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Regime de Adiantamento / Suprimento de Fundos (Artigos 65, 68 e 69 da Lei 4.320/64)
Instrutor: Darcy Siqueira Albuquerque Júnior
Auditor Governamental – CGE/PI
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Regime de execução da despesa pública
A despesa pública pode ser realizada de duas
formas:
a) Por processo normal
b) Através de Suprimento de Fundos
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Regime de execução da despesa pública
Processo Normal de Aplicação – ocorre quando as
próprias Unidades Orçamentárias realizam todas as
etapas do seu processamento. A Nota de Empenho é
emitida em nome do credor, é formalizado um
processo específico, inclusive com a realização de
licitação, se for o caso.
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O regime de adiantamento (também chamado de
suprimento individual ou suprimento de fundos),
previsto no artigo 68 da Lei 4.320/64, corresponde a
despesas expressamente definidas em lei e consiste
na entrega de numerário a servidor devidamente
credenciado, sempre precedido de Nota de Empenho
na dotação orçamentária própria, a fim de realizar
despesas que não possam se subordinar ao processo
normal de aplicação.
Regime de execução da despesa pública
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O art. 65 da Lei nº 4.320/64 define o adiantamento
como um dos meios de ser efetuado o pagamento, em
casos excepcionais, de modo que:
a lei especifique os casos em que é aplicável o
adiantamento, isto é, o tipo de despesa que pode ser
paga por este meio;
A Administração determine quem pode receber
adiantamento e quando; o limite máximo do
adiantamento e o prazo para prestação de contas.
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A lei que especificar as despesas deverá também
regulamentar os prazos para prestação de contas e as
penalidades para o caso de descumprimento
(responsabilidade administrativa, civil e penal).
Destinam-se, na maioria das vezes:
à realização de despesas urgentes;
às realizadas em lugares distantes;
às despesas miúdas de pronto pagamento nas
repartições públicas, etc.
Finalidade
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Nos termos do artigo 69 da referida lei, não se
fará adiantamento a servidor:
a) Em alcance (não prestação de contas no prazo
estabelecido ou pela não aprovação das contas;
b) Responsável por dois adiantamentos. (art. 10º do Decreto)
Proibição de Concessão
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Decreto nº 11.758, de 09 de junho de 2005.
Estabelece normas para concessão,
aplicação e prestação de contas de Suprimentos de
Fundos, no âmbito do Poder Executivo Estadual.
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
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Requisitos para ser Tomador de Suprimento de
Fundos (Art. 2º):
a) ser servidor estadual efetivo e em casos excepcionais, de comprovada necessidade e devidamente justificados, poderão ser nomeados servidores ocupantes de cargo em comissão (quando exonerados, apresentar prestação de contas no prazo máximo de 05 (cinco) dias úteis a contar da data da exoneração, independente do prazo normal de aplicação);
b) ser designado, através de ato (Portaria) do gestor do órgão;
c) não estar respondendo a processo administrativo.
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Providências para o cadastramento do Tomador de Suprimento de Fundos (art. 6º):
O tomador de suprimento de fundos deve dirigir-se à Unidade Administrativa e Financeira ou equivalente do órgão onde presta serviço, apresentando:
Portaria de designação;
Matrícula e CPF;
Comprovante de endereço;
Comprovante de abertura de conta bancária específica, com as seguintes características:
“GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
NOME DA SECRETARIA OU ÓRGÃO
NOME DO RESPONSÁVEL – CONTA SUPRIMENTO.”
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Providências para o cadastramento do Tomador de Suprimento de Fundos:
A Unidade Administrativa e Financeira, de posse da documentação, deve:
a) Preencher o cadastro de credores do Estado no SIAFEM (até seis
servidores por órgão, podendo ser indicados mais dois para cada unidade localizada fora da sede administrativa) – art.7º, §1º (alteração em casos excepcionais), e §2º (intransferível);
b) Colher as assinaturas do Tomador e do responsável pela autorização;
c) Enviar o cadastro para a SEFAZ/UNICON; d) Manter em arquivo toda a documentação referente ao
cadastramento do tomador.
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Procedimentos para solicitação (art. 9º) O Tomador de Suprimento de Fundos, deve:
Preencher o documento "Requisição de Suprimento de Fundos“ – Anexo I, que deverá conter:
I – exercício financeiro;
II– classificação correta das despesas, em conformidade com o artigo 8º (objetivo de gasto, dotação própria, podendo cada solicitação conter, ao mesmo tempo, um ou mais elemento de despesas, de acordo com a necessidade);
III – nome, matrícula e cargo ou função do servidor;
IV – importância a ser autorizada;
V – assinatura do servidor;
VI – assinatura do ordenador de despesa.
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Observar os limites máximos de valores (art. 5º):
I – miúdas e de pronto pagamento, consideradas como tal
aquelas que não excedam, em cada espécie (de despesa) a
5 % do teto estabelecido para a modalidade Convite (art. 24,
II, da Lei 8.666/93), até o limite de 1.000 (um mil) UFR-PI; II – despesas para atendimento de necessidades urgentes
realizadas na capital, que não se enquadrem no inciso I, até
o limite de 2.000 UFR-PI; III - despesas efetuadas em lugares distantes da repartição
pagadora que não se enquadrem no inciso I, até o limite de
5.000 (cinco mil) UFR-PI;
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IV – de viagens, para atender diligências de caráter reservado
ou confidencial, a cargo das Secretarias de Segurança Pública
e da Justiça e Direitos Humanos, até o limite de 5.000 (cinco
mil) UFR-PI; V – com despesas de viagens dentro do País e auxílios
concedidos no desempenho das funções a cargo do
Governador e do Vice-Governador, até o limite 5.000 (cinco
mil) UFR-PI; VI – com despesas de viagens do Governador, do Vice-
Governador do Estado e respectivas comitivas e de titulares de
órgãos e entes da Administração Estadual, devidamente
autorizados pelo Governador do Estado, ao exterior, em
missão oficial ou de serviço, cujo valor será definido de acordo
com as necessidades pertinentes;
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VII – com festividades e homenagens oficiais realizadas
pelo Gabinete do Governador, do Vice-Governador e dos
titulares de órgãos e entes da Administração Estadual na
realização de eventos relacionados à sua atividade
operacional, até o limite de 2.000 (duas mil) UFR-PI; VIII – com alimentação, manutenção e conservação da
residência oficial do Governador do Estado, até o limite de
3.000 (três mil) UFR-PI; IX – com exposições agropecuárias, culturais, artísticas,
feiras, simpósios e com a cobertura de eventos e outras
situações especiais que exijam a atuação de efetivo militar,
até o limite de 15.000 (quinze mil) UFR-PI.
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Aplicação dos Recursos
Na aplicação dos recursos deve ser observados os seguintes
critérios:
as despesas devem ser realizadas de acordo com o
elemento empenhado (art. 4º);
a documentação comprobatória deve ter data igual ou
posterior à emissão da Nota de Empenho (art. 14);
a documentação comprobatória (recibo e documento fiscal)
deve ser passada em nome do órgão e não pode conter
emendas ou rasuras que prejudiquem a veracidade e a
clareza do documento (art. 15);
a documentação comprobatória deve ser atestada por
servidor que não seja o responsável pelo suprimento (art.16);
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o prazo para prestar contas dos recursos recebidos é de 50 dias a contar
do recebimento do numerário (art. 12).
O Suprimento de Fundos não poderá ser aplicado após o encerramento do
exercício financeiro em que for concedido, devendo os saldos porventura
existentes ser recolhidos até o dia 30 de dezembro, com comprovação até
o dia 15 de janeiro do ano seguinte (art.12, §§1º e 2º);
Serão admitidos os seguintes comprovantes de despesa:
I – recibo, no caso de fornecimentos ou serviços prestados por pessoas
físicas, contendo: nome, assinatura do credor, RG e endereço; nos casos
de despesas com combustíveis e alimentação, realizadas no interior do
Estado, visadas pelo ordenador da despesa - §2º;
II – documento fiscal, acompanhado de recibo, no caso de fornecimentos
ou serviços prestados por pessoas jurídicas. Caso não detalhe a despesa
realizada, deverá constar no recibo a discriminação do material / serviço.
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Art. 11 – É vedada a realização das seguintes despesas, por meio de Suprimento de Fundos:
I - despesas com coquetéis e confraternizações,
excetuando-se os casos previstos nos incisos VI e VII do art. 5º, ou em situações excepcionais, devidamente justificadas pelo gestor do órgão;
II - despesas de caráter pessoal, tais como: peças de vestuário e acessórios, adereços, produtos de maquiagem e perfumaria, jóias, materiais de higiene pessoal, ingressos para espetáculos e outros.
Parágrafo único - Só serão admitidas despesas com refeições, quando devidamente justificadas pelo tomador e com o visto do ordenador de despesa.
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Prestação de Contas Formalização do processo (art.13): A prestação de contas deve ser apresentada ao Núcleo de
Controle de Gestão, instruída da seguinte forma: uma via da Requisição de Suprimento de Fundos;
uma via da Comprovação de Suprimento de Fundos;
uma via da Nota de Empenho;
1ª via da documentação devidamente numerada e atestada;
uma via da Ordem Bancária - OB;
comprovante de recolhimento do saldo bancário, quando houver;
extrato bancário. Não será admitido comprovante de despesa emitido pelo
próprio tomador do Suprimento, salvo em casos devidamente autorizados pelo ordenador de despesas – art. 15, § 3º.
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Recebimento da Prestação de Contas
O Núcleo de Controle de Gestão ou equivalente, ao receber a prestação de contas do Suprimento, deve registrar no processo, a data de recebimento da prestação de contas, para fins de aferição do cumprimento ou não do prazo para apresentação da prestação de contas.
Para efeito de prestação de contas, considera-se como primeiro dia, a data do recebimento do numerário. Caso o 50º dia seja dia não útil, a prestação de contas será entregue no 1º dia útil subseqüente – art. 12, §3º.
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Roteiro de Análise O Núcleo de Controle de Gestão ou equivalente deve
verificar cuidadosamente se as despesas estão
comprovadas em conformidade com o Decreto 11.758/05,
em especial com os seguintes artigos:
art. 4 - Os Suprimentos de Fundos têm que ser precedidos
de NE e aplicados de acordo com a despesa empenhada;
art. 5 - limites para concessão do suprimento;
art. 11 - veda a realização de determinadas despesas;
art.12 - estabelece prazo para aplicação e prestação de
contas do adiantamento;
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art. 13 - documentos que devem constar na prestação de contas (VI – uma via do comprovante de recolhimento do saldo do suprimento, quando houver);
art. 14 - data dos comprovantes de despesa (data >=
NE);
art. 15- comprovantes de despesa – 1ª via em nome
do órgão, sem emendas ou rasuras, tipos de
comprovantes: recibo, documento fiscal, outros; art. 16 - atestado de realização da despesa;
art. 17, § 7º. - utilização indevida e abusiva do dinheiro
público.
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Análise da Prestação de Contas (art. 17)
Para cada Suprimento deve ser emitido o “Relatório de
Análise de Suprimento de Fundos” ou uma “Notificação”,
conforme o caso, sobre a situação da prestação de contas
(art. 17), observando no momento da emissão, que:
Prestação de contas regular – quando toda
documentação estiver de acordo com as normas
estabelecidas na legislação pertinente (inciso I);
Prestação de contas com ressalva – a que apresentar
falhas que não caracterizem irregularidades (inciso II);
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Prestação de contas com irregularidade – para as comprovações em desacordo com os arts. 11, 13-VI, 15, 16 e §7° do art. 17. Neste caso, o Núcleo de Controle de Gestão ou equivalente, notificará, formalmente, ao tomador de suprimento, dando-lhe o prazo de 30 dias para regularizar a situação. Esgotado este prazo, sem que tenha sido procedida a regularização, o órgão solicitará, imediatamente, à Controladoria-Geral do Estado – CGE, a realização de Tomada de Contas (art. 17, inciso III).
Após a análise de cada prestação de contas os Núcleos de Controle de Gestão ou equivalente, encaminharão os respectivos processos ao setor contábil do órgão/ente para que seja procedida a devida baixa contábil do adiantamento (baixa da responsabilidade do valor concedido) junto ao SIAFEM.
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No caso de prestação de contas em que for constatada irregularidade – para as comprovações em desacordo com os arts. 11, 13-VI, 15, 16 e §7° do art. 17, só poderá ser dada baixa contábil do adiantamento, após a regularização do débito – art.18, parágrafo único.
As despesas que estejam formalmente comprovadas de acordo com este Decreto, mas que caracterizarem utilização indevida e abusiva do dinheiro público, contrariando os princípios constitucionais que norteiam a Administração Pública (CF, art. 37 e CE, art. 39), também constitui motivo de glosa, com a conseqüente emissão de de Certificado de Irregularidade – art. 17,§7º.
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TOMADA DE CONTAS
A Controladoria-Geral do Estado – CGE / PI,
poderá, a qualquer tempo, quando julgar
necessário, realizar a Tomada de Contas dos
Tomadores de Suprimento de Fundos,
independentemente de solicitação do
órgão/entidade da Administração Estadual – art.
17, §8º.