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Provérbios 16 Silvio Dutra Mar/2016

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Provérbios 16

Silvio Dutra

Mar/2016

2

A474

Alves, Silvio Dutra

Provérbios 16./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro,

2016.

50p.; 14,8x21cm

1. Teologia. 2. Salomão. 3. Estudo Bíblico.

I. Título.

CDD 230.223

3

Introdução

Quando Jesus se manifestou em seu ministério

terreno, os que viriam a se tornar apóstolos e seus discípulos, certamente sabiam o modo

como convém conhecer o conteúdo das Escrituras do Velho Testamento, e dentre estas,

os Salmos e os Provérbios, pois a um menino judeu era atribuída a maioridade quando já aos

treze anos deveria conhecer, conforme a tradição, todo o conteúdo da Torá.

A excelência moral e espiritual dos mandamentos e preceitos das Escrituras

sempre golpeiam nossas consciências, ao compararmos o comportamento que é ali

aprovado com a nossa inclinação ao pecado.

Agora, bem diante dos olhos daqueles que aspiravam por um viver segundo Deus, estava o

modelo da perfeição moral e espiritual, cheio de graça e verdade. A bondade, a mansidão, o amor,

e a paz refulgiam em todo o seu corpo e proceder, e luziam em seus olhos.

Quando Pedro, antes da conversão pôde contemplá-lo, pediu-lhe humilde e reverentemente que se afastasse dele porque

era um mísero pecador, sem saber que Jesus viera ao mundo justamente com a missão de

transformar pecadores em santos.

4

Vemos assim, quão importante é que se ensine a Bíblia a nossos filhos, para que possam ser

instruídos sobre o caráter santo e justo de Deu,s que lhes convém obter por meio da fé em Jesus

Cristo.

Quão impactados ficamos, quando visitados pela graça de Deus e pelo convencimento do

Espírito Santo, sendo levados a confrontar o nosso comportamento com aquele que é

exaltado nos Salmos e nos Provérbios, para os que são justos e sábios segundo Deus!

O arrependimento de nossa presente condição é o primeiro passo para a conversão, que é

concluída quando Deus manifesta a sua misericórdia para conosco concedendo a graça

necessária para que sejamos justificados, regenerados e santificados pelo Espírito Santo.

Porém, a importância da meditação diária dos Provérbios não para por aí, porque mesmo

depois de convertidos somos dados a ter períodos de esfriamento na fé ou desvio do

padrão de comportamento espelhado nas Escrituras; então podemos ser compungidos em

nosso espírito ao constatarmos pela Palavra, o quanto estamos nos afastando de Deus, e assim

nos esforçarmos e clamarmos para retornarmos à posição na qual convém sermos

sempre encontrados.

5

Provérbios 16

1 Ao homem pertencem os planos do

coração; mas a resposta da língua é do

Senhor.

Como lemos, este provérbio nos ensina uma

grande verdade, de que não somos capazes por

nós mesmos, de pensar ou falar qualquer

coisa que seja sábia e boa segundo aquilo que há

em Deus, mas que toda a nossa capacidade vem

de Deus, que opera em nós tanto o querer como

o efetuar.

Mas, alguns o interpretam dessa forma: que a

preparação do coração é do homem (ele pode

inventar e projetar muitas coisas), mas a

resposta da língua, não somente a entrega, do

que ele projetou falar, a eficácia e o sucesso do

que projetou para fazer, lhe vem da parte do

Senhor; ou seja, todos dependemos da graça de

Deus não somente para dirigir nossos

pensamentos e ações, como também para a

continuidade da nossa própria existência, pois

sem a sua graça, não seríamos capazes para

coisa alguma, assim como tudo o mais na

criação vive nele e por ele.

6

2 Todos os caminhos do homem são

limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa

os espíritos.

Somos muito aptos a ser parciais no julgamento

de nós mesmos. Todos os caminhos do homem, todos os seus projetos, todas as suas

obras são limpas aos seus olhos, e não vê nada de errado neles, nada pelo que possa condenar a

si mesmo, porém há uma grande quantidade de poluição em nossos caminhos, das quais não

estamos cientes, ou que delas não pensamos tão mal quanto deveríamos.

É somente no julgamento que a palavra de Deus faz a nosso respeito, que podemos ter a certeza, que é segundo a verdade, pois pesa os

espíritos em um equilíbrio justo e infalível. Ele não somente vê os caminhos dos homens, mas

prova seu espírito, e somos como o nosso espírito é.

Deus tem um caminho estreito pelo qual devemos andar. É andando passo a passo nesse caminho que o nosso conhecimento dele, e da

sua vontade pode ser aumentado e aperfeiçoado. De modo que a sabedoria divina,

não nos vem de modo instantâneo ou em alguns poucos momentos de nossa convivência com

ele, senão no caminhar perseverante da fé, diariamente, e por toda a vida ao longo desse

caminho estreito no qual convém sermos

7

sempre achados, para que possamos ser abençoados e aperfeiçoados por Deus.

8

3 Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus

desígnios serão estabelecidos.

É uma coisa muito desejável e preciosa

ter nossos pensamentos estabelecidos , e não jogados de lá para cá como as ondas do mar,

cheios de dúvidas, inquietações, preocupações e temores.

A única maneira de termos

nossos pensamentos estabelecidos é entregando as nossas obras ao Senhor.

As grandes preocupações da nossa alma devem estar comprometidas com a graça de Deus, com

a dependência e submissão à conduta de que a graça demanda de nós; todas as nossas ações,

todas as nossas obras devem ser entregues a Deus, e estarem comprometidas com suas

ordenanças e preceitos.

9

4 O Senhor fez tudo para um fim; sim, até

o ímpio para o dia do mal.

Mesmo os ímpios são criaturas de Deus, apesar

de serem rebeldes; ele lhes deu esses poderes com os quais lutam contra ele, o que agrava a

sua maldade, não deixando que Ele os governe.

No entanto, não foi Deus quem colocou neles uma só gota para tal disposição rebelde. Ele não

os criou como ímpios, nem para serem sempre ímpios; tanto que pela fé no evangelho, é dito

que os que são convertidos são ímpios, pois esta é a condição de todo homem antes de ser

convertido por Cristo.

O provérbio enfatiza o propósito de Deus na criação dos homens, e destaca que ao permitir a

entrada do pecado no mundo tem usado isto para diversos fins úteis como, por exemplo,

exibir a sua bondade, sua misericórdia, perdão, sua justiça, e seus juízos, de modo que

aprendemos a sabedoria por vivermos num mundo que ficou sujeitado ao pecado, pelo

contraste do modo como os que são justos são abençoados, e os ímpios são julgados.

A sabedoria multiforme de Deus se manifesta, sobretudo na sua capacidade de tirar do mal, o bem, transformar a maldição em bênção, e

pecadores rebeldes em santos.

10

É deveras impressionante o número de bons serviços que ímpios, pelas suas más ações

podem prestar indiretamente aos que se santificam, sobretudo por lhes dar ocasião de

serem exercitados em paciência e perdão em relação a eles.

Governantes injustos, que a seu tempo serão julgados por Deus podem vir a servir a seus

propósitos para o bem dos seus servos, como foi o caso daqueles que libertaram os israelitas do

cativeiro, apesar de serem reis idólatras.

Os exemplos se multiplicam, e não teríamos

espaço suficiente para demonstrar como Deus tem produzido o bem em meio a toda a

impiedade que existe na terra, o que traz muita glória ao seu poderoso nome, por fazer brilhar a

luz onde havia somente trevas.

11

5 Todo homem arrogante é abominação

ao Senhor; certamente não ficará

impune.

Deus resiste ao soberbo e concede a sua graça ao

humilde. Isto é uma regra fixa no seu caráter,

pois abaterá a todo aquele que for orgulhoso e

arrogante de coração, cujo espírito é elevado

pelo que considera de si mesmo, pois é uma

grande ingratidão e afronta para com o Criador,

a quem somos devedores de todas as coisas

boas.

Até mesmo talentos e capacitações são

recebidos dele, e temos o dever de sermos

gratos e glorificá-lo por tudo; porque tudo cria,

domina, governa.

Estes, que por sua arrogância desprezam a Deus,

também são desprezados por Ele, de maneira

que não podem privar da sua intimidade.

Ai daquele que contende com o seu Criador, e

não sabe que não passa de pó e um simples

verme que rasteja na terra, diante de Seus olhos.

12

6 Pela misericórdia e pela verdade expia-

se a iniquidade; e pelo temor do Senhor

os homens se desviam do mal.

Não é pela nossa própria misericórdia e verdade

que a nossa iniquidade é expiada, ou seja, perdoada e removida, senão pelas que são de

Deus: a misericórdia pela qual nos concede a graça com que somos salvos, a verdade da

pessoa de Jesus Cristo, e de tudo o que se refere à Sua justiça, pela qual somos justificados.

A verdade do evangelho não somente nos salva, como nos purifica de todo pecado.

A Palavra de Deus é a verdade, e é também por ela que somos santificados (João 17.17).

Buscar o perdão de Deus por outros meios, e em outras fontes será então, pura perda de tempo e

correr atrás do vento.

Tudo o que se refere à nossa salvação se encontra em Jesus Cristo e na Palavra do

evangelho. É aqui e somente aqui, que devemos nos concentrar para desenvolver nossa salvação

com temor e tremor.

13

7 Quando os caminhos do homem

agradam ao Senhor, faz que até os seus

inimigos tenham paz com ele.

Deus pode transformar inimigos em amigos,

quando quiser. Ele o fará por nós, quando nossos caminhos o agradarem.

Se andarmos nos caminhos de Deus, que são caminhos de paz, bondade, longanimidade, amor, fidelidade e alegria, tendo o cuidado de

estarmos reconciliados com Ele, vivendo no seu amor, ele irá inclinar aqueles que nos tinham na

conta de inimigos, a manterem uma boa opinião a nosso respeito, e em vez de nos perturbarem

nos deixarão em paz.

Eles podem até mesmo continuar na condição de se considerarem nossos inimigos, mas o

Senhor não lhes permitirá que venham a perturbar nossa paz.

A paz de Deus que virem reinando em nossos corações, estampada em nossas faces lhes

desestimulará a empunharem armas para nos atacarem injustamente, sem qualquer motivo

para isto.

14

8 Melhor é o pouco com justiça, do que

grandes rendas com injustiça.

Muitos há no mundo que consideram, que os

fins justificam os meios utilizados, ainda que

sejam fraudulentos. Muitos fizeram, e outros

ainda estão fazendo riquezas por meio de

trapaças e enganos.

Realmente, até empresas aumentam

grandemente seus lucros por meio destas

práticas enganosas, que são todas elas, injustas

em sua natureza.

Agora, qual é o verdadeiro e duradouro lucro

que há em agir desta forma, quando sabemos

que Deus trará um terrível juízo sobre todos

aqueles que se deram a este tipo de prática?

Melhor é, portanto, como ensina o provérbio,

ter pouco pela obtenção de um trabalho honesto

e justo, do que acumular grandes rendas por

meio da injustiça.

Não ver vencido pela cobiça e amor ao dinheiro

já é um grande ganho em si mesmo, pois livra de muitos outros males.

O que está revestido da graça de Deus está contente em toda e qualquer situação, não necessitando de muitos recursos para que possa

se sentir feliz.

15

9 O coração do homem propõe o seu

caminho; mas o Senhor lhe dirige os

passos.

No quinto capítulo da epístola de Paulo aos

Gálatas somos ensinados, que há uma luta do

Espírito Santo contra a carne, e desta contra o

Espírito Santo, para que não façamos o que seja

porventura do nosso querer.

Esta luta existe somente naqueles que nasceram

de novo do Espírito Santo, uma vez que naquele

que não pertence a Cristo há apenas o pendor da

carne, que é inimizade contra Deus e conduz o

homem em sua caminhada à morte espiritual e

eterna.

Então, os passos que são dirigidos por Deus,

conforme afirma o provérbio, são apenas os

passos daqueles que andam no caminho estreito

de Deus, porém mesmo nestes percebe-se que

há uma luta em que o ego carnal procura propor

o caminho que deve ser seguido, de modo que se

cumpra a vontade da carne (natureza terrena

decaída no pecado); mas há em

correspondência a isto, um movimento do

Espírito Santo na direção oposta, procurando

dirigir os passos do crente a fazer não a sua

própria vontade carnal, senão a vontade de

Deus.

16

Isto é uma constante, especialmente na vida dos

crentes que são espirituais, nos quais esta

batalha é mais intensa, pois a carne procura por

todos os meios, impedir que o crente venha a se

consagrar inteiramente à vontade de Deus.

O crente carnal está acomodado ou vencido pelo

pendor da natureza terrena, e não vê, portanto

nele, esta batalha de forma intensa, como pode

ser vista naqueles que se santificam e lutam

contra as paixões que procuram se apoderar de

suas almas.

Mas, andando no Espírito, pela obediência à

palavra do Senhor forma-se o hábito de

santidade pelo qual a carne vai ficando cada vez

mais fraca, e a nova criatura cada vez mais forte

e amadurecida.

17

10 A sentença divina está nos lábios do

rei, e a sua boca não prevarica.

O rei que tem o temor do Senhor, e a autoridade na qual foi por Ele investido, não transgredirá

em juízo quando tiver que punir ou absolver os súditos que forem trazidos sob seu juízo.

Por toda autoridade ser instituída por Deus, para exercê-la em seu nome, bem fariam todos os

governantes, em andar debaixo do temor do Senhor e agir em conformidade com os seus

mandamentos, porque terão que prestar contas de seus atos no dia do Juízo, com um rigor muito

maior do que aquele que estiverem debaixo do seu governo.

18

11 O peso e a balança justos são do

Senhor; obra sua são todos os pesos da

bolsa.

O preço de uma mercadoria pode variar

segundo as leis de oferta e procura, mas o peso

e a balança são sempre fixos segundo os padrões

de medida padronizados.

Assim, o provérbio não se refere à justiça do

preço, mas à do peso e da balança, pois, uma

adulteração em ambos pode indicar uma

possível intenção de desonestidade e trapaça

por parte do comerciante, para aumentar sua

lucratividade por meio da fraude.

Quando o lucro é auferido por meio do prejuízo

ou engano de outros, isto configura uma

abominação para Deus.

Alguém poderia indagar por que um Deus tão

elevado e poderoso, criador de tudo o que há no

universo, se ocuparia com questões que ao juízo

de muitos parecem tão pequenas e sem

importância?

Afinal, que grande prejuízo poderia trazer a toda

a criação um ato isolado de desonestidade,

praticado contra alguém, numa determinada

ocasião?

19

Todavia, o problema em questão não se

relaciona a possíveis prejuízos na ordem

financeira e econômica mundial, senão à

corrupção da alma daquele que age

fraudulentamente, pois quem é infiel no pouco

também o será no muito, e Deus jamais

confiaria as riquezas do seu reino eterno a uma

pessoa que viva sistematicamente de forma

desonesta, sem que nada ofenda a sua

consciência.

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12 Abominação é para os reis o

praticarem a impiedade; porque com

justiça se estabelece o trono.

O caráter de um bom rei que Salomão

recomenda, não é para o seu próprio louvor, mas para instrução para seus sucessores, seus

vizinhos, e os vice-reis sob ele.

Um bom rei não só faz justiça, mas é uma abominação para ele fazer o contrário.

Ele odeia o pensamento de agir errado e perverter a justiça; ele não apenas abomina a maldade feita por outros, mas detesta a que

poderia ser feita por si mesmo, que pelo poder que detém poderia facilmente fazê-lo.

O trono que representa a autoridade que possui o governante, sempre será estabelecido pela

justiça, porque o próprio Deus honra e estabelece o governo que age com justiça.

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13 Lábios justos são o prazer dos reis; e

eles amam aquele que fala coisas retas.

Sabemos que muitas intrigas são um hábito comum entre os cortesãos de um reino.

Infelizmente, a afirmação do provérbio se aplica somente aos reis que são justos, e amam a Deus,

que têm prazer em ouvir relatórios justos e verdadeiros da parte de seus súditos.

Reis como Acabe, em Israel, que chegou a pagar testemunhas falsas para se apoderar injustamente da vinha de Nabote, não são um

caso isolado na história do mundo, pois o modo comum de se governar é geralmente pela

intriga e engano.

Muitos se declaram cristãos, servos de Deus e da justiça, mas apenas para passarem uma imagem

de íntegros e honestos perante o povo que governam, mas às ocultas praticam coisas

abomináveis, comprovando que nada possuem verdadeiramente do caráter de Deus.

O Anticristo, que governará pelo poder total de Satanás, será recebido e aclamado por muitos como sendo um verdadeiro deus justo e bom.

Enquanto isto, Jesus, sendo Deus, que é o rei da verdade e da justiça foi crucificado como um malfeitor.

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14 O furor do rei é mensageiro da morte;

mas o homem sábio o aplacará.

15 Na luz do semblante do rei está a vida;

e o seu favor é como a nuvem de chuva

serôdia.

Estes dois versos mostram o poder dos reis, que

é grande em todo lugar, mas o foi em especial nos países do Leste, onde foram absolutos e

arbitrários. Eles decidiam quem deveria ser morto e quem deveria ser mantido vivo. Sua

vontade era uma lei.

Temos motivos para bendizer a Deus pela constituição do governo sob o qual vivemos, em que o governante não detém tal poder absoluto.

As autoridades foram instituídas por Deus para o castigo dos maus, e para o louvor dos que

praticam o bem. Mas, sabemos quão facilmente as autoridades se corrompem em sua função.

Todavia, Jesus, o Rei dos reis, e Senhor dos

senhores tem recebido toda a autoridade, tanto

no céu quanto na terra, e dele se pode dizer: “Na

luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor

é como a nuvem de chuva serôdia.”

Bem-aventurados são então, todos aqueles que

contam com a luz do seu semblante em sinal de

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serem favorecidos por ele, em razão do seu bom

proceder; e, ai daqueles contra os quais o seu

semblante tem se desviado por causa dos males

que têm praticado, pois o mensageiro do Rei virá

como transmissor da sua ira, que se manifestará

numa condenação eterna sobre todos aqueles

que lhe têm resistido, e não haverá nenhum

sábio, neste caso, que poderá aplacá-la.

24

16 Quanto melhor é adquirir a sabedoria

do que o ouro! E quanto mais excelente é

escolher o entendimento do que a prata!

A verdade deste provérbio se aplica, até mesmo no sentido coletivo, pois se todas as pessoas

buscassem a sabedoria e o entendimento da vontade divina, do mesmo modo como se

aplicam em obter dinheiro; aqui representado pela prata e pelo ouro, este mundo seria um

lugar muito melhor para se viver, e as pessoas seriam de fato, muito mais felizes do que são.

Mas, tal pensamento é uma utopia, pois este mundo tem sido desde o princípio da criação um

reino no qual habita o pecado e a cobiça no coração humano, que leva a maioria das pessoas

a fazer do amor ao dinheiro, o seu verdadeiro deus.

E pensar que com dinheiro não se pode comprar, não apenas a sabedoria e o

entendimento, como toda e qualquer virtude como, por exemplo, a paz, o amor, a fidelidade, a

bondade, a longanimidade, o domínio próprio e tudo o mais que faz parte do caráter de Jesus

Cristo.

Quem proferiu este provérbio não foi um pobre frustrado dos bens terrenos, senão o homem mais rico e sábio que já pisou neste mundo -

Salomão, que nos diz que a sabedoria e o

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entendimento que possuía, de Deus e da sua vontade era muito mais precioso do que toda a

prata e ouro que ele tinha. De maneira que dedicou sua vida para adquirir mais sabedoria,

do que para juntar riquezas terrenas.

A sabedoria e o entendimento que obtemos das coisas de Deus, é o que carregamos conosco

depois da morte, mas nada mais que é pertencente ao mundo pode ser levado conosco.

A graça de Deus é mais valiosa do que a prata e o ouro, porque não pode ser furtada ou destruída,

e com ela o espírito é educado e enriquecido para sempre.

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17 A estrada dos retos é desviar-se do mal;

o que guarda o seu caminho preserva a

sua vida.

Nossa vida é descrita em muitas passagens

bíblicas, como sendo uma caminhada. E de fato,

quer seja para o mal, quer seja para o bem,

podemos progredir tanto num quanto noutro,

quanto mais tempo caminharmos na prática de

ambos.

O caminho pelo qual os que são retos de coração

transitam desvia-se do mal, porque o caminhar

no pecado produz a morte e não a vida.

Não se pode chegar ao conhecimento da

vontade de Deus, que é sempre boa, santa e

agradável, sem que se tenha por programa de

vida caminhar passo a passo, dia a dia, nesta

estrada que conduz à vida eterna.

Deus se revela aos seus santos de forma

progressiva, à medida em que demonstram sua

fidelidade e constância, em permanecer no

caminho estreito de Jesus Cristo.

Este conhecimento não nos vem de uma só vez,

ou numa forma de andar irregular e inconstante

neste caminho da vida, onde nos desviamos da

prática do pecado, mas na paciente e

perseverante caminhada onde negamos o ego e

27

carregamos a nossa cruz, seguindo a Jesus e

seus mandamentos, todos os dias.

28

18 A soberba precede a destruição, e a

altivez do espírito precede a queda.

No conselho de Deus, quanto mais alto alguém

deseja chegar por motivo de orgulho, ou para

sobrepujar a outros, maior será a queda e a

destruição de tal pessoa, pois o Senhor o abaterá

das alturas da arrogância a que tiver chegado.

Satanás foi posto como exemplo para os anjos e

os homens, de quão grande pode ser esta queda

e destruição, pois era querubim ungido e

desfrutava de grande honra diante do Senhor,

até quando se achou a iniquidade do orgulho e

violência no seu coração.

Por maiores que sejam as conquistas terrenas

de uma pessoa, maior fama, poder e influência

que possa alcançar, caso sejam obtidos no

caminho da arrogância, do orgulho, e altivez, ela

pode ter como certo para si mesma, que no

tempo próprio Deus a derrubará destas alturas

para nunca mais poder se levantar, e a lançará

no mais profundo abismo do juízo e sofrimento.

Por isso afirma o provérbio, que a destruição da

alma é sempre precedida pela soberba; e que a queda é sempre precedida pela altivez de

espírito.

Jesus diz que bem-aventurados são os pobres de espírito, pois não almejando grandes coisas para

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si mesmos, e muito menos por motivo de orgulho recebem como prêmio, a herança do

reino do céu.

O segredo da verdadeira grandeza diante de Deus é ser humilde.

A humildade é uma virtude comparativa que faz

com que respeitemos e amemos o nosso próximo; já o orgulho é um vício também comparativo, pelo qual somos impedidos de

respeitar e amar o nosso próximo, sendo esta a razão principal, de serem os orgulhosos

submetidos ao juízo de destruição de Deus.

30

19 Melhor é ser humilde de espírito com

os mansos, do que repartir o despojo com

os soberbos.

Já nos referimos no comentário do provérbio

anterior, a algumas vantagens de ser humilde

de espírito, e aqui se diz - algo que é um

paradoxo, que os filhos deste mundo não podem

entender e aceitar - que é melhor ser pobre e

humilde, do que ser rico e orgulhoso.

O repartir o despojo é uma metáfora que alude à

guerra, onde os vencedores repartem entre si os

bens do inimigo vencido por eles. Veja que estes

“vencedores” são designados no provérbio,

como pessoas soberbas, ou seja, orgulhosas.

Estas riquezas podem ser obtidas em trabalhos

nos quais estejamos associados aos que são

soberbos, e por maiores que elas sejam, o

provérbio nos alerta que seria melhor estar na

companhia dos que são mansos, ou seja,

daqueles que humildemente se submetem às

ordenanças de Deus, pois estaríamos

aprendendo sabedoria e humildade com os que

são sábios segundo Deus, e com isso, fazendo

uma provisão de riqueza verdadeira e eterna

para nossa alma.

Agora, tudo o que obtivemos pela nossa

associação aos soberbos, por termos que nos

submeter aos critérios deles, nos conduzirá a

31

um juízo futuro da parte de Deus, do qual

poderíamos ter nos livrado, por não optar em

andar na companhia deles e na realização dos

seus projetos.

Até hoje, me entristece o testemunho de um

crente que era cheio do Espírito Santo e temor de Deus, e há anos se desviou dos caminhos do

Senhor por causa da proposta que lhe foi dirigida, para fazer parte da diretoria de uma

grande empresa, onde uma das condições era a de participar das programações mundanas que

promoviam, com uso de bebidas alcoólicas e um tanto de outras coisas que não agradam a Deus.

Em princípio, ele chegou a titubear e quase declinou do convite, mas a cobiça para ter uma

parte dos despojos dos soberbos fez com que se unisse a eles, e até hoje encontra-se desviado da

presença de Deus.

Ele trocou uma coroa eterna imarcescível, por um punhado de quinquilharias.

Que grandeza ou sabedoria há nisto?

32

20 O que atenta prudentemente para a

palavra prosperará; e feliz é aquele que

confia no Senhor.

É impressionante a forma como aqueles que

adulteram a Palavra de Deus conseguiram dar à

palavra “prosperidade”, um significado restrito

de prosperidade material, aquisição de fama e

poder mundanos; e fizeram todo o favor de

Deus, bem como a concessão da sua graça aos

homens, consistir somente nisto.

Prosperar, significa progredir, avançar, atingir

um determinado objetivo. Se a prosperidade

bíblica consiste nisto, então pode ser dito que os

ricos, apesar de não conhecerem e amarem a

Cristo, são também as pessoas prósperas às

quais a Bíblia se refere.

Todavia, não neste provérbio, pois ele restringe

a prosperidade àqueles que atentam

prudentemente para a Palavra do Senhor, ou

seja, aqueles que a ouvem e a praticam. Tudo o

que Deus tem prometido em relação a eles,

notadamente nos assuntos espirituais relativos

ao reino dos céus, prosperará.

Aquele que confia no Senhor, e não em sua

própria sabedoria, esse é feliz, pois terá a Deus e

a Sua Palavra como uma luz para guiá-lo em seu

caminho.

33

21 O sábio de coração será chamado

prudente; e a doçura dos lábios aumenta

o saber.

Aqueles que têm uma sabedoria sólida terão o crédito da mesma; que vai lhes auferir a

reputação de homens prudentes.

Uma das razões da brandura e doçura no falar aumentar o conhecimento, é porque aqueles

que são sábios e nos ouvem, se dispõem a ensinar melhor e com boa vontade aqueles que

lhes dirigem suas perguntas e dúvidas com brandura. A exaltação no falar fecha muitas

portas e desestimula a instrução que lhe poderia ser dada; no entanto, é omitida por motivo de

prudência em se evitar possíveis confrontos e contestações desnecessárias e impertinentes.

Daí Jesus afirmar que para aprendermos dele

devemos ser mansos e humildes de coração, assim como ele demonstrava pelo seu próprio

exemplo.

Entre os sábios é comum de ser visto que aquele que é exaltado no falar é deixado a monologar, pois ninguém mais se disporá a entreter

qualquer tipo de assunto com ele.

Tudo o que terá então, para aprender é que convém ser brando no falar para poder ser

ouvido por outros e se comunicar com eles.

34

22 O entendimento, para aquele que o

possui, é uma fonte de vida, porém a

estultícia é o castigo dos insensatos.

Há sempre algo de bom para ser obtido de um

homem sábio e bom; seu entendimento é um

manancial de vida que sempre flui e nunca pode

secar; pois tem algo a dizer em todas as ocasiões,

que é instrutivo e útil para aqueles que o

ouvirem, assim como sempre há coisas novas e

velhas para tirar do seu tesouro, a fim de

enriquecer a vida de muitos.

Mas, nada há de bom para ser obtido de um

tolo. A sua instrução é apenas loucura que

produz danos tanto a ele, quanto àqueles que lhe

seguem os conselhos.

35

23 O coração do sábio instrui a sua boca,

e aumenta o saber nos seus lábios.

Se enchemos o celeiro do nosso coração com o bom trigo da Palavra de Deus, o Espírito Santo

poderá utilizar nossas palavras de vida com grande fluência, para que muitos possam ser

alimentados por elas.

Deus dá pelo seu poder, fluência e unção no falar àquele que tem o que distribuir a outros,

por ter feito uma boa provisão em sua mente e coração, pelo estudo e meditação constantes da

Bíblia.

Quanto mais juntarmos com o propósito de distribuir este conhecimento a outros, mais ser-

nos-á dado pelo Senhor, daquelas coisas que são grandiosas e ocultas, que somente ele pode nos

revelar, assim como fizera com o profeta Jeremias no passado.

Aquele cujo coração é sábio virá a falar com a eloquência de um rei, de um verdadeiro príncipe de Deus, e isto será reconhecido por

muitos.

36

24 Palavras suaves são como favos de

mel, doçura para a alma e saúde para o

corpo.

Palavras sem ira e animosidade procedentes de

um coração gentil e amoroso, que é segundo

Deus, é saúde tanto para nós quanto para os que

nos ouvem.

As palavras agradáveis aqui citadas são aquelas

que o coração do sábio ensina, e aumenta o

saber.

Muito do que Salomão aprendeu sobre a Palavra

de Deus, certamente lhe foi ensinado por seu pai

Davi, e este provérbio muito nos lembra as

palavras de Davi no Salmo 19.7-11:

“A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o

testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos

símplices.

Os preceitos do Senhor são retos e alegram o

coração; o mandamento do Senhor é puro, e

ilumina os olhos.

O temor do Senhor é limpo, e permanece

eternamente; os juízos do Senhor são

verdadeiros e justos juntamente.

Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que

muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o

destilar dos favos.

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Também por eles é admoestado o teu servo; e

em os guardar há grande recompensa.”

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25 Há um caminho que ao homem parece

direito, mas o fim dele conduz à morte.

Este provérbio escrito cerca de dois mil anos

antes da produção do texto do Novo

Testamento, reflete de maneira completa, em

poucas linhas, o todo da teologia bíblica,

reforçada especialmente nos escritos do

apóstolo sobre a condição da enganosa condição

da natureza terrena humana decaída no pecado,

que dá ao homem natural a falsa noção de ser

aprovado e justificado por Deus, a par de tudo o

que é de fato – grande inimigo de Deus e da sua

santidade.

Muitos, senão todos, pensam que irão para o céu

ou para qualquer outro lugar de descanso

depois da morte, quando isto é verdadeiro

apenas para aqueles que se arrependem e se

convertem a Cristo, e que comprovam ser de

fato seus discípulos, por permanecerem nele e

na Sua Palavra.

Este caminho que ao homem parece direito,

citado no provérbio, é o caminho largo que

conduz à perdição eterna, ao qual Jesus se

referiu. São tantos os que transitam por ele, que

aos que nele se encontram, parece-lhes ser o

único correto e seguro.

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Quantos não pensaram da mesma forma nos

dias de Noé, quando apenas ele e sua família

foram salvos por Deus da destruição do dilúvio?

Assim, a grande quantidade de pessoas que

aderem a uma certa doutrina, não é o meio

adequado para se atestar a sua exatidão, até

porque Jesus disse que o caminho da salvação é

estreito e apertado, sendo poucos os que topam

com ele.

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26 O apetite do trabalhador trabalha por

ele, porque a sua fome o incita a isso.

Deus poderia ter criado o homem, sem que ele tivesse necessidade de qualquer tipo de

alimento material para sua subsistência, assim como sucede com os anjos no céu.

Todavia, sabendo que o homem viria a pecar e a se desviar da Sua vontade planejou as necessidades do corpo para que possam ser

atendidas pelo trabalho realizado pelo homem.

O homem tem que trabalhar, não somente para saciar sua fome, como também a de seus

familiares, de modo que além de não permitir que se entregue totalmente ao ócio, faz com que

aprenda a se importar e a amar aqueles que tem sob o seu cuidado.

Agora, se há necessidade de trabalho para alimentar o corpo, muito maior é a necessidade do trabalho para se alimentar a alma com a

Palavra de Deus. O do corpo é incorporado e assimilado pela mastigação, e o da alma pela

meditação e disciplina na sua aplicação. Onde isto faltar, a alma definhará, e ainda que o

homem tenha fama de que vive, todavia estará morrendo ou morto espiritualmente, pois é

impossível que o espírito seja vivificado por Deus, caso não esteja se alimentando

adequadamente de toda Palavra que procede da

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Sua boca, que se encontra revelada nas Escrituras Sagradas.

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27 O homem vil suscita o mal; e nos seus

lábios há como que um fogo ardente.

28 O homem perverso espalha

contendas; e o difamador separa amigos

íntimos.

Deus é Deus de paz, e pela paz. Não pela paz que

negocia a verdade e que se trata de conluio, mas

a paz que procede de corações puros e

santificados.

Por ciúme, inveja ou outros motivos vis, pessoas

podem separar amigos por meio do uso de

calúnias e falsidades.

Bem fazem, portanto aqueles que não

emprestam seus ouvidos para pessoas vis e

perversas, que estão sempre prontas para

difamar outros.

Os difamadores vivem desenterrando o mal, e

dispendendo uma grande quantidade de

esforço, para descobrir uma coisa ou outra

sobre a qual fundamentar uma calúnia, ou que

possa dar algum respaldo a ela.

O apóstolo Tiago compara a língua, a uma

chama que mesmo sendo pequena pode vir a

fazer com que haja um incêndio que se alastre

por toda uma floresta; assim, é um mal

incontido que não pode ser dominado a não ser

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pelo poder de Deus, quando submetida a este

poder para ser lavada e purificada.

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29 O homem violento alicia o seu vizinho,

e guia-o por um caminho que não é bom.

30 Quando fecha os olhos fá-lo para

maquinar perversidades; quando move

os lábios, efetua o mal.

Aqui é descrito outro tipo de homens maus, para que não sejamos como eles, bem como para que

não permitamos ser aliciados, a fim de nos juntarmos às suas causas perversas, que ficam a

imaginar em todo tempo.

Tal como o costume de Satanás, tudo fazem para

seduzir e atrair outras pessoas a participarem com eles em seus males.

A condenação destes por Deus é certa e não falhará.

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31 Coroa de honra são as cãs, a qual se

obtém no caminho da justiça.

Deve ser o grande cuidado de pessoas

idosas serem encontradas no caminho da justiça, pois os idosos, segundo o propósito de

Deus devem ser um referencial e exemplo para os mais jovens.

Os cabelos brancos são comuns à velhice, para ser como uma coroa a ser vista e honrada por aqueles que a observam.

Ainda que não signifique que debaixo de toda

cabeça branca há um coração justo e temente a Deus, esta deveria ser a condição a ser achada

em todos os homens idosos, pelo longo tempo de vida que lhes foi concedido por Deus, para

que pudessem acumular um maior aprendizado e experiência da Sua vontade.

Assim, podemos ter uma cabeça grisalha, mas não será como uma coroa, caso o seu portador

não tenha trilhado o caminho da justiça divina.

Se as pessoas idosas forem encontradas no caminho da justiça, a sua idade será a sua

honra. A velhice como tal, é honrosa, e impõe respeito; por isso Deus ordena no mandamento

de Levítico 19.32, que é dever de todo homem se levantar diante das cãs e honrá-las, pelo

pressuposto de que estes que são idosos

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também honraram a Deus. Mas, se forem encontrados no caminho da maldade, sua honra

é perdida, sua coroa profanada e colocada no pó (Isaías 65.20).

A graça de Deus na vida é a glória da velhice.

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32 Melhor é o longânimo do que o

valente; e o que domina o seu espírito do

que o que toma uma cidade.

Este provérbio é muito conhecido e apreciado,

mas quão poucos são os que são achados na

condição que ele preconiza.

O caminho para o aprendizado da

longanimidade e do domínio próprio não é fácil,

tanto que se diz ser mais fácil agir com valentia,

violência e dominar uma cidade, do que o

próprio espírito.

É pela graça da mansidão, que se chega à longanimidade e ao domínio próprio.

O iracundo não será achado neste caminho tão abençoado por Deus para nós, e tão abençoador

por nosso próprio intermédio, para outros.

Ser tardio para se irar e não se ressentir com provocações, ter o poder de dominar a ira que

procura se manifestar em nós, retornando rapidamente à paz em nossos corações, é uma

grande e preciosa virtude que devemos aprender a cultivar.

Deus falava boca a boca com Moisés, afirmando que a razão disso é que Moisés era o homem

mais manso da terra.

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Vemos assim, que a longanimidade, a mansidão, e o domínio próprio nos recomendam a ter

maior intimidade e comunicação com Deus.

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33 A sorte se lança no regaço; mas do

Senhor procede toda a determinação.

Um dos expedientes que são comumente usados para se determinar escolhas é o de se lançar sortes.

Isto nos veio desde a mais remota antiguidade. Nós vemos Acã sendo indicado pelo lançamento

de sortes, e naquela situação isto foi ordenado pelo próprio Deus, como o meio pelo qual

revelaria quem havia violado suas ordens, quanto à tomada indevida de despojos na conquista de Jericó.

A terra de Canaã foi distribuída pelas tribos de Israel, como também pelo lançamento de

sortes.

A escolha de Matias para ocupar o lugar do apostolado deixado vago por Judas, também foi

por meio de sortes lançadas pelos apóstolos.

Em todas estas situações, as sortes foram lançadas, mas quem dirigiu a escolha final foi o

próprio Deus, e é isto o que vemos sendo afirmado neste provérbio.

Não deve ser inferido então, disso, que todo lançamento de sortes que for feito, terá a mão de Deus orientando sobre quem, ou sobre o que, a

escolha deverá recair, senão que quando houver

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instrução da sua parte para que assim se proceda, o resultado não ficará por conta do

acaso, mas confirmará qual é a Sua escolha quanto ao que deve ser feito ou seguido.