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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA LUANA DUARTE RODRIGUES QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERCEPÇÃO DOS IDOSOS RESIDENTES EM MARICÁ - RJ Rio de Janeiro Julho, 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY

COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA

LUANA DUARTE RODRIGUES

QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA

PERCEPÇÃO DOS IDOSOS RESIDENTES EM MARICÁ - RJ

Rio de Janeiro

Julho, 2015

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LUANA DUARTE RODRIGUES

QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERCEPÇÃO DOS

IDOSOS RESIDENTES EM MARICÁ - RJ

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Enfermagem, Escola de Enfermagem Anna

Nery, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Mestre em Enfermagem.

Orientadora:

Profª Dra. Elisabete Pimenta Araújo Paz

Rio de Janeiro

Julho, 2015

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Luana Duarte Rodrigues

QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA PERCEPÇÃO DOS

IDOSOS RESIDENTES EM MARICÁ - RJ

Dissertação submetida ao Programa de

Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de

Enfermagem Anna Nery, da Universidade

Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como

parte dos requisitos necessários à obtenção

do grau de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em: 16 de julho de 2015.

——————————————————————————————

Profª Drª Elisabete Pimenta Araújo Paz – Presidente

Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

——————————————————————————————

Profª Drª Vânia Maria Freitas Bara - 1ª Examinadora

Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Juiz de Fora- - UFJF

——————————————————————————————

Profª Drª Maria Helena Nascimento Souza - 2ª Examinadora

Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

——————————————————————————————

Profo Dr. Raphael Mendonça Guimarães

Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, FIOCRUZ

——————————————————————————————

Profª Drª Ana Inês Sousa

Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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DEDICATÓRIA

Aos meus amados avós, Dema e Zé (in memorian), que foram a base da minha

formação enquanto pessoa, responsáveis pelo meu caráter, por minha paixão e respeito às

pessoas idosas. Estes foram meus verdadeiros Mestres da vida!!

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe, Miriam Duarte, pelo dom da vida e por estar presente em todos os

momentos, pela compreensão e ajuda durante essa longa trajetória. Mãe, obrigada por tudo!

Ao meu marido, Amaro Junior, meu grande companheiro e amigo, que soube

compreender minhas ausências durante esse período, sempre me incentivando a seguir em

frente. Meu amor, muito obrigada!!!

Ao meu irmão Bruno, minha cunhada e meus sobrinhos, por compreenderem minhas

ausências em muitos momentos de confraternizações e de lazer a fim de concluir este estudo.

À minha querida orientadora, Profª Drª Elisabete Pimenta Araújo Paz, por todo

conhecimento adquirido, pela oportunidade de realizar esta pesquisa e por, principalmente,

acreditar no meu potencial. Obrigada por toda atenção e carinho que você dispensou a mim!

Aos Professores Dr Raphael Mendonça Guimarães e Dr Maria Helena Nascimento

Souza por todo ensinamento sobre pesquisa quantitativa, que foram indispensáveis para a

construção desta pesquisa.

À Carolina Costa Pacheco, por ter sido minha primeira grande incentivadora, por ter

acreditado na minha capacidade e ter me estimulado a realizar o processo seletivo para o

curso do mestrado. Carol, devo a você esse momento!

À Fernanda Spitz, enfermeira e Secretária de Saúde do município de Maricá, pela

permissão da realização da pesquisa, pelo apoio e incentivo, por compreender minhas

dificuldades e sempre me estimular a mehorar. Fernanda, meu muito obrigada! Te admiro

como pessoa e profissional!

À Dr Claudia Rogéria, subsecretária da Atenção Básica no município de Maricá, por

todo incentivo, pela liberação da carga horária para realização deste curso, pela confiança e

pelo carinho que sempre teve para comigo. Serei eternamente grata por tudo que fez e faz por

mim!

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Ao Luiz Otávio, superintendente da Atenção Básica no município de Maricá, pelas

palavras de motivação.

À Enfermeira Luana Cano, administrativas Monnique, Fernandinha, Lu “Sorriso” e

Adriana, pelo apoio, motivação e por terem aguentado a sobrecarga de trabalho durante minha

ausência para realização das aulas e das orientações. Muito obrigada! Vocês são pessoas

especiais!

Às queridas enfermeiras, técnicos (as) de enfermagem e Agentes Comunitários de

Saúde, pela colaboração para a realização dessa pesquisa e pelas “caronas” oferecidas às

entrevistadoras. Vocês foram peças fundamentais para a conclusão deste estudo!

Às minhas colegas do curso de mestrado, principalmente minhas incansáveis

companheiras Shirley Linhares e Aline Zils, pelos momentos de crescimento mútuo, pelo

apoio nas horas de desespero e pelos esclarecimentos de dúvidas via whatsapp.

À Cleo, Bianca e Simone, que realizaram as entrevistas com tanto amor e dedicação,

sob sol ou chuva, sendo incansáveis na concretização deste objetivo. Vocês foram verdadeiras

guerreiras! Muito obrigada por compreender meu desespero com os prazos!

Aos idosos que acolheram as entrevistadoras com carinho em suas residências e que,

pacientemente, aceitaram participar desta pesquisa, dispensando seu tempo para responder às

perguntas. Espero que essa pesquisa contribua para a melhor qualidade da assistência prestada

a essa população.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão desde

estudo.

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“As tarefas que nos propomos, devem conter

exigências que pareçam ir além de nossas

forças. Caso contrário, não descobrimos

nosso poder, nem conhecemos nossas energias

escondidas e assim deixamos de crescer”.

Leonardo Boff

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RESUMO

RODRIGUES, Luana Duarte. Qualidade da Estratégia Saúde da Família na percepção

dos idosos residentes em Maricá - RJ. Rio de Janeiro, 2015. Dissertação (Mestrado em

Enfermagem) – Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro,

2015.

Os objetivos deste estudo foram avaliar a qualidade da assistência na Estratégia Saúde da

Família no município de Maricá na perspectiva dos idosos e analisar a presença e extensão

dos atributos da atenção primária à saúde na Estratégia Saúde da Família no município de

Maricá, na perspectiva dos idosos. Trata-se de um estudo epidemiológico, de corte

transversal. Realizou-se entrevista estruturada, com uso do instrumento de avaliação da

atenção Primária, PCATool Brasil, versão adulto – adaptado ao idoso a 363 idosos com idade

igual ou superior a 60 anos cadastrados em 16 unidades de Saúde da Família do município de

Maricá. Os dados foram obtidos por meio de entrevista domiciliar. A análise dos dados das

frequências simples foi realizada no Excel e a análise bivariada no software SPSS Statistic

version 21. A Os resultados mostraram que escore médio geral foi de 5,05. Já o escore médio

essencial, ou seja, a média dos atributos essenciais, excluindo-se a orientação familiar e

orientação comunitária foi de 5,28, ambos abaixo da média estabelecida como satisfatória,

que é de 6,66, mostrando que as unidades apresentam-se distante do funcionamento como

unidades de atenção primária. Os atributos integralidade - serviços prestados, integralidade -

serviços disponíveis e orientação comunitária obtiveram os piores resultados, com escores

2,81, 3,24 e 3,49 respectivamente. Os atributos longitudinalidade e acesso de primeiro

contato - utilização obtiveram os melhores escores, 7,67 e 7,06 respectivamente. Problemas

relacionados à falta de coordenação do cuidado pelas equipes, dificuldades na comunicação

com os profissionais, com a acessibilidade, baixa oferta de serviços à pessoa idosa também

favoreceram a baixa avaliação da qualidade da APS, evidenciando precariedade assistencial

ao considerar a especificidade do grupo de idosos. Recomenda-se melhorar a acessibilidade, o

incremento da realização de visitas domiciliares pela equipe técnica, consolidar a Rede de

Atenção à Saúde, melhorando a coordenação do cuidado, ampliar a cobertura e atendimento

em saúde bucal a este grupo, e, investir em ações de educação permanente e qualificação

profissional para oferta dos cuidados aos idosos, considerando suas necessidades e

vulnerabilidades.

Palavras-chave: Qualidade, avaliação, saúde da família, atenção primária à saúde, saúde do

idoso.

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ABSTRACT

RODRIGUES , Luana Duarte. Quality of the Family Health Strategy in the perception of

elderly residents in Marica - RJ. Rio de Janeiro, 2015. Dissertation (Master of Nursing) -

Nursing Anna Nery, Federal University of Rio de Janeiro, in 2015.

The objectives of this study were to evaluate the quality of care in the Family Health Strategy

in the city of Marica in the perspective of the elderly and analyzing the presence and extent of

the attributes of primary health care in the Family Health Strategy in the city of Marica, from

the perspective of elderly. It is an epidemiological study, cross-sectional. We conducted

structured interviews, using the assessment tool Primary attention, PCATool Brazil, adult

version - adapted to the elderly to 363 elderly aged above 60 years registered in 16 health

units of the municipality Marica family. Data were obtained through household interviews.

Data analysis of simple frequencies was held in Excel and bivariate analysis using SPSS

version 21 software The Statistic Results showed that overall mean score was 5,05. But the

essential mean score, ie the average of the essential attributes, excluding the family

counseling and community orientation was 5,28, both below the average established as

satisfactory which is 6,66, showing that the units feature If far from functioning as primary

care settings. Attributes completeness - services, completeness - available services and

community orientation obtained the worst results, with scores 2,81, 3,24 and 3,49

respectively. The longitudinality attributes and first contact access - use obtained the best

scores, 7,67 and 7,06 respectively. Problems related to lack of coordination of care by teams,

difficulties in communicating with professionals, to accessibility, low supply of services to

the elderly also favored the low valuation of the Primary Health Care (PHC) quality, showing

care precariousness when considering the specificity of the elderly group . It is recommended

to improve accessibility, increase conducting home visits, consolidating Care Network

Health, improving the coordination of care, expand coverage and care in oral health this

group, and invest in continuing education activities and professional qualifications to offer

care for the elderly, considering their needs and vulnerabilities.

Keywords: Quality, evaluation, family health, primary health care, the elderly health.

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LISTA DE SIGLAS

AB – Atenção Básica

ACS – Agente Comunitário de Saúde

AMQ – Avaliação para Melhoria da Qualidade

APS – Atenção Primária à Saúde

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde

eSF – equipe de Saúde da Família

EEAN – Escola de Enfermagem Anna Nery

ESF – Estratégia Saúde da Família

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS- Ministério da Saúde

NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NUPENSC – Núcleo de Pesquisa em Enfermagem e Saúde Coletiva

OMS – Organização Mundial da Saúde

PCATool (Primary Care Assessment Tool) – Instrumento de Avaliação da Atenção

Primária

PMAQ – Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade

PMAQ-AB - Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção

Básica

PNAB – Política Nacional de Atenção Básica

PNI – Política Nacional do Idoso

PNSI – Política Nacional de Saúde do Idoso

PNSPI – Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

PSF – Programa Saúde da Família

RAS – Rede de Atenção à Saúde

SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica

SISAB - Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica

SPSS - Software Statistic Package Social Survey

SUS – Sistema Único de Saúde

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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USF – Unidade de Saúde da Família

WHO- World Health Organization

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: A mudança dos sistemas piramidais e hierárquicos para as redes de

atenção à saúde 19

Figura 2: Os 7 pilares da qualidade para Donabedian 36

Figura 3: Evolução populacional do município de Maricá – RJ 44

Figura 4: Descrição do processo de amostragem do estudo. Maricá, 2014. 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Atributos da APS e suas descrições 29

Tabela 2: Características e demandas de idosos na atenção básica de saúde 34

Tabela 3: Distribuição da amostra e dos participantes do estudo por Equipes de

Saúde da Família, Maricá- RJ, 2014 57

Tabela 4: Características sócio-demográficas da amostra participante do estudo

“Qualidade da Estratégia Saúde da Família na perspectiva dos idosos residentes

em Maricá – RJ” – 2014 59

Tabela 5: Média, desvio padrão, intervalo de confiança, valores mínimos e

máximos dos escores para cada componente do PCATool Brasil, versão adulto-

adaptado ao idoso, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 61

Tabela 6: Associação entre o sexo e o escore geral médio 62

Tabela 7: Associação entre o faixa etária e o escore geral médio 62

Tabela 8: Associação entre a ocupação e o escore geral médio 63

Tabela 9: Associação entre os níveis de escolaridade e o escore geral médio 64

Tabela 10: Associação entre a situação conjugal e o escore geral médio 64

Tabela 11: Associação entre o tempo de cadastro na USF e o escore geral médio 65

Tabela 12: Associação entre o tempo de moradia no município e o escore geral

médio 65

Tabela 13: Escore médio dos itens relacionados ao Acesso, na perspectiva dos

idosos. Maricá (RJ) – 2014 67

Tabela 14: Escore médio dos itens relacionados à Longitudinalidade, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 69

Tabela 15: Escore médio dos itens relacionados à Coordenação – Integração de

Cuidados, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 71

Tabela 16: Escore médio dos itens relacionados à Coordenação - Sistema de

Informações, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 72

Tabela 17: Escore médio dos itens relacionados à Integralidade - Serviços

Disponíveis, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 74

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Tabela 18: Escore médio dos itens relacionados à Integralidade - Serviços

Prestados, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 76

Tabela 19: Escore médio dos itens relacionados à Orientação Familiar, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 77

Tabela 20: Escore médio dos itens relacionados à Orientação Comunitária, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014 78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Equipes de Saúde da Família, localização, população adscrita e idosos

cadastrados nas USF’s, Maricá/RJ, Jan/2014 45

Quadro 2: Universo amostral e amostra do estudo por equipe de saúde da família,

Maricá – RJ, abril/2014 47

Quadro 3: Atributos da APS e total de itens do PCATool Brasil, versão adulto-

adaptado ao idoso 51

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I - Introdução 18

1.1. O problema de estudo e a decisão pela temática de investigação 18

1.2. Objeto de estudo 25

1.3. Objetivos 26

1.4. Justificativa e Relevância 26

1.5. Contribuição do Estudo 27

CAPÍTULO II – Bases Conceituais 29

2.1. Dimensões da avaliação da Atenção Primária à Saúde 29

2.2. A Estratégia Saúde da Família 30

2.3. O envelhecimento e a atenção a saúde das pessoas idosas 32

2.4. Avaliação da Qualidade 36

2.4.1. Avaliação para Melhoria da Qualidade (AMQ) 37

2.4.2. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da

Atenção Básica (PMAQ –AB) 39

2.4.3. Instrumento de Avaliação da Qualidade da Atenção Primária

(PCATool) 40

CAPÍTULO III - Metodologia 43

3.1. Tipo de Estudo 43

3.2. Local da Pesquisa 43

3.3. População e amostra 45

3.4. Coleta de dados 48

3.5. Análise dos Dados 52

3.6. Aspectos éticos 53

CAPÍTULO IV – Resultados e discussão 55

4.1. Perfil dos participantes 56

4.2. Avaliação da Atenção Primária 60

CAPÍTULO V – Conclusão 80

Referências 86

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 95

Apêndice B - Formulário para caracterização da amostra 96

Apêndice C - Manual instrutivo para a coleta de dados 97

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Anexo A – Instrumento de Avaliação da Atenção Primária- PCATool Brasil –

versão adulto, adaptado ao idoso 103

Anexo B – Autorização para realização da pesquisa pela Secretaria Municipal

de Saúde de Maricá 119

Anexo C – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem

Anna Nery 120

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18

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1.1. O problema de estudo e a decisão pela temática de investigação

O interesse pela temática Qualidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu a

partir da minha experiência como Enfermeira atuante na atenção primária à saúde desde 2008.

Durante minha atuação pude acompanhar que a ESF apresentou nacionalmente uma expansão

considerável em número de equipes e em área de abrangência e, com isso, a qualidade da

oferta de ações à população tem sido constantemente alvo de preocupação entre gestores e

profissionais, e, indiretamente, da população (BRASIL, 2014a).

De acordo com o histórico de cobertura da saúde da família, elaborado pelo

Departamento de Atenção Básica, no ano de 2000 havia no Brasil 1.753 municípios com

equipes de Saúde da Família (eSF), passando para 5.346 no final do ano 2013. A estimativa

da população coberta pela ESF no Brasil era de 15.077.600 no ano 2000 e no final de 2013 foi

de 109.341.094 (BRASIL, 2014a).

O Sistema Único de Saúde (SUS), sem dúvida, é atualmente um dos maiores

exemplos de política pública no Brasil. Esse sistema, fruto de debates e lutas na sociedade

civil e nos espaços institucionais do Estado brasileiro, sobretudo do movimento da reforma

sanitária, foi afirmado na Constituição de 1988, alicerçado na premissa da saúde como direito

de todos e dever do Estado bem como em princípios e diretrizes como a universalidade,

equidade, integralidade, descentralização e controle social. (BRASIL, 2011a).

Para o Ministério da Saúde:

o SUS precisa ser protegido e cultivado não apenas para evitar retrocessos ao

grande pacto social do qual é resultado, mas também porque ainda há muito

que fazer para consolidar esse sistema e, assim, possibilitar que todo

brasileiro se sinta cuidado diante das suas demandas e necessidades de

saúde. (BRASIL, 2011a, p.13)

A consolidação do SUS faz parte das atribuições dos governos federal, estadual e

municipal, além da importante participação da sociedade através dos Conselhos de Saúde e

das Conferências. (BRASIL, 1999a). O SUS se estrutura de modo hierarquizado e os serviços

de saúde são classificados segundo seus níveis de complexidade tecnológica em primário,

secundário e terciário de atenção. (MATTA e MOROSINI, 2009).

Para fins ilustrativos associa-se a essa hierarquização a imagem de uma pirâmide,

onde na base se encontram os serviços de menor complexidade e maior frequência em

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19

atendimentos, chamados de serviços primários de saúde ou de Atenção Básica, que devem

funcionar como a porta de entrada para o sistema. No meio da pirâmide estão os serviços de

média e alta complexidade, onde o acesso se dá por encaminhamento e, finalmente, no topo

estão os serviços de alta complexidade, fortemente especializados e com o uso de

equipamentos que demandam grandes investimentos tecnológicos.

Vale destacar que os níveis de atenção secundários e terciários constituem-se de

tecnologias de maior densidade tecnológica, mas não de maiores complexidades. A Atenção

Primária à Saúde (APS) não é menos complexa que os cuidados ditos de média e alta

complexidades. Para Mendes (2011, p.84) “essa concepção hierárquica e piramidal deve ser

substituída por uma outra, a das redes poliárquicas de atenção à saúde, em que, respeitando-se

as diferenças nas densidades tecnológicas, rompem-se as relações verticalizadas,

conformando-se redes policêntricas horizontais”, conforme pode-se observar na figura 1.

Figura 1: A mudança dos sistemas piramidais e hierárquicos para as redes de atenção à

saúde

FONTE: Mendes (2011, p.84)

A atenção básica ou Atenção Primária à Saúde, enquanto um dos eixos estruturantes

do Sistema Único de Saúde vive um momento especial ao ser assumida como uma das

prioridades do Ministério da Saúde. Entre os seus desafios atuais, destacam-se aqueles

relativos ao acesso e ao acolhimento, à efetividade e à resolutividade das suas práticas, ao

recrutamento, ao provimento e à fixação de profissionais, à capacidade de gestão/coordenação

do cuidado e, de modo mais amplo, às suas bases de sustentação e legitimidade social

(BRASIL, 2012a).

A parir da Conferência Internacional de Alma-Ata ocorrida em 1978, o Brasil vem

trabalhando com políticas de atenção à saúde que alcancem o maior número de brasileiros. A

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partir da primeira década do século XXI a atenção primária vem ganhando maior destaque

nacional ao ser adotada em 2006 a mudança do Programa Saúde da Família (PSF) para

Estratégia Saúde da Família (ESF), que é a política de reorientação da Atenção Primária à

Saúde (APS). (BRASIL, 2002a).

De acordo com a Portaria n° 2488 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011b), a

Atenção Primária à Saúde:

caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e

coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de

agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a

manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral

que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos

determinantes e condicionantes de saúde das coletividades.

Internacionalmente, a APS tem se apresentado como uma estratégia de organização

da atenção à saúde, direcionada de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior

parte das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas e

caracterizando-se pela regionalização e integralidade (MATTA e MOROSINI, 2009).

A Atenção Primária à Saúde é desenvolvida de forma descentralizada, devendo

ocorrer no local mais próximo da vida das pessoas, ser o contato preferencial dos usuários, ser

a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde

(RAS), sendo fundamental que ela “se oriente pelos princípios da universalidade, da

acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da

responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social” (BRASIL, 2012a,

p.9).

No sentido de reestruturar os serviços de saúde a partir do SUS, o Ministério da

Saúde implementou em 1994 o Programa Saúde da Família (PSF), que foi publicado e

efetivado em 1996, e foi adquirindo gradativamente, o status de estratégia de reorganização

da atenção primária e do modelo assistencial no país. Esta alteração refletiu na própria

denominação dessa intervenção, que passou a ser nomeada como Estratégia Saúde da Família

(ESF). (TRAD & ESPERIDIÃO, 2010).

De acordo com Viegas e Penna (2013b), o acesso da população à rede de serviços de

saúde, deve ser por meio dos serviços de nível primário de atenção, que devem estar

qualificados para atender e resolver os principais problemas que se apresentam. A ESF

constitui a porta de entrada do Sistema de Saúde, que determina o trabalho dos demais níveis,

oferecendo serviços de promoção e proteção à saúde, prevenção de riscos, cura e reabilitação

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para maximizar a saúde e o bem-estar, e integrando a atenção de forma hierarquizada,

regionalizada e como ordenadora das redes de atenção do SUS.

A Atenção Primária tem a Estratégia Saúde da Família como prioridade para sua

organização e tem como características: os princípios do SUS, incluindo o acesso universal e

contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de

entrada preferencial do sistema de saúde, trabalhar com território adscrito de forma a permitir

o planejamento e a programação descentralizada, e em consonância com o princípio da

equidade; efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações

programáticas e demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde, prevenção

de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e

em equipe, e coordenação do cuidado na rede de serviços; desenvolver relações de vínculo e

responsabilização entre as equipes e a população adscrita garantindo a continuidade das ações

de saúde e a longitudinalidade do cuidado; valorizar os profissionais de saúde por meio do

estímulo e do acompanhamento constante de sua formação e capacitação; realizar avaliação e

acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de

planejamento e de programação; e estimular a participação popular e o controle social.

(BRASIL, 2012a).

Uma das prioridades da Atenção Primária é a saúde do idoso, que também faz parte

das ações estratégicas do Pacto pela Vida estabelecido em 2006 entre os três gestores do SUS,

isto é, entre Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e

o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). A implantação

desse pacto possibilita a efetivação de acordos entre essas três esferas de gestão para a

reforma de aspectos institucionais vigentes, promovendo inovações nos processos e

instrumentos de gestão que visam a alcançar maior efetividade, eficiência e qualidade de suas

respostas. (BRASIL, 2006a).

Em se tratando de idosos, entende-se que o envelhecimento é “um processo natural

que ocorre ao longo de toda a experiência de vida do ser humano, por meio de escolhas e de

circunstâncias”. E este processo deve se dar com saúde, de forma ativa, livre de qualquer tipo

de dependência funcional, o que exige ações e estratégias voltadas à promoção da saúde em

todas as idades. (BRASIL, 2006b).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a população mundial de pessoas

com 60 anos ou mais dobrou desde 1980 e tem previsão de chegar a 2 bilhões até 2050, sendo

este um motivo de celebração, pois as pessoas mais velhas fazem contribuições importantes

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para a sociedade como membros da família, voluntários e até como participantes ativos no

mercado de trabalho (WHO, 2012).

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que já

vem ocorrendo uma transição na estrutura etária da população desde os anos 1980, com

a aceleração do declínio das taxas de fecundidade, por um lado e de mortalidade, por outro.

Por este motivo, é importante estudar o índice de envelhecimento dos processos em curso

na dinâmica populacional: valores elevados indicam a ocorrência de mudanças nos padrões

demográficos, ou seja, apontam para um processo avançado de transição demográfica, no

caso, o crescimento expressivo da população de 65 anos ou mais de idade em relação ao

crescimento da população jovem (de 0 a 14 anos de idade). O IBGE define índice de

envelhecimento como o número de pessoas de 65 ou mais anos de idade, para cada 100

pessoas menores de 0 a 14 anos de idade. (IBGE, 2013a).

Segundo o censo demográfico 1980/2000 e de acordo com as projeções da população

dos anos 2000 a 2060 realizadas pelo IBGE, pode-se observar o aumento desse índice de

envelhecimento. No Brasil, o índice de envelhecimento em 1980 era de 10,49%, subindo para

19,77% em 2000, tendo projeção de 30,64% em 2013 e de 40,28% para 2018. No Estado do

Rio de Janeiro, o crescimento também não ficou muito diferente, aumentando de 15,11% em

1980 para 29,55% em 2000 e com projeção de 44,02% em 2013 e de 58,27% para 2018.

(IBGE, 2013b). Segundo Moraes (2012, p. 9), “os principais determinantes dessa acelerada

transição demográfica no Brasil são a redução expressiva na taxa de fecundidade, associada a

forte redução da taxa de mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida”.

Em favor do envelhecimento saudável, o Brasil conta com legislação específica. A Lei

8.842 de 1994 dispõe sobre a Política Nacional do Idoso (PNI) e prevê ações governamentais

para promover um envelhecimento saudável, além de apontar a necessidade de prevenir,

promover e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas. Em 1999,

a Portaria nº 1.395, de 10 de dezembro, regulamentou de forma mais específica a Política

Nacional de Saúde do Idoso (PNSI), a qual foi atualizada em outubro de 2006, passando a se

chamar Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) conforme a Portaria n° 2.528.

Após a publicação da PNSPI, e para prover uma atenção específica e qualificada aos

idosos, dado que foi exigida dos profissionais de saúde e das autoridades maior atenção a esse

grupo, o Ministério da Saúde para corrigir esta lacuna, lança o Caderno de Atenção Básica à

Saúde n° 19, que se constitui em um guia de orientações para as ações de promoção da saúde

da pessoa idosa no âmbito da ESF. (PINHEIRO, ALVAREZ e PIRES, 2012).

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De acordo com Veras (2012), mesmo quando não há doenças crônicas associadas, o

envelhecimento envolve alguma perda funcional fisiológica, caracterizada por diminuição de

vigor, força, prontidão ou velocidade de reação sistêmica. O autor afirma que há uma elevada

prevalência de doenças crônicas nos idosos, onde menos de 10% das pessoas de 65 anos ou

mais estão livres de algum tipo de agravo crônico à saúde e mais de 10% referem pelo menos

cinco doenças crônicas concomitantes. Essa alta prevalência de doenças crônicas agrava a

perda da capacidade funcional das pessoas que envelhecem, causando prejuízos importantes à

qualidade de vida.

Para Oliveira et al (2013a), devido a essas alterações peculiares dos idosos, estes

precisam estar no centro das atenções dos serviços de saúde com abordagens

interdisciplinares e compreensivas a fim de tentar atender suas necessidades específicas.

Sendo assim, o envelhecimento da população brasileira e de outros países, apesar de apontar

melhorias relacionadas ao aumento da expectativa de vida, indica novos desafios de saúde

para atender a essas necessidades específicas das populações mais velhas, incluindo a

qualificação dos profissionais de saúde, os quais devem ampliar seus conhecimentos, a fim de

que possam contribuir para a prevenção, para o alívio do sofrimento e para a promoção de um

cuidado mais humanizado.

Nesse estudo, apesar de considerar a equivalência dos termos “atenção básica” e

“atenção primária à saúde”, assim como adotado na Política Nacional de Atenção Básica,

definiu-se por utilizar o termo Atenção Primária à Saúde e considerar idoso a pessoa que

possua idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos assim como estabelecido pelo Estatuto do

Idoso, disposto pela Lei n° 10.741, de 01 de outubro de 2003 e pela Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa, conforme a Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006 (BRASIL,

2003, BRASIL, 2012b, BRASIL, 2006b).

Durante os cinco anos de atuação como enfermeira da ESF no município de Maricá e

no município do Rio de Janeiro, pude observar que grande parte da demanda à Unidade de

Saúde da Família era de idosos, na busca por consultas médicas ou do enfermeiro

(programadas ou demanda espontânea), ou ainda para realização de procedimentos como

curativos de baixa complexidade, vacinas e aferição da pressão arterial e também para

participação em atividades de promoção em saúde como grupos educativos e reuniões com a

comunidade.

Essa participação ativa dos idosos na Estratégia Saúde da Família despertou em mim o

interesse em saber como estes vivenciam e avaliam a assistência que vem sendo oferecida, se

em sua percepção esta assistência possui a qualidade que desejam encontrar em uma unidade

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de Atenção Primária à Saúde, considerando a resolubilidade esperada diante dos problemas

comuns neste grupo e nível de atenção.

Na prática, observei muitas queixas dos idosos quanto à falta de visitas domiciliares

dos profissionais da área técnica (médico, enfermeiro e técnico de enfermagem). Queixavam-

se da demora nos agendamentos para as consultas médicas, referiam dificuldades na marcação

de exames e especialidades médicas em caso de encaminhamentos referenciados, o que

causava transtornos às suas vidas, preocupação com a ausência de uma resposta positiva e

mostrava que a unidade não conseguia responder às demandas da população na velocidade

com que pretendiam ou esperavam.

Devido à oportunidade da realização do curso de mestrado na Escola de Enfermagem

Anna Nery, no Núcleo de Pesquisa em Enfermagem e Saúde Coletiva (NUPENSC), e ao

retornar ao município de Maricá como coordenadora da Estratégia Saúde da Família,

ressurgiu o interesse em desenvolver um estudo sobre a qualidade da assistência em saúde no

nível primário ao grupo de idosos, posto os avanços que a ESF vem desenvolvendo e que

estudos de avaliação da assistência podem contribuir para um melhor desempenho do sistema

municipal.

Segundo Alencar et al (2014, p. 354), “para o fortalecimento e a consolidação de uma

APS de qualidade é de suma importância desenvolver e aprimorar mecanismos de avaliação

da organização, do desempenho e dos resultados dessa abordagem e engendrar esforços no

sentido de trazer a avaliação à rotina dos serviços e institucionalizá-la”. Já Tanaka & Tamaki

(2012) referem que a avaliação é um instrumento essencial no apoio à gestão, pois possibilita

qualificar a tomada de decisões, porém sua prática ainda é escassa. O grau de contribuição

dessa avaliação ao processo de tomada de decisão irá depender de fatores condicionantes,

como, por exemplo, a saúde e doença. A prática de gerir os serviços de saúde visa melhorar as

organizações de forma efetiva, eficiente e eficaz.

Assim que assumi a coordenação da ESF do município de Maricá em 2013, tomei

ciência de que os idosos cadastrados nas Unidades de Saúde da Família (USF) quando

encaminhados para algum especialista, eram obrigados a se deslocar do seu bairro até o

ambulatório de especialidades, localizado no centro de Maricá para efetuar a marcação com a

ficha de referência e contra referência em mãos. Vale ressaltar que muitos bairros são

distantes, sendo que alguns possuem cerca de 20 quilômetros ou mais de distância até o

ambulatório, totalizando mais de 40 quilômetros para ida e volta. Muitas vezes os idosos

faziam mais de uma viagem para pedir a informação e conseguir, em dias específicos, a

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marcação do exame solicitado pela unidade de atenção primária, o que de fato produzia muita

insatisfação com a organização da assistência no município.

Como esta situação contradiz os princípios da integralidade, longitudinalidade e

continuidade do cuidado estabelecidos pela Política Nacional da Atenção Básica (BRASIL,

2012b), a equipe técnica da coordenação municipal buscou sua correção. Desde janeiro de

2014 um novo fluxo foi estabelecido, com cada USF sendo responsável pelo encaminhamento

e marcação de seus usuários, não sendo necessário o deslocamento dos usuários para

conseguirem atendimento especializado.

Porém, mesmo com essa mudança, ainda observo algumas dificuldades na

operacionalização da atenção à saúde ao grupo de idosos como, por exemplo, o pequeno

número de visitas domiciliares por profissionais da área técnica, principalmente para

acamados e aqueles com dificuldades de locomoção, justificado pelos profissionais pela longa

distância e dificuldade de conseguir um transporte exclusivo que atenda a programação de

visitas das unidades e equipes. Além disto, uma queixa recorrente dos idosos é a falta de

especialistas nas unidades de saúde da família, pois se sentem mais à vontade quando

atendidos pelo especialista como cardiologista, ortopedista, dentre outros, pois julgam que os

profissionais da ESF não resolverão os problemas que os levaram à unidade.

Santiago et al (2013, p.41) apontam que “a alta satisfação com o trabalho dos

profissionais é um importante resultado para a Estratégia Saúde da Família que tem no

trabalho dos profissionais e na sua relação com a população o elemento primordial de sua

legitimação na organização do sistema de saúde”.

Face aos problemas expostos, esta pesquisa volta-se para a qualidade da assistência

prestada aos idosos na ESF, pois é relevante saber se o modelo de atenção à saúde, adotado

como estratégia de atenção primária à saúde está assistindo essas pessoas de forma

qualificada, eficaz e eficiente.

Sendo assim, este estudo traz como questão de pesquisa:

Como os idosos avaliam a assistência prestada na Estratégia Saúde da Família

no município de Maricá?

1.2. Objeto de estudo

Definiu-se como objeto de investigação desse estudo a qualidade da assistência

prestada aos idosos na Estratégia Saúde da Família.

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1.3. Objetivos

Este estudo tem como objetivos:

Objetivo geral: avaliar a qualidade da assistência na Estratégia Saúde da Família no

município de Maricá, a partir da perspectiva dos idosos.

Objetivo específico: analisar a presença e extensão dos atributos da atenção primária

à saúde na Estratégia Saúde da Família no município de Maricá, na perspectiva dos

idosos.

1.4. Justificativa e Relevância

Dentre os elementos que justificam a presente investigação, destacam-se as

prioridades de pesquisa do Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) ao apoiar estudos que visem

a avaliação do impacto de modelos de atenção e da utilização dos serviços de saúde:

Programa Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde através da avaliação de

políticas, programas, serviços e tecnologias que sejam relacionadas à saúde do idoso.

Ainda como prioridade de pesquisa para o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) e

como justificativa para este estudo, destaca-se estudos que visem a identificação de

parâmetros de avaliação do sistema de saúde na perspectiva dos usuários. Assim como a

prioridade em apoiar estudos que objetivem avaliar a organização básica do sistema,

integralidade, descentralização, regionalização, intersetorialidade, cobertura, acesso e

continuidade, qualidade e efetividade através da avaliação de sistemas e políticas de saúde.

Seguindo esta mesma perspectiva, esta pesquisa justifica-se por estar relacionada à

saúde do idoso e esta ser uma das seis prioridades pactuadas entre o Ministério da Saúde, o

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias

Municipais de Saúde (CONASEMS), através da Portaria nº 399/GM de 2006. Desta forma,

em defesa do Pacto pela Vida estabelecido entre os três gestores do SUS, ocorre o apoio ao

desenvolvimento de estudos e pesquisas que envolvam a saúde do idoso.

Ainda como elemento que justifica esta pesquisa, cita-se a Política Nacional de Saúde

da Pessoa Idosa (Portaria n° 2.528 de 19 de outubro de 2006), que possui como diretriz o

apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas relacionados à saúde do idoso, que visem

avaliar a qualidade e aprimorar a atenção de saúde à pessoa idosa.

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Além disso, trata-se de um estudo sobre avaliação da qualidade das ações prestadas

pelos serviços primários e, segundo Tanaka & Tamaki (2012, p.822) “a avaliação constitui

um instrumento essencial de apoio à gestão pela sua capacidade de melhorar a qualidade da

tomada de decisão”.

Levando-se em consideração que desconhecemos outros trabalhos após Bara (2013),

que realizou a validação do instrumento de avaliação “PCATool - Brasil, versão adulto-

adaptado ao idoso”, o qual sofreu adaptações transculturais da versão adulto para ser realizado

exclusivamente com os idosos, este estudo preenche uma necessidade de informação

potencialmente útil para a gestão do sistema de saúde, para a área da saúde coletiva, para a

saúde do idoso e, principalmente, para avaliação dos serviços de saúde.

1.5. Contribuição do Estudo

Acredita-se que esta pesquisa poderá contribuir diretamente com o processo de

trabalho dos profissionais integrantes da equipe multidisciplinar da Estratégia Saúde da

Família, pois identifica os nós críticos a uma assistência de qualidade a partir de quem se

utiliza dos serviços oferecidos pela equipe de saúde, bem como com a construção de

estratégias locais para sua resolução. De forma indireta trará contribuições para melhora na

qualidade de vida das pessoas assistidas, especialmente das pessoas idosas.

Para o governo municipal este estudo dimensiona como a população idosa avalia o

desempenho da Estratégia Saúde da Família, o que poderá favorecer ou fortalecer as

discussões sobre políticas públicas de saúde, direcionando as intervenções nos itens onde

houve resultados mais deficientes.

Por fim, espera-se que o estudo contribua com o fortalecimento e desenvolvimento da

pesquisa e do ensino em enfermagem, especialmente na temática da avaliação de serviços

primários e na saúde do idoso.

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CAPÍTULO II – BASES CONCEITUAIS

2.1. Dimensões da avaliação da Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde (APS) vem sofrendo propostas de definições por diversos

autores desde a Conferência de Alma-Ata, ocorrida em 1978, porém a definição operacional

da APS sistematizada por Starfield vem sendo utilizada, inclusive pelo Ministério da Saúde.

Segundo a autora, “atenção primária é uma abordagem que forma a base e determina o

trabalho de todos os outros níveis dos sistemas de saúde” (STARFIELD, 2002, p.28).

A partir desta definição, considera-se quatro atributos essenciais e três atributos

derivados, que qualificam as ações dos serviços de APS, conforme tabela 1:

Tabela 1: Atributos da APS e suas descrições

Atributos Descrição

Essenciais

Acesso de primeiro

contato do indivíduo

com o sistema de saúde

Acessibilidade e utilização do serviço de saúde como

fonte de cuidado a cada novo problema ou novo episódio

de um mesmo problema de saúde, com exceção das

verdadeiras emergências e urgências médicas.

Longitudinalidade

Existência de uma fonte continuada de atenção, assim

como sua utilização ao longo do tempo. A relação entre a

população e sua fonte de atenção deve se refletir em uma

relação interpessoal intensa que expresse a confiança

mútua entre os usuários e os profissionais de saúde.

Integralidade

Leque de serviços disponíveis e prestados pelo serviço de

atenção primária. Ações que o serviço de saúde deve

oferecer para que os usuários recebam atenção integral,

tanto do ponto de vista do caráter biopsicossocial do

processo saúde-doença, como ações de promoção,

prevenção, cura e reabilitação adequadas ao contexto da

APS, mesmo que algumas ações não possam ser

oferecidas dentro das unidades de APS. Incluem os

encaminhamentos para especialidades médicas focais,

hospitais, entre outros.

Coordenação da

atenção

Pressupõe alguma forma de continuidade seja por parte

do atendimento pelo mesmo profissional, seja por meio

de prontuários médicos, ou ambos, além do

reconhecimento de problemas abordados em outros

serviços e a integração deste cuidado no cuidado global

do paciente. O provedor de atenção primária deve ser

capaz de integrar todo cuidado que o paciente recebe

através da coordenação entre os serviços.

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Derivados

Atenção à saúde

centrada na família

(orientação familiar)

Na avaliação das necessidades individuais para a atenção

integral deve-se considerar o contexto familiar e seu

potencial de cuidado e, também, de ameaça à saúde,

incluindo o uso de ferramentas de abordagem familiar.

Orientação comunitária

Reconhecimento por parte do serviço de saúde das

necessidades em saúde da comunidade através de dados

epidemiológicos e do contato direto com a comunidade;

sua relação com ela, assim como o planejamento e a

avaliação conjunta dos serviços.

Competência cultural

Adaptação do provedor (equipe e profissionais de saúde)

às características culturais especiais da população para

facilitar a relação e a comunicação com a mesma.

FONTE: Manual do instrumento de avaliação da atenção primária à saúde: Primary Care Assessment

Tool - PCATool-Brasil (BRASIL, 2010a).

Um serviço de atenção básica para ser considerado um provedor de atenção primária

requer que este apresente os quatro atributos essenciais, aumentando seu poder de interação

com o indivíduo e com a comunidade quando apresentar também os atributos derivados, o

que reflete uma melhor qualidade do serviço prestado na atenção primária. (BRASIL, 2010a).

Os atributos essenciais e derivados podem ser avaliados separadamente, apesar de se

apresentarem, intimamente inter-relacionados na prática assistencial individual ou coletiva,

dos serviços de APS. Considera-se que um serviço de atenção básica promova atenção

primária quando apresente os quatro atributos essenciais e quanto maior for a presença destes

atributos, entrelaçados aos atributos derivados, ele se torna capaz de prover atenção integral,

do ponto de vista biopsicossocial, a sua comunidade adscrita. (BRASIL, 2010a).

2.2. Estratégia Saúde da Família

Fazendo parte do nível primário do sistema, e no sentido da reestruturação dos

serviços de saúde a partir do SUS, foi criado, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF),

numa perspectiva focalizadora, a partir do qual, buscava-se superar desigualdades no acesso

aos serviços de saúde e visava-se o alcance da equidade dentro do sistema (GIOVANA &

MENDONÇA apud SILVA & CASOTTI, 2013) e que ganha status de estratégia nacional de

reorganização do sistema de saúde em 2006 com a publicação da Política Nacional de

Atenção Básica.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu como um plano dinâmico do Sistema

Único de Saúde (SUS) devido à evolução histórica e a nova organização do sistema de saúde

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vividos no Brasil. Apresenta um crescimento expressivo nos últimos anos o que se comprova

pela grande adesão de gestores estaduais e municipais em seguir os seus princípios. (BRASIL,

2014c).

Segundo Viegas & Penna (2013a, p. 134) “a Estratégia Saúde da Família (ESF)

constitui-se em um importante desafio ao prever uma ruptura com o modelo assistencial

biomédico e a construção de uma nova prática, centrada no usuário”.

A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde tem

provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no

SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido

resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas às equipes

saúde da família (BRASIL, 2014b).

Segundo o Departamento da Atenção Básica (BRASIL, 2014b):

“Mediante a adstrição de clientela, as equipes Saúde da Família estabelecem

vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a co-

responsabilidade destes profissionais com os usuários e a comunidade. Seu

desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior

resolubilidade da atenção, onde a Saúde da Família é compreendida como a

estratégia principal para mudança deste modelo, que deverá sempre se

integrar a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde”.

De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica – PNAB (BRASIL, 2012b), a

equipe de saúde da ESF deverá ser composta por, no mínimo, médico generalista ou

especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista

ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes

comunitários de saúde, devendo acrescentar no caso das Unidades com saúde bucal, os

profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da

Família, auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal.

A relação entre a equipe Saúde da Família e a população adscrita deve estar

fundamentada na construção de vínculo. Uma equipe deve buscar diariamente implantar

mudanças na atenção à saúde, face às propostas de um modelo assistencial centrado no

usuário, assentado no compromisso ético com a vida, com a promoção e a recuperação da

saúde, visando a garantia do acesso aos cuidados necessários, o vínculo, a

corresponsabilização para com o usuário, a integralidade da assistência e o monitoramento

contínuo dos resultados alcançados (VIEGAS & PENNA, 2013a).

De acordo com estes autores “a abordagem integral dos indivíduos/famílias na ESF é

facilitada pela soma de olhares dos distintos profissionais que compõem as equipes

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interdisciplinares. Dessa maneira, nos fazeres do cotidiano de cada profissional, pode-se obter

um maior impacto sobre os diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença”.

2.3. O envelhecimento e a atenção a saúde das pessoas idosas

O Brasil, principalmente após meados dos anos 80, vem passando por

mudanças no padrão etário da população, deixando o formato triangular da pirâmide

populacional, que possuía uma base alargada passando a apresentar uma pirâmide

populacional com uma base estreita e vértice mais largo, característicos de uma sociedade em

acelerado processo de envelhecimento (BRASIL, 2010b).

Segundo Moraes (2012, p.10) “na área da saúde, essa rápida transição demográfica e

epidemiológica traz grandes desafios, pois é responsável pelo surgimento de novas demandas

de saúde, especialmente “a epidemia de doenças crônicas e de incapacidades funcionais”,

resultando em maior e mais prolongado uso de serviços de saúde”. Sendo assim, é essencial

que a ESF esteja preparada a assistir com qualidade essa população que possui demandas

específicas dessa faixa etária.

Concomitante a regulamentação do SUS, que estabeleceu princípios e diretrizes e

criou a Estratégia Saúde da Família como modelo de reorganização da prática assistencial, o

Brasil vem se organizando para atender as demandas da população que envelhece. Em 1996

foi regulamentada a Política Nacional do Idoso que havia sido promulgada em 1994,

assegurando direitos sociais à pessoa idosa. Em 1999, a Portaria nº 1.395 ao tratar da Política

Nacional de Saúde do Idoso, destaca que o principal problema que pode afetar este grupo é a

perda de sua capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades físicas e mentais necessárias

para realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária. (PINHEIRO, ALVAREZ

e PIRES, 2012).

Em 2002 foi proposta a organização e a implantação de Redes Estaduais de

Assistência à Saúde do Idoso, e como parte de operacionalização das redes são criadas as

normas para cadastramento de Centros de Referência em Atenção à Saúde do Idoso. Em

2003, o Congresso Nacional aprovou e o Presidente da República sancionou o Estatuto do

Idoso, o qual amplia a resposta do Estado e da sociedade às necessidades da população idosa,

mas não traz meios para financiamento das ações propostas. (BRASIL, 2006b).

Conforme observado, o envelhecimento da população há algum tempo já vem sendo

alvo de preocupação entre gestores e formuladores de políticas. Desta forma, visando discutir

ações para promoção do envelhecimento ativo, foi desenvolvido pela Unidade de

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Envelhecimento e Curso de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) o projeto de

política de saúde intitulado “Envelhecimento ativo: uma política de saúde” (WHO, 2005).

Em 2006, foi publicado, por meio da Portaria nº 399/GM, as Diretrizes do Pacto pela

Saúde que aprecia o Pacto pela Vida. Neste documento, a saúde do idoso aparece como uma

das seis prioridades pactuadas entre as três esferas de governo. Porém, apesar do avanço da

legislação brasileira relativa aos cuidados da população idosa, o Ministério da Saúde

considerou a prática ainda insatisfatória. A vigência do Estatuto do Idoso e seu uso como

instrumento para a conquista de direitos dos idosos, a ampliação da Estratégia Saúde da

Família na cobertura assistencial de idosos, famílias frágeis e aquelas em situação de grande

vulnerabilidade social, aliadas a inserção ainda elementar das Redes Estaduais de Assistência

à Saúde do Idoso, culminaram na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI),

através da Portaria n° 2.528 de 19 de outubro de 2006. (BRASIL, 2006b)

Ações coletivas na comunidade, as atividades de grupo, a participação das redes

sociais dos usuários são alguns dos recursos indispensáveis para atuação nas dimensões

cultural e social para os idosos que devem ser desenvolvidas no trabalho das equipes de Saúde

da Família. É importante que no processo de trabalho das equipes de saúde família possam ser

estruturadas situações que se aproximem da realidade do idoso, estimulando-o a considerar a

necessidade de suas atitudes, práticas e valores face a importância de se possuir uma

qualidade de vida nesta faixa etária (BRASIL, 2006b; PINHEIRO, ALVAREZ E PIRES,

2012).

Visando demonstrar alguns dos problemas de saúde do idoso em que a atuação dos

Programas Saúde da Família pode causar um impacto importante, Guimarães apud Silvestre

& Costa Neto (2003) elaborou uma tabela com características e demandas dos idosos na

atenção básica, apresentada abaixo.

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Tabela 2: Características e demandas de idosos na atenção básica de saúde

Problema de

saúde

Prevalência (p)

Incidência (i)

Impacto individual/

familiar Requisito

Resultado

esperado

Inatividade crônica p: 75% Risco de dependência Programa de

exercícios ↑ Qualidade de vida

Redução de função p: 42% Dependência funcional

média

Programa de

reabilitação

Prevenção de

dependência

Imobilidade p: 4% Dependência funcional

grave, risco para

hospitalizações ou

Institucionalização

Programa de

reabilitação

Prevenção de

complicações e

dependência

Desnutrição

protéico-calórica e

micronutrientes

Desnutrição

calórica:

p: 20-30%

↓ Qualidade de vida

pesooal

Programa de

alimentação ↑ Qualidade de vida

Tabagismo p: 18% ↓ Capacidade Respiratória

↑ DPOC, Câncer,

coronariopatias

Educação,

programa de

recuperação

↑ Qualidade de vida

Alcoolismo p: 10-20% ↓ Qualidade de vida

pesooal e familiar

Educação,

programa de

recuperação

↑ Qualidade de vida

Maus tratos:

negligência e

abuso

p: 4-10% ↓ Qualidade de vida

pesooal

Educação familiar,

denunciar suspeita

↑ Qualidade de vida

Acidentes (quedas) p: 20-30% 1ª causa de incapacidades

entre os idosos

Controle dos riscos ↓ Acidentes

Enfermidade

Oculta

p: 50% ↓ Riscos de Morbi-

mortalidade

Triagem para alto

risco

Controle precoce

Multipatologias p: 10%

mais que 5 doenças

crônicas

↓ Riscos de polimedicação Estabelecer

prioridades,

controle

↑Controle

↓ Fármacos

↓ Iatrogenia

Multifármacos p: 11% mais que 4

fármacos

↓ Riscos de Iatrogenias Estabelecer

prioridades,

Descontinuar

desnecessários

↓ Fármacos

↓ Iatrogenia

Demência p: 5% ↓ Qualidade de vida

pesooal e familiar

Referenciar para

avaliação

Melhor controle

↓ Carga familiar

Depressão maior p: 6-10% 2ª causa de incapacidade

entre os idosos

Tratamento ↑ Qualidade de vida

Isolamento p: 10-15% ↓ Qualidade de vida e risco

para institucionalização

Educação,

programa de

recuperação

↑ Qualidade de vida

Hipertensão

Arterial Sistêmica

p: 20-25% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

Tratamento ↓ Prevenção de

complicações e

dependência

Hipertensão

Sistólica isolada

p: 35-40% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

Tratamento ↓ Prevenção de

complicações e

dependência

Insuficiência

Cardíaca

Congestiva

p: 1,5-2,5% 1ª causa de hospitalização

e re-hospitalização em

idosos

Referenciar para

avaliar tratamento

↓ Hospitalizações e

re-hospitalizações

↑ Qualidade de vida

Cardiopatia

isquêmica

p: 10-20% Principal causa de morte

no idoso

Referenciar para

avaliar tratamento

↓ Hospitalizações e

re-hospitalizações

↑ Qualidade de vida

Reumatismo p: 30-50% Risco de dependência

↓ Qualidade de vida e risco

para institucionalização

Referenciar para

avaliar tratamento

Prevenção de

dependência

↑ Qualidade de vida

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Incontinência

urinária

p: 10-15% Risco de dependência

↓ Qualidade de vida e risco

para institucionalização

Referenciar para

avaliação

Prevenção de

dependência

↑ Qualidade de vida

Doença Bronco

Pulmonar

Obstrutiva Crônica

p: 10-20% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

↓ Qualidade de vida

pessoal

Tratamento ↓ Hospitalizações

↑ Qualidade de vida

Diabetes mellitus p: 10-20% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

↓ Qualidade de vida

pessoal

Tratamento Prevenção de

complicações e

dependência

Osteoporose pós-

menopáusica

p: 30-40% Riscos de fratura óssea e

de dependência

Referenciar para

avaliação

Prevenção de

complicações e

dependência

Parkinsonismo p: 1-2% Dependência Referenciar para

avaliação

↓ Dependência

↑ Qualidade de vida

Dislipidemia p: 15-40%

(antes 70 anos)

Risco de coronariopatia Tratamento Prevenção de

complicações e

dependência

Hipotireoidismo p: 4-8% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

↓Qualidade de vida pessoal

Tratamento Prevenção de

complicações

↑ Qualidade de vida

Câncer p: 1-2% ↑ Riscos de morbi-

mortalidade

↓ Qualidade de vida

pessoal

Referenciar para

avaliação

Tratamento suporte

↑ Qualidade de vida

Hospitalizações

por doenças

controláveis e re-

hospitalizações

I: 16% ano Risco iatrogênico

Ansiedade

↑ Dependência

Controle adequado

dos problemas de

saúde

↓ Hospitalizações

↑ Qualidade de vida

Hospitalizações

por infecções

respiratórias

I: 7% das

hospitalizações (3ª

causa)

Risco iatrogênico

Ansiedade

↑ Dependência

Vacinação

↓ Riscos

↓ Hospitalizações

Hospitalizações

por diabetes e

hipertensão

5ª e 7ª causa

hospitalar

respectiva

Risco iatrogênico

Ansiedade

↑ Dependência

Controle adequado

de ambas

↓ Hospitalizações

Re-hospitalização I: 5% ano Risco iatrogênico

Ansiedade

↑ Dependência

Controle adequado

dos problemas de

saúde

↓Re-hospitalizações

p= prevalência estimada; I= incidência estimada.

FONTE: Guimarães apud Silvestre & Costa Neto (2003)

Ainda neste contexto, Silvestre e Costa Neto (2003, p.844) afirmam que:

a Estratégia de Saúde da Família, de acordo com seus princípios básicos

referentes à população idosa, aponta para a abordagem das mudanças físicas

consideradas normais e identificação precoce de suas alterações patológicas.

Destaca, ainda, a importância de se alertar a comunidade sobre os fatores de

risco a que as pessoas idosas estão expostas, no domicílio e fora dele, bem

como de serem identificadas formas de intervenção para sua eliminação ou

minimização, sempre em parceria com o próprio grupo de idosos e os

membros de sua família.

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36

2.4. Avaliação da Qualidade

Avaliar significa, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005, p.9), “formar

opinião, julgar e emitir juízo de valor sobre determinado assunto. Frequentemente a temática

avaliação está associada a aspectos negativos como punição, classificação e eliminação

daqueles que não alcançaram determinado resultado”.

A garantia da qualidade da atenção à saúde vem apresentando-se como um dos

principais desafios do SUS. Essa qualidade deve, necessariamente, compreender os princípios

de integralidade, universalidade, equidade e participação social. De acordo com Deslandes

(1997), a avaliação de serviços de saúde teve sua matriz teórica oriunda na área da pesquisa

social e hoje é amplamente reconhecida e divulgada. A avaliação em serviços de saúde utiliza

indicadores da qualidade da atenção em saúde como, por exemplo: acesso, utilização,

cobertura, eficácia, satisfação do usuário, objetivos, estrutura, processos e resultados.

Avedis Donabedian foi o primeiro autor que se dedicou de maneira sistemática a

estudar e publicar sobre qualidade em saúde. Em 1988, iniciou a publicação de trabalhos

retratando a preocupação com o tema qualidade e como avaliá-lo no setor da saúde. O autor

parte da premissa que a qualidade é a obtenção de maiores benefícios em detrimento de

menores riscos para o paciente. Absorveu da teoria de sistemas a noção de indicadores de

estrutura, processo e resultado, abordagens que se tornaram um clássico nos estudos de

qualidade em saúde. Nesse sentido ele propõe os 7 pilares da qualidade: eficácia, efetividade,

eficiência, otimização dos recursos, aceitabilidade, legitimidade e equidade. São citadas ainda,

a continuidade dos cuidados e a comunicação entre o profissional e o usuário.

(D'INNOCENZO, ADAMI & CUNHA, 2006). A figura 2 apresenta os 7 pilares da qualidade

para Donabedian.

Figura 2: Os 7 pilares da qualidade para Donabedian

Fonte: Bassa (2012).

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37

Segundo Alencar et al (2014), a avaliação deve ser concebida como uma ferramenta

habitual indispensável à formulação da própria ação, de sua implementação e melhoria. Ela

tem várias dimensões: primeiro, uma cognitiva, a avaliação visa produzir informações

científicas válidas e socialmente legítimas; segundo, tem uma dimensão normativa quando

visa a emitir um julgamento e, terceiro, uma dimensão instrumental ou utilitária quando visa a

melhorar uma situação.

Para Santiago et al (2013) é de grande relevância avaliar a qualidade do sistema de

saúde a partir do usuário, pois favorece a humanização, além de construir uma oportunidade

de se verificar, na prática, a resposta da comunidade à oferta do serviço de saúde e de permitir

adequações do mesmo às suas expectativas.

De acordo com Felisberto apud Alencar et al (2014, p. 354), “para o fortalecimento e a

consolidação de uma APS de qualidade é de suma importância desenvolver e aprimorar

mecanismos de avaliação da organização, do desempenho e dos resultados dessa abordagem e

engendrar esforços no sentido de trazer a avaliação à rotina dos serviços e institucionalizá-la”.

Embora exista uma série de dificuldades para avaliar a qualidade na área da saúde, é

unânime entre os gestores de que é necessário escolher sistemas de avaliação e indicadores de

desempenho institucional adequados para apoiar a administração dos serviços e propiciar a

tomada de decisão com o menor grau de incerteza possível (D'INNOCENZO, ADAMI &

CUNHA, 2006). Na Atenção Primária à Saúde existem vários instrumentos que ajudam a

avaliar o desempenho de qualidade dos serviços de saúde, como: Avaliação para Melhoria da

Qualidade (AMQ), Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção

Básica (PMAQ-AB) e o Instrumento de Avaliação da Qualidade da Atenção Primária

(PCATool).

2.4.1. Avaliação para Melhoria da Qualidade (AMQ)

A Avaliação para Melhoria da Qualidade (AMQ) da Estratégia Saúde da Família foi

criada em 2005 pelo Ministério da Saúde como a primeira estratégia de avaliar a qualidade

desta política de saúde, visando obter melhores resultados nas condições de saúde da

população assistida pela equipe de saúde da família.

Com o objetivo de oferecer aos gestores municipais ferramentas de avaliação e de

gestão da qualidade da Estratégia Saúde da Família, o projeto da AMQ tornou acessíveis

documentos técnicos para os municípios interessados em aderir voluntariamente a ele

(BRASIL, 2005).

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38

A AMQ possui cinco instrumentos de autoavaliação, com 300 padrões de qualidade, e

cada instrumento é conduzido para atores específicos: gestor municipal de saúde, coordenador

da Saúde da Família, unidade de Saúde da Família, equipe de Saúde da Família e

profissionais de nível superior da Saúde da Família. Esses instrumentos foram divididos em

dois componentes de análise, denominados de gestão e equipes. E esses componentes, por sua

vez, foram divididos em dimensões. O componente denominado gestão foi separado em três

dimensões: desenvolvimento da ESF, coordenação técnica das equipes e Unidade Saúde da

Família (USF), que são respondidos pelo gestor municipal, pela coordenação da ESF e pela

direção da USF, respectivamente. O componente denominado equipe foi desmembrado em

duas dimensões: consolidação do modelo de atenção e atenção à saúde, que são analisadas

pela equipe e pelos profissionais de nível superior, respectivamente. Além disso, cada

dimensão é dividida em subdimensões e depois em padrões de qualidade. (POTON,

SZPILMAN & SIQUEIRA, 2011).

As diretrizes da AMQ são: a especificidade; a autogestão (por parte dos municípios); a

abrangência universal, pois é possível aplicar o instrumento em todo território nacional; a

fácil aplicabilidade dos instrumentos; a livre adesão por parte do gestor municipal; a

integração entre as esferas do governo; o sistema digital através de etapas informatizadas; a

garantia de privacidade dos resultados; e a qualificação, ou seja, visa assegurar o componente

pedagógico e qualificador da proposta, não estando previstos incentivos financeiros ou

sanções relativas aos resultados obtidos. (BRASIL, 2002b).

Nesse sentido, apesar de não oferecer recompensas financeiras, a autoavaliação da

AMQ permite aos profissionais uma participação ativa e reflexiva sobre o trabalho

desenvolvido na ESF. Segundo Poton, Szpilman & Siqueira (2011, p. 60) “ao se autoavaliar, a

AMQ reforçou, em cada membro da equipe, a de reflexão sobre o seu processo de trabalho, a

sua equipe, a diversidade e a integração do serviço com a comunidade”.

O projeto da AMQ visa melhoria contínua da qualidade de aspectos organizacionais e

permite a autoavaliação, o exame das deficiências e a possibilidade da sua correção. É um

processo eminentemente pedagógico que cria grande confiança nos seus utilizadores (PISCO,

2007).

Silva e Caldeira (2011) destacam a utilização da AMQ como ferramenta que permite

ao gestor aferir o grau de comprometimento de suas equipes da ESF com a reformulação do

modelo assistencial e com as ações de saúde desenvolvidas e, desta forma, permite ao gestor

definir os aspectos mais críticos para uma intervenção mais precoce.

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39

2.4.2. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica

(PMAQ –AB)

Na mesma perspectiva de preocupação com a qualidade da Atenção Primária à Saúde, o

Ministério da Saúde implementou em 2011, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da

Qualidade da Atenção Básica (PMAQ- AB), instituído através da Portaria n° 1.654, de 19 de

julho de 2011.

O PMAQ- AB foi elaborado com o objetivo de induzir a ampliação do acesso e a

melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável

nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das

ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde (BRASIL, 2011c).

As diretrizes propostas por este programa do governo federal são: construir um

parâmetro de comparação entre as equipes de saúde da atenção básica, considerando-se as

diferentes realidades de saúde; estimular processo contínuo e progressivo de melhoramento

referente ao acesso e à qualidade; permitir transparência e o contínuo acompanhamento das

ações e resultados pela sociedade; envolver, mobilizar e responsabilizar os gestores de todas

as esferas, assim como as equipes de saúde de atenção básica e os usuários; realizar a

contratualização, que implique na gestão dos recursos em função dos compromissos e

resultados pactuados e alcançados; estimular a efetiva mudança do modelo de atenção, o

desenvolvimento dos trabalhadores e a orientação dos serviços em função das necessidades e

da satisfação dos usuários; e caráter voluntário para a adesão tanto pelas equipes de saúde da

atenção básica quanto pelos gestores municipais. (BRASIL, 2011c).

Apesar de algumas semelhanças com a AMQ, este programa possui uma

particularidade que é a determinação de um incentivo financeiro por parte do governo federal

aos municípios que aderem ao PMAQ-AB. O valor deste incentivo é variável de acordo com

os resultados pactuados e alcançados por cada município.

De acordo com a Portaria nº 1.654 de 2011, o PMAQ-AB é composto por 4 fases:

1ª fase, onde ocorre a formalização da adesão pelo Município e pelo Distrito Federal;

a contratualização da equipe de saúde da atenção básica e do gestor municipal ou do

Distrito Federal; e a homologação na Comissão Intergestores Bipartite, após informar

ao Conselho Municipal de Saúde e à Comissão Intergestores Regional.

2ª fase (ou Desenvolvimento), onde ocorre a autoavaliação, a ser feita pela equipe de

saúde da atenção básica; o monitoramento, a partir dos indicadores de saúde

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40

contratualizados na fase 1; a educação permanente, considerando-se as necessidades; e

o apoio institucional.

3ª fase (ou avaliação externa), onde ocorre a certificação de desempenho das equipes

de saúde e gestão da atenção básica, que será realizada por instituições de ensino e/ou

pesquisa, por meio da verificação de evidências para um conjunto de padrões

previamente determinados e também pelo Ministério da Saúde a partir do

monitoramento de indicadores; e avaliação não relacionada ao processo de

certificação, com finalidade de avaliar a rede local de saúde pelas equipes da atenção

básica, avaliar a satisfação do usuário, e estudar a base populacional sobre aspectos do

acesso, utilização e qualidade da Atenção Básica em Saúde.

4ª fase (ou Recontratualização), a qual caracteriza-se pela pactuação singular dos

Municípios e do Distrito Federal com incremento de novos padrões e indicadores de

qualidade, estimulando a institucionalização de um processo cíclico e sistemático a

partir dos resultados verificados nas Fases 2 e 3 do PMAQ-AB.

2.4.3. Instrumento de Avaliação da Qualidade da Atenção Primária (PCATool)

Uma das formas de avaliação da qualidade é o Instrumento de Avaliação da Atenção

Primária (PCATool – Primary Care Assessment Tool), que foi criado com base no modelo de

avaliação da qualidade de serviços de saúde proposto por Donabedian, sendo instituído por

Starfield e colaboradores. Originalmente, o instrumento apresenta versões autoaplicáveis

destinadas a crianças (PCATool versão Criança), a adultos maiores de 18 anos (PCATool

versão Adulto), a profissionais de saúde e, também, ao coordenador/gerente do serviço de

saúde. (BRASIL, 2010a).

O PCATool mede a presença e a extensão dos 4 atributos essenciais e dos 3 atributos

derivados da APS. Desta maneira, devido a ausência de ferramentas para medir essas

interações no contexto da APS no Brasil, o PCATool preenche a devida lacuna, promovendo

medida de base individual sobre a estrutura e, principalmente, o processo de atenção em APS.

Apesar de já ser validado em outros países, para adaptá-lo à realidade brasileira, cada

versão original do instrumento foi transformada em uma ferramenta aplicável por meio de

entrevistadores e passou por um processo de tradução e tradução reversa, análise de

confiabilidade, adaptação e validação de conteúdo e de construto, recebendo o nome de

Instrumento de Avaliação da Atenção Primária – PCATool- Brasil. (BRASIL, 2010a).

Assim como a AMQ, o PCATool tem em sua concepção os pressupostos avaliativos

de Donabedian e enfoca aspectos relativos a estrutura, processo e resultados dos serviços de

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41

saúde. Apesar disso, Figueiredo et al (2013) evidenciaram baixa concordância entre os

escores obtidos pela AMQ e pelo PCATool. Os autores destacam ainda que mesmo com os

cuidados metodológicos utilizados na AMQ, como a livre adesão pelos gestores e a ausência

de incentivos e sanções relacionadas aos resultados, pode haver uma superestimação dos

escores, especialmente quando se trata de padrões de respostas dicotômicos, nos quais a

avaliação negativa do padrão traria a percepção de ineficiência total da equipe.

Stein (2013), em sua pesquisa, também faz uma relação entre o PCATool e o AMQ e

refere que não há concordância entre alguns atributos da Atenção Primária em Saúde, como:

acesso; longitudinalidade; coordenação e finalmente, orientação comunitária, caracterizada

pelo reconhecimento, por parte do serviço de saúde, das necessidades locais mediante o

levantamento de dados epidemiológicos e o contato direto com a comunidade. Para o autor,

“o AMQ e o PCATool são instrumentos que avaliam diferentes aspectos desses atributos, não

havendo entre os dois a concordância necessária e essencial para caracterizar um serviço de

APS”.

O PCATool está baseado na combinação de elementos de estrutura e de processo para

cada atributo, gera escores e estabelece o grau de orientação à APS, possibilitando a

comparação de serviços ou o estabelecimento de metas a serem alcançadas. Desta forma,

Stein (2013) conclui seu estudo afirmando que o PCATool deve ser a ferramenta escolhida

pelos gestores e pesquisadores para a avaliação da qualidade da Atenção Primária em Saúde.

Contudo, ainda que o instrumento PCATool-Brasil versão adulto possa ser utilizado

com pessoas idosas, Bara (2013) em sua tese de doutorado realizada na Escola de

Enfermagem Anna Nery (EEAN), identificou que o mesmo não era factível para utilização

com idosos e, portanto, necessitava de adaptações para contemplar as especificidades da

pessoa idosa. Desta forma, elaborou uma adaptação transcultural do referido instrumento,

com corte de determinados itens, inclusão de alguns e adaptação semântica de outros. O

instrumento elaborado, Instrumento PCATool – Brasil versão adulto, adaptado ao idoso,

passou por teste-reteste e foi considerado adequado por um grupo de experts, possibilitando

sua utilização em estudos de avaliação da atenção primária à saúde em idosos.

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42

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PÍT

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II

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43

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.1. Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico, de corte transversal. De acordo com Medronho

et al (2009) o estudo transversal é um método indicado para descrever características de uma

população em uma determinada época.

3.2. Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada nas Unidades de Saúde da Família (USFs) do município de

Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. A escolha desse cenário ocorreu pelo município de

Maricá estar em um momento de grande desenvolvimento e, em fase de reestruturação da

estratégia saúde da família. Optou-se por realizar as entrevistas nos domicílios dos idosos

selecionados a fim de garantir maior privacidade aos usuários e também minimizar o viés da

seleção para a pesquisa.

O município de Maricá, que faz parte da região metropolitana II, no Estado do Rio de

Janeiro, possui uma área territorial de 362,571 km² e densidade demográfica de 351,55

hab/km². De acordo com o censo de 2010, realizado pelo IBGE, Maricá possuía uma

população de 127.461 habitantes e a estimativa no ano de 2014 foi de 143.111 habitantes, o

que traduz que o município vem apresentando um grande crescimento populacional,

proporcionalmente superior inclusive ao do Estado do Rio de Janeiro e do país, conforme

observa-se na figura 3. (IBGE, 2014).

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44

Figura 3 - Evolução Populacional do município de Maricá – RJ

Fonte: IBGE: Censo Demográfico 1991, Contagem Populacional 1996, Censo Demográfico 2000,

Contagem Populacional 2007 e Censo Demográfico 2010.

A estimativa de cobertura da Estratégia Saúde da Família no município de Maricá em

outubro de 2014 foi de 62.100 pessoas (BRASIL, 2014a), correspondendo a

aproximadamente 43,39% da população, se considerarmos a estimativa de 143.111 habitantes,

conforme o IBGE (2014). Quanto aos idosos, a estimativa de pessoas idosas no município de

Maricá no ano de 2013 foi de 16.596 (IBGE, 2013b).

Na época da determinação do local de pesquisa, existiam 17 equipes de Saúde da

Família (eSFs) no município de Maricá inscritas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos

de Saúde (CNES), distribuídas em 17 Unidades de Saúde da Família (somente uma equipe

por USF). O quadro 1 apresenta as equipes de Saúde da Família existentes na época, sua

localização e a população adscrita.

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45

Quadro 1: Equipes de Saúde da Família, localização, população adscrita e idosos

cadastrados nas USF’s, Maricá/RJ, Jan/2014

Nome do

estabelecimento Localização População adscrita

Idosos cadastrados

nas USF’s

PSF Bairro da Amizade Zona Urbana 4.126 403

PSF Bambuí Zona Urbana 4.281 712

PSF Barra Zona Urbana 2.936 661

PSF Chácara de Inoã Zona Urbana 2.319 165

PSF do Espraiado Zona Rural 2.745 453

PSF Guaratiba Zona Urbana 2.975 455

PSF Inoã Zona Urbana 4.330 309

PSF Inoã 2 Zona Urbana 3.990 439

PSF Jardim Atlântico Zona Urbana 3.749 685

PSF Mumbuca Zona Urbana 3.149 344

PSF Ponta Grossa Zona Urbana 3.271 560

PSF Recanto Zona Urbana 3.264 293

PSF Retiro Zona Rural 2.564 364

PSF Santa Paula Zona Urbana 3.229 438

PSF São José Zona Urbana 2.874 547

PSF Ubatiba Zona Rural 2.766 400

PSF São José 2 Zona Urbana * *

TOTAL 52.568 7.228

FONTE: CNES (2013), Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) (BRASIL, 2014c) e

levantamento dos prontuários nas USF’s.

*O PSF São José 2 encontrava-se em fase de cadastramento da população, e por este motivo não

possuia população cadastrada no SIAB na época da seleção da amostra.

3.3. População e amostra

Das 17 equipes de Saúde da Família (eSF) existentes no município de Maricá na

época, foram analisadas 16 eSF, pois a equipe denominada PSF São José 2 foi cadastrada no

CNES em outubro de 2013, estando em fase de estruturação de suas atividades e

cadastramento da população adscrita e não havendo ainda população cadastrada no Sistema

de Informação da Atenção Básica (SIAB) na época da determinação do cenário da pesquisa.

Logo, esta equipe foi excluída do estudo.

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A população alvo que fez parte da pesquisa foram os idosos cadastrados nas equipes

de Saúde da Família participantes do estudo. Vale ressaltar que todas as 16 equipes que foram

cenários desta pesquisa fizeram adesão ao programa PMAQ-AB do governo federal.

A época da determinação da amostra deste estudo por estar no período de transição do

Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para o Sistema de Informação em Saúde

para a Atenção Básica (SISAB), conforme determinado pela Portaria n° 1.412, de 10 de julho

de 2013 (BRASIL, 2013), considerou-se uma possível defasagem nas informações. Sendo

assim, a fim de garantir credibilidade da amostra, o SIAB não foi utilizado como fonte para

cálculo da amostra.

Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de cada USF realizaram um levantamento

nominal de todos os idosos cadastrados e de seus respectivos endereços nas relativas unidades

a partir das informações dos prontuários, garantindo maior confiabilidade ao estudo. No

período do levantamento dessas informações, foram incluídos todos os idosos que possuíam

60 anos ou mais até o dia 01/04/14. Desta forma, foi encontrada a população do estudo (N)

que totalizou em 7228 idosos.

Para cálculo da amostra da população do estudo, foi considerado o tamanho da

população (N) 7228; a frequência hipotética do fator do resultado na população (p) foi de 50%

+/- 5, valor este utilizado a priori quando o desfecho possui prevalência desconhecida, ou não

se tem um desfecho; o limite de confiança (d) estabelecido foi de 5%; e o efeito de desenho

(EDFF) foi igual a 1 por se tratar de uma amostra aleatória simples. Desta forma,

considerando o intervalo de confiança (Z) de 95%, o tamanho da amostra é igual a 365 idosos.

Eis a fórmula utilizada para o cálculo do n:

n = [EDFF*Np(1-p)]/ [(d2/Z

21-α/2*(N-1)+p*(1-p)]

Onde:

N = Tamanho da população (fator de correção de população finita) (N): 7228

p = Frequência hipotética- (p): 50% +/- 5

d = Erro amostral em 100% (absoluto + /- %) (d): 5%

EDFF= Efeito de desenho: 1

Z = Nível de confiança (%): 95%

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Porém, considerando uma perda de 20%, obteve-se: 365 + 20% = 438. A partir desta

amostra (n= 438), foi calculada uma amostra proporcional por equipe de Saúde da Família, a

fim de manter a proporção das estratificações. Devido às aproximações matemáticas para isto,

o tamanho final da amostra calculada foi de n=439, conforme se pode observar no quadro 2.

Quadro 2: Universo amostral e amostra do estudo por equipe de saúde da família,

Maricá – RJ, abril/2014

Nome do

estabelecimento

Universo

amostral (N) Percentual do N* Amostra

Amostra + 20 %

perdas*

(n)

PSF Bairro da Amizade 403 5,6% 20 24

PSF Bambuí 712 9,8% 36 43

PSF Barra 661 9,1% 33 40

PSF Chácara de Inoã 165 2,2% 8 10

PSF do Espraiado 453 6,3% 23 28

PSF Guaratiba 455 6,3% 23 28

PSF Inoã 309 4,3% 16 19

PSF Inoã 2 439 6,1% 22 26

PSF Jardim Atlântico 685 9,5% 35 42

PSF Mumbuca 344 4,8% 17 21

PSF Ponta Grossa 560 7,7% 28 34

PSF Recanto 293 4,1% 15 18

PSF Retiro 364 5,0% 18 22

PSF Santa Paula 438 6,1% 22 26

PSF São José 547 7,6% 28 34

PSF Ubatiba 400 5,5% 20 24

TOTAL N= 7228 100% 365 n= 439

FONTE: Levantamento dos prontuários nas USFs.

*Valores aproximados.

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Esta pesquisa adotou os seguintes critérios de inclusão e de exclusão:

Critérios de inclusão: Pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, de

ambos os sexos, e que fossem cadastradas nas equipes de Saúde da Família que

foram cenários desta pesquisa, no mínimo há um ano.

Critérios de exclusão: idosos com déficit cognitivo, que os impedissem de

responder às questões dos instrumentos da coleta de dados; e idosos

cadastrados que não tivessem sido atendidos na referida USF nos últimos 12

meses.

3.4. Coleta de dados

Devido ao fato da pesquisadora ocupar o cargo de coordenadora da ESF e a fim de que

não houvesse interferência ética, esta pesquisa contou com 3 (três) entrevistadoras, alunas do

curso técnico em enfermagem de uma universidade privada com sede no município, e que não

possuíam qualquer ligação e/ou vínculo com as unidades de saúde da família. As

entrevistadoras foram previamente treinadas e capacitadas pela própria pesquisadora, para

aplicação do questionário e realização das entrevistas.

Anteriormente ao treinamento com as entrevistadoras, a pesquisadora elaborou um

manual, com explicações sobre o instrumento de coleta de dados, sobre o dispositivo utilizado

(tablet) e sobre o aplicativo usado para a coleta dos dados (Apêndice D).

A técnica de coleta de dados utilizada foi a entrevista estruturada. Segundo Marconi e

Lakatos (2011, p. 82) a entrevista estruturada “é aquela em que o entrevistador segue um

roteiro previamente estabelecido e as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela

se realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada de preferência com pessoas

selecionadas de acordo com um plano”.

A utilização da entrevista requer planejamento prévio e manutenção do componente

ético, desde a escolha do participante, do entrevistador, do local, do modo ou mesmo do

momento para sua realização (BICUDO apud BELEI et al, 2008 ).

Para a coleta dos dados foi utilizada uma amostra probabilística aleatória estratificada,

onde foi definida uma amostra aleatória para cada USF, respeitando o número de amostras

para cada uma das USF’s. Segundo LoBiondo e Haber (2001), na amostragem aleatória

estratificada, primeiro divide-se a população em subgrupos (estratos) homogêneos, calcula-se

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o peso relativo desses grupos na população e, depois, um número apropriado de elementos de

cada subgrupo é selecionado aleatoriamente, na mesma proporção em que estão representados

na população, definindo os elementos desse estrato que irão integrar a amostra.

De acordo com os autores, a amostragem aleatória estratificada tem a vantagem de não

estar sujeita às tendências conscientes do pesquisador, a representatividade da amostra em

relação às características da população é maximizada, o pesquisador tem uma base sólida para

fazer comparações entre subconjuntos e, além disso, o pesquisador é capaz de superamostrar

uma camada desproporcionalmente pequena para ajustar sua sub-representação, pesam

estatisticamente os dados assim e continuam a ser capazes de fazer comparações legítimas.

A partir do levantamento nominal da população, foram distribuídos números

consecutivos para todos os idosos cadastrados em cada uma das 16 Unidades de Saúde da

Família, e com base nesta listagem foi definida a amostra utilizando a seleção de números

aleatórios pelo programa Microsoft Office Excel 2007, através da função =aleatórioentre. Os

números selecionados que foram ocasionalmente repetidos, foram imediatamente substituídos

pelo número ordinal seguinte em ordem crescente.

Inicialmente, foi estabelecido contato com a enfermeira responsável pela USF, a fim

de apresentar a pesquisa e planejar a coleta de dados com os cadastrados da Unidade,

solicitando apoio dos Agentes Comunitários de Saúde. Sendo assim, as entrevistadoras

compareciam à USF no dia acordado, apresentavam a listagem com os idosos selecionados e

solicitavam apoio dos ACS na identificação dos endereços. Os prontuários eram previamente

consultados para saber se o usuário era cadastrado há pelo menos 1 ano na USF (critério de

inclusão). Caso o idoso selecionado tivesse falecido, mudado para outra área ou não atendesse

aos critérios de inclusão, o mesmo eram imediatamente substituído pelo número ordinal

seguinte.

Devido à dificuldade de utilização de telefone na maioria das unidades, pois poucas

possuem este recurso, as entrevistas não foram previamente avisadas aos idosos. As 3

entrevistadoras dividiram as amostras selecionadas, de forma que fossem endereços mais

próximos um do outro e cada uma ficava responsável por uma determinada área do território.

Os ACS’s direcionavam-as até os endereços, mas não as acompanhavam durante a realização

das entrevistas. Quando o idoso selecionado não era encontrado no domicílio, era deixado um

bilhete informando o motivo da visita e o telefone de contato. Caso o mesmo não fosse

encontrado após duas visitas, era substituído pelo próximo idoso, seguindo a ordem crescente

da listagem nominal com os respectivos endereços.

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A coleta dos dados ocorreu no período de 10/10/14 a 21/11/14 e as entrevistas foram

realizadas nos domicílios dos entrevistados. Para a coleta dos dados foi utilizado o plano

básico do aplicativo QuickTapSurvey, que possui versão para o sistema operacional android e

funciona sem necessidade de acesso à internet (off line). Desta forma, as entrevistadoras

utilizaram tablets para coletar todos os dados, agilizando o processo e minimizando erros por

digitação. Ao final de cada dia de entrevistas, as entrevistadoras conectavam o dispositivo à

internet e enviavam os dados coletados, os quais imediatamente estavam disponíveis para

serem baixados pela pesquisadora em arquivo do Excel através de seu login e senha de acesso.

Em um primeiro momento da entrevista foi utilizado um formulário construído pela

pesquisadora para caracterização social e demográfica dos entrevistados (Apêndice C). Estas

informações foram necessárias para determinar as variáveis independentes (sexo, faixa etária,

ocupação, escolaridade, situação conjugal, tempo de cadastro na USF e tempo de moradia no

município).

Finda a primeira parte de obtenção dos dados, foi imediatamente iniciada a aplicação

do instrumento PCATool Brasil, versão adulto - adaptado ao idoso, conforme anexo A. Esses

dois momentos foram realizados em um único questionário construído no aplicativo utilizado.

Como o aplicativo permitia a lógica de ramificação, foi possível pular questões e encerrar o

questionário caso o usuário fosse excluído segundo os critérios de exclusão da pesquisa.

O PCATool Brasil, versão adulto – adaptado ao idoso mede a presença e a extensão de

cada atributo da APS por meio da escala tipo Likert (“com certeza sim”, “provavelmente

sim”, “provavelmente não”, “com certeza não” e “não sei/não lembro”), possibilitando

construir escores no intervalo de 1 a 4 para cada atributo. Quanto maior o percentual e o

escore, melhor a avaliação dos atributos estudados.

Segundo Polit, Beck & Hungler (2004) a escala de Likert é a técnica de escala mais

utilizada e consiste de várias afirmações declaratórias (ou itens) que expressam um ponto de

vista sobre um assunto. Nesse tipo de escala, os participantes são solicitados a indicar a grau

em que concordam ou discordam da opinião expressa em uma afirmação.

O instrumento PCATool Brasil, versão adulto – adaptado ao idoso é composto por 95

itens divididos em 10 componentes relacionados da seguinte maneira aos atributos da APS

(BARA, 2013).

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Quadro 3: Atributos da APS e total de itens do PCATool Brasil, versão adulto –

adaptado ao idoso

Atributo da APS Quantidade de itens abordados

Grau de Afiliação (A) Constituído por 5 itens.

Acesso de Primeiro Contato – Utilização (B) Constituído por 2 itens.

Acesso de Primeiro Contato – Acessibilidade (C) Constituído por 8 itens.

Longitudinalidade (D) Constituído por 15 itens.

Coordenação – Integração de Cuidados (E) Constituído por 9 itens.

Coordenação – Sistema de Informações (F) Constituído por 3 itens.

Integralidade – Serviços Disponíveis (G)

Constituído por 19 itens, sendo que um

aplica-se somente para homens, outro se

aplica somente para mulheres e um aplica-se

somente às Unidades de Atenção Primária à

Saúde que possuem assistente social.

Integralidade – Serviços Prestados (H) Constituído por 25 itens.

Orientação Familiar (I) Constituído por 3 itens.

Orientação Comunitária (J) Constituído por 6 itens.

FONTE: Bara (2013).

Após o treinamento teórico realizado com as entrevistadoras, houve também um

treinamento prático “pré-teste”, que foi realizado em uma das equipes que não fizeram parte

da pesquisa. Este momento foi de extrema importância para treinar o uso do dispositivo,

abordagem ao usuário e também para verificar se havia necessidade de realizar alguma

alteração no formulário. Os idosos pertencentes a uma equipe de saúde da família que não foi

incluída nesta pesquisa, participaram do pré-teste. No pré-teste foram realizadas 7 entrevistas

que não foram utilizadas para a análise no estudo. As pessoas entrevistadas foram

previamente selecionadas de forma aleatória e as entrevistas ocorreram nos domicílios, após

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A partir deste pré-teste, percebeu-se a necessidade de acrescentar mais duas opções

sobre a ocupação no formulário de caracterização da amostra. Acrescentaram-se as opções

“pensionista” e “outros”. Além disso, percebeu-se também a necessidade de acrescentar uma

ramificação que permitisse encerrar o questionário caso o usuário referisse outro serviço de

saúde ou profissional que não da Estratégia Saúde da Família ao avaliar o primeiro

componente (questões A1 até A5) do PCATool Brasil, versão adulto – adaptado ao idoso.

Como o objetivo desta pesquisa é avaliar a qualidade da Estratégia Saúde da Família,

não haveria motivo de continuar a entrevista caso o usuário referisse outro serviço ou

profissional. Sendo assim, criou-se uma questão, após o item A5, para uso do entrevistador:

“A resposta fornecida refere-se a algum profissional ou estabelecimento da Estratégia Saúde

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da Família?”. Caso o entrevistador marcasse que sim, a entrevista continuaria e iria para o

item B1, mas caso o entrevistador marcasse que não, surgia uma mensagem de agradecimento

e a entrevista era encerrada.

3.5. Análise dos Dados

A partir do banco de dados gerados pelo aplicativo QuickTapSurvey foram baixados os

arquivos no formato Microsoft Office Excel. Para as análises foram utilizadas a estatística

descritiva com cálculo de frequências simples e percentuais das variáveis da caracterização da

amostra através das funções disponíveis no próprio programa Excel 2007.

Para calcular os escores dos atributos da APS foi utilizada a orientação do manual do

Ministério da Saúde (MS) e feitas algumas adaptações necessárias devido ao Instrumento ser

“versão adulto- adaptado ao idoso”. Inicialmente foram atribuídos os escores, conforme as

respostas para cada item: “com certeza sim” (valor=4), “provavelmente sim” (valor=3),

“provavelmente não” (valor=2), “com certeza não” (valor=1), e “não sei/não lembro”

(valor=9).

Após, foi realizada a inversão de valores de alguns itens (valor 4=1), (valor 3=2),

(valor 2=3) e (valor 1=4), porém, considerando as adaptações. Logo, diferentemente do

Manual do Ministério da Saúde, os itens que sofreram a inversão dos valores foram os

seguintes: C5, C6, C7, C8 e D13, pois são as questões que correspondem aos itens C9, C10,

C11, C12 e D14 do PCATool Brasil, versão adulto, do MS.

Para fins de análise, conforme orientação do Manual do Ministério da Saúde, quando a

soma das respostas com “9” foi inferior a 50% do total de itens de cada componente as

respostas marcadas em “não sei/não lembro” foram consideradas como “provavelmente não”,

transformando o “9” em “2”. Quando a soma das respostas “9” (“não sei/não lembro”) foi

igual ou superior, o escore do referido componente não foi calculado, ficando em branco na

cédula (“missing”) (BRASIL, 2010a).

Os escores dos demais componentes foram calculados pela soma do valor dos itens

dividido pelo número de itens de cada componente para produzir o escore médio, respeitando

o número de itens do instrumento PCATool Brasil, versão adulto – adaptado ao idoso, que é

diferente do PCATool Brasil versão adulto.

Enfim, os escores foram transformados em escalas de 0 a 10, conforme orientação do

Manual do Ministério da Saúde, através da fórmula: (Escore obtido-1)x10

3

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Para a análise bivariada, foi realizada a associação entre a variável dependente

(Qualidade da ESF) através do escore geral médio e variáveis independentes: sexo, faixa

etária, ocupação, escolaridade, situação conjugal, tempo de cadastro na USF e tempo de

moradia no município. Desta forma, foi proposta a regressão linear simples que é um modelo

estatístico utilizado para explicar os valores de uma variável dependente ou variável de

resposta (LEVINE, BERENSON & STEPHAN, 1998). O software utilizado para essas

análises foi o IBM SPSS Statistics, versão 21, e o nível de significância considerado foi o de

5% com intervalo de confiança de 95%.

3.6. Aspectos éticos

Primeiramente, foi solicitada à Secretaria de Saúde do município de Maricá uma

autorização para a realização da pesquisa em suas unidades (Anexo B). Após aprovação, o

projeto foi cadastrado no site da Plataforma Brasil e posteriormente foi encaminhado ao

Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) para apreciação,

obtendo aprovação em 02 de setembro de 2014, sob o parecer de número 776.072, conforme

anexo C. Entende-se que esta etapa é de extrema relevância, visto a necessidade do Comitê de

Ética em Pesquisa (CEP) avaliar os aspectos que orientam a participação dos indivíduos em

pesquisas, preservando a integridade, o anonimato e a dignidades dos participantes.

Antes da realização das entrevistas, os participantes foram devidamente esclarecidos

quanto à natureza do estudo, aos objetivos, aos riscos e aos benefícios. Após estas

explicações, se concordasse participar do estudo, o idoso assinava em duas vias o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo que uma ficava com o próprio e a outra

com o pesquisador (Apêndice B).

O risco previsto que poderia ocorrer nesta pesquisa seria algum desconforto

emocional do participante em responder alguma questão do instrumento de coleta de dados.

Caso houvesse algum desconforto, o participante poderia contar com o apoio do entrevistador

e poderia interromper sua participação na investigação, se achasse necessário. Poderia ocorrer

também constrangimento por participar da entrevista, o que foi minimizado com a garantia do

anonimato. O benefício pela participação foi o de contribuir com o processo assistencial à

população, aprimorando a gestão do trabalho das equipes a partir do conhecimento de suas

percepções, com vistas a um bom nível de qualidade de serviços oferecidos, impactando

diretamente na satisfação dos usuários que utilizam as unidades de saúde da família e

aumentar o conhecimento científico para a área de saúde coletiva.

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Esta pesquisa atende as normas da Resolução 466/12 e foi garantido aos participantes

o sigilo de suas informações pessoais e identificação, bem como nenhum tipo de vantagem ou

prejuízo em seus atendimentos por sua aceitação ou recusa em participar do estudo.

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CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Perfil dos participantes

Foram selecionados 439 idosos, porém 14,58% (64 pessoas) foram excluídas,

conforme critérios estabelecidos, por não realizarem atendimentos na USF nos últimos 12

meses, restando 375 entrevistas. Destas, 12 idosos que iniciaram a entrevista não

identificaram a unidade de saúde família como o serviço de saúde/profissional no grau de

afiliação - item A do instrumento de pesquisa. Desta forma, aqueles que não identificaram a

USF como sua unidade de referência foram excluídos desta pesquisa por não terem como

avaliar a qualidade da Estratégia Saúde da Família, sendo consideradas como “perdas”

(3,2%). Assim, a amostra final foi de 363 usuários. O processo da amostragem encontra-se

apresentado na figura 4.

Figura 4: Descrição do processo de amostragem do estudo. Maricá, 2014.

Vale ressaltar que as “perdas” não foram iguais em todas as unidades. Algumas USF’s

obtiveram perdas maiores do que em outras. As maiores perdas aconteceram em unidades que

ficam próximas a outros estabelecimentos de saúde como, por exemplo, a unidade PSF Bairro

da Amizade, localizada próxima ao Centro da Cidade, ao ambulatório de especialidades,

hospital geral e de postos de saúde tradicionais. É usual que muitos usuários acabem se

363 idosos

AMOSTRA FINAL

375 entrevistas realizadas

12 idosos excluídos por não identificarem a USF como o serviço de saúde/profissional de referência = PERDAS (3,2%).

439 idosos selecionados

64 (14,58%) idosos excluídos por não realizarem atendimentos na USF nos últimos 12 meses (critérios de elegibilidade).

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dirigindo a esses estabelecimentos e não identifiquem a USF Bairro da Amizade como a sua

referência.

As entrevistas, incluindo o formulário de caracterização da amostra e a aplicação do

instrumento PCATool, tiveram uma duração média de aproximadamente 33 minutos. De

acordo com o Manual do PCATool do Ministério da Saúde, a previsão de duração das

entrevistas é em torno de 40 minutos. (BRASIL, 2010a).

A distribuição da amostra e dos participantes do estudo por Equipes de Saúde da

Família pode ser observada na tabela 3. A fim de manter a estratificação da amostra, foi

respeitado o cálculo da amostra proporcional por equipe de Saúde da Família.

Tabela 3: Distribuição da amostra e dos participantes do estudo por Equipes de Saúde

da Família, Maricá- RJ, 2014

Nome do estabelecimento Amostra Amostra + 20 %

perdas*

Amostra

participante do

estudo

PSF Bairro da Amizade 20 24 15

PSF Bambuí 36 43 36

PSF Barra 33 40 32

PSF Chácara de Inoã 8 10 7

PSF do Espraiado 23 28 25

PSF Guaratiba 23 28 23

PSF Inoã 16 19 18

PSF Inoã 2 22 26 18

PSF Jardim Atlântico 35 42 29

PSF Mumbuca 17 21 16

PSF Ponta Grossa 28 34 32

PSF Recanto 15 18 17

PSF Retiro 18 22 21

PSF Santa Paula 22 26 24

PSF São José 28 34 30

PSF Ubatiba 20 24 20

TOTAL 365 439 363

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Das 363 pessoas idosas, 238 foram do sexo feminino (65,56%) e 125 pessoas do sexo

masculino (34,44%). A idade variou de 60 a 99 anos e a média da idade dos participantes foi

de 70,5 anos. Quanto à distribuição por faixa etária, a maior parte dos entrevistados (203)

encontrava-se na faixa etária entre 60-69 anos (55,92%), seguido por 100 idosos na faixa

etária de 70-79 anos (27,55%); e 60 idosos (16,53%) com 80 anos ou mais.

Resultados semelhantes foram encontrados no estudo realizado com idosos do

município de Macaíba (RN), onde a média de idade foi de 72,4 anos e 64% dos participantes

foram do sexo feminino, (ARAUJO et al , 2014) e no estudo de Oliveira et al (2013b)

realizado com idosos em Porto Alegre (RS), a média da idade foi de 68,24 anos e 59,91%

foram do sexo feminino.

Quanto à ocupação, 264 idosos declararam estar aposentados (72,73%), 40 idosos

referiram ser pensionistas (11,02%), 30 idosos declararam ser trabalhadores informais – sem

vínculo empregatício (8,26%). Apenas 5 idosos se manifestaram como trabalhadores formais

– com vínculo empregatício (1,38%) e, 24 idosos declararam “outros” (6,61%), especificando

nesses casos “aguardando aposentadoria”, “do lar”, entre outros.

Em relação à escolaridade, 158 idosos (43,53%) declararam que não frequentaram

escola, ser analfabeto funcional ou possuir apenas o 1° ciclo do ensino básico (1° ao 4° ano);

126 idosos (34,71%) referiram ter o 2° ciclo do ensino básico (5° ao 9° ano) ou o ensino

médio incompleto; 65 (17,91%) declararam ter o nível médio completo ou nível superior

incompleto; e apenas 14 idosos (3,86%) possuem o nível superior completo,

especialização/atualização ou mestrado/doutorado.

Quanto à situação conjugal, 126 idosos (34,71%) informaram que vivem somente com o

companheiro (a); 100 idosos (27,55%) referiram que vivem sem companheiro, mas com filhos

e/ou outro familiares/amigos; 81 (22,31%) referiram que vivem com companheiro (a), filhos

e/ou outros familiares/amigos; e, 56 (15,43%) declararam que vivem só.

Quando inquiridos sobre o tempo de cadastro na Unidade de Saúde da Família, 213

idosos (58,68%) informaram que são cadastrados há mais de 6 anos; 71 (19,56%) declararam

possuir cadastro na USF em período de 2 a 4 anos; 55 (15,15%) são cadastrados entre 4 e 6

anos; e, 24 (6,61%) dos idosos referem possuir cadastro entre 1 até 2 anos.

Com relação ao tempo de moradia no município de Maricá, 274 idosos (75,48%)

residem no município há mais de 10 anos; 55 (15,15%) de 5 anos a menos de 10 anos; e, 34

(9,37%) de 1 a menos de 5 anos.

A caracterização sócio-demográfica da amostra participante desta pesquisa pode ser

observada na Tabela 4:

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Tabela 4: Características sócio-demográficas da amostra participante do estudo

“Qualidade da Estratégia Saúde da Família na percepção dos idosos residentes em

Maricá – RJ” – 2014

Característica

Frequência

Absoluta

(n=363)

Frequência

Relativa

(%)

Sexo

Feminino 238 65,56

Masculino 125 34,44

Faixa etária

60-69 anos 203 55,92

70-79anos 100 27,55

80 anos ou mais 60 16,53

Ocupação

Trabalhador informal - sem vínculo empregatício 30 8,26

Aposentado 264 72,73

Pensionista 40 11,02

Trabalhador formal - com vínculo empregatício 5 1,38

Outros 24 6,61

Escolaridade

Não frequentou escola/Analfabeto funcional/1° ciclo do ensino

básico (1° ao 4° ano)

158 43,53

2° ciclo do ensino básico (5° ao 9° ano)/ Nível médio incompleto 126 37,41

Nível médio completo/ Nível superior incompleto 65 17,91

Nível superior completo, Especialização/Atualização,

Mestrado/Doutorado

14 3,86

Situação Conjugal

Vive só 56 15,43

Vive somente com companheiro(a) 126 34,71

Vive com companheiro(a), filhos e/ou outros familiares/amigos 81 22,31

Vive sem companheiro, mas com filhos e/ou outro

familiares/amigos

100 27,55

Tempo de cadastro na USF

De 1 ano a 2 anos 24 6,61

De 2 anos a 4 anos 71 19,56

De 4 anos a 6 anos 55 15,15

Mais de 6 anos 213 58,68

Tempo de moradia no Município

De 1 a menos de 5 anos 34 9,37

De 5 anos a menos de 10 anos 55 15,15

Mais de 10 anos 274 75,48

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60

4.2. Avaliação da Atenção Primária

Na avaliação dos atributos essenciais e derivados, encontrou-se escore médio geral, ou

seja, a média dos componentes A ao J, que se referem aos atributos essenciais mais os

atributos derivados, de 5,05. Já o escore médio essencial, ou seja, a média dos atributos

essenciais, que excluem a orientação familiar e orientação comunitária (A a H) foi de 5,28.

Considera-se o escore satisfatório (alto grau de orientação à APS) quando o valor médio

for igual ou maior a 6,66, visto que este ponto de corte equivale, na escala de 1 a 4, ao escore

3. Atributos que apresentem escore menor que 6,66 são considerados insatisfatórios (baixo

grau de orientação) para um serviço de Atenção Primária à Saúde. Esse ponto de corte

também foi considerado em outros estudos, incluindo os de Oliveira et al (2013b), Carneiro et

al (2014) e Martins et al (2014).

Apesar dos resultados insatisfatórios para um serviço de atenção primária, estes

corroboram com o estudo de Araujo et al (2014), que realizaram avaliação da qualidade da

APS sob a perspectiva de idosos do município de Macaíba (RN), utilizando o PCATool

Brasil, versão adulto. No estudo em Macaíba, o resultado do escore geral de 5,7 e escore

essencial de 6,0 foram um pouco superiores aos encontrados nessa pesquisa, porém também

insatisfatórios quando comparados ao padrão médio do instrumento que é de 6,66. Oliveira et

al (2013b) utilizaram o PCATool versão adulto para avaliar a qualidade do cuidado a idosos

nos serviços da APS de Porto Alegre e também encontraram baixos escores na avaliação da

ESF (escore geral 5,7 e escore essencial 5,9), demonstrando baixo grau de orientação à APS e

que de forma geral a ESF ainda encontra dificuldades na orientação à APS.

Já no estudo realizado em Chapecó (SC), com profissionais, a fim de avaliar a

adequação da estrutura e dos processos da APS, o escore geral foi de 7,09 e o essencial foi de

6,86 (VITORIA et al, 2013), revelando resultados diferente dos encontrados neste estudo.

Esta diferença pode ser explicada pela particularidade da amostra que avaliou estes

componentes.

O componente D= longitudinalidade (7,67), seguido pelo componente B= Acesso de

primeiro contato relacionado à utilização (7,06) obtiveram o maior escore médio encontrado

neste estudo. Já o componente G=Integralidade relacionada aos serviços prestados (2,81),

seguido pelo componente H=Integralidade relacionada aos serviços disponíveis (3,24),

obtiveram o menor escore médio encontrado, ou seja, o atributo da APS que recebeu pior

avaliação por parte dos idosos residentes em Maricá foi a Integralidade.

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61

Considerando um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% foi

calculado o intervalo de confiança para cada componente. A tabela 5 apresenta as médias, o

desvio padrão, intervalo de confiança (95%), valores mínimos e máximos dos escores para

cada componente do PCATool Brasil, versão adulto- adaptado ao idoso na perspectiva dos

idosos residentes em Maricá – RJ.

Tabela 5: Média, desvio padrão, intervalo de confiança, valores mínimos e máximos dos

escores para cada componente do PCATool Brasil, versão adulto- adaptado ao idoso, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Componente Escore

médio

Desvio

Padrão

(DP)

Intervalo de

confiança

(IC=95%)

Valor

mínimo

Valor

máximo

Grau de Afiliação (A) 5,25 3,01 4,94 - 5,56 0 10

Acesso de Primeiro Contato –

Utilização (B) 7,06 3,74 6,67 - 7,44 0 10

Acesso de Primeiro Contato –

Acessibilidade (C) 5,08 1,94 4,88 - 5,28 0 10

Longitudinalidade (D) 7,67 1,74 7,49 - 7,85 0,66 10

Coordenação – Integração de

Cuidados (E) 5,90 2,54 5,63 - 6,16 0 10

Coordenação – Sistema de

Informações (F) 5,26 2,97 4,96 - 5,57 0 10

Integralidade – Serviços

Disponíveis (G) 3,24 2,38 3,00 - 3,49 0 9,61

Integralidade – Serviços

Prestados (H) 2,81 2,84 2,52 - 3,10 0 10

Orientação Familiar (I) 4,79 4,22 4,36 - 5,23 0 10

Orientação Comunitária (J) 3,49 3,09 3,17 - 3,80 0 10

ESCORE ESSENCIAL 5,28 1,67 5,11 - 5,46 2,81 7,67

ESCORE GERAL 5,05 1,58 4,89 - 5,22 2,81 7,67

A regressão linear simples foi utilizada para avaliar a associação entre as variáveis

independentes (sexo, faixa etária, ocupação, escolaridade, situação conjugal, tempo de

cadastro na USF e tempo de moradia no município) e a variável dependente (Qualidade da

ESF) através do escore geral médio.

Na tabela 6 apresenta-se o resultado da regressão linear simples para avaliação da

associação entre o sexo e o escore geral médio. Não se encontrou associação estatística (p>

0.05), o que indica que o sexo dos participantes não interferiu no resultado encontrado na

média do escore geral. Desta forma, não encontra-se relação de causa e efeito entre o sexo e o

escore geral médio.

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Tabela 6: Associação entre o sexo e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de confiança

de 95.0% para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

Masculino 0.061 0.198 0.310 0.759 -0.328 0.450 0.003

F (1, 361)= 0.09

Valor de referência - Feminino

Quanto à faixa etária, a regressão linear também não foi significativa, ou seja, a idade

dos participantes não interferiu na média do escore geral (tabela 7).

No estudo realizado com usuários para avaliar a ESF em Minas Gerais, também não se

encontrou diferença estatística comparando-se o escore médio dos atributos com as variáveis

sexo e idade (SILVA e FRACOLLI, 2014).

Tabela 7: Associação entre o faixa etária e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de 95.0%

para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

70 a 79 anos -0.130 0.218 -0.600 0.552 -0.559 0.299 0.009

80 anos ou mais 0.383 0.263 1.460 0.146 -0.133 0.899

F (2, 360) = 1.60

Valor de referência - 60 a 69 anos.

Quanto à variável independente ocupação, a regressão linear mostrou significância

estatística. Aposentados, pensionistas e os outros, contribuíram para a diminuição da média

do escore geral, conforme apresentado na tabela 8. Em relação a variável “outros”, se referem,

principalmente a “aguardando aposentadoria”, e “do lar”. Como observado, não houve

significância estatística para os trabalhadores formais e informais, ou seja, idosos que

informaram estar aposentados, ser pensionistas e do lar possuem maior disponibilidade de

tempo, e, possivelmente comparecem mais às USF. Esse fator provavelmente contribuiu para

que essas ocupações fossem as mais exigentes quanto à prestação de ações do serviço de

saúde, colaborando para menores valores atribuídos na média do escore geral.

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Tabela 8: Associação entre a ocupação e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de

95.0% para B R² Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

Aposentado -0.935 0.337 -2.780 < 0.01 -1.598 -0.273

0.060

Pensionista -0.833 0.422 -1.970 0.049 -1.664 -0.003

Trabalhador formal - com

vínculo empregatício -0.206 0.844 -0.240 0.808 -1.866 1.455

Outros -2.159 0.479 -4.510 < 0.01 -3.101 -1.218

F (4, 358) = 5.33*

* Significante ao nível de 5%

Valor de referência - Trabalhador informal sem vínculo empregatício

Quanto ao nível de escolaridade, a regressão linear também mostrou haver

significância para aqueles que apresentam o 2° ciclo do ensino básico (5º ao 9º ano)/nível

médio incompleto; nível médio completo/nível superior incompleto; e nível superior

completo/especialização/mestrado/doutorado. Assim, os idosos com essas formações

escolares contribuíram para a diminuição da média do escore geral quando são comparados

aos que não frequentaram a escola/analfabetos funcionais/1° ciclo do ensino básico (5º ao 9º

ano), conforme tabela 9. Desta forma, podemos inferir que os idosos da amostra com maior

nível de escolaridade avaliam de forma mais crítica o serviço de saúde, colaborando para

menor média no escore geral, refletindo menor grau de satisfação com a Atenção Primária.

No estudo de Araújo et al (2014), sobre a avaliação da qualidade da APS na perspectiva do

idoso em Macaíba (RN) não foi encontrada significância estatística entre o escore médio geral

e a escolaridade.

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Tabela 9: Associação entre os níveis de escolaridade e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de

95.0% para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

2° ciclo do ensino básico

(5º ao 9º ano)/ Nível

médio incompleto

-1.921 0.186 -10.330 < 0.001 -2.286 -1.555

0.250 Nível médio completo/

Nível superior

incompleto

-1.113 0.229 -4.850 < 0.001 -1.564 -0.662

Nível superior completo/

Especialização/Atualiz./

Mestrado/Doutorado

-2.328 0.434 -5.360 < 0.001 -3.181 -1.474

F (3, 359) = 38.85*

* Significante ao nível de 5%

Valor de referência - Não frequentou a escola/Analfabeto funcional/1° ciclo do

ensino básico (1º ao 4º ano)

Quanto à situação conjugal, a regressão linear não mostrou significância estatística,

não havendo relação de causa e efeito entre a situação conjugal e o escore geral médio,

apresentados na tabela 10.

Tabela 10: Associação entre a situação conjugal e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de

95.0% para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

Vive somente com

companheiro (a) -0.356 0.287 -1.240 0.215 -0.920 0.208

0.012

Vive com companheiro (a),

filhos e/ou outros

familiares/amigos

0.126 0.310 0.410 0.685 -0.485 0.737

Vive sem companheiro (a),

mas com filhos e/ou outro

familiares/amigos

-0.241 0.298 -0.810 0.420 -0.827 0.346

F (3, 359) = 1.42

Valor de referência - Viver só

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Quanto ao tempo de cadastro na USF, a regressão linear também não apresentou

significância estatística, não havendo relação de causa e efeito entre o tempo de cadastro na

USF e o escore geral médio, ou seja, o tempo que o idoso está cadastrado na USF não fez com

que ele avaliasse melhor ou pior o serviço.

Tabela 11: Associação entre o tempo de cadastro na USF e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de 95.0%

para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

De 2 anos a 4 anos -0.164 0.423 -0.390 0.699 -0.997 0.669

0.040 De 3 anos a 6 anos 0.061 0.439 0.140 0.889 -0.802 0.924

Mais de 6 anos -0.242 0.386 -0.630 0.531 -1.002 0.517

F (3, 359) = 0.049

Valor de referência - De 1 a 2 anos

Quanto ao tempo de moradia no município, também não houve significância

estatística, não havendo relação de causa e efeito entre o tempo de moradia no município e o

escore geral médio, conforme apresentado na tabela 12.

Tabela 12: Associação entre o tempo de moradia no município e o escore geral médio

B Erro

Padrão t Valor p

Intervalo de

confiança de

95.0% para B R²

Ajustado

Limite

inferior

Limite

superior

De 5 a menos de 10 anos -0.342 0.391 -0.880 0.382 -1.110 0.426

0.050

Mais de 10 anos -0.419 0.326 -1.290 0.199 -1.059 0.221

F (2, 360) =0.083

Valor de referência - De 1 a menos de 5 anos

O componente A= grau de afiliação tem a finalidade de identificar o serviço ou

profissional de saúde que o usuário entrevistado tem como referência de atendimento. Por não

ser um atributo da atenção primária, o grau de afiliação foi utilizado para exclusão dos

usuários que não identificaram a unidade de saúde da família como o serviço/profissional de

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66

sua referência. Porém, para os usuários participantes da pesquisa, o grau de afiliação (A) foi

utilizado para o cálculo do escore essencial e geral, conforme orientado pelo manual do

PCATool (BRASIL, 2010a).

O componente B= Acesso de primeiro contato - utilização e o componente C= Acesso

de primeiro contato - Acessibilidade servem para avaliar o atributo Acesso da APS. Este

atributo obteve média dos seus componentes de 6,07. Conforme pode-se observar na tabela 6,

o componente B, relacionado à utilização obteve melhor avaliação (7,06) na perspectiva dos

idosos participantes desta pesquisa do que o componente C (5,08), relacionado à

acessibilidade. Tal resultado corrobora com os estudos de Reis et al (2013) e Oliveira et al

(2013b), onde a utilização dos serviços também foi mais bem avaliada do que a

acessibilidade.

O elevado escore atribuído ao acesso de primeiro contato – utilização e o baixo escore

médio atribuído ao grau de afiliação (5,25) demonstram que apesar dos usuários buscarem a

unidade de saúde da família quando necessitam de algum atendimento, os mesmos não a

consideram como referência quando questionados sobre sua utilização preferencial.

Quanto ao atributo acesso, o item C3: “Quando o seu “nome do serviço de saúde / ou

nome médico/enfermeiro” está fechado, existe um número de telefone para o qual você possa

ligar quando fica doente?”, obteve uma avaliação muito ruim, com escore médio de 1,69. A

melhor avaliação sobre o acesso foi atribuída ao item C4: “É fácil marcar hora para uma

consulta neste “nome do serviço saúde / ou nome médico/enfermeiro”?”, obtendo escore

médio de 8,26. Nesta pesquisa, os usuários demonstraram satisfação com a facilidade para o

agendamento das consultas, ao contrário dos estudos de Azevedo e Costa (2010) e de Campos

et al (2014), que evidenciaram a dificuldade de marcação de consulta como um importante

problema de acesso na atenção básica e de Reis et al (2013) e de Santiago et al (2013), onde a

facilidade de marcação de consulta obteve insatisfação por parte dos usuários.

A ausência de meios de comunicação para aconselhamento ou agendamentos por

telefone no horário em que a unidade está fechada e também no horário de funcionamento

contribuiu para a diminuição do escore médio do acesso, pois estes itens obtiveram escores

insatisfatórios, assim como também encontrado nos estudos de Silva e Fracolli (2014) e Reis

et al (2013).

Outro item que obteve uma avaliação ruim por parte dos idosos foi o item C8 –

“Quando você tem que ir ao “nome do médico/enfermeiro” você tem que faltar ao trabalho ou

deixar de fazer suas atividades em casa?”, com escore médio de 3,19. Esse item por ser do

instrumento adaptado ao idoso, equivale a alguns itens do PCATool Brasil, versão adulto, que

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em outros estudos também apresentaram resultados baixos,contribuindo para a diminuição do

escore do acesso de primeiro contato - acessibilidade, como apontado por Araújo et al (2014),

Reis et al (2013) e Silva & Fracolli (2014).

Na tabela 13 encontram-se os itens dos componentes B e C, relacionados ao Acesso e os

escores médios respectivos.

Tabela 13: Escore médio dos itens relacionados ao Acesso, na perspectiva dos idosos.

Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore médio

B1 – Quando você necessita de uma consulta você vai primeiro ao seu

“nome do serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro” antes de ir a

outro serviço de saúde?

7,77

B2 – Quando você tem que consultar um especialista, você tem que

passar pelo seu “nome do serviço de saúde /ou nome médico/ enfermeiro”

para marcar?

6,34

C1 – Quando o seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” está aberto e você adoece alguém de lá atende você no

mesmo dia?

6,00

C2 – Quando o seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” está aberto, você consegue falar pelo telefone se

precisar?

4,56

C3 – Quando o seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” está fechado, existe um número de telefone para o qual

você possa ligar quando fica doente? 1,69

C4 – É fácil marcar hora para uma consulta neste “nome do serviço saúde /

ou nome médico/enfermeiro”? 8,26

C5 – Quando você chega no seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”, você tem que esperar mais de 30 minutos para

consultar com o médico ou enfermeiro (sem contar recepção)?

3,26

C6 – Você tem que esperar por muito tempo, ou falar com muitas pessoas

para marcar hora no seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”?

6,47

C7 – É difícil para você conseguir atendimento médico do seu “nome do

serviço de saúde / ou nome médico/ enfermeiro” quando pensa que é

necessário?

7,25

C8 – Quando você tem que ir ao “nome do médico/enfermeiro” você tem

que faltar ao trabalho ou deixar de fazer suas atividades em casa? 3,19

Quanto ao atributo longitudinalidade, na avaliação pelos idosos residentes em Maricá –

RJ, o item D5: “Durante o atendimento o seu “médico/enfermeiro” lhe dá tempo suficiente

para falar sobre as suas preocupações ou problemas?” obteve a melhor avaliação, com escore

médio de 9,29.

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68

A longitudinalidade também foi o melhor atributo avaliado no estudo de Araújo et al

(2014) e o segundo melhor avaliado pelos usuários de Minas Gerais (SILVA & FRACOLLI,

2014) e pelos idosos que utilizam a ESF em Porto Alegre (OLIVEIRA et al, 2013b). Para

Nutting et al apud Cunha & Giovanella (2011), a longitudinalidade/continuidade do cuidado

deve ser assegurada principalmente para grupos de pacientes crônicos, portadores de

patologias complexas, idosos e população de baixa renda. Segundo Oliveira et al (2013b, p.

271), a longitudinalidade é “necessária para o atendimento das condições crônicas presentes

nessa população”. Desta forma, foi importante identificar que na avaliação dos idosos esse

atributo tenha se destacado em relação a satisfação dos mesmos (escore médio superior a

6,66), considerando que trata-se de um atributo que qualifica o processo de trabalho das

equipes de saúde da família face ao acompanhamento temporal da população.

No estudo realizado com usuários em Montes Claros por Silva et al (2014), utilizando o

PCATool versão adulto, a longitudinalidade também obteve uma boa avaliação na ESF (6,9),

sendo considerado um fator essencial para o sistema de saúde, pois esse atributo tende a

produzir diagnósticos e tratamentos mais precisos, além da redução dos encaminhamentos

desnecessários para especialistas e para a realização de procedimentos mais complexos. Já no

estudo de Vitória et al (2013) realizado com profissionais em Chapecó, a longitudinalidade

apresentou resultado insatisfatório, com escore médio de 6,0, podendo esse resultado estar

associado ao pouco tempo de permanência dos profissionais na UBS devido a alta

rotatividade dos mesmos.

Apesar do resultado positivo no atributo longitudinalidade, alguns itens

apresentaram avaliação insatisfatória. O pior item avaliado foi o D4: “Se você tiver uma

pergunta, pode telefonar e falar com o médico ou enfermeiro que geralmente te atende?”, com

escore médio de 2,87. Como se pode observar, no atributo Longitudinalidade, assim como no

Acesso, os piores itens avaliados referem-se à ausência de um telefone para a comunicação

entre usuário e o profissional da ESF. Esse resultado desfavorável nesses itens também foi

encontrado no estudo de Silva e Fracolli (2014).

O segundo pior item avaliado neste atributo foi o D14: “O seu “médico/enfermeiro” lhe

faz visitas domiciliares quando você está sentindo mal ou está impossibilitado de andar?”,

obtendo escore médio de 3,19 muito abaixo do ponto de corte de 6,66. A insatisfação com a

falta da visita dos médicos em caso de pessoas acamadas também foi verificada no estudo

com usuários no município de Recife (SANTIAGO et al, 2013), o que pode indicar que esta

ação esperada pelos usuários não tem sido valorizada pelo profissional da equipe.

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69

Tabela 14: Escore médio dos itens relacionados à Longitudinalidade, na perspectiva dos

idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore

médio

D1 – Quando você vai ao seu “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”, é o mesmo médico ou enfermeiro que atende você todas às

vezes?

8,29

D2 – Você acha que o seu “médico/enfermeiro” entende o que você diz ou

pergunta? 9,25

D3 – O seu “médico/enfermeiro” responde suas perguntas de maneira que você

entenda? 9,14

D4 – Se você tiver uma pergunta, pode telefonar e falar com o médico ou

enfermeiro que geralmente te atende? 2,87

D5 – Durante o atendimento o seu “médico/enfermeiro” lhe dá tempo suficiente

para falar sobre as suas preocupações ou problemas? 9,29

D6 – Você se sente à vontade contando as suas preocupações ou problemas ao seu

“médico/ enfermeiro”? 8,86

D7 – O seu “médico/enfermeiro”sabe quem mora com você? 9,04

D8 – O seu “médico/enfermeiro” sabe quais problemas são mais importantes para

você? 8,77

D9 – O seu “médico/enfermeiro” conhece a história da sua saúde ou doença

completa? 8,68

D10 – O seu “médico/enfermeiro” sabe a respeito do seu trabalho ou das

atividades que você faz? 7,50

D11 – O seu “médico/enfermeiro” sabe se você tem condição de pagar por

medicamentos que não tenha no posto, caso você necessite? 6,12

D12 – O seu “médico/enfermeiro” sabe a respeito de todos os medicamentos que

você está tomando? 9,01

D13 – Você mudaria do “nome do serviço de saúde /ou nome médico/enfermeiro”

para outro serviço de saúde se isto fosse fácil de fazer? 6,10

D14 – O seu “médico/enfermeiro” lhe faz visitas domiciliares quando você está

sentindo mal ou está impossibilitado de andar? 3,19

D15 – Você está satisfeito com o atendimento prestado pelo seu

“médico/enfermeiro”? 8,90

Quanto ao atributo Coordenação, este foi dividido em 2 componentes: integração dos

cuidados (E) e Sistema de Informações (F). Este atributo obteve uma avaliação insatisfatória,

com escore médio dos seus dois componentes de 5,58. Na Integração dos Cuidados (item E),

o escore obtido foi de 5,90, resultado próximo do encontrado por Oliveira et al (2013b) que

foi de 6,0 na avaliação dos idosos sobre a ESF e encontrado por Silva e Fracolli (2014), que

foi de 6,66 na avaliação dos usuários de Minas Gerais.

O melhor item avaliado refere-se ao item E2: “O “nome médico/enfermeiro”

encaminhou você para consultar com especialista ou serviço especializado?”, com escore

médio de 9,21. Tal item também obteve uma avaliação satisfatória por parte dos usuários de

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Sobral (CE) segundo Carneiro et al (2014), e pelos usuários de São Paulo (SALA et al, 2011).

O pior item avaliado neste componente refere-se ao item E9: “O seu “médico/enfermeiro” lhe

perguntou se você foi bem ou mal atendido pelo médico especialista ou serviço

especializado?”, onde se encontrou escore médio de 1,96, corroborando os resultados de Silva

e Fracolli (2014) onde o item correspondente também foi o pior avaliado pelos usuários.

Na sequencia dos piores itens avaliados neste componente, temos o item E7: “Depois

que você foi a este especialista ou serviço especializado, o seu “médico/enfermeiro”

conversou com você sobre o que aconteceu durante esta consulta?”, com escore médio de

2,42, correspondendo a um péssimo grau de orientação à APS e contribuindo para a

diminuição do escore geral do atributo Coordenação. Resultados insatisfatórios neste item a

semelhança dos que foi observado neste estudo, também foram encontrados por Sala et al

(2011) e por Silva e Fracolli (2014). Já Carneiro et al (2014) encontraram resultado positivo

no item correspondente quando avaliaram-se os profissionais, referindo que os

encaminhamentos são necessários em um certo momento, mas a continuidade da assistência é

de responsabilidade da equipe de Saúde da Família.

Silva e Fracolli (2014) colocam que avaliações negativas nestes itens não são

prerrogativas de pequenos municípios pela estrutura de saúde existente e sim reflexo da

opinião dos usuários pela indisponibilidade de referência e contrarreferência e pela

comunicação ineficiente entre usuário e profissional.

Para Escorel (2007, p. 169) “a comunicação com troca de informações entre

profissionais é essencial para que o generalista da equipe de saúde da família possa exercer

sua função de coordenador dos cuidados ao paciente e garantir a continuidade do contato”.

A tabela 15 apresenta o escore médio dos itens relacionados à Coordenação -

Integração de Cuidados, na perspectiva dos idosos do município de Maricá.

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Tabela 15: Escore médio dos itens relacionados à Coordenação – Integração de

Cuidados, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore médio

E2 – O “nome médico/enfermeiro” encaminhou você para consultar com

especialista ou serviço especializado? 9,21

E3 – O “nome do serviço de saúde /ou nome médico/enfermeiro” sabe que

você fez ou faz consultas com especialista de outros serviços? 8,75

E4 – Quando você necessita ser encaminhado para outros serviços

especializados o seu “médico /enfermeiro” ajuda a escolher os serviços

para onde você seria atendido?

6,37

E5 - O seu “médico / enfermeiro” ou alguém que trabalha no/com “nome

do serviço de saúde” ajudou-o/a a marcar a consulta em outro serviço de

saúde?

5,41

E6 – O seu “médico/enfermeiro” escreveu alguma informação para você

levar ao outro médico especialista, que você foi consultar? 6,12

E7 – Depois que você foi a este especialista ou serviço especializado, o seu

“médico/enfermeiro” conversou com você sobre o que aconteceu durante

esta consulta?

2,42

E8 – O seu “médico/enfermeiro” encaminha você para um especialista ou

serviço especializado pelo menos uma vez/ano? 6,93

E9 – O seu “médico/enfermeiro” lhe perguntou se você foi bem ou mal

atendido pelo médico especialista ou serviço especializado? 1,96

Ainda sobre o atributo Coordenação, o componente referente ao Sistema de Informações

também apresentou escore abaixo da linha de corte. O item que mais contribuiu para a queda

dos valores deste componente foi o item F3: “Você pode ler (consultar) o seu prontuário/ficha

se quiser no “nome do serviço de saúde/ou nome médico/enfermeiro”?”, com escore médio de

2,01. Carneiro et al (2014) em estudo com usuários do município de Sobral (CE) também

encontaram elevado número de usuários que desconheciam seu direito sobre acessar o

prontuário. Para Silva e Fracolli (2014, p. 699) “o discreto percentual de usuários que

demonstram conhecer o direito de consulta ao prontuário revela que as equipes da ESF têm

um ponto importante a ser desenvolvido na educação em saúde: os direitos dos usuários dos

serviços de saúde”.

Na realidade desta pesquisa, não foi incomum identificar tal desconhecimento, pois via

de regra os usuários não são informados pelos profissionais que caso precisem, o prontuário

estará à disposição para consulta própria ou encaminhamento a um outro serviço para onde o

idoso precise ser avaliado ou de tratamento específico.

Na tabela 16 apresenta-se o escore médio dos itens relacionados à Coordenação -

Sistema de Informações, na perspectiva dos idosos residentes em Maricá.

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Tabela 16: Escore médio dos itens relacionados à Coordenação - Sistema de

Informações, na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore médio

F1. Quando você vai no “nome do serviço de saúde / ou nome médico/

enfermeiro” você leva alguma receita (prescrição médica) e/ou resultados

de exames de laboratório e/ou outros exames (USG, Raio-X, etc) ou

encaminhamentos de atendimento anterior?

5,83

F2. Quando você vai ao “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”, o seu prontuário ou ficha médica está sempre

disponível na consulta? 7,94

F3. Você pode ler (consultar) o seu prontuário/ficha se quiser no “nome do

serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro”? 2,01

O Atributo integralidade apresentou resultado muito abaixo do escore médio (3,03),

refletindo insatisfação dos idosos entrevistados, sendo neste grupo o atributo pior avaliado.

Esse atributo foi divido em 2 componentes: serviços disponíveis (G) e serviços prestados (H).

Quanto ao componente referente aos serviços disponíveis, o escore médio foi de 3,24,

resultado muito inferior ao ponto de corte do PCAtool e ao encontrado no estudo de Silva e

Fracolli (2014), onde os usuários atribuíram escore de 5,22. Oliveira et al (2013b) também

destacaram resultados que demonstram baixo grau de orientação à Atenção Primária por parte

dos idosos usuários da ESF de Porto Alegre, com escore médio de 4,80. No estudo da APS

voltada as necessidades dos idosos, Martins et al (2014) apontaram que apenas 23,9% dos

serviços de APS acessados pelos idosos foram considerados efetivos quanto à integralidade.

Vale considerar que a integralidade reflete o leque de serviços que devem ser oferecidos

para que os usuários recebam atenção integral, tanto do ponto de vista do caráter

biopsicossocial do processo saúde-doença, como ações de promoção, prevenção, cura e

reabilitação adequadas ao contexto da APS, mesmo que algumas ações não possam ser

oferecidas dentro das unidades de APS (BRASIL, 2010a).

Diante de todos os itens referentes a este componente, somente três apresentaram escore

médio satisfatório, que foram o item G4 - disponibilidade de vacinas (imunização), item G14-

exame preventivo para câncer de colo de útero (Papanicolau) e item G18 que questiona sobre

a oferta de orientações sobre exame de triagem para câncer de próstata (exame de próstata e

exame de sangue-PSA). Esses itens obtiveram escore médio de 8,62; 8,14 e 7,61,

respectivamente. Os resultados corroboram os do estudo de Silva e Fracolli (2014), onde

esses itens também obtiveram uma boa avaliação. A oferta de vacinas é amplamente

divulgada pelo governo Federal, principalmente durante as campanhas de vacinação, quando

aparecem constantes propagandas nas mídias e, além disso, a oferta na rede privada é escassa

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e onerosa. Esses fatores relacionados à imunização, provavelmente contribuíram para a

melhor avaliação deste item no referido componente.

Todos os demais itens apresentaram resultados abaixo do ponto de corte de 6,66,

contribuindo para a baixíssima avaliação deste atributo. O pior item avaliado neste

componente foi o item G13 que avalia a disponibilidade na USF de atividades lúdicas como

jogos, música, trabalhos manuais (desenho, pintura, bordado, tear, costura) e dança obtendo

escore médio 1,02. Esse resultado está muito aquém do desejado para um serviço de atenção

primária com qualidade, pois estas atividades deveriam constar na cartela de serviços de

promoção de saúde das unidades envolvendo a comunidade no processo de alternativas

factíveis de impactar na qualidade de vida. Alguns outros itens também obtiverem resultados

baixíssimos (<2,0), como a disponibilidade de programa de suplementação nutricional (item

G3), de avaliação de saúde bucal (item G5), de tratamento dentário (item G6), de avaliação de

problemas auditivos (item G10) e de avaliação de problemas visuais (G11), o que indica

ausência de uma estrutura de serviços especializados que possam apoiar o trabalho das

equipes de saúde da família de forma dinâmica e integrada às necessidades dos usuários e

profissionais.

Vale destacar que das 16 USF’s avaliadas, somente 06 possuem equipes de saúde bucal

e destas, somente uma possuía equipamento odontológico funcionando adequadamente, as

demais priorizam atividades como escovação supervisionada, aplicação de flúor e atividades

educativas. Estes procedimentos, porém, são geralmente realizados em escolas, com crianças

e pessoas mais jovens, evidenciando o vazio assistencial em relação aos problemas

odontológicos que acometem os demais grupos da população, o que contribui naturalmente

para que os idosos avaliassem negativamente os itens referentes à saúde bucal. Para Martins

et al (2014), a integralidade, atributo essencial da APS, é realmente necessária no cotidiano da

pratica dos cuidados em saúde, uma vez que os idosos possuem alta prevalência de

morbidades e más condições de saúde bucal.

A tabela 17 apresenta o escore médio dos itens relacionados à Integralidade - Serviços

Disponíveis, na perspectiva dos idosos residentes em Maricá (RJ).

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Tabela 17: Escore médio dos itens relacionados à Integralidade - Serviços Disponíveis,

na perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens* Escore médio

G1 – Respostas a perguntas sobre nutrição ou dieta. 4,10

G2 – Verificar se sua família pode participar de algum programa de

assistência social ou benefícios sociais. 2,03

G3 – Programa de suplementação nutricional (ex: leite, alimentos). 1,48

G4 – Vacinas (imunizações). 8,62

G5 – Avaliação da saúde bucal (Exame dentário). 1,54

G6 – Tratamento dentário. 1,61

G7 – Aconselhamento ou tratamento para o uso prejudicial de drogas

(lícitas ou ilícitas, ex: álcool, cocaína, remédios de receituário azul para

dormir).

2,60

G8 – Aconselhamento para problemas de saúde mental. 2,44

G9 - Aconselhamento e solicitação de Teste anti-HIV 3,38

G10 – Identificação (algum tipo de avaliação) de problemas auditivos

(para escutar). 1,26

G11 – Identificação (algum tipo de avaliação) de problemas visuais (para

enxergar). 1,44

G12 – Identificação (algum tipo de avaliação) de problemas

fisioterápicos. 2,52

G13 – Algumas atividades lúdicas, como jogos, música, trabalhos

manuais (desenho, pintura, bordado, tear, costura), dança? 1,02

Só para mulheres: G14 – Exame preventivo para câncer de colo de útero (Teste

Papanicolau).

8,14

G15– Aconselhamento sobre como parar de fumar. 3,88

G16 – Aconselhamento sobre as mudanças que acontecem com o

envelhecimento (ex: diminuição da memória, risco de cair). 2,65

G17 – Orientações sobre cuidados no domicílio para alguém da sua

família como: curativos, troca de sondas, banho na cama... 2,03

G18 – Orientações sobre o que fazer caso alguém de sua família fique

incapacitado e não possa tomar decisões sobre sua saúde (ex: doação de

órgãos caso alguém de sua família fique incapacitado para decidir, por

exemplo, em estado de coma) - (só nas UAPS que possuem Assistente

social).

----

Só para Homens:

G19 – Você recebe orientações sobre exame de triagem para câncer de

próstata (exame de próstata e exame de sangue – PSA).

7,61

* No início de cada item era repetido: “Está disponível no “nome do serviço de saúde/ou nome

médico/enfermeiro”...”.

Como se pode observar nesta tabela, os resultados encontrados nos itens referentes à

disponibilidade de aconselhamento ou tratamento para o uso de drogas (G7), aconselhamento

para problemas de saúde mental (G8) e aconselhamento sobre como parar de fumar (G15),

foram muito baixos e semelhantes aos apresentados no estudo de Silva e Fracolli (2014),

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indicando problemas ou lacunas em aspectos essenciais do aconselhamento em saúde que

possam influenciar positivamente no processo saúde-doença, na promoção da saúde e na

diminuição da vulnerabilidade social dos idosos.

Ainda sobre o atributo Integralidade, o componente referente aos serviços prestados

apresentou escore médio de 2,81, resultado bem inferior ao ponto de corte (6,66) e inferior ao

resultado de 4,0 encontrado no estudo de Araújo et al (2014), e de 4,92 apontado no estudo de

Silva e Fracolli (2014).

Este componente refere-se aos serviços recebidos em consultas. O melhor item avaliado

neste componente, e único com resultado satisfatório, foi o item H5: “Testes de sangue para

verificar níveis de colesterol”, com escore médio de 7,05.

Obtiveram resultados muito insatisfatórios, com baixíssimo grau de orientação à APS,

os itens referentes a assuntos sobre realização das atividades básicas de vida diária (H9),

necessidade da ajuda de um cuidador (H10), realização de atividades instrumentais de vida

diária (H11), prevenção de queimaduras (H13), prevenção de quedas, acidentes e orientações

de adaptações ambientais em casa (H14), orientação sobre exercícios respiratórios (H16),

orientação sobre cuidados de higiene (H19), perda involuntária de urina (H20), orientação

sobre uso de fralda geriátrica e cuidados com a pele (H21), sobre perda de fezes durante o dia

(H22), entre outros, conforme apresentado na tabela 18.

Cabe considerar que, durante as entrevistas, os idosos se surpreenderam ao serem

questionados sobre essas ações, mostrando que os profissionais não abordam estes assuntos

da sua vivência diária em consultas ou em atividades coletivas.

Araújo et al (2014) também encontraram baixíssimos escores referente aos itens sobre

prevenção de queimaduras (H13), com escore de 1,7; sobre como lidar com conflitos de

família (H3), com escore de 2,0; e, sobre exposição a substâncias perigosas (H7), com escore

médio de 2,0. Silva e Fracolli (2014) também destacaram esses itens como os que

apresentaram os menores índices na pesquisa que desenvolveram com usuários em uma

região de Minas Gerais.

Para Queiróz (2008), convém atentar que a integralidade só poderá acontecer ou não a

partir do acesso das pessoas aos serviços, onde a abertura do sistema com a postura

acolhedora e humanizada já faz parte, na verdade, de uma atitude integral. Já Silva e Fracolli

(2014) destacaram que essa avaliação ruim da integralidade pelos usuários pode ser

interpretada pelo fato das ações e dos serviços propostos estarem aquém das necessidades dos

usuários e não contemplarem toda a atuação da APS, ficando as práticas de educação e de

promoção subjugadas às práticas tradicionais de tratamento e de reabilitação.

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Tabela 18: Escore médio dos itens relacionados à Integralidade - Serviços Prestados, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens* Escore médio

H1- Conselhos sobre alimentação saudável ou sobre dormir

suficientemente. 5,24

H2 – Segurança no lar, como guardar medicamentos em segurança. 3,14

H3 – Maneiras de lidar com conflitos de família que podem surgir de vez

em quando. 2,71

H4 – Conselhos a respeito de exercícios físicos apropriados para você. 3,49

H5 – Testes de sangue para verificar níveis de colesterol 7,05

H6 – Verificar e discutir os cuidados com os medicamentos que você está

tomando (dose, efeitos colaterais, o tempo de uso do medicamento). 3,78

H7 – Possíveis exposições a substâncias perigosas (veneno para formiga,

rato, água sanitária), no seu lar, no trabalho ou na sua vizinhança? 2,28

H8 – Presença de ações cuidadoras de aspectos psicológicos (se tem

depressão, ansiedade, insônia, esquecimento, perda de memória)? 3,66

H9 – Você realiza suas atividades básicas de vida diária, como: higienizar-

se, vestir-se, ir ao banheiro, alimentar-se e locomover-se, sozinho (a)? 1,84

H10 – Para realizar suas atividades básicas de vida diária você precisa da

ajuda de um cuidador? 1,22

H11 – Você realiza as atividades instrumentais de vida diária - (preparar

refeições, fazer compras, usar o telefone, arrumar mesa para refeições, ir ao

banco, lidar com dinheiro) sozinho (a)?

1,31

H12 – Para realizar as atividades instrumentais de vida diária você precisa

da ajuda de um cuidador? 1,18

H13 – Como prevenir queimaduras (ex: causadas por água quente, óleo

quente, outras substâncias). 1,26

H14 – Como prevenir quedas, acidentes e orientações de adaptações

ambientais em sua casa – cuidados com tapetes, escadas, cera, iluminação,

ventilação, lidar com fogão, acender vela, uso de calçados?

1,30

H15 – Como prevenir osteoporose ou ossos frágeis? 5,29

H16 – Você recebe orientação sobre exercícios respiratórios? 1,52

H17 – Você recebe orientação sobre os direitos e os benefícios dos idosos? 2,52

H18 – Você acha que este serviço de saúde atende todas as suas

necessidades? 2,84

H19 – Você recebe orientação sobre os cuidados de higiene (oral e

corporal)? 1,92

H20 – Você apresenta perda involuntária de urina durante o dia? 1,57

H21 – Você recebe orientação sobre o uso de fralda geriátrica e os

cuidados com a pele? 1,75

H22 – Você apresenta perda de fezes durante o dia? 1,45

H23 – Você faz uso frequente de laxantes? 2,14

H24 – Você apresenta constipação intestinal? 4,43

H25 – Você recebe orientação sobre a quantidade de líquido que deve

ingerir durante o dia? 5,36

* No início de cada item era repetido: “Em consultas ao “nome do serviço de saúde/ou nome

médico/enfermeiro”, algum dos seguintes assuntos já foram ou são discutidos (conversados) com

você?”.

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Quanto ao atributo orientação familiar, que é um atributo derivado da APS, o resultado

do escore médio encontrado também demonstra baixo grau de orientação à APS e de

satisfação por parte dos idosos entrevistados: 4,79. Esse resultado foi inferior ao encontrado

por Silva e Fracolli (2014) na avaliação dos usuários, que foi de 5,69. Porém, apesar de

insatisfatório, ainda apresentou resultado melhor que o encontrado por Oliveira et al (2013b),

que avaliou o cuidado aos idosos na ESF de Porto Alegre, encontrando um escore médio de

3,90. Alencar et al (2014), avaliaram o enfoque familiar e orientação para a comunidade na

ESF no município de São Luís (MA), através da utilização do PCATool, apontando índice de

2,7 na percepção dos usuários. Sala et al (2011) em estudo sobre a avaliação da integralidade

e APS na perspectiva dos usuários, também apresentaram percentuais muito baixos de

satisfação referente ao enfoque familiar.

Todos os itens referentes à orientação familiar ficaram insatisfatórios, sendo a pior

avaliação referente ao item I3: “O seu “médico/enfermeiro” se reuniria com membros de sua

família se você achasse necessário?”, com escore médio de 3,94. Tratando-se que este estudo

avaliou a Estratégia Saúde da Família, percebe-se pouco ou quase nenhum interesse dos

profissionais da ESF quanto às condições de vida do idoso.

Segundo Alencar et al (2014), na ESF a família deve ser entendida de forma integral e

em seu espaço social, ou seja, a pessoa deve ser abordada em seu contexto socioeconômico e

cultural e reconhecida como sujeito social portadora de autonomia, sabendo que é na família

que ocorre interações e conflitos que influenciam diretamente na saúde das pessoas. Essa

ausência da qualidade no que se refere à orientação familiar na ESF caracteriza uma oposição

ao modelo assistencial proposto pelo SUS, que tem na família uma relevante importância,

expressa na própria denominação “Estratégia Saúde da FAMÍLIA” (SILVA & FRACOLLI,

2014).

Tabela 19: Escore médio dos itens relacionados à Orientação Familiar, na perspectiva

dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore médio

I1 – O seu “médico/enfermeiro” planeja o seu tratamento ou o seu cuidado

junto com você? 5,37

I2 – O seu “médico/enfermeiro” já lhe perguntou a respeito de doenças ou

problemas comuns que podem ocorrer em sua família (câncer, alcoolismo,

depressão)?

5,06

I3 – O seu “médico/enfermeiro” se reuniria com membros de sua família se

você achasse necessário? 3,94

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O atributo Orientação Comunitária, que também é um atributo derivado da APS,

também obteve uma má avaliação por parte dos idosos residentes em Maricá, com escore

médio de 3,49. Oliveira et al (2013b) em estudo avaliando cuidado aos idosos na ESF,

também com o PCAtool, porém com a versão adulto, encontrou escore médio da orientação

comunitária de 5,90.

O único item que obteve um resultado que expressou alto grau de orientação à APS foi

o item J1: “Alguém no “nome do serviço de saúde/ou nome médico/enfermeiro" faz visitas

domiciliares?”, com escore médio de 7,45. Sala et al (2011) apresentaram resultados

semelhantes, com pontuações baixas no atributo da orientação comunitária, com melhores

resultados em relação às visitas domiciliares na avaliação da ESF por parte dos usuários. Silva

e Fracollli (2014, p. 702) também encontraram resultados positivos no item referente às

visitas domiciliares e ainda destacam que “a visita domiciliar talvez seja uma das ações que

têm maior visibilidade e impacto junto à população, já que faz parte da rotina das atividades

dos membros da ESF, sobretudo dos ACS”.

De acordo com Pereira et al (2011) o resultado negativo neste atributo chama

atenção para a necessidade de uma revisão do processo de trabalho, onde aquele que

utiliza o serviço tenha efetivamente participação na formulação de propostas e

intervenções.

Tabela 20: Escore médio dos itens relacionados à Orientação Comunitária, na

perspectiva dos idosos. Maricá (RJ) – 2014

Itens Escore médio

J1 – Alguém no “nome do serviço de saúde/ou nome médico/enfermeiro"

faz visitas domiciliares? 7,45

J2 – O seu “nome do serviço de saúde /ou nome médico/enfermeiro”

conhece os problemas de saúde importantes na sua vizinhança? 2,78

J3 – O seu “nome do serviço de saúde/ou nome médico/enfermeiro” ouve

opiniões e ideias da comunidade de como melhorar os serviços de saúde? 3,18

J4 – O “nome do serviço de saúde/ ou nome médico/enfermeiro” pergunta

se o serviço de saúde está satisfazendo as necessidades das pessoas? 4,00

J5 – O “nome do serviço de saúde/ ou nome médico/enfermeiro” faz

pesquisas na comunidade para identificar problemas de saúde que ele

deveria conhecer?

2,49

J6 – O “nome do serviço de saúde/ ou nome médico/enfermeiro” convida

você e sua família para participar do Conselho Local de Saúde (Conselho

Gestor/Conselho de Usuários)? 1,02

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CAPÍTULO V – CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa possibilitou conhecer o perfil sócio-demográfico dos idosos

que são assistidos pela da Estratégia Saúde da Família e avaliar sua qualidade na percepção

deste grupo.

Este foi o primeiro estudo sobre avaliação da qualidade da APS em um município da

região metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro especificamente da Estratégia Saúde da

Família quanto ao seu grau de orientação em relação aos atributos da Atenção Primária à

Saúde. Destaca-se também que, além da escassa oferta de estudos que utilizem o PCATool

Brasil - versão adulto para avaliar a atenção aos idosos, este é o primeiro estudo que utiliza

um instrumento produzido com adaptações ao idoso.

Em relação às características sociais e demográficas os idosos participantes da pesquisa,

em sua maioria são do sexo feminino, a faixa etária predominante variou entre 60 a 69 anos.

A maioria era de aposentados, que não frequentaram a escola, analfabetos funcionais ou que

possuem apenas o 1º ciclo do ensino fundamental (1º ao 4º ano), que vivem somente com

companheiros, e possuem cadastro na USF há mais de 6 anos sendo residentes no município

de Maricá há mais de 10 anos.

Foram encontradas significâncias estatísticas (p<0.05) na associação entre o escore

médio geral e as variáveis: ocupação e escolaridade. Quanto à ocupação, os idosos

aposentados, pensionistas e outros são mais exigentes do serviço de saúde do que os que ainda

trabalham formalmente ou não, contribuindo para a diminuição da média do escore geral. As

pessoas com maior nível de escolaridade foram mais críticas nas suas avaliações sobre o

serviço de saúde do que as que não frequentaram a escola, analfabetos funcionais ou que

possuem apenas o 1º ciclo do ensino fundamental (1º ao 4º ano).

Em relação aos Atributos Essenciais e Derivados, somente ficaram acima do ponto de

corte (6,66), demonstrando elevado grau de orientação à Atenção Primária, o acesso de

primeiro contato (Utilização) e a longitudinalidade.

Apesar do acesso de primeiro contato – utilização, apresentar melhor avaliação para os

idosos entrevistados, o atributo Acesso foi insatisfatório em sua percepção, ficando um pouco

abaixo do ponto de corte, com escore médio de 6,07. A boa avaliação dos usuários quanto à

utilização configura situação favorável para a estruturação da atenção primária no município

de Maricá, uma vez que a população apresenta o hábito de procurar a ESF quando apresenta

um problema de saúde. Porém a acessibilidade foi má avaliada pelos usuários, diminuindo o

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resultado sobre a qualidade do atributo acesso e fazendo com que o mesmo fosse classificado

como insatisfatório.

A falta de comunicação por meio de telefones tanto quando a unidade está aberta como

quando está fechada foi um fator preponderante no desempenho do atributo acesso e

contribuiu para a queda da qualidade neste atributo. Neste sentido e para melhorar o

desempenho das unidades neste item de avaliação, valeria a pena que a coordenação

municipal pudesse envidar maiores esforços para prover as unidades com este recurso tão

necessário e que favorece a comunicação com a população, principalmente na vigência de

dúvidas ou para esclarecimentos com o médico ou enfermeiro da equipe sobre o atendimento

necessário ou realizado.

O tempo de espera prolongado para as consultas na ESF também contribuiu para a

insatisfação dos idosos. Para Martins et al (2014, p. 3413), “o acesso facilitado é importante

uma vez que dificuldades de deambulação, audição ou visão, e, até mesmo, incontinência

urinária podem inviabilizar a espera”. Além disso, cabe considerar que mesmo entre idosos da

amostra, a maioria aposentados, deve-se levar em conta que uma espera superior a trinta

minutos, gera insatisfação, pois pode ter outras atividades a realizar ou estar dependendo de

outras pessoas para realiza-las.

O atributo longitudinalidade foi o único atributo que obteve satisfação dos usuários e

demonstrou dentre os seis atributos avaliados (acesso, longitudinalidade, coordenação,

integralidade, orientação familiar e orientação comunitária) a qualidade esperada para um

serviço de APS. Esse resultado satisfatório é importante por se tratar de um atributo

essencial. Apesar do bom resultado, alguns pontos podem e devem ser melhorados para

garantir melhor qualidade a ESF, principalmente referente às visitas domiciliares no caso do

idoso estar se sentindo mal ou impossibilitado de andar e à dificuldade de contato telefônico

para sanar dúvidas ou buscar um auxílio inicial com os profissionais que os acompanham e/ou

mantém vínculo. Em se tratando de idosos, esses itens são ainda mais relevantes, pois este

grupo etário apresenta maior dificuldade de locomoção devido a problemas crônicos de saúde

e até mesmo fisiológicos, causados pela idade.

O atributo Coordenação foi insatisfatório na percepção dos idosos. Quanto à integração

dos cuidados, percebe-se que apesar da ESF ser reconhecida como centralizadora da

coordenação do cuidado aos demais níveis de assistência, a avaliação dos idosos indica a

necessidade de aperfeiçoamentos, sobretudo na contrarreferência e comunicação entre

profissional e usuário. Chamou atenção tendo em vista a má avaliação que os idosos

atribuíram, principalmente, por não serem questionados pelo profissional da saúde da família

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sobre o que aconteceu na consulta com o especialista e se ele foi bem ou mal atendido durante

a consulta com este profissional especialista, mostrando-se aí, o fraco vínculo entre

profissional e usuário e a pouca preocupação com a integralidade dos cuidados, o que remete

ao modelo de atendimento queixa-conduta, oposto ao que preconiza a ESF.

A vista das respostas obtidas, concordo com Albuquerque et al (2014, p. 192), quando

afirmam que “não é suficiente implantar centrais, definir protocolos, fluxos de acesso e fichas

de encaminhamentos. É necessário consolidar formas de diálogo entre as equipes dos diversos

níveis de complexidade”.

Quanto ao sistema de informações, chama a atenção o desconhecimento dos idosos

sobre seu direito de acessar seu próprio prontuário. Esse achado permitiu perceber a

necessidade de ações de educação permanente que possam esclarecer as equipes acerca do

direito dos usuários e do cidadão em geral, pois a consulta ao prontuário não é um favor ao

usuário e sim um direito garantido pelo SUS. Destaca-se que não basta que as equipes

conheçam os direitos dos usuários, é importante divulgar entre eles e não colocar barreiras

para o exercício da cidadania.

O atributo Integralidade foi o atributo pior avaliado pelos idosos, e com um resultado

muito ruim, refletindo baixíssimo grau de orientação com a APS e de satisfação com a

qualidade. A falta de serviços resolutivos de saúde mental, de saúde bucal, de avaliações

auditivas, visuais e fisioterápicas apontam a necessidade de incorporação destas ações para

atender às demandas e necessidades da população. A falta de atividades lúdicas (jogos,

músicas, trabalhos manuais, dança) foi o item pior avaliado neste quesito, demonstrando o

hiato entre a capacidade das equipes em organizarem ações intersetoriais que concorram para

melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Quanto aos serviços prestados, foi evidente a falta de preparo dos profissionais da ESF

durante as consultas aos idosos. Especificidades importantes para o atendimento à pessoa

idosa não estão sendo atendidas, refletindo nesses resultados insatisfatórios e de baixa

qualidade. Questões sobre prevenção de queimaduras, necessidade de ajuda de um cuidador,

realização das atividades básicas de vida diária, realização das atividades instrumentais da

vida diária, prevenção de quedas, acidentes e orientações de adaptações ambientais em casa,

orientação sobre cuidados de higiene, uso de fralda, entre outros itens que são de extrema

importância na abordagem ao idoso, não são realizadas ou, estão aquém do desejado, segundo

os entrevistados.

Os atributos derivados orientação familiar e orientação comunitária obtiveram

avaliações insatisfatórias, com resultados muito abaixo do esperado para uma unidade de

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APS, porém não fez parte da avaliação conhecer dos profissionais os motivos pelos quais as

ações que fazem parte deste atributo não são realizadas.

Desta forma, a qualidade da ESF no município de Maricá (RJ), medida por meio da

experiência dos idosos usuários com esses serviços, revelou-se muito baixa, insatisfatória para

um serviço de APS. Um aspecto a se considerar neste estudo se deve ao fato de que os

atributos da APS foram avaliados segundo a percepção dos idosos, e estes tendem a avaliar os

serviços de saúde de maneira menos favorável do que profissionais ou gestores que atuam no

serviço.

Porém, os processos de avaliação da satisfação dos usuários nos serviços públicos de

saúde ajudam na construção de uma nova perspectiva do cuidado e de monitoramento das

atividades desses serviços, fortalecem o controle social. A participação dos usuários nos

processos de planejamento contribui para intervenções mais adequadas e propiciam avanços

na gestão dos serviços de saúde (SILVA et al, 2014).

Em relação aos resultados apresentados, algumas limitações devem ser consideradas na

realização desta pesquisa. Como esse estudo avaliou a percepção dos idosos, que em parte,

possuem baixo nível de escolaridade, o que pode ter dificultado a compreensão das questões

do instrumento, apesar dos esclarecimentos feitos pelas entrevistadoras que foram

previamente treinadas para sua aplicação. Outra limitação se refere à própria metodologia

utilizada, à natureza transversal das análises, já que não se pode inferir causalidade dos

resultados (causalidade reversa), onde exposição e desfecho foram coletados simultaneamente

e frequentemente não se sabe qual deles precedeu o outro (MEDRONHO et al., 2009).

Algumas dificuldades foram vivenciadas no decorrer do estudo. Uma delas foi que

devido à transição dos sistemas de informação (SIAB para o SISAB), as informações do

quantitativo de idosos cadastrados por unidade de saúde da família e a listagem nominal

foram realizadas manualmente pelos Agentes Comunitários de Saúde, sendo necessário dispor

de mais tempo e da colaboração desses profissionais. Outra dificuldade encontrada foi a

grande extensão territorial do município de Maricá, onde os domicílios selecionados muitas

vezes eram distantes uns dos outros e até mesmo da USF. Algumas vezes, era impossível

chegar aos domicílios a pé, sendo necessário depender de transporte, geralmente motos de uso

particular dos ACS, para realizar a entrevista.

O fato das entrevistas terem sido realizadas nos domicílios retardou a coleta dos dados,

pois em algumas vezes os idosos não eram encontrados em casa, tendo-se que retornar ao

mesmo domicílio mais de uma vez para que a entrevista fosse realizada.

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Quanto ao instrumento PCATool - Brasil versão adulto - adaptado ao idoso, considera-

se que foi a melhor opção para o alcance dos objetivos, tendo em vista as especificidades dos

participantes. As adaptações transculturais realizadas permitiram um resultado mais próximo

da realidade da pessoa idosa. Porém, uma crítica ao instrumento original (PCATool - Brasil

versão adulto) é referente ao cálculo dos escores. Acredita-se que as questões (itens) deveriam

ter pesos diferentes de acordo com a relevância de cada uma. Considerar que a ausência de

avaliação de saúde bucal e tratamento dentário tenham o mesmo peso que questões como

ausência de telefone quando a unidade está fechada, ou até mesmo com o profissional deixar

de perguntar se o idoso foi bem ou mal atendido pelo especialista é um contrassenso. Apesar

da crítica, o PCATool-Brasil constitui-se em um recurso válido, pertinente e factível de

avaliação e acreditação dos serviços em direção à atenção primária à saúde de qualidade.

Vale destacar que não foi encontrada dificuldade no uso do tablet e no uso do aplicativo

para a coleta de dados. Ao contrário, foram dispositivos extremamente úteis e de fácil

utilização para pesquisas que requeiram preenchimento de instrumentos com grande

quantidade de questões.

Frente aos resultados obtidos, os objetivos propostos para a condução desta pesquisa

foram alcançados em sua totalidade. Os resultados deste estudo apontam para a necessidade

de melhora de vários atributos da prática assistencial, reformulações de aspectos da estrutura e

processo para que futuramente possa ser oferecida uma APS de qualidade, com efetivo

planejamento de ações nesta área e consequente monitoramento de resultados, com vistas à

correção das principais falhas encontradas.

Como recomendações à Coordenação da Atenção Primária, face aos resultados desse

estudo e visando a qualidade da ESF no município de Maricá (RJ), elencamos as seguintes

sugestões:

Melhorar a acessibilidade, eliminando barreiras nos horários de funcionamento das

USF’s, que repercutem na baixa resolubilidade e na superlotação desnecessária dos

níveis secundários de atenção à saúde. Como no município de Maricá as USF’s são

compostas por apenas uma equipe, compreende-se a dificuldade de estender

diariamente os horários de atendimento devido ao quantitativo de profissionais para

cumprir essa carga horária. Sugere-se que a exemplo de outros municípios, as equipes

possam se organizar para pelo menos ampliarem um dia na semana seu horário de

atendimento, principalmente nos sábados quando se poderia favorecer o acesso dos

trabalhadores à unidade;

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Prover as unidades com telefones como meios de comunicação, facilitando o acesso

aos profissionais e serviço;

Incentivar a realização de visitas domiciliares por parte dos profissionais da área

técnica (médico e enfermeiro) e disponibilizar meios de transporte para os locais de

longas distâncias, melhorando o desempenho do atributo longitudinalidade;

Consolidar a Rede de Atenção à Saúde, estabelecendo diálogo contínuo entre as

equipes de saúde da família e os demais níveis da assistência, melhorando a

coordenação do cuidado;

Realizar e incentivar a educação em saúde acerca dos direitos dos usuários;

Melhorar o atendimento e a cobertura em saúde bucal a toda população com oferta

planejada de ações a partir de diagnóstico situacional de saúde bucal;

Descentralizar e intensificar na ESF aconselhamentos sobre como parar de fumar

(programa de tabagismo), sobre atenção a pessoas com transtornos relacionados a

saúde mental; realizar avaliações auditivas, visuais e fisioterápicas dos idosos

avaliados pelas ESF e que necessitem de suporte especializado através do Núcleo de

Apoio à Saúde da Família – NASF ou da unidade especializada;

Incentivar com oferta de recursos e apoio da coordenação de Educação em Saúde,

atividades lúdicas como jogos, grupos de músicas, danças, trabalhos manuais com

participação de profissionais da ESF, principalmente dos ACS;

Capacitar e melhorar a formação dos profissionais relativa aos cuidados e à assistência

às pessoas idosas, e implementando práticas voltadas para a prevenção de acidentes

domésticos, orientações nutricionais, atividade física e demais especificidades que

contribuam para qualidade de vida deste grupo etário;

Apoiar a participação popular, convidando usuários a participarem de Conselhos

locais (Conselho gestor/Conselho de usuários).

Espera-se que esses resultados possam contribuir para mudanças na atenção oferecida

pelas equipes de saúde da família, favorecendo discussões em cada uma das unidades sobre a

realização de um trabalho que tenha como prioridade o núcleo familiar, a comunidade, os

idosos e como atender as suas reais necessidades.

Por fim, recomenda-se a realização de novas pesquisas utilizando o PCATool-Brasil aos

idosos e aos demais grupos etários, para verificar a qualidade da ESF de Maricá de forma

periódica, visando a qualificação da rede assistencial e das unidades de saúde, com a escuta da

população sobre suas expectativa com os serviços que utiliza.

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COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA

APÊNDICE A: COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EEAN/HESFA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Resolução nº 466/12 – Conselho Nacional de Saúde

Sr(a) foi selecionado(a) e está sendo convidado(a) para participar da pesquisa: Qualidade da

Estratégia Saúde da Família na percepção dos idosos residentes em Maricá - RJ que tem como

objetivo avaliar na ótica do idoso a qualidade da assistência da Estratégia Saúde da Família no

município de Maricá. Este é um estudo baseado em uma abordagem quantitativa, descritivo de corte

transversal, utilizando como método a entrevista estruturada.

A pesquisa terá duração de 2 anos, com o término previsto para o 1° semestre de 2015.

Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será

divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Quando for necessário exemplificar determinada

situação, sua privacidade será assegurada uma vez que seu nome será substituído de forma aleatória.

Os dados coletados serão utilizados apenas NESTA pesquisa e os resultados divulgados em eventos

e/ou revistas científicas.

Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento o (a) senhor (a) pode recusar-se a

responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não

trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador ou com a instituição que forneceu os seus

dados. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas a serem realizadas sob a

forma de entrevista estruturada. Os dados coletados durante a pesquisa serão arquivados durante cinco

(5) anos e deletados/incinerados após esse período.

Sr(a) não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. O risco previsto que poderá

ocorrer durante a sua participação nesta pesquisa será algum desconforto emocional ao responder

determinada questão e para isso o Sr (a) poderá contar com o apoio do entrevistador e poderá

interromper a pesquisa se achar necessário. Pode ocorrer também constrangimento por participar da

entrevista, o que pode ser eliminado através da garantia do anonimato. O benefício relacionado à sua

participação será de aumentar o conhecimento científico para a área de saúde coletiva, mais

especificamente com a qualidade das ações dos profissionais da estratégia saúde da família no

município de Maricá. O (a) Sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o celular e o e-mail do

pesquisador responsável, e sua orientadora, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua

participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos!

________________________________ _______________________________ Prof.ª Dra. Elisabete Pimenta Araújo Paz Mestranda Luana Duarte Rodrigues

Orientadora Pesquisadora Principal

(Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ) (Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ)

Cel: (21) 98109-4535 Cel: (21) 99721-1117

e-mail: [email protected] e-mail: [email protected]

Comitê de Ética em Pesquisa EEAN/HESFA: (21) 2293-8148/ramal 228

Rio de Janeiro, ____ de _______________ de 20___.

Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em

participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer

qualquer punição ou constrangimento.

Participante da Pesquisa: ______________________________________________

(assinatura)

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NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA

APÊNDICE B: Formulário para caracterização da amostra

Questionário n°: ________ USF: ____________________________

Data da entrevista: _____/_____/______ Horário de Início: ____:____h

Data de nascimento: ____/_____/______ ou Idade: _________

Sexo: ( ) 1- feminino ( ) 2- masculino

Ocupação: ( ) 1- aposentado ( ) 2- trabalhador com vínculo empregatício

( ) 3- trabalhador informal – sem vínculo empregatício

( )4-pensionista ( ) 5-outros

O Sr. é cadastrado nesta Unidade de Saúde da Família há quanto tempo?

1( ) de 1 ano a 2 anos

2( ) de 2 anos a 4 anos

3( ) de 4 anos a 6 anos

4 ( ) mais de 6 anos

O Sr. (a) realizou algum tipo de atendimento nesta USF nos últimos 12 meses?

1( ) Sim.

2( ) Não.

Escolaridade: O Sr (a) estudou até que série escolar?

1( ) Não frequentou escola/Analfabeto funcional 6( ) Nível superior incompleto

2( ) 1° ciclo do ensino básico (1° ao 4° ano) 7( ) Nível superior completo

3( ) 2° ciclo do ensino básico (5° ao 9° ano) 8( ) Especialização/Atualização

4( ) Nível médio incompleto 9( ) Mestrado/Doutorado

5( ) Nível médio completo

Em relação a sua situação conjugal o Sr (a):

1( ) vive só

2( ) vive somente com companheiro(a)

3( ) vive com companheiro(a), filhos e/ou outros familiares/amigos

4( ) vive sem companheiro, mas com filhos e/ou outro familiares/amigos

Há quanto tempo o Sr. reside em Maricá?

1( ) menos de 1 ano

2( ) de 1 a menos de 5 anos

3( ) de 5 anos a menos de 10 anos

4( ) mais de 10 anos

Horário de Término: ____:____h Entrevistador: _________________.

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APÊNDICE C: Manual instrutivo para a coleta de dados

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NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE COLETIVA

Manual instrutivo para a coleta de dados (entrevista) com o Instrumento de

Avaliação da Atenção Primária, adaptado para o idoso

Material integrante da Dissertação de mestrado

Qualidade da Estratégia Saúde da Família na

percepção dos idosos residentes em Maricá-RJ

de Luana Duarte Rodrigues

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Apresentação

Você está participando como entrevistadora da etapa de campo da dissertação de

Mestrado da enfermeira Luana Duarte Rodrigues, orientada pela Profª Drª Elisabete Pimenta

Araújo Paz, intitulada “Qualidade da Estratégia Saúde da Família na percepção dos

idosos residentes em Maricá-RJ”. O objetivo geral da pesquisa é avaliar a qualidade da

assistência da Estratégia Saúde da Família no município de Maricá, na perspectiva dos idosos.

Para isso, você está recebendo os seguintes materiais: manual instrutivo para a coleta

de dados (entrevista), 1 tablet SANSUNG para uso durante a coleta dos dados, cópia do termo

de responsabilidade para uso com o tablet, um questionário em versão impressa, uma tabela

de números aleatórios com a amostra de idosos selecionada, relação dos idosos cadastrados

nas Unidades de Saúde da Família que farão parte da pesquisa, cópias do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), um cartão resposta plastificado, uma prancheta,

uma pasta e 2 canetas esferográficas.

Bom trabalho!!

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Etapas do Trabalho de Campo:

1- O primeiro passo para a coleta de dados é certificar-se sobre qual será a Unidade de

Saúde da Família (USF) que você irá desenvolver a atividade, conforme orientação e

planejamento da pesquisadora.

2- Ao chegar à Unidade, você deverá dirigir-se a enfermeira responsável e apresentar-se

como entrevistadora da pesquisa e dizer que fará a seleção dos idosos que comporão a

amostra daquela unidade.

3- Com a “tabela de números aleatórios com a amostra selecionada” e com a “relação dos

idosos cadastrados na referida unidade” em mãos você deverá identificar quais são os

idosos que serão entrevistados.

4- Feita identificação dos idosos, solicitar os prontuários e analisar se o idoso

selecionado possui pelo menos 1 ano de cadastro na referida USF. Caso o idoso

selecionado possua menos de 1 ano, vc deverá selecionar o idoso da relação com o

número ordinal seguinte (em ordem crescente). Por exemplo: se o idoso selecionado

foi o de número 52 e este idoso possuir menos de 1 ano de cadastro na USF, este

deverá ser eliminado, pois não faz parte dos critérios de inclusão e você deverá

selecionar o idoso de número 53.

5- Após essa conferência, você deverá solicitar ajuda aos Agentes Comunitários de

Saúde (ACS) a fim de organizar os endereços selecionados e direcioná-la até o

endereço na microáraea.

6- Ao chegar ao domicílio do idoso selecionado, apresente-se e explique o motivo da sua

visita. Você deverá informá-lo da pesquisa, esclarecendo que a entrevista pode durar

em média 40 minutos e perguntar se o idoso aceita participar. Você também poderá

agendar um outro horário para retornar, caso ele informe que não poderá atende-lo

naquele momento. Nesta etapa você não deverá estar acompanhado pelo ACS, para

não constranger o entrevistado. O ACS lhe mostrará a casa, a rua e como acessar os

endereços no território.

7- Volte em cada domicílio até 2 vezes, caso você não encontre o idoso. Deixe um cartão

informando que esteve na casa no dia X e que voltará para conversar com ele sobre a

pesquisa. Substitua por outro idoso selecionado se após duas tentativas você não

conseguir encontrar a pessoa selecionada ou ela recusar-se a atendê-lo. Registre

essa e toda informação.

8- Caso o idoso aceite participar da entrevista, apresente o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido, pedindo para que o mesmo o leia ou você poderá ler para o idoso,

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solicitando que o mesmo o assine no final caso concorde em participar. ATENÇÃO:

no canto superior direito do TCLE você deverá anotar o número do

questionário!!!

9- O número do questionário será previamente fornecido pela pesquisadora. Não utilize

números diferentes!

10- A partir desse momento inicie a entrevista e você deverá utilizar o tablet.

11- Você deverá clicar no ícone do aplicativo QuickTapSurvey

12- Aparecerá uma mensagem dizendo: “Você não possui uma conexão à internet no

momento. Por favor, tente novamente mais tarde quando estiver conectado”. Você

deverá clicar em ok.

13- Clique no questionário disponível: “Teste” ou “Dissertação Luana”.

14- Aparecerá uma mensagem informando o total de questionários respondidos, enviados

e não enviados até o momento. Clique em começar.

15- Inicie as perguntas e vá clicando na coluna da direita para ler a mensagem de

informações ou para selecionar as respostas escolhidas.

16- Numere o questionário com o mesmo número do TCLE!!!

17- Você poderá preencher apenas a data de nascimento ou a idade. Não é obrigatório

preencher os dois.

18- Ao perguntar ao idoso se ele já realizou algum tipo de atendimento na USF nos

últimos 12 meses, você deverá esclarecer que pode ter sido para: administração de

alguma medicação ou vacina, aferição da pressão arterial, realização de curativo,

consultas ou para qualquer outro procedimento. Caso o idoso responda que NÃO

realizou atendimentos na USF nos últimos 12 meses, o questionário será

encerrado, pois este é um critério de exclusão da pesquisa. Agradeça a participação

deste idoso.

19- Atenção!!!

Após a pergunta A3, você deverá identificar o SERVIÇO DE SAÚDE OU

MÉDICO/ENFERMEIRO A SER AVALIADO, conforme as orientações abaixo:

- Se o entrevistado indicou o MESMO SERVIÇO DE SAÚDE NAS TRÊS

PERGUNTAS, continue o restante do questionário sobre esse médico/enfermeiro ou

serviço de saúde.

- Se o entrevistado respondeu DUAS PERGUNTAS IGUAIS, continue o restante do

questionário sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde.

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- Se TODAS AS RESPOSTAS FOREM DIFERENTES, continue o restante do

questionário sobre o médico/enfermeiro ou serviço de saúde identificado na pergunta A1.

- Se o entrevistado RESPONDEU NÃO A DUAS PERGUNTAS, continue o restante do

questionário sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde identificado na pergunta à

qual o entrevistado respondeu SIM.

- Se o entrevistado responder NÃO À PERGUNTA A1 E INDICAR RESPOSTAS

DIFERENTES PARA AS PERGUNTAS A2 E A3, continue o restante do questionário

sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde indicado na resposta A3.

- Se o entrevistado respondeu NÃO A TODAS AS TRÊS PERGUNTAS, por favor,

pergunte o nome do último médico/enfermeiro ou serviço de saúde onde a idoso consultou

e continue o restante do questionário sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde.

20- Ao definir o nome e preencher a pergunta A5, você deverá esclarecer ao usuário que

todas as perguntas a seguir serão sobre este “nome do médico/enfermeiro ou serviço

de saúde”.

21- A partir desse momento, você deverá sempre repetir o nome que foi citado,

substituindo o termo “nome do médico/enfermeiro ou serviço de saúde”.

22- FORNECER O CARTÃO RESPOSTA e informar ao idoso que a partir desse

momento todas as perguntas deverão ser respondidas conforme o cartão fornecido,

pois as respostas estão apresentadas na forma de uma escala numérica (tipo Likert), e

estas respostas indicam uma avaliação. Explique que ele vai ficar com o cartão na mão

para ajudar a responder o que for perguntado.

23- Continue o questionário, marcando as respostas que o idoso informar.

24- ATENÇÃO!!

a. No Atributo Integralidade - serviços DISPONÍVEIS (ITEM G) você deverá

solicitar ao idoso que INDIQUE SE OS SERVIÇOS OU ORIENTAÇÕES

LISTADOS ESTÃO DISPONÍVEIS no “nome do médico/enfermeiro ou

serviço de saúde”

b. A pergunta G14 destina-se apenas a MULHERES.

c. A pergunta G19 destina-se somente a HOMENS.

d. No Atributo Integralidade – serviços PRESTADOS (ITEM H) você deverá

perguntar ao idoso se NAS CONSULTAS ao “nome do médico/enfermeiro ou

serviço de saúde” ALGUM DOS ASSUNTOS SEGUINTES JÁ FORAM OU

SÃO DISCUTIDOS (CONVERSADOS) COM ELE.

25- Continue com as perguntas do questionário até o final.

26- Agradeça a participação do idoso, mas não o dispense!!

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27- Clique em ENVIAR.

28- Aparecerá uma tela para confirmação: “tem deseja que deseja enviar?”. Certifique-se

que está tudo correto e clique em SIM.

29- Poderá aparecer uma mensagem indicando ERRO DE VALIDAÇÃO: “Há um erro

em uma das suas respostas ao questionário. Por favor, confira suas respostas e envie

novamente”. Isso ocorre, pois alguma pergunta obrigatória não foi respondida. Clique

em OK e verifique qual pergunta ficou em branco. A pergunta com erro estará

selecionada em VERMELHO. Preencha com a resposta fornecida pelo idoso e clique

novamente em enviar.

30- Quando o questionário for enviado, um novo questionário irá abrir automaticamente.

31- Agradeça mais uma vez ao idoso e o libere.

32- Ao final de cada dia de entrevistas, você deverá conectar-se a internet.

33- Clique no ícone do aplicativo QuickTapSurvey.

34- Clique em “ENVIAR/RECEBER” para enviar os questionários respondidos e evitar

qualquer perda.

35- Recarregue o tablet diariamente e não deixe de sempre levar o carregador durante a

coleta de dados, evitando a perda de carga, o que pode prejudicar o seu trabalho!

36- Qualquer dúvida você deverá imediatamente entrar em contato com a pesquisadora.

37- Guarde o tablete com cuidado, pois ele é o seu instrumento de trabalho para esta

pesquisa e você o manterá sob sua responsabilidade até o final das entrevistas.

Qualquer problema com este equipamento deve ser comunicado imediatamente a

enfermeira Luana Rodrigues.

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103

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY

COORDENAÇÃO GERAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE PÚBLICA

ANEXO A: Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde – Primary Care

Assessment Tool - PCATool-Brasil

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

A – GRAU DE AFILIAÇÃO

A1 – Quando você fica doente ou precisa de algum conselho de saúde tem algum

médico/enfermeiro ou serviço de saúde que você procura?

Não

Sim (Por favor, dê o nome e endereço)

Nome do profissional ou serviço de saúde:_________________________________________

A2 – Há um médico/enfermeiro ou serviço de saúde que o/a conhece melhor como pessoa?

Não

Sim, mesmo médico/enfermeiro/serviço de saúde que acima

Sim, médico/enfermeiro/serviço de saúde diferente (Por favor, dê o nome)

Nome do profissional ou serviço de saúde:__________________________________________

A3 – Você sabe qual é o médico ou enfermeiro responsável pelo atendimento de saúde de sua

área onde mora?

Não

Sim, mesmo que A1 & A2 acima.

Sim, o mesmo que A1 somente.

Sim, o mesmo que A2 somente. Continua...

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104

Sim, diferente de A1 & A2 (Por favor, dê o nome).

Nome do profissional ou serviço de saúde:__________________________________________

Para o entrevistador: IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE OU

MÉDICO/ENFERMEIRO A SER AVALIADO

AGORA, o entrevistador identifica o serviço de saúde que será avaliado, conforme as orientações

abaixo:

- Se o entrevistado indicou o mesmo serviço de saúde nas três perguntas, continue o restante do

questionário sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde. (Preencha o item A5).

- Se o entrevistado respondeu duas perguntas iguais, continue o restante do questionário sobre esse

médico/enfermeiro ou serviço de saúde (Preencha o item A5).

- Se todas as respostas forem diferentes, continue o restante do questionário sobre o

médico/enfermeiro ou serviço de saúde identificado na pergunta A1 (Preencha o item A5).

- Se o entrevistado respondeu NÃO a duas perguntas, continue o restante do questionário sobre esse

médico/enfermeiro ou serviço de saúde identificado na pergunta à qual o entrevistado respondeu

SIM. (Preencha o item A5).

- Se o entrevistado responder NÃO à pergunta A1 e indicar respostas diferentes para as perguntas

A2 e A3, continue o restante do questionário sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde

indicado na resposta A3 (Preencha o item A5).

- Se o entrevistado respondeu NÃO a todas as três perguntas, por favor, pergunte o nome do último

médico/enfermeiro ou serviço de saúde onde a idoso consultou e continue o restante do questionário

sobre esse médico/enfermeiro ou serviço de saúde (Preencha o item A4 e A5).

A4 - Nome do médico/enfermeiro ou serviço de saúde procurado pela última vez:

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

Esclareça ao entrevistado que:

A partir de agora, todas as perguntas seguintes serão sobre o (a)

A5 - _________________________________________________________________________

(“nome do médico/enfermeiro/serviço de saúde”). (Vá para a Seção B)

Continua...

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105

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

B – ACESSO DE PRIMEIRO CONTATO – UTILIZAÇÃO

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

B1 – Quando você necessita de uma

consulta você vai primeiro ao seu

“nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” antes de ir

a outro serviço de saúde?

B2 – Quando você tem que

consultar um especialista, você tem que

passar pelo seu “nome do serviço de

saúde /ou nome médico/ enfermeiro”

para marcar?

Com

certeza,

sim

4

4

Provavel-

mente,

sim

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

Com

certeza,

não

1

1

Não sei/

não lembro

9

9

Continua...

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106

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

C – ACESSO DE PRIMEIRO CONTATO – ACESSIBILIDADE

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

C1 – Quando o seu “nome do serviço

de saúde / ou nome médico /

enfermeiro” está aberto e você adoece

alguém de lá atende você no mesmo

dia?

C2 – Quando o seu “nome do serviço

de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” está aberto, você

consegue falar pelo telefone se

precisar?

C3 – Quando o seu “nome do serviço

de saúde / ou nome

médico/enfermeiro” está fechado,

existe um número de telefone para o

qual você possa ligar quando fica

doente?

C4 – É fácil marcar hora para uma

consulta neste “nome do serviço saúde

/ ou nome médico/enfermeiro”?

C5 – Quando você chega no seu

“nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”, você tem que

esperar mais de 30 minutos para

consultar com o médico ou enfermeiro

(sem contar recepção)?

C6 – Você tem que esperar por muito

tempo, ou falar com muitas pessoas

para marcar hora no seu “nome do

serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”?

C7 – É difícil para você conseguir

atendimento médico do seu “nome do

serviço de saúde / ou nome médico/

enfermeiro” quando pensa que é

necessário?

C8 – Quando você tem que ir ao

“nome do médico/enfermeiro”

você tem que faltar ao trabalho ou

deixar de fazer suas atividades em

casa?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

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107

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

D – LONGITUDINALIDADE

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

D1 – Quando você vai ao seu

“nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”, é o mesmo

médico ou enfermeiro que atende você

todas às vezes?

D2 – Você acha que o seu “médico/

enfermeiro” entende o que você diz

ou pergunta?

D3 – O seu “médico/enfermeiro”

responde suas perguntas de maneira

que você entenda?

D4 – Se você tiver uma pergunta,

pode telefonar e falar com o médico

ou enfermeiro que geralmente te

atende?

D5 – Durante o atendimento o seu

“médico/enfermeiro” lhe dá tempo

suficiente para falar sobre as suas

preocupações ou problemas?

D6 – Você se sente à vontade

contando as suas preocupações ou

problemas ao seu “médico/

enfermeiro”?

D7 – O seu “médico/enfermeiro”

sabe quem mora com você?

D8 – O seu “médico/enfermeiro”

sabe quais problemas são mais

importantes para você?

D9 – O seu “médico/enfermeiro”

conhece a história da sua saúde ou

doença completa?

D10 – O seu “médico/enfermeiro”

sabe a respeito do seu trabalho ou das

atividades que você faz?

D11 – O seu “médico/enfermeiro”

sabe se você tem condição de

pagar por medicamentos que não

tenha no posto, caso você necessite?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

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108

Continuação

Por favor, indique a melhor opção

D12 – O seu “médico/enfermeiro”

sabe a respeito de todos os

medicamentos que você está

tomando?

D13 – Você mudaria do “nome do

serviço de saúde / ou nome médico

/enfermeiro” para outro serviço de

saúde se isto fosse fácil de fazer?

D14 – O seu “médico/enfermeiro”

lhe faz visitas domiciliares quando

você está sentindo mal ou está

impossibilitado de andar?

D15 – Você está satisfeito com o

atendimento prestado pelo seu

“médico/enfermeiro”?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

Continua...

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109

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

E – COORDENAÇÃO – INTEGRAÇÃO DE CUIDADOS

E1 – Você já foi consultar qualquer tipo de especialista ou serviço especializado no período em

que você está em acompanhamento no “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”?

Sim

Não (Passe para a questão F1)

Não sei /não lembro (Passe para a questão F1)

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

E2 – O “nome médico/enfermeiro”

encaminhou você para consultar com

especialista ou serviço especializado?

E3 – O “nome do serviço de saúde /ou

nome médico/enfermeiro” sabe que

você fez ou faz consultas com

especialista de outros serviços?

E4 – Quando você necessita ser

encaminhado para outros serviços

especializados o seu “médico

/enfermeiro” ajuda a escolher os

serviços para onde você seria

atendido?

E5 - O seu “médico / enfermeiro” ou

alguém que trabalha no / com “nome

do serviço de saúde” ajudou-o/a a

marcar a consulta em outro serviço de

saúde?

E6 – O seu “médico/enfermeiro”

escreveu alguma informação para

você levar ao outro médico

especialista, que você foi consultar?

E7 – Depois que você foi a este

especialista ou serviço especializado,

o seu “médico/enfermeiro” conversou

com você sobre o que aconteceu

durante esta consulta?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

Continua...

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110

Continuação

Por favor, indique a melhor opção

E8 – O seu “médico/enfermeiro”

encaminha você para um

especialista ou serviço especializado

pelo menos uma vez/ano?

E9 – O seu “médico/enfermeiro” lhe

perguntou se você foi bem ou mal

atendido pelo médico especialista ou

serviço especializado?

Com

certeza,

sim

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

Com

certeza,

não

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

Continua...

Page 113: QUALIDADE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA …objdig.ufrj.br/51/teses/838779.pdfQualidade da Estratégia Saúde da Família na percepção dos idosos residentes em Maricá - RJ. Rio

111

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

F – COORDENAÇÃO – SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

F1. Quando você vai no “nome do

serviço de saúde / ou nome médico/

enfermeiro” você leva alguma receita

(prescrição médica) e/ou resultados de

exames de laboratório e/ou outros

exames (USG, Raio-X, etc) ou

encaminhamentos de atendimento

anterior?

F2. Quando você vai ao “nome do

serviço de saúde / ou nome médico/

enfermeiro”, o seu prontuário ou ficha

médica está sempre disponível na

consulta?

F3. Você pode ler (consultar) o

seu prontuário/ficha se quiser

no “nome do serviço de saúde / ou

nome médico/enfermeiro”?

Com

certeza,

sim

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

Continua...

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112

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

G – INTEGRALIDADE – SERVIÇOS DISPONÍVEIS

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

A seguir, apresentamos uma lista de serviços/orientações que você e sua família ou as

pessoas que utilizam esse serviço podem necessitar em algum momento.

Indique, por favor, se no “nome do serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro” esses

serviços ou orientações estão disponíveis:

(Repetir em todos os itens - “Está disponível no “nome do serviço de saúde / ou nome

médico/enfermeiro”)

Por favor, indique a melhor opção

G1 – Respostas a perguntas sobre

nutrição ou dieta.

G2 – Verificar se sua família pode

participar de algum programa de

assistência social ou benefícios

sociais.

G3 – Programa de suplementação

nutricional (ex: leite, alimentos).

G4 – Vacinas (imunizações).

G5 – Avaliação da saúde bucal

(Exame dentário).

G6 – Tratamento dentário.

G7 – Aconselhamento ou tratamento

para o uso prejudicial de drogas

(lícitas ou ilícitas, ex: álcool, cocaína,

remédios de receituário azul para

dormir).

G8 – Aconselhamento para problemas

de saúde mental.

G9 - Aconselhamento e solicitação de

Teste anti-HIV

G10 – Identificação (algum tipo de

avaliação) de problemas auditivos

(para escutar).

G11 – Identificação (algum tipo de

avaliação) de problemas visuais (para

enxergar).

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

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113

Continuação

Por favor, indique a melhor opção

G12 – Identificação (algum tipo de

avaliação) de problemas

fisioterápicos.

G13 – Algumas atividades lúdicas,

como jogos, música, trabalhos

manuais (desenho, pintura, bordado,

tear, costura), dança?

Só para mulheres:

G14 – Exame preventivo para câncer

de colo de útero (Teste Papanicolau).

G15– Aconselhamento sobre como

parar de fumar.

G16 – Aconselhamento sobre as

mudanças que acontecem com o

envelhecimento (ex: diminuição da

memória, risco de cair).

G17 – Orientações sobre cuidados no

domicílio para alguém da sua família

como: curativos, troca de sondas,

banho na cama...

G18 – Orientações sobre o que fazer

caso alguém de sua família fique

incapacitado e não possa tomar

decisões sobre sua saúde (ex:

doação de órgãos caso alguém de sua

família fique incapacitado para

decidir, por exemplo, em estado de

coma) - (só nas UAPS que possuem

Assistente social).

Só para Homens: G19 – Você recebe orientações sobre

exame de triagem para câncer de

próstata (exame de próstata e exame

de sangue – PSA).

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

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114

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

H – INTEGRALIDADE – SERVIÇOS PRESTADOS

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

A seguir, apresentamos uma lista de serviços que você pode ter recebido em consulta no

“nome do serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro”.

Em consultas ao “nome do serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro”, algum dos

seguintes assuntos já foram ou são discutidos (conversados) com você? (repetir essa em todos

os itens).

Por favor, indique a melhor opção

H1- Conselhos sobre alimentação

saudável ou sobre dormir

suficientemente.

H2 – Segurança no lar, como guardar

medicamentos em segurança.

H3 – Maneiras de lidar com conflitos

de família que podem surgir de vez em

quando.

H4 – Conselhos a respeito de

exercícios físicos apropriados para

você.

H5 – Testes de sangue para verificar

níveis de colesterol

H6 – Verificar e discutir os cuidados

com os medicamentos que você está

tomando (dose, efeitos colaterais, o

tempo de uso do medicamento).

H7 – Possíveis exposições a

substâncias perigosas (veneno para

formiga, rato, água sanitária), no seu

lar, no trabalho ou na sua vizinhança?

H8 – Presença de ações cuidadoras de

aspectos psicológicos (se tem

depressão, ansiedade, insônia,

esquecimento, perda de memória)?

H9 – Você realiza suas atividades

básicas de vida diária, como:

higienizar-se, vestir-se, ir ao banheiro,

alimentar-se e locomover-se, sozinho

(a)?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

.

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115

Continuação

Por favor, indique a melhor opção

H10 – Para realizar suas atividades

básicas de vida diária você precisa da

ajuda de um cuidador?

H11 – Você realiza as atividades

instrumentais de vida diária - (preparar

refeições, fazer compras, usar o

telefone, arrumar mesa para refeições,

ir ao banco, lidar com dinheiro)

sozinho (a)?

H12 – Para realizar as atividades

instrumentais de vida diária você

precisa da ajuda de um cuidador?

H13 – Como prevenir queimaduras

(ex: causadas por água quente, óleo

quente, outras substâncias).

H14 – Como prevenir quedas,

acidentes e orientações de adaptações

ambientais em sua casa – cuidados

com tapetes, escadas, cera,

iluminação, ventilação, lidar com

fogão, acender vela, uso de calçados?

H15 – Como prevenir osteoporose ou

ossos frágeis?

H16 – Você recebe orientação sobre

exercícios respiratórios?

H17 – Você recebe orientação sobre

os direitos e os benefícios dos idosos?

H18 – Você acha que este serviço de

saúde atende todas as suas

necessidades?

H19 – Você recebe orientação sobre

os cuidados de higiene (oral e

corporal)?

H20 – Você apresenta perda

involuntária de urina durante o dia?

H21 – Você recebe orientação sobre o

uso de fralda geriátrica e os cuidados

com a pele?

H22 – Você apresenta perda de fezes

durante o dia?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

9

Continua...

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116

Continuação

Por favor, indique a melhor opção

H23 – Você faz uso frequente de

laxantes?

H24 – Você apresenta constipação

intestinal?

H25 – Você recebe orientação sobre

a quantidade de líquido que deve

ingerir durante o dia?

Com

certeza,

sim

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

Continua...

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117

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

I - ORIENTAÇÃO FAMILIAR

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

As perguntas a seguir são sobre o relacionamento do seu “nome do serviço de saúde / ou

nome médico/enfermeiro” com sua família.

Por favor, indique a melhor opção

I1 – O seu “médico/enfermeiro”

planeja o seu tratamento ou o seu

cuidado junto com você?

I2 – O seu “médico/enfermeiro”já lhe

perguntou a respeito de doenças ou

problemas comuns que podem ocorrer

em sua família (câncer, alcoolismo,

depressão)?

I3 – O seu “médico/enfermeiro” se

reuniria com membros de sua família

se você achasse necessário?

Com

certeza,

sim

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

Continua...

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INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

PCATool - Brasil versão Adulto, adaptado para o Idoso

J – ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA

Entrevistador – para todas as próximas perguntas use o Cartão Resposta.

Por favor, indique a melhor opção

J1 – Alguém no “nome do serviço de

saúde/ou nome médico/enfermeiro"

faz visitas domiciliares?

J2 – O seu “nome do serviço de saúde

/ou nome médico/enfermeiro” conhece

os problemas de saúde importantes na

sua vizinhança?

J3 – O seu “nome do serviço de

saúde/ou nome médico/enfermeiro”

ouve opiniões e ideias da comunidade

de como melhorar os serviços de

saúde?

J4 – O “nome do serviço de saúde/ ou

nome médico/enfermeiro” pergunta se

o serviço de saúde está satisfazendo as

necessidades das pessoas?

J5 – O “nome do serviço de saúde/ ou

nome médico/enfermeiro” faz

pesquisas na comunidade para

identificar problemas de saúde que ele

deveria conhecer?

J6 – O “nome do serviço de saúde/ ou

nome médico/enfermeiro” convida

você e sua família para participar do

Conselho Local de Saúde (Conselho

Gestor/Conselho de Usuários)?

Com

certeza,

sim

4

4

4

4

4

4

Provavel-

mente, sim

3

3

3

3

3

3

Provavel-

mente,

não

2

2

2

2

2

2

Com

certeza,

não

1

1

1

1

1

1

Não sei/ não

lembro

9

9

9

9

9

9

A seguir são listadas formas de avaliar a qualidade de serviços de saúde. O “nome do serviço de saúde / ou nome médico/enfermeiro” realiza alguma destas?

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PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Qualidade da Estratégia Saúde da Família na percepção dos idosos residentes em Maricá - RJ

Pesquisador: Luana Duarte Rodrigues

Área Temática:

Versão: 2

CAAE: 33211314.8.0000.5238

Instituição Proponente: Escola de Enfermagem Anna Nery

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 776.072

Data da Relatoria: 02/09/2014

Apresentação do Projeto:

Estudo tem como temática a Qualidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) e surgiu a partir de

experiências da pesquisadora como Enfermeira atuando na atenção primária à saúde desde 2008, onde

observou que, entre os grupos etários, grande parte da procura à Unidade de Saúde da Família eram pelos

idosos. Essa participação ativa dos idosos na Estratégia Saúde da Família despertou o interesse em saber

se na percepção destes, em relação a assistência prestada era de qualidade esperada para uma unidade de

Atenção Primária à Saúde, considerando a sua resolubilidade diante dos problemas comuns neste nível de

atenção. Sendo a Estratégia Saúde da Família uma proposta do Ministério da Saúde de reorganização da

Atenção Básica e do modelo assistencial do país, a qual apresenta um crescimento expressivo nos últimos

anos e, considerando ainda que, a ESF constitui-se a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, em

consonância com a acelerada transição demográfica no Brasil, caracterizada por um expressivo número de

idosos populacional. Trata-se de um estudo epidemiológico, de corte transversal, será realizada em

Unidades de Saúde da Família do município de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. O município de

Maricá, que faz parte da região metropolitana II, no Estado do Rio de Janeiro, possui uma área territorial de

362,571 km² e densidade demográfica de 351,55 hab/km². Atualmente existem 17 equipes de Saúde da

Família (eSFs) no município de Maricá, inscritas no Cadastro

Endereço:

Rua Afonso Cavalcanti, 275

Bairro:

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RIO DE JANEIRO

CEP: 20.211-110

Telefone: (21)2293-8148 E-mail: [email protected]

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Continuação do Parecer: 776.072

Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e distribuídas em 17 Unidades, ou seja, cada Unidade de

Saúde da Família possui apenas uma equipe de saúde da família. Das 17 equipes de Saúde da Família

(eSF) que existem no município de Maricá serão analisadas 16 ESF, pois a equipe denominada PSF São

José 2, que foi cadastrada no CNES em outubro de 2013, ainda está em fase de estruturação de suas

atividades e cadastramento da população adscrita, não havendo ainda população cadastrada no Sistema de

Informação da Atenção Básica (SIAB). Logo, esta equipe foi excluída do estudo. A população que fará parte

da pesquisa serão os idosos cadastrados em uma das 16 equipes de Saúde da Família que serão cenários

do estudo e que concordarem em participar da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido. A época da determinação da amostra deste estudo por se estar no período de transição do

Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção

Básica (SISAB), conforme determinado pela Portaria n° 1.412, de 10 de julho de 2013 (BRASIL, 2013b),

considerou-se uma possível defasagem nas informações. Pretende-se utilizar para coleta dos dados, o

software Epi Info em versão para o sistema operacional android. Desta forma, as entrevistadoras irão coletar

os dados digitando-os diretamente no banco de dados, utilizando um tablet. Em um primeiro momento será

utilizado um formulário construído pela pesquisadora para caracterização social e demográfica dos

entrevistados. Finda a primeira parte de obtenção dos dados, será iniciada a aplicação do instrumento

PCATool Brasil, versão usuário – adaptado ao idoso. A partir do banco de dados gerados pelo Epi Info, as

informações serão migradas para o Software Statistic Package Social Survey (SPSS) versão 20, onde serão

analisadas. Para a análise será utilizada a estatística descritiva com cálculo de frequências simples e

percentuais das variáveis da caracterização da amostra.

Objetivo da Pesquisa:

- Avaliar a qualidade da assistência na Estratégia Saúde da Família a partir da perspectiva dos idosos; e

- Analisar o desempenho dos atributos da atenção primária à saúde em relação às ações desenvolvidas na

Estratégia Saúde da Família no município de Maricá, na perspectiva dos idosos.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

O risco previsto que poderá ocorrer nesta pesquisa será algum desconforto emocional ao participante em

responder alguma questão do instrumento de coleta de dados. Caso haja algum desconforto, o participante

contará com o apoio do entrevistador e poderá interromper sua participação na investigação, se achar

necessário. Pode ocorrer também constrangimento por participar da entrevista, o que poderá ser minimizado

através da garantia do anonimato.

Endereço:

Rua Afonso Cavalcanti, 275

Bairro:

UF: RJ

Cidade Nova

Município:

RIO DE JANEIRO

CEP: 20.211-110

Telefone: (21)2293-8148 E-mail: [email protected]

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O benefício ao participante será o de contribuir com o processo assistencial à população, aprimorar a gestão

do trabalho das equipes, com vistas a um bom nível de qualidade de serviços oferecidos, impactando

diretamente na satisfação dos usuários que utilizam as unidades de saúde da família e aumentar o

conhecimento científico para a área de saúde coletiva.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

Tema prioritário para a Agenda Nacional de Pesquisa, e a pesquisa traz relevância que será consolidada

pelo mapeamento das Unidades Básicas de Saúde frente ao atendimento ao idoso e suas especificidades

nos programas de ESF.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Foram analisados os seguintes documentos de apresentação obrigatória:

1) Folha de Rosto para pesquisa envolvendo seres humanos: adequado

2) Projeto de Pesquisa: adequado

3) Orçamento financeiro e fontes de financiamento: adequado

4) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: adequado

5) Cronograma: adequado

6) Formulário para Submissão de Estudos no Fundo Municipal de Maricá: adequado

7) Instrumento de coleta de dados: adequado

Recomendações:

Sem recomendações.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Sem inadequações.

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

O Comitê de Ética em Pesquisa da EEAN/HESFA atendendo o previsto na Resolução 466/12 do CNS/MS

APROVOU o referido projeto na reunião ocorrida em 26 de agosto de 2014. Caso o(a) pesquisador(a) altere

a pesquisa é necessário que o projeto retorne ao Sistema Plataforma Brasil para uma futura avaliação e

emissão de novo parecer. Lembramos que o(a) pesquisador(a) deverá encaminhar o relatório da pesquisa

após a sua conclusão, como um compromisso junto a esta instituição e o Sistema Plataforma Brasil.

Endereço:

Rua Afonso Cavalcanti, 275

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Cidade Nova

Município:

RIO DE JANEIRO

CEP: 20.211-110

Telefone: (21)2293-8148 E-mail: [email protected]

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RIO DE JANEIRO, 02 de Setembro de 2014

Assinado por: Maria Aparecida Vasconcelos Moura

(Coordenador)

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