provas de aferilção do ensino básico - 4º, 6º e 9º anos - 2003

313
RELATÓRIO NACIONAL PROVAS DE AFERIÇÃO DO ENSINO BÁSICO 4. o , 6. o e 9. o ANOS – 2003 LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular

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  • As provas de aferio do ensino bsico, incidindo nas

    disciplinas de Lngua Portuguesa e Matemtica, decorreram

    em finais de Maio de 2003 e abrangeram os alunos

    dos 4.o, 6.o e 9.o anos de escolaridade.

    Foram realizadas pelo quarto ano consecutivo no caso do

    1.o ciclo (4.o ano), pela terceira vez no 2.o ciclo (6.o ano)

    e pela primeira vez no 3.o ciclo (9.o ano).

    O principal objectivo da realizao das provas de aferio

    o de fornecer informao sobre o desempenho dos alunos,

    face ao desenvolvimento de competncias consideradas

    essenciais para cada ciclo de ensino. Neste sentido, permitem

    o levantamento de elementos de base para uma anlise

    do funcionamento do sistema educativo, podendo conduzir

    e alimentar o debate pblico sobre a Escola.

    Refora-se a ideia da necessidade de, entre os professores,

    se promover a anlise e discusso dos resultados obtidos pela

    escola respectiva, do seu significado e implicaes, em relao

    com as orientaes curriculares e o modo como foram

    desenvolvidas e concretizadas.

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    ISBN-972-742-196-2

    PROVAS DE AFERIO DO ENSINO BSICO4.o, 6.o e 9.o ANOS 2003

    LNGUA PORTUGUESA MATEMTICA

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    Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

    440-03-CapaContraVerso 23.06.04 14:59 Pgina 1

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    PROVAS DE AFERIO DO ENSINO BSICO4.o, 6.o e 9.o ANOS 2003

    LNGUA PORTUGUESA MATEMTICA

    Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

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    Portugal. Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

    Provas de aferio do ensino bsico 4., 6. e 9. anos 2003ISBN 972-742-196-2

    CDU 371.26(469)2003CDU 373.3/.4(469)2003

    Provas de Aferio do Ensino Bsico4.o, 6.o e 9.o anos 2003

    Ministrio da Educao/Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento CurricularAv. 24 de Julho, 140 1399-025 LISBOATel.: 213 934 500 Fax: 213 934 [email protected]: Vasco Alves1.a edio: Maio de 2004Tiragem: 1000 exemplaresISBN: 972-742-196-2Depsito legal: 183 508/02Concepo grfica: DGIDCExecuo grfica:

    Estrada de Mem Martins, 4, S. CarlosApartado 1132726-901 MEM MARTINSTel.: 219 266 600 Fax: 219 202 765Internet: www.eme.ptE-mail: [email protected]

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    1. INTRODUO, 5

    1.1. MBITO, OBJECTIVOS E METODOLOGIA, 7

    1.2. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS, 9

    2. APRECIAO DOS RESULTADOS NACIONAIS DAS PROVAS DE 4.o ANO, 11

    2.1. LNGUA PORTUGUESA, 13

    2.2. MATEMTICA, 35

    2.3. MAPAS E GRFICOS, 59

    3. APRECIAO DOS RESULTADOS NACIONAIS DAS PROVAS DE 6.o ANO, 73

    3.1. LNGUA PORTUGUESA, 75

    3.2. MATEMTICA, 93

    3.3. MAPAS E GRFICOS, 117

    4. APRECIAO DOS RESULTADOS NACIONAIS DAS PROVAS DE 9.o ANO, 129

    4.1. LNGUA PORTUGUESA, 131

    4.2. MATEMTICA, 150

    4.3. MAPAS E GRFICOS, 173

    5. ANEXOS, 187

    ANEXO A. ENUNCIADOS E CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS PROVAS DE 4.o ANO, 189

    ANEXO B. ENUNCIADOS E CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS PROVAS DE 6.o ANO, 229

    ANEXO C. ENUNCIADOS E CRITRIOS DE CLASSIFICAO DAS PROVAS DE 9.o ANO, 273

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  • 1.

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  • 7

    1.1. mbito, objectivos e metodologia

    O Despacho n. 5437/2000, de 09 de Maro, estabelece os princpios orientadores dasprovas de aferio, enquanto modalidade de avaliao externa, visando o controlo dosnveis de desempenho dos alunos e a avaliao da eficcia do sistema.

    Estas provas de aferio tm sido realizadas no final de cada ciclo do ensino bsico, maisprecisamente no final dos 4., 6. e 9. anos de escolaridade, nas disciplinas de LnguaPortuguesa e de Matemtica.

    Nos termos do Despacho n. 474/2003, de 10 de Janeiro, que alterou o n. 4 do Despachon. 5437/2000, as provas de aferio em cada um dos trs ciclos do ensino bsico pas-saram a ser aplicadas anualmente a uma amostra da populao do respectivo ciclo.

    A amostra, representativa da populao nacional de alunos, foi determinada para o 4.ano em funo da base de dados do Paeb2001 e para os 6. e 9. anos, com base nosdados do Paeb2002, por se tratarem de anos onde as provas tiveram aplicao universal.

    O principal objectivo da realizao das provas de aferio o de fornecer informaosobre o desempenho dos alunos, face ao desenvolvimento de competncias considera-das essenciais para cada ciclo de ensino. Neste sentido, permitem o levantamento de ele-mentos de base para uma anlise do funcionamento do sistema educativo, podendo con-duzir e alimentar o debate pblico sobre a Escola. Este debate dever ser realizado pelosagentes educativos professores, alunos, encarregados de educao, escola no seugeral e servios centrais e regionais como tambm por outros agentes sociais que par-tilham a preocupao comum de melhorar a eficcia do sistema educativo.

    No menos importante o propsito de auto-avaliao, atravs da anlise do prprio ins-trumento de recolha de informao e da forma como tratada, de modo a melhorar a suaeficcia em termos de informao que permite aduzir.

    Importa, contudo, chamar a ateno para o facto de estas provas serem destinadas a afe-rir apenas alguns aspectos do desempenho dos alunos, em determinadas competncias,no permitindo os dados obtidos uma explicao completa de tais desempenhos, nemsendo possvel, a partir deles, conhecer as prticas nas escolas que levaram aos resulta-dos obtidos.

  • 8

    Assim, a anlise resultante dos dados obtidos poder ser complementada com estudosde natureza vria, incidindo em aspectos tais como as aquisies scio-afectivas, a ava-liao interna, a operacionalizao das competncias, a formao de professores, entreoutros, permitindo chegar a um conjunto alargado de indicadores que resultem numa ima-gem completa do sistema educativo nas suas mltiplas vertentes.

    A realizao das provas de aferio constituiu um processo complexo que percorreu diver-sas fases e que envolveu, para alm de muitos professores e escolas, vrios organismosdo Ministrio da Educao: o Gabinete de Avaliao Educacional (GAVE), a Editorial doMinistrio da Educao (EME), as Direces Regionais de Educao e o Departamentoda Educao Bsica (DEB), agora Direco-Geral de Inovao e de DesenvolvimentoCurricular (DGIDC).

    As provas de Lngua Portuguesa e de Matemtica so apresentadas sob a forma de enun-ciado escrito, da responsabilidade do GAVE, tendo como referncia as diversas compe-tncias e temas considerados essenciais, constantes das orientaes curriculares oficiais.Uma informao sobre as provas, incluindo exemplos de tipos de itens, assim como ascondies da sua realizao e os procedimentos a seguir, foi enviada s escolas comalguns meses de antecedncia. Os enunciados das provas e respectivos critrios de cor-reco esto reproduzidos em anexo ao presente relatrio.

    A realizao das provas teve lugar na segunda quinzena de Maio de 2003, abrangendoos alunos dos 4., 6. e 9. anos de escolas da rede pblica, escolhidas por amostragem,bem como os alunos das escolas seleccionadas para amostragem no caso do 4. ano, eainda os alunos dos estabelecimentos de ensino da rede particular e cooperativa que osolicitaram. Os locais de realizao foram as prprias escolas. De acordo com as instru-es prvias, o aplicador no foi, por norma, um professor da turma, o que apenas nosucedeu nos casos em que tal impediria que o local de realizao da prova fosse a esco-la que os alunos frequentavam, nomeadamente no caso do 4. ano de escolaridade,tendo-se verificado 2% em Lngua Portuguesa e 1% em Matemtica. Quanto aos 6. e 9.anos de escolaridade h a registar casos em que o professor aplicador era professor daturma, mas no das disciplinas de Lngua Portuguesa e de Matemtica. Neste sentido,assinalam-se as seguintes situaes: 34% no 6. ano e 38% no 9. ano, em LnguaPortuguesa e 33% no 6. ano e 40% no 9. ano, em Matemtica.

    O processo de classificao e lanamento informtico dos resultados foi sediado noGAVE. A classificao foi feita por um conjunto de professores, sob a orientao de super-visores, tendo o GAVE assegurado a formao dos diversos intervenientes e coordenadoo seu trabalho.

  • 9

    A partir desta base de dados, o DEB (DGIDC) procedeu anlise dos resultados e ela-borou o presente relatrio, contando, para isso, com o apoio de consultores cientficos.

    1.2. Anlise e discusso dos resultados

    As provas foram realizadas por cerca de 2537 alunos do 4. ano (49% do sexo feminino),por cerca de 2603 alunos do 6. ano (50% do sexo feminino) e por cerca de 2674 alunosdo 9. ano (53% do sexo feminino).

    Como foi referido, as provas testaram diversas competncias consideradas essenciais,relativas aos vrios temas, de modo a evidenciar aspectos mais e menos conseguidos dasaprendizagens dos alunos. Deste modo, cada item ou conjunto de itens diz respeito adeterminada competncia, sendo as resolues dos alunos codificadas de acordo comvrios nveis de resposta possveis para o item respectivo.

    Por esta razo, e atendendo prpria estrutura das provas, a leitura dos resultados deveser sobretudo horizontal. Isto significa que, em cada escola, devem ser analisados, paracada item ou grupo de itens, os dados da escola e do pas, relativos ao modo como osalunos se distriburam pelos vrios nveis de resposta, desde a ausncia da mesma at resposta totalmente correcta.

    O processo de anlise dos resultados considerou escrupulosamente a concepo dasprovas e o significado das codificaes atribudas.

    No caso da Lngua Portuguesa, nos 4., 6. e 9. anos de escolaridade, a metodologia deanlise partiu de uma identificao dos processos de operacionalizao de competnciasenvolvidas nos diversos itens, organizadas em torno de 3 competncias essenciais:

    compreenso da leitura e expresso escrita;

    conhecimento explcito da lngua;

    expresso escrita compositiva.

    No caso da Matemtica, a metodologia partiu de uma identificao dos itens tendo emconta duas dimenses:

    tipos de competncia: conhecimento de conceitos e procedimentos, reso-luo de problemas, raciocnio, comunicao (em todos os nveis de esco-laridade);

  • 10

    reas temticas: nmeros e clculo, geometria e medida, estatstica e pro-babilidades, lgebra e funes (no 4. ano); nmeros e clculo, geometria,estatstica e probabilidades, lgebra e funes (no 6. ano); nmeros eclculo, geometria, probabilidades e estatstica, funes (no 9. ano).

    De acordo com este esquema organizador, foram analisadas as percentagens de respos-tas situadas nos diversos nveis de codificao previstos, desde a ausncia de respostaat resposta totalmente correcta.

    Estes valores foram tratados graficamente de formas distintas:

    sectograma, para os dados relativos operacionalizao das competncias,na prova de Lngua Portuguesa e s reas temticas e tipos de competncia,na prova de Matemtica;

    histograma, para os dados relativos aos resultados por item.

    Da anlise dos grficos e matrizes das provas, relativos s duas provas de cada um dosnveis de ensino, apresentam-se alguns considerandos, sintetizados nas seces seguin-tes do presente relatrio, incluindo exemplos, sugestes para um aprofundamento da an-lise dos resultados, referncias s orientaes do currculo nacional e, ainda, recomen-daes para a prtica pedaggica.

    Os resultados das provas so enviados a todas as escolas onde estas se realizaram, demodo a permitir a sua interpretao e uma reflexo de natureza pedaggica sobre o seusignificado. Os documentos enviados a cada escola incluem no s o contedo do pre-sente relatrio, mas tambm o modo como em cada um dos itens de qualquer prova etambm por tipo de competncia e rea temtica as resolues dos alunos da escolarespectiva se distriburam pelos vrios nveis de resposta, a par dos dados correspon-dentes que dizem respeito ao pas.

    Refora-se a ideia da necessidade de, entre os professores, se promover a anlise e dis-cusso dos resultados obtidos pela escola respectiva, do seu significado e implicaes,em relao com as orientaes curriculares e o modo como foram desenvolvidas e con-cretizadas.

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  • 13

    2.1. Lngua Portuguesa

    2.1.1. Apresentao da prova

    A prova de aferio de Lngua Portuguesa encontra-se estruturada em duas partes.

    A primeira parte pretende avaliar os nveis de desempenho de compreenso da leitura eexpresso escrita (11 itens) e do conhecimento explcito da lngua (7 itens). A segundaparte refere-se expresso escrita compositiva.

    As respostas aos itens da primeira parte so classificadas atravs de cdigos que cor-respondem a nveis diferenciados de desempenho. A codificao atribuda varia de itempara item, expressando-se em nveis de 0 a 3:

    ex. 1 Item 1 (compreenso da leitura e expresso escrita) cdigos 0 e 1;

    ex. 2 Item 13 (conhecimento explcito da lngua) cdigos 0, 1 e 2;

    ex. 3 Item 9 (compreenso da leitura e expresso escrita) nico item comos cdigos 0, 1, 2 e 3.

    Assim, ao nvel de desempenho mais elevado de cada item corresponde a resposta cor-recta, enquanto que ao cdigo 0 (zero) correspondem as situaes em que o aluno apre-senta uma resposta incorrecta, ambgua e/ou ilegvel ou, ainda, nos itens de escolha ml-tipla, em que o aluno, para alm da resposta correcta, assinala outras opes.

    Aos cdigos intermdios de cada item (quando existem) correspondem respostas que seaproximam ou afastam da resposta correcta.

    A no resposta por parte do aluno corresponde atribuio do cdigo X, representadonos grficos dos resultados por NR (No Respondeu).

  • 14

    A compreenso da leitura e expresso escrita diz respeito extraco e reconstruode significado do texto escrito, envolvendo a avaliao do desempenho desta competn-cia cinco processos de operacionalizao, cuja correspondncia com os itens da prova seapresenta no quadro seguinte:

    No que diz respeito ao conhecimento explcito da lngua esto envolvidos cinco pro-cessos de operacionalizao que se indicam no seguinte quadro:

    Operacionalizao da competncia Itens

    Organizar a informao segundo critrios apresentados (ordem alfabtica) 12

    Conhecer classes de palavras e categorias gramaticais 13, 15, 16, 17

    Conhecer a estrutura frsica 14

    Conhecer processos morfolgicos 18

    Reconhecer vocabulrio especfico 15

    Operacionalizao da competncia Itens

    Compreender a informao explcita no texto e responder por palavras diferentes(realizar parfrases)

    1, 3, 5, 6, 9, 10

    Compreender a informao no explcita no texto (realizar inferncias) 2, 4, 9

    Seleccionar a informao de acordo com instrues dadas 10

    Compreender e ordenar sequencialmente os acontecimentos narrados 7

    Expressar opinies pessoais fundamentadas 8, 11

  • 15

    A segunda parte (expresso escrita compositiva) avaliada com base em oito par-metros: A, B, C, D, E, F, G e H, sendo o nvel de desempenho de cada um deles codifica-do de 0 a 4, conforme se apresenta no quadro seguinte:

    2.1.2. Anlise dos resultados

    Os resultados apresentam-se em percentagens, organizados item a item, de acordo coma competncia que est a ser avaliada, encontrando-se expressos em tabelas e grficos,tanto a nvel da amostra (representativa do universo dos alunos do 4. ano do 1. ciclo doensino bsico), como a nvel de escola.

    A distribuio dos resultados de cada item apresentada por nveis de desempenho, cor-respondentes aos cdigos NR (No Respondeu), 0, 1, 2 e 3, da que a leitura de cadacompetncia em presena se efectue a partir dos parmetros que integram a sua opera-cionalizao, bem como da prova e dos respectivos critrios de classificao.

    Para uma melhor compreenso e interpretao do presente relatrio, aconselha-se que asua leitura seja acompanhada da consulta do enunciado da prova e dos respectivos cri-trios de classificao.

    Parmetros

    Respeito pela extenso propostaA

    Respeito pelo tema e tipo de texto propostosB

    Coerncia e pertinncia da informaoC

    Estrutura e coeso do texto produzidoD

    Correco sintcticaE

    Riqueza e variedade de vocabulrioF

    Correco ortogrficaH

    Utilizao adequada da pontuaoG

  • 16

    Anlise geral

    No grfico Global, verificamos que o total de respostas consideradas completamente cor-rectas se situa nos 43%, enquanto que as respostas no totalmente correctas atingiramos 29%. De registar, ainda, o facto de 4% das respostas no terem sido respondidas e24% se situarem no cdigo zero. Daqui ressalta que 72% dos alunos do 4. ano de esco-laridade, na globalidade, obtiveram um bom desempenho nesta prova.

    Por outro lado, constatamos tambm que a percentagem do nvel mximo de desempe-nho baixou 7%, relativamente ao ano anterior, valor este correspondente ao que vai integrar o desempenho intermdio dos alunos no ano lectivo de 2002/2003, pelo que ototal dos valores (mximo e intermdio) das duas provas seja precisamente o mesmo(72%).

    Tratando-se a prova em anlise de uma verso e formato muito prximos dos anos lecti-vos anteriores (1999/2000; 2000/2001; 2001/2002) e salvaguardando-se as caractersti-cas da amostra, bem como as reais diferenas no que diz respeito aos critrios de clas-sificao subjacentes a cada uma delas, nomeadamente quanto ao nvel de exigncia, possvel constatar globalmente:

    a) Compreenso da leitura e expresso escrita

    No ano de 2002/2003, o nvel mximo de desempenho foi o mais baixo das provas reali-zadas at ento (38%).

    compositivaProduo escrita

    NR0%

    Zero3%

    Int.63%

    M x.34%

    Conhecimento explcito da lngua

    NR8%

    Zero17%

    Int.12%

    M x.63%

    Compreenso da leitura

    NR3%

    Zero43%

    Int.16%

    M x.38%

    Global

    NR4%

    Zero

    24%

    Int.29%

    M x.43%

  • 17

    De registar que o somatrio do nvel intermdio com o nvel mximo apenas de 54%,valor que continua bastante inferior aos nveis mximos atingidos nos anos anteriores.Acresce ainda o facto de 43% dos alunos terem obtido zero e 3% no terem respondido.

    b) Conhecimento explcito da lngua

    Os resultados evidenciam uma melhoria no nvel mximo de desempenho, por refernciaaos do ano anterior, mas aproximam-se muito dos resultados obtidos em 1999/2000 e2000/2001.

    c) Expresso escrita compositiva

    Genericamente, os resultados so positivos e vo no mesmo sentido dos atingidos nasprovas realizadas em anos anteriores, apesar de no ser possvel efectuar comparaesmais especficas, devido s diferenas constatadas nos parmetros e critrios de classifi-cao das provas em apreo.

    Porm, comparando os resultados deste ano com os do ano anterior, verificamos que osvalores percentuais, relativos ao nvel mximo de desempenho, baixaram cerca de 7%,correspondente ao valor que, entretanto, tornou mais expressivo o nvel intermdio, ouseja, o valor global resultante do somatrio das percentagens dos nveis mximo e inter-mdio no se alterou.

    Anlise por tipo de competncia

    COMPREENSO DA LEITURA E EXPRESSO ESCRITA

    Tendo por referncia os grficos acima apresentados, a anlise dos resultados nacionaismostra globalmente um desempenho razovel dos alunos, tendo em conta que os mxi-

    Expressar opinies pessoais fundamentadas

    NR3%

    Zero43%

    Int.12%

    M x.42%

    Ordenar sequencialmente os acontecimentos

    NR5%

    Zero59%

    Int.0%

    M x.36%

    Seleccionar informao de acordo com instrues

    NR2%

    Zero28%

    Int.0%M x.

    70%

    Compreender e realizar inferncias

    NR1%

    Zero46%

    Int.22%

    M x.31%

    Compreender e realizar parfrase

    NR3%

    Zero34%

    Int.25%

    M x.

    38%

  • 18

    mos oscilaram entre 70% e 31%, correspondendo aos processos de operacionalizaoseleccionar informao de acordo com instrues dadas e compreender e realizar infe-rncias, respectivamente.

    Os restantes processos de operacionalizao desta competncia compreender e realizarparfrase, compreender e ordenar sequencialmente os acontecimentos narrados eexpressar opinies pessoais fundamentadas apresentam 38%, 36% e 42%, respectiva-mente, no cdigo mximo. Como podemos constatar, estes resultados situam-se todosabaixo dos 50%, excepo dos 70% obtidos no processo de seleccionar informao deacordo com instrues dadas.

    CONHECIMENTO EXPLCITO DA LNGUA

    O desempenho dos alunos nesta competncia foi globalmente positivo, tendo a maioria(85% a 60%) atingido os nveis mximos dos itens que avaliam os respectivos processosde operacionalizao, conforme os grficos acima apresentados.

    Os resultados menos positivos registam-se nos processos conhecer a estrutura frsicae reconhecer vocabulrio especfico com os valores mximos de 47% e 31%, respecti-vamente. De acrescentar, relativamente a este ltimo processo, o facto de 47% dos alu-nos se terem situado no nvel intermdio.

    Reconhecer vocabulrio especfico

    NR7% Zero

    15%

    Int.47%

    M x.31%

    Conhecer processos morfolgicos

    NR10% Zero

    Int.29%M x.

    60%

    1%

    Conhecer a estrutura frsica

    NR13%

    Zero40%

    Int.0%

    M x.47%

    Conhecer categorias gramaticais

    NR8%

    Zero16%

    Int.13%

    M x.63%

    Organizar a informao segundo critrios (ordem

    alfabtica)

    NR3%

    Zero12% Int.

    0%

    M x.85%

  • 19

    EXPRESSO ESCRITA COMPOSITIVA

    Como j foi referido, a segunda parte da prova diz respeito expresso escrita, no senti-do da produo concebida com base em oito parmetros:

    A. Respeito pela extenso proposta;

    B. Respeito pelo tema e tipo de texto propostos;

    C. Coerncia e pertinncia da informao;

    D. Estrutura e coeso do texto produzido;

    E. Correco sintctica;

    F. Riqueza e variedade de vocabulrio;

    G. Utilizao adequada da pontuao;

    H. Correco ortogrfica.

    No que concerne a esta competncia, genericamente, os resultados so bastante positi-vos e vo no mesmo sentido dos atingidos nas provas realizadas nos anos anteriores, nosendo possvel efectuar comparaes mais especficas, atendendo s diferenas dos cri-trios de classificao das provas em apreo.

    Assim, verificamos que os resultados correspondentes ao nvel mximo de desempenhodos alunos de apenas 34%, atingindo o nvel intermdio um valor muito mais significa-tivo (63%). Comparando com o ano anterior, verificamos uma descida de cerca de 7% nonvel mximo de desempenho, valor este que passou a integrar os resultados atingidos nonvel intermdio. Contudo, h que salvaguardar as diferenas nos critrios de classifica-o das provas em apreo.

  • 20

    Anlise de itens por tipo de competncia

    COMPREENSO DA LEITURA E EXPRESSO ESCRITA

    (Adaptado de Sim-Sim, Duarte e Ferraz (1997). A Lngua Materna na Educao Bsica. Lisboa: DEB)

    No que respeita compreenso da leitura, os itens 1 a 8 incidem sobre um texto de leitu-ra recreativa. Os itens 9, 10 e 11 envolvem a leitura texto e quadro de programao daTV para fins informativos.

    Quanto expresso escrita, excepo do item 8, que envolve escrita compositiva pararelato de conhecimento, os restantes 10 itens incidem sobre escrita no compositiva.

    Os conhecimentos de lngua portuguesa requeridos pela prova, no mbito da com-preenso da leitura e expresso escrita, dizem respeito ao domnio de mecanismosbsicos de interpretao do significado do material escrito e contemplam os seguintesprocessos de operacionalizao:

    Expresso Escrita

    As funes da escrita so mltiplas e varia-das: escreve-se para identificar algo oualgum, para mobilizar a aco, para recordar,para satisfazer pedidos ou exigncias, parareflectir, para aprender e para criar. So osobjectivos da escrita que determinam o for-mato da produo. Os alunos devem aprendere treinar tcnicas e estratgias envolvidas naproduo de escritos de diferente grau decomplexidade, da escrita no compositiva escrita compositiva para relato de conheci-mento e para elaborao de conhecimento.

    Escrita no compositiva e compositivadesignam, respectivamente, escrita sem ecom composio. Entende-se aqui por com-posio o processo de combinao de micro-e macro-unidades estruturais de que resultauma pea coesa e coerente: um objecto escri-to dotado das propriedades definidoras datextualidade.

    Compreenso da Leitura

    O percurso da aprendizagem da leitura deveter como meta primordial a fluncia, que impli-ca rapidez de decifrao, preciso e eficinciana extraco do significado do material lido. Afluncia de leitura exige que o leitor descodifi-que automaticamente, de tal modo que possacanalizar a capacidade de ateno para acompreenso do texto.

    A escola deve dar oportunidade aos alunos depraticarem a leitura recreativa contactandocom diferentes tipos de textos que promovamo desenvolvimento do imaginrio, do espritocriativo e do pensamento divergente e a lei-tura para fins informativos exercitando aextraco de significado de diferentes tipos detexto com o objectivo de transformar a infor-mao em conhecimento.

  • 21

    a) Compreender a informao explcita no texto e responder por palavras diferen-tes (realizar parfrases), o que exige alguma capacidade de reformulao. Avaliamesta competncia os itens 1, 3, 5, 6, 9 e 10.

    Exemplos

    Embora o mecanismo da parfrase seja sempre necessrio para a resoluo destesitens, as diferenas nos nveis de dificuldade podero ser atribudas a factores diversos.

    Por exemplo, no item 1, dos 2515 alunos que realizaram esta prova, apenas 48% assi-nalaram correctamente a resposta, isto , identificaram num conjunto de quatro frasesaquela que melhor correspondia ao sentido do texto; 51% erraram na resposta e 1% norespondeu.

    Estes resultados podem estar relacionados com o facto do aluno ter de seleccionar ainformao relevante para a resposta, distinguindo-a da informao secundria e/ouparasita referida neste exerccio.

    De realar que 51% dos alunos no resolveram o exerccio proposto, o que poder estarrelacionado com dificuldades ao nvel das estratgias cognitivas exigidas na sua resoluo.

    No item 6, a informao requerida envolve tambm a capacidade de seleco da infor-mao.

    Neste item, a situao agrava-se visto que os resultados apontam apenas para 27% derespostas consideradas certas (6% de respostas correctas e 21% de respostas inter-mdias), 65% de respostas incorrectas e 8% de no respostas.

    Estes resultados podem estar relacionados com o grau de exigncia constante dos cri-trios de classificao, uma vez que a resposta s considerada totalmente correcta seo aluno especificar trs razes, em simultneo, quando na pergunta no consta o nme-ro de razes a apresentar. Assim, verifica-se inconsistncia entre a formulao da per-gunta, tal como est expressa, e os critrios de classificao exigidos na resposta.

    No item 9, constatamos uma grande disperso dos resultados, no leque dos cdigos queo avaliam de 0 a 3 designadamente:

    No respostas 2%

    Cdigo 0 11%

    Cdigo 1 41%

    Cdigo 2 25%

    Cdigo 3 21%

    Ora, o aluno solicitado, neste exerccio, a emitir os juzos verdadeiro / falso sobrea informao explcita e implcita num texto informativo.

    A diversidade dos resultados pode ser provavelmente imputada ao facto de se exigirmecanismos relacionados com a realizao da parfrase e inferncia.

  • 22

    b) Compreender a informao no explcita no texto (realizar inferncias), sendosolicitado ao aluno uma resposta baseada na experincia prvia e no conhecimentoque j possui sobre o assunto. avaliada pelos itens 2, 4 e 9.

    Exemplos

    No item 4, s 14% dos alunos responderam correctamente, enquanto 85% erraram e 1%no respondeu.

    Este resultado advm provavelmente do elevado grau de dificuldade exigido, uma vezque o aluno confrontado com quatro respostas alternativas, todas elas susceptveis deconvergncia de causa / efeito e tem de seleccionar apenas uma, baseada numa infe-rncia complexa, pois implica armazenamento e gesto de informao prvia sobre oassunto.

    No item 2, 57% dos alunos deram resposta correcta, identificando o sentido da expres-so dada, no contexto do texto apresentado.

    Contudo, h a salientar que 42% dos alunos erraram e 1% no respondeu, resultadoeste que poder ser atribudo a alguma dificuldade sentida pelos alunos em compreen-der a mensagem, cuja informao no est explcita no texto.

    c) Seleccionar a informao de acordo com instrues dadas. avaliada pelo item 10.

    Exemplo

    De registar que 70% dos alunos responderam correctamente, que apenas 28% errarame 2% no responderam.

    Tal resultado pode justificar-se pelo facto do item apelar a uma temtica motivadora paraos alunos animais atravs da consulta de um horrio de programao de TV.

    d) Compreender e ordenar sequencialmente os acontecimentos narrados: item 7.

    Exemplo

    O item 7 avaliado por dois cdigos 0 e 1 verificando-se que, no cdigo 1, 36% dosalunos conseguiram responder de forma correcta, enquanto que, no cdigo 0, 59% dosalunos erraram e 5% no responderam.

    Atendendo que era solicitado ao aluno a ordenao sequencial das aces a realizar(distribuindo-as de 1 a 6), os resultados negativos podem ser atribudos a dificuldades

  • 23

    sentidas na execuo de duas tarefas associadas, com vista reconstituio de umenunciado com princpio, meio e fim.

    De registar que os critrios de classificao admitem apenas uma determinada sequn-cia, quando existem outras possibilidades igualmente vlidas.

    Assim, dado que no existem cdigos intermdios, o aluno penalizado com o cdigozero logo que no posicione todo o texto de acordo com a ordem da sequncia previstanos referidos critrios de classificao.

    e) Expressar opinies pessoais fundamentadas, visa a emisso de ideias prprias,individuais, adequadas ao contexto, que explicitam a justificao da escolha adoptada. avaliada pelos itens 8 e 11.

    Exemplo

    Item 11 Do universo dos alunos, 43% responderam correctamente, 54% erraram e 3%no responderam.

    A dificuldade sentida na resoluo deste item pode estar relacionada com a necessida-de do aluno ter de mobilizar conhecimentos adquiridos para justificar a escolha feita.

    Em sntese, no mbito desta competncia, os resultados so globalmente positivos.

    De salientar que os desempenhos mais significativos se verificam nos itens 3 e 10, onde75% e 70% dos alunos acertaram, respectivamente, nas respostas. Estes resultadosdecorrem, provavelmente, do facto dos itens em questo irem de encontro s motivaese interesses dos alunos nesta faixa etria.

    Entretanto, os desempenhos mais baixos nesta competncia verificam-se nos itens 4(85% de respostas incorrectas) e 6 (65% de respostas erradas e 8% de no respostas),itens que avaliam a realizao de inferncias e de parfrases, respectivamente.

  • 24

    REFLEXO

    Experincias de aprendizagem

    Actividades de consulta de horrios (escola,transportes, bibliotecas, cinemas, lojas,)para seleccionar a informao conveniente.

    Elaborao das fases de um plano (passeio,festa, ), com ordenao das tarefas deacordo com a lgica do senso comum, dasconvenes sociais e dos conhecimentos domundo.

    Localizar cidades e vilas no mapa dePortugal. Calcular o tempo para deslocaoentre diferentes locais e explicit-lo nas uni-dades de tempo adequadas.

    Propor o desenlace para pequenas histriasde tipo policial, ou de aventuras, levantandohipteses acerca das relaes de causa consequncia, procurando pistas, lendo nasenda de pormenores.

    Competncias especficas

    Ao contrrio da compreenso do oral, a leiturano nem uma actividade natural, nem deaquisio espontnea e universal. O seudomnio exige um ensino directo que no seesgota na aprendizagem, ainda que impres-cindvel, da traduo letra-som, mas que seprolonga e aprofunda ao longo da vida dosujeito.

    Os alunos devem desenvolver a capacidadepara ler com autonomia, velocidade e perse-verana.

    funo da escola fazer de cada aluno um lei-tor fluente e crtico.

    A mestria na leitura permite o aumento dopotencial comunicativo e a expanso dos inte-resses individuais e a grande facilitadora dasaprendizagens escolares e do crescimentocognitivo de cada aluno (Sim-Sim, 1995).

    Questes sobre o desempenho

    Estaro os alunos familiarizados com formasde operacionalizar este tipo de questes?

    O facto de estar explcita no texto a fraseTrezentos e noventa e oito dias depois ()viram avanar ao seu encontro um grupo dehomens ter condicionado a escolha daresposta que exibia este valor?

    O desenvolvimento da capacidade paraestabelecer relaes entre factos, aconteci-mentos, aces que levem distino denoes temporais e a operar com intervalosde tempo ser objecto de actividades espe-cficas?

    Desempenho

    Em termos gerais, merece reflexo a significa-tiva percentagem de alunos classificados comos cdigos 0 (85%) e NR (1%) relativamenteao Item 4 que diz respeito operacionalizaoda competncia Compreender a informaono explcita no texto (realizar inferncias) que foi o que registou o mais fraco nvel dedesempenho. Os resultados nacionais indicamque apenas 14% dos alunos respondem deforma totalmente correcta a esta questo, queenvolve uma operao de inferncia no cl-culo da durao de uma ocorrncia (intervalodurante o qual os camelos e o jovem pastorestiveram perdidos).

  • 25

    CONHECIMENTO EXPLCITO DA LNGUA

    (adaptado de Sim-Sim, Duarte e Ferraz (1997). A Lngua Materna na Educao Bsica. Lisboa: DEB)

    No mbito do conhecimento explcito da lngua, os conhecimentos de Portugus reque-ridos na prova dizem respeito aos domnios relacionados com as classes de palavras ecategorias gramaticais, a estrutura da palavra e a estrutura da frase. Envolvem os seguin-tes processos de operacionalizao:

    a) Organizar informao segundo critrios apresentados (ordem alfabtica): item 12.

    Exemplo

    O elevado desempenho dos alunos na resoluo deste item (85%) pode estar relacio-nado com o conhecimento j bastante automatizado da ordem alfabtica.

    b) Conhecer categorias gramaticais, implica a identificao de numerais ordinais (item 13),nomes colectivos (item 15), graus dos adjectivos (item 16) e a aplicao de pronomespessoais (item 17).

    Exemplos

    Relativamente s categorias em anlise, verificamos que os itens 13 e 17 obtiveramresultados significativos no cdigo mximo de desempenho (86% e 73%, respectiva-mente).

    Quanto aos itens 15 e 16, a situao altera-se, sendo menos positiva no item 15 (31%no cdigo mximo e 47% no intermdio) do que no item 16 (58% no cdigo mximo).

    Por conhecimento explcito da lngua entende-se a progressiva consciencializao esistematizao do conhecimento implcito no uso da lngua.

    O conhecimento explcito serve propsitos instrumentais. Assim, no que respeita s res-tantes aprendizagens escolarizadas no mbito da lngua materna, a consciencializaodo conhecimento implcito facilita a referncia aos contedos a trabalhar, ajuda os alu-nos a descobrirem as regras gramaticais que usam (e as que devem usar) e permite aidentificao rpida das dificuldades que manifestam no uso que fazem da lngua.

  • 26

    No que concerne ao item 16, os resultados podem basear-se em eventuais dificuldadessentidas pelos alunos em classificar os adjectivos quanto ao grau; por outro lado, a fraseapresentada deveria ser destacada, de forma a ter maior visibilidade, realando-se doenunciado em questo.

    c) Conhecer a estrutura frsica consiste na aplicao, adequada ao contexto de umafrase, de formas do pretrito perfeito do indicativo de verbos da 1. e 2. conjugaes:item 14.

    Exemplo

    Constatamos que 48% dos alunos pontuaram correctamente a resposta (acertaram nos2 verbos), 40% obtiveram a classificao correspondente a respostas consideradas erra-das e 13% no responderam.

    A percentagem obtida nas respostas consideradas erradas pode estar relacionada comalguma dificuldade sentida pelos alunos na conjugao dos verbos, apesar da situaode resposta se encontrar contextualizada.

    Por outro lado, os critrios de classificao exigiam, como resposta correcta, a conjuga-o dos dois verbos, no prevendo um desempenho intermdio. Os resultados baixospodem tambm ser devidos ao facto dos alunos no terem compreendido o que lhes erasolicitado pouca familiaridade com a expresso entre parnteses que integra o enun-ciado do item.

    d) Conhecer processos morfolgicos, implica o conhecimento da estrutura da palavra,de modo a proceder identificao das palavras da mesma famlia: item 18.

    Exemplo

    De realar que 60% dos alunos atingiram o desempenho mximo, escrevendo as qua-tro palavras adequadas, 29% registaram um desempenho intermdio, acertando apenasem 2 ou 3 palavras, 1% errou e 10% no responderam.

    Estes 10% de no respostas podem provavelmente ser imputados ao facto dos alunosno estarem familiarizados com este tipo de exerccios ou se sentirem influenciados peloefeito de fadiga desta 1. parte da prova (registe-se que o item 18 o ltimo desta parte).

  • 27

    e) Reconhecer vocabulrio especfico: item 15. Neste exerccio era requerido ao alunoo conhecimento de vocbulos especficos nomes colectivos de modo a associ-losaos correspondentes nomes comuns.

    Exemplo

    Este exerccio implicava a associao de nomes de animais aos respectivos nomes colec-tivos. Alguns destes colectivos dificilmente se integram no vocabulrio fundamental usadopelos alunos.

    Em sntese, relativamente a esta competncia, podemos constatar que os resultados sogenericamente positivos.

    Os melhores desempenhos atribuem-se aos itens 13 e 12, com 86% e 85% de respostascorrectas, respectivamente. Podemos, portanto, constatar que os alunos dominam osnumerais ordinais e j adquiriram a automatizao da ordem alfabtica.

    Os itens14 e 16 registaram os mais altos nveis de respostas no cdigo zero, com 40% e34% de respostas erradas, respectivamente. Acresce ainda o facto de, tanto num itemcomo no outro, as percentagens de no respostas atingirem 13% no item 14 e 8% no item16. O item 15 registou o mais baixo nvel, 31%, de respostas no nvel mximo.

  • 28

    REFLEXO

    Experincias de aprendizagem

    Descobrir palavras, cujo sentido se v alte-rando em funo de diferentes contextos deutilizao (a palavra vara um bom exemplopara este tipo de actividade).

    Enriquecer o vocabulrio especfico, elabo-rando cadernos de vocabulrio, glossrios,listas de termos. Distribuir os termos dessaslistas por classes gramaticais. Estes recur-sos podero depois ser utilizados na com-preenso e na resoluo de problemas, emdesafios criativos, interpretativos e est-ticos.

    Praticar jogos de palavras (construir rimas ecantilenas a partir de palavras dadas).

    Fazer jogos de substituio, de letras apartir de enganos, de trocas de letras, explo-rar situaes de nonsense (o par mati-lha/mantilha pode dar incio a um dessesjogos).

    Competncias especficas

    O conhecimento explcito da lngua a com-petncia que alimenta especificamente cadauma das outras quatro competncias: com-preenso do oral, leitura, expresso oral eexpresso escrita. Traduz-se na conscienciali-zao e sistematizao do conhecimentointuitivo da lngua.

    A escola deve proporcionar aos alunos situa-es de aprendizagem em que o uso da ln-gua envolva o desenvolvimento desta capaci-dade de elaborao sobre a prpria lngua.

    Se o ensino do conhecimento explcito forconcebido como uma actividade de descober-ta (cf. Duarte, 1992), exigindo dos alunos trei-no de observao, classificao de dados eformulao de generalizaes quanto ao com-portamento dos mesmos, ele constituir umaexcelente propedutica atitude de rigor naobservao e compreenso do real exigidanoutras disciplinas curriculares.

    Questes sobre o desempenho

    Estaro os alunos habituados a mobilizar ea utilizar vocabulrio especfico em contex-tos apropriados?

    Ser a explorao de vocabulrio especfi-co, bem como o uso de termos tcnicos ecientficos enquadrada na perspectiva deum uso correcto da lngua portuguesa?

    A capacidade de distanciamento e de mani-pulao da lngua, para alm de objectivosestritamente comunicativos, ser objecto deactividades especficas?

    Desempenho

    Merece alguma reflexo o desempenho globaldos alunos no item 15 reconhecer vocabul-rio especfico e categorias gramaticais.

    Apesar de no ter sido este o item que regis-tou os mais altos nveis de respostas no cdi-go mnimo, foi o que apresentou a mais baixapercentagem de alunos classificados no cdi-go mximo 31%. Valer a pena relacion-lacom a percentagem de respostas no cdigointermdio 47%. Estes dados indiciam anecessidade, para a maioria dos alunos, deadopo de estratgias de alargamento doseu vocabulrio passivo; na verdade, o campolexical o mais sensvel s caractersticas doambiente lingustico a que a criana, nesteperodo de desenvolvimento, exposta.

  • 29

    EXPRESSO ESCRITA COMPOSITIVA

    (adaptado de Sim-Sim, Duarte e Ferraz (1997). A Lngua Materna na Educao Bsica. Lisboa: DEB)

    Como j foi referido, a 2. parte da prova refere-se expresso escrita compositiva nabase de oito parmetros: A respeito pela extenso proposta; B respeito pelo tema etipo de texto propostos; C coerncia e pertinncia da informao; D estrutura e coe-so do texto produzido; E correco sintctica; F riqueza e variedade de vocabulrio;G utilizao adequada da pontuao; H correco ortogrfica.

    Os resultados dos alunos nestes parmetros situam-se, maioritariamente, ao nvel dodesempenho nos cdigos 2 e 3, atingindo valores superiores a 61% no conjunto destesdois cdigos.

    A esmagadora maioria dos alunos (95%) respeitou a extenso proposta no parmetro Apara a elaborao do texto. Os resultados relativos ao parmetro B (40% no cdigo 4, 21%no cdigo 3 e 28% no cdigo 2) traduzem alguma dificuldade na actividade proposta, isto, a produo de um texto narrativo, sujeito a um tema, uma vez que, apenas 40 em 100alunos obtiveram melhores resultados.

    No que se refere coerncia e pertinncia da informao parmetro C verificamos queapenas 22% dos alunos se situam no cdigo 4, 30% no cdigo 3 e 31% no cdigo 2. Ora,estes resultados revelam, em certa medida, alguma dificuldade no conhecimento do pro-

    A expresso escrita abarca processos cognitivos que contemplam o planeamento daproduo escrita (seleco dos contedos a transmitir e sua organizao), a formataolingustica de tais contedos (seleco dos itens lexicais que os exprimem com maiorpreciso, sua formatao em sequncias bem formadas, coesas, coerentes, e adequa-das), o rascunho, a reviso, correco e reformulao e, finalmente, a divulgao daverso final para partilha com os destinatrios. A escola deve garantir a aprendizagemdas tcnicas e das estratgias bsicas da escrita (incluindo as de reviso e autocorrec-o), bem como o domnio pelos alunos das variveis essenciais nela envolvidas nomeadamente, o assunto, o interlocutor, a situao e os objectivos do texto a produzir.

    Dado o papel da linguagem escrita na aprendizagem de todas as disciplinas curricula-res, a escola deve igualmente ensinar a usar a expresso escrita como instrumento deapropriao e transmisso do conhecimento.

  • 30

    cesso narrativo, ou seja, na capacidade em redigir um texto de acordo com as coordena-das narrativas, com desenvolvimento coerente e desfecho adequado.

    Quanto ao parmetro D (21% de classificao no cdigo 4, 34% no cdigo 3 e 30% nocdigo 2), constatamos que a maior parte dos alunos capaz de redigir um texto estrutu-rado de forma satisfatria, ainda que apresentando alguma descontinuidade na progres-so narrativa.

    Nos parmetros E, F e G, verificamos que os resultados so muito aproximados nos vrioscdigos de desempenho (2, 3 e 4). Assim, constatamos que a maior parte dos alunosobteve melhor classificao ao nvel dos cdigos 2 e 3, ou seja, oscilando os resultadosentre 33% e 36% no cdigo 3 e entre 29% e 32% no cdigo 2. Isto significa que:

    No parmetro E, a maioria dos alunos (22% no cdigo 4 e 33% no cdigo 3),foi capaz de organizar o texto com domnio razovel de processos de identifi-cao interfrsica (substituies nominais/pronominais; concordncia de tem-pos, modos e pessoas verbais; construo de frases de tipos e estruturasvariados, com erros no sistemticos. De assinalar que 31% dos alunos obti-veram cdigo 2 e 10% cdigo 1, o que pode estar relacionado com dificulda-des sentidas ao nvel da organizao do texto, tendo em conta os elementosconstitutivos da narrativa;

    os resultados revelam tambm, no caso do parmetro F, que a maioria dosalunos 21% e 35% nos cdigos 4 e 3, respectivamente, utiliza com correcoo vocabulrio adequado e diversificado, com recurso a algumas estratgiassubstitutivas, enquanto que 41% (32% no cdigo 2 e 9% no cdigo 1) utilizamvocabulrio elementar e inadequado ao contedo.

    Relativamente ao parmetro G, constatamos que apenas 21% dos alunos se situam nocdigo 4 e 36% no cdigo 3, o que indicia que um nmero significativo de alunos (57%)emprega de forma correcta, ou parcialmente correcta, a pontuao no interior da frase,bem como na delimitao de unidades maiores. Contudo, tambm verificamos nesteparmetro que 39% dos alunos (29% ao nvel do cdigo 2 e 10% ao nvel do cdigo 1)no aplicam regularmente as regras de pontuao.

    No que concerne correco ortogrfica, avaliada pelo parmetro H, verificamos que amaior parte dos alunos (63%, sendo 33% com cdigo 4 e 30% com cdigo 3) no d errosou d-os apenas de forma espordica e em palavras pouco frequentes. Os resultados de

  • 31

    23% no cdigo 2 e 10% no cdigo 1 significam que os alunos deram cerca de cinco errosnum texto de aproximadamente 50 palavras.

    Em sntese, globalmente, os resultados so satisfatrios, o que indicia certo domnio daexpresso escrita compositiva, tendo em conta j o conhecimento de determinadas com-petncias do funcionamento da lngua.

    Contudo, de registar que a maior percentagem se verifica nos nveis intermdios (63%),o que significa que os alunos so capazes de redigir um texto estruturado de forma satis-fatria, ainda que com algum desequilbrio e descontinuidade na sequncia lgica dasideias. Manifestam um domnio razovel dos processos de articulao interfrsica, comalgumas estruturas subordinadas, mas ainda com predominncia de conexo linear erepetitiva e algumas ambiguidades.

  • 32

    REFLEXO

    Experincias de aprendizagem

    Actividades de produo de curtas narrati-vas, com base em instrues especficas,relativamente s coordenadas narrativas eao universo de referncia inicial: nome dapersonagem principal, uma caractersticadefinidora dessa personagem, um localonde se passa a aco, um objecto comdeterminada funo no desenvolvimento daaco, frase ou pargrafo funcionando comodesenlace da histria.

    Escrita colectiva de textos narrativos de dife-rentes tipos: conto maravilhoso, conto tradi-cional, fbula,

    Reconstruir histrias a que falta a situaoinicial, o desenvolvimento ou a situaofinal.

    Competncias especficas

    Redigir um texto que respeite as coordenadasnarrativas e o universo de referncia inicial personagens, espao, funes na narrativa,aces, tipo de desenlace, e que sedesenvolva numa progresso narrativa coe-rente e orientada para um desfecho adequadoe sugestivo.

    A escola deve dar oportunidade aos alunos departiciparem frequentemente, de forma assis-tida e orientada, em actividades de produode textos narrativos curtos e na elaborao depequenos dilogos dramticos.

    Questes sobre o desempenho

    Ter o contedo instrucional da 2. parte daprova sido suficientemente claro para osalunos?

    Estaro os alunos familiarizados com a produ-o de textos narrativos de diferentes tipos?

    Na elaborao do texto, tero os alunos con-seguido operar eficazmente no plano dosdiferentes registos de enunciao?

    O desenvolvimento da capacidade paracompletar histrias, ordenar as suas diferen-tes partes ou propor-lhes diferentes desen-laces ser objecto de actividades regulares?

    Desempenho

    Os resultados nacionais indicam que noparmetro C Coerncia e pertinncia dainformao que se regista a mais baixa per-centagem 22% de respostas no cdigo 4.

    O cdigo 3 regista 30% de respostas e o cdi-go 2, 31%.

    A concretizao desta instruo no plano daescrita compositiva, onde a elaborao deconhecimento deve operar conjuntamentecom o recurso ao modo de enunciao narra-tivo, levantou algumas dificuldades aos alu-nos.

  • 33

    2.1.3. Consideraes finais

    Finalmente, com base na interpretao dos resultados atrs referida, e articulando com oenunciado do currculo nacional, designadamente com as competncias especficas daLngua Portuguesa, sugere-se que cada escola/agrupamento reflicta sobre os seguintesaspectos:

    compreenso da leitura e expresso escrita julga-se pertinente a promoode experincias de aprendizagem que promovam o enriquecimento do voca-bulrio usado pelos alunos, na sua aplicao adaptada a diferentes contextos.Ser tambm pertinente a consulta de material escrito com o objectivo delocalizar informao e de transform-la em conhecimento; ser igualmentevantajosa a leitura de diferentes tipos de textos quer numa perspectiva recrea-tiva, quer informativa;

    conhecimento explcito da lngua neste domnio parece pertinente a partici-pao dos alunos em actividades que promovam o treino de observao, aclassificao de dados e a formulao de generalizaes quanto ao compor-tamento dos mesmos. Nesta perspectiva ser produtivo o desenvolvimento deactividades que incidam sobre o estudo de processos especficos de lngua,nomeadamente no domnio das classes de palavras, das categorias gramati-cais, dos processos morfolgicos, sintcticos, semnticos e pragmticos;

    expresso escrita compositiva na medida em que os alunos parecem estarglobalmente familiarizados com a construo narrativa, sugere-se que lhessejam proporcionadas experincias de aprendizagem que possibilitem a elabo-rao de diferentes tipos de textos para alm do narrativo (compositivos ou nocompositivos, de acordo com a sua finalidade), devendo a escrita dos mesmosser sempre orientada pelos professores e pelos alunos entre si e com recursoa instrumentos que assegurem a correco do produto escrito.

    Por fim, de salientar a necessidade de reflexo contextualizada na escola/agrupamentosobre os resultados das provas de aferio e sobre as suas implicaes no trabalho dosprofessores de forma a serem tomadas decises que proporcionem experincias deaprendizagens que contribuam para o desenvolvimento, pelos alunos, de competnciasespecficas e de competncias gerais. Saliente-se, a este propsito, o facto de a LnguaPortuguesa ser encarada como formao transdisciplinar, no mbito do ensino bsico(Decreto-Lei n. 6/2001, art. 6.) e como rea fundamental para a operacionalizaotransversal das competncias gerais para o ensino bsico.

  • 35

    2.2. Matemtica

    2.2.1. Apresentao da prova

    A prova de aferio de Matemtica est estruturada em 20 questes que correspondema 24 itens (uma vez que as questes 1 e 3 esto subdivididas em 2 itens e a questo 11em 3 itens), tal como aparece representado nas tabelas e grficos de resultados.

    A cada item so atribudos cdigos aos quais corresponde uma hierarquia de nveis dife-rentes de desempenho, no devendo esta atribuio ser conotada com uma qualquer hie-rarquia de importncia relativa entre os itens. Os cdigos variam entre 0 (zero) e 3 (trs),tal como nos exemplos:

    Ex. 1 Item 3.2 (cdigos 0 e 1).

    Ex. 2 Item 7 (cdigos 0, 1 e 2).

    Ex. 3 Item 11.2 (cdigos 0, 1, 2, 3).

    De acordo com os critrios gerais de classificao definidos pelo GAVE os cdigos cor-respondentes ao nvel mximo de desempenho podem no corresponder a uma respos-ta totalmente correcta, assim como o cdigo zero pode no corresponder a uma respos-ta totalmente incorrecta. Aos cdigos intermdios de cada item (quando existem) corres-pondem respostas parcialmente correctas que se aproximam mais ou menos da respos-ta mais correcta. atribudo um cdigo especial (cdigo X) sempre que se verifique asituao de no resposta e surge identificado como NR na apresentao grfica dos resul-tados.

  • 36

    Tendo por referncia as competncias especficas da matemtica definidas no CurrculoNacional e o programa em vigor, a distribuio dos itens por reas temticas e tipos decompetncia foi organizada pelo GAVE (Gabinete de Avaliao Educacional), como seapresenta no Quadro 2.1.

    Quadro 2.1

    A distribuio constante do quadro anterior tem como critrios a predominncia das reastemticas/tipos de competncia que correspondem a cada item. No entanto, a resoluode alguns itens da prova implica o recurso, por parte dos alunos, a conhecimentos devrias reas temticas e a vrios tipos de competncia. Uma organizao deste tipo per-mite tornar mais visvel a existncia de possveis conexes entre vrios domnios e com-petncias como as que se apresentam no Quadro 2.2 (tambm da responsabilidade doGAVE).

    Predominncia das reas temticas e tipos de competncia

    reas temticas

    Nmeros e Clculo

    Tipos de competncia

    Conhecimentode conceitos e

    procedimentos

    Resoluo deproblemas

    Raciocnio Comunicao

    Nmerode itens

    5, 15 1.2, 9, 11.2 12 11.3 7

    Geometria e medida 3.1, 3.2, 7, 17, 20 4, 18, 19 6, 8, 13, 16 14 13

    Estatstica eProbabilidades

    1.1, 11.1 2

    lgebra e Funes 10 2 2

    Nmero de itens 10 7 5 2 24

  • 37

    Quadro 2.2

    Deste quadro pertinente destacar, face ao quadro 2.1, a percentagem de itens que con-tribuem, embora parcialmente, para a avaliao da competncia de comunicao mate-mtica, particularmente nos domnios da geometria e medida e dos nmeros e clculo.

    2.2.2. Anlise dos resultados

    Os resultados obtidos a nvel da escola e da amostra nacional apresentam-se tratadosestatisticamente, atravs de grficos circulares por reas temticas/tipos de competnciae atravs de tabelas e grficos de colunas, organizados por itens.

    No primeiro caso, cada grfico corresponde a cada uma das clulas do Quadro 2.1 preen-chidas com itens. As percentagens constantes em cada um dos grficos correspondem mdia dos resultados obtidos por nvel de desempenho (N/R, zero, nveis intermdios emximo), correspondentes ao(s) item(ns) que avaliam a rea temtica/tipo de competncia.

    No segundo caso, cada tabela e cada grfico que lhe corresponde referem-se a cada umdos itens da prova. Neste contexto, torna-se fundamental que a leitura dos resultados sejahorizontal, isto , item a item e sem comparaes entre si, tendo em considerao que osnveis mximos de desempenho podem variar de item para item.

    Distribuio dos itens por reas temticas e tipos de competncia

    reas temticas

    Nmeros e Clculo

    Tipos de competncia

    Conhecimento deconceitos e

    procedimentos

    Resoluo deproblemas

    Raciocnio Comunicao

    1.2, 5, 6, 9, 10, 11.2,11.3, 12, 15, 18, 19

    1.2, 2, 9, 11.2,11.3, 19

    2, 9, 11.3, 12 2, 6, 11.3, 19

    3.1, 3.2, 4, 6, 7,13, 17, 18, 19, 20

    2, 4, 8, 13, 14,16, 18, 19

    2, 4, 6, 8, 13, 14,16, 18

    2, 6. 14, 19

    1.1, 11.1 4

    10 2 2 2

    Geometria e medida

    Estatstica eProbabilidades

    lgebra e Funes

  • Em qualquer um dos casos, a apresentao dos resultados permite comparar os nveis dedesempenho dos alunos da escola com os da amostra nacional.

    Face aos resultados obtidos, a escola ou agrupamento dever procurar analisar critica-mente as causas e implicaes dos seus resultados e equacionar possveis estratgias emetodologias que possam ter estado na origem dos mesmos. Nesta perspectiva, esteguio deve ser encarado como um meio auxiliar de interpretao dos resultados da provae como depositrio de um conjunto de sugestes de experincias de aprendizagem, demetodologias e de recursos que concorram para o desenvolvimento gradual de compe-tncias gerais e especficas.

    Anlise geral

    Uma anlise da distribuio das classificaes nacionais pelos diversos nveis de desem-penho permite evidenciar alguns aspectos mais significativos:

    Em 7 itens (1.1, 2, 3.2, 10, 11.1, 15, e 20), mais de 70% (71% a 79%) dos alu-nos obteve o nvel mximo de desempenho. Destes itens, seis so relativos aconhecimentos de conceitos e procedimentos, dos quais: 1 referente aodomnio dos nmeros e clculo, outro a lgebra e funes, 2 geometria emedida, e outros 2 estatstica e probabilidades. Verifica-se , assim, que talcomo nos anos anteriores os melhores resultados da prova incidem em itensque avaliam predominantemente aquele tipo de competncia (conhecimentode conceitos e procedimentos).

    Em 4 itens (1.2, 3.1, 9 e 16) o nvel mximo de desempenho foi atingido por50% a 69% dos alunos da amostra nacional. De salientar que trs destes itensreferem-se resoluo de problemas e apenas um ao raciocnio.

    H 6 itens (4, 5, 6, 7, 11.2 e 17) em que o nvel mximo de codificao foi obti-do por uma percentagem de alunos situada entre os 30% e os 49%, mais precisamente ente os 41% e os 49%. Daqueles itens, quatro referem-se aodomnio da geometria e medida e dois aos nmeros e clculo, sendo estesdois ltimos relativos um resoluo de problemas e outro ao conhecimentode conceitos e procedimentos. Dos quatro itens de geometria, a sua distribui-o por competncias a seguinte: dois relativos ao conhecimento de con-ceitos e procedimentos; um resoluo de problemas e um ao raciocnio.

    Em 7 itens (8, 11.3, 12, 13, 14, 18 e 19) menos de 29% dos alunos atingiu onvel mximo de desempenho, mais precisamente entre 13% e 29%. De

    38

  • 39

    salientar que cinco desses itens esto relacionados com a rea da geometriae medida. Destes itens, dois avaliam a resoluo de problemas, um o racioc-nio e outro a comunicao.

    Mais de metade (52% a 67%) dos alunos da amostra obteve o nvel zero dedesempenho em 6 itens (5, 8, 13, 17, 18 e 19), todos relacionados com odomnio da geometria e medida. Destes itens, dois avaliam o raciocnio, doisa resoluo de problemas e os restantes dois o conhecimento de conceitos eprocedimentos.

    Resultante da articulao de todos os tipos de competncia com todas as reas temti-cas avaliadas (v. Quadro 2.1), o grfico que a seguir se apresenta d conta da distribui-o dos diferentes nveis de desempenho observados na totalidade dos itens da prova.

    A partir do grfico e com base nos aspectos anteriormente referenciados, destaca-se amaioria relativa de respostas correctas que correspondem aos nveis mximos de desem-penho (49%) e evidencia-se, por seu lado, a percentagem significativa de respostas cor-respondentes ao nvel zero (32%).

    Anlise por reas temticas

    No Quadro 2.1 so apresentadas as quatro reas temticas avaliadas pela prova (nme-ros e clculo, geometria e medida, estatstica e probabilidades e lgebra e funes) cons-tantes do currculo nacional. Os resultados que lhe dizem respeito figuram nos grficosque a seguir se apresentam.

    Total

    Global

    NR2%

    Zero32%

    Int.17%

    M x.

    49%

  • 40

    Globalmente (tal como nos resultados dos anos anteriores), verifica-se que na rea daestatstica e probabilidades que a mais elevada percentagem de alunos (75%) atinge osnveis mximos de desempenho, nos dois itens que a avaliam. Quanto s restantes reastemticas constata-se que a geometria e medida a que apresenta a percentagem maisbaixa de resultados nos nveis mximos de desempenho (41%), evidenciando uma desci-da de 11% em relao aos resultados da amostra de 2002, tal como aconteceu no dom-nio dos nmeros e clculo.

    Anlise por tipos de competncia

    No que diz respeito ao conhecimento de conceitos e procedimentos verifica-se que emseis dos dez itens que avaliam este tipo de competncia, 71% a 79% dos alunos obteveo nvel mximo de desempenho. nos itens 7 e 17 (do domnio da geometria e medida)que incidem as percentagens mais baixas no nvel mximo de desempenho 43% e 41%,respectivamente. No item 17 a maioria dos alunos (58%) respondeu incorrectamente(nvel zero de desempenho). No entanto, constata-se que globalmente foi neste tipo decompetncia que os alunos obtiveram os melhores resultados, tal como aconteceu nasprovas anteriores.

    Em cinco dos sete itens que avaliam predominantemente a resoluo de problemas, apercentagem de respostas que atingiram os nveis mximos de desempenho varia entre48% e 73%. J nos dois itens restantes (18 e 19), a percentagem de alunos que atingiramaqueles nveis de 13% e 19%, respectivamente.

    No que diz respeito ao raciocnio, verifica-se que dos cinco itens que avaliam predomi-nantemente este tipo de competncia, apenas no item 16 a maioria dos alunos (53%) atin-giu o nvel mximo de desempenho. Nos restantes itens, a percentagem de alunos que

    lgebra e funes

    Total

    NR2% Zero

    20%

    Int.5%

    M x.73%

    Estatstica e probabilidades

    Total

    NR1%

    Zero16%

    Int.8%

    M x.

    75%

    Geometria e medida

    Total

    NR2%

    Zero

    38%

    Int.19%

    M x.41%

    Nmeros e clculo

    Total

    NR

    2%Zero

    28%

    Int.19%

    M x.51 %

  • 41

    atingiu aquele nvel de desempenho situa-se entre 16% e 43%. Destes itens, os alunoserraram mais no item 8, onde 67% das respostas foram classificadas com o nvel zero (0)de cotao.

    Tal como se depreende da leitura do respectivo grfico, nos dois itens que avaliam pre-dominantemente a comunicao, os resultados so consideravelmente fracos j que ape-nas 20% (item 11.3) e 25% (item 14) dos alunos obteve o nvel mximo de desempenho.

    Globalmente, evidencia-se a ideia de que a maioria dos alunos que fizeram parte daamostra apresenta um bom nvel de desempenho nos itens que avaliam o conhecimentode conceitos e procedimentos. Pelo contrrio, no mbito do raciocnio e da comunicao,apenas uma minoria (cerca de um quarto dos alunos) atingiu aquele nvel de desempe-nho. Quanto resoluo de problemas, os dados revelam que a maioria relativa dos alu-nos atingiu os nveis mximos de desempenho.

    Anlise por reas temticas e tipos de competncia

    A representao grfica que se apresenta mais adiante resulta da transformao dasclulas da tabela 2.1 em grficos que mostram os resultados dos itens que as constituem.Representao essa que sugere dois tipos de leitura dos resultados da amostra nacional:

    Leitura horizontal relaciona e compara os desempenhos obtidos por reastemticas em cada tipo de competncia.

    Leitura vertical permite comparar e relacionar os desempenhos obtidos porcompetncias em cada uma das reas temticas.

    Total

    Comunicao

    NR4%

    Zero41%

    Int.33%

    M x.22%

    Total

    Raciocnio

    NR3%

    Zero39%

    Int.25%

    M x.33%

    Total

    Resoluo de problemas

    NR3%

    Zero30%

    Int.20%

    M x.47%

    Total

    Conhecimento de conceitos e procedimentos

    NR1% Zero

    28%

    Int.

    8%

    M x.63%

  • 42

    lgebra e funes

    Resoluo de problemas

    NR1%

    Zero

    15%

    Int.11%

    M x.73%

    lgebra e funes

    Conhecimento de conceitos e procedimentos

    NR3% Zero

    25%

    Int.0%

    M x.72%

    Estatstica e probabilidades

    Conhecimento de conceitos e procedimentos

    NR1%

    Zero16%

    Int.8%

    M x.

    75%

    Geometria e medida

    Comunicao

    NR3%

    Zero40%

    Int.37%

    M x.20%

    Geometria e medida

    Raciocnio

    NR2%

    Zero46%

    Int.

    18%

    M x.34%

    Geometria e medida

    Resoluo de problemas

    NR4%

    Zero41%

    Int.28%

    M x.27%

    Geometria e medida

    Conhecimento de conceitos e procedimentos

    NR1%

    Zero31%

    Int.10%

    M x.58%

    Nmeros e clculo

    Comunicao

    NR

    4%

    Zero42%

    Int.29%

    M x.25%

    Nmeros e clculo

    Raciocnio

    NR

    4% Zero18%

    Int.

    49%

    M x.29%

    Nmeros e clculo

    Resoluo de problemas

    NR

    2% Zero23%

    Int.15%

    M x.60%

    Nmeros e clculo

    Conhecimento de conceitos e procedimentos

    NR

    1%

    Zero32%

    Int.5%

    M x.62%

  • 43

    Para alm dos aspectos j evidenciados nas anlises anteriores, a anlise desta disposi-o grfica permite realar o seguinte:

    Os melhores resultados com 75% de respostas no nvel mximo de desem-penho situam-se, na interseco do conhecimento de conceitos e procedi-mentos com o domnio de estatstica e probabilidades, seguidos dos queresultam do cruzamento da resoluo de problemas com a lgebra e funes(73%) e do conhecimento de conceitos e procedimentos, com estatstica eprobabilidades (72%).

    Os resultados mais fracos, onde revelado que os alunos erram mais (nvelzero de desempenho) incidem no cruzamento da geometria e medida com oraciocnio, com a resoluo de problemas e com a comunicao, assim comodo cruzamento deste ltimo tipo de competncia, com o domnio de nmerose clculo.

    Ao nvel do conhecimento de conceitos e procedimentos, constata-se que nocruzamento deste tipo de competncia com os domnios da estatstica e pro-babilidade e da lgebra e funes que os nveis mximos de desempenho somais expressivos (75% e 72%, respectivamente).

    Ao nvel da resoluo de problemas, salienta-se a percentagem de respostasde nvel zero (41%) e a de no respostas (4%), quando esta competncia secruza com o domnio da geometria e medida.

    No que diz respeito ao raciocnio evidencia-se, tambm, a expresso queassumem as respostas de nvel zero de desempenho quando aquele tipo decompetncia se cruza com o domnio da geometria e medida. Do cruzamentodaquele tipo de competncia com o domnio dos nmeros e clculo, destaca--se a expresso relevante que assumem os resultados incidentes nos nveisintermdios de desempenho (49%). Registe-se que h apenas um item envol-vido (item 12) e que a classificao das respostas num nvel intermdio cor-responde a respostas que, embora no estando correctas, evidenciam com-preenso de todos os conceitos envolvidos ou a obedincia s condiesimpostas.

  • 44

    Finalmente, quanto comunicao, salienta-se a maioria de respostas de nvelzero e as expressivas percentagens de no respostas que resultam do cruzamento deste tipo de competncia com dois dos domnios da matemtica.

    Anlise de itens

    Para alm das formas de anlise atrs sugeridas (por temas, por tipos de competncia epelo cruzamento dos dois), sugere-se, ainda, a anlise dos resultados da prova, atravsduma leitura horizontal item a item, por forma a permitir a identificao e a demonstrara relevncia dos aspectos que esto por detrs de cada item, permitindo, assim, umamelhor compreenso dos resultados obtidos. O suporte grfico para esta leitura consta doconjunto de tabelas e grficos de colunas, organizados por itens que acompanham esterelatrio.

    Na anlise que a seguir se apresenta, para cada domnio da matemtica avaliado naprova, so identificados os itens que o avaliam e analisados os resultados obtidos ao nvelda amostra, recorrendo a um item exemplificativo. Esta metodologia pode ser seguida nocontexto de cada escola, para todos os itens ou para os que mais se evidenciem nosresultados dos seus alunos.

    Para cada rea temtica nmeros e clculo, geometria e medida (grandezas e medidae forma e espao), estatstica e probabilidades e lgebra e funes so apresentadosos seguintes tpicos:

    uma breve introduo rea temtica na qual so identificados alguns aspec-tos fundamentais, bem como os itens que a avaliam;

    uma anlise referente aos resultados de um item que, no contexto da reatemtica, se evidencie quer pela suas caractersticas singulares ou complexi-dade, quer pelos seus resultados ao nvel da amostra. Em articulao comessa anlise apresentada uma srie de interrogaes ou inferncias quesalientam possveis aspectos que podem ter influenciado ou estar na base dodesempenho dos alunos, nesse item;

    as competncias especficas da matemtica constantes do documentoCurrculo Nacional do Ensino Bsico competncias essenciais que seenquadram na rea temtica e que esto presentes nos diferentes itens que aavaliam, na prova;

  • 45

    as experincias de aprendizagem fundamentais que devem ser proporciona-das a todos os alunos que possam contribuir para o desenvolvimento daque-las competncias;

    a ttulo exemplificativo, alguns recursos cuja utilizao adequada pelos alunos,pode contribuir, tambm, para o desenvolvimento das referidas competncias.

    Inclui-se, ainda, uma explorao de conexes entre vrias reas temticas, cuja apresen-tao segue uma lgica idntica, nomeadamente, com uma breve introduo, com aexemplificao de um item e, ainda, com a incluso de um esquema ilustrativo de dife-rentes conexes existentes entre temas e competncias nalguns itens da prova.

    Por fim, entende-se que para acompanhar a anlise que se segue indispensvel a con-sulta sistemtica do enunciado da prova e, eventualmente, dos critrios de classificaodisponveis em anexo, bem como em www.gave.pt.

  • 46

    rea Temtica 1: Nmeros e Clculo

    Todos os alunos devem adquirir uma compreenso global do nmero e das operaes apar de usar essa compreenso de maneira flexvel para fazer julgamentos matemticos edesenvolver estratgias teis de manipulao dos nmeros e operaes. Este sentido donmero () no algo que se aprenda de uma vez por todas numa dada fase do per-curso escolar dos alunos mas sim uma competncia genrica que se desenvolve ao longode todo o ensino obrigatrio().

    (Abrantes, P; Serrazina, L. e Oliveira, I. (1999). A Matemtica na Educao Bsica. Lisboa: DEB).

    Na prova, inscrevem-se, predominantemente nesta rea temtica os itens 1.2, 5, 9, 11.2,11.3, 12, 15 (ver Quadro 2.1). Da leitura dos resultados da amostra neste domnio, verifi-ca-se que no mbito do conhecimento de conceitos e procedimentos, o item 15 apresen-ta a maior quantidade de respostas no nvel mximo de desempenho (75%), enquantoque o item 5 apresenta a maior quantidade de respostas erradas (52%). Constata-se,ainda, que, destes itens, os que envolvem competncias de resoluo de problemas apre-sentam (ao contrrio dos resultados de 2002) as percentagens mais elevadas no nvelmximo de desempenho (itens 1.2, 9 e 11.2). Aos itens 11.3 e 12 (relacionados, respec-tivamente, com a comunicao e raciocnio), correspondem as percentagens mais baixasde respostas nos nveis mximos de desempenho.

    Os alunos que erraram completaou parcialmente a resposta nodominam os conceitos envolvidosna resoluo do item, (nomeada-mente a diferena entre nmero ealgarismo), condicionando, assim,a resoluo da segunda condio?

    Ser que tiveram dificuldades emdistinguir o valor de posio e ovalor absoluto representado porcada um dos algarismos?

    Ser que os alunos que erraramcompletamente a resposta se fixa-ram apenas numa condio, nomea-damente na primeira?

    Houve dificuldade na organizaoda informao, nomeadamentepela ausncia de registos, porparte do aluno, das vrias hiptesepossveis que foi formulando men-talmente?

    CONCRETIZANDO COM O ITEM 12

    A resposta ao item 12 exige a mobilizao de competnciaspredominantemente relacionadas com o raciocnio, mas tam-bm com o conhecimento de conceitos (maior/menor,par/mpar e algarismo) e procedimentos (adio).

    Na resoluo da questo, 4% dos alunos no respondeu e18% situou-se no nvel zero de desempenho. Por seu lado, osresultados mais expressivos (49% de respostas), situam-se nonvel intermdio de desempenho (cdigo 1) atribudo s res-postas que evidenciam a compreenso de todos os conceitosenvolvidos ou que indicam um ou mais nmeros que obede-am s condies impostas na questo. Finalmente, verifica-seque apenas 29% do alunos responde correctamente.

    A resposta correcta questo colocada neste item exige queo aluno, para alm de conhecer os conceitos acima assinala-dos, faa uma primeira leitura de todas as condies para teruma ideia geral do que lhe pedido e que seja capaz de rela-cionar todas as condies, atravs da formulao (preferen-cialmente escrita) de possveis respostas correctas e da con-sequente aplicao de processos de anulao ou selecodas mesmas at encontrar a que rena as trs condies.

  • 47

    COMPETNCIAS ESPECFICAS

    A compreenso do sistema de numeraode posio e do modo como este se rela-ciona com os algoritmos das quatro opera-es (itens 5 e 15)

    A compreenso global dos nmeros e dasoperaes e a sua utilizao de maneiraflexvel para fazer julgamentos matem-ticos e desenvolver estratgias teis demanipulao dos nmeros e das opera-es (itens 1.2, 9, 11.2, 12)

    O reconhecimento dos nmeros inteiros edecimais e de diferentes formas de osrepresentar e relacionar (itens 11.1, 11.2).

    A aptido para dar sentido a problemasnumricos e para reconhecer as opera-es que so necessrias sua resolu-o, assim como para explicar os mtodose o raciocnio que foram usados (Itens 1.2,9, 11.2).

    A aptido para efectuar clculos mental-mente (item 11.3 e 12), com os algoritmosde papel e lpis (item 15)

    Estas competncias devem ser desenvolvi-das em ambientes ricos e diversificados,nomeadamente, atravs de:

    resoluo de problemas;

    actividades de investigao;

    realizao de projectos;

    jogos.

    Estas experincias permitem trabalharaspectos transversais da aprendizagem damatemtica, nomeadamente:

    a explorao de conexes;

    a comunicao matemtica descrio deexperincias com a utilizao oral em con-jugao com o uso de smbolos;

    a prtica compreensiva de procedimentos.

    Utilizao de recursos de natureza diversa:

    Tecnologias na aprendizagem da matemtica:

    calculadoras elementares,

    computador (folha de clculo, software edu-cativo, internet ).

    Materiais manipulveis:

    MAB;

    baco;

    algarismos mveis;

    cuisenaire;

    rgua graduada;

    objectos contveis

    EXPERINCIAS DE APRENDIZAGEM

  • 48

    rea Temtica 2: Geometria Grandezas e Medida

    Aspectos essenciais deste tema incluem a compreenso de que um atributo mensurvel uma caracterstica que pode ser quantificada, como, por exemplo, a amplitude, o com-primento, a rea, o volume ou a temperatura. (op. cit.: 75).

    As primeiras experincias dos alunos devem proporcionar o contacto directo com dife-rentes objectos em que lhes seja permitido manipular, comparar, sentir, observar os atri-butos mensurveis. (op. cit.: 76).

    Os itens 4, 6, 18 e 19 contemplam esta rea e avaliam a resoluo de problemas (4, 18 e19) e o raciocnio (6). Quanto ao primeiro tipo de competncia, os resultados mostram asdificuldades reveladas pela maioria absoluta dos alunos da amostra na resoluo dos pro-blemas propostos nos itens 18 e 19, j que apenas 19% e 13%, respectivamente, atingiuo nvel mximo de desempenho. de salientar o nmero de alunos que no respondeu aestes dois problemas (5% e 6%), tendo em conta que se trata do absentismo mais sig-nificativo de toda a prova. J nos itens 4 e 6, a maioria relativa dos alunos (48% e 43%,respectivamente) atingiu o nvel mximo de desempenho. Relativamente ao item 6 desalientar a percentagem de respostas (31%) situadas no nvel intermdio de desempenho(cdigo 2). Este facto evidencia que estes alunos embora possam ter respondido correc-tamente pergunta, no evidenciaram os processos de resoluo.

    Ser que os alunos no perce-beram o que lhes era pedidoatravs da expresso estimati-va do volume?

    Os alunos no relacionamvolume com a quantidade delquido deslocado?

    No esto habituados a fazerestimativas?

    O facto de o enunciado noapresentar qualquer valor terservido de bloqueio aos alu-nos, particularmente aos queno tentaram responder?

    Experincias educativas comvasos graduados so poucofrequentes no contexto do 1.ciclo, nomeadamente a partirdo ensino experimental dascincias?

    CONCRETIZANDO COM O ITEM 18

    A escolha do item 18 prende-se sobretudo com os resultadosnegativos obtidos, j que 61% das respostas se situam no nvelzero e apenas 19% no nvel mximo. Curiosamente, este fenme-no (relacionado com problemas que envolvem relao entre capa-cidade e volume) comum a todas as provas e relatrios j reali-zados.

    Os resultados mostram, ainda, que 11% e 3% dos alunos atingiuos nveis intermdios (cdigos 2 e 1, respectivamente), 61% ficoupelo nvel zero e que 5% no respondeu ao problema.

    A resposta correcta ao problema exige que o aluno:

    compreenda conceitos como o de volume e a sua relao comas medidas de capacidade;

    tenha experimentado situaes idnticas, nomeadamente atra-vs de actividades experimentais, onde tivesse formulado hip-teses, lanado conjecturas, realizado inferncias e tenha con-tactado com materiais e objectos do dia-a-dia;

    tenha vivenciado experincias de aprendizagem que desenvol-vam a capacidade para fazer estimativas de valores aproxima-dos e para encontrar estratgias e tcnicas, neste caso, demedio, de comparao

  • 49

    COMPETNCIAS ESPECFICAS

    A compreenso dos conceitos de compri-mento e volume (), assim como a apti-do para utilizar conhecimentos sobreestes conceitos na resoluo e formulaode problemas (itens 6 e 18).

    A aptido para efectuar medies e esti-mativas diversas, bem como a compreen-so do sistema internacional de unidades(itens 4, 6, 18 e 19).

    A compreenso do processo de medio ea aptido para fazer medies e estimati-vas em situaes diversas do quotidianoutilizando instrumentos apropriados (itens4, 6, 18 e 19)

    Estas competncias devem ser desenvolvi-das em ambientes ricos e diversificados,nomeadamente atravs da:

    resoluo de problemas;

    actividades de investigao;

    realizao de projectos;

    jogos.

    Estas experincias permitem trabalharaspectos transversais da aprendizagem damatemtica, nomeadamente:

    a explorao de conexes;

    a comunicao matemtica

    a prtica compreensiva de procedimentos;

    a explorao de situaes que envolvam oclculo, a estimao;

    a explorao de situaes abertas que envol-vam simulaes de vivncias de quotidiano(compras, culinria, desporto, banco, etc.).

    Utilizao de recursos de natureza diversa:

    Materiais estruturados e no estruturados:

    blocos lgicos

    cuisenaire;

    moedas e notas;

    relgio;

    horrios diversos;

    vasilhas / recipientes / embalagens;

    vasos graduados

    rgua.

    EXPERINCIAS DE APRENDIZAGEM

  • 50

    rea Temtica 2: Geometria Forma e Espao

    A geometria constitui, na verdade, um meio privilegiado de desenvolvimento da intuioe da visualizao espacial. Sendo uma boa fonte de problemas de matemtica, contribuipara melhorar a resoluo de problemas. O raciocnio visual, fazendo uso de diagramas ede modelos como modos de interpretao e de resoluo de problemas, importante emqualquer rea da matemtica. (op. cit.: 68).

    Os itens 3.1, 3.2, 7, 8, 13, 14, 16, 17 e 20, contemplam predominantemente esta reatemtica. No conhecimento de conceitos e procedimentos, os resultados, nos nveis mxi-mos de desempenho, indicam o seguinte: itens 3.1 e 3.2 (identificar slidos e as suas pro-priedades) 50% e 77%; item 7 (desenhar um tringulo com um ngulo obtuso) 43%;item 17 (permetros de polgonos) 41%; item 20 (medida do raio de uma circunferncia) 79%. Quanto ao raciocnio, os resultados referentes ao nvel mximo de desempenhosituam-se em 16% (item 13), 24% (item 8), e 53% (item 16). Na comunicao, o nvelmximo foi atingido por apenas 20% dos alunos (item 14).

    Ser que os alunos esto habituados a trabalhar com puzzles?

    Ser que os alunos compreen-deram que se tratava do con-ceito de unidade de medida derea?

    Estas falhas poder-se-o pren-der com a ausncia de trabalhoe explorao de pavimenta-es?

    CONCRETIZANDO COM O ITEM 14

    A escolha deste item prende-se, por um lado, com os resulta-dos e, por outro lado, com a necessidade de contemplar, nestabreve anlise, a comunicao matemtica.

    Os resultados apontam (para alm do j referido em cima)para 3% de alunos que no responderam, 40% de respostasno nvel zero de desempenho e 37% no nvel intermdio (c-digo 1).

    Para a explicao da significativa percentagem de respostasde nvel intermdio, infere-se que o aluno, embora tenha res-pondido correctamente questo formulada no enunciado, jus-tificou apenas parcialmente a sua resposta. Por sua vez, umadas possveis justificaes para o facto de a maioria dos alu-nos ter obtido uma classificao de nvel zero, prende-se coma no apresentao de justificao ou com a apresentao deuma justificao irrelevante ou sem sentido, embora possa terrespondido correctamente pergunta formulada.

    A resposta ao problema exige do aluno:

    o domnio do conceito de rea;

    a compreenso de que se a unidade de medida menor, onmero de unidades para cobrir a mesma rea menor.

    A compreenso da invariabilidade da rea total, apesar darea da unidade que a constituem poder variar.

  • 51

    COMPETNCIAS ESPECFICAS

    A aptido para utilizar a visualizao e oraciocnio espacial na anlise de situaese na resoluo de problemas em geometriae em outras reas da matemtica (Itens 8,13 e 17)

    A aptido para realizar construes geo-mtricas simples, assim como para identifi-car propriedades de figuras geomtricas(Itens 3.1, 3.2, 7, 16, 20 ).

    A compreenso dos conceitos de compri-mento e permetro, rea, volume e amplitu-de, assim como a aptido para utilizarconhecimentos sobre estes conceitos naresoluo de problemas (Itens 8, 14, 16,17, 19, 20).

    A aptido para formular argumentos vli-dos recorrendo visualizao e ao racioc-nio espacial, explicitando-os em linguagemcorrente (Itens 14 e 17).

    A sensibilidade para apreciar a geometriado mundo real e o reconhecimento deideias geomtricas em diversas situaes,nomeadamente na comunicao (item 14).

    Estas competncias devem ser desenvolvi-das em ambientes ricos e diversificados,nomeadamente atravs de:

    Resoluo de problemas

    Actividades de investigao

    Realizao de projectos

    Jogos

    Estas experincias permitem trabalharaspectos transversais da aprendizagem damatemtica, nomeadamente:

    a explorao de conexes;

    a comunicao matemtica

    a prtica compreensiva de procedimentos;

    explorao de situaes que envolvam oclculo, a estimao;

    explorao de situaes abertas queenvolvam simulaes de vivncias de quo-tidiano (itinerrios, marcaes de espaosde recreio, desportivos ou de hortas peda-ggicas, etc. ).

    Utilizao de recursos de natureza diversa:

    Tecnologias na aprendizagem da matemtica: software dinmico.

    Materiais estruturados e no estruturados: tangram; geoplano; blocos lgicos; pentamins; rgua graduada; esquadro; papel ponteado; papel quadriculado; espelho puzzles papel para dobragens (origami)

    EXPERINCIAS DE APRENDIZAGEM

  • 52

    rea Temtica 3: Estatstica e Probabilidades

    A estatstica e as probabilidades constituem elos importantes com os contedos deoutras reas, tais como os estudos sociais e as cincias. Podem tambm reforar a des-treza na comunicao, desde que as crianas tenham de discutir e descrever as suas acti-vidades e as suas concluses. No domnio da matemtica, estes tpicos envolvem, habi-tualmente, o uso de nmeros, medidas, estimaes e resoluo de problemas. (APM,1990: 66)1.

    Na prova, os itens 1.1 e 11.1 avaliam esta rea temtica atravs do conhecimento de con-ceitos e procedimentos, cujos resultados, referentes aos nveis mximos de desempenho,so 79% e 71%, respectivamente. De salientar que, ao contrrio das provas dos anosanteriores, nesta prova, os itens que avaliam esta rea temtica no apresentam qualquerligao entre si, ou seja no derivam do mesmo problema, no podendo ser sujeitos auma anlise conjunta, como vinha acontecendo nos relatrios anteriores. Assim, opta-sepela anlise do item 11.1, por apresentar uma percentagem mais elevada de respostastotalmente incorrectas (cdigo 0).

    Ser que os alunos que erra-ram no conseguiram relacio-nar as trs categorias de pro-dutos alimentares com os setevalores apresentados no talode compras?

    O facto dos valores iguais noestarem seguidos ter baralha-do o raciocnio dos alunos?

    Ser que no repararam na ex-presso do enunciado cada umdeles com o mesmo preo?

    A dificuldade na resposta questo ser devida presen-a de nmeros decimais?

    Os alunos esto familiarizadoscom situaes que envolvamanlise, seleco e organiza-o de dados?

    CONCRETIZANDO COM O ITEM 11.1

    Da observao dos resultados constata-se que 71% dos alu-nos respondeu correctamente questo, enquanto que 28%errou e 1% no respondeu.

    Neste item solicitado ao alunos que articulando uma listade produtos agrupados por tipos de alimentos com o respecti-vo talo de compras refiram o preo de um desses produtosalimentares.

    Assim, o aluno confrontado, por um lado, com uma listra detrs itens, ou seja, trs grupos de alimentos e, por outro lado,com um talo de compras que descrimina sete valores, ouseja, o preo de cada um dos sete produtos alimentares,sendo que alguns deles tm preos iguais.

    Desta forma, o aluno tem de ser capaz de relacionar a fre-quncia com que um determinado valor (em euros) aparececom os dados categorizados que lhe so fornecidos.

    1 Associao de Professores de Matemtica (1990). Normas para o Currculo e a Avaliao em Matemtica

    Escolar. Traduo de NCTM, Curriculum and Evaluation Standards for School Mathematics. Lisboa: Associao

    de Professores de Matemtica e Instituto de Inovao Educacional.

  • 53

    COMPETNCIAS ESPECFICAS

    A predisposio para recolher e organizardados relativos a uma situao ou a umfenmeno (item 11.1) e para os represen-tar de modos adequados, nomeadamenteatravs de tabelas e grficos e utilizandoas novas tecnologias (item 1.1).

    A aptido para ler e interpretar tabelas egrficos luz das situaes a que dizemrespeito e para comunicar os resultadosdas interpretaes feitas (itens 1.1).

    A tendncia para dar resposta a problemascom base na anlise de dados recolhidos ede experincias planeadas para o efeito(item 11.1).

    O sentido crtico face ao modo como ainformao apresentada (itens 1.1 e11.1).

    Estas competncias devem ser desenvolvi-das a partir de experincias ricas e diversifi-cadas tais como a resoluo de problemas,actividades de investigao, a realizao deprojectos e de jogos que estejam ligadas aomundo real e actual, em consonncia com osinteresses e motivaes dos alunos. Ou seja,experincias que lhes permitam recolher,organizar, representar e interpretar critica-mente dados, a partir dos quais tirem conclu-ses e formulem conjecturas.

    Estas experincias permitem trabalharaspectos transversais da aprendizagem damatemtica, nomeadamente:

    a explorao de conexes com outros tpi-cos da matemtica (nmeros, medidas,representaes grficas) assim comocom outras reas curriculares, nomeada-mente estudo do meio;

    a comunicao matemtica;

    a prtica compreensiva de procedimentos.

    Utilizao de recursos de natureza diversa:

    Contedos e meios de informao com queos alunos contactam diariamente (jornais,revistas, televiso, publicidade, panfletos,mapas, horrios).

    Dados recolhidos de forma sistemticapelos alunos (tempo, temperatura, censos,etc.)

    Materiais estruturados e no estruturadosque permitam diversas formas de organiza-o ou de categorizao (jogos, livros, brinquedos, material escolar e outros deacordo, por exemplo, com os temas integra-dores de estudo do meio).

    EXPERINCIAS DE APRENDIZAGEM

  • 54

    rea Temtica 4: lgebra e Funes

    Os alunos constroem a sua lgebra a partir da sua aritmtica, ou seja, do sentido aossmbolos e s operaes da lgebra em termos dos seus conhecimentos aritmticos(Abrantes, Serrazina e Oliveira, op.cit: 111).

    Os itens 2 e 10 relacionados com esta rea temtica avaliam, respectivamente, a resolu-o de problemas e o conhecimento de conceitos e procedimentos. Os resultados deambos resultam satisfatrios, na medida em que 73% dos alunos atingiu os nveis mxi-mos de desempenho. No entanto, de salientar que 3% dos alunos no respondeu aoitem 10 e que 25% dos alunos errou a resposta. Assim, torna-se pertinente analisar esteitem.

    Ser que os alunos que erra-ram tm dificuldades em rela-cionar a diviso com a multipli-cao e adio?

    Ter-lhes-o sido proporciona-das experincias de aprendiza-gem que valorizem os proces-sos envolvidos na diviso?

    Se foram valorizados, terosido trabalhados de forma ade-quada?

    Ser que os alunos simples-mente se enganaram nos cl-culos, embora tenham procedi-do correctamente?

    Os alunos que no responde-ram, tero ficado inibidos como facto de lhes ser solicitadoalgo pouco habitual?

    CONCRETIZANDO COM O ITEM 10

    A resposta a este item consiste simplesmente em completarum algoritmo da diviso, preenchendo com um nmero o espa-o reservado ao dividendo. Tratando-se de uma operaomuito simples que envolve nmeros com apenas um algaris-mo, resulta algo surpreendente que um quarto dos alunostenha respondido erradamente e que 3% nem seque