10 essência de luz

20
1 Rio de Janeiro:: abril/ maio 2010 :: nº 10 Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina Luiz Augusto de Queiroz | Foto: José Caldas O Cristo ressuscitado é um sinal luminoso, não de uma esperança localizada em um tempo distante e indefinido. Tampouco é a expressão de um ato excludente, relativo somente à figura do Messias, apartando o resto da humanidade e reservado aos crentes que aguardam o Juízo Final, mor- rem e dormem para ressuscitar um dia! Nada disso! O Sinal é sim a expressão de um modelo que, se seguido, faculta de forma irrestrita a cada criatura a entrada nesse mesmo estado de Vida Permanente. Essa vida não cessa, e mesmo a morte do corpo se mostra nada mais do que uma porta a ser transposta e, portanto, jamais o final de coisa alguma. Mas, o Rabi de Nazaré nos quer mos- trar uma categoria de entendimento ainda mais libertadora sobre o que seja a Vida Eterna. Quer nos mostrar que vida eterna é transcender à simples sobrevivência da alma em outros planos mais sutis. É o ato de Ressurgir Vivo de um sono permanente equi- valente à morte, que nos tem dominado há muitas Eras, quer estejamos “vivos” num cor- po físico ou “vivos” num corpo astral. Nessa morte, somos galhos que não dão fruto algum. Ainda que nos acreditemos vi- vos, o Cristo ressuscita, após mostrar em cada dia da sua passagem pelo mundo como de- vemos fazer para atingir essa Vida Plena e superabundante. E atenção: ao contrário do que se acredita, o Cristo jamais fez apologia ao sofrimento compulsório, nem nos propôs uma estrada de apequenamento espiritual ou material. Ao contrário, demonstrou equilíbrio Divino em cada atitude, sendo como o Sol que brilha sobre todos. Foi buscar pescadores, mas tam- bém Mateus, que era rico coletor de impos- tos. Acolheu tanto Zaqueu quanto a mulher cananéia. Foi a festas, a banquetes e a casas paupérrimas do mesmo modo. Jamais condenou ninguém e amou a todos indistintamente. Ele nos ensinou, principalmente, que é a Luz Infinita o grande manancial de onde tudo vem e para onde tudo volta e, por- tanto, é só Ela, a que chamou de Espírito, que devemos buscar, e tudo o mais, natu- ralmente, virá! Quando vamos aproveitar a Primeira Lição? Editorial PP

Upload: nelson-soares

Post on 21-Jun-2015

1.666 views

Category:

Spiritual


0 download

DESCRIPTION

Jornal da Casa de Padre Pio

TRANSCRIPT

Page 1: 10  Essência de luz

1

Rio de Janeiro:: abril/ maio 2010 :: nº 10

Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina

Luiz Augusto de Queiroz | Foto: José Caldas

O Cristo ressuscitado é um sinal luminoso, não de uma esperança localizada em um tempo distante e indefinido. Tampouco é

a expressão de um ato excludente, relativo somente à figura do Messias, apartando o resto da humanidade e reservado aos

crentes que aguardam o Juízo Final, mor-rem e dormem para ressuscitar um dia!

Nada disso! O Sinal é sim a expressão de um modelo que, se seguido, faculta de forma irrestrita a cada criatura a entrada nesse mesmo estado de Vida Permanente. Essa vida não cessa, e mesmo a morte do corpo se mostra nada mais do que uma porta a ser transposta e, portanto, jamais o final de coisa alguma.

Mas, o Rabi de Nazaré nos quer mos-trar uma categoria de entendimento ainda mais libertadora sobre o que seja a Vida Eterna. Quer nos mostrar que vida eterna é transcender à simples sobrevivência da alma em outros planos mais sutis. É o ato de Ressurgir Vivo de um sono permanente equi-valente à morte, que nos tem dominado há muitas Eras, quer estejamos “vivos” num cor-po físico ou “vivos” num corpo astral.

Nessa morte, somos galhos que não dão fruto algum. Ainda que nos acreditemos vi-vos, o Cristo ressuscita, após mostrar em cada dia da sua passagem pelo mundo como de-vemos fazer para atingir essa Vida Plena e superabundante. E atenção: ao contrário do que se acredita, o Cristo jamais fez apologia ao sofrimento compulsório, nem nos propôs uma estrada de apequenamento espiritual ou material. Ao contrário, demonstrou equilíbrio Divino em cada atitude, sendo como o Sol que brilha sobre todos.

Foi buscar pescadores, mas tam-bém Mateus, que era rico coletor de impos-tos. Acolheu tanto Zaqueu quanto a mulher cananéia. Foi a festas, a banquetes e a casas paupérrimas do mesmo modo.

Jamais condenou ninguém e amou a todos indistintamente.

Ele nos ensinou, principalmente, que é a Luz Infinita o grande manancial de onde tudo vem e para onde tudo volta e, por-tanto, é só Ela, a que chamou de Espírito, que devemos buscar, e tudo o mais, natu-ralmente, virá!

Quando vamos aproveitar a Primeira Lição?

Editorial

PP

Page 2: 10  Essência de luz

2 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

EXPEDIENTE Essência da Luz é uma publicação da Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio Pietrelcina CNPJ 04.772.688/0001-89 | Periodicidade bimestral | Distribuição interna e gratuita | Tiragem 500 exemplaresRua Assunção, 297 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP 22251-030 Telefone: 2286-7760Site: www.padrepio.org.br | Blog: www.casadepadrepio.blogspot.comE-mail: [email protected] / [email protected] Presidente da Casa: Lucia Pires Vice-presidente da Casa: Luiz Augusto de QueirozCoordenação: Rosa Carmen Sá de Alverga Projeto gráfico e diagramação: Bruno Chefer e Raquel Reis Revisão Editorial: Daisy Elísio Apoio: Marcello Braga

AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS NOS ARTIGOS, ASSIM COMO REFERÊNCIAS,

SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES.

Índice

Editorial ................................................................ 01Sabedoria dos Grandes MestresMadre Teresa De Calcutá......................................... 03Conversando com vocêMemória nossa de cada dia ..................................... 04Bhagavad-Gita, canção divinaDepoimentos dos alunos ........................................... 05Ciência e espiritualidade nas empresasProfissional: Ser ou Saber? ...................................... 06Coluna LivreLembrando o 13 de maio ........................................ 07Astrologia e AutoconhecimentoGêmeos .................................................................. 08Mediunidade e EspiritualidadeProcessos de desobsessão ....................................... 10Práticas Mediúnicas Psicografia .............................................................. 11

Grupos da Casa de Padre PioSobre o GDS ........................................................... 12MeditaçãoMeditando .............................................................. 13Cabalá, vivendo em luzUniversos Paralelos .................................................. 14Para RefletirTerra Fértil ............................................................... 15Aconteceu Confraria Aquariana ............................................... 16Show da Sala Baden Powell .................................... 16Poesia, linguagem da almaElegia de Duíno ...................................................... 17Dúvidas e Questões Perguntas dos leitores ............................................. 18Prece ...................................................................... 20

Page 3: 10  Essência de luz

3

Sabedoria dos Grandes Mestres

MADRE TERESA DE CALCUTá , (27/08/1910 – 05/09/1997)

O dia 10 de setembro de 1946 foi definitivo para mudar o rumo da vida de Madre Teresa, pois foi quando ela re-cebeu a inspiração que marcaria completamente a sua

vida e a sua vocação. Esta inspiração lhe ocorreu durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, local para o qual estava se dirigindo para se curar de uma tuberculose que havia adquirido. Naquele trem, com os seus trinta e seis anos, ela percebeu no seu interior um chamado para que renunciasse a tudo e seguisse a Cristo nos subúrbios, servindo-Lhe através dos mais pobres dos pobres. Após cerca de quase 20 anos na Índia, já não conseguia mais se omitir diante da tão de-gradante e desesperadora situação a que todos os pobres e excluídos de Calcutá eram submetidos. Foi quando compre-endeu que Deus desejava isso dela...

Isso, na prática, significava que a Irmã Teresa seguiria sendo uma religiosa (tendo que continuar cumprindo os votos de pobreza, obediência e castidade), mas a partir de então, sob a obediência do Arcebispo de Calcutá. Assim, no dia 19 de agosto de 1948, por amor aos pobres, ela renuncia à segurança e ao conforto de sua antiga congregação, à tranqüilidade em que vivia, para dedicar o resto de sua vida ao próximo.

”O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.”

“Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor.”

“Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor.”

“Temos medo da guerra nuclear e dessa nova enfermidade que chamamos Aids, mas matar crianças inocentes não nos assusta”.

“O amor, para ser verdadeiro, tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos machuque.”

“Nunca compreenderemos o quanto um simples sorriso pode fazer.”

“Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.”

“Como Jesus, pertencemos ao mundo inteiro, vivendo não para nós mesmos, mas para os outros. A alegria do Senhor é a nossa força.”

“É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.”

“Buscando a face de Deus em todas as coisas, em todas as pessoas, em todos os lugares, durante todo o tempo, e vendo a Sua mão em cada acontecimento - isso é contemplação no coração do mundo.”

“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz.”

“Amar, ser verdadeiro, deve custar - deve ser árduo - deve esvaziar-nos do ego.”

“A pior calamidade para a humanidade não é a guerra ou o terremoto. É viver sem Deus. Quando Deus não existe, se admite tudo. Se a lei permite o aborto e a eutanásia, não nos surpreende que se promova a guerra! Um país que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza.”

“Não é bastante para nós dizer: “eu amo a Deus”, mas eu também tenho que amar a meu próximo. O apóstolo São João diz que você é um mentiroso, se disser que ama a Deus e não ama a seu próximo. Como você pode amar a Deus que você não vê, se você não ama a seu próximo a quem você vê, a quem você toca, com quem você convive. Eu devo estar disposto a dar tudo para não machucar outras pessoas e, de fato, fazer o bem a elas.”

“Quando a paz reina em um lar, ali se encontram também a alegria, a unidade e o amor. Como se pode levar uma vida familiar normal sem paz e sem unidade?

Nesse sentido, a oração de São Francisco é muito atual. Não vivemos nas mesmas circunstâncias, mas o que Francisco pedia responde perfeitamente às necessidades da nossa época. Em Calcutá, rezamos essa oração todos os dias, depois da comu-nhão. Penso em todos os homens e mulheres que necessitam de amor: “Senhor, fazei-nos dignos de ser instrumentos da verdadeira paz, que é a vossa paz”.

Ama-me por amor somente.Porque pode mudarisso tudo, em si mesmo, ao perpassardo tempo, ou para ti unicamente.Ama-me por amor do amor, e assimme hás de querer por toda a eternidade.”

Alguns pensamentos de Madre Teresa

PP

Page 4: 10  Essência de luz

4 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Memória Nossa de Cada Dia

Conversando com você

Beth Dias

Nós, que frequentamos a Casa de Padre Pio, sempre recebemos bons textos. Al-guns bons, outros brilhantes.

Hoje recebi um, maravilhoso; logo depois, alguém observou que o texto deveria ficar ex-posto na Casa e que todos deveriam seguir, etc e tal.

Concordo plenamente. São coisas ditas e reditas de uma beleza e verdade incríveis. Ge-ralmente nada é rebuscado, filosófico em ex-cesso ou intelectualizado. São sabedorias que estão ao nosso alcance... logo ali.

E a pergunta que vem: E por que esquece-mos? Por que sempre nos encantamos, e de preferência refletimos quando os recebemos, mas logo depois estamos fazendo alguma bobagem exatamente contrária ao que le-mos?

Vivemos neste planeta há séculos e sécu-los. Vidas boas, vidas ruins, vidas significativas e outras nem tanto. Temos muitas chances para evoluir, mas travamos em algum lugar e voltamos. Exatamente como os textos que não apresentam nenhuma novidade e que nos causam aquele feliz espanto infantil quando nos deparamos com o novo.

Você quer uma resposta? Eu também. Tal-vez haja várias, até nos próprios textos.

Já pensei num recurso que é o de imprimir o texto que nos agrada e colar em algum lugar bem visível. Afinal de contas, não é assim que acontece com nossas vidas? Nosso espírito se expressa em um corpo físico e ficamos expos-tos ao mundo, bem visíveis. Mas erramos de novo. Sem desistir, nos reimprimimos e nos expomos de novo. E isto continua até o mo-mento em que este texto e esta experiência de vida deixam de ser só isto e algo maior se in-ternaliza. É o exato instante em que passamos a ser e a fazer naturalmente o que está escrito nos textos. Nos tornamos UM. Somos UM.

Não existirá mais nenhuma ação que seja desligada do nosso Ser Superior. O coração se expandirá e seremos por inteiro.

Fácil, não? Difícil mesmo, mas jamais im-possível. Desistir é como desistir da vida. Mas temos que quebrar os ciclos viciados do car-ma.

E enquanto isto não acontece, mas você me promete que irá tentar, pode ir colando os papéis pelas paredes. Em todas elas. No espelho também é mui-to bom. Um belo dia, as paredes desa-parecerão, os espelhos irão refletir só uma essência. E a memória será de um doce e plácido lugar.

Luz, Paz e Alegria para você!

PP

Page 5: 10  Essência de luz

5

Bhagavad-Gita, canção divina

Marcelo Patury

Meu nome é Marcelo. Dou au-las sobre a Bhagavad-Gita na Casa de Padre Pio todas

as quartas-feiras, de 19h30 às 21h. Nesta edição, em vez de eu escrever sobre a Gita, pedi que as pessoas que frequentam nossos estudos o fizessem. Deixei-os livres para escreverem o que quisessem.

Leia com introspecção, veja como este Conhecimento Milenar tem o po-der de transformar nossas vidas em um instrumento precioso no caminho da Transcendência. E, se você achar que também merece isto, basta aparecer numa quarta-feira, sentar, assistir e deixar Deus agir em você.

Flávia Braga:Hoje, sei lidar com as dificuldades. Consigo

dar soluções espirituais aos meus problemas, aparentemente materiais. Tenho clareza do que realmente tenho que aprender com todos os conflitos em minha vida, sejam eles profis-sionais, financeiros, emocionais, físicos, etc.

Não fico mais tentando convencer as pes-soas que, ao agir, tenho sempre boas inten-ções. Agora, simplesmente ajo e assumo a responsabilidade pelos resultados. Não deixo que a opinião dos outros, e nem mesmo os laços afetivos, me impossibilitem de agir. Vejo que não tenho controle sobre os resultados de minhas ações, mas posso sim analisar a situação e ver uma maneira de resolvê-la que não me agrida. Esse verso da Gita faz muita diferença para mim: “Agora estou confuso quanto ao meu dever e perdi toda a compos-tura devido à reles fraqueza. Nesta condição, estou Lhe pedindo que me diga com certeza o que é melhor para mim. Aqui estou, Seu discípulo e uma alma rendida a Você. Por fa-vor, instrua-me.”

Dani Budista:Conheci a Bhagavad-Gita no ano 2000 e

posso dizer que minha vida se divide em antes e depois da Gita. Apenas a leitura individual do Livro gerou uma grande transformação interna em mim. A partir daí, muitas coisas aconteceram na minha vida, mas eu nunca perdi o Livro como referência. Surpreenden-temente, há mais ou menos dois anos, tive a

sorte de encontrar uma pessoa que se dedi-cava a explicar e transmitir a Bhagavad-Gita a outras pessoas. Foi quando iniciei as aulas com o Marcelo Patury na Casa de Padre Pio. Identifiquei-me de imediato tanto com ele quanto com a forma com que ele transmite o ensinamento, uma forma bastante original e única. Isso me possibilitou uma transformação ainda maior, pois este Livro é melhor incorpo-rado quando alguém O transmite. Eu conside-ro a Bhagavad-Gita um veículo, uma forma de despertar a consciência para a necessidade e a importância que existe em cada momento da vida. Já há muito tempo sinto que a Gita faz parte de mim e o conhecimento transcenden-tal adquirido durante as aulas é meu combus-tível, fazendo toda diferença no dia-a-dia.

Adriana Saavedra:Há quase um ano, faço parte do grupo.

Mesmo com uma dedicação mínima, sinto uma melhora enorme no meu bem-estar. So-mente indo aos encontros, ouvindo, repen-sando e praticando os conceitos é que hoje me tornei capaz de vivenciar a paz e a felicida-de verdadeiras, mesmo em uma sociedade tão conflituosa como a nossa. Espero continuar aprendendo e evoluindo cada vez mais com o estudo da Bhagavad-Gita.

(Continua no próximo número)

Depoimentos dos Alunos

PP

Page 6: 10  Essência de luz

6 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Ciência e Espiritualidade nas empresas

Profissional : Ser ou Saber?

Emmanuel Lopes Passos

A ciência contempo-rânea limita-se a garantir a possibili-

dade de proceder constan-temente a novas observa-ções, a novas experiências e às interpretações dos da-dos empíricos e dos resul-tados da investigação em geral. Seguindo essa linha, apresentamos adiante um resumo de alguns resultados das observações feitas ao longo de nossas atividades de consul-toria em diversas empresas.

As “leis” científicas adquirem validade, em todos os campos da análise e da interpreta-ção, da matemática às ciências sociais, através de estudos de probabilidades e da elaboração de normas.

Ciência não se reduz a observar atos e a tentar correlacioná-los (o ser humano se re-laciona com a realidade por intermédio da percepção dos órgãos sensores). Entretanto, é preciso fazer conjecturas sobre os fatos e so-bre possíveis interligações, para além do que é perceptível pelos sentidos, de modo que se possam criar conceitos e tais fatos serem com-preendidos e explicados através da construção de leis e teorias.

Todavia, não há limitação para formulação de conjecturas sobre o mundo real empresarial. Quando bem formuladas, tais conjecturas de-vem ser testadas e, em caso de sucesso, abrem-se novas perspectivas, bem como novos proble-mas, iniciando outro ciclo, em busca de melhor compreensão da realidade. Diversos ramos do conhecimento científico, surgidos até hoje, são aplicados com sucesso nas empresas.

Neste contexto, as técnicas computacio-nais têm valor inestimável, desde a teoria da computação, muito anterior aos computado-res, que trata de problemas computáveis e não-computáveis, passando pelo cálculo ma-temático puro e simples até o surgimento da inteligência artificial, técnicas que tornaram possível simular e experimentar diversas “con-jecturas” e aferir os respectivos resultados, contribuindo assim para a solução de proble-mas gerais.

Há diversos ramos especializados do co-nhecimento humano que ainda não se re-vestem de um caráter plenamente científico

(não existem as teorias cor-respondentes), mas é possível pressupor neles a existência de um tipo de organização intrínseca ao conhecimento envolvido, embora não se te-

nha fácil acesso a essa organização. Neste sentido, a idéia desse artigo é tra-

zer um conhecimento estruturado relativo ao homem-profissional, pois se há uma forma intrínseca de organização no domínio do co-nhecimento factual especializado, há também um equivalente quando se trata do homem-profissional.

O mérito do especialista está em desenvol-ver uma aguçada capacidade de observação em relação a uma área específica do conheci-mento, de modo a obter conclusões corretas sobre essa área.

O desenvolvimento do homem-profissional opera-se em duas linhas: saber e ser, as quais devem avançar juntas! Se uma ultrapassar de-mais a outra, o seu desenvolvimento dentro e fora da empresa não se fará regularmente, pois, cedo ou tarde, deverá deter-se. O grau do saber de um homem-profissional será sempre em função do grau do seu ser.

As pessoas, grupos e empresas, em geral, ainda identificam este “saber” e reconhecem a possibilidade de haver níveis diferentes de saber mais ou menos elevado. Mas não apli-cam isso ao ser. Para elas, o ser denota sim-plesmente a existência em contraponto com a não-existência.

Não imaginam e não compreendem que o ser pode situar-se em níveis diferentes e incluir várias categorias. É exatamente isto o que não percebem, não compreendem que o SABER depende do SER, e a qualidade de ser pode aumentar inclusive os resultados empresariais e melhorar a qualidade geral de suas atividades. Quem sabe não queiram compreender...

(Este artigo está sendo apresentado em duas partes, sua complementação será publi-cada na próxima edição do Essência da Luz.)

PP

Page 7: 10  Essência de luz

7

Coluna Livre

Adelaide Hortencia

Falando um pouquinho sobre ‘Leis’ ...Que tal um pouco de SABEDORIA e TO-

LERÂNCIA? Salve YORIMÁ!Yorimá é a Potência do Verbo Ilumi-

nado, Potência da Lei Sagrada, Ordem Iluminada da Lei.

Quem ainda não se sentiu acolhido, pro-tegido, escutado e apaziguado em seus me-dos e aflições mais íntimas, quando sentado em frente a uma dessas chamadas ‘entidades’ tão amorosas, com sua fala baixa mas firme e que oferece aquele abraço amigo? Afinal, eles são os SENHORES DAS EXPERIÊNCIAS.

Mansidão e segurança, justiça com com-paixão...

Assim, consigo descrever esse arquétipo tão respeitado e estimado por tantos, os nos-sos Pretos-Velhos.

Lembra daquele seu coração apertado? Pois são eles que lidam com as nossas ques-tões tão humanas, ‘trabalhando’ diretamente com o nosso universo.

E atire a primeira pedra, quem já não teve sua ‘roseira balançada’ diante das dificuldades apresentadas pelos ventos da vida. Pelos ven-tos da vida ou criadas por nós mesmos, com nossos pensamentos e dúvidas e as mais varia-das cargas emocionais?

Por isso, a HIGIENE do corpo, da alma e do espírito é fundamental!

Lembra daquele coração apertado? Como será que estamos olhando e sentin-

do o mundo ao nosso redor e até mais dis-tante?

Eles, com suas mensagens, seus ritmos su-aves, suas rezas e benzimentos, são profundos conhecedores da mente e do comportamento humano, estando cientes de todas as nossas virtudes assim como das nossas mazelas.

Então e novamente, que tal um pouco de SABEDORIA e TOLERÂNCIA?

Salve Vovó Maria de Guiné!Salve Pai Joaquim das Almas!Salve Pai Congo de Aruanda!Salve Vovó Maria Conga! Salve os Pretos-Velhos!

Lembrando o 13 de maio...

PP

Page 8: 10  Essência de luz

8 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Astrologia e Autoconhecimento

“Sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo de todos os lados, ser a mesma coisa de todos os modos possíveis, ao

mesmo tempo...” (Assim falou Fernando Pessoa, geminiano, poeta e astrólogo.)

Rosa Carmen Sá de Alverga

O Sol entrou no signo de Gêmeos à 1h00 do dia 21 de Maio de 2010. Primeiro signo da trilogia do elemento ar (os

outros dois são Libra e Aquário), regido por Mercúrio, o signo de Gêmeos representa o início da comunicação. Portanto, é essencial-mente mental, tem a ver com o pensamento, a linguagem, os estudos, a leitura, a escrita, a necessidade de conectar pessoas, fatos e tro-car ideias.

Gêmeos rege a casa 3 do Zodíaco, o setor das comunicações, das pequenas viagens, dos estudos básicos e também dos irmãos, primos, vizinhos, colegas de estudos em geral. Refere-se, assim, a toda forma de comunicação e rela-cionamentos e tudo o que promova a ligação entre coisas e pessoas, formando laços sociais, desde os parentes não escolhidos até os afetos que escolhemos. Portanto, fala principalmente do ambiente mais próximo que nos circunda. Mercúrio rege também os transportes de todo tipo, desde um simples elevador a um sofisti-cado avião ou um foguete espacial.

A conhecida e falada duplicidade do Gê-meos, na realidade, indica que ele é um signo maleável e flexível, possuindo melhores con-dições para viver bem as polaridades da vida: o Yin e o Yang, o bem e o mal, sabendo que nada possui só um lado e devemos ter noção da existência dos dois pólos. O problema é a dificuldade de unirmos os dois.

O geminiano busca a ordem e a lógica em tudo; bastante hábil intelectualmente, vive sempre pensando, dissecando, analisando e

assim tentando arrumar e discriminar as coi-sas, sejam no plano concreto ou no abstrato. Curioso e ligado em toda espécie de conhe-cimento que possa adquirir, busca constante-mente aprender o que há de novo no mundo; seu interesse pelo saber (o novo e o antigo também) o leva a muitas leituras, a escrever e a fazer vários cursos pela vida afora.

Basicamente inquieto, difícil de ficar para-do ou calado, o geminiano pula de um assun-to para o outro e de um lugar para o outro sem cansar. Pelo lado mais positivo, costuma ser uma pessoa jovial, alegre, expansiva, fluen-te, brincalhona. Possui muita facilidade para participar de debates, discussões e frequente-mente sair deles vitorioso, pois gosta muito e se diverte em estabelecer polêmicas.

No campo físico, Gêmeos rege a respiração e é através do ar que tudo entra em contato em nosso mundo, porque todos respiramos o mesmo ar, dos humanos aos animais e às plantas. Sendo assim, as relações na Terra criam uma corrente que se estende por todos os lados. Apesar de o geminiano estar ainda mais ligado ao ambiente mais próximo, seu movimento energético inicia o caminho que leva à ligação com o Cosmos, que o Sagitário (seu oposto e complemento) deseja, busca e pode atingir.

Versátil e inconstante, o geminiano pode fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Possui talento para ser um bom professor, jornalista, escritor, ator, vendedor e tudo o mais que exija facilidade de contato com o público.

Além disso, poderá possuir dotes artísticos, com habilidades para trabalhos manuais de

O signo de Gêmeos

Page 9: 10  Essência de luz

9

PP

vários tipos. Portanto, tendem a ser versáteis, talentosos e bastante inteligentes.

O mau uso da energia geminiana pode tornar a pessoa fechada, pouco comunicativa, isolando-se de todos. No lado mais negativo pode ter um comportamento superficial, sem se aprofundar em nada, torna-se tolo, fofo-queiro, maldoso e mentiroso. Tende à falsidade e à infidelidade. Pode comportar-se de maneira fria, insensível e desagradável, falando demais, ininterruptamente, sendo incapaz de ouvir os outros e se interessar pelo que eles dizem.

Em um nível superior, os geminianos bus-cam realizar a conexão entre os dois hemisfé-rios cerebrais, almejando realizar a integração entre ambos. Devemos lembrar que, na Mito-logia, Mercúrio (para os romanos), ou Hermes (para os gregos), era o mensageiro entre Júpi-ter e os homens, isto é, fazia a ligação entre os mortais e a divindade ou, poderíamos dizer, entre a mente comum e a mente superior. Os dois (Mercúrio e Júpiter) regem, respectiva-mente, os signos de Gêmeos e de Sagitário, que se completam, como todos os opostos.

Um ser humano nascido sob o signo de Gêmeos nos falaria assim, sobre si mesmo:

Ficar parado? Nem pensar! Aliás, pensar sim e muito, o tempo todo, pois, se “pen-so, logo existo”. Mas, se existo, tenho que me movimentar e isto pode me levar a novos lugares, a incríveis descobertas, a emoções desconhecidas. E não é só meu pensamen-to e minhas pernas que detestam ficar para-dos, minhas mãos também precisam se sentir ocupadas, criando, construindo, escrevendo, abanando, cumprimentando ou abençoando.

Tudo depende das minhas habilidades, se são artísticas, professorais, jornalísticas ou se dese-jo trabalhar minha espiritualidade. Preciso es-tar, de alguma forma, em contato com meus semelhantes. De perto ou de longe necessito me comunicar, minha curiosidade é ilimitada. Quero estar sempre estudando, aprendendo e passando adiante o que me foi passado. Adap-to-me bem a novos ambientes e às novas situ-ações e quando estou alegre, sou divertido e engraçado. Com muito bom humor, conquis-to pela vivacidade e pela palavra bem dita. Às vezes falo demais e ouço pouco, posso achar que sei mais que os outros e, como sou versátil no saber, me perco nas minhas certezas. Pos-so fazer fofocas e intrigas ou ser vítima delas. Nesses momentos de desentendimentos sinto medo e me retraio. Muitas vezes é difícil lidar com os sentimentos. Se fico muito sensível, o barulho e o movimento externo me incomo-dam ou me assustam e me fecho no silêncio.

Mas sei que preciso estar aberto ao mun-do e a todas as possibilidades que sempre surgem em minha vida. O ar que respiro é o meu elemento, sou como um pássaro num vôo incessante por todos os lados do espaço celeste. Mensageiro e tradutor entre o Ho-mem Comum e o Homem Superior que coa-bitam em todos nós, vivo em busca da unida-de e da liberdade.

ESTAMOS NUM MOMENTO MERCURIAL DE LIGAÇÃO – COMUNICAÇÃO – SOCIABILI-DADE E DE UNIÃO DA DUALIDADE

Page 10: 10  Essência de luz

10 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Mediunidade e Espiritualidade

Processos de desobsessão

Nelson Soares

A obsessão, como todas as enfermidades, pode ser curada através de tratamen-tos especializados. Para se tratar dessa

enfermidade espiritual, são necessários alguns procedimentos terapêuticos:

ConscientizaçãoDeve-se conscientizar o paciente da situ-

ação de enfermo em que se encontra, para que, com sua força de vontade, possa ajudar-se na cura. Nenhum tratamento surtirá efeito se não contar com a vontade de quem precisa dele.

ReeducaçãoÉ preciso orientar o assistido

sobre a necessidade de melho-ria de sua conduta na vida di-ária. Que se esforce para evitar os vícios mais grosseiros e que procure controlar suas más ten-dências. Sem essa mudança de postura e de visão, dificilmente ficará livre das más influências, que predispõem aos processos obsessivos. Importante lembrar que os bons exemplos vindos de quem ministra a instrução é uma das grandes armas na luta contra a obsessão.

EvangelizaçãoEnfatizar sempre ao enfermo a necessidade

de observar os ensinos morais do Evangelho de Jesus, roteiro seguro para a libertação dos males do Espírito. Orientar a necessidade da frequência regular à casa espírita, até que sua enfermidade seja curada ou esteja sob contro-le. Estimular o hábito da prece, o mais podero-so auxílio no tratamento de obsedados.

Intercâmbio espiritualOrientar moralmente o Espírito obsessor

nas reuniões mediúnicas, evocando-o em médiuns preparados para esta tarefa, aconse-lhando-o a seguir outro caminho que não o da vingança, da mentira ou dos prazeres inferio-res. Este trabalho de esclarecimento deve ser feito por pessoas com experiência e conheci-mento da ciência espírita, a fim de atingir os resultados esperados.

FluidoterapiaSubmeter o paciente portador da obsessão

a um tratamento fluídico-energético, através do passe espírita. São momentos em que as energias, perdidas pela ação da enfermidade espiritual, poderão ser repostas, e o obsedado, ficando livre dos fluidos malsãos de que estava impregnado, poderá pensar e tomar decisões com maior liberdade. A água fluidificada é também um poderoso recurso no tratamento das obsessões.

Reequilíbrio familiarSempre que possível, a equipe responsável

pelo tratamento do enfermo deverá orientar moralmente sua família que, em muitos ca-sos, está envolvida direta ou indiretamente na problemática obsessiva. Além disso, o apoio e a compreensão dos familiares no processo de cura desta grave enfermidade espiritual é fundamental.

Tratamento médicoNos casos em que o processo obsessivo

apresentar-se com grave comprometimento psíquico, o paciente deverá receber assistência de um profissional habilitado, que lhe despen-derá os cuidados necessários. É importante enfatizar que não podemos interferir nas pres-crições médicas, tampouco suspender medica-mentos por conta própria.

Page 11: 10  Essência de luz

11

Práticas Mediúnicas

Filhos do coração,O aprendizado do amor é tarefa

a ser realizada a cada dia, nas pe-quenas coisas. O dia oferece, em suas 24 horas, inumeráveis oportu-nidades de aprendizado para aque-les que têm olhos de ver.

Do momento em que desperta-mos àquele em que nos dirigimos para novo desligamento do corpo, através do sono, incontáveis são as pequenas provas para desenvolver-mos a compaixão, a tolerância, a pa-ciência, o não julgamento, o auxílio, a simpatia, a fraternidade, a simpli-cidade, a solidariedade e a alegria – ingredientes fundamentais para fomentar, em cada coração, esse aprendizado. A vida só irá ensinar àquele que desejar aprender.

Muitas vezes, em nome do orgulho que ain-da acalentamos, deixamos passar as oportuni-dades com reações desarrazoadas, ao invés de buscarmos o aprendizado que a oportunidade oferece de calar, renovar, transformar, modifi-car padrões arraigados de comportamento.

O único mal, filhos, que devemos temer é aquele que trazemos em nós, de forma in-consciente, em nossos corações e guarida em nossas ações.

Despertai vossas consciências, mas com amor a vós mesmos!

Autoamor, autoperdão, autoaceita-ção fazem parte desse processo, pois só poderemos dar amor, quando tivermos construído os alicerces em nós e por nós mesmos.

Abraço vossos corações com amor e luz,Ermance Dufaux

(Mensagem psicografada na reunião do GDS, na Casa de Padre Pio, em 02/03/2010)

Psicografia

PP

Ascendência moralPara se conseguir bons resultados nas tare-

fas de desobsessão, é preciso que a equipe de atendimento tenha ascendência moral sobre o Espírito obsessor; isso só é possível cultivando uma vida moral sadia. O falar sem exemplifica-ção transforma-se em letra morta. Jesus expul-sava os maus Espíritos apenas com o uso de sua autoridade moral. Disse que poderíamos fazer o mesmo.

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações.” (Allan Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo,

cap. XVII, item 4)

“Quando o Espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: ‘Tornarei para minha casa donde saí.’ E, chegando,

acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos piores do que ele,

e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.”

(Lucas, cap. 11, 24 - 26)

(Continua no próximo número) PP

Page 12: 10  Essência de luz

12 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

O estudo é divido em 3 partes:Parte 1: Perguntas sobre os capítulos do livro escolhido, que deve ter sido lido em casa por cada participante.

Parte 2: Trabalho de concentração e interiorização, visando desenvolver a percepção mediúnica de cada componente (psicografia, psicofonia, vidência, incorporação), sempre procurando manter o pensamento elevado e em prece.Parte 3: Aberto para relatos sobre experiências individuais referentes ao encontro.

O encerramento dos trabalhos é realizado através de uma prece feita por um dos mem-bros do grupo.

Grupos da Casa de Padre Pio

Luiz Augusto de Queiroz

O GDS (Grupo de Desenvolvimento da Santidade) é o grupo dedicado à educação mediúnica da Casa de Padre Pio.

Fiel aos princípios traçados por Kardec na codificação, o grupo almeja que cada um de seus partícipes esteja cônscio de que mediunidade é um dom natural das criaturas, e que, quando compreendida em seu maior significado, é instrumento de crescimento interno. É fonte geradora de Luz.

Falamos de santidade no seu significado mais amplo. Santo ou São é o que é inteiro, integrado, individuado. O Santo, de qualquer religião, é sempre um médium, pois abre os canais da alma para o Mundo Maior; o inverso não é obrigatoriamente verdadeiro, nem todo médium é santo. Aí mora o grande desafio, não queremos desenvolver mediunidade como um fim em si mesmo. Queremos, isso sim, desenvolver a nossa santidade e, para tanto, usar a me-diunidade como ferramenta de serviço, expressando o nosso movimento permanente de Buscar Viver em Deus!

Sobre o GDS

Emmanuel Lopes Passos

GDS -Grupo de Desenvolvimento da Santidade (A redescoberta da nos-sa Divindade)

O grupo se reúne todas as terças-feiras para, em conjunto, estudar e debater um livro previamente escolhido pela Coordenação Espiritual da Casa. O que se espera desse estudo é que a cada dia saibamos mais sobre o verdadeiro significado e o valor da espiritualidade e que incorporemos esse conhecimento no nosso dia-a-dia. A referência bibliográfica é sempre sugerida pelos coordena-dores de acordo com as necessidades do grupo. Exemplos : Obras de Kardec, Autobiografia de um Yogue (Yogananda), Reforma Intima sem Martírio, pelo espírito de Ermance Dufaux (Van-derlei S. de Oliveira), A Arte da Proteção Psíqui-ca, Missionários da Luz, pelo espírito de André Luiz (Chico Xavier).

Page 13: 10  Essência de luz

13

Meditação

Rose Lane Romero

A palavra meditação vem do Latim, medi-tare, que significa voltar-se para o cen-tro, no sentido de desligar-se do mundo

exterior e voltar a atenção para dentro de si.A meditação consiste na prática de focar a

atenção no seu centro, frequentemente for-malizada em uma rotina específica.

A meditação reúne uma série de atributos característicos. O primeiro deles é um modelo de respiração que varia em função dos objeti-vos. O simples fato de respirar de uma ou outra maneira modifica o tipo e a quantidade de pep-tídeos produzidos no cérebro. Respirar devagar e profundamente ajuda a relaxar, enquanto a respiração abdominal rápida (respiração de fogo) potencializa a liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina (também favorece os padrões elétricos alfa e beta no cérebro).

As posturas corporais e os movimentos, inclusive posições exatas de mãos e dedos, favorecem a circulação de energia e, secunda-riamente, a circulação sanguínea, no sentido desejado. Geralmente o objetivo da postura – de um asana do yoga, ou de um movimento de tai chi – é enviar energia a uma glândula do sistema endócrino ou a um órgão concreto. Além disso, as posturas ajudam a tomar cons-ciência das diferentes partes do corpo.

Em algumas técnicas meditativas, se reali-zam mantras ou sons com padrões vibratórios específicos capazes de estimular glândulas hor-monais, especialmente as situadas na cabeça e no pescoço. Demonstrou-se que cantar certos mantras estimula o nervo vago, o mais simples

e importante do corpo, que corre atra-vés do pescoço próximo à mandíbula, afeta o coração, pulmões, zona intestinal e músculos das costas. As disciplinas meditativas orientais asseguram que os sons exercem uma enorme influência sobre o sistema energético sutil que governa o funcionamento do organismo.

Finalmente, as técnicas meditativas in-cluem a concentração mental. Ao meditar, o pensamento racional, que tem lugar no córtex cerebral, começa um diálogo tranquilo com os centros emocionais do sistema límbico, o hi-pocampo e a amídala. Isto libera um dilúvio de neurotransmissores calmantes que aliviam o corpo inteiro. Assim, passa-se a um esquema cerebral relaxado, onde dominam as ondas alfa e o sistema nervoso parassimpático, que protagoniza a resposta de relaxamento. Quan-do o sistema parassimpático se vê favorecido, envia mais sinais nervosos aos órgãos e glân-dulas do sistema imunológico, que por sua vez segregam seus próprios agentes bioquímicos em todo o corpo. Quando isto ocorre, criam-se as condições ideais para a autocura. Cen-trar a atenção na área determinada do corpo que se deseja beneficiar pode dirigir as forças curativas do organismo até essa zona.

Meditando

PP

Page 14: 10  Essência de luz

14 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Cabalá, vivendo em Luz

Dave Brykman

A Ciência, nas últimas décadas, muito tem explorado teorias so-

bre “Universos Paralelos”, onde resumidamente se pro-põe que a cada vez que uma possibilidade física (evento) é potencializada, o universo divide-se em inúmeras ex-pressões de realidade. Atri-buindo-se assim um número infinito de possíveis resulta-dos, cada qual sendo separa-do no seu próprio universo.

Em princípio, esta idéia pode parecer bastante complicada e comple-xa, mas vamos ilustrar para ficar mais claro. Um motorista que sofra um acidente e não morra por um triz, por exemplo, pode sentir-se aliviado pela sua sorte de sair ileso, mas em um universo paralelo ele pode ter morrido. Em outro universo, ele nem saiu de casa naquele dia porque preferiu ler um livro. Ainda num outro universo, pode ter se ferido gravemen-te no acidente e irá se recuperar lentamente após ser tratado no hospital. E por aí vai, o número de cenários e consequências possíveis é praticamente infinito.

Duas perguntas evidentes que pode-mos fazer num primeiro momento são: “É possível adivinhar qual é o melhor cenário (universo) para cada um de nós, diante de tantas opções?” E ainda: “É possível esco-lhermos conscientemente qual destas in-finitas possibilidades é a mais apropriada para as nossas vidas?”

A Cabalá responde positivamente a ambos questionamentos. Tanto podemos saber o que é melhor ou mais adequado para nós, quanto podemos escolher nosso próprio destino de

acordo com o poder da nossa vontade autên-tica. É justamente nesse ponto que a Caba-lá desvenda o paradoxo do “Determinismo versus Livre-Arbítrio”, ou seja, somos nós que escolhemos o nosso destino ou já está tudo escrito, predeterminado?

Imagine que você decidiu ir a um cinema desses mais modernos chamados “multiplex”, onde existem várias salas de projeção, uma ao lado da outra. Compra um ingresso, senta-se para assistir o filme. Logo percebe que o filme é muito ruim. Sai então no meio da sessão, passa para uma outra sala e assiste a outro filme. Este agora é muito melhor.

Seu livre-arbítrio nessa situação foi escolher a que filme queria assistir. Não tinha nenhum controle sobre o filme em si. Este já estava pre-determinado. O roteiro já estava todo escrito previamente. A vida é como um filme e a reali-dade é como um cinema “multiplex”.

Diferentes versões de sua vida estão si-multaneamente passando neste exato mo-mento em infinitas salas de projeção que são os universos paralelos. Não temos a ca-pacidade de alterar o filme que assistimos, mas temos a capacidade de trocar de cine-ma, trocar de universo.

Cada novo universo criado apresenta um filme progressivamente melhor de sua vida à medida em que você evolui espiritualmente. Perceba que a questão não é tentar mudar o mundo que o rodeia. Na verdade ninguém tem a capacidade de fazer isso sozinho, o máximo que você pode fazer é mudar a si mesmo. To-das as mudanças que desejamos no mundo e em nós somente são conseguidas quando tro-camos de universo.

Universos Paralelos

Diferentes versões de sua vida estão simultaneamente passando neste exato momento em infinitas salas de projeção que são os universos parale-los. Não temos a capacidade de alte-rar o filme que assistimos, mas temos a capacidade de trocar de cinema

Page 15: 10  Essência de luz

15

Compreenda que sua vida, hoje, é uma história projetada dentro de um cinema que já foi filmado de acordo com suas próprias escolhas e ações na vida; se você não fizer nada, nenhum esforço consciente de trans-formação, irá permanecer no mesmo filme até o final da sessão (vida). A única alterna-tiva, portanto, é mudar de sala e escolher a história que está mais sintonizada com seus propósitos e metas genuínas, e ainda, com a sua energia vibratória e afinidades espirituais mais refinadas. É a sua consciência que dita em qual realidade paralela você quer estar e habitar no agora. Esse é o nosso verdadei-ro livre-arbítrio, escolher a realidade parale-

la mais sintonizada conosco, onde podemos encontrar as melhores virtudes possíveis.

Enfim, o principal aprendizado que pode-mos levar disso tudo é que o nosso destino na verdade já foi escrito por nós mesmos, através de todos os nossos pensamentos, emoções e ações até o presente momento. Mas a boa nova é que podemos modificar isso a qualquer instante, reescrevendo nosso destino infinitas vezes, bastando para isso simplesmente trans-formar nossa maneira de ser, nossos hábitos, nossa conduta de vida. Esse é o verdadeiro livre-arbítrio. Só depende de nós.

Chaim ve’Shalom (Vida e Paz!)

Terra FértilClaudia Baldo de Camargo

Engravidar? Maternidade? Do que es-tamos falando?

Escolhas...Escolher vem do coração, conversa de entra-nhas do feminino.As imagens cobram, demandam, ditam.Sei que tenho um prazo de validade, meu cor-po, minha vida, tudo.Tão corrido.Corpo e mente separados, estrada bifurcada.Onde estou agora?

Plano de carreira, MBA, metas a executar.Hoje mulher, ontem menina.Meu olhar segue a linha da vida. Avó, mãe, filha apontam a outra estrada.

Afinal de contas, ser mulher é ter filho?São tantos os atributos, papéis múltiplos a cumprir.Conto com técnicas avançadas que manipu-lam uma ampulheta que dentro de mim não se renova, apenas vira, são meus hormônios.Posso ter isto ou aquilo, mas nem tudo posso e quero SER.Surpreendo-me quando toco a minha delica-deza feminina, tão íntima e pessoal.

Escolher...Optar...Ser mulher é ser do sexo feminino? É uma quetão de gênero?

Onde estou nesta cadeia geracio-nal? Casar, ter fi-lhos, netos?Quando penso em engravidar, sinto o útero como Terra Fértil?Ele é capaz de nutrir, acalentar, estando disponível, dando e doando.Sendo um continente almofadado, necessário para o enraizamento?

Sou mulher e é na intimidade do meu ser que encontro as respostas para as minhas escolhas.Respiro fundo e me acolho, pulsante, criativa, cheia de vida.A terra fértil pode tornar-se solo fecundo, in-vólucro seguro para então gerar.A união do desejo com o ato faz com que exis-ta ética na opção.Escolher ser mãe me envolve em um termo de compromisso eterno e contínuo.Serei a partir deste momento eu e o outro por toda a vida.

Sigo feliz, pude escolher!

Para Refletir

PP

Page 16: 10  Essência de luz

16 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Aconteceu

CONFRARIA AQUARIANA

Rosa Carmen Sá de Alverga

No dia 28 de Janeiro passado, o quarto Encontro da Confraria Social, realizado mensalmente com o in-tuito de ajudar a nossa Casa, foi abrilhantado por

uma homenagem aos aniversariantes do signo de Aquá-rio. Além do cardápio, como sempre saboroso, a animação das pessoas presentes esteve bem além da conta... dança-mos, pulamos, brincamos, rimos e cantamos em ritmo car-navalesco (inclusive o parabéns!), numa prévia dessa festa, e não faltaram máscaras e lantejoulas! A alegria de todos foi contagiante e deu o tom da noite, inesquecível para os que participaram e curtiram o Alto Astral do evento. As fotos ao lado são uma bela lembrança daquele momento.

Aquarianos presentes: Luiz Augusto de Queiroz – Silvia Dias – Vera Rivero – Regina Dias – Claudio Castilho – Rosa Car-men Alverga – Elizabeth Vasconcellos – Mirian Valente

Valeu Ação Social! Valeu Pessoal da Casa de Padre Pio!

DUETO MARCOS NIMRICHTER E MAURO SENISE

Daisy Elísio

Embalados pela melodia do piano e do saxofone de dois artistas brilhantes, numa noite de chuva in-tensa, assistimos ao show beneficente da Casa de

Padre Pio, realizado na Sala Baden Powell em Copaca-bana, no dia 25 de fevereiro deste ano.

Durante cerca de uma hora e meia de intenso de-leite, percorrendo um repertório que incluiu clássico e popular, a plateia pode perceber o diálogo praze-roso e repleto de cumplicidade estabelecido entre os músicos.

Caros Marcos e Mauro, parabéns! Recebam o nosso carinhoso agradecimento!

Page 17: 10  Essência de luz

17

Elegia de DuínoPrimeira Elegia

Quem se eu gritasse, ouvir-me-ia na Ordem dos Anjos? E mesmo que um deles me apertasse, de repente, ao seu coração, eu padeceria perante a sua existência mais forte. Pois o belo nada é mais que o começo do Terrível que ainda suportamos, e o admiramos porque, sereno, desdenha destruir-nos. Todo Anjo é terrível. E assim me contenho e retenho o apelo do meu soluço sombrio. Ai, a quem podemos dirigir-nos? Aos anjos não, nem aos homens; e os animais astutos já notaram que nós não somos confiáveis neste mundo definido. Resta-nos, talvez, uma árvore qualquer na encosta, que revemos todos os dias; resta-nos a estrada de ontem e a mimada fidelidade de algum hábito que gostou de nós e conosco ficou e não nos abandona. Ó, e a noite, a noite, quando o vento, pleno de espaço do mundo, roça nossa face... Não o sabes ainda? Lança o vazio dos teus braços aos espaços que respiramos; talvez que os pássaros sintam o ar mais vasto em seu vôo mais íntimo.Sim, as primaveras precisavam de ti.

Muitas estrelas queriam que tu as percebesses. Avolumou-se uma onda vinda do passado; então, ao passares por uma janela aberta, um violino se entregava.

Tudo isso era missão Mas, será que a cumpriste? Não estavas sempre distraído pela espera, como se tudo te ansiasse? Vozes, vozes. Ouve coração meu, como só os santos ouviam, quando um chamado intenso os elevava do chão; eles, porém, permaneciam ajoelhados, impossíveis criaturas, sem desviarem a atenção: eles assim escutavam. Não que possas escutar a Voz de Deus, longe disto. Ouve, porém, a voz do vento, a incessante mensagem que se forma do Silêncio.

Reiner Maria Rilke (Elegias de Duíno), trechos selecionados.

Poesia, a linguagem da Alma

Page 18: 10  Essência de luz

18 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Dúvidas e questões

P. Faz diferença para os espíritos acre-ditarem ou não na vida após a morte? (Ivan Alverga)

R. Faz toda a diferença. O conhecimento da vida após a morte, como um prolonga-mento da existência da vida na Terra, colabo-ra e muito no auxílio prestado pelos amigos espirituais quando da desencarnação. Muitos espíritos desencarnam e não se dão conta de que mudaram de dimensão, ficando aturdidos e muito perturbados quando não são vistos e atendidos por aqueles que deixaram no pla-no físico. Quando temos o conhecimento das leis que regem a vida espiritual, ao passarmos pelo estado da morte do corpo, naturalmente passaremos por um estado de “perturbação espiritual”, conforme é colocado pelo Espíritos Superiores nas questões 163 e 164 de O Livro dos Espíritos. Esse estado assemelha-se àque-le que passamos quando dormimos fora de casa e ao acordarmos pela manhã ficamos um pouco confusos: - Onde estou? Aonde dormi? Que lugar é esse?

Quando temos a consciência de que esse lugar pode não ser mais a nossa “casa física”, ou seja, o corpo, teremos consciência de que desencarnamos e com o conhecimento dos re-cursos necessários para permitir que o auxílio nos chegue como a prece e a confiança no Amor de Deus que nos ampara sempre, esse estado de perturbação pode ser de pouca du-ração. (Danielle Monjardim)

P. A Aromoterapia pode tratar a Ansie-dade? (Daisy Elísio)

R. Com certeza, sim! A escritora Shirley Pri-ce, em seu livro Aromoterapia e as Emoções, descreve muito bem todos as nossas emoções e sua correlação com os óleos essenciais, in-clusive citando casos clínicos tratados com a Aromoterapia.

Aromas que trabalham o chacra cardía-co, podem ajudar muito na ansiedade. Um exemplo muito bom é a Sinergia (combina-ção) de Rosa, Calêndula e Manjericão, que quando também colocado topicamente no chacra cardíaco (no meio do peito) tem um efeito excelente.

Cabe ressaltar que o uso dessas essências deve ser acompanhado por um profissio-nal qualificado. Precisamos agir com elas da mesma forma que fazemos quando tomamos um remédio, que deve ser usado sempre com orientação do médico.

Namastê. (Marcitta Ayres, Enfermeira e Aromoterapeuta)

P. A passagem pelo Umbral é necessá-ria para todos os espíritos após o desen-carne? (Ethel Davidson)

R. Não. Conforme o próprio nome diz, o Umbral é uma “porta de entrada” para ou-tra dimensão da vida, mas para uma região aonde os espíritos encontram-se numa sin-tonia de desarmonia espiritual. Muitos de nós desenvolvemos ao longo do dia “estados umbralinos de ser”, acalentando emoções e sentimentos que nos sintonizam com essa região, tais como: ressentimentos, revoltas, inconformismos, raivas, mágoas, desânimo, tristeza. Ao desencarnarmos, por uma ques-tão de sintonia vibratória, somos atraídos para essa região. Emmanuel diz que “céu e infer-no é questão de direcionamento espiritual”. A direção quem dá somos nós, todos os dias, por escolha. (Danielle Monjardim, advogada e divulgadora da Doutrina Espírita no estado do Rio de Janeiro)

P. Onde se situa a fronteira entre a Fé e a consciência divina? Essa fronteira exis-te? (José Caldas)

R. José, essa é uma pergunta muito com-plexa, difícil e principalmente, fazendo parte da seara divina, talvez só Ele possa respon-der... Como é uma questão instigante, fica em suspenso para todos pensarem e cada um encontrar sua própria resposta e, quem sabe, transpor a fronteira, caso ela exista.

Aceitamos respostas dos leitores para publicarmos no próximo número do jornal. (A Coordenação)

Perguntas dos Leitores

Page 19: 10  Essência de luz

19

P. Gostaria de saber se existe alguma orientação quanto à abordagem do usu-ário do sistema de saúde pública em rela-ção à diversidade religiosa? (Rosa Carmen)

R. Sim, até porque existem alguns pro-blemas a serem resolvidos nessa área. Antes de mais nada, é preciso preparar as equipes de saúde no sentido de respeitar as crenças e credos diversos das pessoas que buscam as unidades de saúde. Inicia-se um trabalho de reflexão sobre várias questões ligadas à diver-sidade religiosa que impactam na qualidade do atendimento da população. Exemplifican-do essas situações: os agentes comunitários de saúde, que atuam no local de residência dos pacientes, cadastrando as famílias e levan-tando seus problemas de saúde, costumam evitar os terreiros onde há moradores. Além disso, as pessoas que buscam atendimento vestidas com trajes de religiões afro-brasileiras são discriminadas nas unidades, e os sacer-dotes dessas mesmas religiões, usualmente, não têm o acesso facilitado aos hospitais onde os pacientes que as professam se encontram internados, ao contrário do que ocorre com padres e pastores. Sem estabelecer o respeito mútuo entre profissionais de saúde e usuários não é possível acolher esse paciente e criar um ambiente propício à abordagem de suas quei-xas, sofrimentos e vulnerabilidades. A promo-ção da saúde tem estabelecido parcerias para facilitar o diálogo, valorizando as várias visões de mundo das religiões e sua experiência no acolhimento às pessoas em sofrimento. Uma iniciativa bem sucedida é a “Caravana do Axé-terreiros de portas abertas para a saúde, cul-tura e cidadania”, que tem realizado oficinas itinerantes e levado ações de saúde aos terrei-ros do Rio, aproximando a população do seu entorno, tentando vencer preconceitos e resis-tências, em última análise, objetivando garan-tir o direito humano à saúde para todos.

Com esse intuito foi criado um cartão com a imagem aqui reproduzida e um suges-tivo slogan: “Respeitar o Sagrado em todas as Crenças e Credos é promover a Saúde e a Paz”. (Rosa Maria Polari de Alverga, Médica Pediatra da Secretaria Municipal de Saúde)

P. O que podemos esperar da leitura de um mapa astrológico? (Rosângela Silveira Silva)

R. Um mapa natal astrológico representa o

caminho da nossa vida, com seus atalhos, suas facilidades e dificuldades, seus altos e baixos, mas principalmente, nos revelando todas as nuances da nossa personalidade. A interpreta-ção dos signos e dos aspectos mostra a com-plexidade do ser humano. Daí a importância da Astrologia para o auto-conhecimento.

Às vezes, pode parecer que há muita in-coerência, o que se diz aqui não combina ali adiante, e isto pode nos deixar confusos. Por isso, digo quase sempre “pode ser” antes das informações dadas sobre o mapa.

É claro que não vivemos nem somos tudo que o mapa indica, mas é bom sabermos que possuímos todas essas possibilidades, tudo isso faz parte de nós, somos seres de uma ri-queza imensa e assim podemos realizar gran-des mudanças através de boas e positivas transformações. Alguns aspectos, às vezes, são vividos por nós através de outras pesso-as com as quais nos relacionamos, isto é, não seremos nós a agir, mas receberemos a ação de outros contra nós (ou a nosso favor, se for algo bom).

Não podemos dizer que é fácil enfrentar os perigos das estradas da vida e fazer mudan-ças. O mapa astrológico é apenas um caminho a mais, além de outros. Para ser trilhado tam-bém precisa, como todos os outros existentes, da nossa plena vontade, de muita coragem para enfrentarmos nossas sombras (que têm de tudo, inclusive um lado bom e bonito) e de conseguirmos usar de muita sinceridade co-nosco mesmos. (Rosa Carmen Sá de Alverga)

NOTA: Esta nova seção servirá aos leitores que desejem fazer perguntas, colocar questões, fazer comentários, buscar esclarecimentos sobre assun-tos de seu interesse, sejam espirituais, sejam sobre saúde, meditação e dúvidas em geral, que poderão ser comentadas e/ou respondidas por profissio-nais das respectivas áreas. Envie seu e-mail para [email protected]

Page 20: 10  Essência de luz

20 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Prece

ORAÇÃO EM FORMA DE POEMA

Rabindranath Tagore

Foi apenas ontem que cheguei à tua terra, Senhor, nu e sem nome, com um grito choroso. Hoje minha voz é alegre, e tu ficas de lado, abrindo espaço para que eu possa tornar plena a minha

vida. Mesmo quando te ofereço minhas canções, tenho a secreta es-perança de que os homens venham até mim e me amem por causa delas. Senhor, como gostas de descobrir que eu amo este mundo para onde me trouxeste!

Antes eu me sentava sozinho num canto de minha casa, pensando que ela era pequena demais para qualquer hóspede. Agora que a ale-gria impetuosa escancara suas portas, percebo que em minha casa há lugar para Ti e para o mundo inteiro.

Antes eu andava na ponta dos pés, com mil cuidados, enfeitado e perfumado. Agora que o remoinho da alegria me atira pelo chão, dou gargalhadas e rolo por terra, a teus pés, como criança.

O mundo pertence a Ti desde sempre e para sempre. Contudo, não precisas de nada, meu Rei, e não encontras prazer em tua riqueza. É como se ela não existisse. Por isso, pouco a pouco, tu vais entregando a mim o que te pertence, e assim, vais conquistando teu reino em mim. Dia a dia, compras a alvorada de meu coração, e assim encontras teu amor, esculpido na imagem de minha vida.

Deste canções aos pássaros, e os pássaros te devolveram canções. A mim deste apenas a voz, e me pediste mais. Então eu canto.

Fizeste leves teus ventos, e eles voam rápido a teu serviço. Minhas mãos, porém, tu as encheste de peso para que eu mesmo as aliviasse e, por fim, ganhasse completa liberdade para te servir.

Criaste tua terra, encheste suas sombras com résteas de luz, e de-pois repousaste entre elas, abandonando-me no chão com as mãos vazias para criar teu céu. A todas as coisas tu dás. A mim só pedes. A colheita de minha vida amadurece ao sol e à chuva, até que eu ceife mais do que semeaste, alegrando teu coração. Sim, tu és o Senhor do celeiro dourado.

Que eu nunca peça para ficar livre dos perigos, e sim coragem para enfrentá-los.

Que eu nunca mendigue a paz para minha dor, e sim coração forte para dominá-la.

Senhor, concede que eu não seja tão covarde para pedir tua miseri-córdia apenas em meu triunfo. Permite-me encontrar o aperto de tua mão dentro de meu fracasso.

Mantém-me à tua porta sempre, esperando por teus desejos. Dei-xa-me caminhar em teu Reino, aceitando teu chamado. Não permitas que eu me afunde e desapareça no fundo da languidez; que minha vista se desgaste, se rasgue na penúria das coisas supérfluas. Não per-mitas que eu me disperse pelos caminhos, ansiando por muitas coisas, nem que eu prenda meu coração ao jugo da multidão.

Faz-me levantar a cabeça, cheio de coragem e orgulho de ser teu servo.