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Lorena 2018
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
CAROLINA ALVES MARQUES
PROPOSTA PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA -
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Lorena 2018
CAROLINA ALVES MARQUES
PROPOSTA PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO
DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo como requisito para obtenção do título de Engenheira Ambiental. Orientadora: Profa. Dra. Érica Leonor Romão
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Alves Marques, Carolina Proposta de elaboração de um plano de gestão deresíduos sólidos para Escola de Engenharia de Lorena –Universidade de São Paulo. / Carolina AlvesMarques; orientadora Érica Leonor Romão. - Lorena,2018. 146 p.
Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaAmbiental - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2018
1. Gestão de resíduos sólidos. 2. Saneamentobásico. 3. Legislação ambiental. 4. Resíduos sólidos.5. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos. I.Título. II. Romão, Érica Leonor, orient.
AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar à Deus e minha família. De maneira especial, minha mãe e meu
pai, por sempre estarem me apoiando nas decisões, por não terem deixado eu desistir quando
houve dúvidas, por sempre me amarem e estarem comigo em todos os momentos, sejam
bons ou ruim, amo vocês. Tenho muito orgulho de vocês.
Agradeço aos meus amigos, por estarem sempre comigo, por terem feito eu me sentir em
casa e em família durante todos esses anos, em especial às meninas que moraram comigo.
Obrigada por me apoiarem sempre, por todas as festas e confraternizações realizadas. Graças
a vocês, que hoje consigo entender o valor da verdadeira amizade.
Agradeço também todas as entidades estudantis que participei durante a graduação, em
especial ao Idoso Amigo, ideia desenvolvida por mim e uma amiga, a qual me apoiou de
maneira incondicional na sua criação. Tenham certeza, que meu desenvolvimento pessoal e
profissional foi devido as todas experiências vividas. Gostaria de mencionar em especial o
grupo Huma-unidade por terem participado do meu desenvolvimento espiritual, o qual foi
muito importante principalmente no final da graduação.
Agradeço aos meninos do meu estágio por todo aprendizado e amizade. À Profª. Drª. Érica
Leonor Romão pela orientação, ao Prof.ª Drª. Danúbia Caporusso Bargos e Profª. Drª. Ana
Lúcia Gabas Ferreira por participarem da avaliação deste trabalho, contribuindo com
sugestões. Gostaria de agradecer também aos funcionários, à Prefeitura do campus da EEL
e outros professores por terem contribuído com informações para a elaboração desse
trabalho.
Agradeço também a todos os orientadores que me acompanharam durante a graduação, tanto
das monitorias quanto das iniciações científicas, obrigada por todo suporte, aprendizagem e
oportunidade. Para finalizar, gostaria de agradecer a todos os lorenenses que conheci durante
esses anos de graduação, obrigado por terem me acolhido e aceitado nessa cidade.
RESUMO
MARQUES, C. A. Proposta de elaboração de um plano de gestão de resíduos sólidos para Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo. 2018. 146 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2018. Os resíduos sólidos são um dos muitos problemas decorrentes do desenvolvimento humano. O aumento da população junto com seu consumo exagerado, estão diretamente interligado com uma maior geração dos resíduos sólidos. Em 2010 foi sancionada a Lei Federal nº 12.305, instituindo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), com o objetivo em evitar e/ou prevenir a geração de resíduos. A PNRS busca um modelo sustentável, valorizando a reciclagem, reutilização e fins ambientais adequados aos resíduos sólidos. Um dos instrumentos da PNRS necessários para a efetivação de seus objetivos é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Diante disso, o presente trabalho visa propor para a área I da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), campi do interior da Universidade de São Paulo (USP), a elaboração do seu PGRS. Para isso, foi realizado um levantamento das legislações ambientais e diretrizes USP, como também a caracterização da área I EEL-USP, caracterizando o atual gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pela EEL. Após, a validação dos dados, foi proposto ações preventivas e corretivas, ações e programas de educação ambiental, programas e ações para coletiva seletiva e o estabelecimento de metas de melhorias de gestão para EEL-USP. Com o objetivo de tonar a EEL um ambiente sustentável e legal perante a legislação. Dessa forma, foi possível concluir, que os resíduos gerados na área I precisam de uma maior atenção por parte do campus. Por fim, foi elaborado o PGRS para EEL-USP, entretanto o mesmo não apresenta validade legal, visto que são necessários profissionais habilitados para realizar sua elaboração. Palavras-chave: gestão de resíduos sólidos, saneamento básico, resíduos sólidos, legislação ambiental, plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
ABSTRACT Solid waste is one of many problems resulting from the human development. The increase of the population together with his exaggerated consumption, they are straightly interconnected with a bigger generation of the solid residues. In 2010 the Federal Law was sanctioned nº 12.305, when there is establishing the National Politics of Solid Residues (PNRS), with the objective in avoiding and / or preventing the generation of residues. The PNRS looks for a sustainable model, valuing the recycling, reuse and environmental ends appropriate to the solid residues. One of the PNRS instruments needed to accomplish its objectives is the Solid Waste Management Plan (PGRS). Therefore, the present work aims to propose for the area I of the School of Engineering of Lorena (EEL), campuses of the interior of the University of São Paulo (USP), the elaboratin of his PGRS. For that, it was conducted a survey of the environmental legislation and directives, as well as the characterization of the area I EEL-USP, characterizing the current management of the solid residues produced by EEL. After, the validation of the data, it was proposed preventive and corrective actions, actions and programs of environmental education, programs and actions for collective selective and the establishment of marks of improvements of management for EEL-USP. With the objective of transforming the EEL in a sustainable and legal environment towards the legislation. In this form, it was possible to conclude, that the residues produced in the area I need a bigger attention for part of the campus. For end, the PGRS was prepared for EEL-USP, meantime the same thing does not present legal validity, since professionals are necessary enabled to carry out his preparation. Keywords: solid waste management, basic sanitation, solid waste, environmental legislation, solid waste management plan.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Geração de RSU no Brasil. ................................................................................. 28 Figura 2 - Distribuição por região dos municípios que possuem coleta seletiva no Brasil. 29 Figura 3 - Formas de disposição final dos resíduos sólidos no Brasil. ................................ 30 Figura 4 - Geração de RSU do estado de SP. ...................................................................... 33 Figura 5 - Disposição final de RSU no estado de SP........................................................... 34 Figura 6 - Evolução do IQR médio do estado de SP. .......................................................... 35 Figura 7 - Localização de Lorena (SP) e seus municípios limítrofes. ................................. 39 Figura 8 – Área I da EEL-USP. ........................................................................................... 40 Figura 9 - Localização da área I da EEL-USP em relação à área urbana do município de Lorena (SP). ......................................................................................................................... 41 Figura 10 - Vista aérea da área I da EEL-USP. ................................................................... 42 Figura 11 - Climatologia de Lorena (SP). ............................................................................ 44 Figura 12 – Hidrografia do município de Lorena (SP). ....................................................... 46 Figura 13 - Mapa da área I da EEL-USP. ............................................................................ 48 Figura 14 - Organograma da estrutura organizacional da EEL-USP. .................................. 49 Figura 15 - ETE da EEL-USP. ............................................................................................. 52 Figura 16 - Leito de secagem do lodo gerado pela ETE da EEL-USP. ............................... 53 Figura 17 - Entrada do Galpão do Alcatrão da área I da EEL-USP. ................................... 75 Figura 18 - Bombonas preenchidas com resíduos químicos dentro do Galpão do Alcatrão. ............................................................................................................................................. 75 Figura 19 - Bombonas de resíduos depositadas no Galpão do Alcatrão. ............................ 76 Figura 20 - Resíduos eletrônicos encontrados dentro do Galpão do Alcatrão. .................... 76 Figura 21 - Material reciclável (papelão) encontrado dentro do Galpão do Alcatrão. ........ 77 Figura 22 – Descarte inadequada de lâmpadas fluorescentes dentro do Galpão do Alcatrão. ............................................................................................................................................. 78 Figura 23 - Tubo de televisão armazenado no Galpão do Alcatrão. .................................... 79 Figura 24 - Lixeiras para resíduos recicláveis e orgânicos. ................................................. 80 Figura 25 – Lixeiras para descarte resíduos da área I. ......................................................... 80 Figura 26 - Contentores de resíduos da área I da EEL. ....................................................... 81 Figura 27 - Abrigo externo de resíduos da área I da EEL-USP. .......................................... 81 Figura 28 - Contentor do RU para resíduos descartáveis. ................................................... 82 Figura 29 - Contentor do RU para resíduos orgânicos. ....................................................... 82 Figura 30 – Coletores da empresa EPPO recolhendo os resíduos gerados na área I da EEL. ............................................................................................................................................. 83 Figura 31 - Localização da área I da EEL em relação ao VSA em Cachoeira Paulista (SP). ............................................................................................................................................. 84 Figura 32 - Área do aterro sanitário VSA de Cachoeira Paulista (SP). ............................... 84 Figura 33 - Separação dos resíduos gerados pela área I da EEL-USP. ............................... 86 Figura 34 - Balança utilizada na pesagem. .......................................................................... 87 Figura 35 - Gráfico da composição gravimétrica dos resíduos gerados na área I da EEL-USP. ............................................................................................................................................. 89
Figura 36 - Embalagens de óleos lubrificantes encontrados em um dos contentores de armazenamento de lixo da área I da EEL. .......................................................................... 90 Figura 37 - Papelão separado dentro do Galpão do Alcatrão. ............................................. 90 Figura 38 - Localização do “Ribeirão do Ronco” em relação a área I da EEL. .................. 91 Figura 39 - Resíduos de poda e capina no “Ribeirão do Ronco”. ....................................... 92 Figura 40 - Portão de acesso ao “Ribeirão do Ronco”. ....................................................... 92 Figura 41 - Funcionários da limpeza executando seus serviços. ......................................... 93 Figura 42 - Resíduos de varrição localizado ao lado da ponte que interliga o “campão”. .. 93 Figura 43 - Resíduos de varrição localizado atrás do DEBIQ. ............................................ 94 Figura 44 - Lixeiras especiais para separação de resíduos recicláveis. ............................... 95 Figura 45 – Respostas da pergunta 1 do Questionário Avaliativo (APÊNDICE A). .......... 95 Figura 46 - Respostas em porcentagem da pergunta 2 do QA (APÊNDICE A). ................ 96 Figura 47 - Respostas em porcentagem da pergunta 4 do QA (APÊNDICE A). ................ 97 Figura 48 - Respostas em porcentagem da pergunta 5 do QA (APÊNDICE A). ................ 98 Figura 49 - Respostas em porcentagem da pergunta 6 do QA (APÊNDICE A). ................ 98 Figura 50 - Objetivos da entidade Flor de Lis da EEL-USP. ............................................ 103
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tipos de RSS divididos em grupos. .................................................................... 23
Tabela 2 - Alternativas de tratamento de RSS para cada grupo. ......................................... 23
Tabela 3 - Tipos de RCC e suas respectivas classes. ........................................................... 24
Tabela 4 - Tipos de destinação e/ou disposição final dos RCC conforme com sua classe. . 25
Tabela 5 - Quantidade de RSU coletado no Brasil por região. ............................................ 29
Tabela 6 - Prazos para fechamento de aterros controlados e lixões de acordo com a população urbana. .................................................................................................................................. 31
Tabela 7 - RSU coletado no estado de SP. .......................................................................... 33
Tabela 8 - Metas e prazos que a PUSP-L deve tomar, caso venha ser encontrado alguma anomalia nos testes de potabilidade e qualidade da água da área I ..................................... 51
Tabela 9 - Metas e prazos que a EEL-USP deve tomar para enquadrar legalmente sua ETE conforme as legislações ambientais ..................................................................................... 54
Tabela 10 - Legislação de âmbito nacional aplicável. ......................................................... 60
Tabela 11 - Legislação em âmbito estadual aplicável. ........................................................ 66
Tabela 12 – Leis municipais aplicáveis. .............................................................................. 69
Tabela 13 - Principais ABNT NBR aplicáveis. ................................................................... 71
Tabela 14 - Massa dos resíduos coletados na gravimetria. .................................................. 88
Tabela 15 - Quantidade de respostas do QA por perfil. ....................................................... 96
Tabela 16 - Sugestão de temas para palestras na EEL. ........................................................ 99
Tabela 17 – Ações preventivas/corretivas para os resíduos químicos gerados na EEL. ... 100
Tabela 18 - Ações preventivas/corretivas para as lâmpadas fluorescentes geradas dentro da EEL-USP. .......................................................................................................................... 102
Tabela 19 - Ações preventivas/corretivas para os resíduos eletroeletrônicos geradas dentro da EEL-USP ....................................................................................................................... 103
Tabela 20 - Itens que o Flor de Lis recolhe durante as suas campanhas. .......................... 104
Tabela 21 - Ações preventivas/corretivas para as pilhas e baterias geradas dentro da EEL-USP. ................................................................................................................................... 105
Tabela 22 - Ações para diminuição da quantidade de matéria orgânica dentro da EEL-USP. ........................................................................................................................................... 107
Tabela 23 – Ações preventivas/corretivas para os resíduos de poda, capina e varrição da EEL-USP. .......................................................................................................................... 108
Tabela 24 – Definição de metas, objetivos e prazos para PUSP-L. ................................... 109
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Dados cadastrais da EEL-USP. ......................................................................... 38
LISTA DE SIGLAS
ABNT ABNT/CB ABNT/CEE ABNT/ONS Abrelpe Agevap ANTT Anvisa APP CETESB CEVS CH4 CNEN CO2 CONAMA CONSEMA COTEL CVS DEBAS DEBIQ DEMAR DEQUI D.O.E EEL ETA ETE Faenquil GEE IEGM IES INMET IQR LI LO MINTER MMA NBR
Associação Brasileira de Normas Técnicas Associação Brasileira de Normas Técnicas/ Comitê Brasileiro Associação Brasileira de Normas Técnicas/ Comitê de Estudo Especiais Associação Brasileira de Normas Técnicas/ Organismos de Normalização Setorial Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul Agência Nacional de Transporte Terrestre Agência Nacional de Vigilância Sanitária Área de Preservação Permanente Companhia Ambiental do Estado de São Paulo Cadastro Estadual de Vigilância Sanitária Gás Metano Comissão Nacional de Energia Nuclear Gás Carbônico Conselho Nacional de Meio Ambiente Conselho Estadual do Meio Ambiente Colégio Técnico de Lorena Centro de Vigilância Sanitária Departamento de Ciências Básicas e Ambientais Departamento de Biotecnologia Departamento de Engenharia de Materiais Departamento de Engenharia Química Diário Oficial do Estado Escola de Engenharia de Lorena Estação de Tratamento de Água Estação de Tratamento de Esgoto Faculdade de Engenharia Química de Lorena Gases do Efeito Estufa Índice de Efetividade da Gestão Municipal Instituição de Ensino Superior Instituto Nacional de Meteorologia Índice de Qualidade do Aterro Licença de Instalação Licença de Operação Mestrado Interinstitucional Ministério do Meio Ambiente Norma Brasileira
PEMA PEMC PERH PERS PGRCC PGRS PGRSS PMGIRS PMSB PNMC PNRS PPL PUSP-C PUSP-L RA RDC RCC RM RSD RSI RSS RSU RU Sabesp SEVISA SGA SIGOR SMA SNIS TCESP USP VSA
Política Estadual do Meio Ambiente Política de Mudanças Climáticas Plano Estadual de Recursos Hídricos Plano Estadual de Resíduos Sólidos Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Plano Municipal de Saneamento Básico Política Nacional sobre Mudanças Climáticas Plano Nacional de Resíduos Sólidos Programa Prato Limpo Prefeitura do Campus USP da Capital Prefeitura do Campus USP de Lorena Resíduo Agrossilvopastoril Resolução da Diretoria Colegiada Resíduo da Construção Civil Resíduos da Mineração Resíduo Sólido Domiciliar Resíduos Sólido Industrial Resíduo de Serviço de Saúde Resíduo Sólido Urbano Restaurante Universitário Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Sistema Estadual de Vigilância Sanitária Superintendência de Gestão Ambiental Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos Secretária de Meio Ambiente Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Universidade de São Paulo Vale Soluções Ambientais
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SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................................................ 15 2. Justificativa ...................................................................................................................... 16 3. Objetivo ........................................................................................................................... 17
3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 17 3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 17
4. Revisão Bibliográfica ...................................................................................................... 18 4.1 Resíduos Sólidos ........................................................................................................ 18 4.2 Resíduo Sólido Urbano: Cenário Brasileiro .............................................................. 28
4.2.1 Disposição Final de RSU .................................................................................... 30 4.2.1.1 Lixões ........................................................................................................... 31 4.2.1.2 Aterros Controlados ..................................................................................... 31 4.2.1.3 Aterros Sanitários ........................................................................................ 32
4.3 Resíduo Sólido Urbano: Cenário Paulista ................................................................. 33 4.3.1 Disposição Final de RSU .................................................................................... 34
4.4 Planejamento ambiental ............................................................................................. 35 4.5 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) ............................................. 36
4.5.1 PGRS da Escola de Artes de Ciências e Humanidade (EACH-USP) ................. 37 4.6 Escola de Engenharia de Lorena (EEL) ..................................................................... 37
4.6.1 Descrição da EEL-USP ....................................................................................... 37 4.6.2 Aspectos Físicos Territoriais .............................................................................. 43
4.6.2.1 Climatologia ................................................................................................. 43 4.6.2.2 Pedologia ..................................................................................................... 44 4.6.2.3 Hidrografia ................................................................................................... 45 4.6.2.4 Geomorfologia e relevo ............................................................................... 47
4.6.3 Organização política – administrativa ................................................................ 48 4.6.4 Indicadores sanitários e ambientais .................................................................... 49
4.6.4.1 Água ............................................................................................................. 50 4.6.4.2 Esgoto .......................................................................................................... 51
5. Metodologia ..................................................................................................................... 55 5.1 Etapa 1 – Legislação Preliminar ................................................................................ 55 5.2 Etapa 2 – Descrição da EEL - USP ............................................................................ 55 5.3 Etapa 3 – Caracterização dos Resíduos Sólidos da área I da EEL-USP .................... 56 5.4 Etapa 4 – Propostas de melhorias para o gerenciamento dos Resíduos Sólidos da área I da EEL – USP ................................................................................................................ 56 5.5 Elaboração do PGRS da área I da EEL-USP ............................................................. 57
6. Resultados ........................................................................................................................ 58 6.1 Etapa 1 ....................................................................................................................... 58
6.1.1 Legislação Federal .............................................................................................. 58 6.1.2 Legislação do Estado de São Paulo .................................................................... 63 6.1.3 Legislação Municipal .......................................................................................... 68 6.1.4 Normas Técnicas ................................................................................................. 71 6.1.5 Diretrizes USP .................................................................................................... 72
14
6.2 Etapa 2 ....................................................................................................................... 74 6.3 Etapa 3 ....................................................................................................................... 74
6.3.1 Químicos em geral (orgânicos e inorgânicos) .................................................... 74 6.3.2 Resíduos de Logística Reversa ........................................................................... 77 6.3.3 Resíduos sólidos domiciliares ............................................................................. 79
6.3.3.1 Análise gravimétrica .................................................................................... 85 6.3.4 Resíduos recicláveis ............................................................................................ 90 6.3.5 Resíduos de poda, capina e varrição ................................................................... 91
6.4 Etapa 4 ....................................................................................................................... 94 6.4.1 Programas e ações para coleta seletiva ............................................................... 94
6.4.1.1 Questionário Avaliativo (QA) ..................................................................... 95 6.4.2 Ações e programas de educação ambiental ........................................................ 99 6.4.3 Ações preventivas e corretivas ........................................................................... 99
6.4.3.1 Resíduos químicos ..................................................................................... 100 6.4.3.2 Resíduos de Logística Reversa .................................................................. 101 6.4.3.3 Resíduos comuns ....................................................................................... 105 6.4.3.5 Poda, capina e varrição .............................................................................. 107
6.4.4 Metas ................................................................................................................. 108 7. Conclusão ....................................................................................................................... 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 112 APÊNDICES ..................................................................................................................... 121
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1. Introdução O aumento da geração de resíduos tem se apresentado, cada vez mais, como uma
dificuldade para os municípios e os estados. Esse aumento está diretamente interligado com
o crescimento populacional, a falta de gerenciamento e fiscalização, bem como o manejo
inadequado dos resíduos sólidos. Tais ações são responsáveis pela degradação ambiental,
tendo em vista que estes resíduos são lançados em áreas nem sempre apropriadas e que os
aterros sanitários possuem vida útil relativamente curta (SIQUEIRA, MORAES,
2009, p. 2016 - 2018).
Em Agosto de 2010 foi sancionada a Lei Federal nº 12.305, instituindo a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que além de contemplar diretrizes ambientais, agrega
também políticas de inclusão social e responsabilidade compartilhada. Com o objetivo em
evitar e/ou prevenir a geração de resíduos, a PNRS buscava um modelo sustentável,
valorizando a reciclagem, reutilização e fins ambientais adequados aos resíduos sólidos
(BRASIL, 2010).
A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) é um dos campi do interior da Universidade
de São Paulo (USP) e está localizada no município de Lorena - São Paulo (SP). Atualmente
a EEL possui 6 cursos de graduação: Engenharia Ambiental, Engenharia Bioquímica,
Engenharia Física, Engenharia de Materiais, Engenharia Química e Engenharia de Produção;
pós-graduação, cursos de extensão, ensino médio e técnico profissionalizante em química
(EEL, 2017).
Com objetivo de desenvolver políticas ambientais para a USP, em 2015 a
Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP, iniciou a elaboração de políticas
voltadas para: edificações sustentáveis, educação ambiental, uso e ocupação urbana e rural,
energia, emissão de gases, áreas verdes e reservas ecológicas, gestão de fauna, água e
efluentes, mobilidade, sustentabilidade na administração e resíduos sólidos
(SGA USP, 2015).
Além disso, dentro da SGA existe um grupo de trabalho voltado a gestão de resíduos
sólidos em acordo com a PNRS. Visando a redução dos impactos ambientais dos bens
descartados de maneira incorreta pelas atividades humanas. Priorizando a política dos 5R’s:
reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar, recusar (SGA USP, 2015; MMA, 2018).
Um dos instrumentos da PNRS necessário para a efetivação de seus objetivos. é o
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). De acordo com a seção V,
artigo 20, inciso II – b, da Lei Federal nº 12.305/2010, estão sujeitos à elaboração de seus
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PGRS, os estabelecimentos que gerem resíduos que, por composição ou volume, não sejam
equiparados aos resíduos sólidos domiciliares coletado pelo município (BRASIL, 2010).
Segundo o PMGIRS do município de Lorena (SP), é importante que ao realizar o
gerenciamento dos resíduos sólidos, sejam caracterizados os geradores em “pequenos” e
“grandes”, visto que a tarifa de cobrança destes são diferenciadas. A EEL – USP por ser um
estabelecimento que gera resíduos sólidos em grande quantidade, necessita de um PGRS
(LORENA, 2016).
Assim, se faz necessário a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos, de
forma que todo o seu processo esteja de acordo com a legislação, não prejudicando o meio
ambiente e a população.
2. Justificativa A EEL – USP não apresenta programas eficientes voltados à coleta seletiva e
reciclagem, nem informações referentes a geração, volume, manejo e destinação dos seus
resíduos sólidos de maneira acessível a comunidade da EEL.
Visto que, o aumento da geração de resíduos é um problema frequente que a
população e o meio ambiente passam, são necessárias iniciativas que visam seguir os
conceitos dos 5R’s. Sabe-se que para, alcançar um mundo ideal, são indispensáveis parcerias
e iniciar um pensamento coletivo, pois todos compartilham do mesmo ambiente, o planeta
Terra.
Hoje existe diversos programas e iniciativas ambientais, que contribuem na
diminuição e reaproveitamento dos nossos resíduos sólidos. A educação e conscientização
ambiental, além de políticas públicas adequadas, são uma das iniciativas para mudança de
comportamento, as quais devem ser trabalhadas de maneira contínua.
Dessa forma, a elaboração de um PGRS para EEL fará com que a mesma se enquadre
com as diretrizes prescritas na legislação, fazendo da unidade um lugar mais sustentável e
ambientalmente adequado.
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3. Objetivo 3.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho foi elaborar uma proposta de um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de
São Paulo.
3.2 Objetivos Específicos
Levantar referências da legislação na área de resíduos sólidos, educação
ambiental e saneamento básico;
Propor propostas de melhorias para gerenciamento dos resíduos sólidos da
EEL, para que essa se enquadre na legislação e com a PNRS;
Caracterizar a EEL em relação aos dados geográficos, ambientais, entre outros;
Caracterizar os resíduos sólidos da EEL, quanto a sua origem, coleta e formas
de destinação e disposição final;
Levantar dados referentes à situação atual da geração, manejo e destinação dos
resíduos sólidos da EEL;
Propor alternativas sustentáveis na gestão dos resíduos gerados;
Propor programas e ações de educação ambiental para a comunidade da EEL;
Propor metas de melhorias para a gestão dos resíduos sólidos da área I;
Elaborar um PGRS para a EEL-USP.
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4. Revisão Bibliográfica 4.1 Resíduos Sólidos Os problemas relacionados à geração de resíduos sólidos acompanham a sociedade
em toda sua evolução histórica. Com o crescimento dos centros urbanos, o aumento da
geração de resíduos tem se apresentado, cada vez mais, como uma dificuldade para os
municípios e os estados. O processo intenso de ocupação do solo, faz com o que os serviços
não atendam à demanda, fazendo com que esta ocorra de modo desordenado. Esse modelo
faz com que ocorra uma incorreta coleta e destinação final dos resíduos, provocando
problemas ambientais como a contaminação de águas superficiais e subterrâneas, do solo e
do ar. Além do mais, o manejo inadequado, facilita a proliferação de doenças, enchentes,
inundações e outros problemas, os quais prejudicam a sociedade e ao meio ambiente (ROTH;
GRACIAS, 2008, p. 5-13).
Os resíduos sólidos são materiais, substâncias e objetos descartados resultantes de
atividades humanas, nos estados sólido ou semissólido. Nesta classificação se enquadram os
gases contidos em recipientes e líquidos com certas particularidades, que tornam inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água (ABNT NBR 10.004:2004,
p. 3-4).
Enquanto os resíduos não se tornarem rejeitos, estes podem passar por processos de
reciclagem, reutilização, entre outros tratamentos, visando a transformação de novos
produtos. Porém, quando há o esgotamento de todas as possibilidades de tratamento, e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis ou economicamente viáveis, os resíduos
são classificados como rejeitos. Não apresentando outra possibilidade, a não ser a disposição
final ambientalmente adequada em aterros sanitários, como definido no artigo 3, incisos XV
e XVI, da PNRS (BRASIL, 2010).
A Norma ABNT NBR 10.004:2004 também classifica os resíduos sólidos, quanto
aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Desta maneira, podem ser
divididos em:
a) Resíduos classe I – Perigosos;
b) Resíduos classe II – Não perigosos:
• Classe II A – Não inertes;
• Classe II B – Inertes.
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Os resíduos perigosos são aqueles que apresentam periculosidades como:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Já os não perigosos
não apresentam periculosidade, podemos mencionar os resíduos de madeira, sucata de
metais, papel, papelão ou os gerados em restaurantes. Desta maneira, são resíduos que não
causem danos à saúde pública e ao meio ambiente (NBR 10.004:2004).
Os resíduos de classe II A, não inertes, podem apresentar certas propriedades, tais
como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Assim sendo, os
inertes, classe II B, são quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma
representativa, segundo a ABNT NBR 10.007:20041, e submetidos a um contato dinâmico
ou estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente (NBR 10.004: 2004).
Segundo a Lei Federal nº 12.305/2010, artigo 13, inciso I, os resíduos são
classificados de acordo com a sua origem. Assim, são divididos em resíduos sólidos urbanos
(RSU), resíduos domiciliares (RSD), resíduos de limpeza urbana, resíduos de serviços de
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, resíduos de serviços públicos de
saneamento básico, resíduos de serviços de saúde (RSS), resíduos industriais (RSI), resíduos de
construção civil (RCC), resíduos rurais, resíduos agrossilvopastoris (RA), resíduos de serviços
de transporte e resíduos de mineração (RM) (BRASIL, 2010).
Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) São os resíduos proveniente das atividades domésticas em residências urbanas. Sua
composição é constituída principalmente por embalagens plásticas, papéis, vidros, metais
diversos, restos de alimentos, folhas, cascas e sementes, restos de alimentos industrializados,
dentre outros (BRASIL, 2010).
Resíduos Sólidos de Limpeza Urbana Segundo a PNRS esses tipos de resíduos são gerados dos serviços de limpeza urbana
como: varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, geralmente na sua composição
existe folhas, galhos de árvores, terra e areia, dentre outros (BRASIL, 2010).
1 Amostragem de resíduos sólidos.
20
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) A Lei Federal nº 12.305/2010 define que os RSU, são tanto os resíduos de limpezas
urbanas como domiciliares, também aqueles gerados em estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviço público também se enquadram nessa classificação (BRASIL, 2010).
Resíduos Sólidos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços São resíduos gerados de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço. Vale
ressaltar que os resíduos gerados dos serviços de limpeza urbana, de saneamento básico, de
saúde, de construção civil e de transportes não estão inseridos nesta classificação. Todavia,
de acordo com artigo 33 da PNRS (BRASIL, 2010):
[...] Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes; (...)
Dessa forma, os estabelecimentos que não desenvolvem as atividades prescritas no
artigo 33, não são obrigadas a elaborar um PGRS.
Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento Básico Os serviços púbicos de abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário,
drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas, fazem parte dos serviços de saneamento
básico.
As estações de tratamento de água (ETA) e as estações de tratamento de esgoto
(ETE), são as maiores geradoras de resíduos de saneamento básico. No processo de lavagem
dos filtros das ETA é gerado uma quantidade de material sólido, além de ocorrer a retenção
de lodo em seus decantadores. Ambos são considerados resíduos e antes de irem para sua
destinação final, é necessário à sua desidratação em sistemas de secagem (MMA, 2011).
21
Em relação aos serviços de esgotamento sanitário, os resíduos sólidos são gerados
principalmente no tratamento preliminar da ETE, normalmente na forma de sólidos
grosseiros (madeiras, panos e plásticos), também é possível a existência de sólidos
inorgânicos, como areia e terra. Nas outras unidades da ETE, os resíduos ocorrem na forma
de lodo orgânico decantado, de origem biológica ou, do que é gerado na precipitação
química. Os lodos gerados são geralmente desidratados em leitos de secagem, antes de se
dirigirem à sua destinação final adequada (MMA, 2011).
No serviço de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, os materiais sólidos
são oriundos das atividades de desassoreamento e dragagem das unidades, que compõem o
sistema de manejo das águas pluviais urbanas (MMA, 2011).
Resíduos Sólidos Industriais (RSI) Os RSI são aqueles resultantes dos processos existentes nas indústrias, que se
encontram nos estados sólidos, semisólidos, gasosos (quando contido), e líquidos. Na qual
suas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em
corpos d`água. Diferem de acordo com a sua atividade desenvolvida, apresentando desta
forma uma composição variada. É de extrema importância, conhecer as características físicas
e químicas destes resíduos, para poder projetar o melhor tratamento e gerenciamento
(BRASIL, 2010; MMA, 2011).
Infelizmente, os resíduos industriais são um dos grandes responsáveis pelas
agressões ambientais. Uma vez que, na sua composição pode estar contidos produtos
químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes
químicos. Algo preocupante, visto que podem ameaçar os ciclos naturais onde são
despejados. Os resíduos industriais que possuem sua composição sólida, são amontoados e
enterrados; os líquidos são despejados nos cursos d’água; os gasosos são lançados no ar.
Desta maneira, o meio ambiente e todos os seres nele presente tornam-se ameaçados. Logo
é necessário, uma maior atenção a essa classe de resíduos, pois podem gerar tragédias
irreversíveis (KRAEMER, 2005).
Vale ressaltar, que cada indústria é responsável pelo gerenciamento dos seus
resíduos. Possuindo assim, como obrigação realizar o tratamento, quando necessário, e a
destinação ambientalmente correta. Além de tudo, de acordo com a Lei Federal
nº 12.305/2010, os geradores de resíduos sólidos industriais estão sujeitos à elaboração de
PGRS (BRASIL, 2010).
22
Dentro das indústrias também há a geração de resíduos sólidos domiciliares. Esses
resíduos podem ser coletados pelos serviços municipais de limpeza urbana, podendo passar
pela mesma destinação final dos RSU. Vale ressaltar que cada município defini e classifica
os seus pequenos e grandes geradores (BRASIL, 2010).
Assim, conhecer os resíduos gerados das atividades industriais, permite um melhor
planejamento estratégico na hora do seu gerenciamento. Portanto, é possível uma
intervenção nos processos de geração, transporte, tratamento e disposição final. De maneira
que garanta a curto, médio e longo prazo, a preservação da qualidade do meio ambiente, tão
como a recuperação da qualidade das áreas degradadas (MMA, 2011).
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 358/20052,
define que os resíduos de serviço de saúde (RSS), são todos os resíduos gerados em hospitais,
clínicas, consultórios, laboratórios, necrotérios e outros estabelecimentos de saúde. Ou seja,
são resultado das atividades exercidas por todo e qualquer serviço de atendimento à saúde
humana ou animal. Segundo estimativa da Anvisa, 10% a 25% dos RSS são considerados
resíduos perigosos (BRASIL, 2005; MMA, 2011).
Os RSS constituem uma categoria especial devido ao seu alto risco de transmissão
de doenças. Seu gerenciamento é regulado pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
nº 306/20043 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Resolução
nº 358/2005 do CONAMA. Em parceria, esses dois órgãos elaboraram essas resoluções, com
o objetivo de harmonizar as exigências sanitárias e ambientais. Embora a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tenha normas em vigor sobre os RSS
(NBR 12.807:1993 e NBR 12.808:1993), essas já não possuem eficácias por se tratarem de
resoluções mais antigas.
Conforme prescrito no artigo 3 da Resolução CONAMA nº 358/2005, o
gerenciamento dos RSS, desde a sua geração até a disposição final, é de responsabilidade
dos seus próprios geradores e responsáveis legais. O artigo 4, da mesma resolução, prescreve
também que todo gerador de RSS tem como obrigação, implantar o Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) (BRASIL, 2005).
2 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 3 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
23
De acordo com a Anvisa e a Resolução CONAMA nº 358/2005, os RSS são
classificados em 5 grupos, como pode ser observado na Tabela 1.
Tabela 1 - Tipos de RSS divididos em grupos.
Grupos Tipos de resíduos
A Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção.
B
C
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente pelas suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade. Correspondem aos resíduos considerados perigosos pela NBR 10.004:2004, com exceção dos que se caracterizam como
patogênicos.
Materiais que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificadas nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
D Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
E Materiais perfurocortantes ou escarificantes, inclusive vidraria de laboratório quebrada.
Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358/2005; ANVISA, 2007.
A Resolução e a Anvisa também, definem qual tratamento é o mais adequado para
cada tipo dos grupos de RSS, a Tabela 2 descreve melhor qual alternativa é a melhor para o
respectivo grupo.
Tabela 2 - Alternativas de tratamento de RSS para cada grupo.
Grupo Tratamentos
A Tratamento que promova a inativação da carga microbiana; disposição final em aterro sanitário ou outro local licenciado para essa finalidade. Peças anatômicas
devem ser incineradas ou cremadas. Em casos específicos, sepultamento em cemitério.
B Reutilizados, reciclados, tratadas ou dispostos de acordo com a sua periculosidade.
C Processamento de acordo com as normas da CNEN.
D Reutilizados, reciclados ou dispostos em aterro sanitário.
E Tratamento específico de acordo com a contaminação (química, biológica ou radiológica).
Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358/2005; ANVISA, 2007.
24
Resíduos da Construção Civil (RCC) Consoante a Resolução CONAMA nº 307/20024, os RCC são os materiais originários
das construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil. Além dos
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,
forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica, entre outros. São geralmente denominados de entulhos de obras, caliça ou metralha
(BRASIL, 2002).
Os RCC podem ser classificados em quatro classes, a Tabela 3 descreve as classes e
os respectivos tipos de resíduos de cada uma delas.
Tabela 3 - Tipos de RCC e suas respectivas classes.
Classe Tipos de Resíduos
A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados (cerâmica, argamassa, concreto, etc).
B Resíduos recicláveis para outras destinações (plástico, metal, papel, vidro, madeira, etc).
C Resíduos que não podem ser reciclados ou reutilizado de maneira economicamente viável (Ex: gesso).
D Resíduos perigosos.
Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA nº 307/2002.
Devido ao crescimento acelerado apresentado nos últimos anos no Brasil do setor
imobiliário, os RCC tipo A, apresentam características reaproveitáveis. Estes são gerados
cotidianamente, em grande quantidade. A ampliação da malha rodoviária e do saneamento
básico, entre outras atividades, contribuem na geração e no aumento destes resíduos
(GAMEIRO et al., 2011).
Outro tipo de resíduos são os volumosos. Esses são aqueles constituídos por peças
de grandes dimensões, como móveis e utensílios domésticos, os quais não são coletados pelo
sistema de coleta convencional (DMTR, 2014).
Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil de 2016, feito pela Associação
Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os municípios brasileiros
coletaram cerca de 45,1 milhões de toneladas de RCC em 2016. Foi possível observar uma
4 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
25
diminuição de 0,88% em relação 2015. Em 2010, a quantidade coletada foi cerca de,
31 milhões de toneladas. A dimensão de RCC é ainda maior do que a citada, uma vez que
os municípios só coletam o que é lançado ou abandonado nas vias públicas
(ABRELPE, 2010; ABRELPE, 2016).
A Tabela 4 apresenta as classes e os tipos de destinação/disposição final aplicáveis
aos RCC.
Tabela 4 - Tipos de destinação e/ou disposição final dos RCC conforme com sua classe.
Classe Destinação/Disposição Final
A Podem ser usados como agregados ou encaminhados a aterros de resíduos da construção civil, onde devem ser dispostos de modo que possam ser futuramente
utilizados ou reciclados.
B Podem ser reutilizados, reciclados ou armazenados temporariamente, de modo que possam ser futuramente utilizados ou reciclados.
C Devem receber destinação de acordo com as normas técnicas específicas.
D Devem receber destinação de acordo com as normas técnicas específicas.
Fonte: RESOLUÇÃO CONAMA nº 307/2002.
Dos responsáveis pelas médias e grandes obras, se faz obrigatório a elaboração e
apresentação dos seus respectivos PGRS. Esses devem estar acompanhados do requerimento
de licença de instalação (LI) do empreendimento ou da atividade. Todavia, para os
empreendimentos que não necessitem de licenciamento ambiental, a Resolução CONAMA
nº 307/2002, prevê que a apresentação do plano ocorra perante a aprovação do projeto civil,
pelo órgão competente (POZZOBON, 2013).
Também esta Resolução, define diretrizes para que os municípios desenvolvam,
implementem e dimensionem políticas estruturadas de acordo com a realidade local. Essas
políticas devem assumir a forma de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil (PGRCC), o qual deve conter (BRASIL, 2002):
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, com as
diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício e definição das
responsabilidades dos pequenos geradores e transportadores;
26
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que orientem,
disciplinam e definam o compromisso de ação correta por parte dos grandes
geradores, tanto públicos quanto privados.
No final, é de extrema urgência aproximar a área da construção civil, com os
princípios e conceitos de desenvolvimento sustentável. Apontado que é um processo que
busca as mudanças na exploração de recursos, na forma de direcionamento dos
investimentos, na orientação do desenvolvimento tecnológico e nas mudanças institucionais.
Visando sempre a harmonização de todo, este conceito não implica somente
multidisciplinaridade, mas também rodeia mudanças culturais, melhores políticas públicas,
educação ambiental e maior visão sistêmica (ÂNGULO, ZORDAN, JOHN, 2001).
Resíduos Agrossilvopastoris (RA) Os RA são os produzidos nas atividades de agricultura, pecuária e silvicultura, e
podem ser divididos em (BRASIL, 2010):
Orgânicos: originários das sobras de biomassa das colheitas e das criações de
bovinos, suínos, aves e outros animais;
Inorgânicos: são as embalagens produzidas nos segmentos de agrotóxicos,
fertilizantes e de insumos farmacêuticos veterinários, incluindo os RSD oriundos do
âmbito rural.
No meio rural a produção de resíduos sólidos é tão preocupante quanto no urbano,
visto que, a coleta rural no Brasil é realizada em apenas 31,6% dos domicílios.
Aproximadamente, 70% dos domicílios rurais queimam, enterram ou lançam os resíduos em
terrenos baldios, rios, lagos, igarapés, açudes, entre outros (MAZZA et al., 2014).
As embalagens de agrotóxicos possuem um grande potencial de contaminação, sendo
de alto risco à população e ao meio ambiente. Entretanto, 95% das embalagens primárias
foram recolhidas da área rural e enviadas a um destino ambientalmente adequado no Brasil.
Este feito só foi possível devido à eficácia da logística reversa, a qual envolve os membros
do ramo de agrotóxico (fabricantes, revenda, agricultores e poder público). Todavia, não é
encontrada uma mesma eficiência relacionada aos outros resíduos inorgânicos,
principalmente nos segmentos de fertilizantes e de medicamentos veterinários (MAZZA et
al., 2014).
27
Assim sendo, em 2000, o governo federal alterou a Lei nº 7.802/1989. Criando a
Lei Federal nº 9.974, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a
embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda
comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos,
seus componentes e afins, e dá outras providências (BRASIL, 2000).
Entretanto, mesmo com a capacidade dos RA causarem danos ambientais, eles
podem ser reutilizados na recuperação de matéria prima e energia. É possível reaproveitar
os restos de biomassa dos processos empregados na agricultura e agroindústria, evitando o
acúmulo desses resíduos e contribuindo para o controle da poluição. Outras aplicações
positivas para os RA, é a sua utilização na geração de energia limpa e também na recuperação
de elementos importantes presentes nos resíduos orgânicos, tais como nitrogênio, fósforo e
potássio. Colaborando para a fertilização do solo e desenvolvimento da produção alimentícia
(MALHEIROS; PAULA JUNIOR, 1997).
Resíduos de Serviços de Transportes Conforme a PNRS os resíduos de serviços de transporte são aqueles originários de
portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de
fronteira (BRASIL, 2010).
Resíduos de Mineração (RM)
Os processos minerais, desde seu início no século passado, contribuíram de maneira
expansiva na contaminação do meio ambiente. O processo de extração gera resíduos tóxicos,
pois existe a possibilidade de os resíduos estarem contaminados por metais pesados.
Antigamente, as empresas simplesmente despejavam diretamente nos solos ou nos cursos
d’água, sem qualquer tratamento prévio, gerando um desequilíbrio do ciclo geoquímico do
local da atividade mineradora. Desta forma, estes metais contaminantes reagem com
diferentes meios (hidrosfera, atmosfera e biosfera), gerando efeitos negativos por muito
tempo, mesmo após o controle das fontes de emissão (GUIMARÃES, 2007).
Na atividade de mineração os principais tipos de resíduos sólidos são: estéreis e
rejeitos. Os rejeitos são resultantes dos processos de beneficiamento das substâncias
minerais, já os estéreis são resíduos sólidos gerados das atividades de escavações e extração
(ou lavra) da mina. Geralmente não são dotados de valores econômicos, e normalmente
28
ficam dispostos em pilhas. Esses processos têm o objetivo de padronizar o tamanho dos
fragmentos, removendo assim os minerais que não possuem valor, aumentando sua
qualidade, pureza ou teor do produto final (IPEA, 2012).
Além destes, existem outros resíduos, constituídos por um agrupamento de diversos
materiais, tais como lodo proveniente do tratamento de esgoto gerado nas atividades
mineradoras, carcaças de baterias e pneus utilizados pela frota de veículos. Como também
os RM, oriundos da operação das plantas de extração e de beneficiamento das substâncias
minerais (IPEA, 2012).
Vale salientar, que os geradores de RM devem elaborar e implantar os seus PGRS.
Ademais, a coleta, o transporte e a destinação/disposição final dos resíduos gerados também
são de responsabilidade do gerador. Assim, é de responsabilidade da prefeitura ou de outro
órgão competente, realizar a fiscalização (BRASIL, 2010).
4.2 Resíduo Sólido Urbano: Cenário Brasileiro A Abrelpe no seu último Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, mostrou que a
população teve um aumento de 0,8%, entre 2015 e 2016, enquanto a geração per capita
apresentou uma queda de aproximadamente 3%, no mesmo período. Em relação a geração
total de RSU, este sofreu uma queda de 2% e chegou a 214.405 t.dia-1 gerados no país
(ABRELPE, 2016).
Figura 1 - Geração de RSU no Brasil.
Fonte: ABRELPE; IBGE, 2016.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 92,7% da
população total brasileira recebe cobertura domiciliar. É interessante ressaltar que este
resultado se refere apenas aos municípios participantes do SNIS, o Brasil possui
5.570 municípios, e apenas 3.520 participaram do censo 2015. Assim, apenas 63,2% dos
municípios mandaram suas informações para o Governo Federal (SNIS, 2015).
29
Na Tabela 5 é possível analisar que a quantidade de RSU coletado em 2016 diminuiu
em todas as regiões em comparação ao ano anterior. No Brasil, o salto da produção diária de
RSU foi de 198.750 toneladas em 2015 para 195.452 toneladas em 2016 (ABRELPE, 2016).
Tabela 5 - Quantidade de RSU coletado no Brasil por região.
Regiões 2015 2016 Decréscimo
percentual (%) RSU total (t.dia-1) RSU total (t.dia-1)
Norte 12.692 12.500 1,51
Nordeste 43.894 43.355 1,23
Centro-Oeste 16.217 15.990 1,40
Sudeste 104.631 102.620 1,92
Sul 21.316 20.987 1,54
Brasil 198.750 195.452 1,66
Fonte: ABRELPE; IBGE, 2016. A PNRS estabelece normas para coleta seletiva. A maioria dos municípios tem como
principais produtos da coleta: papel, papelão, plástico, vidro e metal, e seus principais
compradores são: os comerciantes de recicláveis (53,9%), as indústrias recicladoras (19,4%),
entidades beneficentes (12,1%) e outras entidades (18,3%) (VALLE; BRAZ; SANTOS,
2013, p. 3).
A Figura 2 apresenta a pesquisa realizada diretamente pela Abrelpe, em
3.878 municípios e sua distribuição com iniciativas de coleta seletiva. Cabe ressaltar, que
em muitos municípios as atividades de coleta seletiva não abrangem a totalidade de sua área
urbana.
Figura 2 - Distribuição por região dos municípios que possuem coleta seletiva no Brasil.
Fonte: ABRELPE; IBGE, 2016.
30
4.2.1 Disposição Final de RSU Sabe-se que o descarte indevido de resíduos traz consigo diversos problemas, tais
como a poluição do ar, do solo e dos corpos aquáticos, bem como favorece a proliferação de
vetores causadores de doenças, aumentando o gasto público na área de saúde (LOPES;
LEITE; PRASAD, 2000).
Entre os anos de 2015 e 2016, houve um retrocesso em relação à disposição final
adequada dos RSU, como mostra a Figura 3. Apesar da variação de aumento não ser tão alta,
a situação é preocupante. De acordo com o artigo 47 da PNRS, está proibida a disposição
final inadequada dos resíduos. Estas unidades inadequadas recebem mais de
81 mil toneladas de resíduos por dia. O número é alarmante, pois aumenta os riscos de
poluição ambiental e de saúde pública (ABRELPE, 2016).
Figura 3 - Formas de disposição final dos resíduos sólidos no Brasil.
Fonte: ABRELPE, 2016.
O artigo 47 da PNRS, prescreve que as formas de disposição e destinação inadequada
do país deveriam ser encerradas até agosto de 2014, e o rejeito encaminhado aos aterros
sanitários adequados. Porém, em 2015 foi criado o Projeto de Lei nº 2.289, o qual foi
aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta desse
projeto é aumentar o prazo para o fechamento dos aterros controlados e lixões. Tal
prorrogação está longe de ser uma solução para o problema. Ao contrário, apresenta um
retrocesso que vai de desencontro às necessidades ambientais do país (GALLAARDO,
2017).
A Tabela 6 mostra o prazo final para os municípios de acordo com os números de
habitante.
31
Tabela 6 - Prazos para fechamento de aterros controlados e lixões de acordo com a população urbana.
Prazo População Urbana
31/07/2018 Capitais e regiões metropolitanas se adequarem.
31/07/2019 Municípios com população superior a 100 mil habitantes.
31/07/2020 Municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes.
31/07/2021 Municípios com população inferior a 50 mil habitantes.
Fonte: PROJETO DE LEI Nº 2.289, 2015. 4.2.1.1 Lixões Os lixões são caracterizados pelo simples descarregamento dos resíduos sólidos
sobre o solo, os quais ficam expostos em céu aberto, sem nenhuma medida de proteção à
saúde pública ou ao meio ambiente (KEUNECKE et al., 2012).
A ineficiência técnica e má gestão política para resolver a destinação final dos
resíduos sólidos, fazem com que o lixo gerado seja disposto de maneira inadequada,
ocasionando contaminação e poluição do ar, do solo e das águas superficiais e subterrâneas.
Na questão da saúde pública, por ter suas atividades em locais abertos, os lixões atraem
muitos vetores de doenças, tanto de forma macro (cachorros, gatos, ratos, urubus, pombos e
outros), como os micros (moscas, mosquitos, bactérias, fungos e outros). Ademais, ocorre o
aumento dos gastos da União com a saúde pública, o qual poderia ser evitado se as gestões
focassem em alternativas de destinação adequada (POSSAMAI et al., 2007).
Frisando o aspecto de poluição das águas, vale ressaltar que nos lixões o chorume é
um dos impactos mais predominante. Esses são originários da decomposição da matéria
orgânica contida no lixo, em associação aos líquidos percolados já existentes nos locais.
Caso o solo do local do lixão for permeável, o chorume irá poluir os recursos hídricos, visto
que ele poderá atingir o lençol freático. A geração de chorume, dependendo de vários fatores,
pode-se prolongar para mais de quinze anos após o final da deposição de lixo
(POSSAMAI et al., 2007).
4.2.1.2 Aterros Controlados Os aterros controlados, têm como principal procedimento a cobertura de uma camada
de terra sobre seus resíduos, reduzindo a poluição visual. Contudo, não há nenhuma redução
da poluição do solo, da água e atmosfera. Esta não é a técnica mais adequada, porém se
compararmos com os danos que os lixões causam, o aterro controlado é preferível, visto que
sua geração de poluição é menor (VALLE; BRAZ; SANTOS, 2013, p. 2).
32
4.2.1.3 Aterros Sanitários O aterro sanitário é a disposição final mais adequada e adotada para os RSD, de
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e de limpeza urbana, notadamente os
de varrição. Esse tipo de disposição final nos dias de hoje, é considerado a solução mais
econômica e ambientalmente adequada para resíduos não perigosos e não inertes
(CALIJURI, CUNHA, 2013).
A implantação e operação de um aterro sanitário tem se tornado uma das soluções
mais viáveis economicamente. Atendendo diretamente os interesses dos municípios
envolvidos, na forma de consórcio compartilhado, oferecendo mais vantagens a todos, visto
que as soluções compartilhadas são um dos assuntos prescritos na PNRS (MMA, 2007).
A NBR 8.419:1992 fixa as condições mínimas exigíveis para a apresentação de
projetos de aterros sanitários de RSU. Além do mais, segundo essa norma, o aterro sanitário
é uma técnica de disposição final que não gera danos à saúde pública e ao meio ambiente,
diminuindo os impactos ambientais. Essa metodologia utiliza princípios de engenharia para
confinar os resíduos sólidos na menor área possível, reduzindo-os a menor escala
permissível. Em cada finalização do trabalho ou intervalos menores, os resíduos são cobertos
por uma camada de terra (NBR 8.419, 1992).
Os aterros sanitários são um dos maiores geradores de biogás. Este é composto,
principalmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), gases que contribuem com o
aumento dos gases do efeito estufa (GEE). Por consequência, é necessário que os aterros
possuam um sistema de drenagem para os gases gerados durante seu processo (SILVA,
CAMPOS, 2008).
Dessa maneira, é necessário um monitoramento do biogás. Esse monitoramento é
necessário para análise da decomposição da matéria orgânica. Além de, verificar a
possibilidade de aproveitamento destes gases para geração de energia, como também
analisar os riscos de migração destes gases através do solo. Portanto, o monitoramento deve
envolver medições de gases no interior e na superfície do aterro, como também nos espaços
existentes dentro do solo (ALCÂNTRA, 2007).
Os aterros sanitários também devem monitorar as massas d’água em seu entorno,
para que seja possível determinar possíveis contaminações. A frequência e os parâmetros de
amostragem deverão ser definidos pelo órgão ambientalmente licenciado.
33
4.3 Resíduo Sólido Urbano: Cenário Paulista Segundo o panorama de 2015 realizado pela Abrelpe, o estado de São Paulo (SP)
teve um crescimento de 2,41% na geração dos seus resíduos em comparação ao ano anterior.
Dessa forma, é possível perceber que a expansão da população acarretou no aumento da
geração de resíduos. Visto que em 2014, a população de SP era de 44.035.304 habitantes e
em 2015 esse número foi para 44.396.485. Assim, ocorre uma ampliação de
aproximadamente 400.000 pessoas. A Figura 4 mostra o aumento da geração dos RSU.
Figura 4 - Geração de RSU do estado de SP.
Fonte: ABRELPE, IBGE, 2015. A Secretária do Meio Ambiente (SMA), estima que o estado de SP gera cerca de
12.278 t.dia-1 de materiais potencialmente reutilizáveis e recicláveis. Apenas
246 t.dia-1 são encaminhadas à reciclagem, equivalente a somente 2% do total. Em relação à
gravimetria dos resíduos coletados seletivamente, observa-se 45,9% de papel/papelão e
15,6% de plástico (OLIVEIRA, 2017).
A Tabela 7 mostra os dados de RSU coletados no estado de SP.
Tabela 7 - RSU coletado no estado de SP.
População total RSU coletado (t.dia-1)
2014 2015 2014 2015
44.035.304 44.396.484 60.810 62.156
Fonte: ABRELPE; IBGE, 2015.
34
4.3.1 Disposição Final de RSU A Figura 5, mostra a disposição final dos RSU do estado de SP. É observado um
maior uso dos aterros sanitários, entretanto como pode ser analisado, ainda é possível
encontrar uma grande quantidade de lixões e aterros controlados em funcionamento.
Figura 5 - Disposição final de RSU no estado de SP.
Fonte: ABRELPE, 2015.
Para um melhor monitoramento da disposição final de resíduos, foi criado pela
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o Índice de Qualidade de Aterro
de Resíduos (IQR). O IQR está estratificado para duas categorias: adequado e inadequado e
leva em consideração os seguintes itens (CETESB, 2016):
Adequabilidade do monitoramento geotécnico do aterro;
Ocorrência de episódio de queima de resíduos a céu aberto;
Análise da vida útil do aterro;
Ocorrência de restrições legais ao uso do solo.
Observa-se pela Figura 6 a evolução do IQR médio no estado de SP, entre
2011 e 2016.
35
Figura 6 - Evolução do IQR médio do estado de SP.
Fonte: INVENTÁRIO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS, 2016.
Assim, é possível perceber que os aterros sanitários do estado de SP, na sua maioria
apresentam um IQR adequado. Algo positivo, visto que essa disposição é a mais utilizada
pelo município, por ser ambientalmente correta.
4.4 Planejamento ambiental O “Planejamento Estratégico”, “Planejamento Regional”, “Planejamento Físico-
Territorial”, “Planejamento Ambiental” são termos que, com frequência, se misturam,
fazendo parte de uma retória comum entre políticos, administradores público e técnicos,
permanencendo, um geral, uma como intenções de proposta ou projetos de discutida eficácia
(ROSS, DEL PRETTE, 1998).
Ao longo dos anos, o Brasil, através de diversos conjuntos de planos de
desenvolvimento, gerou uma mudança total do seu perfil socioeconômico. Por ter sido,
focada exclusivamente em processos de planejamento econômico e tecnológicos gerando
efeitos perversos no campo social e ambiental. Assim, a história brasileira, durante seu
tempo de crescimento, não apresentou preocupações com as questões de natureza social, a
não ser as que estão ligadas as construções de escolas e hospitais. Intensificando os processos
de degradação ambiental nas áreas urbanas e rurais (ROSS, DEL PRETTE, 1998).
Entretanto, existe uma forte tendência na implementação de estratégias de
desenvolvimento econômico e social contemplando as questões ambientais. É necessário,
contudo, a formulação e elaboração de uma política de planejamento global, em que os
zoneamentos, sejam apenas instrumentos técnicos e legais, a partir dos quais podem ser
formuladas as diretrizes gerais e metas e ações voltadas para preservação, conversação e
36
recuperação ambiental, a serem implementadas a curto, médio e longo prazos (ROSS, DEL
PRETTE, 1998).
Dessa forma, são essenciais ações de monitoramento e controle das atividades
produtivas, fiscalização ambiental com suporte na base legal, como também o envolvimento
efetivo das organizações da sociedade civil e pública, para que o planejamento ambiental
ocorra de maneira efetiva.
4.5 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) A seção V, da PNRS, trata apenas sobre os Planos de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos. De acordo com o artigo 20, da Lei Federal nº 12.305/2010:
[...] Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos: I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do inciso I do art. 13; II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: a) gerem resíduos perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; (...)
O artigo 21, da mesma Lei prescreve os conteúdos mínimos que um PGRS deve ter
(BRASIL, 2010):
[...] Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: I - descrição do empreendimento ou atividade; II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados; III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador; IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem; VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31; VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;
37
IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama. (...)
4.5.1 PGRS da Escola de Artes de Ciências e Humanidade (EACH-USP)
Em 2017, a EACH-USP teve seu PGRS elaborado e coordenado por integrantes do
Grupo de Trabalho Ambiental (GT Ambiental) da EACH-USP, composto por professores,
funcionários, alunos da graduação e pós-graduação (EACH, 2017).
O PGRS da EACH-USP, tem por finalidade detalhar os procedimentos operacionais
adotados em todas as etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos, desde a sua geração até
a destinação ou disposição final. Além de funcionar como um instrumento de gerenciamento,
o plano serve como uma ferramenta de planejamento e aprimoramento contínuo. Dessa
maneira, com a descrição da produção e manejo dos resíduos gerados é possível
proporcionar um conjunto de ações baseadas em objetivos, os quais serão atingidos pelos
responsáveis designados dentro de um prazo pré-estabelecido (EACH, 2017).
4.6 Escola de Engenharia de Lorena (EEL) O local de estudo deste trabalho foi a área I da Escola de Engenharia de Lorena
(EEL). A EEL é a unidade mais recente da USP, e está localizada no município de Lorena
(SP). Conforme o artigo 20, inciso II, item b, da Lei Federal nº 12.305/2010, todo gerador
que gera volume maior que o domiciliar é obrigado a ter seu PGRS.
Desta forma, nesse tópico será realizado a descrição da EEL-USP. Vale ressaltar, que
de acordo com o artigo 2, inciso I, da PNRS, a descrição do empreendimento é um dos
conteúdos obrigatórios para elaboração de um PGRS.
Em julho de 2017, foi realizado um Relatório Técnico pela Prefeitura do Campus
USP da Capital (PUSP-C) da EEL-USP referente ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Neste relatório, foi levantado informações referente a situação do manejo dos resíduos dentro
da EEL, tanto da área I quanto da área II do campus. Pode-se perceber uma pequena mudança
de mentalidade do campus da USP, algo positivo tanto legalmente e ambientalmente.
4.6.1 Descrição da EEL-USP A) Dados Cadastrais O Quadro 1 representa os dados cadastrais da EEL-USP, essas informações são
necessárias para realizar um PGRS.
38
Quadro 1 - Dados cadastrais da EEL-USP.
Nome Fantasia: USP - Escola de Engenharia de Lorena (EEL) Razão Social: Universidade de São Paulo CNPJ: 63.025.530/0100-96 A EEL conta com duas áreas: Área I Endereço: Estrada Municipal do Campinho, S/Nº Bairro: Campinho CEP: 12.602-810 Telefone: (12) 3159-5042 E-mail: [email protected] Área II Endereço: Pólo - Urbano Industrial, S/Nº Bairro: Gleba AI-6 CEP: - Telefone: (12) 3159-5304 E-mail: [email protected] Município: Lorena, São Paulo, SP, Brasil
Fonte: EEL USP, 2018. B) Localização e Acessos A EEL-USP está localizada no município de Lorena (SP). O município possui área
territorial de 413.776 km² e localiza-se a uma latitude 22º43’51”S e a uma longitude
45º07’30”O. O município faz parte da Microrregião de Guaratinguetá (Figura 7), que
abrange ainda os municípios paulistas: Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Cruzeiro,
Guaratinguetá, Lavrinhas, Piquete, Potim, Queluz e Roseira. Num contexto maior, integra a
mesorregião do Vale do Paraíba Paulista (LORENA, 2016).
O acesso ao município pode ser feito pelas rodovias SP-62, BR-116 e BR-459. A
primeira promove a ligação do município até Caçapava (SP), passando por outros municípios
vizinhos. A segunda é a Rodovia Presidente Dutra, que interliga os estados de SP e Rio de
Janeiro (RJ). Finalmente, a BR-459 é a rodovia que liga o município de Poços de Caldas
(MG) a Lorena (SP), está rodovia está com um projeto de extensão até Angra dos Reis (RJ).
A Figura 7 mostra a localização do município de Lorena (SP) e seus municípios
limítrofes.
39
Figura 7 - Localização de Lorena (SP) e seus municípios limítrofes.
Fonte: LORENA, 2016.
40
Em relação a área I da EEL-USP, sua localização tem latitude 22º41’53”S e longitude
45º07’05”W, tem como área total de 256.205 m². Conforme a Figura 8, o espaço territorial
está dividido da seguinte forma (NAKANO, 2015):
Área construída (2012): 20.608 m²;
Área total de mata ciliar - Área de Preservação Permanente (APP):
o 81.610 m², na qual 24.156 m² são de mata ciliar em estágio inicial;
Área plantada (eucalipto): 3.600 m²;
Área de construção dentro da área de APP: 10.826 m²;
Área de compensação: 6.316 m².
Figura 8 – Área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
A área I da EEL-USP está localizada no bairro do Campinho, área rural do município
de Lorena (SP). A unidade pode ser acessada pela Estrada Lorena-Itajubá (BR-459) que faz
entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra (BR-116). É possível também acessar a
universidade por duas estradas estaduais localizadas no bairro Ponte Nova de Lorena (SP).
Através da Figura 9, podemos observar a localização da área I da EEL-USP em relação à
área urbana do município de Lorena (SP).
41
Figura 9 - Localização da área I da EEL-USP em relação à área urbana do município de Lorena (SP).
Fonte: próprio autor, 2018.
C) Histórico A EEL-USP nasceu da transferência das atividades acadêmicas, de ensino e pesquisa
da antiga Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil), no ano de 2006. A
unidade é mais recente dos campi da USP (EEL, 2017).
Esta unidade atua em áreas de pesquisas estratégicas para o desenvolvimento
nacional, buscando novos produtos e tecnologia, de modo que impulsione o progresso
cientifico do país, sua atuação é maior nos campos da: Biotecnologia Industrial, Metais
Refratário, Engenharia Química e Química Fina (EEL, 2017)5.
A EEL possui duas áreas:
Área I:
o Administração;
o Departamento de Engenharia Química (DEQUI);
o Departamento de Ciências Básicas e Ambientais (DEBAS);
o Departamento de Biotecnologia (DEBIQ).
Área II
o Departamento de Engenharia de Materiais (DEMAR).
5 http://site.eel.usp.br/institucional/instituicao
42
Atualmente, a EEL possui seis cursos de Graduação, todos na área de exatas e
engenharia: Química, Bioquímica, de Materiais, Ambiental, Física e de Produção. As
disciplinas especificas das Engenharias, de Materiais e Física, são lecionadas da área II,
enquanto a dos outros cursos na área I. A EEL também apresenta programas de
pós-graduação em (EEL, 2017)6:
Mestrado e doutorado em Engenharia de Materiais;
Mestrado e Doutorado Biotecnologia Industrial;
Mestrado em Engenharia Química;
Mestrado Profissional Projetos Educacionais de Ciência.
A unidade de Lorena possui curso de especialização, "Lato Sensu" em Engenharia
da Qualidade. Além da graduação e pós-graduação, a EEL conta com o Colégio Técnico
(COTEL), oferecendo ensino médio e técnico profissionalizante em química de qualidade
(EEL, 2017). A Figura 10 mostra a imagem aérea da área I da EEL-USP.
Figura 10 - Vista aérea da área I da EEL-USP.
Fonte: www.usp.br
Por ser uma Instituição de Ensino Superior (IES), existe um maior fluxo de pessoas
nos períodos de meses letivos (fevereiro a junho e agosto a dezembro). A circulação de
pessoas na EEL tem como influência direta na geração de resíduos, principalmente em dias
de eventos científicos, acadêmicos e afins. É necessário levar em consideração, que ao ser
criados novos cursos de graduação e pós-graduação, há a tendência de ocorrer o aumento no
6 http://site.eel.usp.br/sites/files/eel/publico/ensino/cursos-de-extensao/engenharia-da-qualidade/eng_qualidade.pdf
43
número de frequentadores na EEL. Influenciando diretamente no crescimento na geração de
resíduos, sendo necessária práticas eficientes de gestão. De maneira que essas estejam
adequadas com os conceitos e práticas de sustentabilidade.
4.6.2 Aspectos Físicos Territoriais Para este tópico será usado como base o PMGIRS de Lorena (2016) e a tese, Estudo
Hidrogeológico da Região de Lorena – São Paulo (SOUZA, 2004).
Visto que a EEL-USP se localiza no município de Lorena (SP), as características
geofísicas da instituição são as mesmas do município. Desta maneira, obtendo-se o
conhecimento dos aspectos físicos territoriais da EEL, é possível realizar uma melhor análise
da organização de seu espaço geográfico.
4.6.2.1 Climatologia Segundo a classificação de Köppen (1948), baseada em dados mensais
pluviométricos e termométricos, o estado de São Paulo abrange sete tipos climáticos
distintos, maioria correspondente ao clima úmido. Apresenta clima do tipo
C (Mesotérmico) e tipo A (Tropical Chuvoso), subdividos em: Af, Am, Aw, Cfa, Cfb, Cwa
e Cwb (AGEITEC, 2017).
O estado de SP predomina o clima tropical de atitude, em boa parte da região central
do território paulista. Na região noroeste do estado, o clima é tropical chuvoso, já na parte
sul paulista encontra-se faixas de clima tropical. A temperatura média anual varia entre 17°C
a 23°C, e o clima é mais frio nas regiões mais altas das serras da Bocaina e da Mantiqueira,
a qual a temperatura média anual varia entre 17ºC e 20ºC (LORENA, 2016).
Dessa forma, o município de Lorena é caracterizado por predominar o clima tropical
chuvoso com inverno seco (tipo Aw). Este tipo climático tem com temperatura média
superior a 18 °C. O mês mais seco tem precipitação inferior a 60 mm, o período chuvoso
atrasa para o outono (LORENA, 2016).
A Figura 11 demonstra o comportamento climatológico do município de
Lorena (SP), onde se é possível observa as temperaturas máximas e mínimas, como também
a precipitação em todos os meses do ano. A base destes dados é uma média realizada entre
os anos de 1961 e 1990 (LORENA, 2016).
44
Figura 11 - Climatologia de Lorena (SP).
Fonte: INMET, 2015; LORENA, 2016.
De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a climatologia do
município de Lorena aponta temperatura média anual de 14,2°C, sendo a média das máximas
de 20,8°C e a média das mínimas de 8,6°C. A precipitação anual média do município é de
154,4 mm.mês-1 (LORENA, 2016).
4.6.2.2 Pedologia O território brasileiro fica sobre a placa tectônica sul-americana e tem estrutura
rochosa antiga e estável, livre de tremores intensos. A geologia do estado de SP é constituída
por média em 30% de Embasamento Cristalino e quase 70% à Bacia do Paraná, ainda ocorre
pequenas áreas com coberturas cenozoica, incluindo bacias terciárias e pacotes sedimentares
litorâneos quartenários (NETO et al., 2013).
O Vale do Paraíba do Sul, região administrativa do estado de SP, apresenta um
conjunto de rochas que incluem desde as pré-cambrianas com diferentes resistências
(granitos, gnaisses e xistos), podendo possuir uma forte estrutura ou não, até sedimentos
modernos (MOURA; RUEDA; COELHO, 2006).
O município de Lorena (SP) possui 3 domínios de solos: os de formação
Pré-Cambriana, Terciária e os solos existentes nas áreas de várzea do rio Paraíba do Sul. Os
de formação Pré-Cambriana correspondem aos terrenos rugosos ou mamelonares,
montanhosos, de altitudes mais elevadas, presentes nas encostas do extremo norte e sul,
correspondentes à Serra da Mantiqueira e Serra do Mar. Prevalece os solos: argissolos
45
vermelho-amarelos, os cambissolos háplicos e os latossolos vermelho-amarelos
(SOUZA, 2004).
4.6.2.3 Hidrografia O município de Lorena (SP), assim como a EEL-USP é banhado pelo Rio Paraíba do
Sul, cujo curso d’água em território lorenense é de 16 km e largura média de 100 m. Seus
afluentes são: Ribeirão São João, Córrego Farroupilha, Ribeirão Taboão, Córrego Quatinga,
Córrego dos Passos, Córrego da Fazenda do Porto do Meira, Ribeirão da Posse, Ribeirão da
Limeira, Córrego do Campinho, Córrego Fazenda Vista Alegre e Ribeirão Mandi
(LORENA, 2016).
A Figura 12 apresenta a hidrografia do município de Lorena.
46
Figura 12 – Hidrografia do município de Lorena (SP).
Fonte: LORENA, 2016.
47
4.6.2.4 Geomorfologia e relevo De acordo com SOUZA (2004), o município de Lorena (SP) possui as subsequentes
feições geomorfológicas:
Planícies aluviais: terrenos baixos e ligeiramente planos próximo de margens de rios,
podendo ocorrer inundações;
Escarpas festonadas: desfeitas em anfiteatros separados por espigões, topos
angulosos, vertentes com características retilíneas. Drenagem de alta densidade,
padrão subparalelo a dentrítico, vales fechados;
Morros paralelos: picos arredondados, vertentes com contornos retilíneos a
convexos, drenagem de alta densidade, padrão em treliça a localmente subdentrítica,
vales fechados a abertos, planícies aluvionares interiores restritas;
Mar de morros: topos arredondados, vertentes com perfis convexos a retilíneos,
drenagem de alta densidade, padrão dentrítico a retangular, vales abertos a fechados,
planícies aluvionares interiores desenvolvidas e constitui normalmente um conjunto
de formas em “meia laranja”;
Colinas pequenas com espigões locais: Predominam interflúvios sem orientação,
com área inferior a 1 km, cumes aplainados e arredondados, vertentes ravinadas com
perfis convexos a retilíneos. Drenagem de média a baixa densidade, padrão
subparalelo a dentrítico, vales fechados, planícies aluviais interiores restritas.
O relevo é a expressão e a modelagem da superfície terrestre, é o resultado de uma
série de acontecimentos que marcaram a história geológica da Terra, o qual se encontra em
constante dinamismo e transformação.
O município de Lorena (SP) possui as formações de Mares de Morros. Essas estão
mais frequentes na parte norte do território, local de início da Serra da Mantiqueira, todavia
essas formações se tornam realmente presentes fora dos limites do município. Ao sul inicia-
se o surgimento dos primeiros paredões da Serra do Mar, elevando as altitudes em direção
ao litoral. Assim, Lorena possui o releve desde altitudes de 2.221 m no Pico do Marins, até
coras de 500 m na planície aluvial do rio Paraíba do Sul (SOUZA, 2004; LORENA, 2016).
48
4.6.3 Organização política – administrativa A Figura 13 representa o mapa da área I da EEL-USP, feito pela Prefeitura do
Campus USP de Lorena (PUSP-L).
Figura 13 - Mapa da área I da EEL-USP.
Fonte: PUSP-L, 2018.
Estrutura Organizacional da EEL-USP
A EEL-USP, para o cumprimento das suas atividades técnico-administrativa, possui
a seguinte estrutura organizacional, como pode ser observado na Figura 14.
49
Figura 14 - Organograma da estrutura organizacional da EEL-USP.
Fonte: PUSP-L, 2018.
Demografia da EEL-USP De acordo com a ATAc, DEQUI e DEBIQ a área I da EEL é frequentada por
2.141 alunos da graduação, aproximadamente 90 alunos de pós-graduação, 161 alunos do
COTEL e 272 funcionários, assim a área I é frequentada por cerca de 2.664 pessoas.
4.6.4 Indicadores sanitários e ambientais Indicadores são índices estatísticos que refletem a realidade relativa de dados
operacionais em uma determinada época. Sua dimensão depende da finalidade para qual se
deseja realizar a medição/diagnóstico.
Outro objetivo é apontar o estado, sobre como se encontra um aspecto ou a condição
específica atual comparando as diferenças observadas no tempo e no espaço. Podem ser
utilizados para avaliar políticas públicas, ou para comunicar de maneira direta e simples as
ideias dos gestores públicos com a população específica (NETTO et al., 2009).
50
Em suma, os indicadores são abstrações mais simples de modelos já existentes, os
quais contribuem para termos noção dos progressos obtidos, visando estimular a consciência
da população.
Os indicadores ambientais procuram revelar a situação atual do meio ambiente e as
tensões nele instaladas, assim como a distância em que este se encontra de uma condição de
desenvolvimento sustentável.
Em relação aos recursos hídricos os indicadores ambientais utilizados são os índices
de qualidade das águas, também devem ser avaliados a situação da cobertura de serviços de
saneamento básico como: abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto e
coleta e tratamento dos resíduos sólidos (NETTO et al., 2009).
O indicador referente a coleta e tratamento dos resíduos sólidos da EEL-USP serão
abordados com mais detalhes nos próximos sub-tópicos.
4.6.4.1 Água A água utilizada na área I da EEL é retirada de um poço com 100 m de profundidade
e armazenada em uma caixa d’água, a vazão média do poço é de 25,8 m3.h-1 (NAKANO,
2015).
Segundo NAKANO (2015) nas operações de limpeza e desinfecção da caixa d’água
foram higienizados: uma caixa d’água com 63 m3 e um reservatório de 15 m3.
Os procedimentos de operação foram (NAKANO, 2015):
Encerramento do fluxo de entrada de água;
Higienização e retirada das tampas;
Esgotamento total do reservatório;
Retirada dos sólidos decantado;
Lavagem e escovações do fundo e lateral da caixa d’água;
Novo enxague;
Colocação de Clor-in 10.000 para limpeza;
Abertura do registro, permitindo o enchimento do reservatório.
Produtos e materiais utilizados foram: Clor-in 10.000; escada, balde, corda, pano,
cinto de segurança e capacetes (NAKANO, 2015).
O Clor-in 10.000 é uma solução definitiva para o tratamento e desinfecção da água
de reservatórios de água de grande porte, geralmente de prédios residenciais, empresariais,
51
condomínios entre outros. O uso deste produto garante a potabilidade da água para o uso
doméstico de forma prática, segura e barata (ACUAPURA, 2018).
A água da área I é distribuída para os bebedouros até as pias dos laboratórios, não
sofrendo nenhum processo de desinfecção ou análise periódica. Desta forma, existe a
possibilidade de que a água distribuída para a EEL pode não estar atendendo os padrões de
potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 2.914/20117 (NAKANO, 2015).
Segundo NAKANO (2015), a EEL em 2015 iniciou o processo de outorga para
utilização do poço.
Desta forma, a EEL deve realizar testes de potabilidade e de qualidade da água da
área I regularmente, para averiguar se existe algum parâmetro que não esteja de acordo com
a legislação. Após verificado a situação atual da água, a EEL deve tomar as devidas
providências para as correções de possíveis incoerências.
A Tabela 8 apresenta algumas metas e seus respectivos prazos, que a PUSP-L deve
tomar para melhoria do abastecimento de água, caso venha a ser encontrado alguma
anomalia nos testes de potabilidade e qualidade da água da área I.
Tabela 8 - Metas e prazos que a PUSP-L deve tomar, caso venha ser encontrado alguma anomalia nos testes de potabilidade e qualidade da água da área I
Metas Prazos
Fechamento dos bebedouros de água Imediato
Realizar a compra de galões de 20L Imediato
Elaborar um projeto de tratamento de água, seja o dimensionamento de um reator ou uma pequena estação de tratamento de água
5 anos
Contratação de alguma concessionária responsável por abastecimento de água 10 anos
Fonte: próprio autor, 2018.
4.6.4.2 Esgoto A área I da EEL-USP apresenta uma ETE para tratamento dos seus efluentes, todavia
a ETE não apresenta licença de instalação (LI) e operação (LO), as mesmas são autorizadas
pela CETESB (MELLUCCI, 2017).
A Figura 15 mostra a ETE em funcionamento da EEL-USP.
7 Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
52
Figura 15 - ETE da EEL-USP.
Fonte: MARQUES, 2016.
A ETE da EEL-USP funciona por sistema de lodo ativado por batelada. Esse tipo de
tratamento incorpora todas as suas unidades de processos e operações em apenas um tanque,
sendo elas: oxidação biológica por aeração prolongada e decantação secundária, que
normalmente estão associadas ao tratamento convencional. Por causa da utilização de apenas
um tanque, esses processos e operações passam a ser simplesmente sequências no tempo,
cada batelada tem duração média de 1 hora e 40 minutos (SPERLING, 2001;
NAKANO, 2015; MARQUES, 2016).
A ETE possui um tanque pulmão de 50 m3, recebendo o esgoto da área I da EEL. O
esgoto segue para um dos dois tanques de aeração, os quais juntos tem capacidade de
40 m3. Nesta etapa ocorrem as atividades biológicas e os processos de depuração da matéria
orgânica (MARQUES, 2016).
Além disso, a ETE tem capacidade de tratar o volume de efluente gerado por
aproximadamente 2.500 pessoas, entretanto de acordo com a quantidade de frequentadores
atual da EEL, a ETE está operando acima do seu volume de projeto. Isso pode gerar
problemas referente a qualidade do efluente tratado (BLANCO, 2017).
A operação da ETE EEL-USP está sob a responsabilidade de um docente e um
operador de manutenção. Cotidianamente são gerados 85 m3.dia-1 de esgoto no período
letivo, em época de férias, em virtude da redução dos alunos, a vazão média de esgoto se
reduz para 40 m3.dia-1. O tempo de duração de cada batelada é estabelecido conforme a
quantidade de carga orgânica da ETE (MARQUES, 2016).
53
O efluente tratado da ETE EEL-USP é lançado no Ribeirão do Limeira, ele é um dos
afluentes do Rio Paraíba do Sul. Através do Decreto Federal nº 8468/19768, o
Rio Paraíba do Sul é classificado como rio classe 2. Essa classificação prescreve que a
destinação de sua água serve para o abastecimento doméstico após tratamento convencional,
como também pode ser utilizado na irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação
de contato primário (natação, esqui-aquático e mergulho) (MARQUES, 2016).
O lodo gerado da ETE da EEL é depositado diretamente no solo. De acordo com o
artigo 20 da Resolução CONAMA nº 375/20069, essa destinação é ambientalmente
inadequada (MELLUCCI, 2017):
[...] Art. 20. A estocagem do lodo de esgoto ou produto derivado na propriedade deve se restringir a um período máximo de 15 dias, devendo atender aos seguintes critérios: I - a declividade da área de estocagem não pode ser superior a 5%; e II - a distância mínima do local de estocagem a rios, poços, minas e cursos d’água, canais, lagos e residências deverá respeitar o disposto no art. 15 desta Resolução. Parágrafo único. É proibida a estocagem diretamente sobre o solo de lodo de esgoto ou produto derivado contendo líquidos livres, cuja identificação deverá ser feita pela norma brasileira vigente. (...)
A Figura 16 mostra o leito de secagem do lodo gerado pela ETE da EEL.
Figura 16 - Leito de secagem do lodo gerado pela ETE da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
8 Regulamento da Lei nº 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente 9 Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências.
54
Normalmente para destinação final do lodo das ETEs são utilizados os aterros
sanitários, todavia, existe alguns estudos que compreendem sua aplicação como insumo
agrícola, fertilizante ou mesmo na construção civil (GODOY, 2013).
Caso o gerador necessite armazenar o lodo gerado temporariamente no local do seu
empreendimento, esse deverá ser armazenado em local coberto para impedir que ocorra
encharcamento e diminuição do odor causado. O local de armazenamento deve possuir piso
impermeabilizado, de maneira que evite a infiltração do lodo, além de estruturas que
realizem a coleta de chorume e de águas pluviais (SPERLING, 2001; GODOY, 2013).
A Tabela 9 apresenta algumas metas e prazos, que a EEL-USP deve tomar para
enquadrar legalmente a sua ETE conforme as legislações ambientais.
Tabela 9 - Metas e prazos que a EEL-USP deve tomar para enquadrar legalmente sua ETE conforme as legislações ambientais
Metas Prazos
Encerramento das atividades de disposição no solo Imediato
Construção de um local de armazenamento de piso impermeabilizado 1 ano
Contração de uma empresa especializada para realizar a coleta e tratamento do lodo gerado
2 anos - contínuo
Financiamento de pesquisas para aplicação do lodo gerado pela ETEs 1 ano - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018.
55
5. Metodologia Para a execução deste trabalho, foi utilizado como base o artigo 21 da Lei Federal
nº 12.305/2010 (PNRS), que prescreve os conteúdos mínimos que deve conter em um plano
de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS), e o Manual de Referência: Elaboração de um
PMGIRS da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba Do
Sul (Agevap). O Manual de Referência foi elaborado de acordo com o artigo 19, da PNRS,
que prescreve o conteúdo mínimo que um PMGIRS deve ter (BRASIL, 2010;
AGEVAP, 2014).
A metodologia foi dividida em 4 etapas:
Etapa 1 – Legislação Preliminar;
Etapa 2 – Descrição da EEL - USP;
Etapa 3 – Caracterização dos Resíduos Sólidos da área I da EEL - USP;
Etapa 4 – Propostas de melhorias no gerenciamento dos Resíduos Sólidos da
área I da EEL - USP.
5.1 Etapa 1 – Legislação Preliminar
Essa etapa foi uma adaptação do inciso XXII do Manual de Referência. Foi realizado
um levantamento e análise da legislação federal, estadual e a sua integração com a legislação
do município de Lorena (SP) e diretrizes da USP na área de resíduos sólidos, educação
ambiental e saneamento básico (AGEVAP, 2014).
Além de observar as prescrições do artigo 21, inciso III, foram levantadas também
as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA),
do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária, e com PMGIRS de Lorena (SP).
5.2 Etapa 2 – Descrição da EEL - USP
Foi realizado uma adaptação do item XXIV do Manual de Referência e artigo 21 da
Lei Federal nº 12.305/2010. Esta etapa abrangeu uma descrição da EEL-USP com os
seguintes dados (BRASIL, 2010; AGEVAP, 2014):
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Descrição da EEL-USP
o Dados Cadastrais
o Localização e Acessos;
o Histórico;
Aspectos Físicos Territoriais:
o Climatologia;
o Pedologia;
o Hidrografia;
o Geomorfologia e Relevo.
Organização política – administrativa:
o Estrutura Organizacional da EEL-USP;
o Demografia da EEL-USP.
Indicadores sanitários e ambientais:
o Água;
o Esgoto.
5.3 Etapa 3 – Caracterização dos Resíduos Sólidos da área I da EEL-USP Esta etapa consistiu na caracterização dos resíduos sólidos gerados pela EEL-USP,
englobando os procedimentos operacionais do seu manejo (AGEVAP, 2014).
Vale ressaltar que o levantamento de informações, aconteceu no primeiro semestre
de 2018, assim nessa etapa foi abordado:
I - Caracterização de todos resíduos sólidos gerados pela área I da EEL;
II - Análise gravimétrica dos resíduos gerados na área I da EEL.
5.4 Etapa 4 – Propostas de melhorias para o gerenciamento dos Resíduos Sólidos da
área I da EEL – USP
Nesta etapa foram propostos programas e ações para coleta seletiva, ações e
programas de educação ambiental, ações preventivas e corretivas, e metas para melhorias no
gerenciamento de resíduos sólidos da área I da EEL-USP (AGEVAP, 2014). Dessa forma,
esta etapa será levantada:
I - Programas e ações para coleta seletiva;
a. Aplicação de questionário para validação do programa.
57
II - Ações e programas de educação ambiental;
III - Ações preventivas e corretivas para cada tipo de resíduos;
IV - Metas.
5.5 Elaboração do PGRS da área I da EEL-USP Foi elaborado o (PGRS) da EEL-USP com base nas etapas anteriores. Vale ressaltar
que o plano elaborado não tem valor legal, uma vez que somente profissionais habilitados
podem ser considerados como responsáveis pelo PGRS.
58
6. Resultados 6.1 Etapa 1 Para elaboração de qualquer plano de gestão, é necessário possuir conhecimento das
legislações vigentes referente ao assunto. As leis possuem funções de controle
comportamental. Dessa forma, é necessário conhecer o âmbito legal, para que dessa forma
seja possível propor projetos e melhorias futuras.
Assim, nos tópicos a seguir, será abordado a legislação no âmbito federal, estadual e
a sua integração com a legislação do município de Lorena (SP), além das diretrizes da USP.
A legislação estará conectada a área de resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento
básico.
6.1.1 Legislação Federal Desde a Constituição Federal de 1988, o Poder Público vem demonstrando sua
preocupação com o meio ambiente, como prescreve o artigo 225 e parágrafo 1º
(BRASIL, 1988):
[...] Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I–preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (...).
O artigo 30, inciso I, da Constituição prescreve sobre a autonomia dos municípios
para legislarem sobre as questões de interesse local. Além disso, o artigo 23, em seus incisos
VI e VII, prescreve também que o cuidado e preocupação com o meio ambiente é
competência não apenas da União, mas também dos Estados, Distrito Federal e Municípios
(BRASIL, 1988).
[...] Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (...).
59
[...] Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; (…).
Em 2007, o Governo Federal sancionou e publicou a Lei Federal nº 11.445, a qual
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Dentre suas principais
características, podem ser destacadas a definição sobre os serviços que integram o conceito
de saneamento básico. Conforme prescreve seu artigo 3, tais serviços consistem em:
abastecimento de água potável, limpeza urbana, esgotamento sanitário, manejo de resíduos
sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais (BRASIL, 2007).
A Lei Federal de Saneamento Básico, nº 11.445/2007, em 2010 foi regulamentada
pelo Decreto Federal nº 7.217/2010. Desta forma, alguns municípios brasileiros, deram
início a elaboração dos seus respectivos Planos de Saneamento Básico, como prescrito no
artigo 9, inciso I deste Decreto.
Ademais, também em 2010 foi elaborada a Lei Federal nº 12.305, PNRS, que por sua
vez tem como premissa evitar e/ou prevenir a geração de resíduos sólidos. Além disso, a
PNRS aborda objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotadas pelo Governo
Federal, isoladamente ou em estado de cooperação com estados, Distrito Federal, municípios
ou empreendimentos particulares, visando à gestão integrada e ao gerenciamento
ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
Regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.404/2010, a PNRS diz que uma das ações
mais importantes para a gestão de resíduos sólidos municipais é a elaboração do Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), que irá retratar a situação
atual do município com relação à gestão de seus resíduos e traçará um panorama futuro a ser
alcançado. Além disso, a elaboração do PMGIRS é condição base para os municípios terem
acesso a recursos provenientes da União para aplicação em atividades referentes ao manejo
de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
É interessante salientar que a Lei Federal nº 12.305/2010 integra-se com outras
legislações de cunho ambiental. São elas:
Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007);
Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981);
Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/1999);
Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei nº 12.187/2009).
60
Portanto, a consideração sobre o conteúdo dessas leis é parte importante em ações
voltadas ao manejo de resíduos sólidos. A PNRS também se integra com a Lei Federal de
Consórcios Públicos, nº 11.107/2005, já que aqueles municípios ou microrregiões que optam
por consórcios possuem prioridade ao acesso a recursos da União (BRASIL, 2005).
A Tabela 10 mostra a legislação em âmbito nacional relacionadas a resíduos sólidos,
saneamento e meio ambiente:
Tabela 10 - Legislação de âmbito nacional aplicável.
Legislação Descrição
Norma Regulamentadora nº 15/1978
Norma Regulamentadora
nº 32/2005
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa
nº 306/2004
Resolução da Agência Nacional de Transporte
Terrestre (ANTT) nº 420/2004
Resolução CONAMA
nº 275/2001
Resolução CONAMA nº 307/2002
Resolução CONAMA
nº 313/2002
Resolução CONAMA nº 312/2002
Resolução CONAMA nº 334/2003
Atividades e operações insalubres.
Dispõe sobre Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
Regulamento técnico para o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, incluindo estabelecimentos de ensino e
pesquisas em saúde.
Regulamentos para o transporte rodoviário e ferroviário de produtos perigosos.
Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão
dos resíduos sólidos da construção civil.
Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de
estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos
serviços de saúde. Continua
61
Continuação...
Legislação Descrição
Resolução CONAMA nº 358/2005
Resolução CONAMA nº 416/2009
Resolução CONAMA nº 365/2014
Resolução CONAMA nº 469/2015
Resolução CONAMA nº 401/2008
Resolução CONAMA
nº 404/2008
Portaria MINTER nº 53/1979
Lei Federal
nº 5.764/1971
Lei Federal nº 6.938/1981
Lei Federal
nº 7.802/1989
Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e
dá outras providências.
Dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental de
estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos.
Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002,
que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002,
que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Dispõe sobre gestão de resíduos e produtos perigosos.
Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos
urbanos.
Destinação e tratamento de resíduos.
Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras
providências.
Institui a Política Nacional de Meio Ambiente.
Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá
outras providências.
Continua
62
Continuação...
Legislação Descrição
Lei Federal nº 9.433/1997
Lei Federal nº 9.782/1999
Lei Federal
nº 9.795/1999
Lei Federal nº 11.107/2005
Lei Federal
nº 11.445/2007
Lei Federal nº 12.187/2009
Lei Federal
nº 12.305/2010
Lei Federal nº 9.605/1998
Decreto Federal nº 5.940/2006
Decreto Federal nº 7.217/2010
Decreto Federal nº 7.404/2010
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o
inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de
28 de dezembro de 1989.
Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Anvisa, e dá outras providências.
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências.
Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências.
Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nº 6.766/1979, nº 8.036/1990, nº 8.666/1993, nº 8.987/1995;
revoga a Lei nº 6.528/1978; e dá outras providências.
Institui a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) e dá outras providências.
Institui a Política Nacional do Resíduos Sólidos (PNRS).
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na
fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências
Art. 9 – Obrigatoriedade dos Municípios na elaboração dos Planos
Municipais de Saneamento Básico (PMSB).
Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para
a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.
Fonte: EACH, 2017; ARUJA, 2017.
63
6.1.2 Legislação do Estado de São Paulo O estado de SP possui uma legislação bem elaborada com relação à gestão de
resíduos sólidos, educação ambiental e saneamento básico. São algumas delas:
A Lei nº 9.509/1997 dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente (PEMA),
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação;
A Lei nº 7.750/1992 dispõe sobre a PMSB e dá outras providências;
A Lei nº 12.780/2007 institui a Política Estadual de Educação Ambiental, que
envolve em sua esfera de ação instituições educacionais públicas e privadas dos
sistemas de ensino, órgãos públicos do Estado e Municípios, organizações
não-governamentais, demais instituições como redes de Educação Ambiental,
núcleos de Educação Ambiental, Coletivos Jovens de Meio Ambiente, Coletivos
Educadores e outros coletivos organizados, Comissões de Meio Ambiente e
Qualidade de Vida (Comvidas), fóruns, colegiados, câmaras técnicas e comissões.
Por sua vez, em 2006 o estado de São Paulo instituiu a Política Estadual de Resíduos
Sólidos (PERS) pela Lei Estadual nº 12.300, a qual foi regulamenta pelo Decreto Estadual
nº 54.645/2009. Percebe-se, que antes mesmo da PNRS ser instituída em 2010, o estado de
SP já possuía sua própria política de resíduos sólidos.
É válido também ressaltar o artigo 14 da PERS, prescreve que a administração
pública deve priorizar a obtenção de produtos e serviços que reduzam impacto ambiental. A
referida lei também disserta sobre as proibições de destinação e utilização de resíduos sólidos
(SÃO PAULO, 2006):
[...] Art.14 - São proibidas as seguintes formas de destinação e utilização de resíduos sólidos: I - lançamento "in natura" a céu aberto; II - deposição inadequada no solo; III - queima a céu aberto; IV - deposição em áreas sob regime de proteção especial e áreas sujeitas a inundação; V - lançamentos em sistemas de redes de drenagem de águas pluviais, de esgotos, de eletricidade, de telecomunicações e assemelhados; VI - infiltração no solo sem tratamento prévio e projeto aprovado pelo órgão de controle ambiental estadual competente; VII - utilização para alimentação animal, em desacordo com a legislação vigente; VIII - utilização para alimentação humana; IX - encaminhamento de resíduos de serviços de saúde para disposição final em aterros, sem submetê-los previamente a tratamento específico, que neutralize sua periculosidade. (...)
64
A PERS também estabelece a elaboração dos Planos Estaduais e Regionais de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos; dos Planos dos Geradores; do Inventário Estadual de
Resíduos Sólidos; bem como desenvolvimento do Sistema Declaratório Anual de Resíduos
Sólidos. Além da prevenção da poluição por redução na fonte, a PERS inova com princípios
como a promoção de padrões sustentáveis de produção e consumo, a adoção do conceito
poluidor-pagador e da responsabilidade pós-consumo (SÃO PAULO, 2006).
Outra legislação estadual pertinente com relação a PERS é a Resolução nº 45/2015
da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do estado de São Paulo, que define as diretrizes
para implementação e operacionalização da responsabilidade pós consumo no estado de São
Paulo, e dá providências correlatas. Desta forma, todo produto cujo resíduo após consumo
possa gerar significativo impacto ambiental, deverá possuir um sistema de logística reversa
de forma independente do serviço público, artigo 2. Sendo eles
(SMA, 2015):
a) Óleo lubrificante usado e contaminado;
b) Óleo Comestível;
c) Filtro de óleo lubrificante automotivo;
d) Baterias automotivas;
e) Pilhas e Baterias portáteis;
f) Produtos eletroeletrônicos e seus componentes;
g) Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
h) Pneus inservíveis;
i) Medicamentos domiciliares, vencidos ou em desuso.
Ou ainda, embalagens de produtos que componham a fração seca dos resíduos sólidos
urbanos ou equiparáveis, exceto aquelas classificadas como perigosas pela legislação
brasileira, tais como as de (SMA, 2015):
a) Alimentos;
b) Bebidas;
c) Produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos;
d) Produtos de limpeza e afins;
e) Outros utensílios e bens de consumo, a critério da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente, ou da CETESB.
65
Além das embalagens citadas anteriormente, também são contempladas as
embalagens que, após o consumo do produto, são consideradas resíduos de significativo
impacto ambiental, tais como as de (SMA, 2015):
a) Agrotóxicos;
b) Óleo lubrificante automotivo.
O estado de São Paulo também possui algumas políticas públicas relacionadas à
gestão de resíduos sólidos. É o caso do Projeto Ambiental Estratégico “Lixo Mínimo”, que
foi instituído em 2007 pela SMA10, possuindo como principal objetivo a eliminação da
disposição inadequada de resíduos sólidos domiciliares (SMA, 2007)
O programa de Aterros Sanitários em Valas é outra política pública interessante, uma
vez que permite a criação de convênios entre cidades paulistas de pequeno porte com a SMA.
Instituído pelo Decreto Estadual nº 57.817/2012, o Programa Estadual de Implementação de
Projetos de Resíduos Sólidos, insere a SMA em diversas atuações voltadas à gestão de
resíduos sólidos, tais como o apoio a elaboração dos PMGIRS e o estímulo a educação
ambiental.
Vale salientar que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) também
possui uma importante plataforma digital online chamada Índice da Efetividade da Gestão
Municipal (IEGM), que pontua sete indicadores do município, sendo o indicador ambiental
um deles.
Por fim, o Decreto Estadual nº 60.520/2014, institui o Sistema Estadual de
Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (SIGOR) e dá providências correlatas. O SIGOR
tem como objetivo auxiliar no monitoramento dos resíduos sólidos desde sua geração até
sua destinação final. Todas as informações referentes a esse sistema encontram-se na página
eletrônica da Cetesb (SÃO PAULO, 2014).
Dessa maneira, pode-se ser observado que a PERS apresenta algumas diferenças em
relação à PNRS. A Lei Federal classifica os resíduos de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços quanto à origem, como se fosse um tipo diferenciado de resíduo, já
a Lei Estadual os engloba como resíduos urbanos. (SÃO PAULO, 2014, p. 38).
A Tabela 11 mostra os principais dispositivos legais de âmbito estadual relacionados
a resíduos sólidos.
10 Resolução SMA nº 50/2007.
66
Tabela 11 - Legislação em âmbito estadual aplicável.
Legislação Descrição
Constituição Estadual (1989)
Lei Estadual nº 118/1973
Lei Estadual nº 118/1973
Lei Estadual nº 997/1976
Lei Estadual
nº 4.435/1984
Lei Estadual nº 5.597/1988
Lei Estadual nº 997/1976
Lei Estadual
nº 4.435/1984
Lei Estadual nº 5.597/1988
Lei Estadual
nº 7.663/1991
Lei Estadual nº 7.750/1992
Lei Estadual
nº 9.337/1996
Art. 215 – Estabelece a política das ações e obras de saneamento básico no Estado;
Art. 216 – O Estado instituirá, por lei, plano plurianual de saneamento estabelecendo as diretrizes e os programas para as ações nesse campo.
Autoriza a constituição de uma sociedade por ações, sob a
denominação de Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico (CETESB) e de Controle de Poluição das Águas, e dá
providências correlatas.
Autoriza a constituição de uma sociedade por ações, sob a denominação de Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), e dá providências correlatas.
Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.
Veda a instalação de depósito de lixo, usinas de beneficiamento de resíduos sólidos e aterros sanitários em área que especifica.
Estabelece normas e diretrizes para o zoneamento industrial no Estado
de São Paulo e dá providências correlatas.
Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente.
Veda a instalação de depósito de lixo, usinas de beneficiamento de resíduos sólidos e aterros sanitários em área que especifica
Estabelece normas e diretrizes para o zoneamento industrial no Estado
de São Paulo e dá providências correlatas.
Estabelece normas de orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de
Recursos Hídricos
Dispõe sobre a Política Estadual de Saneamento e dá outras providências.
Institui nas escolas estaduais de 1º e 2º graus a Semana da Gincana de
Coleta de Lixo Reciclável.
Continua
67
Continuação...
Legislação Descrição
Lei Estadual nº 9.509/1997
Lei Estadual
nº 9.532/1997
Lei Estadual nº 9.866/1997
Lei Estadual
nº 13.576/2009
Lei Estadual nº 13.576/2009
Lei Estadual nº 13.798/2009
Lei Estadual nº 14.470/2011
Lei Estadual nº 14.731/2012
Lei Estadual nº 16.337/2016
Decreto Estadual nº 20.903/1983
Decreto Estadual nº 54.645/2009
Decreto Estadual nº 59.260/2013
Dispõe sobre a Política Estadual do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.
Institui a "Semana da Coleta Seletiva e Reciclagem do Lixo".
Dispõe sobre diretrizes e normas para a proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado
de São Paulo e dá outras providências.
Inclui normas e procedimentos para a reciclagem, gerenciamento e destinação final de lixo tecnológico.
Dispõe sobre diretrizes e procedimentos para a proteção da
qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas, e dá outras providências correlatas.
Institui a Política de Mudanças Climáticas (PEMC).
Seção XIII trata do gerenciamento de recursos hídricos, resíduos e efluentes.
Dispõe sobre a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública estadual, na forma que
específica.
Inclui evento no Calendário Oficial do Estado. Art. 1 – Fica incluído no Calendário Oficial do Estado o "Dia dos
Catadores de Lixo Reciclável", a ser comemorado, anualmente, em 20 de dezembro.
Dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) e dá outras providências
correlatas.
Cria o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA).
Regulamenta dispositivos da Lei nº 12.300/2006, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, e altera o inciso I do artigo
74 do Regulamento da Lei nº 997/1976, aprovado pelo Decreto nº 8.468/1976.
Regulamenta a Lei nº 13.798, de 9 de novembro de 2009, que
dispõe sobre a Política Estadual de Mudanças Climáticas.
Continua
68
Continuação...
Legislação Descrição
Decreto Estadual nº 59.260/2013
Decreto Estadual nº 60.520/2014
Portaria CVS
nº 21/2008
Portaria CVS nº 4/2011
Resolução SMA nº 26/1996
Resolução SMA
nº 50/2007
Resolução SMA nº 75/2008
Institui o Programa Estadual de apoio financeiro a ações ambientais, denominado Crédito Ambiental Paulista, e dá providências correlatas.
Institui o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos
Sólidos (SIGOR) e dá providências correlatas.
Norma Técnica sobre Gerenciamento de Resíduos Perigosos de Medicamentos em Serviços de Saúde.
Dispõe sobre o Sistema Estadual de Vigilância Sanitária (SEVISA),
define o Cadastro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS) e os procedimentos administrativos a serem adotados pelas equipes estaduais e municipais de vigilância sanitária no estado de São Paulo e dá outras
providências.
Normas que disciplinam os procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos minerários.
Dispõe sobre o Projeto Ambiental Estratégico Lixo Mínimo e dá
providências correlatas.
Dispõe sobre licenciamento das unidades de armazenamento, transferência, triagem, reciclagem, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos de Classes IIA e IIB, classificados segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 10.004:2004,
e dá outras providências
Fonte: ARUJA, 2017.
6.1.3 Legislação Municipal A EEL-USP se localiza no município de Lorena, no estado de São Paulo (SP), desta
forma, realizou um levantamento das leis municipais, voltadas ao meio ambiente, resíduos
sólidos, saneamento entre outras que fossem pertinentes a este trabalho.
Em 1995, o município de Lorena (SP), instituiu o Plano Diretor, nº 2.191, este foi
atualizado em 2010, o seu artigo 8, incisos XVI e XVII, prescreve sobre as diretrizes
físico-territoriais e ambientais, com finalidade da municipalidade de, implantar aterro
sanitário, conforme normas técnicas, assim como adotar o sistema de coleta seletiva e
reciclagem dos resíduos sólidos. Desta forma, é possível observar que o município deste a
década de 90, apresentava preocupação com meio ambiente e a melhor gestão dos seus
resíduos (LORENA, 2016).
69
Em relação ao saneamento, o município em 2014 criou a Lei Municipal
nº 3.647, a qual institui a elaboração de um PMSB. Com a aprovação do PMSB, o município
de Lorena (SP) está em concordância com as diretrizes prescritas na Lei Federal
nº 11.445/2007, uma vez que possui o planejamento para universalizar, nos próximos anos,
os serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto sanitário, drenagem e manejo de
resíduos e limpeza urbana (LORENA, 2014).
Dessa maneira, o município está apto a receber recursos da União e de entidades da
administração pública federal destinados ao saneamento. Após 31 de dezembro de 2017,
conforme prescrito o artigo 1 do Decreto Federal nº 8.629/2015, somente serão repassados
recursos aos municípios que possuem seu PMSB aprovado (BRASIL, 2015):
[...] § 2º Após 31 de dezembro de 2017, a existência de plano de saneamento básico, elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico: (...)
Na questão ao combate à poluição e à preservação do meio ambiente por parte dos
munícipes, Lorena (SP) possui algumas leis que merecem ser destacada, a Tabela 12 mostra
uma relação de algumas leis relacionadas ao meio ambiente, resíduos sólidos e saneamento
básico:
Tabela 12 – Leis municipais aplicáveis.
Leis Descrição Lei nº 1.964/1992
Código de Obras do Município de Lorena.
Lei nº 1.963/1992 Lei do Uso e Ocupação do Solo Urbano.
Lei nº 1.574/1985 Obriga os proprietários de terrenos baldios a colocarem nos terrenos placas “Proibido jogarem lixo”.
Lei nº 2.309/1997
Lei nº 248/1961
Lei nº 963/1973
Dispõe sobre destino dos lixos de farmácias, ambulatórios, hospitais do município, consultórios médicos e odontológicos,
clínicas particulares, laboratórios de análises clínicas, ambulatório médico industrial.
Dispõe sobre a limpeza dos terrenos urbanos.
Revoga a lei que dispõe sobre coleta de entulho e lixo de quintal.
Continua
70
Continuação...
Leis Descrição Lei n° 3.333/2010
Lei nº 3.372/2010
Lei nº 3.343/2010
Lei nº 3.373/2010
Lei nº 3.175/2010
Lei nº 3.300/2009
Lei nº 3.407/2011
Lei nº 330/2009
Lei nº 3.307/2009 (Revogada pelo Decreto
Municipal nº 6.106)
Lei nº 3.308/2009
Lei nº 3.647/2014
Lei nº 3.169/2007
Lei nº 3.506/2012
Institui o Programa Municipal de Caçambas Estáticas Comunitárias.
Estabelece normas para a destinação ambientalmente adequada de
garrafas e embalagens plásticas.
Serviço Público Recicla.
Dispõe sobre a proteção ao meio ambiente através de controle de destino de recipientes de vidros, plásticos e alumínios servidos no
âmbito do Município.
Estabelece normas para destinação ambientalmente adequada das pilhas, baterias e lâmpadas usadas.
Estabelece normas para destinação ambientalmente adequada dos
pneus inservíveis e pneus usados.
Institui a criação de Programas Comunidade Seletiva.
Instituo a coleta diferenciada para fins de compostagem.
Institui coleta diferenciada de resíduos orgânicos para
compostagem no Município de Lorena.
Autoriza a instituição do Programa de Incentivo para destinação final de óleo de cozinha usado e sua reutilização.
Institui o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de
Lorena.
Autoriza o Poder Público, através da Secretaria da Educação, inserir a educação ambiental como prática educativa integrada, contínua e
permanente, no programa curricular do ensino básico.
Dispõe sobre a limpeza dos terrenos baldios e a obrigatoriedade da construção de muros e calçadas em imóveis localizados no
perímetro urbano do município de Lorena e dá outras providências
Fonte: LORENA, 2016.
71
Desta forma, é possível averiguar que o município de Lorena (SP) possui diversas
legislação municipais especificamente sobre resíduos, antes mesmo da instituição das Leis
Federais nº 11.445/2007 e nº 12.305/2010, demonstrando preocupação com o meio ambiente
por parte do município.
A existência da Lei Municipal nº 3.169/2007 referente a implementação da educação
ambiental nas escolas, constitui um grande avanço para conscientização ambiental
(LORENA, 2007).
6.1.4 Normas Técnicas A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), é uma entidade sem fins
lucrativo e privada, sendo o Foro Nacional de Normalização reconhecida pela sociedade
brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo
federal por meio de diversos instrumentos legais. A ABNT é responsável pela elaboração
das Normas Brasileiras (NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB),
Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais
(ABNT/CEE), intervindo na implementação de políticas públicas, desenvolvimento de
mercados, defesa de consumidores e a segurança (ABNT, 2017). A Tabela 13 mostra
algumas das principais NBR relacionadas a resíduos sólidos.
Tabela 13 - Principais ABNT NBR aplicáveis.
Norma Descritivo
ABNT NBR 10.157:1987 Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto, construção e operação – Procedimento.
ABNT NBR 8.419:1992 Versão Corrigida:1996
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos – Procedimento.
ABNT NBR 12.235:1992 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento.
ABNT NBR 12.980:1993
ABNT NBR 13.463:1995
ABNT NBR 8.843:1996
ABNT NBR 13591:1996
Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos – Terminologia.
Coleta de resíduos sólidos.
Aeroportos - Gerenciamento de resíduos sólidos.
Compostagem – Terminologia.
Continua
72
Continuação...
Norma Descritivo
ABNT NBR 13.896:1997
ABNT NBR 10.004:2004
ABNT NBR 15.113:2004
ABNT 15.849:2010
Aterros de resíduos não perigosos – Critérios para projetos, implantação e operação.
Resíduos sólidos – Classificação.
Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros –
Diretrizes para projeto, implantação e operação.
Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e
encerramento.
Fonte: ARUJA, 2017.
6.1.5 Diretrizes USP Em 2009, foi criado para a USP o documento, Carta à Universidade de São Paulo. A
proposta deste documento era a elaboração de uma Proposta de Gestão Ambiental para a
USP, visando promover a sustentabilidade ambiental nos seus campi. No mesmo ano, foi
publicado a Portaria GR nº 4.448/2009, que dispôs sobre a criação de Grupo de Trabalho
com a incumbência de definir as formas de implantação da Gestão Ambiental na USP
(USP, 200911; SGA USP, 2018).
Com objetivo de desenvolver políticas ambientais para a USP, a SGA da USP se
reuniu no dia 16 de abril de 2015 com os 11 grupos de trabalho envolvidos com o tema. A
iniciativa propõe a elaboração de uma política para cada grupo, envolvendo todos os campi
da USP (USP, 2015)12.
Entre os grupos estão: edificações sustentáveis, educação ambiental, uso e ocupação
urbana e rural, energia, emissão de gases, áreas verdes e reservas ecológicas, gestão de fauna,
água e efluentes, mobilidade, sustentabilidade na administração e resíduos (USP, 2015).
Desta forma, dia 12 de janeiro em 2018, foi publicado no Diário Oficial do Estado
(D.O.E) a Resolução USP nº 7.465/2018, a qual institui a Política Ambiental da
Universidade de São Paulo. O artigo 2 desta resolução menciona os principais temas tratados
neste trabalho (USP, 201813):
11 http://www.leginf.usp.br/?portaria=portaria-gr-no-4448-de-29-de-setembro-de-2009 12 http://www5.usp.br/90874/politicas-ambientais-serao-implantadas-em-todas-as-unidades-da-usp/ 13 http://www.leginf.usp.br/?resolucao=resolucao-no-7465-de-11-de-janeiro-de-2018
73
[...] Art. 2 – As Políticas Ambientais Temáticas e o Plano de Gestão Ambiental da USP composto pelos Planos de Gestão Ambiental Temáticos versarão sobre os seguintes temas: I – administração; II – água e efluentes; III – áreas verdes e reservas ecológicas; IV – edificações sustentáveis; V – educação ambiental; VI – emissões de gases do efeito estufa e gases poluentes; VII – energia; VIII – gestão de fauna; IX – mobilidade; X – resíduos; XI – uso e ocupação territorial.
O artigo 7 da Resolução USP nº 7.465/2018, define quais as funções de todas USP
(USP, 2018):
[...] Art. 7 – Incumbe à USP: I – a implementação da Política Ambiental; II – a construção, a implementação e o monitoramento do Plano de Gestão Ambiental, dos Planos de Gestão Ambiental Temáticos, dos Planos Diretores Ambientais e dos Programas Ambientais; III – a criação e a implementação da estrutura de gestão e governança ambiental na USP; IV – o controle das licenças ambientais da USP; V – o desenvolvimento de ações voltadas à realização de contratações de bens e serviços pautadas por critérios de sustentabilidade ambiental; VI – o estabelecimento de medidas preventivas e mitigadoras relacionadas às Políticas e Planos Ambientais; VII – o desenvolvimento de programas permanentes e continuados de formação socioambiental da comunidade universitária para o aprimoramento da educação e da gestão ambiental na USP. (...)
Outro artigo que deve ser ressaltado neste trabalho, é o artigo 29, que define os
instrumentos da Política Ambiental da USP (USP, 2018):
[...] Art. 29 - São instrumentos da Política Ambiental da USP entre outros: I – as Políticas Ambientais Temáticas; II – o Plano de Gestão Ambiental da USP, composto por Planos de Gestão Temáticos; III – os Planos Diretores Ambientais dos campi; IV – os Programas Ambientais; V – as estruturas de gestão e governança para elaboração, implementação e monitoramento das políticas e planos; VI – os inventários ambientais; VII – o Sistema Corporativo Informatizado de dados e de monitoramento ambiental da USP; VIII – o monitoramento e controle de desempenho ambiental, sanitário e agropecuário, quando couber; IX – a cooperação técnica e financeira entre a USP e parceiros para o
74
desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas na área ambiental; X – os processos educativos continuados, programas e projetos de educação ambiental; XI – os documentos técnicos e materiais de apoio; XII – as certificações ambientais; XIII – a avaliação de impactos ambientais e ciclos de vida, quando cabível; XIV – o licenciamento ambiental, quando aplicável. (...)
Assim, podemos perceber que a USP também está buscando estar alinhada com as
legislações ambientais existentes, de maneira que se torne mais sustentável.
6.2 Etapa 2 Esse tópico foi abordado dentro da Revisão Bibliográfica, no item 4.6, Escola de
Engenharia de Lorena (EEL).
6.3 Etapa 3 Nessa etapa realizou-se a caracterização dos resíduos sólidos gerados pela EEL-USP,
conforme as definições da PNRS.
6.3.1 Químicos em geral (orgânicos e inorgânicos) Existe sobretudo dois tipos de resíduos gerados em laboratórios de ensino e pesquisa:
o ativo, o qual é resultante das atividades rotineiras da unidade geradora sendo de maior
atenção no programa de gerenciamento, e o passivo, que é referente ao resíduo estocado,
normalmente esse não possui caracterização, sendo necessário realizar sua destinação final
de maneira ambiental correta (NOLASCO, TAVARES,
BENDASSOLLI, 2006).
Os resíduos químicos da EEL são gerados nos laboratórios da graduação e
pós-graduação. Esses resíduos são classificados em orgânicos e inorgânicos. Não existe um
lugar específico para armazenar os resíduos, tão pouco como uma padronização para seu
acondicionamento, sendo que muitos não estão identificados (MELLUCCI, 2017).
A EEL no momento não possui um lugar para realizar o armazenamento dos seus
resíduos químicos de forma adequada. Nos laboratórios de pesquisas esses resíduos são
colocados em bombonas azuis (Figura 18), e após estar cheio são levadas ao Galpão do
Alcatrão. A Figura 17 mostra a entrada do local de armazenamento dos resíduos químicos.
75
Figura 17 - Entrada do Galpão do Alcatrão da área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Dentro do Galpão os resíduos químicos estão armazenados em bombonas azuis, todas
empilhadas em um espaço com grade, esse possui cadeado o qual impede o acesso ao local.
A Figura 18 mostra o modo de armazenamento desses resíduos. Entretanto é possível
encontrar outras bombonas fora desse local gradeado (Figura 19).
Figura 18 - Bombonas preenchidas com resíduos químicos dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
76
Figura 19 - Bombonas de resíduos depositadas no Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Além do armazenamento dos resíduos químico, dentro do Galpão foi possível
encontrar outros tipos de resíduos: logística reversa (lâmpadas, eletroeletrônicos) e matérias
recicláveis (papelão). As Figuras 20 e 21 mostram alguns dos resíduos encontrados dentro
desse local.
Figura 20 - Resíduos eletrônicos encontrados dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
77
Figura 21 - Material reciclável (papelão) encontrado dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Segundo o antigo representante da extinta Comissão de Resíduos da EEL-USP, é
gerado aproximadamente 3.500 kg por ano de resíduos químicos.
Antigamente os resíduos químicos gerados pela área I eram transportados para a
empresa Basf S/A, localizada no município de Guaratinguetá (SP) para serem incinerados,
após o fechamento dos seus incinerados, a EEL realiza apenas o armazenamento desses
resíduos, ainda de modo inadequado. Ademais, a EEL não apresenta nenhuma opção de
disposição final ambientalmente correta para seus resíduos.
6.3.2 Resíduos de Logística Reversa A) Lâmpadas Fluorescentes De acordo com MELLUCCI (2017), a área I gera cerca 110 lâmpadas fluorescentes
por mês, no Galpão do Alcatrão é possível encontrar as lâmpadas inservíveis com vapor de
mercúrio. Essas lâmpadas, conforme a Figura 22 não estão armazenadas de maneira
adequada, estando exposta a todos que frequentam o lugar, visto que o Galpão é um local
que fica aberto no período de aula, sendo de fácil acesso aos alunos.
78
Figura 22 – Descarte inadequada de lâmpadas fluorescentes dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Esse tipo de resíduos é muito frágil, quebrando com maior frequência, vale ressaltar
que o vapor de mercúrio se dispersa de maneira rápida, podendo contaminar o ambiente e as
pessoas que nele estão presentes no momento de sua quebra.
É possível perceber uma grande quantia dessas lâmpadas dentro do Galpão,
aumentando o risco de quebra e poluição ambiental, visto que a área é permeável. A EEL
também não apresenta uma destinação final correta para esses resíduos.
B) Resíduos Eletroeletrônicos Conforme a Figura 23 é possível averiguar a presença de resíduos eletroeletrônicos
com outros tipos de resíduos misturados dentro do Galpão do Alcatrão, é válido salientar
que esses resíduos fazem parte do sistema de logística reversa. A Figura 24 mostra um tubo
de televisão armazenado também dentro do Galpão.
79
Figura 23 - Tubo de televisão armazenado no Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
C) Pilhas e baterias
Conforme MELLUCCI (2017), foi encontrado resíduos de pilhas e baterias dentro
do Galpão do Alcatrão, contudo, em visita ao local não foi encontrado esses tipos de
resíduos.
MELLUCCI (2017) também relata que há pilhas e baterias inservíveis em outros
locais da área I, os departamentos e áreas administrativas são alguns desses espaços. Vale
ressaltar que esses resíduos se encontram na mesma situação das lâmpadas fluorescentes, ou
seja, o campus não apresenta um descarte correto para as pilhas e baterias geradas ou para
qualquer outro resíduo eletrônico.
6.3.3 Resíduos sólidos domiciliares Os RSD também podem ser nomeados como resíduos comuns. A EEL não separa de
maneira adequada o lixo gerado, esses estão misturados com materiais recicláveis. No
campus existe algumas lixeiras (Figura 24) para descarte do lixo, elas estão separadas em:
orgânico e reciclável. Entretanto, o ideal seria ter mais uma lixeira ao lado para receber os
rejeitos gerados da faculdade. Outro ponto importante, muitas dessas lixeiras estão de
alguma forma danificada ou sem saco plástico.
80
Figura 24 - Lixeiras para resíduos recicláveis e orgânicos.
Fonte: próprio autor, 2018.
Dentro da área I existe outros tipos de lixeiras para descartar o lixo gerado, a
Figura 25 mostra essas lixeiras presentes na área I da EEL.
Figura 25 – Lixeiras para descarte resíduos da área I.
Fonte: próprio autor, 2018.
Foi realizado uma entrevista com o responsável pela limpeza da área I da EEL, em
relação ao funcionamento do manejo dos resíduos. Os resíduos gerados dentro das áreas
administrativas e departamentos, junto com o lixo dentro das lixeiras são armazenados
dentro de contentores em frente a sala dos funcionários da limpeza, conforme pode ser
observado na Figura 26.
81
Figura 26 - Contentores de resíduos da área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
O lixo fica armazenado neste local até ser coletado por um trator do campus, o
transporte acontece duas vezes na semana, terça e sexta, no período da manhã.
Além do local de armazenamento apresentado na Figura 26, ao lado do Departamento
de Biotecnologia (DEBIQ), existe dois contentores no qual é deposito os resíduos gerado
naquela área, a coleta e transporte é da mesma maneira conforme já foi descrito. Após a
coleta, o lixo é transportado para um abrigo externo do lado de fora da EEL, conforme a
Figura 28. Percebe-se que o portão do abrigo está danificado e por não haver coleta seletiva
dentro do campus, materiais recicláveis também são descartados junto com outros resíduos.
Figura 27 - Abrigo externo de resíduos da área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
82
A EEL-USP, possui um restaurante universitário (RU) que gera grande quantidade
de resíduos orgânicos (resto de comida e alimentos). O RU oferece almoço e jantar de
segunda à sexta. Os resíduos gerados pelo RU são separados dos resíduos gerados pelo
campus, vale ressaltar que o RU separa seus resíduos em: Orgânicos e Descartável
(Figuras 28 e 29).
Figura 28 - Contentor do RU para resíduos descartáveis.
Fonte: próprio autor, 2018.
Figura 29 - Contentor do RU para resíduos orgânicos.
Fonte: próprio autor, 2018.
Dentro da área I da EEL-USP, existe o Programa Prato Limpo (PPL). O programa é
desenvolvido por docentes e alunos da EEL-USP, cujo o objetivo é conscientizar a
comunidade da EEL sobre a importância do não desperdiço. O PPL iniciou-se em abril/2016
83
e encerrou-se em junho/2017. De acordo com funcionamento do programa, foi contabilizado
que cerca de 6.180,46 kg de alimentos, foram desperdiçados por parte dos frequentadores do
RU da EEL (PPL, 2018).
Segundo o PMGIRS do município de Lorena (SP), a coleta dos resíduos no bairro do
Campinho, ocorre todas as quartas no período noturno. A empresa que realiza o serviço de
coleta no município é a EPPO Saneamento Ambiental e Obras, coleta todos os resíduos
gerados na área I e do RU. Entretanto em contato com os coletores da empresa, os resíduos
do campus são coletados às terças e quintas-feiras. A Figura 30 mostra os resíduos da
área I sendo recolhido pelos coletores da EPPO.
Figura 30 – Coletores da empresa EPPO recolhendo os resíduos gerados na área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos do município de Lorena (SP), assim como da área I da EEL são
destinados ao aterro sanitário do município de Cachoeira Paulista (SP), a Vale Soluções
Ambientais (VSA) (22°39'2.02"S, 45° 3'21.89"O), é a empresa responsável pela operação
do aterro. A Figura 31 mostra a localização do aterro VSA em relação a área I da EEL.
84
Figura 31 - Localização da área I da EEL em relação ao VSA em Cachoeira Paulista (SP).
Fonte: próprio autor, 2018.
De acordo com o cálculo realizado do Google Maps da Figura 32, a distância da
área I da EEL para o VSA de Cachoeira Paulista (SP), é de 9,2 km. De acordo com os
coletores da empresa EPPO, o caminhão de lixo só se desloca para o VSA quando o mesmo
se encontra cheio. A Figura 32 mostra a área do aterro VSA.
Figura 32 - Área do aterro sanitário VSA de Cachoeira Paulista (SP).
Fonte: próprio autor, 2018.
85
O Aterro Sanitário de Cachoeira Paulista (SP) é operado desde 2006 pela empresa
VSA. De acordo com o PMGIRS de Lorena elaborado em 2016, a prefeitura do município
possui contrato firmado com a empresa VSA. O aterro possui Licença de Operação (LO)
nº 41001582 emitida pela CETESB de Aparecida (SP). A área total do VSA é de
500.000 m², incluindo área destinada à reserva legal. Esta unidade tem capacidade de
recebimento de 1.000 t.dia-1 de RSD e industriais Classe II A, entretanto o aterro não opera
no seu limite máximo de trabalho, sendo a quantidade de resíduos recebida da região de
aproximadamente 400 t.dia-1 (LORENA, 2016).
6.3.3.1 Análise gravimétrica As particularidades dos resíduos podem variar em função de aspectos sociais,
econômicos, culturais, geográficos e climáticos, isto é, os mesmos fatores que também
diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades (MONTEIRO, et al., 2001).
Para o gerenciamento dos resíduos acontecer de maneira eficiente, é primordial
realizar a caracterização dos resíduos sólidos urbanos, visto que essa informação permite
estimar a quantidade de material potencialmente reciclável, de matéria com possibilidade de
apodrecer. Além de definir qual material deve ser encaminhado para tratamento ou
disposição final, como também a quantidade de rejeitos que devem, necessariamente, ir para
um aterro sanitário (CALIJURI, CUNHA, 2013).
A gravimetria é um elemento fundamental na composição de um PGRS. A ciência
da quantidade e características dos resíduos gerados auxilia na elaboração das medidas do
plano (SANTOS, 2017)
Com o intuito de caracterizar os resíduos sólidos domiciliares gerados na área I da
EEL-USP, foi realizado a análise gravimétrica dos resíduos produzidos no campus conforme
as diretrizes da NBR 10.007/200414.
A supervisora da empresa de limpeza responsável pela área I da EEL, disponibilizou
2 (dois) funcionários para auxiliar na separação e pesagens dos materiais gerados no campus.
A Figura 33 mostra um funcionário da limpeza da EEL, realizando a separação dos resíduos
gerados pela área I.
14 Amostragem de resíduos sólidos.
86
Figura 33 - Separação dos resíduos gerados pela área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
O montante de resíduos separados e pesados continham resíduos de toda área I da
EEL-USP gerados dos dias 22/06/2018 até o dia da análise 26/06/2018. Visto que a última
coleta realizada pela empresa EPPO Soluções Ambientais e Obras, aconteceu no dia
21/06/2018. Dessa forma, a análise pode caracterizar os resíduos gerados da área I durante
5 (cinco) dias.
As separações e pesagens ocorreram ao lado dos contentores do galpão de limpeza
(Figura 27) e do DEBIQ, após a pesagem, foi realizado uma nova separação e pesagem dos
resíduos armazenados no Abrigo Externo da área I.
Para pesagem foi utilizada uma balança da marca Scale com capacidade máxima de
22 kg e precisão de 125 g, conforme a Figura 34.
87
Figura 34 - Balança utilizada na pesagem.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos foram separados em orgânicos (resto de alimentos, folhas e galhos de
árvores), papel (folhas de caderno, cartolina, etc), plástico (garrafas pet, canudos,
embalagens, etc), papelão, metal (latas de alumínio, papel-alumínio, etc), vidros e rejeito
(madeiras, isopor, bituca de cigarro, resíduos dos banheiros, poeira, cabelo, papel sujo, etc).
Vale ressaltar que o isopor e as bitucas de cigarro, são materiais que podem ser recicláveis,
entretanto os classificou como rejeito, visto que no município não há profissionais ou
empresas que realizam esse processo. A Tabela 14 apresenta o resultado final de pesagem
dos resíduos da área I.
88
Tabela 14 - Massa dos resíduos coletados na gravimetria.
Resíduos Quantidade (kg)
Orgânico 27,00
Papel 28,50
Plástico 34,25
Papelão 14,00
Vidro 12,25
Metal 3,25
Rejeito 123,00
Total 242,25
Fonte: próprio autor, 2018.
Durante os dias de resíduos armazenados dentro da área I da EEL-USP, essa gerou
um total de 242,25 kg de resíduos sólidos. Considerando 200 dias letivos, a EEL geraria
aproximadamente 9.689 kg de resíduos em 1 ano. Vale salientar que, essa estimativa não
considera os resíduos gerados pelo RU e dos resíduos de poda e capina. Levando em
consideração as 2.466 frequentadores da EEL-USP, encontrou-se uma média de
19 g.(pessoa.dia)-1.
Vale ressaltar, que existe a probabilidade de que os moradores locais estejam
depositando seus resíduos no local de armazenamento da EEL (Figura 29). Durante a análise
gravimétrica foi encontrado fraldas, areia descartável para gatos entre outros rejeitos que na
prática a EEL não gera. Além do mais, para melhor precisão da gravimetria, é necessário
realizar mais análises periódicas, para assim se ter uma exatidão dos resíduos gerados pela
área I.
Entretanto, percebe-se que a EEL apresenta uma geração considerável de materiais
recicláveis, os quais infelizmente são descartados como rejeito, sendo sua disposição final o
aterro VSA.
A composição gravimétrica dos resíduos coletados na análise pode ser definida
como: 11% orgânico (27 kg), 12% papel (28,5 kg), 14% plástico
(34,25 kg), 6% papelão (14 kg), 1% metal (3,25 kg), 5% vidro (12,25 kg) e 51% rejeito
(123 kg). A Figura 35 apresenta a composição gravimétrica dos resíduos coletados durante
a semana.
89
Figura 35 - Gráfico da composição gravimétrica dos resíduos gerados na área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Percebe-se pelo gráfico que a porcentagem de resíduos orgânicos se encontra baixo,
isso se deve pelo fato dos resíduos da área I não serem misturados com os resíduos gerados
pelo RU, como já mencionado, caso ocorresse a mistura, essa porcentagem seria maior.
Através da Figura 35 é possível observar que a quantidade dos rejeitos gerados na
área I apresentou um valor bem mais alto do que os outros materiais, isso pode ser atribuído
ao fato de não haver uma separação adequada dos resíduos. Durante a separação foi
encontrado pequenos pedaços de plástico, papel, entre outros misturados com os resíduos
orgânicos, fazendo com que ficasse inviável sua separação e, portanto, foram destinados
como rejeito, sendo que esta classe deveria conter apenas resíduos que deveriam ser
encaminhados para os aterros sanitários, como resíduos de banheiros, terra, poeira e bitucas
de cigarros.
Percebe-se um baixo valor dos outros materiais recicláveis, mas como já
mencionado, essa análise é apenas de um único dia, para maior precisão são necessários mais
dias para ser realizado a coleta, separação e pesagem.
Durante a análise gravimétrica, em um dos contentores da área I, foi encontrado
embalagens de óleo lubrificante, conforme pode ser observado na Figura 36. Vale ressaltar,
conforme o artigo 33 da PNRS, esse tipo de resíduos se enquadra no sistema de logística
reversa, além do mais, óleo lubrificantes são classificados como resíduos perigosos. Assim,
mostra-se necessário que a EEL-USP implante seu PGRS, para realizar melhor
gerenciamento dos seus resíduos.
90
Figura 36 - Embalagens de óleos lubrificantes encontrados em um dos contentores de armazenamento de lixo da área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
6.3.4 Resíduos recicláveis A EEL não faz coleta seletiva, as poucas ações existentes são as quais os funcionários
realizam. Os funcionários fazem a separação de alguns materiais recicláveis, principalmente
papelão.
De acordo com os funcionários, a separação e armazenamento ocorrem no Galpão
do Alcatrão. O principal material reciclável que os funcionários separam é o papelão, como
pode ser observado na Figura 37.
Figura 37 - Papelão separado dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
91
De acordo com os funcionários, um caminhão da Prefeitura do município de
Lorena (SP) vem regularmente recolher esse material, para ser levado a uma cooperativa.
Entretanto os funcionários, não souberam falar mais detalhes sobre o local que é levado o
material.
6.3.5 Resíduos de poda, capina e varrição Os resíduos de poda e capina são gerados de acordo com as atividades realizadas do
setor “Áreas Verdes” da EEL, e destinado às margens do Ribeirão Limeira, também
conhecido como “Ribeirão do Ronco” (22°41'39.94"S; 45°7'4.86"O). A Figura 38, mostra a
localização do Ribeirão em relação à área I.
Figura 38 - Localização do “Ribeirão do Ronco” em relação a área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos gerados das atividades são descartados diretamente no nível do solo,
formando montes irregulares. A Figura 39 mostra um dos locais de descarte dos resíduos de
poda e capina gerados na EEL.
92
Figura 39 - Resíduos de poda e capina no “Ribeirão do Ronco”.
Fonte: próprio autor, 2018.
Em visita a área, existe um portão que impede a entrada de pessoas ao local,
entretanto segundo o chefe do setor, sempre ocorrem atos de vandalismo, fazendo com o
portão em algumas ocasiões fique acessível a qualquer pessoa ou animal. A Figura 40 mostra
o portão de acesso ao “Ribeirão do Ronco”.
Figura 40 - Portão de acesso ao “Ribeirão do Ronco”.
Fonte: próprio autor, 2018.
Resíduos de varrição Os serviços de varrição da área I da EEL, são realizados pelos próprios funcionários
da limpeza. As atividades ocorrem todos os dias e possuem como destino final às margens
do “Ribeirão do Ronco”. Conforme, funcionários desse setor, ocorre uma triagem dos
resíduos de varrição, separando-os em orgânicos (folhas, galhos de árvores), rejeito e
93
reciclável (bituca de cigarro, papel usado, copo descartável). Dessa forma, em teoria, apenas
os resíduos orgânicos são destinados ao “Ribeirão do Ronco”.
Percebe-se que a comunidade da EEL não apresenta certa consciência ambiental,
visto que alguns frequentadores despejam seus resíduos fora das lixeiras, fazendo com que
seja necessário a triagem por parte dos funcionários. Figura 41 mostra dois funcionários da
limpeza executando seus serviços.
Figura 41 - Funcionários da limpeza executando seus serviços.
Fonte: próprio autor, 2018.
Antes de serem descartados às margens do “Ribeirão do Ronco”, os funcionários
armazenam os resíduos em três pontos dentro da área I: área ao lado da ponte que interliga
o “campão”, área atrás do DEBIQ e no terreno vazio atrás do RU. As Figuras 42 e 43
mostram de resíduos de varrição despejada na área perto da ponte e atrás do DEBIQ,
respectivamente.
Figura 42 - Resíduos de varrição localizado ao lado da ponte que interliga o “campão”.
Fonte: próprio autor, 2018.
94
Figura 43 - Resíduos de varrição localizado atrás do DEBIQ.
Fonte: próprio autor, 2018.
6.4 Etapa 4 Como pôde-se ser analisado, muitos dos resíduos gerados na EEL não possuem o
manejo necessário. Assim, esse tópico irá tratar de algumas soluções e estabelecer metas
para a situação atual dos resíduos da USP Lorena.
6.4.1 Programas e ações para coleta seletiva A área I não possui um sistema de coleta seletiva, entretanto como já mencionado,
alguns funcionários separam papelão gerado no campus para que o mesmo seja coletado por
um caminhão da Prefeitura Municipal de Lorena (SP).
Dessa forma, uma sugestão para PUSP-L, seria tornar a área I da EEL um lugar para
receber materiais recicláveis como: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos visando à
reciclagem. Visto que o município de Lorena (SP) não realiza mais coleta seletiva na cidade
e não existe ponto de coleta de recicláveis de fácil acesso para a comunidade da EEL.
Uma possível estratégia, é a implantação de lixeiras demarcadas com cores para cada
resíduo. Por consequência, se tornará mais prático a comercialização desses produtos, visto
que os resíduos recicláveis possuem valor econômico. A Figura 44 mostra um exemplo de
lixeiras com cores diferenciadas para auxiliar na separação dos resíduos.
95
Figura 44 - Lixeiras especiais para separação de resíduos recicláveis.
Fonte: GLOBAL DISTRIBUIDORA, 2018.
Ademais, como a EEL é uma instituição pública do estado de SP, esta não pode realizar
as vendas dos materiais adquiridos. Assim, seria interessante a PUSP-L realizar uma parceria
com alguma cooperativa ou com funcionários da limpeza, a qual já vem acontecendo de maneira
informal.
6.4.1.1 Questionário Avaliativo (QA) Para consolidação da implantação de um sistema de coleta seletiva e educação
ambiental, fez-se um Questionário Avaliativo (QA) online com a comunidade da EEL. Foi
utilizado o Google Forms para elaboração do questionário, esse foi publicado em grupos
informais da EEL no Facebook. O modelo do QA junto com suas respectivas perguntas,
encontram-se no APÊNDICE A.
O questionário ficou disponível para resposta durante 1 semana
(04/06/2018 – 11/06/2018), houve um total de 167 respostas. A Figura 45, mostra as
respostas da pergunta 1 do QA.
Figura 45 – Respostas da pergunta 1 do Questionário Avaliativo (APÊNDICE A).
Fonte: próprio autor, 2018.
96
Como pode ser observado na Figura 46, a maior parte das respostas do QA foi
realizada pelos alunos da graduação, algo já esperado, visto que o meio de divulgação
utilizado foram as redes sociais, meio que é muito utilizado por essa faixa etária. A
Tabela 16 mostra em número de resposta por perfil dos frequentadores da área I da EEL.
Tabela 15 - Quantidade de respostas do QA por perfil.
Perfil Número de respostas
Alunos da graduação 158 Alunos da pós-graduação 8
Docentes da EEL 1
Total 167
Fonte: próprio autor, 2018.
A Figura 46, mostra as respostas em porcentagem da pergunta 2 do QA
(APÊNDICE A).
Figura 46 - Respostas em porcentagem da pergunta 2 do QA (APÊNDICE A).
Fonte: próprio autor, 2018.
Pode-se ser observado que 75 pessoas não separam o lixo em suas casas, porém
92 responderam que realizam a separação. Para as pessoas que responderam que não
separam o lixo, foi questionado o motivo deles não fazerem isso (APÊNDICE A).
Foi possível perceber vários tipos de respostas como:
“Pois na minha república não criamos esse habito e também pelo fato de não termos
um projeto da cidade para nos auxiliar no direcionamento do lixo”
97
“A cidade não possui caminhão de coleta seletiva, logo, mesmo separando os
materiais, no fim, tudo é misturado.”
“falta de coleta seletiva por parte do município”
“Preguiça”
“Pois não há coleta na minha região e não possuo carro para levar para algum centro
de coleta”
“Não sei como fazer”
Como pode ser observado, muito dos frequentadores da EEL residem no município
de Lorena (SP), e infelizmente o município não realiza mais coleta seletiva na área urbana,
fazendo com o que a comunidade não saiba como, quando ou o que fazer com os resíduos
gerados em suas residências.
A Figura 47, apresenta a porcentagem as respostas da pergunta 4 do QA
(APÊNDICE A).
Figura 47 - Respostas em porcentagem da pergunta 4 do QA (APÊNDICE A).
Fonte: próprio autor, 2018.
Apenas 1 pessoa mencionou não saber o significado de uma coleta seletiva,
entretanto 166 respostas foram positivas, ou seja, a comunidade da EEL sabe ou está ciente
sobre os conceitos e importância de existir uma coleta seletiva local.
A Figura 48, representa em porcentagem as respostas da pergunta 5 do QA
(APÊNDICE A).
98
Figura 48 - Respostas em porcentagem da pergunta 5 do QA (APÊNDICE A).
Fonte: próprio autor, 2018.
Percebe-se que 79% (132 pessoas) levariam seus materiais recicláveis para EEL, caso
essa se tornasse um local de coleta seletiva, apenas 35 pessoas responderam “Não”, talvez
pelo fato da EEL ser distante da área urbana, se tornando difícil o transporte dos resíduos
para a área I.
Na Figura 49 observa-se em porcentagem as respostas da pergunta 6 do QA
(APÊNDICE A).
Figura 49 - Respostas em porcentagem da pergunta 6 do QA (APÊNDICE A).
Fonte: próprio autor, 2018.
Das 167 respostas do QA, 150 (89,9%) responderam que “Sim” é necessário ter
palestras sobre educação ambiental e apenas 17 acreditam que “Não” é preciso palestras.
Dessa forma, foi possível observar de acordo com a quantidade de respostas, que a
maioria dos frequentadores da EEL gostariam que o campus fosse mais sustentável, sendo
99
com a implantação de coleta seletiva ou palestras, workshop sobre educação ambiental.
Ademais, as respostas do QA mostram que é necessário a EEL e PUSP-L começarem
a repensar sobre os conceitos de sustentabilidade, planejamento ambiental e gestão..
6.4.2 Ações e programas de educação ambiental Caso a EEL-USP, futuramente venha a se tornar um ponto de coleta seletiva é
necessário que a comunidade da EEL colabore o máximo possível. Assim sendo, a PUSP-L
deve realizar programas de educação ambiental para os funcionários do campus tão como
para os alunos.
O objetivo principal da educação ambiental, é o de promover a mudança de valores,
práticas e atitudes individuais e coletivas para difundir e consolidar as ideias referentes a um
ambiente sustentável. Ademais, também é um dos responsáveis pelo sucesso da coleta
seletiva, pois estimula a compreensão e colaboração das pessoas.
Dentro do corpo docente da EEL, existe professores da área ambiental, com
capacidade e qualificação para realizarem essas palestras, workshops e oficinas com temas
relacionados. Vale salientar que os alunos do curso de Engenharia Ambiental também estão
aptos a realizem palestras de conscientização e educação ambiental. A Tabela 17 mostra
algumas sugestões de palestras a serem realizadas para a comunidade da EEL.
Tabela 16 - Sugestão de temas para palestras na EEL.
Temas
Como separar corretamente seus resíduos Como descartar pilhas e lâmpadas Como descartar eletroeletrônicos
Como descartar resíduos da construção civil Como descartar óleo de cozinha
Fonte: próprio autor, 2018.
6.4.3 Ações preventivas e corretivas Conforme pode-se ser observado na Etapa 3, a EEL apresenta vários problemas em
relação ao manejo e gestão dos seus resíduos. Desta maneira, será proposto ações de
prevenção e correção para as principais falhas apresentados pelo campus.
100
6.4.3.1 Resíduos químicos Em relação aos resíduos químicos percebe-se que estes não possuem um
armazenamento correto e seguro, visto que o acesso ao Galpão é livre. A Tabela 17 mostra
algumas ações de curto e médio prazo referente ao manejo desses resíduos. Para melhor
compreensão:
Curto prazo: em até 2 anos
Médio prazo: 3 e 5 anos
Longo prazo: após de 5 anos
Tabela 17 – Ações preventivas/corretivas para os resíduos químicos gerados na EEL.
Ações preventivas/corretivas
Objetivo Prazo
Criação de um local de armazenamento adequado para os resíduos químicos
Concentrar os resíduos químicos em apenas um lugar, o qual seja impermeável e esteja de acordo
com as Normas Técnicas Brasileiras.
Imediato
Contratação de uma empresa de transporte especializada para transporte dos resíduos
Contratar uma empresa especializada no transporte
de resíduos perigosos.
Imediato
Destinação final dos resíduos químicos
Criação de rótulos de identificação para cada tipo
de resíduos químico
Realização de treinamentos de capacitação dos
funcionários da EEL-USP
Contratar uma empresa ou instituição que realize a correta destinação dos produtos químicos
Criar rótulos padronizados para melhor controle,
nele teria que ter informações básicas: - Nome do Responsável - Tipo de resíduo, etc.
Realizar treinamentos, workshops, palestras para
capacitar todos os funcionários da EEL, em relação ao manejo e gestão dos resíduos químicos.
Imediato
2 anos
2 anos - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018.
De acordo com a PNRS, deve-se evitar sempre que possível a geração de resíduos,
dessa forma se faz necessário que a EEL repense sobre a quantidade de resíduos que tem
gerado.
Alguns trabalhos sugerem mudança nos processos analíticas das instituições de
pesquisa, um exemplo é a substituição de matérias primas ou insumos, caso não seja possível
101
impedir a geração é possível reduzir a quantidade gerada, uma opção é realizar a substituição
do uso de buretas de 20 e 50 mL por técnicas em microescala dentro dos laboratórios de
graduação. Essa modificação consegue gerar resultados semelhantes, exatos e precisos.
Dessa forma, o consumo de reagente é reduzido, o que acarretará em uma menor quantidade
de resíduos gerado (SINGH et al, 2000; NOLASCO, TAVARES, BENDASSOLLI, 2006).
Assim, é possível perceber que as medidas necessárias a serem tomadas pela EEL,
são medidas relativamente simples, porém que necessitam de apoio e verbas para serem
realizadas.
6.4.3.2 Resíduos de Logística Reversa A) Lâmpadas Fluorescentes
Como pode ser observado no item 6.3.2 a EEL não realiza o armazenamento seguro
das lâmpadas por ela gerada. Dessa maneira, a EEL deverá por meio de licitação contratar
alguma empresa especializada para realizar a coleta, transporte, descontaminação e
destinação final para esses resíduos.
A priori, seria interessante a EEL armazenar todas as lâmpadas em caixas de papelão,
as caixas deverão estar devidamente sinalizadas, para evitar acidentes. Com o
armazenamento correto, a EEL poderá esperar até obter um volume fixo para entrar em
contato com alguma empresa especializada.
Segundo MELLUCCI (2017) em São José dos Campos (SP) existe a empresa
Bulbless que realiza o manejo completo de lâmpadas, e essa cobra cerca de R$ 1,15 a unidade
de lâmpada, vale salientar que este valor inclui coleta, transporte, descontaminação e
destinação final.
Bulbless – Reciclagem de Lâmpadas; CNPJ: 13.844.834/0001-25,
São José dos Campos (SP); Telefone: (12) 3322-1111/ (12) 3209-5316.
Dessa maneira, a EEL por meio de licitação deve contratar alguma empresa
especializada para realizar o manejo das lâmpadas por ela gerada.
Vale ressaltar, que conforme o PMGIRS doo município de Lorena, existe um
Ecoponto, o qual está localizado na região central da cidade. Nesse ponto, é possível ser
entregues, pilhas, baterias e lâmpadas. Assim, outra alternativa seria uma parceria entre a
EEL e Prefeitura Municipal de Lorena, de tal forma que a EEL consiga destinar suas
lâmpadas para esse Ecoponto.
102
A Tabela 18, faz um breve resumo de algumas ações preventivas e corretivas, que
possam a vir a contribuir com a melhor gestão das lâmpadas fluorescentes geradas na
EEL-USP.
Tabela 18 - Ações preventivas/corretivas para as lâmpadas fluorescentes geradas dentro da EEL-USP.
Ações preventivas/corretivas
Objetivo Prazo
Criação de um local de armazenamento adequado
para as lâmpadas fluorescentes
Concentrar as lâmpadas fluorescentes em apenas um lugar, o qual estejam todas envolvidas dentro de
caixa de plástico e em cima de um piso impermeável.
Imediato
Contratação de uma empresa
especializada para realizar todo gerenciamento das lâmpadas fluorescentes
Contratar uma empresa especializada em
gerenciamento, para realizar todos os procedimentos adequados de manejo (coleta,
transporte, destinação final adequada) das lâmpadas fluorescentes.
1 ano
Firmação de uma possível parceria entre a EEL-USP
com a Prefeitura Municipal de Lorena
Criação de rótulos de identificação para as
lâmpadas fluorescentes
Realização de treinamentos de capacitação dos
funcionários da EEL-USP
Criar um acordo, através de contrato de cooperação, para que a EEL-USP possa destinar
suas lâmpadas fluorescentes em um dos Ecoponto da cidade.
Criar rótulos de identificação, para alertar as
pessoas que dentro das caixas de papelão, tem lâmpadas fluorescentes.
Realizar treinamentos, workshops, palestras para
capacitar todos os funcionários da EEL, em relação ao manejo e gestão das lâmpadas fluorescentes.
2 anos
2 anos
2 anos - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018.
B) Resíduos Eletroeletrônicos Durante as visitas de campo, foi possível encontrar resíduos eletroeletrônicos dentro
do Galpão do Alcatrão (Figura 20). Conforme, o artigo 33 da PNRS, esses resíduos se
enquadram dentro do sistema de logística reversa, assim devem ser reinseridos novamente
dentro da sua cadeia produtiva.
Dessa forma, a Tabela 19 apresenta algumas ações preventivas e corretivas os
resíduos eletroeletrônicos dentro da EEL-USP.
103
Tabela 19 - Ações preventivas/corretivas para os resíduos eletroeletrônicos geradas dentro da EEL-USP
Ações preventivas/corretivas
Objetivo Prazo
Criação de um local de armazenamento adequado
para os resíduos eletroeletrônicos
Concentrar os resíduos eletroeletrônicos em apenas um lugar, o qual estejam todas envolvidas dentro de
caixa de plástico e em cima de um piso impermeável.
Imediato
Contratação de uma empresa
especializada para realizar todo gerenciamento dos
resíduos eletroeletrônicos
Criação de rótulos de identificação para os
resíduos eletroeletrônicos
Realização de treinamentos de capacitação dos
funcionários da EEL-USP
Contratar uma empresa especializada em
gerenciamento, para realizar todos os procedimentos adequados de manejo (coleta,
transporte, destinação final adequada).
Criar rótulos de identificação, para alertar as pessoas que dentro das caixas de papelão, existe
resíduos eletroeletrônicos.
Realizar treinamentos, workshops, palestras para capacitar todos os funcionários da EEL, em relação ao manejo e gestão dos resíduos eletroeletrônicos
1 ano
2 anos
2 anos - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018
Dentro da EEL-USP, existe uma entidade estudantil, organizada por alunos de
diversos cursos, chamada de Flor de Liz15. Figura 50 mostra os objetivos do Flor de Liz.
Figura 50 - Objetivos da entidade Flor de Lis da EEL-USP.
Fonte: membro atual da Flor de Lis, 2018.
15 Todas informações referentes a entidade, Flor de Lis, foram fornecidas por um dos atuais membros da entidade.
104
A entidade possui um projeto chamado, Projeto Coleta de Eletrônicos, o qual consiste
na coleta de materiais eletrônicos que não estão mais em funcionamento, tais como:
computadores, celulares, entre outros.
No momento atual, esse material é entregue a uma cooperativa localizada no
município de São José dos Campos (SP), que faz a separação dos resíduos de determinados
lixos eletrônicos, essa cooperativa se chama Coopertech (CNPJ:23419584/0001-30).
A Tabela 20, mostra alguns itens que a entidade Flor de Lis, recolhe durante suas campanhas.
Tabela 20 - Itens que o Flor de Lis recolhe durante as suas campanhas.
Itens que a campanha coleta
Baterias Celulares Cabos Fontes Insumo gerais Peças de informática Mouse CD DVD
Cartuchos Computadores Moniteores Nobreaks Televisores Ar condicionado
Eletrônicos domésticos Estabilizadores Teclados Impressoras Plotters Toners
Fonte: FLOR DE LIS, 2018.
Segundo membro da entidade, o Projeto ocorre duas vezes ao ano, uma em cada
semestre. Vale ressaltar, que esse projeto é uma iniciativa livre dos alunos da EEL, não
possuindo nenhuma relação com a PUSP-L.
C) Pilhas e Baterias Para fazer o descarte de pilhas e baterias é necessário, antes de tudo, armazena-las
sem misturá-las com outras categorias de materiais, apenas
embalá-las em plástico resistente para evitar contato com umidade e possíveis vazamentos.
Existe a probabilidade destes resíduos serem armazenados dentro do Galpão do
Alcatrão, já que o lugar se tornou um depósito de resíduos. Entretanto, esses tipos de resíduos
precisam apenas serem armazenados em caixas de papelão, uma vez que dentro da sua
composição existe a presença de metais pesados.
Após o armazenamento correto, é necessário selecionar um ponto de recolhimento
desses resíduos, para que eles possam ser destinados de maneira certa. Como já mencionado,
segundo o PMGIRS de Lorena (SP), o município possui um Ecoponto o qual recebe pilhas
e baterias, sendo uma alternativa viável para a EEL.
105
Assim, a Tabela 21 representa algumas ações preventivas/corretivas que podem
contribuir com a melhor gestão das pilhas e baterias, geradas na EEL-USP.
Tabela 21 - Ações preventivas/corretivas para as pilhas e baterias geradas dentro da EEL-USP.
Ações preventivas/corretivas
Objetivo Prazo
Criação de um local de armazenamento adequado para as pilhas e baterias
Concentrar as pilhas e baterias em apenas um lugar, o qual estejam todas envolvidas dentro de caixa de
plástico e em cima de um piso impermeável.
Imediato
Contratação de uma empresa
especializada para realizar todo gerenciamento das
pilhas e baterias
Contratar uma empresa especializada em
gerenciamento, para realizar todos os procedimentos adequados de manejo (coleta,
transporte, destinação final adequada) das pilhas e baterias
1 ano
Firmação de uma possível parceria entre a EEL-USP
com a Prefeitura Municipal de Lorena
Criação de rótulos de
identificação para as pilhas e baterias
Realização de treinamentos
de capacitação dos funcionários da EEL-USP
Criar um acordo, através de contrato de cooperação, para que a EEL-USP possa destinar suas pilhas e baterias em um dos Ecoponto da
cidade de Lorena.
Criar rótulos de identificação, para alertar as pessoas que dentro das caixas de papelão, existem
pilhas e baterias.
Realizar treinamentos, workshops, palestras para capacitar todos os funcionários da EEL, em relação
ao manejo e gestão das pilhas e baterias.
2 anos
2 anos
2 anos - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018.
6.4.3.3 Resíduos comuns Como já foi apresentado, a coleta, transporte e destinação final dos resíduos comuns
são realizados pelo município de Lorena, sendo sob responsabilidade EEL-USP a segregação
dos resíduos recicláveis.
Conforme o contrato da Superintendência de Assistência Social (SAS), os resíduos
gerados no RU não devem ser descartados juntos com os da EEL. Todavia em conversa com
funcionários do RU, a administração pública de Lorena também é o responsável pelo serviço
de coleta, transporte e destinação final destes resíduos.
De acordo com o PPL, durante o ano de 2016/2017, foi contabilizado cerca de
6.180,46 kg de alimentos, foram desperdiçados por parte dos frequentadores do RU da EEL
(PPL, 2018).
106
Na literatura, existem diversos trabalhos referente a implantação de um biodigestor
para tratamento dos resíduos sólidos gerados por RUs. Esses projetos são de extrema
importância para as Universidades, visto que essas são grandes centros difusores de
conhecimento, além de possuírem grande visibilidade e disposição de recursos para
realização de estudos e pesquisas. É de extrema relevância que esses tipos de instituições,
tomem iniciativas sustentáveis e sirvam de exemplo para todo o país (ROCHA, 2016).
Na implantação de um biodigestor é necessário levar em consideração diversos
fatores, como: definição da melhor tecnologia a ser utilizada, das características do substrato
e quais são os teores de sólidos totais. Também é fundamental saber qual o objetivo do
tratamento, pois, existe a possibilidade de o biogás resultante passar por algum tipo de
tratamento posterior. Além do mais, é necessário saber qual o orçamento para elaboração do
projeto, o local de instalação da planta, dentre outros (ROCHA, 2016).
Para os resíduos alimentares provindos dos RUs, ROCHA (2016) descreve sobre a
realização de uma separação na fonte dos resíduos, assim, só seria destinado para o reator
apenas resíduos orgânicos. Em seu trabalho, a autora sugere o uso de um biodigestor de
digestão úmida e contínua (CSTR), para ser implementado na Universidade Federal de Juiz
de Fora.
Outra proposta interessante e viável, seria o tratamento dos resíduos orgânicos
gerados no RU, através da compostagem. Assim, pode-se considerar que essa técnica,
trata-se de um processo biológico pelo qual os resíduos orgânicos de características
desagradáveis, como odor e contaminação por microrganismos patogênicos, transformam-
se em novos composto. Dessa maneira, é possível esses compostos serem utilizados como
insumos agrícolas de características, apresentando características mais positivas e menos
desagradáveis (FERNANDES; SILVA, 1996).
Por se tratar de um processo biológico, está sujeito a interferências de uma série de
fatores como umidade, nutrientes e aeração devem ser controlados. Todavia, a compostagem
vem sendo amplamente incentivada uma vez que pode ser realizada nos domicílios, escolas,
condomínios e também pela própria administração pública (FERNANDES; SILVA, 1996).
Assim sendo, é interessante a EEL-USP começar a investir em pesquisas e
orçamentos, para futuramente possui um biodigestor ou uma composteira. Vale ressaltar,
que para ser definido a melhor técnica, são necessários mais estudos sobre a quantidade real
de matéria orgânica produzida pela EEL.
A Tabela 22, apresenta algumas ações que a EEL poderá adotar para diminuir a
quantidade matéria orgânica por ela gerado.
107
Tabela 22 - Ações para diminuição da quantidade de matéria orgânica dentro da EEL-USP.
Ações preventivas/corretivas Objetivo Prazo
Continuação das campanhas de conscientização referente ao desperdício gerado no RU.
Continuar com as campanhas de conscientização dentro do RU.
1 ano - contínuo
Continuação do PPL
Continuar com o Programa Prato Limpo, para continuar a mensurar a quantidade de resíduos
orgânicos que estão sendo desperdiçados.
2 anos
Construção de uma composteira simples
Estudo de viabilidade para o melhor tratamento a ser
utilizado
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da
EEL-USP
Realizar projetos acadêmicos para incentivar a construção de uma composteira simples
.
Realizar estudos, através de pesquisas com os próprios alunos do campus, de maneira que o
tratamento seja o mais aplicado para EEL-USP
Realizar treinamentos, workshops, palestras para capacitar todos os funcionários da EEL, em relação ao manejo e operação do possível
tratamento adotado pela EEL-USP
3 anos
5 anos
5 anos - contínuo
Fonte: próprio autor, 2018.
6.4.3.5 Poda, capina e varrição Os resíduos gerados nas operações de poda e capina são predominantes: galhos,
ramos, sementes, frutos, raízes, ou seja, materiais lignocelulósico. De acordo com MEIRA
(2010), os resíduos florestais podem ser aproveitados em forma de: adubo, cama de animais,
carvão e combustíveis, energia elétrica, energia térmica, extração de óleos e resinas, entre
outros.
Conforme já foi mencionado, os resíduos de poda e capina são despejados na beira
do “Ribeirão do Ronco”, todavia, os materiais são colocados praticamente com seus
tamanhos originais. Quanto menor o diâmetro desses resíduos, menor é o seu tempo de
degradação para bioestabilizar o composto orgânico (MEIRA, 2010).
Esse processo pode ser otimizado, se a área I da EEL, adquirir um triturador de
resíduos, equipamento que transforma os resíduos de poda e capina em cavacos e serragens
para compostagem (MEIRA, 2010).
Referente aos resíduos gerados na varrição, estes passam por uma triagem antes de
serem despejados no “Ribeirão do Ronco”, entretanto, existe a possibilidade de pequenos
108
rejeitos irem junto com os resíduos, dependendo do material e origem do resíduo, pode
acontecer a contaminação na área de despejo. A Tabela 23, representa algumas ações
preventivas e corretivas de curto, médio e longo prazo para melhora do manejo dos resíduos
de poda, capina e varrição.
Tabela 23 – Ações preventivas/corretivas para os resíduos de poda, capina e varrição da EEL-USP.
Ações preventivas/corretivas Objetivo Prazo
Realização de palestras de conscientização dos alunos da
EEL-USP
Realização de pesquisas para a reutilização desses resíduos através de outras técnicas
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da
EEL-USP
Construção de uma composteira simples
Realizar o orçamento para obtenção de um triturador,
desses tipos de resíduos
Realizar palestras e workshop sobre a importância do descarte correto dos resíduos
dentro da universidade e na sociedade.
Realizar estudos, através de pesquisas com os próprios alunos do campus, para criação de possíveis técnicas alternativas que venham a
reutilizar esses tipos de resíduos.
Realizar treinamentos, workshops, palestras para capacitar todos os funcionários da EEL,
em relação ao manejo e operação dos resíduos de varrição, poda e capina
Realizar projetos acadêmicos para incentivar a
construção de uma composteira simples
Realizar um orçamento para averiguar o quão oneroso é a obtenção de um triturador
1 ano - contínuo
2 anos - contínuo
3 anos
3 anos
5 anos
Fonte: próprio autor, 2018.
6.4.4 Metas A PUSP-L é responsável pela gestão dos resíduos sólidos gerados campus. Assim é
necessário que os membros desse setor, comecem a trabalhar em medidas de correção
referente a maneira atual que está sendo feito o gerenciamento. Além de sugestões de metas,
prazos para serem executados por parte da PUSP-L.
A Tabela 24, defini algumas metas simplificadas para serem executadas por parte da
PUSP-L.
109
Tabela 24 – Definição de metas, objetivos e prazos para PUSP-L. Meta Objetivo Prazo
Contratação de uma empresa especializadas para realizar o gerenciamento dos resíduos
químicos e de logística reversa
Aprimoramento da forma de acondicionamento de cada
tipo de resíduo
Elaboração do PGRS
Criação de um local para armazenamento adequado, no qual possa ser colocado todos os resíduos gerados
dentro da EEL-USP
Criação de uma comissão de Resíduos monitorar/revisar o
PGRS da EEL-USP
Contratar uma empresa especializada em gerenciamento, para realizar todos os procedimentos adequados de manejo (coleta, transporte, destinação final adequada), dos resíduos químicos e de logística
reversa.
Aprimorar as orientações internas referentes ao acondicionamento de cada tipo de resíduo conforme a legislação vigente. Trocar os recipientes antigos ou
danificados por novos
Elaborar o PGRS oficial para a EEL-USP, para que a mesma se enquadre às legislações ambientais e as
diretrizes USP
Manter a segurança dos frequentadores do campus, além de evitar possíveis contaminações no meio
ambiente. Além, de facilitar o controle e gestão dos resíduos por elas gerados.
Viabilizar a melhoria do gerenciamento tão como a fiscalização do manejo dos resíduos gerados no
estabelecimento. Promovendo a centralização das informações, além
de controle sobre a situação dos resíduos.
Imediato
Imediato
1 ano
2 anos
3 anos
Desenvolvimento de uma ferramenta de controle e
monitoramento dos resíduos
Criação de indicadores de avaliação de desempenho
Implantação de um programa contínuo de capacitação, comunicação e educação
ambiental
Criar uma plataforma que permita o controle e monitoramento qualitativo e quantitativo dos resíduos gerados de forma a contribuir para a
otimização das etapas operacionais do gerenciamento dos mesmos.
Monitorar continuamente a implementação do PGRS
bem como a avaliação referente as metas estabelecidas para verificar as melhorias ou a
necessidade de ações corretivas
Conscientizar e sensibilizar todos os frequentadores em relação aos problemas associados à geração e ao
incorreto manejo de resíduos. Definir os procedimentos corretos para um bom gerenciamento
e minimização dos resíduos.
5 anos
5 anos
5 anos – contínua
Fonte: Adaptado de EACH, 2017; próprio autor, 2018.
110
No PGRS da EACH-USP, cita-se duas empresas responsáveis pela disposição final
dos seus resíduos químicos do campus (EACH, 2017):
Clariant S.A - Unidade de Incineração de Resíduos; CNPJ: 31.452.113.0013-95,
Suzano (SP); Telefone: (11) 4745-8648;
Servantis S.A; CNPJ: 31.452.113.0013-95, Resende (RJ); Telefone:
(24) 3358-1054.
Em contato com a empresa Servantis S.A, obteve a informação de que ela está falida,
ou seja, não está mais operando ou oferecendo serviço. Dessa forma, é interessante a
PUSP-L entrar em contato com outras empresas para averiguar qual oferece o melhor custo
benefício, para executar os serviços de disposição final.
111
7. Conclusão Com este trabalho foi possível realizar um levantamento de informações referente
aos resíduos sólidos gerados na área I, algo pioneiro, visto que a EEL-USP não possui dados
relacionado a sua geração. Os dados poderão contribuir com futuras pesquisas acadêmica,
como também uma possível implantação do PGRS por parte da PUSP-L.
A partir da análise gravimétrica executada na área I, percebeu-se que a EEL gera
materiais recicláveis em grande quantidade, todavia, por não haver iniciativas sustentáveis,
todo esse material de valor agregado, é enviado para o aterro sanitário em Cachoeira Paulista.
Assim, observa-se que o campus de Lorena não está conforme as diretrizes prescritas nas
legislações ambientais e nas próprias diretrizes da USP.
Com os dados obtidos, constatou-se que a EEL-USP armazena muitos resíduos
perigosos em sua área, podendo causar possíveis contaminação no solo, além de colocar toda
comunidade do campus em uma situação de risco, visto que os resíduos não seguem as
normas brasileiras de segurança.
Além dos problemas de gerenciamento dos resíduos sólidos, percebe-se que é
necessário a atenção da PUSP-L sob a parte sanitária área I, visto que a mesma apresenta
possíveis problemas com as legislações vigentes.
Dessa forma, a EEL-USP precisa realizar um planejamento estratégico, para
conseguir realizar uma melhor gestão dos seus resíduos gerados. Todavia, para ser alcançado
os objetivos deste trabalho, é necessário a existência da colaboração e parcerias com toda
comunidade da área I.
Por mais, o trabalho também sugere algumas medidas corretivas, preventivas e outras
ações, para auxiliar no gerenciamento dos resíduos gerados pela EEL. No Apêndice B,
apresenta um modelo simples de um possível PGRS para EEL-USP.
112
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Questionário avaliativo.
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Fonte: próprio autor, 2018.
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APÊNDICE B – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo” -
Lorena/ SP Apresentação As informações apresentadas neste Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólido (PGRS) foram elaboradas a partir das informações coletadas e experiências vividas pela graduanda de Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de Lorena (EEL-USP), Carolina Alves Marques, durante a realização do seu trabalho de conclusão de curso (TCC), intitulado “Proposta para Elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para Escola de Engenharia De Lorena -Universidade De São Paulo”, sob orientação da Profª Dra. Érica Leonor Romão, docente do Departamento de Ciências Básicas e Ambientais da EEL-USP. Vale ressaltar, que apenas profissionais habilitados podem ser responsáveis legais pela elaboração de um PGRS. Dessa forma, o conteúdo deste documento não apresenta poder legal, servindo apenas para caráter informativo e sugestivo. 1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO A EEL-USP está localizada na área rural do município de Lorena (SP), no bairro do Campinho. A EEL-USP nasceu da transferência das atividades acadêmicas, de ensino e pesquisa da antiga Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil), no ano de 2006. A unidade é mais recente dos campi da USP. Esta unidade atua em áreas de pesquisas estratégicas para o desenvolvimento nacional, buscando novos produtos e tecnologia, de modo que impulsione o progresso cientifico do país, sua atuação é maior nos campos da: Biotecnologia Industrial, Metais Refratário, Engenharia Química e Química Fina. Atualmente, a EEL possui seis cursos de Graduação, todos na área de exatas e engenharia: Química, Bioquímica, de Materiais, Ambiental, Física e de Produção. As disciplinas especificas das Engenharias, de Materiais e Física, são lecionadas da área II, enquanto a dos outros cursos na área I. A EEL também apresenta programas de pós-graduação em: mestrado e doutorado em Engenharia de Materiais, mestrado e doutorado em Biotecnologia Industrial, mestrado em Engenharia Química e mestrado profissional em Projetos Educacionais de Ciências. Atualmente, no ano de 2018, a área I da EEL é frequentada por 2.141 alunos da graduação, aproximadamente 90 alunos de pós-graduação, 161 alunos do COTEL e 272 funcionários. Assim a área I é frequentada por cerca de 2.664 pessoas.
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2 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Para o gerenciamento dos resíduos acontecer de maneira eficiente, é primordial realizar a caracterização dos resíduos sólidos urbanos, visto que essa informação permite estimar a quantidade de material potencialmente reciclável, de matéria com possibilidade de apodrecer. Além de definir qual material deve ser encaminhado para tratamento ou disposição final, como também a quantidade de rejeitos que devem, necessariamente, ir para um aterro sanitário. A gravimetria é um elemento fundamental na composição de um PGRS. Antes do início da coleta e pesagem dos resíduos gerados na área I da EEL, realizou-se uma reunião com a responsável do setor de limpeza do campus, para apresentar os procedimentos e sua importância para a EEL como um todo. 2.1 Resíduos sólidos domiciliares (comuns) Os serviços de limpeza da EEL, é realizado pela empresa terceirizada Shami. Atualmente a EEL apresenta algumas lixeiras dispostas em seu campus, estas não possuem uma padronização. Dentro das mesmas, são despejados diversos tipos de resíduos, visto que a área I não trabalha com sistema de coleta seletiva e educação ambiental. As Figuras 1 e 2 mostram algumas das lixeiras utilizadas dentro da área I da EEL-USP.
Figura 1 – Lixeira para resíduos recicláveis e orgânicos.
Fonte: próprio autor, 2018.
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Figura 2 – Lixeiras comuns dispostas na área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos coletados das diversas lixeiras da área I da EEL são acondicionados em sacos maiores, sem separação, e armazenados temporariamente em 4 (quatro) contentores, 2 (dois) em frente ao galpão dos funcionários de limpeza e mais 2 (dois) ao lado do Departamento de Biotecnologia (DEBIQ). A Figura 3 apresenta os contentores em frente ao galpão dos funcionários do serviço de limpeza.
Figura 3 - Contentores de resíduos da área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018
O lixo fica armazenado neste local até ser coletado por um trator do campus. O transporte acontece duas vezes na semana, terça e sexta, no período da manhã e é levado ao Abrigo Externo localizada na área externa do campus. A Figura 4 representa o local do Abrigo Externo da área I.
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Figura 4 - Abrigo externo de resíduos da área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Percebe-se que a área de armazenamento externo de resíduos da área I, não se apresenta em bom estado, sendo necessário uma possível manutenção do local. Vale salientar, que a EEL-USP possui um restaurante universitário (RU), o qual gera grande quantidade de resíduos orgânicos (resto de comida e alimentos). O RU oferece almoço e jantar de segunda à sexta. Os resíduos gerados pelo RU são armazenados e separados dos resíduos gerados pela área I. O RU separa seus resíduos em: Orgânicos e Descartáveis. As Figuras 5 e 6 demonstram os contentores para resíduos orgânicos e descartáveis.
Figura 5 - Contentor do RU para resíduos descartáveis.
Fonte: próprio autor, 2018.
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Figura 6 - Contentor do RU para resíduos orgânicos.
Fonte: próprio autor, 2018.
O recolhimento de todos os resíduos, tanto da área I como do RU, é realizado pela equipe de limpeza pública do munícipio de Lorena (SP), EPPO Saneamento Ambiental e Obras. A coleta dos resíduos no bairro do Campinho, conforme o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), ocorre todas as quartas no período noturno. Entretanto em contato com os funcionários da empresa, os resíduos do campus são coletados às terças e quintas-feiras. A Figura 7 mostra os resíduos da área I sendo recolhido pelos coletores da empresa responsável pela coleta.
Figura 7 – Coletores da empresa EPPO recolhendo os resíduos gerados na área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos do município de Lorena (SP), assim como da área I da EEL são destinados ao aterro sanitário do município de Cachoeira Paulista (SP), a Vale Soluções Ambientais (VSA) (22°39'2.02"S, 45° 3'21.89"O), é a empresa responsável pela operação do aterro.
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2.1.2 Coleta, separação e pesagem dos resíduos sólidos O montante de resíduos separados e pesados continham resíduos de toda área I da EEL-USP gerados dos dias 22/06/2018 até o dia da análise 26/06/2018. Visto que a última coleta realizada pela empresa EPPO Soluções Ambientais e Obras, aconteceu no dia 21/06/2018. Dessa forma, a análise pode caracterizar os resíduos gerados da área I durante 5 (cinco) dias. As separações e pesagens ocorreram ao lado dos contentores do galpão de limpeza e do DEBIQ, após a pesagem, foi realizado uma nova separação e pesagem dos resíduos armazenados no Abrigo Externo da área I. Os resíduos foram separados em orgânicos, papel, plástico, papelão, metal, vidros e rejeito e assim pesados. A Tabela 1 apresenta o resultado final da pesagem dos resíduos.
Tabela 1 - Massa dos resíduos coletados na gravimetria.
Resíduos Quantidade (kg)
Orgânico 27,00
Papel 28,50
Plástico 34,25
Papelão 14,00
Vidro 12,25
Metal 3,25
Rejeito 123,00
Total 242,25
Fonte: próprio autor, 2018.
Durante os dias de resíduos armazenados dentro da área I da EEL-USP, essa gerou um total de 242,25 kg de resíduos sólidos. Considerando 200 dias letivos, a EEL geraria aproximadamente 9.689 kg de resíduos em 1 ano. Vale salientar, que essa estimativa não considera os resíduos gerados pelo RU e dos resíduos de poda e capina. Levando em consideração as 2.466 pessoas da EEL-USP, encontrou-se uma média de 19 g.(pessoa.dia)-1. Vale ressaltar, que existe a probabilidade de que os moradores locais estejam depositando seus resíduos no local de armazenamento da EEL (Figura 29). Durante a análise gravimétrica foi encontrado fraldas, areia descartável para gatos entre outros rejeitos que na prática a EEL não gera. Além do mais, para melhor precisão da gravimetria, é necessário realizar mais análises periódicas, para assim se ter uma exatidão dos resíduos gerados pela área I. Todavia, percebe-se que a EEL apresenta uma geração considerável de materiais recicláveis, os quais infelizmente são descartados como rejeito, sendo sua disposição final o aterro VSA.
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A composição gravimétrica dos resíduos coletados na análise pode ser definida como: 11% orgânico (27 kg), 12% papel (28,5 kg), 14% plástico (34,25 kg), 6% papelão (14 kg), 1% metal (3,25 kg), 5% vidro (12,25 kg) e 51% rejeito (123 kg). A Figura 8 apresenta a da composição gravimétrica dos resíduos coletados durante a semana.
Figura 8 - Gráfico da composição gravimétrica dos resíduos gerados na área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Percebe-se pelo gráfico que a porcentagem de resíduos orgânicos se encontra baixo, isso se deve pelo fato dos resíduos da área I não serem misturados com os resíduos gerados pelo RU, como já mencionado, caso ocorresse a mistura, essa porcentagem seria maior. Através da Figura 8 é possível observar que a quantidade dos rejeitos gerados na área I apresentou um valor bem mais alto do que os outros materiais, isso pode ser atribuído ao fato de não haver uma separação adequada dos resíduos. Durante a separação foi encontrado pequenos pedaços de plástico, papel, entre outros misturados com os resíduos orgânicos, fazendo com que ficasse inviável sua separação e, portanto, foram destinados como rejeito, sendo que esta classe deveria conter apenas resíduos que deveriam ser encaminhados para os aterros sanitários, como resíduos de banheiros, terra, poeira e bitucas de cigarros. Percebe-se um baixo valor dos outros materiais recicláveis, mas como já mencionado, essa análise é apenas de um único dia, para maior precisão são necessários mais dias para ser realizado a coleta, separação e pesagem. Durante a análise gravimétrica, em um dos contentores da área I, foram encontradas embalagens de óleo lubrificante, conforme pode ser observado na Figura 9. Vale ressaltar, que conforme o artigo 33 da PNRS, esse tipo de resíduos se enquadra no sistema de logística reversa, além do mais, óleo lubrificantes são classificados como resíduos perigosos. Assim,
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mostra-se necessário que a EEL-USP implante seu PGRS, para realizar melhor gerenciamento dos seus resíduos. Figura 9 - Embalagens de óleos lubrificantes encontrados em um dos contentores de armazenamento de lixo
da área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
2.1.3 Resíduos de Poda, Capina e Varrição (comuns) Os resíduos de poda e capina são gerados de acordo com as atividades realizadas do setor “Áreas Verdes” da EEL, e destinados às margens Ribeirão Limeira, também conhecido como “Ribeirão do Ronco” (22°41'39.94"S; 45° 7'4.86"O). A Figura 10, mostra a localização do Ribeirão em relação à área I.
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Figura 10 - Embalagens de óleos lubrificantes encontrados em um dos contentores de armazenamento de lixo
da área I da EEL.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os resíduos gerados das atividades são descartados diretamente no nível do solo, formando montes irregulares. Existe um portão que impede a entrada de pessoas ao local, entretanto segundo o chefe do setor, sempre ocorrem atos de vandalismo, fazendo com o portão em algumas ocasiões fique acessível a qualquer pessoa ou animal. A Figura 11 mostra o portão de acesso ao “Ribeirão do Ronco”.
Figura 11 - Portão de acesso ao “Ribeirão do Ronco”.
Fonte: próprio autor, 2018.
Os serviços de varrição da área I da EEL, são realizados pelos próprios funcionários da limpeza. As atividades ocorrem todos os dias e possuem como destino final às margens do “Ribeirão do Ronco”. Conforme, funcionários desse setor, ocorre uma triagem dos resíduos de varrição, separando-os em orgânicos (folhas, galhos de árvores), rejeito e reciclável
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(bituca de cigarro, papel usado, copo descartável). Dessa forma, em teoria, apenas os resíduos orgânicos são destinados ao “Ribeirão do Ronco”. Percebe-se que a comunidade da EEL não apresenta certa consciência ambiental, visto que alguns frequentadores despejam seus resíduos fora das lixeiras, fazendo com que seja necessário a triagem por parte dos funcionários. Figura 12 mostra dois funcionários da limpeza executando seus serviços.
Figura 12 - Funcionários da limpeza executando seus serviços.
Fonte: próprio autor, 2018.
Vale salientar, que os funcionários armazenam os resíduos de varrição em três pontos dentro da área I: área ao lado da ponte que interliga o “campão”, área atrás do DEBIQ e no terreno vazio atrás do RU. As Figuras 13 e 14 mostram de resíduos de varrição despejada na área perto da ponte e do atrás do DEBIQ, respectivamente.
Figura 13 - Resíduos de varrição localizado ao lado da ponte que interliga o “campão”.
Fonte: próprio autor, 2018.
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Figura 14 - Resíduos de varrição localizado atrás do DEBIQ.
Fonte: próprio autor, 2018.
2.1.4 Resíduos Recicláveis A EEL não faz coleta seletiva, as poucas ações existentes são as quais os funcionários realizam. Os funcionários fazem a separação de alguns materiais recicláveis, principalmente papelão. De acordo com os funcionários, a separação e armazenamento ocorrem no Galpão do Alcatrão. O principal material reciclável que os funcionários separam é o papelão, como pode ser observado na Figura 15.
Figura 15 - Papelão separado dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
De acordo com os funcionários, um caminhão da Prefeitura do município de Lorena (SP) vem regularmente recolher esse material, para ser levado a uma cooperativa.
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Entretanto os funcionários, não souberam falar mais detalhes sobre o local que é levado o material.
2.1.5 Resíduos Químicos Os resíduos químicos da EEL são gerados nos laboratórios da graduação e pós-graduação. Esses resíduos são classificados em orgânicos e inorgânicos. Não existe um lugar específico para armazenar os resíduos, tão pouco como uma padronização para seu acondicionamento, sendo que muitos não estão identificados. A EEL no momento não possui um lugar para realizar o armazenamento dos seus resíduos químicos de forma adequada. Nos laboratórios de pesquisas esses resíduos são colocados em bombonas azuis (Figura 16), e após estar cheio são levadas ao Galpão do Alcatrão. A Figura 18 mostra a entrada do local de armazenamento dos resíduos químicos.
Figura 16 - Entrada do Galpão do Alcatrão da área I da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
Dentro do Galpão os resíduos químicos estão armazenados em bombonas azuis, todas empilhadas em um espaço com grade, esse possui cadeado o qual impede o acesso ao local. A Figura 17 mostra o modo de armazenamento desses resíduos.
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Figura 17 - Bombonas preenchidas com resíduos químicos dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Além do armazenamento dos resíduos químico, dentro do Galpão foi possível encontrar outros tipos de resíduos: logística reversa (lâmpadas, eletroeletrônicos) e matérias recicláveis (papelão). As Figuras 18 e 19 mostram alguns dos resíduos encontrados dentro desse local.
Figura 18 - Resíduos eletrônicos encontrados dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
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Figura 19 - Material reciclável (papelão) encontrado dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Segundo o antigo representante da extinta Comissão de Resíduos da EEL-USP, é gerado aproximadamente 3.500 kg por ano de resíduos químicos. Antigamente os resíduos químicos gerados pela área I eram transportados para a empresa Basf S/A, localizada no município de Guaratinguetá (SP) para serem incinerados, após o fechamento dos seus incinerados, a EEL realiza apenas o armazenamento desses resíduos, ainda de modo inadequado. Ademais, a EEL não apresenta nenhuma opção de disposição final ambientalmente correta para seus resíduos. 2.1.6 Resíduos de Logística Reversa Lâmpadas fluorescentes A área I gera cerca 110 lâmpadas fluorescentes por mês, no Galpão do Alcatrão é possível encontrar as lâmpadas inservíveis com vapor de mercúrio. Essas lâmpadas, conforme a Figura 20 não estão armazenadas de maneira adequada, estando exposta a todos que frequentam o lugar, visto que o Galpão é um local que fica aberto no período de aula, sendo de fácil acesso aos alunos.
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Figura 20 - Descarte inadequada de lâmpadas fluorescentes dentro do Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Esse tipo de resíduos é muito frágil, quebrando com maior frequência, vale ressaltar que o vapor de mercúrio se dispersa de maneira rápida, podendo contaminar o ambiente e as pessoas que nele estão presentes no momento de sua quebra. É possível perceber uma grande quantia dessas lâmpadas dentro do Galpão, aumentando o risco de quebra e poluição ambiental, visto que a área é permeável. A EEL também não apresenta uma destinação final correta para esses resíduos. Resíduos Eletroeletrônicos Conforme a Figura 21 é possível averiguar a presença de resíduos eletroeletrônicos com outros tipos de resíduos misturados dentro do Galpão do Alcatrão, é válido salientar que esses resíduos fazem parte do sistema de logística reversa. A Figura 24 mostra um tubo de televisão armazenado também dentro do Galpão.
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Figura 21 - Tubo de televisão armazenado no Galpão do Alcatrão.
Fonte: próprio autor, 2018.
Pilhas e baterias Foi encontrado resíduos de pilhas e baterias dentro do Galpão do Alcatrão, contudo, em visita ao local não foi encontrado esses tipos de resíduos. É possível também que há pilhas e baterias inservíveis em outros locais da área I, os departamentos e áreas administrativas são alguns desses espaços. Vale ressaltar que esses resíduos se encontram na mesma situação das lâmpadas fluorescentes, ou seja, o campus não apresenta um descarte correto para as pilhas e baterias geradas ou para qualquer outro resíduo eletrônico. 2.1.8 Lodo proveniente da Estação de Tratamento de Efluente (ETE)
A área I da EEL-USP apresenta uma ETE para tratamento dos seus efluentes, todavia a ETE não apresenta licença de instalação (LI) e operação (LO), as mesmas são autorizadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). A Figura 22 mostra a ETE em funcionamento da EEL-USP.
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Figura 22 - ETE da EEL-USP.
Fonte: MARQUES, 2016.
Além disso, a ETE tem capacidade de tratar o volume de efluente gerado por aproximadamente 2500 alunos, entretanto de acordo com a quantidade de frequentadores atual da EEL, a ETE está operando acima do seu volume de projeto. Isso pode gerar problemas referente a qualidade do efluente tratado. O efluente tratado da ETE EEL-USP é lançado no Ribeirão do Limeira, ele é um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul. Através do Decreto Federal nº 8468/197617, o Rio Paraíba do Sul é classificado como rio classe 2. O lodo gerado da ETE da EEL é depositado diretamente no solo. De acordo com o artigo 20 da Resolução CONAMA nº 375/200618, essa destinação é ambientalmente inadequada. A Figura 23 mostra o leito de secagem do lodo gerado pela ETE da EEL.
Figura 23 - Leito de secagem do lodo gerado pela ETE da EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
17 Regulamento da Lei nº 997, de 31 de maio de 1976, que dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente 18 Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências.
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Caso o gerador necessite armazenar o lodo gerado temporariamente no local do seu empreendimento, esse deverá ser armazenado em local coberto para impedir que ocorra encharcamento e diminuição do odor causado. O local de armazenamento deve possuir piso impermeabilizado, de maneira que evite a infiltração do lodo, além de estruturas que realizem a coleta de chorume e de águas pluviais
3 IDENTIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES EM CASO DE GERENCIAMENTO INCORRETO OU ACIDENTES
Durante o período de desenvolvimento deste projeto, foram observadas técnicas que não estão de acordo com a legislação, como por exemplo o armazenamento, destinação e disposição dos resíduos químicos, de logística reversa e do lodo proveniente da ETE. Entretanto, os resíduos domiciliares e resíduos de varrição, poda e capina, possuem seu gerenciamento mais adequado, contudo, existem várias inconformidades no processo, como o descarte de resíduos fora das lixeiras, a utilização incorreta das lixeiras da coleta seletiva, falta de separação dos resíduos, inexistência de trabalhos de conscientização e de conteúdo voltado para a educação ambiental. Para a resolução dessas divergências citadas acima foram elaboradas algumas metas e mecanismo, os quais serão citados nos itens 4 e 5 deste PGRS.
4 METAS As metas foram definidas para um período de 10 anos, de maneira que seja alcançado objetivo final do plano, tornar a EEL-USP, um ambiente sustentável e que se enquadre legalmente as legislações ambientais e diretrizes USP. Para melhor visualização, foi estimado que:
Curto prazo: em até 2 anos;
Médio prazo: 3 e 5 anos;
Longo prazo: após de 5 anos.
Dessa maneira foram determinadas metas a serem atingidas, em curto, médio e longo prazo, com períodos de 2 e 3 anos, respectivamente conforme a Tabela 2.
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Tabela 2 – Cronograma de metas para serem aplicados para EEL-USP.
Fonte: próprio autor, 2018.
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5 PROCEDIMENTOS RELACIONADOS À MINIMIZAÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS As soluções e propostas apresentadas neste plano, baseiam-se em ações de curto, médio e longo prazo, focadas em auxiliar a EEL-USP e PUSP-L em uma melhor gestão dos seus resíduos. A educação ambiental será uma das ferramentas para aprimoramento da gestão e gerenciamento. Todas as medidas foram idealizadas a partir do objetivo final estipulado a longo prazo, ou seja, transformar a área I da EEL, um lugar sustentável e que esteja de acordo com as legislações ambientais. As ações foram determinadas conforme as informações obtidas durante a elaboração deste plano. Para início, estipulou-se medidas de curto prazo, a fim de corrigir alguns problemas apresentados, principalmente no armazenamento e destinação dos resíduos gerados na área I. Posteriormente foi estipulado medidas de médio prazo, as quais vão contribuir para mudança de hábitos e costumes dos frequentadores da área I, visto que será trabalhado temas de educação ambiental. Finalizando, as ações de longo prazo, focam no incentivo por parte da EEL-USP, em pesquisa acadêmica para possíveis reutilizações dos resíduos gerados na EEL. Dessa forma, a Tabela 3 apresenta o cronograma com todas as ações propostas para melhoria da gestão de todos os resíduos gerados na área I da EEL-USP.
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Tabela 3 - Cronograma de ações.
AÇÕES PRAZO
CURTO MÉDIO LONGO
RESÍDUOS QUÍMICOS
Criação de um local de armazenamento adequado para os resíduos químicos X
Contratação de uma empresa de transporte especializada para transporte dos resíduos
X
Destinação final dos resíduos químicos
Criação de rótulos de identificação para cada tipo de resíduos químico
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
X
X
X
X
X
LÂMPADAS FLUORESCENTES
Criação de um local de armazenamento adequado para as lâmpadas fluorescentes
X
Contratação de uma empresa especializada para realizar todo gerenciamento das lâmpadas fluorescentes
X
Firmação de uma possível parceria entre a EEL-USP com a Prefeitura Municipal de Lorena
Criação de rótulos de identificação para as lâmpadas fluorescentes
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
X
X
X
X
X Continua
144
Continuação...
AÇÕES PRAZO
CURTO MÉDIO LONGO
RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS Criação de um local de armazenamento adequado para os resíduos eletroeletrônicos
X
Contratação de uma empresa especializada para realizar todo gerenciamento dos resíduos eletroeletrônicos
Criação de rótulos de identificação para os resíduos eletroeletrônicos
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
X
X
X
X
X
PILHAS E BATERIAS
Criação de um local de armazenamento adequado para as pilhas e baterias
X
Contratação de uma empresa especializada para realizar todo gerenciamento das pilhas e baterias
X
Firmação de uma possível parceria entre a EEL-USP com a Prefeitura Municipal de Lorena
Criação de rótulos de identificação para as pilhas e baterias
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
X
X
X
X
X
LODO GERADO NA ETE EEL-USP
Encerramento das atividades de disposição no solo
Construção de um local de armazenamento de piso impermeabilizado
Contração de uma empresa especializada para realizar a coleta o tratamento do lodo gerado
Financiamento de pesquisas para aplicação do lodo gerado pela ETE
X
X
X
X
X
X
X
X
X Continua
145
Continuação...
AÇÕES PRAZO
CURTO MÉDIO LONGO
RESÍDUOS COMUNS
Continuação das campanhas de conscientização referente ao desperdício gerado no RU. X
Continuação do PPL
X
Construção de uma composteira simples
Estudo de viabilidade para o melhor tratamento a ser utilizado
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
X
X
X
X
PODA, CAPINA E VARRIÇÃO
Realização de palestras de conscientização dos alunos da EEL-USP
Realização de pesquisas para a reutilização desses resíduos através de outras técnicas
Realização de treinamentos de capacitação dos funcionários da EEL-USP
Construção de uma composteira simples
Realizar o orçamento para obtenção de um triturador, desses tipos de resíduos
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fonte: próprio autor, 2018.
146
6. PERIODICIDADE DA REVISÃO O plano deve ser revisado anualmente pelos envolvidos no projeto. Como já proposto, os membros da possível comissão de resíduos, serão responsáveis pela revisão. Esse método será avaliado através de indicadores de resultados, cumprimento das metas e efetividade das ações. Caso seja apresentado, alguma irregularidade, é necessário rever as ações e propostas do plano, de maneira que o mesmo sempre esteja de acordo com a situação atual do local.