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III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES
15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I
Salvador - BA
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RELAÇÕES AMOROSAS ETNICORRACIAIS E SUAS IMPLICAÇÕES NA
EDUCAÇÃO
Daiane Alves dos santos Sampaio
Nélia Roque dos Santos
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo investigar as relações amorosas étnicorraciais e suas
implicações no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, utilizaremos como aporte teórico
as análises sobre as relações étnicorraciais de Frantz Fanon em “Pele Negra Máscaras Brancas”
e artigos e ensaios sobre a responsabilidade escolar no1 processo de eliminação do racismo
como fator fundamental para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. Esta pesquisa,
ainda em andamento, aponta para o desejo de intensificação da convivência entre negros (as) e
brancos (as) de maneira que não haja a subalternização dos primeiros. Porém, alcançar esse
objetivo de maneira qualificada exige a promoção de políticas de ações afirmativas no âmbito
educacional que não obscureçam problemas reais, muitos deles apontados por Fanon, nas
relações amorosas etnicorraciais. Num primeiro momento, o trabalho consiste em explicitar
essas dificuldades. Posteriormente, iremos sugerir algumas alternativas de combate ao racismo,
inclusive amoroso, no âmbito educacional do ensino médio.
Palavras-chaves: Relações Etnicorraciais, Educação, Fanon.
1 As autoras deste trabalho são graduandas do curso de Licenciatura em Pedagogia da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, campus Amargosa. E-mail´s: [email protected];[email protected]
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INTRODUÇÃO:
O presente texto irá tratar das relações amorosas etnicorraciais e suas
implicações no processo de ensino-aprendizagem, tendo como base principal o livro
“Pele Negra, Mascaras Branca” de Frantz Fanon, que traduz esse processo como um ato
fóbico, ou seja, quando um grupo de pessoas passa a ser visto e imaginado como um
grupo de seres que atuam através de uma potência herdada, da mesma forma os negros
recebem a imagem de uma potencia sexual animalizada. Mesmo que seja evidente que a
verdadeira desalienaçao negra perante a sociedade está voltada para a realidade
econômica e social em que se encontram, o Brasil ainda segue modelos que valorizam a
cultura dos europeus, e que titula o homem pelo seu ser social.
Observa-se na introdução de Frantz Fanon, ano 2008 a procura do
embranquecimento pelos negros, a busca pelo merecimento da admiração do outro,
diante de seu grau de inferioridade em relação aos europeus. Essa desigualdade gera
conflitos, já que inferioriza o negro, dando o fortalecimento à soberania dos brancos. Na
grande maioria dos casos, a busca pelo embranquecimento é dada através de mulheres
negras, que almejam sua inclusão no meio social, possuindo desejos diferenciados: a
mulher negra procura embranquecer sua cor e a mulata além do embranquecimento
procura evitar a regressão dentro do meio social.
Enquanto os homens negros desejam o reconhecimento de suas capacidades de
pensamentos dentro do meio social. Para que isso ocorra eles tendem a usar convivência
com as brancas, se forjando em um mundo europeu, tornando ainda maior a
autonegação de sua cor, admitindo a não afirmação de si “Porém também elas
compreendam um dia que os brancos não se casam com uma mulher negra” (FANON,
2008, p.58). As mulheres negras tiveram experiência histórica que diferencia do
discurso clássico sobre a opressão contra a mulher sofrida, teve e ainda têm em sua
identidade feminina marcas de uma exploração sexual sofrida por muito tempo. Na
tentativa de explicar de qual mulher, autores têm reconhecido durante a descrição em
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seus trabalhos, Carneiro, 2007 comenta a diferença qualitativa que esse efeito opressivo
se referia a mulher negra.
Quando falamos de mito da fragilidade feminina, que justificou
historicamente a superproteção paternalista dos homens sobre as
mulheres de que mulheres estão falando? Nós, mulheres negras
fazemos parte de um contingente de mulheres provavelmente
majoritárias, que nunca reconheceram em si mesmas esse mito,
por que nunca fomos tratadas como frágeis. Fazemos parte de
um contingente de mulheres que trabalharam durante séculos
como escravos nas lavouras ou nas ruas, como vendedora,
quituteiras, prostitutas... Mulheres que não entenderam nada
quando as feministas disseram que as mulheres deveriam ganhar
as ruas e trabalhar! Fazemos parte de um contingente de
mulheres com identidade de objeto. Ontem, a serviços de frágeis
sinhazinhas e de senhores de engenho tarados. Hoje,
empregadas domesticas de mulheres liberadas e dondocas, ou de
mulatas tipo exportação. (CARNEIRO, 2007.p 1).
Com essa reflexão feita por Carneiro, evidencia-se que as mulheres negras
nunca foram intituladas como deusas ou rainhas, como são descritas as mulheres nos
romances brasileiros. A atração sexual por mulheres negras passa por parte dos homens
por acharem que elas sejam mais eróticas, ou até mesmo mais ardentes do que as
mulheres brancas, a relação com suas características físicas, que na maioria das vezes
são extremamente exuberantes.
Com base nas discussões, de que maneira as escolas brasileiras vêm trabalhando
a questão étnico racial, logo que mais da metade da sua população brasileira é de
mestiços e negros, e o espaço escolar é o centro de formação psicológica e social de
cidadãos.
Sabendo que o espaço escolar ainda prevalece de maneira sutil e metafórica a
existência do preconceito racial, nos materiais didáticos, por exemplo, que são
disponibilizados, os textos, os contos infantis, letras de músicas, os poemas, figuras e
imagens que retratam os negros e, principalmente a mulher negra, como seres inferiores,
incapazes e estereotipados. Porém, ainda existem professores que não percebem a
influência dos matérias didáticos e paradidáticos na formação do autoconhecimento e da
identidade da criança. Essa é um pequeno trecho da letra de um dos versos populares
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que podem ser encontrados em alguns livros, tendo como foco a imagem da mulher
negra como um objeto sexual, fazendo uma analogia da mulher negra com um alimento.
Preta bonita é veneno
Mata tudo que é veneno
Embriaga a criatura
Tira a vergonha da gente
Mulata é doce de coco
Não se come sem canela
Camarada de bom gosto
Não pode passar sem ela.
(GOULART, 1971, p.48)
Esse trecho citado mostra a exploração do corpo negro, tornando maior a
possibilidade do reconhecimento e aceitação da sociedade diante do tratamento
diferenciado entre a mulher negra com as mulheres brancas, gerando uma grave
desigualdade no âmbito social e educacional.
Fael, um menino negro, perguntou à professora: “Como é que a
gente faz para ficar branco, professora”? A indagação do aluno,
provocadora de embaraço e de perplexidade, ficou uma vez mais
sem resposta. Já não era a primeira ocasião que Fael manifestara
o desejo de ser branco, embora, em todas as situações anteriores,
houvesse sido ignorado pela professora. Numa de suas redações,
intitulada “O que quero ser quando crescer”, assim se expressa:
“Agora que ele é branco todo mundo gosta dele. Ninguém
implica com a gente. Ninguém diz coisa feia pra gente. Como é
que a gente fica branco? Vou perguntar ao Cid Bandalheira. Ele
tem um programa na Rádio Roda-Viva e só toca Michael
Jackson. Ele até já deu o endereço do Michael Jackson pra
gente, mas eu perdi. Vou pedir pra ele de novo. “Eu quero ser
branco.(FOSTER,2004, p 1).
Observando esse trecho, uma narrativa de um aluno negro que dialoga com a
professora questionar como se faz para se tornar branco, ele procura a “fórmula” para se
tornar um branco, mesmo que custe a perda de sua identidade, torna-se um desafio para
o trabalho escolar. Quando há um silêncio por parte da escola em relação às diversas
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instituições sociais, favorece para que se entenda a diferença como desigualdade e os
negros como sinônimo de desigual e inferior.
A forma que os negros são representados gera consequências no processo de
ensino e aprendizado de crianças e jovens, uma vez que ainda estão sendo trabalhada a
formação psicológica desses sujeitos. Compreendendo que a educação é um processo
social pelo qual os cidadãos têm acesso aos conhecimentos produzidos e deles se
apropriam de forma a se prepararem para o exercício de sua cidadania, podendo ser
considerada também como um ato político, pois ela auxilia na construção de indivíduos
ativos ou conformados com a realidade em que estão inseridos e que são propostos para
eles.
O racismo é dado por uma consciência coletiva a um amplo conjunto de falsos
valores e de falsas verdades e torna os resultados da própria ação como comprovação
dessas verdades falseadas, ou seja, a cor negra é apontada como a marca principal do
racismo exprimindo simbolicamente e fisicamente a distância entre as duas camadas
sociais, passando a avaliando a cor negra como estatutos sociais inferiores com
supremacia dos brancos, induzindo a uma inferioridade moral e mental dos negros.
O preconceito racial no Brasil envolve atitudes e
comportamentos negativos e, em algumas situações, atitudes
supostamente positivas contra negros, apoiadas em conceitos ou
opiniões não fundamentadas no conhecimento e, sim na sua
ausência. O que não permite ao indivíduo negro ser reconhecido
pelo que é, mas sim falsamente reconhecido. A essência do
preconceito racial “reside na negação total ou parcial da
humanidade do negro e outros não brancos, constitui
justificativas para exercitar o domínio sobre os povos de cor”
(Hasenbalg, 1981, p.1).
Com isso a escola deve compreender que é nela onde o problema étnico também
está presente podendo até representar um reforço para a manutenção do preconceito. O
silêncio e a omissão sobre o problema étnico não ira apagar os problemas, essas reações
dará mais força ao racismo na escola, contribuindo para um sentimento de recusa das
características raciais e fortalecendo o desejo de pertencer ao grupo branco à procura da
branquitude, com isso a brancura está associada a privilégios. Hoje, no Brasil, é quando
comparado índice de alunos negros e brancos nas escolas públicas, percebe-se a o
tamanho da desvantagem em que os negros se encontram, desde os níveis de reprovação
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até de evasão escola, devido a essa falta de orientação da escola, à falta do trabalho com
a temática racial que implique no processo de ensino e aprendizado significativo.
Dessa forma as vozes são silenciadas e os corpos estigmatizados mulheres
negras cada vez mais vitimadas do seximo continua no silêncio e na invisibilidade da
sociedade, observada como a maior normalidade. Essa subalternização da mulher negra
toca em uma identidade condenada, tanto da subalternizada dos homens negros com
prestigio inferior ao grupo racial dominante que são as mulheres brancas. A dupla face
dessa questão é que para as mulheres negras conseguirem atingir o mesmo nível de
desigualdade entre existente entre homens e mulheres brancas teriam que experimentar
de uma extraordinária mobilidade social, já que os homens negros estão abaixo das
mulheres brancas.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi elaborada de forma qualitativa com o porte teórico de Frantz
Fanon (2008), leituras de autores contemporâneos que discutem sobre a representação
amoroso étnico racial das mulheres negras na atualidade, e as implicações dessas
representações no processo de formação de crianças e jovens negras e a Lei 10 639/003
e o ensino da historia e cultura afro- brasileira e africana. Como objetivo debater a
maneira em que os negros e principalmente as mulheres negras são colocadas e
representadas, desde muito tempo em nossa sociedade.
Para isso trabalhamos com analises crítica para os conteúdos que são ofertados
nos materiais didáticos principalmente na Educação Infantil, as imagens, os poemas,
letras de músicas, por exemplo, que na maioria das vezes vem estereotipando a imagem
dos negros (a). E de que maneira as escolas vêm contribuindo para modificar e ampliar
o debate de raça e gênero no âmbito educacional, sabendo que a educação é um
processo social no qual os indivíduos têm acesso aos conhecimentos produzidos, se
apropriando deles para a sua preparação para o exercício de sua cidadania.
Com a reformulação da Lei de Diretrizes e Bases e Bases de Educação Nacional
(LDB) do ano de 1996, que tornou obrigatório a inserção no currículo escolar a lei a
10.639/03, criada em 9 de janeiro de 2003, que inclui no currículo dos estabelecimentos
de ensino básico das redes públicas e privadas oficialmente a obrigatoriedade em
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estudo da temática História e cultura Afro- brasileira e Africana. O que mudou desde a
inserção da lei 10639/03, e se de fato essa educação igualitária está sendo oferecidas nas
escolas brasileiras, sem que reduza os negros (a) de tal maneira que só aparece suas
contribuições para o fortalecimento capitalismo, através de suas forças de trabalho.
Sabemos que hoje, no Brasil, quando comparado índice de alunos negros e
brancos nas escolas públicas, percebe-se o tamanho da desvantagem em que os negros
se encontram, desde os níveis de reprovação até de evasão escola, devido a essa falta de
orientação da escola, à falta do trabalho com a temática racial que implique no processo
de ensino e aprendizado significativo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Mesmo sabendo que os negros foram considerados livres com a abolição da
escravidão, a procura da “fórmula” para se tornar um branco ainda faz parte dos seus
desejos, deixando explicito a existência de um processo de autonegação da cor negra
nos dias atuais. Vivemos em uma sociedade considerada democrática, mas de qual
democracia estamos falando? Uma democracia que automaticamente determina os
espaços sociais e divide as pessoas conforme a raça, gênero e poder econômico, em que
a figura da mulher negra esta como representação do desejo de perdição, o material.
Com base nas analises feita no decorrer do trabalho, voltamos a considerar a
importância da atuação da escola e dos profissionais que atuam no processo de
formação de sujeitos negros ou brancos, compreendendo que é através da escola que os
valores, atitudes, crenças relacionados às etnias devem ser trabalhadas na organização
do currículo escolar. A ausência das discussões que envolvam a temática racial afro
descendente nas instituições de ensino torna- se favorável para que se entenda a
diferença como desigualdade e os negros como sinônimos de seres inferiores, desiguais.
Os negros (a) ainda sofrem com o racismo na sociedade e, dentro do espaço
escolar, ainda há uma invisibilidade com o racismo, para alguns profissionais que
acreditam não existir racismo. Mas, sabe-se que o Brasil é o país que tem a maior parte
de sua população negra, e o racismo ainda está implantado no seio da sociedade.
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CONCLUSÕES:
Conclui-se que mesmo havendo a abolição da escravidão, os negros (a) ainda
sofrem com o racismo na sociedade e, dentro do espaço escolar, ainda há uma
invisibilidade com o racismo, para alguns profissionais que acreditam não existir
racismo. Mas, sabe-se que o Brasil é o país que tem a maior parte de sua população
negra, e o racismo ainda permanece no seio das sociedades. Observa-se esse
preconceito quando são analisado os matérias didáticos, em que ele aparece na maioria
deles de maneira tão sutil, na literatura infantil, nas divisões de grupos para os trabalhos
e representações em encenações de historinhas populares e até mesmo as literárias, pois
os negros ainda estão representados de forma estereotipada são exemplos comuns dessa
descriminação.
As historinhas de Monteiro Lobato, por exemplo, são umas das mais utilizadas
pelos professores, logo alguns personagens são negros com estereótipos, o saci e da tia
Nastácia, Tio Barnabé, enquanto a Emília, Narizinho, Dona Benta são representados
por pessoas brancas.
As crianças automaticamente relacionam essa divisão tendo como bases as
representações que elas estão habituadas a presenciar no dia a dia, levando para a escola
um pré- julgamento em relação à posição social do negro, passando á tentativa de
desmistificar o preconceito para a formação de nossa cultural e do nosso país. No
processo de formação de futuros cidadãos, nos espaços educacionais principalmente, na
Educação Infantil, que sendo trabalhado o desenvolvimento psicológico década uma
delas.
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Referências Bibliográficas:
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27ª impressão.
CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. “Do silêncio escolar: racismo, preconceito e
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CARNEIRO, Sueli. A situação da mulher “Enegrecer o feminismo negra na
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EMPREENDIMENTOS SOCIAIS; TAKANO CIDADANIA (Orgs). Racismos
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FANON, Frantz. “Pele Negra Mascaras Brancas”. 2008. Salvador: Editora UFBA.
FOSTER, Eugénia da Luz Silva. Narrativas e a Questão Racial na Escola. 2004.
UNIFA
GIACOMINI. Sônia Maria. Mulher e Escrava- Uma introdução histórica ao estudo
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