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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN 1808-8716 Mendes. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 3(gt22):1-13 REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA SOBRE O CONHECIMENTO BIJAGÓS NAS PRÁTICAS DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS GT22 – Educação para a sustentabilidade nas dimensões ambientais, culturais e tecnológicas Irina Mendes Resumo: O presente artigo visa analisar o conhecimento Bijagós nas práticas de gestão de recursos naturais no âmbito dos saberes e práticas tradicionais dos espaços e dos recursos essenciais e integrais de suas vidas, tais como: terra, floresta e os recursos hídricos. Além disso, busca-se compreender a relação humana com o ambiente predominante, e o conhecimento ecológico bijagós com foco nos recursos naturais e conservação da biodiversidade, com crescentes problemas ambientais, e consequentes problemas sociais. Alguns estudos têm revelado que o conhecimento ecológico bijagós incorporado em sua visão de mundo tem mantido uma gestão sensata dos recursos naturais. Este conhecimento também considera as organizações da física (não seria melhor natureza?), o ser humano, e os mundos espirituais, como organizado e formando sistemas unificados. O papel de humano, nesse caso, é proteger e manter o equilíbrio dos sistemas e o respeito distante e permanente para todas as relações estabelecidas. Os bijagós têm as leis, costumes, normas, valores, e o conceito de mundo físico e humano, que orienta todas as suas ações e relações no universo. Em geral, esses conceitos são componentes da visão de mundo respeitável bijagós. O conhecimento desses conceitos tem-se usado para manter relações entre o físico, o humano, e os mundos espirituais.

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Page 1: REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA SOBRE O CONHECIMENTO … · 2020-03-05 · VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Mendes. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 3(gt22):1-13 REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA

VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Mendes. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 3(gt22):1-13

REFLEXÃO ANTROPOLÓGICA SOBRE OCONHECIMENTO BIJAGÓS NAS PRÁTICAS DEGESTÃO DE RECURSOS NATURAIS

GT22 – Educação para a sustentabilidade nas dimensões ambientais,culturais e tecnológicas

Irina Mendes

Resumo: O presente artigo visa analisar o conhecimento Bijagós nas práticas de gestão de recursosnaturais no âmbito dos saberes e práticas tradicionais dos espaços e dos recursos essenciais eintegrais de suas vidas, tais como: terra, floresta e os recursos hídricos. Além disso, busca-secompreender a relação humana com o ambiente predominante, e o conhecimento ecológico bijagóscom foco nos recursos naturais e conservação da biodiversidade, com crescentes problemasambientais, e consequentes problemas sociais. Alguns estudos têm revelado que o conhecimentoecológico bijagós incorporado em sua visão de mundo tem mantido uma gestão sensata dos recursosnaturais. Este conhecimento também considera as organizações da física (não seria melhor natureza?),o ser humano, e os mundos espirituais, como organizado e formando sistemas unificados. O papel dehumano, nesse caso, é proteger e manter o equilíbrio dos sistemas e o respeito distante e permanentepara todas as relações estabelecidas. Os bijagós têm as leis, costumes, normas, valores, e o conceito demundo físico e humano, que orienta todas as suas ações e relações no universo. Em geral, essesconceitos são componentes da visão de mundo respeitável bijagós. O conhecimento desses conceitostem-se usado para manter relações entre o físico, o humano, e os mundos espirituais.

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O surgimento do desenvolvimento sustentável como um paradigma orientar para conservação

global, juntamente com as crescentes preocupações com a perda de biodiversidade, tem

generalizado o crescimento dos parques nacionais e áreas protegidas em todo o mundo. Na

Guiné-Bissau não é diferente, o arquipélago de bijagós foi classificado como reserva da

biosfera pela UNESCO em 1996 e tornou-se área de proteção ambiente e, recentemente o

governo guineense criou dois parques marinhos na região, como a forma de preservar e

proteger a fauna considerada muito rica e abundante.

O arquipélago de bijagós constitui por essa razão um dos principais locais de reprodução dos

recursos haliêuticos do país, representando a pesca um pilar da economia nacional. As

tecnologias endógenas dos Bijagós têm sido usadas para manter relações entre o físico, o

humano, e o mundo espiritual ligado à sustentabilidade e educação ambiental, portanto, a

etnia tem um comportamento normativo, adaptado ao ecológico, ligado a sua visão do mundo,

os saberes ou conhecimento transmitido de geração a geração por meio da oralidade, de modo

que, se em algum momento isso não ocorre, deixarão de existir. Portanto, este estudo visa

compreender a cosmovisão dos Bijagós sobre sustentabilidade e educação ambiental,

fornecendo algumas ideias sobre o conhecimento dos bijagós e sua importância na gestão dos

recursos naturais no país. Procuro fazer uma abordagem antropológica das filosofias bijagós

nas práticas de gestão de recursos naturais no âmbito dos saberes e práticas tradicionais.

As principais questões a abordar neste estudo incluem: A forma como os bijagós

percebem o cosmo e ordem cósmica relacionada com educação ambiental e sustentabilidade e

suas práticas de gestão de recursos naturais, estimados em sua visão de mundo intacta; e como

ele foi mantido a utilização sustentável dos recursos e harmonização ecológica desde tempos

imemoriais. Além disso, transmitindo tais práticas preciosas é importante para manter a

necessidade de estar em harmonia com o nosso meio ambiente.

1Bijagó é uma das etnias guineense que teve pouco contato com as tradições de cultura

ocidental. Pois, quando se instalou o sistema colonial português já havia um poder político

1 https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/7642/2/disserta%C3%A7%C3%A3o%2002.pdf. Os bijagós constituem uma etnia que habita o arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau. O grupo não constituem um povo homogéneo, mas sim um conjunto de grupos sociais, conscientes de uma unidade étnica fundamental, com idiomas e costumes variados, que divergem de ilha para ilha, e até dentro da mesma ilha.

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instituído há várias décadas, por que não dizer, há milhões de anos pelos Bijagós. Com isso,

os portugueses não tentaram aniquilar esse poder, mas, para melhor administrar, criou a figura

de chefe de tabanca (aldeia), em paralelo com o poder de Oronho e de Uam-moto (donos da

terra). No nível da tabanca, os portugueses sempre mantiveram o conjunto de órgãos

representativos do poder tradicional intacto nas suas atribuições e competências.

No entanto, o surgimento de sistemas do mundo moderno e o impacto da globalização

têm contribuído para mudanças significativas e maciças em sua filosofia que era mantida por

gerações. Assim, as apresentações de cultura ocidental para as tradições e cultura do povo

guineense mudaram os aspectos integrais de sua vida; embora, não é absoluta. Diferentes

estudiosos comentaram que os problemas ambientais são vistos ao longo do tempo como fruto

de diversas atividades humanas, ou melhor, as formas com que os seres humanos lidam com

seus ambientes culturalmente podem causadas impactos negativos ou positivos ambientais.

As etnias guineenses são socialmente organizadas e orientadas por meios de culturas

individuais, têm contato permanente influenciado sobre a terra, clima, plantas, espécies e

animais. O manejo desses recursos está diretamente ligado com mitos, regras, valores e

conhecimentos, que definem a maneira e período como tais recursos serão utilizados, podendo

ser considerados “elementos culturais regulatórios”, pois determinam as atitudes das pessoas

perante o meio ambiente (CULTIMAR, 2008). Assim, gestão da biodiversidade entre Bijagós

não é isolado, é um conceito compartimentado, mas parte integrante de suas vidas. Isto

suporta os pontos fortes do mundo filosófico da comunidade nas práticas de gestão dos

recursos naturais.

O objetivo da criação das áreas protegidas na Guiné-Bissau está baseado na filosofia

das etnias e áreas de conservação pela população local. Isso quer dizer, que as áreas de

conservação estão fora dos conceitos e da filosofia dos parques ocidentais; ou seja, as

comunidades locais ou residentes nessas áreas, em hipótese alguma, podem ser retiradas dos

seus territórios, já que dependem exclusivamente da exploração dos recursos naturais dessas

áreas, a qual vem sendo conservado através dos saberes e práticas tradicionais dessas

comunidades ao longo de várias gerações. As atividades nas áreas protegidas no país

promover a defesa do meio ambiente concentra-se na resolução de problemas imediatos da

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população local. Independentemente de sensibilizar as comunidades a preservar do ambiente e

os seus recursos, as áreas protegidas têm capitalizados as práticas e o conceito tradicional da

utilização sustentável dos recursos naturais, reconciliando as iniciativas de desenvolvimento

com a valorização das potencialidades locais, humanas, econômicas e culturais.

Diferente do Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação-2SNUC é

dividido em dois grupos: unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável. As

áreas de proteção integral são áreas de uso indireto, ou seja, são áreas que não envolvem o

consumo, coleta, dano ou a destruição dos recursos naturais (artigo 2º da lei nº9597 de 18 de

Julho de 2000), não admitindo, portanto, a presença de moradores, nem mesmo sendo de

populações tradicionais.

No caso da Guiné-Bissau, o sistema é inverso, por se entender que a preservação dos

saberes, práticas tradicionais e da cultura dependem da manutenção desses povos em seu

lugar de origem; e, quando esses povos são retirados de seu lugar, corre-se o risco de sua

cultura se desaparecer devido à perda de contato com a natureza. Também os indivíduos

ficam suscetíveis a enfrentar situações traumáticas e problemas da sociedade moderna.

O Governo guineense, por isso, entende que a Biodiversidade ou Diversidade

Biológica, no entanto, não é simplesmente um conceito pertencente ao mundo natural, mas é

também uma construção cultural, social e socioecológico dos grupos etnia Bijagó, pois as

espécies são objetos de saberes, de domesticação e uso e também fonte de inspiração para

mitos e rituais Bijagós. Várias ações foram implementadas nos últimos anos, nas áreas

protegidas, em benefício das comunidades residentes, nomeadamente: introdução da

2 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de diretrizes e procedimentos oficiaisque possibilitam às esferas governamentais federais, estaduais e municipais e à iniciativa privada a criação,implantação e gestão de unidades de conservação (UC), sistematizando assim a preservação ambiental no Brasil.É composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de proteção eusos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas quepodem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo. O SNUC foi concebido de forma apotencializar o papel das UC, de modo que sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demaisUC, assegurando que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats eecossistemas estejam adequadamente representados no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, oSNUC é gerido pelas três esferas de governo (federal estadual e municipal). Criado pela lei 9.985, de 18 de julhode 2000 o Sistema Nacional de Unidades de Conservação foi gerado como resposta ao Art. 225, inciso 1º doCapítulo VI da Constituição Federal que determina a definição de espaços protegidos, como aponta a transcriçãoabaixo:

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apicultura, valorização do palmar com a introdução de prensas para a produção de óleo de

palma, valorização e conservação do pescado, introdução de fornos e fogões melhorados,

apóia a valorização do artesanato local, horticultura, criação de escolas de verificação

ambiental, rádios comunitárias e o principal e, a mais importante de todas: a alfabetização de

adultos, dentre outras. Todavia, todos esses grupos étnicos continuam exercendo a cultura

tradicional de culto aos seus ancestrais, o que reflete na produção de bens e materiais de

serviço, que culmina numa forte pressão sobre o meio ambiente, sobretudo florestal e

costeiro, incluindo áreas protegidas. Todas essas ações de âmbito produtivo são direcionadas

para a subsistência, na base de venda e troca de excedentes. Tudo isso acontece graças à

conservação da comunidade tradicional guineense, em especial da etnia Bijagós, que é objeto

deste estudo, pois a Guiné-Bissau, além de ter uma riquíssima diversidade biológica, também

possui uma expressiva diversidade étnica e cultural3.

Por sua vez, as comunidades rurais precisam das florestas para as suas atividades

extrativas e recolha de plantas medicinais, e ainda como locais de realização de cerimónias

sagradas ou tradicionais. Neste sentido, as florestas desempenham a função cultural e

religiosa4.

TECNOLOGIA TRADICIONAL BIJAGÓS SOBRE MEIO AMBIENTE

A sociedade Bijagós rege-se por uma grande quantidade de ritos de cerimônias

tradicionais, relacionados, em grande parte, ao meio ambiente. Segundo Lima (1947), as

cosmologias Bijagós fazem distinções ontológicas entre humanos, de um lado, e um grande

número de animais e plantas de outro. É, portanto, essencial ter em conta que, na cosmologia

Bijagó, a natureza e outros conceitos como ecossistema, tal como a ciência ocidental entende,

não são domínios independentes, mas fazem parte de um conjunto de inter-relações.

Portanto, para analisar as dinâmicas das tecnologias e as práticas tradicionais do grupo

e suas relações com a organização, gestão e conservação da biodiversidade no país, esta

pesquisa parte da abordagem antropológica da ecologia cultural. Mas, será preciso englobar

algumas categorias de análise definidas pelo sociólogo português Boaventura de Souza

3 https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/7642/2/disserta%C3%A7%C3%A3o%2002.pdf4 http://www.ue-paane.org/files/4914/6055/5535/9_Manual_Ambiente_e_Conservacao.pdf.

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Santos, que consistem na promoção de diálogos entre o saber científico ou humanístico que a

universidade produz e saberes tradicionais, ou não ocidentais que circulam na sociedade

(SANTOS 2006, p. 53). O autor desenvolve sua análise a partir dos conceitos sociologia das

emergências e sociologia das ausências. E propõe uma articulação entre o saber tradicional,

social, como saber técnico e científico, num processo de mútua fertilização e de inclusão do

conhecimento social excluído das universidades. De tal modo, ao falar da importância da

tecnologia utilizada pelos Bijagós na conservação da biodiversidade no país, fica explícito que

a cultura contribui para a construção de cidades e comunidades onde as pessoas vivem

trabalha e desempenha um papel importante no apoio ao bem-estar social e econômico.

Da mesma forma, o que foi explicitado para o grupo etnico Bijagós vale também para

outras etnias guineenses, como os manjaco, os felupes, os Balantas, os Nalus e outros. O que

mostram que há relações dinâmicas entre homem e natureza devido à diversidade cultural.

Conforme Leff (2009), as culturas e suas práticas tradicionais de convivência e manejo

sustentável da natureza vêm sendo reconhecidas não só por seu valor econômico na

bioprospeçao de novas intervenções tecnológicas nos organismos biológicos, como também

na sustentabilidade ecológica do planeta.

A interação entre o homem e natureza é um dos pontos apontados nas várias correntes

da antropologia no que diz respeito à cultura. Lévi-Strauss analisa alguns sistemas de

classificação dos recursos naturais por populações indígenas e sua relação com seus

conhecimentos e manifestações sociais: De fato, descobre-se mais, a cada dia, que, para

interpretar corretamente os mitos e os ritos e, ainda, para interpretá-los sob o ponto de vista

estrutural (que seria errado confundir com uma simples análise formal), a identificação

precisa das plantas e dos animais que se mencionam ou que são utilizados, diretamente sob a

forma de fragmentos ou de despojos, é indispensável (LÉVI-STRAUSS, 1989, p. 68).

Ao mesmo tempo, Marques (2001, p. 162) demonstra que são a partir destes elementos

que a população age com o meio natural e desenvolve seus sistemas tradicionais de manejo.

Existe uma relação de respeito, gratidão, medo e cumplicidade com a natureza, o que se

apresenta como causa direta da preservação ambiental das localidades nas quais as populações

tradicionais habitam. (CUNHA 1992).

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A chegada da cultura ocidental em seus ambientes, por sua vez têm esses impactos

recíprocos. Como Cunha (1999) apontou, essa mudança ocorreu basicamente através da

associação entre essas populações e os conhecimentos tradicionais e a conservação ambiental.

Assim, culturalmente e socialmente, problema ambiental da organização social representa

problemas da comunicação e socialização.

Os problemas ambientais são globais por afetarem todo o planeta, mas estão referidos

aos efeitos da intensificação do processo de comunicação sobre as relações entre indivíduos e

grupos, para além de cada região ou país. (CASTRO, 2000) Na comunidade Bijagós, cada

aldeia ou ilha pertence a um desses clãs que normalmente predominam a ilha ou tem a força

maior em decidir as coisas, e nenhuma outra tribo pode tomar decisões relativo a terra sem

autorização do “wami moto ou yawami moto” que quer dizer dono ou donos da terra.

(CORREIA, 2017)

Os Bijagós chamam sua terra wami moto ou yawami moto, livremente traduzido para o

português, quer dizer dono ou os donos da terra. Terra é simbolizada com a mãe. Eles

articulam o valor da terra em sua língua, dizendo yawami mato, livremente traduzido em

português significa portador. Eles costumam empregar este prazo para mostrar os valores

holísticos da terra em suas vidas inteiras. Os Bijagós usam esse termo em seus discursos

diários e em diferentes rituais, juramentos e maldições.

Com isso, Santos (2006), sugere que, no domínio da ecologia dos saberes, não há

saber em geral, tampouco há ignorância no geral; e que existe uma credibilidade contextual

que legitima a participação de outros saberes não científicos nos debates epistemológicos.

Estes sistemas de gestão do meio ambiente constituem parte integrante da identidade cultural

e da integridade social de muitas populações nativas. Ao mesmo tempo, seu conhecimento

incorpora uma riqueza de sabedoria e experiência da natureza conquistada ao longo de

milênios a partir de observações diretas, e transmitida, o mais frequentemente por via oral

passa de gerações a gerações.

Para os bijagós, o sucesso de uma busca sustentável parte dos mais velhos

considerados detentores do saber eles têm a obrigação de dar exemplos e orientações aos mais

novos e depois ensinando-os uma busca constante do equilíbrio mental do homem.

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(CORREIA, 2017) Na Guiné Bissau a terra é, sem dúvida, o recurso natural mais importante

para etnias Guineense. Sua Importância transcende a economia em uma amplitude de

significado social, espiritual, política e entre outros eventos, ela é considerado como um lugar

de nascimento; o lugar onde os antepassados são alocados para descansar; o lugar que o

criador tenha designado para passar para as gerações sucessivas.

Essas preocupações para os “yadjocos” principalmente as ligadas ao meio ambiente

precisam estar ligado à religiosidade e aos mitos para que o a preservação local dos recursos

naturais possam permanecer em perfeita harmonia. (Correia, 2017) Pois, isso permitirá o

respeito às divindades residido nas florestas, na terra e no mar que são lugares originários da

subsistência do homem, estabelecer esses laços só fortificará a relação homem e natureza; já

os mitos pregados servem para intimidar os curiosos a fim de manter a vida nesses locais;

concluindo essas fases essenciais finalmente se pode pensar numa gestão ambiental ou num

processo sustentável regida pela educação ambiental integrada, esses fragmentos do escopo

dos bijagós sob a ótica de um pensamento sustentável faz com que a biodiversidade na região

seja preservada.

Segundo a mitologia da maior parte das ilhas, uma primeira mulher deu à luz quatro

filhos, os quais fundaram os quatro clãs matrilineares (Ominca, Ogubane, Oraga e Orácuma),

cada um dos quais possuindo poderes e direitos que lhe são próprios. (NÓBREGA, 2009)

Assim, os Ogubanes têm uma relação (poder) privilegiada com o mar, o gado e algumas

espécies animais selvagens como o hipópotamo, ao passo que os Omincas têm poder sobre a

chuva, os Orácumas sobre a terra e os Oragas sobre o céu. Assim, o sistema de clãs apresenta

uma divisão territorial bem definida nas ilhas do arquipélago. (MADEIRA, 2009) A este

respeito, Álvaro Nóbrega refere: “nos Bijagós, todos os clãs são hierarquicamente importantes

e podem aceder ao poder”. A particularidade reside em que somente a geração “dona do chão”

o pode fazer no seu território

No entanto, a cultura desenvolve diferentes visões da natureza ao longo da história

humana. Muitas delas estão enraizadas em sistemas tradicionais de crenças, que os povos

usam para entender e interpretar seu ambiente biofísico. Santos (2006, p.4), proporcionando

diálogos com outros saberes e demonstrando possibilidades para a ciência construir

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conhecimentos “prudentes para uma vida decente”, através de uma aplicação edificante. O

autor propõe uma nova teoria crítica para sacudir as ciências e a emancipação política e social

que virá da aproximação de saberes, culturas, civilizações que constituem a diversidade.

Assim, interação entre comunidade é um espaço social interessante a partir do qual a observa

compreensão ambiental, senão pode levar um alto preço social e ecológico.

Afinal cada comunidade tem sua própria orientação privada ou adaptação ao ambiente

mais amplo institucionalizado na cultura do grupo, particularmente na sua tecnologia, que

inclui o conhecimento estabelecido de plantas e animais, clima e minerais, bem como

ferramentas e técnicas de extração de comida, roupa e amparo.

Por exemplo, o capitalismo para os bijagós como todo sistema seja eles políticos,

econômicos ou administrativos têm um caráter redundante ou dominatório; no caso do

Capitalismo, que é um sistema econômico não político, não é diferente. Porém, a sua acepção

para os bijagós. Para Correia (2017) o capitalismo é um sistema econômico, e não um sistema

político, mas que floresce e se adapta melhor em países democráticos. O grande problema do

capitalismo no cenário africano é sua introdução dentro de um sistema político antigo já

existente, sem estruturas que a alimenta. Ainda o autor, Os pilares deste sistema econômico

vão na contra mão da cosmologia dos Bijagós e dos seus ideais; nos costumes Bijagós estes

pilares teriam uma inversão para serem adequados aos costumes dos bijagós.

Na cosmovisão Bijagós, é o criador de todas as coisas, incluindo os recursos naturais e

os seres humanos têm as leis da ordem e coexistência harmoniosa entre os seres humanos e o

meio ambiente natural. As descobertas, revelar que clãs e yawami moto são autoridades

importantes de sua visão de mundo sobre a ordem cósmica.

Com o advento das tecnologias, tornou-se possível inovar, seguir, sugerir, trocar, e

aprender ideias e informações que visem o enfoque da sustentabilidade em sua plenitude,

essas preocupações não se restringem ao campo acadêmico. Se por um lado, a crise ambiental

afeta o mundo, os processos decorrentes desse fenômeno nos tornam regentes da orquestra em

questão, tanto de ponto de vista cultural, econômico, político, geopolítico, social, e, sobretudo

ético. Por estas e outras razões que se fundamenta a sustentação no assunto ao longo do seu

percurso; adequando-os as novas ferramentas e tecnologias em todas as esferas da nossa

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sociedade tornam-se latente os problemas e conquistas alcançados ao longo do tempo no

território guineense.

MATERIAL E MÉTODOS

Quanto a sua natureza, utilizou métodos de pesquisa qualitativa e fins exploratórios.

Ambas as fontes de dados primários e secundários utilizados para compilar esteve a dados

para o estudo. Para analisar as literaturas publicadas na área, o procedimento técnico utilizado

adveio da pesquisa bibliográfica e documental. O método histórico subsidiou a investigação

dos acontecimentos bibliográficos e documentais que influenciam o problema no presente.

RESULTADO DE PESQUISA

Os resultados mostram que há relações dinâmicas entre os bijagós, a terra, a floresta e

os recursos hídricos. Suas relações com cada um desses recursos são organizadas em torno

dos valores sociais, culturais, econômicos e ecológicos ligados a esses recursos. Por exemplo,

a terra yawami moto e os clãs têm valores simbólicos, simbolizados dona do chão, ou melhor,

dono de todos os seres vivos. Os valores sociais e culturais da terra incluem identidade e

vínculo social. Yawami moto e os clãs, na sabedoria do grupo são altamente valorizados e

respeitados. Estas carregam a identidade do grupo. Portanto, na utilização desses recursos, os

seres humanos devem respeitar o onipotente que, acima de tudo, faz com que cada existência

seja valorizada. Além disso, estes recursos estão associados com o psicológico, emocional,

bem como a identidade do grupo. Perde-las teria distorcido todos os aspectos da sociedade.

Em outras palavras, perder esta identidade significa a perda de conhecimento

tradicional associado a cada um desses valores, os clãs, leis, e outra qualidade interna moral

associado a ele. Suas relações com esses recursos, seja positiva ou negativa, retribuídas

através da chuva, boa colheita, bem-estar de pessoas e os seus animais, ou desastres naturais.

Por exemplo, as recompensas positivas para comunidade é chuva, boa colheita, bem-estar dos

seres humanos e animais. Ao contrário disto, as consequências negativas das ações erradas se

manifestam na ausência de chuva, a má colheita, surto de doença, fome e seca. Devido a estes

fatos, a comunidade age de acordo com as leis, normas, valores de Dona do chão, para manter

relações harmoniosas e equilibradas com os recursos naturais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim, os bijagós têm conhecimento habitual que faz parte de sua visão do mundo e

suas relações com os recursos naturais, e mantem essa relação de geração para geração. O

grupo tem saberes tradicional e práticas de gestão de recursos naturais, relacionada à floresta e

recursos hídricos que englobam os aspectos da vida integral. Estes recursos naturais (terra,

floresta e água) formam o esqueleto em torno do qual o conhecimento ambiental bijagós está

organizado. Acima de tudo, esses recursos são reservatório através ecologia, leis naturais e

leis tradicionais, abrangendo os clãs, dono do chão que determinam os padrões

comportamentais. E por serem extremamente ligados a natureza, a sua religiosidade facilita a

conservação de algumas espécies marinhas que habitam esse local. Essa forte crença regada

por ritos permanente dessa etnia fortalecendo suas práticas culturais e o respeito pela natureza

de onde se extrai alimentos, uma vez que, os recursos naturais são vistos como uma parte da

vida e o conhecimento para conservar esses recursos estão naturalmente transmitidos e é

incorporado de geração a geração.

Afinal, a sustentabilidade cultural examina formas de melhorar vidas humanas e deixa

também um legado prático para as gerações futuras. Uma vez que os valores culturais moldam

o modo de vida de cada sociedade e, portanto, tem o potencial de provocar a mudanças de

atitudes necessárias para assegurar o desenvolvimento sustentável. A habilidade envolve

esforços para preservar os elementos culturais tangíveis e intangíveis de sociedade de forma

que promovam a sustentabilidade ambiental, econômica e social. Atualmente, há uma

mudança de paradigma na visão de mundo em direção à sustentabilidade e inclusão a ecologia

cultural de maneira que não prejudica ecossistema, meio ambiente e bem-estar social. O

mundo não está apenas enfrentando desafios econômicos, sociais ou ambientais, mas também

a criatividade, a ciência, a diversidade e a generosidade são a base inevitável do diálogo para

a paz e o progresso, esses valores estão intrinsecamente ligados aos humanos. A Diretora

Geral da UNESCO (Irina Bokova) declarou em 2012 que a cultura é o que nos torna quem

somos fornecendo respostas para muitos dos desafios que enfrentamos hoje e que devemos

fazer muito mais para colocar a cultura no coração do mundo. (UNESCO 2012)

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A despeito disso, a cultura e valores são componentes significativos da sociedade. Porém, os

valores de cada cultura não são estáticos, eles evoluem com passar do tempo. Dessa forma , o

que realmente precisa ser afirmado e preservado é o reconhecimento dos princípios

fundamentais.

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