12 essência da luz

11
1 Rio de Janeiro:: Outubro/Novembro/Dezembro 2010 :: nº 12 Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina Acolher, Amar e Repartir, Sem Escolher...

Upload: nelson-soares

Post on 21-Jun-2015

1.234 views

Category:

Spiritual


0 download

DESCRIPTION

Jornal nº 12 da Casa de Padre Pio

TRANSCRIPT

Page 1: 12   essência da luz

1

Rio de Janeiro:: Outubro/Novembro/Dezembro 2010 :: nº 12

Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina

Acolher,Amar e Repartir, Sem Escolher...

Page 2: 12   essência da luz

2 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 3

EXPEDIENTE Essência da Luz é uma publicação da Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio Pietrelcina CNPJ 04.772.688/0001-89 | Periodicidade trimestral | Distribuição interna e gratuita | Tiragem 500 exemplaresRua Assunção, 297 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP 22251-030 Telefone: 2286-7760Site: www.padrepio.org.br | Blog: www.casadepadrepio.blogspot.comE-mail: [email protected] / [email protected] Presidente da Casa: Lucia Pires Vice-presidente da Casa: Luiz Augusto de QueirozCoordenação Editorial: Rosa Carmen Sá de Alverga Projeto gráfico/diagramação: Claudia Portela Revisão: Daisy Elísio Edição de Imagens: José CaldasApoio: Marcello Braga

AS INFORMAÇÕES FORNECIDAS NOS ARTIGOS, ASSIM COMO REFERÊNCIAS, SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES.

Índice Editorial

Fim de ano é sempre tempo de olhar para dentro de si próprio e contemplar o quanto caminhamos e o quanto precisamos refazer do caminho andado. Mas atenção! Esse ”refazer do caminho andado” não se traduz em retornar ao ponto que queremos reconstruir. As Leis do Espírito nos apontam que, para refazer caminhos, é preciso continuar caminhando para a frente!

Pode parecer estranho e sem sentido, espacialmente falando. Entretanto, só refazemos o nosso caminho passado caminhando para a frente: e esse caminhar para a frente também deverá ser bem compreendido, porque não é projetar objetivos no futuro que terminam por parecer longínquos, difíceis de serem alcançados, até mesmo inatingíveis. Andar para a frente é não olhar a linha do tempo, nem para o “passado como fez a mulher de Lot, se transformando em estátua de sal”, nem para o futuro.

Andar para a frente é viver o e no instante da passada. É caminhar com Consciência plena de que cada passo pode ser, por menor que pareça, portal do Infinito, sintetizando o abismo e as esferas sublimes em potência ainda desconhecida para nós, mas sempre possível, por significar a própria Vida Verdadeira.

Nessa Consciência de caminhar, os carmas futuros e passados, emaranhados de causas e efeitos, dão lugar à percepção holocêntrica do Cosmos, e a simplicidade nos encontra finalmente!

Em tal estado de consciência aprendemos que pequenos passos podem então ser efetivos, como se estivéssemos, não com as botas de sete léguas do Pequeno Polegar, mas com botas de 70x7. Esse estado de consciência para ser encontrado não necessita somente de complexas operações de intelecto, nem de mergulhos em meditações que sempre serão subordinados a algo mais importante, sem o qual perdem muito ou até todo seu poder, e que se torna a essência de todo o movimento de retorno, com passos dados concentrados em cada instante. Esse algo mais importante pode ser encontrado na parábola do servo mau, em Mateus 18:21-35.

“Então, Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: - Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão

que peca contra mim? Sete vezes? - Não! – respondeu Jesus. – Você não deve perdoar

sete vezes, mas setenta e sete vezes. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo, trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para

pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos, como escravos, o empregado, a sua esposa e os seus filhos, e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu:

- Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor.

O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora. O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo:

- Pague o que me deve!Então, o seu companheiro se ajoelhou e pediu: - Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo. Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr

o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e disse:

- Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.

O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.

E Jesus terminou, dizendo:- É isso que o meu Pai, que está no céu, vai fazer

com vocês, se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão.”

Todos, a um mínimo de autoanálise, nos reconhece-remos no papel do servo mau. O algo a que atribuímos tanta importância é sermos como o Divino, se perdoamos e amamos como Ele – o instante se alarga ao infinito e vão de roldão dívidas cármicas e longos caminhos em direção ao futuro inatingível. Vivendo nesse estado a nossa oração ganha o poder da Palavra Divina criadora. Nossa meditação nos conduzirá à essência da Luz e não poderá mais ser contaminada por ilusões egóicas, ainda que tão sutis a passar despercebidas, como o orgulho e a vaidade “espirituais”.

Se eu agir a cada passo, e cada passo é cada segundo, cada minuto, hora e dia, nesse estado! O caminho avante está aberto, e não nos surpreendamos por encontrar o Pai de braços estendidos, logo ali adiante: é que, como na parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-31) ele veio em direção a nós, encurtando distâncias, dando aos nossos passos o tamanho do Infinito.

Editorial ................................................................ 03Grandes MestresChico Xavier ........................................................... 04Conversando com vocêO Outro, este nosso conhecido ............................... 05Bhagavad-Gita, canção divinaVocê sabe o que é a Bhagavad-Gita? ...................... 06ReflexãoAcolhimento ........................................................... 07TerapiasA cura pelas cores do arco-íris ................................. 08Grupos da Casa de Padre PioAtendimento Fraterno............................................. 09Astrologia e AutoconhecimentoLibra, Escorpião e Sagitário ..................................... 10

Depoimentos dos LeitoresFelicidade ................................................................ 12SonhosOs sonhos despertam .............................................. 14SabedoriaProsperidade ........................................................... 16Coluna LivreDeus está presente? ................................................ 17Cruzadas do bem ................................................. 18PoesiaPoesia - A linguagem da alma ................................. 19Prece ...................................................................... 20

Refazendo CaminhosLuiz Augusto de Queiroz

Page 3: 12   essência da luz

5

Grandes Mestres

CHICO XAVIERPor Daisy Elísio

Conversando com você

O Outro, este nosso conhecido Beth Marinho Medrado Dias

Muitas vezes, fico quebrando a cabeça sobre que assunto vou escrever no nosso jornal. Gostaria de ter uma ideia genial, original pelo menos, mas os assuntos que surgem são os do nosso dia-a-dia e que, apesar de parecerem banais, ainda são “calos” na nossa existência.

Estava um dia com amigos e falávamos das dificuldades que fulana tinha de lidar com a vida. E sicrana? Pior ainda. Desfilamos ideias geniais, soluções incríveis. Tudo era tão simples e fácil de resolver... e por que não se resolvia? Nossa ideia não era falar por falar; a intenção era de ajudar e também de clarear a nós mesmos as possibilidades de mudanças tão faladas. E surgiu a questão: estamos falando de quem? Da sicrana? Da fulana? Infelizmente, estávamos falando de nós mesmos.

Como é reconfortante ver todos os defeitos alheios e nos sentirmos isentos deles. Tudo acontece com uma clareza assustadora, mas basta olharmos no espelho (quando se consegue isto) para sentirmos nossas dificuldades e percebermos que os conselhos são para nós mesmos. Muitos já disseram, escreveram, e com mais propriedade do que eu, mas só amaremos as pessoas quando conseguirmos enxergar e aceitar as nossas próprias dificuldades. Nossa intenção é sempre ajudar e pensamos que nossa fórmula de vida é a melhor. E é! Para nós. Para olharmos o outro é preciso esquecê-lo. Ele é só a projeção de nossos limites, de nossas intolerâncias e de nossa irritação (muitas vezes inconsciente) do que não conseguimos modificar em nós mesmos. Quando o esquecemos, nos enxergamos.

Que tal nos darmos um abraço, gostar do que vemos, dar um sorriso para nossas criancices, passar a mão na cabeça num afago sincero para nossa incapacidade de mudar e prometer (por que não?) que vamos melhorar?!

Uma vez destruída esta muralha, o outro é só nosso companheiro de vida, um aliado nesta caminhada. E não é a melhor coisa do mundo ter um aliado a quem se possa dar a mão?

Muita Luz e Paz a vocês e até a próxima!

PENSAMENTOS DE CHICO *

“Se a vida ficar muito doce, dá diabetes.”“Podemos inúmeras vezes fugir da morte, mas jamais

fugiremos da vida: a vida é fatal.”“A aceitação é a chave através da qual acharemos forças para

suportarmos as provações.”“O velho sabe, o moço pode.”

“Se Moisés, nos dias atuais, recebesse a tábua das Leis, acrescentaria mais um mandamento:

- Tende paciência.”“O Mal não precisa ser corrigido pelo Mal quando o Bem

chega antes.”* Fragmentos do livro Inesquecível Chico, de Romeu Grisi e Gerson Sestini

Em 2 de abril deste ano, Francisco Cândido Xavier teria completado 100 anos, caso estivesse entre nós vestindo o seu corpo físico. Caridade

e desprendimento, são as principais características que o tornaram um líder religioso e quase um mito. Considerado herói por alguns e até mesmo santo, Chico teve uma trajetória de vida simples dedicada à sua missão: divulgar o espiritismo e difundir a caridade no Brasil.

Os números que o cercam são grandiosos: 412 livros, entre 25 e 30 milhões de exemplares vendidos, mais de 10 mil cartas psicografadas, ajuda a 2 mil instituições de caridade e nenhum centavo pelos direitos autorais dos títulos!

O envolvimento que Chico Xavier tinha com tantas pessoas, até mesmo de crenças diferentes da dele, se deve, por um lado, à sua conduta de pessoa simples, mesmo tendo enfrentado dificuldades em sua vida, desde o período da infância, tanto de ordem afetiva como de ordem financeira; por outro lado, o que proporciona tamanha admiração está relacionado ao seu trabalho de assistência a pessoas carentes que passaram a procurá-lo cada vez mais, sobretudo a partir de 1959, quando saiu de Pedro Leopoldo, sua cidade natal, para morar em Uberaba, Minas Gerais.

O QUE DISSE CHICO XAVIER SOBRE...*

... a importância do Livro espírita: “A fome física é gritante; todos correm para saná-la: uma canequinha de arroz aqui, um litro de

óleo acolá, etc, etc. A fome espiritual é anestesiada pela ignorância, e a ignorância não dói.”

... mediunidade e tarefas: “Quem não aprende a se comunicar com os encarnados, como poderá sintonizar-se com os desencarnados para

trabalhar na desobsessão?”

... a educação das crianças: “Temos que dar educação às crianças; precisamos orientá-las, pois muitos pais não imaginam que ao se

descuidarem da educação de seus filhos, já quando eles atingem os seis meses de vida, vão constatar que perderam muito tempo. (...) É preciso

dar à criança uma formação que a auxilie a viver com paciência e coragem.”

... o trabalho mediúnico: “Às vezes perguntam-me como é que fico, de duas horas da tarde até às três horas da manhã, em atividade

mediúnica. Eu lhes respondo que, ali, eu me sinto satisfeito porque há sempre uma razão, um motivo, um novo campo que se abre – e os

espíritos vão aparecendo e eu vou trocando ideias com eles.”

... a crítica: “Sempre que criticado, eu vou orar para verificar se é verdade ou não. E quase sempre chego à conclusão de que é verdade:

95% das vezes, eles têm razão, e os 5%...”

4 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

... desencarnados sem religião: “Sobre as religiões, é preciso que as criaturas tenham a semente, o germe de uma crença por dentro. Porque aquelas que em nada crêem e praticam o mal, ao desencarnar, tornam-se verdadeiros robôs. Elas perdem a memória no Além; tanto negaram a continuidade

da vida que acabam negando-se a si próprias; neste estado podem ser dominadas por entidades malfazejas, ficando à mercê delas.”

... a posição dos desencarnados no além: “Oitenta por cento das criaturas, que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem condições de

ascenderem aos planos elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os planos mais altos. A maioria delas, portanto, fica vinculada aos familiares

e amigos.”

... mentiras: “Muitas vezes, a verdade deve ser adiada.”

... preces por outrem: “A prece vale porque não se perde; sua energia permanece formando como que um círculo em torno do espírito,

esperando que ele se sensibilize, desperte e a absorva.”

... os Evangelhos: “O Mestre determinou não atiremos pérolas aos porcos, todavia, não nos proibiu de oferecer-lhes a alimentação compatível com as necessidades que lhes são próprias.” “Jesus mandou amar os inimigos, mas

não recomendou conviver com eles.”

* Fragmentos do livro Inesquecível Chico, de Romeu Grisi e Gerson Sestini

Foz do Rio São Francisco - SE

Page 4: 12   essência da luz

6 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 7

Reflexão

AcolhimentoAdelaide Hortência

Assim é: Somos todos únicos e, ao mesmo tempo, somos todos semelhantes.

Estas palavras são destinadas a todos nós, que pretendemos entender nossas dúvidas, nossas esperanças e aquele “cansaço” que surge diante das dificuldades nos dias atuais, principalmente as dificuldades do encontro com os nossos semelhantes.

Acolher, na verdade, não significa aceitar tudo o que o outro é ou pensa. É algo que precisa passar por ouvi-lo, conhecê-lo, doar e dispor-se a receber dele.

Acolha também os seus sentimentos, não “brigue” com eles, mas, ao mesmo tempo, não se deixe contaminar pelo que desanima e enfraquece. E como seria isto?

Seria entender que acolher é, antes de tudo, estar presente. É “experimentar” entrar no mundo dos que chegam e tentar entendê-los. É levá-los a perceber que estamos nos sentindo assim em relação a eles. É algo semelhante a percorrer as quedas de um rio, onde é necessário estar o tempo todo fluindo junto e respondendo, a cada momento, às mudanças que ocorrem.

Para acolher precisamos estar totalmente “despidos”

de preconceitos e não nos deixarmos contaminar por experiências (contrárias) anteriores.

É claro que é difícil e trabalhoso aceitarmos ir além das nossas próprias perspectivas, mas é importante que esse olhar e essa prevenção sejam temporariamente colocados “entre parênteses”.

O exercício do acolhimento envolve um sentimento de surpresa perante o outro e de acreditar que posso fazer parte na construção da história daquela pessoa.

Acolhimento, portanto, é baseado em um olhar e em uma escuta, fundamentados no interesse por aquele a quem vamos receber, no esforço para atender as suas necessidades, dentro das possibilidades possíveis, querendo estabelecer um vínculo e criando uma relação de respeito mútuo.

Entretanto, é importante, antes de acolhermos o outro, que façamos um mergulho em nós mesmos, percebendo a origem comum que nos une a todos. Em especial, àquelas pessoas que, como nós, têm dúvidas e desânimos, assim como beleza interior e interesse pelo prazer de viver.

Bhagavad-Gita, canção divina

Escrita há 5000 anos, a Bhagavad-Gita é uma obra filosófica amplamente reconhecida como a joia espiritual da Índia antiga. Apesar de seu conteúdo transcendental, este livro não está associado a religião alguma. O maior objetivo da Bhagavad-Gita é nos ensinar a sermos felizes. E quem não quer ser feliz?

O que difere, entre nós, na busca pela felicidade, é onde a procuramos. Nenhuma busca é errada; está apenas associada ao grau de consciência espiritual de cada um.

A grande maioria das pessoas considera que a felicidade está na plena realização dos desejos pessoais. Para estes, ser feliz está definitivamente vinculado a se ter saúde, dinheiro, bons parceiros amorosos, boa família, bom emprego, etc. Mas, será esta a Verdadeira Felicidade?

É claro que nos esforçarmos para atingir nossas metas é importante! O erro está em associarmos a nossa felicidade ao sucesso e a nossa infelicidade ao fracasso destes empreendimentos. Se assim for, nosso

estado de espírito será tão instável quanto a alternância do bom e do mau tempo. Se construirmos algo tão precioso como a nossa felicidade sobre alicerces tão instáveis como esses, assumiremos interiormente esta mesma natureza de instabilidade. Ora estaremos felizes, ora infelizes; e mais tarde, felizes de novo; e então, infelizes novamente. É isso que queremos?

A Bhagavad-Gita destina-se aos que já se cansaram de viver a felicidade temporária e buscam algo maior. Esta Literatura Milenar, plenamente aplicável aos dias de hoje, nos mostra que associarmos a nossa felicidade à realização de nossos planos pessoais nada mais é do que um vínculo inadequado com o nosso próprio ego. Fazemos isso por ignorância; nela permaneceremos até quando quisermos. Ninguém é capaz de nos tirar deste aprisionamento a não ser nós mesmos. Podemos até ter ajuda, mas a decisão, o sentimento e a ação neste sentido são exclusivamente pessoais.

O “mundo” do ego é tentador porque, afinal de contas, quem não quer desfrutar do prazer de ter as suas metas realizadas? Mas, a Bhagavad-Gita nos ensina que a Verdadeira Felicidade é aquela que é Eterna, ou seja, a que permanece plena tanto no sucesso como no fracasso de nossos planos egocêntricos. A Felicidade Eterna não se baseia no que é temporário, mas no que é Eterno.

Nossos estudos acontecem na Casa de Padre Pio - Rua Assunção, 297 - todas as quartas-feiras, às 19h30. Não precisa se inscrever previamente. Basta chegar e se sentar! E você está convidado. Mas, a decisão de ser Verdadeiramente Feliz cabe a cada um.

(Informações: [email protected])

Você sabe o que é a Bhagavad-Gita? Marcelo Patury

Ritual Maxacali / MG

Page 5: 12   essência da luz

8 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 9

Terapias

Vivemos em um mundo repleto de cor e a natureza nos proporciona belezas inestimáveis, cobertas de variados matizes a todo o momento. Um dia ensolarado pode elevar o nosso espírito, enquanto um dia acin-zentado, pode nos fazer sentir tristes, melancólicos. Este é apenas um exemplo de quanto as cores atuam na esfera psíquica e no organismo físico.

A Cromoterapia, do grego kromos – cor, e therapeia – terapia, é a ciência que utiliza as cores do espectro solar como tratamento para as áreas do

corpo que apresentam algum tipo de disfunção, com o objetivo de restaurar seu equilíbrio.

Além disso, nos apresenta alcance e proposta holísticas, levando em conta todos os níveis do ser humano: físico, energético, emocional, mental e espiritual.

Entendendo as cores

Do ponto de vista da Física, luz é uma faixa de vibração eletromagnética, com determinado comprimento de onda e frequência; e as cores são as diferentes frequências da luz visível.

A luz do Sol, por exemplo, contém em si sete cores

básicas que se revelam quando essa luz incide sobre um prisma de cristal, decompondo-se em vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta, cores utilizadas na Cromoterapia. Cada cor tem um deter-minado comprimento de onda e frequência, o que caracteriza uma atuação específica sobre o organismo, à semelhança das substâncias químicas.

As cores na aura

Pensamentos e emoções criam diferentes cores na aura. Vibrações positivas geram cores brilhantes e claras, enquanto as negativas produzem cores opacas e

escuras. O inverso também ocorre: cores projetadas na aura produzem pensamentos, emoções e sentimentos correspondentes.

Dependendo da intensidade, tais vibrações causam bloqueios no fluxo energético em algumas áreas, originando manchas áuricas. Sendo o fluxo energético fonte fundamental para a harmonia do corpo, seu bloqueio causa diversas doenças.

Visando auxiliar esse processo, a Cromoterapia atua tanto na aura, induzindo pensamentos e emoções saudáveis, como na ativação dos centros de força.

Aplicação das cores

Para entender a atuação da luz sobre o organismo, é necessário compreender o corpo humano como ENERGIA. Sabemos que a “matéria” é composta por átomos que se ligam uns aos outros. O átomo, por sua vez, é composto por uma parte central (núcleo), onde são encontradas duas partículas: Próton (carga elétrica positiva) e Nêutron (carga elétrica neutra). Ao redor do Núcleo giram, a altíssima velocidade, partículas chamadas Elétrons (carga elétrica negativa). Um átomo possui sete níveis ou sete camadas, onde os elétrons se encontram aprisionados. Contudo, se for energizado através de calor ou luz, os elétrons absorvem essa energia e “pulam” para níveis mais afastados do núcleo.

A Ciência descobriu que os tecidos do nosso corpo são compostos por partículas de átomos, sendo consequentemente energia. A aplicação da luz nas áreas afetadas atua diretamente sobre os átomos do organismo, renovando os elétrons “doentes” por outros absorvidos através da incidência de energia luminosa.

O tratamento inicia-se na harmonização da aura e centros de força. Esta etapa consiste na captação e doação de energia, utilizando as mãos ou instrumentos de radiestesia. Em seguida, aplica-se cores específicas na Aura, Sistema Nervoso Central (SNC) e Periférico (SNP), passando então às áreas físicas em desequilíbrio, previamente conhecidas através da anamnese.

Dentro da cromoterapia, é muito comum o uso de cores combinadas. O violeta, por exemplo, muito utilizado em processos inflamatórios ou infecciosos, deve ser seguido sempre da cor azul, que nesse caso tem função fixadora e remove possíveis excessos. Não existem contraindicações para este tratamento, podendo ser aplicado em pessoas de todas as idades.

A cura pelas cores do arco-íris Talita Martins Moreira

Atendimento FraternoDaisy Elísio

Grupos da Casa de Padre Pio

“Quando o servidor está pronto, o serviço aparece.” (André Luiz)

“Amar, amar, amar... E nada mais!” (Padre Pio)

O que é um atendente fraterno?Os atendentes são os encarregados

da orientação, acolhendo, ouvindo e ajudando os que buscam o Atendimento Fraterno, apoiados na espiritualidade. Não se pode confundir o atendente fraterno com

um terapeuta, pois este é um profissional com formação específica. O trabalho do Atendimento Fraterno tem como principal foco o diálogo fraterno e o encaminhamento para os tratamentos espirituais.

O atendente fraterno deve ser uma pessoa espiritualista, ter maturidade, ser responsável, estar envolvido com a tarefa, demonstrar alegria e serenidade, ter empatia e discrição. Precisa ter ainda uma boa capacidade de comunicação verbal e paciência para ouvir atentamente. Ele necessita estabelecer um diálogo aberto e franco com o paciente, pois é fundamental que se crie um elo de confiança entre ambos.

Os problemas trazidos ao atendente fraterno podem ser os mais variados, desde simples perturbações espirituais até obsessões graves, passando por problemas de ordem

emocional, física e psíquica. O paciente vê nele alguém que pode ajudá-lo a resolver seus problemas, se entregando assim a uma exposição sincera da situação que o levou a buscar ajuda e criando expectativas em melhorar a sua condição.

Enfim, um atendente fraterno não é uma pessoa isenta de erros, já que somos todos imperfeitos, mas sim alguém com excelentes condições morais, com um bom embasamento doutrinário e maturidade suficiente para lidar com situações as mais inusitadas.

Segundo Emmanuel, no livro Material de construção, “quando alguém deseja realmente auxiliar, em favor de outro alguém, conserve a certeza de que a Bondade de Deus doar-lhe-á os meios justos e lhe apontará o caminho.”

O que é o Atendimento fraterno da Casa de Padre Pio?O Atendimento Fraterno é uma atividade mediúnica

que exige sintonia elevada. É um trabalho estruturado de forma a receber, em primeira mão, as pessoas que necessitam de ajuda para solucionar ou aliviar problemas de diversas ordens. O clima de nobreza dos sentimentos expressos no mais profundo respeito à dor, quando aliado à organização e à disciplina, garantem a eficiência do trabalho realizado em favor do próximo.

O Atendimento fraterno da Casa de Padre Pio funciona às terças, quartas e quintas-feiras das 15 h às 19 h. Não precisa fazer marcação, pois os pacientes são atendidos por ordem de chegada.

O Atendimento fraterno desempenha, então, dentro da Casa, esse papel de acolhimento, esclarecimento, amparo, reajuste e redirecionamento de ideias. O trabalho realizado é feito com seriedade, disciplina e intuição na orientação do irmão para o tratamento que melhor se adequar à problemática trazida por ele à entrevista, no intuito de lhe proporcionar o reequilíbrio necessário ao seu bem-estar.

No Atendimento fraterno da Casa de Padre Pio, o grupo todo trabalha da mesma forma, pois existem diretrizes de trabalho que são seguidas e respeitadas pelos atendentes, permitindo assim uma uniformidade na atuação, sem que, no entanto, se deixe de perceber a individualidade de cada irmão atendido.

Page 6: 12   essência da luz

10 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 11

Astrologia e Autoconhecimento

Momento AstralRosa Carmen Sá de Alverga

O movimento anual dos 12 signos nos 12 meses do ano não funciona de forma estanque, isto é, um signo não deve ser visto como totalmente separado dos outros. Há uma corrente energética que os une, pois são complementares. O Zodíaco é um caminho circular que se inicia no signo de Áries e termina no signo de Peixes, mas os movimentos do Sol e dos outros astros passando em cada signo, é um processo cumulativo, como todos os movimentos da vida. Apesar de parecer uma roda fechada e sem saída, acontece nesse caminho um processo em espiral crescente, que se expande, sem um final definido. Igual a todos os acontecimentos em nosso mundo, vai deixando uma marca (boa ou má) que, ao invés de nos deter, abre-nos novos horizontes. Após o signo de Virgem, do qual falamos no último número do Essência da Luz, já passamos por Libra, Escorpião e agora estamos em Sagitário.

Como o sétimo signo do Zodíaco, Libra, signo do elemento Ar, rege a sétima casa, aquela que inicia o hemisfério superior da mandala zodiacal. Representa a casa do “outro”, do oposto de nós mesmos. Regido por Vênus, a deusa do amor e da

beleza, também simboliza o Julgamento. Os librianos costumam ter um bom senso de justiça e buscam ardorosamente manter-se em equilíbrio, evitando entrar em qualquer conflito. Apreciam o equilíbrio sob todas as formas, inclusive como um atributo da beleza, por isso são tão exigentes em relação aos padrões estéticos; para eles, tudo e todos neste mundo deveriam ser como uma bela obra de arte. É um signo de relacionamentos, de uniões, de sociedades e, portanto, nos incentiva a interagirmos bem uns com os outros, ajudando na realização do nosso aprendizado mais importante na Terra.

A energia libriana nos convida a reconhecermos nos outros os espelhos que refletem nossas imagens ocultas, aquelas das quais fugimos e tentamos esconder até de nós mesmos, a percebermos que o inimigo externo pode trazer a mesma face do interno (aquilo que não gostamos em nós). Quando Libra se encontra forte no Cosmos, nos ensina a amarmos o outro como deveríamos amar a nós mesmos, a entendermos suas fraquezas e não exigirmos dele o que não podem dar, assim como gostaríamos que fizessem conosco. É o signo da moderação, do bom entendimento, do não julgamento, da busca de uma atitude justa e respeitosa, acompanhada de uma boa dose de afeto. Representa o início do caminho para o Amor, quando começamos a nos dar conta de quanto nosso semelhante é necessário em nossas vidas e nos completa, de que, no fim das

contas, nunca estaremos sós. É quando começamos a descobrir o mistério da Unidade.

Com Escorpião, regente da casa 8, já ultrapassamos o hemisfério inferior da mandala zodiacal. Teoricamente, estamos amadurecendo e passando para um nível mais sutil e elevado. Regido por Plutão e tendo Marte como co-regente, o signo de Escorpião, o segundo do elemento água, representa uma tremenda força interior no ser humano, um imenso potencial energético de que dispomos nos mais insondáveis recônditos da nossa psique. Senhor do mundo subterrâneo e invisível, das águas lodosas, dos pântanos e charcos, rei dos mortos, Plutão possui uma incrível capacidade de regeneração. Morte, destruição, transformação e ressurreição, esses são os caminhos percorridos pela energia desse signo. É o único signo simbolizado por três animais: o Escorpião, a Serpente e a Águia, ou a Fênix, ave mitológica, que os gregos diziam ter sido destruída pelo fogo e ressurgido das cinzas.

As pessoas regidas por Escorpião costumam ser enigmáticas, possuir um certo fascínio, um brilho especial no olhar. São extremamente fortes, sagazes, corajosas, conseguindo enfrentar os reveses da vida com destemor e uma grande capacidade de superação. Poderosas, intensas, apaixonadas, obsessivas em tudo o que fazem, podem conseguir realizar grandes feitos, mas nem sempre desejam aparecer. São apaixonadas e generosas com os que amam. Podem se tornar místicas, religiosas, ser grandes líderes e controlar as massas. Possuem uma imensa riqueza interior, seu poder energético é restaurador e curativo.

Escorpião representa a sexualidade e o êxtase; o êxtase também visto como a saída dos limites do ego, uma forma de ir além de si mesmo e abrir as portas para uma união Cósmica. Viver bem o Escorpião nos ajuda a conseguir aceitar e enfrentar com grande dignidade o inevitável final, a morte física. O nosso lado “escorpiânico” nos ensina que nosso ser contém um poder fantástico e infinito de autoridade, coragem e magia. A partir daí, serão afastados todo temor e toda inquietação que sentimos diante da consciência da transitoriedade e da inexorável finitude da vida física, e obteremos maior fé e confiança de que somos filhos da divindade. As grandes riquezas da Terra fazem parte do nosso mundo, mas a energia do Escorpião revela que o nosso mundo interno também guarda tesouros inestimáveis. Quando regidos por essa energia, em alguns momentos, podemos nos sentir sós, isolados de todos, como um verdadeiro estranho no ninho. Mas, ao mesmo tempo, precisamos desses instantes de solidão,

que nos ajudam a recarregar as nossas energias e descobrir novos caminhos. É quando nos modificamos, reformamos, recriamos, renovamos, renascemos e descobrimos que possuímos a faculdade de transformar a Escuridão em Luz.

Sagitário é o nono signo do Zodíaco, o terceiro e último do elemento fogo. Regido por Júpiter, o grande Zeus para os gregos, o mais benéfico de todos os deuses do Olimpo, Sagitário é representado pela figura de um Centauro, um ser mitológico (meio homem, meio cavalo), empunhando uma flecha. A flecha ou “Sagitta”, em latim, em seu sentido ascendente, procura o alvo no infinito, simbolizando o intercâmbio entre o céu e a terra. A palavra “sagio” - saber, sabedoria - representa a infindável busca de conhecimento, o desejo de atingir o universal.

Os sagitarianos, quando aproveitam bem essa energia fabulosa, tornam-se pessoas “alto astral”, alegres, comunicativas, joviais, dispostas e animadas. Dificilmente, ficam parados. Cheios de otimismo e fé na vida, possuem uma incrível capacidade de adaptação a todas as situações. Procuram não criar resistência às mudanças da vida. Aliás, gostam de mudar, de variar, de trocar de lugar, de situações, de amores. Desejam estar apaixonados, mas nem sempre se adaptam a vínculos e compromissos mais sérios, detestam cobranças, ciúmes, querem liberdade e possuem um coração levemente aventureiro. Adoram viagens e aventuras por lugares diversos. Costumam ser estudiosos, acham a vida muito pequena para tudo o que gostariam de aprender. Procuram “Mestres” e podem tornar-se mestres, ser bons professores, incentivando seus discípulos a pensar e a refletir. São eternos filósofos, questionam tudo, querem fazer descobertas e estão sempre em busca de respostas para as suas dúvidas. Quando religiosos (a fé dos sagitarianos é imbatível)), possuem uma enorme confiança de que nunca serão abandonados pelos seus “protetores” e que a sorte os acompanha! Quando entram numa disputa, o fazem sempre com espírito de vencedor, não importando qual vai ser o resultado, pois além de festejarem as vitórias que conquistam, sabem aprender com as derrotas que sofrem. Entendem que a vida é uma sucessão de perdas e ganhos, e que ganha mais quem sabe perder com dignidade e bom humor. Detestam mentiras, hipocrisias, injustiças; acreditam que deve existir uma “Verdade” e que devem lutar por ela; apreciam o uso da palavra na defesa de seus ideais. Podem ser bons advogados, padres, freiras,

bispos, Papas, juízes, filósofos, professores. Procuram ser generosos, dividir as suas bênçãos com outras pessoas. Buscam constituir família, reunir gente em casa, são ótimos patriarcas (matriarcas) e padrinhos (madrinhas).

Uma forma negativa de agir, influenciados pela energia sagitariana, tende a nos levar ao exagero. Como Júpiter representa crescimento, tudo fica demais. O idealismo torna-se fanatismo nas teorias e idéias, sejam políticas, filosóficas ou religiosas. Defendemos dogmas, códigos, regulamentações, com rigidez e intolerância. Criamos preconceitos contra pessoas e grupos. Na hora de julgar, o fazemos com orgulho e arrogância. Há excesso de vaidade, principalmente intelectual, o

sagitariano pode achar que sabe tudo e ninguém tem nada para lhe ensinar. Supervaloriza suas boas qualidades e gosta de alardear sua generosidade. Fica impaciente quando algo lhe desagrada. O estar alegre pode transformar-se em “euforia desproporcional”, o bom humor pode servir apenas para usar o deboche e a galhofa com objetivo crítico e irônico.

É o humor ácido, o sarcasmo, uma forma de expor alguém ao ridículo ou de fazer agressões veladas. Pode tornar-se intolerante, pessimista, depressivo.

Entre os dias 22 de Novembro e 22 de Dezembro, teremos essa energia ao nosso dispor. É um momento para expansão da consciência, para sermos generosos, para aprendermos a ser mais dignos, justos e sábios, para aceitarmos que existem várias verdades em uma só Verdade, que é de todos e de ninguém. Ensinar e aprender são a mesma coisa, mas precisamos antes ser mestres de nós mesmos para ensinarmos algo, tendo em vista que a Vida é a maior Mestra e somos eternos aprendizes. E para descobrirmos que a sorte está ao nosso lado, basta fazermos a nossa parte!

Page 7: 12   essência da luz

13

Felicidade

“Essa felicidade que sonhamos existe sim, mas nós não a alcançamos,

porque está sempre apenas onde a pomos, mas nunca a pomos onde nós estamos.”

(Vicente de Carvalho, Velho Tema)

Sermos ou não felizes, velho tema, como disse o poeta, velho e difícil de se lidar com ele. Os seres humanos possuem uma infinidade de sentimentos, os quais sempre procuraram nomear, mesmo que alguns sejam, para nós, inexplicáveis. Dois desses sentimentos, especialmente, podem nos deixar “sem palavras”: o amor e a felicidade.

O Essência da Luz procurou várias pessoas, perguntando a elas como definiriam a felicidade. A maioria não quis responder, umas disseram que era uma pergunta difícil, outras se retraíram, intimidadas, ou simplesmente, ignoraram.

Por que essa questão nos incomoda tanto a ponto de algumas pessoas evitarem falar dela? No entanto, o sentimento existe, ou não teríamos lhe dado um nome. Ou será que o que chamamos de felicidade é apenas um desejo de realização que pensamos ser inalcançável? Um ideal de vida impossível que nos deixa eternamente frustrados? “Uma hora feliz sempre adiada e que não chega nunca em toda vida”, como dizia o poeta acima?

Mas, para sorte nossa, algumas pessoas responderam ao jornal, deram seus depoimentos e o fizeram de alma exposta e coração aberto. Buscaram no seu jeito de ser, na sua filosofia de vida, em suas crenças, no encontro com sua natureza mais profunda, o caminho que, segundo elas, pode levá-las a uma possível felicidade.

. . . D e p o i m e n t o s . . .

Depoimentos dos Leitores

Felicidade é ter a paz na consciência do dever cumprido. (Danielle Monjardim)

Felicidade é amar e ser amado, com alegria, saúde e paz de espírito.

(Ivan P Alverga)

A felicidade está na plenitude do servir. (Daisy Elísio)

Felicidade é ser parte anônima do Todo. (Angela Quintela)

Ser feliz é ter a mente aberta para compreender e trabalhar com todas as linhas da espiritualidade.

(Júlio dos Prazeres)

Ser feliz é amar, compartilhar, multiplicar, sentir a verdadeira paz de espírito e poder transmiti-la através de um simples olhar, um sorriso, um abraço.

(Cecilia Cid)

Felicidade é quando a nossa fé em Deus nos permite sermos nós mesmos, confiantes e sem medo de enfrentarmos a vida e a morte, com amor e paz.

(Rosa Carmen)

Felicidade é quando o dia passa de mansinho e você percebe que o coração ficou calmo, não tem lugar marcado nem data, mas dá sentido à vida. Quando não se tem, fica difícil sentir o cheiro de bolo quentinho que vem do vizinho... felicidade tão perto, coisa construída devagarzinho nas pequenas coisas!

(Claudia Baldo de Camargo)

O bem que construímos ontem é o que eterniza a nossa felicidade.

(Marcelo Santoro)

Felicidade é conectar luz, viver amor e realizar meus sonhos.

(Maria Lucia Ribeiro)

Naqueles dias rotineiros, que às vezes passam e nem notamos sua riqueza, a felicidade está na hora de um banho ou num simples copo d’água, momentos de pura graça. Um privilégio que nos traz a responsabilidade, pois invade nossa consciência. Desperdiçar menos para dividir mais. Para mim um sentimento religioso, um sentimento ecológico.

(Adelaide Hortência)

Felicidade é sentir a lágrima rolar na face levando a tristeza.

(Fausta de Miranda Moreira)

Um dos grandes componentes da felicidade, para mim, é gostar da minha própria companhia!

(Marcia Caminada)

Felicidade é saber por que caminhar e para onde ir, mesmo sem saber ainda qual o caminho para chegar lá e sem deixar de aproveitar ao máximo esse caminho qualquer que seja ele, ainda que apareçam as dúvidas.

(André Pinnola)

Felicidade é sentir-me livre, leve e em paz, aonde estiver, sozinha ou com amigos, família, animais. Varia entre uma energia borbulhante que brota de dentro de mim e uma paz doce e serena.

(Annelise Schinzinger)

Ser feliz é estar livre para dar uma resposta NOVA a cada situação que se apresenta, alcançando, assim, a inteireza com o ser divino.

(Claudia Furtuna)

Para mim, Felicidade é quando fecho os olhos e vejo que a minha balança interna está completamente equilibrada, não pendendo nem para um lado nem para o outro. É a certeza de que estarei bem mesmo sem ela (a Felicidade), porque sei que tudo passa.

(Dadá Steinberg)

A felicidade está no amor que se dedica ao próximo. Dei voltas ao mundo procurando ver beleza, alegria, paz e harmonia, e a felicidade escondida em meu ser revela-se na graça de um novo dia.

(Talita Moreira)

Felicidade é Deus, e nada mais. (Marcelo Patury)

Ter bom humor e sorrir sem motivo é a maneira mais feliz de encontrar a felicidade.

(Maiko Pedroso)

Felicidade é estar em plenitude, é o sol da manhã na face, é o cheiro gostoso da chuva no solo, é o vento no rosto, é o sorriso que reflete a alma, é a alegria, é sentir o brilho das estrelas, é o brilho nos olhos.

(Elizabeth Nunes)

Felicidade é sentimento de paz interior e sensação de liberdade. É meta a ser alcançada, que nos mantém vivos e dispostos a criar e amar.

(Rosa Maria P. de Alverga)

A felicidade é feita dessas pequenas coisas fundamentais: bons amigos, bons vinhos, boa comida e ótimos corações! Se vier o Amor junto então, será o paraíso...

(Claudio Castilho)

Felicidade é fazer a vontade de Deus. (Marcos Nimrichter)

Felicidade é viver no presente e agradecer por ele, acordar bem cedo, passear com minha cachorrinha na Lagoa e ver minha família unida. É estar na Casa de Padre Pio ao lado de tantos amigos queridos, podendo ter a oportunidade de “servir”. Ser feliz é deitar a minha cabeça no travesseiro com sentimento de paz e de missão cumprida.

(Lucia Pires)

Felicidade é um sentimento de bem-estar, é quando aceitamos realmente quem somos, o nosso verdadeiro autoconhecimento. A felicidade nos eleva a um patamar de satisfação.

(Inês Newlands)

Ser feliz é dormir em paz e acordar com alegria, é ter passado um dia com consciência de estar fazendo o melhor para si e para os outros, sabendo que a cada amanhecer terei uma nova oportunidade de pôr em prática o que me proponho...

(Silvia Dias)

. . . D e p o i m e n t o s . . . ( c o n t . )

12 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Page 8: 12   essência da luz

14 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 15

Sonhos

Os Sonhos DespertamRosa Carmen Sá de Alverga

Passamos aproximadamente a terça parte da nossa vida dormindo e, na maioria das vezes, sonhamos, mesmo que, ao acordar, não nos lembremos. Sendo assim, os sonhos têm exercido considerável fascínio sobre nós desde sempre, por representarem uma vivência psíquica tão intensa quanto a que sentimos quando acordados. Todos os povos, das eras mais antigas aos nossos dias, têm procurado um sentido para os sonhos ou, pelo menos, tentado entender, mesmo que de forma mecânica, nossa vida onírica. Os sonhos já foram vistos como uma forma de previsão e avisos para várias religiões e crenças, inclusive em relatos bíblicos. Na Grécia antiga, os sonhos serviam como guias para curas nos templos. As pessoas doentes ficavam, por dias, em lugares considerados sagrados, esperando sonhar o “sonho certo” e, ao sonhar com um Deus, certamente ficariam curadas. Era o que se chamava incubação. Contudo, até hoje, muitos consideram os sonhos completamente sem sentido e sem nexo, como a maioria dos cientistas, vendo-os apenas ligados a reações físicas e fisiológicas.

Com Freud e o surgimento da Psicanálise, o interesse pelos sonhos desenvolveu-se bastante e esses tornaram-se tema de pesquisa no campo cientifico da época. Mesmo assim, ainda eram vistos como uma representação limitada de desejos reprimidos pela pessoa que sonhava. Freud acreditava que eram produtos de uma censura, que fazia com que a imagem viesse de forma irreconhecível para o sonhador durante o sonho, e seu conteúdo tinha sempre um sentido sexual. Carl Gustav Jung, por sua vez, desenvolveu uma teoria mais ampla sobre os sonhos. Segundo ele, estes não só representam algo pessoal, imagens de complexos da psique subjetiva, como trazem mensagens do inconsciente coletivo através de símbolos, geralmente representados por arquétipos. Dessa forma, Jung passa a dar aos sonhos uma função tão importante, psiquicamente falando, quanto sempre foi dada à consciência desperta.

O sonho também pode ter um sentido compensador; acontece quando precisamos compensar algo ruim que estamos vivendo, ética ou moralmente, ou um excesso de inflação, sempre algo que tende para um lado só e que desequilibra nossa energia

mental. Um exemplo disso é, no momento em que estamos passando por uma situação triste, sonharmos com algo alegre.

Diferente de Freud, Jung achava que saber o porque do sonho tinha pouca importância, mais importante é saber o para quê. Para Jung, na psique, nada acontece por acaso, e os sonhos têm um sentido, uma razão de ser, há neles uma intencionalidade. Sua função, além de compensadora, pode ser preventiva, trazendo uma orientação que mostra para onde está se dirigindo a energia psíquica.

Jung acreditava que a análise dos sonhos, através da descoberta de conteúdos que estariam inconscientes, ajudaria nos tratamentos das neuroses. Dizia que, pelas imagens oníricas, pode-se confirmar as emoções vividas pelo paciente que, pela anamnese,

pode-se apenas entrever e assim melhorar o diagnóstico e o prognóstico em relação à sua saúde mental. Nos sonhos, o inconsciente é revelado através de símbolos. A riqueza simbólica dos sonhos desperta camadas internas importantes para nosso equilíbrio mental, pois o símbolo é condutor de energia, podendo modificá-la e transformá-la, criando a possibilidade de cura ao trazer uma maior consciência do que

se passa conosco. Isto confirma a afirmação de Jung quando disse: ”Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda.”

Por isso, convém estarmos atentos a vários sonhos em sequência; as séries oníricas ajudam no entendimento das mensagens que o inconsciente está mandando e esse processo é extremamente transformador, tornando-se um caminho de orientação para as pessoas resolverem seus problemas e seus conflitos. Existem também os sonhos recorrentes, de situações que se repetem; estes estariam chamando a atenção para algo que precisa ser reconhecido em nós e integrado ao nosso ser.

No entanto, interpretar sonhos não é nada fácil, muitas vezes eles tornam-se bem obscuros e nós não conseguimos perceber suas mensagens. Jung chamou muito a atenção para o fato de que a interpretação dos sonhos deve ser feita pelo analista sempre em concordância com o paciente, que o terapeuta não deve jamais tentar explicar o sonho através de alguma teoria prévia, mas sim buscar o entendimento

por meio da realidade específica daquele paciente ou, de outra forma, estaria sugestionando o mesmo. O tratamento analítico deve ser uma “tomada de consciência” do nosso lado inconsciente, necessitando da participação total da personalidade do paciente e de suas experiências de vida. Por isso mesmo, não se pode, de forma alguma, restringir a interpretação de um sonho por meio de alguma doutrina específica.

Diante de um sonho que uma mulher lhe contara, no qual ela via um animal mecânico, feito de diamantes, vivo e andando, Jung falou: “Isso é para lhe provar que o impossível é possível. Você ainda é racional demais, você não está aberta para milagres, mas eles existem. No reino da psique, milagres podem

acontecer!” (Marie Louise Von Franz – “O Caminho dos Sonhos”).

Dormindo ou acordados, sabemos que a nossa mente possui a força necessária para realizar os milagres com que sonhamos. Além dessa realidade psicológica, todas as pesquisas realizadas sobre os sonhos provam a existência do poderoso mundo do inconsciente. Não precisamos saber disso tudo para aumentarmos a nossa fé, mas esse conhecimento nos mostra que somos orientados por uma inteligência superior e, portanto, nos ajuda a afirmar, com maior firmeza e confiança, que Deus nos fala o tempo todo, amorosamente, através dos nossos sonhos!

“Somos do mesmo material

de que são feitos os sonhos;

nossa breve vida

está envolvida

por um sono. “ (Shakespeare – Tempest – Act 4, Cena I)

Page 9: 12   essência da luz

16 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 17

Os que consideram o mundo todo como seu lar, que realmente se preocupam com a prosperidade do grupo ou do mundo e trabalham por ela, encontram a prosperidade individual que lhes cabe de direito. Essa é uma lei certa e secreta. O altruísmo é o principio que governa a lei da prosperidade.

Todos os dias faça alguma coisa em benefício dos outros, mesmo que seja algo insignificante. Se você quer amar a Deus, é preciso amar as pessoas. Elas são filhas Dele. Você pode ser prestativo no plano material - dando aos que precisam - e no plano mental - dando conforto aos sofredores, coragem aos temerosos, amizade divina e apoio moral aos fracos. Você também semeia bondade quando desperta nos outros o interesse por Deus e quando cultiva neles um maior amor a Deus, uma fé mais profunda Nele.

Quando deixar este mundo, as riquezas materiais ficarão para trás; mas todas as suas boas ações o acompanharão. Pessoas ricas que vivem na avareza

e pessoas egoístas que nunca ajudam os outros não atraem riqueza em sua próxima vida. No entanto, os que distribuem e compartilham, quer tenham muito, quer tenham pouco, atrairão a prosperidade. Essa é a lei de Deus.

Pense na Abundância Divina como uma poderosa chuva refrescante. Você a receberá de acordo com a vasilha que tiver nas mãos. Se tiver uma pequena xícara, receberá apenas essa quantidade. Se tiver uma tigela, ela se encherá. Com que tipo de receptáculo você está pronto para receber a Abundância Divina? Talvez sua vasilha esteja defeituosa. Se assim for, conserte-a, lançando fora o medo, o ódio, a dúvida e a inveja, depois, lave-a com as águas purificadas da paz, da tranquilidade, da devoção e do amor. A Abundância Divina obedece à lei do serviço e da generosidade. Dê e receberá. Dê ao mundo o que de melhor tiver e o que houver de melhor voltará a você.

ProsperidadeParamahansa Yogananda

Sabedoria Coluna Livre

Deus está presente?Beatriz Dias

Durante a nossa busca espiritual, podemos nos deparar com milhares de questionamentos, e não é incomum que muitos tenham a fé abalada ou até desistam de seguir o caminho nesse sentido. O mundo dual nos apresenta cenários de sofrimento, às vezes de puro terror, fazendo com que o medo e as dúvidas se apoderem de nossas mentes, gerando sentimentos como ansiedade, tristeza e descrença.

Como lidar com a dor, com as doenças, com a miséria, com as carências de todos os tipos, e ainda crer em um Deus bom e misericordioso? É aí, então, que muitos se perguntam se Deus existe e questionam: “Se existe mesmo, e é onipresente, onipotente e onisciente, como permite tanto pesar?”

Essas dúvidas são comuns e perfeitamente compreensíveis. O que é fundamental entender é que Deus é onipresente, onipotente e onisciente, embora possa parecer que Ele não está em nós nem no mundo que vemos. Explicando melhor: é claro que a presença de Deus está em nós e está em tudo, mas para que essa presença se torne manifesta, é necessário que nos conscientizemos dela. E conscientizar-se da presença divina é senti-la e deixá-la atuar em nós, e não apenas saber, através do intelecto, que ela existe. Enquanto usarmos somente o intelecto, continuaremos a agir com o ego e continuaremos a lidar com os mesmos problemas, presos à lei de causa e efeito.

Nós sempre estamos, conscientemente ou não, fazendo escolhas e lidando com as consequências

dessas escolhas, resultados de um conjunto de pensamentos, sentimentos e ações desta vida e de vidas passadas. Essa é a lei do carma, que muitas vezes nos traz tanto sofrimento. Deus, sendo puro amor, não pune ninguém. Existe uma falta de clareza sobre o que é a lei de causa e efeito e o que é a vontade de Deus.

Sabemos que a voz do ego fala alto, enquanto a voz de Deus, que é a nossa essência, só é ouvida no silêncio. É preciso quietude e disponibilidade para que Deus se manifeste em nós. Quando isso acontece e nos tornamos capazes de sentir amor e paz incondicionais, aí sim podemos dizer: “Deus está aqui”.

Mas se estamos vibrando apenas no ego, Deus permanece em nós somente em essência, sem se manifestar, e é por isso que pode ser correto dizer que Ele não está aqui, já que o que impera nesse caso continua sendo a lei do carma, e não a lei da Graça.

Que possamos pedir, que possamos aquietar as nossas mentes, que possamos nos colocar disponíveis à presença Divina. Tornemo-nos conscientes da presença de Deus em nós. Deus está sempre aqui, mas Ele só está realmente aqui, quando sua Presença pode ser sentida, e sua Graça, enfim manifestada.

N.R.: A frase inicial, que é a versão em latim da inscrição original em Grego, significa, em português, “Invocado ou não Invocado, Deus está junto”. A palavra adherit (conjugação do verbo adhaerere, em latim) significa estar junto, aderido, colado. Portanto, PRESENTE!

“Vocatus atque non vocatus Deus adherit” (Inscrição no Templo de Apolo em Delfos)

Na existência não há ninguém que seja superior e ninguém que seja inferior. Uma folha de grama e a grande estrela são absolutamente iguais. E nós não aceitamos que cada um

é único. No entanto, cada um é único à sua maneira, comparar não é o caso. Nós não temos permitido às pessoas se aceitarem como são. No momento em que nos aceitamos

como somos, sem nenhuma comparação, toda inferioridade e toda superioridade desaparece. Caso contrário, sofreremos a vida inteira. (Osho)

“Onde o amor impera, não há vontade de poder, e onde o poder predomina, o amor esta ausente. Um é a sombra do outro.”

(C. G. Jung )

Page 10: 12   essência da luz

18 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio 19

Cruzadas do Bem

HORIZONTAIS1. Apreço, estima3. Segurança íntima, crédito, fé6. Desenvolvimento8. Orientadores espirituais10. Desculpar, não guardar rancor13. Membros da Ordem dos Cavaleiros do Templo14. Instituição espiritualista cujo lema é “Viver em Deus”19. Ausência de conflitos, calma20. Pessoa, geralmente ligada a uma ordem religiosa, que desenvolve trabalhos assistencialistas

VERTICAIS2. Honra, brio, respeito a si mesmo4. Santo italiano que conversava com os animais5. Ato de receber, abrigar7. Pesar que nos desperta a dor dos outros, pena, piedade9. Ato de abençoar11. Nascer de novo (o espírito)12. Dádiva divina que nos é concedida15. Transmissão gratuita de um bem para outrem16. Oração 17. Aquele que tem devoção18. Clarear, trazer a luz

Obs. As vogais não devem ser acentuadas e as respostas que contenham mais de uma palavra devem ser escritas sem espaços em branco entre elas. As respostas estão disponíveis no blog (www.casadepadrepio.blogspot.com) ou no site da Casa de Padre Pio (www.padrepio.org.br).

Poesia

Poesia – A Linguagem da Alma

O Enamorado da Vida Olegário Mariano

Eu sou um enamorado da Vida!Para sentir melhor o céu na minha casa,Plantei a minha casa entre o mar e a montanha.Se as ondas vêm rugir a meus pés, a horas mortas,A lua desce a mim numa carícia estranha.Bebo as estrelas de mais perto... AbraçoTodo o corpo do céu num simples movimento.E, quando chove, sinto a torrente das chuvasTrazendo da montanha, em seu penacho de águas,Frondes, ninhos, calhaus e pássaros ao vento.Eu sou um enamorado da Vida!Amo-a por tudo quanto ela me pode dar:A água fresca da fonte, a carícia da sombra,E até a calma silenciosa e mansa Desse crepúsculo que baixa devagar.Em cada mão de folha a minha boca bebeO orvalho da manhã como um suave licor.E abro os pulmões, sorvendo em tudo o que me envolve

Essa onda de volúpia e de êxtase e perfumeQue vem do amor e que me leva para o amor.Eu sou um enamorado da Vida!Tenho ímpetos de voar, de galgar, de vencerColinas, penetrar o coração dos vales,Relinchando feliz como um potro selvagemQue solta as crinas no ar para melhor correr;Ou retesar as asas brancas de gaivotaE atirar-me na fúria incrível das procelas;Beber em haustos toda a glória do mar alto,Rolar no bojo dos batéis desarvoradosOu as asas enxugar no alvo lenço das velas.Vida! Quero viver todas as tuas horas,As que prendi na mão e as que nunca alcancei.Ser um pouco de ti no espelho das paisagensPara, quando morrer, levar dentro dos olhosA beleza imortal de tudo quanto amei.

Baixo São Francisco - SE/AL

Page 11: 12   essência da luz

20 Essência da Luz uma publicação bimestral da Casa de Padre Pio

Prece

Luiz Augusto de Queiroz

Senhor, até alcançarmos o Teu santuário que não está nas alturas, mas está aqui em nós, rompe cada movimento do nosso ego, cada movimento do nosso orgulho, da nossa vaidade, do nosso egoísmo, porque não é o exterior, jamais

o será, que espelhará a Tua Presença. O exterior é casca. E a casca somente tem função quando o fruto está vivo e as sementes em parte se integram.Rompe, Senhor, as nossas cascas mortas, desfaz os nossos carmas e cura as feridas de nossa alma, cura as feridas de nossa vida e traduz em nós a força da Tua Palavra, do Teu Movimento e do Teu Repouso, a cada instante, a cada passo, a cada dia. O nosso lado de querer só receber ainda está bastante desenvolvido. Vale sempre lembrar a cada um que vem a esta Casa de Padre Pio para receber que ele é também um potencial colaborador. Isso porque em todos os momentos de nossa vida, mesmo naqueles em que não nos julguemos capazes de doar o que quer que seja, somos sim capazes de participar do sublime e supremo circuito de movimentos do qual somos parte inseparável; e é justo que saibamos tanto receber quanto doar. Quando fazemos a nossa conexão, precisamos lembrar que nós somos poucos somados às centenas, talvez, dos companheiros espirituais, e que nesse pouco a unidade pode se manifestar, fazer o Um, fazer o Todo. Quando essa harmonia se processa, quando nós conseguimos fazer com que a nossa natureza divina abra canal na nossa alma, nós recebemos e nos tornamos canais para que outros recebam também.Meditar e orar são duas faces da mesma unidade e, se experimentamos a força do silêncio, quando mergulhados nele, deixamos nascer suave, mas ao mesmo tempo estrondosamente, o poder do verbo, começamos a fazer jus à nossa herança Divina como filhos e filhas do Criador. Olhos fechados nos trazem a aparência da treva. Mas o que há por trás de olhos fechados para aquele que persevera? É nesse silêncio, onde residem essas forças, que estão todas as respostas. Porque em verdade a resposta é uma só: aquieta-te, sente que Eu Sou. Que Padre Pio receba de nós o voto de trabalho constante, de trabalho perseverante, de trabalho de aprendiz e não de mestre, para que um dia possamos estar no inefável seio da Presença Divina, nós todos, sem exceção alguma.Que libertos sejam todos aqueles por quem oramos neste momento, filhos, filhas, companheiros, companheiras, parentes, amigos; assim como cada um dos irmãos que não conhecemos, que pensamos serem estranhos, mas que, na medida em que nossa consciência desperta, vamos entendendo que jamais o foram. Senhor, unge-nos com Tua Paz e que o Teu amor infinito encontre nos vasos de nossos corações espaço para fazê-los também, um dia, infinitos como TU ÉS.

Que o Senhor nos abençoe e nos ilumine! Amém