quimigação na cultura do milho

20
Quimigação na Cultura do Milho Sete Lagoas, MG Novembro, 2002 ISSN 1679-1150 Autores Paulo A. Viana Eng.-Agr., Ph.D. Entomologia Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151. 35701-970 Sete Lagoas, MG. E-mail: [email protected] Ricardo A. L. Brito Eng.-Agr., Ph.D. Engenharia de Irrigação. E-mail: [email protected] Nicésio F. J. A. Pinto Eng.-Agr., Ph.D. Fitopatologia. E-mail: [email protected] Gilson V. E. Pitta Eng.-Agr., Ph.D. Solos e Nutrição de Plantas. E-mail: [email protected] Décio Karam Eng.-Agr., Ph.D. Manejo de Plantas Daninhas. E- mail: [email protected] 18 Introdução A quimigação consiste em aplicar uma calda de agroquímicos (fertilizante, inseticida, fungicida, herbicida ou nematicida) por meio do sistema de irrigação. Quando se trata de produtos que atuam no solo, a aplicação, em princípio, pode ser feita por meio de qualquer método de irrigação: gravitacional, aspersão ou localizado. Porém, a aplicação de produtos com atividade foliar somente é viável nos sistemas de irrigação por aspersão: laterais portáteis (convencional), pivô central, rolão ou outros. Uma vez que a calda estará misturada à água de irrigação, a uniformidade de aplicação do agroquímico praticamente se confunde com a da aplicação da água e, portanto, é necessário que essa uniformidade seja elevada, para que se obtenha uma boa uniformidade de aplicação do produto. Como a irrigação gravitacional (sulcos, bordas, bacias em nível etc.) normalmente requerem maior rigor no preparo do terreno e manejo para atingir boa uniformidade de distribuição, esse método tem sido pouco recomendado para a quimigação, ficando a mesma praticamente restrita aos métodos pressurizados (aspersão e irrigação localizada). No caso da cultura do milho, pelas suas características de densidade populacional, a irrigação localizada não é utilizada comercialmente. Os sistemas pressurizados de irrigação vêm sendo cada vez mais utilizados nesse processo, devido ao movimento turbulento da água, que ajuda a manter o material químico uniformemente distribuído nas tubulações de condução. Essa característica dá a esses sistemas uma vantagem importante na obtenção de boa uniformidade de aplicação. Esses sistemas de irrigação podem ser usados para a aplicação de diversos produtos químicos, como fertilizantes, herbicidas, inseticidas, fungicidas e até mesmo outros produtos não tradicionais, como bioinseticidas, tais como bactérias, fungos e vírus. No caso da irrigação pressurizada, a injeção é feita na tubulação principal ou lateral e o ponto de aplicação será o aspersor ou emissor. A injeção dos produtos pode ser efetuada utilizando-se diferentes métodos e equipamentos, porém, independentemente do método adotado, a eficiência da quimigação depende do cálculo correto de váriáveis como taxa de injeção, quantidade de produto a ser injetada, volume do tanque de injeção, dose do produto a ser aplicado na área, concentração do produto na água de irrigação, entre outros. Além dos cálculos operacionais feitos corretamente, é necessário assegurar-se de que o sistema, tanto de irrigação quanto de injeção, está funcionando de acordo com os parâmetros para os quais está ajustado, ou seja, que a vazão calculada corresponde àquela efetiva no CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:45 1

Upload: carlos-pena

Post on 11-Feb-2017

825 views

Category:

Science


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Quimigação na cultura do milho

Quimigação na Cultura do Milho

Sete Lagoas, MGNovembro, 2002

ISSN 1679-1150

Autores

Paulo A. VianaEng.-Agr., Ph.D.

EntomologiaEmbrapa Milho e Sorgo.

Caixa Postal 151.35701-970 Sete Lagoas,

MG. E-mail:[email protected]

Ricardo A. L. BritoEng.-Agr., Ph.D.

Engenharia de Irrigação.E-mail:

[email protected]

Nicésio F. J. A. PintoEng.-Agr., Ph.D.

Fitopatologia. E-mail:[email protected]

Gilson V. E. PittaEng.-Agr., Ph.D. Solos e

Nutrição de Plantas.E-mail:

[email protected]

Décio KaramEng.-Agr., Ph.D. Manejode Plantas Daninhas. E-

mail:[email protected]

18Introdução

A quimigação consiste em aplicar uma calda de agroquímicos(fertilizante, inseticida, fungicida, herbicida ou nematicida) por meio dosistema de irrigação. Quando se trata de produtos que atuam no solo, aaplicação, em princípio, pode ser feita por meio de qualquer método deirrigação: gravitacional, aspersão ou localizado. Porém, a aplicação deprodutos com atividade foliar somente é viável nos sistemas deirrigação por aspersão: laterais portáteis (convencional), pivô central,rolão ou outros.

Uma vez que a calda estará misturada à água de irrigação, auniformidade de aplicação do agroquímico praticamente se confundecom a da aplicação da água e, portanto, é necessário que essauniformidade seja elevada, para que se obtenha uma boa uniformidadede aplicação do produto. Como a irrigação gravitacional (sulcos,bordas, bacias em nível etc.) normalmente requerem maior rigor nopreparo do terreno e manejo para atingir boa uniformidade dedistribuição, esse método tem sido pouco recomendado para aquimigação, ficando a mesma praticamente restrita aos métodospressurizados (aspersão e irrigação localizada). No caso da cultura domilho, pelas suas características de densidade populacional, a irrigaçãolocalizada não é utilizada comercialmente.

Os sistemas pressurizados de irrigação vêm sendo cada vez maisutilizados nesse processo, devido ao movimento turbulento da água,que ajuda a manter o material químico uniformemente distribuído nastubulações de condução. Essa característica dá a esses sistemas umavantagem importante na obtenção de boa uniformidade de aplicação.Esses sistemas de irrigação podem ser usados para a aplicação dediversos produtos químicos, como fertilizantes, herbicidas, inseticidas,fungicidas e até mesmo outros produtos não tradicionais, comobioinseticidas, tais como bactérias, fungos e vírus. No caso da irrigaçãopressurizada, a injeção é feita na tubulação principal ou lateral e oponto de aplicação será o aspersor ou emissor.

A injeção dos produtos pode ser efetuada utilizando-se diferentesmétodos e equipamentos, porém, independentemente do métodoadotado, a eficiência da quimigação depende do cálculo correto deváriáveis como taxa de injeção, quantidade de produto a ser injetada,volume do tanque de injeção, dose do produto a ser aplicado na área,concentração do produto na água de irrigação, entre outros.

Além dos cálculos operacionais feitos corretamente, é necessárioassegurar-se de que o sistema, tanto de irrigação quanto de injeção,está funcionando de acordo com os parâmetros para os quais estáajustado, ou seja, que a vazão calculada corresponde àquela efetiva no

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:451

Page 2: Quimigação na cultura do milho

2 Quimigação na Cultura do Milho

sistema, ou que a taxa de injeção desejadaestará realmente ocorrendo no campo.Portanto, tão importante quanto os cálculosoperacionais, é também conferirperiodicamente a calibração dosequipamentos.

A quimigação requer que os produtos usadosestejam em solução, emulsão, ou que possamser disponibilizados em forma líquida oufluida. Portanto, se os materiais usados nãoforem originalmente fluidos, é necessáriopreparar a mistura líquida desejada, antes deproceder à injeção. Para tanto, é importanteconhecer algumas características dosprodutos, como solubilidade, conteúdo doelemento ou princípio ativo desejado,densidade e/ou concentração e limite detolerância pelas culturas, entre outros.

Aplicação via aspersão com lateraisportáteis (convencional)

O sistema de irrigação por laterais portáteis,também denominado convencional,caracteriza-se pela presença de uma ou maislinhas laterais, compostas de tubos que seacoplam mediante conexões de fácil manejo(engate rápido), contendo vários aspersores aintervalos iguais. Essas laterais sãodeslocadas manualmente, em períodos detempo pré-estabelecidos, ocupando posiçõessucessivas, para promover a irrigação de umafaixa de terreno cuja área depende docomprimento da lateral, do alcance do jatodos aspersores e do número de posiçõesocupadas dentro do intervalo entre irrigações.

A injeção de produtos químicos na rede deirrigação pode ser feita utilizando-se váriosmétodos conhecidos (ver detalhes no livro“Quimigação”, publicado pela Embrapa, em1994). Pelo fato de o sistema permanecerestacionário durante a aplicação de água, écomum a utilização de depósitoshermeticamente fechados, constituídos defibra de vidro ou de metal protegido contra aação corrosiva dos agroquímicos. Nesse caso,o volume do depósito é função da área a ser

irrigada, do método de injeção e dascondições de suprimento de água.

A escolha do equipamento para aplicação deagroquímico deve considerar diversos fatores,pois existe uma variação de característicasentre eles, que devem ser analisadas, taiscomo custo, mobilidade, forma de injeção,automação, capacidade do equipamento,volume e solubilidade ou mistura do produto.

Antes de se proceder ao cálculo dasquantidades necessárias de produto parainjeção, algumas informações prévias sãonecessárias. A quantidade do produto a seraplicada, por hectare, depende da doserecomendada e é determinada a partir dasanálises laboratoriais ou do receituárioagronômico. A quantidade total do produtorequerida pela cultura pode ser parcelada emdiversas aplicações, conforme as exigênciasda mesma em cada estágio dedesenvolvimento. O tipo e a concentração dacalda a ser aplicada dependem dasrecomendações agronômicas estabelecidaspara a cultura e do manejo a ser usado naaplicação.

A área a ser irrigada e o tempo de aplicaçãorequerido para cada posição da(s) linha(s)lateral(ais) são informações que devem estardisponíveis, para que se possa calcular asquantidades de produto/solução a injetar. Otempo é função da capacidade do sistema deirrigação, da capacidade de retenção de águano solo, do clima e da cultura.

Aplicação via pivô central

A quimigação tem sido uma práticaamplamente usada em pivô central, graças àsua facilidade de automação e possibilidadesde aplicação eficiente da água. Ocomprimento da lateral do sistema é bastantevariado, dependendo da necessidade doprodutor, das características topográficas edas dimensões da área a ser irrigada, variandode 60 m até aproximadamente 650 m,correspondendo a uma área irrigada de 1,31 a133ha, respectivamente.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:452

Page 3: Quimigação na cultura do milho

3Quimigação na Cultura do Milho

Os métodos de injeção empregadosnormalmente utilizam as bombas dedeslocamento positivo, que se caracterizampor baixas vazões e altas pressões, ideais paraaplicação de produtos químicos via pivôcentral.

A taxa de injeção de produtos químicos viapivô central deve ser constante durante aaplicação de uma determinada dose na áreairrigada. Essa condição é necessária porque oequipamento opera com um deslocamentocontínuo e uniforme para aplicação da lâminade água requerida. Neste caso, os métodosde injeção em que a concentração doproduto decresce com o tempo não podemser empregados para quimigação em pivôcentral.

A taxa de injeção de determinado produtoquímico na lateral de um pivô depende dadose do produto a ser distribuída na área, davelocidade de deslocamento do equipamento,da área irrigada e da concentração doproduto no tanque de injeção.

O equipamento de pivô central deve estarbem ajustado, para promover uma aplicaçãoeficiente do produto químico injetado. Emgeral, equipamentos com uniformidade dedistribuição acima de 85% são consideradosadequados para a quimigação.

Calibração

A produção agrícola bem sucedida requerconhecimento, planejamento e tecnologia.São usados diferentes tipos de equipamentose técnicas de medição, produtos mais novose melhores técnicas de aplicação. Ao seadotar a técnica da quimigação, deve-se terem mente que uma calibração bem feita éessencial para a segurança do operador,segurança ambiental e para a economia doempreendimento. Erros de calibração podemresultar no desperdício de grandes somas emquímicos, além do risco de contaminação queisso representa.

Para que a uniformidade de distribuição dosprodutos químicos seja efetiva na área

irrigada, ela deve ser similar à uniformidadede distribuição de água do sistema deirrigação. O processo de calibração dossistemas envolvidos na quimigação deve seriniciado com a aferição do coeficiente deuniformidade do sistema de irrigaçãoempregado. Após esse procedimento, pode-se iniciar a calibração dos equipamentos deinjeção dos produtos químicos e do sistemade irrigação.

O sistema de injeção é o equipamento usadopara adicionar o químico à água de irrigação.As peças individuais incluem: bomba injetora,tubo de calibração, tanque-depósito comagitador e as conexões e tubulaçõesassociadas.

Conforme sugestões da Universidade deNebraska (1996), para segurança e precisãona aplicação, deve-se ter sistemas diferentesde injeção para pesticidas e fertilizantes. Ossistemas são semelhantes, mas ascapacidades são diferentes. Pesticidasgeralmente são aplicados com bombas dediafragma de baixo volume, que podem serajustadas durante o bombeamento, portanto,agilizando o processo de calibração. Ostanques normalmente têm capacidade de 200a 400 L. A taxa de injeção de pesticidas, emmédia, está em torno de 30 a 200 mL/min.Portanto, um tubo de calibração de 1000 mLé adequado. Em contraste, os fertilizantessão aplicados em quantidades relativamentegrandes e tanques com capacidade de até4000 L são comuns.

Geralmente os equipamentos vêm comrecomendações dos fabricantes, com oobjetivo de diminuir a margem de errosdurante o processo de injeção. Entretanto, aspossibilidades de aplicação de produtosquímicos são muito variadas, em função dascaracterísticas dos produtos e dos sistemasde irrigação. Por isso, é de bom senso que,junto com as informações dos fabricantes,haja monitoramento dos sistemas de injeção,em intervalos regulares ou no começo de

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:453

Page 4: Quimigação na cultura do milho

4 Quimigação na Cultura do Milho

cada operação, com o objetivo de assegurar aaplicação uniforme e segura do produto.

A calibração dos equipamentos de injeção érelativamente simples e direta, se um mínimode material é colocado à disposição para esseprocedimento. Nesse material, incluem-sebasicamente um cilindro graduado comcapacidade de até 20 litros, para coletar oefluente do sistema de injeção, umhidrômetro e um cronômetro.

Os passos requeridos para uma calibraçãoacurada são (Universidade de Nebraska,1996):o determinação da área a ser tratada;o cálculo da quantidade de químico

necessária;o determinação do tempo de aplicação (ou

de revolução, no caso de pivô central);o cálculo da taxa de injeção;o conversão da taxa de injeção para as

unidades de calibração.A calibração consiste essencialmente noajuste da taxa de injeção de solução ou caldado produto químico pela bomba, para injetara quantidade correta do produto. Pequenoserros na entrada de químicos podem causartaxas mais altas ou mais baixas de aplicaçãoe pode-se obter resultados insatisfatórios.

Dentre os vários tipos de equipamento deinjeção, os sistemas baseados no venturi e asbombas injetoras de pistão e diafragma sãoos mais usados na injeção de fertilizantesnitrogenados. O processo de calibração,quando se usa venturi, é feito determinando-se a vazão derivada, que é uma parte davazão total, da tubulação de irrigação, quepassa pelo tanque de solução e retorna àtubulação, em um ponto a jusante. Adeterminação dessa vazão é feita instalando-se um hidrômetro na mangueira que conectao venturi ao tanque de produto. Atravésdesse hidrômetro, a vazão derivada éajustada, mediante abertura ou fechamentodo registro, à taxa de aplicação requeridapara assegurar a aplicação da dose correta doproduto.

As bombas de diafragma devem sercalibradas com o sistema de irrigação e otanque de solução em operação. Entre a linhade irrigação e a bomba injetora deve serinstalada uma válvula reguladora, ajustada àpressão de funcionamento do sistema deirrigação no local onde vai ser injetado oproduto. Por exemplo, se o sistema trabalhacom 7 kPa, a válvula reguladora deve serajustada a essa pressão. Feito isso, a bombainjetora é calibrada coletando-se no cilindrograduado a vazão de saída do efluente naunidade de tempo. Devem-se fazer váriasleituras e utilizar o valor médio. A taxa deinjeção da bomba é regulada através de ummicrômetro e deve ser ajustada à taxa deaplicação do produto, determinadapreviamente.

Em seguida, são apresentados procedimentosde calibração para sistemas de irrigação porlaterais portáteis e pivô central:

1. Sistema de aspersão por laterais portá-teis (convencional)

a) Determinar a área irrigada por uma linhalateral (AI). Multiplicar o espaçamento entrelaterais ao longo da linha principal pelocomprimento da lateral. Se mais de uma linhalateral funciona simultaneamente, multiplicartambém pelo número de laterais.

Exemplo:

AI = 6 laterais com 240 m de comprimentocada, espaçadas entre si 6 m.

AI = (240m x 6m x 6) / (10.000m2/ha) = 0,86 ha

b) Determinar a quantidade necessária doproduto químico por hectare (especificaçãodo produto)

Exemplo:

Dose recomendada de 4 L/ha.c) Determinar a quantidade total de produtoquímico necessária (QT), multiplicando-se aárea irrigada pela quantidade do produto porhectare:QT = 0,86 ha x 4 L/ha = 3,44 L do produto.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:454

Page 5: Quimigação na cultura do milho

5Quimigação na Cultura do Milho

d) Determinar a quantidade de água a seraplicada (QA) durante a irrigação de umalateral (calculada na elaboração do projeto deirrigação).

Exemplo:

QA = 28 mm de água devem ser aplicadosna irrigação de uma lateral.

e) Determinar a taxa de aplicação de água(TAA) do sistema de irrigação (obtida detabelas, em função das características doaspersor em uso).

Exemplo:

De acordo com a tabela de aspersores, TAA= 7mm/h.

f) Determinar o tempo de irrigação (TI),dividindo-se QA (item d) pela TAA (item e):

TI = QA/TAA = (28 mm) / (7mm/h) = 4 h deirrigação.

Recomenda-se que alguns produtos, comoherbicidas, sejam aplicados durante a primeirametade do tempo de irrigação, ou durante asprimeiras duas horas.

g) Encher parcialmente o tanque com água,deixando espaço suficiente para a adição doproduto químico. Acionar o agitador dotanque e adicionar o produto.

h) Determinar a taxa de injeção(TIJ),dividindo o total de litros no tanque (item g)pelo TI, em horas, requerido para aplicar oproduto (item f):

TIJ = 50 L/2 h = 25 L/h.

i) Ajustar a taxa de injeção da bomba para 25L/h, para assegurar a aplicação correta doproduto químico.

j) Se o produto for aplicado no final dotempo de irrigação, deixar o sistema deirrigação em funcionamento por pelo menoscinco minutos após o completo esgotamentodo tanque, para assegurar que a solução foicompletamente removida do sistema.

2. Pivô central

a) Determinar a área irrigada pelo pivô central(A). O cálculo é:

em que A é área irrigada (ha) e r é o raiomáximo molhado (m).

Exemplo:

Se r = 280 m

b) Determinar a quantidade total de produtoquímico a ser aplicada (QTP), em volume,multiplicando-se a área irrigada pelaquantidade de produto por hectare.

Exemplo:

Supondo-se uma dose recomendada para oproduto de 3 L/ha, tem-se:QTP = 24,6 ha x 3 L/ha = 73,8 L doproduto, a serem injetados.

c) Encher parcialmente o tanque de soluçãocom água e deixar espaço suficiente para aadição do produto químico. Acionar oagitador do tanque e adicionar o produto.

d) Determinar a velocidade de deslocamentodo pivô central (VDP). A velocidaderotacional do pivô é dada geralmente emmetros por minuto.Exemplo:

Distância percorrida em 10 minutos = 200metros.

e) Determinar o tempo de uma revoluçãocompleta do pivô central (TRC). Acircunferência e a velocidade rotacional dopivô são necessárias nesse cálculo. Acircunferência (C) é calculada pela fórmula:

C = 2.p.r

onde r é o raio medido do centro até a ultimatorre do pivô (m).

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:455

Page 6: Quimigação na cultura do milho

6 Quimigação na Cultura do Milho

Exemplo:

Raio do pivô = 250 metrosC = 2 x p x 250 = 1.570,8 m

O tempo de revolução é calculado dividindo-se a circunferência pela VDP:

aumento do tempo de aplicação. Essemétodo, além de requerer maiorconhecimento técnico, necessitaequipamentos adicionais, principalmenteválvulas de segurança, para evitar acontaminação da fonte de água pelo refluxode calda.

Fatores que afetam o comportamento dosherbicidas:

1. Propriedades físico-químicas dos herbicidas

É importante o conhecimento dascaracterísticas físico–químicas dos herbicidas,pois estas interferem diretamente no seucomportamento. A solubilidade em água (Sw),que determina a capacidade do produto emse misturar com a água, formando umasolução, indica a disponibilidade do herbicidapara os processos físico-químicos deabsorção pelas raízes, adsorção nas partículasdo solo, biodegradação, lixiviação evolatilização. A pressão de vapor (Ca), quedetermina a tendência de uma substânciaquímica de passar da fase líquida para a fasegasosa, indica a volatilidade do herbicida. Ocoeficiente de repartição carbono orgânico-água (Koc), que determina a adsorção doherbicida à matéria orgânica do solo, ouespecificamente à fração de carbonoorgânico do solo, representa a tendência doproduto em sair da fase líquida e se fixar naparte sólida do solo. Com o valor do Koc,através de equação Kd = (Koc x %CO) / 100,estima-se o coeficiente de adsorção (Kd).Outra característica físico-química importanteé a meia-vida (T1/2) do herbicida no solo. Essacaracterística representa a persistência doherbicida no solo, ou seja, o tempo em que adegradadação do produto reduz suaconcentração à metade.

A interpretação dessas características é feitade acordo com os valores de cada herbicida.Valores dessas características para algunsherbicidas utilizados na cultura do milho sãoapresentados na Tabela 1. Quanto maior foro valor da solubilidade, geralmente expressoem partes por milhão (ppm), maior será a

f) Determinar a taxa de aplicação/injeção doproduto (TIJ), que é obtida dividindo-se ovolume total de mistura no tanque necessáriopara a quimigação pelo tempo de revoluçãodo pivô (TRC).

Exemplo: supondo o volume do tanque de200 L.

TIJ = 200 L de solução/ 13,1 h » 15,3 L/h

g) Ajustar a taxa de injeção da bombainjetora para 15,3 L/h, para assegurar acorreta aplicação do produto.

h) Deixar o pivô central em operação por pelomenos cinco minutos após o término dainjeção, para assegurar que a solução foicompletamente removida do sistema deirrigação

Herbigação

A aplicação de herbicidas via água deirrigação, conhecida como herbigação, teveseus primeiros relatos nos anos 60,aumentado seu uso com o aumento da áreairrigada. No Brasil, sua utilização ainda épouco expressiva; contudo, a procura porinformações sobre a utilização dessatecnologia vem aumentandosubstancialmente. Embora a herbigaçãoapresente como vantagens a redução docusto de aplicação, a redução do consumo deenergia, a possibilidade de redução da mão-de-obra, o aumento da atividade doherbicida, uma maior uniformidade deaplicação e a maior compatibilidade com osistema de plantio direto, por não havertrânsito de máquinas na época de controledas plantas daninhas e a garantia deaplicação na hora certa, a aplicaçãoprincipalmente via pivô central podeocasionar riscos de contaminação ambiental e

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:456

Page 7: Quimigação na cultura do milho

7Quimigação na Cultura do Milho

solubilidade em água; portanto, maior adisponibilidade do produto e,conseqüentemente, maior a eficiência nocontrole das plantas daninhas. Quanto menorfor o valor da pressão de vapor, geralmenteexpresso em milímetro (mm) de mercúrio(Hg), maior será a tendência de o produtovolatilizar; portanto, menor será a quantidadede produto disponível e, conseqüentemente,menor a eficiência no controle de plantasdaninhas. Quanto maior for o valor docoeficiente de adsorção de um herbicida,menor será sua disponibilidade e,conseqüentemente, menor será sua eficiênciano controle de plantas daninhas. Quantomaior o tempo do herbicida no solo, maioresserão as chances de contaminação do meioambiente por esse produto, podendo omesmo apresentar riscos para as culturas emsucessão.

ção carbono orgânico-água, tem sido bastan-te utilizado.

GUS = log (T1/2

) x (4 – log (Koc

))

De acordo com esse escore, podem-secomparar herbicidas e verificar qualapresentará maior probabilidade decontaminação do lençol freático. Herbicidasque apresentarem valores (GUS) abaixo de1,8 apresentam baixo risco de contaminaçãodo lençol freático, por apresentarem umameia-vida no solo muito curta ou umaadsorção na fase sólida do solo muito alta(imóveis). Entretanto, esses herbicidasapresentam maior risco de contaminação deáguas superficiais. Por outro lado, herbicidasque apresentam valores de GUS acima de 2,8representam alto risco de contaminar águassubterrâneas e baixo risco de contaminaçãode águas superficiais.

2. Fatores ambientais

Dentre os fatores ambientais que podeminterferir na eficiência de um herbicida,aplicado via água de irrigação, podem-selistar:1) a qualidade da água - que pode

indisponibilizar o herbicida, devido àpresença de partículas de argila oumatéria orgânica;

2) temperatura - a eficiência dosherbicidas é aumentada em altastemperaturas; entretanto, essastemperaturas promovem um aumentoda possibilidade de volatilização e ummenor contato do produto com afolha, em aplicações pós-emergentes;

3) umidade relativa do ar - altas umidadesrelativas do ar geralmente diminuem oestresse hídrico das plantas, atrasam asecagem do produto aplicado efavorecem a abertura dos estômatos,aumentando a penetração dosherbicidas nas plantas;

4) umidade do solo - na aplicação deherbicidas de pré-emergência, aumidade do solo é importante, porestar associada à disponibilidade de

Tabela 1. Características físico-químicas de herbicidasutilizados para o controle químico de plantas daninhas nacultura do milho.

Alguns modelos matemáticos têm sido utili-zados para verificar a probabilidade de conta-minação de um composto químico contami-nar o lençol freático. Dentre esses modelos, oescore de contaminação do lençol freático,oriundo da expressão inglesa “GroudwaterUbiquity Score” (GUS), que depende da meia-vida do produto e do coeficiente de reparti-

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:457

Page 8: Quimigação na cultura do milho

8 Quimigação na Cultura do Milho

água na qual o produto ficarádisponível;

5) matéria orgânica - muitos herbicidasde pré-emergência apresentamrecomendação de doses diferenciadasem função do teor de argila e matériaorgânica do solo, devido à capacidadedo herbicida em adsorver nessaspartículas;

6) vento - derivas podem ser observadasem função de ventos fortes,diminuindo a quantidade desejada naaplicação e contaminando áreas não-alvo.

3. Sistema de injeção e lâmina de aplicação

A capacidade e a calibragem da bombainjetora são fatores importantes na aplicaçãocorreta do herbicida. A capacidade da bombaprecisa ser compatível com o sistema deirrigação e seus usos e a calibragem da inje-ção tem de estar de acordo com a calibragemda irrigação. Herbicidas são geralmente inje-tados a baixo volume, para diminuir o reabas-tecimento do tanque de solução e, muitasvezes, a bomba trabalha abaixo de 40% dasua capacidade especificada. O ideal é que abomba seja operada entre 40% e 100% desua capacidade, para maior precisão na inje-ção.

A maioria dos herbicidas de ação no solopode ser aplicada com uma lâmina de águaque varia de 5mm a 25mm. A lâmina deve serapropriada para as condições locais de solo epara o herbicida que se pretende aplicar.Deve-se evitar também que a velocidade deirrigação seja maior do que a capacidade dedrenagem do solo, para não ocorrerescorrimento superficial.

A lâmina de água é mais importante quandoa aplicação é feita com um herbicida de açãopós-emergente. Em pulverizações convencio-nais, vazões acima de 900l/ha causamescorrimento foliar. Uma lâmina de 4 mmsignifica uma vazão de 40.000 l/ha, o queimplica escorrimento muito maior. Resultados

experimentais indicam, entretanto, que aaplicação em pós-emergência pode ser viávelpara alguns herbicidas.

Antes de qualquer utilização de um herbicidavia água de irrigação ou sistemaconvencional, consultar um engenheiroagrônomo, para determinação da viabilidadee recomendação dos produtos maisadequados para o sistema de aplicação a serutilizado, de acordo com a legislação vigente.

Fertigação

A aplicação de fertilizantes via água deirrigação tem sido denominada fertigação oufertirrigação. Geralmente, a fertigação éusada em complemento à adubação conven-cional de plantio e de cobertura, principal-mente quando os nutrientes são fornecidosem quantidades suficientes para os estádiosiniciais da planta. As técnicas agronômicasassociadas ao uso econômico de insumos naprodução de grãos ou massa têm sido, junta-mente com as técnicas de irrigação, objetode estudos em diferentes regiões brasileiras.

A aplicação de fertilizantes via água é umaprática que não depende diretamente do tipode solo, porém pode ser limitada por algumaspropriedades físicas, como a textura, e tam-bém algumas propriedades químicas, como aCTC e o pH.

A fertigação é uma prática perfeitamenteadaptável a diferentes métodos de irrigação,tanto localizada como por aspersão. Nessessistemas, há uma melhor distribuição dosfertilizantes, pelo fato de a água estar sobpressão. A qualidade e a distribuição daágua, bem como a mobilidade dos nutrientes,pode variar em função do sistema usado,comprometendo, por conseguinte, a eficáciadesse método

Os fertilizantes normalmente usados nessaprática devem ser solúveis em água e, aoatingirem as folhas e o solo, não devemimpedir que a absorção de nutrientes pelasraízes das plantas predomine largamentesobre a absorção pelas folhas.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:458

Page 9: Quimigação na cultura do milho

9Quimigação na Cultura do Milho

Nitrogênio

Devido à sua elevada mobilidade no solo e àgrande exigência pelas plantas, o nitrogêniotem sido o elemento mais freqüentementeusado através da água de irrigação.

Cerca de 85% do nitrogênio total localizadona camada superficial do solo está na formaorgânica, sujeito, portanto à mineralizaçãoatravés de processos microbiológicos especí-ficos. Inicialmente, é convertido em amônio(N-NH4), seguindo-se a forma de nitrito (N-NO2) e, finalmente, a forma de nitrato (N-NO3), através do processo de nitrificação.Esta última é a forma preferencialmenteabsorvida pela plantas.

A uréia, forma orgânica do nitrogênio maiscomumente usada como fertilizante, tantoem condições irrigadas como de sequeiro, nosolo e pela ação da enzima urease, éhidrolisada a N-NH4. Esta forma no solo éadsorvida, tornando-se muito pouco móvel,contrastando com a forma de nitrato (N-NO3), que é altamente móvel.

O nitrogênio é um dos elementos que maislimitam a produção. Em solos de texturamédia a argilosa, não foi observado efeito doparcelamento nem do método de aplicaçãodo nitrogênio sobre a concentração, a expor-tação do nitrogênio para os grãos e a produti-vidade do milho, quando comparados comuma única aplicação realizada cerca de 40dias após a emergência das plantas. Dadosexperimentais mostram que as maiores produ-ções de milho foram obtidas com duas aplica-ções de nitrogênio, sendo a primeira no iníciodo crescimento vegetativo e a segunda entre15 e 20 dias após a primeira, aproximadamen-te 10 dias antes do florescimento.

Os solos de textura arenosa requerem manejodiferenciado. No Brasil, as informações sãoescassas e não muito conclusivas; todavia,seu parcelamento tem sido recomendado emduas condições básicas: 1) quando a quanti-dade recomendada for superior a 120 kg N/hae inferior a 200 kg N/ha.; 2) em regiões de

elevada e intensa precipitação pluviométrica.Um único parcelamento é também recomen-dado em solos de textura média a argilosa,quando a quantidade de N recomendada formaior que 60 e menor que 100 kg N/ha.

No caso da cultura do milho, as quantidadesrecomendadas de nitrogênio e o número deparcelamentos são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Aplicação parcelada do nitrogênio na cultura domilho.

Na planta, os teores de nitrogênio são variá-veis e dependem de inúmeros fatores. Atra-vés da análise química do tecido vegetal,identificam-se os valores suficientes de cadaelemento.

Na Tabela 3, são apresentados os valoresconsiderados suficientes para o nitrogênio, ofósforo e o potássio, em diferentes partes daplanta de milho.

Tabela 3. Teores mínimos adequados (em %) de nitrogê-nio, fósforo e potássio em diferentes partes da planta demilho.

Devido à alta mobilidade do nitrogênio, asplantas deficientes tornam-se amareladas ecom crescimento reduzido. A clorose inicia-senas folhas mais velhas e as mais novas per-manecem verdes

Na água de irrigação, a uréia movimenta-semoderadamente, quando comparada aos íonsnitrato (N-NO3), os mais móveis. Os fertilizan-tes nitrogenados, principalmente na formaamídica (uréia), podem, em algumas circuns-

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:459

Page 10: Quimigação na cultura do milho

10 Quimigação na Cultura do Milho

tâncias, elevar o pH da água (o pH idealrecomendado na fertigação deve estar entre5,5 e 6,0), favorecendo a precipitação decálcio e de magnésio, elementos muito co-muns na maioria das águas usadas na agricul-tura. Essa precipitação ocasiona o entupi-mento dos emissores. Uma prática recomen-dada após a aplicação do nitrogênio e outrosprodutos via água, para evitar o desenvolvi-mento de microorganismos que podem tam-bém vir a entupir os emissores, deve deixarfuncionando o sistema por cerca de 10 a 30minutos. Os fertilizantes nitrogenados con-tendo amônia livre (NH

3) não devem ser

usados na fertigação por aspersão, poispodem perder por volatilização aproximada-mente 50% do elemento, além de causardanos às folhas das plantas

Fósforo

Nos solos brasileiros, esse elemento é um dosprincipais fatores limitantes. No solo, combi-na-se com outros elementos, como o ferro, oalumínio, o cálcio, e a matéria orgânica,diminuindo sua disponibilidade para as plan-tas. Devido à sua baixa mobilidade no solo,quando aplicado via água, pode permanecerretido nos primeiros centímetros, formandouma “zona de concentração” na camadasuperficial. Por outro lado, pela sua baixasolubilidade nos fertilizantes, outros impedi-mentos de ordem física no ato da aplicação(por exemplo, o entupimento dos aspersores),a fertigação com o fósforo não é uma práticarecomendada, ficando a aplicação dessenutriente restrita à adubação de plantio.

O fósforo é absorvido pelas plantas na formaiônica -H

2PO

4-1 e participa de um grande

número de processos metabólicos, sendoimportante nos processos que envolvemtransferência de energia. Devido à sua altamobilidade dentro da planta, os sintomasaparecem nas folhas mais velhas, na forma deuma coloração avermelhada, devido ao au-mento da antocianina. Os teores adequadosde fósforo na planta de milho são apresenta-dos na Tabela 3.

Potássio

Depois do fósforo, o potássio é o fertilizantemais consumido na agricultura brasileira. Osíons de potássio chegam à superfície dasraízes, preferencialmente, por difusão, àsemelhança do fósforo. A aplicação do potás-sio com o nitrogênio via água de irrigação jáé prática bastante utilizada na agriculturairrigada. No parcelamento do potássio, práti-ca comum, devem ser levados em considera-ção fatores como as perdas por lixiviação,devido à sua mobilidade e à textura do solo,principalmente aqueles de textura arenosa amédia.

O íon potássio é absorvido pelas plantas naforma K+1. Na Tabela 3, estão os valoresadequados de K na planta de milho. A defici-ência de potássio não aparece inicialmente;por isso, é comumente chamada de “fomeoculta”. Apenas nas fases mais avançadas éque os sintomas característicos aparecem.Com menor solubilidade que a dos fertilizan-tes nitrogenados, não têm havido problemasno uso do potássio via água de irrigação. Afonte mais comumente utilizada é o cloretode potássio, porquanto o sulfato de potássio,além de apresentar menor solubilidade que ado cloreto, pode formar sulfato de cálcioquando a água de irrigação for rica em cálcio.Em culturas anuais, como o milho, parte dofertilizante deve ser aplicada no plantio e orestante parcelado, via água ou não, em umaou duas aplicações, levando em consideraçãoo solo, o regime de chuvas e a quantidade defertilizante.

Cálcio, Magnésio e Enxofre

A principal forma de absorção do cálcio e domagnésio pelas plantas é a de cátionsdivalentes (Ca2+ e Mg2+) e a do enxofrecomo ânion sulfato (SO

4

-2 ). O cálcio é umelemento não móvel na planta. É tambémmuito difícil o aparecimento de deficiênciaem condições de campo. Por outro lado, emsituações de deficiência de magnésio, nutri-ente bastante móvel na planta, há formaçãode clorose internerval.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4510

Page 11: Quimigação na cultura do milho

11Quimigação na Cultura do Milho

A deficiência de enxofre caracteriza-se pelapresença, nas plantas, de clorose generaliza-da, o que a distingue da deficiência de nitro-gênio, pois o enxofre não transloca dasfolhas mais velhas para as mais novas, comono caso do nitrogênio. Quando houver neces-sidade de suplementação de magnésio e deenxofre, é recomendada a utilização dosulfato de magnésio ou do sulfato duplo demagnésio e potássio via água. Em situaçõesem que seja necessária a suplementação denitrogênio e enxofre, sugere-se o uso desulfato de amônio, que contém cerca de 24%de enxofre.

Micronutrientes

Em razão da baixa exigência pela maioria dasculturas, nove elementos são consideradosessenciais: boro, cloro, cobalto, cobre, ferro,manganês, molibdênio, níquel e zinco. Asolubilidade dos elementos é grandementeinfluenciada pelo pH, pelas condições deóxido-redução, pela matéria orgânica e pelapresença de outros íons na solução. No solo,apenas o cloro e o boro apresentam altamobilidade. O molibdênio, quando compara-do com os outros micronutrientes, é o únicocuja disponibilidade aumenta com a elevaçãodo pH, razão pelo qual a sua deficiência émais comum em solos ácidos e com texturamais leve.

As exigências nutricionais do milho pelosmicronutrientes, para a produção de umatonelada de biomassa, expressas em gramas,são: boro(13), cobre(29), ferro(292)manganês(119), molibdênio(0,63) e zin-co(85).

Os elementos Zn, Mn, Fe, e Mo apresentammédia mobilidade dentro da planta e suasdeficiências aparecem nas folhas mais novas.O B é imóvel porquanto o Cu é altamentemóvel e, em ambos os casos, os sintomastambém aparecem nas folhas mais novas.

Fertilizantes e Fertigação

No mercado brasileiro de fertilizantes fluidosou líquidos, os adubos encontram-se na

forma de soluções claras, soluções coloidaisou misturas em suspensão, Os fertilizantesfluidos são simples ou complexos, apresen-tando como características principais a mani-pulação, a armazenagem e o transporte.Como exemplo, pode ser citada a soluçãonitrogenada oriunda da mistura do nitrato deamônio com a uréia, formando uma soluçãoclara e homogênea. Essas soluções podem serusadas na fertigação em qualquer sistema,quais sejam, aspersão, sulco ou gotejamento.Quando se recomenda o uso de mais de umfertilizante, a compatibilidade entre elestorna-se um aspecto importante, evitando-se,com isto, a formação de precipitados. NaTabela 4, são apresentadas a solubilidade e acomposição média de alguns fertilizantesmais comumente usados na fertigação eoutras características de importância a seremconsideradas.

Tabela 4. Solubilidade e composição média de algunsfertilizantes usados na fertigação.

Na década de 1990, trabalhos de pesquisaforam realizados visando comparar atecnologia e a eficiência dos fertilizantesfluidos com os fertilizantes sólidos tradicio-nalmente usados na agricultura. A maioraquisição de dados foi relativa aos fertilizan-tes nitrogenados. Por outro lado, a relativa

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4511

Page 12: Quimigação na cultura do milho

12 Quimigação na Cultura do Milho

igualdade entre os dois tipos de fertilizantesnão causa surpresa, pois ambos são produzi-dos, na maioria das vezes, com as mesmasmatérias-primas, Por exemplo, a suspensãochamada “Uran” contém uréia e nitrato deamônio, que são dois fertilizantes sólidos. Damesma forma, a solução 8-24-00 é umfosfato de amônio, como é o DAP e o MAP.

Com a evolução tecnológica da fertigação,algumas vantagens da utilização dos fertili-zantes fluidos sobre os sólidos têm sidoobservadas, como economia de mão-de-obra,armazenamento, compatibilidade, uniformida-de, velocidade de aplicação e versatilidade naprodução de formulações comerciais. Final-mente, as pesquisas em fertigação devemtambém direcionar seus trabalhos nomonitoramento do uso dessa prática e seusefeitos no meio ambiente, seus aspectos nadinâmica da movimentação dos elementos noperfil solo e nas características químicas queestão diretamente envolvidas. A interação ecomplementaridade entre os fertilizantessólidos e fluidos irão sempre existir, um nãosubstituirá o outro totalmente.

Insetigação

A insetigação é definida como a aplicação deinseticidas via irrigação. O método maisutilizado para a aplicação dos inseticidas éatravés do sistema de irrigação por aspersão.A técnica iniciou-se na América do Norte, nadécada de 60, visando o controle de pragasfoliares, e os primeiros inseticidasempregados com eficiência foram o azinphosmethyl e o carbaryl. No Brasil, a insetigaçãocomeçou a ser utilizada na década de 80,havendo grande escassez de informaçõestécnicas para as nossas condições.

A cultura do milho é atacada por uma sériede insetos. Informações sobre a descrição,biologia e reconhecimento dos principaisinsetos-praga dessa cultura podem serencontradas em Cruz et al. (1997) e Viana(2000). A literatura mostra que a insetigaçãotem sido intensivamente empregada para ocontrole de várias espécies de pragas do

milho. O emprego dessa técnica tem sidopesquisado na Embrapa Milho e Sorgo, parao controle da lagarta-do-cartucho,Spodoptera frugiperda, lagarta-da-espiga,Helicoverpa zea, lagarta-elasmo,Elasmopalpus lignosellus e larva-alfinete,Diabrotica speciosa. Os resultados indicamque essas pragas podem ser controladasempregando os inseticidas aplicados via águade irrigação por aspersão mostrados noTabela 5.

Tabela 5. Inseticidas com melhor desempenho no controlede insetos-pragas de milho, aplicados via irrigação poraspersão. Embrapa Milho e Sorgo, 2002.

O emprego da insetigação para o controle dalagarta-do-cartucho é favorecido pela arquite-tura da planta de milho, que apresenta oformato de um cálice, facilitando a deposiçãoda calda do inseticida no interior do cartuchoda planta, onde se localiza a lagarta. Para ocontrole dessa praga, pode-se optar peloemprego de inseticidas organofosforados(chlorpyrifos e diazinon), carbamato(carbaryl), piretróides (fenvalerate elambdacyalotrin) e de origem biológica(spinosad). O chlorpyrifos tem apresentadoum dos melhores desempenhos no controledessa praga utilizando esse método de aplica-ção. Entretanto, devido à sua baixaseletividade, deve- se proceder a uma avalia-ção rigorosa da presença de inimigos naturaisna área antes de ser recomendado. O insetici-da spinosad, lançado no mercado recente-mente, além de ter boa eficiência no controleda lagarta, apresenta baixa toxicidade emenor impacto ambiental.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4512

Page 13: Quimigação na cultura do milho

13Quimigação na Cultura do Milho

Para a lagarta-da-espiga, existem referênciasna literatura sobre o seu controle utilizandoinseticidas via água de irrigação. Essecontrole geralmente é requerido naexploração de “milho verde”. Porém, osresultados obtidos experimentalmente naEmbrapa Milho e Sorgo mostraram umaeficiência moderada para o controle dessapraga. Os inseticidas cyflutrin e fenitrothionforam os que apresentaram a melhoreficiência no controle da lagarta. Um aspectocrítico relacionado com a eficiência nocontrole dessa praga é a época para aplicaçãodo inseticida. O período em que a lagarta émais vulnerável ao controle é logo após a suaeclosão. Nessa fase, a lagarta encontra-sealimentando-se no “cabelo” da espiga. Àmedida que a lagarta cresce, ela penetra naespiga, dificultando o seu controle. Portanto,o inseticida deve ser aplicado no “cabelo” daespiga, na época adequada, para se obtermelhor eficiência no controle. Na prática,geralmente ocorre um florescimentodesuniforme da lavoura, o qual dificulta atomada de decisão da época de realizar ocontrole, podendo refletir em menoreficiência do inseticida ou a necessidade devárias aplicações.

Para o controle de pragas subterrâneas, comoa lagarta-elasmo e larva-alfinete, osinseticidas devem ser aplicados em lâminasmaiores de água do que usualmente éempregado para as pragas da parte aérea daplanta. Para essas duas pragas, o chlorpyrifostem mostrado boa eficiência, utilizando umalâmina de água de 10 mm. Outro inseticidaque mostrou bom desempenho no controleda larva-alfinete via irrigação por aspersão foio imidacloprid (Tabela 5). Para ambas aspragas, o controle tem que ser realizado logono início do ataque, para evitar que osinsetos migrem de plantas atacadas para assadias e aumentem o prejuízo na lavoura.

Fatores que influenciam a insetigação nacultura do milho

As condições ambientais são preponderantespara o sucesso da insetigação. A velocidade

do vento influi na distribuição do inseticida,através de derivas, e aumenta a evaporação,causando a perda de eficiência com osinseticidas mais voláteis. Os inseticidas nãodevem ser aplicados em sistema móveis deirrigação, com velocidade de vento superior a16 km por hora e em sistema convencional(lateral portátil), com velocidade superior a10,5 km por hora. A umidade relativa do ar ea temperatura afetam também a evaporação.Se a umidade é baixa durante a aplicação, aevaporação ocorre rapidamente. Temperaturaalta aumenta a perda de água, impedindo queo inseticida atinja a praga quanto essa selocaliza nas camadas mais profundas do solo.A eficiência dos inseticidas dependerá daprecipitação pluviométrica após a aplicação,sendo esta influenciada pelo volume,intensidade e distribuição. Esses fatores irãodeterminar quanto do ativo do inseticida irápermanecer na folhagem das plantas epenetrar no solo, ou se o inseticida irá seperder por lixiviação e pela enxurrada.A textura e a umidade do solo afetam odesempenho dos inseticidas que visamcontrolar as pragas subterrâneas. Geralmente,os inseticidas movimentam-se mais em solosarenosos. Em solos com alto teor de matériaorgânica, os inseticidas tendem a seradsorvidos, retardando o seu movimento. Aumidade do solo durante a aplicaçãoinfluencia a penetração do inseticida no solo.Em solo mais seco, a penetração da água edo inseticida é menor do que em um solomais úmido.

A eficiência da insetigação depende daseleção correta do inseticida. As pragasalimentam-se de diferentes partes da plantado milho, como: raízes, folhas, colmo,pendão e espiga. O controle de umadeterminada espécie de inseto atacandoessas partes da planta pode requerer umaformulação diferenciada do inseticida,visando alcançar maior eficiência.

A solubilidade do inseticida em água é umaspecto preponderante relacionado com ainsetigação. Os inseticidas insolúveis em

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4513

Page 14: Quimigação na cultura do milho

14 Quimigação na Cultura do Milho

água geralmente são os mais eficientes nocontrole de pragas da parte aérea. Osinseticidas solúveis em água são lavados dafolhagem durante a irrigação e caem no solo,reduzindo a sua eficiência. Já os inseticidasinsolúveis em água e solúveis em óleo sãomantidos em gotículas encapsuladas, semperder suas características na água dentro dosistema de irrigação. Na aplicação, essesinseticidas aderem às partes aéreas dasplantas e ao corpo (cutícula) do inseto,aumentando a sua eficiência.

As doses dos inseticidas aplicadas nainsetigação são as mesmas utilizadas empulverizações realizadas pelos métodosconvencionais (tratorizada ou costal).Observando a evolução da insetigação,verifica-se que as primeiras avaliações deinseticidas para esse emprego basearam-senos ativos que apresentavam eficiênciacomprovada, através de pulverização para ocontrole de determinada praga. Para ainsetigação, a concentração do inseticida édrasticamente reduzida, em comparação comuma pulverização convencional. Enquantoque, na pulverização, utiliza-se em termosmédios um volume entre 200 e 300 l da caldapor hectare, na insetigação, o volume temvariado de 25.000 a 100.000 l/ha. Emboraisso possa aparentar uma desvantagem dainsetigação em relação à pulverização, naprática, em alguns casos, torna-se umavantagem. Ou seja, embora menosconcentrada, a insetigação atinge o localonde a praga está localizada, sendo que apulverização às vezes não consegue atingir.

A seleção da quantidade de água a seraplicada na insetigação depende de váriosfatores. Entre os limitantes, destacam-seaspectos relacionados à biologia da praga aser controlada. Para o controle de insetossubterrâneos, o inseticida é conduzidoatravés do solo pela água de irrigação atéatingir a praga. Para maior eficiência, éimportante avaliar a umidade do solo e aestimativa da distância que o químicopercorre no solo durante a irrigação. Os

inseticidas movem-se somente numa parte dadistância em que a água desloca-se no solo.Se a água é aplicada em excesso, o inseticidapode ficar abaixo da região do ataque dapraga. Em caso contrário, pode ficarsuperficialmente e ser decomposto por raiosultra-violeta ou perdido por volatilização.

Sob determinadas condições climáticas,torna-se necessário irrigar a cultura emespaços de tempo relativamente curtos apósa insetigação. Neste caso, a persistência doinseticida dependerá de sua formulação, queserá afetada pela fotólise, hidrólise emetabolismo da planta.

A qualidade da água pode afetar também aeficiência da insetigação. Isto éparticularmente importante para grandesáreas insetigadas ou quando grandes volumesde água são aplicados e a calda inseticidapermanece no tanque por alguns dias até quea aplicação termine. Certos inseticidas,particularmente alguns organofosforados,podem perder a sua atividade por hidrólisealcalina. Em regiões onde a água é alcalina,deve-se observar o rótulo para selecionar oinseticida correto. Caso contrário,recomenda-se utilizar aditivos durante ainsetigação, para a correção do pH.

A distribuição dos inseticidas é afetada pelapressão, pelo bico dos aspersores e pelavelocidade da água dentro da tubulação deirrigação. A pressão de operação e o diâmetrodo bico do aspersor podem mudarsignificativamente o diâmetro da gota nainsetigação. O tamanho da gota que caisobre a planta influencia a quantidade e adistribuição do inseticida retido nas folhas,resultando no efetivo controle da praga. Oefeito do tamanho das gotas na eficiência doinseticida varia com a formulação, sendoimportante para a mistura inseticida com óleovegetal. A velocidade do fluxo de águadentro da tubulação também afeta aeficiência da insetigação. A velocidade tempouca influência sobre formulações solúveisem água e muita sobre formulações solúveis

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4514

Page 15: Quimigação na cultura do milho

15Quimigação na Cultura do Milho

em óleo. A explicação mais aceita é que avelocidade do fluxo decresce com o aumentoda distância do ponto de injeção, reduzindo adistribuição homogênea do químico natubulação. O ideal é que a velocidade deágua seja superior a 1,1 m/s no ponto deinjeção, para que possa “quebrar” asgotículas de óleo com inseticida, permitindouma distribuição uniforme pelos aspersoresdo pivô. Velocidade inferior a 1,1 m/s podeproporcionar uma maior quantidade deinseticida próximo à base do pivô do que aolongo da torre, resultando em um controledesuniforme da praga.

Em um sistema de produção é comumcoincidir a época de aplicar o fertilizante e anecessidade de realizar o controle de umapraga. A literatura mostra que inseticidascomo o chlorpyrifos, permethrin e fenvaleratepodem ser aplicados com fertilizantesnitrogenados na mesma água de irrigação,desde que sejam injetadosindependentemente. Embora existam algunsresultados mostrando a viabilidade da misturade tanque de alguns inseticidas e da misturade inseticidas com outros agroquímicos, essaprática tem sido evitada, principalmentedevido ao grande número de produtosexistentes no mercado e à quase inexistênciade trabalhos de compatibilidade.

Fungigação

A partir do início da década de 90, algumasdoenças fúngicas foliares, pelo aumento dafreqüência e da severidade com que vêmocorrendo, têm causado sensível redução naqualidade e na produção de milho. Essasdoenças são: a mancha foliar provocada porPhaeosphaeria maydis; as ferrugensprovocadas por Puccinia sorghi, Pucciniapolysora e Phyzopella zeae; ahelmintosporiose (Exserohilum turcicum) e, apartir do ano 2000, a cercosporiose(Cercospora zeae-maydis).

Vários fatores podem estar contribuindo parao aumento na incidência de doenças na

cultura do milho: o aumento da áreacultivada; o aumento do número de cultivarescomerciais com diferentes níveis deresistência às doenças; o manejo inadequadode água em plantios sob pivô ou na aspersãoconvencional, os plantios diretos de milhosobre milho, o cultivo do milho safrinha e osplantios consecutivos de milho durante o anotodo, os quais podem contribuir paraaumentos significativos de patógenos.

O controle químico de doenças foliares emmilho tem mostrado ser economicamenteviável em campos de produção de sementeshíbridas e em materiais genéticos. A dose dofungicida usada na fungigação deve seraquela indicada na embalagem do produto,seguindo a orientação do registro para acultura do milho e do patógeno para o qual ofungicida está registrado no Ministério daAgricultura, Pecuária e do Abastecimento. Étambém de extrema importância o momentoexato do início da fungigação, o que podevariar para cada doença do milho.

Em países de agricultura irrigada altamentetecnificada, o controle de doenças fúngicasem plantas freqüentemente é feito medianteaplicações de fungicidas em sistemas deirrigação (fungigação) por aspersãoconvencional, pivô central e autopropelido.Essa prática tem mostrado, na maioria doscasos, eficiência e segurança.

Com relação ao milho, até o momento, apesquisa brasileira não dispõe de dados quepermitam recomendar a aplicação defungicidas por fungigação para o controledas principais doenças dessa cultura. Contu-do, existem informações de que alguns pro-dutores de sementes híbridas de milho têmutilizado essa técnica com sucesso.

Diversos fatores que retardam as aplicaçõesde fungicidas em pulverizações convencionaisou aéreas não interferem na fungigação,como a alta umidade do solo, que impede apulverização tratorizada. O fungicida pode seraplicado em estádio de desenvolvimento maisadiantado da cultura do que com

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4515

Page 16: Quimigação na cultura do milho

16 Quimigação na Cultura do Milho

equipamentos de pulverização convencional.Ademais, a fungigação pode ser realizadadurante os períodos de nevoeiro, neblina enoturno, enquanto que essas condiçõesimpedem a aplicação aérea convencional.

Vantagens da fungigação

Destacam-se como vantagens da fungigaçãoa economia de mão-de-obra, boauniformidade de aplicação, pouco contato dooperador com os produtos, possibilidade deaplicação do produto em qualquer fase dociclo da cultura, menor dano físico ao solo(não compactação) e à cultura, maximizaçãode utilização dos equipamentos de irrigação,redução dos custos de produção e melhorcobertura da superfície da planta e do solo.

A fungigação é mais econômica do que asaplicações convencionais, devido à reduçãode mão-de-obra e de tempo, além de evitarcompactação do solo (provocada pelodeslocamento de máquinas na área duranteas pulverizações feitas com trator),acarretando melhoria da estrutura do solo e,conseqüentemente, aumento daprodutividade do milho.

Desvantagens da fungigação

Destacam-se como restrições à fungigação apossibilidade de distribuição irregular dalâmina de água ao longo dos aspersores, acorrosividade promovida por algunsfungicidas, possibilidade de contaminaçãodos mananciais hídricos, altíssima diluiçãodos produtos, baixa retenção de fungicidapelas folhas e possibilidade de contaminaçãodo lençol freático e águas subterrâneas.

Para se obter maior uniformidade de distribui-ção dos fungicidas aplicados via água, deve-se selecionar as formulações de baixíssimasolubilidade em água, pois isso evitará arápida injeção do produto na tubulação derecalque e de aspersão e auxiliará a uniformi-dade de distribuição do produto nosaspersores.A adição de óleos não-emulsionáveis(derivados de petróleo e vegetais) às

formulações comerciais de fungicidasaumenta a sua retenção e redistribuição nacobertura foliar (folhas do ápice, medianas ebaixeiras). Mais recentecemente, algunsfungicidas têm sido formulados em óleo. Arelação do fungicida/óleo mais usada é de1:1,8. Contudo, nem sempre a adição deóleos ao fungicida tem sido positiva.

De modo geral, se a água apresentar boaqualidade para irrigação, ela também seprestará à fungigação. Recomenda-se umaanálise prévia quanto à concentração de saissolúveis, concentrações de sódio, de boro ede cloro. Também deve-se evitar as faixasextremas de acidez e alcalinidade.

Em geral, a uniformidade de distribuição dofungicida é sempre proporcional àuniformidade da distribuição da água pelosistema de irrigação. Em aplicações aéreas defungicidas e por aspersão convencional,obtêm-se coeficientes de uniformidade de70% e 85%, respectivamente. Quandoadequadamente calibrados e operados,aplicações via pivô central e autopropelidopodem atingir coeficientes de uniformidadede 90 e 80%, respectivamente.

Os fungicidas sistêmicos de translocaçãoacropetal (de baixo para cima) e detranslocação acropetal e basipetal (de cimapara baixo) apresentam melhor eficiência emfungigação do que os fungicidas de contato,pois parte do produto que alcança o solopode ser absorvida pelas raízes, translocando-se para a parte aérea. Entretanto, algunsfungicidas sistêmicos têm alta solubilidadeem água e apresentam maior risco decontaminação das águas subterrâneas. Omesmo processo não é observado quando seutilizam fungicidas de contato. Por outrolado, a fração do fungicida de contato queatinge o solo pode controlar os patógenosque aí vivem, como Pythium sp.

Manejo da Fungigação

Produtos sistêmicos ou de contato podem seraplicados através de sistemas de irrigação por

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4516

Page 17: Quimigação na cultura do milho

17Quimigação na Cultura do Milho

aspersão convencional (sistema fixo oumóvel), pivô central e autopropelido.Para fungicidas que visam o controle defungos do solo, recomenda-se usar lâminasde água de 10 a 25 mm, o que promove aincorporação desses produtos ao perfil dosolo, podendo a aplicação ser realizada desdeo início da irrigação por aspersão. Para osfungicidas que visam controlar as doenças daparte aérea das plantas, recomendam-selâminas de água de 3 a 6 mm.

A diluição dos fungicidas, mesmo em altosvolumes de água, comumente não temafetado as suas eficiências no controle dedoenças da parte aérea, exceto nasepidemias.

Devido ao total molhamento das plantas, afungigação faz uma melhor deposição dofungicida na superfície das folhas, o que, decerto modo, pode compensar a baixaquantidade do fungicida retida pelafolhagem.

Resultados de pesquisa no controle químicodas principais doenças da cultura do milho,via pulverizações convencionais, conduzidasna Embrapa Milho e Sorgo, têm mostradoque:1) para o controle da mancha por

phaeosphaeria (Phaeosphaeriamaydis), são eficientes os fungicidasmancozeb e azoxystrobin;

2) para a helmintosporiose (Exserohilumturcicum), são eficientes os fungicidastebuconazole, imibenconazole, sulfatode estreptomicina + oxitetraciclina,triforine e prochloraz;

3) para o controle da ferrugem polissora(Puccinia polysora), o fungicidaazoxystrobin é altamente eficiente,seguido por tebuconazole,tebuconazole + mancozeb eimibenconazole;

4) para o controle da ferrugem comum(Puccinia sorghi), o fungicidatebuconazole é eficiente;

5) para o controle da cercosporiose(Cercospora zeae-maydis), sãoeficientes os fungicidas propiconazole,tebuconazole, difenoconazole eazoxystrobin.

É oportuno ressaltar que apenas osfungicidas tebuconazole e a misturapyraclostrobin + epoxiconazole sãoregistrados no Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento para o controle dedoenças foliares do milho. O fungicidatebuconazole é recomendado para o controledas doenças incitadas pelos patógenosExserohilum turcicum, Puccinia sorghi e P.polysora, enquanto que a misturapyraclostrobin + epoxiconazole érecomendada para o controle dos patógenosPhaeosphaeria maydis e Puccinia polysora.

ALMEIDA, F. S. de; RODRIGUES, B. N. Guiade herbicidas. 3.ed. Londrina: Livroceres,1998. 603p.

ALVES, V. M.; FRANÇA. G.E. de;RESENDE, M.; COELHO, A. M.; SANTOS,N. C. dos; PRADO LEITE, C.E. Aplicação defertilizantes nitrogenados via água deirrigação. Relatório Técnico Anual doCentro Nacional de Pesquisa de Milho eSorgo 1988-1991, Sete Lagoas, v.5, p.32-34, 1992.

BACKMAN, P.A. Application of fungicidesto peanuts through the irrigation system. In:NATIONAL SYMPOSIUM ONCHEMIGATION, 2, 1982, Tifton, GE.Proceedings... Tifton: University of Georgia,1982. p.58-60.

BRENNEMAN, T. B.; SUMNER, H .R.;HARRISON, G. W. Deposition and retentionof chlorothalonil applied to peanut foliage:Effects of application methods, fungicideformulations and oil additives. PeanutScience, Raleigh, v.17, p.80-84, 1990.

Literatura Consultada

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4517

Page 18: Quimigação na cultura do milho

18 Quimigação na Cultura do Milho

BRENNEMAN, T. B; SUMNER, D. R. Effectsof tractor traffic and chlorothalonil appliedvia ground sprays or center pivot irrigationsystems on peanut diseases and pod yields.Plant Disease, St. Paul, v.74, p.277-279,1990.

COSTA, E.F. da et al. Cálculos operacionaise calibração nos sistemas pressurizados. In:COSTA, E.F. da. et al. Quimigação:aplicação de produtos químicos ebiológicos via água de irrigação, Brasília:ABEAS/Viçosa: UFV, 1996. p.37-56(ABEAS.Curso de Engenharia e Manejo deIrrigação.Módulo, 9)

BUSCHMAN, L. L.; LAMM, F. R.;SLODERBECK, P. E.; DICK, G. L.Chemigation in corn: effects ofnonemulsifiable oils and sprinkler packageon the efficacy of corn borer (Lepdoptera:Pyralidae) insecticides. Journal of EconomicEntomology, College Park, v.78, n.6,p.1331-1336, 1985.

CAMEIRA, M. R.; SOUZA, P. L. Modelingfertigation-RZWQM- Root Zone WaterQuality Model. In: DAHLIA GREIDINGERINTERNATIONAL SYMPOSIUM ONFERTIGATION, 1995, Haifa, Israel.Proceedings... Haifa: Israel Institute ofTechnology, 1995. p.313-325.

CHALFANT, R. B.; YOUNG, J. R.Chemigation, or application of insecticidethrough overhead sprinkler irrigationsystems, to manage insect pests infestingvegetable and agronomic crops. Journal ofEconomic Entomolgy, College Park, v.75, p.237-241, 1982.

CHANDLER, L. D.; SUMNER, H. R. Effectsof various chemigation methodologies onthe suppression of the fall armyworm(Lepidoptera: Noctuidae) in corn. FloridaEntomologist, Gainsville, v.74, p. 270-279,1991.

CHANDLER, L. D.; SUMNER, H. R.;MULLINIX, B. G. Assessment of irrigationrelated insecticide application methods ofcontrol of lepidopteran insect pests ofsweet corn. Journal of EconomicEntomolgy, College Park, v.87, p.212-219,1994.

COELHO, A. .M.; FRANÇA, G. E. de; BAHIAFILHO, A. F. C. Dinâmica do Nitrogênio emum Latossolo Vermelho-Escuro, FaseCerrado, Cultivado com Milho. RelatórioTécnico Anual do Centro Nacional dePesquisa de Milho e Sorgo.1988- 1991,Sete Lagoas, v.5, p.215, 1992.

COELHO, A. M. .Fertirrigação. In: COSTA,E. F. DA; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A.Quimigação: aplicação de produtosquímicos e biológicos via irrigação. SeteLagoas: EMBRAPA. CNPMS/Brasília:EMBRAPA. SPI, 1994. p. 201-227.

COSTA, E. F da; BRITO, R. A. L. Aplicadorportátil de produtos químicos via água deirrigação. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS,1988, 19p. (EMBRAPA-CNPMS.CircularTécnica, 13).

COSTA, E. F.; BRITO, R. A. L. Métodos deaplicação de produtos químicos e biológicosna irrigação pressurizada. In: COSTA, E. F.da; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A.Quimigação: .aplicação de produtosquímicos e biológicos via irrigação. SeteLagoas: EMBRAPA. CNPMS/Brasília:EMBRAPA. SPI, 1994. p. 85-109.

COSTA,E. F da; FRANÇA, G. E de ; ALVES,V. M. Aplicação de fertilizantes via água deirrigação. Informe Agropecuário, BeloHorizonte, v 12, n.39, p.63-68, 1986 .

CRUZ, I., VALICENTE, F. H., SANTOS, J.P., WAQUIL, J. M., VIANA, P. A. Manual deidentificação de pragas da cultura do milho.Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1997.67p.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4518

Page 19: Quimigação na cultura do milho

19Quimigação na Cultura do Milho

DOWLER, C.C.; FRITZ, C. D.; JOHNSON, A.W.; NEWTON, G.; OVERMAN, A.J.; RAUN,E. S.; SANTO, G. S; YOUNG, J. R. Guidancefor pesticide and plant growth regulatorproduct performance testing throughirrigation systems. Lincoln: University ofNebraska/IANR, [19—]. 22 p.

GUY, C. B.; TALBERT, R. E.; FERGUSON, J.A. The performance of selectivepostermergence grass herbicides appliedwith different sprinkler irrigation watervolumes. In: NATIONAL SYMPOSIUM ONCHEMIGATION, 3. 1985,Tifton, GA.Proceedings... Tifton: University ofGeorgia’s College of Agriculture, 1985. p.68-73.

JOHNSON, A. W.; YOUNG, J. R.;THREADGILL, E. D.; DOWLER, C. C.;SUMNER, D. R. Chemigation for cropproduction management. Plant Disease, St.Paul, v.70, n.11, p.998-1004, 1986.

MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Phosphorus. In:Principles of Plant Nutrition, 3.ed. Bern:International Potash Institute, 1982. cap.9,p.387-409.

MOREIRA, J. A. A.; STONE, L. F.Calibração. In: COSTA, E. F. da; VIEIRA, R.F.; VIANA, P. A. Quimigação: aplicação deprodutos químicos e biológicos viaIrrigação. Sete Lagoas: EMBRAPA. CNPMS/Brasilia: EMBRAPA. SPI, 1994. p. 159-179.

NOVAIS, M. V.; NOVAIS, R. F.; BRAGA, J.M. Efeito da adubação nitrogenada e de seuparcelamento sobre a cultura do milho emPatos de Minas. Revista Ceres, Viçosa,v.21, n.115, p.193-202, 1974.

OGG JR., A. G. Applying herbicides inirrigation water – a review. Crop Protection,Surrey, v.5, n.1, p.53-65, 1986.

OGG,JR., A. G.; DOWLER, C. C. Applyingherbicides through irrigation systems. In:McWORTHER, C. G.; GEBHARDT, M. R.Methodes of applying Herbicides.Champaign, IL: Weed Science Society ofAmerica, 1988. p.145-164.

PETERS, L. L.; LOWRY, S. R. Western cornrootworm ( Coleoptera: Churysomelidae)larval control with chlorpyrifos applied atplanting time versus a post - plantingchemigation application to corn grownunder two different tillage systems. Journalof the Kansas Entomological Society,Lawrence, v. 64, n.4, p 451-454, 1991.

PINTO, J. M., SOARES, J. M. Fertirrigação:adubação via água de irrigação. Petrolina:EMBRAPA-CPATSA, 1990. 16p (EMBRAPA-CPATSA. Documentos, 70).

PINTO, N F. J. A.; COSTA, E .F. da. Efeitode lâminas de água na aplicação defungicidas via aspersão convencional para ocontrole da brusone (Pyricularia oryzae) emarroz. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.17,p.185, 1992.

PINTO, N. F .J. A.; COSTA, E. F. da.Aplicação de fungicida via água de irrigaçãopor aspersão. Relatório Técnico Anual doCentro Nacional de Pesquisa de Milho eSorgo 1985-1987, Sete Lagoas, v.4, p.134,1986.

PINTO, N. F. J. A.; COSTA, E. F. da.;RIBEIRO, E. A. Aplicação de fungicidas viaágua de irrigação por aspersão para ocontrole da brusone (Pyricularia oryzae) emarroz. Relatório Técnico Anual do CentroNacional de Pesquisa de Milho e Sorgo1988-1991, Sete Lagoas, v.5, p.46-47,1992.

PINTO, N. F.J. A.; COSTA, E. F. da.Aplicação de fungicidas via água deirrigação por aspersão para o controle daferrugem-do-feijoeiro-comum. PesquisaAgropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n. 2,p. 317-321, 1999.

POTTER, H. S. Fungigation for control offoliar and fruit disease of tomato, 1977.Fungicide and Nematicide Tests, Ithaca,v.35, p.95, 1980

RAIJ, B. van. Fertilidade do Solo eAdubação. São Paulo: Agronômica CERES/Potafos, 1991. 343p.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4519

Page 20: Quimigação na cultura do milho

20 Quimigação na Cultura do Milho

Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:Embrapa Milho e SorgoEndereço: Caixa Postal 15135701-970 Sete Lagoas, MGFone: (31) 3779-1000Fax: (31) 3779-1088E-mail: [email protected]

1a edição1a impressão (2002): 1.000 exemplares

Presidente: Ivan CruzSecretário-Executivo : Frederico Ozanan M. DurãesMembros: Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreirada Silva, Carlos Roberto Casela, Fernando TavaresFernandes e Paulo Afonso Viana

Supervisor editorial: José Heitor VasconcellosRevisão de texto: Dilermando Lúcio de OliveiraTratamento das ilustrações: Tânia Mara A. BarbosaEditoração eletrônica: Tânia Mara A. Barbosa

Comitê depublicações

Expediente

CircularTécnica, 18

SUMNER, H. R.; CHALFANT, R. B.;COCHRAN, D. Influence of chemigationparameters on fall armyworm control in fieldcorn. Florida Entomologist, Gainsville, v.74,p.280-287, 1991.

THREADGILL, E. D. Chemigation and plantprotection. In: EXPERT CONSULTATION ONFERTIGATION, CHEMIGATION, 1991, Cairo.Proceedings... Rome: FAO, 1991b. p.136-155.

UNIVERSITY OF NEBRASKA. Calibration ofcenter pivot. Lincoln, 1996. (Proj 87-EXCA-3-0796).

VIANA, P.A. Manejo de pragas na culturado milho. In: CONGRESSO NACIONAL DEMILHO E SORGO, 23., 2000, Uberlândia; Ainovação tecnológica e a competividade nocontexto dos mercados globalizados:[anais]... Sete Lagoas: ABMS/EmbrapaMilho e Sorgo/Uberlândia: UniversidadeFederal de Uberlândia, 2000. CD ROM.Seção Palestra.

VIANA, P. A. Insetigação. In: COSTA, E. F.da; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A.Quimigação: aplicação de produtosquímicos e biológicos via Irrigação. SeteLagoas: EMBRAPA. CNPMS/Brasília:EMBRAPA. SPI, 1994. p. 249-268.

VIANA, P. A.; COSTA, E. F. da. Controle dalagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda(J. E. Smith) (Lepidoptera:Noctuidae) nacultura do milho com inseticidas aplicadosvia irrigação por aspersão. Anais daSociedade Entomológica do Brasil,Jaboticabal, v.27, n.3, p. 451-458, 1998.

VIANA, P. A.; COSTA,E. F. da. Controle dalagarta-elasmo, Elasmopalpus lignosellus,com inseticidas aplicados via irrigação poraspersão, na cultura do milho. RelatórioTécnico Anual do Centro Nacional dePesquisa de Milho e Sorgo 1988-91, SeteLagoas, v.5, p. 45, 1992b.

VIANA., P. A.; COSTA, E. F. da. Eficiênciade inseticidas misturados em óleo vegetalaplicados via irrigação por aspersão para ocontrole da lagarta-do-cartucho, Spodopterafrugiperda em milho. Relatório TécnicoAnual do Centro Nacional de Pesquisa deMilho e Sorgo, 1992-1993, v.6, p.139-140,1994.

VITTI, G. C.; BOARETTO, A. E.; PENTEADO,S. R. Fertilizantes e fertirrigação. In: VITTI,G. C.; BOARETTO A. E. (Coord.)Fertilizantes fluidos. POTAFOS: Piracicaba,1994. p.261-279.

WAUCHOPE, R. D., YOUNG, J. R.;CHALFANT, R. B.; MARTI, L. R.; SUMNER,H. R. Deposition, mobility and persistenceof sprinkler-irrigation-applied chlorpyrifos oncorn foliage and in soil. Pesticide Science,Oxford, v. 32, p. 235-243, 1991.

WITKOWSKI, J. F.; BARBER, D. T.;CURRIER, D. R. Control of first-generationEuropean corn borer ( Lepidoptera Pyralidae)larvae in Nebraska by applying insecticidesby center-pivot irrigation systems. Journalof Economic Entomology , College Park,v.79, n.6, p.1595-1598, 1986.

YOUNG, J. R. Fall armyworm (Lepidotpera:Noctuidae) control through chemigation: anupdate. Florida Entomologist, Gainsville, v.69, p. 594-598, 1986.

CT18pFinal.p65 14/07/2003, 15:4520