provérbios 19
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A474 Alves, Silvio Dutra
Provrbios 19./ Silvio Dutra Alves. Rio de Janeiro,
2016.
46p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Salomo. 3. Estudo Bblico.
I. Ttulo.
CDD 230.223
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Provrbios 19
1 Melhor o pobre que anda na sua
integridade, do que aquele que
perverso de lbios e tolo.
Este provrbio nos lembra das palavras do apstolo Tiago, de que o pobre deve se gloriar na
sua dignidade.
O mundo em sua impiedade, no considera que o pobre possa ser digno de honra e estima, pois
costuma associar a pobreza noo de fracasso.
Todavia, ser pobre no um impedimento para que se seja ntegro. Na verdade, mais comum
se achar a retido entre os pobres do que entre
os que so ricos e poderosos.
Mas, no pobreza que o provrbio pretende louvar, mas sim a condio de ser ntegro no
proceder, seja a pessoa rica ou pobre. Tanto que o contraste da primeira citao com a segunda,
no com o rico, mas com o que perverso de
lbios, que uma das formas de se identificar quem no integro, e tambm com o que tolo,
pois este no se empenha para alcanar a
sabedoria.
Jesus disse que o valor real de uma pessoa no medido pela quantidade de bens terrenos que
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ela possui, mas pelo carter transformado pelo
Esprito Santo, que faz com que viva de modo
piedoso e devotado a Deus e aos seus
mandamentos. Portanto, no h nenhuma verdade em considerar o valor de algum pelo
fato de ser rico, e atribuir pouco ou nenhum
valor a quem pobre.
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2 No bom agir sem refletir; e o que se
apressa com seus ps erra o caminho.
H uma grande diferena em ser algum que seja demorado para tomar decises, ou que
tenha medo de tom-las, e aqueles que no
adiam suas decises, mas tm a devida prudncia em refletir sobre todos os aspectos
que envolvem a questo, sobretudo as suas
consequncias, antes de darem a sua palavra
final.
H inclusive um ditado no mundo, de que h aqueles que so muito rpidos em seus
raciocnios, mas suas concluses so sempre
erradas.
Neste caso, melhor seria possuir um raciocnio lento, mas devidamente ponderado e reflexivo,
para no somente entender o problema
apresentado, como tambm achar a soluo
mais vivel e sbia para ele.
No temos, portanto em foco, a morosidade do preguioso que no uma virtude, seno um
defeito, mas a diligncia firme e determinada,
porm refletida, para no somente se alcanar a sabedoria, como tambm para agir segundo
aquilo que sbio.
Uma alma ignorante no pode ser boa. Que a alma esteja sem conhecimento no seguro,
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nem agradvel; pois que bem ela pode fazer, quando no possui o conhecimento?
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3 A estultcia do homem perverte o seu
caminho, e o seu corao se irrita contra
o Senhor.
Uma nota dominante em toda a Bblia, a
condio de inimizade da natureza humana decada no pecado contra Deus.
Foi justamente em razo dessa inimizade latente, que Jesus morreu na cruz para que
pudesse desfaz-la e nos reconciliar com Deus
como seus amigos, pelo sangue da Sua paz derramado no Calvrio.
Tendo um corao corrompido pelo pecado e no regenerado pelo Esprito Santo, a condio
inerente de qualquer pessoa a de ser e agir de
forma estulta, contrariamente ao modo sbio e
santo que existe na natureza de Deus.
Deus exige a prtica da justia, bem como a execuo da pena e dos rigores da lei contra
aqueles que andam de modo desordenado.
Quando vemos ento, juristas se levantando em nome de Deus para punir os crimes dos mpios;
estes desferiro todo o seu dio contra Deus e
aqueles que tiverem se nomeado como seus agentes, pois o pecador almeja viver em
liberdade, sem ter que responder por seus atos
pecaminosos perante Deus, e muito menos
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perante os homens, ainda que sejam probos e
retos em seu proceder.
Os que vivem na estultcia costumam se irritar com o comportamento de crentes fiis, e os
chamam de tolos ou idiotas que tentam agir
como representantes de Deus na Terra, pois
segundo eles, ningum tem tal direito de sequer tentar viver uma vida justa e santa, porque
atrapalha e em muito, a plena liberdade que
gostariam de dar a todo o seu desvario sem ter suas conscincias perturbadas pela luz que
brilha na vida daqueles que os incomodam.
Por isso, Jesus disse que o mundo odiaria seus discpulos, tanto quanto lhe haviam odiado
tambm.
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4 As riquezas granjeiam muitos amigos;
mas do pobre o seu prprio amigo se
separa.
Evidentemente, este provrbio se refere condio geral daqueles que so do mundo e o
amam, pois, os que so retos de corao jamais
desprezaro e se separaro de algum por conta da condio de ser pobre.
Estes amigos que so granjeados por causa das riquezas, no so amigos na verdadeira acepo
da palavra, mas interesseiros oportunistas, que pensam tirar alguma vantagem para si nesta
suposta amizade.
Verdadeiros amigos no nos abandonam
quando nos tornamos pobres, a ponto de poder at mesmo depender de alguma ajuda da parte
deles para nossa subsistncia. Eles tero prazer
em faz-lo, por nos amarem, no como uma
espcie de garantia e seguro de que agiremos do mesmo modo em relao a eles se vierem a cair
em alguma forma de infortnio, e nossas
condies presentes melhorarem.
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5 A testemunha falsa no ficar impune;
e o que profere mentiras no escapar.
Este provrbio foi escrito com o tom e a fora de um preceito de lei, que prescreve uma pena
para o falso testemunho, e a mentira em juzo.
prtica comum jurdica, que as testemunhas fiquem sob juramento de falarem somente a
verdade, e que ficaro sujeitas s penas da lei
caso no o faam.
Assim, o provrbio pode tanto ser uma afirmao da autoridade da qual o rei Salomo
estava investido, como tambm pode ser
entendido como um alerta, para o que suceder a todo aquele que for mentiroso e d falso
testemunho, quanto a que ficar sujeito ao juzo
de Deus, que vingar os que forem prejudicados
por eles.
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6 Muitos procuraro o favor do prncipe;
e cada um amigo daquele que d
presentes.
7 Todos os irmos do pobre o aborrecem;
quanto mais se afastam dele os seus
amigos! Persegue-os com splicas, mas
eles j se foram.
Estes dois versos so uma extenso do contedo do verso 4, j comentado anteriormente.
Cabe apenas comentar, como a dureza do corao humano se revela, at mesmo na falta
de auxlio que irmos abastados negam queles
que dentre eles se tornaram pobres; e, se at
mesmo entre familiares isto visto, quanto mais no ser entre aqueles que so amigos, mas no
por laos de parentesco.
Eles no atendem s suas splicas humildes por ajuda, e ainda que insistam, eles fugiro, de
modo que a importunao ainda que humilde e gentil no prevalecer, e tudo ser em vo.
Assim, em vez de recorrermos aos homens
nestas condies, o melhor a fazer recorrer a
Deus, e aguardar a forma pela qual ele nos enviar o auxlio que necessitamos, e que
poder vir, at mesmo da parte de estranhos que
no sejam nossos amigos, pois poderoso para
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faz-lo, ou ento, agir diretamente pela fora e
graa do Seu prprio poder.
Bem-aventurado todo aquele que lana seus fardos sobre o Senhor, pois de nenhum modo
ser desprezado por ele.
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8 O que adquire a sabedoria ama a sua
prpria alma; o que guarda o
entendimento prosperar.
Quem ama de fato a sua alma procura adquirir a sabedoria de Deus, porque ela no somente
alimenta a alma, como a livra de todos os vcios
e pecados que a assediam to de perto.
Nenhum homem jamais odiou a prpria carne, seno a ama, mas muitos esto falhando no amor sua prpria alma, porque se o amor
carne consequente de nossa inclinao natural para o pecado, o amor alma s pode
existir quando nos esforamos a nos inclinar
para a santidade de Deus.
somente a estes que buscam a sabedoria, que
Deus a concede juntamente com a inclinao ao amor a Ele, e no mais ao pecado.
somente deste modo que podemos provar para ns mesmos, o quanto amamos de fato a
nossa alma.
Uma vez obtido o conhecimento de Deus, e o entendimento da sua vontade preciso mant-
los pela devoo e vigilncia diria, de modo que
prosperemos, crescendo de graa em graa e de f em f no aumento deste conhecimento que
obtido de forma progressiva, quando
perseveramos na constncia e na f.
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9 A testemunha falsa no ficar impune,
e o que profere mentiras perecer.
Este provrbio uma repetio do constante no verso 5.
10 O deleite no convm ao tolo; quanto
menos ao servo dominar os prncipes!
O prazer em servir a Deus e sua justia no ser jamais achado nos tolos, porque no lhes
concedido pelo Esprito Santo.
Aquele que despreza a sabedoria e a graa, no tem direito verdadeira paz e alegria que Deus reserva para aqueles que o amam, como sendo
um fruto do Esprito Santo.
O prazer do tolo encontra-se nele mesmo e
naquilo que faz, e no em Deus,