receita publica

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CONTABILIDADE PÚBLICA I Receita Pública Prof. Marcos A. Batista A finalidade da existência do Estado é garantir o bem geral e sem distinção à população, assim, deve prestar serviços e fornecer os demais meios para a consecução de uma sociedade digna, procurando atingir os fundamentos da República de constituir uma sociedade livre, garantir o desenvolvimento nacional e reduzir as desigualdades sociais. Nesse sentido, a ação estatal se concretiza quando o Governo adquire bens e serviços para a manutenção da máquina administrativa, constrói rodovias, escolas etc. Para tanto, é imprescindível a obtenção de recursos financeiros. Trata-se de denominada atividade financeira do Estado, a qual objetiva auferir recursos para a realização das necessárias despesas públicas. Os recursos principais, “carro-chefe” dos governos, são os tributos, exigidos com a finalidade de realizar gastos objetivando o bem-estar da população e o desenvolvimento do Estado. O estudo das receitas e das finanças públicas está ligado aos fenômenos da obtenção de recursos e da execução de despesas públicas, a serem realizadas pelos entes estatais. O Direito Financeiro, inserido nesse contexto, é o conjunto de normas que regula a atividade financeira do Estado: arrecadação de receitas, dispêndio de recursos, orçamento, crédito, avais, garantias, empréstimos etc. Resumidamente, a atividade financeira do Estado está pautada em: OBTER CRIAR GERIR DESPENDER RECEITA PÚBLICA CRÉDITO PÚBLICO ORÇAMENTO PÚBLICO DESPESA PÚBLICA No Brasil os tributos são a principal fonte de recursos financeiros do Estado, devidamente previstos pela legislação, em especial na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional – CTN, arrecadados pelo Poder Público de forma contínua e permanente com a finalidade de atender as necessidades ou demandas também ininterruptas da população. Conceito de Receita O Conselho Federal de Contabilidade define “receita” no item 70 da Resolução CFC nº 1.121/2008 (NBC TG Estrutura Conceitual): Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sobe a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade. Somente ocorre receita sob a ótica contábil, para fins de estudo do patrimônio, quando o fato administrativo acarreta acréscimo no patrimônio líquido (saldo patrimonial ou situação líquida patrimonial), excluídos os eventuais aumentos de aporte dos proprietários da entidade. A definição de receita identifica os seus aspectos essenciais, mas não específica os critérios que precisam ser satisfeitos para que ela possa ser reconhecida (Resolução CFC nº 1.121/2008, item 71). Receita sob a Ótica da Contabilidade Pública

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receita publica, contabilidade publica

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  • CONTABILIDADE PBLICA I Receita Pblica Prof. Marcos A. Batista

    A finalidade da existncia do Estado garantir o bem geral e sem distino populao, assim, deve prestar servios e

    fornecer os demais meios para a consecuo de uma sociedade digna, procurando atingir os fundamentos da Repblica de

    constituir uma sociedade livre, garantir o desenvolvimento nacional e reduzir as desigualdades sociais.

    Nesse sentido, a ao estatal se concretiza quando o Governo adquire bens e servios para a manuteno da mquina

    administrativa, constri rodovias, escolas etc.

    Para tanto, imprescindvel a obteno de recursos financeiros. Trata-se de denominada atividade financeira do Estado, a

    qual objetiva auferir recursos para a realizao das necessrias despesas pblicas.

    Os recursos principais, carro-chefe dos governos, so os tributos, exigidos com a finalidade de realizar gastos

    objetivando o bem-estar da populao e o desenvolvimento do Estado.

    O estudo das receitas e das finanas pblicas est ligado aos fenmenos da obteno de recursos e da execuo de

    despesas pblicas, a serem realizadas pelos entes estatais. O Direito Financeiro, inserido nesse contexto, o conjunto de

    normas que regula a atividade financeira do Estado: arrecadao de receitas, dispndio de recursos, oramento, crdito,

    avais, garantias, emprstimos etc.

    Resumidamente, a atividade financeira do Estado est pautada em:

    OBTER

    CRIAR

    GERIR

    DESPENDER

    RECEITA PBLICA

    CRDITO PBLICO

    ORAMENTO PBLICO

    DESPESA PBLICA

    No Brasil os tributos so a principal fonte de recursos financeiros do Estado, devidamente previstos pela legislao, em

    especial na Constituio Federal e no Cdigo Tributrio Nacional CTN, arrecadados pelo Poder Pblico de forma

    contnua e permanente com a finalidade de atender as necessidades ou demandas tambm ininterruptas da populao.

    Conceito de Receita

    O Conselho Federal de Contabilidade define receita no item 70 da Resoluo CFC n 1.121/2008 (NBC TG Estrutura

    Conceitual):

    Receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil sobe a forma de entrada de

    recursos ou aumento de ativos ou diminuio de passivos, que resultem em aumento do patrimnio lquido

    e que no sejam provenientes de aporte dos proprietrios da entidade.

    Somente ocorre receita sob a tica contbil, para fins de estudo do patrimnio, quando o fato administrativo acarreta

    acrscimo no patrimnio lquido (saldo patrimonial ou situao lquida patrimonial), excludos os eventuais aumentos de

    aporte dos proprietrios da entidade.

    A definio de receita identifica os seus aspectos essenciais, mas no especfica os critrios que precisam ser satisfeitos

    para que ela possa ser reconhecida (Resoluo CFC n 1.121/2008, item 71).

    Receita sob a tica da Contabilidade Pblica

  • A Contabilidade Pblica analisa no apenas o seu objeto, o patrimnio pblico, mas se constitui tambm em uma

    imprescindvel ferramenta para fins de acompanhamento e controle da execuo do oramento (Lei Oramentria Anual

    LOA), conforme legalmente, previsto.

    Diante dessa atribuio mais abrangente em relao contabilidade privada, considerando que ir prestar informaes no

    apenas sob o enfoque patrimonial, mas tambm sob o enfoque oramentrio, a Contabilidade Pblica necessita classificar

    e registrar os fatos administrativos de maneira especfica e diferenciada.

    Dessa forma, considerando as anlises variadas que podero ser alcanadas com os dados registrados e informaes

    prestadas, e ainda, o rigoroso controle necessrio sobre o errio, a Contabilidade Pblica classifica a receita quaisquer

    ingressos de recursos financeiros, independente se modifiquem positivamente o patrimnio lquido.

    A Contabilidade Pblica classifica e registra o ingresso financeiro como receita, todavia, as informaes posteriormente

    geradas sero suficientes para que se possa verificar se de fato a receita ocorreu sob o enfoque patrimonial ou sob o

    enfoque oramentrio.

    Reconhecimento da Receita sob Enfoque Patrimonial

    Apesar de a Contabilidade Pblica denominar de receita todo ingresso de recursos financeiro, ela somente ocorrer de

    fato caso a transao acarrete acrscimo no patrimnio lquido. Para fins de estudo do patrimnio, a receita surge apenas

    quando o fato administrativo proporciona tal acrscimo.

    Conforme definido claramente na Resoluo CFC n 1.121/2008, receitas so aumentos nos benefcios econmicos

    durante o perodo contbil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuio de passivos, que

    resultem em aumento do patrimnio lquido e que no sejam provenientes de aporte dos proprietrios da entidade.

    Diminuio do passivo significa, por exemplo, o cancelamento de restos a pagar ou de outra obrigao qualquer, ou seja,

    diminuio do passivo sem correspondente diminuio do ativo. Neste caso, haver aumento do patrimnio lquido em

    virtude da baixa de obrigao.

    Assim como a diminuio de passivo, um imvel recebido em doao, por exemplo, tambm no classificado como

    receita pela Contabilidade Pblica, pois no se trata de ingresso de recurso financeiro. Todavia, sob o aspecto patrimonial,

    esta doao recebida gera receita, pois acarretou acrscimo no patrimnio lquido.

    Portanto, receita sob enfoque patrimonial, para fins de anlise e estudo do patrimnio lquido, ocorre quando o fato

    administrativo provoca acrscimo de valor ao patrimnio lquido, excludos os que seja provenientes de aporte dos

    proprietrios da entidade.

    Reconhecimento da Receita sob Enfoque Oramentrio

    O planejamento oramentrio um procedimento imprescindvel para qualquer entidade, pblica ou privada, que objetiva

    otimizar e priorizar a aplicao das receitas, sempre limitadas em funo das demandas.

    notvel a relevncia da receita pblica no processo oramentrio, cuja previso dimensiona a capacidade governamental

  • em fixar a despesa publica e, quando de sua arrecadao, torna-se instrumento condicionante da execuo oramentria,

    que significa em tese, arrecadao de receitas e execuo de despesas.

    Conforme determinado na Carta Magna, o Poder Pblico deve planejar, para cada ano, as atividades que pretende

    desenvolver. Para tanto, necessrio que sejam estimadas as receitas a serem auferidas, tendo por base parmetros

    tcnicos estabelecidos em normas infraconstitucionais, para que se possam planejar quais despesas podero ser

    executadas.

    O oramento pblico a pea que materializa a previso de receita a ser arrecada e da despesa a ser incorrida no perodo

    de um exerccio financeiro. Assim, nos entes da Federao o Poder Executivo planeja e o Legislativo autoriza a execuo

    do oramento pblico, atravs da Lei Oramentria Anual (LOA). Na LOA esto includas as receitas oramentrias que

    se pretende arrecadar e as despesas oramentrias a serem executadas.

    Atende-se par o fato de que o oramento pblico dinmico. Apesar de planejado e aprovado antecipadamente, ele pode

    sofrer modificaes durante sua execuo ao longo do exerccio financeiro.

    Alteraes essas que se apresentam necessrias por diversos motivos, tais como, por exemplo: uma epidemia obrigou

    aumentar os gastos com sade; crise financeira que ocasionou a queda na arrecadao e necessria reduo de despesas;

    arrecadao de receita acima do esperado de forma que possam ser executadas outras despesas de projetos inicialmente

    no planejados etc.

    Diante de tal quadro, para fins de execuo do oramento, a receita deve ser considerada sob uma tica diferente da

    classificao utilizada para fins de registro pela Contabilidade Pblica ou do enfoque patrimonial. Assim a receita sob o

    enfoque oramentrio possuir uma terceira concepo para seu reconhecimento.

    A Contabilidade Pblica classifica como receita qualquer ingresso de recurso financeiro, mesmo que seja transitrio, de

    propriedade de terceiros e com obrigao de restituio imediata. Todavia, para fins de controle e execuo do oramento

    h necessidade de saber no apenas se ocorreu o ingresso financeiro, mas se este recurso est disponvel para aplicao em

    novas despesas.

    A receita sob o enfoque patrimonial ocorre quando um fato administrativo ocasiona acrscimo no patrimnio lquido.

    Todavia, para fins de controle e execuo do oramento, o acrscimo no patrimnio lquido pouco importa, pois esse

    aumento poder ocorrer atravs de fatos que no disponibilizam recursos para aplicao em despesas, a exemplo de uma

    reavaliao patrimonial positiva.

    Conforme no contedo do art. 35 da Lei 4.320/64 trata-se de uma regra de austeridade fiscal para fins de execuo e

    controle do oramento pblico, podendo ser inclusive denominado Regime Oramentrio.

    Assim, sob o enfoque oramentrio, para fins de administrao financeira e oramentria, acompanhamento da

    arrecadao das receitas e autorizao para execuo de despesas e liberao de recursos financeiros, o administrador

    pblico deve observar as receitas efetivamente arrecadadas.

    Tal regra objetiva evitar que a execuo das despesas oramentrias ultrapasse a arrecadao efetiva. Assim, a receita sob

    o enfoque oramentrio ocorre quando h ingresso financeiro, desde que esteja disponvel para pagamento de despesa

  • oramentrias. Mas no apenas isso.

    De acordo com o Manual da Receita Nacional, receita pelo enfoque oramentrio so todos os ingressos disponveis

    para cobertura de despesas oramentria e operaes que, mesmo no havendo ingresso de recursos, financiam despesas

    oramentrias.

    Dessa forma, sob a tica oramentria, operaes que financiam despesas oramentria tambm geram receitas, mesmo

    que no ocorra efetivo ingresso financeiro.

    No entes da federao ocorre, em determinadas transaes, o registro da receita oramentria, mesmo no havendo

    ingressos efetivos, devido necessidade de autorizao legislativa para sua realizao.

    Exemplos: Transaes como aquisies financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro so registradas como

    receita oramentria e despesa oramentria, pois so consideradas operao de crdito pela Lei de Responsabilidade

    Fiscal.

    LRF (LC n 101/2000):

    Art. 29, III operao de crdito: compromisso financeiro assumido em razo de mtuo,

    abertura de crdito, emisso e aceite de ttulo, aquisio financiada de bens, recebimento

    antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e servios, arrendamento

    mercantil e outras operaes assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiro.

    Portanto, sob a tica oramentria, na aquisio financiada de um bem ocorre receita, pois tal transao financiou o

    pagamento da despesa.

    Classificaes

    Oramentria x Extraoramentria

    A Contabilidade Pblica conceitua os termos receitas oramentria e receita extraoramentria da seguinte forma:

    Receita oramentria: so ingressos de recursos financeiros que se incorporam definitivamente ao patrimnio pblico,

    pois pertencem entidade que o recebe.

    Exemplos: recebimentos de tributos; obteno de emprstimos; alienao de bens, etc.

    importante entender que receita oramentria no somente aquela prevista na lei oramentria, mas sim todos os

    recursos recebidos e que se incorporam definitivamente ao patrimnio pblico.

    Existe arrecadao de receita oramentria mesmo que no esteja prevista na LOA, a exemplo da parcela do supervit de

    arrecadao.

    Receita extraoramentria: so ingressos de recursos financeiros que NO se incorporam definitivamente ao

    patrimnio, pois NO pertencem entidade que o recebe. So recursos que esto apenas momentaneamente transitando

    pelo patrimnio e sero oportunamente restitudos ao seu proprietrio.

    Exemplos: caues e garantias em dinheiro; depsitos judiciais; retenes da folha de pagamento (contribuio sindical,

    contribuio previdenciria, etc.); etc.

    A caracterstica que distingue a receita oramentria da extraoramentria o fato do recurso financeiro pertencer

    entidade que o recebe, podendo assim ser incorporado definitivamente (ou no) ao patrimnio.

    importante entender que uma receita extraoramentria pode vir a incorporar definitivamente o patrimnio lquido

  • pblico. uma espcie de metamorfose de receita, ou seja, receita extraoramentria que se transforma em oramentria.

    Exemplo: fiana bancria depositada por um contratado da Administrao Pblica como garantia de execuo do contrato.

    Caso haja aplicao de penalidade em virtude de descumprimento de clusula contratual, a Administrao deve reter o

    valor a seu favor e recolher ao Caixa nico do Tesouro Nacional.

    Qual seria a finalidade de se registrar os recursos extraordinrios?

    porque em tese, todos os recursos pblicos arrecadados devero ser registrados e recolhidos ao Caixa nico do

    Tesouro Nacional, independentemente de ser oramentrio ou extraoramentrio. o Princpio da Unidade de Caixa ou de

    Tesouraria, combinado com o Princpio da Oportunidade.

    Mesmo que o recurso permanea por apenas um dia ou uma hora, dever ser registrado contabilmente como receita. Cabe

    ainda ressaltar que os ingressos de recursos extraoramentrios acarretam aumento das disponibilidades financeiras.

    As receitas extraoramentrias no constam no planejamento oramentrio do ano em virtude de suas caractersticas, por

    serem imprevisveis e no poderem ser utilizadas como lastro para as despesas pblicas, pois os recursos sero restitudos

    aos seus proprietrios.

    Em funo do necessrio equilbrio oramentrio, para todas despesa inserida na LOA dever haver uma correspondente

    receita como lastro, ou seja, uma fonte de recurso oramentrio para pagar a despesa.

    Entretanto, apesar das receitas extraoramentrias no serem fontes de recursos oramentrios, o Poder Pblico utiliza

    todas as entradas de recursos financeiros (fonte de recursos financeiros) para programao de seu fluxo de caixa e

    desembolsos, sejam eles arrecadados ou simplesmente recebidos na forma de transferncias financeiras entre rgos, seja

    ainda oramentrios ou extraoramentrios.

    Uso da denominao Receita Extraoramentria pela Legislao

    A receita extraoramentria aquela que no se incorpora de forma definitiva ao patrimnio, s vezes, denominada

    recursos de terceiros.

    Diante da diversidade de operaes a serem registradas e demonstradas, por vezes a norma legal utiliza o temor receita

    extraoramentria de outra forma.

    Receita extraoramentria segundo a Lei n 4.320/64

    Para essa norma considera-se receita extraoramentria:

    A fonte de recursos que no pertence ao oramento atual, a exemplo do supervit do oramento corrente;

    A mera antecipao ou compensao de valores como, por exemplo, a antecipao de Receita Oramentria

    (ARO);

    A simples receita escritural, a exemplo da inscrio de restos a pagar e sua evidenciao no Balano Financeiro

    (hoje patrimonial).

    O que supervit do oramento corrente?

    a diferena positiva entre as receitas e despesas correntes, ou seja, todas as Receitas Correntes, subtradas de todas as

    Despesas Correntes.

    Observe esta previso na Lei n 4.320/64:

    Art. 11, 3. O Supervit do Oramento Corrente resultante do balanceamento

    dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstrao a que se

  • refere o Anexo n 1, no constituir item de receita oramentria.

    O Anexo 1 acima citado refere-se Demonstrao da Receita e Despesas Segundo as Categorias Econmicas.

    O eventual supervit corrente, apurado ao final do exerccio financeiro, ser transferido para o exerccio seguinte como

    fonte extraoramentria de recurso, pois no se constitui receita oramentria.

    Por que o supervit financeiro no considerado receita oramentria?

    Porque no ano em que so arrecadadas, tais receitas so oramentrias, todavia, quanto o eventual saldo positivo

    (supervit financeiro) passa para o exerccio seguinte, esse recurso financeiro, que representa, em realidade, uma fonte de

    receita, considerado receita extraoramentria.

    Uma mesma receita no pode ser considerada oramentria duas vezes.

    Exemplo: A receita oramentria arrecadada no exerccio financeiro X1 no pode ser considerada oramentria em

    X1 e X2. Portanto, em X2, o supervit transferido de X1 deve ser classificado com receita extraoramentria.

    O que Antecipao de Receita Oramentria (ARO)?

    uma espcie de operao de crdito que objetiva suprir eventuais insuficincias de caixa, com a qual se antecipa

    arrecadao de receitas previstas na LOA.

    Previso na Lei n 4.320/64:

    Art. 3. A Lei de Oramentria compreender todas as receitas, inclusive as de operaes de crditos autorizadas em lei.

    Pargrafo nico. No se consideram para os fins desde artigo as operaes de crditos por antecipao de receita, as

    emisses de papel-moeda e outras entradas compensatrias, no ativo e passivo financeiros.

    O ingresso financeiro advindo da ARO gera receita extraoramentria. importante esclarecer que, quando a receita que

    foi antecipada atravs do emprstimo for efetivamente arrecadada, ai sim ela ser classificada como receita oramentria.

    O que significa simples receita escritural, como a proveniente da inscrio de restos a pagar no Balano Financeiro?

    As obrigaes NO pagas no exerccio atual e que passam para o exerccio seguinte so denominadas restos a pagar. No

    Balano Financeiro os restos a pagar so includos nas despesas oramentrias (Princpio da Oportunidade, Competncia e

    Prudncia), todavia a obrigao Ainda no foi de fato paga.

    Dessa forma, no Balano Financeiro includa uma receita extraoramentria fictcia, meramente escritural, apenas para

    compensar essa despesa oramentria que j foi reconhecida, mas que ainda efetivamente no foi paga.

    Resultante x Independente da Execuo Oramentria

    Quanto a dependncia da execuo oramentria a receita poder ser classifica em: receita resultante da execuo

    oramentria que so receitas geradas em virtudes da execuo do oramento anual, como ocorre, por exemplo, com a

    receita de tributos ou de operaes de crdito previstas na LOA. Tais receitas so inseridas na LOA e aprovadas pelo

    legislativo.

    Receita independente da execuo oramentria que so as receitas geradas em virtude de fatos que no dependem da

    execuo do oramento, como ocorre, por exemplo, com a incorporao de doao. Tais receita no passam pela

    autorizao do Legislativo par serem realizadas.

    Originria x Derivada

  • Essa classificao define a forma de obteno da receita.

    Receita Derivada: a receita que deriva do poder coercitivo do Estado, sendo oriunda portanto, do patrimnio da

    sociedade. O Governo exerce a sua competncia ou o poder de tributar os rendimentos e o patrimnio da populao.

    O Manual da Receita Nacional, 2008, 1 ed., informa que as receitas derivadas so obtidas pelo Estado em funo de sua

    autoridade coercitiva, mediante a arrecadao de tributos e multas (sano de ato ilcito).

    Assim o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas. Em funo de

    sua soberania, o poder estatal arrecada, por meio de tributos, penalidades, indenizaes e restituies.

    Exemplos:

    Contribuies de Interveno do Domnio Econmico Cide;

    Taxa de Fiscalizao dos Mercados de Ttulos e Valores Mobilirios;

    Multa por atraso de entrega da declarao anual de Imposto de Renda Pessoa Fsica IRPF.

    Receita Originria: a receita proveniente da atividade privada do Estado, ou seja, obtida atravs da explorao de seu

    prprio patrimnio, venda de produtos ou da prestao de servios.

    O Manual da Receita Nacional 2008, 1 ed. Informa que as receitas originrias so resultantes da venda de produtos ou

    servios colocados disposio dos usurios ou da cesso remunerada de bens e valores.

    Observa-se que no deve prosperar a interpretao de que as taxas pblicas estejam contidas na classificao de receitas

    originrias, em virtude da redao imprecisa do Manual da Receita Nacional afirma servios colocados disposio dos

    usurios. As taxas pblicas so tributos, advm do poder coercitivo do Estado, os quais so claramente citados no

    conceito de receita derivada do prprio manual.

    Em outras palavras, receita originria oriunda das rendas produzidas pelos ativos do Poder Pblico. Pela cesso

    remunerada de bens e valores. Aluguis e ganhos em aplicaes financeiras ou em atividades econmicas produo,

    comrcio ou servios.

    Enfim, para auferir receitas originrias tem-se a figura do Estado empreendedor, atuando ou no na atividade econmica,

    prospera-se o estado inteligente, governo que navega ao invs de remar.

    As receitas originrias, tambm denominadas de receita de economia privada ou de Direito privado, so dividas em dois

    grandes grupos:

    Patrimoniais: so as receitas que provm das rendas geradas pelo patrimnio do prprio Estado (mobilirio e

    imobilirio), tais como as rendas de aluguis e ttulos pblicos etc.

    Empresariais: so aquelas provenientes das atividades empresariais realizadas pelo Estado, seja no mbito

    comercial, industrial ou de prestao de servios.

    Exemplos:

    Receita de aluguel de imveis pertencentes ao INSS;

    Receita oriunda da atividade agropecuria;

    Receita de participao e dividendos.

    Efetiva x No Efetiva

    Essa classificao informa o impacto da receita na situao lquida patrimonial, ou seja, no patrimnio lquido do ente ou

  • do rgo pblico.

    Receita Efetiva: aquela que, no momento do seu reconhecimento, aumenta a situao lquida patrimonial da entidade.

    Sua arrecadao constitui-se em fato contbil modificativo aumentativo.

    Receita no Efetiva: aquela que no altera a situao lquida patrimonial no momento de seu reconhecimento,

    constituindo fato contbil permutativo. Neste caso, alm da receita oramentria arrecadada registra-se, de forma

    concomitante, conta de variao passiva para anular o efeito dessa receita sobre o patrimnio lquido da entidade.

    Nota-se que todas as receitas extraoramentrias, denominadas recursos de terceiros e que transitam momentaneamente no

    patrimnio, so receitas no efetivas, pois com o ingresso no ativo h respectivo registro no passivo da obrigao de

    devoluo, de igual valor.

    Assim, a Receita Pblica Efetiva ocorre quando a receita provoca efetiva alterao na situao lquida patrimonial e a

    Receita Pblica No Efetiva ocorre quando a receita no acarreta, no efetiva nenhuma alterao na situao lquida

    patrimonial, mas apenas permuta de valores.

    Os manuais da Secretaria do Tesouro Nacional, a exemplo do Manual da Receita Nacional (1 ed., 2008) e do Manual de

    Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, Parte I Procedimentos Contbeis Oramentrios (4 ed., 2011) utilizam a

    palavra reconhecimento e no arrecadao para definir as receitas efetivas e no efetivas.

    Primria x Financeira

    Receita Primria: tem carter no financeiro, no possuindo caractersticas de endividamento ou de desmobilizao de

    bens e direitos e compe o clculo do resultado primrio.

    Exemplos: so provenientes dos tributos, contribuies, patrimoniais, industriais, de servios etc.

    As receitas primrias correspondem ao total das receitas oramentrias (correntes e de capital) deduzidas das Receitas

    Financeiras. Assim, o conceito primria exclui aqueles decorrentes de desmobilizao, endividamento e outras receitas

    financeiras.

    Receita Financeira (no Primria): tem carter financeiro e caractersticas de endividamento ou de desmobilizao.

    Observa-se que no so todas as receitas de alienao de bens que so tidas como financeiras.

    Exemplos:as provenientes de aplicaes financeiras e juros, privatizaes, etc.

    Dessa forma, pode-se dizer a receita classificada como Primria quando seu valor includo na apurao do Resultado

    Primrio e No Primria ou Financeira quando no includa nesse clculo.

    As receitas financeiras so basicamente as provenientes de operaes de crdito (endividamento), de aplicaes

    financeiras e de juros, em consonncia com o Manual de Estatsticas de Finanas Pblicas do Fundo Monetrio

    Internacional FMI.

    Ordinria x Extraordinria

    Essa classificao, pouco utilizada, indica a regularidade com que as receitas so arrecadadas.

    Receita Ordinria: so aquelas com caractersticas de continuidade, que so comum e uniformemente arrecadadas.

    Poderamos tambm denomin-las de receitas operacionais do ente.

  • Receita Extraordinrias: aquelas sem caractersticas de continuidade, representando ingresso de carter espordico e

    atpico, tambm denominadas receitas no operacionais. Exemplo: emprstimos compulsrios.

    A identificao da regularidade de arrecadao de uma receita importante para fins de planejamento oramentrio, fluxo

    de caixa, etc. No processo de previso da receita para determinado exerccio financeiro, por exemplo, observada a

    arrecadao dos anos anteriores, de forma que se possa concluir uma tendncia futura.

    Pblica ou Privada

    Pode-se considerar uma classificao mais moderna acerca das receitas.

    Classificao de receita pblica e receita privada informada pelo Manual da Receita Nacional (2008):

    Quando entidade que apropria a receita:

    Receita Pblica: aquela auferida por entidade pblica.

    Receita Privada: aquela auferida por entidade privada.

    Quanto s entidades destinatrias do oramento:

    Receita Oramentria Pblica: aquela executada por entidades pblicas.

    Receita Oramentria Privada: aquela executada por entidades privadas e que consta na previso oramentria

    aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecuo.

    Classificao Econmica da Receita

    Esta classificao considerada a base e de vital importncia para mensurar o impacto das decises do Governo na

    economia nacional (formao de capital, custeio, investimentos, etc.).

    atravs da classificao econmica que se pode evidenciar e mensurar a capacidade de investimento do Estado, ou seja,

    se o Estado possui ou no capacidade de realizar despesas de capital, investimentos em infraestrutura, saneamento bsico,

    educao, sade etc.

    A classificao econmica divide as receitas em dois principais grupos: Receitas correntes e Receitas de Capital. A Lei

    n 4.320/64 estabelece:

    Art. 11. A receita classifica-se- nas seguintes categorias econmicas: Receitas Correntes e Receita de Capital. 1. So Receitas Correntes as receitas tributria, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, de servios e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de Direito Pblico ou privado, quando destinadas a atender despesas classificveis em Despesas Correntes. 2. So Receitas de Capital as provenientes de realizao de recursos financeiros oriundos de constituio de dvidas; da converso, em espcie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de Direito Pblico ou privado, destinados a atender despesas classificveis em Despesas de Capital e, ainda, o supervit do Oramento Corrente. 3. O Supervit do Oramento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstrao a que se refere o Anexo n 1, no constituir item de receita oramentria.

    As Receitas de Capital so obtidas principalmente por mutao patrimonial, diferente das Receitas Correntes, que so

  • obtidas principalmente atravs da atividade empresarial do Estado (receita originrias) ou atravs de seu poder coercitivo

    (receitas derivadas).

    Receita por mutao patrimonial uma receita gerada exclusivamente em virtude de uma mutao, uma

    alterao nos elementos patrimoniais, resultando no ingresso do recurso financeiro. Ocorre devido sada ou

    baixa de um ativo, de bens ou direitos (venda de um imvel, recebimento de um emprstimo concedido etc.) ou,

    ainda, pelo ingresso de passivo, uma obrigao a pagar (obteno de emprstimos etc.). Assim, pode-se dizer que

    algum elemento patrimonial foi transformado em ingresso financeiro.

    Receita Corrente

    So as receitas tributrias, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, de servios e outras, e, ainda, as

    provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de Direito Pblico ou Privado, quando destinadas a

    atender despesas classificveis em Despesas Correntes.

    So as receitas oriundas do poder impositivo do estado (Tributrias e de Contribuies) da explorao de seu patrimnio

    (Patrimonial), de atividades econmicas (agropecuria, industrial e de servios) as provenientes de recursos financeiros

    recebidos de outras pessoas, de Direito Pblico ou privado, quando destinadas a atender despesas classificveis em

    Despesas Correntes (Transferncias Correntes recebidas) e as demais receitas que possuam a caractersticas de receita

    corrente e que no se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

    O 4, art. 11 da Lei n 4.320/64 informa tal classificao e subdiviso da receita corrente, cujos conceitos seguem abaixo.

    A. Receita Tributria: so os ingressos provenientes da arrecadao de tributos (impostos, taxas e contribuies de

    melhoria), sendo, portanto, uma receita privativa daqueles investidos do poder de tributar: Unio, Estados, Distrito

    Federal e municpios. Trata-se, pois, de uma receita derivada.

    Para efeitos dessas classificao oramentria, a origem Receita Tributria engloba apenas as espcies Impostos,

    Taxas e Contribuies de Melhoria

    Cdigo Tributrio Nacional

    Art. 3. Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no

    constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

    Art. 4. A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao, sendo

    irrelevantes para qualific-la:

    I. a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei;

    II. a destinao legal do produto da sua arrecadao.

    Art. 5. Os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria.

    Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade

    estatal especfica, relativa ao contribuinte.

    Art. 77. As Taxas cobradas pela Unio, Estados, Distritos Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas

    atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, a utilizao efetiva ou potencial de servio

    pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio.

    Art. 81. A contribuio de melhoria cobra pela Unio, Estados, Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de

    suas respectivas atribuies, instituda para fazer face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao

    imobiliria, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra

  • resultar para cada imvel beneficiado.

    O Princpio da Competncia integralmente aplicado para a Contabilidade Pblica, tanto para as receitas quanto para as

    despesas.

    Assim, tendo por base o Princpio da Competncia e da Oportunidade, independentemente da forma de arrecadao da

    receita, alguns tributos podero (quanto possvel) ter reconhecido o direito no ativo antes do recebimento, mesmo com

    valor estimado. No recebimento haver registro concomitante do ingresso financeiro e da baixa do valor a receber.

    Atualmente no h nenhum imposto da Unio, devido as suas caractersticas, que tenha sua arrecadao precedida de

    registro no ativo do valor a receber.

    Na ordem, so os impostos conhecidos como: Imposto sobre Importao (II), Imposto sobre Exportao (IE), Imposto de

    Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operaes Financeiras (IOF) e Imposto sobre

    Propriedade Territorial Rural (ITR). Ainda no existe lei complementar regulamentando o imposto sobre grandes fortunas.

    Compete Unio o Imposto de Renda e proventos de qualquer natureza (CF, art. 153, inciso III). Todavia, em virtude da

    repartio das receitas das receitas tributrias na Federao, o Imposto de Renda incidente na fonte e retido pelos estados,

    municpios e Distrito Federal (inclusive suas autarquias e fundaes que institurem e mantiverem), em razo dos

    pagamentos por eles efetuados, pertence ao respectivo ente, gerando assim, tal reteno, uma receita oramentria.

    Tais receitas oramentrias devero ser classificadas nos respectivos entes como Receita Tributria, e no como uma

    Transferncia de Recursos recebidos da Unio.

    B. Receita de Contribuies: o ingresso proveniente de contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e

    de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de interveno nas respectivas reas.

    Apesar de controvrsia doutrinria jurdica sobre o tema, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, Parte

    I Procedimentos Contbeis Oramentrios (4 ed., 2011) informa que suas espcies podem ser definidas da seguinte

    forma:

    Contribuies Sociais: destinadas ao custeio da seguridade social, que compreende a previdncia social, a

    sade e a assistncia social;

    Contribuies de Interveno no Domnio Econmico: derivam da contra-prestao atuao estatal

    exercida em favor de certo grupo ou coletividade, atingindo determinado setor da economia, sendo institudas

    mediante motivo especfico;

    Contribuies de Interesse das Categorias Profissionais ou Econmicas: destinadas ao fornecimento de

    recursos aos rgos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a rgos de

    defesa de interesse dos empregados. No transitam pelo oramento da Unio;

    Contribuio de Iluminao Pblica: instituda pela Emenda Constitucional n 39/2002, que acrescentou o

    art. 149-A Constituio Federal. Possui a finalidade de custear o servio de iluminao pblica e a

    competncias par instituio dos municpios e do Distrito Federal.

    Para fins de classificao oramentria, as receitas de contribuies sociais e econmicas no esto contidas

    nas receitas tributrias, apesar do entendimento do STF.

    Para essa Corte Suprema, sob o aspecto jurdico, as espcies de tributos so: impostos, taxas, contribuies

    de melhoria, contribuies sociais e emprstimos compulsrios.

    A contribuio de melhoria uma espcie de Receita Tributria e no est contida nas Receitas de

  • Contribuies.

    C. Receita Patrimonial: o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de

    aplicaes de disponibilidades em operaes de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos

    permanentes. Para fins de exemplificao, eis algumas espcies em que est dividida:

    Receita Imobiliria: aluguis, arrendamentos, foros, laudmios, taxas de ocupao de imveis, etc.

    Receita de Valores Mobilirios: juros de ttulos de renda, dividendos, participaes, remuneraes de

    depsitos bancrios etc.

    Os juros auferidos pelas instituies financeiras pblicas so classificados como Receita Corrente Receita

    de Servio, pois as transaes financeiras fazem parte do negcio dessas empresas, ou seja, so receitas

    operacionais.

    Porm, as empresas que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operaes

    financeiras como Receita Corrente Receita Patrimonial, pois se trata de mera administrao do patrimnio.

    Receita de Concesses e Permisses: receita de outorga dos servios de telecomunicaes, dos servios de

    explorao e produo de petrleo e gs natural, receita de concesso pelo uso de rea pblica et.

    Compensaes financeiras: tem origem na explorao do patrimnio do Estado, o qual constitudo por

    recursos minerais, hdricos, florestais, etc. Exemplos: Royalties pela produo de petrleo, gs, minrio,

    recursos hdricos, etc.

    D. Receita Agropecuria: o ingresso proveniente da atividade ou da explorao agropecuria de origem vegetal ou

    animal. Incluem-se nessa classificao as receitas advindas da explorao da agricultura (cultivo do solo), da pecuria

    (criao, recriao ou engorda de gado e animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou

    transformao. Exemplos:

    Receita da Produo Vegetal: so receitas decorrentes de lavouras permanentes, temporrias e espontneas

    (ou nativas), silvicultura e extrao de produtos vegetais;

    Receita da Produo Animal e Derivados: so as receitas decorrentes de atividades de explorao econmica

    de pecuria de grande porte bovinos, bubalinos , eqinos e outros (inclusive leite, carne e couro); pecuria

    de mdio porte ovinos, caprinos, sunos e outros (inclusive l, carne e peles); aves e animais de pequeno

    porte (inclusive ovos, mel, cera e casulos do bicho da seda). Caa e pesca;

    Outras Receitas Agropecurias: so receitas decorrentes de atividades de explorao econmica de outros

    bens agropecurios, tais como venda de sementes, mudas, adubos ou assemelhados, desde que realizadas

    diretamente pelo produtor.

    E. Receita Industrial: o ingresso proveniente da atividade industrial de extrao mineral, de transformao, de

    construo e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pelo IBGE. Para de exemplificao,

    so:

    Receita da Indstria Extrativa Mineral: receita das atividades de extrao mineral, provenientes das

    atividades industriais.

    Receita da Indstria de Transformao: arrecadao das receitas das atividades ligadas industria de

    transformao, tais como a industria mecnica, qumica ou editorial e grfica.

    Receita da Indstria de Construo: so receitas das atividades de construo, reforma, reparao e

    demolio de prdios, edifcios, obras virias, grandes estruturas e obras de arte, inclusive reforma e

    restaurao de monumentos. Inclui tambm, a preparao do terreno e a realizao de obras para explorao

    de jazidas minerais, e perfurao de poos artesianos e a perfurao, revestimento e acabamento de poos de

  • petrleo e gs natural.

    F. Receita de Servios: o ingresso provenientes da prestao de servio de transporte, sade, comunicao, porturio,

    armazenagem, financeiro, de inspeo e fiscalizao, judicirio, processamento de dados, vendas de mercadorias e

    produtos inerentes atividade da entidade e outros servios.

    Portanto, abrange as receitas das atividades caractersticas da prestao de servios, tais como: atividades comerciais,

    financeiras, de transporte, de comunicao, de sade, de armazenagem, servios recreativos e culturais etc.

    Vendas de mercadorias e produtos inerentes atividades da entidade so classificados como receita de servios.

    Para fins de classificao, algumas espcies em que est divida as receitas de servios:

    Servios Comerciais: servios de comercializao de medicamentos, servios de comercializao e

    distribuio de produtos agropecurios etc.

    Servios Financeiros: receita de atividades financeiras, de seguros e assemelhadas, transferncia de valores,

    cobrana, servios de cmbio, desconto de ttulos, repasse de emprstimos, prestao de aval e garantias,

    concesso de crdito, seguros, inclusive resseguro) e operaes de sociedades de capitalizao, tais como, por

    exemplo, os itens: juros de emprstimos, Operaes de Autoridade Monetria, Servios Financeiros

    Provenientes da Execuo de Garantia de Operaes de Crdito Externas etc.

    Os juros auferidos pelas instituies financeiras publicas so classificadas como Receita de Servio, pois as

    transaes financeiras fazem parte do negcio dessas empresas, ou seja, so receitas operacionais.

    As empresa que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operaes financeiras

    como Receita Patrimonial, pois se trata de mera administrao do patrimnio.

    Servios de Transporte: servios de transporte rodovirio, ferrovirio, hidrovirio etc;

    Servio de Sade: receita de servios hospitalares em geral, de carter especializado ou no, tais como

    maternidade , centro de reabilitao, assistncia mdico-odontolgica (inclusive ambulatorial), sade pblica

    etc.

    Servios Porturios: essas receitas abrangem os recursos oriundos da explorao dos portos, terminais

    martimos, atracadouros e ancoradouros, referentes estiva, desestiva, dragagem, atracao, sinalizao,

    comunicao nutica, docagem etc.

    G. Transferncias Correntes: o ingresso de recursos atravs de transferncias de outros entes ou entidades com o

    objetivo de ser aplicado em despesas correntes, independente de condies de utilizao ou a quem pertena o recurso.

    Em outras palavras, as transferncias correntes ou recursos recebidos de outras pessoas de Direito Pblico ou Privado,

    pessoas fsicas ou jurdicas, independente de contraprestao direta em bens e servios. Podem ocorrer em nvel

    intragovernamental e intergovernamental e incluem as transferncias de instituies privadas, do exterior e de

    pessoas.

    Exemplos:

    Transferncias Intergovernamentais: receitas recebidas por meio de transferncia ocorridas entre diferentes

    esferas de governo;

    Transferncias de Convnios: receitas recebidas por meio de transferncia de convnios firmados, com ou

    sem contraprestaes de servios, por entidades pblicas de qualquer espcie, ou entre estas e organizaes

    particulares, para realizao de objetivos de interesse comum dos participes, destinados a custear despesas

    correntes;

    Transferncias para o Combate Fome: toda das receitas por meio de transferncias correntes para o

  • combate fome.

    O temo transferncia corrente utilizado tanto para as receitas como para as despesas. Aquele que envia

    o recurso financeiro classifica como Despesa Corrente Transferncia Corrente e o que recebe classifica

    como Receita Corrente Transferncia Corrente.

    Nas transferncias intragovernamentais (dentro do mesmo ente da Federao), o rgo recebedor reconhece

    a receita no momento em que o transferidor lquida a despesa, ou seja, antes de efetivamente ingressar o

    recurso financeiro no patrimnio.

    A liquidao a 2 fase de execuo da despesa, a que possibilita que o pagamento (3 fase) seja

    efetuado.

    H. Outras Receitas Correntes: so os ingressos correntes provenientes de outras origens, no classificadas nas

    anteriores. Exemplos:

    Multas e juros de mora: Multas e juros de mora dos Tributos, das Contribuies, Da Divida Ativa dos

    Tributos, de Aluguis, Multas por Danos ao Meio Ambiente etc.

    Indenizaes e Restituies: indenizaes por Danos Causados ao Patrimnio Pblico, Restituies de

    Convnios, Restituio de Contribuies Previdencirias Complementares, etc.;

    Receita da Divida Ativa: Receita da Divida Ativa Tributria, Receita da Divida Ativa da Contribuio para o

    Financiamento da Seguridade Social, Receita da Divida Ativa da Contribuio sobre a Receita da Loteria

    Federal etc.;

    Receitas Diversas: Receitas de nus de Sucumbncia de Aes Judiciais, Receita Decorrente de Alienao de

    Bens Apreendidos etc.

    Observe que somente ser classificado em Outras Receitas Correntes caso o ingresso no esteja classificado

    nos itens anteriores.

    Outras Receitas Correntes so consideradas receitas originrias, ou seja, no so consideradas receitas

    derivadas.

    Atente-se que existe distino entre juros e juros de mora.

    juros referem-se a um rendimento obtido atravs de uma operao financeira, sendo classificado como

    receita corrente patrimonial ou receita corrente de servios, dependendo do tipo de empresa que realiza a

    transao.

    juros de mora referem-se inadimplncia, uma penalidade recebida do devedor pelo pagamento em

    atraso.

    RECEITA DE CAPITAL

    So as receitas provenientes da realizao de recursos financeiros oriundos de constituio de dvidas; da converso, em

    espcie, de bens e direitos; recursos recebidos de outras pessoas de Direito Pblico ou Privado, destinados a atender

    despesas classificveis em Despesa de Capital e, ainda, o supervit do Oramento Corrente.

    Em receitas so representadas (em geral) por mutaes patrimoniais que apenas permutam valores no patrimnio pblico:

    assim, ocorrem troca de elementos patrimoniais.

    Portanto, com a entra de Receitas de Capital h uma variao patrimonial ativa pelo ingresso financeiro e uma

    correspondente variao patrimonial passiva, seja pela baixa de um bem (venda de um bem do ativo permanente,

  • recebimento de emprstimo concedido, etc.) ou pela constituio de uma dvida (obteno de emprstimos, etc.).

    Todavia, excepcionalmente, as Receitas de Capital podem acrescer ao patrimnio. Exemplo:

    Exemplo 01 Transferncias de Capital: tais recursos recebidos no so por mutao patrimonial, pois no h

    uma correspondente variao passiva para obteno da receita. So recursos recebidos de outros entes ou

    entidades, destinados especificamente para pagamento de despesas de capital.

    Exemplo 02 Venda de um bem por valor superior ao registrado na contabilidade: bem registrado na

    contabilidade por $ 100 mil e alienado por $ 110 mil. Neste caso gerar um acrscimo no patrimnio lquido de $

    10 mil. O valor total recebido pela venda do ser classificado como Receita de Capital.

    So conceitos distintos Receita de Capital e Receita Financeira.

    O conceito de Receita Financeira surgiu com a adoo pelo Brasil da metodologia de apurao do resultado primrio,

    oriundo de acordos com o Fundo Monetrio Internacional FMI.

    Desse modo, passou-se a denominar como Receitas Financeiras aquelas receitas que no so consideradas na apurao do

    resultado primrio, como as derivadas de aplicaes no mercado financeiro ou da rolagem e emisso de ttulos pblicos,

    assim como as provenientes de privatizaes, entre outras.

    Os juros de aplicaes financeiras ou emprstimos concedidos, por exemplo, so Receitas Financeiras, todavia,

    classificados como Receita Corrente.

    O 4, art. 11, da Lei 4.320/64 informa a classificao e subdiviso da Receita de Capital, conforme demonstrado abaixo:

    a. Operao de Crdito: so os ingressos provenientes da colocao de ttulos pblicos no mercado ou da

    contratao de emprstimos e financiamentos, obtidos juntos a entidades estatais ou privadas.

    So espcies desse tipo de receita (MCASP, Parte I, 4 ed.):

    Operaes de Crdito Internas.

    Operaes de Crdito Externas.

    O que so ttulos pblicos?

    Os ttulos pblicos so ativos de renda fixa e possuem como finalidade principal a captao de recursos para o

    financiamento do Estado, seja para cobrir a dvida pblica ou para utilizao em suas atividades,tais como sade,

    segurana, educao etc.

    Assim, os ttulos pblicos so comprados (do ente da Federao) com prazo de resgate e condio de remunerao do

    capital prefixada (juros e correo monetria). O Estado consegue captar recursos oferecendo juros mais baratos e os

    investidores efetuam uma aplicao de longo prazo garantida e rentvel.

    Normalmente os ttulos pblicos so negociados atravs de instituies financeiras. Todavia, atualmente, o governo

    federal tambm efetua veda de ttulos atravs do chamado Tesouro Direto, possibilitando que qualquer pessoa fsica

    possa comprar ttulos diretamente do Tesouro Nacional pela internet (www.tesouro.fazenda.gov.br), com investimento

    mnimo realmente pequeno e acessvel a qualquer cidado.

    A Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n 101/2000) em seu art. 29, III, define operao de crdito como o

    compromisso financeiro assumido em razo de mtuo, abertura de crdito, emisso e aceite de ttulo, aquisio

    financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes de veda a termo de bens e servios, arrendamento

  • mercantil e outras operaes assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

    Equipara-se ainda operao de crdito a assuno, o reconhecimento ou a confisso da dvida pelo ente da

    Federao.

    b. Alienao de Bens: o ingresso financeiro proveniente da alienao de componentes do ativo permanente (ativo

    no circulante). Exemplos:

    Alienao de Bens Mveis: registra o valor total da arrecadao da receita de alienao de bens mveis,

    tais como: mercadorias, bens inservveis ou desnecessrios e outros (Alienao de Estoques Reguladores,

    Alienao de Veculos, Alienao de Mveis e Utenslios etc.).

    Alienao de Bens Imveis: registra o valor total da arrecadao da receita de alienao de bens imveis,

    residenciais ou no, de propriedade da Unio, estados ou municpios (Alienao de Imveis Rurais,

    Alienao de Imveis Urbanos, etc.

    A venda de um bem gera uma Receita de Capital Alienao de Bens e no uma Receita Corrente

    Patrimonial.

    Alienar significa transferir a propriedade para outrem, portanto, no qualquer alienao que gera

    uma receita. Por exemplo, a doao (alienao gratuita) de mesas e cadeiras no geral qualquer receita

    oramentria, diferentemente da alienao por venda, que acarreta o ingresso de recursos financeiros.

    c. Amortizao de Emprstimo: o ingresso proveniente da amortizao, ou seja, frao referente ao recebimento

    de parcelas de emprstimos ou financiamentos concedidos em ttulos ou contratos.

    Amortizar significa pagar o principal da dvida, ou seja, pagar o valor obtido no emprstimo. Poder ser

    empregado como amortizao integral, ou seja, pagamento total, ou amortizao parcial. O termo

    amortizar no abrange o pagamento de juros e outros encargos.

    Apenas o valor referente ao principal do emprstimo e a respectiva correo monetria so classificados como

    Receita de Capital Amortizao de Emprstimo. Os juros e demais encargos cobrados na transao so

    classificados como Receita Corrente.

    A correo monetria apenas preserva a capacidade econmica do dinheiro, no configurando nenhum ganho,

    motivo pelo qual segue a mesma classificao do valor principal.

    Exemplo: Excepcionalmente determinada entidade no financeira emprestou $ 500 mil mediante juros e

    correo monetria. Ao final do perodo o devedor adimpliu integralmente sua dvida, cujo valor total pago foi de

    $ 550 mil, sendo $ 10 mil de correo monetria e $ 40 mil de juros. A classificao adequada para tais valores

    recebidos :

    Receita de Capital Amortizao de Emprstimo $ 510

    Principal do emprstimo $ 500

    Correo monetria $ 10

    Receita Corrente Patrimonial $ 40

    Juros (receita de transaes no operacional) $ 40

    Total de Receita $ 550 Os juros auferidos pelas instituies financeiras so classificados como Receita Corrente Receita de Servio,

    pois a transaes financeiras fazem parte do negcio dessas empresas, ou seja, so receitas operacionais.

  • As empresas que atuam nos demais ramos classificam seus rendimentos provenientes de operaes financeiras

    como Receita Corrente Receita Patrimonial, pois se trata de mera administrao do patrimnio.

    A 4 edio do MCASP, volume I, Procedimentos Contbeis Oramentrios (Portaria Conjunta STN/SOF n

    1/2011), traz as seguintes informaes sobre amortizao de Emprstimo:

    Receita de Capital Amortizao de Emprstimos

    So ingressos financeiros provenientes da amortizao de financiamentos ou emprstimos concedidos pelo

    ente pblico em ttulos e contratos.

    Na classificao oramentria da receita so Receita de Capital, origem especfica amortizao de

    emprstimos concedidos e representam o retorno de recursos anteriormente emprestados pelo Poder

    Pblico.

    Embora a amortizao de emprstimos seja origem da categoria econmica Receita de Capital, os

    juros recebidos, associados a esses emprstimos, so classificados em Receitas Correntes/de

    servios/ Servios Financeiros.

    Observe que, talvez por conter informaes resumidas sobre o tema, o manual deixa entender que todos os juros

    recebidos de emprstimos devem ser classificados em Receitas Correntes de Servios Financeiros.

    Decerto que, de regra, os emprstimos normalmente concedidos por instituies financeiras, motivo pelo qual cremos

    que a Secretaria do Tesouro Nacional STN e a Secretaria de Oramento Federal SOF tenham dado tal informao

    restritiva (e um tanto pragmtica demais) nesse trecho do manual, quanto classificao dos juros recebidos.

    Entretanto, conforme explanado acima, quando os juros forem auferidos por entidades que atuem em outros ramos

    diversos seno o financeiro, o correto classificar tais rendimentos provenientes de operaes financeiras como

    Receita Corrente Receita Patrimonial, pois se trata de administrao do patrimnio, ou seja, uma receita no

    operacional, e no de um servio prestado.

    d. Transferncias de Capital: o ingresso proveniente de outros entes ou entidades com o objetivo de ser aplicado

    em despesas de capital (investimentos ou inverses financeiras), independente de condies de utilizao ou quem

    pertena o recurso.

    So receitas advindas de pessoas de Direito Pblico ou privado com a finalidade de atender aos gastos de capital

    (transferncias que a concedente vincula a uma despesa de capital). So exemplos:

    Transferncias Intergovernamentais: receitas recebidas por meio de transferncias ocorridas entre

    diferentes esferas de governo (para aplicao em despesas de capital);

    Transferncias de Convnios: (para aplicao em despesas de capital);

    Transferncias para Combate a Fome: (para aplicao em despesas de capital).

    As transferncias de capital e corrente seguem os mesmos procedimentos e conceitos, apenas diferenciando-as

    quanto classificao, categoria econmica, sendo a primeira (transferncias de capital) Receitas de Capital e

    estas Receitas Correntes.

    O termo transferncia de capital utilizado tanto para as receitas como para as despesas. Aquele que envia o

    recurso financeiro classifica como Despesa de Capital Transferncia de Capital e o que recebe classifica como

    Receita de Capital Transferncia de Capital.

    Se o ente transferidor classificar a transferncia como Despesa de Capital, vinculando-a a um gasto de capital, o

  • rgo recebedor deve classificar como Receita de Capital.

    Nas transferncias intragovernamentais (dentro do mesmo ente da Federao), o rgo recebedor reconhece a

    receita no momento em que o transferidor liquida a despesa, ou seja, antes de efetivamente ingressar o recurso

    financeiro no patrimnio.

    As transferncias de capital no so mutao patrimonial, pois no h uma correspondente variao passiva

    para obteno da receita.

    e. Outras Receitas de Capital: so os ingressos de capital provenientes de outras origens, no classificveis nas

    anteriores. So exemplos de outras Receitas de Capital.

    Integralizao do Capital Social: registra o valor total dos recursos recebidos pelas empresas pblicas, ou

    sociedades de economia mista, como participao em seu capital social.

    Integralizao com Recursos do Tesouro: registra o valor da arrecadao de receita da integralizao de

    recursos do Tesouro recebidos pelas empresas pblicas ou sociedades de economia mista, como

    participao em seu capital social.

    Resultado do Banco Central do Brasil: registra o valor da receita com os resultados positivos do Banco

    Central do Brasil operados em seus balanos semestrais. Os recursos destinam-se amortizao da dvida

    pblica federal.

    Remunerao das Disponibilidades do Tesouro Nacional: registra o valor da remunerao do saldo

    dirio dos depsitos da Unio existentes no Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econmica Federal

    pela Taxa Referencial TR.

    Receita da Dvida Ativa Proveniente de Amortizao de Emprstimos e Financiamentos: registra o valor

    da arrecadao com receita da Dvida Ativa proveniente de amortizao de emprstimos e financiamentos.

    Receita Intraoramentria

    So ingressos oriundos de operaes realizadas entre rgos e demais entidades da Administrao Pblica integrante do

    Oramento Fiscal e da Seguridade Social de um mesma esfera de governo.

    Portaria Interministerial STN/SOF n 338/2006:

    Art. 1. Definir como intraoramentrias as operaes que resultem de despesas de rgos, fundos,

    autarquias, fundaes, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do oramento fiscal e

    da seguridade social decorrentes da aquisio de materiais, bens e servios, pagamento de impostos, taxas

    e contribuies, quando o recebedor dos recursos tambm for rgo, fundo, autarquia, fundao, empresa

    estatal dependente ou outra entidade desses oramentos, no mbito da mesma esfera de governo.

    Essa especificao ocorreu em virtude da necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operaes

    intraoramentrias, ou seja, operaes que resultem receitas e despesas no oramento fiscal e da seguridade social do

    mesmo ente. De um lado h a despesa de rgos, fundos ou entidades integrantes do Oramento Fiscal e da Seguridade

    Social de determinado ente da Federao e, de outro, a receita de outros rgos, fundos ou entidades tambm constantes

    do Oramento Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente.

    Exemplo: Publicao pelo Ministrio Pblico da Unio de um extrato no Dirio Oficial da Unio.

    O MPU e a Imprensa Oficial so instituies participantes do oramento fiscal da Unio. Assim, a receita gerada para a

    Imprensa Oficial ser uma Receita Corrente Intraoramentria e, para o MPU, uma Despesa Corrente Intraoramentria.

  • CODIFICAO DA NATUREZA DA RECEITA

    A Lei n 4.320/64 em seu art. 8, 1, informa que os itens da discriminao da receita sero identificados por nmeros de

    cdigo decimal. Tal cdigo atualmente denominado cdigo de natureza de receita, e seu objetivo identificar a origem

    do recurso.

    Esse cdigo utilizado para a previso das receitas no processo de elaborao da Lei Oramentria Anual, como tambm

    quando elas so efetivamente arrecadadas, momento em que o ingresso financeiro classificado, sendo procedida assim a

    comparao entre o planejado e o desempenho real.

    As naturezas de receitas oramentrias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos

    cofres pblicos. a menor clula de informao no contexto oramentrio para as receitas pblicas.

    A codificao da natureza da receita possibilita assim uma viso macro da economia nacional. O usurio das informaes

    pblicas, atravs do cdigo da natureza da receita, poder analisar o desempenho da arrecadao, comparar com o

    planejado no oramento anual, a sua origem e principais setores produtivos que impulsionam a economia de mercado,

    verificando o desempenho e ponderando a necessidade de eventuais investimentos pblicos.

    Face a necessidade de constante atualizao e melhor identificao dos ingressos aos cofres pblicos, o cdigo idenficador

    da natureza de receita desmembrado em nveis. Assim, na elaborao e execuo do oramento pblico, a codificao da

    receita oramentria composta por 8 dgitos, nos 6 nveis abaixo: (MASCP/MTO 3 ed. 2011).

    1 nvel Categoria econmica

    2 nvel Origem

    3 nvel Espcie

    4 nvel Rubrica

    5 nvel Alnea

    6 nvel Subalnea

    C O E R AA SS

    Categoria Econmica

    Origem Espcie Rubrica Alnea Subalnea

    1 Nvel Categoria Econmica da Receita C

    Utilizado para mensurar o impacto das decises do Governo na economia nacional (formao de capital, custeio,

    investimento, etc.) A lei n 4.320/64, em seu art. 11, classifica a receita oramentria em duas categorias econmicas:

    Receitas Correntes e de Capital.

    Conforme j vista, a Portaria Interministerial STM/SOF n 338/2006 detalhou essas categorias econmicas em Receitas

    Correntes Intraoramentrias e Receitas de Capital Intraoramentrias. Assim, a categoria econmica codificada e

    subdivida da seguinte forma:

    1. Receitas Correntes;

    2. Receitas de Capital;

    7. Receitas Correntes Intraoramentrias;

    8. Receitas de Capital Intraoramentrias.

    As classificaes intraoramentrias includas no constituem novas categorias econmicas de receita, mas simples

    especificaes das j existentes.

  • Assim, s existem duas categorias de receitas (correntes e de capital). Os quatro cdigos distintos apenas objetivam

    efetuar o registro segregado das receitas intraoramentrias.

    2 Nvel Origem da receita O

    Identifica a procedncia dos recursos pblicos, em relao ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originria,

    transferncias e outras). uma subdiviso das Categorias Econmicas, que tem por objetivo identificar a origem das

    receitas, no momento em que elas ingressam no patrimnio pblico.

    Portanto, a origem refere-se ao detalhamento da classificao econmica das receitas, ou seja, ao detalhamento das

    Receitas Correntes e de Capital de acordo com a Lei n 4.320/64.

    A ORIGEM esta subdivida (detalhamento) da categoria econmica. Os cdigos da origem para as Receitas Correntes e de

    Capital so:

    RECEITA CORRENTE RECEITA DE CAPITAL

    1. Receita Tributria 1. Operao de Crdito

    2. Receita de Contribuies 2. Alienao de Bens

    3. Receita Patrimonial 3. Amortizao de Emprstimos

    4. Receita Agropecuria 4. Transferncias de Capital

    5. Receita Industrial 5. Outras Receitas de Capital

    6. Receita de Servios

    7. Transferncias Correntes

    9. Outras Receitas Correntes

    Assim, por exemplo, o cdigo natureza da receita 1.4.0.0.00.00, indica uma receita corrente agropecuria, onde:

    C - Categoria Econmica ( 1 ) Receita Corrente

    O - Origem ( 4 ) Receita Agropecuria

    3 Nvel Espcie de receita E

    A ESPCIE da receita constitui-se em maior detalhamento do 2 nvel (origem), composto por ttulos que permitem

    especificar com mais detalhe a ORIGEM da receita.

    Trata-se, portanto, de um nvel de classificao vinculado ORIGEM, detalhando o fato gerador dos ingressos de tais

    receitas com mais detalhe, ou seja, informa a espcie de receita arrecadada. Por exemplo, dentro da origem Receita

    Tributria (receita proveniente de tributos), pode-se identificar as suas espcies, tais como impostos, taxas e contribuies

    de melhoria, sendo cada um dessas receitas uma espcie de tributo diferente das demais.

    Essa classificao no est inserida na Lei n 4.320/64. Ela foi adotada pela Secretaria de Oramento Federal e pela

    Secretaria do Tesouro Nacional SOF/STN (classificao discrivionria).

    4 Nvel Rubrica da receita R

    A RUBRICA representa o detalhamento da ESPCIE de receita. Objetiva identificar dentro de cada espcie uma

    qualificao mais especfica. Agrega determinadas receitas com caractersticas prprias e semelhantes entre si.

    5 Nvel Alnea AA

    Funciona como uma qualificao da RUBRICA. Apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro

    pela entrada de recursos financeiros.

    6 Nvel Subalnea SS

  • Categoria Econmica

    Origem

    Espcie

    Rubrica

    Alnea

    Subalnea

    1 1 1 2 04 10

    Pessoas Fscas

    Impostos sobre a Rendas e Proventos de Qualquer Natureza

    Imposto sobre o Patrimnio e a Renda

    Impostos

    Receita Tributria

    Receita Corrente

    Constitui o nvel mais analtico da receita, especificando a ALNEA.

    Exemplo: Codificao completa da natureza da receita:

    Detalhamento do Cdigo de Natureza da Receita

    A Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios, para atender s necessidades internas de classificao da receita,

    podero detalhar ainda mais as classificaes oramentrias a partir do nvel no detalhado pela Unio.

    O maior detalhamento do cdigo de natureza da receita poder ser efetuado atravs de duas fontes:

    1. Utilizao dos nveis que esto com zeros, ou seja, que no foram detalhados pela Unio, ou

    2. Criao do 7 nvel (e ltimo) de natureza da receita com dois dgitos.

    Fonte e Destinao de Recursos

    A classificao por natureza da receita, objetiva identificao da origem do recurso segundo seu fato gerador.

    No entanto, existe ainda a necessidade de classificar a receita conforme a destinao legal dos recursos arrecadadas.

    Dependendo da fonte do recurso ele dever ser destinado para despesas especficas. Diante de tal demanda, foi institudo

    pelo Governo Federal o mecanismo de Fonte e Destinao de Recursos.

    Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedncia dos recursos que devem ser gastos com uma determinada

    finalidade. Destinar recursos exatamente informar onde o recurso ser aplicado. Assim, de acordo com a fonte do

    recurso, ele ser destinado para determinados fins preestabelecidos.

    Destinar recursos indicar previamente, o processo pelo qual os recursos pblicos, so correlacionados a uma aplicao.

    A Portaria Conjunta STN/SOF n 1/2011 (MCASP 4 ed., Parte 1, pg. 119) classifica a destinao em:

    a) Destinao Vinculada: o processo de vinculao entre a origem e a aplicao de recursos em atendimento s

    finalidades especficas estabelecidas pela norma.

    b) Destinao Ordinrias: o processo de alocao livre entre a fonte e aplicao de recursos para atender a

    quaisquer finalidades

    Etapas da Receita Pblica

    As etapas, tambm conhecidas como estgios ou fases da receita pblica, demonstram o caminho percorrido pela receita

    no seu processo de gesto; a 4 edio do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico e Manual Tcnico de

    Oramento 2012 informam as seguintes etapas da receita:

  • 1 Planejamento Confeco do oramento: previso da receita a ser auferida

    2 Execuo A. Lanamento B. Arrecadao C. Recolhimento

    Etapa de reconhecimento da receita e de efetivo recolhimento aos cofres pblicos.

    Planejamento

    A etapa de planejamento da receita compreende a previso de arrecadao da receita oramentria. O Governo estima

    quanto ir arrecadar no exerccio financeiro atravs de metodologias de projeo, observando ainda as disposies da

    legislao aplicvel.

    O planejamento oramentrio materializado na Lei Oramentria Anual LOA, a qual prev a receita e fixa a despesa a

    serem executadas. O Poder Executivo elabora o oramento e envia para o Legislativo atravs de projeto de lei, onde

    discutido e modificado, e posteriormente devolvido ao chefe do executivo para sano.

    Execuo

    A execuo a etapa em que h o reconhecimento da receita e seu efetivo recolhimento aos cofres pblicos. Depois de

    prevista na LOA, a receita posteriormente executada. A Lei n 4.320/64 estabelece trs fases da execuo da receita

    oramentria.

    a) Lanamento:

    O lanamento consiste no procedimento administrativo onde se verifica a procedncia do crdito fiscal, quem o

    devedor e quando ele dever cumprir sua obrigao de pagamento.

    Lei n 4.320/64:

    Art. 52. So objeto de lanamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

    Art. 53. O lanamento da receita, o ato da repartio competente, que verifica a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora e inscreve o dbito desta.

    Tendo ocorrido o fato gerador, h condies de se proceder ao registro contbil do direito da Fazenda Pblica

    em contrapartida a uma variao ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o registro da receita

    por competncia.

    b) Arrecadao:

    A arrecadao ocorre no momento em que o contribuinte ou devedor efetua o pagamento. Assim, a arrecadao

    consiste na entrega realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores autorizados pelo ente,

    dos recursos devidos ao Tesouro Nacional.

    Lei n 4.320/64:

    Art. 55. Os agentes da arrecadao devem fornecer recibos das importncias que arrecadam.

    Os agentes arrecadadores, normalmente instituies financeiras, precisam estar previamente cadastrados e

    ligados rede de arrecadao do ente

    c) Recolhimento:

    O recolhimento ocorre no momento em que o agente arrecadador transfere o recurso ao ente. Assim, o

    recolhimento da receita consiste na transferncia dos valores arrecadados conta especfica do Tesouro

    responsvel pela administrao e contra da arrecadao e programao financeira, observando-se o Princpio da

    Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada entre da Federao.

    Lei n 4.320/64:

  • Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se- em estrita observncia ao princpio de unidade de Tesoraria, vedada qualquer fragmentao para criao de caixas especiais.

    Controle e Avaliao

    Trata-se mais de uma etapa no processo de gesto oramentria do que uma fase que a receita propriamente percorre,

    motivo pelo qual o controle e avaliao no consta na 4 ed. Do MCASP e no MTO-2012 como uma fase da receita,

    conforme constava nas edies anteriores desses manuais. Depois de planejado e executado o oramento, o Governo deve

    avaliar o seu desempenho, comparando: planejamento x execuo. E no apenas isso, deve controlar e fiscalizar a

    aplicao das receitas auferidas. Assim, o controle e avaliao compreende tambm a fiscalizao realizada pela prpria

    administrao, pelos rgos de controle e pela sociedade.

    Documentos de Arrecadao do Governo Federal

    Com o objetivo de padronizar e sistematizar a forma de captao de recursos , oferecendo mais controle e transparncia na

    arrecadao, o Governo Federal utiliza basicamente trs documentos: GPS: Guia de Previdncia Social Darf:

    Documento de Arrecadao de Receitas Federais e, GRU: Guia de Recolhimento da Unio.

    Conta nica do Tesouro Nacional

    Com o objetivo de atender ao Princpio da Unidade de Caixa (existncia de um caixa nico) o Governo Federal utiliza-se

    da Conta nica do Tesouro Nacional, a qual possibilita controle e fiscalizao rigorosos sobre o errio, de forma que

    qualquer ingresso ou sada de recursos financeiros sejam fcil e prontamente identificados.

    Tal matria foi elevada categoria de norma constitucional em 1988, onde a Carta Magna estabeleceu:

    Art. 164. As disponibilidades de caixa da Unio sero depositadas no Banco Central; as dos estados, do Distrito Federal, dos municpios e dos rgos ou entidades do Poder Pblico e das empresas por ele controladas, em instituies financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

    Dedues e Restituies de Receitas

    A maior fonte de recursos dos entes da Federao so os ingressos oriundos de tributos e contribuies. Principalmente tal

    grupo de receitas sofre, eventualmente, algumas diminuies do valor arrecadado, seja em virtude de destinaes legais a

    outros ente ou mesmo restitudas aos contribuintes.

    O registro da deduo de receitas auferidas pode tambm ser provocado por transaes de repasses de recursos atravs de

    convnios ou contratos, ou, ainda por mera retificaes de lanamento efetuados de maneira indevida.

    Assim, dependendo do tipo de operao realizada, poder ocasionar simplesmente uma anulao (deduo) no valor da

    receita reconhecida ou mesmo a gerao de uma despesa.

    A distino de se contabilizar como anulao de receita ou despesa enseja a gerao de informaes fidedignas,

    possibilitando, dentre outras, maior transparncia na apurao da receita bruta e lquida.

    Restituio

    Depois de reconhecida a receita oramentria podem ocorrer fatos que acarretem a necessidade de restituies ou

    retificaes, devendo tais operaes serem contabilizadas como anulao de receita.

    A restituio consiste na devoluo total ou parcial de receitas que foram recolhidas a maior ou indevidamente, as quais,

    em observncia aos princpios constitucionais da capacidade contributiva e da vedao ao confisco, devem ser devolvidas.

  • Na medida que o Estado avana no patrimnio do contribuinte em um valor maior do que o que a lei permite, no h

    necessidade de autorizao oramentria para sua devoluo, por isso, na Unio, a restituio tratada como deduo de

    receita.

    Retificaes

    A retificao consiste em corrigir dados informados erroneamente pelos contribuintes, gerando em consequncia registros

    incorretos na contabilidade do rgo. A retificao desses dados deve ser feita mediante registro de deduo de receita.

    Em seguida deve-se proceder ao lanamento correto.

    Exemplo: No preenchimento do documento de arrecadao o contribuinte informa errado o cdigo que especifica o tipo de

    tributo que pagou.

    No caso de lanamentos manuais em que ocorram erros de escriturao do ente, no motivados por informaes incorretas

    dos contribuintes, a retificao deve ser feita por meio de estorno de lanamento, sendo efetuado em seguida um novo

    lanamento correto.

    Renncia de Receita

    Renunciar receita dispor da arrecadao, abrir mo desse recurso financeiro. a no arrecadao de receita em funo da

    concesso de isenes, anistias, subsdios entre outros .

    Conceito de renncia de receita informado pela LRF (LC n 101/2000):

    Art. 52. A renncia compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado.

    Considerando que os ingressos de receitas oramentrias so bens pblicos, para que se possa concretizar essa renncia

    faz-se necessrio atender a determinados critrios e disposies leais, contidos no art. 14 da Lei de Responsabilidade

    Fiscal. Portanto, o gestor pblico no pode simplesmente renunciar receita sem atender s condies estabelecidas pela

    legislao.

    EXERCCIOS E QUESTES PRTICAS E TERICAS

    1. As categorias econmicas da receita oramentria classificam-se em:

    ( a ) Financeiras e Patrimoniais; ( b ) Correntes e de Investimentos; ( c ) Tributrias e de Capital;

    ( d ) Correntes e de Capital; ( e ) Patrimoniais e de Resultado.

    2. As receitas pblicas agrupam-se em duas grandes categorias econmicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital.

    Nesse contexto, as operaes de crdito constituem:

    ( a ) Receita de Capital; ( b ) Despesa de Capital; ( c ) Transferncia Corrente; ( d ) Receita Corrente;

    ( e ) Transferncia de Capital.

    3. Os estgios da receita pblica so, em ordem cronolgica:

    a) Lanamento, previso, recolhimento e arrecadao;

    b) Lanamento, previso, arrecadao e recolhimento;

    c) Previso, lanamento, recolhimento e arrecadao;

    d) Previso, lanamento, arrecadao e recolhimento;

    e) Arrecadao, lanamento, previso e recolhimento.

    4. A classificao da receita arrecadada para efeito da deduo das parcelas ou cotas partes dos recursos tributrios e

    de contribuies, destinadas aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios, responsabilidade do Ministrio da

    Fazenda?

  • 5. O produto da arrecadao de uma nica receita oramentria pode ser subdividido em mais de uma fonte de

    recursos:

    6. O estgio do recolhimento de uma receita pblica corresponde entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada

    pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou instituies financeiras autorizadas pelo ente:

    7. A lei n 4.320/64 determina que devem ser objeto de registro, individuao e controle contbil todas as operaes de

    que resultem dbitos e crditos de natureza financeira, no compreendidas na execuo oramentria. Trata-se de

    movimentaes que no transitam pelo caixa, denominadas extrapatrimoniais.

    8. Com base nos conceitos de contabilidade e nas disposies da Lei n 4.320/64 e da Lei de Responsabilidade (LRF),

    julgue os itens a seguir.

    Na atividade de explorao de reservas florestais, sujeitas a processo de crescimento natural ou acrscimo de valor

    vegetativo, a receita reconhecida antes mesmo da transferncia dos respectivos produtos para terceiros, os

    clientes.

    9. De acordo com a Lei n 4.320/64, as receitas classificam-se nas categorias econmicas Receitas Correntes e

    Receitas de Capital. As Receitas Correntes compreendem as Receitas Tributria, de contribuies:

    a) De servios, de operaes de crditos e alienao de bens;

    b) Patrimonial, agropecurias e de operaes de crdito;

    c) Patrimonial, de operaes de crdito e alienao de bens;

    d) Patrimonial, agropecuria, industrial e de servios;

    e) Agropecuria, industrial, de servios e alienao de bens.

    10. Um funcionrio da Secretaria de Fazenda de um prefeitura determina a base de clculo do Imposto sobre a

    Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e a alquota a ser aplicada no ano corrente, bem como identifica

    a pessoa devedora e inscreve o dbito desta. Nesse momento, a receita encontra-se em seu estgio de:

    ( a ) lanamento; ( b ) arrecadao; ( c ) previso; ( d ) adiantamento; ( e ) liquidao.

    11. O lanamento, caracterizado como um dos estgios da receita pblica, no se aplica a todos os tipos de receita. So

    tipicamente objetos de lanamentos os impostos indiretos e, em particular, os que decorrem de substituio

    tributria.

    12. A Conta nica do Tesouro Nacional, mantida junto ao Banco do Brasil e operacionalizada pelo Banco Central,

    destina-se a acolher as disponibilidade financeiras da Unio, disposio das Unidades Gestoras.

    13. um exemplo de receita extraoramentria:

    ( a ) aluguis recebidos pelo ente pblico; ( b ) foros e laudmios; ( c ) recebimento de depsitos judiciais;

    ( d ) receita de alienao de imveis; ( e ) juros e multas sobre a Dvida Ativa.

    14. O pagamento de tributos devidos pelos contribuintes constitui o estgio do recolhimento da receita. A arrecadao

    realiza-se com a transferncia desses recursos para a conta nica de cada ente, em prazos definidos

    contratualmente, com cada instituio.

    15. O recebimento de depsitos ou caues de terceiros pelo ente pblico constitui uma receita:

    ( a ) corrente; ( b ) de capital; ( c ) extraoramentria; ( d ) por mutao patrimonial; ( e ) patrimonial.

    16. Trata-se de uma receita derivada:

    a) Receitas de aluguis de imveis de propriedade do ente pblico;

    b) Dividendos recebidos de empresas estatais;

    c) Receitas de atividades industriais promovidas pelo ente pblico;

    d) Receitas de contribuies sociais;

  • e) Doaes recebidas pelo ente pblico.

    17. Na classificao da receita, as contribuies sociais constituem receita tributria e a alienao de bens imveis,

    receita patrimonial.

    Com relao Conta nica do Tesouro Nacional, importante instrumento de controle das finanas pblicas,

    julgue os itens que se seguem.

    18. As disponibilidades da conta nica so movimentadas mediante fluxos de informao especficos para as receitas e

    para as despesas.

    19. A unificao dos recursos movimentados pelo Tesouro Nacional somente foi concretizada com a promulgao da

    CF, quando todas as disponibilidades do Tesouro Nacional existentes nos diversos agentes financeiros foram

    transferidas para o Banco Central do Brasil.

    20. Apesar da centralizao de recursos na conta nica, as Unidades Gestoras podem manter contas correntes em

    agncias bancrias, para movimentar seus recursos quando houver necessidade de realizar operaes que no

    possam ser efetuadas por meio da conta nica.

    21. A receita oramentria efetiva, no momento do seu reconhecimento, constitui fato contbil modificativo

    aumentativo, aumentando a situao lquida patrimonial da entidade.

    22. O recurso financeiro proveniente de outra pessoa de Direito Pblico pode ser classificado como Receita de Capital.

    23. A receita oramentria por mutao aquela que:

    a) Provoca aumento do saldo patrimonial da entidade, pois decorre de uma variao positiva do ativo no financeiro;

    b) Gera uma reduo do saldo patrimonial da entidade, pois decorre de uma variao negativa do ativo no

    financeiro;

    c) Implica a reduo do saldo patrimonial da entidade, pois decorre de uma variao negativa do ativo financeiro;

    d) Implica o aumento do saldo patrimonial da entidade, pois decorre de uma variao negativa do passivo financeiro;

    e) No implica o aumento do saldo patrimonial da entidade, pois este recebimento decorre de um aumento do passivo

    permanente ou de uma reduo do ativo permanente.

    24. Tomando por base as disposies contidas na Lei n 4.320/64, assinale a opo falsa, a respeito da conceituao e

    classificao da receita oramentria brasileira.

    a) A Lei n 4.320/64 determina que os crditos tributrios no recebidos no exerccio em que so exigveis devem ser

    inscritos em Dvida Ativa;

    b) A previso a menor no impede que seja reconhecido e contabilizado o excesso de arrecadao como receita do

    exerccio;

    c) As Receitas de Capital, na sua maioria, esto relacionadas com fatos contbeis permutativos do patrimnio;

    d) As receitas decorrentes da prestao de servios por entidade pblica so classificadas como correntes;

    e) As Receitas Correntes, na sua maioria, esto relacionadas com as modificaes qualitativas do patrimnio.

    25. Caso, na elaborao da proposta oramentria, se verifique que no houve alteraes na legislao, que a inflao

    projetada de 4,5% e que a estimativa de crescimento do PIB de 5%, ento a previso de aumento da receita deve

    ser de 9,5%.

    26. De modo a dar uniformidade aos clculos de projeo da receita oramentria, necessrio considerar a variao

    de preos por meio de um mesmo ndice, aplicado, indistintamente, a todas as receitas.

    27. A classificao por fontes de recursos um procedimento que consiste em agrupar os recursos extraoramentrios,

    no sendo aplicado aos recursos oramentrios.

    28. So consideradas Receitas Correntes, entre outras, as tributrias, as industriais, as agropecurias e patrimoniais

    que envolverem a converso, em espcie, de bens e direitos.

  • 1 1 1 2 4 10

    Receitas Correntes

    Receita Tributria

    Imposto

    Imposto sobre o patrimnio e a renda

    Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza

    Pessoas fsicas

    Classificao de receita

    29. Constituem receita extraoramentria os valores recebidos a ttulo de:

    a) Amortizao de emprstimos concedidos pelo ente pblico;

    b) Alienao de bens imveis;

    c) Depsitos e caues;

    d) Obteno de emprstimos;

    e) Multas e juros de mora sobre tributos.

    30. A avaliao e a estimativa das necessidades de financiamento do Governo Central fazem parte do processo

    oramentrio.

    31. Alm do Documento de Arrecadao de Receitas Federais (Darf) e da Guia da Previdncia Social (GPS), os

    ingressos de valores na conta nica da Unio so efetuados por meio da GRU, utilizada, por exemplo, para

    pagamento de inscries em concursos pblicos.

    32. A Receita da Administrao Pblica pode ser classificada nos seguintes aspectos: quanto a natureza, quanto ao

    poder de tributar, quanto coercitividade, quanto afetao patrimonial e quanto regularidade. Quanto sua

    regularidade, as receitas so desdobradas em:

    a) Receitas efetivas e receitas por mutao patrimonial;

    b) Receitas oramentrias e receitas extraoramentrias;

    c) Receitas ordinrias e receitas extraordinrias;

    d) Receitas originrias e receitas derivadas;

    e) Receitas de competncia Federal, estadual ou municipal.

    33. Segundo o Manual Tcnico do Oramento 2008, a classificao da receita por natureza, busca a melhor

    identificao da origem do recurso, segundo seu fato gerador. Indique a opo incorreta quanto aos

    desdobramentos dessa receita.

    ( a ) Sub-rubrica; ( b ) Origem e espcie; ( c ) Rubrica; ( d ) Categoria econmica; ( e ) Alnea e subalnea.

    34. Com o novo detalhamento, as despesas e receitas intraoramentrias podero ser identificadas de modo que se

    anulem os efeitos das duplas contagens decorrentes de sua incluso no oramento.

    35. Na execuo da receita, destaca-se o lanamento, que a entrega, realizada pelos contribuintes aos agentes

    arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. O lanamento um estgio a ser

    percorrido por todas as receitas que ingressam no oramento pblico.

    36. Considere que o Governo isente equipamentos de informtica do imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    Nessa situao, haver perda de Receitas Correntes no oramento pblico.

    Considerando o exemplo acima de natureza de receita, julgue os itens subsequentes.

    37. No lanamento da receita tributria, momento anterior ao recolhimento e arrecadao, identificado o devedor

    ou a pessoa do contribuinte.

    38. O exemplo trata de uma receita corrente cuja origem classifica-se como tributria e, por tratar-se de tributo, a

    espcie de receita relaciona-se a um dos diferentes tipos previstos na Constituio Federal, imposto.

  • 39. Classificam-se na categoria de Receitas Correntes outras receitas que so oriundas do poder impositivo do Estado,

    tais como as receitas provenientes da alienao de bens.

    40. Quanto regularidade, a receita pblica arrecadada permanentemente pelo tesouro do estado classifica-se como:

    ( a ) Derivada; ( b ) Oramentria; ( c ) Ordinria; ( d ) Corrente; ( e ) Originria.

    41. classificada como Receita de Capital aquela proveniente de:

    a) Juros de emprstimos efetuados pelo ente pblico empresa estatal dependente;

    b) Venda de produtos agropecurios oriundos de propriedades rurais do ente pblico;

    c) Alienao de bens mveis de propriedade do ente pblico;

    d) Foros e laudmios cobrados pelo Poder Pblico;

    e) Locao de bens imveis de propriedade do ente pblico.

    42. Os valores depositados a ttulo de cauo para a garantia de u direito, por constiturem recursos que no pertencem

    ao patrimnio pblico, no podem ser depositados na Conta nica do Tesouro Nacional.

    43. Considere as afirmativas a seguir:

    I. Recolhimento a entrega, realizada pelo contribuinte ou devedores , aos agentes ou bancos autorizados pelo

    ente, dos recursos devidos aos Tesouro;

    II. Arrecadao a transferncia dos valores arrecadados conta especifica do Tesouro, responsvel pela

    administrao e controle da arrecadao e programao financeira;

    III. Planejamento compreende a previso de arrecadao da receita oramentria constante da Lei Oramentria

    Anual LOA, resultante de metodologia de projeo usualmente adotadas, observada as disposies

    constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal LRF.

    Esta correto o que se afirma APENAS em:

    ( a ) III; ( b ) I; ( c ) I e III; ( d ) II; ( e ) II e III

    44. A receita instituda para fazer parte face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria, tendo

    como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para cada

    imvel beneficiado, ser classificada como:

    ( a ) Receita de servios; ( b ) Taxa; ( c ) Contribuio Social; ( d ) Contribuio de interveno do domnio

    econmico; ( e ) Contribuio de melhoria;

    45. Se um ente pblico institui uma contribuio de melhoria durante o exerccio financeiro, a receita correspondente

    ao novo tributo, quando recebida, deve ser includa no montante da receita oramentria, ainda que no tenha

    havido tempo hbil para alterar o oramento do exerccio em curso no valor correspondente.

    46. A receita pblica obtida pelo Estado, resultante do seu poder de tributar o patrimnio da coletividade, segundo a

    classificao doutrinria, denomina-se: