rastros de luz 10

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Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida de L uz um olhar na história rastros 2017 nº 10 dezembro Despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho. o restaurador grande

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Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida

deLuzum olhar na história

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dezembro

Despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho.

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ossãos

Quando procurado pelos padecentes, Jesus os questionava se realmente desejavam a saúde, e se criam que Ele os poderia curar.

não precisamde médico

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eMarcos, 2: 17E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos

não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.

A necessidade humana, no seu sentido amplo, transcende em muito, a carestia de alimentos, medicamentos, roupas e agasalhos. E também não está circunscrita a determinadas classes sociais.

Os fatores de sua mensuração não são somente econômicos, financeiros. Há que se ter olhos para a educação, a segurança, o trabalho, a saúde e o bem-estar, a moradia. A estruturação das sociedades, das famílias e das relações humanas. As questões éticas-morais-comportamentais. As relações das pessoas com elas próprias, no campo psico-sociológico. As questões espirituais. A natureza, seu ecossistema e a interação do homem nesse meio.

Ou seja, deveria imperar harmonia em qualquer das situações da vida. Não havendo, é porque há algum tipo de problema pedindo solução. Há uma necessidade que precisa de suprimento. Há

uma desarmonia a espera do restabelecimento da harmonia. Há doença, ou um mal qualquer, uma mazela, uma imperfeição, um defeito, um padecimento, que espera por uma medida corretiva, um remédio.

... e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. (Mateus, 28,20)

Conforme a necessidade, o remédio, a ser prescrito pelo médico.

No nosso caso, o Sublime Médico das Almas.

Jesus apresenta-se como o Grande Restaurador do homem integral.

Quando procurado pelos padecentes, Jesus os questionava se realmente desejavam a saúde, e se criam que Ele os poderia curar.

Querer e crer.

A doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do Espírito, em realidade o portador da mesma.

Nosso mundo mental é a fonte geratriz da nossa conduta, nossa vivência existencial. Conforme nossas preferências mentais, os mais frequentes padrões de pensamentos formam os alicerces do subconsciente, e dão a tônica de nossa conduta, de nossas ações diante da vida.

E do nosso subconsciente emergem nossos valores ou desvalores, que, somatizados, dão por resultado saúde ou doença, felicidade ou amargura.

É para essa eleição dos tipos de ideias, que Jesus elucida:

O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. (Lucas 6 : 45)

*

Antigamente, a expressão “saber de cor”

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tinha o sentido “saber de coração”, pois a palavra coração, em latim, é cordis, cor. E se lhe dava o sentido de não só de entendimento, mas de compreensão. Elucidando, ainda, que a palavra “compreensão” vem da palavra comprehensio, comprehensionis, forma latina que nos dá o significado de “apanhar para si”, “fazer seu”. Podendo “fazer seu” coisas boas ou más, abarrotando seu coração com isso ou aquilo.

A Expressão “Eu sei de cor” tem paralelo à expressão francesa “Je le sais par coeur” e para os ingleses: Know by heart”.

*

... E da abundância do seu coração fala a boca...

Citou Mateus, norteando-nos o sentido dessa expressão (15:11):

O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.

E repete para fixação:

Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. (Mateus 15 : 18)

Porém, não somente no sentido maculatório, mas do que esteja rico o coração.

Leiamos ainda Mateus, agora em 4: 4:

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

*

As mensagens que seguem, destacam aspectos muito interessantes sobre relação mente x saúde, merecendo nossa atenção.

A vivência saudável(Seja feliz hoje Joanna de Ângelis, cap. 3. Divaldo Franco)

Sem qualquer dúvida, o pensamento exerce poderosa e essencial contribuição para a existência humana. É-lhe dínamo gerador de energias diversificadas que se encarregam de manter a maquinaria celular em movimentação. Quando se manifesta carregado pela onda perturbadora gerada pelos sentimentos perversos, desarticular a harmonia vigente, que perde a diretriz de segurança e abre campo para a instalação de enfermidades. No sentido oposto, quando é gerado pelas emanações do bem e do amor produz equilíbrio e bem-estar.

A mitose celular obedece a ciclos de tempo que são transmitidos de uma para outra geração, dando lugar à memória da sua reprodução. Quando fatores emocionais e mentais dissolventes as envolvem, perdem o ritmo, aceleram a cissiparidade ou a reduzem, a prejuízo do conjunto equilibrado.

No primeiro caso, ocorre a formação de tumores que se podem apresentar com caráter de neoplasma ou de benignidade. Na segunda ocorrência, sucede a inarmonia imunológica e abrem-se campos às contaminações infecciosas.

A instabilidade das ondas mentais proporciona o desgaste da energia vitalizadora e os mecanismos degenerativos apressam o surgimento dos males de Parkinson, Alzheimer e de outros transtornos mentais.

A dualidade mente-corpo é indissociável enquanto o ser movimenta-se na vilegiatura carnal.

A irradiação da mente, que exterioriza o Espírito no seu estágio de evolução, é sempre recebida pelos órgãos de acordo com a sua qualidade vibratória, responsável pela manutenção da ordem ou do desequilíbrio de cada unidade celular.

Eis por que os sentimentos doentios, quais a mágoa, o ódio, o rancor, a sensualidade, o erotismo, o ciúme, a vingança, as condutas alienantes culminam em enfermidades de etiologia muito complexa e de terapêutica de difícil eficácia.

Isto porque, permanecendo a causa degenerativa,

ínsita na conduta mental, o bombardeio das energias destrutivas prossegue devastador.

Indispensável que ocorra uma radical mudança íntima nos arcanos mentais do indivíduo, a fim de ser revertida a ocorrência, enquanto as ondas da afetividade a substituam.

Quando são elaborados pensamentos de ternura e de perdão, de compaixão e de caridade, irradiações saudáveis envolvem todo o ser, mantendo-o em clima de plenitude.

Muitas vezes, os impositivos da evolução, decorrentes da Lei de Causa e Efeito, registram no períspirito distúrbios na área da saúde. Mas o paciente, preservando as equilibradas diretrizes mentais, consegue diminuir a carga aflitiva e auxilia com rapidez a própria recuperação, quando não se trate de expiações pungitivas.

Cuida com empenho do hábito de pensar corretamente, corrige os velhos costumes da censura e da reprimenda, do pessimismo e da negatividade, da prevenção e do preconceito, do ressentimento e do ódio, do ressumar das lembranças mórbidas em que te comprazes, a fim de experienciares os opimos frutos da alegria e do bem-estar.

Exercita-te na fixação das paisagens mentais irisadas pela beleza do amor, que deve sempre ser a meta a alcançar durante a existência corporal.

Esforça-te pelo amadurecimento psicológico, elege momentos para a reflexão, para a conscientização da responsabilidade do existir consciente, de forma que te enriqueças de tranquilidade emocional.

Toda vez quando uma ideia negativa te vergaste o pensamento, induzindo-te à ira ou ao rancor, substitui-a pela paciência e pela resignação, e conseguirás domar o instinto de revide.

Sempre serás testado nas resistências emocionais, no grupo social em que te movimentas, no qual os conteúdos personalistas e egoístas predominam com exagero e induzem a comportamentos agressivos.

Nem sempre será fácil superar a injunção provocativa, mas se treinares, mediante o exercício da compaixão, ver o outro como um enfermo ou veículo de dissolução, conseguirás manter a serenidade e a paz, sem assimilar-lhe o ódio ou agressão com que te provoca a descer aos pântanos primitivos do passado evolutivo...

Deves ter em conta igualmente, que embora a sublime proteção de Deus e o auxílio dos Guias espirituais, pululam na psicosfera terrestre os Espíritos infelizes que ainda se comprazem no mal e interferem no comportamento dos

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seres humanos em tentativas de afligi-los e de infelicitá-los.

Alguns deles são vítimas de outros em existências transatas, talvez também de ti, e retornam ao intercâmbio pelas afinidades emocionais que produzem a sintonia, por consequência, a perturbação.

Se tiveres, porém, o cuidado de orar e de agir na misericórdia, eles não encontrarão campo vibratório para interferir na tua conduta, não conseguirão desestruturar-te.

Caso contrário, se ainda estiveres dilacerado pelas reações do desequilíbrio, sintonizarás com as suas frequências vigorosas e permanecerás enleado nas malhas dos seus sentimentos de vingança, enfermando-te...

Vigia, pois, os teus pensamentos, fonte de bons e de maus sentimentos a refletir-se na tua saúde.

Saúde e doença são um binômio de fatores que se conjugam, que se interdependem.

Preserva o pensamento vinculado às fontes do conhecimento transcendental, às nascentes da Vida e fruirás das bênçãos da paz.

Jesus sempre recomendava aos pacientes que atendia e os recuperava, que tivessem cuidado para não se comprometerem novamente, a fim de não sofrerem a recidiva do mal em estágio mais grave.

(...) E atendendo os Espíritos obsessores, observava que, para essa classe, são necessários o jejum dos pensamentos infelizes e a oração do bem proceder.

A bênção da saúde(Momentos de saúde Joanna de Ângelis, cap. 18. Divaldo Franco)

A saúde resulta de vários fatores que se conjugam em prol da harmonia psicofísica da criatura humana.

Procedente do espírito, a energia elabora as células e sustenta-as no ministério da vida física, assim atendendo à finalidade a que se destinam.

Irradiando-se através do perispírito, fomenta a preservação do patrimônio somático, ao qual oferece resistência contra os agentes destrutivos, em cuja agressão se engalfinha em luta sem cessar.

Quando essas forças se desorganizam, aqueles invasores microbianos vencem a batalha e instalam-se, dando origem e curso às enfermidades.

Na área dos fenômenos emocionais e psíquicos, face à delicada engrenagem do aparelho pelos quais se expressam, a incidência da onda energética do espírito, nesses tecidos sutis, responde pelo desequilíbrio, mais grave se tornando a questão dos desconcertos e aflições alienantes.

Nesse capítulo, as estruturas profundas do ser, abaladas pelas descargas mentais perniciosas, além dos desarranjos que provocam, facultam a sintonia com outros espíritos perturbadores e vingativos, que se homiziam nos campos psíquicos, produzindo infelizes obsessões.

A preservação da saúde exige cuidados preventivos constantes, e terapêuticos permanentes, pela excelência de que se reveste, para as conquistas a que está

destinada durante a reencarnação.Diante das inumeráveis patologias que atribulam o ser humano,

a manutenção do equilíbrio psíquico e emocional é de fundamental importância para a sustentação da saúde.

Desse modo, visualiza-te sempre saudável e cultiva os pensamentos otimistas, alicerçado no amor, na ação dignificante, na esperança.

Liberta-te de todo entulho mental, que te pode constituir fonte de intoxicação e estímulo às vidas microbianas perturbadoras, conservando-te em paz íntima.

Se a enfermidade te visita, aproveita-lhe a presença para reflexões valiosas em torno do comportamento e da reprogramação das atividades.

Pensa na saúde e deseja-a ardentemente, sem imposição, sem pressão, mas com nobre intenção.

Planeja-te saudável e útil, antevendo-te recuperado e operoso no convívio familiar e social como instrumento valioso da comunidade.

Vincula-te à Fonte Generosa de onde promanam todas as forças e haure os recursos necessários ao reequilíbrio.

Reabastece o departamento mental com pensamentos de paz, de compaixão, de solidariedade, de perdão e de ternura, envolvendo-te, emocionalmente, com a Vida, de forma a te sentires nela integrado, consciente e feliz.

Doença, em qualquer circunstância, é prova abençoada, exceto quando, mutiladora, alienante, limitadora, constitui expiação oportuna de que as Soberanas Leis se utilizam para promover os calcetas que, de alguma forma, somos quase todos nós.

Saudável, aproveita o ensejo para te preservares, produzindo mais e melhor.

Enfermo, agradece a Deus e amplia os horizontes mentais no amor para te recuperares, hoje ou mais tarde, seguindo adiante em paz e confiança.

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A recomendação “não peques mais” é para que haja a desidentificação com os falsos valores, com as práticas comportamentais nocivas e prejudiciais, empenhando-se na busca e adoção de iluminação mental, espantando as sombras que nos envolvam, cientes de que elas permanecem enquanto sustentadas com os pensamentos com elas identificados.

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12 13RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

eSe alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar. - Sócrates

A recomendação “não peques mais” é para que haja a desidentificação com os falsos valores, com as práticas comportamentais nocivas e prejudiciais, empenhando-se na busca e adoção de iluminação mental, espantando as sombras que nos envolvam, cientes de que elas permanecem enquanto sustentadas com os pensamentos com elas identificados.

É o momento das transformações morais, para melhor discernir o bem do mal.

O processo de aquisição dos valores elevados é de longo curso. Necessário cultivar os pensamentos vitalizadores das aspirações nobres, com determinação, persistência e constância, até anular aqueles que se encontram nos arquivos do subconsciente.

Tudo começa no plano do desejo mental.

*

Leiamos a seguir texto muito oportuno sobre esse aspecto, que destacamos em ditos do Senhor.

João 5: 14Eis que já estás são; não peques mais, para que

não te suceda alguma coisa pior. Região da Galileia, nos dias atuais

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Saúde e bem-estar(Momentos de saúde e de consciência. Joanna de Ângelis, Primeira Parte, cap. 5. Divaldo Franco)

O planejamento de qualquer projeto responde pela qualidade da futura realização. Previsões e detalhes, cálculos e referenciais, organograma e execução, constituem a base do labor, do qual decorrem os êxitos ou insucessos.

Da planificação até a concretização do empreendimento, quaisquer alterações têm que ser estudadas, a fim de serem introduzidas sem prejuízo para o conjunto ou excesso de gastos não previstos.

Na mesma linha de raciocínio, uma cuidadosa sementeira de cardos, com adubação frequente, outra colheita não resultará, senão de espinhos e acúleos.

A criatura humana torna-se o que pensa, o que sustenta mentalmente e desenvolve até a fixação.

Lamentavelmente, porém, expressiva maioria de indivíduos somente acalenta ideias negativas, lucubra pessimismo, agasalha mal-estares. Como resultado, enfraquecem-se-lhe as resistências morais, debilitam-se- lhe os valores espirituais e alimenta-se da própria insânia.

Há determinadas provações que são inevitáveis, por procederem de desmandos de outras existências.

Podem, entretanto, através de construções mentais e humanas edificantes, ser alteradas, atenuadas e até liberadas, pois que os atos saudáveis granjeiam mérito para superar aqueles que são danosos.

Não te atenhas aos atavismos infelizes, revivendo-os, comentando-os, reestruturando-os nos campos mental e verbal. Eles não te abandonarão, enquanto não os deixes.

Queixas-te de insucessos, dissabores, enfermidades, desamor; e, no entanto, aferras-te a eles de tal forma que perdes o senso de avaliação da realidade, rotulando-te como infeliz e estacionando aí, sem qualquer esforço de renovação.

Afirma a sabedoria popular com propriedade: Pedra que rola não cria limo, sugerindo alteração de rota, movimento, realização.

Esforça-te por desconsiderar as ocorrências desagradáveis, perturbadoras.

Planeja o teu presente, estabelece metas para o futuro e põe-te a trabalhar sem desfalecimento, sem autocomiseração, sem amargura.

Podes e deves alterar para melhor o clima que respiras, o ambiente no qual te encontras.

Não basta pedires a Deus ajuda, porém, deves fazer a tua parte, sem o que, pouco ou nada conseguirás. Saúde ou doença, bem ou mal-estar dependem de ti.

Narra-se que um sábio caminhava com os discípulos por uma via tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus o auxiliasse a tirar do atoleiro o carro em que seguia.

Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram.

À frente, alguns quilômetros vencidos, havia um outro homem, que tinha, igualmente, o carro atolado num lamaçal. Este, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho liberar o veículo.

Comovido, o sábio propôs aos discípulos ajudá-lo.

Reunidas todas as forças, logo o transporte foi retirado e, após agradecimentos, o viajante prosseguiu feliz.

Os aprendizes surpresos, indagaram ao mestre: — O primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até vociferava, recebeu nosso apoio. Por que?

Sem perturbar-se, o nobre professor elucidou:

— O que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio.

Será, pois, ideal, que sem reclamar e pensando corretamente te disponhas a retirar do paul o carro da tua existência, a fim de seguires feliz adiante com saúde e bem-estar.

Mar da Galileia, nos dias de hoje

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Não basta querer a saúde, em seu sentido maior, é imprescindível insistir e perseverar, de forma que a ideia nova, impulsionada constantemente por vontade forte, predomine sobre as que se encontram arquivadas comandando os acontecimentos.

a curareal

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18 19RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

eComportamentos enfermiços que predominam

nos arquivos do subconsciente, conspiram com firmeza contra as aspirações novas, inabituais, quase sempre vencendo-as.

Não basta querer a saúde, em seu sentido maior, é imprescindível insistir e perseverar, de forma que a ideia nova, impulsionada constantemente por vontade forte, predomine sobre as que se encontram arquivadas comandando os acontecimentos.

Em outras palavras, é como invadir um território hostil, e ali se manter sob a força da determinação

e da coragem.

Ao consultarmos O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, dali destacamos a pergunta que segue, e a resposta dada pelo Espíritos Luminares:

909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

“Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”

*

Os textos seguintes contribuem para nosso entendimento, de modo especial para a nossa participação no processo da melhoria e da denominada cura, que é essencial.

Mateus 9: 22E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem

ânimo, filha, a tua fé te salvou. E imediatamente a mulher ficou sã.

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20 21RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

A fim de que a pessoa adquira ou preserve a saúde é imprescindível a conscientização de si mesmo, da sua maneira de ser.

Normalmente, por hábito vicioso, prefere e aceita os estados negativos e alterados de comportamento com os quais a consciência anseia, abrindo espaço para as doenças. permite-se desse modo, a raiva, o ciúme, a queixa, a ansiedade, e tomba em depressões injustificáveis que são as portas de acesso a enfermidades variadas.

Justificando sempre os pensamentos perturbadores e as ações perniciosas, recusa-se à renovação da paisagem mental com a consequente mudança de atitudes, mais se predispondo ao desequilíbrio.

Os sinais de alarme em torno da situação surgem quando se deseja : pedir desculpas por uma reação infeliz e não logra fazê-lo ; recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade ; abraçar alguém inamistoso e vê-se impedido; discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor ; iniciar uma conversação e sente-se incapaz ou desinteressado ; permanecer acordado sem libertar-se de uma ideia intranquilizadora ;

Saúde e consciência(Momentos de saúde e de consciência. Joanna de Ângelis, Segunda Parte, cap. 5. Divaldo Franco)

continuar ansioso, mesmo quando não há razão que o justifique ; não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida ; sentir-se trêmulo ou deprimido, diante de alguém que lhe parece superior considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta...

Esses sintomas e outros mais, caracterizam estados predisponentes às doenças.

A aceitação dessas circunstâncias significa preferência de infelicidade à harmonia.

Cultivando esses estados, bloqueia-se a consciência, que se entorpece, volvendo a um estágio inferior, no caso, à sensação que ainda lhe predomina no processo evolutivo.

Sendo a pessoa livre para preferir ser saudável ou enferma, cabe à consciência agir com liberdade profunda, isto é, a opção de ser feliz.

Começa por te desfazeres dos padrões mentais antigos, negativos, que te condicionaram à aceitação dos comportamentos doentios.

O treinamento de novas maneiras de pensar, baseadas na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades, criará automatismos e reflexos que trabalharão pela tua harmonia e saúde.

É necessário assumir o controle de ti mesmo, o que equivale dizer, à conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.

Infinitas mensagens são dirigidas da mente ao corpo, produzindo hábitos que se arraigarão, substituindo aqueles que se responsabilizam pela desordem e doença. O teu cérebro, com os seus extraordinários arquivos, está sempre armazenando dados coma capacidade de fixar dez novos fatos por segundo.

Pode parecer difícil saíres de uma situação desgastante para uma outra agradável. E é, realmente. No entanto, toda aprendizagem exige a repetição da experiência até a sua fixação em definitivo. Do mesmo modo, a aquisição de valores e padrões de felicidade vai além do simples querer, deambulando pelos caminhos do conseguir.

A tecnologia deu o seu mais expressivo salto nos tempos modernos, quando três jovens cientistas americanos descobriram o transistor, miniaturizando peças e equipamentos que aceleraram o progresso da civilização.

Não medir esforços para a aquisição da saúde, mediante a consciência do dever para consigo mesmo, é o desafio a enfrentar e vencer, através das pequenas peças do sacrifício, da perseverança e do trabalho.

Na questão número 912 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec interrogou:

Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?

Pratica a abnegação.

Com este esforço desfrutar-se-á de consciência, saúde e paz.

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22 23RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

A cura real(Luz do mundo. Amélia Rodrigues, cap. 25. Divaldo Franco)

— É como vos digo, nobre Lavínia! Os cristãos constituem o grupo mais cordato de todo o Império, incapazes de desordens ou desrespeito de qualquer natureza. Amam a verdade e obedecem às leis, colaborando eficazmente pelo bem geral. Mesmo quando consideram os governos arbitrários ou injustos, mantêm a mansuetude e porfiam na esperança, mesmo se espoliados ou perseguidos...

Falas, Mirian — redarguiu a outra — como se os conhecesses. E isto surpreende-me.

Vives na minha casa como hóspede honrada e querida desde os dias dos meus pais, e jamais supus que privasses com essa gente... Certamente, a sua famigerada Doutrina nascida de um malfeitor que foi justiçado numa Cruz estimula-te e até certo ponto compreendo as tuas simpatias, considerando as afinidades decorrentes da tua raça e dos teus costumes... No entanto, és mulher inteligente, verdadeira diva da música, do canto, e porque não dizê-lo, uma eleita dos deuses se não fosse...

— Compreendo respeitável patrícia — acudiu, a interlocutora, comovida. — É-me difícil explicar-vos . . . A verdade, porém, constrange-me a afirmar-vos, fiel ao respeito que vos devoto, que os cristãos obedecem à ordem...

— ..., Mas não sacrificam aos deuses, ferindo as venerandas tradições de Roma.

— Concordo que não reverenciam outros deuses, senão Deus, que é o Único e o Soberano Senhor do Universo.

— Espantas-me! Pareces cristã.

— Se assim vos pareço, gostaria de dizer-vos que Jesus me fascina.

— Blasfemas! Enlouqueceste? Por que nunca m’o referiste?

— Jamais me perguntastes, senhora.

— Que tens a favor do Crucificado e contra os nossos deuses?

— Nada Senhora, nada contra. Somente a favor de Jesus a Quem conheci, faz muitos anos...

Os olhos negros e grandes da mulher nublaram-se de lágrimas, parecendo rever através dos painéis da memória o longínquo passado, vivo e fulgurante na sua alma.

— Quando o conheceste, já eras?...

— Sim, foi a paralisia que me conduziu à Sua presença.

— E Ele não te curou? Não dizem que era taumaturgo?

— Não, não me curou o corpo é certo. Não o corpo...

Lá fora o sol causticante de julho e o calor aba fado, desagradável.

No átrio do palácio entre os ciprestes verdes e esguios as duas matronas dialogam e os loendros, sob a forte luz do verão, arrebentam-se em festa de flores perfumadas...

— Escutai-me! Dir-vos-ei.... Ouvi falar de Jesus, — fez-se mais bela a narradora cuja tez morena tornara-se levemente pálida — quando os sonhos da juventude ofertavam-me o entusiasmo da esperança. Corriam nas minhas artérias como licor precioso as energias que se transformavam em sonhos na minha

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24 25RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

imaginação exaltada, face à dor da paralisia cruel que me retinha ao leito desde a adolescência... diziam que o Rabi lenia as exulcerações de toda natureza, limpava as mazelas do corpo e da alma, e diante d’Ele as enfermidades e os demônios debandavam em retirada ...

Supliquei que me levassem até Ele, no sítio em que pousava ...

A voz embargada, refletia a emoção da expositora, dominada por expressiva saudade, a transparecer na evocação dos fatos.

— Ele pernoitava, então, — prosseguiu relatando — na casa modesta de um dos seus de nome Pedro, que, segundo consta, se encontra agora em Roma. Conduzida à Sua presença, perguntou-me com inefável modulação: “— Que queres que eu te faça, minha filha?” — “Que volte a andar, Senhor!”

“A expressão do Seu rosto, aqueles olhos transparentes e puros penetrando-me a face imersa em tristeza, oh!, nunca pude olvidar!

“Fitou-me demoradamente, e depois redarguiu: “— Andar não é o mais importante na vida como supões. Dar-te-ei muito mais. Vai em paz!”

— Mas nunca levantaste da cama — arremeteu, irada, a patrícia romana. — E como O respeitas e dizes que O amas?

— Por muito tempo — permiti-me referir-vos— pensei também assim. Por que Ele não me curara? Conheci paralíticos outros aos quais Ele restituíra os movimentos, cegos, surdos, mudos, endemoninha dos que se recuperaram após estar com Ele. Por que eu não?!

“Foi somente a lição do tempo que me fez compreendê-Lo.

“À medida que se passavam os meses e os anos, aqueles beneficiários das Suas mãos e da Sua compaixão voltaram a enfermar e alguns morreram... Outros, após a saúde desertaram dos deveres, acumpliciando-se com males e infelicidades danosos e de difícil elucidação... Eu, porém, continuava paralítica, todavia, paulatinamente fui sendo possuída por incomparável paz, dominada por inexplicável alegria de viver e amar.

Transformei minha dor em sorrisos para os mais infelizes do que eu e a minha aflição resignada ensinava em silêncio, conforto e esperança a outros padecentes.”

Fez uma pausa, como se desejasse recompor mentalmente a ordem dos acontecimentos, para logo prosseguir, elucidando:

— Aqueles olhos dúlcidos pareciam fitar-me sempre e aquela voz incomparável continuava soando-me aos ouvidos. Passei a amar Jesus...

“Ele, é certo, havia partido. Contaram-me sobre o Seu retorno e reaparecimento, reiteradas vezes... Narraram-me Seus ditos, seus feitos e descobri-me amando-O, através do sofrimento dos que não O puderam conhecer... Fui convidada a participar das reuniões que se faziam em Sua memória e ali, com a cítara e a voz, nos intervalos das narrativas e dos estudos da Sua palavra, eu cantava bendizendo Sua misericórdia e Seu

amor...

“Estava curada, não do corpo, mas da alma, que é muito mais importante.

“Vossos pais, quando de passagem por Jerusalém, conhecendo-me convidaram-me a vir a Roma para cantar e ser vossa amiga, então... “

No dia quente, ante a piscina cercada por altivas colunas de mármore, suave olor perpassa.

— É como vos digo, nobre Lavínia...

— Esse Jesus, sem dúvida, — falou tranquila, então — conquanto os meus respeitos à Lei e às tradições de Roma, pelo que dizes, parece-me um deus.

— Não um deus, pois que Deus só um existe, mas o “Filho de Deus”, Rei Sublime que está acima de todos os reis...

— Cala-te, Mirian, para que ninguém suponha que conspiramos contra o Imperador, e silencia tuas simpatias pelos cristãos...

— Não posso, Senhora. Perdoai-me! Quem conhece Jesus pertence-Lhe, entregando-Lhe a vida desde então, para que Ele a dirija.

— Admiro o teu amor. Respeito a tua fé.

— Muito obrigada, nobre senhora. Salve! E o dia continuava lá fora, vencendo o ciclo do sol...

*

Ao entardecer daquele dia, no Circo Máximo, um magote de cristãos era atirado às feras em testemunho de amor a Jesus...

Circo Màximo

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De todos os fatos que dão testemunhos do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria ele provar dessa forma, que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem.

curandoEle

seguia

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28 29RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

dDe todos os fatos que dão

testemunhos do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria ele provar dessa forma, que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem.

Seus feitos O precediam, onde quer que fosse.

E multidão o seguia, bem como multidão o aguardava.

Citamos mais alguns feitos, ilustrando mais o tema.

Marcos 5: 25-34

E certa mulher que, havia doze anos, tinha um fluxo de sangue, e que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior; ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua veste.

Porque dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei.

E logo se lhe secou a fonte do seu

sangue; e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal.

E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão, e disse: Quem tocou nas minhas vestes?

E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou?

E ele olhava em redor, para ver a que isto fizera.

Então a mulher, que sabia o que

lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade.

E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal.

Lucas 13: 10-13

E ensinava no sábado, numa das sinagogas.

E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se.

E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.

E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus.

Marcos 3: 1, 2, 5

E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada.

E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.

... disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.

Marcos 1 : 34

E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios...

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As palavras que Ele pronunciava, emolduravam-se com os atos que Ele realizava. Identificado com Deus, Suas mãos produziam as curas mais diversas, e que nunca haviam acontecido antes.

ogrande

restaurador

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32 33RASTROS DE LUZ | O PÃO DA VIDA

As palavras que Ele pronunciava, emolduravam-se com os atos que Ele realizava. Identificado com Deus, Suas mãos produziam as curas mais diversas, e que nunca haviam acontecido antes.

De todo lugar, portanto, particularmente da Síria, traziam doentes: paralíticos, cegos, surdos, lunáticos, infelizes de todo porte, que chegavam exibindo suas dores mais cruéis e padecimentos sem conforto.

Jesus, tomado de compaixão, atendia-os, ministrando-lhes o bálsamo da misericórdia que escorria pelas mãos e alterava a tecedura orgânica desorganizada, restaurando-lhes a saúde.

Era natural que, à medida que libertava os enfermos das suas mazelas, que eles próprios

haviam buscado através da insensatez, da perversidade e do crime, mais necessitados O buscassem com avidez e tormentos. Ele, porém, não atendia a todos quantos se Lhe apresentassem procurando a recuperação orgânica, emocional ou mental. A Sua era uma terapia de profundidade, que sempre convocava o paciente a não voltar a pecar, evitando-se novos comprometimentos tormentosos, para que não acontecesse nada pior. Essa, sim, seria a cura real, a de natureza interior, mediante a transformação moral, em razão de se encontrar no imo do ser a causa do seu padecimento.

Conhecendo que todos os seres procedem de outros caminhos, os mais variados, que foram percorridos pelos multifários renascimentos carnais, cada qual imprime nos tecidos delicados do espírito os atos que praticaram, fazendo jus às ocorrências de dor e sombra em que se encontravam, assim como das alegrias e da saúde que os visitavam. A criatura é a semeadora, mas também a ceifeira dos próprios atos, que se insculpem nos refolhos do ser, desenhando as futuras

aMateus, 4:24 e 25; João, 9:2 e 3;

Mateus, 11:28

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experiências humanas no corpo.

Eis por que nem todos os doentes Lhe recebiam a atenção que esperavam encontrar. Não estavam em condições de ser libertados das aflições que engendraram antes para eles próprios, correndo o risco de logo que se encontrassem menos penalizados, corressem na busca de novas inquietações.

A sabedoria de Jesus é inigualável, porque penetra no âmago dos acontecimentos, de onde retira o conhecimento que faculta entender o que sucede com cada qual que O procura. Aqueles homens e mulheres alienados, de membros paralisados, sem audição nem claridade ocular, procediam de abismos morais em que se atiraram espontaneamente, desde que luz em toda criatura a noção da Verdade, do dever e se encontram ínsitos os impulsos do amor e da paz. Não obstante, a teimosia rebelde despreza os sinais de perigo e impõe os caprichos da personalidade inquieta, desejando alterar os impositivos das leis universais a seu benefício, em detrimento das demais pessoas, no que resultam os dramas imediatos e futuros que sempre alcançam os infratores.

Jesus não se permitia alterar os soberanos códigos, beneficiando aqueles que se encontravam incursos nos resgates não concluídos, deixando outros ao abandono. A Sua é a justiça ideal, que não privilegia, nem esquece.

Temos a real demonstração no atendimento ao nato-cego. Aquele homem nascera cego e sofria, mas não reclamava. Quando Jesus passou próximo a ele, os amigos interrogaram:

— Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Como ele era cego de nascença, não poderia ter pecado na atual existência e igualmente não poderia resgatar dívidas de seus pais, caso fossem pecadores.

Jesus, que lhe penetrara a causalidade da cegueira, redarguiu, sereno:

— Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

Tratava-se de um voluntário, que se apresentava no ministério de Jesus, a fim de que se pudessem manifestar as obras de Deus, o poder de que se encontrava possuidor o Mestre. E, ato contínuo, curou o homem, utilizando-se de um processo especial, que pudesse impressionar os circunstantes.

A Sua autoridade moral produzia vibrações que afastavam os Espíritos perversos, para os quais o verbo franco e gentil não lograva o êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmo, conheciam da vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas vítimas. Outros enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos recebiam a energia vitalizadora, que restaurava o campo vibratório onde se encontravam as matrizes geradoras das aflições, modificando-lhes as estruturas e reabilitando o equilíbrio.

Dessa forma, era facultado ao endividado recuperar-se moralmente pelo Bem que pudesse fazer, pela utilidade de que se tornava portador, auxiliando outras pessoas que dele se acercassem.

A humanidade ainda padece essas conjunturas aflitivas que merece.

Existem muitos seres humanos que andam, porém, são paralíticos para o Bem, encontrando-se mutilados morais, dessa maneira sem interesse por movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam para a própria como para a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e expectativas de prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes que terão de vencer...

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Há outros que pensam, mas a alucinação faz parte da sua agenda mental: devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores entorpecentes, longe de qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela ilusão dos sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas que os atraem e os dominam.

(...) E quantos que têm olhos e ouvidos, mas apenas deles se utilizam para os interesses servis a que se entregam raramente direcionando a visão para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza da vida?

Ainda buscam Jesus nos templos de fé, a que recorrem, uma que outra vez, mantendo a fantasia de merecer privilégios, de desfrutar regalias, sem qualquer compromisso com a realidade ou expectativa ditosa para o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a perversão.

Alguns conseguem encontrá-lo, e se fascinam por breves momentos, logo O abandonando, porque não tiveram a sede de gozo atendida, nem se fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa a fim de serem livres.

Não são poucos aqueles que se encontram escravizados à infelicidade por simples prazer a que se acostumaram, disputando a alegria de permanecer no pantanal das viciações morais.

Estão na luz do dia e deambulam nas sombras da noite. Possuem razão e discernimento, no entanto, os direcionam exclusivamente para os apetites apimentados do insaciável gozo.

Vivem iludidos e se exibem extravagantes, no palco terrestre, até quando as enfermidades dilaceradoras — de que ninguém se pode evadir —,

ou a morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde, desiludidos e sem glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca os acumularam.

Jesus é, portanto, o grande restaurador, mas cada espírito tem o dever de permitir-se o trabalho de autorrenovação em favor da própria felicidade.

A Sua voz continua ecoando na acústica das almas:

- Vinde a mim, (...), e eu vos aliviarei!

É necessário, porém, ir a Ele...

(Do livro: Vivendo com Jesus. Amélia Rodrigues, cap. 10. Divaldo Franco)

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Sim, a vida mental responde pelas atitudes comportamentais, expressando-se em formas de saúde ou doença conforme o teor vibratório de que se revista.

identificaçãoemocional

saúde ou doença

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Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a Vontade. - Albert Einstein

A ação de certos medicamentos e de várias terapias, por não alcançarem os centros mentais geradores do mau comportamento, tornam-se inócuos, quando não constituem sobrecarga nos órgãos encarregados dos fenômenos de assimilação e de eliminação.

O efeito placebo. A medicina utiliza o enorme poder das crenças, daquilo que acreditamos, cuja base é o pensamento.

Placebo é uma substância inerte, que tem seu efeito graças às expectativas dos pacientes, não tendo nenhum efeito direto na condição para a qual foi prescrita.

Ele pode ser uma pílula inerte. Pode ser uma droga potente que não tem efeito direto sobre a moléstia para a qual é prescrita. Pode ser, inclusive uma

cirurgia.

O efeito placebo transforma diretamente em realidade material (no corpo) as nossas crenças, os nossos pensamentos, sobre o tratamento, algumas vezes, de maneira surpreendente. Ele mostra os nossos poderes naturais de cura em ação e contradiz diretamente a ideia de que a moléstia está apenas no corpo.

Diz, com assertividade, a medicina homeopática, de que inexistem doenças, mas doentes.

Sim, a vida mental responde pelas atitudes comportamentais, expressando-se em formas de saúde ou doença conforme o teor vibratório de que se revista.

Como somos os responsáveis pelas nossas construções mentais, assumir o controle do pensamento e das emoções é princípio para se alcançar a harmonia da mente e do corpo. Mantendo dessa forma nosso campo mental positivamente retroalimentado por irradiações equilibradas e funcionando como escudo propiciador de harmonia.

Enriquecer intensamente o conteúdo de polaridade positiva nos pensamentos, de modo a que provoquem verdadeira cirurgia nas emoções e sentimentos, extraindo aquelas prejudiciais, como a mágoa, a angústia, a raiva, o ódio e outras tantas com as quais convivemos como se fossem “corpos estranhos” em nosso universo íntimo, miasmas mentais prestes a nos derrubar no fundo do poço das emoções desequilibradas, num corpo destrambelhado.

Ora, por essa lei do campo mental, se

bem utilizados seus recursos, faremos o caminho inverso e ascendente rumo ao bem-estar duradouro.

Olhemos a vida sob um novo prisma, identificando a força da mente, a importância dos bons sentimentos e de suas construtivas emoções, estabelecendo nova e felicitadora identificação emocional.

Bem anotou Antoine de Saint Exupéry: Só se vê bem com os olhos do coração. O essencial é invisível aos olhos.

Cada pensamento tem seu “peso específico”, seu teor vibratório. Compreensível, portanto, que as construções positivas do bem pensar e do reto pensar, o cultivo das virtudes positivas, produzam quadros de saúde e de bem-estar pelos estímulos e recursos que ofereçam à nossa organização biopsíquica.

(Texto reproduzido com a devida autorização: http://projeto-inove.com.br/inove/2017/07/22/identificacao-emocional-saude-ou-doenca/

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A nossa identificação emocional traz implícita a assertiva: é nossa, deliberadamente assumida como sendo. Da mesma forma é caracterizado nosso campo mental!

Os ambientes agradáveis como a natureza, as belas paisagens, o marulhar do mar, no seu ir e vir das ondas, o farfalhar das folhas das árvores, o voo e o canto dos pássaros, o Sol irradiando vida; as músicas repousantes, os bons espetáculos artísticos, a leitura edificante, um filme construtivo; uma agradável companhia, um bom amigo, nosso entes queridos, o templo religioso de nossa devoção, uma viagem de recreio; a meditação dirigida, a reflexão madura, a oração sentida, o ouvir do silêncio, as boas lembranças, os sonhos saudáveis; viver com alegria, cultivar o idealismo, valorizar o próximo, ser solidário, trabalhar realizações dignificantes, não são só distrações mentais. São fatores primordiais para vitalizar a mente e o corpo, na mesma intensidade e em razão direta de nossa identificação emocional, de nossa integração com tais injunções virtuosas. Assim manteremos nosso campo mental fortificado e radioso para podermos sintonizar com as boas vibrações do Universo.

Pensamentos e comportamentos anestesiantes, esdrúxulos ou tóxicos, roubam-nos vitalidade, exaurindo-nos as forças, abrindo portas para os efeitos negativos das emoções em desconcerto, que, quais ervas-daninhas, se aninham no solo dos nossos corações, fazendo sombra enregelante, transformando um riacho de esperanças em pântano de padecimentos. Comportando o desenvolvimento de variadas enfermidades expressas no corpo físico.

Construímos o nosso casulo psíquico, nosso mundo mental que se irradia para além dos limites de nosso corpo, o qual alimentamos e dele absorvemos

o autossustento mental, emocional e sentimental. Poderá ser virtuoso ou vicioso, conforme a característica que lhe permitamos ter.

Certos de que estaremos também irradiando nossas características emocionais alcançando o grupo social que nos cerca, esforcemo-nos pela manutenção do equilíbrio a qualquer preço, para que não paguemos o pesado preço da culpa.

Podemos o que queremos de verdade!

O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino. Esse o mecanismo libertador de toda desarmonia.

Aprendamos a nos superar, decidindo, em definitivo, por superarmos os desafios da vida com inovada postura, integrados à lei universal da harmonia, sem desculpismos, nem uso de medidas infelizes, nem fugas espetaculares para o reino de coisa nenhuma, mas com mente enriquecida de valores eternos, que, quais tijolos de amor, sirvam na construção do nosso campo mental renovado para melhor, casa das suaves e vitalizantes emoções, dos melhores sentimentos, levando-nos mais próximos do nosso próximo, a começar de nossa família, encontrando-nos a nós mesmos, e redescobrindo o Todo, que a tudo rege, nele nos integrando.

Por fim, a esperada paz, que será alcançada se persistirmos pelos caminhos ensolarados pela esperança, inovando maneira de viver, segundo a vida agora enxergada sob um novo e saudável prisma!

deLuzum olhar na história

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PRÓXIMO FASCÍCULO:A lei da cruz

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