q? focas #4

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sexy • dinâmico • ácido • efervescente sexy • dinâmico • ácido • efervescente n o 181 edição especial 28. OUT .2009.QUARTA Bruna Wolff de Mattos Juliana Eichwald O que o futuro lhe reserva? Eis a questão. E quem nunca parou para pensar nela? Somos cobrados durante a vida inteira sobre o que vamos fazer. E não pense que isto um dia terminará. É um ciclo. Você deve se lembrar (se já passou por esta fase): “O que tu vais fazer de vestibular?”; “O que tu queres cursar?”. Aliás, somos questionados desde pequenos: “O que tu vais ser quando crescer?”. Nada disso é levado muito a sério. Mas a questão é que um dia este momento chega. E é hora de pensar bem, para não se arrepender depois. Toda aquela fase de pensar no que fazer, passou. Você começou a faculdade. Não era o que imaginava. Troca de curso. Ou era o que queria e segue adiante. E de repente, porque tudo passa rápido, você encontra outro dilema: o que fazer quando sair da faculdade? Agora a questão é mais complicada. É hora de planejar e iniciar uma vida profissional. E todo o seu futuro está em jogo. Pensando nas angústias e dúvidas que surgem neste momento, o Q? conversou com três jovens formandos de diferentes cursos para saber como eles encaram essa fase, que logo estará acontecendo com você (se é que já não está). Antes de conhecer os casos, consultamos uma profissional. A psicóloga Márcia Rochane Valentim do Nascimento revela que as profundas mudanças que vêm ocorrendo nas últimas décadas estão afetando o cotidiano e as relações, trazendo novas configurações ao mundo do trabalho. “Neste sentido, ampliaram-se os desafios e enfrentamentos dos jovens com relação à inclusão profissional. Isso justifica o sentimento de angústia e insegurança dos jovens profissionais”, explica. Márcia também dá uma dica: “Precisamos nos qualificar, buscando ampliar nossos conhecimentos. Buscar o autoconhecimento, o fortalecimento da identidade pessoal, agindo e focando os projetos para o futuro, o que contribui para o êxito da inclusão profissional”. Além disso, a psicóloga afirma que pais, professores, religiosos, políticos, profissionais, enfim, os cidadãos já incluídos, poderão ser agentes de consulta e auxiliar no processo de transformação de cada jovem. Agora, é seguir em frente e ver o que o futuro reserva para cada um! Confira as dicas de quem vive ou viveu esse dilema. FOCAS DO 4ª EDIÇÃO formei. agora? Me Me E E Seja empreendedor Henrique Purper Schneider, 23 anos, formando em Engenharia Agrícola, sempre pensou em fazer Agronomia ou Engenharia Mecânica, mas no último ano do colégio conheceu o curso atual e resolveu investir. Entrou na faculdade em 2003 e já sabia das oportunidades de trabalho que a região oferecia. “Quando eu me formar, não pretendo trabalhar em empresas. Quero desenvolver algo próprio e aplicar meus conhecimentos dentro da propriedade da minha família, pois acredito que tenho espírito empreendedor e quero aproveitar isso”, revela. Depois que o negócio já estiver estabilizado, Schneider quer continuar estudando, talvez ingressar em um mestrado. “Mas, antes de fazer isso tudo, pretendo estudar inglês no exterior. Não tenho tanto receio desta nova etapa, pois já estou focado no que vou fazer e é isso com que os estudantes devem se preocupar: sair da universidade com metas, pra não ficar sem saber por onde começar”. Faça a diferença Alexandre Somavilla, 23 anos, se formou em agosto em Biologia. Desde criança ele sonhava com a área. “E o que me deu mais vontade de cursar foi que gostei muito da Biologia no ensino médio. Durante quatro anos da minha formação, fui bolsista no laboratório de entomologia da Unisc, e também trabalhei com projetos vinculados a pesquisas, principalmente sobre insetos”, conta. Agora, em novembro, vai tentar fazer mestrado na área de Entomologia e Zoologia. O guri acredita que seja importante procurar se especializar bastante na área de atuação, não só na Biologia, como em todos os outros cursos. “Ganhar cada vez mais conhecimento e não deixar isso ‘guardado’, passar adiante tudo que adquirir ao longo do percurso”, afirma. “Então, essa seria minha dica aos formandos: atuar na profissão e, principalmente, fazer a diferença. E isso só se consegue estudando e se aprimorando cada vez mais na sua área.” Não pare de estudar Lauriana Lamb (mais conhecida como Lala), 22 anos, formanda em Serviço Social, fez vestibular aos 16 anos e não sabia ao certo o que queria fazer. “No fim acabei optando pelo serviço social. Não tinha noção da área que iria trabalhar quando me formasse, então, logo arrumei um estágio voluntário na Prefeitura”, conta. Exercendo a prática da profissão, a menina viu que era aquilo mesmo que queria fazer. “Como trabalho desde o começo da faculdade, não me sinto tão perdida e angustiada agora no final. Isso porque eu sei que vou sair empregada, pois já vivi a prática e a teoria”, afirma. “Porém, tenho consciência de que não posso parar. Pretendo continuar estudando e me atualizando, senão perco espaço no mercado de trabalho. Esta é a dica: não parar de estudar.” JULIANA EICHWALD DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

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Caderno Q?, suplemento jovem do jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Edição especial Focas do Q? número 4, publicada em 28 de outubro de 2009.

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Page 1: Q? Focas #4

sexy • dinâmico • ácido • efervescentesexy • dinâmico • ácido • efervescente

no181edição especial

28.OUT.2009.QUARTA

Bruna Wolff de MattosJuliana Eichwald

O que o futuro lhe reserva? Eis a questão. E quem nunca parou para pensar nela? Somos cobrados durante a vida inteira sobre o que vamos fazer. E não pense que isto um dia terminará. É um ciclo. Você deve se lembrar (se já passou por esta fase): “O que tu vais fazer de vestibular?”; “O que tu queres cursar?”.

Aliás, somos questionados desde pequenos: “O que tu vais ser quando crescer?”. Nada disso é levado muito a sério. Mas a questão é que um dia este momento chega. E é hora de pensar bem, para não se arrepender depois.

Toda aquela fase de pensar no que fazer, passou. Você começou a faculdade. Não era o que imaginava. Troca de curso. Ou era o que queria e segue adiante. E de repente, porque tudo passa rápido, você encontra outro dilema: o que fazer quando sair da faculdade?

Agora a questão é mais complicada. É hora de planejar e iniciar uma vida profissional. E todo o seu futuro está em jogo. Pensando nas angústias e dúvidas que surgem neste momento, o Q? conversou com três jovens formandos de diferentes cursos para saber como eles encaram essa fase, que logo estará

acontecendo com você (se é que já não está).Antes de conhecer os casos, consultamos uma

profissional. A psicóloga Márcia Rochane Valentim do Nascimento revela que as profundas mudanças que vêm ocorrendo nas últimas décadas estão afetando o cotidiano e as relações, trazendo novas configurações ao mundo do trabalho. “Neste sentido, ampliaram-se os desafios e enfrentamentos dos jovens com relação à inclusão profissional. Isso justifica o sentimento de angústia e insegurança dos jovens profissionais”, explica.

Márcia também dá uma dica: “Precisamos nos q u a l i f i c a r, b u s c a n d o a m p l i a r n o s s o s conhecimentos. Buscar o autoconhecimento, o fortalecimento da identidade pessoal, agindo e focando os projetos para o futuro, o que contribui para o êxito da inclusão profissional”. Além disso, a psicóloga afirma que pais, professores, religiosos, políticos, profissionais, enfim, os cidadãos já incluídos, poderão ser agentes de consulta e auxiliar no processo de transformação de cada jovem. Agora, é seguir em frente e ver o que o futuro reserva para cada um! Confira as dicas de quem vive ou viveu esse dilema.

FOCAS DO4ª EDIÇÃO

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Seja empreendedorHenrique Purper Schneider, 23 anos,

formando em Engenharia Agrícola, sempre pensou em fazer Agronomia ou Engenharia Mecânica, mas no último ano do colégio conheceu o curso atual e resolveu investir. Entrou na faculdade em 2003 e já sabia das oportunidades de trabalho que a região oferecia. “Quando eu me formar, não pretendo trabalhar em empresas. Quero desenvolver algo próprio e aplicar meus conhecimentos dentro da propriedade da minha família, pois acredito que tenho espírito empreendedor e quero aproveitar isso”, revela. Depois que o negócio já estiver estabilizado, Schneider quer continuar estudando, talvez ingressar em um mestrado. “Mas, antes de fazer isso tudo, pretendo estudar inglês no exterior. Não tenho tanto receio desta nova etapa, pois já estou focado no que vou fazer e é isso com que os estudantes devem se preocupar: sair da universidade com metas, pra não ficar sem saber por onde começar”.

Faça a diferençaAlexandre Somavilla, 23 anos, se formou em agosto em Biologia.

Desde criança ele sonhava com a área. “E o que me deu mais vontade de cursar foi que gostei muito da Biologia no ensino médio.

Durante quatro anos da minha formação, fui bolsista no laboratório de entomologia da Unisc, e também trabalhei com projetos vinculados

a pesquisas, principalmente sobre insetos”, conta. Agora, em novembro, vai tentar fazer mestrado na área de Entomologia

e Zoologia. O guri acredita que seja importante procurar se especializar bastante na área de atuação, não só na

Biologia, como em todos os outros cursos. “Ganhar cada vez mais conhecimento e não deixar isso ‘guardado’, passar adiante tudo que adquirir ao longo do percurso”, afirma. “Então, essa seria minha dica aos formandos: atuar na profissão e, principalmente, fazer a diferença. E isso só se consegue estudando e se aprimorando cada vez mais na sua área.”

Não pare de estudarLauriana Lamb (mais conhecida como Lala),

22 anos, formanda em Serviço Social, fez vestibular aos 16 anos e não sabia ao certo o que queria fazer.

“No fim acabei optando pelo serviço social. Não tinha noção da área que iria trabalhar quando me formasse, então, logo arrumei um estágio voluntário na

Prefeitura”, conta. Exercendo a prática da profissão, a menina viu que era aquilo mesmo que queria fazer. “Como trabalho desde o começo da faculdade, não me sinto tão perdida e angustiada agora no final. Isso porque eu sei que vou sair empregada, pois já vivi a prática e a teoria”, afirma. “Porém, tenho consciência de que não posso parar. Pretendo continuar estudando e me atualizando, senão perco espaço no mercado de trabalho. Esta é a dica: não parar de estudar.”

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POR JANSLE APPEL [email protected]

Jansle Appel Junior, o “Maçã”Editor e coordenador do [email protected]

Allan Zuchetti MonteiroRepó[email protected]

AmandaFotó[email protected]

Ana CláudiaRepó[email protected]

Ana LuizaRepó[email protected]

Bruna TraviRepó[email protected]

Demétrio de Azeredo SosterCoordenador do [email protected]

Bruna Wolff de MattosRepó[email protected]

Cassiane RodriguesRepó[email protected]

Danielle [email protected]

Emilin GringsRepó[email protected]

Fábio GoulartBlog e multimí[email protected]

Jaqueline LaraRepó[email protected]

Juliana EichwaldRepó[email protected]

Lucas BaumhardtMultimí[email protected]

Luis Eduardo BandeiraRepó[email protected]

Renan SilvaRepó[email protected]

Gelson PereiraEditor de [email protected]

Sancler EbertRepó[email protected]

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Roxy e Reebok deletaram seus perfis fakes depois de dois anos. Hoje, com 19 anos, elas dizem que acabou a fase de viver de mentirinha. Eu, repórter muito curiosa, decidi fazer um perfil fake para ver de perto como funciona. Na escolha do nome coloquei um apelido mesmo. Optei por apenas Kah.

Minha prima indicou que eu entrasse em uma comunidade que tinha 3.500 membros. De início, tentei entender qual era o objetivo principal. Percebi que é uma troca de ideias. As meninas discutem sobre artesanato, presentes para os namorados, mimos, etc. Os tópicos são, em sua maioria, do tipo “Acabou o namoro, o que eu faço?”, “Menstruação atrasada”, “Dois anos de namoro: qual é o melhor presente?”.

Entrei na comunidade e fui olhar os perfis dos integrantes. A maioria deles tem escrito “Só adiciono fakes”. Comecei a me aproximar da galera. Respondi os tópicos desesperados das meninas em que o namoro havia terminado. Dei sugestões de como proceder para quem estava com a menstruação atrasada. Opinei em como agir para a menina que o namorado estava diferente. E até inventei um tópico dizendo que gostava de um amigo e não sabia o que fazer.

É muito estranho, porque da maneira que elas respondem é como se fôssemos próximas. Têm interesse em saber o que realmente está acontecendo na tua vida. Elas te chamam de amiga e dizem que torcem para que tudo dê certo. Eu pude perceber com isso que o universo fake é um mundo paralelo mesmo. É legal conversar com pessoas de outros estados, receber opiniões e palavras de conforto sobre seus problemas a qualquer horário. Mas nada se compara ao abraço apertado daquele amigo que mesmo quando está sem energia e as antenas de internet e celular não funcionam, está do teu lado pra te dar a mão e dizer que sempre vai estar contigo.

Cassiane Rodrigues

Criar perfis falsos na internet virou moda. Os famosos fakes estão dominando principalmente o Orkut e o Twitter. Fazer um perfil só para vasculhar o orkut de todo mundo sem ser percebido. Aos 13 anos de idade visitar sites para maiores de 18 anos. A galera mente mesmo na internet. Mas e quando, além disso, é criada outra vida? Exatamente, tem gente que cria um nome e uma vida completa, com direito até a um namorado e uma família.

Foi o que fizeram duas amigas de Santa Cruz do Sul. Aos 13 anos, decidiram criar perfis fakes com o objetivo de se comunicar com pessoas de variadas partes do País e trocar ideias sobre uma banda pela qual tinham um fanatismo enorme. Inicialmente, fizeram o perfil no Orkut. Na escolha do nome a ideia é sempre usar o mais inusitado possível. Optaram por utilizar denominações de marcas, Reebok e Roxy.

Primeiro entraram em comunidades relacionadas à banda e que só tivessem perfis fakes. E assim foram adicionando os seus tietes parceiros para trocar ideias, fotos e vídeos do grupo. No Orkut, a principal regra para conversar com um fake é ter também um perfil falso. Ao começar a contatar com muitas pessoas, as gurias perceberam que não bastava ter Orkut para se comunicar. Fizeram um MSN.

Conforme o papo ia fluindo, elas davam até o número de celular para os tais “amigos”. Na verdade, o celular era a única informação verdadeira na história. Cidade. Estado. Nome. Idade. Tudo falso! “Eu cheguei ao ponto de excluir meu perfil verdadeiro no Orkut para usar só o fake”, ressalta Roxy.

Segundo a psicóloga Eliane Turcato, os adolescentes não devem usar os perfis falsos

para fugir da realidade, pois estariam deixando de aproveitar a fase tão importante que é a juventude para apenas viver em um mundo virtual. “Quando o mundo virtual é usado com frequência, transforma-se em vício, o que não é saudável”, destaca.

Namoros entre fakes “Namoro fake é algo até engraçado, pois

tu ‘namora’ com alguém que não conhece realmente. O método de conquista no fake é ser gentil, simpático, engraçado, essas coisas todas. O ‘namoro’ é igual a qualquer outro no Orkut, com depoimentos, scraps carinhosos e montagens de fotos dos nossos ídolos”, responde Reebok.

As gurias contam que sempre existia um certo desespero em ter um namorado fake. Quem namorava era visto como pop na comunidade. Depoimentos melosos. Montagem de fotos. Recadinhos com declarações de amor. É tudo quase igual como se fosse um relacionamento normal, com contato físico. Mas como não tinha o contato, a maneira mais direta para conversar era pelo celular.

O problema era que os namorados moravam em outros estados, o que dificultava tudo, pois no fim do mês sempre vinha aquele puxão de orelha clássico da mãe quando chegava a conta de telefone. A galera não tem noção de limites, o que querem é curtir a mania. E pra quem acha que todos os namoros fakes são passageiros, engana-se. “Eu cheguei a ‘namorar’ com o mesmo fake por quase um ano e meio. Era algo meio doentio e até gostava do menino de verdade. Com o tempo você vai se acostumando a sempre falar e conversar com a mesma pessoa”, conta Roxy.

Fakes famososNo Twitter o lance é virar um artista. Isso mesmo, a galera escreve tudo como se fosse o próprio famoso e chega a ser conhecido e ganhar muitos seguidores. Alguns fakes famosos e suas twittadas:@hebe_camargo – “Gente, perdi a carteira! Antonio, procura antes que a cadelinha pegue.”@vitorfasano – “Se você nunca encontrou o Falabella dormindo no camarim #vcenãoéator”@renato_gaucho - “A noite é uma criança e não duvido nada que eu seja o pai dela. Hora de curtir.”

Lembre: artistas com perfil verdadeiro levam o selo “Verified Account”. Não vá seguir sua vizinha baranga pensando que é a Grazi Massafera...

Minha falsa euMinha falsa eu

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Focas de várias espéciesO Lucão Baumhardt e a Bruna Travi, dois dos nossas focas

desta edição, são criaturas simpáticas, fofas e rechonchudas. Em comum, ainda têm o fato de serem movidos à corda. Todos os dias, provavelmente em casa – cada um na sua, claro –, alguém gira a manivela que deixa a dupla elétrica durante umas 20 horas. Puxe conversa e reserve alguns minutos, porque o que falam não é brincadeira. Papo fácil, boas e animadas histórias. Sempre.

Uma dessas surgiu depois da primeira reunião dos Focas do Q? neste semestre. Bruna e Lucão tomaram um ônibus com destino à Unisc, nossa parceira pela quarta edição do projeto, por intermédio do Curso de Comunicação Social, onde essa galerinha desenvolve todo o talento. Voltando ao ônibus, o coletivo era meio, digamos, apertado. E nesse aperto surgiu a primeira intervenção quase-jornalística dessa jornada. A duplinha gravou um vídeo protestando contra o espaço reduzido entre os bancos, coisa que dificulta a vida da galera que usa GG. Com orgulho, aliás, já que felicidade não se mede na balança.

Os ônibus também foram o palco pra matéria que a Bruna fez pra essa edição. Depois do sufoco, ela descobriu que muitas e ótimas histórias nascem sobre rodas. Nossa outra Bruna, a Mattos, se uniu com a Ju Eichwald (êita sobrenomezinho complicado) pra dar dicas do que fazer após terminar a faculdade. A Bru logo vai viver esse dilema, então uniu o útil ao agradável.

Aqui do lado, uma matéria falsa. Ops, sobre gente de verdade que vira gente de mentira na internet. A matéria, pelo contrário, revela as verdades por trás dos fakes que entopem nossas searas virtuais do Orkut, Twitter e outras redes sociais. Coube à mais foca dos focas, a Cassi, 17 anos e segundo semestre de Jornalismo, essa missão. Ela até virou fake pra contar a realidade dessa mentirinha.

Mais pra frente, nesse Q? que hoje tem o dobro do tamanho normal, você encontra as loucuras que a galera faz por amor, pelas mãos das vera-cruzenses Ana Luiza e Jaque; e fica sabendo que música erudita não é um gênero restrito a intelectuais e chatos de galocha. Convocamos pra essa o Renan, o melhor saxofonista de Rio Pardo, e seu conterrâneo Luís, um emo com traços índio-asiáticos. Esse é outro que dão corda todo dia de manhã.

Seguindo nossa viagem pela enseada dos focas, encontramos, direto das profundezas da noite santa-cruzense, Allan e Emilin, que enfrentaram a escuridão do Centro pra conhecer o outro lado da vida de um flanelinha. Descobriram o Valdomiro, um piá gente boa, daqueles que não riscam o carro se você não molhar a mão com dez pilas.

Chamamos também a agente Ana Blau, pezinho menor que a sua mão, um sorriso permanente e uma carinha-de-pau que chega a brilhar. Não poderia haver pessoinha mais indicada pra encarar o desafio: fazer de uma balada sem gastar um centavo, desfrutando de todas as atrações que a festa oferece. Como era época de Oktoberfest, adivinha pra onde ela foi? E se conseguiu? Lógico. Essa galerinha é fera.

Pra fechar, dessa vez o Q? não termina na página 8. No blog focasdoq.blogspot.com entram hoje matérias especiais, multimídia, do Fabinho Goulart e do Lucão, além de um ensaio chique e sensualíssimo sobre pin-ups, produzido pela nossa fotógrafa-foca Amanda. Ufa! Termino aqui, e como o Zina mando um salve pro professor Demétrio Soster, que coordena o projeto pelo lado do Curso de Comunicação Social da Unisc. Aproveite, mande seus comentários. Com você, as Focas do Q?.

Edição produzida pelos acadêmicos do Curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob supervisão da equipe do Q? e da graduação. Acesse: www.focasdoq.blogspot.com

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AmorAmorpele

28.OUT.2009.QUARTA

Ana Luiza RabuskeJaqueline de Lara Gomes

A marca que um grande amor deixa na vida de qualquer pessoa transcende o tempo. E no caso de algumas delas, não se tratam apenas de meras lembranças da pessoa amada. São muito mais fortes, intensas e presentes. É o caso das tatuagens como demonstrações de amor. Há quem diga que isso não passa de uma loucura, uma exposição de figura. Outros, mais apaixonados, preferem levar como uma prova extrema de amor.

Marcar na pele o nome, a inicial ou qualquer outro símbolo relacionado ao amor de sua vida é mais comum do que se pode imaginar. Para os adeptos dessa técnica, a tatuagem representa o amor eterno, o sentimento maior, um verdadeiro elo entre o emocional e o físico. É o exemplo do casal Lucas Louzada e Andressa Bieger, de Santa Cruz do Sul. Ela de 20 e ele de 21 anos.

Na verdade, os pombinhos se conheceram na cidade dela, Santo Ângelo. Andressa conta que chegaram a namorar seis meses a distância, e que só se viam uma vez por mês. Depois disso, não deu mais pra aguentar a saudade. “Abandonei minha família, meu emprego e vim morar aqui com ele”, conta ela, na cidade há um mês.

A ideia de fazer uma tatuagem em homenagem ao amor dos dois surgiu em conjunto, pela necessidade que sentiam em amenizar a saudade de um pelo outro. Foi a primeira tatuagem de Andressa, e a ideia inicial era de que os dois fossem juntos para fazê-la. Mas, como a distância os impedia, ela tomou a iniciativa e fez primeiro, em Santo Ângelo mesmo. O rapaz fez em Santa Cruz.

O desenho das duas é parecido, as iniciais de seus nomes, “A” e “L”. A dela, menor, mais delicada e na região das costas. A dele, um pouco maior, com as letras entrelaçadas e no ombro. O significado? Além, é claro, das iniciais dos nomes, a tatuagem representou um elo entre os dois. Foi algo que os aproximou e os fez esquecer dos 400 quilômetros de distância que os separavam. “A tatoo foi a maior prova de amor que demos um para o outro. Quando fizemos, a gente já acreditava que era verdadeira, que ia ser pra sempre. Não pensamos no futuro, vivemos intensamente o presente”, complementa Andressa.

Maior do mundoNão importa, a intensidade do amor ou da loucura que

alguém é capaz de fazer pela pessoa amada não se mede e não se explica. É difícil de expressar com palavras. Mas a Daniela da Silveira, de 24 anos, encontrou uma forma de traduzir o amor que sente pelo namorado Lucas Martin da Silva, de 24 anos. “Lucas, le plus beau amour du monde.” Tatuada no seu pé direito, a tradução da frase significa “Lucas, o maior amor do mundo”.

O casal, de Santa Cruz do Sul, já tem uma responsa de quase casamento: moram juntos quase todos os dias

da semana, numa relação que já dura mais de cinco anos. Mesmo com toda a convivência, a Daniela conta que quis fazer uma surpresa para o Lucas, mas depois contou tudo e ele foi junto segurar a sua mão. Afinal, como era a sua primeira tatuagem, estava morrendo de medo. Foi em 2008, depois de uma prévia de lua de mel. “Ano passado foi o ano de provas dos meus medos. Queria perder o medo de agulha e o medo de me entregar. Odeio que encostem no meu pé. Juntei tudo. Prova de amor, superação da dor e da raiva”, conta Daniela, superfeliz, ainda mais porque Lucas também resolveu fazer uma tatuagem. “Mas nada de declarações. Ele fez um totem de gárgulas. Costumo deixar no ar que ele tatuou meu nome na virilha”.

Loucura de amor ou não, o importante é ter uma atitude consciente na hora de decidir fazer uma tatoo, seja ela qual for, mas especialmente quando se decide tatuar uma marca no corpo para lembrar de outro alguém. E viva o amor!

Vão-se os amores, ficam as marcas

Ah, o amor! Mas o que fazer quando o relacionamento acaba? Ou melhor, o que fazer quando o amor se vai e a tatuagem fica ali, marcada no corpo, lembrando um sentimento que já não faz mais sentido?

A santa-cruzense Schirley Jacobsen, 26 anos, sofreu preconceito quando fez a tatuagem com as iniciais do nome do seu ex-namorado. Conta que estava consciente de que aquele amor poderia não ser pra sempre e que a tatuagem seria definitiva. Mas o desenho não foi mais o mesmo depois do fim do relacionamento. É que a Schirley optou por tatuar uma estrela com as iniciais “RN” dentro, escritas na cor azul. Quando o namoro terminou, ela não pensou duas vezes e tratou de colorir a estrela e continua gostando muito da tatoo. Não mais pelo significado, mas pelo desenho que ela mesma criou.

A decisão de fazer a tatuagem para o namorado, na época, foi pensando que seria uma forma de expressar o amor de forma original e particular. Quando falou para o namorado que iria fazer o desenho, ele não gostou muito. “Mas depois que ele viu, se emocionou”, lembra, dizendo que isso agora é coisa do passado. Sem falar que para ficar com o “RN”, ela saiu de um relacionamento anterior, que já durava mais de três anos, tempo em que chegaram a falar em fazer uma tatuagem que lembrasse o amor deles, mas nunca chegaram em um acordo.

Pra quem gosta de tatuagens, a ideia não parece assustar. A Schirley tem seis, todas com algum significado, mas não gosta muito de mostrá-las. “Na verdade eu as fiz pra mim”. Hoje, feliz em um namoro de mais de dois anos, ela não sabe se marcaria um nome na pele novamente, mas não descarta a possibilidade.

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A palavra do tatuadorA palavra do tatuadorMuitas histórias e sentimentos passam, literalmente,

pelas mãos de um tatuador. O Jeronimo Rodrigues Camargo, mais conhecido como Burns, é tatuador profissional há seis anos em Vera Cruz. Mais do que uma profissão, ele é fascinado por tatuagens. Já fez umas 25 no seu corpo, algumas com um significado especial e outras só pela arte do desenho.

E dá uma espiada no que ele diz sobre tatuar nomes como expressão de amor: “Como profissional, sempre procuro conversar com os clientes sobre esse tipo de tatuagem. Sugiro um desenho ou símbolo que lembre o namorado ou namorada, ao invés do nome”.

As tatoos, lembra Burns, até podem ser cobertas, redesenhadas, apagadas. “Mas explico que o trabalho pode não ficar tão bom. Já cobri tatuagens que eu mesmo fiz. Algumas pessoas já disseram que deveriam ter pensado melhor”, conta. Os lugares tatuados são variados, seja para o nome ou iniciais, com ou sem desenhos. Os mais tradicionais são o pulso, antebraço, costas, pescoço, pé e virilha. É mais comum os namorados fazerem essas tatoos – poucos casais casados fazem esses pedidos. A maioria desses clientes são mulheres, cerca de 70%. É isso aí! Amar é bom e quem não quer? Mas pense bem antes de fazer uma loucura por amor.

Lucas e Andressa: amor eterno e tatuado

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EntreEntreInfluênciaA influência da música erudita na carreira profissional das irmãs Ju e Gabi é imensa. Segundo a musicista profissional Gabi, “a música foi sempre tão presente e importante na minha vida que optei como carreira”. Além de ser professora de flauta e tocar na OJU, ela está terminando na Ufrgs o curso de Bacharelado em Flauta Transversal e, paralelo ao curso de música, ainda trabalha como bolsista de Iniciação Científica na universidade, com um projeto de pesquisa sobre composições para flauta no Rio Grande do Sul.

Renan SilvaLuís Eduardo Bandeira

Música erudita é aquela que dura no tempo. É a música ao alcance dos eruditos. Ela difere da música que não dura no tempo. Sua orquestração é diferente, os instrumentos são diferentes, sua estrutura musical é diferente da não erudita. Mas até que ponto a música popular e a clássica podem se misturar? E qual sua importância na vida dos jovens? O que faz com que muitos se apaixonem pelo clássico? Esses são apenas alguns questionamentos. Se você gosta de música erudita, sinta-se à vontade. Se não gosta, conheça. O importante é não ter preconceitos.

Leandro Schaefer tem 29 anos. Começou a estudar música com 16, quando queria fazer faculdade de Jazz. Como não havia uma academia do estilo no Estado, acabou optando por violão clássico. Após entrar na Ufrgs, desistiu do sonho de tocar violão e resolveu virar regente. Daí para a fundação da Orquestra Jovem foi um pulo.

Seu principal objetivo, no início, era reger. Isso porque, certo dia, Leandro telefonou para um maestro recém-vindo da Rússia e disse que queria aprender regência. O mestre então lhe perguntou se tinha uma orquestra ou coral. Ele respondeu: “Tenho 22 anos e não tenho nem orquestra, nem coral”. Seu pedido foi negado. Sem uma orquestra, como ele praticaria o que aprendesse nas aulas? Aquilo motivou o aspirante a regente a criar a Orquestra Jovem com seus amigos. Em 2005, a Unisc adotou o projeto.

Com o músico Clauber Sampaio, trombonista, arranjador e músico militar, a história foi um pouco diferente. Seu primeiro contato direto com a música instrumental foi apenas aos 18 anos, época em que foi para o quartel, em Cachoeira do Sul. Ele tocava instrumentos de percussão em um grupo de pagode em Rio Pardo, sua cidade de origem. “A gente tirava umas musiquinhas, muito maltiradas, dez caras batendo e um cantando

desafinado”, brinca. Nas vésperas de ir para o serviço militar, tocou no Carnaval com uma importante banda

da cidade. Foi então que recebeu seu primeiro incentivo: o trombonista

da banda percebeu seu talento e o motivou a estudar. Clauber

conseguiu transferência para o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), em Santa Cruz do Sul. Começou a dedicar-se ao trombone, ins trumento no qual permanece até hoje.

Fuga dos padrõesMas o que a banda do 7º BIB e a Orquestra Jovem Unisc têm em comum?

Além da qualidade da música instrumental produzida por elas, outro ponto que chama a atenção em ambos os casos é a fuga dos padrões. A banda do 7º Batalhão tem em seu repertório, além dos dobrados, canções militares e dos hinos pátrios, músicas populares. Aquilo que está nas rádios, ou que faz sucesso, logo vira um novo arranjo para a banda.

A Orquestra Jovem também foge do repertório habitual das sinfônicas comuns. Além dos clássicos, rock, MPB, chorinhos e até trilhas de filmes compõem seu repertório. Assim, ambos quebram a ideia errônea e o preconceito de que músicos com uma formação erudita ou militar não podem tocar o popular. Da mesma forma, aproximam a música instrumental das pessoas, aumentam a educação musical do povo e transformam mentes fechadas em oportunidades de aprendizado.

Reflexos até no rockReflexos até no rock

Tchaikovsky, Mozart, Bach, Beethoven, compositores clássicos que tiveram suas obras imortalizadas e influenciaram (ou ainda influenciam) a produção musical em todos os gêneros. Não importa se é nas cordas de um violino ou nos acordes de uma guitarra, sua influência sobrevive ao tempo, mesmo sem ser percebida. O guitarrista Rodrigo Jaeger sabe muito bem disso. Leitor assíduo de Nietzsche (filósofo alemão do século 19), conheceu a obra de Richard Wagner (importante compositor de música erudita, contemporâneo de Nietzsche) pela relação de amizade que o compositor tinha com o filósofo.

A influência do clássico no rock é percebida também por César Daudt, músico e estudante de Ciências da Computação na Ufrgs. César usa a música erudita como fonte de pesquisa para se aprimorar nos vários instrumentos que toca, além de apreciar a “qualidade indiscutível desse gênero”, como ele mesmo salienta.

Laços além dos acordesPara cada pessoa, a música clássica assume um significado diferente.

Dessa forma, não há como especificar uma razão para gostar de música erudita. Mas há como identificar a razão pela qual algumas pessoas não gostam. Segundo o maestro Leandro Schaefer, “muitas pessoas não gostam porque não conhecem a fundo a música clássica. Porque todos aqueles que conhecem a história, sabem o que ela quer dizer, percebem-na de forma diferente”.

Perceber a música de forma diferente é mais do que ouvi-la sem preconceitos. É entender que existe toda uma história por trás de cada sinfonia, cada arranjo, cada músico. A música une o passado e o presente em um só instante. Essa é a magia. E é isso que faz com que pessoas dediquem suas vidas ao clássico. É o caso das irmãs Gabriela e Juliana Roehrs.

A sonoridade está no sangue há gerações. Mais precisamente, no início do século 20. Toda a família tem uma história de ligação com a música. Essa é uma grande parte da vida das irmãs Roehrs. Atuais musicistas da Orquestra Jovem Unisc (OJU), suas histórias instrumentais estão interligadas com a orquestra da universidade. Gabi participa da OJU desde a sua formação em 2005, onde toca flauta transversal. É a líder de naipe das madeiras. Estão

presentes na orquestra desde que era chamada de Orquestra Jovem de Santa Cruz, antes da instituição “adotá-la”.

Juli, sua irmã mais nova, toca flauta soprano, flauta tenor, violino e violoncelo. Na orquestra, toca violino I – são duas linhas melódicas

distintas, normalmente cabendo ao violino I as linhas melódicas que exigem um pouco mais tecnicamente do que as do violino

II, na maioria dos casos. Duas linhas melódicas distintas, embora sejam de mesma importância.Assim como

os jovens é a música erudita: não é a idade da canção que a separa do gosto popular.

O importante é não ter preconceito.

Ju Roehrs

Leandro Schaefer

Gabi Roehrs

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> > Para o garçom Chrystian Morgan Freitas, há seis anos na pizzaria,“O Valdomiro é um guri muito bom. Tem uma história muito bonita. A gente faz questão que ele trabalhe aqui”.

> > Cássio Fischborn, garçom há oito anos: “Esse guri fala o que ele pensa”.(risos)> > “Esse guri é uma exceção da rua. Tinha tudo pra seguir outro caminho, 99% de chances,

mas não seguiu”, diz Milton de Morais, que trabalha há 32 anos como vigia noturno, oito deles em um prédio próximo da pizzaria.

> > “Ô, quando vocês forem botar o nome dele lá, botem Milo Mutuca”, brinca Dagoberto Nicknig, gerente da pizzaria, onde trabalha há mais de dez anos.

– Milo, por que Mutuca?– Porque eu tô sempre lá na volta deles.

caminhosValdomiro

OsOs

dede

28.OUT.2009.QUARTA

POR MAIQUEL THÉ[email protected]

Allan Zuchetti MonteiroEmilin Grings da Silva

– Esse nome é por causa do jogador do Inter?– Não. Meus pais são gremistas.– E tu?– Também. Mas não assisto aos jogos. Gosto só de

ver os resultados.– Não gosta de futebol?– Não muito.– Nem quando era criança?– Não, sempre fui ruim. (risos)

Valdomiro Soares, brasileiro de 19 anos, não nasceu na rua, mas é como se fosse filho dela. Em especial da Borges de Medeiros, no soturno Centro de Santa Cruz do Sul, onde trabalha em frente a uma pizzaria. Para afugentar o frio da noite, brinca com dois vira-latas, balança os braços como quem se exercita e bafora o ar quente da boca nas mãos em forma de concha. Movimenta-se pra lá e pra cá com seu colete cor-de-laranja e decalques que cintilam quando iluminados. Valdomiro orienta os frequentadores que chegam, recepciona, abre a porta do estabelecimento e simpático, diz: “Boa noite; dá uma cuidada no carro?”

Milo, como é chamado pelo pessoal que trabalha na pizzaria, fixou-se no local, na quadra entre as ruas Marechal Floriano e Marechal Deodoro, há dois anos e dois meses. Antes disso, trabalhou durante quatro anos em outras ruas do Centro.

– Como você se tornou flanelinha?– O meu irmão, o Marcos, trabalhava nas ruas. Daí

um dia ele me convidou pra ir junto, pra ver como era. E eu continuei.

– E quantos anos você tinha?– 13.

Valdomiro está acostumado com o ambiente onde trabalha. Vive em dois extremos. Enquanto as pessoas vão à pizzaria e aos bares próximos para se entreter, aproveitar a noite e comer ou beber algo diferente, no bairro Margarida-Aurora, onde ele mora, a luta para por comida na mesa é constante. Feito guerreiros, os moradores, a maioria de classe-baixa, “caçam um leão por dia” e nem sempre o alcançam com sucesso. “Eu sempre dou parte do que ganho pra minha mãe. Pra comprar comida no mercado.”

A mãe do Valdomiro é a Rosane Maria Soares, 40. Ele mora com ela, com o pai, o Antônio Valdemar Soares, 41, e a irmã mais nova, Viviane Luana Soares, de 14 anos. Os outros dois irmãos, o Tiago Costa Bettencourt, de 23 anos, e o Marcos Valdemar Soares, de 20, saíram de casa e hoje constituem as suas próprias famílias.

– Como volta pra casa?– Eu venho de bicicleta. Só não venho com ela no

fim de semana.– Ué, por quê?– Porque daí eu dou uma volta depois do trabalho,

né?! (risos)– É?! E aonde tu vais?– Por aí, pelas ruas, nas festas. Aonde Jesus me

levar.

“Quero terminar o ensino médio pra poder trabalhar de carteira assinada.” Valdomiro está nas séries finais do ensino fundamental, cursa o 2° módulo do Cemeja (Núcleo Municipal de Educação de Jovens e Adultos). “Não. Não gosto muito de ler e de escrever. Gosto é de contas.”

Aquele salve, galera! Tudo na paz? Esperamos que sim! Na edição de hoje, apresentamos a agenda de eventos Gazeta Inside para as próximas horas. Se ligue:

Beerside – QuintaNesta quinta, 29 de

outubro, Beerside com Noite das Caipiras! É, Beerside com promo especial das caipiras, dose dupla a noite inteira. Show com a Banda Rainha Musical + o som dos DJs residentes. Elas free até a meia-noite.

Halloween Festival – SábadoNeste sábado, dia 31 de outubro,

Halloween Festival na Beerside e House. Show com a Banda Marvin, mais os DJs Maiquel Thessing, Dru, Fábio Pagliuca e Marcelo Goettems.

Inside – DomingoJá no domingão, 1º de novembro,

véspera de feriado,Primeira Noite Sertaneja Gazeta Inside. Na Inside, show nacional com Grupo Maria Fumaça + Banda Magia e os DJs Maiquel Thessing e Dru. Na Beerside, pista pop dance com DJs Fábio Pagliuca e Marcelo Goettems. Mesmo com Maria Fumaça e Magia, elas free até a meia-noite. É neste domingo, véspera de feriado, na Inside.

E o que mais vem por aí...Galera, se ligue. A partir do próximo

dia 3 começa a venda do primeiro lote (promocional) de antecipados para os shows mais aguardados do ano. Dia 7 de novembro, gravação do CD ao vivo do Fandangaço; 14 de novembro, show nacional com DJ Maluco e Aladim; 21 de novembro, lançamento DVD do Tchê Chaleira e dia 5 de dezembro... ExaltaSamba ao vivo!

É assim que Valdomiro define a noite. Onde ele é mais que conhecido. Não só os frequentadores da pizzaria, mas as pessoas que passam na calçada, ou mesmo de carro, sempre lhe cumprimentam, acenam, “Oi tudo bem?”, buzinam.

Valdomiro faz outros trabalhos no local. Varre a calçada quando chega, normalmente às 18 horas, compra o que falta. “Venho segundas e sextas de manhã, também. Arrumo a lenha pra noite, pago contas pro seu Luís (o dono).”

Ele acrescenta que não pretende largar o serviço: “Se eu parar, quem vai trabalhar no meu lugar? O seu Luís gosta que eu fique aqui. Ele confia em mim”. No final da noite, antes de fechar, Valdomiro ajuda os funcionários nas últimas tarefas, e quando não jantou

ainda, aproveita. “Quase sempre como as pizzas que sobram, e levo algumas para casa. Eles me dão.”

Quanto ao que ganha dos freqüentadores, Valdomiro diz: “Não pressiono ninguém. A maioria do pessoal já me conhece, gostam que eu cuide dos carros. Eu não peço nada, eles que dão ou não. Paga quem quer”. Ele chega a tirar, nos dias de mais movimento (sexta e sábado), R$ 60,00. O valor que ganha de cada um varia de alguns centavos a R$ 5,00.

– E o que tu mais gostas no teu trabalho?”– Das pessoas. Das pessoas simpáticas. De conhecer.

Fazer amizade.– E a noite, Milo?– A noite é tudo, ninguém repara em ti.

“A noite é tudo. Ninguém “A noite é tudo. Ninguém repara em ti.”repara em ti.”

MutucaMutuca

Page 7: Q? Focas #4

Bruxas na InsideBruxas na Inside

Copa Q? Unisc nas escolasCopa Q? Unisc nas escolas

POR DANIELLE [email protected]

Bruna Travi

O balanço. O tamanho. O número de pessoas. Os lugares. Você quer melhores circunstâncias para causos fantásticos? Não, né? Então fechou todas. Com a necessidade de locomoção diária das pessoas e com as muitas personalidades encontradas nele, o ônibus é um cenário perfeito para histórias inusitadas. Conferi as linhas urbanas e interurbanas, partindo aqui de Santa Cruz, e o bate-papo com a galerinha deu o que falar.

Os funcionários não ficam de fora dessa. A linguagem entre os motoristas já é diferente. São buzinaços, sinais de luz, abanadas discretas para fora da janela. Os cobradores conversam com os motoristas por olhares através do retrovisor. Às 6h30 é engraçado como a cara de sono das pessoas contagia o

ambiente. Não ouve-se um “piu” além dos roncos dos motores e uma ou outra vizinha que encontra a amiga de muitos anos. Alguns dormindo, outros com fone de ouvido. Outros de pé, e o ônibus simplesmente lotado. O outro horário crítico que conferi foi às 11 da noite. Volta da universidade, todos podres de cansados.

Algumas histórias encontradas valem a pena. E da próxima vez que pegar um ônibus, preste atenção em como uma viagem, mesmo que curta, pode render.

O casal problemaEste ao lado é o casal problema. Ela, a

Elizandra, estudante de Comunicação Social, 18 anos e um metro e meio de altura. Ele, Fabrício, 21 e beirando os dois metros. Ambos moram em Vera Cruz e enfrentam o problema diariamente. Os ônibus são divididos entre os bancos altos, os baixos e os destinados às pessoas portadoras de necessidades especiais. O casal tem dificuldade pra sentar, mas as viagens não deixam de ser divertidas.

“Muitas vezes tenho que sentar de lado porque os bancos são estreitos e as minhas pernas não entram. A altura também já me causou alguns galos. A televisão do ônibus é um empecilho quando me levanto desatento”, conta Fabrício. De repente, por conhecer os problemas, o moço namora uma baixinha. A Eliz precisa ter sorte ao embarcar. “Eu fico com medo de não alcançar a cordinha e ter que pedir pra alguém. Por causa disso, já cheguei a descer bem antes da minha parada. Procuro sempre sentar no banco mais alto. Se não consigo, fico naquela agonia.”

Mas o casal não perde o bom humor. “Pego o ônibus cedo e percebo a falta

de ânimo das pessoas. Ninguém aparenta felicidade, só um vigilante,

que coincidentemente está vindo do trabalho e vai dormir por horas”,

diz ele. “Já que tem que ser todo dia, que ao menos seja

divertido.”

Amizade ambulanteEncontramos mais uma história perdida

entre tantas. A Mariana Krause é a pessoa certa para falar sobre o embalo no ônibus. A Mari tem 26 anos, trabalha em uma agência de viagens e é filha de um ex-proprietário de uma empresa de transporte coletivo. Passava o dia ajudando o pai. Entre essas idas e vindas de ônibus, ela conheceu uma amiga. Em 2004, uma passageira precisava de ajuda para desembarcar e a Mariana

a ajudou com mui to go s to . D e s d e e s s e d ia e las não se separaram mais. Viam-se no ônibus e além

dele. É uma amizade que permanece até hoje, ultrapassando as fronteiras.

“Nunca imaginei que em uma viagem dessas, ou seja, depois de tantas viagens de minha vida, poderia encontrar uma pessoa, uma amizade tão maravilhosa.” E assim, como o sentimento pela Ediana – a amiga –, o gosto pelas viagens de ônibus foi embora junto para o exterior. A foto é na Alemanha, onde as duas se encontraram.

Peguei e me apeguei!Tenho que confessar. Não consigo me calar

perante os fatos. Gente! Peguei e me apeguei! Eu sei, não deveria estar demonstrando minha fraqueza, mas foi inevitável. Logo eu, que sempre fui tão pés no chão, nunca me deixei levar por sentimentos aventureiros (acreditem). Começou timidamente, eu quieta, bem tranquila no meu canto, e de uma hora para outra, tudo mudou. Rolou a tal da química, fui pega pelos sintomas da paixão. A ansiedade era visível. Quando eu vi estava rendida. Ah, essas coisas do coração! Eu notei que havia um entrosamento bacana, que era recíproco. Nossos encontros eram semanais, sempre muito animados. Cada dia eu gostando mais, sabe como é, fui conquistada. Como se diz por aí, coração apaixonado é bobo!

Mas daí a novela mexicana começa. De repente, termina meu ‘conto de fadas’. A vida às vezes é ingrata! Eu agora estou meio desolada, eu sei que vocês me entendem. Todo mundo já passou por isso. Tá difícil de aceitar, se apegar dá nisso. O que será de mim sem a coluna “coxuda”, meus amigos? Hoje é a última edição. Eu tive que me preparar psicologicamente para esse encontro. Terminar um relacionamento não é fácil, será meio traumático para esta pobre mulher. Ó céus! Vida bandida!

Brincadeiras à parte, o sentimento de saudade já existe, porém, o de satisfação é muito maior! Quando me convidaram para participar novamente do projeto de parceria do caderno Q?/Unisc, confesso que fiquei com um friozinho na barriga. Normal! Mais um desafio para uma “foca” recém chegada ao jornalismo. No entanto, como o amor à futura profissão é grande, o entusiasmo tomou conta. Como sempre disse por aqui, foca que se preze, ‘mete’ a cara no trabalho, e os desafios que vieram são lucros.

Sei o quanto é legal para os alunos que participaram do projeto poder ver suas matérias nas páginas do jornal, dá um pique a mais, além do orgulho, é claro. Insegurança, medo de não dar certo, são coisas básicas e naturais. Eu mesma, a cada semana ficava apreensiva quanto ao que escrever, e se agradaria ou não. Parece tarefa fácil, mas nem tanto. O objetivo era que todos gostassem, e que entendessem o processo de desenvolvimento das matérias do pessoal. E também sentir um pouco de como é ser um foca.

Acompanhar essa turma, foi um exercício prazeroso. Pude ver de um ângulo diferente tudo o que também passei na edição anterior do projeto, quando fiz a matéria sobre a TPM. Passei pelas mesmas dificuldades, me senti na pele deles, mas com a certeza de que no final tudo ficaria do jeitinho que cada um planejou. Foi um prazer poder inteirar vocês das novidades, das indiadas da galera, das dificuldades e tudo que caminhou ao lado dos nossos repórteres. O resultado de todo o esforço vocês conferem nas páginas do caderno. Tenho certeza de que todos vão adorar! Hoje me despeço da coluna “coxuda” (eu disse que me apeguei), mas nos encontramos por aí! Beijos e abraços, moçada!

balançoNo

A Copa Q? Unisc de Play 2 – Desafio Entre Escolas mobilizou a galera do Colégio São Luís na semana passada. Os guris que se deram melhor na disputa de futebol virtual foram o Gustavo Schmidt e o Jonathan Adam. Amanhã, a copinha chega ao Goiás e, na semana que vem, terá duas etapas: na quinta rola no Polivalente e, na sexta, na Escola Santa Cruz, onde a gurizada já está na expectativa.

O torneio é do jogo Pro Evolution Soccer, febre no futebol virtual. Cada etapa nos colégios classifica dois representantes para a decisão, que será realizada no dia 12 de novembro, no Centro de Convivência da Unisc. O campeão leva um Playstation 2 e a vaga no Gaúcho de Futebol Digital. O segundo colocado ganha

a camisa oficial da seleção brasileira, e o terceiro, a camisa do Barcelona, atual campeão europeu. As inscrições são feitas na secretaria da escola. A promoção é realizada pelo Q?, Unisc e Manu’s Lan House.

Próximas etapas>> Amanhã – Goiás>> 5/11 – Polivalente>> 6/11 – Santa Cruz>> 12/11 – Grande Final na Unisc

Vem aí a festa mais sinistra de todos os tempos. Prepare-se pra tomar muitos sustos e se divertir até seus ossos virarem ingrediente no caldeirão da bruxa. Neste sábado o Complexo Gazeta Inside recebe o Halloween Festival 2009, com baladas que já começam à tarde. Das 16 às 21 horas acontece o Halloween Teen, festinha pra galera mais jovem, na Beerside, com os DJs residentes da casa.

À noite, quando os gatos pretos e os morcegos saem pra rua, a Beer recebe os maiores de 18 anos com o show da banda de pop rock Marvin, mais os DJs Dru e Maiquel Thessing. Na House rola a pista eletrônica com Marcelo Goettems e Fábio Pagliuca. Tudo isso com uma superdecoração temática, Festa dos Escorpiões (aniversariantes de novembro e dezembro) e sorteio de passaportes para os shows Gazeta Inside do fim de ano, incluindo a atração nacional Exaltasamba.

Os ingressos antecipados para o Halloween Festival 2009 já estão à venda por R$ 10,00 na Inside, Gazeta, Mercado da Bruxa e Wizard. Na hora, a entrada vai custar R$ 15,00. A promoção e a realização do evento são da Gazeta Grupo de Comunicações, Inside Eventos, Mercado da Bruxa e Wizard, com apoio do Q?, Festa & Fantasia e Santa Cruz Moto festival. Ah, pode ir fantasiado pra festa. Lá, maquiadores também ajudarão a galera a entrar no clima do Dia das Bruxas. Cuidado quando o relógio bater meia-noite...

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Um amor de ônibusO que você faria se tivesse que diariamente percorrer

33 quilômetros, sentado, durante uma hora? A Alyne Motta, jornalista de 23 anos, escolheu bem. Quanto começou a faculdade, vinha de Rio Pardo todos os dias. Foi assim que ela conheceu Gerônimo (pseudônimo). Papo vai, papo vem, os meses passaram, eles já guardavam lugar um para o outro, dividiam o fone de ouvido... Foram apresentados pela prima do rapaz e deu no que imaginam!

Primeiro, depois de muitas conversas, pois a Mottynha é uma moça de família, algumas ficadas, depois um compromisso e um namoro sério. Ambos foram morar em Santa Cruz e se desfizeram do embalo do ônibus. Hoje a Loira, como é carinhosamente chamada, e o moço, não namoram mais. Mesmo assim, a dica ainda vale. Por mais que não tenha dado em casório, se ligue aí, galera que viaja sempre: para cupido, o ônibus serve!

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o

1 Planeje a noiteOs outros focas logo sugeriram que eu pusesse um decote

e uma roupa bem curta. Como assim? Mostrar o corpitcho para conseguir coisas de graça? Não, isso é atitude de periguete e não faz meu estilo. Separei o óleo de peroba e decidi que ia usar da minha cara de pau mesmo. Na sexta-feira à noite eu já tinha planejado as histórias que ia contar na fila para conseguir ingresso, já tinha posto em prática minha ideia de como conseguir chope e estava morrendo de medo de tudo dar errado.

2 Tenha bons contatos e lábia Como eu pretendia ir por volta das 20 horas para o

parque puçucar (do linguajar malandro-brasileiro: pedir, na cara de pau) ingresso, pelas 18 horas já estava quase pronta. E foi nesse horário que o meu celular tocou: eu estava sendo convidada para uma janta na Oktober! Tudo o que eu tinha planejado foi por água abaixo. Na mesma hora juntei minhas coisas e, como nem em gasolina podia gastar, fui a pé – transporte gratuito que já valeu como exercício do mês para a sedentária aqui.

Tudo muito fácil até então. Mas, apesar de ter ganho a janta, o ingresso ia sair do meu bolso. Ou não. Aprimorei a lábia, achei um conhecido na portaria – parecia ser meu dia de sorte – inventei uma história na qual nem eu acreditaria e ganhei um passaporte! Minha companhia já tinha entrado e fomos para o pavilhão central desfrutar da nossa janta grátis. Eu não bebo, mas se quisesse teria bebido uns três chopes. Fichas para isso não faltavam na mesa.

3 Cultive boas amizadesA hora do show se aproximava e eu estava começando

a ficar preocupada em como conseguiria entrar no poliesportivo. Aí meu celular começa a tocar, um número que eu não conhecia, e alguém me oferece ingresso para o show! ”Ei, a sorte anda abusando!”. Quando cheguei no poli para pegar o tal ingresso aparece aquela criatura loira, de olhos claros, com um imenso vestido azul e coroa na cabeça: era a minha amiga “oh grande rainha da Oktober’”! – como eu estava na torcida dela quando foi eleita, lembrou de mim e me deu o ingresso. Pulei a grade para não enfrentar fila e entrei, consegui um lugar na pista, bem perto do palco.

4 Paciência e criatividade

Durante o show ergui um cartaz que tinha preparado, o vocalista Sebá leu e disse que era para eu entrar no camarim depois. Enfrentei um bom tempo e empurra-

empurra na fila com a minha fiel escudeira, Bruna, e conseguimos chegar ao camarim, com mais umas cinco meninas. Só era permitido tirar foto com todas as meninas juntas, mas eu dei um jeitinho e consegui uma sozinha com eles!

5 Abuse da cara-de-pau

No parque, o Lair, namorado da amiga Bruna, nos esperava com um casal de amigos dele. Aí eu fui puçucar com eles um morango com chocolate, mas acabaram me dando um algodão-doce. Um algodão-doce gigante. A sede bateu e, como encontrei de novo a companhia da janta, ganhei uma água. Mais tarde foi a hora de me aproveitar de outro amigo do Lair. Convenci-o a me pagar um ingresso para o parque de diversões. A ideia inicial era irmos ao carrossel, mas o brinquedo parecia meio traiçoeiro e acabamos nos divertindo no carro-choque.

#6 Seja originalDepois dos brinquedos foi a vez do lonão, o

momento mais temido por mim. Ali eu deveria conseguir alguns chopes. Abri meu cartazinho (“Abraços grátis?! Não durante a Oktober! Troco um abraço por um chope!”) em um lugar estratégico (saída do lonão, do lado de onde o pessoal comprava bebida) e fiquei parada, aguardando as reações. Claro que teve gente querendo trocar a bebida por beijo, gente que leu o cartaz e achou um absurdo e gurias que me olhavam de cima a baixo me achando a maior periguete do mundo. Mas, depois de u m tempo, apareceram pessoas dispostas a trocar um abraço por um chope! “Oh, que amigável” – teve um momento em que até se formou uma fila para isso. Ok, tinha três pessoas, mas formou fila! No final das contas, ganhei uns três ou quatro copos.

7 Tenha amigos motorizados

A essas alturas eu já estava satisfeita de emoções e cansada de mendigar. Já era hora de ir para casa. O simpático e prestativo Lair deu carona e, às 6h30 da manhã, me largou na frente de casa. Uma longa noite de Oktober exigia algumas horas de sono – duas, no meu caso, já que acordei cedinho no domingo para assistir ao último desfile da festa. Ah, sim, desfile nas ruas, sem necessidade de ingresso!

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ra-de-paunamorradado o dadaaa aa a mimimigagaga B B Brururunnanan , sssaal dede a amimigogos s dedeed leee. AíA eeu u fufuii oorarangngo o cocom m chchchchocooccolollolatate,e, mmass aalglgododãoão-d-dococe.e. U Ummm m alalalalgogog dão-

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28.OUT.2009.QUARTA

Ana Cláudia Schuh

Quando cheguei na reunião em que definiríamos as pautas, meus queridos focas já me aguardavam, com carinhas de quem aprontou alguma. Eles já haviam decidido qual seria minha matéria: entrar em uma festa e usufruir de tudo o que ela oferece. Esse foi o desafio que me propuseram. Seria simples, não fosse por uma exigência: eu não poderia gastar um centavo sequer durante toda a noite – nem me identificar como

estudante de Jornalismo em busca de matéria. Como o período era de Oktoberfest, não haveria festa melhor do que esta para ir. Definida a data – dia 17 de outubro, um sábado com direito a show dos Inimigos da HP –, comecei a planejar como faria para conseguir de tudo por lá. A partir de agora, vocês acompanham como foi minha noite e as dicas para quem quiser aproveitar uma festa sem gastar muito. Ou nada.

Quem acha que os Focas do Q? iam se contentar em fazer os textos e fotos para o Caderno se enganou. Com um blog à disposição das suas criatividades, eles resolveram produzir vídeos, podcasts e até ensaios fotográficos. Quem acompanhou a coluna assinada pela Dani Rubim pôde ter uma prova de como os focas trabalharam. Acompanharam os repórteres nas pautas, fizeram fotos (que estamparam muitas vezes as páginas do Q?), gravaram vídeos e se divertiram muito. Corre já pro blog e vê o que os Focas aprontaram. Ao lado, uma provinha do que te espera.

As pin-ups da AmandaFissurada no assunto, a fotógrafa para todas as horas

do Q?, Amanda Mendonça, resolveu fotografar meninas vestidas de pin-ups. O post que a jovem fez no blog prometia um ensaio capaz de fazer o pessoal voltar no tempo, com graça e um toque de erotismo. Quem viu as fotos ficou de queixo caído. Passa lá no blog para o seu queixo cair também.

Cara multimídiaO Fábio Goulart é o nosso foca multimídia.

Apostando na alcunha do rapaz, encomendamos matérias com tudo que se tem direito: texto, fotos, aúdio

e vídeo. Fábio não deixou por menos e nos entregou duas matérias superbacanas: uma sobre o cinema na internet e outra sobre a Retrotech. Você não vai ser bobo de perder, né?

Bom humorQuem conhece o Lucas Baumhardt sabe que o cara

tem bala na agulha. Dono de um bom humor contagiante e de uma voz de arrepiar os pelos da nuca das gurias, Lucão, como é conhecido pela galera, preparou podcasts especiais para o blog dos Focas. Quem quer se informar e colocar um pouco mais de graça no dia, acessa: http://www.focasdoq.blogspot.com/

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