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QUEM É O CONSULENTE DE APOMETRIA? Neusa Junqueira Armellini, Vera Regina dos Santos Wolff RESUMO A pesquisa, Quem é o consulente de Apometria?, foi uma atividade pedagógica de caráter teóricoprático do projeto de extensão do Grupo de Estudos sobre Pesquisa em EspiritualidadeApometria (GEPEA), no período de 20022003, integrante do programa do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Transdisciplinares sobre Espiritualidade (NIETE), vinculado a ProReitoria de Extensão, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROREXT/UFRGS). Este projeto se originou como uma resposta do NIETE à demanda da Sociedade Brasileira de Apometria (SBA), que buscava a atualização de referenciais teóricopráticos na área da pesquisa científica. O problema de pesquisa referese a pessoa que busca o atendimento espiritual com Apometria, designada consulente, buscando identificar quais as suas características. O quadro teórico de referência apóiase em concepções espíritas sobre o HomemEspírito, sua evolução, processos espirituais patológicos e sobre a Apometria, considerada como uma técnica utilizada no atendimento espiritual que desencadeia uma terapêutica de natureza anímicomediúnica e espiritual. A quase inexistência de estudos sobre o consulente desse tipo de tratamento e a proposta pedagógica do projeto GEPEA motivaram a realização deste trabalho. A pesquisa é de natureza quantitativa, tipo exploratória. Os sujeitos constituíram uma amostra de 143 consulentes que buscaram atendimento espiritual em cinco instituições de Porto Alegre, durante o mês de novembro de 2002. Na coleta de dados foi aplicado um questionário aberto, semiestruturado, que versou sobre algumas características dos consulentes. As análises e interpretações dos dados, as discussões dos resultados, bem como a formulação de conclusões, reflexões e as implicações decorrentes, foram realizadas de forma coletiva pelos integrantes do GEPEA. Os principais resultados indicaram que a maioria das pessoas que buscavam esse tipo de atendimento espiritual foi predominantemente do sexo feminino, adultas, com escolaridade e profissão de nível superior, formação católica, mas de prática espírita ou espiritualista, com alguma sensibilidade mediúnica. Buscaram anteriormente, tanto o tratamento médico convencional, como o não convencional, para resolver os problemas para os quais motivou o atendimento espiritual. A maioria buscou este tipo de tratamento espiritual na expectativa de obter ajuda emocional e física, tendo já recebido mais de

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QUEM É O CONSULENTE DE APOMETRIA?

Neusa Junqueira Armellini, Vera Regina dos Santos Wolff

RESUMOA pesquisa, Quem é o consulente de Apometria?, foi uma atividade

pedagógica de caráter teórico­prático do projeto de extensão do Grupo de Estudos

sobre Pesquisa em Espiritualidade­Apometria (GEPEA), no período de 2002­2003,

integrante do programa do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Transdisciplinares sobre

Espiritualidade (NIETE), vinculado a Pro­Reitoria de Extensão, da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (PROREXT/UFRGS). Este projeto se originou como uma

resposta do NIETE à demanda da Sociedade Brasileira de Apometria (SBA), que

buscava a atualização de referenciais teórico­práticos na área da pesquisa científica. O

problema de pesquisa refere­se a pessoa que busca o atendimento espiritual com

Apometria, designada consulente, buscando identificar quais as suas características.

O quadro teórico de referência apóia­se em concepções espíritas sobre o

Homem­Espírito, sua evolução, processos espirituais patológicos e sobre a Apometria,

considerada como uma técnica utilizada no atendimento espiritual que desencadeia

uma terapêutica de natureza anímico­mediúnica e espiritual. A quase inexistência de

estudos sobre o consulente desse tipo de tratamento e a proposta pedagógica do

projeto GEPEA motivaram a realização deste trabalho. A pesquisa é de natureza

quantitativa, tipo exploratória. Os sujeitos constituíram uma amostra de 143

consulentes que buscaram atendimento espiritual em cinco instituições de Porto

Alegre, durante o mês de novembro de 2002. Na coleta de dados foi aplicado um

questionário aberto, semi­estruturado, que versou sobre algumas características dos

consulentes. As análises e interpretações dos dados, as discussões dos resultados,

bem como a formulação de conclusões, reflexões e as implicações decorrentes, foram

realizadas de forma coletiva pelos integrantes do GEPEA. Os principais resultados

indicaram que a maioria das pessoas que buscavam esse tipo de atendimento

espiritual foi predominantemente do sexo feminino, adultas, com escolaridade e

profissão de nível superior, formação católica, mas de prática espírita ou espiritualista,

com alguma sensibilidade mediúnica. Buscaram anteriormente, tanto o tratamento

médico convencional, como o não convencional, para resolver os problemas para os

quais motivou o atendimento espiritual. A maioria buscou este tipo de tratamento

espiritual na expectativa de obter ajuda emocional e física, tendo já recebido mais de

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um atendimento com Apometria, com freqüência mensal. As recomendações,

fornecidas pela equipe mediúnica das instituições participantes, foram seguidas pelos

consulentes, envolvendo diversas práticas espíritas. As fontes de informação sobre o

tratamento espiritual com Apometria, em sua maioria, foram fornecidas ao consulente

por outro consulente já atendido, por trabalhador da própria instituição ou por

profissionais da área da saúde. Cerca de metade dos consulentes expressou interesse

em participar de alguma atividade na instituição. Os resultados sugerem algumas

linhas de ação direcionadas às instituições participantes da investigação, à SBA, ao

NIETE/UFRGS e à própria área de conhecimento da Apometria.

INTRODUÇÃO

Este artigo é uma parte do estudo intitulado “Quem é o consulente de

Apometria?”, que se constituiu em um primeiro exercício coletivo de pesquisa,

atividade pedagógica, de caráter teórico­prático, do projeto de extensão do

Grupo de Estudos sobre Pesquisa em Espiritualidade­Apometria (GEPEA), no

período de 2002­2003.

O trabalho na sua íntegra foi disponibilizado à biblioteca da Faculdade de

Educação da UFRGS e às instituições que participaram da execução do projeto.

Nele consta uma ampla revisão bibliográfica dos referenciais teóricos sobre o

Espiritismo e a Apometria, além das reflexões e implicações, produto da

experiência e dos estudos dos pesquisadores, todos trabalhadores das

instituições pesquisadas (ARMELLINI e WOLFF, 2005).

O projeto integrou o programa de trabalho do Núcleo Interdisciplinar de

Estudos Transdisciplinares sobre Espiritualidade (NIETE), um dos núcleos da

Pró­Reitoria de Extensão (PROREXT), da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul (UFRGS).

A Sociedade Brasileira de Apometria (SBA), gestão 2000­2003, buscou o

NIETE com o objetivo de concretizar uma de suas finalidades estatutárias, de

promover estudos e pesquisas sobre Apometria. Propunha­se a atualizar seus

referenciais teórico­práticos face às novas perspectivas do conhecimento

cientifico, inspirados nos paradigmas emergentes.

O NIETE, como espaço institucional interdisciplinar, que articula as diversas

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perspectivas de conhecimento em torno da temática Espiritualidade, acolheu

essa proposta que lhe possibilitava atender a seus próprios objetivos: oferecer

suporte a pessoas e instituições da comunidade interessadas no estudo e

pesquisa de temas relacionados à Espiritualidade; criar espaço acadêmico para

o estudo, debate e pesquisa sobre este tema em uma perspectiva

transdisciplinar e cosmoética.

Surgiu, então, o GEPEA, resultado de uma parceria SBA­NIETE, com a

intenção de contribuir para: aprofundar os estudos sobre Espiritualidade na

perspectiva da Ciência; possibilitar aos participantes o desenvolvimento de

conhecimento sobre as abordagens epistemológicas e metodológicas da

pesquisa e sua aplicação na construção do conhecimento sobre

Espiritualidade­Apometria; qualificar e expandir a pesquisa científica sobre

Apometria; realizar estudos sobre a teoria e a prática da Apometria em

desenvolvimento em instituições da comunidade; apoiar a criação e a

revitalização dos Departamentos de Estudos e Pesquisas das instituições,

inclusive da própria SBA; da formação de equipes de pesquisa, da realização de

projetos de investigação e de oferecimento de subsídios para o aperfeiçoamento

do desempenho dos trabalhadores, na realização do atendimento espiritual com

Apometria.

Desde a Assembléia Mundial de Saúde de 1983, a inclusão de uma

dimensão espiritual de saúde vem sendo discutida, sendo proposto modificar o

conceito clássico de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) para "um

estado de completo bem­estar físico, mental, social e espiritual (FLECK et al.,

2003).

Nesse sentido, a presente pesquisa também se integra à discussão atual

sobre a dimensão espiritual na saúde e na educação. Traz sua contribuição ao

aprofundamento de estudos sobre a área da Espiritualidade e da Apometria, em

especial sobre o consulente, centro do processo de atendimento espiritual. Da

mesma forma, se constitui em recurso pedagógico por excelência, ao permitir a

introdução da teoria e prática de pesquisa, no processo de educação continuada

dos participantes do GEPEA, além de oportunizar espaço para a concretização

das finalidades do NIETE e da SBA.

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A Apometria compreendida como uma técnica é utilizada no atendimento

espiritual desencadeando uma terapêutica de natureza

anímico­mediúnica­espiritual. Vem sendo empregada em cerca de 150

instituições e grupos espíritas e espiritualistas brasileiros e também no exterior.

Os resultados do presente estudo, apesar de restritos as cinco instituições

pesquisadas, ao serem socializados no âmbito das demais, poderão trazer

novas compreensões e reflexões sobre quem é o consulente que busca o

atendimento com Apometria. Conseqüentemente, poderão indicar a validação de

práticas em desenvolvimento nas referidas instituições e a necessidade de

criação de novas formas de trabalho.

A proposta terapêutica da Apometria, sistematizada e divulgada pelo

médico José Lacerda de Azevedo, conhecido como Dr. Lacerda, alicerçada na

Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo, vêm sendo construída desde a década de

60.

Apesar do empenho de outros estudiosos da Apometria que deram

seguimento ao trabalho do Dr. Lacerda, considerando­se a recenticidade de sua

utilização, há necessidade do aprofundamento e desenvolvimento de novos

estudos e pesquisas, que venham a se integrar ao processo de construção deste

conhecimento. Em especial, estudos sobre o consulente, a pessoa que busca o

atendimento espiritual com Apometria, como um recurso terapêutico espiritual.

Na literatura disponível, os estudos sistemáticos sobre o consulente são ainda em

número reduzido. Nas publicações da área, poucas características dos

consulentes são apenas referidas em casos atendidos, apresentadas como

ilustração ou exemplificação do emprego da terapêutica apométrica. Em tais

situações, constata­se apenas uma abordagem reduzida da concepção holística

do consulente. A presente pesquisa é a primeira realizada em âmbito acadêmico

sobre a temática da Apometria. Retoma a dimensão científica do Espiritismo,

dando continuidade ao trabalho iniciado por Kardec e seus seguidores. Assim,

se justifica por sua contribuição ao processo de construção desse conhecimento.

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DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Quais as características das pessoas que buscam o atendimento espiritual

com Apometria, em cinco instituições de Porto Alegre: Centro Espírita de

Estudos e Trabalhos Apométricos, Grupo Espiritualista Universalista Triângulo da

Luz, Sociedade Espírita Casa da Luz, Sociedade Espírita Ramiro D´Ávila e Casa

do Jardim Entidade Espírita Assistencial?

OBJETIVOS

Identificar características do consulente do atendimento espiritual com

Apometria;

Qualificar o atendimento espiritual com Apometria nas cinco instituições

participantes da pesquisa;

Qualificar o trabalho do NIETE / UFRGS e da SBA;

Proporcionar experiências de aprendizagem de natureza teórico­práticas

sobre pesquisa aos participantes do GEPEA;

Contribuir para o processo de construção do conhecimento sobre

Apometria.

REVISÃO DA LITERATURA

1. A Doutrina dos Espíritos

No auge do Positivismo, no século XIX surgiu a Doutrina dos Espíritos ou

Espiritismo que fez uma revisão crítica do cristianismo. Essa revisão aliou­se à lei

da palingênese ou da reencarnação, à existência da realidade dos

Espíritos, invisíveis aos olhos físicos, e dos planos sutis onde eles se

movimentam; da interação dos desencarnados desses planos sutis com a

realidade do mundo físico denso. Descobriu e desvelou a realidade do homem e

de suas interações com o mundo extrafísico, somente possíveis porque a própria

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constituição do homem o permite.

De acordo com o Espiritismo, o homem é um ser multidimensional

constituído de corpo físico, perispírito e Espírito (KARDEC, 2008). O Espírito,

imortal e criado à imagem e semelhança de Deus e, portanto, perfectível. O

perispírito, corpo intermediário que possibilita a interação entre o Espírito e o

corpo físico, é o elemento fundamental do processo reencarnatório, o objeto

mesmo desse processo, o veículo através do qual o Espírito pode “descer” ao

mundo físico denso. O corpo físico reflete as desarmonias e dificuldades

gravadas no perispírito, e pode mudar em conseqüência da intervenção do

próprio Espírito e/ou de outros espíritos encarnados ou não, utilizando­se de

determinados recursos terapêuticos.

O Espiritismo enfatiza o trabalho em favor dos necessitados, pois tem como

um de seus pressupostos a Lei do Amor, considerando a caridade seu mais

importante preceito. A doutrina espírita entende a caridade como um dever moral

de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material, ela abrange

todas as relações que temos com nossos semelhantes (KARDEC, 2008).

Essa concepção é o alicerce das práticas utilizado nos Centros Espíritas no

Brasil chamados passes e atendimentos ou trabalhos espirituais. A maioria das

pessoas no território nacional já ouviu falar, ou mesmo recorreu em algum

momento de sua vida, a algum tipo de trabalho espiritual, buscando uma consulta

ou passe ou qualquer outro recurso oferecido pelas instituições espíritas em todo

o país.

Para que essa prática dos trabalhos espirituais se realize, devidamente, ao

longo do tempo, se organizaram programas de estudo e de formação, orientados

por estudiosos mais experientes, que pudessem atender às necessidades dos

médiuns­trabalhadores. Essa prática de estudar as obras de Allan Kardec e a

vasta bibliografia espírita existente é uma tradição, devido ao próprio codificador

do Espiritismo, educador ele próprio.

Embora há séculos se constate, na literatura, relatos sobre a dimensão

espiritual do homem, pode­se afirmar que as pesquisas sistemáticas,

propriamente ditas, de caráter cientifico, surgiram no século XIX, no Ocidente,

com os trabalhos de Allan Kardec.

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Allan Kardec é considerado o “Codificador” da Doutrina dos Espíritos,

construída pela utilização de um método que pôde ser assim sistematizado, não

se restringindo ao modelo positivista prevalente na época. Suas questões de

estudos eram enviadas a diferentes e conceituados médiuns europeus e

americanos. As respostas recebidas eram analisadas, coligadas, mantendo

apenas o que havia de comum entre elas, após serem submetidas ao crivo da

razão, e utilizando uma abordagem dedutiva. A perspectiva científica do método

de Kardec foi reafirmada por Oliveira (2005).

Os estudos de Kardec foram continuados por filósofos e cientistas de

renome, buscaram comprovar cientificamente as concepções, por ele

sistematizadas, colaborando para a construção da teoria

espírita. Destacando­se os trabalhos de Cookes, Sexton, Chambers, Lodge,

Myers na Inglaterra; Bozzano e Lombroso na Itália; Asakof na Rússia; Zöllner na

Alemanha; Richet, Gibier, Richet, De Rochas, Lachâtre, Flammarion e Denis na

França, Mapes, Hare e Wallace nos Estados Unidos; e entre outros de igual

significação em outros países (DELLANE, 1951).

No último século, a dimensão científica do Espiritismo também tem sido

retomada em diferentes estudos. Um exemplo é a pesquisa sobre reencarnação

empreendida por inúmeros cientistas americanos como Stevenson, Wambach,

Moody e Weiss, pelo indiano Banerjee e pelo canadense Whitton, que vêm

realizando aproximações entre o Espiritismo e a ciência contemporânea

(FRANCO, 2003). Trabalhos de outros cientistas contemporâneos como Capra,

Gerber, Dossey, Chopra, Goswami entre outros, ao ampliarem a compreensão

sobre as relações entre Ciência e Espiritualidade, também se aproximam de

concepções da Doutrina Espírita. Podem ser citadas, ainda, as pesquisas sobre

a concepção de perispírito como as dos campos eletrodinâmicos da vida de

Saxton­Burr, do campo biomagnético do engenheiro brasileiro Hernani Andrade,

dos campos morfogenéticos de Sheldrake (NOBRE, 2003).

Segundo Goldstein (2002), a formulação da Teoria dos Quanta de Max

Planck e da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, levou a Física a

desentronização do pensamento mecanicista e à introdução de novas

concepções que, em muitos aspectos, tocam as fronteiras da Metafísica.

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Considera, ainda, que o Espírito está sendo descoberto, surgindo modelos

explicativos, e que o valor de uma teoria está na consistência dos fatos.

Questiona como as teorias acolheriam os fatos verificados de casos de

reencarnação, desdobramento astral, aparições, ectoplasmias, “poltergeist”,

manifestações mediúnicas de desencarnados, entre outros. Conclui que inúmeros

físicos vêm se insurgindo contra o cerceamento do oficialismo científico, que ao

negar tais fatos ou espremendo­os até caberem em hipóteses “ad hoc”, não

mantém sintonia com os avanços científicos dos dias atuais. Afirma também que,

cientistas, como Jean R. Charon, já estão preocupados com o Espírito. Isso pode

coincidir com a afirmação de Teixeira (1994) de que podemos ingressar na Era

do Espírito.

Lima (2005) compartilha dessa idéia ao considerar que “hoje, juntam­se

vivências universais com conceitos científicos, uma vez que a ciência não pode

mais se furtar à análise da fenomenologia do espírito, que pouco a pouco,

vencendo as mais diferentes barreiras, vai adquirindo cidadania acadêmica”.

A Doutrina dos Espíritos chegou ao Brasil após a publicação das primeiras

obras de Kardec, encontrando espaço privilegiado de expansão. Kardec em

1863 reproduz, na Revista Espírita francesa, um artigo publicado no Jornal do

Comércio, do Rio de Janeiro, noticiando sobre o Espiritismo no Brasil

(ANDRADE, 2000).

O trabalho sério e pioneiro de muitos brasileiros alicerçou o

desenvolvimento do Espiritismo brasileiro. Entre outros podemos citar: Luis

Olympio Telles Menezes, Augusto Elias da Silva, Adolfo Bezerra de Menezes,

Antonio Gonçalves da Silva, Caibar de Souza Schütel, Anália Emília Franco,

Eurípides Barsanulfo e Francisco Cândido Xavier.

Dos 15 milhões de adeptos do Espiritismo em todo o mundo, é no Brasil

que se situa a maior comunidade espírita (SAMARTZ, 2002).

Quase quatro milhões de pessoas declararam serem adeptos do

Espiritismo, a maioria no Sudeste do Brasil (ÚLTIMO SEGUNDO, 2013).

A ciência espírita tem se enriquecido com novos aportes teóricos e práticos,

decorrentes de estudos e pesquisas de respeitáveis cientistas brasileiros,

como Jorge Andréa dos Santos, Hernani Guimarães de Andrade, Herculano

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Pires, Hermínio de Miranda, Carlos Embassy, Deolindo Amorim, Nazareno

Tourinho, Carlos Bernardo Loureiro, Durval Ciamponi, Lamartine Palhano e Celso

Martins. Em estudo recente, Sérgio Felipe Oliveira estabelece relação entre a

glândula pineal com a mediunidade (OLIVEIRA, 1998).

Dentre os estudiosos e pesquisadores do Espiritismo brasileiro, pode­se

também destacar o trabalho do médico José Lacerda de Azevedo, conhecido

como Dr. Lacerda, que a partir da década de 60 e por mais de 30 anos fez uma

contribuição importante ao sistematizar a proposta teórico­prática

sobre Apometria. Sua proposta repercutiu na ampliação de possibilidades do

tratamento espiritual de patologias espirituais, principalmente as de natureza

psíquica. Trouxe alguns novos aportes ao tratamento espírita, integrando­se ao

seu natural processo de desenvolvimento, considerando­se que a proposta

kardequiana não nasceu pronta e acabada. O próprio Kardec alertava para a

necessária continuidade de estudos e pesquisas.

Para Azevedo (1990), Kardec possibilitou o estudo e o melhor entendimento

do homem em seu duplo aspecto, material e imateral. As Leis reveladas

iluminaram o ”conhece­te a ti mesmo”, e muitos mistérios do homem foram

decifrados. Para o autor com esta visão do homem surgiram novas concepções

relacionadas às causas da maioria das doenças psíquicas e físicas que se

situam na dimensão espiritual humana e a transformação dos ensinamentos

evangélicos em filosofia de vida. Considera que ...“ ... é no campo da alma que a Doutrina dos Espíritos constrói a compreensão do Homem e, com ela ,a terapêutica racional das perturbações da mente. A obsessão causa mais comum dessas perturbações, está sendo brilhantemente equacionada pela terapia espiritual­ muito mais lógica e efetiva...” (AZEVEDO, 1990).

Para Azevedo (1990), a Medicina poderia aceitar e incluir esse

conhecimento, acolhendo­o em seu arcabouço teórico­técnico e prevê que a

terapêutica espiritual trará novos horizontes para a Medicina.

Nessa perspectiva, o atendimento espiritual com Apometria pode trazer sua

contribuição terapêutica, como uma entre várias outras, disponibilizadas pela

proposta espírita, e por outras propostas espiritualistas que têm referenciais

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semelhantes, integradas a medicina convencional e a complementar emergente.

No processo de construção do conhecimento sobre Apometria, Azevedo

(1990) utilizou o método clássico da ciência experimental, o dedutivo, empregado

por pesquisadores contemporâneos e seus predecessores do século XIX.

Nesse processo fica evidente o posicionamento científico de Azevedo

(1990) que escreve “... sempre que nos defrontamos com um fenômeno que se

repete, procuramos observá­lo com atenção durante certo tempo, a fim de ...“ ... dimensioná­lo em suas proporções, avaliando­lhe duração, intensidade, constância, variações sutis, abrangência espacial, repetitividade, etc. Uma vez levantados todos esses dados, tentamos encontrar a Lei que o determina, já que não há fenômeno sem Lei. Para tanto, estabelecemos uma hipótese de trabalho: procuramos imaginar como se processa o fenômeno, criando a fórmula, que, embora arbitrária, mais se aproxime da realidade observada. Passamos, novamente a observar, agora com mais atenção, o desenrolar do fenômeno e a exatidão hipotética. Se o fenômeno se comportar em estrita concordância com a imaginada Lei, esta resultará comprovada e legítima. Armados novamente da Lei, repetimos o fenômeno tantas vezes quanto possível, para confirmar a exatidão da descoberta”.

Os resultados de estudos e experiências do Dr. Lacerda que incluem o

corpo teórico da proposta, com 13 Leis, diversas técnicas e descrição de casos,

encontram­se sistematizados em suas duas obras básicas: “Espírito e Matéria:

Novos Horizontes para a Medicina” (AZEVEDO, 1990), também editado em

língua inglesa, e “Energia e Espírito” (AZEVEDO, 1995).

2. A Apometria

A proposta apométrica além de originada e implantada na Casa do Jardim

Entidade Espírita Assistencial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, passou a ser

difundida e implantada em outras casas espíritas da capital e do interior do

estado. Em outros estados do Brasil, bem como alguns países da Europa e

Estados Unidos também estão estudando e implantando a Apometria em suas

práticas espirituais. Além disso, diversas publicações sobre a Apometria estão

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surgindo, citando como exemplo Costa (1997), Godinho (1997), Gomes (2000),

Hervê et al. (2003), entre outras.

A criação da SBA, em 1991 e sua oficialização em 2000, se constituíram

em um fator propulsor do processo de congregar instituições e grupos

interessados em socializar experiências e estudos promovendo seis congressos

nacionais sobre esta terapêutica (ARMELLINI, 2003).

A Apometria pode ser compreendida no sentido literal, como uma palavra

de origem grega que significa além da medida: “apo” = além e “metria”= metron,

medida. Refere­se à transcendência da medida de tempo e espaço do plano

físico. No sentido restrito, assume o significado de uma técnica, designa o

desdobramento espiritual ou bilocação, bastante estudado por autores clássicos.

O desdobramento se resume, em essência, na separação do corpo astral (ou

mental) do corpo físico. A Apometria é um processo de desdobramento do corpo

astral ou mental. Trata­se de uma técnica anímica, sem relação com o

mediunismo (AZEVEDO, 1990).

Costa (2005) caracteriza a técnica de Apometria como uma modalidade

experimental do magnetismo humano aplicado.

Em sentido amplo, a Apometria é considerada um método terapêutico de

natureza medianímica e espiritual, que emprega técnicas e procedimentos

específicos de diagnóstico e de tratamento espiritual. A obra teórico­prática de

Azevedo culminou com a configuração desse tipo de método de tratamento

espiritual. A técnica de Apometria abre possibilidades do desdobramento

induzido dos corpos sutis já referidos e posterior tratamento de patologias neles

diagnosticadas.

Segundo Azevedo (1990), a proposta apométrica permite a ampliação e a

diversificação do processo terapêutico espiritual, no entanto, condiciona os

resultados da aplicação da Apometria a dois aspectos imprescindíveis: ao

Amor, desejo intenso, espontâneo e desinteressado dos médiuns­trabalhadores

de servir com desejo de harmonizar, curar, iluminar e elevar o próximo. O

segundo fator é a assistência espiritual de espíritos elevados do mundo

extrafísico, que coordenam e orientam a seleção e utilização de técnicas e

procedimentos terapêuticos espirituais, que cada caso requeira. Nesse sentido,

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estabelece­se uma parceria sintonizada entre ambos os planos, o físico e o

extrafísico.

O atendimento espiritual com Apometria desenvolve uma terapia de

natureza anímico­mediúnico­espiritual. Manipula e integra energias cósmicas,

mentais e físicas, utiliza várias técnicas para identificar, diagnosticar e tratar

patologias apresentadas pelo consulente, que se situam em seus corpos sutis,

especialmente no corpo astral.

Ao término do tratamento, é realizado o acoplamento dos corpos sutis

desdobrados, que se reintegram novamente à totalidade biopsicossocial e

espiritual do consulente. A terapêutica finaliza com um diálogo reflexivo com o

consulente sobre seu problema e possibilidades de solução, quando são

formuladas as recomendações.

O autoconhecimento e o processo de autotransformação são considerados

imprescindíveis para a busca pessoal da cura, que é de responsabilidade do

próprio consulente. A terapêutica com a Apometria pode se constituir em uma

das “alavancas” para esses processos.

Na proposta Apométrica, Azevedo (1990), expande a concepção trina

espírita do Homem, constituída de corpo físico, perispírito e Espírito para a

composição setenária, apoiando­se na tradição sapiencial teosófica de Blavatski

e na filosofia de Huberto Rohden.

Azevedo (1990) considera que a concepção ternária é insuficiente para

explicar a maioria dos fenômenos psíquicos do mediunismo, o que é viabilizado

pela concepção setenária que inclui a classificação dos corpos físico, etérico,

astral, mental inferior, mental superior, búdico e átmico. Além disso, abre variadas

hipóteses de trabalho para a pesquisa sobre causas de curas “milagrosas”, sobre

o conhecimento de fatos de existências pregressas e de lembranças presentes

na consciência atual e sobre o apagamento de lembranças incômodas de fatos

desarmônicos daquelas existências.

Nobre (2005) caracteriza o perispírito como composto de camadas, tipo

cebola. Refere que apesar destes componentes não serem citados nas obras da

Codificação Espírita, nelas “existem inúmeras referências a elementos de

natureza variável que entram em sua constituição e que merecem nossa atenção”.

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Ao fazer referência ao corpo mental, por exemplo, aponta para a afirmação de

André Luiz sobre sua existência e para a validade dos estudos realizados por

outras escolas espiritualistas a seu respeito.

Segundo Azevedo (1990), André Luiz em obra psicografada por Francisco

Cândido Xavier, iniciou a distinção dos sete corpos de modo nítido, o que foi

seguido por Ramatis, pela psicografia de Hercílio Maes.

Da mesma forma, a existência nos corpos espirituais dos chacras ou

centros de força, centros perispiríticos ou centros vitais, denominações dadas por

André Luiz são também trabalhados na proposta apométrica, pela sua vinculação

com estados patológicos do Homem­ Espírito.

Segundo Souza (2005) este conhecimento já integra o referencial da

Doutrina Espírita, apesar de não serem citados nas obras da Codificação, no

século XIX e reforça a posição de André Luiz que, além do corpo mental, trata em

suas obras, de outros corpos espirituais como o duplo etérico, corpo astral e

corpo causal. Considera o referido autor que Kardec apenas ensaiou o estudo do

perispírito.

Kardec (2008) destaca a importância do estudo deste componente humano,

ao afirmar que “... o conhecimento do perispírito é a chave de uma infinidade de

problemas, até agora inexplicáveis”.

O estudo e a prática com a Apometria têm trazido evidências sobre esta

recomendação de Kardec, trabalhando com as dimensões sutis componentes do

perispírito, ou seja, do perispírito expandido e desdobrado em diferentes corpos

espirituais já referidos.

A Lei do Amor orienta o processo apométrico desenvolvido em uma

instituição por equipes mediúnicas preparadas, orientadas por equipes

espirituais de hospitais astrais.

Azevedo (1990) enfatiza esta Lei como suporte fundamental ao trabalho

apométrico e a assistência espiritual orientadora, sem os quais o trabalho com a

Apometria corre o risco de se tornar inoperante. Além disso, a preparação dos

médiuns­trabalhadores individualmente e em grupos, harmônicos e estruturados,

completa algumas das condições que podem garantir a qualidade deste tipo de

trabalho espiritual.

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Com um trabalho baseado no conhecimento teórico e resultante da

experiência, inspirado, também, no “Vigiai e Orai”, o atendimento apométrico

torna­se promissor no processo evolutivo de todos, quer consulentes, quer

médiuns­trabalhadores. Sua perspectiva educadora emancipatória poderá

concretizar o que afirma Azevedo (1990): “... a finalidade básica da Doutrina

Espírita é redimir os homens, aperfeiçoando­os a colocá­los em condições

vibratórias que lhes permitam evolução espiritual rápida e segura”.

Nas últimas décadas, a implantação da Apometria vem se expandido em

instituições e grupos espiritualistas e espíritas do Brasil e do exterior, decorrendo

uma busca maior este tipo de tratamento.

3. O consulente

Consulente é a pessoa que consulta, no caso, quem recebe o atendimento

espiritual.

Participam da dinâmica de atendimento espiritual com a Apometria, a

instituição, e seus grupos de médiuns­trabalhadores, a equipe espiritual de

hospital astral que orienta o processo, que conjugam seus esforços,

conhecimentos e experiências para auxiliar o consulente, foco fundamental do

atendimento.

A terapêutica espiritual desenvolvida com a Apometria centraliza­se nos

problemas, desarmonias, patologias do consulente e de suas potencialidades

pessoais para as soluções.

O conhecimento sobre o consulente torna­se imprescindível para que a

terapêutica empreendida possa responder com qualidade às suas necessidades

e características.

No entanto, são ainda inexpressivos os estudos sistemáticos sobre o

consulente da Apometria na realidade das instituições e grupos brasileiros.

O estudo de Hervê (1998) analisa os prontuários dos consulentes de sua

instituição em Porto Alegre, inclusive com “follow up”, permitindo relatos

completos. Tais registros são de pessoas que recorreram ao atendimento no

período de abril de 1989 a outubro de 1997.

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Esse estudo apresentou resultados sobre os diagnósticos de 3.049

consulentes indicando que 30,5% dos atendimentos feitos foram para pessoas

que apresentavam problemas humanos e não espirituais, isto é, não eram

portadores de obsessões, mediunidade com sintomatologia, quadro de vidas

passadas atuando no presente ou enfermidades de origem cármica. Constatou

também que 20,2% dos casos apresentavam como diagnóstico principal quadros

clínicos relacionados com mediunidade conhecida ou não pelo paciente; 19%

casos de envolvimento do paciente com quimbanda, umbanda cruzada ou nação

e outras denominações; 9,7% casos que indicavam comprometimento de

consulentes com o passado reencarnatório e 7,2% eram enfermos, portadores de

problemas de saúde, com doenças físicas graves, por vezes de origem cármica.

Somente 6,3% eram pessoas que necessitavam de harmonização.

Outros dados sobre o consulente necessitam ser investigados para que se

possa obter uma visão mais holística, mais completa sobre suas características.

Tais dados poderão contribuir para a adequação do atendimento às

características, interesses e expectativas dos próprios consulentes e para os

resultados da própria terapêutica. Além disso, podem ampliar o acervo de

conhecimentos da área da Apometria. São dados fundamentais que poderão,

também, melhor encaminhar decisões administrativas e da dinâmica interna de

funcionamento das instituições e grupos de Apometria, desde a fase de

marcação de consultas, do acolhimento aos consulentes, até a do atendimento

apométrico propriamente dito. Assim, os dados sobre os consulentes que

buscam este tipo atendimento espiritual poderão fornecer subsídios valiosos não

só para as instituições e grupos de Apometria, como para suas pesquisas

mediúnicas.

TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

Tipo de pesquisa

Este é um estudo que utilizou o método científico, para investigar pessoas

que buscam atendimento espiritual em instituições que utilizam a Apometria em

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suas práticas de atendimento.

De acordo com Polit e Hungler (1995), “o método científico de investigação

refere­se a um conjunto genérico de procedimentos ordenados e disciplinados,

utilizados para a aquisição de informações seguras e ...

“... organizadas e a pesquisa científica que, representa a aplicação do método ao estudo de um assunto de interesse, pode ser definida como investigações controladas e sistemáticas que apresentam suas raízes na realidade objetiva e que buscam o desenvolvimento geral acerca de fenômenos naturais“.

Sua abordagem quantitativa se confirma pela realização de coleta

sistemática de informações de natureza numérica de atributos mensuráveis sobre

a experiência humana (Polit e Hungler, 1995). No caso, são pesquisados alguns

atributos dos consulentes que buscavam tratamento espiritual com Apometria.

Também se constitui em um estudo do tipo focal simples e exploratório, pois

elegeu como objeto uma realidade empírica, uma temática específica, com foco

mais ou menos preciso, para produção de conhecimento novo sobre uma

realidade social pouco conhecida (VASCONCELOS, 2002).

No presente estudo, o foco foi os atributos do consulente, permitindo uma

configuração ainda parcial e aproximativa do perfil do consulente. Além disso, a

pesquisa de tipo exploratória coincide com a natureza didática da presente

pesquisa, porque foi realizada por profissionais no processo de aprendizagem

sobre a temática da pesquisa em que as deficiências normais no campo teórico,

técnico, na revisão bibliográfica como também na metodologia, podem levá­los a

realização de uma investigação inicial de foco mais aberto. Situação semelhante

é a dos pesquisadores, participantes do projeto de extensão GEPEA 2002­2003

do NIETE/PROREXT/UFRGS.

Campo de pesquisa

O estudo foi realizado em cinco instituições filiadas à Sociedade Brasileira

de Apometria, sendo uma de orientação espiritualista e as restantes espíritas,

todas representadas no projeto do GEPEA. Apresentam características distintas

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quanto a sua situação geográfica: três localizam­se no bairro Menino Deus,

próximo ao centro da capital, uma no bairro Partenon e outra no bairro

Navegantes. Além da localização, estas instituições variam também em seus

aspectos históricos, área física, número de sócios e na sistemática de

atendimento espiritual com Apometria, porém mantendo­se os princípios que a

orientam.

Sujeitos da pesquisa

Os sujeitos da investigação eram pessoas de ambos os sexos, buscados

de forma aleatória e estratificada por grupo de atendimento, que realizaram a

consulta espiritual pretendida, em dias regulares de atendimento das cinco

instituições. Totalizaram 143 pessoas, cerca de 30% da população total dos

atendidos durante o mês de novembro de 2002, previsto no cronograma da

pesquisa.

Instrumento da pesquisa

A pesquisa utilizou o questionário (Apêndice A), como uma técnica do

método de auto­relato, que segundo Polit e Hungler (1995) constitui­se em uma

fonte primária de dados e favorece a reunião de boa quantidade de informação

através da interrogação direta de pessoas. Além disso, reduz o custo, oferecendo

a possibilidade de anonimato total, fundamental no caso da pesquisa, evitando a

tendenciosidade nas respostas pela inexistência de coleta via contato individual,

aplicador/respondente.

O questionário foi elaborado pelos próprios integrantes do GEPEA, tendo

como uma das referências os instrumentos da pesquisa de Guimarães e Morosini

(1978, 1980).

O questionário constituiu­se de 24 questões, do tipo fechadas e

aberto­fechadas, todas respondidas pelos mesmos sujeitos e na mesma ordem.

Algumas questões contêm o mesmo conjunto de opções para as suas respostas

e outras solicitam que os sujeitos respondessem com suas próprias palavras,

seguindo­se orientação de Polit e Hungler (1995).

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Além de conter aspectos éticos relacionados ao preenchimento, o

questionário solicitava algumas informações pessoais, versando basicamente

sobre alguns de seus atributos, caracterizados como variáveis independentes.

Apresentava questões sobre o motivo do atendimento com Apometria, incluindo

queixa principal e outros sintomas, tratamento convencional e não convencional

anterior, religiosidade, sensibilidade incomum, sobre o atendimento com

Apometria, envolvendo fontes de informação, freqüência, recomendações

recebidas e interesse em participar de alguma atividade da instituição.

Foi realizado um pré­teste com uma pequena amostra de respondentes,

semelhante à população em estudo, em uma tentativa de se determinar a clareza

dos enunciados do instrumento, possíveis tendenciosidades e a viabilidade de

obtenção da informação desejada (Polit e Hungler, 1995). A validade de seu

conteúdo foi analisada de forma crítica por especialistas, com conhecimento e

experiência com a temática da Apometria.

Coleta de dados

Os próprios pesquisadores do GEPEA assumiram a função de aplicadores,

no processo de coleta de dados.

Esta coleta foi precedida de um processo de preparação dos aplicadores,

iniciado pelos estudos em fontes teóricas sobre técnicas quantitativas de coleta

de dados, complementando­se pela participação na atividade de pré­testagem

do instrumento, de sua posterior reformulação e na definição do plano de coleta.

Os pesquisadores constituíram em pequenos subgrupos para a coleta de

dados em suas instituições de origem. Os respondentes preencheram

individualmente e por escrito o questionário impresso utilizando caneta, enquanto

aguardavam seu atendimento no salão de espera e de palestras de cada

instituição.

Conforme acerto anterior com a administração da instituição, o atendimento

espiritual programado somente iniciou após a aplicação do instrumento,

preservando­se o consulente de qualquer situação de desconforto ou

constrangimento. Dispuseram de todo o tempo necessário para isso.

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A coleta iniciava pela apresentação dos pesquisadores. Após, atendendo

aspectos éticos, os respondentes eram informados verbalmente sobre a origem,

natureza e objetivos da pesquisa. Convidados a participarem espontaneamente,

com a garantia de sigilo, de anonimato, de nenhum prejuízo em seu atendimento

e de liberdade para desistir do preenchimento a qualquer momento, recebiam os

documentos impressos, contando com a presença dos aplicadores para

esclarecimentos necessários.

Além da consideração de outros critérios éticos, a pesquisa envolveu a

busca de autorização para a sua realização, de responsabilidade da Diretoria

Executiva de cada instituição. Em uma visita prévia a cada instituição, quando

eram apresentados os objetivos da pesquisa, os pesquisadores obtiveram a

necessária autorização, além de serem acertadas as condições materiais e

físicas previstas no plano de coleta.

Análise dos dados

Os dados coletados foram organizados por questões e apresentados em

tabelas de distribuição de freqüência absoluta e relativa, utilizando­se o programa

Microsoft Excel.

Em algumas questões, houve mais de uma resposta.

Utilizaram­se como referência para a apresentação das tabelas e gráficos,

os trabalhos de Guimarães e Morosini (1978, 1980).

A análise dos dados foi realizada pelos próprios pesquisadores, de forma

coletiva. Em seus encontros semanais de estudo, os integrantes do GEPEA

2002/2003 discutiam, interpretavam e identificavam implicações decorrentes dos

resultados obtidos, com apoio em experiências e literatura afins, em estudos

anteriores realizados pelos pesquisadores, durante o desenvolvimento do

Projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da pesquisa foram reunidos e categorizados em cinco

blocos, de acordo com os indicadores das variáveis presentes no estudo:

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características dos sujeitos, religiosidade, motivos e expectativas, tratamentos

anteriores e tratamento com Apometria.

1. Características dos sujeitos

Os indicadores utilizados na caracterização pessoal dos sujeitos foram

sexo, escolaridade, residência, estado civil de direito e de fato, faixa etária e

profissão (Tabela 1).

Os dados indicam que as pessoas que buscaram atendimento espiritual

com Apometria, nas cinco instituições pesquisadas, são predominantemente do

sexo feminino. A distribuição do número de mulheres espíritas no Brasil em 2000

era maior que de homens conforme Censo Demográfico do Brasil – IBGE (IBGE,

2003).

Mais de 50% possuem escolaridade de nível superior. A grande maioria

reside em Porto Alegre. O estado civil formal da maioria é solteiro, porém o

estado civil de fato da maioria é casado.

Mais de 45% dos consulentes situam­se na faixa de 31 a 50 anos, revelando

a predominância de uma população de adultos, segundo Erikson (1982) é nesta

etapa evolutiva do desenvolvimento humano que se situa o interesse pelas

questões religiosas.

Cerca de 30% das profissões estão relacionadas com a escolaridade de

nível médio de diversas áreas, 23% são profissões de nível superior. Há muitas

situações de sobreposição de atividades profissionais, como por exemplo,

profissional liberal e autônomo. No caso da profissão de magistério, os

respondentes podem ser de nível universitário, médio, básico ou infantil. A

categoria estudante também pode ser originária dos mesmos níveis.

2. Religiosiosidade

Os indicadores sobre religiosidade referem­se às questões de 9 a 15 do

questionário (Tabela 2).

A maioria das pessoas (74,26%) informou como Católica a formação

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religiosa, em segundo lugar a formação Espírita (8,09%) e em terceiro lugar

Católica­Espírita (5,15%). A maioria das pessoas é adepta de alguma religião ou

prática religiosa (81,12%), sendo que a Espírita aparece em primeiro lugar com

44,05%, seguido da Católica 16,78% e Espiritualista 5,59%.

Constatou­se que a maioria dos consulentes professa uma religião ou

prática espiritualista, com predomínio das religiões de natureza

reencarnacionista.

Tabela 1. Características dos sujeitosCaracterísticas pessoais Freqüência absoluta Freqüência absoluta %SEXO Feminino 103 72,03

Masculino 40 27,97ESCOLARIDADE Ensino Superior completo 59 41,26

Ensino Médio completo 41 28,67Ensino Superior incompleto 22 15,38Ensino Fundamental completo 10 6,99Ensino Fundamental incompleto 7 4,90Ensino Médio incompleto 2 1,40Não responderam 2 1,40

RESIDÊNCIA Porto Alegre 107 74,83Região Metropolitana 12 8,39Interior 12 8,39Não responderam 11 7,69Outros 1 0,70

ESTADO CIVIL Solteiro 55 38,46DE DIREITO Casado 50 34,97

Separado 15 10,49Não responderam 9 6,29Divorciado 8 5,59Viúvo 6 4,20

ESTADO CIVIL Solteiro 44 30,77DE FATO Casado 59 41,26

Separado 9 6,29Não responderam 18 12,59Divorciado 7 4,90Viúvo 6 4,20

FAIXA ETÁRIA 0 – 10 3 2,1011 – 20 6 4,2021 – 30 29 20,2831 – 40 34 23,7841 – 50 32 22,3851 – 60 25 17,4861 – 70 9 6,2971 ­> 5 3,50

TOTAL 143 100

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Tabela 2. Religiosidade.Religiosidade Freqüência absoluta Freqüência absoluta %

1. Formação religiosa familiarCatólica 101 74,26Espírita 11 8,09Católica­Espírita 7 5,15Umbanda 4 2,94Nenhuma 3 2,21Metodista 2 1,47Seicho­no­iê 2 1,47Outras 6 4,44Não responderam 7 4,902. Religião ou prática espiritualistaSim 116 81,12Não 22 15,38Não responderam 5 3,50Espírita 63 44,053. Tipo de religião ou prática espiritualistaCatólica 24 16,78Espiritualista 8 5,59Católica­Espírita 6 4,19Umbanda 4 2,79Universalista 3 2,09Católica­espiritualista 2 1,39Outras 10 6,9Não responderam 23 16,084. Quanto tempoPouco tempo/ 1 – 5 anos 34 23,74Sempre/ Muito tempo 33 23,076 ­ 10 anos 21 14,6816 ­ 20 anos 9 6,2911 ­ 15 anos 8 5,5921­30 anos 7 4,89Não responderam 31 21,675. Sensibilidade diferente do comum 68 47,55Sim 62 43,36Não 13 9,09Não responderamTOTAL 143 100

Apesar dos consulentes informarem formação religiosa familiar católica, a

maioria também declara que atualmente é espírita. Conforme a Distribuição dos

Números da População segundo a Religião no Brasil em 1991 e 2000

verificou­se um aumento no número de espíritas, passando da sétima à terceira

posição (IBGE, 2003).

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3. Motivos e expectivas

Os indicadores referentes aos motivos e expectativas em relação ao

atendimento com Apometria, respondidos nas questões 1 e 18 do questionário,

estão apresentados na tabela 3.

As respostas ao item motivo do atendimento, não representam um

diagnóstico, mas apenas a descrição que a pessoa ofereceu ao ser inquirido

sobre a demanda do atendimento apométrico. Devido à quantidade e

diversidade, as respostas foram categorizadas em seis grupos: queixas

emocionais, físicas, problemas de relacionamento, espirituais, econômicos,

profissionais e outros (onde foram englobadas respostas que não se encaixavam

nas demais categorias).

A maioria das pessoas (42,18%) buscou o atendimento por questões

emocionais, em segundo lugar por questões físicas (33,33%).

Há uma grande relação entre o motivo da consulta e a expectativa com o

atendimento, se reunidas às respostas que se referem a questões emocionais:

paz, ajuda emocional, equilíbrio, harmonia, tranqüilidade, felicidade, amor,

serenidade, somam 33,52% e à questão física: melhora física, cura e ajuda física

somam 32,94%.

Quase a metade dos consulentes apresenta algum tipo de sensibilidade

diferente do comum, como premonição/pressentimentos, vidência, entre outros, o

que pode caracterizar alguns tipos de mediunidade.

No cotidiano das instituições que realizam atendimento espiritual com

Apometria, verifica­se que muitos consulentes trazem problemas relacionados à

sua mediunidade, que pode estar reprimida ou estar descontrolada, e que pode

se expressar por distúrbios de natureza emocional ou física. Tais problemas

encontram possibilidades de encaminhamento de solução pelo emprego da

terapêutica apométrica (AZEVEDO, 1990).

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Tabela 3. Motivos e expectativas.1. Motivos do atendimento Freqüência absoluta Freqüência absoluta %Emocional 124 42,18Físico 98 33,33Relacionamento 39 13,27Espiritual 19 6,46Econômico 3 1,02Profissional 7 2,38Outros 4 1,36Total 294 1002. Expectativa do atendimentoAjuda Emocional e respostas afins 57 33,52Melhora física/Ajuda física/Cura 56 32,94Ajuda Espiritual 22 12,94Orientação 12 7,06Esclarecimento/Compreensão 11 6,47Ajuda na família 6 3,53Outros 4 2,36Não Sei 2 1,18Total 170 100

4. Tratamentos anteriores

Os indicadores referentes aos tratamentos anteriores, respondidos nas

questões de 2 a 8 do questionário, foram reunidos na Tabela 4.

Mais da metade das pessoas (61,54%) buscaram anteriormente tratamento

convencional pelo mesmo motivo que buscaram o atendimento espiritual. A

maioria (39,86%) buscou tratamento médico sem especificar especialização;

13,29% psiquiátrico e o mesmo percentual buscaram tratamento psicológico.

Menos da metade (49,43%) considerou os resultados satisfatórios. Quase o

mesmo percentual (42,65%) buscou algum tratamento não convencional, sendo

os mais freqüentes os florais (30,78%) e Reiki (25,88%). Mais da metade

(68,42%) considerou os resultados dos tratamentos não convencionais

satisfatórios.

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Tabela 4. Tratamentos anteriores.1. Tratamento convencional Freqüência absoluta Freqüência absoluta %Sim 88 61,54Não 52 36,36Não responderam 3 2,10Total 143 1002. Tipo de tratamento convencionalMédico 57 39,86Psiquiátrico 19 13,29Psicológico 19 13,29Outros 19 13,29Não responderam 29 20,27Total 143 1003. ResultadosSatisfatório 43 49,43Pouco satisfatório 28 32,18Insatisfatório 16 18,39Não respondeu 1 1,14Total 88 1004. Tratamento não convencionalNão 61 42,65Sim 75 52,45Não responderam 7 4,90Total 143 1005. Tipo de Tratamento não convencionalFlorais 44 30,78Reiki 37 25,88Acupuntura 13 9,09Espiritual 6 4,19Apoio Centro Espírita 4 2,79Apometria 4 2,79Homeopatia 4 2,79Regressão 4 2,79Cristalterapia 2 1,39Balanceamento Muscular 1 0,70Bio­energética 1 0,70Cromoterapia 1 0,70Ervas Chinesas 1 0,70Fitoterápico 1 0,70Macrobiótica 1 0,70Meditação 1 0,70Vegetariano 1 0,70Yoga 1 0,7Não responderam 16 11,19Total 143 1006. ResultadosSatisfatórios 52 68,42Pouco satisfatórios 20 26,32Insatisfatórios 4 5,26Total 76 100

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5. Tratamento espiritual utilizando a Apometria

Os indicadores referentes ao tratamento com Apometria, respondidos nas

questões de 16 a 24 do questionário, estão reunidos na tabela 5.

A maioria tomou conhecimento do tratamento com Apometria por alguém

que já foi atendido (38,07%) e em segundo lugar por indicação de trabalhador da

própria instituição (32,95%). Mais da metade (53,15%) não é a primeira vez que

será atendida com Apometria.

A freqüência entre os atendimentos da maioria é mensal (43,37%) e

bimestral (15,66%). A maioria das pessoas respondeu que seguiram as

recomendações do atendimento anterior. Devido ao grande número de respostas

referentes ao tipo de recomendações optou­se por apresentar um gráfico, sendo

que com maior freqüência foi recomendada a leitura (23,03%), seguida de

passes ou energização (19,74%) e evangelho no lar (11,18%) (Apêndice E).

Quase metade das pessoas (49,65%) tem interesse em participar de alguma

atividade na instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas condições em que o presente estudo foi realizado, foi possível

configurar um perfil aproximativo das pessoas que buscaram o tratamento

espiritual com Apometria, nas cinco instituições pesquisadas, no período de

novembro de 2002. Apesar de não serem definitivas poderão ser extrapoladas

as demais instituições e grupos que trabalham com Apometria.

A partir deste trabalho poderão ser avaliadas as atuais práticas utilizadas no

atendimento espiritual tendo como referência as características dos consulentes.

Conforme os resultados apresentados nesta pesquisa, as características da

maioria das pessoas que buscaram atendimento espiritual com Apometria são:

predominantemente do sexo feminino, escolaridade e profissões de nível médio e

superior, naturais de Porto Alegre e residentes nesta capital, estado civil de

direito solteiros e de fato casados, faixa etária entre 31 e 40 anos, formação

religiosa familiar católica, atualmente espíritas há pouco tempo, com alguma

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sensibilidade diferente da comum, principalmente premonição e pressentimentos.

Para o motivo da consulta predominou os de natureza emocional, já tendo

buscado tratamentos anteriores tanto convencionais como não convencionais. A

expectativa com o tratamento espiritual foi principalmente de ajuda emocional. A

maioria das consultas foi de retorno, com uma freqüência mensal. As

recomendações recebidas após o atendimento foram principalmente leituras,

sendo a maioria seguida pelos consulentes. Para o consulente, as principais

ontes de conhecimento sobre a Apometria foram outros consulentes atendidos

anteriormente, trabalhadores das próprias instituições e profissionais da área da

saúde que indicaram o tratamento espiritual com Apometria. A maioria das

pessoas respondeu que tem interesse em participar de alguma atividade na

instituição.

Estes resultados geraram algumas reflexões e conseqüentes implicações.

Apontam algumas novas propostas, possíveis encaminhamentos para o

aperfeiçoamento da prática do atendimento com Apometria nas instituições

integrantes dessa investigação, bem como para as demais instituições

participantes como o NIETE e a SBA e para as demais instituições e grupos que

trabalham com Apometria.

Sabe­se que a proposta apométrica, sistematizada pelo Dr. Lacerda

durante mais de 30 anos, ainda apresenta espaços inexplorados, questões

pouco esclarecidas, apesar de trazer sua contribuição ao processo de

construção do conhecimento espírita.

Tais aspectos podem encontrar espaço privilegiado na criação e/ou

fortalecimento do Departamento de Estudos e Pesquisas ou setor similar, nas

instituições. Poderiam promover a realização de estudos e pesquisas e sua

socialização no próprio âmbito institucional e em eventos da comunidade dessa

natureza. Essas iniciativas realizadas e assumidas pelo coletivo institucional

poderiam produzir e desencadear um clima inovador pela qualificação trazida

pela teoria, pela prática e pela pesquisa e, acima de tudo, pelo congraçamento

fraterno que poderia suscitar.

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Tabela 5. Tratamento com Apometria.1. Como tomou conhecimento Freqüência

absolutaFreqüência absoluta

%Por alguém que já foi atendido 67 38,07Por indicação de trabalhador da própria instituição 58 32,95Por indicação de profissionais da área da saúde 13 7,39Pela leitura de livros(s) sobre apometria 12 6,82Participação em eventos 10 5,68Outros 8 4,55Por indicação de outra instituição 6 3,41Pela Internet 2 1,14Total 176 1002. Primeiro atendimentoNão 76 53,15Sim 64 44,76Não responderam 3 2,10Total 143 1003. Freqüência dos atendimentosMensal 36 43,37Bimestral 13 15,66Outro 11 13,25Semanal 8 9,64Semestral 6 7,23Trimestral 5 6,02Anual 4 4,82Total 83 1004. Seguiu recomendação recebidaSim 91 98,91Não 1 1,09Total 92 1005. Interesse em participar de alguma atividade nainstituiçãoSim 71 49,65Não 28 19,58Comentário 3 2,10Não sei/talvez 5 3,50Já participo 5 3,50Não responderam 31 21,68Total 143 100

Esta pesquisa, como inédita, traz uma contribuição ao processo de

construção do conhecimento sobre Apometria, mas não é suficiente. Muito ainda

necessita ser feito neste campo da pesquisa científica. Desvela­se apenas uma

ponta do “iceberg” que é o conhecimento sobre o consulente. E os demais

aspectos e componentes da Apometria e suas influências mútuas? Entre outros,

pode­se investigar a gestão da instituição para oferecer uma psicosfera

adequada aos trabalhos com Apometria? E a constituição e a dinâmica dos

grupos mediúnicos favorecedores desse trabalho? E as dimensões espirituais

dos hospitais e das Equipes Espirituais do plano extrafísico? E as leis e práticas

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ainda possíveis de serem incorporadas ao repertório da Apometria? E o modelo

de atendimento e suas repercussões? A natureza e a qualificação da Ficha de

Acompanhamento do Consulente como recurso ao atendimento e suas

potencialidades na pesquisa? Tais temáticas, entre outras de igual importância,

poderão se constituir em desafio permanente ao estudo e à pesquisa,

favorecendo a ampliação do conhecimento e o processo de educação em

serviço dos trabalhadores de cada instituição na área de investigação.

A experiência demonstra que ainda são muito restritas as informações

sobre as atividades investigativas que vêm sendo desenvolvidas nas instituições

que trabalham com Apometria: quais as temáticas contempladas, quais as

metodologias de pesquisa empregadas, quais os resultados obtidos, quais as

publicações decorrentes? Na maioria das vezes, a produção de conhecimento

fica adstrita ao âmbito dos próprios grupos que têm a iniciativa e, em muitas

situações sem a própria instituição partilhar desse processo e de seus

resultados. Com isso, perde­se a oportunidade de favorecer o crescimento

institucional e a qualificação de seus atendimentos.

A causa disso pode ser justificada pela recenticidade da proposta

apométrica, que ainda se encontra em fase de implantação? Pela priorização

das dimensões filosóficas e religiosas, em detrimento da dimensão científica? A

falta de motivação ou de preparação dos trabalhadores? A ausência de um clima

institucional que favoreça esse tipo de iniciativas? Parece indispensável que as

instituições analisem a coerência entre as diretrizes regimentais, quando definem

em seus Estatutos e Regimentos, a produção de conhecimento e sua

socialização.

A abordagem quantitativa da pesquisa utilizada neste estudo mostrou

algumas restrições. A natureza dessa abordagem não contempla aspectos de

natureza qualitativa também necessária para que o objeto de estudo, o

consulente, possa ser pesquisado observando suas vivências internas, mais

subjetivas, como suas percepções, sentimentos, expectativas em relação ao

atendimento espiritual com Apometria, por exemplo. Assim, é recomendável que

a presente pesquisa seja continuada. A abordagem qualitativa da pesquisa ou a

sua conjugação à abordagem quantitativa, dependendo dos objetivos, poderão

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permitir o aprofundamento de temas considerados fundamentais para a mais

ampla caracterização do consulente, complementando­se gradativamente os

dados de seu “perfil”.

Nesse sentido, o trabalho das instituições e das SBA Regionais, em

parceria com centros de pesquisa ou universidades de sua área de abrangência,

pode produzir resultados inestimáveis, como a experiência desenvolvida entre

SBA ­ Regional do RS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, através

do NIETE/PROREXT.

O apoio de natureza teórica e prática dos docentes da Universidade têm

potencialidades promissoras para se implantar uma perspectiva científica nos

estudos e investigações que também passam a ser legitimadas pela própria

academia. Assim, a articulação experienciada em Porto Alegre, entre SBA e

UFRGS, com resultados proveitosos para ambas às instituições, podem se

expandir para outros estados do país, pelo fortalecimento das parcerias

institucionais.

Os estudos sobre a temática da Espiritualidade, incluindo­se o Espiritismo e

a Apometria em particular, demandam esforço conjunto no sentido de se

identificar aspectos epistemológicos e metodológicos da pesquisa adequados à

natureza desse objeto de estudo.

A replicação da presente pesquisa em outras instituições que trabalham

com Apometria traria também subsídios importantes. No entanto, recomenda­se

que algumas alterações no instrumento de pesquisa seriam necessários.

Algumas questões como profissão, motivo da consulta, tipos de tratamento, pela

sua natureza de questões abertas, provocaram ampla variação de respostas,

dificultando a tabulação dos dados, sua categorização e análise posterior.

Visando evitar este tipo de problema, propõe­se aperfeiçoamento do instrumento

utilizado na pesquisa, substituindo­se tais questões por outras de tipo fechadas.

A utilização de outros recursos estatísticos mais elaborados para trabalhar

os dados, não realizada no presente estudo, poderia também trazer elementos

técnicos valiosos, aprimorando o processo de análise.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos integrantes do projeto GEPEA, que contribuíram para a realização da pesquisa em diferentes etapas: Beatriz Maria Azambuja Bastos Guimarães, Clarice Leonor Boger Stelzer, Eliane Martins de Azevedo, Iria Werlang Garcia, João Pedro Farias Rodrigues, Jussara Canteiro de Oliveira, Maria Amazilia Moraes Ferlini, Maria Cristina Monteiro de Barros, Maria Cristina Oliveira, Maria da Graça Serpa, Marilia Philipp, Mario Augusto Souza dos Santos, Silvia Regina Menezes Soares; a coordenadora do NIETE, Malvina do Amaral Dorneles; a comissão de coordenação executiva do GEPEA, Augusto Rogger Garcia Moreira, Eloy Julius Garcia e Neusa Junqueira Armellini e aos dirigentes das instituições participantes do projeto, pelo apoio e abertura dos espaços necessários à efetivação da presente pesquisa.

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APÊNDICE A ­ QUESTIONÁRIOGRUPO DE ESTUDOS SOBRE PESQUISA EM

ESPIRITUALIDADE­APOMETRIA GEPEA ­ NIETE/UFRGSData:_________Instituição: _______________________________________________

Prezado consulente:Estamos realizando uma pesquisa em algumas Instituições de Porto

Alegre, que fazem atendimento espiritual utilizando a Apometria.O objetivo é de obter informações sobre as pessoas que buscam este tipo

de atendimento, podendo servir para o aperfeiçoamento dos nossos trabalhos.As informações aqui obtidas não terão qualquer interferência no seu

atendimento, pois este questionário não será identificado.Caso você queira participar, solicitamos que procure responder a todas as

questões.Agradecemos sua colaboração.

Iniciais do nome:_______ Sexo: ___________ Escolaridade: ____________Profissão:__________ Natural de:________ Reside Cidade/Estado:_______Est. Civil formal: _____________ Est. Civil de fato: ____________________

Assinale sua faixa etária (idade):Menos de 10 anos ( ) 11­20 anos( ) 21­30 anos( ) 31­40 anos( ) 41­50 anos( ) 51­60 anos( ) 61­70 anos( ) mais de 71 anos( )

1 ­ Qual o motivo do atendimento? (queixa principal e outros sintomas)_______________________________________________________________

2 ­ Buscou algum tratamento convencional para este motivo (médico, psicológico, etc.)? ( ) Não ( ) Sim

3 ­ Que tipo? ____________________________________________________

4 ­ Qual diagnóstico? ____________________________________________

5 – Como você considera os resultados até o momento?Satisfatórios ( ) Pouco satisfatórios ( ) Insatisfatórios ( )

6 ­ Buscou algum tratamento não convencional para este motivo (florais, reiki, acupuntura, etc..)? ( ) Não ( ) Sim

7 ­ Que tipo? ____________________________________________________

8 ­ Como você considera os resultados até o momento?Satisfatórios ( ) Pouco satisfatórios ( ) Insatisfatórios ( )

9 ­ É adepto de alguma religião ou prática espiritualista? ( ) Não ( ) Sim

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10 ­ Que tipo?___________________________________________________

11 ­ Há quanto tempo?____________________________________________

12 ­ Onde? _____________________________________________________

13 ­ Qual foi sua formação religiosa familiar? ________________________

14 ­ Tem alguma sensibilidade incomum (premonições, visões, etc.)? ( ) Não ( ) Sim

15 ­ Que tipo? __________________________________________________

16 ­ Como tomou conhecimento do tratamento com apometria?( ) Por indicação de trabalhador da própria Instituição( ) Por indicação de outra Instituição. Qual? ____________________( ) Por indicação de profissionais da área da saúde. Qual?________( ) Por alguém que já foi atendido.( ) Pela leitura de livro (s) sobre apometria. Qual (is)? ____________( ) Pela INTERNET( ) Participação em eventos (palestras, congressos, seminários,

etc...)( ) Outros _________________________________________________

17 ­ É a primeira vez que será atendido com apometria? ( ) Sim ( ) Não

18 ­ O que espera do atendimento? _______________________________________________________________________________________________

19 ­ Quantas vezes foi atendido? ___________________________________

20 – Qual a freqüência dos atendimentos? (mensal, bimestral, trimestral, semestral, anual, outro)? ________________________________________

21 ­ Seguiu as recomendações recebidas no atendimento? ( ) Sim ( ) Não.

22 ­ Quais foram as recomendações?______________________________________________________________________________________________

23 ­ Por que está retornando? ____________________________________________________________________________________________________

24 ­Tem interesse em participar de alguma atividade na Instituição?( )Sim ( )Não

Se você tiver interesse em participar de alguma atividade, entre em contato com a secretaria da Instituição.