redação empresarial - admjorgestreet2015.files.wordpress.com · redação empresarial...
TRANSCRIPT
Redação Empresarial
Universidade Federal de Santa Catarina
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação
Departamento de Ensino de Graduação a Distância
Centro Sócio-Econômico
Departamento de Ciências da Administração
2008
Professores
Eric Duarte Ferreira e Morgana Fabiola Cambrussi
Copyright © 2008. Todos os direitos desta edição reservados ao DEPTO. DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO (CAD/CSE/UFSC).
F383r Ferreira, Eric Duarte
Redação empresarial / Eric Duarte Ferreira e Morgana Fabíola
Cambrussi. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Adminis-tração/UFSC, 2008.
130 p. : il.
Inclui bibliografia
Curso de Graduação em Administração, modalidade a Distância
ISBN: 978-85-61608-29-3
1. Redação oficial. 2. Comunicação empresarial. 3. Língua portu-
guesa – Interpretação de textos. 4. Língua portuguesa – Composição eexercícios. 5. Educação a distância. I. Cambrussi, Morgana Fabíola.
II. Universidade Federal de Santa Catarina. Departamento de Ciências
da Administração. II. Título .CDU: 806.90-085.2
Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
PRESIDENTE DA REPÚBLICA – Luiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DA EDUCAÇÃO – Fernando Haddad
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – Carlos Eduardo Bielschowsky
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – DPEAD – Hélio Chaves Filho
SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
COORDENADOR – Celso Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
REITOR – Álvaro Toubes Prata
VICE-REITOR – Carlos Alberto Justo da Silva
PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – Yara Maria Rauh Muller
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – Araci Hack Catapan
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO
DIRETOR – Maurício Fernandes Pereira
VICE-DIRETOR – Altair Borgert
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO
CHEFE DO DEPARTAMENTO – João Nilo Linhares
SUBCHEFE DO DEPARTAMENTO – Alexandre Marino Costa
COORDENADOR DE CURSO – Marcos Baptista Lopez Dalmau
SUBCOORDENADOR DE CURSO – Raimundo Nonato de Oliveira Lima
COMISSÃO DE PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Alexandre Marino Costa – Presidente
Gilberto de Oliveira Moritz
João Nilo Linhares
Luiz Salgado Klaes
Marcos Baptista Lopez Dalmau
Maurício Fernandes Pereira
Raimundo Nonato de Oliveira Lima
CONSELHO CIENTÍFICO – Liane Carly Hermes Zanella
Luís Moretto Neto
Luiz Salgado Klaes
Raimundo Nonato de Oliveira Lima
CONSELHO TÉCNICO – Maurício Fernandes Pereira
Alessandra de Linhares Jacobsen
DESIGN INSTRUCIONAL – Denise Aparecida Bunn
Patrícia Regina da Costa
Rafael Pereira Ocampo Moré
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO – Annye Cristiny Tessaro
REVISÃO DE PORTUGUÊS – Sérgio Meira
ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO – Eric Duarte Ferreira
Morgana Fabiola Cambrussi
CRUZEIRO DO OESTE – PR
PREFEITO – José Carlos Becker de Oliveira e Silva
COORDENADORA DE PÓLO – Maria Florinda Santos Risseto
CIDADE GAUCHA – PR
PREFEITO – Vitor Manoel Alcobia Leitão
COORDENADORA DE PÓLO – Eliane da Silva Ribeiro
PARANAGUA – PR
PREFEITO – José Baka Filho
COORDENADORA DE PÓLO – Meire Ap. Xavier Nascimento
HULHA NEGRA – RS
PREFEITO – Marco Antônio Ballejo Canto
COORDENADORA DE PÓLO – Margarida de Souza Corrêa
JACUIZINHO – RS
PREFEITO – Antônio Gilson Brum
COORDENADORA DE PÓLO – Jaqueline Konzen de Oliveira
TIO HUGO – RS
PREFEITO – Gilmar Mühl
COORDENADORA DE PÓLO – Mara Elis Savadintzky Drehmer
SEBERI – RS
PREFEITO – Marcelino Galvão Bueno Sobrinho
COORDENADORA DE PÓLO – Ana Lúcia Rodrigues Guerra
TAPEJARA – RS
PREFEITO – Juliano Girardi
COORDENADORA DE PÓLO – Loreci Maria Biasi
SÃO FRANCISCO DE PAULA – RS
PREFEITO – Décio Antônio Colla
COORDENADORA DE PÓLO – Maria Lúcia da Silva Teixeira
MATA DE SÃO JOÃO – BA
PREFEITO – João Gualberto Vasconcelos
COORDENADORA DE PÓLO – Julieta Silva de Andrade
BOA VISTA – RR
PREFEITO – Iradilson Sampaio de Souza
COORDENADORA DE PÓLO – Maria Silva Sousa
BONFIM – RR
PREFEITO – Rhomer Sousa Lima
COORDENADORA DE PÓLO – Tarcila Vieira Souza
MUCAJAÍ – RR
PREFEITO – Ecildon Pinto
COORDENADORA DE PÓLO – Ronilda Rodrigues Silva Torres
CAROEBE – RR
PREFEITO – Ivan Severo
COORDENADOR DE PÓLO – José Francisco Soares dos Santos
UIRAMUTÃ – RR
PREFEITO – Florany Maria dos Santos Mota
COORDENADOR DE PÓLO – José Francisco Franco dos Santos
CHAPECÓ – SC
PREFEITO – João Rodrigues
COORDENADORA DE PÓLO – Geni Camara
CANOINHAS – SC
PREFEITO – Leoberto Weinert
COORDENADORA DE PÓLO – Sonia Sacheti
JOINVILLE – SC
PREFEITO – Marco Antônio Tebaldi
COORDENADORA DE PÓLO – a definir
FLORIANÓPOLIS – SC
PREFEITO – Dário Elias Berger
COORDENADOR DE PÓLO – Raimundo N. de Oliveira Lima
PALHOÇA – SC
PREFEITO – Ronério Heiderscheidt
COORDENADORA DE PÓLO – Luzinete Barbosa
LAGUNA – SC
PREFEITO – Célio Antônio
COORDENADORA DE PÓLO – Maria de Lourdes Corrêa
TUBARÃO – SC
PREFEITO – Carlos José Stüpp
COORDENADORA DE PÓLO – Flora M. Mendonça Figueiredo
CRICIÚMA – SC
PREFEITO – Anderlei José Antonelli
COORDENADOR DE PÓLO – Júlio César Viana
ARARANGUÁ – SC
PREFEITO – Mariano Mazzuco Neto
COORDENADORA DE PÓLO – Conceição Pereira José
LAGES – SC
PREFEITO – Renato Nunes de Oliveira
COORDENADORA DE PÓLO – Marilene Alves Silva
PÓLOS DE APOIO PRESENCIAL
Apresentação
Caro estudante de Administração!
Bem-vindo à disciplina de Redação Empresarial. Convidamosvocê a fazer um estudo aprofundado das habilidades exigidas para aboa comunicação escrita em sua vida profissional: a leitura, a inter-pretação e a produção de textos empresariais eficientes.
Na profissão de Administrador, é importante que você saibaredigir textos adequados aos padrões vigentes, que transmitam suasidéias de maneira objetiva e clara, satisfazendo, assim, às suas neces-sidades comunicacionais e às de quem recebe seus textos no ambien-te de trabalho e fora dele.
Então, bons estudos!
Prof. Eric Duarte Ferreira
Profª. Morgana Fabiola Cambrussi
Sumário
Unidade 1 – Ler e interpretar textos escritos
O conceito de texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Juntar os ingredientes tem seus segredos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Interdependência entre as partes: a unidade textual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Técnicas de comunicação: a produção de sentidos pela escrita. . . . . . . . . . . . . 16
Leitura: o sentido está para além do texto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Unidade 2 – Elaboração de textos: aspectos de construção
A nova comunicação escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
O Emprego da Linguagem Formal. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Aspectos de Coerência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Os operadores argumentativos: ligações semânticas importantes para a
boa escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Problemas na elaboração textual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
Unidade 3 – Correspondências oficiais
Correspondências oficiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
A Redação Oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Ofício. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Memorando Oficial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Unidade 4 – Correspondências e documentos empresariais
Correspondências e documentos empresariais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Um simples texto feito na empresa?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Memorando. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Correio Eletrônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Ata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Atestado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Convocação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Requerimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Comunicado ou Aviso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127
Minicurrículos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129
9Período 1
Objetivo
Nesta Unidade, você vai estudar a leitura e a
interpretação de textos escritos para exercitar a
compreensão e a análise desses instrumentos
utilizados no meio empresarial como forma de
comunicação social e profissional.
1UNIDADE
Ler e interpretartextos escritos
10 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1
11Período 2
UNID
ADE
1O conceito de texto
Olá!
Estamos no início da disciplina Redação Empresa-rial. Antes de começar a redigir textos empresari-ais, é necessário desenvolver as habilidades de lei-tura e interpretação de textos escritos de diversoscampos, inclusive, é claro, do meio empresarial.Por isso, nesta primeira Unidade, além de conhe-cer o conceito de texto, convidamos você a exerci-tar o olhar: a ver como essa modalidade da lingua-gem, o texto, pode ser lida e interpretada em fun-ção de cada contexto de produção.
Seja bem-vindo aos trabalhos e bom estudo!
palavra texto costuma ser empregada com bastante freqüên-cia. Talvez você nem tenha se dado conta de quantas vezes adisse ou a ouviu. As pessoas falam sobre o texto do jornal,
o texto do cartaz, recebem instruções para fazer um texto comaté vinte linhas, avaliam que certo romance tem texto denso,ou dizem não gostei dos atores do filme, mas o texto é bom,lêem uma bula de remédio e dizem que o texto não é claro, ouafirmam que o texto do edital está mal construído, enfim, texto,texto, texto...
Você poderia definir o que é texto? Pense um pou-co sobre esse conceito.
Do romance à bula de remédio, do jornal ao cartaz, do filme aoedital, toda unidade lingüística com sentido é texto. Perceba que nãoestamos construindo uma definição com base em características comoestilo, função, nível de linguagem, número de linhas, forma, conteúdo.Apenas dissemos que texto é uma unidade lingüística dotadade sentido.
A
12 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 Dessa forma, a palavra “silêncio”, apesar de tersignificado, não é uma unidade de sentido, logo, não étexto. Já “Silêncio!” possui unidade de sentido, comu-nica uma mensagem que é produzida e interpretadapor interlocutores em situações sociais específicas:“Silêncio!” é texto, assim como uma carta comercialou um requerimento são textos.
A comunicação escrita empresarial e oficial estámuito presente nas situações profissionais cotidianase o texto é o canal (é o meio) pelo qual mensa-gens são materializadas e circulam de uminterlocutor a outro. O modo de se proceder a essamaterialização das mensagens, isto é, a maneira como ostextos são construídos, é o que vamos discutir a seguir.
Você pode estar se perguntando:Tudo bem, mas o que tenho a ver com essa circu-lação de mensagens-texto?Dentre as qualidades profissionais evidenciadaspelos novos modelos de gestão está a competên-cia comunicativa da qual fazem parte as habilida-des de leitura e escrita com eficiente produção desentidos. Fomentar o desenvolvimento dessa com-petência, portanto, é uma das etapas da sua for-mação profissional.
Juntar os ingredientes tem seus segredos
Além da competência comunicativa, a competência culináriatem sido muito valorizada neste século, você não acha? É cada vezmais interessante saber cozinhar (daqui a algumas décadas, será exó-tico!). Quem entende de culinária sabe que, além da qualidade dosingredientes, para preparar um prato saboroso, também é precisocombiná-los apropriadamente, em quantidades adequadas e ao tem-po certo. Ou seja, o modo de preparo é tão importante para o sucessodo gourmet quanto os ingredientes que ele irá utilizar.
Ao consultar o Dicionário Auré-
lio, encontramos a descrição se-
mântica de “silêncio”, chamada
significado dicionarizado da pa-
lavra. “Estado de quem se cala.
Privação de falar. Interrupção de
ruído; calada. Sossego, calma,
paz. Sigilo, segredo.” (FERREIRA,
1999). O sentido, por sua vez, é
entendido como um efeito mai-
or, contextual e textual.
Tô a fim de saber...
13Período 2
UNID
ADE
1Na elaboração escrita, as mesmas condições estão em jogo.Além de se ter ingredientes de qualidade (idéias relevantes, expres-sões e construções lingüísticas adequadas a cada situação comunica-tiva), é necessário arranjá-los de maneira acertada, para que, ao fi-nal, o prato (texto) seja, ao mesmo tempo, aquele que quem o prepa-rou desejava oferecer aos convidados (leitores) e aquele que os convi-dados (leitores) desejavam encontrar à mesa.
Para atestarmos a importância do modo de preparo do texto,basta nos lembrarmos de três segredinhos culinários:
Não existe receita milagrosa, é preciso exercitar eacumular experiências na cozinha: tanto é verdadeque os ingredientes, por melhores que sejam, não garan-tem a execução da receita. Para muitos aprendizes degourmet, mesmo com a melhor receita em mãos, o prato àsvezes não dá certo. Com a escrita, o processo é semelhan-te. Mesmo com as melhores instruções de elaboração detexto em mãos, às vezes, o resultado não sai a contento.Isso acontece porque não existem receitas milagrosas, aescrita é uma habilidade e, como qualquer outra, requer aprática vinda do exercício freqüente.
Com os mesmos ingredientes podemos atingir dife-rentes resultados, basta saber variar na hora decombiná-los: muitas receitas têm idênticos ingredientesde base, apenas os combinam de maneira diversa e os re-sultados são outros. Ao escrever textos empresariais, nos-sos ingredientes não serão muito diversos; na realidade,são bem específicos e delimitados. O que diferirá um textode outro é a forma, a posição, a combinação desses ele-mentos. Mas lembre-se de que: assim como não é amonto-ando os ingredientes que se prepara uma receita, não ésuperpondo frases que se constrói um texto. Cada modali-dade empresarial (requerimentos, regulamentos, cartas,ofícios, memorandos) tem seu modo de preparo pré-esta-belecido.
Todas as etapas de produção são relevantes – daatenção dispensada a cada parte resulta a quali-dade do todo: de nada adianta misturar os ingredientesde modo adequado se o prato queimar no forno. Anterior-mente, dissemos que o texto é uma unidade. Essa unidade
vNa Unidade 2, procede-
remos à apresentação
desses ingredientes!
Você estudará e exerci-
tará como utilizá-los.
v
Mas, com a receita à vis-
ta, fica mais fácil cozi-
nhar pela primeira vez,
não fica? Com o tempo
é que nos livramos dela
e passamos a ter auto-
nomia na cozinha, inclu-
sive produzindo inova-
ções que dão excelentes
resultados! Vamos pra-
ticar...
vO estudo desses textos
acontecerá nas Unida-
des 3 e 4. Lá, cada
modo de preparo está
descrito!
14 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1
!
é composta por partes (construções oracionais, frases, pa-rágrafos) que são responsáveis pela formação do todo. Se cadauma das partes estiver composta e combinada com as demaisde forma adequada, então, o conjunto delas será bom.
Interdependência entre as partes: a unidade textual
Vamos lembrar as duas definições de texto que apresentamoslogo no início deste módulo. Dissemos que:
texto é uma unidade lingüística dotada de sentido; e
o texto é o canal (é o meio) pelo qual mensagenssão materializadas e circulam de um interlocutor aoutro.
É notável que os colaboradores de uma empresa não se comu-nicam por meio de palavras ou frases isoladas, eles se comunicamatravés de textos. Esses elementos de comunicação são construídos apartir de partes menores que, à proporção que se combinam, constro-em a mensagem vinculada.
É por isso que dissemos anteriormente que construir um texto émais que justapor frases. Pense um pouco. Se o texto é uma unidadecomposta por partes que se solidarizam entre si e que unidas comuni-cam idéias, cujo entendimento não pode acontecer senão pela leiturae interpretação integrada das partes, então, texto não é simplessoma de frases independentes ou de palavras soltas.
Neste momento, desejamos que você perceba ainterdependência que cada seqüência textual man-tém com as demais e a necessidade de se consi-derar cada parte do texto para interpretá-lo em suatotalidade. A fim de ilustrar essa relação parte ⇔partes ⇒ todo, veja o exemplo a seguir, de autoriade Laerte (Figura 1):v
Para ver outras tiras de
Laerte, acesse a pági-
na do cartunista: http:/
/www.laerte.com.br/.
15Período 2
UNID
ADE
1
Figura 1: Inter-relação entre partes do texto
Fonte: Laerte (2008)
O efeito cômico produzido pela situação cotidiana demonstra-da na Figura 1 resulta da quebra de expectativa ocorrida no terceiroquadrinho. Quando lemos os quadrinhos um e dois, somos levados acrer que se trata de uma entrevista de emprego em uma empresa quenão seleciona funcionários com comportamento bajulador (puxa-sa-cos): “nossa exigência básica”. O entrevistado, a esse ponto, concor-da com os procedimentos da empresa: “E fazem muito bem!”.
Contudo, o terceiro e o quarto quadrinhos ironizam o que éexigência básica da empresa, demonstrando que tudo não passava deteoria, pois, na prática, foi com bajulices que o entrevistado se desta-cou e teve êxito na seleção de emprego – o fato de o entrevistador tero espelho ao alcance das mãos, o que dá ar narcisista ao persona-gem, reforça essa ironia. Além disso, os elogios do entrevistado à em-presa (“espírito moderno, busca de eficiência e competitividade”) ga-nham outra leitura: trata-se de um discurso moderno acompanhadode práticas conservadoras.
Como podemos interpretar a tira, entendendo que, com ironiae crítica implícitas, ela sustenta a idéia de que as empresas dizemquerer uma coisa, mas fazem outra quando buscam funcionários puxa-sacos – o oposto do que disse o entrevistador-personagem? Somentecom a leitura integrada das partes do texto. À interpretação adequadanão poderia chegar um leitor que, após ler os quadros um e dois, nãoprosseguisse até o final ou que não considerasse o que se diz nos qua-dros iniciais antes de ler os posteriores: todas as seqüências textuaissão constitutivas do sentido global.
Assim também se produzem os sentidos em textos oficiais eempresariais. Para que a escrita e a leitura sejam adequadas, deve-mos sempre considerar as partes do texto em relação, pois a mensa-gem não se constrói de outro modo que não seja esse. Também deve-
16 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 mos ter clareza de que a significação de uma frase ou de umparágrafo não é independente do restante do texto, pelo con-trário, uma peça de quebra-cabeça só tem sentido e função quandoencaixada às demais.
Caro estudante! Que ótimo!
Estamos encerrando a primeira seção. Durante todaa disciplina, procure ter em mente as questões quediscutimos aqui! Elas buscam quebrar alguns ta-bus construídos durante a vida escolar, principal-mente a idéia de que se pode produzir bons textoscom meia dúzia de instruções. A elaboração escri-ta de qualidade requer intimidade com o universoda escrita, por isso, ler e escrever são habilidadesque devemos exercitar sempre!
Técnicas de comunicação:a produção de sentidos pela escrita
Na seção anterior, dissemos reiteradas vezes que os textos vei-culam mensagens, expressam idéias e são instrumentos de comunica-ção. Também falamos de competência comunicativa. Todas essas afir-mações são pertinentes em uma época em que as idéias têm acentua-do valor, em uma época de acentuada valorização da informação.
Como você viu na disciplina Introdução à Adminis-tração, de acordo com o Ministério do Trabalho(BRASIL, 2002), o graduado em Administraçãodeve dominar habilidades específicas que dizemrespeito à qualificação de sua comunicação e ex-pressão: o Administrador deve ser capaz de esta-belecer uma adequada comunicação interpessoal,expressar-se corretamente nos documentos técni-cos específicos e interpretar a realidade. Mas, naprática, como fazer isso? É o que veremos a seguir,no estudo das técnicas de comunicação escrita, eao longo de toda a disciplina.
Competênc ia comuni -Competênc ia comuni -Competênc ia comuni -Competênc ia comuni -Competênc ia comuni -
cativacativacativacativacativa – tem a ver com o
quanto conseguimos ser
eficientes quando desempe-
nhamos o ato de comuni-
car, definido pelo Dicioná-
rio Aurélio como: 1. Fazer
saber; tornar comum; parti-
cipar. 2. Estabelecer rela-
ção; ligar, unir. 3. Transmi-
tir, difundir. 4. Pegar por
contágio; transmitir. 5. Dar;
conceder, doar. 6. Conferir,
transmitir, dar. 7. Dar passa-
gem. 8. Travar ou manter en-
tendimento; entender-se, di-
alogar. (FERREIRA, 1999)
17Período 2
UNID
ADE
1Quando dizemos que um texto está bem escrito, significa queele é capaz de expressar idéias de maneira clara, o que faz com que amensagem circule entre os interlocutores e gere respostas acertadaspara cada texto. Escrever dessa forma é imprescindível ao bom profis-sional e para que você possa atingir esse objetivo, atente para as se-guintes técnicas de comunicação escrita:
a. avalie se seu texto está bem construído ou não apartir das respostas que ele gera: toda comunicaçãoescrita tem a função de provocar uma resposta nointerlocutor. Se a resposta provocada está correta, querdizer, se os leitores do texto produzem a resposta que eraesperada e no tempo certo, então, o texto foi bem construído.Porém, se a resposta gerada pelos interlocutores está in-correta ou se demorou demais para ser atingida, então, acomunicação escrita falhou. Textos obscuros, confusos ecomplicados, com passagens mal redigidas e inadequaçõesvocabulares, são empecilhos à comunicação porque po-dem levar o leitor a dar a resposta errada.
b. certifique-se de que o que está claríssimo para vocêesteja também claríssimo para seu leitor: quandoescrevemos um texto, a mensagem a ser comunicada é ní-tida para nós, mesmo porque ela é parte da nossa necessi-dade de escrever e sabemos exatamente quais idéias estãoem questão. Assim, às vezes, esquecemo-nos de que o lei-tor não pode entrar no nosso pensamento e adivinhar quaissão as nossas idéias claras, lógicas e brilhantes – ele só asconhecerá e as responderá se elas forem lógica e clara-mente expressas.
Tornar nossas idéias conhecidas para os outros por meio dacomunicação escrita requer que escrevamos com exatidão e de ma-neira simples, sem omitir dados relevantes à compreensão. Se assim ofizéssemos “[...] a comunicação escrita cumpriria a sua função bási-ca, isto é, tornar comum aos outros as nossas idéias” (BLIKSTEIN,1995, p. 21).
Veja, na anedota a seguir, como uma idéia claríssima para quema expressa pode ser entendida de forma completamente diferente (eaté surpreendente!) por quem recebe a informação:
vPara saber mais sobre o
assunto, leia o livro Téc-
nicas de comunicação
escrita (22. ed., 2006),
do professor Izidoro
Blikstein.
18 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 Genro no lugar do sócio
A filha entra no escritório do pai, com o marido a tiracoloe indaga sem rodeios:
– Papai, por que você não coloca meu marido no lugar doseu sócio que acaba de falecer?
O pai responde de pronto:
– Conversa com o pessoal da funerária. Por mim, tudo bem.
É certo que a filha não estava interessada em enterrar o mari-do, ainda mais vivo. Contudo, a pouca preocupação que teve em ex-pressar seu pensamento de maneira clara permitiu que o pai, conve-nientemente, interpretasse que essa era a vontade dela e produzisseuma resposta distante da esperada pela filha. Resumindo: a filha nãoentende de comunicação eficiente, além de não atender aos princípi-os (a) e (b), estudados anteriormente. Ela também não soube contem-plar o princípio (c), descrito a seguir.
c. provoque a resposta em seu interlocutor: mesmo comtodas as condições necessárias para gerar a resposta certano tempo certo, o interlocutor pode escolher não fazê-lo.Uma forma de reduzir essa indisposição responsiva é in-centivar ou persuadir o interlocutor a dar a resposta queesperamos.
Vejamos como incentivar nossos leitores. Escrever textos áspe-ros, rudes, secos, segundo Blikstein (1995), é uma forma de indispor ointerlocutor às idéias que estamos comunicando. O autor avalia queessa é uma das causas desencadeadoras da ausência de resposta cor-reta do interlocutor. A educação, a gentileza, a cortesia, por outro lado,são elementos convidativos e favoráveis à resposta. Veja a diferençade tratamento entre as duas mensagens a seguir.
Luis, imprima imediatamente o relatório de despesas domês e deixe duas vias em minha mesa. Marisa.
Bom dia, Luis. Preciso, com urgência, do relatório de des-pesas do mês. Por favor, imprima-o e deixe duas vias em minhamesa. Obrigada, Marisa.
19Período 2
UNID
ADE
1Qual das duas solicitações você gostaria que lhefosse endereçada? Qual delas você responderia commaior satisfação? Certamente a segunda.
Palavras como bom dia, obrigado, por favor são capazes detransformar o texto e a reação que ele provoca. É difícil ser indiferentea quem nos dispensa um tratamento educado; pelo contrário, criamosa necessidade de retribuir à altura.
Agora vejamos como persuadir nossos leitores. A melhor formade motivar o interlocutor para que produza a resposta esperada paraa comunicação escrita que colocamos diante dele é fazer com queperceba que a resposta é necessária. Trivialidades, como o próprionome diz, não precisam ser discutidas, pois não têm valor. É impor-tante que toda comunicação escrita tenha importância, função e pro-duza respostas. Alguns procedimentos podem auxiliar nesse processo,segundo Antunes (2005):
demonstre que as idéias veiculadas por você não são “coi-sas de outro mundo”, mas se relacionam à rotina de traba-lho e estão ancoradas em outras idéias já conhecidas portodos. Para isso, basta que o texto se articule a outros ouque apresente informações novas a partir de outras jásabidas coletivamente;
explore a emoção para “dar uma forcinha” para a memó-ria, faça relações com experiências que já deram certo, comvalores morais (isso provoca o interlocutor);
seja claro; as pessoas não se interessam por obscuridades;também elimine as informações incoerentes que são arma-zenadas na memória de curto prazo e eliminadas em se-guida: segundos depois de recebidas, já nem se sabe dizero que se ouviu;
tente tornar seu interlocutor partícipe de suas idéias, envol-va-o. Para isso, basta que ele tenha ação: opine, analise,critique, discorra;
quando for possível, apresente as idéias em forma de desa-fios que precisam ser enfrentados em equipe, ou em forma
20 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 de enigmas cuja solução depende do trabalho/empenho detodos; e
toda comunicação precisa ser uma comunicação impor-tante para que as pessoas não tenham a sensação de queestão perdendo tempo e para que a valorizem. Afinal, porque dar resposta a algo que não faz diferença alguma?
Seguindo as técnicas de comunicação escrita esboçadas ante-riormente, com certeza você produzirá textos mais eficientes. É im-portante que você tenha clareza de que quando nos referimos a escre-ver bem ou a texto eficiente não estamos falando de texto escrito semerros gramaticais e com vocabulário rico. Claro que isso favorece acompreensão do texto, mas não garante eficiência.
Caro estudante!
Ao término desta seção sobre técnicas de comuni-cação escrita, queremos reforçar nosso estudo, lem-brando-o de que a comunicação escrita eficiente éaquela que: transmite uma mensagem e torna opensamento comum; produz uma resposta adequa-da e consegue persuadir o interlocutor. Coloqueem prática essas técnicas estudadas com a resolu-ção da atividade número 2 ao final desta Unida-de. Em seguida, estudaremos como produzir senti-do a partir da leitura! Bons estudos!
Leitura: o sentido está para além do texto
Quando refletimos sobre a atividade de leitura de um texto, te-mos a tentação de pensar que os sentidos já estão todoslingüisticamente construídos nele e que, para cumprirmos nossa fun-ção de leitores, basta corrermos os olhos pelo papel e encontrarmosas respostas. Se fosse assim tão simples chegar à compreensão, pro-duzir sentido pela leitura não ofereceria dificuldades a ninguém.O que vem à tona, neste momento, é justamente a afirmação de quenada na linguagem é transparente.
21Período 2
UNID
ADE
1 Existem algumas marcastextuais que funcionam como pis-tas lingüísticas (palavras, expres-sões e construções sintáticas) e quepermitem lermos informações nãoditas declaradamente, as chama-das informações implícitas.A essas informações, todo leitorproficiente tem condições de che-gar. Por outro lado, há sentidosconstruídos historicamente, ouseja, sentidos que não dependemde material lingüístico, mas de res-trições contextuais, como situação so-cial e experiência dos interlocutores,para serem produzidos. Essas inter-pretações, que não serão discutidasa fundo neste livro por questões detempo, são orientadas e acessadaspor interlocutores específicos, em função de sua historicidade.
Segundo Diedrich (2000), grande parte da comunicação hu-mana se dá por meio de informações que não são apresentadas expli-citamente nos textos, mas ficam subentendidas ou pressupostas nocontexto. Sem dúvida, uma leitura eficiente prevê que saibamos en-contrar, no interior do texto, também essas informações implícitas co-dificadas lingüisticamente e chamadas de pressupostos.
Elas costumam ser as informações mais preciosas de um texto,em especial dos humorísticos, pois exploram a habilidade de o leitorenxergar nas entrelinhas. Longe da ingenuidade do primeiro olhar,capturar as informações implícitas de um texto requer atenção e, aci-ma de tudo, leitura fruitiva.
Podemos ilustrar o olhar atento necessário à compreensão deinformações implícitas fazendo referência ao uso de palavras comoaté, apesar de, mais um/uma, verdadeiro, parar/suspender. Essas pala-vras são introdutoras de pressupostos, isto é, quando empregadas notexto, instauram sentidos que, mesmo não estando escritos de manei-ra posta, não podem ser negados, pois estão pressupostos. Veja osexemplos a seguir, já acompanhados da explicitação de seus pressu-postos (Quadro 1):
Informações implícitas
Para saber mais sobre informações pressupostas,
consulte a lição 20, de Platão e Fiorin (2003). Nes-
se texto, os autores também falam de subentendi-
dos, informações implícitas essencialmente pragmá-
ticas. Podem-se exemplificar os subentendidos com
a corriqueira cena:
Interlocutor 1: – Ai, que frio!
Interlocutor 2: – Vou fechar a janela.
A fala do interlocutor 1 foi interpretada pelo
interlocutor 2 como: quero que feche a janela! No
entanto, essa leitura é essencialmente pragmática,
tanto que poderia ser negada pelo interlocutor 1:
Interlocutor 1: – Ai, que frio!
Interlocutor 2: – Vou fechar a janela.
Interlocutor 1: – Não, vai ficar muito abafado. Eu
não quis dizer isso. Deixe-a aberta, por favor.
Tô a fim de saber
Leitura fruitivaLeitura fruitivaLeitura fruitivaLeitura fruitivaLeitura fruitiva – é uma
leitura prazerosa, agradável.
Fonte: Houaiss (2001).
22 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1
Quadro 1: Expressões que introduzem pressupostosFonte: elaborado pelos autores
Maria entra na festa e alguémdiz:– AtéAtéAtéAtéAté a Maria veio.
Alguém comenta o desempenhode uma vereadora:– Ela é uma vereadora eficiente,apesar deapesar deapesar deapesar deapesar de ser mulher.
Manchete de jornalArgentina enfrenta mais umamais umamais umamais umamais umaforte crise político-econômica.
Capa de um livro de HistóriaA verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeira história do Brasil
Manchete de jornalEstado suspende suspende suspende suspende suspende abastecimen-to gratuito de água a populaçõesatingidas pela estiagem.
Maria não costuma ir a festas, se atéatéatéatéaté ela foi,pressupõe-se que muitas outras pessoas devemestar no local. O uso da expressão em negritoimprime um elemento surpreendente à afirmação.
É surpreendente que uma mulher seja compe-tente na função de vereadora (uso de apesarapesarapesarapesarapesardedededede para relacionar as duas informações). Haviauma expectativa negativa. Pode-se fazer relaçãocom a visão histórica de que a política deve serfeita por homens.
Já houve outras crises do gênero enfrentadaspelo país; a noticiada é mais umamais umamais umamais umamais uma. Caso fossea primeira, não seria possível afirmar que émais uma crise vivenciada pela Argentina.
Existem outras histórias, contidas em outroslivros, que são inverídicas. Daí a justificativapara essa se chamar de verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeira.
Estado estava abastecendo gratuitamente aspopulações atingidas pela estiagem com água.Por isso justifica dizer suspendesuspendesuspendesuspendesuspende. Só é possívelsuspender algo que estava ocorrendo antes.
Nos exemplos apresentados no Quadro 1 é possível percebercomo informações pressupostas permeiam os textos em geral, inclusi-ve textos empresariais e oficiais. Se em casos mais simples, informa-ções introdutoras de pressuposição exercem tanta força, devemos ternoção de que em textos completos e mais complexos os efeitos dospressupostos se potencializam. Complementarmente, observe o casoda anedota que segue (Quadro 2):
A garota conversa seriamente com a mãe:
– Ah! mãe... O meu namorado gasta uma grana pretacomigo toda vez que saímos. É restaurante, é teatro, ébarzinho, é danceteria... Desse jeito, ele vai ficar semnada. Como é que eu posso impedir isso?
A mãe, sábia e experiente, sorri e dá uma respostadefinitiva:
– Simples, filha. Simples. Basta casar com ele.
SOLUÇÃO
Quadro 2: Exemplo de informações implícitasFonte: Diedrich (2000, p. 3)
23Período 2
UNID
ADE
1Nessa anedota, como em muitas outras, a informação maispreciosa não é apresentada verbalmente. Espera-se que o leitor che-gue a ela por meio da interpretação de informações apontadas nointerior do texto, mas não explicitadas. Ou seja, na fala apresentadapela personagem-mãe, o casamento simboliza o fim dos gastos comrestaurante, teatro, barzinho, danceteria; o que leva o leitor a inferirque o homem, depois de casado, não promove mais esse tipo de en-tretenimento para o casal. Pode-se deduzir também que a mãe afirmaisso baseada na experiência pessoal ou nas experiências de outrasmulheres, o que leva o leitor a generalizar a informação.
Certamente, trata-se de uma anedota preconceituosa, que visaa reafirmar o estereótipo traçado acerca do comportamento do ho-mem casado. Entretanto, garante o humor, uma vez que explora a ca-pacidade do leitor de entender nas entrelinhas. Nesse texto, existemrelações estabelecidas entre o texto e quem o lê que permitem se che-gar ao sentido; e essas relações têm a ver com as experiências vividaspelos sujeitos.
Construir a competência leitora é um exercício que requer ha-bilidade para perceber e compreender informações implícitas. Os pro-fessores Platão e Fiorin (2003, p. 3) afirmam que:
[...] ler com proficiência implica ser capaz de apreender ossignificados inscritos no interior de um texto e de correlacionartais significados com o conhecimento de mundo que circulano meio social em que o texto é produzido. Produzir bom textoimplica a capacidade de, por meio dele, atingir o resultadoque se tem em mente.
Caro estudante!
Ao final desta seção, esperamos ter demonstradoos caminhos que devemos percorrer quando noscolocamos na posição de leitores. Com certeza,essa posição requer de nós muita atenção einteração com o que estamos lendo. Só assim con-seguimos mergulhar no texto e encontrar o que estásubmerso nele e constitui sua mensagem (os senti-dos). Exercite sua posição de leitor com as ativida-des propostas ao final da Unidade. Bom trabalho!
24 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 rRRRRResumindoesumindoesumindoesumindoesumindoNa etapa que percorremos até aqui, discutimos a noção
de texto e percebemos que para dizer texto étexto étexto étexto étexto é... temos de levar
em consideração aspectos mais relevantes que tamanho, as-
sunto, estilo e gramática: levamos em consideração a constitui-
ção de sentido e a veiculação de mensagens. Sobre a produção
de sentido, vimos técnicas de comunicação escrita que podem
nos auxiliar a comunicar idéias de maneira eficiente (de modo
a produzir as respostas esperadas) e também discutimos como
produzir sentidos na leitura eficiente, ou seja, como olhar para
além do texto, mas a partir dele. Agora, vamos em frente. Na
Unidade 2, trataremos de elementos relevantes à produção es-
crita! Bons estudos!!
25Período 2
UNID
ADE
1AAAAAtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprendizagemendizagemendizagemendizagemendizagem
Para que você possa certificar-se de que entendeuo que foi abordado nesta Unidade, apresentamosalgumas atividades. É importante que você enca-minhe as respostas ao seu tutor através do AVEA.Caso encontre dificuldades, volte, releia o texto etambém busque auxílio junto ao seu tutor.
1) A exemplo da explicação que anteriormente fornecemos para a Figu-
ra 1, proceda à explicação da Figura 2, produzida pelo cartunista
Laerte (2008). Perceba que você deve explicitar a leitura que se
tem da figura e aplicar os conhecimentos que construímos sobre a
noção de texto. Atente para a polissemia do verbo “mexer” e pesquise
sobre Neanderthal (ou Neandertal) para compreender por que esse
local foi citado no contexto da tira a seguir.
Figura 2: Exercício de produção de sentidosFonte: Laerte (2008)
2) Planeje uma forma de comunicar, por correio eletrônico, a mudança
de procedimentos de padrão de uma empresa. Lembre-se de que
mudanças costumam provocar resistências: como vencê-las? Empre-
gue, no texto que vai elaborar, as técnicas de comunicação escrita
estudadas nesta seção e atente para a contextualização a seguir.v
Na Unidade 4, realiza-
remos o estudo detalha-
do desta forma de co-
municação cada vez
mais empregada no
meio empresarial.
26 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
1 ContextualizaçãoContextualizaçãoContextualizaçãoContextualizaçãoContextualização: Em uma empresa que renova documentos, há
filas de espera significativas, o que tem deixado os clientes insatis-
feitos. Tudo acontece porque há um grande questionário a ser preen-
chido toda vez que o cliente chega. Um dos funcionários da empresa
teve a idéia de disponibilizar o questionário via internet, para ser
preenchido previamente por quem assim desejar proceder. A idéia é
boa e agilizaria os trabalhos, mas há uma equipe contrária à mudan-
ça. Como comunicar a implementação da idéia sem gerar indisposi-
ção, conflito entre funcionários e, o pior, insatisfação ou ausência de
resposta dos interlocutores?
3) O Texto 1, abaixo, foi retirado de um almanaque do início do Século
XX. Em uma primeira leitura, percebe-se que a forma não corresponde
à ortografia oficial do Português brasileiro atual. Em uma leitura aten-
ta, percebe-se, também, que o que pode ser deduzido do conteúdo
do texto não está adequado à visão de mundo deste novo século. Já o
Texto 2, também a seguir, foi retirado da Revista Veja de 22/07/98.
Texto 1
“A memoria funciona melhor no verão do que no inverno,
segundo assegura um médico francez. Isso explica porque
os povos dos climas torridos são em geral de raciocinio
mais rapido do que os dos climas termperados ou glaciaes.
Pode ser que sim. Mas os africanos desmentem essa regra,
que, como todas as outras, tem excepções.” (Almanaque
Eu sei Tudo, 1922).
Texto 2
“Por determinação genética, os negros retêm até 30% a mais
de nicotina do que os brancos, mostra um estudo da Univer-
sidade da Califórnia. São por isso mais vulneráveis ao vício e
mais suscetíveis às doenças relacionadas ao cigarro.”
a) Explique a frase do Texto 1 “Mas os africanos desmentem
essa regra, que, como todas as outras, tem excepções.”, de
maneira a demonstrar o que está implícito.
b) O Texto 2 apresenta o mesmo tipo de visão sobre a etnia
negra, expresso no Texto 1? Justifique.
27Período 2
UNID
ADE
14) Em fins de 1997, um jornalista do Jornal das Letras (Lisboa) per-
guntou ao escritor português José Cardoso Pires se seu nome seria
uma boa indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, junto com os
nomes, sempre lembrados pela imprensa, de José Saramago e António
Lobo Antunes. Cardoso Pires deu a seguinte resposta:
A imprensa tem lá as suas razões. Durante anos e anos passeia vida a assinar papéis a pedir um Nobel para um escritorportuguês e isso não serviu de nada. De modo que o facto daimprensa agora prever isto ou aquilo... Uma coisa eu sei: oPrémio Nobel dado a um escritor português de qualidade be-neficiava todos os escritores portugueses. Que todos gostari-am de ter o Prémio Nobel também é verdade, mas se umganhar ganhamos todos. De qualquer modo o critério actual éo dos mais traduzidos e os mais traduzidos são o Saramago eo Lobo Antunes. Eu sou menos. Mas isso não me preocupanada. Sinceramente.
Sabemos que, em 1998, José Saramago ganhou o Nobel
de Literatura. Com base em qual passagem do texto pode-
ríamos desconfiar que, na opinião do entrevistado, o ven-
cedor não é necessariamente o melhor? Explique.
Objetivo
Nesta Unidade vamos apresentar e discutir os
principais elementos envolvidos na eficiente
elaboração de textos empresariais; e pontuar
problemas comuns enfrentados no processo de
elaboração escrita.
2UNIDADE
Elaboração de textos:aspectos de construção
30 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2
31Período 2
UNID
ADE
2A nova comunicação escrita
Caro estudante!
Nesta Unidade de trabalho, vamos desenvolver umestudo prático dos elementos envolvidos no pro-cesso de construção de textos acadêmicos, técni-cos e, principalmente, empresariais. Nosso propó-sito é dar destaque a aspectos de elaboração tex-tual que lhe auxiliem no desenvolvimento da escri-ta clara e objetiva, sem pedras pelo caminho.
Dedique-se à leitura e às atividades propostas, afim de que tire todo proveito desta Unidade. Dese-jamos a você um excelente trabalho!
or muito tempo, acreditou-se que a boa escrita era própria depessoas que com habilidade reproduziam o classicismo dos gran-des autores literários. A herança deixada por essa crença foi um
estilo pomposo, que reproduzia expressões rebuscadas caracterizadorasde textos arcaicos. Os modelos clássicos eram considerados o padrãode escrita formal e acabavam por nortear a elaboração dos textosempresariais e oficiais. Hoje há uma concepção bem distinta do queseja a boa escrita.
Escrever bem na atualidade tem relação com eficácia comuni-cativa. Entre os objetivos dos textos empresariais está a vinculação demensagens claras, por meios funcionalmente práticos, sem obscuri-dades: tudo para que a informação seja precisa e objetiva epara que não haja problemas de entendimento. Nos textosempresariais, deseja-se que a resposta ao que se está transmitindoseja sempre rápida, eficiente e correta.
De encontro à objetividade e à precisão da escrita vão, porexemplo, as ambigüidades. Elas são casos claros de construção escri-ta obscura. Diante de um texto que permita duas leituras, quer dizer,duas interpretações, qual escolher? Veja o exemplo a seguir. Os recur-sos pertencem a quem? Ao escritório? Ao diretor?
P
ArcaicoArcaicoArcaicoArcaicoArcaico – é o adjetivo atri-
buído ao que se considera
u l t r a p a s s a d o ,
desatualizado. Assim, dizer
que "O texto possui voca-
bulário arcaico" é o mesmo
que dizer que utiliza pala-
vras antigas, obsoletas, em
desuso. Fonte: Houaiss
(2001)
32 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Prezado diretor, este escritório contará com a disponibilização de to-dos os seus recursos para pagamento a destempo da fatura vencidaem 10/02/2008.
Assim como está redigido, o trecho permite que se entenda tan-to que (a) os recursos a se utilizar para o pagamento da fatura são deposse do escritório quanto que (b) são recursos pertencentes ao dire-tor. Como é pouco comum uma empresa utilizar recursos de pessoafísica para pagamento de suas despesas, é possível inferir (e isso seriaótimo para as finanças do diretor em questão) que são fundos perten-centes ao escritório. Mas isso não está escrito, é apenas uma inferência.
O texto empresarial deveria deixar clara sua interpretação, poisinferências são pessoais, isto é, não são realizadas do mesmo modopor todos os leitores. Para o caso citado, seria perfeitamente possívelque alguém inferisse o contrário, que os recursos são do diretor e nãodo escritório. O exemplo dado anteriormente ilustra um texto obscuro,vago, impreciso e que não coincide com a escrita que nos é exigidodesenvolver, uma vez que o novo estilo de redação requer clare-za, correção e ausência de informações dúbias.
O advento que pode ser considerado a mola propulsora damudança no estilo redacional é a informatização do conhecimento.Com ela, um ritmo novo se instalou nas relações comerciais e empre-sariais a partir de critérios como acessibilidade, agilidade, simplici-dade e eficiência. O modelo de escrita arcaica não servia mais paraas novidades de mercado, tampouco cumpria esses critérios.
A este ponto, “o que se diz” começou a ter mais valor que o“como se diz” e a popularização das informações pelo canal das no-vas tecnologias passou a exigir rapidez de compreensão, o que impli-ca... (Quadro 3)
vSe você deseja saber
mais sobre a relação
entre desenvolvimento
econômico e a mudan-
ça no estilo redacional,
leia o Capítulo 1 do li-
vro Redação Empresa-
rial: escrevendo com
sucesso na era da
globalização, de Miriam
Gold (2005). Referên-
cia completa ao final
deste livro.
...AUSÊNCIA DESTES OBSTÁCULOS:
rebuscamento;
polissemia;
ambigüidade;
vícios e clichês de linguagem.
...PRESENÇA DESTES ELEMENTOS:
padronização e uniformidade dos do-cumentos;
linguagem simples, mas formal;
coerência;
clareza;
concisão e objetividade.
Quadro 3: Implicações para o novo estilo redacionalFonte: elaborado pelos autores
33Período 2
UNID
ADE
2A compreensão de cada um dos pontos anteriores será atingi-da no estudo das seções a seguir, em que, separadamente, vamosconceituá-los e exercitá-los a fim de que se tornem conhecimentospráticos aplicados à escrita empresarial.
Caro estudante!
Nesta primeira seção da Unidade 2, buscamos pon-tuar as mudanças ocorridas ao se estabelecer onovo estilo redacional. Trata-se de modernizar ostextos empresariais e oficiais, a fim de que se tor-nem mais simples, claros e diretos. Agora, vamosexercitar a leitura interpretativa, a reescrita e asubstituição vocabular com as atividades 1 e 2apresentadas ao final da Unidade. Não esqueçade encaminhá-las para seu tutor através do AVEA.Bom estudo!
O Emprego da Linguagem Formal
Normalmente, quando pensamos em nossa língua materna,pensamos em algo uniforme e permanente. Apenas com um olhar maisatento é possível perceber que a língua não é nem uma coisa nem outra.
Se a língua portuguesa fosse permanente, estaríamos falando amesma língua que os portugueses falavam quando chegaram ao Bra-sil, em 1500 (nem os portugueses falam a língua daquela época). Oportuguês brasileiro mudou e continuará mudando, pois esse é o cur-so natural para as línguas naturais.
A nossa língua também não é uniforme; constituída em cama-das, ela é várias... várias línguas em uma só. Por essa razão é quefalamos em diferenças ou níveis de linguagem. Isso acontece, pode-mos imaginar, porque cada situação comunicativa específica (de acor-do com os interlocutores envolvidos e com o grau de formalidade)exige sua linguagem característica, apropriada.
Isso implica ter uma linguagem possível para bate-papos infor-mais na internet, para os bilhetinhos familiares e outra linguagem apro-priada para a redação empresarial, por exemplo. O que se aplica
vOu as línguas, já que
isso vale também para
o inglês, o francês, o ir-
landês.
34 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 ao contexto escrito empresarial e oficial é a linguagem for-mal. Vamos caracterizá-la.
Em situações comunicativas informais ou mesmo em situaçõesmais formais, mas espontâneas, costumamos fazer uso de uma fala/escrita descontraída, natural: usamos a linguagem popular ou colo-quial. Por outro lado, em contextos comunicativos específicos, em tex-tos empresariais e oficiais, orais ou escritos, a linguagem que se exigeempregar é a de padrão formal.
Mas o que caracteriza a linguagem formal epor que é necessária?
Juntamente com a habilidade comunicativa, ela faz parte deum padrão lingüístico bastante valorizado na esfera profissional, cos-tuma ser critério de avaliação em concursos e seleções profissionais,além de ser a modalidade lingüística recomendada pelo Manual deRedação da Presidência da República, 2002 para atos e comunica-ções oficiais. A variedade formal da linguagem é regida pela:
...adequação às regras gramaticais: há rigor quanto à for-ma. Toda comunicação empresarial e oficial, para circulação internaou externa aos ambientes de trabalho, deve ser escrita de acordo comas regras gramaticais estabelecidas pela gramática normativa. Esse
padrão gramatical garante a pa-dronização de documentos e a cor-reção faz com que se evite produ-zir textos obscuros, ambíguos, in-compreensíveis por questões estru-turais.
Dentre as inadequaçõesmais habituais, costumam ser fre-qüentes as relacionadas a questõesde concordância e regência (nomi-nal e verbal), de colocação de ter-mos na oração (como colocaçãopronominal), de acentuação, depontuação e de uso equivocado depalavras com proximidades gráfi-
cas, mas grandes distâncias semânticas (como é o caso de iminente/eminente, ratificar/retificar, entre outros termos já repetidas vezeslistados em manuais de redação) Ao final desta Unidade, na seção
v
Essa mo-
dalidade
não segue
as regras
gramati-
cais da
n o r m a -
padrão da
l i n g u a -
gem, mas
sua própria norma, ca-
racterizada pelos co-
nhecidos vícios de lin-
guagem (perspectiva
tradicional-normativa),
por desvios da gramá-
tica tradicional, pelo
uso de expressões idi-
omáticas, expressões
grupais (gírias) ou ex-
pressões de baixo pres-
tígio social.
Apesar de enumerarmos alguns aspectos gramaticais que cos-
tumam oferecer dificuldades, não vamos estudá-los nesta disci-
plina. Para que você possa saber mais sobre cada um desses
tópicos ou sobre outros que lhe sejam de interesse, consulte as
gramáticas: Aprender e Praticar – de Mauro Ferreira (1992). O
autor expõe os conceitos gramaticais e os exemplifica ampla-
mente. Cada capítulo é seguido de um esquema-síntese do con-
teúdo estudado e de uma bateria de exercícios. E Moderna Gra-
mática Portuguesa – de Evanildo Bechara (2003), onde o autor
apresenta uma seqüência de estudo didática e bem exemplificada,
em que a análise lingüística é abordada de maneira crítica.
Tô a fim de saber...
35Período 2
UNID
ADE
2intitulada Problemas de Elaboração Textual, são discutidas outras ques-tões de escrita que se relacionam à linguagem formal.
...não-utilização de gírias, de expressões regionais, idi-omáticas ou populares: esses elementos, além de serem próprios asituações informais de comunicação, podem dificultar ou mesmoinviabilizar a compreensão de uma mensagem. São marcas caracte-rísticas de comunicação em ambientes familiares e formadores de umdiscurso estritamente grupal ou pessoal, não empresarial.
A redação oficial e a empresarial exigem que se contemple ocritério da uniformidade, o que pode ser realizado através do uso deelementos como a linguagem formal. Um dos aspectos relacionados aesse critério é a uniformidade de sentido. Imagine: como seria de difícilutilização para uma empresa um Regulamento que possibilitasse, paracada leitor, uma interpretação distinta das normas nele contidas?
Se esse Regulamento apresentasse em seu texto gírias ou ex-pressões regionais, poderia impossibilitar a compreensão para pesso-as que as desconhecessem, enquanto estaria dando privilégio de com-preensão aos integrantes do grupo usuário de tais expressões – isso nãoestaria de acordo com o critério da uniformidade, que prevê condiçõesde igualdade de leitura e compreensão do texto, sem distinções grupais.
Observe o que diz o Manual de Redação da Presidência da Re-pública sobre como se deve proceder para produzir textos compreen-síveis por todos:
Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma lingua-gem restrita a determinados grupos. Não há dúvida de que umtexto marcado por expressões de circulação restrita, como agíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, temsua compreensão dificultada (BRASIL, 2002, p. 5).
Na seção anterior, estudamos uma outra questão vocabular quepode prejudicar a compreensão do texto, já que compromete a clare-za das informações: o uso de arcaísmos. Assim como as gírias e asexpressões regionais, palavras em desuso são obstáculos para o en-tendimento das idéias veiculadas. Como são palavras ou expressõesobsoletas, seu significado pode ser tão enigmático quando o de umagíria desconhecida.
...impessoalidade: a preferência pela impessoalização de tex-tos formais (técnicos, empresariais, oficiais) decorre, primeiro, da ne-cessidade de a ênfase dos documentos recair sobre as informações
vManual de Redação da
Presidência da Repúbli-
ca disponível em: http:/
/www.planalto.gov.br/
C c i v i l _ 0 3 / m a n u a l /
index.htm
36 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 que contêm e não sobre quem os escreve; depois, de não se desejarmarcar o autor dos textos como “dono” das idéias que estão sendocomunicadas por ele, o que poderia dar a elas pouco crédito, já queseriam avaliadas de uma posição pessoal e individualizada e nãoinstitucional e coletiva, como deve ser.
Proceder à impessoalização não é tarefa complexa. Há formassimples e bem usuais que servem ao apagamento das marcas de pes-soa do texto sem, contudo, apagar as marcas de autoria. Dentre asformas de se atingir a impessoalidade, estão:
A preferência às estruturas passivas, com apagamento deagente.
O Edital de Abertura nº 47/2007 foi publica-do na última semana.
Os gabaritos de provas foram divulgados.
O uso da primeira pessoa do plural com referenciação ge-nérica
Publicamos o Edital de Abertura nº 47/2007na última semana.
Divulgamos os gabaritos de provas.
O uso de construções verbo + se
Publicou-se o Edital de Abertura nº 47/2007na última semana.
Divulgaram-se os gabaritos de provas.
Com clareza dos passos que devemos seguir para produzir tex-tos oficiais e empresariais dentro do padrão normativo, vamos observá-los atentamente e colocá-los em prática no momento em que estiver-mos produzindo nossos próximos textos.
Concluímos o estudo de mais uma seção!
Se você desejar saber mais sobre adequação da lingua-gem e emprego de linguagem formal, consulte o Manu-al de Redação da Presidência da República, 2002.
Nas atividades propostas ao final da Unidade (3 e4), queremos convidá-lo a aguçar sua capacidadede identificação de problemas de inadequação delinguagem em textos formais. Bom trabalho!
37Período 2
UNID
ADE
2Aspectos de Coerência
A produção de um bom texto requer atenção à coerência dasidéias que se expressam nele. Pode-se até dizer que não há texto ade-quado que prescinda de coerência: ela é um elemento-chave paraa boa escrita. Essa regra se aplica não apenas aos textos empresa-riais, como também a toda escrita literária e não-literária. Mas o queé coerência, afinal?
Coerência é a unidade semânticado texto. Quando não há informações con-traditórias entre as partes integrantes do todotextual e a seqüência de informações obedeceà ordenação/relação lógica esperada, com co-nexão adequada entre os segmentosdiscursivos, então, é possível dizer que se tra-ta de um texto coerente. Vejamos cada umdesses atributos que caracterizam a coerência.
A não-contradição é o ponto de par-tida. Cada informação apresentada precisa es-tar em sintonia com a significação global dotexto, em outras palavras, cada seqüência dotexto (expressão lingüística, oração, período,parágrafo) deve estar interligada com as de-mais e todas, juntas, “firmam um acordo mú-tuo” de sentido. Isso permite dizer que há inter-relação e interdependência entre as partes do texto. Nenhum segmen-to discursivo tem autonomia de sentido; tanto a significação do tododepende da relação das partes quanto a significação destas dependedo conjunto do texto.
Um exemplo de ausência da relação semântica descrita anteri-ormente pode-se ter na seqüência seguinte, em que o último período,destacado no texto, não está em harmonia de sentido com o que oprecede. A relação que há entre as duas partes não é lógica, produzin-do-se uma incoerência:
Na última reunião do Conselho Diretor desta empresa, deci-diu-se: em primeiro lugar e em caráter emergencial, proceder àcorreção e à substituição dos procedimentos que comprome-tem a eficiência e o sigilo do banco de dados de clientes; em
É freqüente a divisão que classifica os textos em
literários e não-literários. Em geral, chamam-se li-
terários aqueles em que predomina a função esté-
tica, os sentidos figurativos, a sensibilidade artís-
tica, a plurissignificação da palavra e a linguagem
literária (poema, conto, romance, entre muitos
outros). Os textos não-literários são produções aca-
dêmicas, técnicas ou empresariais, em que o com-
promisso se estabelece com a verdade dos fatos
veiculados; estão direcionados à razão, não à emo-
ção, empregam a palavra em seu sentido utilitário
e literal e, ainda, intencionam atingir estilo claro,
objetivo e conciso. Para saber mais sobre esse as-
sunto, você pode consultar Flôres et alii (1994).
Tô a fim de saber...
38 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 seguida, promover o recadastramento da carteira de clientesativos nos últimos dois anos. Por essa razão, informa-seque já fora contatada empresa especializada em forma-ção e aperfeiçoamento profissional de vendedores e re-presentantes comerciais, com o intuito de melhorar aparticipação direta dos colaboradores em projetos deexpansão de mercado.
No texto anterior, o primeiro período informa duas decisõescomplementares tomadas pelo Conselho Diretor de uma empresa qual-quer: solucionar problemas relativos à falta de eficiência e sigilo dobanco de dados de clientes e atualizar a carteira de clientes ativos nosúltimos dois anos. O período seguinte, que está destacado no texto,informa que, “por essa razão”, contratou-se uma empresa de aperfei-çoamento profissional de vendedores e representantes comerciais comvistas à participação dos colaboradores em projetos de expansão demercado. Onde está a incoerência?
O texto, tal como foi construído, não mantém relações lógicasentre o que se decidiu na reunião do conselho editorial e o encami-nhamento dado após a reunião. Ao iniciar o segundo período com “poressa razão”, cria-se a expectativa de que haverá continuidade semânti-ca das informações expostas no primeiro e de que o segundo períodocontém informações conseqüentes do que foi dito anteriormente.
Nesse ponto começa a incoerência. É ilógico dizer que a for-mação e o aperfeiçoamento dos profissionais de venda para sua me-lhor participação em projetos de expansão de mercado é conseqüên-cia da reformulação do banco de dados e da atualização da carteirade clientes. É ilógico concluir o segundo período no texto apartir do primeiro. Pode-se dizer que a função desse texto-exemploera a de informar decisões tomadas em uma reunião (e isso é bemconstruído pelo primeiro período) e as ações tomadas em virtude des-sas decisões (mas isso não acontece).
As ações que são apresentadas como resultantes das delibera-ções da reunião não servem à relação causa e conseqüênciaestabelecida com o primeiro período. Como resolver o problema?A incoerência poderia ser eliminada de duas maneiras:
a) substitui-se o segundo período por uma verdadeira conse-qüência da primeira parte do texto; ou
39Período 2
UNID
ADE
2b) elimina-se a relação de causa e conseqüência entre os doisperíodos do texto. Vejamos como ficariam as duasreformulações.
Reformulação (a): o segundo período passa a conter umaverdadeira conseqüência do primeiro. Nesta reescrita, a re-lação de causa e conseqüência torna-se lógica porque aexpressão lingüística “por essa razão” introduz, no segun-do período, uma informação que, diferentemente doexemplificado antes, pode funcionar como conseqüênciado que se diz no primeiro, sem restrições de sentido.
Na última reunião do Conselho Diretor desta empre-sa, decidiu-se: em primeiro lugar e em caráteremergencial, proceder à correção e à substituição dosprocedimentos que comprometem a eficiência e o si-gilo do banco de dados de clientes; em seguida, pro-mover o recadastramento da carteira de clientes ati-vos nos últimos dois anos. Por essa razão, informa-seque já se solicitou ao Conselho a aquisição de novosistema para cadastro e armazenamento dos dados,assim como a ampliação do quadro pessoal respon-sável pela transição de um sistema a outro.
Reformulação (b): não há mais relação de causa e con-seqüência entre as duas partes textuais, mas de adição.Nesta reescrita, o texto recebe a função de veicular idéias-chave distintas e a divisão em parágrafos deixa isso aindamais explícito. No primeiro parágrafo são transmitidas deci-sões do Conselho Diretor, no segundo, é comunicada umaação possivelmente já anunciada e esperada pelo coletivo.
Informa-se que, na última reunião do Conselho Dire-tor desta empresa, decidiu-se: em primeiro lugar e emcaráter emergencial, proceder à correção e à substi-tuição dos procedimentos que comprometem a efici-ência e o sigilo do banco de dados de clientes; emseguida, promover o recadastramento da carteira declientes ativos nos últimos dois anos.Comunica-se, ainda, que já fora contatada empresaespecializada em formação e aperfeiçoamento profis-sional de vendedores e representantes comerciais,com o intuito de melhorar a participação direta doscolaboradores em projetos de expansão de mercado.
40 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Conforme demonstramos, a elaboração escrita com coerên-cia é resultado da adequada conciliação das partes do tex-to. Não se pode atingir esse resultado sem elaborar uma estruturatextual (introdução, desenvolvimento e conclusão) harmônica. Issoocorre porque o planejamento de cada uma das etapas do texto não“abre mão” do olhar para as demais.
Como na construção de um edifício, em que a planta é a estru-tura prévia onde se registram todas as idéias que se deseja executarna obra, o texto coerente (semanticamente bem articulado) precisa tersua planta, ser pensado, planejado antes de ser executado. Isso fazcom que:
a estrutura não se desgaste, pois se sabe quais materiaisempregar para cada necessidade de sustentação;
cada andar esteja dentro da capacidade da base e do(s)andar(es) anterior(es), sem exceder os limites de carga; e
todos os andares estejam alinhados, obedecendo à padro-nização estética escolhida que permite, ao mesmotempo, que se reconheça e se compreenda o todo(edifício/texto) e as partes (andares/seqüências tex-tuais).
Outra semelhança entre textos e edifícios sãoos corredores, as escadas e os elevadores. Tanto nointerior dos edifícios quanto no interior dos tex-tos encontramos mecanismos que nos levamde uma parte a outra, que possibilitam o trân-sito de um espaço a outro e estabelecem aligação adequada. Assim como há diferençasentre corredores, escadas e elevadores, também oselementos de coesão do texto se distinguem entre si(na forma e na função).
As diferenças mais significativas dizem res-peito à função dos elementos conectores, pois, aocontrário do que se pode pensar, esses elementosfazem muito mais que ligar seqüências textuais: são
também construtores do sentido do texto. A seguir, identificaremos al-guns deles, as suas relações semânticas e compreenderemos comoutilizá-los adequadamente.
vSobre esse as-
sunto, vimos, na
Unidade 1, como
a combinação
das partes de um tex-
to contribui para se
gerar determinados
sentidos.
Tradicionalmente, elementos de coesão (ou
conectores) são palavras ou expressões res-
ponsáveis por encadear seqüências textuais.
Um exemplo é o “mas”, na frase: O prazo foi
prorrogado, mas os relatórios não ficaram
prontos. Como entenderemos que essas pa-
lavras e expressões vão além das ligações,
também estabelecem relações complexas de
sentido, serão chamadas aqui de operadores
argumentativos. No exemplo anterior, além
de ligar duas idéias, o operador instaura a
leitura de que era esperado que, com a pror-
rogação dos prazos, os relatórios ficassem
prontos - apresenta uma oposição.
Tô a fim de saber...
41Período 2
UNID
ADE
2Os operadores argumentativos: ligaçõessemânticas importantes para a boa escrita...
Nos textos, os mecanismos de conexão são operadoresargumentativos que, além de ligar informações, imprimem força desentido à medida que promovem ou reforçam relações semânticas entreas idéias que relacionam. Por essa razão, a escrita de um textocoerente passa pela escolha e pelo emprego de elementosarticuladores apropriados a cada relação de sentido existen-te. Podemos observar, nos exemplos do Quadro 4, como as mesmasinformações podem se relacionar distintamente e produzir diferentessentidos, dependendo do operador argumentativo que as encadeia.
Conclusão
Causa
Conseqüência
Condição
Tempo
(1) Essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas claras e pertinen-tes, portantoportantoportantoportantoportanto, todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
(2) Essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas claras e perti-nentes. Desse modoDesse modoDesse modoDesse modoDesse modo, todos ficam atentos durante as reuniões quepreside.
(3) Essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas claras e perti-nentes. AssimAssimAssimAssimAssim, todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
(4) Uma vez queUma vez queUma vez queUma vez queUma vez que essa diretora toma o cuidado de elaborar pautasclaras e pertinentes, todos ficam atentos durante as reuniões quepreside.
(5) Todos ficam atentos durante as reuniões que preside, porqueporqueporqueporqueporqueessa diretora toma o cuidado de elaborar pautas claras e pertinentes.
(6) ComoComoComoComoComo essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas claras epertinentes, todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
(7) Essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas tão claras e per-tinentes quequequequeque todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
(8) TTTTTamanhoamanhoamanhoamanhoamanho é o cuidado que essa diretora toma ao elaborar pautasclaras e pertinentes quequequequeque todos ficam atentos durante as reuniões quepreside.
(9) SeSeSeSeSe essa diretora tomasse o cuidado de elaborar pautas claras epertinentes, todos ficariam atentos durante as reuniões que preside.
(10) A menos queA menos queA menos queA menos queA menos que essa diretora tome o cuidado de elaborar pautasclaras e pertinentes, todos ficarão desatentos durante as reuniõesque preside.
(11) QuandoQuandoQuandoQuandoQuando essa diretora toma o cuidado de elaborar pautas clarase pertinentes, todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
(12) Cada vez queCada vez queCada vez queCada vez queCada vez que essa diretora elabora pautas claras e pertinen-tes, todos ficam atentos durante as reuniões que preside.
ESSA DIRETORA TOMA O CUIDADO DE ELABORAR PAUTAS CLARAS E PERTINEN-TES. TODOS FICAM ATENTOS DURANTE AS REUNIÕES QUE PRESIDE.
Quadro 4: Emprego de alguns operadores argumentativosFonte: elaborado pelos autores
42 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Nos exemplos de (1) a (12) o emprego dos operadoresargumentativos estabelece a relação semântica entre as informaçõesveiculadas. É possível notar que certos operadores mantêm a mesmasignificação e são intercambiáveis, isto é, são sinônimos – caso de(1), (2) e (3) ou de (4), (5) e (6). Por outro lado, há operadores que nãotêm proximidade semântica e pertencem a “grupos” distintos, pois es-tabelecem diferentes relações de sentido e, quando substituem uns aosoutros, alteram a significação – caso de (3) e (4) ou de (10) e (11).
Se você ler com atenção o exemplo (10), vai perceber que alémda mudança de operador argumentativo e dos pequenos ajustes ne-cessários à construção, houve uma troca vocabular: a palavra “aten-tos” foi substituída por “desatentos”. Por que isso aconteceu? Vejacomo ficaria o exemplo sem a troca vocabular:
(13) A menos que essa diretora tome o cuidado de elaborar pautasclaras e pertinentes, todos ficarão atentos durante as reuniões quepreside.
Você percebe alguma incoerência?
Leia (13) mais uma vez.
Ao criar uma condição, a expressão “a menos que” estabelecea pressuposição de que as pautas até então não são claras nem perti-nentes e disso resulta a atenção às reuniões. É ilógico (incoerente)afirmar que a atenção às reuniões é ocasionada pela falta de rele-vância e de clareza das pautas. Espera-se que a desatenção sejacausada por esses fatores.
O uso inadequado de operadores argumentativos é uma causamuito comum de incoerência textual. Veja os exemplos (14a), (15a) e(16a), a seguir, nos quais se tem primeiro uma relação inadequada desentido e, depois, a reescrita com a relação adequada:
Emprego inadequado dos operadores argumentativos:
(14a) Não serão realizadas novas contratações neste mês, pois hou-ve um considerável aumento na arrecadação.
(15a) Há participação dos funcionários nos lucros da empresa, por-tanto, não terão interesse na elaboração de projetos de expansão demercado.
(16a) Há participação dos funcionários nos lucros da empresa, con-tudo, terão interesse na elaboração de projetos de expansão de mer-cado.
43Período 2
UNID
ADE
2Emprego adequado dos operadores argumentativos:
(14b) Não serão realizadas novas contratações neste mês, apesar deter havido um considerável aumento na arrecadação.
(15b) A menos que haja participação dos funcionários nos lucros daempresa, não terão interesse na elaboração de projetos de expansãode mercado.
(16b) Há participação dos funcionários nos lucros da empresa, logo,terão interesse na elaboração de projetos de expansão de mercado.
Percebeu a relevância dos operadoresargumentativos? Eles são excelentes mecanismoslingüísticos para amarrar nossas idéias e dar aotexto escrito maior enriquecimento e relações desentido mais evidentes.
No Quadro 5, mostrado a seguir, estão relacionados al-guns operadores argumentativos ou expressões lingüísticas comforça argumentativa que você pode empregar como elementosencadeadores em seus textos – estão agrupados de acordo coma relação semântica que estabelecem.
Embora a lista pareça longa, não
esgota as possibilidades. Há
muitos outros operadores
argumentativos que não estão
listados aqui. Atente também
para o fato de um mesmo ope-
rador poder desempenhar mais
de uma função semântica, a
depender do contexto de uso. Por
exemplo, na frase: Quando ti-
ver dinheiro, viajo de férias.
Assim como podemos entender
uma relação temporal, há uma
relação condicional, pois tanto
se diz que... No momento em
que tiver dinheiro, viajo de fé-
rias. (temporal) ...quanto que
Se tiver dinheiro, viajo de féri-
as. (condicional)
Tô a fim de saber...
Quadro 5: Relações semânticas de alguns operadores argumentativosFonte: elaborado pelos autores
Operadores deAdição
Operadores deAlternância
Operadores deCausa
Operadores deConseqüência ede Conclusão
Operadores deComparação
Operadores deConformidade
Operadores deCondição
e, nem, não só...mas também, mas também, também,ainda, e ainda, além disso, tanto...como, nãoapenas...como, aliás, além do mais, além de tudo
ou, ou...ou, ora..ora, nem...nem, quer...quer,seja...seja
porque, pois, por, como, dado, visto, por causa de, devi-do à, em vista de, em virtude de, em face de, em razãode, já que, visto que, uma vez que, dado que
tão, tal, tamanho, logo, portanto, pois, assim, de modoque, de forma que, de maneira que, de sorte que, tantoque, assim sendo, sendo assim, desse modo, por isso,por conseguinte
como, qual, do mesmo modo que, como se, assimcomo, tal como, tal...qual, tal...tal, tanto...quanto
conforme, segundo, como, para, de acordo com, emconformidade com
se, caso, mediante, sem, salvo, contanto que, a não serque, a menos que, exceto se
44 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Operadores deFinalidade
Operadores deOposição
Operadores deProporção
Operadores deTempo
porque, para, para que, a fim de que, a fim de, com o propósitode, com o intuito de, com a intenção de
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, embora, muito embo-ra, apesar de, a despeito de, não obstante, se bem que, mesmoque, ainda que, posto que, por mais que, por muito que
à medida que, à proporção que, quanto mais... mais, quantomenos...menos
quando, enquanto, apenas, ao, mal, logo que, antes que, depoisque, desde que, cada vez que, todas as vezes que, sempre que,assim que
Quadro 5: Relações semânticas de alguns operadores argumentativosFonte: elaborado pelos autores
Saiba mais...Concluímos o estudo da coerência!
Para saber mais sobre coerência textual, sobre o uso e sobre a função dosoperadores argumentativos nos textos, você pode consultar as lições 24 e 25,de Platão e Fiorin (2003) – referência completa ao final deste livro.
Finalizada esta seção recomendamos que você váao final da Unidade, responda às atividades 6, 7,8 e 9 colocando em prática o que vimos e exerciteainda mais a leitura. Não deixe de enviar ao seututor através do AVEA. Bom trabalho!
Clareza
Você já viveu a experiência de ler uma frase, um parágrafo, oumesmo um texto todo e ter a impressão de que ele não diz nada ou deque é impossível compreender e sintetizar as informações nele conti-das? É muito provável que à escrita desse texto tenha faltado clareza.
Além da coerência que já estudamos, o bem redigir requerque a clareza esteja sempre presente. Ela é um princípio deescrita, ou seja, é fundamental: permite que as informações expostasem um texto sejam entendidas com facilidade, o que só se pode atin-gir quando o texto é inteligível = claro.
45Período 2
UNID
ADE
2Para escrevermos com clareza, além de muita prática eautocrítica, é necessário que dispensemos atenção para:
...a organização e a apresentação lógica das idéias: háquem reconheça ordem em meio ao caos, mas quem o fizer, deve so-frer um pouquinho para encontrar a ordem, não é mesmo? Essa é aposição do leitor diante de um texto em que não se obedece ao enca-deamento lógico das idéias.
Muitas vezes, não atingimos o princípio da clareza porque:
somos circulares na exposição do texto, escrevemos muito,dizendo sempre a mesma coisa com outras palavras;
não estabelecemos uma ordem adequada para as informa-ções que apresentamos;
construímos períodos demasiadamente longos, nos quaisinserimos uma série de informações complementares (ora-ções intercaladas); e
exageramos nos detalhes... às vezes os pormenores são tantosque no meio deles se perdem as informações, os fatos, oque era principal.
Escrever de maneira direta e hierarquizada, evitando a enume-ração de informações complementares intercaladas e a circularidadede sentido, é uma das maneiras de sermos claros. No texto a seguir,por exemplo, o que era foco se perdeu em meio a dados tangenciais:
Prezada Maria de Deus,
A fim de que haja mais comodidade, facilidade e seguran-ça em suas transações bancárias, a partir da segunda quinzenado próximo mês, você, tendo em vista que nosso banco tem amelhor tecnologia contra clonagem de cartões e que operamoscom o uso de cartões com moderno chip, oferecendo maior co-modidade para você no dia-a-dia e sem abrir mão da segurançade que você precisa, com uma facilitação ainda maior da suavida, não terá mais que digitar seu código de acesso para utilizaro cartão nos terminais de auto-atendimento.
Atenciosamente,
Seu Gerente.
vA ordenação cronológica
é a esperada para um
texto que realize relato,
por exemplo. Nesse
caso, os fatos preferen-
cialmente são apresen-
tados na seqüência tem-
poral em que ocorreram
– isso deixa a compre-
ensão muito mais aces-sível.
46 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Reescrito de maneira mais organizada, o texto ganha outracompreensão:
Prezada Maria de Deus,
A fim de que haja mais comodidade, facilidade e seguran-ça em suas transações bancárias, a partir da segunda quinzenado próximo mês, você não terá mais que digitar seu código deacesso para utilizar o cartão nos terminais de auto-atendimento.Nosso banco conta com uma moderna tecnologia contra clonagemque garante tudo o que você precisa: segurança no uso de seucartão com chip e maior comodidade para o seu dia-a-dia.
Atenciosamente,
Seu Gerente.
...a utilização de linguagem apropriada: tanto o vocabu-lário empregado quanto as construções devem ser precisos. Estrutu-ras com obscuridade de sentido (polissemia ou ambigüidade) ou pa-lavras e expressões distantes do vocabulário comum (como os jargõestécnicos ou termos muito sofisticados) são obstáculos para o entendi-mento do que se intenciona comunicar no texto.
Como estudamos no início desta Unidade, o novo padrão deescrita opta pela simplicidade (que nada tem a ver com pobreza) noestilo redacional. Isso ocorre porque o que se informa passou a termais valor do que o como se informa. Nesses termos, é importanteressaltar que o uso de um vocabulário simples e preciso, capaz deintercambiar idéias de maneira nítida e eficiente, é preferível à escritapomposa, excessivamente requintada ou técnica.
Observe, na anedota política a seguir, como o rebuscamento eo uso exagerado de termos técnicos impediram o autor da correspon-dência de atingir seus objetivos: comunicar a iminência de um desas-tre ecológico.
47Período 2
UNID
ADE
2Segue correspondência trocada, cerca de 20 anos atrás, entre o pre-feito de Bom Sucesso (MG) e o então secretário estadual do Interior,Ovídeo de Abreu.
Conta o deputado Elias Murad (PSDB-MG) que Abreu sempre gos-tou de falar difícil. Numa certa ocasião, o secretário recebeu a infor-mação de que Bom Sucesso (MG) sofreria um tremor de terra capazde quebrar copos e trincar pratos. Preocupado, expediu rapidamenteum telegrama ao prefeito:
“Movimento sísmico previsto essa região. Provável epicentro movi-mento telúrico sua cidade. Obséquio tomar providências logísticascabíveis.”
O secretário esperou ansioso pela resposta. Quatro dias depois che-gava o telegrama do prefeito:
“Movimento sísmico debelado. Epicentro preso, incomunicável, ca-deia local. Desculpe demora. Houve terremoto na cidade”.
(Folha de São Paulo, 24/11/92, p. 1-2)
Sabemos que a falta de clareza dificilmente é percebida peloautor do texto. Para ele, em geral, a informação está clara, pois sabeexatamente o que quis dizer com cada linha que escreveu. Tambémsabe em que condições e por que razões redigiu seu texto. É o leitor quesente a dificuldade de compreender algo que não está bem redigido porfalta de adequação lingüística ou por dependência do contexto.
Para resolver o problema, é necessário que, quando tenhamosterminado de redigir um documento, possamos nos colocar na posi-ção de quem será o destinatário e questionar: é possível compreendero que se diz aqui, mesmo sem conhecimento de informações contextuais(que estão fora do texto)? Essa escrita está direta e clara? Estou dan-do informações demais? De menos?
Que bom! Concluímos mais uma seção.
Observe como cada seção de estudo está relacio-nada com as anteriores e como você pode articulá-las em seus exercícios de escrita! A seguir, apósresponder a atividade número 10, que está no fi-nal desta Unidade, trataremos da objetividade eda concisão. Bom estudo!
v
Enfim, quando muda-
mos de lugar e nos co-
locamos na posição do
outro, percebemos mui-
tas coisas não vistas a
partir do exclusivo pon-
to de observação de
quem escreve a mensa-
gem; isso ajuda a pre-
ver e resolver problemas
de compreensão.
48 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Objetividade e Concisão
Como são conceitos complementares, estudaremos juntas aconcisão e a objetividade. Ambas são meios para se atingir a clarezaque discutíamos na seção anterior e integram o conjunto de práticasnecessárias à adequada redação empresarial moderna.
Escrever com objetividade implica ser direto, apresen-tar estruturas simples (frases curtas e em ordem direta = sujeito +verbo + complementos), utilizar vocabulário preciso e adequado aosinterlocutores envolvidos na situação comunicativa e não produzirexcessos textuais como o registro de informações não relevantes paraa compreensão do que o texto tem a transmitir.
Um exemplo de construção passiva em ordem inversa:
Agente da passiva + locução verbal + sujeito paciente
Pelos especialistas presentes na última reunião foram anali-sados todos os dados.
Em ordem direta, a construção é:
Sujeito paciente + locução verbal + agente da passiva
Todos os dados foram analisados pelos especialistas pre-sentes na última reunião.
Veja, por exemplo, o trecho de carta que segue. Nele, a falta deobjetividade acarreta perda de tempo e de eficiência comunicativa:
Senhores,
Tendo acordado a inclusão dos senhores no novo plano de financia-mento, segundo o acordo firmado na última Assembléia Geral, vi-mos, através deste comunicado, informá-los de que no mês de setem-bro os senhores estarão recebendo em suas casas formulário pararecadastramento. O formulário que vão receber deve ser devidamentepreenchido e entregue na sede desta agência até o final de outubro.
Reescrito sem os excessos, o texto fica muito mais objetivo eeficiente comunicativamente:
49Período 2
UNID
ADE
2Senhores,
Tendo em vista que sua inclusão no novo plano de financiamentoficou acordada na última Assembléia Geral, informamos-vos de que,durante o mês de setembro, receberão em suas casas o formulário derecadastramento que deve ser preenchido e entregue na sede destaagência até o final de outubro.
Ao serem retiradas do texto as idéias circularesdesnecessárias à compreensão das informações, elepassou a ser mais claro, você não acha? Esse pro-cedimento deve ser aplicado sempre que se dese-jar ser objetivo.
Quando estamos diante da tarefa de produzir um texto, temosque, primeiro, estabelecer as informações essenciais, depois, aquelasque são secundárias, mas que contribuem para o entendimento damensagem e devem estar redigidas, e, finalmente, identificar tudo oque é secundário e desnecessário à compreensão e que, por isso mes-mo, deve ficar fora da redação.
Nesse percurso, a concisão é resultado da objetividade.Compreendida como efeito maior dentro do texto, ela assegura umaredação sem informações inúteis, que não acrescem valor à produçãoescrita, e proporciona o rápido entendimento da mensagem. Essasinformações vãs devem ser eliminadas, pois, além de nada oferece-rem ao texto, tornam sua leitura “enrolada” e desestimulante.
Mas cuidado! Quando falamos em objetividade e em concisão,não estamos nos referindo a uma escrita tão enxuta que chega a com-prometer a clareza das informações comunicadas. Ser direto e econô-mico nas expressões e construções lingüísticas investidas no texto nãosignifica lhe tirar o que é vital e fazer com que passe necessidade!
Os cortes em nome da concisão estão direcionados ao que édispensável para a comunicação do texto. Não se trata apenas de re-duzir tamanho. Mesmo textos curtos podem ser prolixos, circulares,enquanto textos longos podem ser concisos e apresentar riqueza dedesenvolvimento de idéias.
50 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Sobre esse tema, veja as observações contidas no Manual deRedação da Presidência da República:
A concisão é antes uma qualidade do que uma característicado texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmi-tir um máximo de informações com um mínimo de pa-lavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamentalque se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qualse escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois depronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem even-tuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias (BRA-SIL, 2002, p. 6, grifo nosso).
Assim, apenas o que sobra é retirado do texto, isto é, apenas asrepetições e as informações complementares desnecessárias àinteligibilidade da mensagem.
Caro estudante!
Para experimentar a prática de revisão recomenda-da pelo Manual de Redação da Presidência da Repú-blica, 2002 e para colocar em prática os elementosde elaboração escrita que estudamos nesta seção enas anteriores, desenvolva a atividade número 11,disponível no final desta Unidade. Bom trabalho!
Problemas na elaboração textual
Nas seções precedentes, concentramos nosso es-tudo nas características do bom texto. Após pas-sar pelos elementos constitutivos da escrita, ago-ra, vamos estudar outros elementos, que vão deencontro à linguagem formal, à coerência, à clare-za, à concisão e à objetividade. Nesta seção, va-mos falar de elementos que são obstáculos para aboa redação empresarial!
51Período 2
UNID
ADE
2Por mais que sejam padronizados os modelos redacionais em-presarial e oficial, sempre há espaço para o estilo autoral. Há marcascaracterísticas que dão pistas da autoria de nossos textos, como sefossem a impressão digital da escrita. Por exemplo, algumas pessoaspreferem usar determinados marcadores discursivos que outras nãoutilizariam, ou dão preferência à inversão de períodos, à intercalaçãode informações circunstanciais, entre outros.
Independentemente do estilo de escrita que cada um de nósapresenta, certas práticas textuais não são bem-vindas aos textos for-mais. Vejamos algumas delas:
Escrita rebuscada: na tentativa de sofisticar o discurso,de impressionar pela palavra, de demonstrar erudição oumesmo de formalizar mais o texto, podemos acabar produ-zindo uma escrita rebuscada. Nesses casos, cabe a expres-são popular “tiro que saiu pela culatra”, pois, longe de cau-sar boa impressão, a escrita rebuscada passa a imagem dedesatualizada, de falta de modernidade! São marcas derebuscamento:
Clichês: expressões que tiveram uso “fossilizado” ese tornaram chavões; demonstram falta de originali-dade e empobrecem o texto. Freqüentemente, essasexpressões são encontradas em textos formais, poisainda há quem pense que certos chavões são expres-sões características de textos empresariais, quandonão passam de lugar-comum:
É com muito prazer que...Escrevo-lhes estas mal traçadas linhas...Esperamos que esta lhe encontre gozando de perfeitasaúde...Vimos, através desta,...Reiteramos os protestos de elevada estima e conside-ração...Sem mais para o momento...Deixando a desejar...Para fechar com chave de ouro...
Vocabulário arcaico: conforme estudamos na pri-meira seção desta Unidade, expressões arcaicas sãoaquelas que caíram em desuso, que se tornaram ob-
vUma empresa que utili-
ze esse estilo de lingua-
gem em seus documen-
tos pode, inclusive, cau-
sar a má impressão de
que ficou parada em um
tempo passado e está des-
toante com o mercado.
52 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 soletas. O uso desse vocabulário impede o dinamis-mo da compreensão rápida porque o desconhecimen-to das expressões impede sua interpretação e podecomprometer a comunicação. Exemplos:
avença (concórdia, entendimento), outrossim (igualmen-te, também), porquanto (visto que, porque), debalde(inutilmente, em vão), leixar (deixar), entre outras.
Períodos longos: períodos extensos costumam serde complexa compreensão, exigem esforço dobradode quem os lê e habilidade com pontuação e organi-zação escrita de quem os produz. A formulação deum período extenso não chega a constituir erro deescrita, mas pode dificultar o entendimento da men-sagem; assim, aconselhamos evitar a utilização deperíodos longos – sem exageros, é claro! Períodosmuito curtos também devem ser evitados, pois sãocaracterística de escrita primária.
Inversões e orações intercaladas: frases em or-dem inversa ou com orações intercaladas tambémnão constituem erro de escrita, desde que adequada-mente organizadas. Entretanto, são outro empecilhoao rápido e fácil entendimento do texto. A lentidãono processamento de uma informação textualizadapor construções que envolvem inversão e intercalaçãoé cientificamente comprovada: somos muito mais ágeisna leitura e interpretação de frases em ordem direta.Faça o teste você mesmo, com os períodos que seguem:
Ordem inversa:
A fim de encontrar as causas das sucessivas recla-mações ao diretor feitas pelos alunos, pela diretorianova reunião foi marcada.
Ordem direta:
Nova reunião foi marcada pela diretoria, a fim deencontrar as causas das sucessivas reclamações fei-tas pelos alunos ao diretor.
Prolixidade: quando alguém fala mais que o neces-sário para exprimir um pensamento, costumamos di-
v
Não existe uma recei-
ta ou um número exa-
to de palavras que in-
dique a extensão ade-
quada dos períodos.
Há uma média de até
quarenta palavras que
é apenas para se ter
algum parâmetro, mas
queremos registrar que
esse número varia de
acordo com o texto e
com os objetivos. O
corretor automático do
Word, por exemplo,
mecanicamente marca
como extenso o perío-
do que perfizer o nú-
mero de cinqüenta pa-
lavras.
53Período 2
UNID
ADE
2zer que está sendo prolixo (é o famoso “encher lin-güiça”). Assim é o texto que não emprega expressõese construções na medida certa para a exposição deidéias e acaba “divagando” em vez de ir direto aoponto. Segue um exemplo de prolixidade:
Em virtude de incômodos provocados pela presença devendedores ambulantes de artesanatos e de alimentosno prédio, que estão ocupando o espaço de circulaçãonos corredores, o que se tornou objeto de reclamaçãopor parte dos condôminos, fica proibida qualquer ativi-dade de comércio nas dependências do edifício.
Reescrevendo-o de maneira objetiva:
Em função de incômodos relatados por condôminose ocasionados pelo acúmulo de vendedores ambu-lantes nos corredores do prédio, está proibida qual-quer atividade de comércio no interior do edifício.
Circularidade: textos prolixos correm sérios riscosde ser circulares. Desnecessariamente, voltam às mes-mas informações e acabam sem progressão temática,isto é, sem evoluir no desenvolvimento das idéias.Quando lemos um texto circular, temos a impressãode que está o tempo todo dizendo a mesma coisa,como o exemplo a seguir, em que o primeiro e o se-gundo períodos apresentam praticamente a mesmainformação:
A falta de polidez na linguagem comercial pode cau-sar no destinatário o sentimento de hostilidade ou des-caso. Isso ocorre quando falta cortesia, e, então, odestinatário sente-se hostilizado ou desvalorizado.
Tautologias: tautológicas são construções com re-dundância de sentido. As tautologias ficaram ampla-mente conhecidas pelo nome de pleonasmo vicioso,e são uma armadilha para muitos de nós.Consideramo-nas como armadilhas porque, comoalgumas delas são de uso corriqueiro, acabamos pornão perceber a redundância de sentido, até que al-guém nos alerte sobre a repetição desnecessária. Vejano Quadro 6 os casos comuns:
54 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2
Gerundismo: outra prática comum na escrita co-mercial e empresarial que deve ser evitada é a exces-siva repetição de gerúndios. Além do preconceitolingüístico que está embutido naqueles que conside-ram “desagradável” a escri ta “carregada” degerúndios, o uso constante de expressões nominaisdo verbo terminadas em – NDO provoca no texto umefeito conhecido como eco: uma sonoridade similarà rima e que não é desejada em textos formais.A seguir temos um exemplo de eco ocasionado porgerundismo (caso (a)) e outro ocasionado pela associa-ção próxima de palavras terminadas em -mento (caso (b)).
Caso (a):
Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pon-do numa perspectiva melhor, ficando mais claro. Onosso país está sendo sucateado por pessoas que, nãotendo preocupação social, estão contando tempode serviço sem estar agindo de acordo com o espe-rado para o cargo que estão ocupando.
Reescrita:
Entendido dessa maneira, o problema põe-se numaperspectiva melhor e fica mais claro. O nosso país ésucateado por pessoas que, não têm preocupaçãosocial, contam tempo de serviço sem agir de acor-do com o esperado para o cargo que ocupam.
Quadro 6: Casos comuns de tautologiasFonte: elaborado pelos autores
certeza absoluta
surpresa inesperada
planejar antecipadamente
sintomas indicativos
detalhes minuciosos
decisão unânime de todos
retornar de novo
criação nova
escolha opcional
de sua livre escolha
há anos atrás
anexo junto
comparecer em pessoa
lançamento novo
vA associação aproxi-
mada de palavras com
outras terminações
(como -cão, -mente,
entre outras) também
pode desencadear eco
dentro do texto.
Provavelmente a re-
cente expansão ocasi-
onou uma latente cri-
se econômica.
Diferente desse cená-
rio, é eficiente a medi-
da que mantém coe-
rentes os dois lados.
A atualização da orga-
nização dos dados de
inclusão de clientes
expirou.
55Período 2
UNID
ADE
2Caso (b):
O abastecimento requer melhor condicionamento damercadoria no setor de armazenamento de grãos.
Reescrita:
O abastecimento requer que se condicione melhor amercadoria no setor de armazenagem de grãos.
Queísmo: assim como no gerundismo temos a repe-tição excessiva de construções em gerúndio, noqueísmo temos a repetição aproximada de quês. Essaprática costuma ser considerada como própria deescrita primária, ou seja, costuma denunciar poucafluência com a escrita (e, conseqüentemente, com aleitura). Observe:
Caso (a):
Todos aqueles que sabem por que razões que estãopedindo a abertura do processo que foi encerradoontem se manifestem, por gentileza.
Reescrita:
Todos aqueles que sabem por quais razões estão pe-dindo a abertura do processo encerrado ontem se ma-nifestem, por gentileza.
Caso (b):
Sabe-se que o funcionário que conhece as normas depreservação que vigoram atualmente nesta empresatem que respeitá-las.
Reescrita:
Sabe-se que o funcionário conhecedor das normasde preservação em vigor atualmente nesta empresatem de respeitá-las.
Os pontos que foram elencados nesta seção não esgotam aspossibilidades de problemas de elaboração textual. Antes, dão umademonstração de qual é a natureza desses problemas e de como pode-mos resolvê-los para melhorar a eficiência comunicativa e a transpa-rência em textos empresariais e oficiais.
Agora, estamos prontos para passar à próxima etapa!
56 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Que bom! Chegamos ao final desta seção!
O estudo que fizemos até aqui nos permitiu com-preender um pouco mais sobre a nova escrita em-presarial, além de dar subsídios para a elaboraçãotextual. Nas Unidades 3 e 4, teremos um novodesafio: compreender a normatização dos comuni-cados oficiais e empresariais. Vamos em frente! Bomtrabalho!
RRRRResumindoesumindoesumindoesumindoesumindoEm linhas gerais, nesta Unidade tratamos de pontuar ele-
mentos importantes à redação empresarial e oficial de qualida-
de. Esses elementos por si só não garantem a excelente elabo-
ração escrita, por outro lado, auxiliam quem deseja atingi-la,
pois são constitutivos de bons textos. Falamos de linguagem for-
mal e suas características, de clareza, de concisão, de objetivi-
dade, de coerência (dentro dela a coesão) e, ao final, de ele-
mentos que representam problemas de elaboração textual. Agora
que preparamos o caminho para as Unidades 3 e 4, queremos
convidá-lo a iniciá-las com afinco. Nelas, discutiremos textos
oficiais e empresariais de maneira pautada, exemplificada e
prática. Bons estudos!!
r
57Período 2
UNID
ADE
2AAAAAtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprendizagemendizagemendizagemendizagemendizagem
Confira se você teve bom entendimento do quetratamos nesta Unidade. Responda às questõesconforme indicado ao longo da Unidade. Para isso,você deve revisar os trechos correspondentes denosso texto até ter compreendido o que pergunta-mos. Quanto à extensão da resposta, o ideal é queseja breve, mais ou menos entre cinco e dez li-nhas de texto, escrita com suas próprias palavras.Você conseguirá uma redação própria mais facil-mente sem nosso texto à sua frente. Boa sorte!Se precisar de auxílio não deixe de fazer contatocom seu tutor.
1) Leia atentamente os dois trechos abaixo. Perceba que neles há pas-
sagens ambíguas, logo, mal redigidas, o que provocou obscuridade.
Destaque de cada texto as duas interpretações possíveis; depois, pro-
ceda à reescrita, uma para cada interpretação destacada por você.
Texto 1
Todas as filiais desta empresa apresentaram relatórios anu-
ais com irregularidades. Entende-se que elas demonstram
total despreocupação com as normas recentemente
estabelecidas. Queiram, por gentileza, refazê-los de acor-
do com as observações constantes nos envelopes.
Interpretação 1:
Reescrita 1:
58 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Interpretação 2:
Reescrita 2:
Texto 2
Diante da emergência em se concluir os trabalhos de vistoria,
informamos que sua empresa será visitada pela terceira
vez nesta semana.
Interpretação 1:
Reescrita 1:
Interpretação 2:
Reescrita 2:
59Período 2
UNID
ADE
22) No texto abaixo, estão destacadas expressões ou construções de uso
arcaico, quer dizer, construções ou expressões que, hoje em dia, são
consideradas obsoletas. Reescreva-o, modernizando o vocabulário
com base no novo estilo de redação empresarial. Como dizer as mes-
mas informações utilizando-se de vocabulário mais simples e claro?
Barão de Cotegipe, 23 de setembro de 1930.
Ilustríssimos Senhores:
Figura em nossos registros ainda em descoberto o títu-lo de Vossas Senhorias e, não albergando de sua parte nenhu-ma comunicação sobre os motivos que assentam tal situação,requestamos informações a esse respeito.
Estamos indubitavelmente certos de que a não-cober-tura do referido título tem decurso de natural lapso em seucontrole contábil e, em conseqüência, V. Sas. não deixarão deabrigar providências no sentido de promoverem a pronta liqui-dação do débito em apreço.
Saudações atenciosas.
José Cardoso
Contabilista
Barão de Cotegipe, 23 de setembro de 2008.
:
José Cardoso
Contabilista
60 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 3) O texto seguinte é um comunicado-relato de fatos e decisões de uma
empresa que interessam a um grupo de trabalho. Contudo, as infor-
mações estão apresentadas de forma excessivamente pessoal, de
maneira que imprimem à passagem caráter subjetivo e pouca
credibilidade. Reescreva-o procedendo à impessoalização.
Como os senhores podem conferir em registros disponí-
veis, não há concordância entre os números apresentados
nos relatórios passados e os atuais saldos. Quando percebi
essa discrepância, convoquei uma reunião com dirigen-
tes, na qual expus toda a situação. Prontamente atenderam
às minhas reivindicações e analisaram os documentos que
estavam comigo. Tendo os diretores chegado a mesma con-
clusão que cheguei, deliberamos o seguinte: até eu apurar
e esclarecer os fatos, ficam suspensas as atividades dos
setores envolvidos.
Reescrita:
4) Localize as expressões coloquiais (gírias, regionalismos, expressões
populares) utilizadas nos textos abaixo e as impropriedades gramati-
cais; depois, reescreva-as em linguagem formal.
Texto 1
Tento em vista que é demais o que tá acontecendo aqui, de
uns dias pra cá, agora quem matar trabalho vai ter que se
virar e providenciar atestado médico. Quem não dançar
conforme essa música pode ter o dia de labuta descontado
no salário. E isso tá na Lei.
61Período 2
UNID
ADE
2Reescrita:
Texto 2
Essa convocação aqui tá chamando todos os delegados do
sindicato pra se juntarem aos operários na Assembléia Ge-
ral, na próxima sexta-feira, pra a gente discutir como dar
fim nos abusos que estão acontecendo com os camaradas
que trampam no chão da fábrica.
Reescrita:
Texto 3
Gente, percebi agora que a duplicata de vocês foi protesta-
da por engano. Na real, a data de vencimento saiu errada
e aí deu essa zebra. Foi mal! Já retiramos o protesto.
Reescrita:
62 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 5) Reescreva os textos a seguir, utilizando a estratégia de impessoalização
pré-definida.
Impessoalize com estruturas passivas sem agente da passi-
va expresso.
Estou convocando os Senhores Acionistas a participarem
da Assembléia Geral Extraordinária, em que explicarei as
novas normas em vigor para seus planos. Agradeço a todos.
Reescrita:
Impessoalize com o uso da primeira pessoa do plural (nós)
Minha empresa é responsável por desenvolver estudos so-
bre as condições de permanência de estrangeiros no Bra-
sil. Também presto esclarecimentos sobre legislação e pu-
blico informes periódicos.
Reescrita:
Impessoalize com o uso de construções verbo + se
Sei da necessidade de eu buscar novas parcerias. Desejo
que no próximo semestre haja mais sucesso. Agradeço a
orientação dispensada.
Reescrita:
63Período 2
UNID
ADE
26. Nas seqüências textuais a seguir, identifique a(s) incoerência(s), ex-
plique-as e, ao reescrever cada texto, elimine-a(s).
Texto 1
Caros Diretores:
Tendo em vista a comemoração de aniversários programa-
da para o próximo final de semana, solicitamos aos senho-
res que enviem as listas de preços dos produtos em estoque
até quinta-feira, sob pena de não participarem da festa.
Incoerência(s):
Reescrita:
Texto 2
Desde que se levantaram os gastos excessivos com materi-
al de limpeza e de expediente, esta unidade passou a rea-
lizar campanha contra o desperdício desses produtos. Por
essa razão, todos são convidados a: (a) evitar a reutilização
de copos descartáveis, em um mesmo turno de trabalho;
(b) não proceder à impressão frente e verso de documen-
tos internos (como relatórios e listas de conferência); (c)
não mais utilizar rascunhos para anotação de recados e
registros informais.
Obrigado por sua colaboração.
Incoerência(s):
64 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 Reescrita:
7) Reescreva as seqüências textuais a seguir, substituindo os operado-
res argumentativos por outros equivalentes. Atente para não alterar a
relação semântica estabelecida entre as informações de cada texto e
para fazer pequenos ajustes - se necessários.
Texto 1
Conforme Conforme Conforme Conforme Conforme os últimos planejamentos divulgados, o incen-
tivo às exportações deverá desencadear novas parcerias ex-
ternas durante todo o segundo semestre.
Reescrita:
Texto 2
Ainda que Ainda que Ainda que Ainda que Ainda que todos saibam quais são as novas deliberações,
parecem não desejar mudanças, mas mas mas mas mas perpetuar práticas
obsoletas e ineficientes.
Reescrita:
65Período 2
UNID
ADE
2Texto 3
A resistência à Direção foi tãotãotãotãotão mal articulada que que que que que todos
tiveram que recuar, pois pois pois pois pois não havia nada que pudesse de-
por contra a idoneidade dos membros diretivos.
Reescrita:
8) O texto a seguir, de autoria de Arnaldo Jabor, está sem os encadeadores
discursivos empregados pelo autor. Eles estão no quadro, misturados
a outros encadeadores que não foram usados no texto. Você deve
preencher as lacunas no texto com os operadores argumentativos
adequados; para isso, leia com atenção e identifique quais relações
de sentido estão em jogo em cada caso.
Porém, também, depois de, além do que, para, à propor-
ção que, porque, ou, por isso, mal, logo que.
Eles querem o país quebradoEles querem o país quebradoEles querem o país quebradoEles querem o país quebradoEles querem o país quebrado
Arnaldo Jabor
____________ dois anos de escândalos no Congresso, depois
das dezenas de mensaleiros, depois dos sanguessugas, depois da
não cassação dos corruptos; depois de quatro anos em que a in-
flação foi de 28%, em que os professores tiveram aumento de
apenas 30% e em que o salário mínimo cresceu 46%, o Congres-
so “se aumentou” em 91%. Como pode?
A razão para isso é o interesse de Renan Calheiros e Aldo Re-
belo em agradar a turma dos severinos ____________ continuar
na presidência, isso sim.
____________ eu creio que há mais: eu acho que os parlamen-
tares querem nos acostumar ao escândalo. Eles querem acabar com
nossa esperança na democracia, eles querem que o povo diga, hu-
milhado e deprimido: “é assim mesmo... o Brasil não tem jeito”.
66 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 É a única explicação: eles querem o país quebrado,
____________ é melhor para corruptos e oportunistas.
____________, eu pergunto a Vossas Excelências congressis-
tas: vós, que trabalhais apenas três dias por semana, vós tendes
coragem de conceder a vós mesmos um dos maiores salário do
mundo para congressistas?
Vós não tendes noção da crise financeira que o Brasil sofre?
Vós não tendes um grão de respeito pelo povo brasileiro?
Em outras palavras: Excelências, vós não tendes vergonha na cara?
(Jornal da Globo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006)
9) Observe que nas seqüências textuais a seguir os operadores
argumentativos foram empregados de maneira inadequada, o que
ocasionou incoerência de sentido. Coloque, no espaço deixado nos
textos, o operador apropriado.
Texto 1:
Para a necessária compreensão e adaptação das regras con-
tidas neste Regulamento, entretantoentretantoentretantoentretantoentretanto ______________ para
sua aplicação e cumprimento, a elas estão subordinados to-
dos os que diretamente prestam serviços a esta empresa.
Texto 2:
Senhor Supervisor, gostaríamos de contar com sua assistên-
cia pessoal, quandoquandoquandoquandoquando _____________ se possa concluir os
trabalhos de apuração dos votos dentro do prazo previsto.
Texto 3:
O estabelecimento de uma forma única de disciplina in-
terna é imprescindível ao desenvolvimento de um traba-
lho profícuo e satisfatório, apesar deapesar deapesar deapesar deapesar de _____________ ser
elemento de equilíbrio social.
10. Proponha a reescrita do texto seguinte em que falta clareza na expo-
sição das idéias.
Caro cliente!
Queremos agradecê-lo pela confiança, neste mês de aniversá-
rio da Companhia de Transportes Floripana, e parceria e lembrá-
67Período 2
UNID
ADE
2lo de que, na hora de fazer sua mudança, não pode deixar de nos
contatar, ou quando for enviar uma encomenda.
Nossa empresa, especializada em transporte terrestre, atua com
a qualidade, há mais de trinta anos, e a credibilidade que só tem
para oferecer quem se preocupa com serviços com eficácia.
Com seguro para cargas, disponibilizamos de monitoramento
por GPS (sistema de posicionamento global por satélite), temos
excelência em tecnologia de transportes, também temos
rastreadores de última geração.
Garantimos da origem ao destino, de norte a sul, transporte de
qualidade. Estamos presente em todos os Estados. Assim, o que é
importante para você chega com segurança ao destino que você
deseja, e com rapidez e eficiência.
Parabéns a você também, e obrigado por ajudar a construir
essa história!
Companhia de Transportes Floripana
Reescrita:
68 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
2 11) Ao ler o texto que segue, extraído de Gold (2005, p. 36), identifique:
(a) as informações essenciais,
(b) depois, as secundárias necessárias à compreensão da men-
sagem e,
(c) por último, as informações secundárias e desnecessárias
ao texto.
Em seguida, proceda à reescrita concisa e objetiva, em que você
deve conservar apenas as informações essenciais e as secundárias
necessárias à clareza das idéias.
Prezados Senhores,
Em resposta à sua gentil solicitação a nós encaminhada pelo
digníssimo representante de V. Sa, Sr. Eldoro da Cunha, vimos,
através desta, informar que já se encontram à sua disposição nos-
sos estúdios para gravação do disco em epígrafe.
Conforme contato pessoal com o representante supracitado de
V. Sa, os estúdios deverão ser utilizados nos dias 28 e 29 p.p.
Outrossim, comunicamos que o custo total pelo uso do estúdio
e dos equipamentos sofrerá um desconto de 10% (dez por cen-
to), de acordo com o que ficou estabelecido em nossa última reu-
nião, em 29-2-03.
Sem mais que se nos possa apresentar para o momento,
despedimo-nos.
Reescrita:
69Período 2
UNID
ADE
2
Objetivo
Nesta Unidade, você vai aprender a elaborar com
eficiência duas modalidades da correspondência
oficial muito utilizadas em órgãos públicos e
empresas: o ofício e o memorando.
3UNIDADE
Correspondênciasoficiais
70 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
71Período 2
UNID
ADE
3Correspondências oficiais
Estimado estudante!
A partir de agora você vai aplicar os conhecimen-tos construídos ao longo das Unidades anterioresde maneira específica, pois nesta Unidade vocêvai aprender a elaborar as principais correspon-dências oficiais: o ofício e o memorando. Eles sãomuito utilizados pelo Poder Público e também pe-las empresas, e constituem a base através da qualdiversos t ipos de textos empresariais sãoconstruídos.
Você sabia que existem normas federais e estaduaisque ditam a maneira pela qual as correspondênciasoficiais devem ser elaboradas pelos órgãos públicos?Sim, elas existem. Veremos as normas federais.
Acompanhe atentamente todas as explicações so-bre a maneira de diagramar e de escrever o ofício eo memorando. Não deixe de fazer as atividadespropostas, pois elas o ajudarão a fixar o padrãoque deve ser utilizado nas comunicações oficiais.
Bons estudos!
A Redação Oficial
A redação dita oficial é a maneira pela qual o Poder Públicoredige atos normativos e comunicações oficiais. Por meio dela,estabelece-se a comunicação entre os diversos órgãos públicos, entre oPoder Público e os cidadãos, ou entre o Poder Público e as empresas.
Podemos citar como exemplos de ato normativo: a Lei Ordiná-ria e Complementar; a Medida Provisória; o Decreto; e a Portaria.Esses documentos são de uso exclusivo do Poder Público, e para redi-gi-los é necessário ter conhecimentos específicos em técnica legislativa.Por isso, nesta disciplina, não trataremos desses documentos oficiais.
72 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 Nosso foco será ajustado para as comunicações oficiais. Estu-daremos duas delas, consideradas as mais importantes: o ofício e o me-morando. O motivo deste ajuste é claro: além deles serem extre-mamente utilizados fora do Poder Público, ou seja, pelas em-presas, eles são a base a partir da qual podem ser elaboradascomunicações específicas de uma determinada empresa.
Na redação oficial, o ofício e o memorando devem sempre serescritos de maneira uniforme, padronizada; isto significa que todos os
ofícios e memorandos expedidos pelo PoderPúblico não devem apresentar modificaçõescom relação à forma, ou à utilização dos ele-mentos que você estudou na Unidade anteri-or: a impessoalidade, a clareza e a concisão,a objetividade e a linguagem formal.
As razões para o uso desses elementosna redação oficial são muito pertinentes, comovocê pode observar abaixo:
impessoalidade: os documentos e as co-municações sempre são feitos em nome do Ser-viço Público, apesar de serem assinadas, porexemplo, pelo Chefe de determinada Seção;além disso, o assunto tratado é,impreterivelmente, de interesse público;
clareza, concisão e objetividade: ima-gine um Ofício da Presidência ou um Decretoescrito de forma obscura e ambígua, dificul-tando assim sua compreensão. É algo inacei-tável, não é mesmo? Por isso, a transparênciado sentido e a inteligibilidade dos documentose correspondências oficiais são requisitos dopróprio Estado de Direito: é inadmissível queum texto legal não seja entendido de forma cla-
ra pelos cidadãos. A publicidade do texto implica, portan-to, necessariamente, a clareza e a concisão.
A padronização dos atos e das comunicações ofi-
ciais é estabelecida por instruções normativas, de-
cretos e portarias federais que rezam sobre a utili-
zação, a classificação e a feitura desses textos. A
esse respeito, Flores (2002, p. 11-12) exemplifica:
“A Instrução Normativa nº 4, da Secretaria da Ad-
ministração Federal, de 6 de março de 1992, con-
solida as regras constantes no Manual de Redação
da Presidência da República, publicado [original-
mente] em outubro de 1991, tornando obrigatória
a sua observância para a elaboração das comuni-
cações oficiais. [...] O Decreto nº 468, da Presi-
dência da República, de 6 de março de 1992, es-
tabelece regras para a redação dos atos normativos
do Poder Executivo, também expressas no Manual
de Redação da Presidência da República, e o De-
creto nº 2.954, da Presidência da República, de 2
de janeiro de 1999, prescreve normas e diretrizes
que, acrescidas às do Manual de Redação da Pre-
sidência da República, devem nortear textos [...]
redigidos pelos órgãos da Administração Federal”.
Tô a fim de saber...
Estado de Direi toEstado de Direi toEstado de Direi toEstado de Direi toEstado de Direi to – Es-
tado regulado por uma cons-
t i tu ição que prevê uma
pluralidade de órgãos dota-
dos de competência distin-
ta explicitamente determi-
nada (FERREIRA, 1999).
73Período 2
UNID
ADE
3 Linguagem formal: a finalidade dos textos oficiais sem-pre está relacionada, em última instância, ao governo doscidadãos, como por exemplo, estabelecer regras para a con-duta dos cidadãos ou regular o funcionamento dos órgãospúblicos que atendem à sociedade. Por isso, o caráter pú-blico dos textos oficiais e sua finalidade determinam oemprego do nível culto da linguagem.
É importante ressaltar que o uso desses elementos na escritaoficial não deve ser confudido com uma suposta forma específica delinguagem denominada vulgarmente como burocratês. Deve-se evitareste tipo de linguagem, carregada de expressões feitas, clichês do jar-gão burocrático e de formas arcaicas ou complexas de construção defrases. Dê sempre preferência à objetividade e à clareza.
Pronomes de Tratamento
Além das mencionadas exigências de impessoalidade, clareza,concisão, objetividade e o uso do nível culto da linguagem, a padro-nização da escrita oficial se constitui também através decerta formalidade de tratamento. A adequação do pronome detratamento e do vocativo ao receptor da correspondência oficial estárelacionada à uniformidade, à polidez e à civilidade necessárias paratratar os assuntos dos quais cuidam a comunicação.
Para essa adequação, deve-se considerar que o cargo ou a fun-ção ocupada pelo destinatário da correspondência irá determinar opronome de tratamento e o vocativo a ser empregado, de acordo como que prescreve o Manual de Redação da Presidência da República(Quadro 7):
vO vocativo cumpre uma
função apelativa de 2ª
pessoa do plural, pois,
por seu intermédio, cha-
mamos ou pomos em
evidência a pessoa a que
nos dirigimos. Veja o uso
do vocativo "Senhor" e
do pronome de trata-
mento adequado para o
cargo de Deputado:
Senhor Deputado, Vos-
sa Excelência está de-
terminado a cumprir o
que disse?
Senhor Deputado, o que
Vossa Excelência irá fa-
zer para el iminar a
corrupção presente na
Assembléia Legislativa?
74 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa EEEEExcelênciaxcelênciaxcelênciaxcelênciaxcelência
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa SSSSSenhoriaenhoriaenhoriaenhoriaenhoria
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa MMMMMagnificênciaagnificênciaagnificênciaagnificênciaagnificência
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa SSSSSantidadeantidadeantidadeantidadeantidade
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa EEEEEminência minência minência minência minência ouVossa Vossa Vossa Vossa Vossa EEEEEminênciaminênciaminênciaminênciaminênciaRRRRReverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssima
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa EEEEExcelênciaxcelênciaxcelênciaxcelênciaxcelênciaRRRRReverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssima
VossaVossaVossaVossaVossaRRRRReverendíssima everendíssima everendíssima everendíssima everendíssima ouVVVVVossa ossa ossa ossa ossa SSSSSenhoriaenhoriaenhoriaenhoriaenhoriaRRRRReverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssimaeverendíssima
Vossa Vossa Vossa Vossa Vossa RRRRReverênciaeverênciaeverênciaeverênciaeverência
QUADRO DE PRONOMES DE TRATAMENTO
PronomeAbreviatura
Singular PluralVocativo Emprego
V.Exa.
V.Sa.
__
V.S.
V.Ema. ouV.Ema.Revma.
V.Exa.Revma.
V. Revma. ouV.Sa. Revma.
V. Reva.
V.Exas.
V.Sas.
__
__
V.Ema. ouV.Emas. Revmas.
V.Exas.Revmas.
V. Revmas. ouV.Sas. Revmas.
V. Revas.
Exce lent íss imoExcelent íss imoExcelent íss imoExcelent íss imoExcelent íss imoSenhorSenhorSenhorSenhorSenhor (seguidodo cargo)
SenhorSenhorSenhorSenhorSenhor (seguidodo cargo)
SenhorSenhorSenhorSenhorSenhor (seguidodo cargo, para asautoridades, ouououououdo nomedo nomedo nomedo nomedo nome, paraparaparaparaparapart icularespart icularespart icularespart icularespart iculares)
Magnífico ReitorMagnífico ReitorMagnífico ReitorMagnífico ReitorMagnífico Reitor
Santíssimo Santíssimo Santíssimo Santíssimo Santíssimo PPPPPadreadreadreadreadre
EminentíssimoEminentíssimoEminentíssimoEminentíssimoEminentíssimoSSSSSenhor enhor enhor enhor enhor CCCCCardealardealardealardealardeale EEEEEminentíssimominentíssimominentíssimominentíssimominentíssimoRRRRReverendíssimoeverendíssimoeverendíssimoeverendíssimoeverendíssimoSSSSSenhor enhor enhor enhor enhor CCCCCardealardealardealardealardeal
Reverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoSenho rSenho rSenho rSenho rSenho r
Reverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoReverendíss imoSenho rSenho rSenho rSenho rSenho r
ReverendoReverendoReverendoReverendoReverendo(a)PPPPPadreadreadreadreadre (madre)
A) chefes de poderchefes de poderchefes de poderchefes de poderchefes de poder: presidenteda república, presidente do con-gresso nacional e presidente do su-premo tribunal federal.
B) autoridades do poder exe-autoridades do poder exe-autoridades do poder exe-autoridades do poder exe-autoridades do poder exe-cutivocutivocutivocutivocutivo: ministros de estado; gover-nadores e vice-governadores de es-tado e do distrito federal; oficiais-ge-nerais das forças armadas; embai-xadores; secretários-executivos deministérios e demais ocupantes decargos de natureza especial; secre-tários de estado dos governos esta-duais; prefeitos municipais.
C) autoridade do poderautoridade do poderautoridade do poderautoridade do poderautoridade do poderlegislativolegislativolegislativolegislativolegislativo: deputados federais esenadores; ministro do tribunal decontas da união; deputados esta-duais e distritais; conselheiros dostribunais de contas estaduais; pre-sidentes das câmaras legislativasmunicipais.
D) autoridades do poder judi-autoridades do poder judi-autoridades do poder judi-autoridades do poder judi-autoridades do poder judi-ciáriociáriociáriociáriociário: ministros dos tribunais su-periores; membros de tribunais;juízes e desembargadores; audito-res da justiça militar.
Autoridades não contempladas aci-ma e particularese particularese particularese particularese particulares.
Reitores de universidades.
Papa.
Cardeais.
Arcebispos e bispos.
Monsenhores, cônegos e superio-res religiosos.
Sarcedotes, clérigos e demais reli-giosos.
Quadro 7: Emprego dos pronomes de tratamento e vocativosFonte: adaptado de Brasil (2002, p. 12-13) e Flôres (2002, p. 15)
75Período 2
UNID
ADE
3O pronome Vossa Senhoria (V.Sa.) e o vocativo Se-nhor (Sr.) são muito utilizados nas correspondên-cias e nos documentos empresariais, conforme vocêverá na próxima Unidade.
O emprego dos pronomes de tratamento requer alguns cuida-dos (FLÔRES, 2002, p. 16-17):
Usa-se o possessivo Vossa para compor o pronome detratamento quando se fala diretamente com a pessoa ou seescreve diretamente a ela: Vossa Excelência está no fim domandato.
Usa-se o possessivo Sua quando se faz referência a umapessoa ausente do contexto de fala, ou quando se mencio-na uma autoridade no texto oral ou escrito dirigido a ou-trem: Informo Vossa Excelência de que as medidas mencio-nadas em sua carta nº 6708, dirigida a Sua Excelência oPresidente da República, estão amparadas por lei.
Os verbos são flexionados na terceira pessoa (do singular ouplural): Vossa Senhoria abriu o processo? (e não abristes);
Os pronomes possessivos são de terceira pessoa (seu, sua,seus, suas): Vossa Excelência conversou com seus asses-sores? (e não vossos)
Os pronomes oblíquos são de terceira pessoa (o, a, os, as,lhe, lhes, se, si): Magnífico Reitor, a ocupação da Reitorianão lhe preocupa demasiadamente? (e não vos)
O pronome oblíquo consigo só é usado quando se faz re-ferência a um sujeito da terceira pessoa: O Ministrotrouxe consigo o projeto de restauração das rodovias. (enão convosco).
Quando se fala diretamente com a pessoa, diz-se com oSenhor: Vossa Excelência trouxe com o Senhor o proje-to? (e não consigo)
Faz-se a concordância de gênero com base no sexo da pes-soa a quem é dirigido o texto: Vossa Senhoria serárecepcionada no aeroporto (para mulher). Vossa Senho-ria será recepcionado no aeroporto (para homem).
76 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
!
Quem escreve pode se posicionar de duas maneiras:
utilizando a 1ª pessoa do singular, para entidade in-dividual: Informo a Vossa Senhoria que sua corres-pondência foi recebida.
utilizando a 1ª pessoa do plural, para entidade cole-tiva: Informamos a Vossa Senhoria que sua corres-pondência foi recebida.
De acordo com a Instrução Normativa nº 4, de 6/3/92,para as autoridades constantes no Quadro 7, não de-vem ser utilizados os tratamentos 9BRASIL, 1992):
DigníssimoDigníssimoDigníssimoDigníssimoDigníssimo (abreviatura: DDDDDDDDDD.), porque "a dignida-de é pressuposto para que se ocupe qualquer cargopúblico, sendo desnecessária sua repetida evocação";
IlustríssimoIlustríssimoIlustríssimoIlustríssimoIlustríssimo (abreviatura: IlIlIlIlIlmomomomomo.), porque o pronomede tratamento Senhor é suficiente para conferir a for-malidade adequada;
DoutorDoutorDoutorDoutorDoutor (abreviatura: DrDrDrDrDr.), porque essa forma não éde tratamento. Trata-se de título acadêmico, e não deveser usado indiscriminadamente, salvo para as pesso-as que tenham concluído curso universitário de pós-graduação em nível de doutorado.
Saiba mais...De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, as comu-nicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terão aseguinte forma de endereçamento no envelope (BRASIL, 2002, p. 11):
A Sua Excelência o Senhor A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal Beltrano de Tal
Ministro de Estado da Justiça Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
70.064-900 - Brasília/DF Rua ABC, nº 123
01.010-000 - São Paulo/SP
77Período 2
UNID
ADE
3Para as autoridades tratadas por Vossa Senhoria, o endereçamento noenvelope terá a seguinte forma:
Senhor
José Carlos Nascimento
Secretário Municipal de Cultura
Rua Conselheiro Mafra, nº 356
88.040-440 - Florianópolis/SC
Olá!
Nesta seção, você conheceu o conceito de reda-ção oficial e os principais motivos da presença dascaracterísticas que você já aprendeu na Unidadeanterior nesse tipo de redação: a impessoalidade,a clareza, a concisão, a objetividade e o uso dalinguagem formal.
Além disso, viu também a maneira com a qual ospronomes de tratamento são utilizados para conferirformalidade e polidez ao ofício e ao memorando.
Vamos agora exercitar um pouco? Para tanto, váao final da Unidade e responda à atividade núme-ro 1. Caso você não encontre respostas para even-tuais dúvidas na realização dos exercícios ou noestudo dos conteúdos apresentados nesta Unida-de, não hesite em solicitar ajuda ao seu tutor.
Cada proposta de exercício em nossa disciplina é umdesafio, uma simulação de textos redigidos no ambi-ente empresarial. Por isso, faça-os como se estivesserealmente em uma situação real de trabalho.
Mãos à obra!
78 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 Ofício
O ofício é uma correspondência interna e externa trocada en-tre autoridades de hierarquia equivalente ou enviada a alguém de hie-rarquia superior à daquele que assina. Além disso, tem como finalidadeo tratamento de assuntos oficiais (conforme ordens legais) pelos ór-gãos da Administração Púbica entre si e também com particulares.
Apresentaremos a seguir as partes que compõem a estruturado ofício, os cuidados com sua diagramação e um modelo desta cor-respondência, com base no que prescreve o Manual de Redação daPresidência da República (BRASIL, 2002). Para uma leitura efetiva,recorra ao modelo de ofício (Quadro 7, p. 84) após ler cada item aseguir:
1. Timbre
Deve estar impresso no alto da folha e conter, além do símbolo(escudo e armas ou logomarca), o nome do órgão, do setor, o endere-ço para correspondência, o telefone para contato e o endereço docorreio eletrônico (e-mail). A pessoa encarregada do expediente, ouseja, de escrever o ofício, não deve alterar o timbre. Veja um exemplo(Figura 3):
vLembramos que o ofí-
cio é elaborado somen-
te por órgão público
(pessoa jurídica), inclu-
sive como meio de co-
municação formal
endereçada a particu-
lares (pessoa física).
Por isso, particulares
não se utilizam do ofí-
cio. Devem utilizar ou-
tros tipos de correspon-
dências, como a carta
e o requerimento.
Figura 3: Exemplo de timbreFonte: Flôres (2004)
79Período 2
UNID
ADE
32. Tipo e número do expediente, seguidos da sigla doórgão que o expede
Deve ser alinhado à esquerda.
Exemplo:
Ofício nº 123/MME (ou de forma abreviada: “Of. nº 123/MME”)
Se for um ofício do interesse de várias pessoas, ou de váriossetores, e forem distribuídas cópias, o ofício passa a se chamar “ofíciocircular”.
De acordo com Flôres (2002, p. 23), “o ofício circular é empre-gado na transmissão de rotinas, orientações ou procedimentos quenão inovem nem alterem procedimentos vigentes”. Além disso, “emdecorrência da multiplicidade de cópias, nem sempre é indicado o nomee o endereço do destinatário”, como sugerido no item “4” a seguir.
Exemplo:
Ofício Circular nº 123/MME (ou de forma abreviada: “Of. Circ. nº 123/MME”)
3. Local e data em que foi assinado, por extenso, comalinhamento à direita e ponto final
Exemplo:
Brasília, 15 de março de 2008.
4. Destinatário
O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.No caso do ofício, deve ser incluído o endereço. O alinhamento é àesquerda, conforme o exemplo:
Ao Senhor Deputado
Fulano de Tal
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF
5. Assunto
Resumo do teor do documento. Deve trazer em pouquíssimaspalavras uma prévia satisfatória do conteúdo da correspondência.Alinhado à esquerda.
vA nume-
ração das
c o r r e s -
pondências oficiais
deve iniciar a cada
ano.
vDica: não abrevie nome
de cidades. Os nomes
dos meses se escrevem
com inicial minúscula, a
não ser no início de fra-
ses.
80 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
!
Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
6. Vocativo
Deve ser empregado de acordo com o cargo que o ocupa odestinatário. No final do vacativo coloca-se sempre vírgula. Além dis-so, o vocativo possui adentramento de 2,5 cm.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhor Deputado,
Senhor Roberto,
Importante:
Os vocativos “estimado”, “prezado” e “caro” não sãoadequados para a formalidade requerida. Por isso, nãodevem ser utilizados no ofício. Eles podem ser usadosnas cartas empresariais, modalidade textual que vocêestudará adiante.
7. Texto
Deve iniciar duas linhas abaixo do vocativo. Os parágrafos sãonumerados e possuem adentramento de 2,5 cm. Na redação doparágrafo inicial do ofício, é importante observar as seguintes reco-mendações:
Evitar as frases feitas (clichês) para iniciar o texto.Ao invés de iniciar com “Tenho a honra de...” , “Tenho oprazer de...”, “Cumpre-me informar que...”, inicie de for-ma direta: “Convido Vossa Senhoria para...”; “Informo Vos-sa Excelência de que...”; “Encaminho a Vossa Senhoria oprojeto...”.
Quando se tratar de encaminhamento de documentos háduas recomendações:
AdentramentoAdentramentoAdentramentoAdentramentoAdentramento – distân-
cia da margem esquerda ao
início do texto.
81Período 2
UNID
ADE
3 se o documento tiver sido solicitado, ini-ciar com referência ao expediente quesolicitou o encaminhamento:
Exemplo:
Em resposta ao Memorando nº 12, de 1ºde fevereiro de 2007, encaminho, anexa,cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de2006, do Departamento Geral de Admi-nistração, que trata da requisição do ser-vidor Fulano de Tal.
se o documento não tiver sido solicitado,iniciar com o motivo da comunicação,que é encaminhar, indicando a seguiros dados completos do documento enca-minhado (tipo, data, origem ou signatá-rio e assunto de que trata) e a razão pelaqual está sendo encaminhado:
Exemplo:
Encaminho, para exame e pronunciamento,a anexa cópia do telegrama nº 12, de 1º de fevereirode 1991, do Presidente da Confederação Nacionalde Agricultura, a respeito de projeto de moderniza-ção de técnicas agrícolas na região Nordeste.
8. Fecho
Possui adentramento de parágrafo, mas não é nu-merado; no final do fecho sempre se usa a vírgula; alémdisso, deve ser simplificado da seguinte forma:
Para autoridades superiores, inclusive oPresidente da República: Respeitosamente,
Para autoridades de mesma hierarquiaou de hierarquia inferior: Atenciosamente,
O adjetivo “anexo” concorda
em gênero e número com o
substantivo ao qual se refere:
Encaminho as minutas ane-
xas. Dirigimos os anexos pro-
jetos à Chefia. Pode ser usado
também “junto”, “apenso”. A
locuçao adverbial “em anexo”,
como é próprio aos advérbios,
é invariável: Encaminho as mi-
nutas em anexo. Em anexo,
dirigimos os projetos à Chefia.
Pode ser usado também “con-
juntamente”, “juntamente
com” (BRASIL, 2002, p. 72)
Tô a fim de saber...
A Instrução Normativa nº 4/92 da
Presidência da República regulamen-
ta os fechos para correspondências.
É importante ressaltar que os chavões
em fechos, como os apresentados a
seguir, devem ser evitados:
“Reiterando os protestos de elevada
estima e consideração” (evitar);
“Sem mais para o momento” (evitar).
Tô a fim de saber...
82 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
!
!O fecho não é mera polidez. É a sinalização de que otexto da correspondência acabou e de que não podehaver acréscimos ao texto, na forma de P.S. (Postscriptum), por exemplo, ou de adulteração do conteú-do da correspondência.
9. Identificação de quem assina o ofício
É o espaço para a assinatura, seguido do nome digitado emmaiúsculas e do cargo só com as iniciais maiúsculas. Não deve sercolocado o traço para a assinatura. Todo o conjunto é centralizado.Veja o exemplo na Figura 4:
Figura 4: Exemplo de assinatura e identificaçãoFonte: eleborado pelos autores
IMPORTANTE:
O conjunto assinatura e identificação nunca deveO conjunto assinatura e identificação nunca deveO conjunto assinatura e identificação nunca deveO conjunto assinatura e identificação nunca deveO conjunto assinatura e identificação nunca deveficar em páginas isoladas, caso o ofício tenhaficar em páginas isoladas, caso o ofício tenhaficar em páginas isoladas, caso o ofício tenhaficar em páginas isoladas, caso o ofício tenhaficar em páginas isoladas, caso o ofício tenhamais de uma páginamais de uma páginamais de uma páginamais de uma páginamais de uma página. Por uma medida de seguran-ça, a página em que constar assinatura e identificaçãosempre deve apresentar ao menos a última frase ante-rior ao fecho.
Outro cuidado com relação a ofícios de mais de umapágina: devem constar nas páginas seguintes à pri-meira e nas dos anexos, o número da folha, o nomeda correspondência, o número de ordem e a data abre-viada, alinhados à esquerda, como no exemplo:
Fl. 2 do Ofício nº 15/GR, de 31/9/07.
Fl. 2 do Anexo ao Of. nº 15/GR, de 31/9/07.
83Período 2
UNID
ADE
310. Cuidados com a diagramação
Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman, ta-manho 12; para símbolos não existentes na fonte menci-onada poderão ser utilizadas as fontes Symbol e Wingdings;
os ofícios, assim como os memorandos e os anexos, pode-rão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso,as margens esquerda e direita terão as distâncias inverti-das nas páginas pares (“margem espelho”);
a margem lateral esquerda possui 3 cm de largura, e a mar-gem lateral direita 1,5 cm;
deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas;
o espaçamento entre parágrafos é de uma linha em branco;
não se deve abusar do uso de negrito, itálico, sublinhado,letras maiúsculas, sombreado, relevo, bordas ou qualqueroutra forma de formatação que afete a elegância e a sobri-edade do documento;
a impressão dos textos deve ser feita na cor preta empapel branco (inclusive timbre). A impressão coloridadeve ser usada apenas para gráficos e ilustrações;
todos os tipos de documentos do “Padrão Ofício” devemser impressos em papel A4, ou seja, 29,7 x 21,0cm;
dentro do possível, todos os documentos elaborados devemter o arquivo de texto para consulta posterior ou aproveita-mento de trechos para casos semelhantes; e
para facilitar a localização, os nomes dos arquivos no com-putador devem ser formados da seguinte maneira: tipo dodocumento + número do documento + palavras-chavesdo conteúdo. Exemplo: “Of. nº 123 – relatório produtivida-de ano 2002”.
84 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 Modelo de ofício
Veja agora um modelo de ofício adaptado do Ma-nual de Redação da Presidência da República.Ressaltamos que o espaçamento entre as partesque compõem o ofício pode ser alterado em fun-ção da maior ou menor extensão do texto, devendoprevalecer, como aponta Flôres (2002), o sensoestético.
Observe atentamente a aplicação do que você viu em relaçãoàs partes que compõem o ofício, especialmente no que diz respeito aouso do vocativo, do pronome de tratamento e da linguagem formal.
Além disso, atente para o fato de que cada idéia é apresentadaem um único parágrafo, o que contribui para maior clareza e compre-ensão do texto (Quadro 7):
Quadro 8: Modelo de ofícioFonte: adaptado de Brasil (2002, p. 15)
85Período 2
UNID
ADE
3Memorando Oficial
O memorando oficial é uma modalidade de comunicação en-tre unidades administrativas de um mesmo órgão, que estão hierar-quicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Logo, trata-sede uma forma de comunicação interna.
Pode ser utilizado em uma série de situações: assuntos admi-nistrativos, exposição de projetos, idéias, diretrizes, inovações de ser-viço, entre outras. Sua principal característica é a agilidade: “atramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pelarapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos” (BRASIL,2002, p. 18). Nesse sentido, ressalta-se que os despachos ao memo-rando podem ser dados no próprio documento, o que evita o desne-cessário aumento do número de comunicações e de papel.
Quanto a sua forma, o memorando oficial segue o modelo do“Padrão Ofício”, ou seja, é elaborado de acordo com os dez itensestudados anteriormente. Há somente três diferenças:
1. o destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa;
2. o vocativo não é utilizado; e
3. não é necessário mencionar a cidade antes de se escrevera data, que deve vir grafada na mesma linha do número domemorando e da sigla do setor/órgão.
Compare o modelo de ofício (Quadro 8), apresentado anterior-mente, com o modelo de memorando mostrado a seguir (Quadro 9),observando as diferenças, mas principalmente as semelhanças entreessas correspondências oficiais:
vO dia não deve ser se-
guido de zero à esquer-
da, tanto no memoran-
do quanto no ofício.
Veja: Em 7 de abril de
2007. Datas no “meio
do texto” também não
devem ter o zero à es-
querda para o dia e o
mês: [...] o pedido foi
aprovado em 6/7/04.
86 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3
Quadro 9: Modelo de memorandoFonte: adaptado de Brasil (2002, p. 19)
87Período 2
UNID
ADE
3Olá!
Nesta seção, você observou como o ofício e o me-morando são elaborados na redação oficial de acor-do com as normas estabelecidas pelo Manual deRedação da Presidência da República.
Viu as pequenas diferenças e as grandes seme-lhanças entre essas correspondências oficiais, pormeio da observação de modelos muito úteis que oauxiliam na escrita do ofício e do memorando.
Agora vá ao final da Unidade, empenhe-se nas ati-vidades 2, 3 e 4 e não se esqueça: se surgiremdúvidas e você não encontrar as soluções, não he-site em pedir ajuda ao tutor.
Bons estudos!
RRRRResumindoesumindoesumindoesumindoesumindoNesta Unidade, você pôde conhecer o conceito de Reda-
ção Oficial, o emprego dos Pronomes de tratamento que são
utilizados para conferir formalidade e polidez ao ofício e ao me-
morando, e como essas comunicações oficiais são elaboradas
de acordo com as normas estabelecidas pelo Manual de Reda-
ção da Presidência da República.
Você viu também que o ofício e o memorando são muito
utilizados na redação empresarial, além de constituírem a base
para a elaboração de muitos outros comunicados empresariais,
como os que você verá na próxima Unidade. Preparado? Em
caso de dúvidas remanescentes, retome a leitura e, se for ne-
cessário, consulte seu tutor.
Vamos em frente!
r
88 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 AAAAAtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprendizagemendizagemendizagemendizagemendizagem
1. Reescreva os excertos (trechos) abaixo a fim de adequá-los às reco-
mendações apresentadas anteriormente, identificando o pronome de
tratamento correto em cada caso:
Informamos ao Ilmo. Sr. que vosso pedido de afastamento para
realizar curso de aperfeiçoamento profissional foi aprovado pela
Direção do Centro.
Reescrita:
Alertamos ao Digníssimo Senhor que vossa correspondência
foi entregue sem atraso.
Reescrita:
Em vossa comunicação, o Senhor ressalva a necessidade de
que fossem levadas em consideração as característ icas
socioeconômicas regionais para a aprovação do projeto.
Reescrita:
89Período 2
UNID
ADE
3Ilustríssimo Senhor Roberto,
Convido o Senhor para participar da sessão de abertura do
Primeiro Seminário Estadual sobre o Uso Eficiente de Energia, a
ser realizado...
Reescrita:
2. Os excertos apresentados neste exercício são introduções de ofícios e
memorandos, adaptados de Flôres (2004). Faça as alterações ne-
cessárias ao reescrever cada um dos trechos, a fim de adequá-los às
recomendações expressas anteriormente. Elimine as frases feitas, as
redundâncias, os erros de digitação e as inadequações à norma culta
do português, conforme o exemplo:
ExemploExemploExemploExemploExemplo:
Vimos, através deste, informar a V.Sa. que, em virtude do II
Encontro Nacional dos Estudantes de Administração (ENAD), o
conselho depatarmental e o colegiado do curso de Administração
aprovou a suspensão de aulas do dia 10 de Abril, no período
matutino, e no dia 11 de Abril, no período vespetino, sendo que
no período matutino as aulas serão normais.
Reescr i turaReescr i turaReescr i turaReescr i turaReescr i tura:
Informamos a V.Sa. que, em virtude do II Encontro Nacional
dos Estudantes de Administração – ENAD –, o Conselho
Departamental e o Colegiado do Curso de Administração aprova-
ram a suspensão de aulas no dia 10 de abril, no período matuti-
no, e no dia 11 de abril, no período vespetino.
90 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 a) Dirigimo-nos a V.Sa. para alertar que, por decisão do egré-
gio CEPE (Parecer 142/06), foi excluída do Calendário
Escolar a semana tradicionalmente destinada à recupera-
ção do final de cada semestre letivo.
Reescrita:
b) Através deste, informamos a V.S. que vosso pedido de Mu-
dança de Regime de Tempo Parcial para Integral foi autori-
zado pelo colegiado do vosso departamento em 06/07/04.
Reescrita:
c) Pelo presente, estamos encaminhando o formulário do PID
96/11 (plano individual docente) e solicitamos que o mes-
mo seja devolvido, impreterivelmente, até 06/11/07 (quin-
ta-feira), devidamente preenchido, para que possamos ela-
borar o plano de trabalho depatarmental.
Reescrita:
91Período 2
UNID
ADE
3d) Valemo-nos do presente para consultá-la sobre a possibili-
dade de estar colaborando em serviços urgentes de revi-
são de ofícios e memorandos dos diversos setores desta
empresa.
Reescrita:
e) Vimos por meio deste solicitar aos alunos de Administra-
ção que tenham ou pretendam ter conta na internet que
informem ao Departamento o número da conta ou a inten-
ção de abri-la até 15/04/07 para que possamos estar en-
caminhando à Direção do Centro.
Reescrita:
f) Pelo presente, temos a imensa satisfação de comunicar a
V.Sa. que a comissão de seleção do Programa de Pós-Gra-
duação em Administração determinou sua aceitação como
aluno(a) regular do programa de Pós-graduação em Admi-
nistração.
Reescrita:
92 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
3 g) Tenta este Ofício retratar por escrito as questões mais ge-
rais levantadas pelo Chefes de Departamentos e Coorde-
nadores de Curso presentes à reunião do dia 23/02/06, a
respeito da Recuperação de conteúdos prevista para os se-
mestres 2006/01 e 2006/02, conforme deliberação do
CEPE, quando da discussão sobre o Calendário Acadêmico.
Reescrita:
h) Venho a sua presença para comunicar minha decisão de
concorrer, na Convenção do nosso partido, à indicação do
meu nome como candidato à presidência da república.
Reescrita:
93Período 2
UNID
ADE
33. Reescreva o memorando a seguir de acordo com o que você estudou
sobre esse tipo de comunicação oficial:
Quadro 10: Exercício de reescritura de memorandoFonte: elaborado pelos autores
4. Reescreva o ofício e o memorando oficial postado no Ambiente Virtu-
al de Ensino-Aprendizagem, em folhas separadas e observando a
diagramação, como se você fosse, de fato, o responsável pela elabo-
ração dessas correspondências.
Objetivo
Nesta Unidade, você vai aplicar os conhecimentos
construídos ao longo de toda a disciplina para
elaborar com dinamismo as principais
correspondências e documentos empresariais.
4UNIDADE
Correspondências edocumentosempresariais
96 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4
97Período 2
UNID
ADE
4
!
Correspondências edocumentos empresariais
Saudações, estudante de Administração!
Vejamos agora como você pode elaborar as princi-pais correspondências e documentos utilizados nomeio empresarial. Daqui em diante, as atividadesserão direcionadas para uma maior consolidação eaplicação dos conhecimentos adquiridos ao longode toda a disciplina.
Fique atento à maneira com que cada modalidadetextual é apresentada, observando as característi-cas de diagramação, de formalidade e de uso dalinguagem culta do português brasileiro.
Bons estudos!
Um simples texto feito na empresa?
Imagine a seguinte situação: você foi designado para elaborara ata da próxima reunião do trabalho, sendo que, em seguida, rece-beu a tarefa de enviar uma carta importantíssima, pois o destinatárioé o maior cliente da empresa e o assunto envolve a ampliação e amodernização dos serviços prestados. E agora?
Se você pensou que a solução para a situação descrita está,primeiro, no estudo dos aspectos de construção desses textos e, segun-do, na elaboração de uma simples ata e de uma carta comum, acer-tou apenas na primeira parte da solução! Vamos entender por quê?
As correspondências e os documentos empresariaissão vistos não só como meios de comunicação ou demanejo das atividades administrativas, mas como es-paços de construção da imagemimagemimagemimagemimagem da empresa enquan-to corporação moderna e atualizada.
98 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 São também nesses espaços que, mais uma vez, a empresamostrará sua competência, sua capacidade de se adequar aos modernospadrões vigentes, sem contudo deixar de inovar, de mostrar sua singula-ridade e seus traços positivos de diferenciação entre concorrentes.
De fato, atualmente há um novo modo de conceber a escritaempresarial, em todas as suas modalidades: desde uma pequena men-sagem eletrônica (e-mail) convocando para uma reunião ordinária atéuma carta enviada para um cliente importante, é necessário conside-rar a escrita na empresa como mais um lugar para onde convergemsua eficiência e qualidade.
Veja a definição de correspondência empresarial moderna paraGold (2005, p. 99, grifos da autora):
A correspondência empresarial é, hoje em dia, [...] um instru-mento de marketing, pois se insere na realidade de um merca-do competitivo em que todas as nuances de comportamentoadquirem sentido: a comunicação empresarial é a respon-sável pela imagem da organização perante seu público,interno ou externo. [...] Assim, há um cuidado cada vezmaior para compatibilizar a eficiência da mensagem com asua forma. Isso tem provocado adaptações que variam deempresa para empresa, no sentido de adequar as normas dacorrespondência à realidade da tramitação de informações emcada organização, em função de sua cultura interna, de seusvalores e de seu fluxograma.
Perceba o quanto você poderá contribuir para aboa imagem interna ou externa de sua empresa ouda instituição na qual você for colaborador, ao ela-borar com sofisticação e dinamismo as correspon-dências e os documentos empresariais sob sua res-ponsabilidade!
99Período 2
UNID
ADE
4Carta
Há duas possibilidades de organização do texto da carta em-presarial: o modelo denteado e o modelo em bloco. O primeiro, é vistopor algumas instituições como um modelo em desuso. Na verdade, oque se verifica é uma forte influência dos modelos norte-americanosde cartas, elaborados em blocos, cabendo a cada empresa determinaraquele modelo que melhor traduza sua cultura e valores. Note as dife-renças entre os dois modelos, por meio da análise do Quadro 11:
Quadro 11: Esquema de carta denteada e em blocoFonte: adaptado de Gold (2005, p. 102)
Como você pode perceber, a principal diferença diz respeito aoadentramento de parágrafos. A carta denteada é elaborada de acordocom o “Padrão Ofício”, com a diferença de que pode não ter numera-ção de parágrafos e endereçamento do destinatário. Na carta escri-ta conforme a padronização blocada, todos os elementossão alinhados à esquerda, desde o número da carta até aassinatura.
Veja os principais elementos que compõem a carta empresarial:
1. Timbre
Diferentemente das correspondências oficiais, as correspondên-cias empresariais podem apresentar o timbre completo ou não.
100 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4
!
Podemos dizer que o que vai determinar o uso de um ou de outrotimbre são elementos como: o motivo da carta; o destinatário; e oconteúdo.
Para as empresas se comunicarem com os órgãos públicos pormeio de carta, esta necessariamente deve conter o timbre completo eseguir o Padrão Ofício, que nós já estudamos. O timbre completo deveapresentar: logomarca institucional; razão social da empresa; endere-ço para correspondência; telefone para contato; e endereço do cor-reio eletrônico.
Ressalta-se que nas cartas modernas há uma tendência de“suavização” do timbre, ou seja, de utilização do “timbre incomple-to”, muito conhecido por cabeçalho, para as cartas de cunho social:as que são dirigidas para clientes, fornecedores, parceiros e colabora-dores, entre outros. O “timbre incompleto” é aquele que apresentasomente a logomarca institucional, ou esta e alguma outra informaçãocomo, por exemplo, nome fantasia, slogan etc.
Mesmo para o uso do cabeçalho, o que deve ser observado éum preceito constante nas normas de elaboração da correspondênciaoficial: a uniformidade. Se diversos clientes receberem cartas com tim-bres/cabeçalhos diferentes, é sinal que falta uniformidade, não é mesmo?
O responsável pela elaboração da carta empresarialnão deve alterar o timbre ou o cabeçalho que já éutilizado na empresa.
É uma prática comum as corporações possuírem oucontratarem profissionais especializados na elabora-ção de timbres (completos ou não) e de outros tiposde identificações visuais, para serem utilizadas em di-versas situações, destinatários, tamanhos de papel,outdoors, comerciais de revistas etc.
As considerações sobre o timbre em cartas empresari-ais valem também para os documentos e outros tiposde correspondências, com exceção de e-mail, quandoeste não possui textos anexos.
É importante estar atento à padronização adotada nolocal em que você atuar.
v
Você esqueceu
as característi-
cas do Padrão
Ofício? Volte à
Unidade ante-
rior e observe
quais elemen-
tos são neces-
sários tomar
nota para es-
crever uma cor-
respondência oficial.
vSe o padrão adotado for
o blocado, até o timbre
é impresso alinhado à
esquerda.
101Período 2
UNID
ADE
42. Número
Obedece à ordem de feitura dentro do ano, podendo ou não serprecedido pela espécie da correspondência, como nos exemplos:
Carta 26/PGI ou Ct. 26 – PGI
PGI – 26 ou PGI/26
3. Local e data em que foi assinado
Deve ser escrito por extenso e:
sem o zero à esquerda do número do dia;
com o nome do mês em letra minúscula;
sem ponto nem espaço no número do ano (2.008);
terminar com ponto final.
Exemplo:
Florianópolis, 9 de maio de 2008.
4. Destinatário
A inscrição do destinatário não deve ser seguida de seu ende-reço. Coloca-se o endereço na carta somente se for o caso de se utili-zar envelope janelado. Veja os exemplos de preenchimento de desti-natário no Quadro 12:
Infotec Comercial LTDA.
Setor de Vendas
At.: Sr. Marcus Aurélio
Ao
Banco do Brasil S.A.
Agência Trindade
À
Infotec Comercial LTDA.
Setor de Compras e Importações
At.: Sr. Marcus Aurélio
À
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Departamento de Administração
Quadro 12: Exemplo de destinatário de cartaFonte: elaborado pelos autores
vUsa-se a crase porque
está subentendida a pa-
lavra empresa antes do
nome desta.
102 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 Note que:
um dos exemplos não tem o “À” ou “Ao”, pois são faculta-tivos;
para destinar a carta a uma pessoa específica, usa-se “At.”(abreviatura de atenção). A forma “Att.” (abreviação dapalavra inglesa attention) não é utilizada.
5. Assunto e referência
O assunto, como você viu na Unidade anterior, é o resumo quedeve trazer em pouquíssimas palavras uma prévia satisfatória do con-teúdo da correspondência.
A referência, por sua vez, é a indicação do número do docu-mento mencionado na carta. Veja um exemplo de assunto e de refe-rência:
Assunto: Aquisição de impressoras.
Referência: Sua Carta-Proposta nº. 2.
6. Vocativo
Diferentemente do vocativo em correspondências oficiais, nacarta empresarial podem ser utilizados os vocativos “Prezado(s)”,“Estimado(s)”, “Caro(s)”. No fim do vocativo usa-se vírgula. O cui-dado a ser tomado é fazer a concordância em gênero e número, comonos exemplos a seguir (Quadro 13):
vEste códi-
go é utili-
zado ge-
ralmente
nos envelopes, antes
do nome de uma pes-
soa. Significa “aos cui-
dados de”.
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Departamento de Administração
At.: Sra. Sofia Campos
Prezada Senhora,
Infotec Comercial LTDA.
Setor de Compras e Importações
Prezados Senhores,
Quadro 13: Exemplo de vocativo em cartasFonte: elaborado pelos autores
103Período 2
UNID
ADE
47. Texto
Se o padrão adotado é o “blocado”, todas as partes da cartasão alinhadas à esquerda e a separação dos parágrafos é feita por nomínimo uma linha em branco.
Além disso, em ambos os padrões, o texto deve serjustificado.
8. Nome e cargo/função
Como nas correspondências oficiais, não se coloca o traço oua linha para a assinatura; nem título ou profissão à esquerda do nomede quem assina a carta. O cargo ou a função são mencionados nalinha abaixo da que está grafado o nome.
9. Anexos
Se a carta for acompanhada de anexos, é feita a indicação daquantidade destes complementos ou dos nomes dos papéis anexos naparte inferior da carta, após o nome e o cargo, com alinhamento àesquerda para ambos os padrões estudados (denteado ou em bloco).
Anexos: Relatório de Inspeção nº. 15. Anexos: 2. Pedido de Orçamento nº. 137.
Analise o exemplo de carta empresarial a seguir (Quadro 14),observando cada uma das partes estudadas:
vNão se esqueça: toda
assinatura deve ser se-
guida do nome impres-
so, por extenso, da pes-
soa que assinou.
104 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4
Quadro 14: Exemplo de carta empresarialFonte: elaborado pelos autores
105Período 2
UNID
ADE
4Note que essa carta poderia ser transformada facilmente emuma circular, uma comunicação reproduzida em muitos exemplarese que é dirigida a várias pessoas ou aos diversos setores de uma em-presa. Isso porque o assunto da carta do Quadro 14 é geral: a moder-nização dos serviços prestados pela empresa.
Para a transformarmos em circular, basta retirarmos do exem-plo mostrado as informações específicas de endereçamento, comomostra o exemplo a seguir:
vEvidente-
m e n t e ,
nos casos
em que o
conteúdo
ou o assunto da carta
for específico, não é
possível transformá-la
em circular.
Memorando
O memorando é utilizado nas empresas como um instrumentode comunicação ágil entre os seus setores ou departamentos. Sua for-ma pode variar de empresa para empresa, e ainda ser feito em umformulário impresso próprio. Não há, portanto, um padrão rígido, massua elaboração pode ser muito semelhante à do memorando oficial,estudado na Unidade anterior, com as seguintes diferenças:
não se enumeram os parágrafos;
o grau de formalidade é determinado pelo destinatário dacorrespondência ou pelo seu conteúdo; e
se for o caso de memorandos trocados entre uma empresamatriz e suas filiais situadas em cidades diferentes, coloca-se o nome da localidade junto à data, como na carta.
vCostumava-se chamar o
formulário impresso para
mensagens rápidas en-
tre os setores de uma
empresa de comunica-
ção interna (CI), para se
fazer a distinção entre
essa correspondência e
o memorando. Entretan-
to, atualmente essa di-
ferenciação não é
verificada.
106 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 Analise o exemplo a seguir (Quadro 15) e identifique as partesque compõem o memorando empresarial:
vEm muitas em-
presas o correio
eletrônico já
substitui o me-
morando im-
presso.
Quadro 15: Exemplo de memorando empresarialFonte: elaborado pelos autores
107Período 2
UNID
ADE
4Olá!
Nesta seção você viu como contribuir para a boaimagem interna ou externa de uma empresa ao ela-borar com qualidade e eficiência cada uma daspartes que compõem as cartas e os memorandosutilizados na correspondência empresarial.
Agora, que tal exercitar um pouco? Vá ao final daUnidade e responda às atividades 1, 2 e 3. Lem-bre-se as atividades são muito importantes para oaprimoramento das habilidades de escrita. Alémdisso, ao fazer as atividades, você já terá em seucomputador modelos para cada correspondênciaou documento empresarial estudados aqui. Por isso,não deixe de fazê-los.
Conte com a ajudar do seu tutor.
Bons estudos!
Correio eletrônico
Por causa de sua flexibilidade e rapidez, o correio eletrônico éo meio de comunicação mais usual para a transmissão de informa-ções no âmbito empresarial, tanto entre os setores de uma empresaquanto entre esta e seus clientes, fornecedores, parceiros, prestadoresde serviços, e outros.
É uma ferramenta muito versátil, mas que requer alguns cuida-dos conforme seu uso, para uma melhor otimização e aproveitamentodas comunicações empresariais internas ou externas. Acompanhe aseguir algumas dicas sobre como melhorar suas comunicações envia-das por correio eletrônico:
a linguagem formal deve ser mantida se a correspondênciafor enviada para fora da empresa. Se for uma carta, é inte-ressante manter a padronização estética, de acordo com oque estudamos anteriormente;
não deve haver exagero no uso da linguagem informal emmensagens enviadas internamente, quando estas substitu-em memorandos; e v
Gold (2005, p. 102)
aponta que os maiores
problemas observados
hoje em dia com relação
às mensagens do cor-
reio eletrônico nas em-
presas são a
informalidade extremada
e a pressa na escrita
dessa comunicação,
como se ela fosse uma
“fala” despreocupada.
Em muitos casos, isso
acaba tornado a mensa-
gem confusa e de difícil
entendimento.
108 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 as regras gramaticais devem ser observadas e o assuntoexposto com clareza e boa organização das idéias, mesmoque seja para um companheiro de trabalho próximo.
Apesar de o correio eletrônico ser uma comunicação similar àdo bilhete ou à do contato telefônico, seu texto tem valor documen-tal, ou seja, torna-se um documento empresarial que pode ser utiliza-do, posteriormente, para diversos fins, assim como os documentos im-pressos arquivados são utilizados, por exemplo, em relatórios que com-provam rendimentos, custos etc.
Analise a seguir a mensagem eletrônica enviada pela Sofia paraos seus companheiros de equipe. Eles trabalham na empresa fictíciaInfotec. Outra empresa fictícia, a Transportadora Floripana, atrasou aentrega de mercadorias para aquela, e Sofia precisa saber de sua equi-pe uma informação e tentar resolver um problema. Veja o Qua-dro 16:
Quadro 16: Mensagem de e-mail inadequadaFonte: elaborado pelos autores
Antes de prosseguir a leitura, pense um pouco:quais são os problemas encontrados nessa mensa-gem eletrônica, com relação à necessidade de seenviar comunicações claras e eficazes dentro deuma empresa moderna e dinâmica?
109Período 2
UNID
ADE
4Um item importante é com relação ao preenchimento do cam-po “Assunto”. Como vemos, não há informações específicas. Somentea palavra “atraso” nesse campo pode dificultar a localização do e-mail em uma lista de e-mails extensa, fato que é muito comum nasempresas que utilizam diariamente essa ferramenta de comunicação.A solução seria acrescentar, no mínimo, o nome da transportadoraem questão.
No tocante ao texto do e-mail, percebemos que há uma aproxi-mação excessiva entre a linguagem escrita e a linguagem falada. En-tretanto, esse não é um problema tão significativo quanto o que vemosna última sentença: “Vou entrar em contato novamente para tentarresolver o problema”.
A partir do que Sofia escreveu, você saberia dizer ao certo comquem ela entrará em contato novamente? Com a equipe ou com atransportadora Floripana? E mais: você saberia dizer com segurançaqual o problema que Sofia irá resolver? A questão do cancelamento docontrato da transportadora ou do atraso na entrega da mercadoria?
Lembre-se da Unidade 1, em que você estudou astécnicas de comunicação escrita:
avalie se seu texto está bem construído ou não apartir das respostas que ele gera;
certifique-se de que o que está claríssimo paravocê esteja também claríssimo para seu leitor;
provoque a resposta adequada em seuinterlocutor. Não se lembra muito bem? Volte lá eleia novamente a seção Técnicas de comunicação:a produção de sentidos pela escrita.
Se existem dúvidas com relação a quem Sofia entrará em con-tato novamente ou a qual problema ela irá tentar resolver, é porque otexto provoca respostas ambíguas, não-claras, ou seja, per-mite que surjam interpretações indesejadas, situação que, emmuitos casos, pode gerar equívoco e até prejuízos para uma empresa.
Além disso, observe a maneira com que Sofia solicita uma in-formação: “O contrato dela vai ser cancelado, né?”. Ela supõe já sa-ber a resposta para sua pergunta, e induz os interlocutores a mera-mente confirmarem seu palpite de que o contrato vai ser cancelado.
110 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 Isso pode provocar uma indisposição na equipe a responder satisfato-riamente à pergunta ou a responder da maneira com a qual Sofiaespera ser respondida.
Veja o e-mail com as alterações que visam reduzir a indisposi-ção responsiva, incentivar ou persuadir o interlocutor a dar a respostaesperada e tornar comum o pensamento do redator da mensagem(Quadro 17):
Quadro 17: Mensagem de e-mail adequadaFonte: elaborado pelos autores
Em suma, no pensamento de Sofia tudo estava claríssimo, elaentraria em contato mais uma vez com a transportadora para tentarresolver o problema do atraso na entrega das mercadorias. Entretan-to, seu primeiro e-mail (Quadro 16) não tornava esse pensamentocomum e nem contribuía para a obtenção das respostas desejadas.Por isso, no segundo e-mail (Quadro 17), a fim de corrigir essas fa-lhas, Sofia escreve com exatidão, não omitindo dados rele-vantes para a correta compreensão de suas idéias.
111Período 2
UNID
ADE
4Ata
Podemos definir ata como o registro claro e preciso das ocor-rências de uma reunião, assembléia ou convenção.
Os componentes básicos de uma ata são: cabeçalho, abertura,referência aos presentes, desenvolvimento e fecho. Cada um dos com-ponentes apresenta os seguintes elementos:
Cabeçalho: número da ata ou da reunião e a denomina-ção do grupo reunido;
Abertura: dia, mês, ano, hora, local da reunião, nome deseu presidente, ordem do dia ou pauta;
Referência aos presentes: relação e identificação daspessoas presentes;
Desenvolvimento: narração sucinta e clara dos assuntostratados e das decisões tomadas pelo grupo reunido; e
Fecho: finalização que pode ser realizada por meio de ex-pressão de praxe, como “Nada mais havendo a tratar” ou“Esgotada a pauta”, seguida da declaração do encerramen-to da reunião feita pelo presidente, o nome da localidade,a data e a(s) assinatura(s).
Analise uma sugestão para a escrita da ata de uma reuniãofictícia da Companhia de Transportes Floripana (Quadro 18), identi-ficando cada um dos elementos estudados:
112 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 ATA DA 2ª REUNIÃO DE DIRETORIA DA COMPA-NHIA DE TRANSPORTES FLORIPANA
Aos sete dias do mês de maio de dois mil e oito, às nove horas,na sala de reuniões da sede da companhia, na Rua FlorianoPeixoto, nº 50 (cinqüenta), Florianópolis - SC -, sob a presidên-cia do Senhor Osvaldo Cruz, reuniram-se os diretores da Com-panhia de Transportes Floripana para analisar as constantes re-clamações enviadas por seus clientes. Constatada a presençade todos os membros da diretoria, conforme infra-assinados, oSenhor Presidente abriu a reunião apresentando algumas recla-mações dos principais clientes da empresa, enviadas por e-mail,sobre o freqüente atraso na entrega de mercadorias. Depois dediscutirem os argumentos das reclamações, os senhores direto-res deliberaram sobre a melhoria no sistema de distribuição dasmercadorias, para a redução, ao máximo, dos atrasos na entre-ga. Ficou resolvido também que serão liberadas verbas para aaquisição de 5 (cinco) caminhões novos e para a contrataçãode uma empresa de consultoria especializada em logística, sen-do que os procedimentos para a compra dos caminhões e paraa contratação de consultoria serão discutidos detalhadamentena próxima reunião semanal de diretoria. Nada mais havendo atratar, o Senhor Presidente encerrou a reunião da qual eu, IgorDuarte, secretário designado, lavrei a presente ata que, após lidae aprovada, será assinada por todos os presentes. Florianópolis,sete de maio de dois mil e oito.
Quadro 18: Modelo de ataFonte: elaborado pelos autores
Para a elaboração dessa sugestão de ata, foram observadas asseguintes recomendações com relação à feitura desse documento(FLÔRES, 2002, p. 91):
a redação da ata deve ser feita em linguagem objetiva, evi-tando-se, assim, apreciações subjetivas do tipo “excelenteproposta”, “belos argumentos”, entre outras;
ao narrar o que se passou na reunião, o redator deve utili-zar o tempo verbal pretérito perfeito do indicativo:Fulano declarou, deliberou, decidiu, e assim por diante;
113Período 2
UNID
ADE
4
!
os números devem ser escritos por extenso;
as palavras não devem ser abreviadas; e
por ser um documento que possui valor jurídico, a ata deveser lavrada (registrada) de modo que nada lhe possa seracrescentado ou modificado, o que previne, assim, fraudes– por isso é escrita em linhas corridas.
Importante:
Para atas escritas à mão, acrescentam-se ainda as se-guintes recomendações:
em caso de erro constatado no momento da escritada ata, emprega-se a forma corretiva “digo”, entre vír-gulas, seguida da palavra ou expressão correta.
quando o erro for percebido após a redação de todaa ata, usa-se a expressão “em tempo” no final da ata.Exemplo: Em tempo: na linha onde se lê “tratarem”,leia-se “tratar”.
Há uma tendência no meio empresarial de modernizaras atas para que elas fiquem mais legíveis, por meio dautilização de formulários padronizados. Veja um exemplo deata moderna (Quadro 19) e o compare com o modelo de ata escritaem linhas corridas (Quadro 18), analisando as diferenças entre asduas formas:
114 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4
Quadro 19: Modelo de ata modernaFonte: elaborado pelos autores
Atestado
De acordo com Martins e Zilberknop (1995), atestado é umdocumento firmado por uma pessoa a favor de outra, atestando a ver-dade a respeito de determinado fato.
O atestado deve ser impresso em folha timbrada e possuir apalavra ATESTADO, centralizada e grafada em letras maiúsculas,abaixo do timbre.
115Período 2
UNID
ADE
4O texto deve ser escrito em um único parágrafo, que pode seriniciado com a primeira pessoa do singular (Atesto), quando uma sópessoa assina, ou com a primeira pessoa do plural (Atestamos), quan-do mais de uma pessoa assina. Em seguida, conforme Flôres (2002),deve apresentar a finalidade do documento, de maneira definida. Issoquer dizer que a expressão vaga “atesto para os devidos fins” nãodeve ser utilizada. Ato contínuo, o texto deve conter o nome do inte-ressado e a indicação do fato a ser atestado.
Após o texto, escreve-se o nome da localidade e a data, centra-lizados. Por fim, grafa-se o nome de quem assina o atestado, seguidodo cargo em letras maiúsculas. Veja o modelo (Quadro 20):
Quadro 20: Modelo de atestadoFonte: elaborado pelos autores
Na redação empresarial, o atestado e a declaração são docu-mentos semelhantes. Por isso, para a elaboração da declaração, bastasubstituir os termos “ATESTADO” e “Atesto” por “DECLARAÇÃO” e“Declaro”.
Entretanto, conforme aponta Flôres (2002, p. 67), é possíveldiferenciar o atestado da declaração porque esta pode ser firmadapor uma pessoa física em favor de si própria, o que não ocorre com oatestado. O atestado também difere da certidão, porque ele se refere afatos transitórios, enquanto a certidão se refere a fatos permanentes,registrados em livros, boletins ou em outros documentos. v
O atestado não pode ser
firmado por pessoa físi-
ca em favor de si mes-
ma. É por esse motivo
que as instituições pú-
blicas devem fornecer
atestados, e não decla-
rações.
116 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 Convocação
A convocação é um convite administrativo feito a muitas pes-soas para se reunirem em algum lugar.
Possui o título “CONVOCAÇÃO” e um parágrafo contendo:
o(s) cargo(s) daquele(s) que assina(m) a convocação, se-guido do verbo convocar na 3ª pessoa do singular (ou doplural);
a indicação dos que estão sendo convocados;
o tipo de reunião (ordinária, extraordinária, geral, entreoutras);
a data, o horário e o local da reunião; e
a lista dos assuntos a serem tratados na reunião.
Além disso, apresenta o fecho centralizado com o nome da lo-calidade, a data de elaboração da convocação, a(s) assinatura(s) eo(s) nome(s) de quem firmou o convite.
Veja o modelo (Quadro 21):
Quadro 21: Modelo de convocaçãoFonte: elaborado pelos autores
117Período 2
UNID
ADE
4Requerimento
O requerimento é um documento pelo qual a pessoa física oujurídica requer algo a que tem direito, concedido por ato normativo(leis, decretos, entre outros). Por isso, pode apresentar a citação doamparo legal do pedido.
Sua utilização é muito ampla: obtenção de documentos (certi-dões, atestados etc.), de benefícios financeiros, de férias, de aposen-tadorias, entre outros.
De acordo com Flôres (2002), o requerimento pode ser classifi-cado segundo dois parâmetros:
o número de requerentes (individual ou coletivo); e
a modalidade do texto (simples ou com exposição de motivos).
Ainda segundo a autora, as três partes que compõem o requeri-mento, a invocação, o texto e o fecho, podem ser assim caracterizadas:
Invocação: é formada pelo vocativo e pelo cargo da pes-soa a quem o documento é dirigido; deve ser escrita noalto da folha, a partir da margem esquerda;
Texto: é composto por duas partes, o preâmbulo e o corpo.O preâmbulo constitui-se do nome por extenso do reque-rente (em maiúsculas ou não), sua qualificação e sua iden-tificação.
Em caso de requerimento coletivo (com mais de duas pes-soas), no lugar dos nomes dos requerentes, faz-se a identi-ficação por algo que é comum a esse grupo. Exemplo: “Osabaixo assinados, todos moradores das ruas Marcus Auré-lio, Floriano Peixoto, Guido Mântega e adjacências, reque-rem que seja transferido o ponto de ônibus [...]”.
O corpo constitui-se da exposição do que se está requeren-do e da justificativa do que é requerido, podendo ser feitapor meio da citação do ato ou fato legal em que se funda-menta a solicitação.
Se for um requerimento com exposição de motivos, “apósa identificação do(s) requerente(s), a exposição do que se
vO requerimento coletivo
(simples ou com expo-
sição de motivos) é tam-
bém chamado de abai-
xo-assinado.
vVeja a diferença: a) abai-
xo assinado = abaixo
está assinado por al-
guém. b) abaixo-assina-
do = nome de um re-
querimento coletivo.
118 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 está requerendo e a citação do ato legal, que às vezes nãoconsta, listam-se os motivos (argumentos baseados em fa-tos) em alíneas” (FLÔRES, 2002, p. 61).
Fecho: apresenta expressão canônica, seguida de ponto,do nome da localidade, da data e da assinatura. As ex-pressões usuais do fecho podem ser escritas por extensoou abreviadas, como no Quadro 22:
Quadro 22: Fechos de requerimentoFonte: elaborado pelos autores
Veja a seguir um exemplo de requerimento simples (Quadro23) e outro com exposição de motivos (Quadro 24):
POR EXTENSO
Nestes termos, pede deferimento.
Nestes termos, espera deferimento.
Aguarda deferimento.
Pede deferimento.
ABREVIADOS
N.T.
P.D.
N.T.
E.D.
A.D.
P.D.
Quadro 23: Exemplo de requerimento simplesFonte: elaborado pelos autores
119Período 2
UNID
ADE
4
Cuidados com a elaboração de requerimentos
deve-se evitar o uso de expressões arcaicas ou redundantescomo: “[...] pelo presente, vem respeitosamente requerer aV.Exa. se digne [...]”; “[...], vem mui respeitosamente re-querer de V.Exa. [...]”; “[...], vem requerer [...]”; “[...], vêmrequerer [...]”; “[...], vem, por meio deste, requerer que [...]”.Prefira apenas “[...], requer [...]” ou “[...], requerem [...]”.
Quadro 24: Exemplo de requerimento com exposição de motivosFonte: adaptado de Flôres (2002)
120 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 “O trecho do corpo do requerimento que antecede a expo-sição de motivos termina por dois-pontos. A seguir, sãoordenados os motivos, um a um, indicados por alíneasadentradas com relação à margem esquerda. O texto decada alínea termina por ponto-e-vígula (o último terminapor ponto) e deve ter coesão e coerência com o trechoinicial do corpo do requerimento” (FLÔRES, 2002, p. 61).Isso quer dizer que cada alínea é o complemento perfeitoda última sentença do corpo do requerimento, como vocêpode comprovar no Quadro 24: “[...], considerando: a) odesgaste [...]”; “[...], considerando: c) que nada obsta [...]”.
Comunicado ou aviso
Na redação empresarial, o comunicado ou o aviso são co-municações formais que servem para ordenar, cientificar, prevenir, no-ticiar e convidar (MEDEIROS, 1999).
Já é um costume os avisos ou as comunicações terem poucascópias impressas e serem enviadas por e-mail a todos os interessados,pois as características básicas dessas comunicações são a brevidadee a linguagem clara. Veja o exemplo (Quadro 25):
AlíneasAlíneasAlíneasAlíneasAlíneas – são subdivisões
de um artigo de lei, decreto,
contrato etc. São grafadas
com letra minúscula e se-
guidas do traço curvo que
fecha parênteses: “a)”; “b)”;
“c)”, e assim por diante.
Quadro 25: Modelo de aviso e comunicadoFonte: elaborado pelos autores
121Período 2
UNID
ADE
4Olá!
Nesta seção você viu como redigir de maneira efi-ciente o correio eletrônico, a ata, o atestado e adeclaração, a convocação, o requerimento, o co-municado e o aviso.
Então, aplique os conhecimentos adquiridos aquie responda às atividades 4, 5, 6, 7 e 8 a seguir.Lembre-se da importância de estabelecer uma co-municação clara e objetiva, que permita ao(s)leitor(es) conhecer(em) plenamente suas idéias.
Bom trabalho!
RRRRResumindoesumindoesumindoesumindoesumindoChegamos ao final de nossa última Unidade, onde você
pôde ver que a correspondência empresarial é também um ins-
trumento de marketing. Por isso, sua elaboração deve ser a mais
eficiente e clara possível, além de obedecer a padronizações
específicas ou a maneiras convencionais de feitura.
Ao estudar as especificidades da carta, você viu todas as
partes que compõem essa correspondência, e que ela pode ser
elaborada em dois estilos: denteada ou em bloco.
Para o memorando, você viu que não há uma padroniza-
ção muito fixa, e que, por causa disso, sua elaboração pode ser
muito semelhante à do memorando oficial.
Com relação ao correio eletrônico, ou e-mail, vimos que
essa ágil ferramenta deve se afastar da linguagem informal, além
de ser escrita com exatidão e de acordo com as normas grama-
ticais do português brasileiro.
r
122 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 Para redigir uma ata, você viu a maneira pela qual cada
um dos componentes básicos desse importante documento deve
ser escrito (cabeçalho, abertura, referência aos presentes, de-
senvolvimento e fecho). Além disso, viu que a ata moderna pode
ser redigida por meio do preenchimento de formulários padro-
nizados.
No tocante ao atestado e à declaração, vimos que eles
possuem um único parágrafo, em que não deve faltar a finali-
dade do documento.
Na convocação, você viu que não podem faltar quem con-
voca, a indicação de quem está sendo convocado, o tipo de
reunião, quando esta será realizada e onde, e a lista de assun-
tos a serem tratados.
Em seguida, vimos que o requerimento pode ser indivi-
dual ou coletivo, e que em ambos os casos ele apresenta três
partes fundamentais: a invocação, o texto, que pode ser sim-
ples ou com exposição de motivos, e uma das expressões cano-
nizadas de fecho.
Por fim, você viu a maneira pela qual o aviso e o comuni-
cado são redigidos: após o título, devem ser escritos os parágra-
fos que servem para ordenar, cientificar, prevenir, noticiar e
convidar.
123Período 2
UNID
ADE
4AAAAAtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprtividades de aprendizagemendizagemendizagemendizagemendizagem
1. Reescreva a correspondência a seguir com base no que você estudou
sobre a elaboração de cartas, fazendo as modificações necessárias
tanto nos aspectos formais quanto nos textuais. Orientações: a) opte
pela padronização em bloco; b) faça no computador, a partir de um
documento em branco de um editor de textos de sua preferência;
c) utilize as margens do ofício (esquerda 3 cm e direita 1,5 cm); e
d) não se esqueça de justificar o texto.
Quadro 26: Carta para reescrituraFonte: adaptado de Gold (2005)
124 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 2. A carta do exercício anterior pode ser transformada em circularcircularcircularcircularcircular?
Justifique sua resposta.
3. Osvaldo Cruz, Presidente da Companhia de Transportes Floripana,
no memorando nº 15/DR, de 5 de janeiro de 2008, comunicou aos
seus colaboradores que Antônio Dionísio, Chefe do Setor de Distri-
buição, ocupará o cargo de Diretor, passando a trabalhar na sede da
empresa; comunicou também que o remanejamento faz parte de um
conjunto de ações que visam a reestruturação da empresa e a sua
consolidação no mercado nacional.
A partir das informações dadas, elabore esse memorando com base
no que você estudou nesta Unidade.
4. A Beatriz, do Setor de Atendimento da Infotec matriz, enviou um e-
mail para o Ricardo, do Setor de Compras da filial, solicitando a com-
pra de três monitores. Reescreva este e-mail, observando as suges-
tões propostas nesta Unidade. Atente para o uso da linguagem ade-
quada a essa situação e para a necessidade de clareza na exposição
das idéias:
Quadro 27: Proposta de reescritura de e-mailFonte: elaborado pelos autores
125Período 2
UNID
ADE
45. A ata a seguir foi elaborada pelos colaboradores de uma empresa de
televisão fictícia que promoveu um concurso de documentários. Veja
como ela foi escrita:
Quadro 28: Proposta de reescritura de ataFonte: elaborado pelos autores
Reescreva essa ata, em linhas corridas (sem divisão de parágrafos),
a fim de adequá-la às recomendações expressas nesta Unidade. Pre-
ze pela clareza e elimine as redundâncias.
6. Agora, a partir da sua reescritura da ata da TV ABERTA, cuja redação
deverá estar em linhas corridas, modernize esse documento com base
no Quadro 19 (Modelo de ata moderna) da página 114.
7. No Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem você encontrará dois
avisos de editais de convocação: um na forma de cartaz, da Associa-
ção dos Professores da UFSC; e o outro na forma de aviso para jornal
impresso, da Associação Catarinense de Professores. Elabore para
cada um desses avisos um edital de convocação no padrão ofício,
com base no que você estudou nesta Unidade.
126 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
UNID
ADE
4 8. Elabore um requerimento do tipo abaixo-assinado para solicitar a
uma autoridade de sua escolha a resolução de um problema de infra-
estrutura em seu bairro. Apresente três motivos para a solicitação.
Após a localidade e a data, organizam-se as assinaturas da seguinte
forma:
Caro estudante!
Chegamos ao final da disciplina Redação Empre-sarial, cujo objetivo maior foi o de construir umabase sólida para que você aperfeiçoe, no exercíciode sua profissão, as habilidades exigidas para aboa comunicação escrita: a leitura, a interpreta-ção e a produção de textos eficientes.
Para que esse auto-aperfeiçoamento aconteça, éimperativo que você, no cotidiano de seu trabalho,busque elaborar qualquer comunicação escrita ten-do em mente os conhecimentos estudados aqui.
Além disso, é importante que você analise as di-versas comunicações utilizadas em seu trabalho,no sentido de verificar se elas são elaboradas demaneira clara, objetiva e em conformidade com ospadrões vigentes, para, desse modo, corrigi-las ouaprimorá-las.
Converse com seus colegas de trabalho, a fim depropagar os conhecimentos adquiridos nesta dis-ciplina e assim tornar precisa e eficaz toda comu-nicação escrita na empresa.
Foi um prazer estar com você neste semestre.
Sucesso!
127Período 1
UNID
ADE
6�^̂̂̂̂RRRRRefefefefeferererererenciasenciasenciasenciasenciasANTUNES, Celso. A arte de comunicar. Petrópolis: Vozes, 2005.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. e. rev. eampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 12. e. SãoPaulo: Ática, 1995.
BRASIL. Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992.Consolida as regras constantes do Manual de Redação dePresidência da República, tornando obrigatória a sua observaçãopara todas aquelas modalidades de comunicação oficial comunsaos órgãos que compõem a administração Federal. Diário Oficial[da República Federativa do Brasil], Brasília, n.46, p.3013, 9 demar. 1992. Seção 1.
BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação daPresidência da República. 2. e. rev. e atual. Brasília: Presidência daRepública, 2002.
______. Ministério da Educação. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 20 nov. 2003.
DIEDRICH, Marlete Sandra. Informações implícitas. Nov/2000. 5 f.Notas de aula. Material fotocopiado.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélioeletrônico: século XXI. Versão 3.0. [S.l.]: Lexikon Informática Ltda,1999.
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática: teoria, síntesesdas unidades, atividades práticas, exercícios de vestibulares,2. grau. São Paulo: FTD, 1992.
FLÔRES, Lúcia Locatelli. Redação oficial. 3. e. Florianópolis:UFSC, 2002.
______. 2004. 13 f. Apostila. Material fotocopiado.
128 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
REFE
RÊNC
IAS FLÔRES, Lúcia Locatelli et alii. Redação: o texto técnico, científico
e o texto literário: dissertação, descrição, narração, resumo,relatório. 2. e. rev. Florianópolis: UFSC, 1994.
FOLHA DE SÃO PAULO, São Paulo, p. 2, 24 nov. 1992.
GOLD, Miriam. Redação empresarial: escrevendo com sucesso naera da globalização. 3. e. São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2005.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico da Língua Portuguesa.Editora Objetiva. Versão 1.0. Dezembro de 2001.
LAERTE COUTINHO. Tiras. Disponível em: <http://www.laerte.com.br/>. Acesso em: 28 abr. 2008.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Portuguêsinstrumental. 17. ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 1995.
MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas decomunicação criativa. 13. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
PLATÃO, Francisco Savioli; FIORIN, José Luis. Lições de texto:leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2003.
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da; BABADINHO NETO,Raimundo. Manual de redação. 5. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1994.
MIN
ICUR
RÍCU
LO
129Período 2
Eric DuartEric DuartEric DuartEric DuartEric Duarte Fe Fe Fe Fe Ferererererrrrrreireireireireiraaaaa
Graduado em Letras Português/In-
glês pela Universidade Federal de Viço-
sa – MG. Mestre em Lingüística pela
Universidade Federal de Santa Catarina.
Doutorando em Lingüística pelo Programa de Pós-Graduação
em Lingüística da UFSC, na área de Análise de Discurso.
Pesquisador vinculado ao Projeto Léxico e Significação
(PGL/UFSC) desde 2005, atualmente concentra seus estudos
no campo da governamentalidade, por meio da análise do dis-
curso do sujeito político governante.
Atua como professor substituto do Departamento de Lín-
guas e Literaturas Vernáculas da UFSC, onde ministra as disci-
plinas Análise de Discurso, Produção Textual Acadêmica, Por-
tuguês Prático e Redação Oficial. Sua produção científica con-
centra-se na publicação de artigos em Lingüística e Análise de
Discurso.
130 Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
MIN
ICUR
RÍCU
LO MorMorMorMorMorgana Fgana Fgana Fgana Fgana Fabiola Cambrabiola Cambrabiola Cambrabiola Cambrabiola Cambrussiussiussiussiussi
Graduada em Letras Português/Inglês
e Respectivas Literaturas pela Universidade
Comunitária Regional de Chapecó (2004).
Mestre em Lingüística pela Universidade
Federal de Santa Catarina (2007). Desde 2007, desenvolve
pesquisa de doutorado em Lingüística acerca da estrutura
argumental do Português pelo Programa de Pós-Graduação em
Lingüística (PGL/UFSC).
Atualmente, é docente pela Universidade Federal do
Tocantins. Foi professora substituta do Departamento Acadê-
mico de Formação Geral do Centro Federal de Educação
Tecnológica de Santa Catarina (2007-2008), onde ministrou
as disciplinas Comunicação e Expressão, Comunicação e Pes-
quisa e Português Técnico. Atuou também nos níveis de Ensino
Fundamental e Médio, em cursos pré-vestibulares e preparató-
rios para concursos (2002-2005).
Publicou as obras O ensino de língua portuguesa na es-
cola particular (2005) e, em co-autoria com Heronides Moura,
História dos estudos lingüísticos (2008). Desde 2005, é pes-
quisadora vinculada ao Núcleo de Estudos em Semântica Lexical
(NES/PGL/UFSC) e ao Projeto de Pesquisa Estrutura Léxico-
Conceptual (PGL/UFSC).