qui 154 química analítica v análise instrumental

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Aula 7 Cromatografia Gasosa Julio C. J. Silva Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Instituto de Ciências Exatas Depto. de Química Juiz de Fora, 2015 QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

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Page 1: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Aula 7 – Cromatografia Gasosa

Julio C. J. Silva

Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Instituto de Ciências Exatas

Depto. de Química

Juiz de Fora, 2015

QUI 154 – Química Analítica V Análise Instrumental

Page 2: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Separações Cromatográficas

• Método amplo permite a separação, a identificação e a determinação de componentes químicos em amostras complexas

• Cromatografia técnica na qual os componentes de uma mistura são separados com base nas diferenças de velocidade nas quais são transportados através de uma fase estacionária fixo por uma fase estacionária móvel (liquido ou gás)

• Soluto (amostra/mistura de componentes)

• Fase estacionária (FE) fase retida em uma coluna ou superfície plana

• Fase móvel (FM) fase que se movimento através da FE transportando o soluto.

• FM gás, líquido, etc.

Page 3: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Introdução

éter de petróleo

CaCO3

mistura de pigmentos

pigmentos separados

Cromatografia = kroma [cor] + graph [escrever]

(grego)

M. TSWEET (1903): Separação de misturas de pigmentos vegetais em colunas recheadas com adsorventes sólidos e

solventes variados.

Page 4: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Introdução

Separação de misturas por interação diferencial dos seus

componentes entre uma FASE ESTACIONÁRIA (líquido ou sólido) e uma FASE MÓVEL (líquido ou gás)

Page 5: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental
Page 6: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Métodos de Separação

Eluição em Cromatografia

• Eluição processo de lavagem dos solutos pela FM

• Eluente FM

• Eluato FM que deixa a coluna

Page 7: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

CROMATOGRAFIA CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS PELAS FORMAS FÍSICAS

Critério de CROMATOGRAFIA

Classificação

Técnica Planar Coluna

Fase Móvel Líquido Gás Fluido Líquido

Supercrítico

Fase

Estacionária Líquido Sólido Fase Líquido Sólido Fase Sólido Fase Líquido Sólido Fase

Ligada Ligada Ligada Ligada

Tipo de

Cromatografia CP CCD CCD CGL CGS CGFL CCS CSFL CLL CLS CE CLFL CTI CB

Page 8: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Introdução

Page 9: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Separação de substancias volatilizáveis

Separação baseada na distinta distribuição das substancias da amostra entre uma fase estacionário (FE) e uma fase móvel gasosa (FM) A amostra é vaporizada no local de injeçao e coluna A amostra vaporizada é introduzida numa coluna contendo a FE De acordo com suas propriedades e as da fase estacionária são

retidas por tempos determinados, chegando a saída da coluna em tempos diferentes

O uso de um detector adequado torna possível a quantificação dessas substancias

Martin e Synge (1941) – Fundamentos de cromatografia gasosa

James e Martin (1952) – Desenvolvimento da técnica

Atualmente – Presente na maioria dos laboratórios de análise química

Introdução

Page 10: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Características da cromatografia a gás

Vantagens: alto poder de resolução (análise de muitos componentes de uma

única amostra)

sensibilidade ( 10-12 g)

pequenas quantidades de amostra

análise quantitativa (pg a mg)

Limitações:

substâncias voláteis e estáveis termicamente

(ou formar um derivado com estas características)

requer preparo da amostra [interferências e contaminações]

tempo e custo elevado

eficiência qualitativa limitada

Page 11: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Características da cromatografia a gás

É uma das técnicas de análise de maior uso;

É utilizada para a separação e quantificação de diversos produtos;

Podendo também ser usada como técnica de identificação, em casos especiais, principalmente quando acoplada a um

EM(MS) ou outro detector qualitativo.

Page 12: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

TÉCNICA

corrente de gás passa pela coluna

amostra vaporizada é introduzida no gás

arraste da amostra através da coluna

substâncias são separadas

detector

é gerado um sinal

registrador

Page 13: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Cromatograma ideal

Picos separados

Picos simétricos

Page 14: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

• Cromatografia gasosa isotérmica

– A temperatura da coluna permanece constante durante a análise

• Cromatografia gasosa com programação de temperatura

– Variação linear ou não

– Melhora a separação

– Diminui o tempo de análise

• Temperaturas menores Solutos mais voláteis

• Temperaturas maiores Solutos menos voláteis

– maior simetria nos picos

– melhor detectabilidade

– Amostra composta de substancias com grandes diferenças em seus pontos de ebulição

Classificação quanto a temperatura

Page 15: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

• Cromatografia gasosa isotérmica

• Cromatografia gasosa com programação de temperatura

Page 16: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Separação de uma mistura de alcoóis usando (a) GC isotérmica (b) GC com temperatura programada

Page 17: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

• Cromatografia gás-sólido (processo: adsorção)

– FE = sólido adsorvente

• Cromatografia gás-líquido (processo: absorção)

– FE = líquido não-volátil suportado num sólido inerte

• Processos físicos (sorção)

– Baseiam-se em forças eletrostáticas ou dipolares (forças de van der Waals)

• Adsorção: FE é sólida e a adsorção ocorre na interface, entre FE e FM

• Partição (absorção): diferentes solubilidades dos componentes da amostra na FE

Adsorção Partição(absorção)

Classificação quanto a fase estacionária

Page 18: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Eficiência: • Número de pratos teóricos (N)

– Cada “N” uma etapa de equilíbrio entre FE e FM – Quanto N Eficiência = maior separação (picos mais estreitos) – Quanto N Eficiência = menor separação (picos mais largos)

• Equação de “N”:

• N = 16 (dr/Wb)

2

• N = 5,54 (dr/Wh)

2 – N = numero de pratos teóricos – dr=distancia de retenção (tempo de etenção) – Wb = largura do pico na linha de base – Wh = Largura a meia altura

• Altura equivalente a um prato teórico (H)

– Comparação entre colunas de comprimentos diferentes

• Equação de “H”:

• H = L/N • L = comprimento da coluna

Page 19: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Eficiência • Dados para o cálculo de “n”

Page 20: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

O parâmetro diretamente mensurável de retenção de um analito é o TEMPO DE RETENÇÃO AJUSTADO, tR’:

tR

tM

tR’ = tR - tM

TEMPO

SINAL

tR = Tempo de Retenção (tempo decorrido entre a injeção e o ápice do pico cromatográfico);

tM = Tempo de Retenção do Composto Não-Retido (tempo mínimo para um composto que não interaja com a FE atravesse a coluna);

tR’ = Tempo de Retenção Ajustado (tempo médio que as moléculas do analito passam sorvidas na FE)

Page 21: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Eficiência

Cromatogramas ilustrando a relação entre resolução, seletividade e eficiência

a) má resolução b) boa resolução c) boa resolução

má seletividade boa seletividade boa seletividade

má eficiência má eficiência boa eficiência

Page 22: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Fase estacionária

Fase estacionária líquida: líquido pouco volátil, recobrindo um suporte sólido deve solubilizar seletivamente as substâncias termicamente estável quimicamente inerte FE ligada/ligações entrecruzadas risco de “sangramento” Constante de distribuição (K)

Page 23: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Fase estacionária

Page 24: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Fase estacionária

Suporte ideal: • Deve ter área superficial específica grande

• FE deve espalhar uniformemente, na forma de filme fino.

• Deve ter partículas com diâmetros regulares e poros uniformes

•Deve ser mecanicamente rígido, para evitar quebras

•Não deve interagir com as moléculas da amostra

Page 25: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Instrumentação • Esquema de um cromatográfico a gás

– 1: Fonte do gás de arraste: He, Ar, N2, CO2, H2

– 2: Sistema de injeção da amostra (poucos L) – 3: Coluna cromatográfica – 4: Sistema de detecção – 5: Amplificador de sinal – 6: Registrador

1

2

3

4

6

5

Page 26: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Instrumentação • Esquema de um cromatográfico a gás

http://www.nmssc.ac.uk/images/DSQ_GCMS.JPG

Page 27: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Gás de arraste • Gás de arraste (fase móvel) • Gases mais usados

– N2, He, H2 e Ar – Não deve interagir com o recheio da coluna – Compatível com o detector – Alta pureza (H2O e HC)

• Manter a vazão do gás de arraste constante durante a análise

Controlador de vazão e pressão

Page 28: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Sistema de injeção da amostra • Injeção

– gerar banda única e estreita tempo e volume

– quantidade de amostra não deve ultrapassar a capacidade da coluna

– Reprodutível

– Aquecimento para vaporização total da amostra

• Seringas ou válvulas:

– Líquidos Seringas (T PE (oC) componente menos volátil)

– Divisor de amostra microvolumes (Colunas capilares)

– Valvula de amostragem maior precisão

Page 29: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Sistema de injeção da amostra

Page 30: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

• Colunas: – Colunas recheadas – Colunas tubulares abertas/colunas capilares

• Tamanho

– 2 a 50 m

• Material

– Aço inoxidável, vidro, silica fundida, teflon – E forma de boninas (10 a 30 cm)

• Forno

– Programação de temperatura

Colunas e Fornos

Page 31: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Colunas cromatográficas • Colunas tubular aberta/capilar

- Coluna tubular aberta de parede recoberta (TAPR) – WCOT (wall-coated open tubular)

- Coluna tubular aberta revestidas com suporte (TARS) – SCOT (support-coated open tubular) coluna revestida com um suporte sólido (terra diatomácea)

- TARS eficiente que TAPR

- Colunas tubulares de sílica fundida (CTAS) – FSOT (fused-silica open tubular)

- CTAS: mais flexíveis, mais resistentes, menor reatividade, etc.

• Colunas recheadas

• Tubos de vidro ou metal

• 2 a 3 m

• Diâmetro bobina = 15 cm

Page 32: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Colunas cromatográficas • Colunas tubular aberta/capilar

Page 33: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Colunas cromatográficas

a) Tubos densamente empacotados com fase estacionária de material uniforme, finamente dividida, ou com suporte sólido que é recoberto com uma fina camada de fase líquida estacionária.

b) Parede interna do capilar recoberto com uma fina camada de FE.

c) Superfície interna do capilar é coberta por um filme fino de um material suporte (adsorvente), como terra diatomácia, sobre o qual a FE líquida encontra-se dispersa.

d) Parede do capilar recoberta apenas com uma camada de adsorvente, que é a própria FE.

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Sistema de detecção Características dos detectores: a) Seletividade responde apenas a uma classe de substâncias detectores seletivos (detectores universais e detectores específicos) b) Sensibilidade mudança na resposta do detector em função da quantidade detectada c) Ruído deflexões da linha de base (efeitos eletrônicos do sistema de detecção) d) Quantidade mínima detectável depende de parâmetros relacionados à coluna (10-8 - 10-12 g) e) Faixa linear razão entre a maior e a menor concentração da amostra f) Outras características não sofrer alterações de vazão e de temperatura e ser resistentes às condições de trabalho

Page 36: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Detectores

Page 37: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Detector por ionização em chama (quase universal)

Formação de íons pela combustão da amostra na presença de H2 e

O2. Origina corrente elétrica no coletor gerando um sinal do qual a

combustão do gás de arraste é descontada

É sensível à velocidade do fluxo de massa passando por ele

Dá sinal só a 1a vez. Para ter mais sinal tem que fornecer mais soluto

Moléculas de amostra (no gás de arraste) são queimadas na chama

formando íons (coletados por um eletrodo)

Detectores

Page 38: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Detector por captura de elétrons (seletivo)

Grupos funcionais eletronegativos

N2 é ionizado por partículas betas produzindo elétrons (ânodo)

Gera corrente, resultando na linha de base (constante)

Moléculas eluindo da coluna capturam elétrons e diminuem a corrente

sinal gerado é proporcional à concentração

Bastante usado para análise de pesticidas

Detectores

Page 39: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Detectores Espectrometria de massas

Centenas de componentes presentes em sistemas naturais e biológicos;

Caracterização de componentes que dão odor e sabor aos alimentos;

Identificação de poluentes da água.

GC-MS

Page 40: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Espectrometria de massas

Page 41: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Detectores Espectrometria de massas

Page 42: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental
Page 43: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Análise Qualitativa a) Comparação do tR com o do composto padrão * Identifica de forma aproximada, pois 2 componentes

podem apresentar mesmo tR

* Confirmar o resultado: outra técnica ou testar colunas diferentes

b) Adição de padrão Adicionar o composto que se imagina presente - aumenta na altura do pico confirma - aumento na largura do pico não é o composto c) Índice de Kovats (comparar c/ literatura)

Page 44: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Integração dos picos

a) Altura do pico b) Área do pico c) Área na meia altura

A = a x wb / 2 A = a x wh

Outros tipos: peso do pico ; integradores eletrônicos

Análise Quantitativa Avaliar: análise qualitativa, exatidão e precisão Causas de erro: perdas mecânicas, amostra volátil, contaminação

Page 45: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

Cálculo da concentração a) Normalização: compara a área com a % da composição da mistura %A = (área A / área total) x 100 b) Calibração externa: curva de calibração: A x C c) Padronização interna: adição de quantidade conhecida de um padrão na amostra Ax /API x C d) Adição de padrão

Aplicação Analítica Áreas: ambiental; farmacêutica; alimentícia; petroquímica, medicina, pesquisa, ...

Page 46: QUI 154 Química Analítica V Análise Instrumental

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Silva, L.L.R. Notas de Aula. FACET, UFVJM, 2008.

- Juliano, V. F. Notas de Aula. Depto de Química. UFMG. 2010

- Faria, L.C. Notas de Aula. Instituto de Química. UFG. 1995

-D. A. SKOOG, F. J. HOLLER e T. A. NIEMAN – Princípios de Análise

Instrumental, 5a ed., Saunders, 2002.

- A. I. VOGEL - Análise Analítica Quantitativa, LTC, 6ª ed., Rio de Janeiro. - Galen W. Ewing. Métodos Instrumentais de Análise Química (Volume 1). Editora Edgard Blücher/Ed. da Universida

- Cadore, S. Notas de Aula. IQ, UNICAMP, 2004.

- SKOOG, D. A; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A., Princípios de Análise Instrumental, 5ª edição, Editora Bookman, 2006.

- COLLINS, H. C.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S., Fundamentos de Cromatografia, Editora Unicamp, 2006.