conforme previsto no regimento Interno desta Casa de Leis.

2º) - Aos advogados constituídos, foram dados todos os direitos de acompanhar todo o

Processo Investigatório daquele que o constituiu como patrono, dentro das

prerrogativas previstas em lei.

3º) - A intimação e/ou convocação dos depoentes foram feitas pessoalmente ou através

de AR, em acordo com a legislação penal.

4º) - Foram garantidos aos convocados ou a quem se imputou indícios de irregularidade,

o direito de permanecer em silêncio.

5º) - Não foram convocadas autoridades e/ou funcionários fora do âmbito de atuação

da CPI ou por ela impedidas de serem convocadas sem a devida deliberação por todos

os membros da Comissão.

6º) - Foram realizadas todas as oitivas e diligências, internas e externas, apontadas e

deliberadas pela Comissão de Inquérito.

7º) - Não houve fatos novos estranhos ao objeto indicado na criação da CPI, ocorrendo

tão somente fatos resultantes do desencadeamento dos trabalhos ainda que

inicialmente não previstos, tendo sido tomadas todas as providências necessárias para

condução de tais fatos dentro dos limites do objeto determinante para a sua apuração,

todos adequados ao regulamento que norteia a C PI.

8º) – Não ocorreu divulgação dos trabalhos da CPI vedados por lei, tendo a Comissão

Parlamentar de Inquérito atuado com discrição, evitando que terceiros fossem, por

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alguma razão, submetidos à execração pública, bem como que opiniões individuais

pudessem antecipar julgamento final de qualquer de seus membros.

9º) – Toda publicidade teve finalidade útil e nobre, atendendo apenas o princípio do

interesse público, transparência à sociedade e preservação dos direitos dos depoentes.

10 - Todos os prazos foram rigorosamente cumpridos.

3. Das provas e documentos de instrução à CPI

3.1 – Da Ação Civil Pública em face de Armando Dias Pereira Júnior

(Secretário Municipal de Saúde de Joinville.

A partir das fls. nº 100 a 142 (Vol. I) destes autos encontra-se a Ação Civil Pública Por

Ato de Improbidade Administrativa com Pedido Cautelar de Afastamento do Cargo em

face de Armando Dias Pereira Junior, Ex-secretário de Saúde, movida pelo Ministério

Público de Santa Catarina, por descumprimento, segundo consta dos autos, de

determinações judiciais (liminares), com o escopo de regularizar a situação da saúde do

Município.

A presente ação Civil Pública ainda tramita em juízo, não cabendo a esta Comissão,

opinar sobre os seus fundamentos, muito embora trate de assuntos que são objeto

desta Comissão Parlamentar de Inquérito, até porque quando da oitiva do demandado

este usou do direito constitucional de permanecer calado.

No entanto os fatos apurados pelo Douto Ministério Público servem como bussola para

as conclusões dos trabalhos desta CPI.

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3.2 – Ofícios de Encaminhamento de Documentos Solicitados à Secretaria

Municipal de Saúde do Município de Joinville (recebimento).

ANEXO I

Da Certidão nº 12.730/2015 Emitida pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa

Catarina (fls. 147 a 159, Vol. II).

O Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina emitiu Certidão de nº 12.730/2015,

(fls.147 a 159, Vol. II), com base no artigo 21, inciso IV, alíneas “a” e “b”, da Resolução

nº 43, de 21/12/2001, alterada pela Resolução nº 03 de 02/04/2004 do Senado Federal,

no art. 59 da Lei Complementar 1l1/2000 e em disposições da Constituição Federal, com

base nas informações remetidas eletronicamente, que as contas do Município de

Joinville, relativas ao exercício financeiro de 2013, com deliberação deste Tribunal, e ao

exercício de 2014, pendente de deliberação, demonstram os dados apurados até então.

Interessa para o objeto desta Comissão a observação de que no Exercício de 2013 o

Município aplicou em Ações e Serviços públicos de Saúde a importância de R$

264.291.2425,50, correspondente a 33,85% da receita de impostos compreendidas as

de transferência a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os Arts. 158 e

159, inciso I, alínea “b” e § 3º, da Constituição Federal, que foi de R$ 780.824.157,70

e, no Exercício de 2014, pelos mesmos fundamentos, levando em conta o montante

arrecadado da ordem de R$ 876.071.207,25, a Aplicação em Ações e Serviços Públicos

de Saúde foi de R$ 320.767.514,24, correspondendo a 36,61% daquela receita,

cumprindo o mínimo constitucional de 15% de aplicação obrigatória previsto no art.

198, da CF, c/c com o art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias –

ADCT. Observa-se, ainda, dos anexos (fl. 56, Vol I) da referida certidão, que no período

de novembro a dezembro de 2014, a aplicação de recursos em ações da saúde,

chegaram ao patamar de 37,29%, sobre a receita provenientes da determinação legal.

Os dados constantes da referida Certidão servirão para as conclusões dos trabalhos

desta CPI.

ANEXO II

Relação de Todos os Secretários de Saúde e Diretores Executivos Com Indicação do

Período (2004/2005) e Cópia dos Decretos de Nomeação (fls. 10 a 189, Vol. II).

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Considerando que os problemas da área de saúde é fruto de ações ou inações de várias

gestões, é de bom tom que se busque responsabilidades pretéritas, para que se

promova a justiça com vistas às gestões mais recentes. Esta relação servirá para

conclusões dos trabalhos da CPI.

ANEXO III

Relatório de Gastos com Medicamentos Ano a Ano (fl190 a 191, Vol. II).

Este Relatório demonstra a aplicação de recurso com medicamentos, considerando

aqueles gastos previstos no elenco básico, que leva em conta a Tabela do SUS e aqueles

medicamentos que, na maioria das vezes não consta da tabela oficial, fruto de

atendimento a demandas judiciais. Este item carece de análise mais profunda quando

das conclusões dos trabalhos da CPI.

ANEXO IV

Relatório das Consultas de Especialidades Médicas Realizadas Ano a Ano, por

Especialidade e relatório de Exames Realizados Ano a Ano, Por Tipo de Exame (fls. 192

a 197, Vol. II).

1 – Relatório de consultas de especialidades médicas realizadas ano a ano, por

especialidade, (ver tabela fl. 193, Vol. II).

Estas informações foram extraídas dos dados disponibilizado pela base local do Sistema

de Informações laboratoriais do Ministério da Saúde, portanto fidedignas, no período

de 2012 a 2015, cujos dados servirão de suporte para análise do comportamento das

filas existentes.

2 – Relatório de exames realizados ano a ano, por tipo de exame, (fls. 194 e 195, Vol.

II).

Da mesma fonte, estes dados servirão para análise do comportamento das filas de

espera para a realização de exames bem como do tipo de exame, realizados entre 2012

e 2015.

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3 – Relatório da evolução das filas de atendimento por especialidade ano a ano, (fl.

195 a 197, Vol. II).

Deste relatório, da mesma fonte, extrai-se o comportamento, evolutivo do número total

de pacientes nas filas de espera por consulta de todas as especialidades, ver gráfico,

desde 2004.

Do comportamento do gráfico verifica-se um acréscimo acentuado até o ano de 2014

com um decréscimo considerável deste ano para o ano de 2015, na razão de – 15%

(menos quinze por cento). Dados que servirão de base para a conclusão dos trabalhos.

4 – Relatório de produtividade do Instituto Vida – quantas cirurgias e demais

procedimentos por mês, desde o início do convênio, (fl. 197, Vl. II).

A planilha contendo estes dados será fundamental para a apreciação dos resultados

(eficácia) esperados pela realização do convênio formalizado com este Instituto, levando

em conta que os valores dispendidos foram de somas relevantes para o Município.

ANEXO V

Relatório da evolução das filas de atendimento por especialidade ano a ano, (fls.

198 a 358, Vol. II).

A – Demanda reprimida por especialidade, 2004 (fls. 199 a 208, vol. II) – Total – 60554

B – Demanda reprimida por especialidade, 2005 (fls. 209 a 220, Vol. II) - Total – 77624

C – Demanda reprimida por especialidade, 2006 (fls. 221 a 232, Vol. II) – Total – 86083

D – Demanda reprimida por especialidade, 2007 (fls. 223 a 245, Vol. II) – Total – 81897

E – Demanda reprimida por especialidade, 2008 (fls. 246 a 257, Vol. II) – Total – 79788

F – Demanda reprimida por especialidade, 2009 (fls. 258 a 270, Vol. II) – Total – 90555

G – Demanda reprimida por especialidade, 2010 (fls. 271 a 284, Vol. II) – Total – 92525

H – Demanda reprimida por especialidade, 2011 (fls. 285 a 299, Vol. II) – Total – 96157

I – Demanda reprimida por especialidade, 2012 (fls. 300 a 314, Vol. II) - Total – 110964

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J – Demanda reprimida por especialidade, 2013 (fls. 315 a 329, Vol. II) - Total – 124010

K – Demanda reprimida por especialidade, 2014 (fls. 330 a 343, Vol.II) – Total – 134548

L – Demanda reprimida por especialidade, 2015 (fls. 344 a 358, Vol.II) – Total – 114058

Obs: Este anexo demonstra aquilo que foi apurado anteriormente (Anexo IV, item 3).

ANEXO VI

Relatório do investimento em infraestrutura na atenção básica relacionando quais as

UBS foram reformadas, ampliadas e/ou construídas em cada ano, indicando quais

foram entregues com alvará sanitário (fls. 359 a 365, Vol. II).

Este relatório foi encaminhado a esta Comissão Parlamentar de Inquérito através do

Memorando de nº 100/15 –GUAF-CCC, em 01 de setembro de 2015, pela Sra. Gisele

Cidral – Coordenadora de Convênios.

Os valores investidos em infraestrutura na atenção básica de saúde estão descriminados

ano a ano, especificando qual o tipo de serviço realizado em cada Unidade de Saúde.

O total de investimentos realizados no ano de 2014 foram os mais significativos no

transcurso deste período, 2004 a 2015, sendo que os valores relativos ao ano de 2015

foram apurados parcialmente, visto que o exercício ainda estava em curso ao tempo da

informação. Serviu como Fonte de Pesquisa o Relatório Anual de Gestão.

ANEXO VII

Relatório de Investimentos em alta complexidade ano a ano, (Fls. 366 e 367, vol. II).

Verifica-se que na evolução dos gastos o período de maior investimento ocorreu nos

anos de 2013 e 2014, considerando que o exercício de 2015 ainda estava em

andamento.

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ANEXO VIII

Relatório demonstrando as parcelas de investimento em saúde do Município, Estado

e União.

Verifica-se em escala crescente, pelos dados fornecidos, que o maior investimento parte

do Município, depois vem a União e por último o Estado, ou seja, o primo pobre é o que

arca com a maior parcela de recursos.

ANEXO IX

Relatório demonstrando qual é a obrigação de custeio dos medicamentos da Atenção

Básica de Saúde e qual foi o efetivamente investido pelo Município, Estado e União,

(Percentuais e valores desde 2013, (Fls. 370 e 371, Vol. II).

Este anexo demonstra os valores obrigacionais de cada Ente Federativo com relação ao

custeio dos medicamentos da Atenção Básica de Saúde e especifica os valores realmente

aportados por cada um destes Entes, sendo que o município, pelo que se observa,

aporta com recursos superiores aos aportados pelo Estado.

Acompanha este Anexo IX cópia da PORTARIA Nº 1.555, de 30 de julho de 2013, que

Dispõe sobre as normas de financiamento e de execução do Componente Básico da

Assistência farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), (fls. 372 a 376,

Vol. II);

Deliberação nº 501/CIB/13 que aprova Comissão Inter gestores, Bipartite, a

Contrapartida do incentivo à assistência Farmacêutica na Atenção Básica para o Estado

e Município (fls. 377 a 380, Vol. II);

O Denominado ANEXO A, listagem dos Medicamentos cuja dispensação é de

responsabilidade dos municípios para tratamento de doenças, contemplados no

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, atendidos os critérios

estabelecidos nos PCDT (fls. 381 a 383, Vol. II).

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ANEXO X

Relatório de Produtividade do Instituto Vida (fl. 384, Vol II)

Este Relatório encontra-se às folhas nº 197 e 198 do Volume II do caderno processual.

ANEXO XI

Relatório acerca da UBS Boehmerwaldt, desde a sua interdição

Este relatório consta somente de um MEMORANDO INTERNO Nº 103/2015 Regional

Floresta – Secretaria de Saúde, assinado pela Sra. Regina Lande de Medeiros Sá,

Coordenadora da Regional Floresta, dando conta da situação apresentada em razão da

interdição da UBS Boemerwaldt.

ANEXO XII

Relatório dos contratos firmados com a empresa PRAT.

Relatório acerca da instalação de aparelhos de Ar Condicionado no HMSJ.

Este Relatório se faz acompanhar do Memorando nº 180/2015 – SMS – GUAF, firmado

pela Sra. Rosane Emília Greipel – Gerente da Unidade Administrativa e Financeira – mais

o contrato firmado com a empresa PRAT e Notas de Empenho, sobre a aquisição e

instalação de Ar Condicionados no Hospital Municipal São José (fls. 388 a 401. Vol. II).

TERMO DE ABERTURA DE VOLUME

Aos quatro dias do mês de setembro de 2015, procedeu-se a abertura do 3º (terceiro)

Volume (Volume III) dos autos do processo da Comissão Parlamentar de Inquérito,

instalada para averiguar o constante do (Requerimento nº 209, de 05 de agosto de

2015), que lhe deu origem, iniciando-se com a folha nº 403.

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OBS: Houve aqui um erro na numeração, pois a folha de abertura do Volume é de

número 404, estando faltando as folhas de nº 402 e 403.

3.3 – Ofício nº 1952/CVJ/CL – Convocação do Sr. Armando Dias Pereira

Júnior – Ex-Secretário de Saúde – para prestar depoimento, e uma série

de outros ofícios solicitando envio de informações a esta Comissão,

firmados pelo Ver. João Carlos Gonçalves – Presidente da CPI.

Segue-se um post com números da Saúde em Joinville, dando conta do Orçamento

Municipal investido em Saúde cujos números ali poderão ser observados, mais alguns

requerimentos com solicitação de pedidos de informações, todas voltadas para o objeto

desta CPI, (fls. 416 a 426, Vol. III).

3.4 – Ofício nº 253/2015/GAB/SMS – Que encaminha documentos em

resposta ao ofício nº 1781/2015/CVJ/CL, da CPI (fl. 433, Vol. III)

A – Relação nominal de todos os Secretários Municipais de Saúde do Município de

Joinville, no período compreendido entre os anos de 2014 a 2015, (fl. 434, Vl. II);

B – Os Decretos de nomeação dos Secretários Municipais de Saúde, arrolados na relação

constante do item “A”, estão contidos nas folhas de nº 435 a 449, Vol. III, referente às

várias legislaturas.

3.5 – Memorando nº 03/2015/CL

Através deste Memorando o Presidente da CPI, Ver. João Carlos Gonçalves, traça o

roteiro de Diligências a 26 (vinte e seis) Unidades de Saúde Municipal, a realizarem-se

nos dias 22, 23, 29 e 30 de setembro respectivamente, cujos nomes e endereços

poderão ser observados do roteiro contido às folhas de nº 450 a 459.

3.6 – Ofício 269/15//GAB – Resposta ao Ofício nº 1992/2015/CVJ/CL.

Este Ofício, assinado pela Sra. Francieli Cristini Schultz, Secretária de Saúde do Município

de Joinville, busca responder a vários questionamentos constantes do Ofício nº

1992/CVJ/CL, citado acima.

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Além da resposta aos questionamentos (fls. 456 a 481, Vol. III), são encaminhados, para

instruir as informações solicitadas, vários relatórios que dizem respeito: ao Fundo

Municipal de Saúde, acompanhado de legislação ref. a matéria, (fls. 482 a 522, Vol. III),

Repasses Para o Instituto Vida – 2014 a 2015, (fls. 523 e 524, Vol. III), Consórcio

Intermunicipal de Saúde (CIS/AMUNESC), produção CIS x SUS, período 2013/2014, (fls.

525 a 530, Vol. III), Relatório de Produção do Laboratório Municipal, período 2013/2015,

(fls. 531 a 538, Vol. III).

Seguem-se outros requerimentos com pedidos de informações (fl., 539 a 546, Vol. III).

TERMO DE ABERTURA DE VOLUME

Aos quatro dias de setembro de 2015, procedeu-se a abertura do 4º (quarto) Volume

do Processo da Comissão Parlamentar de Inquérito, constituída em razão do

requerimento nº 209, de 05 de Agosto de 2015, que se inicia com a folha de nº 547.

3.7 – Memorando nº 109/2015 (fl. 548, Vol. IV)

Através deste Memorando o Ver. João Carlos Gonçalves, Presidente da CPI, encaminha

cópia da Informação DAE nº 19/2015 a Sra. Daniela Pacheco Dias, Consultoria

Legislativa, resultante da visita conjunta do Ministério Público de Santa Catarina

(MP/SC) e o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC) ao Hospital

Municipal São José, realizada no dia 25/08/2015, para que tal informação seja parte

integrante do Processo coordenado por esta CPI, (fls. 549 a 651, Vol. IV).

3.8 – Memorando nº 79/2015/CL (fl. 652, Vol. IV).

Este Memorando faz encaminhamento de ofício dirigido a Sra. Francieli Cristini Schultz

– Secretária Municipal de Saúde – sugerindo a criação de um coordenador para cada

Unidade de Saúde tendo em vista a agilização dos procedimentos em cada um a delas,

(fl. 654, Vol. IV).

Segue uma série de outros ofícios e memorandos com pedidos de informações e

determinação de roteiros para visitação às Unidades de Saúde, documentos contidos às

folhas (652 a 665, Vol. IV).

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3.9 – OFÍCIO SINSEJ Nº 164/2015.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região, encaminha ofício a

esta Comissão no intuito de esclarecer as razões da precariedade na prestação dos

serviços de saúde nas Unidades de Saúde do Município, alertando que as deficiências

ocorrem não por desídia do corpo funcional, mas, por falta das condições normais de

trabalho, desde a infraestrutura, que é precária na maioria das Unidades, bem como

pela falta de medicamentos, material de expediente, impressos, material de limpeza,

cozinha entre outros, conforme se observa da relação em anexo ao presente ofício, (fls.

666 a 688, Vol. IV).

Segue-se uma série de documentos com pedidos de informações e memorandos com

agendamentos de novas visitas às Unidades de Saúde do Município, (fls. 689 a 718, Vol.

IV).

3.10 – Ofício nº 333/15/SMS/GAB.

Assunto: Resposta ao ofício nº 2689/2015/CVJ/CL, dossiê contendo 37 páginas

numeradas sequencialmente, composto de 5 (cinco) anexos, esclarecendo a CPI sobre

os questionamentos encaminhados através do ofício em referência, (fls. 719 a 757, Vol.

IV).

Anexo 1 – Planilha de repasse do PMAQ ao Fundo Municipal de Saúde, que detalha os

valores recebidos pelo Município por meio do referido programa;

Anexo 2 – Portaria nº l.645/15, do Ministério da Saúde, que regulamenta o PMAQ;

Anexo 3 – Portaria nº 204/07, do Ministério da Saúde, que, nos termos do artigo 10 da

Portaria nº 1.645/15, regulamenta a utilização dos recursos recebidos por meio do

PMAQ;

Anexo 4 – Relatório parcial de medicamentos solicitados pela Atenção Básica (Regional

Floresta);

Anexo 5 – Notificação da Vigilância Sanitária referente ao PA Sul.

Segue-se uma série de documentos que tratam de convocações para oitiva na CPI,

Controle e entrega destes documentos, justificativas de faltas a Reunião da CPI por

vereadores membros desta, (fls. 758 a 778, Vol. IV).

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4. O voto do Relator / Recomendações e Conclusões

Preliminarmente é necessário esclarecer que encerramos os trabalhos convictos do

dever cumprido, podendo-se afirmar que o fim proposto foi atingido, qual seja, o de

apontar as falhas e possíveis irregularidades, encaminhando recomendações para que

efetivamente ocorram melhorias no Sistema Municipal de Saúde.

É oportuno observar que os trabalhos da CPI se sustentaram na apuração dos fatos e

das denúncias, oitivas, diligências e reclamações de usuários do sistema quando da

visitação às Unidades de Saúde do Município de Joinville.

Faz-se mister que se diga, este Relatório se sustenta nos princípios insculpidos no texto

constitucional que são a moralidade, legalidade, impessoalidade, proporcionalidade e

publicidade com atenção aos requisitos fundamentais inerentes a sua efetividade, quais

sejam, a Competência, a Finalidade, a Forma, o Motivo e o Objeto.

Tem sido uma praxe que a sociedade e a própria mídia cobram, dos integrantes da CPI,

um resultado com vistas a se obter uma melhoria significativa no Sistema Público de

Saúde Municipal.

Assim sendo é necessário que se esclareça: A CPI pode colher depoimentos, ouvir

testemunhas, requisitar documentos, levantar provas pelos meios legalmente admitidos

em direito e realizar diligências sem, contudo, poder atribuir-se poderes ilimitados.

Faz-se, pois, necessário o entendimento de que as conclusões da CPI municipal não têm

a natureza de SENTENÇA, não punem, nem podem indicar ou sugerir crimes comuns ou

infrações político-administrativas. Seus trabalhos são meramente investigativos.

Além de fiscalizar, o objetivo principal da CPI é, com a conclusão de seus trabalhos,

apontar soluções e propor ações administrativas com vistas a melhora na prestação de

serviços, principalmente quando se trata do Sistema de Saúde do Município.

Assim eventuais recomendações já foram encaminhadas, outras sugeridas quando das

reuniões com membros da Secretaria Municipal de Saúde do Município, tudo com vistas

ao acatamento das sugestões propostas por esta CPI.

Em igual sentido irregularidades que impliquem em responsabilidade do agente público

deverão ser remetidas ao Ministério Público para as providências cabíveis.

Por fim, firma-se que as limitações da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI

consistem basicamente em:

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a) A CPI NÃO TEM FUNÇÃO PUNITIVA, mas, tão somente, investigativa;

b) A CPI NÃO TEM CARÁTER JUDICIÁRIO – A CPI não forma culpa nem pode proferir

julgamento em torno de qualquer irregularidade, mesmo aquelas supostamente

criminosas, possuindo, por fim, as mesmas limitações impostas à Câmara que a

originou.

Destarte, e somente por amor ao debate, o critério a ser adotado na avaliação dos

trabalhos de uma CPI, devem ser pautados sempre na exequibilidade da instrução dos

cadernos processuais e no empenho dos integrantes em analisar todas as demandas que

lhes chegaram às mãos através dos meios legais e dos canais de informação

disponibilizados.

4.1 Recomendações/ Câmara Municipal de Vereadores

4.1.1 – Criação da Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente da

Saúde no Município de Joinville.

Compulsando o Caderno Processual, extrai-se das provas colhidas, a necessidade de

uma fiscalização permanente do Sistema Público de Saúde Municipal para que o

controle da qualidade dos serviços prestados e o controle social dos atendimentos sejam

efetivos.

Com efeito, é através desse controle, com a criação da Frente Parlamentar de

Fiscalização Permanente da Saúde, que este Poder Legislativo poderá contribuir para o

controle da qualidade dos serviços prestados bem como o controle social dos

atendimentos.

Após a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público e a consequente constituição

desta CPI, mercê dos trabalhos desenvolvidos e das incursões fiscalizatórias realizadas,

muitas sugestões encaminhadas ao Executivo Municipal ou formuladas pessoalmente

aos dirigentes da Saúde Pública de Joinville foram acolhidas e implantadas.

Como a existência de uma CPI, por si só, impulsiona a Administração a implementar

melhorias e ações concretas em relação ao objeto investigado e, tendo esta duração

limitada, é importante que se crie a Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente da

Saúde como forma de estabelecer pressão constante para a efetivação de medidas que

venham contribuir na operacionalidade dos Sistema de Saúde Pública do Município.

É por igual oportuno que conste do texto da lei a ser proposto, alguns pontos elencados

por esta Comissão, tais como:

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a) A obrigatoriedade de disponibilização da lista de espera por uma consulta

especializada, exames e cirurgias;

b) A obrigatoriedade da fixação em local visível nos PAs e UBS do nome e da jornada

de trabalho da equipe médica de plantão.

Apresenta-se, a título de sugestão, o Projeto de Resolução, abaixo mencionado, para a

criação da Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente da Saúde no âmbito do

Município de Joinville, “in verbis”.

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PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº _ DE 2015

(Autoria: Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde)

“Dispõe Sobre a Criação, no âmbito da Câmara Municipal

de Joinville, da Frente Parlamentar de Fiscalização

Permanente do Sistema de Saúde do Município”

A CÂMARA MUNICIPAL DE JOINVILLE, Estado de Santa Catarina, com base no que

dispõe o artigo 31, V c/c artigos 46, 48, da LO, artigo 70 RI desta Casa de Leis, resolve:

At. 1º Fica criada no Município, no âmbito da Câmara de Vereadores de

Joinville, a Frente Parlamentar Permanente do Sistema de Saúde do Município, e dá

outras providências.

Art. 2º A Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente do Sistema de Saúde

do Município tem como finalidade a fiscalização do Sistema Público de Saúde,

objetivando o controle e a qualidade dos serviços prestados bem como o controle social

dos atendimentos no âmbito do Município de Joinville, muito especialmente para

acompanhar o cumprimento das sugestões e recomendações apontadas pela CPI da

Saúde, e elaboração e/ou alteração da Lei que estabeleça diretrizes básicas para o

atendimento da saúde municipal.

Art. 3 º É da competência da Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente

do Sistema de Saúde, sem prejuízo de outras atribuições que possam advir, decorrentes

de sua natureza institucional, realizar a fiscalização e tomar providências no sentido de:

I – Acompanhar as políticas públicas direcionadas às questões da saúde no

âmbito do Município de Joinville;

II – Estimular e apoiar o interesse parlamentar por ações voltadas a causa da

saúde;

III – Monitorar a implantação e execução de planos e projetos vinculados à

temática da saúde;

IV – Realizar diligências frequentes nos Hospitais Estaduais e Municipais, nas

Unidades Básicas de Pronto Atendimento, Unidades Básicas de Saúde e Unidades

Básicas de Saúde da Família;

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V – Acompanhar, discutir e sugerir proposições legislativas voltadas para o

melhoramento do Sistema de Saúde do Município;

VI – Elaborar estatutos, protocolos de intenções e outros documentos,

facultada a elaboração do Regimento Interno próprio da Frente Parlamentar de

Fiscalização Permanente do Sistema de Saúde de Joinville, respeitando o que dispõe o

Regimento Interno da Câmara de Vereadores e o que estabelece esta Resolução.

Art. 4º A Frente Parlamentar de Fiscalização Permanente do Sistema de Saúde

do Município de Joinville produzirá relatórios das suas atividades, contendo o sumário

das conclusões de suas reuniões, audiências públicas, simpósios, seminários e encontros

que poderão ser publicados pela Câmara de Vereadores, a fim de possibilitar a mais

ampla transparência e participação efetiva da sociedade.

Art. 5º As reuniões da Frente Parlamentar de que trata esta Lei serão públicas

e ocorrerão periodicamente em datas e locais estabelecidos por seus membros,

podendo contar com a participação de entidades representativas dos diversos

segmentos sociais, com outras Frentes Parlamentares similares, com representantes

dos órgão do Poder Executivo, com entidades não governamentais e a participação

popular.

Parágrafo Único. A sociedade civil organizada poderá indicar representantes

para integrarem esta Frente Parlamentar, ficando-lhes assegurado o direito a voz e não

ao voto, desde que manifestem seu interesse até 30 (trinta) dias após a publicação desta

Resolução, ficando o Poder Legislativo encarregado da mais ampla divulgação.

Art. 6º A Frente Parlamentar de que trata a presente Lei será composta

obedecendo a forma pluripartidária, tendo como membros natos os Vereadores

integrantes da CPI da Saúde, proponentes do presente Projeto de Resolução, mais os

vereadores que a ela aderirem voluntariamente a qualquer tempo.

Art. 7º Os autores do Projeto de Resolução instalarão e elegerão a mesa

diretora, cujo mandato terá a duração de 24 (vinte e quatro) meses.

§ 1º - Ao final dos 24 (vinte e quatro) meses de sua instalação o Presidente

convocará reunião ordinária para eleição da nova Mesa Diretora, sendo permitida a

recondução, a partir de quando todos os vereadores integrantes da Frente Parlamentar

de que trata a Lei, terão direito a voto.

§ 2º - Poderão ser votados todos os Vereadores que integrem a Frente

Parlamentar a, no mínimo, seis meses.

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Art. 8º As despesas decorrentes da execução desta Resolução correrão a conta

das dotações orçamentárias da Câmara de Vereadores de Joinville.

Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

4.2 Recomendações ao Executivo Municipal

4.2.1 - Campanha publicitária para otimização do acesso e utilização do

Sistema Municipal de Saúde

Conforme extrai-se das oitivas realizadas, e quando das diligências, dos profissionais da

saúde nos seus mais diversos níveis, e ainda, dos usuários do Sistema de Saúde do

Município, a falta de organização da Atenção Básica e a ausência de ações nos postos

de saúde levam à superlotação dos hospitais, que deveriam oferecer apenas serviços de

média e alta complexidade, como exames e cirurgias.

As ações implementadas para que o público alvo conheça o funcionamento do Sistema

Municipal de Saúde, entendendo o que é baixa, média e alta complexidade, bem como

o que cada uma oferece, é de fundamental importância para desafogar os gargalos que

se apresentam no Sistema, tanto é verdade que o próprio Tribunal de Contas do Estado

de Santa Catarina – TCE-SC, vem promovendo campanha publicitária, rádio e TV,

esclarecendo a população sobre os três níveis de atendimento, e o faz visando a

economia dos recursos públicos. Já o Município deverá fazê-lo tanto para evitar

dispêndio dos recursos como para otimizar o fluxo do atendimento dentro do Sistema

de Saúde Municipal.

É de primordial importância que a população entenda o caminho a percorrer dentro do

Sistema de Saúde, tendo a percepção de que as Unidades Básicas de Saúde (Baixa

Complexidade) é a porta de entrada do Sistema.

A campanha a ser implementada pelo Município para melhor utilização, pelo cidadão,

do Sistema de Saúde, deverá informar à população quais serviços são prestados por cada

Unidade de Saúde e quando procurá-las.

Para atingir os objetivos propostos o Município deverá:

1 – Implantar uma campanha publicitária através de todos os meios de comunicação

disponíveis;

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2 – Orientar, através de placas/outdoors, na parte frontal ou porta de entrada quais os

serviços, atendimentos, prestados pela UBS, UBSF, PAs e Setores Hospitalares;

3 – Disponibilizar, ainda, nas salas de espera, panfletos, encartes, informativos sobre o

funcionamento do Sistema Municipal de Saúde, orientando o público alvo como e onde

procurar o seu atendimento em razão da sua necessidade.

4.2.2 – Do treinamento dos funcionários para conhecimento do fluxo de

atendimento das Unidades Básicas de Saúde e de pronto

atendimento/padronização e cordialidade no atendimento.

Durante os trabalhos da CPI e por ocasião das diligências realizadas, quando se verificou,

presencialmente, o funcionamento das Unidades de Saúde que compõem o Sistema

Municipal, houve a oportunidade de dialogar diretamente com os usuários e, destas

abordagens, verificou-se que existe muitas reclamações em razão da qualidade do

atendimento prestado, ou seja, a abordagem do servidor em relação ao usuário ocorre

de forma incorreta, principalmente para com as mais humildes, pois são pessoas com

pouca formação/informação, e encontram dificuldades na hora do atendimento.

Vale dizer que não é por falta de urbanidade no atendimento por parte do servidor, mas

sim, em razão de que a linguagem adotada é muito técnica e isso dificulta o

entendimento por parte do usuário.

O conhecimento de todos os fluxos do Sistema, que deve ser seguido pelo usuário, é de

fundamental importância, pois se ele sai da Atenção Básica para autorizar um exame,

ou fazer a busca de algum outro exame num outro local, já tem dificuldade pois não

consegue entender onde é, como fazer adequadamente e, muitas vezes acaba na

própria Secretaria de Saúde ou no hospital buscando alternativa e orientação.

Daí vem a importância do treinamento dos funcionários que precisam dominar o

conhecimento dos fluxos de atendimentos.

É evidente, a sobrecarga de atendimentos e o número de usuários que procuram o

Sistema gera uma tensão natural entre as partes, mas existe a necessidade de ser

padronizado o serviço de atendimento ao usuário.

Diante do que se observou e da análise que dos dados recolhidos ficou diagnosticada a

necessidade de treinar e desenvolver habilidades e competências dos funcionários para

que atinjam os objetivos do atendimento satisfatório aos usuários do sistema público

de saúde do município.

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A prática nos mostra que o treinamento é um dos meios de desenvolver competências

nas pessoas para se tornarem mais humanizadas, a fim de prestarem o serviço

objetivando atender bem os usuários do serviço público em todas as suas instâncias,

principalmente na área da saúde.

E em assim sendo, o treinamento e desenvolvimento dos funcionários das Unidades

Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento são de extrema importância na

qualificação do atendimento ao usuário.

Esta é a razão de recomendar-se ao Executivo Municipal que sejam realizados cursos,

palestras e seminários aos funcionários públicos, visando, ESPECIALMENTE, a

qualificação para o atendimento aos usuários, BEM COM O A PADRONIZAÇÃO DO

ATENDIMENTO E ABORDAGEM AO USUÁRIO, de forma clara e numa linguagem menos

técnica e mais ao alcance da instrução média do público alvo.

4.2.3 – Meritocracia – Reconhecimento pelo bom atendimento funcional

Fica evidenciada a necessidade de um investimento maior no profissional da saúde, seja

em capacitação, estrutura de trabalho, comprometimento ou gratificação financeira

correspondente ao desempenho de sua função.

Através da MERITOCRACIA, valorização do profissional de saúde que desempenha com

zelo suas funções e presta atendimento diferenciado ao público, indiscutivelmente se

alcançará melhor qualidade nos serviços prestados nas Unidades Básicas de Saúde e nos

demais pontos de atendimento a população.

Visando esta qualidade na prestação dos serviços o Governo Federal possui o PMAQ –

Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, criado em

2011, que visa conceder incentivos financeiros aos profissionais, que por meio de

avaliações, tenham atingido metas de atendimento e qualidade dos serviços prestados.

É por estas razões, fruto das observações na base funcional do Sistema, que esta CPI

recomenda ao Poder Executivo a criação de um programa de Gestão por Resultados,

que nos moldes do PMAQ, torne-se gratificação financeira ao bom profissional,

incentivando o alcance de metas de atendimento e principalmente a qualidade do

atendimento à população. Esta gratificação referente ao Programa de Gestão por

Resultados deverá fazer parte do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos profissionais

da saúde.

O investimento financeiro no profissional da saúde, por si só, uma vez implantado o

Programa de Gestão por Resultados, não garante bons serviços, mas faz com que a

prestação de bons serviços, por bons profissionais, tenha o incentivo e a valorização que

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se deseja alcançar. A partir desses resultados, obtidos e reconhecidos, passam a fazer

diferença nos vencimentos dos profissionais em diferentes funções, desde o atendente

de balcão até o médico especialista.

Vale lembrar que os profissionais da saúde estão diariamente expostos à pressão e ao

stress por conta de suas funções, isto é uma característica da área de saúde. Por mais

melindrosa que outras funções do serviço público possam ser, a Saúde se destaca em

razão de atender e resolver problemas sempre em situação crítica, alta pressão,

necessitando de atenção, qualificação e condições de trabalho muito características,

sendo estes, fatores preponderantes para que se restabeleça a saúde da população e,

seu alcance, os diferenciais entre o restabelecimento da saúde e o agravamento das

suas condições clinicam.

A valorização gradativa e cumulativa referente à gestão por Resultados é mais do que

justa aos profissionais da saúde, consubstanciando-se na diferenciação nos vencimentos

do servidor bem avaliado, o que não deve tornar-se um a gratificação geral a todos os

profissionais de forma automática, pois isto levaria ao desvio de seu objetivo, a

diferenciação, deixando de ser um incentivo ao servidor que se destacar pelos bons

serviços prestados e por metas atingidas. (a meritocracia é a alavanca propulsora para

o sucesso de qualquer empresa). Grifo nosso.

As informações que nos chegam dão conta de que a Administração Pública, Secretaria

de Saúde, vem desenvolvendo ações voltadas para a Qualificação e valorização dos

servidores, reconhecendo a necessidade de constante atualização e desenvolvimento

das competências dos servidores da saúde pública. Uma dessas inciativas foi a

reestruturação da Área de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, órgão responsável

pelo fortalecimento institucional da relação entre gestão e servidores, pela qualificação

e formação dos profissionais da saúde.

A Secretaria de Saúde salienta, nas informações prestadas, que Joinville destacou-se na

realização de ações de educação permanente e qualificação dos servidores,

reconhecimento dado pelo próprio Ministério da Saúde, que no final de 2014 concedeu

ao Município o prêmio nacional InovaSUS, que tem por objetivo identificar, valorizar e

premiar experiências inovadoras implementadas por governos Estaduais e Municipais.

Assim sendo, tendo instrumentos já solidificados que visam o aprimoramento, a

implantação de um Programa de Gestão por Resultados, avaliando e premiando

monetariamente aqueles que se destacam pelo bom atendimento e superação de

metas, trará, com toda certeza resultados ainda maiores para a Saúde Pública do

Município.

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4.2.4 – Informatização Integral do Sistema Municipal de Saúde.

Durante as diligências que a Comissão Parlamentar de Inquérito realizou vislumbramos

a dificuldade no que diz respeito à integração do Sistema de Saúde do município.

É real a necessidade de implantação de um sistema informatizado e a consequente

criação de um banco de dados dos usuários, facilitando o acesso quando da necessidade

de uma consulta ou exame.

Sabe-se, das oitivas realizadas, que a Secretaria de Saúde esta implantando o Sistema

HORUS, que tem por objetivo integrar o Sistema, espera-se que este gerenciador do

sistema seja eficiente, que seja capaz de interligar as UBS, UBSF, PAs, Centro de

Dispensação e a própria Secretaria Municipal de Saúde, evitando, assim, muitas idas e

vindas do usuário ao sistema. Com isso a oferta e procura de consultas seria otimizada.

É de meridiana clareza a necessidade de que esse gerenciador de sistema de informação

possa promover uma integração padronizada, visando a constituir bancos de dados

unificados e integrados, com prontuários eletrônicos para as Unidades Básicas de Saúde,

Unidades de Saúde da Família e Unidades de Pronto Atendimento.

Diante disso, recomenda-se ao Executivo Municipal que conclua a instalação do

Programa HORUS, informatizando e interligando todo o Sistema de Saúde Municipal.

4.2.5 – Implantação do sistema de agendamento de consultas nas

Unidades Básicas de Saúde por meio eletrônico e telefônico.

Ainda em razão das diligências realizadas por esta CPI, em visita às nossas UBS,

recebemos reclamações por parte da população sobre a existência de filas, onde se

espera por longo tempo, para a retirada de uma ficha de atendimento para consulta

médica.

Achamos desastroso que em um município, como Joinville, que investe quase 40%

(quarenta por cento) de sua arrecadação, proveniente de impostos, em saúde, ainda

sofra desse mal e não consiga mudar esta realidade, submetendo a população a duras

penas. É necessário que se promova uma melhoria através da unificação do Sistema de

Agendamento de Consultas.

Considerando que nossas Unidades Básicas de Saúde não têm a função do atendimento

de emergência e urgência, função essa que é dos PAs (Pronto Atendimento), e que seu

objetivo é a saúde preventiva.

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Levando em conta as informações colhidas por esta CPI, considerando os depoimentos

de gestores, recomendações de servidores da saúde e reclamações de usuários, esta

Comissão recomenda ao Executivo Municipal que padronize o Sistema de

Agendamento de Consultas em todas as UBS. Que ele seja realizado durante um

período diurno e que mude essa sistemática para um agendamento de “livre demanda

controlada” o que já se pratica em algumas Unidades Básicas do município.

A livre demanda controlada consiste em a coordenação das UBS disponibilizarem em

torno de 70% (setenta por cento) das consultas disponíveis para o agendamento aberto,

ou seja, para os dias seguintes. Os 30% (trinta por cento) restantes para a demanda

diária de pessoas que vão até a UBS em busca de um atendimento mais imediato.

A simples padronização do horário de agendamento, período diurno, vai evitar a

formação das filas desnecessárias que se formam nas madrugadas. E a possibilidade de

agendar a consulta para outros dias vai evitar essa “disputa“ que existe hoje para se

conseguir uma ficha, em razão da limitação de consultas para aquele dia.

Por tudo quanto foi dito, a partir da informatização de todo o sistema e a efetivação dos

prontuários eletrônicos, já recomendado por esta Comissão, resolveremos de vez essa

situação crônica, a partir do agendamento por meio eletrônico e telefônico nas

Unidades Básicas de Saúde.

4.2.6 – Da disponibilização das senhas e instalação de painel eletrônico

nos PAs, e relação diária de médicos e atendentes em todas as unidades

de saúde do Município.

Esta CPI, nas suas incursões, diligências, pode vislumbrar a angustia vivida pela nossa

população que vai a busca do atendimento em nossos PAs, onde além da espera

excessiva sofre com a incerteza do momento em que será atendida.

Para um controle efetivo, social e democrático dos atendimentos, além da distribuição

das senhas, existe a necessidade da disponibilização de um painel eletrônico de

atendimento, observado o critério de avaliação do paciente, disponibilizando em tempo

real, a informação de qual médico está atendendo e em qual consultório.

Seja, ainda, afixado em local visível, para que o cidadão possa fiscalizar, uma relação

diária dos servidores, (equipe de plantão), que estão atendendo na Unidade de Pronto

Atendimento, a exemplo do que já acontece em algumas UBS.

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4.2.7 – Criação do cargo de Coordenador em todas as Unidades de Saúde.

A CPI já sugeriu diretamente a Secretária de Saúde do Município, e o faz aqui também,

para que conste do presente Relatório, a criação de uma coordenação para cada

Unidade de Saúde.

Atualmente um coordenador responde por cinco ou seis Unidades, inviabilizando

respostas em tempo hábil para a solução ou encaminhamento de situações que exigem

resposta imediata. Além do que, a maioria das Unidades ficam sem autonomia para

dirigirem-se diretamente aos órgãos competentes, pois, têm que reportarem-se

primeiramente a coordenadora que atende várias unidades.

Observa-se que esta ação não iria onerar ainda mais os cofres públicos, exigindo-se

novas contratações, pois a coordenação seria entregue a um servidor de carreira lotado

na Unidade de Saúde.

Além de atender o princípio da meritocracia, haveria mais agilidade no sistema, as

Unidades funcionariam com mais independência e presteza.

4.2.8 – Dos medicamentos

Tendo em vista o intransponível acumulo de trabalho dos membros desta comissão, que

precisaram dividir suas atribuições entre as ações desta Comissão e outras impostas

pelo andar de todo o Processo Legislativo, faltou tempo e pessoal para a realização de

uma análise mais concentrada no que se refere a questão dos medicamentos. Um dos

objetos primordiais da CPI.

Mas, apesar do que se alega, houve sim, por parte desta Comissão uma incursão em

quase 100% (cem por cento) do Sistema de Saúde Municipal, donde se extrai

informações importantes para a busca de soluções.

Em razão da crise econômica que assola o País e o mundo, a saúde pública brasileira

vem enfrentando diversas dificuldades no que se refere ao financiamento de suas

atividades assistenciais. Isto podemos observar das informações que nos chegam por

todos os meios de comunicação de massa, dando conta das deficiências materiais dos

estabelecimentos públicos de saúde, o que tem dificultado a concretização dos

princípios constitucionais da universalidade e integralidade, com evidentes prejuízos à

população que depende de ações e serviços de saúde disponibilizado pelo Poder

Público.

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Apesar disso, é oportuno que se diga, o atingimento do colapso econômico sentido por

todas as regiões e esferas de gestão, o Município de Joinville, as duras penas, ainda

permanece oferecendo aos munícipes uma assistência farmacêutica integral,

dispensando, através das farmácias e dispensários localizados em suas unidades de

saúde, medicamentos aptos ao tratamento de enfermidades das mais variadas espécies.

O munícipio atende a Deliberação nº 501/CIB/13, oferecendo a dispensação de mais de

120 (cento e vinte) itens de fármacos para tratamento de doenças contempladas no

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, previstos na Portaria 1555

GM/MS de 30 de julho de 2013. (fls. 377 a 383, Vol. II).

Quando das diligências realizadas por esta Comissão, podemos vislumbrar a falta de

alguns itens de fármacos, porém em caráter pontual, visto que tais medicamentos não

faltavam em toda a rede de saúde. Ou melhor, com raras exceções alguns itens não

eram encontrados no sistema.

As razões apontadas pelos responsáveis pelo abastecimento de medicamentos foi a falta

de logística de transporte, emperramento burocrático e dificuldade na conclusão dos

Processos Licitatórios, atrasos dos repasses por parte da União e do Estado. Assim,

Justifica a Administração que as eventuais faltas de fármacos ocorridas até o final do

ano de 2015 se deram em razão de problemas relacionados ao fornecimento e

transporte de produtos já adquiridos e as dificuldades de se fechar os editais licitatórios.

Ocorre que a falta de um programa de controle dos estoques de medicamentos é um

dos fatores que emperram o sistema, pois acontece, muitas vezes de não se saber o que

cada Unidade de Saúde possui em seus estoques, dificultando uma redistribuição de

medicamentos acumulados em umas e faltosos em outras Unidade de Saúde.

Espera-se que a implantação do Sistema Hórus venha proporcionar um maior controle

na dispensação de medicamentos.

Conforme se observa do Relatório completo de requisição de medicamentos

provenientes da Atenção Básica, Ofício nº 13/16/SMS/GAB, (Fls. 780 a 1001) as

informações fornecidas pelo Sistema são incompletas, basta verificar que as planilhas

de solicitação de cada Unidade Básica, traz as datas das solicitações, não contendo a

quantidade solicitada, o consumo e o excedente, para que se tenha uma avaliação

melhor da verdadeira demanda dos mais diversos tipos de medicamentos, suas

possíveis faltas bem como as razões destas.

Doutra banda, por iniciativa própria, o SINSEJ, Sindicato dos Servidores Públicos

Municipais de Joinville, encaminha a esta CPI, ofício SINSEJ nº 164/2015, baseado em

informações dos profissionais da saúde nos mais diversos setores. (Fls. 666 a 688 do

caderno processual)

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Tal documento, além de fornecer informações importantes no que se refere a falta de

medicamentos, traz, também, o condão de salvaguardar os profissionais da saúde

quanto a este respeito, situação que nunca foi levantada por qualquer membro desta

CPI, muito pelo contrário, sempre se ressaltou o seu papel importante no processo.

As informações corroboram com o que se disse acima, pois não se tem noção da

quantidade de medicamentos solicitados e tão pouco da sua demanda, falta ou

eventuais sobras nos estoques.

Diz o documento que os pedidos são realizados pelas Unidades de Saúde em período

quinzenal, por exemplo, faz-se o pedido na 2ª semana para receber na 4ª, o processo é

lento e insuficiente.

Outra questão apontada é a mesma já detectada e informada a Secretaria de Saúde do

Município por esta CPI, trata-se do fato de só haver um farmacêutico ou auxiliar de

enfermagem para o recebimento dos medicamentos nos dispensários das Unidades de

Saúde, isso acarreta uma sobrecarga de trabalho ao profissional e, ainda, dado o volume

de medicamentos recebidos, em lote único, naquele dia não há possibilidade de entrega

de medicamentos ao usuário, emperrando o sistema com prejuízo a população.

É óbvio que estes problemas apontados são qualificados como de gestão, não podendo

ser atribuída responsabilidade ao corpo funcional que se esmera para atender com toda

a presteza.

Razões existem para, vez por outra, faltar algum medicamento, passando pelas

justificações já expostas, mas também em razão de que o financiamento integral da

assistência farmacêutica, somado ao custeio das demais atividades desenvolvidas pelo

Sistema único de Saúde, tem onerado desproporcionalmente os cofres do município,

atingindo um comprometimento orçamentário próximo de 40% (quarenta por cento) da

receita de impostos do Município, nos termos do previsto para o ano de 2016, cujos

dados são fornecidos através de CERTIDÃO emitida pelo Tribunal de Contas do Estado.

(Fls. 147 a 159, Vol. II).

Ao passo que o comprometimento do Município cresce vertiginosamente em relação ao

mínimo constitucional, o Estado se mantem nos seus níveis históricos e os recursos

federais decrescem continuamente. (Fl. 369) Relatório de parcelas de investimento na

saúde – Município, Estado e União.

Constata-se, do Relatório acima citado, que o Município de Joinville é o maior

financiador da saúde, considerando os investimentos dispendidos por cada Ente

Federativo, senão vejamos, considerando o período de ano 2004 a junho de 2015:

A – Investimento municipal .................................... R$ 1.713.241.704,31;

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B – Investimento estadual ...................................... R$ 72.548.098,00;

C – Investimento Federal ....................................... R$ 1.341.091.178,00.

De igual forma pode-se verificar à folha de nº 371, do caderno processual, a evolução

decrescente do efetivamente investido em medicamentos da Atenção Básica, que

enquanto os investimentos municipais crescem, na contramão, os investimentos dos

outros Entes Federativos decrescem ano após ano.

Sem querer defender a Administração, que não é o objetivo desta CPI, cola-se ao

arrazoado da matéria as palavras da Dra. Élida Graziane Pinto, Procuradora do

Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, “os patamares historicamente

progressivos de gasto mínimo em saúde dos municípios durante o período de quinze anos

em comento (2000/2015), em maior ou menor grau, decorreram da regressividade

proporcional do gasto federal em saúde e da clara tendência de manutenção dos gastos

estaduais em torno do seu piso constitucional no setor, isso quando não houve, por

vezes, déficit de aplicação do mínimo em saúde, sobretudo antes da LC 141/2012, por

parte de alguns Estados”.

Reconhecer, é necessário, que nesse contexto de descompasso federativo no

financiamento do SUS, a Administração Pública Municipal se vê diante de dificuldades

cada vez maiores no pagamento de fornecedores, ocasionadas, principalmente, pelos

atrasos em repasses estaduais e federais na saúde pública. Os atrasos no adimplemento

dos contratos firmados, assim, colocam a saúde pública sob constante ameaça de

interrupção no fornecimento de fármacos, o que torna incerta a continuidade dos

tratamentos em curso.

Não bastasse as dificuldades apontadas, além de atender toda a demanda, com base na

Lista de Dispensação Obrigatória para o Município, ainda tem que atender

determinações judiciais (Judicialização da Saúde), fazendo com que o

comprometimento orçamentário do município se eleve ainda mais, visto que para isso

não há repasses estaduais ou federais.

Vale lembrar que os gastos com medicamentos do elenco básico, considerando o

período do ano de 2004 a 31/07/2015, foi da ordem de R$ 116.132.806,73, sendo que

destes valores R$ 66.255.532,84 foram dispendidos para cumprir o elenco obrigatório

e, R$ 49.877.282,89 para atender demandas judiciais.

As ações intentadas pelo Ministério Público e consequente ordem judicial não levam

em conta o “limite do possível”, e a continuar nesse diapasão o município corre o risco

de transformar-se em UM GRANDE HOSPITAL, pois não restará recursos para

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investimentos em outras áreas, senão igual, também de fundamental importância para

a vida da cidade.

Por tudo isto é que se faz necessário o choque de gestão, proposto anteriormente, de

sorte que se maximize a operacionalidade do sistema, sistematizando procedimentos,

racionalizando-se, de forma sistemática, a dispensação de medicamentos, de sorte que

não falte e que também não sobre nas prateleiras dos dispensários das Unidades de

Saúde, ou seja, que o pouco que temos seja aproveitado ao máximo.

“A verdade é uma só, por todas as razões apresentadas, ainda ocorre falta de

medicamentos na rede municipal de saúde do município, mesmo que de forma

pontual”.

Agora mesmo, já na fase de conclusão dos trabalhos, chega a esta comissão denúncia

sobre a falta de medicamentos, de uso continuo, no PA/Sul, oportunidade em que a

comissão se deslocou até aquele Pronto Atendimento para verificar “in loco” a

veracidade do fato.

A denúncia não se concretizou, pois, a dispensação de medicamentos demonstrou

concretamente que as denúncias eram infundadas, mas, mesmo assim, informou a

coordenadora, Sra. Mayra Daniela Miers Witt, que vez por outra, pontualmente

ocorrem faltas que, na medida do possível são supridas por outras Unidade de Saúde,

que a falta em um PA não significa a falta em todo o Sistema. Por isso a importância da

informatização e unificação do sistema através do HÓRUS, cuja implantação está em

fase de conclusão.

Sugestões Para a Regularização na Falta de Medicamentos

Com base em tudo quanto foi verificado esta CPI sugere as seguintes providências:

1 – Implantação do Sistema HÓRUS

Conclusão da implantação do Sistema HÓRUS (Sistema Nacional de Assistência

Farmacêutica do Ministério da Saúde), como forma de interligar toda a Assistência

Básica, os PAs, a Central de Abastecimento e Medicamentos e a própria Secretaria

Municipal de Saúde. Racionalizando e otimizando todo o atendimento, com a

consequente economia de recursos financeiros, tempo e recursos humanos.

Esse sistema deve ser tão operacional ao ponto de fornecer, em tempo real, quais os

medicamentos que estão em falta, em determinadas unidades do sistema, e indicando,

via online, em qual unidade ele pode ser encontrado, evitando o deslocamento e perda

de tempo desnecessário dos usuários do sistema.

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2 – Presença do Farmacêutico nas Unidades de Saúde/Centralização da

Dispensação de Medicamentos

Obrigar-se, o município, a manter um profissional farmacêutico em cada Unidade de

Saúde do Município ou, centralizar a dispensação de medicamentos em alguns pontos

estratégicos.

Faz-se tal sugestão em razão de que, para a inciativa privada, a Lei exige a permanência

do farmacêutico nas farmácias e, para a Administração Pública, que detém o Poder de

Polícia para fiscalizar estas determinações legais, não pode ser diferente, até porque ela

só pode agir, praticar seus atos, no estrito caminho da Lei.

Na impossibilidade de destinar um farmacêutico para cada Unidade de Saúde do

Município, resta o caminho da centralização da dispensação de medicamentos em

pontos estratégicos, o que possibilitaria a racionalização do pessoal, a otimização dos

serviços e a economia de recursos.

Hoje não temos o profissional farmacêutico em todas as Unidades de Saúde do Sistema

e pior, temos apenas um servidor encarregado da distribuição, recebimento e

estocagem dos medicamentos. Isto faz com que, nos dias em que se recebe

medicamentos não se distribui, paralisando o sistema e prejudicando o usuário.

Evitaria, ainda, a formação de filas e a concentração de grande número de pessoas nas

Unidades de Saúde. Claro que tal medida tiraria o conforto de ter o medicamento mais

próximo da residência do usuário, porém, a retirada de medicamentos ocorre uma ou

duas vezes ao mês e, além disso temos o Programa Remédio em Casa, para aqueles que

comprovadamente não têm condições de locomoção.

3 – Descentralização dos Processos Licitatórios

A descentralização é o caminho para a operacionalização do sistema de produção de

qualquer empresa, estabelecendo-se canais de comunicação e fiscalização constantes

sobre todos os setores, abrindo caminho para a iniciativa e estabelecendo-se a confiança

em todos os membros que compõem o sistema. Tal sugestão vem em razão das

informações que chegaram a esta CPI, através das oitivas realizadas, de que os Processos

Licitatórios estão centralizados em um único órgão.

Ao nosso ver tal centralização vem na contramão da fluidez natural do processo,

emperrando sobremaneira todo um sistema de aquisição e controle dos estoques,

principalmente na área da saúde que depende de autonomia gerencial para poder

atingir seus propósitos.

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Além do mais, na saúde, a elaboração dos Editais Licitatórios, o andar do processo e a

formalização contratual é muito complexa, matéria que deve ser conduzida por

profissionais afetos a esta área, conhecedores do mercado e das reais necessidades, pois

é ali, na pasta da saúde, que se vivencia as necessidades e os clamores sociais mais

agudos.

A centralização pode, num determinado momento ser a arma contra possíveis desvios

de conduta que viciam o Processo Licitatório, porém, quando adotada de forma

permanente, pode acabar emperrando a Administração, criando gargalos, as vezes

intransponíveis.

Sugere-se, portanto, a descentralização dos processos licitatórios e a criação de uma

comissão permanente para fiscalização destes processos.

4 – Criação de Comissão Permanente para Fiscalizar a Execução/Punição

do Inadimplemento dos Contratos.

Foi fala comum das autoridades convocadas, oitivas da CPI, de que um dos fatores que

dificulta a manutenção de estoques e a consequente falta de fármacos é o atraso

operacional ou o simples e proposital inadimplemento dos contratos por parte dos

laboratórios, empresas fornecedoras de medicamentos.

Esses inadimplementos podem se dar de forma involuntária, por falta de pagamento da

administração ou por interesses e vantagens comerciais dos fornecedores.

Por isso é importante a criação desta Comissão Permanente que terá a função de

analisar caso a caso, emitindo relatórios, que deverão ser- públicos, e, se necessário

punindo a empresa inadimplente, quando for o caso. Punição que, segundo a LC 8.666

(Lei das Licitações), poderá chegar até a declaração de inidoneidade, ficando o faltoso

proibido de contratar com a Administração Pública.

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4.2.9 – Das filas para realização de exames/cirurgias

A questão das filas é uma situação crônica na saúde brasileira, Joinville não é a única

nem é a cidade mais acometida desse mal, mas nem por isso podemos nos conformar e

nos acomodarmos, sem que empenhemos todos os esforços para minimizar o problema,

visto que esta é a razão do sofrimento de milhares de pessoas que penam, nas filas de

espera, na expectativa da realização de um exame ou de uma cirurgia.

Aliás, a falta de medicamentos e a não diminuição das filas para exames e cirurgias, foi

o móvel da AÇÃO CÍVIL PÚBLICA, movida pelo Ministério Público, contra o Executivo

Municipal.

A bem da verdade, a existência de filas para estes procedimentos é histórica e, o

trabalho das administrações que se sucedem é grande, na tentativa de minimizar o

problema.

Senão vejamos: Compulsando o Caderno Processual que instrui este Relatório,

verificamos às folhas de nº 192 a 358, diversos relatórios que orientam a evolução

desses procedimentos desde o ano de 2004 até o mês de junho de 2015.

4.2.10 – Relatório de consultas de especialidades médicas realizadas ano

a ano, por especialidade.

Observa-se, ainda, do Caderno Processual, (Fls. 193 e 194. Vol. II), a evolução, de acordo

com os dados locais, extraídos do Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério

da Saúde, registrados no período compreendido entre janeiro de 2012 e junho de 2015,

os seguintes quantitativos de produção de consultas especializadas, discriminadas por

área de atuação do profissional responsável por cada atendimento:

1 – Ano de 2012 .................................. Total de 255.520 procedimentos;

2 – Ano de 2013 .................................. Total de 241.775 procedimentos;

3 – Ano de 2014 .................................. Total de 237.375 procedimentos;

4 – Ano de 2015 até mês de junho...... Total de 129.495 procedimentos.

Dados atuais, com base no mês de janeiro de 2016, dão conta de que a produção

ambulatorial, apurada até o final de dezembro de 2015, apontam que o Sistema Único

de Saúde realizou, durante aquele ano, um total de 272.466 consultas especializadas

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no Município. Verifica-se, dos dados acima que este é o maior número já registrado,

representando um acréscimo de 12,6% em relação à produção de 2014.

4.2.11 – Relatório de exames realizados ano a ano, por tipo de exames

Este Relatório apresenta, com base no Sistema de Informações Ambulatoriais do

Ministério da Saúde, os quantitativos referentes à produção municipal de exames

apurada entre janeiro de 2012 e junho de 2015, conforme o tipo de exame realizado.

Os números totais são os seguintes:

Ano de 2012......................................... nº de exames 3.370.364;

Ano de 2013 ........................................ nº de exames 2.568.110;

Ano de 2015, de janeiro a junho.......... nº de exames 1.469.149.

A construção e a reforma de diversas unidades de saúde, conforme se verifica (fls. 359

a 365, Vol. II), ampliou a oferta de consultas especializadas e melhorou a gestão dos

serviços prestados o que resultou em significativo decréscimo do número total de

pacientes presentes nas filas de espera por consultas, exames e cirurgias. Dados

atualizados, até o final do ano de 2015, apresentam uma redução de aproximadamente

32,3%, trazendo a fila de espera para seu menor patamar desde o ano de 2010. Chegou-

se, naquele ano, 2015, a um total de 3.151.438 de exames realizados nos mais diversos

tipos.

No final de 2014, a Secretaria Municipal de Saúde contava com 134.548 solicitações de

consultas, exames e cirurgias pendentes, enquanto que atualmente regista apenas

91.034, (fls. nº 195 e 196, Vol. II).

4.2.12 – Das filas de Espera para Realização de cirurgias

Observa-se, do acima exposto, que o Sistema não fornece, separadamente e por fila, os

números nas respectivas filas de espera, consultas especializadas, exames e cirurgias,

apresentando os números totais, portanto os números de espera para realização de

procedimentos cirúrgicos estão incertos naqueles.

Verifica-se que os esforços têm sido grandes para atender a população e, também,

aquilo que foi pactuado com o Ministério Público do Estado de Santa Catarina, ou seja,

a diminuição das filas para realização de exames e cirurgias.

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É claro que para atingir esse desiderato é necessário mais que investimentos, é

necessário a racionalização dos recursos e maximização da estrutura física e funcional,

pois estes itens, segundo o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado assim

entendem, segundo Auditoria Conjunta realizada no Hospital São José (fls. 548 a 651,

Vol. IV), apresentam falhas na sua estruturação.

As falhas apontadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina),

conforme Relatório (Fls. 627 e 628, Vl. 4) aponta falhas que vão desde inobservância do

mapa cirúrgico, ou seja, o mapa aponta que determinado médico está operando quando

na realidade este já não se encontra mais. Médicos responsáveis por uma ou duas salas,

mas que não se encontram operando.

Que a distribuição das salas cirúrgicas, mapa de utilização destas, são cinco salas, não

prevê a utilização e maximização de seu uso, fazendo com que estas fiquem ociosas por

longos períodos, principalmente a sala 9 (nove). Dos cálculos em um único dia, tomado

como referência, acusou, que do total de tempo de disponibilidade para uso das salas

58,5 horas, foram utilizadas apenas 36,91 horas, restando 21,59 horas ociosas.

Com base em informações de profissionais daquele Hospital, conclui que médicos

agendam cirurgias de pacientes graves instáveis e que no dia seguinte cancelam estas

cirurgias para realização das cirurgias de outros pacientes que não estavam agendados.

Que o paciente descobre o nome do médico cirurgião e procura o mesmo, em seu

consultório, para encaminhamento de cirurgia. Esta situação foi apontada com certa

preocupação e sugerida a abertura de sindicância para apurar a profundidade dos fatos.

Que apesar da existência de um registro de ponto biométrico implantado no HMSJ, este

apresenta muitas inconsistências e não permite a transparência das informações, tão

pouco a comprovação do cumprimento da jornada de trabalho pelos médicos. Além

disso, que a simples implantação das catracas nas portas de entrada não impedem que

funcionários registrem o ponto e se afastem do hospital, e assim este instrumento torna-

se inviabilizado.

Foi verificado, também, divergência de informações cadastradas no CNES (Cadastro

Nacional de Estabelecimentos de Saúde). O levantamento das informações registradas

neste cadastro, dos profissionais médicos analisados, não bate com o quantitativo de

horas informadas pelo HMSJ.

Estas situações demandam tomada de providências pelo Poder Executivo do Município,

pois são situações que tem resultado direto no andamento das filas para a realização de

cirurgias.

Recomenda-se, assim como sugeriu o TCE e o MPSC, a abertura de SINDICÂNCIA para

apuração de responsabilidade.

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Observa-se, contudo, que a Administração Municipal vem tomando providências para

melhorar a estrutura da Rede Hospitalar, as quais são bastante significativas.

Mediante Relatório, já encaminhado anteriormente ao TCE/SC, ainda em 2013, o HMJ

adquiriu 47 novos leitos, provenientes da conclusão da primeira etapa do Complexo

Emergencial Deputado Ulysses Guimarães II, que contou também com a inauguração do

heliporto.

Além disso, por meio de diversas melhorias estruturais, entre elas a climatização do

Setor D, da Ala B e do quarto andar, outros 20 (vinte) leitos foram reativados.

A qualidade dos serviços prestados pelo Hospital foi ampliada por meio da aquisição de

equipamentos com finalidade diagnóstica, como os utilizados para a realização de

exames de ultrassom e três equipamentos de raio-X portáteis. E, foram adquiridos

ainda, dois equipamentos de arco cirúrgico e diversos outros instrumentos necessários

para a realização de cirurgias.

Observa-se, que embora em fase de complementação, está em andamento a reforma e

ampliação do ambulatório de oncologia, mesmo que financiado com recursos

provenientes de doações, bem como a construção das etapas restantes do Complexo

Emergencial Deputado Ulysses Guimarães II, que, segundo informações, incluirá a

disponibilização de 29 novos leitos de UTI, nova Central de Materiais Esterilizados,

quatro Salas Cirúrgicas e 12 leitos de internação.

Está previsto, ainda, a construção de um prédio de apoio para funcionamento da

farmácia hospitalar e Serviço de nutrição dietética, totalizando 2,180m2 (dois mil cento

e oitenta metros quadrados).

Há que se levar em consideração que o HMSJ é um Hospital Regional e atende não

somente Joinville, mas toda Região Norte e Nordeste do Estado.

Já, no Hospital Regional Dieter Schmidt, está em curso a reforma e ampliação do Centro

Cirúrgico e da Central de Materiais Esterilizados, obra orçada em R$ 10.062.222,21 e

com área total de 2.261,15m (dois mil duzentos e sessenta e um metro com quinze

centímetros quadrados), conclusão prevista para maio de 2016.

Neste mesmo Hospital foram iniciadas as obras de reforma da ala de internação que

corresponde a um investimento de R$ 6.633.556,74 e a área de 3.515,14m (três mil

quinhentos e quinze com 14 metros quadrados), término previsto para abril de 2016.

Existe, ainda, projetos para a construção de duas novas UTIs, com 20 leitos cada e áreas

totais de 2.721,7m e 2.922,1 metros quadrados, respectivamente.

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E, não menos importante, está em execução o projeto de construção de uma ala voltada

à saúde da mulher, com verba prevista de R$ 15.000.000,00.

Na Maternidade Darcy Vargas, por sua vez, está previsto o investimento aproximado de

R$ 230.000,00 para ampliação da área pós-anestésica, cujo projeto está em fase final.

Há, ainda, previsão de investimentos da ordem de R$ 9.393.531,43 no Hospital Materno

Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, para obras da UTI neonatal e da ampliação da ala

psiquiátrica do Hospital, com área total de 1.672,33m (mil seiscentos e setenta e dois

com trinta e três metros quadrados).

Percebe-se que a previsão de crescimento da estrutura da rede de saúde do município

inclui a ampliação de todas as unidades hospitalares do Sistema Único de Saúde

localizadas em território municipal, além da ativação, durante o ano de 2015, de nove

unidades básicas de saúde.

Do exposto percebe-se a intenção do município em melhorar o atendimento da saúde,

envolvendo a baixa média e alta complexidade, pelo menos no que diz respeito a sua

capacidade físico-estrutural, com o firme propósito de diminuição das filas, quer para

realização de exames, quer para procedimentos cirúrgicos, restando a tomada de

decisão para o choque de gestão, tão necessário quanto os investimentos realizados e

programados.

5 – Conclusão

Antes de formatar a conclusão deste Relatório é oportuno, mais uma vez, ressaltar o

entendimento de que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal não

tem a natureza de sentença, não pune, nem pode indiciar ou sugerir crimes comuns ou

infrações político-administrativas. Sua finalidade é meramente investigativa.

Como resultado da somatória dos esforços empreendidos na investigação, pelos

Vereadores membros desta CPI, coletando informações, indícios e provas, obteve-se

como resultado final a produção de ....... (Centenas de páginas) de informações sobre a

Falta de Medicamentos e a Não Diminuição das Filas de Exames e Cirurgias no Município

de Joinville.

É oportuno ressaltar que, independentemente da decisão e do julgamento parlamentar

sobre o que foi apurado na presente investigação, acreditamos que os dados reunidos

neste processo, com centenas de páginas, possam servir de fonte de informação para

diversos órgãos, setores e segmentos da sociedade, interessados em analisar a situação

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do Sistema de Saúde de Joinville, suas carências, suas falhas, mas, também seus acertos

e seu comprometimento, não só orçamentário, físico material, mas o olhar humano que

se estende sobre cada um e todos os cidadãos joinvilenses.

Como corolário deste trabalho concluímos:

Ainda faltam medicamentos no Sistema de Saúde de Joinville, não como se alardeia, mas

de forma pontual e ocasional, situação que não chega a comprometer a viabilidade do

Sistema.

Apesar da crise econômica o Município vem cumprindo com o mínimo constitucional,

bem como com as Resoluções e Diretrizes do Sistema Único de Saúde, aplicando

recursos orçamentários muito superiores aos exigidos, chegando ao comprometimento

de quase 40% do orçamento provenientes de impostos, conforme certidão do TCE/SC

(Tribunal de Contas de Santa Catarina).

As faltas ocasionais e pontuais se dão pelos fatores mencionados na parte expositiva,

que vão dede a questão logística, descumprimento de prazos das empresas contratadas,

voluntários ou não, as vezes atrasos nos pagamentos por parte da Administração,

ocasionados pelos atrasos nos repasses da União e do Estado e por deficiência no

controle da dispensação dos medicamentos pelo próprio Sistema.

Na parte expositiva, foram muitas as sugestões para que se evite estas faltas

“ocasionais” de medicamentos, que se espera sejam aceitas e postas em prática pela

Administração Municipal, pois muitas delas foram sugeridas por profissionais das mais

diversas Unidades de Saúde e por usuários do Sistema.

Focamos muito na necessidade de conclusão da implantação do Sistema Hórus, que

possibilitará a informatização de todo o programa de dispensação de medicamentos,

controlando e informando as falhas em tempo real.

As filas para a realização de exames e cirurgias ainda persistem, a par de todos os

esforços empreendidos para sua diminuição, haja visto que, os números apresentados,

relativos ao ano de 2015, dão conta de uma redução na casa dos 32,3%, atingindo o

menor patamar desde 2010.

Claro que estamos longe do ideal para um município que aplica quase 40% (quarenta

por cento) de suas receitas provenientes de impostos em saúde e, muita coisa precisa

ser feita para que se atinja níveis aceitáveis no que se refere ao tempo de espera para

estes tipos de procedimentos médicos.

As sugestões colhidas durante os trabalhos e investigações realizadas por esta CPI foram

apresentadas na parte expositiva e espera-se que sejam aproveitadas, principalmente

aquela que se originou da Auditoria Conjunta entre MP/SC e TCE/SC, qual seja, a

abertura de SINDICÂNCIA para averiguação de possíveis irregularidades no Centro

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Cirúrgico do Hospital Municipal São José, que vão desde a ociosidade das Salas de

Cirurgias até o preterimento de cirurgias já agendadas.

Procuramos fazer um balanço geral de todo o processo, em especial em atenção ao

clamor social para que este Poder Legislativo cumprisse a sua função no processo

rigoroso da apuração dos fatos que deram origem a esta CPI.

Frente a todas as dificuldades e possíveis irregularidades constatadas. É, ates de tudo,

um dever dos membros desta omissão Parlamentar de Inquérito, dar resposta à altura,

não só para os demais Vereadores desta Casa Legislativa, mas para toda a sociedade,

preservando, acima de tudo, a imparcialidade política ou partidária.

Em razão dos compromissos desta CPI, considerando os limites que lhe são impostos

por Lei, e considerado que encontramos falhas, deficiências e dificuldades que podem

ser corrigidas com melhorias no Programa de Gestão da Saúde do Município e,

considerando que não encontramos irregularidades, que não aquelas apontadas pela

Auditoria Conjunta MP/SC e TCE/SC, os Vereadores membros se resguardam no

direito/dever de não formar juízo incriminatório a qualquer membro da Administração

Pública do Município.

Esperamos que as recomendações, sugestões e encaminhamentos propostos no

presente Relatório Final sejam consideradas pelas autoridades a quem se destinam.

Seja este Relatório encaminhado a Mesa Diretora para divulgação Plenária. (Art.70/RI).

Por fim, em sendo aprovada pelo Douto Plenário desta Colenda Câmara de Vereadores,

a Resolução da Comissão Parlamentar de Inquérito, de acordo com seu Regimento

Interno, forte no artigo 70/RI, seja enviada cópia ao Ministério Público de Santa Catarina

(15ª Promotoria de Justiça de Joinville), ao Tribunal de Contas do Estado de Santa

Catarina e ao Poder Executivo Municipal.

Confiantes no Juízo e no mais alto Espírito Público que move as ações de todos os

parlamentares que integram esta Novel Casa de Leis, entregamos o presente relatório à

apreciação Plenária.

É o Relatório, SMJ.

Vereador Jaime Evaristo – PSC

Relator da CPI da Saúde

Ante o exposto, esta Relatoria sugere o seguinte Projeto de Resolução:

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6 – PROJETO DE RESOLUÇÃO

Projeto de Resolução nº______/2016

“ Aprova o Relatório Final e as Conclusões da

Comissão Parlamentar de Inquérito Instituída Pelo

Requerimento nº 209/2015”.

O Presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Estado de Santa Catarina, de acordo

com o art. 48, Parágrafo único da Lei Orgânica, c/c art. 70 do Regimento Interno, faz

saber que o Plenário aprovou e ele promulga a seguinte Resolução:

Art. 1º - Ficam aprovados o Relatório Final e as Conclusões da Comissão Parlamentar de

Inquérito instituída pelo Requerimento nº 209/2015.

Art. 2º - Esta Resolução entrara em vigor na data de sua publicação.

Joinville, 15 de Fevereiro de 2016.

Proponente: Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde

Ver. João Carlos Gonçalves – PMDB Ver. Jaime Evaristo - PSC

Presidente Relator

Ver. Manoel Bento - PT Ver. Maycon Cesar - PSDB

Membro Membro

Ver. Roberto Bisoni - PSDB

Membro