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MERCADOS Tesco é um investimento com valor Pág. 41 EMPRESAS Grupo tem unidades de produção em Espanha e Angola Carnes Primor com 50 milhões de euros de exportações Pág. 25 Trocas de produtos atenuam efeitos da crise Pág. 37 FISCALIDADE Portugal autorizado a criar novo imposto sobre as transações financeiras Pág. 8 MINISTRO DA ECONOMIA SEGUE RECOMENDAÇÃO DA “TROIKA” Indemnizações por despedimento baixam até aos 12 dias Pág. 6 JOALHARIAS PORTUGUESAS À CONQUISTA DO MUNDO SUPLEMENTO LUXO E NÚMEROS VIDA ECONOMICA PROMOVE DEBATE DURANTE A VINITECH Região de Bordéus é um mercado natural para os produtos portugueses Págs. 20 a 23 www.vidaeconomica.pt Nº 1472 / 14 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa COMPRE JÁ EM livraria.vidaeconomica.pt Visite a livraria online FRANQUELIM ALVES, GESTOR DO PROGRAMA COMPETE, ASSEGURA QREN tem 400 milhões para empresas Pág. 5 Subsídio de desemprego para empresários só em 2015 O Governo acaba de aprovar a criação do subsídio de desemprego para empresários em nome individual. Mas o prazo mínimo de garantia de 720 dias para pagamento de taxas, a contar da data da publicação do diploma, adia para o início de 2015 o pagamento dos primeiros subsídios de desemprego a estes empresários. De acordo com o Governo, irão beneficiar desta prestação social 257 150 empresários. Pág. 6 PUB Preocupado com as alterações ao regime de faturação de 1 Jan? Com o Software Sage, está seguro. Saiba mais em: www.sage.pt PUB 9 720972 000037 01472 PUB

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Page 1: QREN tem 400 milhões para empresas a mesma linha descendente. Há alguns avanços na China e na Índia. LES ECHOS Exportações alemãs aceleram As vendas de produtos alemães ao

MERCADOS

Tesco é um investimento com valor

Pág. 41

EMPRESASGrupo tem unidades de produção em Espanha e AngolaCarnes Primor com 50 milhões de euros de exportações

Pág. 25

Trocas de produtos atenuam efeitos da crise

Pág. 37

FISCALIDADE

Portugal autorizado a criar novo imposto sobre as transações financeiras

Pág. 8

MINISTRO DA ECONOMIA SEGUE RECOMENDAÇÃO DA “TROIKA”

Indemnizações por despedimento baixam até aos 12 dias

Pág. 6

JOALHARIAS

PORTUGUESAS

À CONQUISTA

DO MUNDO

SUPLEMENTO LUXO

E NÚMEROS

VIDA ECONOMICA PROMOVE DEBATE DURANTE A VINITECH

Região de Bordéus é um mercado natural para os produtos portugueses

Págs. 20 a 23

www.vidaeconomica.pt

Nº 1472 / 14 de dezembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

COMPRE JÁ EMlivraria.vidaeconomica.pt

Visite a livraria online

FRANQUELIM ALVES, GESTOR DO PROGRAMA COMPETE, ASSEGURA

QREN tem 400 milhões para empresas

Pág. 5

Subsídio de desemprego para empresários só em 2015O Governo acaba de aprovar a criação do subsídio de desemprego para empresários em nome individual. Mas o prazo mínimo de garantia de 720 dias para pagamento de taxas, a contar da data da publicação do diploma, adia para o início de 2015 o pagamento dos primeiros subsídios de desemprego a estes empresários. De

acordo com o Governo, irão beneficiar desta prestação social 257 150 empresários.

Pág. 6

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Preocupado com as alterações ao regime de faturação de 1 Jan? Com o Software Sage, está seguro. Saiba mais em: www.sage.pt

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9 720972 000037

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2 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

ABERTURA

Top da semana

CARLOS COSTA

O governador do Banco de Portugal está a desenvolver

um trabalho meritório e tem dado uma visibilidade muito positiva à instituição que dirige. Uma das suas principais preocupações tem sido a de garantir o máximo de transparência possível por parte das entidades financeiras. Agora quer que os bancos criem mecanismos que permitam assegurar que os clientes estão, eventualmente, em risco de incumprimento. Pode ser mais um instrumento interessante para travar o endividamento das famílias e o correspondente crédito malparado.

VÍTOR GASPAR

A OCDE faz um aviso sério à governação do

ministro das Finanças. Diz que Portugal não deve cortar em excesso nas prestações sociais e nas transferências sociais para as famílias. Mesmo que tal implique um aumento da despesa pública. A economia nacional corre sérios riscos de entrar numa espiral recessiva e então será muito mais complicado sair da crise em que estamos mergulhados. Talvez seja bom o ministro das Finanças dar ouvidos a quem está de fora e tem uma perspetiva desinteressada do que se passa. É fundamental um político saber reconhecer quando não tem razão. Sobretudo quando o pior ainda está para vir.

ÁLVARO SANTOS PEREIRA

É certo que o ministro da Economia está fortemente

dependente das decisões tomadas ao nível fiscal e orçamental, mas há sempre alternativas para impulsionar o crescimento económico. O que se está a passar é precisamente o inverso, com o responsável político a desaparecer, ciclicamente, das “luzes da ribalta”. O que é preocupante, tendo em conta que Portugal continua com uma taxa de desemprego em alta e sem previsões de uma inversão desta tendência. Acontece que os mecanismos económicos não estão a funcionar. O que se agrava com o facto do índice de sentimento dos empresários estar nos níveis mais baixos de sempre. O ministro parece estar perdido e não ter soluções credíveis para se sair da atual situação.

EXPANSIÓN

Zona Euro cada vez mais enfraquecida

A Zona Euro continua a dar sinais de enfraquecimento económico, em particular a Alemanha, a Espanha, a Áustria e a Bélgica. A OCDE assinala uma tendência de estabilização na Itália e uma ligeira melhoria nas economias grega, portuguesa e irlandesa.A organização aponta ainda uma recuperação económica mais evidente nos Estados Unidos e no Reino Unido. E o Chile consegue romper o ciclo de sete meses consecutivos de quebra, mas no México persiste o movimento negativo. O Brasil revela um abrandamento no crescimento e a Rússia segue a mesma linha descendente. Há alguns avanços na China e na Índia.

LES ECHOS

Exportações alemãs aceleram

As vendas de produtos alemães ao estrangeiro cresceram mais de 10%, em outubro, para 98,5 mil milhões de euros. Nos 10 primeiros meses do ano, o excedente

era de quase 160 mil milhões de euros.A máquina exportadora alemã não desacelera. As importações aumentaram cerca de 6% no período em análise, com um excedente de 15,8 mil milhões da balança comercial germânica. O que revela uma aceleração face a Setembro, altura em que o excedente atingiu “apenas” os 11 mil milhões de euros.

THE WALL STREET

JOURNAL

BCE avisa para independência dos bancos centrais

O Banco Central Europeu (BCE) lançou um aviso velado a alguns países, com o seu responsável, Mario Draghi, a afirmar que a independência dos bancos centrais é fundamental para a credibilidade da política monetária. Considera que qualquer governo deve desenvolver esforços em nome da transparência e da previsibilidade das suas políticas. Cada banco central da União Europeia deve ter independência institucional, pessoal, funcional e financeira. Só assim se podem precaver de eventuais influências diretas ou indiretas de terceiras partes.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade .............. Pág. 04

Coeficientes de desvalorização monetária atualizados

Aeroportos ............. Pág. 12

Companhias aéreas tradicionais conquistam mais de 74% dos passageiros de Lisboa

Negócios e Empresas Pág. 19

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa reforça sinergias entre empresas

Em foco .................. Pág. 24

Associação Empresarial de Felgueiras homenageia gestores

Tecnologias ............ Pág. 32

Portuguesa InnoWave aventura-se no mercado belga

Associativismo ...... Pág. 34

NERSANT e IAPMEI com novo mecanismo de apoio às empresas

RedeBarter ............ Pág. 37

Trocas de produtos atenuam efeitos da crise

Gamobar ................. Pág. 46

Construtor automóvel ajustou negócio e cai menos que o mercado

Hyundai .................. Pág. 47

Marca coreana com programa de preço fixo em serviços de oficina

Nesta edição

04 Atualidade

BEI garante até 2,8 mil milhões de euros para Portugal

08 Atualidade

AIP contesta consolidação orçamental através das receitas

42 Mercados

Concessão de crédito com forte quebra de 25% este ano

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilher-me Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

13.200

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Entre inúmeras críticas, algumas delas profundamente depreciativas, a União Europeia recebeu o prémio Nobel da Paz 2012, alegadamente pela sua contribuição para a paz, a democracia e os direitos humanos durante mais de seis décadas.

E justamente.Temos de recordar que a Europa, em tempos

anteriores – longos tempos! –, foi um quase permanente campo de batalha e muito para além das mais próximas duas Grandes Guerras. Sem ir muito longe na história, convém lembrar sucessivas tentativas imperialistas de alguns povos europeus no sentido de dominarem todo o Continente. Desde logo a Guerra dos Trinta Anos entre 1618 e 1648 – um conflito dramático entre os Habsburgos, senhores da Espanha e do Sacro Império Romano-Germânico, da Áustria, Hungria, Boémia, Holanda, Baviera, Flandres, norte de Itália e Bélgica, e os Bourbon de França. Desta guerra saiu o conhecido Tratado de Vestefália e, com ele, o fim da existência de dois poderes na Europa: o temporal e o espiritual em que se vivia então. Trouxe, este tratado, o início da independência dos Estados sobre a situação que era conhecida como Republica Christiana. Não trouxe, porém, a paz. Nos séculos seguintes continuaram a surgir guerras sangrentas na Europa: recordem-se as guerras de 1701-1713, 1756-1763, 1792-1815 (cfr. Paul Viotti, International Relations and World Politics,

New Jersey: Prentice Hall, 1947). Depois, as duas referidas Grandes Guerras, o Holocausto, a ocupação soviética da Europa de Leste, a guerra civil na Irlanda e outros conflitos localizados dentro dos Estados europeus, enraizados em nacionalismos abafados e longe de estarem resolvidos. A Catalunha expressa-o hoje com clareza, mas há várias outras situações latentes.

Sem a construção europeia é de admitir que o terror da guerra não tivesse sido esconjurado durante estas últimas décadas da Europa.

O Nobel da Paz tem, pois, sentido em 2012, mas virado ou olhando o passado… É que, no presente, não se enraízam quaisquer esperanças de novas primaveras na União Europeia! A contrário, são inúmeros os fantasmas que voltejam sobre o presente ameaçando o futuro. A incompetência dos líderes europeus dói, tanto quanto a sua “liquidez” política e doutrinária. O populismo avança subtilmente entre a pobreza e os excluídos da sociedade. Os nacionalismos, que nunca morreram, estão a equipar-se, enquanto a democracia sofre dores porventura terminais às mãos da Sr.ª Merkel. Quem se der ao esforço de estudar o contexto sociopolítico e financeiro da grande depressão de 1929 vai aí encontrar a sopa de pedra que os europeus tiveram de comer a seguir. Está lá tudo!

Não há qualquer tipo de solidariedade europeia nos tempos que correm e talvez nunca tenha havido qualquer sincera solidariedade fora dos interesses de certos Estados. Lembro,

apenas, de passagem, que seria conveniente, um dia, fazer a comparação do que recolhemos dos fundos europeus, relativamente ao que pagamos à Europa e, sobretudo, do que empresas, protegidas de muitos Estados (a França, a Alemanha…) levaram para sua casa dos fundos formalmente atribuídos a Portugal (transferência de tecnologia, realização de grandes obras públicas, empréstimos deles e reembolsos nossos, etc.).

A Europa está a ser germanizada. Ora, o prémio Nobel da Paz não poderia, jamais, gratificar esse trágico itinerário. O medo, a insegurança, a angústia dos europeus que estão a sofrer uma austeridade imoral não poderia aceitar tal gratificação. Seria um sinal para avançar no sentido de um super-Estado, na base de (pretenso) superpovo, uma raça alegadamente superior contra todos os outros cidadãos da Europa.

Uma estratégia repetida, nestas colunas, à exaustão tem a ver com a ideia de Portugal como país euro-atlântico. Só nesse âmbito poderemos ser um povo que conte no contexto de um futuro incerto. Há que reler e pensar os escritos do Pe. António Vieira, de Fernando Pessoa e de Agostinho da Silva. Talvez valesse mais a pena do que andarmos de mão estendida às ordens da “troika”.

E, para terminar: há por aí alguém disponível para levantar um programa tipo Erasmus no âmbito dos países de língua portuguesa? Aceito ideias e agradeço-as antecipadamente.

UE: entre a refundação e o princípio do fimA Europa está a ser germanizada. O prémio Nobel da Paz não poderia, jamais, gratificar esse trágico itinerário.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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O Banco Europeu de investimento (BEI) e o Governo português assinaram há dias um contrato de Garantia de Carteira no valor de até 2,8 mil milhões de euros. A carteira de crédito coberta por esta ga-rantia poderá atingir um máximo de seis mil milhões de euros, criando uma mar-gem significativa para transações futuras e oportunidades de investimento.

O banco libertou também um montan-te de 450 milhões de euros de emprésti-mo à República Portuguesa com vista ao cumprimento dos objetivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Esta é a última “tranche” de um emprésti-mo-quadro de 1,5 mil milhões, aprovado em setembro de 2010, o maior emprésti-mo que o BEI concedeu a Portugal.

“Os desafios para Portugal reequilibrar as suas contas públicas e reformar um es-tagnado ambiente de negócios são enor-mes. É um processo extremamente dolo-roso, mas estou confiante e convencido de que esse caminho será bem sucedido. O BEI está empenhado em ajudar Por-tugal neste contexto económico e finan-ceiro muito desafiante”, declarou Werner Hoyer, presidente do BEI.

Combater a fragmentação do mercado financeiro

“Combater a fragmentação do merca-do financeiro é uma tarefa urgente: se isto não for urgente, nada é”, afirmou Vítor Gaspar, ministro de Estado e das Finan-ças. “O BEI, com o seu ‘rating’ triplo A, é uma instituição ideal para contrariar a fragmentação do mercado financeiro. Hoje estabelecemos um acordo com uma ideia muito inovadora: o Estado portu-guês concede uma garantia de Estado, irrevogável, por 20 anos, a uma carteira

de até 2,8 mil milhões euros. Esta garan-tia permitirá ao BEI cobrir a sua exposição de cinco mil milhões de euros a Portugal e criar condições para um aumento de mil milhões de euros para novas operações”, acrescentou.

A Garantia de Carteira de até 2,8 mil milhões de euros será uma alternativa efe-tiva para outros colaterais, minimizando assim o impacto sobre a liquidez que a dis-ponibilização de colateral exige aos bancos comerciais, e permite restaurar o cumpri-mento dos critérios de crédito standard do BEI de uma parte significativa da sua exposição a projetos e bancos em Portugal. Permitirá também a continuação do apoio do BEI a novos projetos no país, manten-do a qualidade do crédito. O portfólio de investimento coberto por esta garantia, incluindo a exposição existente e futura, poderá atingir um máximo de seis mil mi-lhões de euros, criando uma margem sig-nificativa para transações e oportunidades de investimento futuras.

BEI está disposto a ajudar

O BEI está também disposto a ajudar na identificação de projetos no âmbito deste sistema de garantia, particularmente nos seguintes setores: infraestruturas de carác-ter prioritário, pequenas e médias empre-sas, economia do conhecimento e capital humano, financiamento a empresas expor-tadoras, investimento direto estrangeiro no país, eficiência energética e mitigação de alterações climáticas.

A assinatura do contrato de Garantia de Carteira surge depois do acordo assinado em julho de 2012 para fomentar a coope-ração entre a República Portuguesa e o BEI através de diferentes modalidades de cofi-nanciamento ou garantia a novos finan-

ciamentos do BEI, envolvendo, nomeada-mente, o Estado e os fundos estruturais.

O empréstimo

O empréstimo do BEI de 450 milhões de euros será usado para financiar a contri-buição nacional para projetos também su-portado por fundos estruturais europeus, no contexto do Quadro de Referência Es-tratégico Nacional (QREN) 2007-2013. O empréstimo irá assim contribuir para a absorção pelo país de fundos estruturais europeus e incidirá principalmente sobre projetos de investimento de pequena e

média dimensão em todo o país, no valor de até 50 milhões de euros. Contribuirá assim para o desenvolvimento equilibrado de todas as regiões portuguesas e terá um impacto significativo no emprego local e na atividade das PME.

O BEI é um parceiro de longa data de Portugal. Começou a apoiar a economia portuguesa mesmo antes da adesão do país à Comunidade Europeia em 1986. Até agora, os empréstimos do BEI a projetos em Portugal atingem cerca de 40 mil mi-lhões de euros, dos quais 12 mil milhões foram concedidos desde o início da crise financeira em 2008.

Banco Europeu de Investimento garante até 2,8 mil milhões de euros em Portugal

“Combater a fragmentação do mercado financeiro é uma tarefa urgente”, afirmou Vítor Gaspar, ministro de Estado e das Finanças.

Exportações sobem 7,1% De acordo com os últimos dados do INE, as exportações de bens referentes ao passado mês de outubro registaram um crescimen-to homólogo de 5,2% face ao mesmo mês do ano passado (em outubro de 2012 as exportações de bens valeram quatro mil mi-lhões de euros, contra 3,8 mil milhões de euros em outubro do ano passado).

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

PUB

Coeficientes de desvalorização monetária atualizadosFoi publicada a Portaria n.º

401/2012, de 6 de dezembro, a qual prevê a atualização anual dos coefi-cientes de desvalorização da moeda para efeitos de correção monetária dos valores de aquisição de bens e direitos alienados durante o ano de 2012, cujo valor deva ser atualizado nos termos da legislação aplicável.

Os coeficientes de desvaloriza-

ção da moeda permitem atualizar o valor dos bens, designadamente imóveis, ou de outros elementos do ativo imobilizado que sejam vendi-dos em cada exercício fiscal. Esta atualização permite calcular o valor ganho ou perda, ou seja, a mais ou a menos-valia obtidos com a venda. Este valor é determinante para apu-rar o IRC ou IRS a pagar.

Anos Coeficientes Anos CoeficientesAté 1903 4 496,88 1942 113,38

De 1904 a 1910 4 186,06 1943 96,54

De 1911 a 1914 4 014,90 De 1944 a 1950 81,96

1915 3 572,03 De 1951 a 1957 75,18

1916 2 923,73 De 1958 a 1963 70,69

1917 2 334,01 1964 67,56

1918 1 665,25 1965 65,08

1919 1 276,23 1966 62,18

1920 843,28 De 1967 a 1969 58,15

1921 550,20 1970 53,85

1922 407,48 1971 51,26

1923 249,37 1972 47,92

1924 209,91 1973 43,56

De 1925 a 1936 180,93 1974 33,41

De 1937 a 1939 175,70 1975 28,54

1940 147,85 1976 23,91

1941 131,32 1977 18,34

Anos Coeficientes Anos Coeficientes

1978 14,35 1995 1,50

1979 11,32 1996 1,46

1980 10,20 1997 1,44

1981 8,35 1998 1,39

1982 6,93 1999 1,37

1983 5,54 2000 1,34

1984 4,30 2001 1,25

1985 3,60 2002 1,21

1986 3,25 2003 1,17

1987 2,98 2004 1,15

1988 2,68 2005 1,13

1989 2,42 2006 1,09

1990 2,16 2007 1,07

1991 1,91 2008 1,04

1992 1,76 2009 1,05

1993 1,63 2010 1,04

1994 1,56 2011 1

Atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda (arts. 47.º do CIRC e 50.º do CIRS)

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Cerca de 400 milhões de euros estão ainda disponíveis, até ao final de 2013, em fundos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para apoiar as empresas nacionais. O montante, confirmado pelo gestor do Programa COMPETE, terá como objetivo prioritário apoiar “os setores transacionáveis da economia” portuguesa e, sobretudo, “projetos orientados para a exportação”.Em entrevista à “Vida Económica”, à margem do XIV Fórum da Indústria Têxtil, Franquelim Alves fez um balanço positivo do programa e do seu impacto no tecido económico nacional e garantiu que a taxa de execução atual é de cerca de 51%.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica - Que balanço faz do programa COMPETE e qual o seu im-pacto no tecido económico nacional até ao momento?

Franquelim Alves – Temos atualmente um grau de realização dos compromissos globais de Sistema de Incentivos (SI) bas-tante elevado, nomeadamente nos eixos associados ao sistema de incentivos, com uma taxa de execução de cerca de 51%. Como tal, do ponto de vista do programa, estamos no caminho daquilo que eram as suas grandes linhas quando este foi conce-bido, que foi, fundamentalmente, apostar num processo de transformação da reali-dade empresarial portuguesa no sentido de reforçar a componente competitiva, de orientação da atividade económica por-tuguesa para a área dos bens e serviços transacionáveis, apostando no ‘upgrade’ da qualidade e recursos humanos associa-dos às empresas e complementado por um esforço maior de ligação entre o mundo empresarial e o mundo da inovação e da investigação. Em suma, estamos no bom caminho.

VE - Qual a atual taxa de execução do programa? Será possível atingir os 60%

até ao fim do ano, em todo o QREN, como foi assumido pelo Ministério da Economia?

FA - Há várias taxas. A taxa de execu-ção do COMPETE nos eixos associados aos sistemas de incentivos (SI &Inovação, SI&ID) é de 51% como já tinha referido. A taxa global de execução do programa é ligeiramente mais baixa 47%, porque esta-mos a falar de alguns eixos, nomeadamen-te o de engenharia financeira, que tem um tempo de realização da execução mais pro-longado. O nosso objetivo é acelerar a exe-cução em todas as frentes. Ainda assim, os 60% são um objetivo que o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competi-tividade e Inovação anunciou e, como tal, estamos a lutar pelo que é a nossa quota--parte no processo.

VE – E qual é o montante que esta-rá, de facto, disponível em fundos do QREN para apoiar as empresas até ao final de 2013?

FA - São os montantes que foram recen-temente lançados e que esgotam o poten-cial que temos ao nível dos sistemas de in-centivos, ou seja, são cerca de 400 milhões de euros disponíveis para novos projetos. Poderá depois haver complementos, por-que nós já temos atualmente um sistema de incentivos que é maioritariamente re-embolsável. Os incentivos na vertente de apoio a projetos empresariais não são a fundo perdido: apesar de não terem juros, o capital é reembolsável, sendo que há ca-sos em que, depois, em função da perfor-mance do projeto, há decisões de aceitar que uma parte do reembolso seja trans-formada em capital das empresas, mas o princípio genérico é que as empresas no final têm que reembolsar o capital de que beneficiaram a nível de sistemas de incen-tivos. Assim, à medida que os reembolsos vão acelerando, e isso vai acontecendo de cada vez que o tempo de execução do pro-grama avança, tal permite-nos começar a ter capacidade financeira complementar para também suplementar as necessidades de suporte nos vários eixos dos sistemas de incentivos.

Internacionalização e exportações

são prioritárias para a atribuição

de incentivos

VE - Tendo em conta a necessidade de promoção da internacionalização da economia nacional e das exportações, até que ponto os apoios existentes po-dem ser reorientados para tal?

FA - Todos os apoios estão orientados para duas coisas fundamentais: o COM-PETE e os SI apenas apoiam os setores transacionáveis da economia e, neste últi-mo caso, existem fatores que majoram os critérios de mérito em projetos orientados para a exportação. Não é um critério seleti-vo, mas há uma lógica que quem tem uma aposta mais significativa nos mercados ex-ternos tem majoração de critério.

VE - Receia que algumas empresas, mesmo aquelas já com financiamentosaprovados, possam vir a desistir dos in-vestimentos devido às dificuldades definanciamento bancário?

FA - Há sempre razões para haver empre-sas que desistam de projetos, aliás, esta é umadas variáveis que temos sempre que gerir commais atenção, porque obviamente que a par-tir de determinado momento, se houver de-sistências elevadas, depois, não é recuperável,porque temos um tempo limite para executar.

VE - E o que acontece aos incenti-vos atribuídos a projetos que entretanto foram cancelados. É possível recuperaresse investimento?

FA – Por esse motivo, temos feito váriasiniciativas, como a “Operação Limpeza”,realizada há uns meses atrás, e que permi-tiu identificar um conjunto de circunstân-cias que libertaram fundos de projetos queestavam claramente atrasados. Agora, paraque tal não aconteça, apostamos em duas vertentes: uma na componente financeiraque é a Linha Invest QREN, que preten-de eliminar pelo menos em parte o não cumprimento resultante de dificuldades financeiras dos promotores, que passam a ter acesso a uma fonte de ‘funding’ com-plementar; a outra é através da Bolsa deCativação, que nos permite antecipar situ-ações desse tipo e que, a cada momento, identifica todos os projetos que não estão acumprir os compromissos.

FRANQUELIM ALVES, GESTOR DO PROGRAMA COMPETE, ASSEGURA

QREN tem 400 milhões disponíveis para as empresas

Setor têxtil apoiado com 200 milhões de euros

“Os Sistemas de Incentivo em particular e o Compete têm apoiado um número significativo de projetos que representa um valor importante de investimento apoiado neste setor que ronda os 200 milhões de euros”, afirma Franquelim Alves. “Isto mostra que há muitos projetos válidos que surgiram”, acrescenta. “Na verdade, o setor têxtil tem revelado uma grande capacidade de renovação e é um caso evidente que prova que, quando se fala de inovação, não estamos só a falar de setores tecnologicamente avançados e modernos, estamos a falar de algo que se aplica a qualquer setor, incluindo os mais tradicionais. O caso do têxtil e do calçado são dois setores que, sendo tradicionalmente setores importantes da economia portuguesa, têm mostrado, cada um à sua maneira, formas distintas de se transformar, lançando novos produtos, novos conceitos, procurando novos mercados, novas formas de organização, tudo isso é inovação”, conclui.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 5

Vendas de telemóveis caem 18%No terceiro trimestre deste ano foram vendidos em Portugal 1,13 milhões de unidades de telemóveis, uma queda de 18% em relação ao mesmo período de 2011, indica o estudo“IDC European Mobile Phone Tracker”. Apesar disso, as vendas aumentaram 4,7% relati-vamente ao segundo trimestre de 2012. Os smartphones representam 40% das vendas to-tais.

Salários em Portugal tendem a diminuir O PageGroup fez um levantamento de informação relativo ao panorama atual da área da engenharia em Portugal. Segundo este estudo, realizado no âmbito do Dia do Engenheiro, os salários em Portugal tendem a diminuir e a taxa de emigração aumenta consideravelmente. Os recém--licenciados são mais procurados por empresas internacionais.

“O nosso objetivo é acelerar a execução (do COMPETE) em todas as frentes”, refere FranquelimAlves.

Page 6: QREN tem 400 milhões para empresas a mesma linha descendente. Há alguns avanços na China e na Índia. LES ECHOS Exportações alemãs aceleram As vendas de produtos alemães ao

TERESA [email protected]

O Governo vai baixar as com-pensações por despedimento. Depois da redução de 30 para 20 dias de retribuição por cada ano de trabalho, o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pe-reira, deverá ceder ao exigido pela ‘troika’ e baixar para entre 10 e 12 dias, aproximando assim as in-demnizações em Portugal à média dos países da União Europeia.

Os parceiros sociais vão agora ser ouvidos sobre a proposta do Go-verno, que deverá, por um lado, salvaguardar destas alterações os trabalhadores cujos contratos de trabalho tenham sido celebrados anteriormente à entrada em vigor deste futuro regime, e, por outro lado, ficar dependente da criação e regulamentação do Fundo de Com-pensação do Trabalho, parcialmente financiado pelas empresas.

O próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse esta se-mana: “Não creio que seja possível resolver uma [questão, a da redu-ção do montante das indemniza-ções] sem resolver a outra [criação e regulamentação do Fundo de Compensação do Trabalho]”.

Rescisões por acordo sem restrição de quotas

Paralelamente, o Governo apro-

vou esta terça-feira, em Conselho de Ministros, a possibilidade de acesso à proteção no desemprego de tra-balhadores qualificados que cessem, por acordo, o seu contrato de traba-lho. A única condição é que não haja diminuição do nível de emprego na empresa à qual estavam vinculados.

Se, até aqui, havia restrição de quotas para as rescisões amigáveis

em função da dimensão da empre-sa, a partir de agora essas quotas serão eliminadas na condição de, por cada trabalhador qualifica-do que rescinda amigavelmente o contrato com direito a subsídio de desemprego, haver lugar a uma nova contratação, ou seja, se man-tenha o nível líquido de emprego por empresa.

Indemnizações por despedimento baixam até aos 12 dias Governo nivela compensações em Portugal pela média da União Europeia

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Subsídio de desemprego para empresários só será pago

no início de 2015

O Governo aprovou esta terça-feira, em Conselho de Ministros, a criação do subsídio de desemprego para empresários em nome individual, gerentes de pessoas coletivas, trabalhadores independentes que são gerentes na sua própria empresa (titulares de estabelecimento individual de responsabilidade limitada com atividade comercial e industrial) e cônjuges dos trabalhadores independentes que com eles exerçam atividade profissional regular. De acordo com o Governo, o universo de empresários que irão beneficiar desta prestação social é de 257 158.Ficam abrangidos por esta medida – o subsídio equivalerá

a 65% da remuneração de referência – os empresários e gerentes em situação de perda de rendimentos decorrentes de encerramento de empresa ou cessação de atividade profissional de forma involuntária, desde que tenham cumprido o prazo de garantia, tenham a situação contributiva regularizada com a segurança social e estejam inscritos nos centros de emprego. Para tal, ficam ainda abrangidos pela taxa contributiva alargada para a Segurança Social, sendo o prazo de garantia mínimo exigido de 720 dias (cerca de dois anos), a contar da data da publicação deste diploma, adiando para o início de 2015 o pagamento dos primeiros subsídios de desemprego a estes empresários.

Portugal autorizado a criar novo imposto sobre as transações financeiras

Os 11 Estados-membros interessados em criar um imposto comum sobre as transações financeiras, entre os quais se inclui Portugal, receberam “luz verde” do Parlamento Europeu

Para além de Portugal, os outros países que já manifestaram o seu interesse em criar um imposto sobre as transações fi-nanceiras (ITF) no âmbito da cooperação reforçada são a Alemanha, França, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Estónia, Grécia, Itália, Espanha e Eslováquia.

Juntos, estes países representam cerca de 90% do PIB da UE. Há três anos que o Parlamento Europeu tem vindo a defender a introdução de um imposto sobre as tran-sações financeiras, para que os custos da crise sejam também suportados pelo setor financeiro.

“Não devemos poupar o setor financei-ro do pagamento deste imposto, o mesmo setor que, apesar de tudo, continua ainda a beneficiar com esta crise. O atraso na im-plementação desta medida está a custar di-nheiro, o qual está a sair dos bolsos dos ci-dadãos”, disse a eurodeputada grega Anni Podimata (S&D), relatora do Parlamento Europeu sobre o assunto.

O índice FEUC/VE mantém uma tendência decrescente no terceiro trimestre de 2012, evidenciando, contudo, um ligeiro abrandamento do cenário recessivo quando comparado com o trimestre anterior. “Todavia, parece-nos difícil ainda anunciar o prelúdio de uma inversão desta tendência recessiva” – afimam aos autores deste estudo.

Os resultados que acabam de ser apresentados dão continuidade à análise da economia portuguesa. O indicador da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Vida Económica (FEUC/VE) é construído com base na opinião de oito economistas de reconhecido prestígio e nas estatísticas disponibilizadas pelo INE/Banco Portugal (Produto Interno Bruto, taxa de desemprego, índice de preços no consumidor, exportação de bens e serviços, indicador de sentimento económico, vendas a retalho,

vendas de viaturas comerciais pesadas, vendas de cimento e investimento). A Figura 1 mostra a evolução deste indicador desde 1996 até ao 3º trimestre de 2012.

Da análise do gráfico podemos observar uma quebra no crescimento da economia a partir do ano 2001 que se prolonga até 2003 e a sua estagnação até 2008. A partir desta data tem-se verificado um decréscimo deste indicador.

Da análise comparativa entre o 3º trimestre de 2012 e o trimestre anterior, podemos observar uma ligeira queda deste

indicador (-0,5%). Se tivermos como comparação o trimestre homólogo do ano anterior, verificamos um decréscimo 20,74% (Quadro 1). Em qualquer destas comparações é de notar um decrescimento da actividade económica. Todavia,

tanto em relação ao trimestre anterior como em relação ao trimestre homólogo de 2011, verifica-se um abrandamento no decréscimo deste indicador

Para este cenário recessivo continua a contribuir o aumento da taxa de desemprego, a diminuição do PIB e a quebra nas vendas de cimento (o que reflete o acentuar da crise no sector da construção). A contrariar esta tendência é de realçar o comportamento positivo das exportações e algum crescimento das vendas a retalho, devendo-se este último ao factor sazonalidade característico dos meses de Verão.

“PARA ONDE VAI A ECONOMIA PORTUGUESA”

Recessão continua mas está a abrandar

(Indicador FEUC/VE)

JOÃO VERÍSSIMO LISBOA

MÁRIO GOMES AUGUSTO

Figura 1: Evolução da situação económica por trimestres

(1/01/1996 — 31/09/2012)

Quadro 1: Análise comparativaVariação (%) Variação (%)

3º trimestre de 2012

2º trimestre de 2012

Trimestre homólogo do ano anterior

Em relação ao trimestre anterior

Em relação ao trimestre homólogo do ano anterior

43,71 43,93 55,15 -0,50% -20,74%

Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e do Emprego, deverá cumprir o exigido pela “troika”.

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Os líderes empresariais apresentaram à Organização Mundial de Comércio (OMC) embaixadores e representantes permanentes na sede da OMC em Gene-bra, as suas recomendações para que seja ultrapassado o impasse de 11 anos nas ne-gociações internacionais sobre o comércio, e para criar novo impulso à economia glo-bal.

Membros executivos da Câmara de Comércio Internacional (CCI) e da Câ-mara de Comércio e Indústria do Qatar informaram os representantes da OMC sobre o progresso da Agenda da CCI para o Comércio Global (“ICC World Trade Agenda”). Esta iniciativa foi criada em 2011 com o objetivo de definir uma agen-

da política prática e voltada para o futuro do comércio, capaz de contribuir para o crescimento económico e para a criação de emprego, ampliando as negociações da

OMC para além de Doha.Ao CCI e a Câmara do Qatar estão a re-

colher contributos dos empresários a nível mundial, a fim de compilar um conjunto final de recomendações que serão apresen-tadas na Cimeira Mundial do Comércio da CCI em 22 de abril de 2013, em Doha, a fim de os levar até à nona Conferência Ministerial da OMC em Bali, Indonésia, em dezembro de 2013.

“Estamos aqui para pressionar a favor da inclusão nas deliberações da OMC das perspetivas das empresas globais e da in-trodução de novas abordagens com vista a impulsionar o crescimento económico e do emprego através do comércio e investi-mento abertos”, disse o secretário-geral da

CCI, Jean-Guy Carrier.A atual crise económica tem intensifi-

cado a urgência de redefinir as regras decomércio e aproveitar o potencial de no-vos acordos multilaterais para fornecer um estímulo livre de dívidas para a economia global.

ATUALIDADE

Prémio Manuel António da Mota promove envelhecimento ativo O Prémio Manuel António da Mota continua a premiar institui-ções que se destaquem na promoção do envelhecimento ativo e da solidariedade entre gerações. A entrega dos prémios da terceira edição decorre no próximo dia 16 de dezembro, no Palácio da Bolsa, no Porto.

Margarida Sá Costa vai presidir LIDE Mulher O LIDE Portugal – Grupo de Líderes Empresariais convidou Margarida Sá Costa, secretária-geral da Fundação Portuguesa das Comunicações, para a presidência do LIDE Mulher, o subcomité centrado no debate de questões ligadas ao universo feminino e à promoção do papel activo das mulheres na vida empresarial.

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 7

Líderes empresariais recomendam maior liberalização do comércio

CCIRecomendações serão

apresentadas a 22 de abril

OMCRealiza conferência mundial

em dezembro

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A consolidação orçamental é uma condição fundamental, mas não sufi ciente, para que a economia portuguesa possa de forma sustentada atingir os necessários níveis de crescimento eco-nómico – afi rma a Associação Industrial Portu-guesa.

Para a AIP, é negativo o facto de o esforço de consolidação orçamental em 2013 se centrar es-sencialmente no aumento previsto das receitas, nomeadamente, das receitas fi scais, e não na re-dução das despesas públicas. Este facto contribui para aumentar os impactos recessivos do processo de consolidação orçamental, nomeadamente, na contração do mercado nacional.

“A dimensão do défi ce das Administrações Pú-blicas previsto para 2013, apesar da grande ampli-tude das medidas orçamentais visando o aumento das receitas, mostra claramente que, tal como a AIP-CCI tem defendido, é necessário proceder a uma séria ponderação do papel do Estado na eco-nomia e na sociedade, e da consequente reforma da Administração Pública e reestruturação do Se-tor Empresarial do Estado”, refere a AIP, liderada por José Eduardo Carvalho.

“Perante o incontornável processo de consolida-ção orçamental, importa criar adequados estímu-los à atividade económica que possam contribuir para o desenvolvimento da capacidade produtiva com efeitos positivos em termos de equilíbrio das contas externas, os quais, gerando riqueza, con-

tribuirão também para a consolidação das contas públicas.

Carga fi scal prejudica empresas

Neste âmbito, a AIP-CCI considera de forma negativa o aumento da carga fi scal sobre o ren-dimento das empresas que, para além dos efeitos negativos na rentabilidade destas, constituirá um desincentivo na atratividade do investimento pri-vado nacional e estrangeiro.

Ainda relativamente às medidas fi scais com in-cidência nas empresas, a AIP-CCI considera nega-tiva a obrigatoriedade do segundo pagamento por conta em IRC, medida que “irá agravar signifi cati-vamente as difi culdades de liquidez de um grande número de empresas”.

A AIP considera que a manutenção em 2013 dos incentivos fi scais ao investimento do RFAI é uma medida positiva, tal como a criação do regime de caixa do IVA, mas, aqui, “a restriti-vidade nas condições de acesso reduzirá a sua utilização”.

PSICÓLOGO JORGE SEQUEIRA

“Resiliência é das competências mais importantes das nossas vidas”

AQUILES [email protected]

A resiliência “é das competências mais importantes das nossas vidas”, pelo que, a título profi ssional e pessoal, deve ser praticada. O aviso foi feito, na segunda--feira (10), pelo psicólogo, especializado em motivação, Jorge Sequeira, na palestra “Vencer a Adversidade” que a empresa que dirige, a Team Building, levou a cabo em parceria com a “Vida Económica”, nas ins-talações da ANJE, no Porto.

“Pensem nas vossas vidas, nem beber um copo de água conseguimos fazer à primei-ra. É preciso repetir. Quanto mais faze-mos, melhor fazemos”, disse o especialista. “No mundo atual, quem não for resiliente, está morto”, referiu Jorge Sequeira, antes de avisar que aquela afi rmação “não é pin-tar o quadro de negro”.

Necessidade de antecipação

O especialista em liderança e motivação, que no passado esteve ligado a essa área no Sporting de Braga, referiu ainda que a resiliência pressupõe, também, prepara-ção. “Como alguém disse, arma-te na paz e apazigua na guerra”, referiu, apontando a importância da necessidade de antecipa-ção. “O diagnóstico às empresas tem de ser feito com antecedência, caso contrário é tarde. É como nas doenças”, referiu.

O psicólogo especializado em motiva-ção explicou que, além disso, “o sucesso anestesia, deixa-nos inebriados e que não somos críticos no sucesso”, ao contrário do que acontece quando se perde, “em que tudo é posto em causa”. Importa, por isso, segundo Jorge Sequeira, aprender a relati-vizar sucessos e insucessos. “Temos de ter consciência que os reveses são temporários, situacionais e ultrapassáveis”, resumiu.

AIP contesta consolidação orçamental através das receitas

“Perante o incontornável processo de consolidação orçamental, importa criar adequados estímulos à atividade económica”, defende José Eduardo Carvalho, presidente da AIP-CCI.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

NERSANT incita ao empreendedorismoO Sítio do Empreendedor, incubadora de empresas online criada pela NERSANT, está a superar as ex-petativas da associação empresarial. Em apenas qua-tro meses, são já mais de 100 as ideias de negócio submetidas nesta plataforma.

YDreams RECEBE UNIVERSIDADE EDP

INICIATIVA POTENCIA A EXPERIMENTAÇÃO E MATERIALIZAÇÃO DE IDEIAS

€ 150 000CEPSA Portuguesa ajuda causas sociais

Aumento da carga fi scal sobre as empresas desincentiva investimento

“Nem beber um copo de água conseguimos fazer à primeira”, disse Jorge Sequeira.

Português vence concurso europeu de agricultura

O prémio “Projeto Mais Inovador da Europa” do Concurso de Jovens Agricul-tores, promovido no âmbito do 1º Congresso Europeu de Jovens Agricultores, foi atribuído ao português José Carvalho, de Vila Nova de Famalicão, produtor de mo-rangos em aeroponia.

O Congresso decorreu recentemente, em Bruxelas, no Parlamento Europeu, numa organização conjunta da CAP, da ASAJA (organi-zação espanhola de agricul-tores) e do grupo parlamen-tar do PPE do Parlamento Europeu. O eurodeputado português Nuno Melo e a eurodeputada espanhola Esther Munoz promoveram esta iniciativa no âmbito das comemorações dos 50 anos da Política Agrícola Comum (PAC), num momento vital de redefi nição do futuro des-ta política.

Foram colocados em con-curso projetos de jovens agri-cultores representantes dos 27 Estados Membros, com o objetivo fi nal de atribuição dos prémios nas categorias de “melhor jovem agricultor da Europa”, “projeto mais sustentável” e “projeto mais inovador”. Portugal apresen-tou cinco projetos, relativos aos setores hortofrutícola, pecuário, vinha, cereais e equinos lusitanos, os quais foram os vencedores no concurso nacional realizado em junho, em Santarém, no CNEMA (Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas), por ocasião da Feira Nacional de Agricul-tura. O nosso país foi o que obteve mais nomeações no total de projetos apresenta-dos.

Os organizadores desta iniciativa notam que “a re-novação do tecido agríco-la continua a ser uma das maiores preocupações da União Europeia, com uma elevada taxa de abandono da atividade, sendo muito superior entre os jovens”, e pretendem que este 1º Con-gresso Europeu de Jovens Agricultores “permita que as diferentes organizações agrí-colas europeias, a sociedade e os jovens agricultores vejam no Parlamento Europeu um parceiro forte e proactivo na discussão do setor”.

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Começou o processo de negociação do novo pacote de fundos comunitários 2014 – 2020. No contexto da atual situação económica e no meio de uma profunda crise financeira internacional, continua a ser evidente no nosso país a falta de um modelo de desenvolvimento que seja partilhado sob a forma de contrato estratégico entre o Estado e a sociedade civil. Os actores económicos e sociais (municípios, empresas, universidades, centros de inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso têm desperdiçado a oportunidade única de fazer do QREN uma aposta sustentada para o futuro do país. Por isso, o desafio do novo QREN é tão fundamental para Portugal.

O QREN foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de 20 anos de fundos comunitários em Portugal, recentemente cumpridos, é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infra-estruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos

municipais), falhas sucessivas nas acções de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja, vinte anos depois, Portugal é um país de auto-estradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefinição de identidade.

O QREN não pode ser interpretado pelos atores nacionais como mais um instrumento financeiro utilizável para dar cobertura a uma crescente falta de financiamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise financeira, impõe-se, mais do que nunca, um verdadeiro “choque operacional” que conduza a mudanças claras e necessárias: desativação das atividades empresariais sem valor, aposta maciça numa formação / educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, fixação de investimentos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de um contexto competitivo moderno voltado para a criatividade das pessoas e a qualidade de vida das cidades. O QREN dispõe dos instrumentos financeiros que poderão ajudar a alavancar toda esta agenda de mudança que queremos para o nosso país. É por isso

que a aposta numa “estratégia coletiva” para o futuro tem que ser a marca desta nova fase do QREN. Um sinal de aposta nas políticas do conhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cumplicidade estratégica” e “convergência operacional” entre todos os que têm responsabilidades – actores públicos, empresas, Universidades e Centros de Saber. O QREN não pode ser interpretado como um mero instrumento conjuntural de resposta a uma crise estrutural mas antes como uma aposta estrutural capaz de alterar a conjuntura no futuro.

Portugal não pode perder esta oportunidade de alteração do seu paradigma de desenvolvimento estratégico através da dinamização de um novo ciclo para o QREN. Em tempo de profunda crise financeira, têm de ser accionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de se estar a hipotecar o futuro. O QREN tem, duma vez por todas, de se assumir como um factor estratégico de convergência positiva do país face aos novos desafios duma economia global complexa e exigente.

ATUALIDADE/Opinião

Finalmente, a bolsa de terrasLi no “Jornal de Notícias”

do passado dia 11 que o Governo criou uma bolsa para rentabilizar terras abandonadas. Segundo a notícia, a lei foi publicada no Diário da República e prevê que as terras sem dono conhecido passem a ser geridas pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, que as colocará no mercado para serem exploradas.

Esta “bolsa de terras” incluirá, ainda, terrenos privados, do Estado, das autarquias e de entidades públicas ou baldios. Os jovens agricultores, entre os 18 e os 40 anos, têm preferência no acesso a estas terras.

Basicamente, trata-se de uma boa ideia. E que podia e devia ter sido implementada há mais tempo. Aliás, a ideia

da criação de uma “bolsa de terras” tem alguns anos. Há cerca de dois anos, lancei uma petição pública para a criação de um banco de terras público, que permitisse cultivar os milhares e milhares de hectares ao abandono por este país fora.

Neste link que aqui deixo (http://josemartino.blogspot.com/search?q=banco+de+terras), está o texto da minha petição pública para a criação do banco de terras, e estão alguns artigos e intervenções públicas, nos jornais e na rádio, em defesa de um instrumento necessário e essencial para desenvolver a agricultura e a economia real.

Por diversas vezes, vicissitudes da nossa política partidária impediram a transformação em lei de uma

proposta que permitirá criar muitos postos de trabalho e contribuir para a riqueza nacional.

Gostaria, contudo, que se avançasse também para a criação de um banco de terras municipal, permitindo que as câmaras municipais estimulassem os munícipes proprietários, que não têm perfil para actividades agrícolas e/ou agroflorestais, a cederem os seus terrenos, por venda ou arrendamento, a jovens agricultores.

Esta “bolsa de terras municipal” promoveria a criação de riqueza e de postos de trabalho, combateria o despovoamento e seria um instrumento de desenvolvimento da agricultura e combate à crise económica e financeira que se abateu sobre Portugal.

Recorrentemente, e em particular nos momentos de maior crise, os Portugueses são convidados a investir no potencial dos enormes recursos marítimos nacionais. O mar, nos séculos XV-XVI, foi a aposta estratégica de Portugal que, também pela abertura de novos mercados que proporcionou, lhe deu a época de maior glória.

Um dos efeitos mais surpreendentes da presente crise económico-financeira em Portugal é a resiliência e até mesmo o ressurgimento de atividades e produtos tradicionais, como o têxtil ou o calçado, agora com valor acrescentado – marca, design, inovação – que lhes permitem vencer a concorrência asiática e disputar os mercados mais competitivos.

O que esperar do mar no século XXI? Porventura, seremos surpreendidos por o caminho não passar tanto por indústrias ultra-futuristas, mas, uma vez mais, pelo ressurgimento da indústria mais tradicional, neste caso, a indústria pesqueira, modernizada e com valor acrescentado.

Um bom relato financeiro, com tudo o que implica a nível de gestão empresarial, e uma adequada divulgação do relato financeiro, com o mar de financiamento que pode abrir, abrem uma via para a modernização da indústria de pesca portuguesa.

Esta proposição parece tanto mais justificada quanto no nosso país o relato financeiro, a contabilidade, é frequentemente visto como um mal, um peso dispensável, e desprezado enquanto instrumento de gestão. Pretendemos desmentir esta visão, mostrando que o relato financeiro pode ser o fator diferenciador, o valor acrescentado, o instrumento de gestão – de navegação! – que permita às empresas avançar pelo mar alto sem perder o rumo.

Um contributo de valor acrescentado

Para compreendermos melhor que perfil e que estrutura financeira se impõem a uma moderna empresa do setor, tomaremos por benchmark, com base nos respetivos Relatórios & Contas de 2011, três players à escala mundial(1) que têm em comum um percurso inspirador: tendo começado como empresas de pequena dimensão, hoje encontram-se cotadas em bolsa.

A famosa regra de ouro da gestão financeira (os capitais utilizados para financiar o ativo devem corresponder ao mesmo em termos de maturidade) permite identificar um grande desafio: o financiamento dos ativos, uma vez que nesta indústria o ativo não corrente tem uma enorme preponderância (65,21% no nosso benchmark), sendo que, surpreendentemente, o item preponderante do ativo não é o valor das embarcações e restante “ativo fixo tangível” (26,28%), mas sim as licenças de pesca (28,81% do valor do ativo).

As licenças de pesca, quer por caraterística próprias, quer enquanto ativos intangíveis, implicam frequentemente o difícil exercício de determinar se cumprem ou não realmente a definição de ativo, nomeadamente o requisito de controlo (2) (o poder de ter benefícios económicos futuros), dado que certas licenças ou permissões de pesca não constituem direitos propriamente ditos. Por outro lado, certas licenças são atribuídas gratuitamente pelos Estados (e.g., atribuição inicial de International Transferable Quotas), o que levanta questões ao nível do reconhecimento e mensuração, não sendo possível mensurá-las inicialmente ao custo (3), só podendo ser enquadradas como um subsídio do Estado e mensuradas inicialmente ao seu justo valor (4).

Este parece-nos o melhor exemplo de como um correto relato financeiro e uma adequada divulgação são fulcrais para o financiamento dos ativos, quer junto de intermediários financeiros, quer, sobretudo, junto de investidores: numa matéria de elevada complexidade, qualquer omissão indevida compromete o valor da sociedade e qualquer reconhecimento ou mensuração errónea compromete a fiabilidade das demonstrações financeiras, por afetar a sua rubrica mais relevante. Neste campo, um erro, seja em que sentido for, pode ser suficiente para comprometer a imagem verdadeira e apropriada do negócio.

A tendência para uma crescente sofisticação do mercado de venda de pescado, nomeadamente a generalização de certo tipo de contratos (e.g. futuros) que sejam instrumentos financeiros derivados, instrumentos esses que requerem um tratamento contabilístico muitas vezes complexo, constituirá um desafio para as empresas do setor, e é mais um exemplo de que a inovação, neste como noutros setores, não é uma necessidade apenas na tecnologia ou nas infraestruturas. Em mercados competitivos e evoluídos, o relato financeiro é um poderoso instrumento de gestão. Nestes contextos, produzir e divulgar com qualidade o relato financeiro não é apenas uma exigência, é valor acrescentado.

(1) Aker Seafoods (www.akerseafoods.com), Austevoll Seafood (www.auss.no) e Clearwater Seafoods (www.clearwater.ca) (2) Cf. Norma de Contabilidade e de Relato Financeiro (NCRF) nº6, pará-grafo 13 (3) Cf. NCRF nº6, parágrafo 24 (4) Cf. NCRF nº6, parágrafo 44

* Aluno do Mestrado em Finanças e Fiscalidade - Faculdade de Economia do PortoLicenciado em Economia pela Nova School of Business and Economics*Membro estagiário da Ordem dos Economistas

Relato financeiro: via de modernização para a indústria

pesqueira nacional – o desafio português

PORTUGAL TEM DE SABER APROVEITAR ESTA NOVA OPORTUNIDADE DE FINANCIAMENTO EUROPEU

O novo QREN

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 9

HUGO PINTO ABREUVencedor do Tema Contabilidade*VENCEDORES

DO 8º CTE

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomoJosemartino.blogspot.com

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Depois da passagem por São Pau-lo, o roteiro internacional do Portugal Fashion prosseguiu com uma ação pro-mocional da moda lusa em território es-panhol. As propostas de seis jovens cria-dores portugueses para o verão de 2013 desfilaram no dia 12 de dezembro, em Madrid, no Matadero – Centro de Crea-ción Contemporánea. Carla Pontes, Da-niela Barros, Estelita Mendonça, Hugo Costa, Joana Ferreira e João Melo Costa foram os nomes em destaque. O projeto, da responsabilidade da ANJE ambiciona, deste modo, contribuir para a afirmação do design português num mercado que continua a destacar-se entre os principais agentes do negócio global do setor têxtil e de vestuário.

As edições nacionais do Portugal Fashion têm cada vez mais impacto no país vizinho, facto que se reflete na cres-cente notoriedade dos criadores portu-gueses em terras castelhanas. Tirando proveito deste reconhecimento, seis jovens criadores tiveram agora a opor-tunidade de mostrar o potencial de re-novação da moda portuguesa perante jornalistas, produtores de moda, agentes de compras, profissionais da indústria têxtil, diretores criativos, entre outros públicos especializados.

Tratou-se, uma vez mais, de uma ação de consolidação da imagem que a moda portuguesa tem vindo a construir dentro e fora de portas, sendo que desta feita o Portugal Fashion procurou também ma-terializar a sua estratégia de aproximação entre os jovens designers e a indústria. Indústria essa que, no caso ibérico, con-tinua a revelar importantes relações de interdependência, sendo cada vez mais expressivas as relações empresariais esta-belecidas entre os dois países.

Mercado privilegiado no setor da moda

Em 2011, Portugal foi o terceiro for-necedor de moda em Espanha, tendo protagonizado uma subida de três pon-tos no “ranking” das importações do nosso parceiro ibérico – o maior cresci-mento registado entre os demais países fornecedores. Espanha é um dos cinco primeiros mercados do setor da moda a nível europeu e conta com importan-tes grupos de distribuição, muitos deles com presença multinacional, bem como com uma cadeia de fornecimento vasta e diversificada, também ela de cariz global.

A existência de um historial de for-necimento e de outras parcerias pro-fissionais entre Portugal e Espanha e a própria proximidade geográfica e lin-guística atenuam as barreiras usualmente impostas à entrada dos jovens criadores num mercado internacional e justificam

também a investida do Portugal Fashion. Recorde-se que a aposta em jovens desig-ners é, desde há muito, um dos pilares do projeto da ANJE. O Portugal Fashion procura funcionar como alavanca de ta-lentos emergentes, de modo a dinamizar o panorama da moda nacional, a facilitar a integração de novos designers no mer-cado de trabalho e a preencher eventu-ais lacunas que empresas do setor têxtil, vestuário e calçado tenham ao nível do design.

Foi, de resto, neste contexto que, mais recentemente, surgiu o Espaço Bloom, plataforma integrada nos eventos nacio-nais do Portugal Fashion, criada com o intuito de proporcionar aos novos cria-

dores desfiles num ambiente mais infor-mal, urbano e multiartístico. Este espaço tem vindo a contribuir para dar visibi-lidade ao trabalho de jovens saídos das escolas de moda e que revelam potencial, bem como para solidificar a aposta em nomes emergentes.

O Portugal Fashion é um projeto da responsabilidade da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários, desen-volvido em parceria com a ATP - As-sociação Têxtil e Vestuário de Portugal e atualmente financiado pelo QREN - Quadro de Referência Estratégico Na-cional, no âmbito do Compete - Progra-ma Operacional Factores de Competiti-vidade.

Portugal Fashion em Madrid com jovens criadores

A moda entre o melhor de Portugal no Brasil

O Portugal Fashion regressou a São Paulo, no passado dia 6 de dezembro, para produzir os desfiles de Miguel Vieira e Luís Buchinho, no Parque Ibirapuera. A apresentação das co-leções primavera/verão 2013 dos conceitua-dos designers portugueses encerrou a mostra Portugal Moderno, Sentir Portugal, dinami-zada pela AICEP e pelo Consulado Geral de Portugal naquela que é a terceira maior cida-de do mundo. A iniciativa integrou a progra-mação oficial do ano de Portugal no Brasil, visando dar a conhecer produtos, conceitos e projetos portugueses, reveladores da mo-dernidade, inovação e qualidade nacionais. Tratou-se da nona vez na sua história recente que o Portugal Fashion levou a moda portu-guesa àquele que é também o centro econó-mico da América Latina.

O Portugal Fashion deu início à divulga-ção da capacidade criativa e produtiva da moda portuguesa em São Paulo no ano de 1999, mas nunca essa divulgação foi tão per-tinente como na atualidade. Representando um universo superior a 150 milhões de con-sumidores, o mercado brasileiro tem atual-mente um melhor nível de vida, um maior poder de compra, bem como uma mais ex-pressiva procura de produtos de alto valor acrescentado. Trata-se de uma das 10 maio-res economias mundiais, uma das potências emergentes do globo que, juntamente com a Rússia, a Índia e a China, forma o promissor grupo apelidado BRIC.

De resto, o ano de Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil não poderia passar sem que a moda portuguesa desse uma vez mais provas de todo o seu potencial e competiti-vidade. “A moda é um dos setores nacionais com mais tradição e notoriedade a nível glo-bal, pelo que faz todo o sentido assegurar o seu destaque na vasta programação do Ano de Portugal no Brasil”, afirma o presidente da Comissão Executiva da ANJE – Associa-ção Nacional de Jovens Empresários, Manuel Teixeira. “De todas as áreas das indústrias criativas nacionais, a moda é que congrega mais oportunidades de negócio, a que está mais apta para competir internacionalmente e estreitar relações económicas, bem como a que reúne mais fatores críticos de sucesso no âmbito do desejado processo de alavancagem da imagem de Portugal no mercado brasilei-ro”, acrescenta o mesmo responsável.

… e as formas geométricas de Buchinho Em terras brasileiras, Luís Buchinho antecipou o próximo verão com “formas geométricas puras, assimetrias e efeitos gráficos em planos con-trastantes”. A fonte de inspiração do criador portuense são “os elementos da linguagem moderna da arquitetura”. Algodão viscose, tafetá, chiffon e cetim de seda são os materiais selecionados.

São Paulo acolheu as cores cítricas de Miguel Vieira…Miguel Vieira apresentou, em São Paulo, a coleção “Perfume”, que se inspira em “culturas exóticas e paisagens idílicas”. Para homem, o cria-dor propõe “peças trabalhadas em base de alfaiataria” e, para a mulher, um “jogo de volumes entre peças estruturadas e peças mais casuais e soltas”.

ATUALIDADE/ANJE

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Portfolio Store (ww.portfolio--store.pt) nasce da visão da ANA em “fomentar a imagem do des-tino onde o aeroporto se encon-tra” e concretiza-se através de um investimento partilhado entre a ANA Aeroportos, a ÁREAS e as marcas representadas no espa-ço, no valor de 700 mil euros. Trata-se de “um inovador espaço comercial que pretende divulgar marcas, produtos e experiências que representem o que de melhor se faz em Portugal”, de acordo com o Departamento de Comu-nicação da ANA.

Dividida em cinco domínios - Cultura, Artesanato, Design, Moda e Sabores - a loja Portfolio pretende ter “um papel determi-nante na promoção das empresas nacionais junto de quem viaja”. Este é um projeto feito em Portu-gal por empresas portuguesas. Da criatividade da SNORD nasceu a criação da marca, comunicação, arquitetura e design de interiores, enquanto a dimensão interativa e tecnológica da Portfolio foi da responsabilidade da Mobbit Sys-tems, através da incorporação de soluções tecnológicas.

A ANA tem fomentado cada vez mais o conceito de aeropor-to onde é bom estar, em que há

experiências para viver, shop-ping, espaços para família, aces-so a tecnologias facilitadoras de viagem por ter a consciência de que “um Aeroporto não é apenas um local de passagem”. “A ANA criou a marca Portfolio – Made of Portugal para uma loja onde se vive e respira toda a autentici-dade, originalidade, criatividade e inovação de que Portugal é fei-to. A Portfolio é um conceito de-senvolvido conjuntamente pela ANA Aeroportos e pela Áreas, que detém a gestão operacional do espaço. Este conceito vai ao encontro da nossa estratégia co-mercial de desenvolvimento de conceitos únicos com ‘Sense of Place’, que contribuem para que

a experiência no aeroporto seja positiva e memorável. Os aero-portos são ‘cartões-de-visita’ do nosso país, devendo alavancar a cultura e identidade nacional”, afirma Luís Rodolfo, diretor de Retalho da ANA - Aeroportos de Portugal.

Além dos 5 domínios, inte-grados na loja, existe ainda um espaço designado Portfolio Se-

lection, composto por produtos exclusivos da marca. No balcão gourmet, podem-se degustar os sabores tradicionais de Portugal. A área dos vinhos é motivo de especial enfoque, sendo possível aos passageiros receberem suges-tões de qual o vinho que melhor se adequa a um determinado mo-mento. Os visitantes são ainda surpreendidos por diversas ini-

ciativas ligadas à arte e à culturaportuguesas.

Os produtos da Portfolio tam-bém podem ser adquiridos on-line, dado tratar-se de um espaçosituado na área de acesso restrito das Partidas do Aeroporto deLisboa.

A fadista Cuca Roseta e o “chef” Henrique Sá Pessoa são osembaixadores do espaço.

AEROPORTO DE LISBOA ABRE LOJA DEDICADA À PROMOÇÃO DA CULTURA E PRODUTOS PORTUGUESES

ANA fomenta imagem de Portugal com Portfolio Store

Airport-shopping com portes grátisAté dia 22 de Dezembro poderá encomendar em airport-shopping.eu e usufruir de promoções, assim como de portes de envio grátis. As categorias de produtos vão da cosmética aos brinquedos, passan-do pelas iguarias e os livros, citando apenas alguns exemplos. www.airport-shoppin.eu

ESPECIAL AEROPORTOSTURISMO

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 11

“Os aeroportos são ‘cartões-de-visita’ do nosso país, devendo alavancar a cultura e identidade nacional”, afirma Luís Rodolfo, Diretor de Retalho da ANA”

O novo espaço dedicado aos produtos e cultura portugueses, Portfolio Store, surpreende não só pela oferta comercial como também pelas iniciativas culturais ligadas à portugalidade que proporcionaaos visitantes.

PORTFOLIO STORE

Projeto 100% português

Conceito criado por ANA – Aeroportos de Portugal

Investimento de 700 mil euros

Soluções tecnológicas por Mobbit Systems

Marca, comunicação e interiores por SNORD

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Inquéritos efetuados pela ANA nas salas de embarque dos principais aeroportos portugueses demonstram que em Lisboa e Faro os passageiros predominantes são mulheres entre os 25-55 anos, enquanto no Porto e em Ponta Delgada, por exemplo, “vencem” os homens. As companhias aéreas tradicionais não perdem terreno em Lisboa e são preferidas por 74,2% dos passageiros, enquanto no Porto e em Faro as “low cost” ganham terreno, com 56% e 68,9% das preferências respetivamente. Em Ponta Delgada o consumo no aeroporto é muito residual. Já nos aeroportos continentais gasta-se entre J 33 - J 70 nas lojas de moda. A compra da viagem faz-se na maioria dos casos pela internet, ao invés do “check-in”, que continua a acontecer sobretudo ao balcão. DORA TRONCÃ[email protected]

Vida Económica apresenta em primeira mão os resultados dos inquéritos aos passageiros e consumidores promovidos pela ANA – Aeroportos de Portugal nas principais infraestruturas aeroportuárias sob sua gestão, referentes ao Verão IATA, perí-odo entre Março e Outubro de 2012. Estes estudos, que têm vindo a ser produzidos desde o ano 2000 nos aeroportos de Lisboa, Francisco Sá Carneiro/Porto, Faro e João Paulo II/Ponta Delgada, têm como obje-tivo, segundo comunicado pela ANA, “recolher a informação necessária para garantir a pres-tação de um serviço de excelên-cia alinhado com as indicações dos passageiros e consumido-res”. Os inquéritos são realiza-

dos nas salas de embarque dos aeroportos acima mencionados. Os principais resultados obtidos demonstram que o passageiro de Lisboa tem idade compre-endida entre os 25-45 anos e é maioritariamente do sexo femi-nino, com formação académica superior, empregado, viajando pelo menos uma vez por ano. O passageiro Inbound (35%) - passageiros não residentes em Portugal que estão de regresso ao local de residência – mora maioritariamente em França, visita Portugal em Turismo/ Lazer e fá-lo na companhia da família. Este passageiro utiliza o website da companhia aérea como canal preferencial para pesquisa e compra da viagem e usufrui dos estabelecimentos de restauração e lojas de moda do aeroporto, sendo nestes últi-mos despendido o valor maior, cerca de J70 por pessoa. Os passageiros em transferência têm vindo a crescer no aero-porto de Lisboa (33,2%) e têm como principal destino final Portugal e Brasil. O aeroporto é escolhido pela falta de outra opção disponível (55,4%) e no caso do passageiro Inbound a viagem acontece quase sempre sozinho (51,2%). Já o passagei-ro Outbound (17,9%) – resi-dente em Portugal Continental e que está a iniciar uma via-gem - reside maioritariamente na cidade de Lisboa, viaja por motivos de Turismo e Lazer e fá-lo na companhia da família. Prefere o website da companhia aérea para pesquisar e comprar a viagem. Nos hábitos de con-sumo é mais comedido, despen-dendo apenas 39 euros nas lojas de moda do aeroporto. Os res-tantes passageiros encontram--se caracterizados por Curta Duração (1,6%) e Multidestino (12,2%). A companhia aérea Tradicional (74,2%) continua a ser a predileta, apesar de a com-panhia “low cost” já representar 22,2% das preferências. Utiliza preferencialmente o balcão, em detrimento da internet aquando a hora de efetuar o check-in. O passageiro que voa em compa-nhia aérea “charter” é o único que adquire a viagem e o aloja-mento em pacote e fá-lo no bal-cão da agência de viagem muito devido à natureza da viagem.

Já no Aeroporto do Porto, o passageiro tem idade compre-endida entre os 25-45 anos e é maioritariamente do sexo mas-culino, com formação académi-ca superior, empregado e viaja pelo menos uma vez por ano. O passageiro Inbound (51,5%) reside sobretudo em França e na Suíça, visita o Portugal para

ver os familiares e amigos e fá--lo sozinho. Utiliza também o website da companhia aérea como canal preferencial para pesquisa e compra da viagem e usufrui dos estabelecimentos de restauração do aeroporto, mas é nas lojas de moda que o con-sumo é superior, cerca de J 59. O passageiro em transferência no Porto representa apenas 1,1% do tráfego, tendo como principal destino final Portugal e os Estados Unidos. A escolha recai neste aeroporto por o bi-lhete ser mais barato. O passa-geiro Outbound (38,2%) resi-de maioritariamente na cidade do Porto e Vila Nova de Gaia, viaja por motivos de Turismo e Lazer e fá-lo em família. Utiliza igualmente o website da com-panhia aérea como canal prefe-rencial para pesquisa e compra da viagem, usufrui maioritaria-mente dos estabelecimentos de restauração, mas é nas lojas de moda que gasta mais dinheiro: cerca de J33. Os restantes pas-

sageiros encontram-se carac-terizados por Curta Duração (1,4%) e Multidestino (7,7%).

A companhia aérea “low cost” no Porto já representa 56% do tráfego face à tradicional. E também aqui se usa o balcão, em detrimento da internet, para o check-in da viagem e não se adquirem serviços em pacote.

O terceiro maior aeropor-to português, o Aeroporto de Faro, tem um perfil de passa-geiro com idades entre os 25-55 anos, maioritariamente do sexo feminino, com formação ensino secundário, empregado, e viaja pelo menos uma vez por ano. A maioria dos passageiros que uti-liza o aeroporto de Faro é passa-geiro Inbound (92,2%), reside no Reino Unido e Irlanda e visi-ta o Algarve por motivos de Tu-rismo e Lazer na companhia da família. Estes passageiros utili-zam também o website da com-panhia aérea como canal prefe-rencial para pesquisa e compra da sua viagem e usufruem dos

ESTUDO ANA DO PERFIL DO PASSAGEIRO E CONSUMIDOR, APRESENTADO EM 1ª MÃO À VIDA ECONÓMICA, REVELA

Companhias aéreas tradicionais 74,2% dos passageiros de Lisboa

ESPECIAL AEROPORTOS/Turismo

12 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Os passageiros dos aeroportos do Porto e de Faro preferem as “low cost”, enquanto Lisboa continua a seleccionar as com p

Estudo ANA indica: o preço determina a escolha do passageiro pelo aeroporto do Porto como destino, enquanto Lisboa é escolhida como aeroporto de transferência, por falta de outra opção.

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Segundo um relatório da GfK Metris referente ao período da vaga de Verão de 2012, para ava-liação da satisfação dos turistas em Portugal no que concerne àqueles visitantes que entram em Portugal pela via aérea, 89% “es-tão muito satisfeitos de uma for-ma global com as suas férias em Portugal”. O nível de satisfação global dos turistas com as suas fé-rias em Portugal é muito elevado, sendo que 34% referem que as férias ficaram acima das expecta-tivas e 85% revelam que de certe-za voltará/provavelmente voltará a Portugal nos próximos 3 anos. Os turistas provenientes do Brasil são os que registam níveis de sa-tisfação mais elevados. No entan-to são os turistas do Reino Unido a revelar uma maior probabilida-de de regressar a Portugal.

São várias as áreas apontadas como fonte de satisfação, desta-cando-se a oferta Natural (84%) e Cultural (84%) como “ponto forte” de Portugal, com as pai-sagens e as praias a registarem os níveis de simpatia mais ele-vados. A Hospitalidade (74%), com a “Simpatia da população local”, são a segunda área me-lhor avaliada. Todos os indica-dores avaliados registam índices de satisfação acima dos 50%, salientando-se a “informação tu-rística” (67%) e os “serviços de rent-a-car” (63%) como os aspe-tos que mais ficaram abaixo das expectativas.

Na fase inicial de planeamento das férias, a internet é o maior im-pulsionador da escolha de Portu-gal como destino de férias (40%), logo seguida pela recomendação

de conhecidos/amigos/familiares (31%), sobretudo para os turistas provenientes do Brasil (47%). A sugestão de familiares (42%) foi especialmente motivadora para os brasileiros, a hospitalidade (23%) para os espanhóis e holan-deses e a proximidade (20%) para os espanhóis e franceses. Portugal é descrito pelos turistas antes e após a sua viagem, como um país com “bom clima”, “boas praias e “acolhedor/ hospitaleiro”.

Este estudo tem a sua origem em 2010, quando o Turismo de Portugal lançou um concurso para a aquisição de serviços para o desenvolvimento de um estu-do de Avaliação da Satisfação dos Turistas, tendo-se optado pela abordagem aos Turistas de Verão que entram em Portugal por via aérea. Com este projeto, o Turismo de Portugal preten-deu dar resposta a um conjunto de objetivos, a saber, “caracte-rização do perfil demográfico dos turistas; identificação do processo de decisão de compra, nomeadamente, quais as fontes de informação utilizadas, quais os fatores críticos para a decisão,

quais os canais de distribuição utilizados e com quanta antece-dência é efetuada a reserva; iden-tificação das motivações de visitados turistas, quais os serviçosque integraram o pacote turísti-co, quanto tempo ficaram e comquantas pessoas viajaram e ava-liação do grau de satisfação da experiência de férias dos turistas. No seguimento deste projeto,pretendeu-se, a partir de 2011, monitorizar a evolução dos indi-cadores medidos para a época de Verão, bem como para a época fora de Verão. Neste contexto, surgiu o relatório descrito neste artigo, da GfK Metris sobre avaga de Verão de 2012, tendo por universo de inquiridos osturistas residentes nos mercados do Reino Unido (34%), França(17%), Espanha e Ilhas Canárias (17%), Alemanha (17%), Brasil (8%), Holanda (7%) e Irlanda(3%), com saída de Portugal pe-los aeroportos do Porto, Lisboa,Faro e Funchal, numa amostra constituída por 816 entrevistas, com a distribuição semipropor-cional por país de origem, aero-porto e tipo de voo.

estabelecimentos de restauração do aeroporto, sendo também nas lojas de moda que mais consome: cerca de J70. Os res-tantes passageiros encontram-se caracterizados por Outbound (2,7%) Curta Duração (0,9%) e Multidestino (4,2%). No ae-roporto de Faro a companhia aérea “low cost” já representa 68,9% do tráfego. As compa-nhias aéreas tradicional e “char-ter” estão ambas equilibradas, com 16,7% e 14,5% do tráfego respetivamente. Também em Faro como nos outros aeropor-tos referidos, o passageiro não adquire serviços em pacote e prefere realizar o check-in em balcão, excluindo o passageiro que voa em “low cost” que o faz através da Internet.

Outro aeroporto em desta-que neste estudo é o Aeropor-to de Ponta Delgada em que o passageiro tem idades compre-endidas entre os 25-45 anos, é maioritariamente do sexo mas-culino, com formação académi-

ca superior, empregado, e viaja pelo menos uma vez por ano. O passageiro Inbound (52,1%) reside em Portugal e no Canadá, visita o arquipélago em Turis-mo e Lazer e fá-lo em família. Utiliza o balcão da agência de viagens para pesquisa e compra da sua viagem. Não utiliza ne-nhum dos serviços do aeropor-to, mas, quando o faz, o consu-mo é maior nas lojas de moda, onde despende cerca de J34. O passageiro Outbound (26,4%) reside maioritariamente na cida-de de Ponta Delgada e Ribeira Grande, viaja por motivos de Turismo e Lazer e em família. Também pesquisa e compra no balcão da agência de viagens. Não utiliza nenhum dos serviços do aeroporto e quando o faz é na área dos outros serviços, como o câmbio e a farmácia, despenden-do cerca de J43. A escolha da companhia aérea tradicional é a mais representativa no aeroporto (93%), não havendo companhia a voar em “low cost”.

conquistam ESTUDO GfK METRIS, ANA E TURISMO DE PORTUGAL, REVELA

89% dos turistas muito satisfeitos com férias em Portugal

O Turismo de Portugal lançou um concurso para o desenvolvimento de um estudo de satisfação dos Turistas de forma a dar resposta a um conjunto de objetivos como conhecer o perfil demográfico do turista, processo de decisão de compra, fontes de informação, fatores críticos de decisão e quais os canais de distribuição.

ESPECIAL AEROPORTOS/Turismo

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 13

panhias aéreas tradicionais.

Na maioria dos casos os turistas que visitam Portugal demonstram uma satisfação acima dos 50% nas várias áreas, cultural, natural, hospitalidade, informação turística, e pretendem voltar dentro de pouco tempo.

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O Programa Indústrias Culturais e Criativas da ANA - Aeroportos de Por-tugal teve como momento alto da sua inauguração uma atuação da Orques-tra Metropolitana de Lisboa, produzi-da pelo OPART, integrada no Festival Grande Orquestra de Verão, uma inicia-tiva da Secretaria de Estado da Cultura. A atuação teve a direção musical e artís-tica do maestro Vitorino de Almeida e contou com uma formação de 54 músi-cos em palco. Por uma hora, o Aeropor-to de Lisboa transformou-se num palco

de acolhimento para um alinhamento que levou Mozart, Schubert e Strauss a todos os passageiros e visitantes. Esta foi a primeira de várias iniciativas que decorreram desde então e que aconte-cem até dia 31 de Dezembro, reunindo diferentes expressões nos vários domí-nios das indústrias culturais e criati-vas de Portugal. A direção de Retalho da ANA - Aeroportos de Portugal, em conjunto com o Aeroporto de Lisboa, dinamizaram um programa assente na lógica de promoção da identidade Por-tugal por um período de 6 meses, para de um total de 21 ações entre exposi-ções (3), momentos musicais (6), gas-

tronomia (6), literatura (3), dança (1) e artesanato (2) Bimestralmente, houve sempre uma exposição e apontamentos musicais, como foi o caso da associação à candidatura do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade, através da realização de um conjunto de iniciativas, em parceria com a Câmara Municipal de Serpa (Promotora da Can-didatura), com a atuação de um grupo que interpretou o cancioneiro do cante alentejano e da primeira exposição deste Programa, em parceria com a Manufa-tura das Tapeçarias de Portalegre, que une uma técnica ancestral à criatividade de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos, feito numa cidade do interior no Alentejo, Portugal. No caso do Alentejo, são ainda de referir as de-monstrações de artesãos, como foi o caso do fabrico de chocalhos alentejanos Pardalinho. O Programa contou com

um leque alargado de parceiros, como o OPART, incluiu semanas gastronómi-cas, lançamentos de livros com sessões de autógrafos e a realização de residên-cias artísticas. Apesar de se concentrar maioritariamente na capital, o aeropor-to do Porto também não foi descurado e durante o Verão, o “Serralves em Festa” levou animação (teatro de Marionetas, Mono, o Macaco Ambulante, Electric Circus e os Blue Tired Heroes) pelas áreas públicas, sala de embarque e sala de recolha de bagagem do aeroporto, naquele que foi o arranque do maior festival de expressão artística contempo-rânea em Portugal.

Todos estes momentos de expressão da portugalidade receberam um acolhi-mento caloroso dos visitantes dos aero-portos e são por isso alvo de um balanço positivo, até ao momento, por parte da ANA.

PROGRAMA ANA NO ÂMBITO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS COM BALANÇO POSITIVO

Agenda de eventos intensa promove Portugalidade

ESPECIAL AEROPORTOS/Turismo

14 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Passageiros valorizam oferta cultural

A ANA - Aeroportos de Portugal pretende, através de iniciativas como o Programa de Indústrias Culturais e Criativas, “reforçar o compromisso em dar vida aos aeroportos”, considerando ser “extremamente importante que os aeroportos tenham cada vez mais algo memorável e diferenciador, em contraponto à massificação”, conforme comunica o respetivo Gabinete de Comunicação. Além disso, “sendo a principal porta de entrada e saída do nosso País, os Aeroportos devem projetar positivamente a imagem, cultura e identidade nacional. Esta iniciativa surge como forma de dar resposta a uma necessidade muito valorizada pelos passageiros, conforme dados do inquérito de avaliação da satisfação, onde foi referido que esta componente cultural e criativa faltava nos aeroportos nacionais”, reforça o mesmo Gabinete.

O Alentejo e as suas manifestações artísticas foram das regiões mais privilegiadas em termos de programação cultural por parte da ANA, como, por exemplo, ao nível do artesanato e da associação à candidatura do cante alentejano a Património da Humanidade.

O Aeroporto do Porto não foi descurado e o Festival “Serralves em Festa” levou animação pelas áreas públicas, salas de embarque e recolha de bagagem do Aeroporto

ANA e o Aeroporto de Lisboa dinamizaram um Programa assente da lógica de promoção da identidade de Portugal

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PME NEWSPNERSANT publica 5 estudos com estratégias setoriais

A NERSANT – AssociaçãoEmpresarial da Região deSantarém definiu as áreas agro-alimentar, madeira e mobiliário,construção civil, metalomecânica,e minerais não-metálicos como ossetores chave da região, tendorealizado e publicado cinco estu-dos setoriais sobre cada umadestas áreas. Estas publicações,que caraterizam cada um destes

setores e definem estratégias de negó-cio vencedoras para as empresas destasáreas, estão à disposição das empresasinteressadas. A preparação dos estudosenvolveu um trabalho alargado de recol-ha de informação, privilegiando-se aopinião de agentes, bem como fontesbibliográficas identificadas como fontesde informação de referência.

RIB

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| Suplemento mensal

Muito se escreve sobre estes temas ehá muito por fazer. Outros países, emsituações similares, há anos, usaramboas práticas, que resultaram. É istoque detalho nos livros “Como Sair daCrise” e “Ontem e Oje na Economia”.Outros já inventaram a roda. Não seráa hora de a fazermos rodar?O microcrédito em Portugal atendeuem dez anos o que o Chile atende emdez semanas e o Brasil em dez dias. Lásão associações locais, não a banca ouuma instituição central que gere osfundos. Lá há um experiente consultora apoiar o cliente no projeto e na suaexecução; ele é ainda o responsávelpelo retorno do empréstimo.Aqui ensina-se teoria de empreender,mas não se alerta para as 65 horas porsemana de intenso trabalho nem para aburocracia, a inveja dos concorrentes,as armadilhas dos poderosos. Aindanão se ensina o pulo do gato de cadanicho nem se faz uma avaliaçãocontínua dos resultados.Estudos mostram que as boas incu-badoras estão ligadas às associações,não às faculdades. Capital não falta, eupróprio tenho acesso a muito; faltagente certa com projetos realistas.

Querem atrair o capital das grandesempresas, que pouco emprego geram;e deixam morrer as PME que nãorecebem pelas faturas às grandes.Enquanto a ERSE, a ANACOM e asagências ditas de controlo nadacontrolarem, muitas boas PMEmorrerão e bons empresáriosemigrarão.Podemos exportar o dobro; é precisoapostar nas PME para os nichos emdezenas de novos mercados. A AICEPfaz pouco. Só com experiência épossível lucrar na China, Angola eRússia. Vender é receber sem perder. Éfácil receber de 20 outros países paraonde não exportamos.Miniexportadores, como a Jóia do Sul,o osteopata Filipe Gonçalves e a Auto-Quimzé atraem libras, mas sãopraticamente menosprezadosinternamente. Temos um enorme potencial. Estamos a beira de perder a corrida. Como digonas palestras, YES WE CAN -TOGETHER!

Microcrédito,PME e exportações

Autor de Algarve/Alentejo My Love, Transportes e Como Sair da Crise

OPINIÃO

Jack Soifer

O microcrédito emPortugal atendeu em dezanos o que o Chile atendeem dez semanas e o Brasil em dez dias

Falta de capital é maior impedimento ao lançamento de um negócio em PortugalA incerteza da situação económica e o receio de falhar são outros fatores apontados, segundo o RelatórioEuropeu de Empreendedorismo que, este ano, incluiu, pela primeira vez, o nosso País

BARÓMETRO EUROPEU

Praticamente dois terços(64%) dos portugueses in-quiridos no âmbito do Rela-tório Europeu de Empreen-

dedorismo concorda que a falta decapital inicial é o maior impedi-mento para a atividade empresari-al. A média europeia é um poucomais baixa, com 57%.

Segundo este estudo, promovidopela incubadora Amway Europa eagora apresentado, a situação eco-nómica incerta e o receio de falharsão também entraves à criação dopróprio emprego, obtendo 33% e25% das respostas dos portugueses,respetivamente. O medo de não seser bem sucedido teve um resulta-do curioso, dado que a média eu-ropeia (35%) está bastante acimado resultado português, pelo que sepoderá concluir que os portugue-ses não têm assim tanto medo dearriscar, têm apenas menos meiose capital para o fazer.

Segundo o estudo, 67% dos in-quiridos portugueses apresen-taram uma atitude muito positivaperante a criação do próprioemprego, estando em linha com amédia europeia, que é de 69%. Dos16 países participantes, Portugalregistou o 10.º lugar, juntamentecom a Espanha que teve a mesmaresposta percentual. Esta atitudeperante o empreendedorismo éespecialmente positiva nas faixasetárias mais novas (abaixo dos 30anos de idade), que registaram unssurpreendentes 76%. Não deixa deser interessante que tenham sidoos alentejanos mais predispostapara criar o seu próprio negócio,com 48% de respostas positivas, amaior percentagem registada anível nacional.

Da totalidade de pessoas inquiri-das, as que têm formação universi-tária responderam positivamentecom 77%, mesmo as pessoas quenão têm educação superior, têmuma posição muito favorável emrelação à criação do próprio negó-cio, pois 66% responderam deforma positiva.

De qualquer forma, 33% dos par-ticipantes portugueses ainda regis-taram uma resposta negativa pe-rante a criação do seu próprionegócio. Entre todos os paísesinquiridos, este valor é ainda supe-rior na Hungria (47%), na Áustria ena Alemanha, com 35% respetiva-mente.

Com um registo de 40% das pes-soas a afirmarem que se imaginamefetivamente a criar o seu próprioemprego, este potencial registadoem Portugal está acima da médiaeuropeia, de 38%.

O desenvolvimento do empreen-dedorismo em Portugal teve umaresposta positiva pela maioria dosentrevistados: 74% das pessoas

acredita que, em dez anos, será tãoou mais importante que atualmen-te. A média europeia registada foide 78%. Os participantes com for-mação superior acreditam especial-mente neste crescimento, a respos-

ta deste grupo de inquiridos foimuito elevada: 93% acredita que oempreendedorismo vai ter sucessofuturamente. As pessoas sem ensi-no universitário também tiveramuma resposta muito positiva, com72%.

A independência patronal e rea-lização pessoal são, segundo o estu-do, fatores primordiais paraabraçar o lançamento de um proje-to empresarial. Para os portugue-ses, as maiores razões para setornarem empresários foram ofacto de serem “independentes deuma entidade patronal”, com 38%,a “realização pessoal” e a “hipótesede realizarem as suas própriasideias”, com 29%, seguida à possi-bilidade concreta de ter umasegunda fonte de rendimento, comum registo de 26%. Este rankingcorresponde à perceção de todos ospaíses participantes no RelatórioEuropeu de Empreendedorismo de2012.

Este estudo revela também res-postas relacionadas com a atual cri-se europeia, pois 26% dos inqui-ridos em Portugal considera a cri-

ação do seu próprio negócio comouma possibilidade alternativa aodesemprego e o facto de poderemregressar ao mercado de trabalho,a média europeia é um pouco infe-rior, com 22%.

Comentando os resultados doBarómetro, em Lisboa, Mónica Mi-lone, porta-voz da Amway, incu-badora de empresas responsávelpela realização do estudo, salien-tou: “O empreendedorismo temum papel cada vez mais impor-tante na economia dos países, deve-mos incentivar o espirito empre-sarial e apoiar as pessoas com me-didas efetivas, dando-lhes forma-ção continuamente. Só assim pode-mos contribuir para o crescimentoeconómico e para a riqueza dopaís.”

DR

Mónica Milone, porta voz da Amway

O empreendedorismo tem um papel cada vez mais impor-tante na economia dos países, devemos incentivar o espiritoempresarial e apoiar as pessoas com medidas efetivas,dando-lhes formação continuamente. Só assim podemos con-tribuir para o crescimento económico e para a riqueza do país

Relatório Europeu de Empreendedorismo O Relatório Europeu deEmpreendedorismo incluiu, nestasua 3.ª edição, a participação de16 países: Alemanha, Áustria,Dinamarca, Espanha, França,Itália, Polónia, Reino Unido,Rússia, Suíça, Turquia e Ucrâniae, pela primeira vez Portugal,Grécia, Roménia e Hungria. Natotalidade, foram inquiridoscerca de 18 mil europeus. O estu-do foi promovido pela AmwayEuropa, com o apoio do LMUEntrepreneurship Center, daUniversidade Ludwig Maximiliansde Munique e do instituto GfKResearch de Nuremberga.

O dinheiro não é a principal razão para empreender, mas sim a independênciapatronal, que registou38% das respostas

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Como estão a serfinanciadas as PMEO acesso ao financiamento é um dos principais constrangimentos com que se defrontam as micro, pequenas e médias empre-sas. Fomos ver como é que os maiores bancos estão a responder ao problema

ESPECIAL

O PLANO Ativação Santander Tottatem disponíveis 1500 milhões deeuros e destina-se a “todas as em-presas e setores”. No entanto, maisdo que um segmento específico, oque importa “é apoiar clientes comprojetos sólidos e bem estrutura-dos”, afirmou ao PME NEWS fonteoficial da instituição.

Alinhando pelo mesmo diapasão,o diretor coordenador da área deEmpresas do Santander Totta, Mi-guel Carvalho, afirmava, recente-mente ao suplemento Exportar &Internacionalizar do OJE: “De ummodo geral, o banco está disponívelpara financiar todo e qualquer pro-jeto que seja economicamente viá-vel e que seja proposto por entida-des solventes. Neste aspeto, cada ca-so é um caso e os projetos são anali-sados casuisticamente”. No casoconcreto do Plano Activação agoralançado, os valores e os prazos são“ajustados às necessidades e quali-dade dos projetos e das empresas”.Os spreads praticados estão em li-nha com o mercado e ponderam,salienta a mesma fonte oficial dobanco, risco/garantias/prazo/contra-partidas.

“A nossa posição de capital e li-quidez permite-nos continuar aapoiar a economia portuguesa, emespecial, as pequenas e médias em-

presas e empresas exportadoras”,salientou a fonte oficial da institui-ção, lembrando a importância cres-cente que, nos últimos dois anos,têm vindo a assumir no SantanderTotta as Linhas PME Investe. Até àdata, segundo números oficiais, oSantander Totta colocou para cimade 16 mil operações, num valor to-tal de 1,7 mil milhões de euros,conseguindo uma quota de merca-do de 17%.

“Somos o primeiro banco na Li-nha PME Crescimento, lançada re-centemente, onde somos responsá-veis por 20% do valor total das ope-rações”, sublinha a mesma fonte.

Além disso, o facto do SantanderTotta estar integrado no grupo San-tander, que conta com cerca de 100milhões de clientes e 14 mil bal-cões em todo o mundo, torna-o “obanco ideal para apoiar a expansãodos negócios e o estabelecimentode parcerias de dimensão e valorinternacional”.

Para apoiar a internacionaliza-ção das empresas portuguesas, obanco lançou, em 2011, umInternational Desk que tem comoobjetivo estabelecer uma eficaz lig-ação comercial da Rede Empresasdo Banco Santander Totta com assuas congéneres nos vários bancosdo grupo no qual está inserido.

NO ÂMBITO da melhoria da sua so-lução de crédito BES Express Bill, oBanco Espírito Santo acaba de dis-ponibilizar a funcionalidade de pa-gamentos internacionais, o quetorna possível emitir pagamentosBES Express Bill, em euros, paraqualquer parte do mundo, compagamento diferido e garantia depagamento do BES.

Segundo o BES, esta nova modal-idade vai permitir às empresas por-tuguesas “beneficiarem de melho-res condições de pagamento dassuas importações, em termos depreço e prazo, dado que os seus for-necedores passam a dispor de umagarantia de pagamento do BES”. Osfornecedores que sejam clientes doBES Espanha podem ainda benefi-ciar da antecipação destes fundosde forma fácil via BESnetwork (pla-taforma de internetbanking de em-presas do BES) e automática.

A rede BES Express Bill é consti-tuída por micro, pequenas, médiase grandes empresas para as quais“cumprir os prazos de pagamentoe aceder a crédito por via da anteci-pação de recebimentos” é um fatorde competitividade fundamental.

“O BES Express Bill é, cada vezmais, a solução escolhida pelasPME nacionais para financiarem aexecução das suas encomendas eanteciparem os recebimentos dassuas faturas. Sempre à hora certa

com total simplicidade e comodi-dade”, salienta Luís de Carvalho,responsável na área de empresapela solução.

Segundo números agora disponi-bilizados, esta solução de créditodo BES, que garante os pagamentose recebimentos entre empresas, jáassegurou este ano mais de mil mi-lhões de euros de pagamentos ga-rantidos,

O BES Express Bill consiste naemissão de ordens de pagamento aprazo que têm garantia de paga-mento do BES (montante e data),facultando ao fornecedor aantecipação dos fundos sem con-sumir os seus plafonds de crédito ecom custos inferiores ao financia-mento tradicional de tesouraria.

São mil milhões de euros de cré-dito que permitiram às empresasnacionais financiarem os seuspagamentos a fornecedores e milmilhões de euros de antecipaçõesde recebimentos que o BES facul-tou às empresas, adiantou a insti-tuição.

O BES tem atualmente 2 mil mi-lhões de euros de linhas BES Ex-press Bill aprovadas que podem ge-rar, em utilização permanente ecom prazos de pagamento de 70 di-as, 10 mil milhões de euros de pa-gamentos por ano. Com garantiade pagamento e liquidez automáti-ca.

BES Express Bill disponibilizapagamentos internacionais

200 milhõesda CaixaExportação jáforam utilizados

A solução de crédito do BES já garantiu e antecipou em 2012mais de mil milhões de euros de pagamentos e recebimentosentre empresas

Santander Totta tem 1500milhões para “projetos sólidos”O Santander Totta lançou, há pouco mais de um mês, umplano para incentivar o financiamento de novas empresas eprojetos

“NOS ÚLTIMOS dez meses, aumen-támos o novo crédito para empre-sas”, salientou ao PME NEWS fonteoficial da CGD, adiantando queatualmente, a taxa média no crédi-to às empresas é inferior a 4%.

Segundo a mesma fonte, nosúltimos dez meses, a Caixa apoiou3 mil operações das linhas PMECrescimento e tem no terreno maisde 4 mil milhões de euros de novocrédito para empresas.

Especificamente para apoiar em-presas exportadoras, o banco públi-co criou uma linha de crédito de500 milhões de euros, 200 milhõesdos quais já foram utilizados, adi-anta.

As linhas de capitalização da Cai-xa estão dotadas com fundos de500 milhões de euros, a que sesomam fundos cativos (cincoinstrumentos diferenciados) de 550milhões com atributos de dívida eatributos de capital a fazerem umbalanço no sentido de encontrarem“um ponto ótimo para cada empre-sa em particular”.

Vincando que a CGD “está bem àfrente da concorrência no que serefere a uma série de indicadoresrelevantes”, posicionando-se, porisso, “como um parceiro privilegia-do em termos do relançamento dasempresas portuguesas”, a mesmafonte oficial da Caixa Geral de De-pósitos afirmou ao PME NEWS:“Temos uma variedade de ofertaque permite o financiamento paraos capitais próprios em detrimentodas tesourarias e de outras solu-ções. As prioridades do banco no fi-nanciamento às empresas passampelo reforço da sua base competiti-va, pelo desenvolvimento do seunegócio internacional e pela poten-ciação da sua capacidade de inova-ção”.

O banco público tem no terreno 4 mil milhões denovo crédito para empresas

NC/NUNO CARRANCHODR

Luís de Carvalho, responsável de Marketing do BES para clientes empresariais einstitucionais

DR

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DESDE MAIO de 2010, data da elei-ção da atual administração, os res-ponsáveis da SOFID já “reunirampessoalmente com mais de mil em-presários, tendo identificado cercade meia centena de projetos de in-vestimento passíveis de virem a serfinanciados”, revelou ao PMENEWS, Diogo Gomes de Araújo,presidente desta instituição finan-ceira criada unicamente paraapoiar a internacionalização dasempresas portuguesas.

Neste momento, a SOFID tem 22projetos aprovados em oito paísesdiferentes, num montante globalde 25 milhões de euros, adiantou ogestor, que classifica 2012 de “anorecorde”, com a contratação de tan-tas operações como nos quatro pri-meiros anos de atividade.

Atualmente, a SOFID prestaapoio a projetos de empresas por-tuguesas em Moçambique, Angola,Cabo Verde, Marrocos, África do Sule México, havendo em pipeline 22operações, algumas das quaispoderão concretizar-se em 2013.Para que isso possa acontecer, ref-ere Diogo Gomes de Araújo, seráfundamental o aumento de capitalde 10 milhões de euros previstopara 2013. “Apesar de ainda dis-pormos de fundos para apoiarempresas, se o ritmo de con-tratação de projetos se mantiver co-mo até aqui, é expectável que ne-cessitemos de fundos adicionais jános primeiros meses de 2013. Comoo mercado interbancário está fecha-do, só nos resta o aumento de capi-tal, que permitirá à SOFID ganharescala.”

À semelhança de um banco nor-mal, a SOFID pode concederempréstimos, emitir garantias eparticipar no capital de empresasportuguesas ou mistas, desde quesejam, no mínimo, 20% detidas porportugueses, e que operem emeconomias em transição, fora dePortugal. Apesar da maioria dosseus projetos ser com PME, a SOFIDtambém apoia grandes empresas.Além disso, tem a gestão doInvestimoZ – Fundo Português deApoio ao Investimento emMoçambique, um fundo de 94 mi-lhões de euros para apoiar em-presas portuguesas e seus parceirosmoçambicanos, e que arrancou em

2011. A SOFID está igualmentemandatada pelo Estado como co-fi-nanciadores de dois fundos euro-peus: o ITF – Fundo UE-África paraas Infra-estruturas transfronteir-iças ou regionais na África Subsa-riana e a NIF – Facilidade de Inves-timento para a Vizinhança daUnião Europeia, com particulardestaque para os países do Magre-be. Em 2012 começou também aacompanhar um novo fundo euro-peu, a LAIF – Facilidade de Inves-timento para a América Latina.

Recentemente foi aprovado umnovo Plano Estratégico 2013-2015,com importantes contributos dosmembros do Conselho Estratégicoda SOFID. Além dos membros daadministração, o conselho estraté-gico da SOFID é formado por AnaPaula Laborinho, presidente doCamões, Luís Filipe Costa, presiden-te do IAPMEI, Pedro Reis, presi-dente da AICEP, Murteira Nabo emrepresentação das associaçõesempresariais e Antero Baldaia, anti-go alto quadro do BERD.

Diogo Gomes de Araújo acrescen-ta: “A estratégia para os próximosanos mantém a ambição e o prag-matismo que tem caracterizado anossa gestão, centrando-se em paí-ses de crescimento elevado e ondeas empresas podem ter mais inter-esse em investir. Além dos países daCPLP, do Norte de África, a SOFIDterá particular atenção a países on-de haja uma diáspora portuguesaforte, como a África do Sul,abraçando um conceito de “lusofo-nia global”, onde se alarga o radarpara países pertencentes a regiõesonde estejam inseridos países lusó-fonos, como o Mercosul ou algunspaíses do continente africano.”

A SOFID é uma instituição finan-ceira criada unicamente paraapoiar a internacionalização dasempresas portuguesas, sendo o seucapital detido em 60% pelo Estado epelos quatro principais bancos por-tugueses (Banco BPI, BES, CGD eMillennium bcp), com 10% cada.Enquanto os seus accionistas oper-am numa multiplicidade de áreasde negócio, a SOFID é totalmenteespecializada no financiamento doinvestimento real de empresasnacionais em mercados com eleva-do potencial de crescimento.

SOFID aprovou projetosde 25 milhões

O ano de 2012 foi um ano recorde, com a contrataçãode tantas operações como nos quatro primeiros anosde actividade da instituição

Diogo Gomes de Araújo

OJE/VICTOR MACHADO

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Num mercado global, como aque-le em que vivemos, como se de-fende uma empresa do roubo depropriedade industrial?A empresa deve ter uma política in-terna de proteção da sua proprie-dade industrial (marcas, desenhosou modelos, patentes) inserindo-ano processo produtivo como se tra-tasse apenas de mais uma fase. Naproteção da Propriedade Indus-trial, a antecipação é a chave do su-cesso. A proteção atempada impe-de e evita que as inovações e ideiasoriginais se percam.

Em que medida o facto de a mar-ca estar registada num país como,por exemplo, a China pode ajudara evitar a cópia selvagem?Na China, os casos de cópia e imita-ção de marcas que são exportadassem proteção adequada crescem aum ritmo alucinante. Por outro la-do, os tribunais e as autoridadeschinesas estão também cada vezmais atentos a fraudes e tentativasde imitação, fruto também de umacooperação fortíssima com as insti-tuições da União Europeia queorganizam periodicamente açõesde formação e sensibilização paraestas matérias.

Ter uma marca registada na Chi-na facilita muito o controlo dessemercado sendo também importan-te identificar parceiros locais quecolaborem com a empresa portu-guesa.

Legalmente, como deverá proce-der a empresa que numa feira in-ternacional dá de caras com umproduto igualzinho ao seu?O segredo do negócio é também co-nhecer a concorrência. Os direitosde propriedade industrial, não obs-tante a globalização de que tanto sefala, são ainda direitos territoriais,sendo teoricamente possível duasentidades distintas terem a mesmamarca em países diferentes. Nestecaso, interessa investigar quem é aoutra empresa e averiguar se esseproduto estará protegido apenasno país de origem e como foi feitaessa proteção.

Uma empresa que vende os seusprodutos em dez países deve ter asua marca registada nesses dez paí-ses? Sim, claro. O risco de estar a venderum produto num país sem ter amarca protegida é enorme.

Na maioria dos países a proteçãode uma marca só se obtém com oseu registo. Existem alguns paísesem que o uso antes do registo temtambém valor, mas mais limitado.Se alguém registar a “minha” mar-ca primeiro, apenas recorrendo ameios legais e judiciais – sempremuito morosos – se pode tentar re-solver a situação.

Que tipo de cuidados devem teras empresas que apostam eminternacionalizar os seus bens eprodutos no estrangeiro e, emparticular, nos agressivos merca-

dos asiáticos? Em todos os mercados, mas espe-cialmente nos mercados mais agres-sivos (além dos asiáticos, o mercadoda América do Norte é especialmen-te complexo) a chave é a antecipa-ção, ou seja, iniciar os mecanismosde proteção antes da exportação terlugar. Isto nem sempre é possível eacaba por acontecer normalmenteem simultâneo. Depois, a aposta emparceiros locais tem muitas vezesvantagens neste tipo de mercados,apesar de ser necessário manter umcontrolo apertado de qualidade eeficiência. O nosso escritório dispõede uma rede mundial de parceiroscom quem trabalhamos em conjun-to quando é necessário um acon-selhamento mais específico para ospaíses em causa.

Como é que a proteção de marcase o registo de patentes pode influ-enciar o desenvolvimento de umprocesso de internacionalizaçãode bens e serviços via exportação?A proteção destes direitos, marcase patentes é fundamental, pois amesma concede um exclusivo que,de outra forma, seria perdido.

Se a proteção não for pensada,desde o início, de forma global e in-tegrada, poderá não ser possível,mais tarde, a entrada em certosmercados, por nesse mesmo mer-cado o direito já estar protegidopor um concorrente, ou por se terperdido a exclusividade.

Daí ser fundamental, quando seprotege um direito desta natureza,ter o aconselhamento profissionalpara delinear uma estratégia deprotecção que permita acompa-nhar (e acima de tudo precaver) afutura “exportação” desse negócio.

Em média, quantos pedidos demarcas “deposita” Portugal porano no estrangeiro? Quais são osprincipais países alvo destes depó-sitos? É complicado saber quantas mar-cas são depositadas por entidadesnacionais no estrangeiro, isto por-que não existe um sistema central-izado de proteção internacional.

A via mais utilizada pelas empre-sas nacionais é a Marca Comunitá-ria (válida nos 27 Estados que com-põem a UE).

Em 2011 foram depositados porempresas portuguesas cercas de1007 pedidos de marca comunitá-ria. Em meados deste ano, o núme-ro situava-se em 516, pelo que seprevê um ano idêntico ao anterior.O ano em que estes depósitosforam mais elevados foi em 2007com 1262 novos pedidos de registo.

Relativamente às outras vias, erecorrendo à experiência do Cabi-net Dias Costa, temos vindo a notarum grande aumento de pedidos emAngola, Macau e Brasil, territóriosfora da UE, mas com ligações histó-ricas a Portugal.

No total, quantos direitos de Pro-priedade Industrial acompanha oCabinet JE Dias da Costa em todoo mundo?Desde a fundação, em 1929, que oCabinet Dias Costa presta serviços

na área da Propriedade Industrial.Ao longo destes 83 anos temos tidoa honra de representar as maioresempresas nacionais, bem comograndes multinacionais a atuar emPortugal.

Isto apesar de também represen-tarmos pequenas e médias empre-sas com portefólios de apenas dois

ou três direitos. Neste momento so-mos responsáveis por cerca de 100mil direitos de Propriedade Indus-trial, espalhados pelo mundo.

Em Portugal, como tem sido aevolução do pedido de marcas epatentes na última década?A nível de marca, os números têm-se mantido estáveis e num nívelmédio de utilização comparativocom outros países europeus.

A nível de patentes continuamosa ter um crescimento gradual, masainda muito abaixo dos valores mé-dios europeus.

Em termos de pedidos de prote-ção de sinais distintivos em 2011foram depositados 19 151, contra20 641 em 2010.

No que se refere a invenções pordepositados, em 2011, 722 pedidos,um aumento relativamente aos654 em 2010.

Se o registo é feito em Portugal...

tem validade apenas em Portu-gal?Um registo de marca depositado noINPI, I.P. é apenas válido em Portu-gal. Existe outra via para se prote-ger uma marca em Portugal, atra-vés de um registo de Marca Comu-nitária, que ficará válida em todosos estados que compõem a UniãoEuropeia.

Quanto custa um pedido de prote-ção? Como se situa este valor com-parativamente ao que é praticadoem Espanha e na Alemanha, nos-sos principais parceiros comerci-ais?Um pedido de registo de marca emPortugal custa 120 euros, se reali-zado online. Se for usada a via tra-dicional, em papel, custa 240 eu-ros. Na Alemanha, o custo com umpedido de registo de Marca rondaos 290 euros sendo que em Espa-nha ronda os 140.

Não há grandes as diferenças en-tre os três países, até porque ulti-mamente tem-se vindo a verificaruma tentativa de harmonizaçãodos preços entre os vários institu-tos nacionais da União Europeia.

Quais os timings de um processode registo de marcas e/ou paten-tes?Um processo de um pedido de re-gisto de marca em Portugal demo-ra cerca de três a quatro meses aestar concedido, isto se não severificarem incidentes processuaisou reclamações de terceiros.

Já nos processos de patentes, ostimings são mais longos, visto serum processo mais complexo, noentanto, em cerca de nove meses oprocesso poderá estar finalizado.De realçar que, nos últimos anos, oINPI, I.P. tem feito um esforço lou-vável na redução drástica dos ti-mings de resposta e de conclusãodos processos, mas ainda é neces-sário um outro esforço para havercada vez mais uma maior previsibi-lidade e qualidade das decisões.

O que deve fazer, do ponto devista legal, uma empresa que querlançar uma marca?Em primeiro lugar saber quais osmercados onde quer actuar e co-mercializar os seus produtos, istoé, ter um plano de expansão deli-neado à partida, sempre que tal forpossível. Este plano permite à em-presa ter uma noção mais realistados custos de protecção da marcanesses mercados.

Depois aconselhamos sempre arealizar uma busca prévia para sa-ber se a expressão/imagem escolhi-da já não estará a ser usada por ou-tras entidades. É extraordinário onúmero de vezes que apenas comuma busca simples se encontrammarcas muito semelhantes e mes-mo idênticas à marca que julgamosoriginal.

Passada esta fase, e com a marcadisponível, avançar com o pedidode registo de marca. Passados todosos prazos legais, que variam de paíspara país, e quando a marca estiverfinalmente concedida, e só nestaaltura, lançar a marca no mercado.

“A proteção de uma marca só se obtém com o seu registo”

Ana Sampaio, especialista em Propriedade Industrial

A especialista em Propriedade Industrial, Ana Sampaio, que preside ao Cabinet Dias Costa, explica, nesta entrevista, os custos e os prazos de um processo de registo de uma marca em Portugal e no estrangeiro e alerta para a importância de o fazer

OJE/VICTOR MACHADO

EDITADO POR ALMERINDA ROMEIRAENTREVISTA

Em todos os merca-dos, mas especialmentenos mercados maisagressivos a chave é aantecipação, ou seja, iniciar os mecanismos de proteção antes daexportação ter lugar

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O recém-criado Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa acaba de inaugurar a sua sede na Casa das Torres, em Felguei-ras. O novo organismo congrega todos os empresários dos 12 municípios que consti-tuem a NUT III do Tâmega, num total de 13 associações empresariais.

“Tudo o que nos une de Felgueiras a Resende e de Celorico de Basto a Caste-lo de Paiva é muito diferente”, destacou o presidente da Câmara de Felgueiras. No entanto, para Inácio Ribeiro, que já foi presidente da associação empresarial local, “com atitude e determinação será possível alcançar os objetivos”. Reconhecendo as atuais dificuldades que a economia enfren-ta, o autarca prometeu “colaboração, em-penho e disponibilidade totais no apoio” ao CETS.

O indigitado presidente da direção do CETS, Luís Miguel Ribeiro, recordou o longo processo que as associações empre-sariais trilharam até este momento, de-fendendo “a criação de sinergias e a par-tilha entre todos” como fundamental para enfrentar “a dimensão dos problemas de

hoje”. Reforçar a capacidade reivindicativa da região, antecipar a realidade que irá ser criada pelo próximo Quadro Comunitário de Apoio e uma maior partilha de saberes e experiências entre as associações da re-gião são alguns dos pontos fundamentais da atuação do CETS. Para o presidente da AE Amarante, a estratégia para este orga-nismo assenta na cooperação institucional, no respeito pelos pares e na promoção da

região. Luís Miguel Ribeiro defendeu ser possível, através da unidade, “ambicionar outro tipo de projeto para o desenvolvi-mento económico da região”.

A encerrar a cerimónia, o vice-presi-dente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa lembrou terem os au-tarcas da região ficado “muito satisfeitos com esta iniciativa excelente que há mui-to tardava”. Manuel Moreira considerou que os empresários e as empresas são “o

motor do desen volvimento”, apelando à resiliência de todos e desejando sorte ao CETS, porque, na sua opinião, a sorte

deste organismo “é a sorte de uma comu-nidade de 530 mil cidadãos que merecem ter qualidade de vida”.

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa reforça sinergias entre empresas

Venda de motociclos em quedaO mercado português de veículos de duas rodas e de quadriciclos novos re-gistou em novembro uma diminuição de 17,6%, tendo sido vendidas 964 unidades no referido mês. Em termos acumulados, nos primeiros 11 me-ses do ano foram comercializados 20 924 veículos de duas rodas e quadri-

ciclos novos, tendo-se verificado uma diminuição das vendas em todos os tipos de veículos. A variação homóloga global acumulada situou-se em menos 12,7%.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 14 DEZEMBRO 2012 19

O Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa congrega 13 associações empresariais.

Criação do CETS reforça capacidade reivindicativa da região.

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A última edição do Vinitech-Sifel, que decorreu há dias em Bordéus, revelou uma tendên-cia positiva. Frederic Espugne, diretor do salão, disse à “Vida Económica” que o consumo mundial de vinho regista um aumento de 3% a 4% no consumo de vinho, havendo dinamismo no investimento e aumento da qualidade do produto final.

Os profissionais da enologia estão cade vez mais atentos à matéria prima, ou seja, ao cul-tivo das vinhas, referiu Frederic Espugne.

Em França, a vindima mecânica já re-presenta 80% de toda a produção vitícola.

Para o diretor do Vinitech-Sifel, o balan-ço do salão é claramente favorável. “Antes da abertura da feira tínhamos algumas dú-vidas sobre os reflexos da atual conjuntura e a afluência dos visitantes. No final dos três dias verificamos que o setor está dinâmico com um bom desempenho” – referiu.

Havia receios quanto ao mercado es-panhol e português, mas manteve-se a afluência dos visitantes ibéricos. Frederic Espugne destaca também a presença de muitos visitantes asiáticos.

A produção de vinho está a crescer bastan-te na Ásia, nomeadamente, com a exporta-ção de vinho a granel que é engarrafado nos mercados de destino. Por isso, o interesse dos visitantes asiáticos incidiu bastante so-bre os equipamentos de engarrafamento e de embalamento dos produtos.

Este ano, o Vinitech agregou o Sifel, passando a incluir a vertente dos equipa-

mentos e serviços para as frutas e legu-mes. Ainda assim, a vinha e o vinho re-presentaram 90% da área de exposição e dos visitantes profissionais.

Os expositores estrangeiros e os visi-tantes estrangeiros já representam mais

de 20% do total, acentuando a vocação internacional do salão.

“Para além do material e dos novos equi-pamentos, o Vinitech-Sifel proporciona uma enorme variedade de conferências, de-bates, e visitas profissionais, concentrando em Bordéus os profissionais do setor. Entre os vários segmentos da atividade presentes no Vinitech, destacaram-se os equipamen-tos e serviços de adega e vinificação.

Pequenos produtores predominam

Em França existem cerca de 80 mil pro-dutores de vinho, com explorações onde o tamanho médio está entre os 5 e 10 hectares. Frederic Espugne considera que a dimensão mínima para haver explorações rentáveis ronda os 15 hectares. No entanto, em regi-ões como Champagne ou Pomeroy é possível obter rentabilidade com áreas inferiores.

Em França a viticultura está cada vez mais mecanizada. A vindima mecânica já repre-senta 80% de toda a produção. Com a evo-lução dos equipamentos, Frederic Espugne afirma ser possível obter níveis semelhan-tes de qualidade na vindima mecânica em comparação com a vindima manual.

Chineses compram quintas em França

Uma parte das melhores quintas de

vinhos franceses foi comprada por ins-titucionais, nomeadamente bancos e se-guradoras. No caso das seguradoras, a compra deste tipo de ativos permite re-duzir a exposição aos riscos dos títulos e beneficiar com a tendência de valorização das vinhas, além da rentabilidade que é proporcionada pela produção de vinhos.

“O setor dos vinhos é visto como um produto nobre integrando o segmento do luxo” – destaca Frederic Espugne. O vi-nho está ligado aos valores da cultura e tradição. “Pode-se contar tudo à volta de uma garrafa de vinho” – refere.

Depois da vaga de compras dos institu-cionais franceses, as quintas com marcas de vinhos despertam o interesse crescente de investidores asiáticos. Na região de Bor-déus, cerca de 20 das melhores quintas fo-ram compradas por chineses, com algumas das maiores transações a ocorrer este ano.

Para Frederic Espugne esta tendência vai continuar. As oportunidades também surgem com os problemas da sucessão nas famílias proprietárias.

Com o apoio da Promosalons Portugal, Vida Económica levou grupo de empresários ao Vinitech-Sifel

Conhecer as novas tendências na pro-dução vitícola e avaliar o potencial do

FREDERIC ESPUGNE, DIRETOR DO VINITECH, AFIRMA

Consumo mundial de vinho

Participantes no encontro representaram vários setores de atividade

Helder Teixeira (Vitimarante)

Maria do Carmo Martins (Centro Operativo e Tecnológico de Hortofruticultura)

João de Oliveira (Groupack)

Fernando Martins da Costa

João David Mota Silva (David Distribuição de Vinhos, Lda)

Christophe Ferreira de Sousa (David Distribuição de Vinhos, Lda)

Rui Manuel Monteiro Madeira Pinto (Terras de Felgueiras)

José Luis Marinho Martins (Terras de Felgueiras)

Joel Rui Carvalho da Costa (Associação Empresarial de Felgueiras)

Nuno Alexandre Martins Fonseca (Associação Empresarial de Felgueiras)

Paulo António da Cunha Rebelo (Assembleia Municipal)

José Inácio Cardoso Ribeiro (Câmara Municipal de Felgueiras)

Carmen Ferreira (Câmara Municipal de Felgueiras)

Alberto Bulhosa (Bulhosas (Irmãos), S.A.)

“Os profissionais da enologia estão cada vez mais atentos ao cultivo da vinha”, afirma Frederic Espugne, diretor do salão Vinitech.

Rótulo do “M” Late-Harvest vence prémio de designO produtor alentejano Henrique Uva/ Herdade da Mingorra continua a colecionar prémios. Desta vez, não foi um vinho a ganhar mais uma medalha, mas sim o design, assinado por Isabel Sousa Uva, do “M” Late-Harvest 2010, o primeiro produto da Linha MingorraGourmet, que venceu o vence 3.º Prémio “Imagem do Vinho 2012”.

VINITECH

20 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

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mercado francês foi o duplo objetivo da visita de um grupo de profissionais por-tugueses ao Vinitech-Sifel. A iniciativa da

Vida Económica contou com o apoio da Promosalons Portugal e do Consulado de Portugal em Bordéus.

O grupo de visitantes portugueses foi maioritariamente composto por empresá-rios da região de Felgueiras, integrando o presidente da autarquia e o presidente da Assembleia Municipal e vários elementos da direção da Associação Empresarial de Felgueiras.

No âmbito da visita, decorreu um de-bate no Consulado de Portugal em Bor-déus, tendo como tema a presença de pro-dutos portugueses no mercado francês.

O debate contou com a participação de empresários da comunidade portuguesa, importadores, quadros dos bancos e ci-dadãos luso-descendentes que integram autarquias e órgãos regionais em França.

O cônsul-geral em Bordéus ofereceu uma receção na sua residência onde os visitantes portugueses tiveram oportuni-dade de conhecer e dialogar com os pro-

fissionais da comunidade portuguesa. Para os participantes, o balanço da vi-

sita é altamente positivo, havendo condi-ções favoráveis ao aumento da exportação de produtos portugueses. O mercado da Aquitaine também é atrativo para a pres-tação de serviços por parte de empresasportuguesas, nomeadamente, na fileira daconstrução civil.

aumenta 3% a 4% por ano

Manuel Dias Vaz, presidente do Comité Francês de Homenagem a Aristides Sousa Mendes e membro do Conselho Económico, Social e Ambiental Regional/CESER (Aquitaine), com Victor Mariano, empresário da comunidade portuguesa.

José Ângelo, advogado de origem portuguesa, Carla Fonseca, representante do BES em Bordéus, e Isabel Vicent Pereira, vereadora da Câmara de Pessac.

Joel Costa, Rui Pinto e Nuno Fonseca integraram a delegação de Felgueiras.

Quinta do Portal lança o seu primeiro espumanteÉ o primeiro espumante produzido na Quinta do Portal, o que por si só carimba a qualidade do novo vinho. O Quinta do Portal Espumante Super Reserva Rosé Bruto 2008 marca a vontade do produtor em di-versificar e apresentar novos produtos ao mercado.

Quinta do Pôpa e Finkus Bripp preparam segunda edição de ‘Lolita & Milf’ A Quinta do Pôpa foi a eleita como parceira para a criação da primeira co-lecção de vinhos próprios da “Wine on the Rocks | The Finkus Collection”, plataforma online de “wine entertainment” e venda de vinhos do designer e consultor criativo especializado em conceitos inovadores de vinhos.

O cônsul-geral de Portugal em Bordéus considera que a região é atrativa para os produtos por-tugueses.

VINITECH

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 21

O grupo de visitantes portugueses foi maioritariamente composto por empresários da região de Felgueiras

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VINITECH

“Os exportadores portugue-ses têm em França a vanta-gem que é contarem com a presença de comunidades portuguesas por todo o ter-ritório, tal como acontece em Bordéus e em geral na área consular que me está atribuída. Por si, isso é já uma grande vantagem porque cria um mercado natural para os produtos portugueses.” – afirmou António Rocha, num debate organizado pela “Vida Económica” em Bordéus, em paralelo ao Vinitech-Sifel.

De acordo com o cônsul-geral de Por-tugal em Bordéus, para além da poten-cialidade da comunidade na região de Aquitânia, este espaço tem um potencial importante para uma variadíssima gama de produtos portugueses. “Esta zona é, de vários pontos de vista e até pelo es-tilo de vida, mais próxima de Espanha do que propriamente do norte de Fran-ça. Isso para nós também é interessante, porque esta proximidade com Espanha significa uma proximidade com Portu-gal. Não somos assim tão diferentes.

Por exemplo, quando falo de estilo de vida, lembro-me que ele é propício ao consumo de vinho verde, identificado com o verão e a praia e que aqui se cul-tiva muito.

Outra das apostas que julgo que devia de ser trabalhada neste mercado é o cal-çado. Resumindo: penso que podemos chegar mais longe e ajudar as empresas portuguesas a internacionalizarem-se através desta região” – referiu.

“Estão aqui pessoas do mundo em-presarial, que representam um conjunto significativo de empresas inseridos agora numa união de entendimentos a uma es-cala maior, que é o conselho empresarial que envolve mais de seis mil associados” – afirmou Inácio Ribeiro. O presidente da Câmara de Felgueiras referiu que a região é o principal produtor de kiwi e o segundo maior produtor de vinho verde.

“Desde que aqui cheguei que estou convencido de que o calçado também teria nesta região um bom mercado”- acrescentou. Inácio Ribeiro destacou a presença da Adega Cooperativa de Fel-gueiras que, segundo afirmou “tem uma dimensão considerável, um trabalho e um desempenho fantásticos”.

Para o autarca, a economia funciona como o sangue no corpo: ele alimenta--nos e motiva-nos e força-nos a com-plementar tudo o resto que precisamos. “Temos aqui boas condições para estrei-tar relações e contactos mais fortes, quer enquanto agentes económicos, quer en-quanto portugueses. Os tempos são de desafio” - disse.

Sobre o concelho a que preside, re-cordou que Felgueiras fica a 50 km do Porto, tem cerca de 60 mil habitantes. “Temos o maior achado arqueológico de toda a Península Ibérica e existem muitos motivos de interesse e de histó-ria para os visitantes - explicou”. Referiu ainda que Felgueiras viveu um período conturbado da sua história, tendo mu-dado em 2009 com uma aliança entre o PSD e o CDS.

Setor da construção aposta em França

Para Fernanda Alves, vereadora da Câ-

mara de Cenon, na região de Bordéus, é possível aumentar a presença de pro-dutos portugueses no mercado francês. A autarquia, em conjunto com a Asso-ciação Alegria Portuguesa da Gironde, organiza uma feira anual que já conta com mais de 15 mil visitantes e onde são expostos uma cada vez maior variedade de produtos portugueses. A construção civil também está muito presenta na fei-ra. Por exemplo, houve um jovem por-

tuguês que me ligou três semanas antes da feira a dizer-me que queria apresen-tar a sua empresa. Faz tudo o que é ja-nelas, portas e caixilharia. No final da feira disse-me que já tinha conseguido trabalho para dois anos na sua empresa em Portugal. Já não estava na iminên-cia de encerrar a sua atividade. “Estes exemplos dão-nos força para continuar” – referiu.

Calçado representa 650 milhões de euros

Nuno Fonseca, presidente da Associa-

ção Empresarial de Felgueiras, represen-ta cerca de mil associados em vários seto-res. “Temos uma grande predominância na área do comércio, temos aumentado sobretudo na área da indústria. Felguei-ras é conhecida pelo calçado. Cerca de 50% do que é feito em Portugal ao nível do calçado é fabricado em Felgueiras, o que representa 650 milhões de euros de faturação, e pesa já bastante na balança comercial” - disse.

Além disto, a Associação Comercial de Felgueiras associou-se a outras associações vizinhas, e acaba de constituir o Conselho Empresarial de Tâmega e Sousa, para ir de encontro aos objetivos das comuni-dades intermunicipais na região, em que estão presentes Amarante, Baião, Celori-co, Felgueiras, Resende, Cinfães, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Castelo de Pai-va, Lousada e Marco de Canaveses.

Apesar de ser uma zona que tem sido bastante afetada pela crise, até há pouco tempo Felgueiras era o único concelho do país onde o desemprego não aumen-tava. A região tem cinco setores-chave: o calçado, a pedra, a metalomecânica pesa-da na zona de Amarante, o vinho verde e também as madeiras e o mobiliário.

Vítor Mariano (ETS Mariano) foi um dos participantes no debate que decor-reu no Consulado de Portugal em Bor-déus. A sua empresa já compra anual-mente 15 milhões de euros de produtos portugueses na área alimentar que são colocados em França.

“Na importação e distribuição de pro-dutos portugueses há aqueles que já têm algum sucesso e há outros que ainda têm trabalho para fazer. O trabalho tem de ser bem feito desde o início” – afirmou. Se-gundo referiu, é necessário estudar o mer-cado, ter vontade e respeitá-lo cumprindo as regras estabelecidas “Todos nós gosta-mos de ser aquilo que somos, contando com essa vantagem quando trabalhamos com os nossos produtos”- acrescentou.

Segundo referiu, não podemos esperar que os outros façam o nosso trabalho. Ouvem-se por vezes críticas ao Aicep, mas não podemos querer que outras pessoas façam aquilo que nos compete. “Se realmente há uma semente a espa-

ANTÓNIO ROCHA, CÔNSUL-GERAL DE PORTUGAL EM BORDÉUS, CONSIDERA

Região de Bordéus é um natural para os produtos

O debate promovido pela “Vida Económica” no Consulado de Portugal em Bordéus identificou oportunidades e áreas de cooperação entre os exportadores e a comunidade portuguesa.

22 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Abordagem cuidadosa ao mercado

Para Carlos Oliveira, diretor do Banco BPI na região de Bordéus, as empresas portuguesas têm que fazer uma abordagem cuidadosa ao mercado francês. “Há duas formas de entrar no mercado: com o pé direito, ou seja, fazê-lo de uma forma jurídica correta, ou com o pé esquerdo que é escolher mal as pessoas que nos vão representar ou através de uma concorrência desleal” - afirmou. No setor da construção as empresas portuguesas são consideradas

uma ameaça às empresas instaladas porque praticam preços bastante inferiores e também têm menos custos porque o peso dos encargos sociais é mais elevado em França. “Temos de entrar para vender o nosso produto e também respeitar as pessoas” – referiu.Em sua opinião, o mercado francês tem potencial. Os jovens cada vez mais têm orgulho no que é português e preocupam-se em consumir o que é português.

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lhar, há que fazê-lo num bom terreno. Somos as bandeiras do nosso país” - re-feriu.

“As nossas comunidades são um fa-tor determinante não só de consumo, mas também de imagem e de promoção do que é o nosso país” – disse Manuel Dias Vaz, membro do CESER/Aquitaine membro do Conselho Económico, Social e Ambiental Regional Aquitaine. “Tem de haver uma estratégia no que pode ser hoje, aqui e noutras regiões, o papel da comunidade. Mas isso tem de ser cons-truído” – acrescentou Manuel Dias Vaz, que também preside o Comité de Home-nagem a Aristides de Sousa Mendes .

Proximidade com comunidade empreendedora franco- -portuguesa

“A visita a Bordéus potencia a relação

de proximidade com a comunidade em-preendedora franco-portuguesa” – referiu Alberto Bulhosa. O objetivo da ida ao Vinitech foi o contacto e a possibilidade de cooperação com outras empresas. A Bulhosa, SA é uma empresa do setor grá-fico, produtora de etiquetas e rótulos au-tocolantes que são utilizados nos vinhos e outros produtos alimentares. O mercado francês é uma das apostas da empresa que já exporta os seus produtos há 40 anos e tem 77 anos de atividade.

Emigração foi exemplo de sucesso

“O povo português não faz a mínima

noção das dificuldades e da vontade de vencer que os emigrantes têm” – disse Paulo Rebelo, presidente da Assembleia Municipal de Felgueiras.

“Este orgulho deriva da vontade e do querer que nós, portugueses temos quando lá chegamos. Porque quando chegamos a qualquer país do mundo somos os melhores. Porque somos os melhores nos países dos outros e não o somos no nosso? Será uma questão de liderança?” – questionou.

Para Paulo Rebelo, a iniciativa priva-da tem que dinamizar o crescimento. O

consulado funciona para os emigrantes como o presidente da Câmara funcionapara a comunidade local. É pessoa queestá mais próxima da comunidade, que conhece as dificuldades, é a pessoa que lida com os vereadores portugueses ins-talados nas câmaras.

“Penso que os poderes públicos têm que ajudar a iniciativa privada e os em-presários” - concluiu.

Carlos Oliveira, representante do Banco BPI em Bordéus, Fernanda Alves, vereadora na Câmara de Cenon, e Inácio Ribeiro, presidente da Câmara de Felgueiras.

A comunidade portuguesa em França representa um potencial de aumento das exportações e crescimento do turismo português.

Nuno Fonseca (AEF), José Martins (Terras de Felgueiras), Fernando Costa e o cônsul-geral em Bordéus, António Rocha.

mercado portugueses

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A Associação Empresarial de Fel-gueiras reuniu várias centenas de empresários felgueirenses na quin-ta edição da Gala do Empresário.

O evento contou com a presen-ça de várias individualidades do panorama associativo nacional, numa iniciativa anual em que se pretende reconhecer o contributo de todos aqueles que, ao longo da vida, trabalharam para o desenvol-vimento económico do concelho.

À semelhança das edições anterio-res, a AEF voltou a distinguir alguns associados com o prémio Rubeans, símbolo da força e do desenvolvi-mento, reconhecendo o contributo de todos aqueles que todos os dias trabalham para o desenvolvimento da associação e do concelho.

Na Gala deste ano foram dis-tinguidas com o Rubeans a em-presa de calçado Joia Calçados, S.A., José Lopes Ribeiro de Ma-galhães (Frilixa, Auto Serrinha, Lovale…), a colaboradora da AEF - Maria Glória Oliveira Lo-pes e a Direção da AEF de 1990 a 2008 (João Carvalho, Alberto Machado, Fernando Fonseca e

Alberto Moreira).Para o presidente da direcção

da AEF, Nuno Fonseca, a capa-cidade de união de esforços tem permitido à associação disponi-bilizar um conjunto de valên-cias, formações e competências, contribuindo para um melhor desempenho dos empresários felgueirenses. Sublinhou a im-portância da união para ajudar a ultrapassar as dificuldades do momento, não se esquecendo do exemplo de Carlos Diogo pela capacidade de superação e coragem, ao apresentar a Gala alguns meses depois de um grave problema de saúde. O presidente da AEF salientou ainda a união

de esforços das associações da região, traduzidos na criação do Conselho Empresarial do Tame-ga e Sousa – CETS que terá a sua sede em Felgueiras.

O presidente da Câmara de Fel-gueiras, Inácio Ribeiro, destacou a importância do evento sublinhan-do que a gala constitui o reconhe-cimento da competência, da dedi-cação, da excelência, da unidade, da simplicidade e do trabalho dos empresários de Felgueiras.

Na edição deste ano a Asso-ciação Empresarial de Felgueiras entregou a 25 certificados do Programa de Formação/ação QI

PME NORTE, desenvolvidos ao longo do ano e promovido pela AIMINHO.

A V Gala do Empresário as-sumiu-se como um encontro de reconhecimento por toda a de-dicação com que os empresários se entregam, ao longo do ano, na gestão das suas empresas, contri-buindo para a afirmação econó-mica do concelho de Felgueiras.

Para além dos associados, a gala contou com a presença de várias personalidades, autoridades pú-blicas locais, regionais e nacionais e organismos com quem a AEF tem parcerias.

Travelport firma acordo com Grupa TravelA Travelport anunciou a assinatura de um novo acordo com o Grupa Travel, que permite que a Travel Management Company (TCM) utilize a mais recente tecnologia da Travelport, inclusive a aplicação Travelport SmartPoint. A empresa polaca atua no merca-do desde 2001 e é especializada na gestão de viagens corporativas.

EM FOCO

24 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Associação Empresarial de Felgueiras homenageia gestores

A AEF voltou a distinguir alguns associados com o prémio Rubeans.

Inácio Ribeiro entrega a Fernando Lima (Joia Calçados, SA) prémio Rubeans.António Marques e o empresário José Lopes Ribeiro de Magalhães (Frilixa, Auto Serrinha, Lovale).

António Marques, da AIMINHO, Vieira Lopes, da CCP, Inácio Ribeiro, da CM Felgueiras, Luís Monteiro, diretor executivo da CIM-TS.

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“A inovação e a aposta na exportação são duas vertentes que suportam o crescimento sustentado da Carnes Primor “– afirma Pedro Pinto, presidente da empresa. O grupo sediado em Famalicão já ultrapassa os 170 milhões de euros em volume de negócios, exportando 50 milhões de euros. Os produtos são exportados para 28 países, incluindo a China. As várias unidades do grupo empregam 900 pessoas.“Conseguimos fazer um produto de forma bastante competitiva e muito adaptado ao que os clientes necessitam” – refere Pedro Pinto, em entrevista à “Vida Económica”. JOÃO LUIS DE [email protected]

Vida Económica - Quais são as vertentes da atividade da Primor?

Pedro Pinto - O grupo tem 51 anos e ao longo deste tempo fo-mos evoluindo. Inicialmente esta-va tudo concentrado numa única empresa. A Primor tinha as três valências: matadouro, carnes fres-cas e congeladas e a transforma-ção das carnes. Na devida altura, entendemos separar as atividades porque são áreas que se ligam mas que têm especificidades diferen-tes. Isso permitiu-nos ser mais eficientes, mais profissionais em cada uma dessas áreas, e permitiu--nos também crescer. Crescemos com essas três unidades com ca-racteristicas de venda diferentes, mercados diferentes e mesmo com produtos finais que também são diferentes. Mas quando esta empresa nasceu estava muito des-locada da produção de animais que se fazia no Alentejo.

A partir daí, nos nossos planos estratégicos sempre considerámos a componente da matéria-prima. Primeiro por necessidade de dis-tância e de preço e depois como sendo algo muito interessante para a sustentabilidade do gru-po. Então ocupámos a fileira do porco, numa proporção que vai sendo corrigida de ano a ano, em função das mudanças e das estra-tégias a que o mercado nos obriga.

Fomos sentindo outras necessi-

dades, o mundo não está parado. Temos que acompanhar as evolu-ções. Rapidamente entendemos que tinhamos que exportar, criar outros mercados.

VE - A atividade exportadora

contraria a tendência do nosso mercado, muito aberto à impor-tação de produtos alimentares?

PP - Começámos rapidamen-te a ver que os nossos colegas que nos vendiam carne para trans-formação e que tinham outros mercados conseguiam ser mais competitivos na medida em que o mercado alargado dá outras oportunidades. Por vezes, éramos confrontados com preços muito elevados em determinadas peças e preços muito baixos noutras. Quando há diversidade de mer-cados valorizam mais umas peças e desvalorizam-se outras. Se con-seguirmos ter os mercados todos que valorizem cada peça per si, obtemos um melhor rendimento económico da nossa produção.

Com esse objetivo avançámos na exportação. Como Portugal não é reconhecido na produção de animais, tivemos algumas di-ficuldades. Então procurámos encaixar-nos dentro daquilo que entendemos ser o correto, abor-dando o mercado internacional com a questão de vender a quem e o quê.

Como também temos expe-riência industrial, rapidamente entendemos que deveríamos op-tar por aquilo que sabemos fazer bem: nós podemos preparar a car-ne para os fins industriais de cada casa e de cada país. Efetivamente, foi a partir daí que conseguimos fazer o produto certo para o clien-te certo.

Neste momento, a ICM, que vende carne fresca e congelada para toda a Europa e congela-

da para os restantes continentes, conseguiu rentabilizar um produ-to no mercado correto. Expandi-mos para 28 países, onde temos uma diversidade de soluções e de preços diferentes. Começámos também a concluir que exportar é algo que já está muito saturado.

É facil exportar para determi-nados países que já têm essas ca-racteristicas ou empresas que têm essas caracteristicas e já fizeram o trabalho de casa de criar a credi-bilidade, a eficiência, e fazer com que os produtos cheguem em óp-timas condições a qualquer sítio. Mas também já existem muitas empresas a nível mundial a fazer isso, ou seja, também temos uma alta concorrência. Começámos então a entender que tínhamos de dar outro passo.

O outro passo é a verdadeira internacionalização. É fazer algo que ainda é interessante em deter-minados países. É o que estamos a fazer em Angola e outros projetos que também estamos a desenvol-ver para o Brasil e Rússia.

Esses projetos têm a ver com lacunas que os países têm e que estão carentes de algumas situa-ções que nós, tendo “know-how” conseguimos colmatar, portanto ocupar espaços que não estão pre-enchidos ou que estão mal-preen-chidos e onde nós ainda temos al-guma mais valia. Não faz sentido

nenhum nós portugueses irmos para o Brasil criar uma indústria de carnes ou uma produção de su-ínos, quando eles são os maiores produtores do mundo.

Aproveitámos apenas o espaço que está disponivel e que somos capazes de o fazer. A Rússia é rigo-rosamente a mesma situação. Só que efectivamente a Rússia não exporta. A Rússia é um grande importador. Dentro dessas ca-racteristicas procurámos o nosso espaço e encontrámos já de ime-diato algum espaço, que é a dis-tribuição dos nossos produtos, o reconhecimento e a distribuição local dos nossos produtos, que é algo complexo de fazer a partir de Portugal.

VE - Angola também é um

mercado interessante?PP - Em Angola, o projeto é

diferente. Angola é um país com grande consumo de produtos à base de suíno, só que todo o pro-duto que lá aparece é importado de Portugal, especialmente na parte de transformação. O que acontece é que os produtos pa-gam impostos e chegam lá muito caros. O mercado vai aceitando e vai tendo potencial de comprar porque o poder económico e o mercado que consome esse tipo de produtos não olha muito aos preços. Só que Angola está a mudar e a racionalizar mais essa área, ou seja, a classe média co-meça a ter um peso muito im-portante e a classe média é que será a grande consumidora do futuro. Sendo Angola um país com o máximo de oportunida-des na produção de cereais, sen-do um país com características excecionais para fazer qualquer tipo de animal e sendo um país carente de tudo isso, temos que pensar que o que estamos a fa-

zer que é exportação começaa ter os dias contados. Não fazsentido que outros países commuito menos potencial estejama fornecer, o que significa que onosso projeto em Angola deveser igual ao que criámos aqui nosanos 80, que vai ser do prado aoprato.

VE - Que fatores explicam a

expansão da Primor ao contrá-rio do que acontece com umagrande parte das marcas por-tuguesas de produtos alimen-tares que foi desaparecendodo mercado?

PP - A nossa forma de estarna vida profissional e até parti-cular é sofrermos muito com osucesso. O sucesso é algo que seconseguiu, de uma forma fácilou difícil, e quando se conseguea tendência é desleixar. Enten-demos o sucesso como a maiorresponsabilidade que nós temos.Quando sentimos o sucesso, so-fremos com ele. A maior parte daspessoas e das empresas facilitam. Eo facilitar quer se dizer que não seestá assumir a responsabilidade e avalorizar o que se conseguiu.

VE - O facto de ser uma em-

presa familiar não diminui ograu de exigência?

PP - Pelo contrário, porque,quando há regras deste genéro eoutras, a forma de estar, a humil-dade, aumenta a responsabilidadepor tudo quanto está criado. Estaempresa foi criada pelos meuspais, há portanto aqui uma res-ponsabilidade da minha geração eda próxima. O que está construí-do é para fazer mais e melhor, nãoé para destruir.

Quando existe esta responsa-bilidade e quando este sentido eesta responsabilidade não são im-postos mas já fazem parte de umacultura de família ou de empre-sários, isto faz-se naturalmente eassim só podemos continuar a terdesenvolvimento, mais atenção econtinuarmos sempre insatisfei-tos. E quando estamos sempreinsatisfeitos, às vezes, o sucessoaparece.

VE - Mas há empresas fami-

liares que vivem do sucesso dopassado?

PP - É uma má formação fami-liar e uma má formação das em-presas. Uma empresa não tem queter os seus sucessores porque sãofilhos ou afilhados. Os sucessoresdas empresas são as pessoas quetêm a responsabilidade e a capaci-dade para continuar a desenvolverum projeto acompanhando todaa evolução do mundo. Com a aju-da da geração anterior e a dinâmi-ca dos novos conseguem-se fazercoisas muito boas e muito segu-ras. O entusiasmo dos jovens e otravão da geração anterior fazemum bom equilíbrio.

GRUPO TEM UNIDADES DE PRODUÇÃO EM ESPANHA E ANGOLA

Carnes Primor com 50 milhões de euros de exportações

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 25

“A nossa forma de estar na vida profissional e até particular é sofrermos muito com o sucesso”, afirma Pedro Pinto.

“Uma empresa não tem que ter os seus sucessores porque são filhos ou afilhados”

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LIVRO “DIVIDENDOS E RECOMPRA DE AÇÕES” APRESENTADO NO ISEG

Tributação dos dividendos não é racional

Jorge Farinha, João Duque, Miguel Soro e Ricardo Salgado durante a apresentação do livro.

“A recompra de ações é uma política muito utilizada pelas empresas norte--americanas para dar maior retribuição aos acionistas” – afirmou Ricardo Sal-gado na apresentação do livro “Dividen-dos e Recompra de Ações”. O livro de Jorge Farinha e Miguel Soro, editado pela Vida Económica, teve a sessão de lançamento em Lisboa, no ISEG.

Para o presidente do Banco Espírito Santo e autor do prefácio do livro, o tema dos dividendos tem grande pro-

fundidade e oportunidade. Segundo re-feriu, os valores dos títulos cotados são baixos com a penalização que resulta do risco soberano nos países da Europa do Sul.

No caso concreto do BES, e apesar da recuperação das últimas semanas, a co-tação representa cerca de 0,45 do valor contabilístico quando anteriormente a cotação se situava em 1,5.

“O mercado está enviesado, mas a situação acabará por se normalizar” –

FEP abre concurso de ideias para economizarAté 18 de janeiro de 2013, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) tem abertas candidaturas para a 5ª edição do concurso ”Gestão de Ideias para Eco-nomizar”, uma iniciativa para estudantes do 11º e 12º ano com interesse nas áreas de Economia e Gestão.

ÓCIO E NEGÓCIOS

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disse Ricardo Salgado. A nível global, o mercado bolsista está muito concen-trado, com os “hedge funds” a movi-mentarem grandes volumes de transação jogando com margens muito pequenas.

Na perspetiva do presidente do BES, o short selling funciona de forma algo descontrolada. Os mercados funcionam com total liberdade e sem transparência. No caso dos “black pools” ninguém sabe quem vende nem quem compra.

“A normalidade deverá prevalecer para que o sistema capitalista corrija os er-ros em que caiu” – disse o presidente do BES. Com a sofisticação existente, o investidor particular fica desprotegi-do. “A defesa pode estar em livros como este” – referiu Ricardo Salgado. Em seu entender, a obra é oportuna e merece ser traduzida para inglês. Hoje na Internet tudo se oferece, tudo se vende. “O livro deve fazer parte da bibliografia das me-lhores escolas” – acrescentou.

Dividendos são conversão em liquidez

“A tributação de dividendos faz pou-

co sentido” – referiu Jorge Farinha. De acordo com o estudo efetuado pelos au-tores do livro, o mercado corrige sempre o valor do dividendo distribuído, não havendo um rendimento para o acionis-ta. Na prática, o fisco tributa uma con-

versão em liquidez. A tributação, que já não é justa quan-

do a cotação das ações se encontra es-tável, torna-se especialmente gravosa quando a cotação desce. O acionista perde uma parte do valor da sua aplica-ção e é tributado como se tivesse obtido um rendimento adicional.

Empresas europeias são mais generosas

Da comparação efetuada pelos auto-res do livro resulta que as empresas eu-ropeias são as que reservam uma maior fatia de resultados para distribuir sob a forma de dividendos. Segundo explicou Miguel Soro, a política de dividendos depende dos setores. No caso das “uti-lities”, o “payout” ultrapassa os 50%. Já as empresas tecnológicas não vão além de uma média de 11%.

As empresas portuguesas estão bas-tante abaixo da média europeia na parte dos resultados que reservam para os dividendos. Enquanto a mé-dia europeia é de 37% em todos os setores, em Portugal é de 25%, valor que também está abaixo da média es-panhola.

Para João Duque, presidente do ISEG, o tema do livro é interessantíssimo. “É um capital acumulado de conhecimento e investigação” – referiu.

As empresas europeias são as que reservam uma maior fatia de resultados para distribuir sob a forma de dividendos

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O “Banca e Empresas – Par-ceiros” foi apresentado em Lisboa e Porto. Editado pelo grupo Vida Económica, o li-vro resulta da experiência de 47 anos de António Guimarães Pimenta na banca e aborda a realidade atual e os paradigmas com que se deparam clientes e banca, tendo em consideração exemplos práticos.

A apresentação da obra le-vou muitos interessados à sede do Montepio (Lisboa, dia 5 de dezembro) e à Casa da Música (Porto, 6 de dezembro), locais onde o presidente da institui-ção mutualista, que assina o prefácio esteve presente. “A abordagem do crédito na ótica do clientes e na ótica bancá-ria com objetivos pedagógicos onde se tenta sensibilizar para a importância de poupar e nos prepararmos para os momen-tos mais difíceis não foram menosprezados. A importância

de refletir e de aprender com experiências alheias nacionais ou estrangeiras prepara o leitor para evitar facilitismos”, refere António Tomás Correia, presi-

dente do Montepio, no prefá-cio.

Entendimento bancário/empresa

A nota de apresentação é da responsabilidade de José Antó-nio Barros, presidente da AEP. “O livro de António Pimenta vem recolocar na agenda um tema particularmente impor-

tante: as relações entre a banca e as empresas, ou melhor, as re-lações entre gerentes e gestores bancários e os pequenos e mé-dios empresários”, defende o dirigente associativo.

Mas os elogios ao “Banca e empresas – Parceiros” chegam de vários quadrantes. “Com uma vasta experiência profis-sional, António Pimenta parti-lha a sua reflexão sobre as atuais dificuldades de relacionamento da banca com as pequenas em-presas. Construído com conhe-cimento, isenção e rigor, é, sem dúvida, um importante contri-buto para um melhor enten-dimento entre as duas partes”, afirma o presidente do conse-lho diretivo do IAPMEI, Luís Filipe Costa.

António Godinho, adminis-trador da Sartorial e do grupo Onebiz, é outra das vozes do coro de elogios ao livro de Antó-nio Guimarães Pimenta. “É um livro de imprescindível leitura, não só para os gestores bancá-rios, mas também para todos os clientes que têm no banco um parceiro, contribuindo para um melhor entendimento deste ser-viço tão essencial numa saudável economia de mercado”, referiu.

Em declarações à “Vida Eco-nómica”, o autor referiu que “o tema do livro aborda as microempresas e PME”, que constituem 98% do tecido empresarial português e me-tade do negócio bancário em Portugal. “Estas são empresas pequenas, mas que são as que criam emprego e têm de dia-

logar com o banco. É possível e necessário dialogar com o banco, mas porque não se faz isso? A minha mensagem com este livro é incentivar bancos e empresários a promoverem esse diálogo. Quando quero apoiar um cliente, tenho primeiro de perceber o negócio, quem é o empresário e o que ele precisa.

Se eu perceber isso, posso dese-nhar-lhe uma solução a aconse-lhar”, referiu António Guima-rães Pimenta, numa entrevista que publicámos na edição an-terior. De notar que a obra está disponível nos vários canais de distribuição, entre os quais a loja online do grupo editorial Vida Económica (http://evida--store.com/).

LIVRO EDITADO PELO GRUPO VIDA ECONÓMICA APRESENTADO EM LISBOA E PORTO

“Banca e Empresas – Parceiros” promove relação de cooperação

Em Lisboa, o lançamento do livro decorreu no auditório na sede do Monte-pio.

A sessão de lançamento no Porto reuniu cerca de três centenas de convidados na Casa da Música.

ÓCIO E NEGÓCIOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 27

António Tomás Correia (Montepio) “A importância de refletir e de aprender com experiências alheias nacionais ou estrangeiras prepara o leitor para evitar facilitismos”

Luís Filipe Costa, (IAPMEI) “Construído com conhecimento, isenção e rigor, é, sem dúvida, um importante contributo para um melhor entendimento entre as duas partes”

António Godinho, (Sartorial e Onebiz) “É um livro de imprescindível leitura, não só para os gestores bancários, mas também para todos os clientes que têm no banco um parceiro, contribuindo para um melhor entendimento deste serviço”

José António Barros, presidente AEP “Vem recolocar na agenda um tema particularmente importante: as relações entre a banca e as empresas, ou melhor, as relações entre gerentes e gestores bancários e os pequenos e médios empresários”

António Tomás Correia, ladeado por António Pimenta, António Godinho e João Luís de Sousa.

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A edição de 2013 do livro “Harvard Tren-ds”, de Pedro Barbosa, já está nos circuitos comerciais. Editado pelo grupo editorial Vida Económica, o livro chega com o objetivo de manter o sucesso da edição anterior.

Na semana do lançamento atingiu o pri-meiro lugar absoluto no ranking dos livros mais vendidos no El Corte Inglés. Em 2011, a obra que Pedro Barbosa lançou com o mesmo nome tornou-se no segundo livro mais vendi-

do em Portugal na área da gestão/marketing. Sem repetir uma única frase do livro anterior, a edição de 2013 contém informações atuais sobre as tendências nas redes sociais, como o Facebook, Twitter e Linkedin. O autor desta-ca ainda temas como a “Comunicação Digi-tal”, as “Táticas de Pricing”, a demografia do “Coolness” o “Remarketing” e a “Reverse In-novation”. Tal como na edição anterior, nesta obra Pedro Barbosa volta a prescindir dos di-

reitos de autor, podendo o livro ser livremente copiado ou citado, em parte ou na totalidade.

As apresentações oficiais do “Harvard Trends – 45 Tendências de Gestão” tiveram lugar no El Corte Inglés Lisboa e no El Cor-te Inglés Porto, respetivamente nos dias 5 e 6 de dezembro. Entretanto, ontem (dia 13), o IPAM – The Marketing School (onde o autor é docente) debateu, em conferência, as

tendências de gestão e marketing para 2013, tendo Pedro Barbosa, ainda no âmbito do lançamento do livro, descortinado os prin-cipais desafios que o marketing enfrenta no futuro e as respostas que devem ser dadas.

Terceira obra do autor

“Harvard Trends” é a terceira obra de Pedro Barbosa, autor português que se tem destaca-do na deteção de tendências globais, sobretu-do ao nível da gestão e dos comportamentos. Licenciado em Engenharia Industrial pela Universidade do Minho, Pedro Barbosa tem um MBA da Porto Business School e um curso de neurociências do Massachusetts Ins-

titute of Technology. Desenvolveu carreira na Sonae Indústria, Sonae Sierra e Grupo BNP Paribas e, atualmente, é o diretor de marke-ting do El Corte Inglés de Vila Nova de Gaia. Ao mesmo tempo, dá aulas de marketing no IPAM e na Porto Business School. A obra está disponível nos vários canais de distribuição, entre os quais a loja online do grupo editorial Vida Económica (http://evida-store.com/).

Novo “Harvard Trends” atinge primeiro lugar do ranking de vendas

28 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Promotores: Apoios

A Inovação na Sonae: Todos a Inovar

Convidado:Norberto Amaral

Gestor de InovaçãoSonae

Instituto Superior da Maia17 dezembro, 18h30Entrada gratuita

ÓCIO E NEGÓCIOS

Pedro Barbosa, autor do Harvard Trends, com António Costa, Miguel Sousa e João Luís Sousa.O livro foi apresentado no El Corte Inglés em Lisboa e Porto.

José Loureiro e António Costa.

Javier Estéban foi um dos participantes na sessão de lançamento.

Cristina Avides Moreira.

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A empresa “S” é detentora de hotel. Este ano apresentou um novo produto, denominado “all inclusive”, onde os clientes têm direito ao alojamento e pensão completa (comida à descrição). A questão prende-se em saber qual a taxa de IVA a aplicar nesta faturação, assim como se deverá discriminar na fatura a parte correspondente ao alojamento e a parte correspondente da alimentação, ou é suficiente um descritivo tipo “accommodation”? Neste momento o que está a ser feito é aplicar uma percentagem de afetação ao alojamento (70% da fatura) e outra à alimentação (30% da fatura), com base em dados históricos da empresa. Aquando da fatura ao cliente, o descritivo que surge é “accommodation”, sendo depois efetuado num quadro resumo o detalhe do IVA liquidado na fatura.

Resposta do Assessor Fiscal:1. O conceito de “all-inclusive” aplica-se ao sistema de hospedagem em que, regra geral, todas as refeições, bebidas, lanches (e certas atividades) já estão incluídos no preço. Neste caso, já estão incluídos no preço o direito ao alojamento e a pensão completa (comida à descrição).2. As faturas devem conter a quantidade e a denominação usual dos serviços prestados [alínea b)], com a especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável bem como os demais elementos referidos no n.º 5 do artigo 36.º do CIVA, designadamente o preço [alínea c)] e a respetiva taxa aplicável [alínea d)]. No caso de a operação ou operações às quais se reporta a fatura compreenderem bens ou serviços sujeitos a taxas

diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) do referido normativo devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável.3. Não é aceitável que o preço seja indicado em percentagem, quando a lei manda especificar o preço referente a cada elemento da prestação de serviço (alojamento, refeições etc.).4. Caso os elementos incorporados na fatura sejam nela descritos de forma global (por exemplo “accommodation”), compreendendo nela bens e serviços tributados a taxas diferentes (alojamento, alimentação e bebidas, etc.), a tributação far-se-á globalmente à maior das taxas aplicáveis.5. De notar que a taxa reduzida prevista na Verba 2.17 da

Lista I para “alojamento em estabelecimento do tipo hoteleiro”, aplica-se exclusivamente ao preço do alojamento, incluindo o pequeno-almoço. A modalidade “all inclusive” não se insere na referida verba.6. Sendo assim, a taxa aplicável ao preço global do serviço prestado (all inclusive) deverá ser o correspondente à taxa normal.7. Se a fatura for apresentada de forma descriminada especificando a denominação usual dos serviços prestados, a cada um deve corresponder um preço e a respetiva taxa. Em caso de dúvida sugiro que formule um pedido de «informação vinculativa» ao Director-Geral dos Impostos, nos termos dos artigos 59.º, n.º 1, alínea e) e artigo 68.º da Lei Geral Tributária.

A Comissão Europeia apresentou um pla-no de ação no sentido de uma maior eficá-cia na luta contra a fraude e a evasão fiscais. O plano prevê um conjunto abrangente de medidas, destinadas a ajudar os Estados--Membros a protegerem as suas matérias coletáveis e a recuperarem milhares de mi-lhões de euros que lhes são legitimamente devidos. A primeira iniciativa imediata respeita a duas recomendações para encora-jar os países a tomarem medidas rápidas e coordenadas para fazerem face a problemas específicos e urgentes. Todos os anos é per-dido cerca de um bilião de euros devido à fraude e à evasão fiscais.

A primeira recomendação prevê uma po-

sição firme em relação aos paraísos fiscais, que vai além das medidas internacionais em vigor. Através de critérios comuns, os Esta-dos-Membros são encorajados a identificar os paraísos fiscais e a incluí-los em listas negras. São também estabelecidas medidas específicas para convencer esses países não pertencentes à União Europeia a aplicarem as normas comunitárias em matéria de go-vernação.

A segunda recomendação respeita ao pla-neamento fiscal agressivo. São propostas vá-rias formas de responder às especificidades e às lacunas jurídicas que são exploradas por algumas empresas para evitar pagar a sua justa contribuição. Neste caso, os países são

incentivados a reforçar as suas convenções em matéria de dupla tributação, a fim de evitar que as mesmas resultem numa au-sência total de tributação. Deveriam ainda adotar, em matéria de antiabuso, uma regra geral comum, que permita ignorar qualquer montagem artificial desenvolvida para efei-tos de evasão fiscal e tributar os rendimen-tos em causa com base na substância econó-mica. De entre as iniciativas previstas neste plano de ação, de referir um código do con-tribuinte, um número de identificação fiscal da UE, a revisão das disposições antiabuso nas principais diretivas da UE e diretrizes comuns em matéria de rastreabilidade dos fluxos financeiros. E os Estados-membros são também convidados a relançar os traba-lhos sobre o código de conduta no domínio da fiscalidade das empresas. Caso tal não seja adotado, então Bruxelas está na dispo-sição de avançar com propostas de medidas legislativas.

Entretanto, a fim de assegurar o desen-volvimento do plano de ação apresentado, a Comissão vai criar novas ferramentas de acompanhamento e painéis de avaliação destinados a manter a dinâmica da luta con-tra a fraude e a evasão fiscais. Uma nova pla-taforma para a boa governação fiscal acom-panhará a aplicação destas recomendações pelos Estados-Membros e elaborará um relatório sobre a matéria. Para além da ação ao nível da UE, a Comissão deixa ainda claro que é necessário os Estados-membros reforçarem o cumprimento das obrigações fiscais e a luta contra a evasão fiscal ao nível nacional.

“DESVIOS” CUSTAM MAIS DE UM BILIÃO DE EUROS À UE

Bruxelas apresenta plano de ação

contra a fraude e a evasão fiscais

DEZEMBRO

Até ao dia 15

-soas Coletivas- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) de-vido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comer-cial, industrial ou agrícola e por não residen-tes com estabelecimento estável, com perio-dicidade coincidente com o ano civil.

-soas Singulares- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que ti-tulem actos ou contratos sujeitos a registo pre-dial, das relações dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos.

- 3º pagamento adicional por conta da derra-ma estadual devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento es-tável que tenham no ano anterior um lucro tributável superior a J 1500 000, com perio-dicidade coincidente com o ano civil.

Até ao dia 20

-soas Coletivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.

-soas Singulares- 3º pagamento por conta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares devido pelos titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares.

- Declaração recapitulativa – Entrega pelos su-jeitos passivos do regime normal mensal que tenham efectuado transmissões intracomu-nitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados-membros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões in-tracomunitárias de bens a incluir na declara-ção tenha, no trimestre em curso, excedido o montante de J 50.000.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

ADMINISTRAÇÃO

TRIBUTÁRIA

Criado o Comité de Cumprimento Fiscal

A Administração Tributária (AT) criou uma uni-dade especial, o Comité de Cumprimento Fis-cal, que numa fase inicial irá começar por dar especial atenção ao cumprimento fiscal dos pro-fissionais liberais e aos contribuintes de maior rendimento. Segundo o Ministério das Finan-ças, o Comité de Cumprimento Fiscal terá como responsabilidade a identificação dos principais riscos de cumprimento e a definição da estraté-gia e linhas orientadores de atuação da AT.Assim, em 2013 irão estar em funcionamento duas unidades multidisciplinares de projeto que acompanharão e monitorizarão a ativida-de de dois segmentos especiais de contribuin-tes: profissionais liberais e contribuintes de elevado rendimento ou património.Para além do director-geral da AT, o Comité será composto pelos subdirectores-gerais com a área da Inspecção Tributária, da Cobrança, da Justiça Tributária e da Unidade dos Gran-des Contribuintes.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

Ordem seleciona profissionais e empresas objeto de controloA Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) promove, no dia 17 de dezembro, na sede, em Lisboa, o quarto sorteio público – eletrónico e aleatório – com o objetivo de selecionar os profissionais e as sociedades de TOC que serão objeto de controlo da qualidade, no próximo ano. Estão previstos 800 controlos no exercício, dos quais 600 são objeto de sorteio e os restantes nomeados pelo conselho diretivo por indicação do bastonário. O sorteio vai abranger membros de todos os distritos do país.

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 29

PRÁTICA FISCAL

IVA – FATURAÇÃO DE HOTEL

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

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A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem feito, desde novembro de 2012, campanhas incentivando todos os contribuintes a pedirem fatura, porque a partir de 1 de janeiro de 2013 será obrigatória a emissão de fatura por todas as vendas de bens e serviços, mesmo quando os particulares não a exijam.A AT garante que, quando é emitida fatura, existe o controlo e a cobrança do IVA correspondente. Se a fatura não for emitida, esse controlo é impossível.Nessa medida, a AT solicitou a colaboração de todos os contribuintes para essa fiscalização a quem, por regra, não tinha o hábito de emitir faturas pelos serviços que, prestavam.Argumentou a AT que se todos exigirmos fatura em todas as aquisições que efetuamos conseguiremos aumentar a riqueza conhecida que Portugal produz (PIB); aumentar as receitas fiscais, sem pagarmos mais impostos; aumentar a equidade e justiça entre todos os contribuintes portugueses; diminuir o défice orçamental e criar condições para uma redução futura da carga fiscal; criar melhores condições para que o nosso país possa ultrapassar com rapidez a fase difícil em que se encontra. Ao não pedir fatura contribuímos para aumentar a evasão fiscal e enriquecer ilicitamente aqueles que não pagam impostos; diminuir a receita fiscal, que é uma riqueza de todos os portugueses; prejudicar com mais impostos os contribuintes cumpridores. Solicitando a fatura, a AT refere que, a partir de 1 de janeiro próximo, pode beneficiar de uma dedução à coleta do IRS no montante correspondente a cinco por cento do IVA pago em cada fatura, por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global máximo de 250 euros.

O que fazer para usufruir do benefício

Para usufruir desse benefício, basta que exija a inclusão do seu número de identificação fiscal (NIF) nas faturas relativas às aquisições que efetuar. Os comerciantes são sempre obrigados a emitir faturas, mesmo nos casos em que o adquirente não as exija (com exceção dos comerciantes isentos de IVA).Numa primeira fase encontram-se abrangidas apenas as prestações de serviços enquadradas nos seguintes setores de atividade: manutenção e reparação de veículos automóveis; manutenção e reparação de motociclos, de peças e acessórios; alojamento e similares; restauração e similares; atividades de salões de cabeleireiro e institutos de beleza. O sistema funciona de forma muito simples. Se exigir a colocação do seu NIF nas faturas, a AT atribui automaticamente o benefício. Durante este mês de dezembro encontra-se em fase experimental o novo regime de faturação - site e-fatura, disponível no Portal das Finanças (www.portaldasfinancas.gov.pt), o site do e-fatura (https://www.portaldasfinancas.gov.pt/pt/external/factemipf/home.action).A AT disponibilizou o referido site para que, até 31 de dezembro, os consumidores

possam testar o seu funcionamento, a fim de o poderem utilizar a partir de 1 de janeiro, data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de agosto.Todavia, existem queixas com muita frequência de que o site do Portal das Finanças nem sempre está disponível, problemática para a qual a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas chamou a devida atenção e em diversas ocasiões, pois são os seus membros que, no seu dia-a-dia, ao procurarem submeter as declarações fiscais dos seus clientes e cumprirem com as obrigações inerentes ao exercício da profissão de técnico oficial de contas, se deparam com estas dificuldades no desempenho do seu trabalho. As imagens com que os TOC e os contribuintes se deparam com frequência são as seguintes:Nesta fase, a AT menciona que já se pode aceder à sua página no Portal de Finanças para conferir as faturas que lhes foram comunicadas pelas empresas que nos venderam bens ou serviços e nas quais solicitámos a colocação do número de identificação fiscal (NIF), podendo também inserir-se outras faturas que tenhamos em nosso poder.

Obviamente que a AT chamou a atenção para o facto de estarem em produção a título experimental e os dados inseridos no sistema serão eliminados. A concessão do benefício fiscal só se aplica às faturas relativas aos setores de atividade que referimos e que sejam emitidas a partir do próximo dia 1 de janeiro. A AT refere que, sendo um projeto em que, pela primeira vez, empresas, cidadãos e AT se juntam para melhorar a eficiência fiscal e combater os vários efeitos negativos da evasão fiscal, estão empenhados em tornar o sistema mais amigável para o utilizador, evitando custos ou dúvidas na sua utilização. A AT informou ainda os contribuintes que para qualquer esclarecimento encontra-se disponível o Centro de Atendimento

Telefónico (707 206 707) ou através do endereço de email do sistema e-fatura: [email protected].

Medida exequível?

Será esta medida exequível? Vejamos um exemplo. Perante as dificuldades económicas que o país atravessa, determinado contribuinte efetua a revisão de um automóvel e é-lhe cobrado o valor de 400 euros com IVA. Se não lhe cobrarem o IVA, terá uma redução de 92 euros, ou seja, pagaria 308 euros. Como benefício fiscal teria uma dedução à coleta do IRS no montante correspondente a 5 por cento do IVA pago em cada fatura, neste caso 5 por cento de 400 euros, correspondente a 20 euros. Será que compensa? Feitos os cálculos, a resposta é clara.Como cidadã, sou da opinião que todos devemos pedir fatura independentemente do setor de atividade, para evitar a situação de serem sempre os mesmos a pagar, ou seja, só paga quem cumpre, pois quem está fora do sistema fará de tudo para continuar fora do sistema. Reforçar a fiscalização dos que não pagam e trazê-los à colação para que todos contribuam de forma igual e possa haver uma redução de impostos será sempre uma boa medida, para que haja equidade e justiça fiscal.A AT nunca poderá esquecer que os contribuintes não são apenas números e que para situações aparentemente idênticas há realidades distintas, chamando-se a atenção de que se lida com pessoas e com as suas vidas e que, neste momento, uma carga fiscal tão elevada faz com que o Estado esteja a interferir demasiado na esfera privada. Essa ingerência afeta gravemente as famílias, pois se há anos o cidadão se comprometeu com determinada despesa tendo em conta os seus rendimentos, com a redução drástica dos mesmos fica comprometido o cumprimento. Sou da opinião que o limite é a dignidade humana e acredito que a maioria dos portugueses são pessoas cumpridoras e pacíficas que, de boa-fé, fazem de tudo para honrar os seus compromissos, desde que tenham condições para tal.Não será por falta criatividade e visualização simpática que o site do e-fatura não deixará de funcionar, como se pode verificar:

Todo o cidadão tem o dever de colaborar para o bem comum. Pedir fatura é, pois, um dever cívico.

e-fatura: novo desafio a partir de janeiro

CÉLIA CORREIA FRANÇAJURISTA DA OTOC

Ordem seleciona profissionais e empresas objeto de controloA Ordem dos Técnicos Oficiais de contas (OTOC) promove, no dia 17 de dezembro, na sede, em Lisboa, o quarto sorteio público – eletrónico e aleatório – com o objetivo de selecionar os profissionais e as sociedades de TOC que serão objeto de controlo da qualidade, no próximo ano. Estão previstos 800 controlos no exercício, dos quais 600 são objeto de sorteio e os res-tantes nomeados pelo conselho diretivo por indicação do bastonário. O sorteio vai abranger membros de todos os distritos do país.

Benefícios fiscais para o setor agrícolaO Governo fez sair uma lei que aprova benefícios fiscais à utilização das terras agrícolas, florestais e silvopastoris e à dinamização da bolsa de terras. A Lei nº 63/2012, de 10 de de-zembro, estabelece ainda reduções emolumentares destinadas a dinamizar a bolsa de ter-ras. Trata-se de um tipo de legislação que tem como finalidade um maior aproveitamento dos terrenos agrícolas, do aumento da produtividade e de incentivos à instalação de novos agricultores.

CONSELHO TÉCNICO

Sociedades irregulares são sujeitos passivos

de IRC

Tratando-se de uma venda (transmissão onerosa), não haverá tributação em IRS na esfera do particular desde que não exista a presunção do exercício de uma atividade comercial e sempre tendo em atenção a norma referente a preços de transferência constante do artigo 63.º do Código do IRC.

Um cliente é sócio de duas sociedades constituídas sob a forma irregular. O elevado balanço que as sociedades atingiram e a forma como são vistas no meio empresarial fez com que o sócio principal tomasse a decisão de querer transformar aquelas sociedades em uma ou duas sociedades por quotas. Na primeira sociedade, é detentor de 99 por cento do capital e, na segunda, de 50 por cento do capital social. Na leitura do art.º 86.º do CIRC, na conjugação do art.º 38.º do CIRS, não é claro existir neutralidade fiscal.Há lugar a transformações jurídicas desta forma de sociedades? No âmbito fiscal, esta operação está ao abrigo da neutralidade fiscal emanada no art.º 86.º do CIRC e 38.º do CIRS?

O artigo 38.º do Código do IRS apenas se aplica quando um titular de rendimentos da categoria B do IRS, realiza o capital com o património afeto à sua atividade empresarial ou profissional para a constituição de uma sociedade, sujeito passivo de IRC.As sociedades irregulares são sujeitos passivos de IRC pelo que o artigo 38.º relativo à neutralidade fiscal não se aplica à situação colocada.Existindo transmissão de propriedade de bens imóveis propriedade dos sócios para a sociedade legalizada, haverá tributação em sede de IRS na esfera da categoria G - Mais-valias. Em relação à transmissão de viaturas (bem igualmente sujeito a registo), não sendo presumida uma atividade comercial, não haverá tributação em sede de IRS.Nada impede que um particular que pode ser o próprio sócio transmita a propriedade de viaturas ou outros bens a sociedades (podendo ser uma transmissão onerosa ou mesmo gratuita).Tratando-se de uma venda (transmissão onerosa), não haverá tributação em IRS na esfera do particular desde que não exista a presunção do exercício de uma atividade comercial e sempre tendo em atenção a norma referente a preços de transferência constante do artigo 63.º do Código do IRC.A figura de sociedade irregular significa que algum formalismo legal não foi cumprido, designadamente, registo na conservatória de registo comercial. Assim, na ótica jurídica, não se deve falar em transformação jurídica, mas sim na legalização de uma sociedade irregular, com todos os formalismos legais, pacto social, órgãos sociais, sócios e respetivas participações, disposições estatutárias e correspondente registo na conservatória.

FISCALIDADE

30 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

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Páginas: 224

P.V.P.: € 11.90

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R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c

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A portuguesa InnoWave con-cluiu a criação de uma subsidiária belga, a InnoWave Technologies Belgium. Nada a que a empresa tecnológica não esteja habituada, já que, para além deste mercado, desenvolve projetos em Espanha, Grécia, Itália, Dinamarca, Poló-

nia, Reino Unido, EUA e Japão. No entanto, a percentagem do volume de negócio conquista-da em Portugal ainda representa 54%. Estados Unidos e Canadá são responsáveis por 24% e a Eu-ropa 22%. Em 2013, a empresa prevê atingir os 4,5 milhões de euros de volume de negócios glo-bal e abrir um novo escritório nos

Estados Unidos da América.No entanto, em termos de re-

cursos locais, é a primeira vez que a empresa portuguesa avança para outro país, já que, pelo menos até agora, tipicamente recorrem à exportação de soluções próprias, com know-how português. “Op-támos pela integração de soluções de parceiros”, explicou à Vida

Portuguesa InnoWave aventura-se no mercado belga

Tiago Gonçalves, Managing Partner da InnoWave.PUB Económica Tiago Gonçalves,

Managing Partner da InnoWave.Para o estreante escritório bel-

ga, é pedido que no primeiro ano fature cerca de 560 mil euros. A gestão operacional da nova sub-sidiária, denominada InnoWave Technologies Belgium, será efe-tuada pelo sócio da InnoWave, Jan Gunnar, com o apoio de um Business Developer local, o Rob Pijpers.

A escolha deste país para pri-meira presença física acabou por ser “simples”, já que a “InnoWa-ve tem relações históricas com a Bélgica, tendo conquistado o seu primeiro projeto num operador líder de telecomunicações belga, em 2008. Tendo em conta a re-lação contínua com este mercado, tornava-se necessário criar uma estrutura local autónoma, com independência de gestão da casa--mãe, para reforçar o negócio na região Benelux.”

Tendo como grandes clientes maioritariamente da área de tele-comunicações ou “utilitities” que operam em mercados maduros e tecnologicamente evoluídos, a In-noWave conta com uma equipa de 75 colaboradores, dos quais 30 entraram em 2012, “com fortes competências nas áreas de BSS (Billing e CRM), OSS (Provisio-ning, Service Management e Ser-vice Fulfi llment) e Multimédia (TV Interativa, mobile e quios-ques)”, disse Tiago Gonçalves.

Para 2013, a empresa lusa pers-petiva contratar 100 novos cola-boradores.

Em Portugal, e para além de projetos de BSS e OSS, a empre-sa conta com alguns trabalhos na área da TV Interativa, nomeada-mente a solução de compras na TV para a Vodafone e brevemen-te na ZON e SmartTV “yubuy”, a solução de compra de bilhetes de cinema na TV da ZON Ci-nemas, o portal de informação económica na Vodafone “Busi-ness Today”, o Gameroom (jo-gos na TV com possibilidade, de jogar box contra box – em casas diferentes) ou o Weather App, do Operador Telecom nos EUA. Tem ainda projetos na área mobi-le e quiosques.

QlikTech e Teradata juntos no Big DataA QlikTech e a Teradata fecharam uma parceria para ofere-cer ao mercado a capacidade de combinar dados integrados em memória QlikView com armazéns de dados integrados empresariais da Teradata, através de um novo recurso cha-mado Direct Discovery, que endereça o fenómeno de Big Data.

TECNOLOGIAS

32 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

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A Multicert estabeleceu uma nova parceria com a empresa de desenvolvimento de sof-tware na área da gestão Ali-data. Esta parceria tem como objetivo a implementação da solução de fatura eletrónica e4Doc da Multicert no softwa-re de gestão desenvolvido pela Alidata.

A solução de fatura eletróni-ca da Multicert consiste num sistema completo de faturação, onde se encontra centralizada a criação, envio e consulta de faturas eletrónicas, com a to-tal garantia de conformidade legal.

Para os responsáveis da Ali-data, esta parceria vai contri-buir para uma melhor efici-ência da empresa, dado que, “ao adotar a fatura eletrónica

e4Doc, vamos conseguir um redução a nível de custos in-ternos, diminuir os tempos de envio das faturas, garantir que os nossos clientes recebem os documentos e também contri-buir para uma diminuição do uso de papel”.

“Tendo sido a Alidata reco-nhecida pelo IAPMEI como PME Líder, a Multicert vê com bons olhos esta relação de parceria. Apostamos na Alida-ta como parceiro para o futu-ro, pois acreditamos na garan-tia dada, por ser uma ‘Software House’ 100% portuguesa com todos os anos de sucesso que têm”, comenta Pedro Tarri-nho, gestor do produto fatura eletrónica e4Doc Central da Multicert, a propósito desta parceria.

SUSANA MARVÃ[email protected]

A Gatewit está nos primeiros três lugares entre as empresas portuguesas, de um total de 500 da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), que mais cresceram nos últimos cinco anos, pelo menos no ranking Deloit-te Technology Fast 500, que distingue as empresas com as maiores taxas de cresci-mento de volume de negócios nos últimos cinco anos.

A portuguesa Gatewit registou um cres-cimento de 1206%, permitindo-lhe assim atingir o 106.º lugar no ranking geral. Pedro Vaz Paulo, CEO da tecnológica, comentou à “Vida Económica” que “esta distinção é mais uma recompensa pelo esforço e trabalho desenvolvido pela Ga-tewit a nível dos mercados internacionais. E mostra como uma estratégia sustentada pode trazer resultados extremamente posi-tivos.”

A edição deste ano do Deloitte Techno-

logy Fast 500 recebeu mais de 1100 candi-daturas e Portugal foi um dos países com maior taxa de crescimento de número de empresas presentes no ranking.

Para o CEO, o crescimento baseia-se sempre numa perspetiva de gestão caute-losa: com capitais próprios, entrando nos mercados, ganhando clientes e reforçando as equipas locais. “E esta é uma das chaves do nosso sucesso, para além de produtos e serviços adaptados à realidade económi-ca e social de cada mercado”. E, claro, diz Pedro Vaz Paulo, a isto junta-se uma visão estratégica do negócio, de avaliação cuida-da e potenciação das oportunidades que os vários mercados proporcionam.

Por outro lado, o responsável enfatiza que a posição alcançada neste ranking per-mite à empresa lusa reforçar a confiança junto dos clientes internacionais. “E tam-bém não podemos deixar de nos sentirmos orgulhosos por levar o nome de Portugal como país de excelência além-fronteiras e,

ao mesmo tempo, por contribuir para o aumento das exportações, um fator funda-mental para a recuperação e dinamização da economia nacional, um objetivo que deve ser transversal a todo o tecido empre-sarial e sociedade”.

A empresa tem já alguns clientes consoli-dados quer na China quer no Brasil, “o que nos permite não só definir a experiência nes-tes mercados de forma positiva como tam-bém olhar para o futuro com expectativa e otimismo. Estamos neste momento numa fase de aumento e reforço das nossas equipas locais. Para além disso, têm sido experiências extremamente enriquecedoras a nível cultu-ral, por todos os desafios que mercados tão heterogéneos entre eles nos trazem”.

Atualmente, os mercados internacio-nais representam pouco mais de 10% do negócio da Gatewit, “mas são uma apos-ta solidificada e esperemos que em 2013 possamos já estar a falar de aumentos na ordem dos 30%”.

Multicert colabora com Alidata

PARA 2013 EMPRESA NACIONAL QUER QUE MERCADOS EXTERNOS REPRESENTEM 30%

Gatewit foi das tecnológicas que mais cresceram na região EMEA

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 33

FCCN divulga informações “desaparecidas” da Internet portuguesa O Arquivo da Web Portuguesa permite pesquisar e ace-der a informação publicada na Internet e que pode já não estar disponível nos seus sites originais. São 1590 milhões de ficheiros arquivados da Web, num total de 45 TeraByte.

Sage dinamiza retalho e restauração com campanha para novos clientes

A partir de 19 euros a empresa diz já ser possível faturar e agi-lizar a comunicação de faturas à Autoridade Tributária. Sage alerta para as novas regras de faturação que entram em vigor a 1 de janeiro de 2013 e vão obrigar todos os comerciantes

a passarem fatura.

TECNOLOGIAS

Pedro Vaz Paulo, CEO da Gatewit.

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A Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) é a primeira associação empresarial do país a implementar o programa Revitalizar do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) que visa recuperar empresas que estejam em vias de entrar em insolvência.

MARTA ARAÚ[email protected]

Perante este passo, a presidente da Nersant, Salomé Rafael, su-blinha que a aposta do IAPMEI na Associação Empresarial da Região de Santarém mostra a vi-talidade das empresas da região. A mesma responsável destaca a importância de existir um fundo regional para a revitalização de empresas. “No caso das empresas que podem ser revitalizadas, este fundo permite que não entrem em insolvência”, explicou duran-te apresentação do programa.

A dirigente da Nersant referiu ainda que “esta é uma luta que já

travamos há muito tempo, que é as associações empresariais serem in-tervenientes neste processo. Somos nós que estamos no terreno, que vi-sitamos as empresas e conhecemos os seus problemas. Esta colaboração faz todo o sentido”, disse.

Por seu turno, o presidente do IAPMEI, Luís Filipe Costa, reco-nheceu a importância “fundamen-tal” das associações empresariais que com o seu conhecimento do terreno podem ajudar a melhorar todos os aspectos da política pú-blica. “Devemos trabalhar mais em cooperação do que em rivali-dade, como tem acontecido nos últimos anos”, considera.

Nersant e IAPMEI com novo mecanismo de apoio às empresas

Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende com “casa nova”A Associação Comercial e Industrial do Concelho de Esposende (ACICE) tem novas instala-ções, localizadas no antigo quartel dos Bombeiros Voluntários. O novo espaço foi inaugurado recentemente e na cerimónia João Cepa, o presidente da Câmara de Esposende, aceitou o desa-fi o do presidente da associação e manifestou “total disponibilidade” para reforçar parcerias com os empresários do concelho para impulsionar as empresas e economia locais.

ASSOCIATIVISMO

34 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Luís Filipe Costa, presidente do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, e Salomé Rafael, presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém.

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A Ryanair acaba de atribuir o prémio ao vencedor do concurso “Cria um iti-nerário para um City Break no Porto”. Lançada em conjunto com a Associa-ção Nacional de Futuros Profissionais do Turismo (ANFPT), esta iniciativa assinala o facto de a cidade do Porto ter ficado em primeiro lugar no Top 10 das Cidades Europeias, na votação do Consumer Choice Awards 2012.

A concorrente Sara Lopes apresen-tou o seu itinerário de visita ao Porto para um “city break” de três dias e duas noites, destacando-se pela sua criativi-dade e irreverência com que abordou os requisitos da competição. Foi pre-miada com um fim-de-semana em Va-lência, para duas pessoas.

O concurso da Ryanair decorreu desde o dia 17 de outubro até ao dia

15 de novembro, tendo sido recebidas, durante esse período, dezenas de can-didaturas, o que demonstra o entusias-mo em volta da competição.

“A Ryanair quer continuar a pro-mover a Região do Porto e Norte de Portugal, de forma a participar direc-tamente no seu desenvolvimento e di-namização turística. Neste momento, operamos 36 rotas (35 rotas interna-cionais e uma rota doméstica) no Ae-roporto Sá Carneiro, que em muito têm contribuído para o aumento de turistas no Norte do país. Pretendemos continuar a manter esta relação próxi-ma com o povo português, de forma a continuarmos a ser a companhia aérea favorita dos portugueses”, referiu Luis Fernández-Mellado, do departamento de Vendas e Marketing.

PARCERIA COM A ANFPT

Ryanair premeia itinerário de visita ao Porto

Associação empresarial de Leiria acusa Governo de prejudicar distrito na reforma do turismoA Associação Empresarial da Região de Leiria (Nerlei) acusa o Governo de “teimar em prejudicar”o distrito na reforma do turismo, que resulta na separação dos concelhos que constituem o Polo de Desenvolvimento Turístico Leiria-Fátima. O presidente da Nerlei, Jorge Santos, afirma que“esta decisão vai contra todas as vontades, devidamente justificadas com um passado comum na promoção da região, manifestadas em diversas ocasiões desde que o Governo iniciou esta reforma”.

Empresários querem Viana como capital das energias

O presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo defende que a cidade “tem todas as condições” para se assumir como a “capital das energias” em Portugal, em função da “forte industrialização” existente. Para Luís Ceia, este “potencial” da região deveria ser rentabilizado com a instalação de um centro tecnológico dedicado às energias”.

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 35

ASSOCIATIVISMO

O Porto está no Top 10 das Cidades Europeias.

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A Vodafone investiu 1,7 milhões na campanha “Semanada Maminha”. A alteração da comunicação Yorn pretende manter a liderança no mercado teen.

MARTA ARAÚ[email protected]

Vida Económica - A campa-nha “Vodafone - Yorn Sema-nada Maminha” apresenta um grau de irreverência, por parte da marca, mais acentuado do que o habitual. Em que medi-da se trata um ponto de vira-gem na estratégia da marca no

segmento jovem?Inês Borges - A irreverência

está no ADN da Yorn desde o início (2000), particularmente na sua comunicação. Acreditamos que é um valor importante para que uma marca se afirme junto do público jovem. Assim, não vemos esta campanha como um ponto de viragem na estratégia da

INÊS BORGES, DIRETORA DE MARKETING DE PARTICULARES DA VODAFONE PORTUGAL, AFIRMA

“A irreverência está no ADN da Yorn”

Inês Borges, diretora de marketing de particulares da Vodafone Portugal, explica à “Vida Económica” a campanha “Semanada Maminha”.

PUB

marca para o segmento jovem. É, isso sim, uma alteração da linha de comunicação que tínhamos desde 2010 (Negócios Yorn / Família Corlyorn), que continua a reforçar o sentimento de per-tença a que essa linha já apelava: nos Negócios Yorn falávamos do ‘É uma coisa nossa’, aqui cons-truímos o conceito de ‘É só para Yorns’.

VE - Qual é, concretamente, o target que querem atingir, no que diz respeito a idade, perfil, atitudes e tribos?

IB - O target da Yorn mantém--se o mesmo, ou seja, o segmento jovem, genericamente a faixa etá-ria dos teens até aos 24 anos.

VE - Qual é, atualmente, a quota de mercado da Yorn neste segmento e quanto pre-tendem aumentar com a atual estratégia?

IB - A marca Vodafone é clara-mente líder nos segmentos mais jovens, tendo cerca de 63% da quota de mercado dos clientes entre os 15 e os 24 anos (dados de outubro de 2012 do Baróme-tro das Telecomunicações da Ma-rktest). O nosso objetivo é man-ter esta liderança em Portugal.

VE - Neste âmbito, quais são os objetivos da marca, a curto e médio prazo?

IB - O objetivo é manter a lide-rança neste segmento e continuar a ser a marca de telecomunica-ções móveis com a qual os jovens mais se identificam em termos de posicionamento, valores e comu-nicação.

Renova lança gama de produtos para o NatalA Renova decidiu apostar na sazonalidade, desta feita aplicada à época natalícia. Prova disso é o facto de ter lançado uma coleção exclusiva de produtos com padrões alusivos à época. Com este lançamento, a marca portu-guesa pretende fazer parte “da preparação das festas em família, da azáfama na cozinha, das decorações especiais e dos pequenos detalhes que fazem, sempre, a diferença”, explica através de comunicado.

MARKETING

36 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

“É uma alteração da linha de comunicação que tínhamos desde 2010, que continua a reforçar o sentimento de pertença a que essa linha já apelava”

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Serviços, produtos, horas não faturadas, quartos de hotel não reservados, refeições não vendidas, espaço publicitário não alocado, são alguns dos excedentes de empresas que não são aproveitados. A RedeBarter disponibiliza soluções inovadoras que permitem às empresas aumentarem receitas e reduzirem custos através de uma rede de comércio recíproco multilateral.

Pioneira em Portugal, a Re-deBarter promove permutas multilaterais entre empresas, apresentando uma alternativa à concretização dos negócios, conforme refere Nuno Ladei-ras, fundador da empresa. “Na RedeBarter, as empresas podem fazer permutas multilaterais, ou seja, qualquer empresa pode fazer uma permuta com outra, mesmo que esta não precise do produto ou serviço da primeira. Estas operações recorrem a uma unidade interna, designada cré-ditos de permuta ou créditos Barter, que regista créditos e débitos. Apenas os impostos, que forem devidos em cada transação, são liquidados em dinheiro”, explica Carla Vilan, responsável pelo marketing da RedeBarter.

Ao aderirem à RedeBarter, as empresas têm acesso a um novo canal de receitas, a novos clientes, e diversas soluções para

redução de custos. As empresas podem aumentar receitas, li-quidez financeira, expandir a sua quota de mercado, reduzir

custos ou aumentar a capacida-de de compra, com vista a umamelhoria geral do negócio. “Asempresas que tiverem vontadede inovar, oferecer soluções aosseus clientes, podem recorrerà RedeBarter como uma alter-nativa para rentabilizar os seusnegócios.”

Campanha Pioneiros

Oferecemos um serviço iné-dito, com uma abrangência in-ternacional, testada, e com be-nefícios não apenas para os seusparticipantes, mas também paraa economia local.

A RedeBarter tem em cursoa campanha Pioneiros: até aodia 31 de dezembro de 2012 asempresas podem aderir a custozero à RedeBarter.

Trocas de produtos atenuam efeitos da crise

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 37

Vista Alegre apresenta campanha focada no espírito e na arte das suas peçasPara provar que é mais do que matéria física, a Vista Alegre, na sua mais recente campanhapublicitária e de marketing, foca-se no espírito e na essência de cada peça produzida. A cam-panha inclui a produção do primeiro catálogo multimédia da marca, um projeto pioneiro, re-alizado com a colaboração dos artistas da Companhia Nacional de Bailado, que une cinema,fotografia, dança e arte em porcelana e cristal, e tem como pano de fundo o cenário industrialda fábrica centenária da Vista Alegre em Ílhavo.

Peres & Partners assume organização do Produto do Ano na Alemanha e ÁustriaA organização do Produto do Ano Portugal, a cargo da Peres & Partners, foi convidada, de-pois de implementar a certificação no Brasil, a assumir também a gestão desta operação nos mercados alemão e austríaco. “A estratégia de crescimento da empresa dita que temos de olhar para o futuro e tentar perceber se não há sítios mais interessantes para valorizar a Peres & Par-tners, não diria em alternativa a Portugal, mas sim em complemento”, refere António Peres, administrador da Peres & Partners.

MARKETING

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JOSÉ MARQUES DA SILVA, CEO DA STRATEGY XXI, ADVERTE

“Há um grande desconhe dos mecanismos de finan da reabilitação urbana”

TERESA [email protected]

Vida Económica - O que es-pera do novo quadro comuni-tário em matéria de financia-mento à reabilitação urbana?

José Marques da Silva - Aten-dendo ao que se pode inferir a partir dos documentos que sus-tentam as grandes opções e polí-ticas para o quadro 2014-2020, entre os objetivos está o da melhoria do ambiente urbano e a regeneração física e econó-mica das comunidades urbanas mais desfavorecidas (territórios de baixa densidade), através do desenvolvimento de economias locais sustentáveis e inclusivas. Este quadro coloca especial ên-fase no reforço do papel das ci-

dades na política de coesão, bem como no nível de governação lo-cal e, em particular, na constitui-ção de parcerias com forte capa-cidade mobilizadora de vontades e recursos organizadas em torno de um programa estratégico de base local.

Não obstante o grau de incer-teza sobre como irão ser concre-tizadas as orientações de política nos programas e nos regulamen-tos comunitários e nacionais, é já evidente a eleição, no quadro das estratégias locais de desen-volvimento urbano, da reabili-tação urbana enquanto instru-mento privilegiado de resposta aos desafios de qualificação e desenvolvimento sustentável das cidades.

38 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

“O BEI tem tido um papel fundamental ao disponibilizar linhas de financiamento em condições e taxas bastante atrativas para projetos de reabilitação urbana, mas nem sempre têm sido devidamente aproveitadas”, lamenta José Marques da Silva.

“Até ao momento foram financiados pelo Jessica projetos no valor de 93,9 milhões de euros. Foram apresentados projetos no valor de 611,2 milhões (421 milhões no Norte e 114,6 milhões em Lisboa)”

MERCADOS

PSI-20 (12.12) 5611,47

3,53% Var. Semana

1,22% Var. 2012

Dow Jones 12/dez ......13256,61

Var Sem ................................1,70% Var 2012 ................................8,50%

Nasdaq 12/dez ............ 3019,661

Var Sem ................................1,54% Var 2012 ..............................15,91%

IBEX 35 12/dez ..............7986,80

Var Sem ................................1,31% Var 2012 ...............................-6,77%

DAX 12/dez ...................7614,79

Var Sem ................................2,15% Var 2012 ..............................29,10%

CAC40 12/dez ................3646,66

Var Sem ................................1,56% Var 2012 ..............................15,41%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5300

5350

5400

5450

5500

5550

5600

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez

Taxa de poupança baixou

O Indicador de Poupança APFIPP/Universidade Católica desceu de 115,1, em outubro, para 114,6 em novembro. Ain-da assim, o indicador sugere que a poupança em percentagem do PIB se encontra significativamen-te acima da sua média de longo prazo (a média do indicador des-de dezembro de 2000 é 98,6).

Em termos de cotações em bol-sa, o PSI Geral registou em no-vembro uma taxa de crescimento que já não acontecia desde finais de 2009. O PSI tem subido des-de setembro e, segundo a nota do Indicador de Poupança, a valori-zação destes ativos pode refletir--se numa menor vontade de pou-par”.

Millennium bcp com produto de poupança “natalício”

O Millennium bcp lançou o produto de poupança Voucher Presente. Segundo o banco, atra-vés de um voucher presente no valor de 25 euros ou de múltiplos de 25 euros, clientes e não clien-tes poderão oferecê-lo permitindo aos seus destinatários constituírem uma poupança de entre várias dis-poníveis no Millennium bcp. “A pensar nesta quadra natalícia, o Millennium bcp transformou as-sim o tradicional envelope de Na-tal no Voucher Presente 25 euros – um presente útil e original que avós, pais, tios e padrinhos pode-rão oferecer, ajudando a construir o futuro de quem mais gostam”, refere um comunicado do banco.

Sob o “headline” “Este Natal ofereça um presente especial”, a campanha publicitária, assinada pela agência Sumo, está presente desde quarta-feira (12) em su-cursais, imprensa, rádio, internet e rede exterior de “mupis”, com uma imagem que pretende apelar aos valores do Natal - a partilha, a família, o amor. Nesta campa-nha, o Voucher Presente 25 euros é apresentado como o “presente perfeito para quem faz da pou-pança o seu futuro”.

O Millennium bcp transformou o tradicional envelope de Natal.

O fundo Jessica, criado pela Comissão Europeia e operacionalizado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) para apoiar investimentos de reabilitação urbana, financiou, até ao momento, em Portugal, projetos no valor de 93,9 milhões de euros. Foram apresentadas candidaturas no valor de 611,2 milhões (421 milhões no Norte e 114,6 milhões em Lisboa), revela o CEO da consultora Strategy XXI, que está a organizar conferências em Lisboa e Porto sobre o “Futuro das Cidades”. Em entrevista à “Vida Económica”, José Marques da Silva deixa, porém, um alerta: “Ainda há um grande desconhecimento” destes mecanismos e sobre a forma de submeter os pedidos de financiamento”.

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cimento ciamento

Poupança BES Júnior

com novo mealheiro

VE - Que papel tem assu-mido o Fundo Jessica no fi-nanciamento dos projetos de regeneração urbana?

JMS - A filosofia de interven-ção do Jessica assenta na dispo-nibilização de empréstimos e ou na participação no capital, de entidades ou fundos que, por si, ou em articulação com os apoios dos fundos estruturais dos res-petivos países ou outro tipo de financiamento, público ou pri-vado, estejam disponíveis para apoiar este tipo de investimen-tos. O fundo tem assumido um papel de divulgação e encami-nhamento para os gestores dos diferentes FDU [fundos de De-senvolvimento Urbano] em fun-ção da área geográfica. Contudo, apesar das sessões de divulgação em diferentes pontos do país, verifica-se que no terreno há ain-da um grande desconhecimento sobre os mecanismos associados e a forma de se submeter um pedido de financiamento. Daí resultarão também as elevadas taxas de reprovação dos projetos que se têm observado.

VE - Quais são os montan-tes financeiros associados ao Jessica ainda disponíveis para Portugal e até quando os in-vestidores se podem candida-tar?

JMS - Até ao momento foram financiados pelo Jessica proje-

tos no valor de 93,9 milhões de euros. Foram apresentados pro-jetos no valor de 611,2 milhões (421 milhões no Norte e 114,6 milhões em Lisboa). Para que es-tes possam ser financiados pelo fundo, devem fazer parte de um plano integrado de desenvolvi-mento sustentável, provarem ser rentáveis e terem a capacidade para utilizar os recursos disponí-veis até ao final de 2015.

VE - Que papel tem tido e pode continuar a ter o Ban-co Europeu de Investimento (BEI) no financiamento dos projetos de regeneração urba-na?

JMS - O BEI tem desenvol-vido um papel muito relevante no estímulo à montagem, ope-racionalização e gestão de veícu-los e, em particular, de fundos que, numa lógica reprodutiva e de realocação dos recursos, têm permitido desenvolver projetos de valorização e revitalização do território e, em particular, das cidades. E tem-se destacado no apoio e financiamento de proje-tos de regeneração urbana, redes de transportes e políticas de fi-nanciamento de desenvolvimen-to urbano sustentável, tendo alocado, ao longo dos últimos cinco anos, mais de 30 mil mi-lhões de euros.

Em Portugal, o BEI, através do Jessica Holding Fund Portugal, tem tido um papel fundamental ao disponibilizar linhas de finan-ciamento em condições, taxas e outras, bastante atrativas para projetos de reabilitação urbana. No entanto, nem sempre têm sido devidamente aproveitadas as suas linhas de financiamento. Ainda há cerca de duas semanas, o BEI anunciou a prorrogação do seu empréstimo de 200 mi-lhões de euros até 2016. O pra-zo terminava este ano e Portugal apenas tinha utilizado 70 mi-lhões de euros. É de esperar que este papel desempenhado pelo BEI possa ser, a curto prazo, reforçado e que a tipologia de intervenções possa ser alargada a outras áreas funcionais.

A Poupança BES Júnior tem um novo porquinho mealheiro com design de Agatha Ruiz de la Prada: o COOL. A entrar no novo ano de existência, as solu-ções da poupança BES Júnior permitem fazer entregas progra-madas a partir de 10 euros, atra-vés da Conta Poupança Dez, ou com entregas únicas a partir de mil euros, com a Conta Rendi-mento CR.

O COOL veste a camisola da poupança, tem uns headphones e afirma com orgulho: “eu poupo”. “O COOL ensina a poupar mo-tivando os mais pequenos a fixar metas e a definir um ritmo para as alcançar. Cada um ao seu ritmo de forma sistemática, disciplina-da e contínua. Para ele, poupar, mais que obrigatório, é cool”, pode ler-se num comunicado do BES. Recebe um exemplo deste

mealheiro quem fizer uma subs-crição ou primeiro reforço de uma solução de poupança BES Júnior com 100 euros. Este ano, o BES promove também a pou-pança dos irmãos mais velhos. Assim, estes terão como oferta uns headphones com a subscri-ção de uma conta poupança BES Jovem com 50 euros e de uma poupança programada a partir de 10 euros.

Durante décadas, os Transportes Aéreos de Portugal foram acumulando prejuízos, acumulando passivos, e assim acabaram como estão hoje: tecnicamente falidos. De acordo com o último relatório anual de contas, a TAP acumulava capitais próprios negativos de 350 milhões de euros. Ou seja, à data de 31 de Dezembro de 2011, o valor contabilístico do activo era inferior ao passivo em 350 milhões, e desde então, segundo a imprensa dos últimos dias, a situação ter-se-á deteriorado para perto de 500 milhões. É, pois, neste enquadramento que surge a tal proposta de German Efromovich – homem de três nacionalidades –, na qual se prevê a assunção de passivo financeiro no valor de 1200 milhões de euros, e ainda um prémio de 20 milhões associado a eventuais contingências que a imprensa não conseguiu ainda detalhar.

Em teoria, numa situação destas, qualquer euro oferecido pela empresa seria bem-vindo e um verdadeiro prémio! Tratando-se de uma empresa pública, libertaria o Estado de uma fonte de encargos. E, de facto, os contribuintes só não foram ainda chamados a cobrir aquela insuficiência de capitais próprios porque: a) as leis de ajudas de Estado da União Europeia não o permitem, e; b) a ilegalidade formal associada ao célebre artigo 35º é cobrada a uns mas não é cobrada a outros. Cada português tem, assim, escapado aos 50 euros por cidadão, ou cerca de 90 euros se considerados apenas os cidadãos em idade activa, que lhe caberia caso a letra da lei fosse levada a sério. Isto dito, trata-se de uma solução que, dada a alternativa, talvez não fosse assim tão descabido considerar. A razão é simples: a proposta apresentada pelo senhor das três nacionalidades fará com que o Estado encaixe no imediato uma perda que, se eu bem entendi o negócio, rondará os 1000 milhões de euros, ou seja, 100 euros a cada cidadão ou cerca de 180 euros a cada cidadão em idade activa.

Os números anteriores justificam-se pela composição do passivo, nomeadamente a parte do passivo (não financeiro) que Efromovich não contempla na sua proposta de aquisição. De acordo com o relatório de contas de 2011, o passivo total da TAP era de 2300 milhões de euros, dos quais quase 1000 milhões eram referentes àquele tipo de endividamento ou contas por pagar. Dado que não houve até à

data qualquer reestruturação do passivo, e não constando aquele montante da proposta de Efromovich, é de prever que aqueles credores da TAP acabem a bater à porta do Estado, logo, dos contribuintes. E, note-se, não estou sequer a considerar as eventuais contingências que, alegadamente, condicionarão todo o negócio em condições ainda desconhecidas, logo, porventura benéficas dos interesses de quem quer comprar.

Enfim, a TAP, fruto de uma boa gestão recente, estabilizou a exploração do negócio da aviação, onde liberta meios, isto é, na sua actividade operacional a TAP ganha dinheiro. O caso muda de figura quando se contemplam os custos financeiros, decorrentes do passivo histórico, e as actividades de investimento que, sendo necessárias ao crescimento da actividade, agravam os resultados financeiros, os resultados do exercício e, por conseguinte, agravam também a insuficiência de capitais próprios. Tudo somado, a companhia, à imagem de Portugal, precisa de uma reestruturação de dívida, e também de abandonar as rotas que não são lucrativas, que é precisamente o que fará Efromovich se ficar com a empresa. De resto, deste último ponto resulta um outro custo para o contribuinte: mesmo que a empresa seja privatizada, é provável que o Estado continue a subsidiar, agora como concedente do concessionário Efromovich, algumas das rotas que hoje não são rentáveis. Em suma, do ponto de vista estratégico, o Estado está numa situação muito precária, pois ou bem que vende a empresa ao preço que for ou bem que a reestrutura, encolhendo-a, mas debilitando-a num ambiente concorrencial que se deverá intensificar nos próximos anos. E, neste caso, mesmo que a reestruture, poderá acabar na mesma: na necessidade de a vender ou de a capitalizar num futuro não muito distante. É por tudo isto que: a) o processo de privatização deveria incluir no mínimo dois proponentes finais (e não apenas um), e; b) a privatização deixou de ser um mero exercício orçamental, passando a ser uma questão de estratégia nacional. Querem, podem e devem os portugueses ter uma companhia nacional de aviação?

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

A TAP

EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 39

“Em Portugal, o BEI, através do Jessica Holding Fund Portugal, tem tido um papel fundamental ao disponibilizar linhas de financiamento em condições, taxas e outras bastante atrativas para projetos de reabilitação urbana”

-0,37% Var. Semana -0,021% Var. Semana 0,76% Var. Semana

0,59% Var. 2012 -0,906% Var. 2012 2,11% Var. 2012

Euro/Libra 12/dez .....0,8082

Var Sem .........................0,54% Var 2012 ......................... 3,12%

Euro/Iene 12/dez ..108,3270

Var Sem ........................ -0,49% Var 2012 .........................-7,99%

Euribor 3M 12/dez ....0,1830

Var Abs Sem .................. -0,007 Var 2012 ..........................-0,818

Euribor 1Y 12/dez .... 0,5400

Var Abs Sem .................. -0,030 Var 2012 ......................... -0,964

Ouro 12/dez ......... 1713,20

Var Sem ...................... 1,18% Var 2012 ...................... 8,69%

Prata 12/dez .............33,24

Var Sem ...................... 1,50% Var 2012 ..................... 17,94%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (12.12) 1,3038 EURIBOR 6M (12.12) 0,3180 PETRÓLEO BRENT (12.12) 109,63

1.286

1.288

1.29

1.292

1.294

1.296

1.298

1.3

1.302

1.304

1.306

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez

0.3

0.305

0.31

0.315

0.32

0.325

0.33

0.335

0.34

0.345

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez105.5

106

106.5

107

107.5

108

108.5

109

109.5

110

6 Dez 7 Dez 10 Dez 11 Dez 12 Dez

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António Tomás Correia foi re-eleito presidente do conselho de administração do Montepio para o triénio 2013/2015. De acordo com o líder do banco desde há nove anos, os resultados apurados traduzem “uma grande vitória do Montepio e dos seus associados, assim como uma grande lição de democracia interna”.

Para a mesa da assembleia-geral, conselho de administração e conse-lho fiscal, a lista A, de António To-más Correia, obteve 55 965 votos, contra 18 892 da lista B, liderada por Luís Alberto Silva. Houve ainda 1554 votos em branco e 647 nulos (para um total de 77 058 votos). Já para o conselho geral, a lista A ob-teve 47 760 votos, a lista B 10 289 e a lista C (aqui havia mais uma)

16 919, com 1156 votos brancos e 485 nulos. O conselho geral do Montepio fica, assim, composto por oito membros da lista A, um da lista B e três da lista C.

A Brisa - Autoestradas de Portugal vai lançar, na próxima quinta-feira (20 de dezembro), um concurso para oferecer um ano de portagens grátis nas auto-estradas da sua rede a 40 automo-bilistas. A iniciativa, que surge no âmbito das comemorações dos 40 anos da empresa, tem a se-guinte mecânica: para participar, os utilizadores das autoestradas que integram a Brisa Concessão Rodoviária deverão ser portado-res de Via Verde. O passo seguin-te é o registo numa página criada para o efeito, acessível através do site www.brisa.pt.

Este concurso estará no ar até ao dia 6 de janeiro. Quanto mais

viajar, mais hipóteses os clientes terão para ganhar o sorteio final. A ação é destinada a pessoas sin-gulares, com identificadores das classes 1, 2 e 5. A acompanhar o concurso estará uma campanha publicitária, avaliada em um mi-lhão de euros, que abrangerá te-levisões, rádios, internet e publi-cidade nas cabinas de portagem e áreas de serviço espalhadas por toda a rede.

Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o “Armagedom”, o “Apocalipse”, o “Fim do Mundo”, o “Juízo Final”, o “Fim de um Ciclo”. Maias, Egípcios, Celtas, Hopis, Budistas, Cientistas e Religiosos das mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos pode estar com os dias contados.

A Europa continua dividida entre os mais ricos e os outros. O consenso demora a aparecer e as soluções aparecem sempre em cima do joelho. Por um lado, temos os países periféricos a necessitar de sair do buraco onde se meteram, por outro, temos o núcleo europeu a ficar contagiado.

“God bless America”. Apesar dos problemas de descontrolo das contas públicas e excessivos endividamentos dos países da periferia da Zona Euro, os EUA também se debatem com problemas de consolidação orçamental (a dívida americana

aproxima-se perigosamente do seu teto). Restam poucos dias para os congressistas americanos evitarem o abismo fiscal – “Fiscal Cliff ”. Se não chegarem a um consenso, entram automaticamente em vigor a partir de 1 de janeiro de 2013 cortes cegos (agravamento da carga fiscal, cortes significativos na despesa, entre outros).

A acumulação de dívida pelos países faz aumentar o risco soberano e, consequentemente, o valor das taxas de juro exigidas pelos credores. A dívida pública e as medidas de austeridade levam a um enfraquecimento das economias. Por sua vez, mais estímulos significam mais dívida. Por exemplo, o Japão já apresenta a dívida em triliões de ienes (JPY). As instituições (bancos centrais, FMI, troika, etc...) continuam a alimentar este ciclo vicioso e é neste contexto bipolar que vamos entrar em 2013….

Bons investimentos!

22-12-2012

ALEXANDRE MOTAdirector executivo da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

BCE empresta aos bancos o necessário até julho O Banco Central Europeu já deixou a garantia que a entidade monetária vai conceder aos bancos toda a liquidez de que necessitem até ao próximo mês de julho. O banco central con-sidera fundamental levar a cabo operações que permitam às entidades financeiras estarem ativas no mercado. Através das operações de refinanciamento será possível muitos bancos da Zona Euro aprovisionarem-se de suficiente liquidez para cobrir as suas necessidades e com-prar dívida soberana.

OCDE diz que Zona Euro está em situação económica “muito difícil”A OCDE deixou o aviso de que a situação económica europeia e mundial é “muito obscura e difícil”. A organização prevê um crescimento negativo na Europaeste ano e no próximo, ainda que menos acentuado neste último. Considera que a Zona Euro perdeu toda a sua capacidade de manobra na política monetária, tendo em conta a necessidade de impulsionar o crescimento.

Tomás Correia reconduzido no Montepio

Brisa oferece um ano de portagens a 40 automobilistas

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O Banco Europeu de Inves-timento (BEI) concedeu um empréstimo de 300 milhões de euros ao BPI para o finan-ciamento de projetos de pe-quena e média dimensão em todo o país, nomeadamente os desenvolvidos por PME e “mid-caps”. De acordo com as duas entidades, uma parte dos financiamentos poderá também ser atribuída a enti-dades que promovem projetos “abrangendo, principalmente, a poupança energética, a pro-teção ambiental e infraestru-turas”.

O BEI vai financiar até 100% do custo total do pro-jeto para PME e “mid-caps “(máximo de 12,5 milhões de euros por projeto) e até 50% para outros tipos de projetos. Em paralelo, os fundos podem também ser utilizados para complementar outras iniciati-vas do grupo BEI, tais como o programa Jessica, que apoia sobretudo projetos para a re-

novação urbana e a eficiência energética/energias renová-veis, a serem realizados por empresas privadas ou entida-des do setor público. O em-préstimo prevê a possibilidade da sua conjugação com um Instrumento de partilha de ris-co gerido pelo Fundo Europeu de Investimento, em nome do BEI e em cooperação com a Comissão Europeia.

A vice-presidente do BEI, Magdalena Álvarez, afirma que o empréstimo “é uma demonstração imediata do valor da garantia de cartei-ra assinada com a República

Portuguesa e que irá dar às pequenas empresas acesso ao crédito em condições favo-ráveis, fomentando, assim, o crescimento e o emprego, tão necessários na atual conjun-tura económica”.

O CEO do BPI, Fernan-do Ulrich, refere, por seu turno, que a “nova linha de crédito, ancorada na relação de longa data entre o BEI e BPI, não teria sido possível sem o apoio que o Governo Português decidiu prestar a fim de assegurar uma contri-buição contínua do BEI para o financiamento de projetos prioritários em Portugal, no-meadamente os realizados por PME”. A mesma fonte afirma que, “em Portugal, o BPI tem estado na primeira linha des-ses esforços, e este novo e bem oportuno empréstimo BEI permitirá ao banco incremen-tar a sua contribuição para o financiamento das PME em condições atrativas”.

BEI e BPI com 300 milhões de euros para financiar PME

Tomás Correia preside ao Montepio há nove anos.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

O BEI vai financiar até 100% do custo total do projeto para PME e mid-cap

A iniciativa surge no âmbito das comemorações dos 40 anos de ex-istência da concessionária.

Quanto mais viajar, mais hipóteses os clientes terão para ganhar o sorteio final

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Sem saber quanto vale uma empresa, como pode o investidor saber o que deve pagar por cada ação?

Na Casa de Investimentos, acreditamos que as ações devem ser compradas apenas quando transacionam a desconto signifi-cativo do seu valor intrínseco e os negó-cios que lhes estão subjacentes têm vanta-gens competitivas que permitem compor retornos de longo prazo acima da média.

Por isso, sem sabermos quanto vale uma empresa, não sabemos o que devemos pa-gar pelas suas ações.

Muitos intervenientes nos mercados fi-nanceiros compram e vendem ações sem saber o seu valor intrínseco, sem saber se estão a comprar caro ou a vender barato. Motivados, muitas vezes, pela ideia que alguém pagará mais por essas ações no futuro. Esta atuação é, na sua essência, especulativa. É entregar-se à sorte ou, como na maioria dos casos acontece, ao azar.

Ter uma estimativa do valor intrínseco mantém-nos focados no valor do negócio

e não no preço da ação – e isto é o que pre-tendemos, uma vez que, como investido-res, estamos a comprar uma pequena parte desse negócio. A avaliação intrínseca força--nos também a pensar nos cash flows que a empresa está a gerar hoje e no dinheiro que poderá gerar no futuro, assim como nos re-tornos no capital que a empresa consegue produzir. Faz-nos questionar: se pudesse comprar a empresa toda, quanto pagaria?

Uma estimativa do valor intrínseco dá--nos uma base mais sólida para a tomada de decisões de investimento. Sem analisar as verdadeiras fontes de valor, como os “cash flows” e o retorno no capital, não temos qualquer forma de avaliar se um PER de, por exemplo, 15 ou 20 é muito baixo, muito alto, ou adequado. No fim de contas, uma empresa com um PER de 20 pode ter necessidades de capital muito mais baixas e um negócio menos arriscado

do que a empresa com um PER de 15.

Quanto vale a Tesco?

Há quem diga que um ativo vale o que o mercado está disposto a pagar por ele. Quando o mercado está deprimido, paga muito pouco por ativos de grande valor. Devemos comprar. Quando o mercado está exuberante e os investidores acreditam que o céu é o limite, estão dispostos a pagar preços extraordinários. Devemos vender.

O investidor em valor está disposto a pagar o preço que lhe garante um descon-to significativo do valor justo da empresa. O conceito mais importante no investi-mento é a Margem de Segurança, ou seja, a diferença entre o valor justo do ativo e o preço a que o compra.

A Tesco PLC opera vários formatos de retalho no Reino Unido, Europa, Ásia e Estados Unidos. A empresa é líder no reta-lho alimentar no Reino Unido, com 2700 lojas e uma quota de mercado de 30%, quase o dobro dos seus concorrentes. No total, a empresa tem cerca de 6200 lojas.

A Tesco expandiu o seu negócio alimentar para o não-alimentar através dos hipermer-

cados e operações online. A empresa tem uma presença significativa em países do Les-te da Europa e nalguns países asiáticos.

Nos últimos 10 anos, o negócio cresceu a uma taxa anual superior a 10%, tendo o lucro por ação passado de 0,12 pence em 2002 para 0,35 pence em 2012. Neste pe-ríodo a empresa manteve uma rentabili-dade média dos capitais próprios de 17% e margens operacionais de 5,59%. Um negócio muito rentável, com um balanço conservador onde a dívida representa ape-nas 72% dos capitais próprios.

O triunfo do curto prazo

Em janeiro deste ano, a empresa anun-

ciou que esta trajetória de crescimento iria ser interrompida e os lucros do ano corrente não iriam crescer. As vendas do último trimestre tinham recuado devido a promoções agressivas dos seus concorren-tes. Entenderam ser necessário investir na rede de lojas do Reino Unido para melho-rar estruturas, atendimento e preços. As ações recuaram mais de 16% nesse dia. A capitalização bolsista da empresa recuou 5 mil milhões de libras.

A empresa reagiu rapidamente com o objetivo de defender a sua quota de mercado no Reino Unido, baixando se-letivamente os preços de alguns dos seus produtos e concretizando investimentos nas suas lojas. O negócio do retalho ali-mentar é um excelente negócio, sendo muito mais rentável para a empresa com a maior quota de mercado, na medida em que pode diluir a sua estrutura de custos fixos por uma base de vendas superior, obtendo, assim, vantagens competitivas de escala. Também não é um negócio cí-clico, pois os produtos vendidos são de primeira necessidade. O negócio não ali-mentar já é mais variável, de acordo com o poder de compra dos consumidores e,

no contexto atual de austeridade a níveleuropeu, o negócio está mais fragilizado.

Warren Buffett, que detinha uma po-sição de 3% na empresa, aproveitou esterecuo na cotação para reforçar para 5%.O CEO da Berkshire Hathaway gosta daempresa e teve uma boa notícia na sema-na passada quando a Tesco anunciou quedeve abandonar o negócio nos EstadosUnidos, a rede de lojas “Fresh & Easy”que Warren Buffett sempre defendeu quenão seria rentável para a empresa.

Deste modo, a empresa pretende con-centrar-se no desenvolvimento das suasunidades em mercados emergentes ondetem mais hipóteses de se impor e de se-rem mais rentáveis. Na Coreia do Sul eTailândia, as unidades da Tesco são líde-res com rentabilidades elevadas. Noutrospaíses, como China, Índia ou na Europade Leste, ainda está a ganhar escala neces-sária para tornar estes negócios geradoresde valor para os acionistas.

A Tesco pretende igualmente manteruma presença muito relevante no negó-cio online, com as marcas “Tesco.com” e“Tesco Direct” – os seus sites para vendade produtos alimentares e não alimenta-res – e o conceito “Click & Collect” – emque os clientes podem encomendar onli-ne e depois passar por um ponto de reco-lha da Tesco para levantar a encomenda,sem ter de suportar custos de transporte.O negócio online possui margens de lu-cro superiores ao tradicional.

A Tesco tem no balanço um portfóliode investimentos imobiliários, relativos àssuas lojas, avaliado em 32 mil milhões delibras. É das maiores detentoras das suaspróprias lojas de entre os maiores retalhis-tas mundiais, sendo uma fonte de valorno balanço da empresa. A empresa temvindo a vender algumas destas unidades,fazendo contratos de venda e aluguer, deforma a gerar capital que pode ser reinves-tido na expansão de outros negócios oupara reduzir dívida. Este ano realizou duasoperações de venda de património imobi-liário na Coreia do Sul e Tailândia avalia-das em mais de 700 milhões de libras.

Os dividendos

A Tesco mantém um dividendo brutode 4,9%, estando a cotar a cerca de 10vezes os resultados atuais por ação. O po-tencial de crescimento das unidades pre-sentes nos mercados emergentes e a ex-ploração de novos meios de venda comoo online, suportados por um negóciomaduro e rentável no Reino Unido e porum portfólio de investimentos imobiliá-rios que podem ser monetizados, fazemda Tesco, aos preços atuais, um investi-mento com valor: vale consideravelmentemais do que o preço a que está a cotar.

AVISO: Esta não é uma recomen-dação de compra. A recomendaçãodepende da situação financeira decada investidor, da composição doseu património financeiro, do tem-peramento adequado para suportara volatilidade nos mercados finan-ceiros e da capacidade de manteros investimentos o tempo necessá-rio para que a oportunidade se ma-terialize, ou seja, para que o preçoseja igual ao valor.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 41

Tesco – se comprasse a empresa toda, quanto pagaria por ela?

O potencial de crescimento das unidades presentes nos mercados emergentes e a exploração de novos meios de venda como o online (…) fazem da Tesco, aos preços atuais, um investimento com valor

Muitos intervenientes nos mercados financeiros compram e vendem ações sem saber o seu valor intrínseco, sem saber se estão a comprar caro ou a vender barato (…) É entregar-se à sorte ou, como na maioria dos casos acontece, ao azar

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de Administração

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA

www.casadeinvestimentos.pt

Investimento em valor

Evolução histórica da cotação, resultados por ação (EPS) e Price Earnings Ratio (PER) da Tesco. Fonte: Bloomberg.

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Malparado já supera os cinco mil milhõesO crédito malparado continua em crescendo. Em outubro, o incumprimento era de cerca de cinco mil milhões de euros, o que se traduziu em mais de 3,7% do total do crédito concedi-do, de acordo com dados do Banco de Portugal. O segmento da habitação levanta cada vez maiores preocupações. Representa 2% do total atribuído, o equivalente a 2,2 mil milhões de euros. O mesmo sucede com as empresas, estas a baterem um recorde de incumprimento, com 10% do total concedido, e o crédito ao consumo a deter cerca de 11,4% do crédito concedido.

O crédito concedido pelas em-presas associadas da Associação de Instituições de Crédito Especializa-do (ASFAC) diminuiu, no terceiro trimestre de 2012, 20% compara-tivamente ao trimestre homólogo, cifrando-se nos 822 milhões de euros. Em termos acumulados, verifica-se este ano uma descida de

25%, tendo-se registado, até ao fi-nal de setembro, 2573 milhões de euros em crédito concedido. “O setor tem sido fortemente afetado pela situação que o país atravessa e estes números não surpreendem, esperando-se que as quebras conti-nuem nos próximos meses. Além de haver menos pedidos de crédito e de

estes serem de montantes mais redu-zidos, há também uma maior taxa de recusa por parte das instituições financeiras”, disse o presidente da ASFAC, António Menezes Rodri-gues.

De acordo com a instituição, este decréscimo deve-se à queda do cré-dito clássico e crédito stock. No crédito clássico, a queda aconteceu tanto no concedido a particulares, que representa 91,6% do total do crédito clássico e registou uma des-cida de 30,7% como no concedido a empresas, que apresentou uma que-bra de 46,9%. No crédito stock – com um peso de 44,2% no total de crédito concedido –, a contração foi de 16,1% em comparação com igual período do ano passado. Apenas o crédito revolving se tem mantido em valores semelhantes a 2011.

Meios de transporte lideram

Quanto à finalidade dos valores concedidos no crédito clássico, per-manece na liderança a aquisição de meios de transporte, com 67,7%, se-guindo-se a aquisição de artigos para o lar, com 18,8%, e o crédito pes-soal, com 11,5%. Em qualquer dos casos, verificou-se uma diminuição dos montantes concedidos face ao trimestre homólogo. Na aquisição de meios de transporte a redução foi de 36%, no crédito lar de 22,8% e no crédito pessoal de 23,1%.

No terceiro trimestre foram cele-brados 90 707 contratos de crédito clássico, dos quais 97,9% com par-ticulares. Além de o número de con-tratos ter caído 23% face ao período homólogo, também o valor médio de cada contrato diminuiu 12,4%, cifrando-se nos 3294 euros.

APONTAM OS DADOS DA ASFAC PARA O TERCEIRO TRIMESTRE

Concessão de crédito cai 25% este ano

A SOFID e o IFC, instituição do Banco Mundial dedicada ao apoio ao setor privado, assinaram um memorando de entendimento para o cofinanciamento de projetos de investimento em países emergentes e em desenvolvimento. “A SOFID tem o importante mandato de apoiar empresas portuguesas que quei-ram investir em países emergentes, contribuindo para o crescimento e para o desenvolvimento económico destes países,” disse Diogo Gomes

de Araújo, presidente da comissão executiva da financeira, detida pelo Estado (59,99%), BCP, BES, CGD, BPI (10% cada) e ELO (0,01%).

“Este acordo com o IFC do Banco Mundial permitirá à SOFID chegar a mais empresas, acrescentar valor aos diferentes parceiros e ter um maior impacte nos países que mais interessam a Portugal e às empresas portuguesas”, acrescentou a mesma fonte.

A SOFID é uma das 17 institui-

ções financeiras de desenvolvimen-to que, desde 2009, assinaram um Master Cooperation Agreement com o IFC. Este acordo permite a harmonização dos procedimentos que cada instituição financeira deve seguir quando se junta ao IFC no cofinanciamento de projetos, pou-pando tempo e recursos aos seus promotores e sendo mais eficiente, com benefícios também para os pa-íses para onde se destinam os inves-timentos.

SOFID e Banco Mundial financiam investimento em países emergentes

E depois do Natal?O Natal é uma época festiva única para a maioria

das pessoas e das famílias. É momento de reunião e de partilha, de frases feitas e suposta perfeição ainda que apenas momentânea e fugaz. Ainda assim, é um momento único na mente de crianças e adultos, cheio de momentos de ternura e carinho. Nesta altura tendemos a ignorar o que nos rodeia e entramos na habitual espiral de consumo para satisfazer petizes e graúdos.

Mas e depois do Natal? Depois, convém cairmos na realidade e pensar que o que aí vem depois do ano novo não será fácil. Iremos ter menos rendimento disponível, menos subsídios, mais impostos. Passamos a ser um país de gente rica, onde pelas novas regras do IRS cada um de nós pagará mais e sobretudo terá menos. E valerá a pena?

A sociedade portuguesa está hoje refém de um paradigma. Precisa ajustar um nível de vida que não podia sustentar e está obrigada a fazê-lo em tempo recorde. Precisamos empobrecer para quiçá um dia voltarmos ao ponto de onde partimos. Mas não será fácil.

A verdade é que precisamos de mais tempo e talvez mais dinheiro para podermos fazer este ajustamento que, além de inevitável, irá contribuir para um país mais sustentável. Mas não o podemos dizer.

Precisamos de reformar o Estado e dizer claramente aos portugueses que este que temos não é possível pagar. Precisamos apresentar as grandes alterações que precisamos fazer e deixar os portugueses discuti-las. Precisamos de ter coragem e ser firmes. Mas não o conseguimos fazer.

A verdade é que em Portugal, por vezes, parece que vivemos num país do faz-de-conta. Todos sabem o que precisamos fazer, mas ninguém faz. Todos sabemos que isto assim não pode continuar, mas deixamos andar. Todos sabem que as gerações futuras pagarão os desmandos que se fizeram nos últimos 40 anos e que continuamos a fazer, mas todos falam e ninguém faz nada. Por vezes, dou comigo a pensar na injustiça que esta sociedade está a criar para o futuro. Quem hoje tem menos de 40 anos irá receber pouco ou nada de reforma, apesar de pagar as reformas aos pensionistas de hoje e no sentimento de profunda injustiça que isso gera.

Dou comigo a pensar nos governos e oposições e nas diferenças entre eles e chego à conclusão que todos dizem o que não pensam. O que faria de diferente a oposição responsável se estivesse hoje no Governo? A resposta é nada, pois o país está sob resgate e tem uma margem mínima de decisão. Tudo se decide em Berlim ou Paris e não em Lisboa.

Depois temos o problema de a nossa sociedade não gostar de ouvir verdades, de enfrentar problemas, de ainda acreditar em facilidades. Continuamos hoje a acreditar que o Estado tudo resolve e esquecemos que o Estado somos todos nós. Precisamos mudar esta mentalidade, de ser razoáveis e exigentes, connosco e com quem nos rodeia. Só assim conseguiremos mudar.

Precisamos de acabar com o poder das corporações e afirmar cada vez mais o poder do indivíduo (eu acredito que é o conjunto de indivíduos melhores, mais exigentes e rigorosos que faz uma sociedade forte). Em Portugal de cada vez que se fala de reformas, todos aplaudem, mas quando lhes toca a eles ninguém aceita.

Eu acredito nos portugueses e na sua capacidade de ultrapassar problemas e dificuldades se lhes explicarem porquê. Para isso precisamos de coragem. Será que há?

BRUNO CARNEIROCEO Servdebt

Bancos emprestam mais à economiaOs bancos emprestaram mais dinheiro à economia nacional, em outubro, comparativamente ao mês anterior. Foram concedidos mais 319 milhões de euros, sobretudo no segmento das em-presas. Se comparado com igual período do ano passado, a quebra foi de 9,4%. Entre as empre-sas, os novos créditos cresceram 8,2%, para 3,6 mil milhões de euros. Os novos empréstimos às famílias tornaram a ultrapassar os 500 milhões de euros, sobretudo para habitação, consumo e outros fins (educação, energia e empresários por conta própria).

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

“Estes números não surpreendem”, afirmou António Menezes Rodrigues.

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O “Depósito Especial de Natal” do Banif é um depósito a prazo a 12 meses, não renovável, com uma TANB de 3%. O produto pode ser subscrito a partir de 10 mil euros, mas o capital investido não é mobilizável antecipadamente. Fruto de uma parceria com a Fnac, e mediante condições específicas, o cliente recebe um cartão carregado Fnac com valores entre os 50 e os 250 euros, dependendo do montante investido.

MARTA ARAÚ[email protected]

“Neste Natal não vai ter que esperar pela meia-noite”

A oferta é atrativa e fica no ouvido: um banco que lança um depósito a prazo especial de Natal que, em troca, dá pre-sentes. Ainda para mais, se as ditas ofertas são de uma marca mediática e apetecível, como é o caso da Fnac. Mas em econo-

mia, e como em tudo na vida, não há almoços grátis. Ou seja, para receber algo há que dar bastante primeiro.

Mas vamos por partes. Até ao final do ano, os clientes Ba-nif que constituam, com novos fundos, o “Depósito Especial de

Natal” e que, simultaneamente, domiciliem dois pagamentos de serviços recebem um Cartão Oferta Fnac que pode ir até aos 250 euros. Na prática, perante o investimento de 10 mil euros, a oferta correspondente é do valor de 50 euros; se o inves-

timento for de 25 mil euros, a oferta é de 125 euros; e no caso de o capital investido for de 50 mil euros, aí a oferta é bem mais significativa e atinge os 250 eu-ros em cartão da Fnac.

No entanto, é importante ter em linha de conta que, caso o cliente não cumpra o período de fidelização pressuposto nesta campanha, nomeadamente no que diz respeito à domiciliação de pagamentos de serviços ao longo do período de um ano, será aplicada uma penalização por débito na conta à ordem associada, correspondente ao valor da oferta cedida ao subs-critor.

Não é permitida

a mobilização antecipada

do capital investido

No que diz respeito ao pro-duto financeiro propriamente dito, tem como público-alvo clientes do Banif, maiores de 18 anos e residentes em Portu-gal. Obrigando ao investimen-to de novos fundos a partir de, pelo menos, 10 mil euros.

A TANB associada é de 3%, o correspondente a uma TANL de 2,205%. O pagamento de juros é efetuado na data de ven-cimento do depósito mas, aci-ma de tudo, tenha em linha de conta que se trata de uma apli-cação na qual não é permitida mobilização antecipada do ca-pital investido. Neste contexto, importa ainda sublinhar que o “Depósito Poupança Especial de Natal” não é renovável nem permite reforços.

A NOSSA ANÁLISE

Depósito de Natal do Banif com TANB

de 3% a partir de 10 mil euros

BIP e BPN são um só bancoO BIC e o BPN passaram a ser um só banco. O BIC Portugal libertou-se da marca BPN, que estava a afastar potenciais clientes. Agora as duas marcas representam, juridicamente, uma só, depois da operação de fusão há mais de oito meses, num valor de 40 milhões de euros. Agora nada necessita de ter ainda a marca daquele banco, o qual passou por um processo de nacio-nalização, que os contribuintes ainda estão a pagar. Falta ainda fazer a integração dos sistemas de informação dos dois bancos, para que o processo de fusão fique concluído.

VW lança banco em PortugalO construtor automóvel VW lançou um banco em Portugal. Trata-se do Volkswagen Bank eé uma subsidiária detida na sua totalidade pela Volkswagen Financial Services. A instituiçãovai dedicar-se ao apoio financeiro das marcas do grupo. A entrada em Portugal conta com oapoio da SIVA e da Seat Portugal. “O objetivo é disponibilizar uma oferta atrativa e inovado-ra de produtos financeiros e serviços, tanto no apoio aos concessionários, como no financia-mento direto ao consumidor final”, refere a empresa em comunicado.

CONSELHOS

MERCADOS

Os portugueses estão a usar menos cartões bancários. Segun-dos os dados da SIBS, na última semana de novembro e a primei-ra de dezembro (26 de novem-bro e 9 de dezembro), foram efe-tuadas nas caixas Multibanco 17 milhões de levantamentos, no valor de 1096 milhões de euros, enquanto no período compará-vel de 2011 (28 de novembro a 11 de dezembro) o número de levantamentos foi ligeiramente

inferior (16,9 milhões), mas o montante global baixou 5,3% (foi 1157 milhões de euros em 2011). O valor médio dos levan-tamentos baixou 5,8%, de 69 para 65 euros.

No que se refere aos paga-mentos de compras, houve uma descida de 10,7% no número de transações (de 31,5 milhões eu-ros para 28,1 milhões este ano) e uma baixa de 8,5% no montante (de 1265 milhões para 1157 mi-

lhões de euros). Já o valor médio por operação aumentou 2,5%, de 40 para 41 euros.

SIBS cautelosa em interpretações

A quebra no número, montante de levantamentos e pagamentos parece ser reflexo da crise econó-mica. Por outro lado, o aumento do valor médio do pagamento de compras poderá ter como causa

o número crescente de estabele-cimentos que não aceitam paga-mentos eletrónicos, em absoluto ou abaixo de determinado valor (a cadeia de supermercados Pin-go Doce, por exemplo, desde 1 de Setembro que limita o uso a compras superiores a 20 euros).

A SIBS destaca, no entanto, ser importante haver cautela “na interpretação de informa-ções relativas a períodos muito curtos, onde as impurezas esta-

tísticas podem confundir” sinaisde tendências. Dentro dessasimpurezas, a entidade lideradapor Vítor Bento realça o facto deos dias do mês não corresponde-rem, nos dois períodos compara-dos, aos mesmos dias da semana.“Muito particularmente, de osferiados do início de dezembroterem ocorrido em dias úteis em2011 (quintas-feiras) e teremocorrido em dias de fim de se-mana em 2012”, refere a SIBS.

Utilização da rede Multibanco em queda

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 43

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Fixing12.dez.12

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.3040 -0.19% 2.71% 0.78%

EUR/JPY 108.12 0.75% 7.12% 8256.13%

EUR/GBP 0.8078 -0.51% 1.01% -3.30%

EUR/CHF 1.2109 -0.16% 0.52% -6.41%

EUR/NOK 7.3295 -0.36% 0.05% -5.47%

EUR/SEK 8.6275 -0.27% 0.23% -3.19%

EUR/DKK 7.4604 0.01% 0.04% 0.35%

EUR/PLN 4.0969 -0.56% -1.95% 216.63%

EUR/AUD 1.2358 -1.00% 1.40% -4.49%

EUR/NZD 1.5504 -2.03% -0.26% -7.37%

EUR/CAD 1.2850 -0.85% 1.11% -0.69%

EUR/ZAR 11.3109 -1.26% 1.26% 7.90%

EUR/BRL 2.7112 -1.45% 3.54% 109.54%

Euro soma ganhos

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O comportamento do PSI-20 esta semana permitiu-lhe registar máximos de outubro deste ano. Após vários meses a cotar entre os 5160 e 5558 pontos, num cenário totalmente “lateral”, a performance desta semana abre espaço para valores mais altos, talvez perto dos 5900 pontos. Caso este cenário se concretize, será a continuação da recuperação iniciada em meados de julho, o que poderá implicar que a PSI-20 anule todas perdas de 2012.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Como referimos na semana passada, o máximo relativo mais alto registado reforçou os sinais de força ascendente. Este evento veio adicionar “peso” à posterior rejeição do movimento de queda que quebrou o limite inferior do intervalo que tinha caracterizado o seu comportamento dos últimos meses. Com esta performance o índice cota agora em máximos de quase quatro anos, abrindo “espaço” para uma visita a valores acima dos 8000 pontos.

Apesar de Mario Draghi ter anunciado, na última reunião do BCE este ano, uma manutenção das taxas de referência nos 0,75%, referiu que a decisão foi tomada após discussão acesa em torno do tema, o que alimentou expectativas quanto à possibilidade de um novo corte de taxas nos próximos meses. Além da manutenção das taxas de referência, o BCE apresentou as suas previsões para a economia da Zona Euro em 2013. O Banco Central perspetiva que uma recuperação económica comece a ser vísivel em meados do próximo ano, com uma melhor performance esperada para os países com maior peso na economia europeia. No conjunto, a economia da Zona Euro encontrar-se-á em recessão no ano de 2013, prevendo-se uma variação do PIB entre um declínio de 0,9% e um crescimento de 0,3%. Para 2014 é projetada uma recuperação para todos os países da Zona Euro, com uma estimativa de crescimento entre 0,2% e 2,2%. Olli Rehn, vice-presidente da Comissão Europeia, sublinhou

esta semana que é importante que a Europa continue a apostar em reformas estruturais, de modo a alcançar um rebalanceamento da economia da Zona Euro e a restaurar a confiança. Rehn referiu ainda que as decisões tomadas até agora já contribuíram para o início do restauro da confiança, assim como para acalmar os mercados e apaziguar os receios de um colapso do euro. Segundo a Euronews, a Comissão Europeia prepara-se para iniciar um processo contra um conjunto de bancos que contribuem para o painel da Euribor, algo semelhante ao que sucedeu com os bancos que participam na Libor e cuja concertação foi provada, dando origem a multas pesadas. Como já temos vindo a referir desde há algumas semanas, estes casos são importantes para os agentes económicos, dado que poderão resultar numa alteração profunda na construção de indexantes, algo que poderá ter um impacto muito significativo. Percebe-se a vontade

dos reguladores em mudar o sistema atual por dois motivos principais: em primeiro lugar, porque já se percebeu que o método atual de definição dos indexantes não está imune a manipulações; por outro lado, reconhece-se que os valores atuais das Euribor e Libor estão longe de ser representativos das taxas efetivas de financiamento entre as entidades bancárias, como era suposto, funcionando como uma base para adição de spread. Falta é perceber como se poderá fazer uma alteração. Não só é muito difícil construir um referencial de uma maneira diferente como será complicado gerir a mudança. Afinal de contas, não é muito plausível que se verifique uma quebra de estrutura que coloque taxas Euribor que hoje estão a 0,3%, de repente a 1% ou 2%! Mas, seguramente, é um caso a acompanhar, porque, afinal de contas, a Euribor não é um preço “de mercado”, mas uma construção sobre o mercado

ANÁLISE PRODUZIDA A 12 DE DEZEMBRO DE 2012

Comissão Europeia pode alterar construção da Euribor

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O comportamento do Eur/

Usd desde meados de setembro tem sido lateral, com um ligeiro viés de baixa. Este viés está pa-tente nos máximos e mínimos relativos mais baixos. Há duas semanas, o câmbio fez uma vi-sita a valores acima dos 1,3100 dólares, no entanto o máximo re-gistado ficou abaixo do máximo relativo anterior. Este semana, o câmbio recupera de grande par-te das perdas registadas desde o último máximo relativo, estando em curso uma nova tentativa de visita a valores acima dos 1,31 dólares. Caso o câmbio não con-siga cotar em valores acima dos 1,3120 dólares, um recuo até aos 1,2800 dólares é possível.

Eur/JpyO Eur/Jpy registou esta se-

mana um acentuar dos ganhos registados nas últimas semanas, tendo cotado máximos de oitos

meses. Apesar de termos assistido nas últimas semanas a algumas tentativas de recuo, os máximos e mínimos de relativos mais altos continuam a sinalizar um reforço da tendência de alta. O câmbio cota neste momento em valores perto dos 109 ienes. O próximo objetivo em alta são valores pró-ximos dos 109,70 ienes.

Eur/GbpO Eur/Gbp também acom-

panhou a tendência de ganhos do euro, tendo conseguido subir para valores acima das 0,81 libras. Apesar de este comportamento permitir afastar, para já, a possibi-lidade quebra da tendência de alta registada desde meados de julho, o facto de ainda não termos re-gistado um máximo relativo mais alto sugere alguma precaução. No entanto, apenas valores abaixo das 0,7960 libras podem pôr em cau-sa a tendência de alta registada desde meados de julho.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)12.dezembro12 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.110% 0.113% -0.003 0.108% 0.002

3M 0.183% 0.190% -0.007 0.191% -0.008

1Y 0.540% 0.573% -0.033 0.585% -0.045

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

January 13 0.170%February 13 0.140%March 13 0.130%June 13 0.135%

September 14 0.325%March 16 0.840%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.150 0.1903X6 0.120 0.1601X7 0.275 0.3163X9 0.255 0.295

6X12 0.248 0.28812X24 0.544 0.584

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.325 0.3553Y 0.420 0.4605Y 0.768 0.7988Y 1.307 1.337

10Y 1.588 1.618

Obrigações 5Y 10Y 5.82 7.37

4.28 5.400.65 1.980.32 1.333.51 4.680.81 1.820.64 1.670.17 0.71

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

1,275

1,282

1,245

1,3

Pri ce

USD

1,22

1,23

1,24

1,25

1,26

1,27

1,28

1,29

1,3

1,31

06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17

Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12

5.900

5.000

7.2007.475

8.115Pric e

EUR

4.000

5.000

6.000

7.000

Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1

2008 2009 2010 2011 2012

4.420

5.160

5.558Pric e

EUR

4.400

4.600

4.800

5.000

5.200

5.400

09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17

Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,566 -10,30% 2,000 0,528 -0,330 0,021 -- 26,952 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00

INDITEX 103,85 5,25% 107,350 60,827 3,882 4,365 26,752 23,792 1,54% 2,17% 12-12-2012 16:38:00

REPSOL YPF 15,99 -1,81% 24,230 10,900 1,611 1,683 9,926 9,501 6,03% 5,35% 12-12-2012 16:38:00

TELEFONICA 10,12 0,80% 13,551 7,900 1,193 1,253 8,483 8,077 -- 0,00% 12-12-2012 16:38:00

FRA. TELECOM 8,53 1,26% 12,490 7,835 1,273 1,169 6,701 7,297 16,18% 11,00% 12-12-2012 16:38:42

LVMH 138,55 1,32% 140,000 103,200 7,224 7,989 19,179 17,343 2,09% 2,17% 12-12-2012 16:39:58

BAYER AG O.N. 72,25 2,99% 73,090 44,295 5,447 5,929 13,272 12,193 2,28% 2,52% 12-12-2012 16:35:10

DEUTSCHE BK 34,275 -1,93% 39,510 22,110 3,825 4,476 8,961 7,658 2,19% 2,15% 12-12-2012 16:35:28

DT. TELEKOM 8,565 -0,66% 10,060 7,688 0,545 0,664 15,672 12,863 8,16% 8,17% 12-12-2012 16:35:16

VOLKSWAGEN 160,5 5,01% 160,500 101,750 36,615 23,818 4,378 6,730 1,88% 2,19% 12-12-2012 16:35:13

ING GROEP 7,196 0,95% 7,580 4,440 0,940 1,146 7,655 6,279 -- 0,10% 12-12-2012 16:38:27

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,569 5,02% 1,585 0,945 0,193 0,180 8,130 8,717 1,27% 0,45% 12-12-2012 16:35:00

B. COM. PORT. 0,073 0,00% 0,141 0,047 -0,065 -0,019 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,832 0,24% 1,055 0,434 0,029 0,042 28,690 19,810 -- 0,12% 12-12-2012 16:38:13

BANIF-SGPS 0,124 2,48% 0,417 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00

B. POP. ESP. 0,560 -13,85% 1,973 0,520 -0,330 0,021 -- 26,667 -- 0,00% 12-12-2012 14:22:20

BANCO BPI 0,860 2,87% 0,919 0,338 0,105 0,061 8,190 14,098 -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00

BRISA 2,220 8,29% 2,785 1,620 0,094 0,086 23,617 25,814 -- 11,62% 12-12-2012 16:35:00

COFINA,SGPS 0,578 1,05% 0,820 0,300 0,057 0,053 10,140 10,906 1,73% 2,25% 12-12-2012 16:36:02

CORT. AMORIM 1,580 3,27% 1,650 1,270 0,260 0,270 6,077 5,852 4,11% 5,06% 12-12-2012 16:24:47

CIMPOR,SGPS 3,400 1,80% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,189 7,907 4,88% 5,88% 12-12-2012 16:35:00

EDP 2,167 6,38% 2,518 1,628 0,291 0,272 7,447 7,967 8,54% 8,58% 12-12-2012 16:35:00

MOTA ENGIL 1,420 5,19% 1,439 0,951 0,208 0,235 6,827 6,043 7,75% 8,80% 12-12-2012 16:35:00

GALP ENERGIA 11,740 -0,85% 13,775 8,330 0,452 0,532 25,973 22,068 2,73% 1,97% 12-12-2012 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,290 -3,33% 0,620 0,260 0,010 0,000 29,000 -- -- 0,00% 12-12-2012 16:35:00

J. MARTINS 15,215 6,03% 16,070 11,255 0,629 0,742 24,189 20,505 1,81% 2,18% 12-12-2012 16:35:00

MARTIFER 0,530 0,00% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 26,500 -- -- 12-12-2012 16:14:16

NOVABASE 2,210 2,79% 2,350 1,660 0,235 0,240 9,404 9,208 1,36% 3,85% 12-12-2012 15:00:56

GLINTT 0,100 -9,09% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 12-12-2012 12:46:41

P. TELECOM 3,767 5,34% 4,826 3,003 0,329 0,361 11,450 10,435 23,10% 10,62% 12-12-2012 16:35:00

PORTUCEL 2,280 5,65% 2,284 1,680 0,268 0,254 8,507 8,976 9,69% 7,76% 12-12-2012 16:35:00

REDES E. NAC. 1,992 -0,05% 2,295 1,800 0,255 0,266 7,812 7,489 8,48% 8,48% 12-12-2012 16:35:00

S. COSTA 0,140 -6,67% 0,440 0,120 -0,070 0,020 -- 7,000 -- -- 12-12-2012 13:25:27

SEMAPA 5,240 2,48% 6,035 4,602 0,948 0,903 5,527 5,803 4,87% 4,87% 12-12-2012 16:35:00

SONAECOM 1,535 3,02% 1,555 1,042 0,161 0,149 9,534 10,302 4,56% 3,97% 12-12-2012 16:35:00

SONAE,SGPS 0,655 6,33% 0,670 0,366 0,047 0,055 13,936 11,909 5,05% 4,89% 12-12-2012 16:35:00

SONAE IND. 0,469 6,59% 0,720 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 12-12-2012 16:39:56

SAG GEST 0,360 2,86% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 12-12-2012 16:35:00

TEIX. DUARTE 0,270 -3,57% 0,310 0,170 -- -0,030 -- -- -- -- 12-12-2012 11:48:16

Z. MULTIMEDIA 2,835 -1,77% 3,000 1,977 0,126 0,151 22,500 18,775 5,64% 5,89% 12-12-2012 16:35:51

Banca nacional reduz dependência relativamente ao BCEOs créditos atribuídos pelo Banco Central Europeu à banca portuguesa registaram um decrés-cimo, em Novembro, para 54,6 mil milhões de euros, naquele que foi o valor mais baixo dos últimos nove meses. A descida foi de quase 2,7%, ou 1,5 mil milhões de euros, relativamente ao mês anterior, de acordo com o Banco de Portugal. O valor mais alto foi atingido em Ju-nho, cerca de 60,5 mil milhões de euros. O banco central continua a ser a principal fonte de financiamento da banca portuguesa.

Banif pode avançar com processo de recapitalizaçãoO Tribunal do Funchal considerou “improcedente” a oposição à fusão entre a Banif SGPSe a Banif SA, apresentada pela construtora Lisop. Perante esta decisão, o banco pode agoraavançar com o processo de recapitalização. O Banif está numa fase de reestruturação, tendo oprocesso sido retido, face ao facto de a Lisop se ter oposto à fusão em causa, considerando-secredora do banco em cerca de 120 milhões de euros. Muito rapidamente pretende-se dar se-guimento à operação de recapitalização.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 45

O ambiente macroeconómico em que nos encontramos leva a que cada vez mais as pessoas questionem o sistema económico. Observam-se inúmeras concepções erradas, por parte do público em geral e não só, de como é suposto o sistema funcionar e a falta de conhecimento de como as instituições à sua volta funcionam ou mesmo a economia.Concepções de que o capitalismo se baseia na ganância ou a de que os ricos estão cada vez mais ricos são cada vez mais vistos como verdadeiros “truísmos” por parte das pessoas. Um dos conceitos talvez mais em foco acabam por ser as desigualdades de rendimento entre a população. A verdade é que as desigualdades não precisam de ser justificadas. Os retornos ou rendimentos económicos em sociedades baseadas na troca livre de serviços e bens não é suposto ser de forma justa. Estes reflectem, apenas e só, o valor dos serviços e bens providenciados, e em forma alguma têm de coincidir com a nossa concepção de justiça ou de valor moral atribuído por nós.Podemos tomar o exemplo, de um bombeiro dedicado que recebe tão pouco em rendimentos, enquanto um actor mundialmente famoso facilmente consegue obter milhões ao contracenar num filme. De uma perspectiva de valor moral poderá não parecer justo, mas não é suposto. O ponto fulcral é que, por muito vitais que sejam os serviços prestados pelo nosso bombeiro, estes são providenciados a um número reduzido de pessoas. O actor, por outro lado, providencia um serviço pelo qual milhões de pessoas estão dispostas a pagar para consumirem esse bem. O rendimento económico é maior simplesmente pelo facto de satisfazer um maior número de pessoas por esse serviço prestado. A ideia de substituir ou alterar estas recompensas económicas

atribuídas pelo mercado de forma isenta por outras que coincidam com a nossa escala de valores morais acaba por ter efeitos negativos, que podem levar mesmo a rupturas e escassez. Os salários não são nada mais nada menos do que sinais de informação dados pela economia das áreas que necessitam de mais ou menos recursos. Ao intervirmos nesses valores, a informação providenciada por esses sinais acaba por não passar da forma correcta, levando a excessos ou escassez. Se, por exemplo, decidirmos pagar mais a um assistente social que a um electricista, porque pensarmos moralmente que o seu valor é maior, isto causará um excesso de assistentes sociais e uma escassez de electricistas. Adicionalmente, este fenómeno não é corrigido, dado que os salários para electricistas deixariam de atrair em número suficiente novos jovens para a profissão, enquanto mais pessoas seriam canalizadas para a assistência social.Concluindo, é a perspectiva de rendimentos elevados que atrai as pessoas para certas actividades económicas, em regra as mais necessitadas, e as recompensas económicas mais elevadas acabam por cair sobre aqueles que providenciam os serviços mais populares. As desigualdades de rendimento entre várias actividades, longe de ser algo negativo, é aquilo que incentiva as pessoas a canalizarem a sua oferta para as áreas onde exista mais procura, trazendo benefícios através da satisfação das necessidades dos restantes membros da sociedade.Ao desvirtuarmos estes mecanismos, fazemos com que no final a sociedade, como um todo, acabe por sair prejudicada, dado que os recursos desta não estariam a ser alocados onde realmente estes seriam necessários.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE AR-TIGO NÃO SEGUE A NOVA ORTOGRAFIA

“Truísmos” económicos

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

Page 46: QREN tem 400 milhões para empresas a mesma linha descendente. Há alguns avanços na China e na Índia. LES ECHOS Exportações alemãs aceleram As vendas de produtos alemães ao

AQUILES [email protected]

O Entreposto VH, importador da corea-na Hyundai para o nosso país, tem em cur-so um programa de preços fixos para várias intervenções nos seus modelos, numa re-edição de uma campanha que a empresa levou a cabo em 2009. “O princípio foi o mesmo, sendo que desta vez envolvemos uma entidade independente [a GiPA] para nos fazer um estudo sobre quais as opera-ções necessárias e qual a competitividade das mesmas”, explicou à “Vida Económi-ca Ricardo Sousa, diretor de pós-venda da Hyundai. A mesma fonte explica que a concorrência não vem das outras marcas, mas dos reparadores independentes.

As quatro operações escolhidas – óleo e filtro, pastilhas de travão (frente), manu-tenção de ar condicionado (recarga e fil-tro) e inspeção automóvel – são “de gran-de sensibilidade ao preço”, de acordo com Ricardo Sousa. Definidos os serviços, o Entreposto VH enviou um mailing direto

CERCA DE 22 MIL CARROS ANTERIORES A 2010 FORAM “CONVOCADOS”

Hyundai com progra em serviços de ofici A Hyundai tem em curso um programa de preços fixos para várias intervenções em automóveis matriculados antes de 2010. Uma reedição da campanha levada a cabo há três anos, a iniciativa abrange 32 versões de 16 modelos e tem como meta fidelizar, através do preço, os clientes entretanto perdidos para as redes de oficinas multimarca.

Gamobar ajustou negócio e cai menos que mercado

AQUILES [email protected]

A Gamobar, concessionária da Peu-geot para o distrito do Porto, ajustou o negócio e está a cair menos do que a média do mercado, adiantou à “Vida Económica” Paulo Cunha, diretor-geral da empresa, sem, no entanto, referir números concretos. “O que equilibra a nossa operação no presente é o negócio dos usados, um forte ‘ataque’ na área do pós-venda e uma criatividade gigantesca para que as vendas de viaturas novas não tenham uma quebra tão grande quanto a que se verifica na média do mercado”, disse o executivo à “Vida Económica”, à

margem do evento “Made in Portugal” (daremos mais destaque na próxima edi-ção da “Vida Económica”), em que a Ga-mobar convidou 18 marcas exportadoras para exporem nas suas instalações, tendo como mote o comercial Peugeot Partner, que é, em conjunto com o Citroën Ber-lingo, produzido na fábrica portuguesa da Mangualde.

Na área do pós-venda, merece destaque a fixação dos preços. “Temos um aten-dimento mais qualificado e impactante, com uma comunicação de preço fecha-

do aos clientes das oficinas. Resultado, estamos a conseguir, até, crescer face ao período homólogo do ano passado. É ina-creditável, mas é verdade. As pessoas tam-bém prolongam a utilização das viaturas, o que também traz oportunidades na área do pós-venda”, indica Paulo Cunha.

Em relação aos veículos usados, a mes-ma fonte explica o “crescimento exponen-cial” pelo alargamento do leque de viatu-ras disponíveis. “Adotámos um modelo de venda de usados multimarca, com via-turas a partir de sete anos a cinco mil eu-ros. Portanto, conseguimos ter um leque de oferta muito mais abrangente do que tínhamos antes”, refere o diretor-geral da Gamobar Peugeot.

Ajuste nas instalações

Para o equilíbrio da empresa contri-buiu, também, o ajuste da dimensão em termos de instalações. “Dado o facto de a sede, onde estamos [na rua Delfim Fer-reira, na Zona Industrial do Porto], ter 16 mil m2 e ter capacidade para crescer, tomámos a decisão estratégica, em con-certação com a marca, de encerrarmos as operações que tínhamos em Matosinhos e na avenida Fernão Magalhães (Antas). Com as vias de comunicação que há, es-tamos a poucos minutos de Matosinhos e da parte alta da cidade, pelo que, num pe-rímetro de alguns km, conseguimos abar-car todo o mercado potencial. Portanto, redimensionámos a nossa organização, pelo que temos uma quebra nas viaturas novas menor do que a média da descida nas vendas da generalidade do merca-do automóvel português”, explica Paulo Cunha. As instalações da Gamobar estão, agora, no Porto, Gondomar, Maia, Santo Tirso e Vila do Conde.

A Gamobar promoveu o evento “Made in Portugal”, com a Peugeot Partner, feita em Man-gualde, como “estrela”.

Mazda CX-5 Carro do Ano no JapãoO “crossover” Mazda CX-5 conquistou o troféu de ‘Carro do Ano 2012-2013’ no Japão. Nos nove meses de vendas do mode-lo (foi lançado em fevereiro), a Mazda registou 37 mil encomen-das no Japão e mais de 33 mil pedidos na Europa, num volume global superior a 128 mil unidades. O último modelo da marca a conquistar o troféu de Carro do Ano no Japão foi o ‘roadster’ MX-5, em 2005. O CX-5 é o quarto Mazda a consegui-lo.

AUTOMÓVEL

46 SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012

Tabela geral preço fixo 2012

Óleo e filtro de travão - frente Pastilhas Recarga e manutenção ar

condicionado inclui filtroServiço

IPOATOS 1.0 / PRIME 1.1 53 J 74 J 69 JGETZ 1.1 /1.3 / 1.6 55 J 91 J 60 J 69 JGETZ 1.5 CRDi / VGT 76 J 95 J 60 J 69 JH1 2.5 TCI / SR / H100 / JOBS

99 J 109 J 69 J

H1 STAREX 2.5 CRDi 101 J 111 J 60 J 69 Ji10 1.1 / 1.2 79 J 77 J 60 J 69 Ji10 1.1 CRDi (PA) (08 MY~)

79 J 77 J 60 J 69 J

i20 1.2 / 1.4 82 J 77 J 60 J 69 Ji20 1.4 CRDi (PB) (09 MY~)

75 J 77 J 60 J 69 J

i30/CW 1.4 87 J 101 J 60 J 69 Ji30/CW 1.4 MY 2010 100 J 101 J 60 J 69 Ji30/CW 1.6 CRDi 75 J 101 J 60 J 69 Ji30/CW 1.6 CRDi CPF 105 J 101 J 60 J 69 Ji30/CW 1.6 CRDi MY 2010 126 J 101 J 60 J 69 Jix35 2.0 CRDi 193 J 120 J 60 J 69 JMATRIX 1.5 CRDi / VGT 74 J 98 J 60 J 69 JMATRIX 1.6 55 J 103 J 60 J 69 JSANTA FE 2.0 CRDi 84 J 125 J 60 J 69 JSANTA FE 2.2 CRDi MY 2006

83 J 113 J 60 J 69 J

SANTA FE 2.2 CRDi CPF MY 2006

116 J 113 J 60 J 69 J

SONATA 2.0 CRDi 116 J 128 J 60 J 69 JSTAREX 2.5 CRDi MY 2009

101 J 130 J 60 J 69 J

TRAJET 2.0 CRDi 84 J 113 J 60 J 69 JTUCSON 2.0 CRDi 84 J 123 J 60 J 69 JTUCSON 2.0 CRDi CPF 117 J 123 J 60 J 69 JACCENT 1.3/1.5 (LC) (00 MY~05)

55 J 97 J 60 J 69 J

ACCENT 1.5 CRDi (LC/MC) (00 MY~05)

73 J 100 J 60 J 69 J

COUPE 1.6 (GK/RC) (02 MY~)

77 J 99 J 60 J 69 J

COUPE 2.0 V6 (GK) (02 MY~)

91 J 100 J 60 J 69 J

Elantra 1.6 (MY 00 ~) 77 J 102 J 60 J 69 JElantra 2.0 (MY 00 ~) 86 J 102 J 60 J 69Elantra 2.0 D (MY 00 ~) 118 J 102 J 60 J 69 J Fonte: Entreposto VH/Hyundai. IVA inlcuído

“O que equilibra a nossa operação no presente é o negócio dos usados, um forte ‘ataque’ na área do pós-venda e uma criatividade gigantesca nas vendas de viaturas novas”

Page 47: QREN tem 400 milhões para empresas a mesma linha descendente. Há alguns avanços na China e na Índia. LES ECHOS Exportações alemãs aceleram As vendas de produtos alemães ao

ma de preço fixo na

a cada um dos clientes com a informação dos preços fixos dos serviços para a viatura de que é proprietário. No total, aquela in-formação foi, ao longo deste ano, enviada a cerca de 22 mil proprietários de auto-móveis da marca coreana com matrícula anterior a 2010.

São abrangidas pelo programa 32 ver-sões de 16 modelos (ver quadro). No caso do, entretanto já descontinuado da gama Hyundai, utilitário Getz a gasolina, a mu-dança de óleo custa 55 euros ao abrigo deste programa. O mesmo serviço no mais tecnológico SUV ix35 2.0 CRDi, modelo ainda na gama, tem um preço tabelado de 193 euros. De resto, apenas a mudança das pastilhas de travão da frente e de óleo e filtro é que têm preços variáveis de motor para motor. Já a manutenção do ar condi-cionado (60 euros) e o serviço de prepara-ção e transporte do carro à inspeção, com viatura de substituição (69 euros), têm va-lor igual em todos os modelos.

Rede oficial chega a oferecer bomba injetora

Na edição de 2009, a taxa de recupera-ção de veículos fora de rede oficial de ofi-cinas (há dois anos sem visitas) foi de 7%. O diretor de pós-venda do Entreposto VH não arrisca um número para este ano, mas sublinha que o objetivo é prolongar a re-lação com os proprietários portugueses de veículos Hyundai. “Nós tentamos captar os clientes das mais variadíssimas manei-ras. Usamos todas as possibilidades de chamá-los às nossas oficinas e mostrar-lhes os benefícios da rede da marca”, refere.

Ricardo Sousa aponta, ainda, as ações

pontuais como ferramenta de fideliza-ção dos clientes, dando como exemplo as bombas injetoras do modelo Matrix diesel, que já tem muitas unidades com cerca de 10 anos de uso. “Temos um programa de bombas Bosch em que oferecemos a bom-ba injetora e reduzimos o valor da mão de obra. Este é um cliente que está fora da rede oficial, onde o valor da substituição deste componente chega aos 4000 euros”, afirma a nossa fonte. “Recuperámos mui-tos clientes desta forma”, acrescenta.

Captar clientes “no ‘ruído’ das redes franchisadas”

O responsável de pós-venda da Hyun-dai avisa que, se os reparadores oficiais não fizerem este trabalho, “limitam-se a perder o cliente, que vai efetuar o servi-ço em outro local. E ali [nos reparadores oficiais] o cliente sabe que é a marca e que há benefícios por efetuar os serviços na rede da marca”, defende Ricardo Sousa, que admite, “por vezes, ter dificuldades em fazer passar essa mensagem no meio do ‘ruído’ todo da comunicação das redes franchisadas”.

A nossa fonte avisa para a importância de os consumidores analisarem bem a pu-blicidade das redes franchisadas. “Essas redes anunciam 30 euros para serviços de mudança de óleo, mas isso não se aplica à maioria dos automóveis, apenas aos que levem dois ou três litros de lubrificante, sendo que a maioria leva bem mais do que isso. Há muita informação que leva os clientes a precipitarem-se, por conta da informação que recebem”, indica Ricardo Sousa.

Uma entidade independente atesta a competitividade dos preços fixados.

Reta comercializa divisórias isotérmicas amovíveisA Reta passou a vender divisórias isotérmicas amovíveis, em estilo americano, para semirreboques, camiões e carrinhas comerciais de transporte. “Com este novo produto, os clientes Reta podem obter uma maior poupança de combustível, um melhor aproveitamento da área de refrigeração e do próprio veículo através de vários níveis de temperatura”, refere, em comunicado, a empresa do grupo Luís Simões.

AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO 2012 47

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Infl ação desacelera em novembro

A infl ação desacelerou em novembro para 1,9%, em termos homólogos, de acor-do com o INE. O que se traduziu numa quebra de 0,2%, face ao mês anterior. A variação média dos últi-mos 12 meses situou-se em 2,9%.

Entre as contribuições po-sitivas para esta desaceleração estiveram os preços da habi-tação, da água, da eletricida-de, do gás e de outros com-bustíveis. Do lado contrário estiveram as classes da saú-de, do vestuário e do calça-do. Na comparação mensal, o IPC registou uma taxa de variação negativa de 0,3%, menos 0,6 pontos percentu-ais relativamente à taxa veri-fi cada no mês anterior.

Saúde não escapa a cortes adicionais

O ministro da Saúde, Pau-lo Macedo, admitiu que o se-tor da Saúde não vai escapar aos cortes do próximo ano. O seu ministério não fi ca de fora dos cortes de quatro mil milhões de euros previstos para os dois próximos anos.

Paulo Macedo diz que ha-verá cortes, mas que o setor será discriminado positi-vamente, ou seja, os cortes serão aplicados de forma diferenciada. O ministro também garantiu que vai continuar com a política de racionalização do medica-mento, de forma a garantir a sustentabilidade do Servi-ço Nacional de Saúde. Uma política que está a ser muito contestada por parte das par-tes envolvidas, consideran-do que os doentes estão a ser fortemente penalizados nos tratamentos, em nome da racionalização.

País não pode exagerar nas medidas de austeridade

A OCDE defende que Portugal não deve cortar em demasia nas prestações so-ciais e nas transferências so-ciais para as famílias. Mesmo que tal implique agravar o Orçamento do Estado pelo lado da despesa. É que o país corre o risco de entrar numa espiral recessiva.

A organização mostra-se preocupada com as medidas de austeridade que foram as-sumidas pelo Governo, con-siderando que é necessário ter especial atenção ao im-pacto da conjuntura econó-mica muito difícil.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

No crescimento e número per capita, a Croácia está melhor que Portugal, Barcelona que Lisboa, e Dublin (onde só há sol em 17% dos dias!) que o Porto.

Instituto de Liberdade Económica

Notas: 1 Valor entre parêntesis corresponde à taxa de crescimento média anual no período representado no gráfico 2 O número de turistas é medido pelo número de hóspedes estrangeiros nos estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos e apartamentos turísticos.Fontes: INE Portugal, 2012; INE España, 2012; INE Croácia, 2012; e Fáilte Ireland, 2012.

Número de turistas estrangeiros2M

ilhar

es

Croácia (8,3%)1

Portugal (2,5%)1

Barcelona (6,6%)1

Dublin (2,8%)1

Lisboa (2%)1

Porto (2,7%)1

Sofrer com o sucesso Com a generalidade dos cidadãos a pagar de forma

direta o esforço de consolidação orçamental, o país faz um derradeiro esforço para sustentar um Estado que não é sustentável na dimensão nem no nível de despesa atual. As reformas estruturais vão aguardando melhores oportunidades, tornando o esforço algo inglório.

Os consumidores e as empresas sofreram com o insucesso do nosso modelo de desenvolvimento que determinou a estagnação, enquanto todos os outros países cresciam. Continuam a sofrer com o insucesso dos sucessivos planos de estabilidade e crescimento e medidas similares que, ao contrário do anunciado, acentuam a instabilidade e agravam a contração da atividade económica.

O insucesso, que começa por ser coletivo, contagia a esfera individual, testando a capacidade de sofrimento e a esperança.

Mas o sofrimento não tem que estar apenas presente quando as coisas correm mal. “Nós sofremos muito com o sucesso” – afi rma Pedro Pinto, presidente das Carnes Primor, na entrevista publicada na pág. 25 desta edição. Mais que uma empresa bem sucedida, pode ser considerada uma empresa exemplar sob várias perspetivas. Atinge um volume de negócios de 170 milhões de euros num setor tradicional, revela um crescimento sustentado e constante, exporta mais de 50 milhões de euros de produtos onde Portugal não tem

tradição e inverte a tendência da maioria das empresas e marcas portuguesas de produtos alimentares que têm vindo a ser substituídos pelas importações.

O sucesso tem um misto de satisfação e de desencanto, porque difi cilmente tudo corre conforme se pretendia. Fica sempre o sentimento de alguma frustração pelo facto de termos tido os meios e a oportunidade de fazer melhor.

O sofrimento associado ao sucesso é uma atitude a que não estamos habituados numa sociedade onde se privilegia o fácil, o imediato, o efémero, o aparente, em detrimento da verdadeira essência do desenvolvimento individual e coletivo.

Os políticos dão o mau exemplo centrando as suas preocupações nas aparências. As contas são tudo menos transparentes e o sucesso mede-se pela capacidade de incutir nas instituições externas, nos mercados e nos cidadãos e convicção errada de que a situação é muito melhor do que aquela que de facto existe. Alguns maus gestores fazem à escala das suas empresas o mesmo que os políticos e tentam sistematicamente projetar para o exterior uma imagem que não é a sua. Algumas famílias seguiram o mesmo caminho, embalando no consumo e descurando o trabalho, o desenvolvimento das competências que geram o rendimento. Descobrem agora a fatura do facilitismo com as difi culdades agravadas.

Provavelmente, nunca vão compreender o sofrimento saudável ligado ao sucesso. E difi cilmente terão a humildade para relativizar os resultados, tornando-os efémeros, em vez de os utilizarem para alargar a base que poderia sustentar os sucessos futuros.

Para não sofrermos tanto com os insucessos, como atualmente acontece, deveremos aprender também a sofrer com os sucessos, o que pressupõe uma mudança de atitude, com mais humildade e menos arrogância, para vencer as contrariedades. Conforme refere Pedro Barbosa na última frase do excelente livro “Harvard Trends” que acaba de lançar, para se ser humilde é preciso ter coragem.

NOTA DE FECHO

O sucesso tem um misto de satisfação e de desencanto, porque difi cilmente tudo corre conforme se pretendia.

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1472 / 14 de dezembro 2012 Semanal J 2,20 Portugal Continental

ENQUADRAMENTO: As redes sociais atraem cada vez mais empresas, pessoas e profissionais que já não dispensam perfis ou páginas no Facebook, Twitter, YouTube, Blogger, entre outras redes. Já sabemos que possuir mais contactos significa uma maior probabilidade de conseguir ter sucesso, e hoje fazer networking passa forçosamente por trabalhar com as redes sociais que nos permitem criar e manter relações muito duradouras. Neste contexto vamos falar de networking e gestão de redes sociais, de técnicas de criação e edição de contas e analisar casos de sucesso individuais, profissionais e empresariais.

FORMADOR: Prof. Doutor Jorge Remondes - Licenciado em Relações Internacionais. Especialista em Gestão Comercial e Marketing. MBA em Marketing e DEA e Ph.D em Comunicação pela Universidade de Vigo. Foi regente de unidades curriculares de Gestão e Marketing no Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) em Matosinhos, no Instituto Superior Miguel Torga (ISMT) em Coimbra e no Instituto Superior de Entre Douro e Vouga (ISVOUGA), em Santa Maria da Feira. É Professor Auxiliar de Webmarketing e Comércio Eléctrónico e Jogo de Simulação, entre outras, na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão. Na Universidade Lusíada do Porto também é regente de unidades curriculares de Marketing. Foi Regente da unidade curricular de Marketing e Comunicação em três edições da Pós-Graduação em Gestão e Administração de Instituições Educativas, na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, no Porto. Foi gestor em Grupos Económicos Nacionais e Multinacionais, tais como o Grupo EGOR, CRH e Vedior, entre outros, tendo sido Director da Vedior Psicoemprego no Porto. Desenvolve a actividade de consultoria nas áreas Comercial & Marketing desde 1996 e totalizou mais de 12000 horas de actividade formativa nas mesmas áreas. Foi ainda tutor de estágios de licenciados em várias empresas ao abrigo do Programa INOVJOVEM. Participou como orador em vários Seminários, Conferências e Congressos. Autor do livro “Marketing Interno e Comunicação - O impacto da utilização de novas tecnologias nas PME”

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