queestranho chamar-se federico - alambique...

7
um filme de ETTORE SCOLA QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO SCOLA SOBRE FELLINI COM GIULIO FORGES DAVANZATI, ERNESTO D’ARGENIO, TOMMASO LAZOTTI E MAURIZIO DE SANTIS

Upload: lamthuy

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

um filme de EttorE Scola

QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICOSCOLA SOBRE FELLINI

com Giulio ForGES Davanzati, ErnESto D’arGEnio, tommaSo lazotti E maurizio DE SantiS

DoSSiEr DE imprEnSa QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

“O filme é uma homenagem a Federico Fellini, que Ettore Scola retrata no vigésimo aniversário da morte do grande realizador.Além do cinema extraordinariamente rico de Fellini – um tesouro partilhado pelo público em todo o mundo – um grande admirador do mestre pretende comemorar alguns aspetos privados e menos conhecidos da sua personalidade, recordando o privilégio de o ter conhecido e os sentimentos que ele despertava com a sua ironia e a forma como encarava a vida como uma festa.O filme aborda o encontro de ambos na redação da revista satírica “Marc’Aurelio”, a amizade com Ruggero Maccari, Ennio Flaiano, Alberto Sordi e Marcello Mastroianni, as visitas ao mítico Estúdio 5 da Cinecittà e outras vivências partilhadas que cimentaram uma longa amizade. Desde os primeiros passos no humor, em 1939, até ao quinto Óscar, em 1993, ano do seu 73º e último aniversário, Federico é descrito como um genial Pinóquio que felizmente nunca se transformou “num menino bem comportado”.Um filme breve, algo cubista, em que momentos fragmentados e impressões dispersas alternam com reconstituições de cenas filmadas na Cinecittà e com material de arquivo disponibilizado pelo Istituto Luce e pela RAI.”Ettore, Paola e Silvia Scola ( Julho de 2013)

aprESEntaÇÃo

SinopSE

O filme é uma homenagem a Federico Fellini, que Ettore Scola retrata no vigésimo aniversário da morte do grande realizador.

DoSSiEr DE imprEnSa QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

Nascido nos anos 40 em Trevico, na província de Avellino, Ettore Scola integrou o grupo de humoristas que colaborava na revista satírica “Marc’Aurelio”, o que lhe permitiu passados alguns anos iniciar a aprendizagem de argumentista com Metz e Marchesi. Em 1964, após mais de setenta argumentos escritos para outros realizadores, realizou a sua primeira obra, SE PERMETTETE PARLIAMO DI DONNE, escrita em parceria com Maccari. Em 1970 realizou DRAMMA DELLA GELOSIA (CIÚME, CIÚMES E CIUMENTOS) pelo qual Mastroianni recebeu a Palma de Ouro de Melhor Actor. Todavia, o seu reconhecimento como um dos autores mais influentes do cinema italiano sucedeu apenas em 1974 com o retrato geracional C’ERAVAMO TANTO AMATI (TÃO AMIGOS QUE NÓS ÉRAMOS).Em 1976, BRUTTI, SPORCHI E CATTIVI [FEIOS, PORCOS E MAUS - Alambique] recebeu o prémio de Melhor Realização na competição do Festival de Cannes. No ano seguinte, com UNA GIORNATA PARTICOLARE [UM DIA INESQUECÍVEL - Alambique], recebeu um David di Donatello para Melhor Realizador assim como uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.Nos anos 80, que iniciou com o retrato audaz LA TERRAZZA (O TERRAÇO), 1980, abandona a comédia para se dedicar a filmes de época como IL MONDO NUOVO (A NOITE DE VARENNES), 1982, e LE BAL [O BAILE - Alambique], 1984. Este último recebeu um David di Donatello e um Urso de Prata para Melhor Realizador. Depois dirigiu LA FAMIGLIA (A FAMÍLIA), 1987, que ganhou três David di Donatello, dois Nastro D’Argento e uma nomeação para os Óscares, seguindo-se CHE ORA È? em 1989, pelo qual os protagonistas, Mastroianni e Troisi, foram galardoados com os prémios para Melhor Actor no Festival de Cinema de Veneza. Em 1995 Scola regressa à comédia com ROMANZO DI UN GIOVANE POVERO, enquanto LA CENA, de 1998, apresenta um fresco da Itália dos anos 90. Depois de CONCORRENZA SLEALE, de 2001, e GENTE DI ROMA, de 2003, homenagem emocionada à cidade eterna, realiza o documentário SERGIO AMIDEI – RITRATO DI UNO SCRITTORE DI CINEMA em 2005. Em 2011 recebeu o David di Donatello para a Carreira Cinematográfica. CHE STRANO CHIAMARSI FEDERICO - SCOLA RACCONTA FELLINI [QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO], de 2013, é a sua obra mais recente.

SoBrE EttorE Scola

DoSSiEr DE imprEnSa QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

CRÍTICA - FESTIVAL DE TORONTODeborah Young - Hollywood Reporter

A homenagem de Ettore Scola a Federico Fellini no vigésimo aniversário da sua morte oferece-nos um ponto de vista intimista. A amizade entre dois grandes realizadores italianos é recordada através de um mosaico de pequenas histórias num atraente e muito original tributo a Fellini. Ettore Scola deu um grande contributo ao mundo do cinema ao realizar uma cadenciada, inteligente e singela peça (auto)biográfica que descreve de forma bem humorada o seu encontro e a sua amizade de várias décadas com Federico Fellini. Passados que são vinte anos da morte do mestre, QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO usa as notas certas de fantasia, nostalgia e divertimento mordaz para fazer reviver de forma nítida a memória da vida de Fellini. Numa mistura eficaz de atores e material de arquivo, não é uma biografia filmada nem uma análise crítica, mas sim uma reminiscência cinematográfica e uma recriação imaginativa do mundo íntimo de Fellini através do olhar de um amigo que, por sua vez, é igualmente um reputado cineasta de pleno direito (…)Em vez de falar da filmografia de Fellini de um ponto de vista cronológico, Scola prefere dar-nos fragmentos dispersos de um retrato expressionista. Isto torna o filme muito mais interessante, mesmo para audiências que pouco sabem acerca do realizador. Usando o seu conhecido cachecol vermelho, casaco de tweed e chapéu, um Fellini de cabelo grisalho (interpretado em silhueta por Maurizio De Santis) afunda-se na cadeira de realizador e segue a representação de estranhos atores que para ele atuam ao som de música de circo contra um ciclorama onde se projeta um pôr-do-sol sobre o mar. É uma metáfora óbvia, que regista o cliché de Fellini, mas também a única cena que parece querer captar algo fora do seu alcance. O resto do filme parte em direções inesperadas, oferecendo uma visão inovadora e pontuada de histórias de como o Fellini natural de Rimini se transformou na personalidade mais criativa de Roma.Estamos em 1939, e a animada reunião de colaboradores na redação da “Marc’ Aurelio”, revista política e satírica de Itália muito apreciada, é interrompida pela chegada de um jovem alto oriundo da província que traz um portfólio de vinhetas e piadas debaixo do braço. Fellini é representado por Tommaso Lazotti como um jovem trocista e imaginativo, muito seguro do seu talento. Ele começa a trabalhar com figuras como Steno, que virá

rEviSta DE imprEnSa

DoSSiEr DE imprEnSa QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

a ser um grande realizador de comédias, e com os futuros e importantes argumentistas Ruggero Maccari, Ennio Flaiano, Age & Scarpelli.Entretanto vemos Ettore Scola com nove anos de idade a ler os cartoons de Fellini em voz alta para o avô cego, tendo a guerra como pano de fundo. Os dois homens só irão encontrar-se dez anos depois quando Scola (interpretado por Giacomo Lazotti como um elegante jovem intelectual com grande sentido de humor) chega à revista “Marc’Aurelio” ainda como estudante de Direito. Nessa altura já Fellini tinha começado a realizar filmes como O SHEIK BRANCO, protagonizado por Alberto Sordi.A dada altura Scola passa a ser a companhia habitual de Fellini nas deambulações noturnas de carro através de Roma, desencadeando uma das melhores sequências do filme. Como ficamos a saber pela narração cúmplice de Vittorio Viviani, Fellini tinha uma paixão incontrolável pela vida e insistia que ela devia ser vivida como uma festa. Numa das suas incursões noturnas eles dão boleia a uma bem-disposta prostituta de rua (Antonella Attili), que podia muito bem ter saído de alguns filmes do mestre e que conta a triste história da sua vida sem qualquer condescendência ou amargura. Numa outra noite dão boleia a um bem-intencionado e alcoolizado artista de rua (Sergio Rubini), pintor de santos e de milagres atormentado pela sua arte, que provoca em Fellini uma reflexão: “o cinema é, acima de tudo, pintura e luz incidindo sobre objetos.” Parece evidente que os dois realizadores têm muito em comum, começando pelo excecional talento para desenhar e definir as personagens, e é nas sequências finais que essa afinidade artística mais se faz notar. Marcello Mastroianni foi o alter-ego de Fellini e entrou nos seus filmes mais importantes; todavia, quando Fellini procurava um ator para o papel de Casanova, contactou inúmeros atores italianos, exceto MM. Mas Mastroianni acabou por interpretar Casanova no filme de Scola A NOITE DE VARENNES, do qual vemos um excerto. Enquanto Fellini deu ao rosto vulgar de Marcello uma beleza estonteante em A DOCE VIDA e FELLINI OITO E MEIO, Scola desfeou-o em DRAMA DELLA GELOSIA (CIÚME, CIÚMES E CIUMENTOS). Scola definiu Fellini como um perpétuo transgressor que acreditava que “a liberdade total é muito perigosa para os artistas”; achava que precisavam de entrar em conflito com pais, professores, a polícia ou um qualquer inimigo para os estimular. Curioso sobre as coisas que vê, opta por um olhar mordaz sobre o mundo. Scola retrata-o como um grande Pinóquio que nunca chegou a ser “um menino bem-comportado”, mesmo depois de receber cinco Óscares da Academia, o último em 1993, derradeiro ano da sua vida. Há uma grande dose de afeto neste filme…

rEviSta DE imprEnSa | continuaÇÃo

DoSSiEr DE imprEnSa QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

Itália | 2013 | 93 min

Distribuído por Alambique | Informações em www.alambique.pt

Esta homenagem sentida de Ettore Scola a Federico Fellini é uma viagem mágica através da História e da memória, recapitulando décadas partilhadas por estas duas entidades maiores do cinema.Variety

Com as suas oscilações de tom, as suas digressões constantes, os saltos no tempo em que se passa sem aviso prévio da redação da “Marc’Aurelio” para a visão da mãe de Mastroianni recriminando Scola por desfear o filho, o filme de Scola constitui uma das melhores surpresas deste início de Verão.Charlie Hebdo

A meio caminho entre documentário e filme de reconstituição, QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO é em si mesmo um filme estranho; por um lado uma homenagem a esse grande cineasta que continua a pairar sobre o imaginário italiano, por outro uma reflexão sobre o cinema proposto pelo autor de UM DIA INESQUECÍVEL [Alambique]. Le Monde

Uma homenagem terna e tranquila.Télérama

rEviSta DE imprEnSa | continuaÇÃo

www.alambique.pt