despesa pÚblica apostila 2011

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  D D E S P P E S A AP P Ú ÚB B L L I I C A A  DESPESA ORÇAMENTÁRIA CONCEITO O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado período. Dessa forma, Despesa/Dispêndio orçamentário é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial. A despesa orçamentária pode ser classificada: a) Quanto às entidades destinatárias do orçamento: -  Despesa O rçamentária Pública   aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho. -  Despesa Orçamentária Privada   aquela executada por entidade privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução. b) Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial: - Despesa Orçamentária Efetiva   aquela que, no momento da sua realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo. Em geral, a Despesa Orçamentária Efetiva coincide com a Despesa Corrente. Entretanto, há despesa corrente não- efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamento, que representam fatos permutativos. -  Despesa Orçamentária Não-Efetiva   aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-se concomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade. Em geral, a despesa não-efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que é efetiva como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial e, por isso, classificam-se como despesa efetiva. CONCEITOS O VOCÁBULO PÚBLICO deriva do latim Publicu, cujo emprego na língua portuguesa traz no seu bojo, entre outros, o seguinte sentido: Destinar ou pertencer ao povo ou a coletividade   Consiste na realização de gastos, isto é, na aplicação de recursos financeiros de forma direta (em benefício próprio) na aquisição de meios (bens e serviços) que possibilitem a manutenção, o funcionamento e a expansão dos serviços públicos, ou de forma indireta (quando da realização de transferências a terceiros). Essa aquisição dar-se-á com pagamento imediato ou a posteriori, implicando na assunção de compromissos.  É o conjunto de dispêndios do Estado no atendimento aos programas e objetivos de governo, fixados em lei orçamentária ou em leis específicas, OU ainda relativos à restituição ou pagamento de importâncias recebidas a título de cauções, depósitos, consignações e outros assemelhados que independem de autorização legislativa para a sua realização.  Constitui-se de toda saída de recursos ou de todo pagamento efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios e investimentos, ALÉM dos aumentos patrimoniais, pagamentos de dívidas, devoluções de importâncias recebidas a títulos de caução, depósitos e consignações.  Por despesa pública, entende-se todo o consumo de recursos orçamentários e extra-orçamentários. São recursos orçamentários todos aqueles fixados pela Lei do Orçamento Anual (LOA) e são recursos extra- orçamentários aqueles provenientes da geração de passivos financeiros, classificados como receita extra-orçamentária quando de seu recolhimento e despesa extra-orçamentária quando do seu pagamento a quem de direito. CLASSIFICAÇÕES DOUTINÁRIAS A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as quais são implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado com o propósito de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças publicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e os cidadãos em geral. 1 Quanto a origem Com base nos conceitos ora apresentados, as despesas públicas, DE ACORDO COM A ORIGEM, pod em ser: Despesas Orçamentárias Têm como origem o orçamento Despesas Extra-orçamentárias Não se originam do orçamento A orçamentação da despesa pública passará pelo processo de elaboração da Lei do Orçamento Anual (LOA), de estudo e aprovação, obedecido ao Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Na elaboração do orçamento anual, o Poder Executivo Municipal, através de seu departamento de planejamento fará uso do Anexo 5, e alterações posteriores, da Lei nº. 4.320/64, até 31 de dezembro de 2001. E, a partir do exercício financeiro de 2002, fará uso da Portaria nº. 42, de 14 de abril de 1999 (DOU, 15-04-99) Despesa orçamentária

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 DDEESSPPEESSAA PPÚÚBBLLIICCAA 

DESPESA ORÇAMENTÁRIACONCEITOO orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e representa o fluxo deingressos e aplicação de recursos em determinado período.

Dessa forma, Despesa/Dispêndio orçamentário é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamentoda entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial.A despesa orçamentária pode ser classificada:a) Quanto às entidades destinatárias do orçamento:-  Despesa Orçamentária Pública  – aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativapara sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercíciofinanceiro da emissão do respectivo empenho.-  Despesa Orçamentária Privada   –  aquela executada por entidade privada e que depende de autorizaçãoorçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução.b) Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:- Despesa Orçamentária Efetiva  – aquela que, no momento da sua realização, reduz a situação líquida patrimonial daentidade. Constitui fato contábil modificativo diminutivo.Em geral, a Despesa Orçamentária Efetiva coincide com a Despesa Corrente. Entretanto, há despesa corrente não-efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamento, querepresentam fatos permutativos.-  Despesa Orçamentária Não-Efetiva  –  aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquidapatrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-seconcomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.Em geral, a despesa não-efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que é efetivacomo, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial e, por isso, classificam-se comodespesa efetiva.CONCEITOS

O VOCÁBULO PÚBLICO deriva do latim Publicu, cujo emprego na língua portuguesa traz no seu bojo, entreoutros, o seguinte sentido:“ Destinar ou pertencer ao povo ou a coletividade ”   Consiste na realização de gastos, isto é, na aplicação de recursos financeiros de forma direta (em benefício

próprio) na aquisição de meios (bens e serviços) que possibilitem a manutenção, o funcionamento e aexpansão dos serviços públicos, ou de forma indireta (quando da  realização de transferências aterceiros). Essa aquisição dar-se-á com pagamento imediato ou a posteriori, implicando na assunção de

compromissos.  É o conjunto de dispêndios do Estado no atendimento aos programas e objetivos de governo, fixados em lei

orçamentária ou em leis específicas, OU ainda relativos à restituição ou pagamento de importânciasrecebidas a título de cauções, depósitos, consignações e outros assemelhados que independem deautorização legislativa para a sua realização.

  Constitui-se de toda saída de recursos ou de todo pagamento efetuado, a qualquer título, pelos agentespagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e destinados à execuçãodos serviços públicos, entre eles custeios e investimentos, ALÉM dos aumentos patrimoniais,pagamentos de dívidas, devoluções de importâncias recebidas a títulos de caução, depósitos econsignações.

  Por despesa pública, entende-se todo o consumo de recursos orçamentários e extra-orçamentários. Sãorecursos orçamentários todos aqueles fixados pela Lei do Orçamento Anual (LOA) e são recursos extra-orçamentários aqueles provenientes da geração de passivos financeiros, classificados como receitaextra-orçamentária quando de seu recolhimento e despesa extra-orçamentária quando do seu pagamento

a quem de direito.CLASSIFICAÇÕES DOUTINÁRIASA compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as quais são implementadas pormeio de um sistema de classificação estruturado com o propósito de atender às exigências de informação demandadaspor todos os interessados nas questões de finanças publicas, como os poderes públicos, as organizações públicas eprivadas e os cidadãos em geral.1 Quanto a origemCom base nos conceitos ora apresentados, as despesas públicas, DE ACORDO COM A ORIGEM, podem ser:Despesas Orçamentárias Têm como origem o orçamentoDespesas Extra-orçamentárias Não se originam do orçamentoA orçamentação da despesa pública passará pelo processo de elaboração da Lei do Orçamento Anual (LOA), deestudo e aprovação, obedecido ao Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).Na elaboração do orçamento anual, o Poder Executivo Municipal, através de seu departamento de planejamento faráuso do Anexo 5, e alterações posteriores, da Lei nº. 4.320/64, até 31 de dezembro de 2001. E, a partir do exercíciofinanceiro de 2002, fará uso da Portaria nº. 42, de 14 de abril de 1999 (DOU, 15-04-99)Despesa orçamentária

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Representam os gastos fixados no orçamento público ou que derivem dos créditos adicionais, cuja discriminaçãoencontra-se demonstrada nas tabelas de codificação aprovadas em legislação própria, E A SUA REALIZAÇÃODEPENDE DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA.Despesa extra-orçamentária É aquela que não consta da lei orçamentária nem depende de autorização legislativa para ser realizada ecompreendem as diversas saídas de numerário decorrentes do levantamento de depósitos, cauções, resgate deoperações de crédito por antecipação de receita, bem como quaisquer valores que se revistam de características de

simples transitoriedade, recebidos anteriormente e que, na oportunidade, constituíram receitas extra-orçamentár

2 Quanto à afetação patrimonial.Há necessidade de se distinguir a despesa orçamentária EFETIVA das demais  –  NÃO-EFETIVAS. As despesasefetivas são aquelas em que podemos identificar um desembolso financeiro ou assunção de obrigações financeirassem a correspondente incorporação de elementos ativos ou desincorporação de elementos passivos, sãocaracterizadas, portanto, pela diminuição do saldo patrimonial. As despesas não-efetivas sempre ocorrem pormutação patrimonial, ou seja, o saldo patrimonial não se altera.Despesas não-efetivas Aquisição de um automóvel 

Despesas efetivasPagamento de despesas com pessoal

Resumindo: DESPESA ORÇAMENT RIA

Despesa Efetiva Despesa não-efetivaAltera o Saldo Patrimonial

Fatos modificativos diminutivosÉ despesa no conceito contábilNão produz mutaçãopatrimonial

Não altera o Saldo Patrimonial

Oriunda de fatos permutativosNão é despesa no conceito contábilProduz mutação patrimonial

Atenção:A Despesa ex t r a -orçamentár ia , quan to à a fe tação pa t r imonia l , é cons iderada não-efe t iva .

CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTÁRIASClassificações para evidenciar à política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo

Art. 2º da Lei 4.320/64: A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a

 política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade,

universalidade e anualidade.

No Brasil são utilizadas diversas classificações para a despesa orçamentária, tendo em vista as três esferas degoverno. Usualmente as despesas apresentam-se com as seguintes classificações: Institucional, Funcional,Programática e Quanto à Natureza.

  Classificação Institucional –  responde à indagação “quem” é o responsável pela programação?

SP = Ativo - Passivo Entrada do automóvel

Saída do numerário

SP = Ativo - PassivoSaída do numerário 

Todos osPagamentos 

Despesas(Saídas)

Desembolsosrelativos àrestituição deingressosanteriores

SimplesSaídas decaixa 

Desembolsos quenão têmcorrespondênciacom entradas

anteriores

DespesaPública

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  Classificação Funcional  –   responde à indagação “em que área” de ação governamental a despesa será

realizada?   Classificação Programática –  responde à indagação “pra que” os recursos são alocados (finalidade).   Classificação quanto a Natureza  –   responde à indagação “o que” será adquirido e “qual” o efeito

econômico da realização da despesa? 1 Classificação por Esfera OrçamentáriaA esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal (F), da seguridade social (S) ou de

investimento das empresas estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da Constituição:-Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta eindireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;-Orçamento de Investimento : orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioriado capital social com direito a voto; e-Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ouindireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.O § 2º do art. 195 da Constituição estabelece que a proposta de orçamento da seguridade social será elaborada deforma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metase prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.Na base do SIDOR o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será associado à açãoorçamentária, com os seguintes códigos:

2 Classificação Institucional“quem” é o responsável pela programação? A classificação institucional ocorre quando a estrutura organizacional da entidade ou órgão é obedecida, adequando-se às atividades afins. Consiste na discriminação dos créditos orçamentários pelos órgãos que integram a estruturaadministrativa e que vão realizar as tarefas que lhes competem no programa de trabalho.De acordo com o art. 14 da Lei nº. 4.320/64, a unidade orçamentária é o agrupamento de serviços subordinados aomesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. Constitui, pois, toda despesa que estejadiscriminada e fixada no orçamento, estando previamente autorizada pelo Legislativo.A classificação institucional possibilita conhecer a aplicação dos recursos por níveis, ou seja: órgão/entidade eunidade orçamentária, tendo por finalidade alocar o montante das dotações necessárias à realização dastarefas atribuídas a cada órgão. É subordinada aos três níveis de Governo: União, Estados e Municípios, cada umcom autonomia financeira própria, nos termos da Constituição.Estrutura da Conta

Os níveis aqui mencionados podem ser:ÓrgãoCorresponde ao maior nível de agregação de serviços ou atribuições dos Poderes Constituídos, do Ministério Públicoe dos Tribunais de Contas. É representado pelos dois primeiros dígitos da codificação usual adotada.Exemplos: 03000 Tribunal de Contas

26000 Ministério da Educação36000 Ministério da Saúde75000 Refinanciamento da Dívida Pública Federal90000 Reserva de Contingência

Unidade OrçamentáriaCorresponde ao nível intermediário e/ou final de agregação de serviços afins a cargo de cada órgão. É representadapelos três dígitos seguintes a indicação do órgão (desdobramento do órgão) Exemplos:

03101 Tribunal de Contas da União26242 UFPE36208 Hospital Cristo Redentor75101 Recursos sob supervisão do Ministério da Fazenda90000 Reserva de Contingência

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL-PROGRAMÁTICAAtenção! ! !  

A partir do exercício financeiro de 2000  –  União; Estados e DF - esta classificação sofreu uma reformulaçãocompleta, conforme a Portaria SOF nº. 42, de 14/04/99, sendo dissociadas as funções dos programas. Foramimplementadas a classificação funcional e a estrutura programática .

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Obs: Municípios a partir de 2002.Classificação funcional

“em que área” de ação governamental a despesa será realizada?(Função + Subfunção)A classificação funcional, por funções e sub funções, busca responder basicamente à indagação “em que” área de

ação governamental a despesa será realizada. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e asubfunção às quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº.. 42, de 14 de abril de

1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, queservem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Trata-se deuma classificação independente dos programas, e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dosEstados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.Como conseqüência da adoção de nova concepção das atividades de planejar e orçar, no âmbito do Governo Federalsurgiu à necessidade de se reformular a classificação, que passou a ser chamada simplesmente de funcional,desatrelada dos programas. Esta classificação é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servecomo AGREGADOR DOS GASTOS PÚBLICOS POR ÁREA DE AÇÃO GOVERNAMENTAL, nas três esferas.Estrutura da Conta

Exemplo: 12.362, Onde :12 = Função: Educação362 = Subfunção: Ensino Médio

FunçãoA classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função, que pode sertraduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função está relacionadacom a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com osrespectivos Ministérios.A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço aser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins,representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo"Operações Especiais" que correspondem aos códigos abaixo relacionados e que constarão apenas do orçamento, nãointegrando o PPA:

Objetivo: Agregar os diversos dispêndios do governo necessários à concretização de sua missão.Quantidade: Atualmente as funções estão compondo um universo de 28 itens (antes existiam apenas 16).SubfunçãoA subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível de agregação

imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregaçãode determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno dasfunções. As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas naPortaria nº. 42, de 1999. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica.Existe também a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar qualquerfunção com qualquer subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, aprogramação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao passo que a subfunção é escolhida deacordo com a especificidade de cada ação.Exemplo 1:Função com subfunções típicas: atividades de combate à proliferação de doenças ou de combate à desnutrição.Função: 10 – SaúdeSubfunções: 304 – Vigilância Sanitária

306 – Alimentação e Nutrição etc.Função com subfunção atípica: projeto de treinamento para os servidores do Ministério da Saúde.Função: 10 – SaúdeSubfunção: 128 – Formação de Recursos HumanosPortaria 42/99 (Funções e Subfunções) 

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FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNOFUNÇÕES SUBFUNÇÕES

01 – Legislativa031 – Ação Legislativa032 – Controle Externo

02 – Judiciária061 – Ação Judiciária062 – Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário

03 – Essencial à Justiça 091 –

Defesa da Ordem Econômica092 – Representação Judicial e Extrajudicial

04 – Administração

121 – Planejamento e Orçamento122 – Administração Geral123 – Administração Financeira124 – Controle Interno125 – Normatização e Fiscalização126 – Tecnologia de Informação127 – Ordenamento Territorial128 – Formação de Recursos Humanos129 – Administração de Receitas130 – Administração de Concessões131 – Comunicação Social

05 – Defesa Nacional151 – Defesa Aérea152 – Defesa Naval153 – Defesa Terrestre

06 – Segurança Pública181 – Policiamento182 – Defesa Civil183 – Informação e Inteligência

07 – Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas212 – Cooperação Internacional

08 – Assistência Social241 – Assistência ao Idoso242 – Assistência ao Portador de Deficiência243 – Assistência à Criança e ao Adolescente244 – Assistência Comunitária

09 – Previdência Social271 – Previdência Básica272 – Previdência do Regime Estatutário273 – Previdência Complementar 274 – Previdência Especial

10 – Saúde

301 – Atenção Básica301 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial303 – Suporte Profilático e Terapêutico304 – Vigilância Sanitária305 – Vigilância Epidemiológica306 – Alimentação e Nutrição

11 – Trabalho331 – Proteção e Benefícios ao Trabalhador 332 – Relações de Trabalho333 – Empregabilidade334 – Fomento ao Trabalho

12 – Educação

361 – Ensino Fundamental362 – Ensino Médio363 – Ensino Profissional364 – Ensino Superior 

365 – Educação Infantil366 – Educação de Jovens e Adultos367 – Educação Especial

13 – Cultura391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico392 – Difusão Cultural

14 – Direitos da Cidadania421 – Custódia e Reintegração Social422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos423 – Assistência aos Povos Indígenas

FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNOFUNÇÕES SUBFUNÇÕES

15 – Urbanismo451 – Infra-estrutura Urbana452 – Serviços Urbanos453 – Transportes Coletivos Urbanos

16 – Habitação

481 – Habitação Rural

482 – Habitação Urbana

17 – Saneamento511 – Saneamento Básico Rural512 – Saneamento Básico Urbano

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18 – Gestão Ambiental

541 – Preservação e Conservação Ambiental542 – Controle Ambiental543 – Recuperação de Áreas Degradadas544 – Recursos Hídricos545 – Metereologia

19 – Ciência e Tecnologia571 – Desenvolvimento Científico572 – Desenvolvimento Tecnológico Engenharia

573 – Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico

20 – Agricultura

601 – Promoção da Produção Vegetal602 – Promoção da Produção Animal603 – Defesa Sanitária Vegetal604 – Defesa Sanitária Animal605 – Abastecimento606 – Extensão Rural607 – Irrigação

21 – Organização Agrária631 – Reforma Agrária632 – Colonização

22 – Indústria

661 – Promoção Industrial662 – Produção Industrial663 – Mineração664 – Propriedade Industrial

665 – Turismo

23 – Comércio e Serviços

691 – Promoção Comercial692 – Comercialização693 – Comércio Exterior 694 – Serviços Financeiros695 – Turismo

24 – Comunicações721 – Comunicações Postais722 – Telecomunicações

25 – Energia751 – Conservação de Energia752 – Energia Elétrica753 – Petróleo754 – Álcool

26 – Transporte

781 – Transporte Aéreo782 – Transporte Rodoviário783 – Transporte Ferroviário784 – Transporte Hidroviário785 – Transportes Especiais

27 – Desporto e Lazer 27 – Desporto e Lazer 

811 – Desporto de Rendimento812 – Desporto Comunitário813 – Lazer 

28 – Encargos Especiais

841 – Refinanciamento da Dívida Interna842 – Refinanciamento da Dívida Externa843 – Serviço da Dívida Interna844 – Serviço da Dívida Externa845 – Transferências846 – Outros Encargos Especiais

Classificação programática“pra que” os recursos são alocados (finalidade)? Considerada a mais moderna das classificações orçamentárias da despesa, a classificação por programas tem porfinalidade básica demonstrar as realizações do governo e o resultado final do seu trabalho.Toda ação do Governo está estruturada em programas para a realização dos objetivos estratégicos definidos no PlanoPlurianual  – PPA para o período de quatro anos. Conforme estabelecido no art. 3º da Portaria MOG nº. 42/99, aUnião, os Estados , o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas,códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes devem terseus trabalhos organizados por programas, mas cada um estabelecerá sua estrutura própria de acordo com a referidaPortaria

Estrutura da Classificação Programática 

XXXX + XXXX

Programa AçãoPROGRAMAS

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Programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações queconcorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos noplano, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. O plano termina no programa e o orçamentocomeça no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulointegrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas.A organização das ações do governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na

administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevara transparência na aplicação dos recursospúblicos.Cada programa deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa tenha como finalidademodificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa são identificadasas ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e asunidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar associadoum produto, que,quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta. 

Estrutura

XXXX Programa

AÇÃO Os programas são compostos de atividades, projetos e operações especiais. O enquadramento de uma ação em umdos três itens depende do efeito gerado pela sua implementação.Os projetos e as atividades são instrumentos orçamentários de viabilização dos programas, aos quais está associada aidéia de produto (bens ou serviços). O Orçamento por programas pressupõe um ciclo produtivo bem definido que estásendo o objeto de orçamentação. Assim, tanto atividade quanto projeto, conceitualmente, envolvem um conjunto deoperações que têm como resultado um produto. 

PROJETO

AÇÃO ATIVIDADEOPERAÇÃO ESPECIAL

ProjetoÉ um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações,

limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a EXPANSÃO ou o APERFEIÇOAMENTO daação de governo. É representado pelos números 1, 3, 5 e 7, sendo o primeiro dígito apresentado imediatamente após

a indicação do programa.Estrutura

YYYY Projeto 

AtividadeUm instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operaçõesque se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à MANUTENÇÃO daação de governo. É representada pelos números 2, 4, 6 e 8, sendo o primeiro dígito apresentado imediatamente apósa indicação do programa.

Estrutura

ZZZZ Atividade 

Operações EspeciaisAs despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e nãogeram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. São representadas pelos dígitos 09XX, postoimediatamente após a indicação do programa (0000-NEUTRO/VAZIO).

Estrutura

0XXX Operações Especiais 

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 A definição de Operação Especial foi alterada pelo Manual de Elaboração do PPA 2008-2011,

englobando a partir de agora apenas as ações que foram predefinidas no próprio Manual Técnico

Orçamentário de 2008.

Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem para a manutenção, a expansão ou oaperfeiçoamento das ações de Governo Federal, predefinidas na listagem a seguir:1. Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária;

2. Pagamento de aposentadorias e pensões;3. Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita (FPM, FPE, Salário-Educação, Compensação deTributos ou Participações aos Estados, Distrito Federal e Municípios, Transferências ao GDF);4. Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, auxílios, benefícios previdenciários, benefícios deassistência social;5. Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias ou vinculadas;6. Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de pequeno valor, sentenças contra empresas, débitosvincendos, etc.);7. Operações de financiamento e encargos delas decorrentes (empréstimos, financiamentos diretos, concessão decréditos, qualizações, subvenções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas de resultados, honras de aval,assistência financeira) reembolsáveis ou não;8. Ações de reservas técnicas (centralização de recursos para atender concursos, provimentos, nomeações,reestruturação de carreiras e etc.);9. Complementação ou compensação financeira da União;

10. Contraprestação da União nos contratos de Parcerias Público-Privadas;11. Contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou internacionais;12. Integralização e/ou recomposição de cotas de capital junto a entidades internacionais;13. Contribuição à previdência privada;14. Contribuição patronal da União ao Regime de Previdência dos Servidores Públicos;15. Desapropriação de ações, dissolução ou liquidação de empresas;16. Encargos financeiros (decorrentes da aquisição de ativos, questões previdenciárias ou outras situações em que aUnião assuma garantia de operação);17. Operações relativas à subscrição de ações;18. Indenizações financeiras (anistiados políticos, programas de garantias de preços, etc.);19. Participação da União no capital de empresas nacionais ou internacionais.A ausência de produto, no caso das operações especiais, deve ser caracterizada em relação ao ciclo produtivo objetode orçamentação. Particularizando o orçamento da União, identifica-se uma operação especial quando o seu gestornão combina fator de produção nem se responsabiliza pela geração do produto, que se materializa em um outro ciclo

orçamentário (Estado, Município, por exemplo).Subtítulo (Localizador de Gasto)As atividades, projetos e operações especiais serão detalhadas em subtítulos, utilizados especialmente para especificara localização física da ação, não podendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade da ação, do produto e dasmetas estabelecidas.A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticaspúblicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental.A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (NO, NE, CO, SD, SL), porEstado ou Município ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário. É vedada na

especificação do subtítulo referência a mais de uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se determinados .O subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado por esfera orçamentária, grupo denatureza de despesa, modalidade de aplicação, identificador de uso e fonte de recursos, sendo o produto e a unidadede medida os mesmos da ação orçamentária.Estrutura Programática na Base do SIDOR

a) Programa:Na base do SIDOR, o campo que identifica o Programa contém quatro (4) dígitos.

1º____ 2º____ 3º____ 4º____

b) Ação e Subtítulo (Localizador de Gasto)

A Ç Ã O S U B T Í T U L O 

1º___ 2º__ 3º___ 4º__ 1º___ 2º___ 3º___ 4º__

Numérico Alfanuméricos NuméricosLocalizador de Gasto

(Subtítulo) ATENÇÃO!!!

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Ao observar o 1º dígito do código pode-se identificar o tipo de ação:

Quadro-resumoO QUE É OBJETIVO RESULTADO

ProgramaArt. 2ºPortaria 42

Instrumento de organizaçãoda ação governamental.

Concretização dos objetivospretendidos.

Medido por indicadores estabelecidosno PPA (metas).

ProjetoArt. 2ºPortaria 42

Instrumento deprogramação:o conjunto deoperações limitadas notempo

Alcançar o objetivo de umPrograma

Resulta um produto que concorre paraa expansão ou o aperfeiçoamentoda ação do governo.

AtividadeArt. 2ºPortaria 42

Instrumento de

programação: conjunto deoperações que se realizamde modo contínuo epermanente.

Alcançar o objetivo de um

Programa Resulta um produto necessário àmanutenção da ação do governo.

Operações Especiais Art. 2ºPortaria 42

Ver observação (*) Detalhamento da função“Encargos Especiais” 

Não contribuem para a manutençãodos serviços;Não resultam um produto;Não geram contraprestação direta sob aforma de bens ou serviços.

(*) Amortizações e encargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a qualquer título,

ressarcimento de toda ordem, indenizações, pagamento de inativos, participações acionárias, contribuição a

organismos nacionais e internacionais, compensações financeiras.

3 Classificação segundo a sua natureza“o que” será adquirido? “qual” o efeito econômico da realização da despesa? 

Os arts. 12 e 13 da Lei no 4.320, de 1964, tratam da classificação da despesa por categoria econômica e elementos.Assim como no caso da receita, o art. 8º estabelece que os itens da discriminação da despesa mencionados no art. 13serão identificados por números de código decimal, na forma do Anexo IV dessa Lei, atualmente consubstanciadosno Anexo II da Portaria Interministerial no 163, de 2001 . O conjunto de informações que formam o código éconhecido como classificação por natureza de despesa e informa a categoria econômica, o grupo a que pertence, amodalidade de aplicação e o elemento.

Tem essa Portaria o objetivo de facilitar a consolidação nacional dos Balanços das Contas Públicas e cumprirdispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal. (Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de

 junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício

anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. 

§ 1º Os Estados e Municípios encaminharão suas contas ao poder Executivo da União no seguintes prazos:

 I  – Municípios, com cópia para o poder executivo do Estado, até 30 de abril;

 II  – Estados, até trinta e um de maio .)A uniformização dos procedimentos nas três esferas de governo  – Federal, Estadual e Municipal – exige a utilizaçãode uma mesma classificação orçamentária de receitas e despesas públicas.

CATEGORIAS ECONÔMICAS

Permitem analisar os gastos públicos na economia, especialmente na formação do Capital Bruto do País.

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 3 – Despesas Orçamentárias CorrentesClassificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição deum bem de capital.Em geral, a Despesa Orçamentária Corrente coincide com a Despesa Orçamentária Efetiva. Entretanto, há despesacorrente não-efetiva como, por exemplo, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa comadiantamento são despesas correntes que representam um fato permutativo.4 – Despesas Orçamentárias de CapitalClassificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de umbem de capital.Em geral, Despesa Orçamentária de Capital coincide com a Despesa Orçamentária Não-efetiva.Entretanto, há despesa orçamentária de capital que é efetiva como, por exemplo, as transferências de capital quecausam decréscimo patrimonial e, por isso, classificam-se como despesa efetiva.DA DESPESA – LEI 4.320/64Art. 12. A Despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

DESPESAS CORRENTESDespesas de CusteioTransferências Correntes

DESPESAS DE CAPITALInvestimentosInversões Financeiras

Transferências de Capital§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados,inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não correspondacontraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições ( Despesas às quais não corresponda

contraprestação direta em bens e serviços e não seja reembolsável pelo recebedor, inclusive as destinadas a atender 

a despesas de manutenção de outras entidades de direito público ou privado, observado o disposto na legislação

vigente) e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado.§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta Lei, as transferências destinadas a cobrir despesas decusteio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural sem

finalidade lucrativa;II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,agrícola ou pastoril.I - Das Subvenções SociaisArt. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras, a concessão de subvenções sociais visará àprestação essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origemprivada aplicados a esses objetivos revelar-se mais econômica.Parágrafo único - O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de serviços

efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados, obedecidos os padrões mínimos de eficiência

 previamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição, cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiaisde fiscalização, serão concedidas subvenções.

II - Das Subvenções Econômicas

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-ámediante subvenções econômicas, expressamente incluídas nas despesas correntes do Orçamento da União, doEstado, do Município ou do Distrito Federal.Parágrafo único - Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, degêneros alimentícios ou outros materiais;b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, à empresa de fins lucrativos, salvoquando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de

um bem de capital.Pode-se definir como o grupo de despesas operacionais realizadas pela Administração Pública, a fim de executar aMANUTENÇÃO dos equipamentos e promover o FUNCIONAMENTO dos órgãos de suas atividades básicas, mas

Código Descrição

3 Despesas Correntes

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essas despesas não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. A despesa correnteapresenta-se como fato modificativo ou diminutivo (exceto: aquisição de material de consumo).São os gastos de natureza operacional, realizados pela administração pública, para a manutenção e ofuncionamento dos seus órgãos.Despesas de CusteioSão as dotações para a manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras deconservação a adaptação de bens imóveis.

Exemplos:Pessoal; Material de Consumo; Serviços de Terceiros e Encargos; Diversas Despesas de Custeio.Transferências CorrentesSão as dotações para as despesas às quais não correspondam a contraprestação direta em bens ou serviços, inclusivepara contribuições e subvenções destinadas a atender a manutenção de outras entidades de direito público ou privado.Exemplos:Transferências: Intergovernamentais; Instituições Privadas; ao Exterior; a Pessoas; Encargos da Dívida Interna;Encargos da Divida Externa; Contribuições para a formação do Patrimônio do Servidor Público  – PASEP; DiversasTransferências Correntes, Subvenções Sociais e Econômicas.

Código Descrição

4 Despesas de Capital

ART. 12

§ 4º Classificam-se como Investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive asdestinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para osprogramas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente econstituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras às dotações destinadas a:I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já

constituídas, quando a operação não importe aumento de capital;III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou

financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.§ 6º São transferências de capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoasde direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços,constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento oude lei especial anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Despesas Públicas são os gastos realizados pela administração pública, cujo propósito é o de criar NOVOS bens decapital ou mesmo de adquirir bens de capital já em USO, como é o caso dos investimentos e inversões financeirasrespectivamente, e, que constituirão em última análise, incorporações ao patrimônio público de forma efetiva ouatravés de mutação patrimonial.InvestimentosSão despesas necessárias ao planejamento e à EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS à realização de programasespeciais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente (vida útil maior que 2 anos),inclusive com a aquisição de imóveis necessários à realização dessas atividades (obras).  Em resumo, são despesas

que correspondem à aquisição ou surgimento de NOVOS bens ou adicionam NOVO valor aos já existentes.

Inversões financeirasEntende-se como uma despesa que NÃO RESULTA na aquisição ou formação de um bem NOVO. São, pois, asdespesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em USO; aquisição de títulos representativos do capital deempresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e coma constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas com caráter comercial ou financeiro, inclusive asoperações bancárias ou de seguros, empréstimos concedidos, devolução de depósitos compulsórios, aquisição de bens

para revenda, aquisição de títulos de crédito, etc.Transferências de capitalSão as dotações para INVESTIMENTOS ou INVERSÕES FINANCEIRAS que outras pessoas de direito público ouprivado devem realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essastransferências auxílios (derivados da LOA) ou contribuições (derivados de lei especial anterior), bem como asdotações para amortização da dívida pública.São exemplos de Transferências de Capital: Transferências Intergovernamentais; Instituições Privadas; Exterior;Amortização da Dívida; Diferenças de Câmbio; Diversas transferências de Capital. 

GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA

Entende-se por grupos de natureza de despesa a AGREGAÇÃO DE ELEMENTOS de despesa que apresentam asMESMAS CARACTERÍSTICAS quanto ao objeto de gasto.

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 Código Descrição

1 Pessoal e Encargos SociaisDespesas de natureza remuneratória decorrentes do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança nosetor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas deresponsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas deprevidência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações,adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratóriados militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporáriapara atender a necessidade de excepcional interesse público, quando se referir à substituição de servidores, e despesascom a substituição de mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização quando se tratar de categorias funcionaisabrangidas pelo respectivo plano de cargos do quadro de pessoal, exceto nos casos de cargo ou categoria em extinção,

em atendimento ao disposto no art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000.Código Descrição

2 Juros e Encargos da Dívida

Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externascontratadas, bem como da dívida pública mobiliária.Código Descrição

3 Outras Despesas Correntes

Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" nãoclassificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.Código Descrição

4 Investimentos

Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessáriosà realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

Código Descrição5 Inversões Financeiras

Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos docapital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do

capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.Código Descrição

6 Amortização da DívidaDespesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívidapública interna e externa, contratual ou mobiliária.Código Descrição

9 Reserva de ContingênciaAgrupa-se neste grupo de natureza de despesa o volume de recursos destinados a atendimento de passivoscontingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevisíveis.

MODALIDADE DE APLICAÇÃO

A Natureza da Despesa será complementada pela informação gerencial denominada “Modalidade de Aplicação”, aqual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgão ou entidade no âmbito da mesmaesfera do governo ou por outro ente da federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitara eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

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 Especificações:20 - Transferências à UniãoDespesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursosfinanceiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta.30 - Transferências a Estados e ao Distrito FederalDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e aoDistrito Federal, inclusive para suas entidades da administração indireta.40 - Transferências a MunicípiosDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios,inclusive para suas entidades da administração indireta.50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins lucrativos que NÃOTENHAM VÍNCULO com a administração pública.60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins LucrativosDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que NÃOTENHAM VÍNCULO com a administração pública.70 - Transferências a Instituições MultigovernamentaisDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades CRIADAS e MANTIDAS por dois oumais entes da federação, ou por dois ou mais países, inclusive o Brasil.71 - Transferências a Consórcios PúblicosDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórciospúblicos nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando a execução dos programas e ações dosrespectivos entes consorciados.80 - Transferências ao ExteriorDespesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentaisPERTENCENTES A OUTROS PAÍSES, a organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países,

inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.90 - Aplicações DiretasAplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outrasentidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo.91 -Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos OrçamentosFiscal e da Seguridade SocialDespesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dosorçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento deimpostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo,autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesmaesfera de Governo.99 - A DefinirModalidade de utilização EXCLUSIVA do Poder Legislativo, vedada a execução orçamentária enquanto não houversua definição, podendo ser utilizada para classificação orçamentária da Reserva de Contingência, nos termos do

parágrafo único, do art. 8º, desta Portaria.ELEMENTO DE DESPESAO elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras einstalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros de que a administração pública seserve para a consecução de seus fins.

ATENÇÃO!! A Portaria Interministerial nº. 163/01  FACULTA o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para o

atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária. Art. 3o , § 5 o É facultado o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento dasnecessidades de escrituração contábil e 

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controle da execução orçamentária.

COMO CLASSIFICAR UMA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

CLASSIFICAÇÃO NO PLANO DE CONTAS ORÇAMENTÁRIOPara classificação da despesa quanto a sua natureza devem ser identificados à categoria econômica e seu grupo dedespesa, a forma de sua realização ou a modalidade de aplicação dos recursos, se diretamente por unidadesorçamentárias ou indiretamente mediante transferência de recursos, além de seu elemento de despesa e de seudesdobramento facultativo (conforme o caso).

Em decorrência do disposto na Portaria Interministerial nº. 163/01, a estrutura da natureza da despesa a ser observadana execução orçamentária de todas as esferas de governo será a seguinte: “c.g.mm.ee. dd”, onde:c - representa a categoria econômica;

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g - representa o grupo de natureza da despesa;mm - representa a modalidade de aplicação;ee - representa o elemento de despesa;dd - representa o desdobramento, facultativo, do elemento de despesa.

Exemplificando, a estrutura da natureza da despesa a ser observada na execução orçamentária:c g mm ee dd Descrição

3 0 00 00 00 DESPESAS CORENTES3 1 00 00 00 Pessoal e Encargos Sociais3 1 90 00 00 Aplicações Diretas3 1 90 11 00 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil3 1 90 13 00 Obrigações Patronais4 0 00 00 00 DESPESAS DE CAPITAL4 4 00 00 00 Investimentos4 4 90 00 00 Aplicações Diretas4 4 90 51 00 Obras e Instalações4 4 90 52 00 Equipamentos e Material Permanente

 E a Reserva de Contingência, dotação global a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos

adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei de Responsabilidade Fiscal, será

identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx. xxxx”, no que se refere

às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o

respectivo detalhamento. A classificação da Reserva de Contingência, de acordo com a Portaria Ministerial nº. 163/01, quanto à natureza de

despesa, será identificada com o código “9.9.99.99.99”. 

6.9 DEMONSTRATIVO DA CLASSIFICAÇÃO COMPLETA DA DESPESACom base em todos os exemplos e classificações até então mencionadas, apresenta-se a seguir uma estruturacompleta da classificação da Despesa Orçamentária:

Títulos Códigos DescriçãoÓrgão 26 Ministério da Educação (quem)

Unidade Orçamentária 26.242 UFPE

Função 26.242.12 Educação (ação governo)

Subfunção 26.242.12.361 Ensino Fundamental

Programa 26.242.12.361.1201 Atendimento ao ensino Fundamental ( finalidade)

Atividade 26.242.12.361.1201.2001 Manutenção dos Custeios dos Prédios Escolares

Categoria Econômica 26.242.12.361.1201.2001.3 Despesas Correntes (o que?)

Grupo de Natureza de Despesa 26.242.12.361.1201.2001.3.3 Outras Despesas Correntes

Modalidade de Aplicação 26.242.12.361.1201.2001.3.3.90 Aplicações Diretas

Elementos de Despesas 26.242.12.361.1201.2001.3.3.90.30 Material de Consumo

Desdobramento (facultativo) 26.242.12.361.1201.2001.3.3.90.30.01 Merenda Escolar

EETTAAPPAASS DDAA DDEESSPPEESSAA OOR R ÇÇAAMMEENNTTÁÁR R IIAA 

Para melhor compreensão do processo orçamentário, pode-se classificar a despesa orçamentária em três etapas:1 PLANEJAMENTO;2 EXECUÇÃO; eCONTROLE E AVALIAÇÃO.1 PLANEJAMENTOA etapa do planejamento e contratação abrange, de modo geral, a fixação da despesa orçamentária, a

descentralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira e o processo de licitação.1.1 Fixação da despesaA fixação da despesa orçamentária insere-se no processo de planejamento e compreende a adoção de medidas emdireção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridadestraçadas pelo governo.Conforme artigo 165 da Constituição Federal de 1988, os instrumentos de planejamento compreendem o PlanoPlurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual.A Lei de Responsabilidade fiscal dispõe sobre a criação da despesa pública e o relacionamento entre os instrumentosde planejamento, conforme abaixo:“Art 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa seráacompanhado de:I  –   estimativa do impacto orçamentário  –  financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos doissubseqüentes;II  –   declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei

orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

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I  –   adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que estejaabrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar,previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;II  –   compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com asdiretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.” Portanto, a criação ou expansão da despesa requer adequação orçamentária e compatibilidade com a LDO e o PPA. Oartigo supracitado vem reforçar o planejamento, mencionado no artigo 1º da LRF e é um dos pilares da

responsabilidade na gestão fiscal.Entretanto, é oportuno esclarecer que despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoçãointerna ou calamidade pública, não estão sujeitas ao comando do artigo 16 da LRF.O processo da fixação da despesa orçamentária é concluído com a autorização dada pelo poder legislativo por meioda lei orçamentária anual.1.2 Descentralizações de créditos orçamentáriosAs descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento,mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidadesadministrativas possam executar a despesa orçamentária.As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com transferências e transposição, pois não:- modifica o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias (créditos adicionais);- altera a unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito orçamentário aprovado na leiorçamentária ou em créditos adicionais (transferência/transposição).Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna,

também chamada de provisão. Se, porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estruturadiferente, ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de destaque.Na descentralização, as dotações serão empregadas obrigatória e integralmente na consecução do objetivo previstopelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional e a estrutura programática.Portanto, a única diferença é que a execução da despesa orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.A descentralização de crédito externa dependerá de celebração de convênio ou instrumento congênere, disciplinandoa consecução do objetivo colimado e as relações e obrigações das partes.1.3 Programação orçamentária e financeiraA programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dosrecebimentos, visando o ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser estabelecida limitação de empenho emovimentação financeira, com objetivo de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção decompromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de socorro no mercado financeiro, situação queimplica em encargos elevados.A LRF definiu procedimentos para auxiliar a programação orçamentária e financeira nos artigos 8º e 9º:“Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizesorçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programaçãofinanceira e o cronograma de execução mensal de desembolso.[...]Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento dasmetas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Públicopromoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho emovimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”  1.4 Processo de licitaçãoProcesso de licitação compreende um conjunto de procedimentos administrativos que objetivam adquirir materiais,contratar obras e serviços, alienar ou ceder bens a terceiros, bem como fazer concessões de serviços públicos com asmelhores condições para o Estado, observando os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, daigualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamentoobjetivo e de outros que lhe são correlatos.A Constituição Federal de 1988 estabelece a observância do processo de licitação pela União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, conforme disposto no artigo 37, inciso XXI:“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência e, também, ao seguinte:[...]XXI  –   ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratadosmediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulasque estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qualsomente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento dasobrigações”. A Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, estabelecendonormas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,compras, alienações e locações.2 EXECUÇÃO: ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICAOs estágios da despesa orçamentária pública na forma prevista na Lei nº. 4.320/1964 são: empenho, liquidação e

pagamento. 

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 2.1 EmpenhoEmpenho, segundo o artigo 58 da Lei nº. 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade competente que cria para oEstado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado “Nota de Empenho”, do qual deve

constar o nome do credor, a especificação do credor e a importância da despesa, bem como os demais dadosnecessários ao controle da execução orçamentária.Embora o artigo 61 da Lei nº. 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome do credor no documento Nota deEmpenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento, torna-se impraticável a emissão de um empenho para cadacredor, tendo em vista o número excessivo de credores (servidores).Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota de Empenho”, o empenho ficará arquivado em banco dedados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a ser elaborado por cada ente da federação em atendimentoàs suas peculiaridades.Ressalta-se que o artigo 60 da Lei nº. 4.320/1964 veda a realização da despesa sem prévio empenho.Entretanto, o § 1º do referido artigo estabelece que, em casos especiais, pode ser dispensada a emissão do documento“nota de empenho”. Ou seja, o empenho, propriamente dito, é indispensável. Quando o valor empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, o empenho poderá ser reforçado.Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente. Seráanulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitidoincorretamente.Os empenhos podem ser classificados em:I. Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujopagamento deva ocorrer de uma só vez;II. Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente,tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; eIII. Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas aparcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis.É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de empenho, visto que representa a garantia ao

credor de que existe crédito orçamentário disponível e suficiente para atender a despesa objeto do contrato. Nos casosem que o instrumento de contrato é facultativo, a Lei nº. 8.666/1993 admite a possibilidade de substituí-lo pela notade empenho de despesa, hipótese em que o empenho representa o próprio contrato. 2.2 LiquidaçãoConforme dispõe o artigo 63 da Lei nº. 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelocredor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar:I. A origem e o objeto do que se deve pagar;II. A importância exata a pagar; eIII. A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:O contrato, ajuste ou acordo respectivo;A nota de empenho; eOs comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva dos serviços.2.3 Pagamento

O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos oucrédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.A Lei nº. 4.320/1964, em seu artigo 64, define ordem de pagamento como sendo o despacho exarado por autoridadecompetente, determinando que a despesa liquidada seja paga.A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade.  

7.2.4 Artigos da Lei n° 4.320/64Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação depagamento pendente ou não de implemento de condição.Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.Art. 60. É vedada a realização da despesa sem prévio empenho.§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota de empenho.O Decreto-Lei nº. 1.875, de 15 de julho de 1981, em seu artigo 4º estabelece os casos em que pode ser dispensada anota de empenho, tais como:Despesas relativas a pessoal e encargos;

  Contribuição para o PASEP;  Amortização, juros e serviços de empréstimos e financiamentos obtidos;

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  Despesas relativas a consumo de água e energia elétrica, utilização de serviços de telefone, postais etelégrafos e outros que vierem a ser definidos por atos normativos próprios;

  Despesas provenientes de transferência por força de mandamento das Constituições Federal, Estadual e deLeis Orgânicas de Municípios, e da execução de convênios, acordos e ajustes, entre entidades de direitoprivado das quais façam parte como acionistas.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome docredor, a representação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos edocumentos comprobatórios do respectivo crédito.§ 1º Essa verificação tem por fim apurar:I - a origem e o objeto do que se deve pagar;II - a importância exata a pagar;III -a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;II - a nota de empenho;III - os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja

paga.Parágrafo único - A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços decontabilidade.Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas porestabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.7.3 CONTROLE E AVALIAÇÃOEsta fase compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de controle e pela sociedade.O Sistema de Controle visa à avaliação da ação governamental, da gestão dos administradores públicos e da aplicaçãode recursos públicos por entidades de Direito Privado, por intermédio da fiscalização contábil, financeira,orçamentária, operacional e patrimonial, com finalidade de:a) Avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dosorçamentos da União; eb) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeirae patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Pública, bem como da aplicação de recursos públicos porentidades de direito privado.Por controle social entende-se a participação da sociedade no planejamento, na implementação, oacompanhamento e verificação das políticas públicas, avaliando objetivos, processos e resultados.7.4 REGIME DE CONTABILIZAÇÃOMomento do reconhecimento da despesaEm obediência aos Princípios da Oportunidade e da Competência, as despesas devem ser reconhecidas no momentoda ocorrência do fato gerador, independentemente de pagamento.Na área pública, esse procedimento está legalmente embasado pelos seguintes dispositivos: Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/00:

“Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observaráas seguintes: [...]II –  a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se,em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;”  Lei 4.320/1964:“Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução

orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, olevantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.”  “Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial eindustrial.” “Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentária, bemcomo as variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirãoelementos da conta patrimonial.” Na maioria das vezes, o momento do fato gerador coincide com a liquidação da despesa orçamentária, como, porexemplo, na entrega de bens de consumo imediato ou de serviços contratados, que constituem despesas efetivas.Neste caso, o reconhecimento da despesa orçamentária coincidirá com a apropriação da despesa pelo enfoquepatrimonial, visto que ocorrerá uma redução na situação líquida patrimonial.A Lei nº. 4.320/64 estabeleceu regime peculiar para o reconhecimento da despesa orçamentária,segundo o qual são consideradas do exercício as despesas nele empenhadas:“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I –  as receitas nele arrecadadas;II –  as despesas nele legalmente empenhadas.” 

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Entretanto, conforme citado anteriormente, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu, no inciso II do artigo 50, oregime de competência para a despesa:“Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observaráas seguintes:[...]II  –  a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, emcaráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;”  Observa-se que o ato da emissão do empenho não constitui passivo para a administração pública, em virtude de ainda

não ter havido a entrega do bem/serviço contratado. Na maioria das vezes, o momento mais adequado para oreconhecimento da obrigação no ente público coincide com a liquidação da despesa orçamentária, conforme artigo 63da lei nº. 4.320/1964:“Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos edocumentos comprobatórios do respectivo crédito.” 7.5 RELACIONAMENTO DO REGIME ORÇAMENTÁRIO COM O REGIME DE COMPETÊNCIAÉ comum encontrar na doutrina contábil a afirmação de que na área pública o regime contábil é um regime misto, ouseja, de competência para a despesa e de caixa para a receita. Tal entendimento deriva da interpretação dada ao artigo35 da Lei nº. 4.320/1964.“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:I –  as receitas nele arrecadadas;II –  as despesas nele legalmente empenhadas.” Contudo, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer outro ramo da ciênciacontábil, obedece aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Dessa forma, aplica-se o princípio da competência

em sua integralidade, ou seja, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa.Assim, conclui-se que o artigo 35 da Lei nº. 4.320/1964 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime contábilaplicável ao setor público. A partir do artigo 83 a referida Lei trata da Contabilidade.Dessa forma, a Lei nº. 4.320/1964, em seus artigos 85, 89, 100 e 104, determina que as variaçõespatrimoniais devam ser evidenciadas, sejam elas independentes ou resultantes da execução orçamentária.PPAAR R TTIICCUULLAAR R IIDDAADDEESS DDAA DDEESSPPEESSAA 

1 RESTOS A PAGAR No final do exercício, as despesas orçamentárias empenhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar econstituirão a Dívida Flutuante. Podem-se distinguir dois tipos de Restos a Pagar, os Processados e os Não-processados.Os Restos a Pagar Processados são aqueles em que a despesa orçamentária percorreu os estágios de empenho eliquidação, restando pendente, apenas, o estágio do pagamento.Os Restos a Pagar Processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriucom a obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir com a obrigação de pagar sob pena de estar

deixando de cumprir os Princípios da Moralidade que rege a Administração Pública e está previsto no artigo 37 daConstituição Federal, abaixo transcrito. O cancelamento caracteriza, inclusive, forma de enriquecimento ilícito,conforme Parecer nº. 401/2000 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência e, também, ao seguinte: (grifo nosso)” Somente poderão ser inscritas em Restos a Pagar as despesas de competência do exercício financeiro, considerando-se como despesa liquidada aquela em que o serviço, obra ou material contratado tenha sido prestado ou entregue eaceito pelo contratante, e não liquidada, mas de competência do exercício, aquela em que o serviço ou materialcontratado tenha sido prestado ou entregue e que se encontre, em 31 de dezembro de cada exercício financeiro, emfase de verificação do direito adquirido pelo credor ou quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelocredor estiver vigente.Observando-se o Princípio da Anualidade Orçamentária, as parcelas dos contratos e convênios somente deverão serempenhadas e contabilizadas no exercício financeiro se a execução for realizada até 31 de dezembro ou se o prazo

para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente.As parcelas remanescentes deverão ser registradas nas Contas de Compensação e incluídas na previsão orçamentáriapara o exercício financeiro em que estiver prevista a competência da despesa.A inscrição de despesa em Restos a Pagar não-processados é procedida após a depuração das despesas pela anulaçãode empenhos, no exercício financeiro de sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas emRestos a Pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os Restos a Pagar não-processados do exercício.No momento do pagamento de Restos a Pagar referente à despesa empenhada pelo valor estimado, verifica-se seexiste diferença entre o valor da despesa inscrita e o valor real a ser pago; se existir diferença, procede-se da seguinteforma:Se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada a conta de despesas deexercícios anteriores;Se o valor real for inferior ao valor inscrito, o saldo existente deverá ser cancelado.A inscrição de Restos a Pagar deve observar aos limites e condições de modo a prevenir riscos e corrigir desvioscapazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.A LRF determina ainda, em seu artigo 42, que qualquer despesa empenhada nos últimos oito meses do mandato deveser totalmente paga no exercício, acabando por vetar sua inscrição ou parte dela em Restos a Pagar, a não ser que hajasuficiente disponibilidade de caixa para viabilizar seu correspondente pagamento.

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Observa-se que, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal não aborde o mérito do que pode ou não ser inscrito emRestos a Pagar, veda contrair obrigação no último ano do mandato do governante sem que exista a respectivacobertura financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais, conforme disposto no seu artigo 42:“Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato,contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serempagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas

compromissadas a pagar até o final do exercício.” É prudente que a inscrição de despesas orçamentárias em Restos a Pagar não-processados observe a disponibilidadede caixa e a competência da despesa. Art. 36 da Lei 4.320/64Conforme o art. 36 da lei 4.320/64, as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro são consideradas restosa pagar, devendo ser distinguidos em processados e não processados. ( Art. 36 . Consideram-se Restos a Pagar as

despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não

 processadas.)Portanto, é condição para o surgimento de restos a pagar que os valores tenham sido anteriormente EMPENHADOS e liquidados (processados) ou até mesmo apenas EMPENHADOS (não processados).Restos Despesa Empenhada Oriunda Empenhos a Liquidar (não processados)

a e não paga até 31/12 de Empenhos Liquidados (processados)PagarOs RESTOS A PAGAR PROCESSADOS, que são representados pelo saldo de despesas empenhadas, liquidadas e

não pagas, são exatamente aqueles valores que já atingiram o estágio da LIQUIDAÇÃO, ou seja, ao final doexercício estavam prontos para pagamento, porque o credor já cumpriu com suas obrigações, através da entrega domaterial, da prestação dos serviços ou da execução da obra, dentro do exercício, tendo por conseguinte direito areceber líquido e certo. Já os RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS ou saldo de despesas empenhadas NÃOconseguiram, por algum motivo, atingir o estágio da LIQUIDAÇÃO até o dia 31/12. Essas despesas estão nadependência da prestação do serviço, do fornecimento do material ou da execução da obra por parte do credor,portanto o seu direito não foi apurado, quanto à liquidez e certeza.Os Restos a Pagar processados dão origem ao compromisso de o Poder Público efetuar o pagamento aosfornecedores, porquanto ele já entregou os bens ou prestou os serviços contratados de acordo com as especificaçõesdo empenho, enquanto que os não processados, dentro da ótica contábil, não deveriam gerar compromissos, quandose verifica que não ocorreu o recebimento de bens e serviços no exercício de emissão do empenho.Entretanto, pelo entendimento da Lei 4.320/64 devem ser escriturados como obrigação os restos a pagar nãoprocessados, o que pode ser considerada uma falha da legislação do ponto de vista contábil.A inscrição dos restos a pagar será feita de modo automático, após o cancelamento dos saldos de restos a pagarinscritos no exercício anterior e ainda não executados no encerramento do exercício financeiro da emissão da Nota deEmpenho, tendo validade até o dia 31/12 do ano subseqüente, conforme o artigo 68 do Decreto nº. 93.872/ 

ANO DE X1 ANO DE X2ORÇAMENTO DE X1 EXTRA-ORÇAMENTO

DE X1ORÇAMENTO DE X2 EXTRA-ORÇAMENTO DE X2

Empenhos não pagos:- Aliquidar (RP nãoprocessados)- Liquidados(RP Processados)- Inscrição de RP de X1em 31.12.X1

Receita extra-orçamentáriapela contrapartida referenteà inscrição do P/X1(reflexoapenas no SistemaFinanceiro)

- Empenhos,Liquidações ePagamentosda Despesa doanode X2 (execução doorçamento);- Inscrição deRP referente à X2.

Pagamento de RP inscritosem X1 e Cancelamento de RPInscritos em X1 até 31.12.X2 (reflexo apenasno Sistema Financeiro).Receita extra-orçamentária pela contrapartidareferente à inscrição do RP/X2 (reflexoapenas no Sistema Financeiro). 

ATENÇÃO!! 1.  A inscrição de valores em restos a pagar terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente (essa é

uma determinação não prevista expressamente na Lei 4.320/64, mas adotada por todos os Estados eMunicípios por meio de legislação suplementar). Findo esse prazo, os saldos remanescentes serãoautomaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do credor que sóprescreverá após 05 (cinco) anos do dia da inscrição (31 de dezembro).

2.  Situação especial: - o parágrafo único do artigo 36 da Lei 4.320/64 estabelece que os empenhos quecorrem à conta de créditos com vigência PLURIANUAL, que não tenham sido liquidados, só serãocomputados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito. Exemplo:

a)  valor empenhado no exercício de X1 à conta de créditos (especiais ou extraordinários), comvigência plurianual (art. 167, §2º da CF)..........................................150;

b)  valor das despesas liquidadas em relação aos mesmos créditos.........100;c)  valor pago.............................................................................................50;d)  valor inscrito em RP em 31/12/X1.......................................................50.

Resumindo: em relação às despesas que correm à conta de créditos comvigência plurianual, só serão inscritas em RP, em 31/12/X1, as despesasliquidadas e não pagas.

3.  Embora a Lei nº. 4.320/64 faça menção sempre a restos a pagar processados e não-processados,estabelecendo apenas a exceção acima referida, diversas normas federais e estaduais, notadamente,decretos estabelecem certos