proposta para avaliação do projeto uca

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROJETO UM COMPUTADOR POR ALUNO - UCA PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DO PROJETO UCA Equipe Elaboradora Pedro Andrade SEED/MEC Bartholomeu Tôrres Trócolli UnB Cláudio de Albuquerque Marques - UFC Isabel Franchi Cappelletti - PUC/SP Ronaldo Pilatti UnB Wagner Bandeira Andriola - UFC Brasília, 29 de agosto de 2008

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Documento inicial com a proposta para avaliação do Projeto Um Computador por Aluno (UCA).

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Page 1: Proposta para avaliação do Projeto UCA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PROJETO UM COMPUTADOR POR ALUNO - UCA

PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DO PROJETO UCA

Equipe Elaboradora

Pedro Andrade – SEED/MEC

Bartholomeu Tôrres Trócolli – UnB

Cláudio de Albuquerque Marques - UFC

Isabel Franchi Cappelletti - PUC/SP

Ronaldo Pilatti – UnB

Wagner Bandeira Andriola - UFC

Brasília, 29 de agosto de 2008

Page 2: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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1. Eixos estruturantes do Projeto UCA

Em um mundo cada vez mais globalizado e interdependente, é fundamental que

nossas crianças e adolescentes sejam inseridos na dimensão tecnológica, para agirem

como cidadãos integrados e produtivos na sociedade do conhecimento.

As tecnologias digitais vêm revolucionando a vida das pessoas, a relação

interpessoal e a cultura. A comunicação ocorre entre as pessoas de todos os cantos do

mundo, aumentando a circulação de idéias e conhecimentos com o acesso a bases de

dados centrados na Internet. A expansão das redes é um novo e poderoso meio de

alcance da inteligência coletiva, proporcionando condições de avanços para a educação

brasileira.

A escola pública em nosso país representa a entrada de seus alunos ao

conhecimento sistematizado para a sociedade das redes e acesso à informação com as

bases de dados disponibilizadas na rede mundial que, deveriam estar ao alcance de

todos os cidadãos.

De acordo com o Censo Escolar (INEP, 2006) 86% de estudantes estão

matriculados nas escolas públicas, que em números correspondem, aproximadamente, a

48,5 milhões de estudantes, distribuídos em 82,6% das em escolas públicas localizadas

em áreas urbanas e rurais. Ou seja, existem 168,4 mil escolas públicas abstraídas de um

total de 203,9 mil estabelecimentos educacionais (educação básica) em todo país.

Ao examinar o mesmo Censo Escolar, de 2006, no que se refere ao acesso a

tecnologia pelas escolas públicas, constata-se que há apenas 36.816 (18%) de escolas

públicas brasileiras com laboratório de informática, e 29.890 (14,6%) conectadas à

Internet – 92% em baixa velocidade, 8% com velocidade maior que 512 Kbps, incluído

nestes 8% os pontos de presença do Governo Eletrônico Sistema de Atendimento ao

Cidadão (Gesac), programa do Ministério das Comunicações (MC).

O Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) do Ministério da

Educação (MEC) atendeu, no período de 10 anos, de 1997 a 2007, com a estratégia de

laboratórios de informática, um total de 14.386 escolas. No ano de 2008, está ocorrendo o

atendimento de 12.750 escolas, sendo que: 9 mil são escolas urbanas e 3.750 são

escolas rurais. No total, o ProInfo atenderá até o ano de 2008, 27.136 escolas públicas.

A conexão à Internet banda larga de 1 Mbps (Megabit por segundo) nas escolas

públicas está sendo providenciada pelo MEC em parceria com o MC em termos

gradativos. Todas as 56.685 escolas urbanas de ensino básico serão conectadas, num

prazo de 3 anos (2008-2010), à Internet banda larga, numa parceria do governo federal

Page 3: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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com as operadoras de telecomunicações, com a gratuidade da conexão. O prazo de

concessão firmado com o governo federal é de 18 anos (2008-2025), de modo a chegar

Internet em banda larga a todas as escolas públicas.

São números que denotam o esforço do Governo Federal para levar laboratórios e

recursos de informática às escolas e prover outros meios como conectividade, além da

formação de professores e das equipes técnicas para o uso pedagógico da tecnologia na

escola, visando a melhoria da qualidade da educação e a participação ativa no processo

de inclusão digital.

O volume de equipamentos computacionais adquiridos até agora para as escolas

públicas, tornou possível o cálculo da média de 350 alunos para cada computador

adquirido, muito longe da meta do governamental de universalização, até 2010, de

atender a todas escolas públicas, que tangenciará uma média de um computador para

cada 50 alunos.

A inclusão digital tem um impacto na qualidade do ensino, mas só o laboratório de

informática na escola não é suficiente para apoiar mudanças pedagógicas desejadas

pelas redes escolares. Além da conexão com a Internet, de recursos educacionais

complementares (conteúdos, guias de tecnologia), os projetos pedagógicos que envolvam

a utilização da tecnologia devem ser experimentados para que mudanças de estruturação

e funcionamento do modus operandi do ambiente de ensino possam ocorrer.

O atual desafio do Governo é acrescido, no âmbito do ProInfo, em disseminar e

promover o uso pedagógico do laptop educacional, com o Projeto Um Computador por

Aluno – UCA; trata-se de um projeto de inclusão digital pedagógica nas escolas, com

repercussão na família, baseado em um notebook, tipo subnotebook, ou um laptop de

baixo custo, apto ao enlace de conectividade sem fio (em rede mesh ou wireless),

objetivando difundir o conhecimento e tecnologias que oportunizam a inovação

pedagógica nas escolas públicas. A idéia é revolucionar a educação, a partir do uso

desse laptop por estudantes e educadores da escola pública em um ambiente que

permita a imersão numa cultura digital e a sua utilização como ferramenta de

aprendizagem.

Outras características desse device, como mobilidade de uso pedagógico do

equipamento em ambientes dentro e fora da escola, uso das diferentes mídias colocadas

à disposição, contribuem para que a incorporação dos laptops na escola pública tome a

forma de um projeto educacional capaz de motivar a construção de novos caminhos de

expressão e de criação, práticas pedagógicas inovadoras e de incrementos adaptáveis

aos contextos locais.

Page 4: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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Pela liberdade que esse equipamento oferece, poderá produzir impacto na

aprendizagem do aluno, na escola e no ambiente familiar.

A imersão digital com o uso intensivo e efetivo dos laptops e a qualidade pedagógica

com o uso de recursos educacionais articulados ao currículo estão no cerne da proposta

de uso dos laptops com vista a autonomia individual e coletiva do aprendizado, a

participação e gestão comunitária, a criação e produção de conhecimento e sua

disseminação.

Se efetivadas, essas expectativas podem constituir-se em uma revolução na

educação (básica), transpondo os muros da escola, refazendo os tempos, espaços e

modos de organização da educação formal, inspirando projetos e práticas pedagógicas

inovadoras e contextualizadas, motivando o aprendizado e tornando-o socialmente

significativo.

A questão não é simplesmente como operacionalizar o Projeto UCA do ponto de

vista das condições relacionadas ao contexto, organização, estrutura física e digital nas

escolas. Este é o lado mais visível da estruturação técnica da sistematização e do

acompanhamento. Mais complexo e fundamental é explicitar as situações inovadoras que

surgirão nas escolas, quais seus resultados para inspirarem outras escolas a trilhar seus

próprios caminhos com o uso pedagógico do laptop. A busca e a qualidade sócio-cultural

da educação, sucesso na aprendizagem do aluno, fornecendo elementos para soluções

alternativas em relação à expansão do Projeto, surgidas em processo e numa fase

posterior.

O Projeto Um Computador por Aluno - UCA é uma iniciativa da Presidência da

República. Uma decisão presidencial, em junho de 2005, define a necessidade de estudar

a proposta apresentada pelo Media Lab MIT, de um equipamento portátil na categoria de

laptop sem fins lucrativos e não desenvolvido para o varejo do mercado.

O Projeto Hundred-Dollar Laptop, ou laptop de cem dólares, pretende uma máquina

para cada estudante. O ideal da proposição focaliza que seja utilizada para o aprendizado

e para promover novo insight, novas descobertas.

A partir do ato presidencial, foram desenvolvidos estudos para viabilização do projeto

com a formação de grupos ministeriais em várias frentes, com tarefas definidas para

serem concluídas até março de 2006, a cargo das seguintes Forças Tarefas:

Desenvolvimento Pedagógico; Cadeia Produtiva e Desenvolvimento Tecnológico;

Orçamento; Relações Internacionais; Comunicação Social; Jurídico e Institucional.

Os trabalhos das Forças Tarefas forneceram elementos para análise de alternativas

de um caminho próprio calcado em valores e parâmetros técnicos e políticos de nossa

Page 5: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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realidade. Explicitou-se que a realização nacional seja balizada pela (1) melhoria da

qualidade da educação; (2) inclusão digital; (3) inserção da cadeia produtiva brasileira no

processo de fabricação; e (3) na manutenção dos equipamentos.

Buscou-se reconhecer os requisitos funcionais e pedagógicos junto à comunidade

acadêmico-científica e pedagógica nacional e a contratação de quatro centros de

pesquisa para: realizar testes preliminares com os equipamentos disponíveis na categoria

de laptops; apontar soluções técnicas capazes de encaminhar uma produção nacional; e

avaliar os recursos existentes de formação de redes para as escolas públicas.

Na seqüência, foram escolhidas cinco escolas públicas como palco para

experimentações com laptops educacionais doados pelos fabricantes. Esta fase foi

denominada, no âmbito governamental, de Fase I do Projeto UCA. Um Grupo de

Assessoramento Pedagógico ao Projeto UCA foi constituído para acompanhar os

experimentos e oferecer subsídios de cunho pedagógico ao Projeto.

A Fase do Pré-Piloto do Projeto UCA nas escolas foi executada sem o planejamento

prévio do processo de avaliação dessas experiências. Ademais não foram previstos

recursos financeiros de atendimento às necessidades fundamentais do projeto e nem

suportes externos governamentais para a capacitação das atividades. Contudo, busca-se

resgatar a experimentação nas cinco escolas em uma documentação, em andamento.

Denominada de Pré-Piloto, as experimentações pedagógicas na maioria das escolas

contaram com o apoio de grupos de pesquisadores de universidades e das equipes das

secretarias de educação, mas não foi de todo suficiente para um registro

metodologicamente. O tamanho da amostra foi bastante reduzido e despojado de um pré-

planejamento sistemático.

O Projeto UCA está atualmente na denominada Piloto, que pode ser concebida

como estudo de pré-investimento necessário à expansão do Projeto UCA. Nesta fase,

será preciso executar experimentações, investigações e avaliações para determinar a

viabilidade e a especificação de seus principais atributos frente às circunstâncias de

certos fatores decorrentes das condições ambientais em que se desenrolarão.

O Piloto deverá ser desenvolvido em 300 escolas públicas pertencentes às redes de

ensino estaduais e municipais, distribuídas em todas as unidades da federação,

selecionadas mediante critérios acordados com o Conselho Nacional de Secretários

Estaduais de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de

Educação (Undime), a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação

(SEED/MEC) e a Presidência da República.

Resumindo, o Piloto será executado em:

Page 6: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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vinte e sete estados e dez escolas públicas por Estado, sendo cinco escolas

pertencentes a rede estadual, selecionadas pelas secretarias de educação dos

estados, e cinco escolas pertencentes às redes municipais entre urbanas e rurais,

selecionadas pela UNDIME. As escolas selecionadas atenderam o critério de 500

alunos e professores por escola.

cinco municípios escolhidos pelo Governo Federal, denominados de

UCA Total, onde serão atendidas todas as escolas na área do município. A

escolha desses municípios foi condicionada à prévia realização de um

convênio entre o Estado e o Município, de modo que as duas redes possam

ser beneficiárias. Outro critério é que o número total de professores e alunos

das redes municipal e estadual não seja superior a 3.000.

Para atender às 300 escolas, mais todas as escolas de cinco municípios, o Governo

Federal adquirirá de 150 mil laptops e servidores, os quais serão distribuídos da seguinte

forma: 500 laptops/aluno e dois servidores por escola.

Outro aspecto fundamental para a Fase II do Projeto UCA se refere às condições de

suporte que deverão ser disponibilizados às escolas e aos municípios UCA Total. As

responsabilidades das partes são:

Do governo federal – equipamentos, acesso de 1 Mbps à Internet,

capacitação e avaliação.

Dos governos estaduais e municipais – adesão ao projeto das instâncias

envolvidas, infra-estrutura física de instalação elétrica e lógica, projeto pedagógico

da escola.

Espera-se que essas condições de suporte e da amostra possibilitem uma certa

compreensão do uso pedagógico do laptop nas diferentes realidades regionais, o

desenvolvimento contextualizado de projetos político-pedagógicos, bem como o grau de

aceitação das comunidades escolares às inovações educacionais. Espera-se igualmente

que ocorram benefícios adicionais no desenvolvimento da tecnologia educacional por

parte das instituições de ensino superior envolvidas, além do reforço no processo de

inclusão digital de segmentos da sociedade brasileira.

Caracteriza-se assim a realização de um projeto plural e a possibilidade de obtenção

de dados que subsidiarão definições mais concretas no futuro, a respeito do uso do laptop

educacional conectado, em escala mais ampla.

Page 7: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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2. Avaliação de Políticas Públicas

O processo de avaliação do Projeto UCA tem por finalidade primeira identificar

sucessos e obstáculos na implementação do Piloto (Fase II), com a conseqüente

proposição de recomendações de ações para sua continuidade, bem como a inserção de

novas propostas.

Para tanto, faz-se necessário conhecer as relações entre a proposta de utilização do

laptop educacional nas escolas, o processo de implementação e os resultados esperados

e desejáveis do referido Projeto. O conhecimento a respeito dessas questões revelará

importantes informações e indicadores que deverão ser utilizados nas seguintes ações:

a) para a melhoria da qualidade das propostas pedagógicas;

b) para a promoção de maior eficiência e eficácia do processo de implementação

das ações do Projeto; e

c) para subsidiar os gestores do Projeto UCA tanto no acompanhamento e

monitoramento do desempenho dessa política, quanto no próprio redesenho

dessa política.

Na vasta literatura acerca da avaliação educacional há inúmeros intentos de

classificação das investigações de cunho avaliativo que fornecem alguns subsídios para

especificar a proposta de avaliação para a Fase II do Projeto UCA. Dentro das diversas

modalidades avaliativas, optou-se por definir as modalidades que, em uma primeira

proposta, parecem necessárias à avaliação da Fase II do Piloto UCA. São elas: avaliação

diagnóstica, avaliação de processo, avaliação formativa, avaliação de resultados e

avaliação de impacto.

A primeira proposta refere-se à avaliação diagnóstica. Esse tipo de avaliação, além

de oferecer elementos importantes sobre a factibilidade do Projeto, produz informações

que podem ser incorporadas, melhorando seu processo de implementação. Neste projeto,

a avaliação diagnóstica ganha importância quando esclarece a situação inicial em relação

à inclusão digital, o uso que se faz das TIC, a qualidade do projeto pedagógico e outras

tantas questões implicadas, que sem a avaliação de impacto não seria possível.

A segunda proposta engloba as avaliações de processo e formativa. A avaliação de

processo possibilitará a identificação do grau de coerência e de perfeição das atividades

(ou dos processos) que estão sendo executadas, acompanhando, observando e

diagnosticando em processo os objetivos do Projeto. A avaliação de um projeto piloto

requer que a avaliação de processo tenha um caráter formativo, onde as informações

levantadas pela avaliação de processo sejam utilizadas para o seu aprimoramento, em

Page 8: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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muitos casos concomitantemente à sua execução. Este acompanhamento inclui o

diagnóstico das eventuais falhas dos instrumentos, procedimentos, conteúdos e métodos,

bem como da adequação das atividades propostas pelo Projeto UCA em relação a seu

público-alvo.

A terceira proposta se caracteriza como avaliação de resultados. Esse tipo de

avaliação deverá responder se as metas, os objetivos e os públicos-alvos pretendidos

pelo Projeto foram atingidos. Adicionalmente, por se tratar de um projeto piloto

caracterizado pelo grau de pioneirismo do Projeto UCA, a avaliação deverá,

obrigatoriamente, buscar identificar não somente as mudanças previamente definidas

como também outras não esperadas e que acabaram sendo alcançadas como

conseqüência do desenvolvimento de uma série de ações implementadas dentro o

escopo do Projeto UCA.

A quarta e última proposta se refere à avaliação de impacto. Este processo

avaliativo busca identificar as mudanças significativas, positivas ou negativas, promovidas

na realidade sobre as quais as ações do Projeto UCA foram desenvolvidas e por ele

provocadas. Para tanto, a comparação entre os resultados é fundamental, mas não

suficiente. Muito embora a literatura aponte a fragilidade de uma comparação do tipo

“antes – depois”, há alternativas cientificamente mais densas que permitem comparar

participantes do Projeto UCA e não participantes, confrontando objetivos, metas e

realizações alcançadas.

Nesse âmbito, cumpre destacar que o estudo de avaliação do Projeto UCA possui

características marcantes, que exige diagnóstico que o caracterize, inicialmente, como

ação processual/formativa, bem como avaliação de resultados efetivos. Os dados e as

informações que serão gerados pelo estudo avaliativo permitirão, por parte dos gestores e

formuladores, a revisão do Projeto UCA com vistas ao aprimoramento e à adequação ao

público usuário (ANDRIOLA 1999; 2001a; 2001b; 2004).

Desse modo, e para finalizar, cabe recorrer a Therrien e Sobrinho (1983/1984),

para quem a avaliação deverá possibilitar o planejamento eficiente de ações, com vistas a

assegurar a credibilidade (da atividade, do programa ou da política) frente aos olhos dos

usuários e perante a sociedade na qual se insere. Seguem os mencionados autores

afirmando que a avaliação deverá:

(...) mostrar não apenas o somatório de realizações [da atividade, do programa, da política], mas, sobretudo, o efeito ou impacto de sua presença e atuação no contexto social que lhe dá razão de ser. (...) Ao mesmo tempo em que contribui para a unificação efetiva das partes num todo coerente e atuante, a avaliação consolida os

Page 9: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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empenhos de participação, porque reconhece os princípios da democracia e da responsabilidade conjunta [de usuários, de executores, de gestores e de formuladores] (THERRIEN & SOBRINHO, 1983/1984, p. 19).

3. Desafios para avaliar o Projeto UCA

Por conformar um conjunto de ações de características marcadamente pioneiras e

inovadoras, o Projeto UCA terá pela frente desafios, que não são, obviamente

intransponíveis, mas que exigirão reflexão, amadurecimento, conhecimento e experiência,

por parte da equipe responsável pelo desenho das estratégias de avaliação. Dentre as

principais dificuldades, podem ser destacadas:

Necessidade de oferecer evidências válidas e fidedignas acerca dos resultados

do Projeto UCA;

Necessidade de acompanhar o grau de implementação das ações gerenciais,

de formação e pedagógicas, propostas para cada Escola partícipe do Projeto

UCA (há que se verificar o grau de realização do que foi proposto a priori, bem

como identificar e corrigir problemas que porventura aconteçam nas diversas

fases do projeto em foco).

Necessidade de utilizar as informações coletadas e produzidas pela Sala de

Posição do Projeto UCA no sentido de produzir indicadores que possam auxiliar

o processo de acompanhamento do grau de implementação das ações

gerenciais (especificadas no item anterior).

Necessidade de verificar cientificamente se o Projeto UCA promoveu, de fato,

as mudanças desejadas.

Necessidade de verificar que outras mudanças, além das esperadas, foram

promovidas em decorrência da participação das escolas nas ações do Projeto

UCA.

Necessidade de oferecer evidências a respeito da eficiência, da eficácia e da

efetividade social do Projeto UCA, visando subsidiar a tomada de decisões para

futuros ajustes e/ou para sua continuidade.

Necessidade de consolidar-se uma base de dados relevantes, do ponto de vista

gerencial e educacional, com vistas ao acompanhamento das supostas

mudanças promovidas pelas ações decorrentes da implementação do Projeto

UCA.

Page 10: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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Com base nas necessidades expostas, haverá que se considerar o uso de dois

tipos principais de designs de pesquisas quase-experimentais: (1) pesquisa com grupos

equivalentes (sócio-economicamente e educacionalmente), porém submetidos a

situações distintas, no que diz respeito ao uso dos insumos e das ações inerentes ao

Projeto UCA, e (2) delineamentos pré e pós-teste e (especialmente nesta fase inicial).

Desse modo, será possível detectar e documentar as mudanças que são esperadas que

ocorram na comunidade (ambiente macro), na escola (ambiente meso), nas salas de aula

(ambiente micro) e nos alunos, em decorrência das ações e mudanças oriundas da

implantação do Projeto UCA (Ver Figura 1 abaixo).

Figura 1 – Fluxo da avaliação

Considerando o número de escolas e de atores que serão paulatinamente

envolvidos no Projeto UCA, bem como o objetivo de se criar um sistema permanente de

acompanhamento e avaliação, se faz necessário desenvolver estudos e projetos para a

implantação de um sistema on-line de monitoramento de uso dos computadores, previsto

para ser implementado através da Sala de Posição do Projeto UCA. Esse sistema

alimentaria em tempo real bancos de dados com indicadores de utilização dos laptops por

Page 11: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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parte dos usuários do programa. Desta forma garante-se um conjunto de informações

essenciais para se acompanhar, avaliar, aperfeiçoar e desenvolver pesquisas sobre o

projeto UCA.

4. Estrutura da avaliação do Projeto UCA

A avaliação do Projeto UCA será estruturada considerando os seguintes aspectos:

a) O Contexto no qual o Projeto UCA será implementado (macro, meso e micro; a

efetividade das parcerias estabelecidas entre as esferas federal, estadual e

municipal, o modelo de gestão escolar, etc.).

b) Os Insumos utilizados na sua implementação e seu grau de adequação aos

objetivos do referido projeto (os recursos físicos e tecnológicos; a infra-

estrutura; a sala de aula e o material pedagógico).

c) Os Recursos Humanos (formação inicial; características marcantes,

experiências pedagógicas; conhecimento das TIC; uso das TIC em sala de

aula).

d) Os Processos de gestão administrativa e pedagógica do Projeto UCA e o uso

dos equipamentos.

e) Os Resultados (mudanças em indicadores sociais do município e da

comunidade; transformações nos processos escolares; mudanças no

aprendizado discente; transformações das práticas educativas; uso do

computador e de recursos tecnológicos para aprendizagem).

Estes elementos estão representados sinteticamente na Figura 2, que simboliza a

relação funcional entre o grupo que planeja (GT-UCA) e o grupo que avalia (GT-

Avaliação). Esses grupos são responsáveis pelo desenvolvimento de ações de

implementação e de avaliação dos diferentes objetos representados na figura (municípios,

formação, escolas e salas de aula).

Page 12: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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Figura 2 – Objetos de avaliação

5. Etapas do Processo Avaliativo

A avaliação do Projeto UCA será constituída das cinco etapas abaixo

especificadas.

5.1. Etapa 1 - Organização da base de dados e delineamento amostral do Projeto

UCA.

Antes mesmo de iniciarmos as atividades relativas à avaliação propriamente dita,

será necessário realizar as seguintes atividades:

a) Organização de uma base de dados com indicadores sociais, econômicos e

educacionais dos municípios e das escolas, que deverão ser extraídos de diversas bases

de dados já existentes (IBGE, EDUCACENSO, PROVA BRASIL, etc.). Essa base de

dados deverá ser atualizada ao longo da execução do Projeto UCA, sempre buscando

Page 13: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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agregar informações e indicadores que deverão ser utilizados nos diversos momentos de

análise dos resultados obtidos.

b) Realização de estudo descritivo do conjunto de escolas incluídas no Projeto

UCA;

c) Elaboração de um plano amostral das escolas1 partícipes, com vistas a alcançar

os objetivos a seguir especificados nas diversas etapas do Projeto UCA.

5.2. Etapa 2 – Acompanhamento e avaliação dos processos formativos do Projeto

UCA.

A proposta de avaliação do Projeto UCA inclui o acompanhamento e avaliação das

diversas atividades de formação inicial que serão proporcionadas às IES Globais, IES

Locais, NTEs e professores. Devido a sua importância, somente após a finalização da

proposta de formação serão definidas as diretrizes gerais para o acompanhamento e

avaliação de suas atividades.

5.3. Etapa 3 - Imediatamente anterior à implementação do Projeto UCA (Avaliação

Diagnóstica).

A avaliação diagnóstica deverá ser realizada antes do início da implantação do

Projeto UCA (ou durante os primeiros meses para alguns levantamentos). A realização

das atividades dessa etapa obedecerá ao plano amostral das escolas proposto no item

5.1. Para essa fase estão propostos os seguintes objetivos:

a) Descrever o ambiente escolar no que diz respeito à adequação da infra-estrutura

física, das instalações e dos equipamentos de informática. Serão empregadas as

seguintes técnicas de coleta de dados: observação in situ, análise documental e

entrevistas com os gestores das escolas;

b) Verificar as parcerias estabelecidas com agentes externos, tais como secretarias

municipais e estaduais, bem como grupos de pesquisa de IES e NTE. Serão empregadas

as seguintes técnicas de coleta de dados: observação in situ, análise documental e

entrevistas com gestores das escolas;

1 Em caso de mais de uma Escola ter iniciado a execução do referido projeto, será escolhida aquela que oferecer cursos nos níveis de E.F. I e II, bem como E.M. No caso de haver mais de uma escola nessa situação far-se-á sorteio.

Page 14: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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c) Verificar a existência de Projeto Pedagógico e sua adequação aos objetivos do

Projeto UCA. As técnicas de coleta de dados a serem usadas serão: a análise documental

e entrevistas com professores e gestores;

d) Caracterizar a gestão pedagógica da escola. As técnicas de coleta de dados a

serem usadas serão: a análise documental e entrevistas com professores e gestores;

e) Caracterizar as práticas pedagógicas da escola. As técnicas de coleta de dados

a serem usadas serão: entrevistas com professores e gestores;

f) Caracterizar o perfil da equipe responsável pela condução das ações do Projeto

UCA nas escolas (alunos-monitores, professores, coordenadores e gestores). A coleta de

dados dar-se-á através de questionários semi-estruturados;

Além desses aspectos, deverão também ser considerados:

g) As expectativas da comunidade escolar (alunos, professores, diretores e pais). A

coleta de dados dar-se-á através do uso de questionários semi-estruturados, de

entrevistas e/ou grupos focais;

h) O perfil dos alunos em aspectos diversos, tais como: cognição, aspectos

psicológicos e aprendizagem. Serão empregados questionários estruturados e semi-

estruturados, bem como testes padronizados (para avaliar as características

psicológicas);

k) Os indicadores de inclusão digital no município em que o Projeto UCA estará

presente. Será verificado o número de lan houses, uso das TIC na escola, uso do

computador no âmbito familiar, etc.

5.4. Etapa 4 - Implementação do Projeto UCA (Avaliação Processual)

Nesta etapa será efetivado um estudo descritivo através de plano amostral, com

vistas às seguintes ações:

a) Monitoramento da atuação pedagógica dos professores em sala de aula. Serão

realizadas filmagens (de caráter amostral e periódica, pois se trata de procedimento

extremamente caro e complexo, sobretudo no que tange à análise qualitativa das

informações coletadas) e perguntas/questionários on-line (pop-up) dirigidos aos gestores

escolares, professores e alunos;

b) Monitoramento on-line do uso das TIC pelos professores. Serão utilizadas

perguntas/questionários on-line (pop-up) dirigidas aos professores e alunos;

Page 15: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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c) Monitoramento on-line do uso dos laptops por parte dos alunos e dos

professores (o que fazem, o quanto fazem, como o fazem e onde o utilizam). Serão

utilizadas perguntas on-line (pop-up) acerca de temas relevantes à compreensão do

processo de ensino e aprendizado, além da utilização de informações geradas pela Sala

de Posição do UCA;

d) Monitoramento on-line da satisfação dos usuários relativos à disponibilidade,

facilidade e relevância dos recursos do laptop educacional como instrumento facilitador do

aprendizado. Igualmente como no ponto anterior, serão utilizadas dirigidas aos alunos e

aos professores;

e) Avaliação da gestão acadêmico-pedagógica da escola a partir do uso do laptop

como instrumento facilitador do aprendizado discente. Serão utilizadas perguntas on-line

(pop-up) dirigidas aos professores;

f) Monitoramento full time do funcionamento e da manutenção da rede, dos

equipamentos (incluindo-se os computadores) e dos espaços de aprendizagem

(laboratórios e salas de aula). Serão utilizadas informações decorrentes do

monitoramento do sistema (rede, equipamento e espaços de informática) pela Sala de

Posição;

g) Monitoramente da gestão (execução) do Projeto UCA nas escolas. Para isso

serão utilizadas perguntas on-line (pop-up) dirigidas aos professores;

h) Adequação de parcerias institucionais estabelecidas entre as IES, NTE e

secretarias de educação. Serão utilizados questionários semi-estruturados dirigidos aos

gestores das escolas, bem como aos professores.

5.5. Etapa 5 - Avaliação de resultados

Com vistas a identificar as mudanças ocasionadas pela execução do Projeto UCA

sobre os usuários, repetir-se-ão algumas medidas inicialmente feitas na etapa

diagnóstica, dentre as quais:

a) As expectativas da comunidade escolar (alunos, professores e diretores). A

coleta de dados dar-se-á através do uso de questionários semi-estruturados e de

entrevistas;

b) O perfil dos alunos em aspectos diversos, tais como: cognição, aspectos

psicológicos e aprendizagem. Serão empregados questionários estruturados e semi-

estruturados, bem como testes padronizados (para avaliar as características

psicológicas);

Page 16: Proposta para avaliação do Projeto UCA

15

c) A relação dos resultados dos alunos das escolas do Projeto UCA com as

informações apresentadas no ponto b, acima descritas. Para tal, far-se-á uso dos

resultados dos referidos aprendizes em sistemáticas de avaliação externa (de

responsabilidade federal, estadual ou municipal – desde que estas permitam a

comparabilidade histórica). Com este propósito, serão utilizadas bases de dados do INEP

com os resultados de sistemáticas avaliativas do aprendizado discente, tais como SAEB e

Provinha Brasil, ou outras bases existentes nos respectivos Estados.

5.6. Etapa 6 - Avaliação de impacto

A avaliação de impacto implica em identificar o grau de mudanças significativas,

positivas ou negativas, ocorridas nos indivíduos, nas famílias e na realidade na qual estão

inseridos, decorrentes das ações desenvolvidas no âmbito do Projeto UCA. Além das

comparações entre os resultados obtidos na avaliação diagnóstica e na avaliação de

resultados, far-se-ão estudos comparativos envolvendo os seguintes aspectos:

a) A percepção das mudanças ocasionadas pelo Projeto UCA, através da opinião

da comunidade escolar. Serão empregados questionários estruturados e semi-

estruturados aos alunos, professores, famílias e gestores;

b) A percepção das mudanças na gestão pedagógica da Escola, através da opinião

dos professores e das famílias dos alunos. Serão empregados questionários estruturados

e semi-estruturados aos professores e às famílias dos alunos;

c) A percepção das inovações pedagógicas introduzidas nas escolas e oriundas do

Projeto UCA, através da opinião dos professores, dos alunos e dos gestores. Serão

empregados questionários estruturados e semi-estruturados dirigidos aos professores,

alunos e gestores;

d) A percepção da inclusão digital ocasionada pelo Projeto UCA, através da opinião

dos professores, dos alunos, dos gestores e dos familiares. Serão empregados

questionários estruturados e semi-estruturados aos professores, alunos, gestores e

familiares.

e) Outros indicadores de inclusão digital no município em que o Projeto UCA

esteve presente. Será verificado a abertura de novas lan houses, uso das TIC na Escola,

uso do computador na família, etc.

f) As mudanças em indicadores educacionais da escola. Serão coletadas

informações a respeito de novas matrículas, evasão discente, reprovação discente, etc.

Page 17: Proposta para avaliação do Projeto UCA

16

6. Análises dos dados

O processo de avaliação do Projeto UCA prevê a coleta de dados quantitativos e

qualitativos, dependendo da natureza do objeto em questão.

6.1. Análises qualitativas

O processo de avaliação do Projeto UCA prevê a coleta de dados quantitativos e

qualitativos, dependendo da natureza do objeto em questão. A pesquisa relativa às

informações qualitativas é fundamental, dada a natureza do Projeto UCA, posto que

envolve pessoas, suas representações, relações inter-pessoais, interesses e perspectivas

diversas.

É preciso que a avaliação penetre no mundo de significados que esses sujeitos

sociais, envolvidos com o Projeto UCA, atribuem às suas práticas, às iniciativas

institucionais, ao uso do computador, desvelando seus desdobramentos e repercussões

no cotidiano escolar.

Os fenômenos humanos e sociais resultam de inúmeros fatores que se conjugam e

interagem e que devem ser examinados em sua complexidade. A sua compreensão

comporta, pois, uma interpretação que exige um tipo de análise que ultrapasse os

aspectos meramente formais.

Para análise crítica e interpretação de informações qualitativas, serão utilizados os

recursos da análise do discurso que permite desvelar os processos ideológicos e

históricos que se inserem na linguagem dos sujeitos no contexto interativo e social em

que é prolatada.

Necessário se faz, assim, penetrar na rede de significados como forma de

compreensão dos vários cenários e pessoas que se configuram como alvo de estudo. A

apropriação da rede de significados não é uma tarefa mecânica e superficial. A partir das

idéias, dos conceitos, das proposições, pela reflexão, busca-se, na convergência dos

dados coletados, as categorias fundamentais para interpretá-los na intersubjetividade.

Essas categorias gerais se desdobram em itens suficientemente específicos para explicar

a trama que produz as relações individuais e coletivas (CAPPELLETTI, 1994, p. 95).

Para tal, far-se-á uso de softwares desenvolvidos com os propósitos acima

referidos, dentre os quais o CHIC, que analisa relações entre diferentes eventos; o

Qualiquantisoft, que foi desenvolvido para o procedimento metodológico do Discurso do

Page 18: Proposta para avaliação do Projeto UCA

17

Sujeito Coletivo (DSC), próprio para pesquisas sociais empíricas de cunho qualitativo; o

NUDIST, que identifica padrões qualitativos em textos oriundos de entrevistas.

Além da identificação das categorias, os referidos programas calcularão as

freqüências de aparição dessas categorias qualitativas, em termos absolutos e relativos,

organizando-os em quadros e tabelas. Esses resultados possibilitarão análises e

inferências sobre aspectos qualitativos relacionados ao Projeto UCA.

6.2. Análises quantitativas

Além das análises qualitativas e dada a enorme diversidade de informações, serão

utilizadas as seguintes técnicas estatísticas:

a) Univariadas: que implica na elaboração de tabelas ou gráficos de

freqüência relativa para cada uma das perguntas dos questionários, assim como de

estatísticas descritivas básicas (média, moda, mediana, desvio-padrão, variância,

amplitude, etc.);

b) Bivariadas: que compreende a geração de tabelas e gráficos de

freqüências, relativas ao cruzamento das perguntas integrantes dos questionários com

variáveis de segmentação, como por exemplo: região geográfica, Estado, Escola, dentre

outras;

- Análise de variância e teste de qui-quadrado: visando identificar diferenças (ou

associações) significativas de variáveis métricas ou categóricas em relação às

populações pesquisadas ou segmentos de respondentes, dentro de um mesmo estrato;

c) Multivariadas: que consiste na elaboração de tabelas e gráficos integrando

blocos de perguntas dos questionários. Dentre as técnicas passíveis de serem utilizadas,

dependendo de uma avaliação de cada situação, destacam-se as seguintes:

- Análise fatorial: objetivando identificar avaliar estruturas subjacentes às

correlações existentes entre variáveis;

- Análise de conglomerados: visando identificar grupos homogêneos de

entrevistados (clusters) em relação às variáveis mais relevantes da pesquisa;

- Análise discriminante: visando identificar as variáveis mais relevantes

que diferenciam os clusters multivariados identificados;

- Mapeamento perceptual: tendo por objetivo mostrar qual o perfil de cada

cluster identificado, em termos do conjunto de variáveis de diversidade e

demográficas que compõe os bancos de dados da pesquisa. O uso deste método

Page 19: Proposta para avaliação do Projeto UCA

18

permitirá uma apresentação visual integrada dos resultados obtidos segundo os

diversos públicos/segmentos de respondentes e variáveis de caracterização

demográfica dos mesmos.

Poderão, ainda, serem empregados modelos para testar relações causais (análise

de regressão múltipla, por exemplo) e de associações entre as variáveis (coeficiente de

correlação, por exemplo). Poderão vir a serem efetivadas análises estatísticas para

identificar possíveis diferenças entre grupos de respondentes (Análise de Variância, por

exemplo). Para a efetivação das análises referidas utilizar-se-á a versão mais recente do

o pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, version 16.0).

Referências

ANDRIOLA, W. B. Avaliação dos Programas Estaduais de Qualificação Profissional

(PEQ's): Uma Revisão Conceitual do Modelo 3ER. Ensaio. Avaliação e Políticas

Públicas em Educação, Rio de Janeiro, (9) 30, 43-56, 2001a.

ANDRIOLA, W. B. Avaliação institucional na Universidade Federal do Ceará (UFC):

organização de sistema de dados e indicadores da qualidade institucional.

Avaliação: Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior,

Campinas, v. 9, n. 4, p. 33-54, 2004.

ANDRIOLA, W. B. Evaluación: La vía para la calidad educativa. Ensaio. Avaliação e

Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, 7 (25), 355-368, 1999.

ANDRIOLA, W. B. Factores caracterizadores de centros educativos eficaces. Bordón.

Revista de Pedagogía, Madrid, 53 (2), p. 175-183, 2001b.

THERRIEN, J. & SOBRINHO, J. H. Avaliação institucional em Universidades:

considerações metodológicas. Educação em Debate, Fortaleza, 6/7 (2/1), p. 17-27,

1983/1984.

Page 20: Proposta para avaliação do Projeto UCA

22

7. Logística da avaliação

Três meses antes do início

do Projeto até dois meses

após o início do Projeto

Dois primeiros meses do

Projeto

Dois últimos meses do Projeto Após o 24o mês do

Projeto

Etapa 1 Etapa 3 Etapa 5

Organização da base

de dados e

delineamento

amostral do Projeto

UCA

Avaliação Diagnóstica

(No início da

implementação do

Projeto)

Avaliação de

Resultados

Etapa 2

Avaliação dos

diversos momentos

de formação

promovidos pelo

Projeto UCA

Do 3o mês até o 24o mês do Projeto

Avaliação Processual (Fase

de execução do Projeto)

Etapa 4

Avaliação de Impacto

Etapa 6

Page 21: Proposta para avaliação do Projeto UCA

22

8. Estratégias de coleta de dados e avaliação das atividades desenvolvidas pelo Projeto UCA

Análise de documentos referentes à proposta pedagógica do UCA para a escola. Será

realizada pela equipe pedagógica do UCA.

Perguntas on-line direcionada automaticamente aos usuários do laptop educacional

(alunos e professores). Será utilizada em diversas ações de monitoramento e não

necessitará de aplicadores, uma vez que deverá utilizar recursos da rede.

Questionários e entrevistas aplicados a vários públicos (alunos, professores, gestores,

familiares, etc.). Será utilizada para coletar informações através da aplicação de

instrumentos por aplicadores externos à escola.

Testes padronizados, questionários estruturados e semi-estruturados. Será utilizada para

coletar informações através da aplicação de instrumentos por aplicadores externos à

escola.

Rotina especial de coleta de dados em diversas bases de dados.

Rotina especial de filmagem da atuação dos professores em sala de aula

Grupos focais com os pais

Page 22: Proposta para avaliação do Projeto UCA

22

9. Cronograma de Atividades

Proposta de Cronograma das Atividades a Serem Desenvolvidas nas Diversas Etapas do Projeto UCA

Meses após a implantação do Projeto UCA

-3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

ETAPA 1 - Organização da base de dados e delineamento amostral do Projeto UCA

- Organização da base de dados para o Projeto UCA (IBGE, EDUCACENSO, PROVA BRASIL, etc.) - Realização de estudo descritivo do conjunto de escolas UCA

- Elaboração de um plano amostral das escolas UCA ETAPA 2 – Avaliação dos diversos momentos de formação promovidos pelo Projeto UCA

- Avaliação da formação inicial proporcionada aos IES Globais - Avaliação da formação inicial proporcionada aos IES Locais

- Avaliação da formação inicial proporcionada aos NTE

- Avaliação da formação inicial proporcionada aos professores ETAPA 3 - Avaliação Diagnóstica (Na fase de implementação do Projeto) Análise da proposta UCA (a ser realizada pela equipe pedagógica do UCA)

- Verificar a existência de Projeto Pedagógico e sua adequação aos objetivos do Projeto UCA

- Verificar as parcerias estabelecidas com agentes externos Rotina inicial de descrição das condições iniciais do Projeto UCA

- Descrever a adequação da infra-estrutura física, das instalações e dos equipamentos de informática

- Caracterizar a gestão pedagógica da escola

- Caracterizar a prática pedagógica da escola

- Descrever os indicadores educacionais da escola

- Caracterizar o perfil da equipe responsável pela condução das ações do Projeto UCA nas escolas Rotina de caracterização dos participantes do Projeto UCA (será conduzida novamente na fase da Avaliação de

Resultados)

- Caracterizar o perfil dos alunos

- Caracterizar o perfil dos gestores, professores, alunos e pais

- Identificar as expectativas da comunidade escolar

- Identificar as expectativas dos pais ETAPA 4 - Avaliação Processual (Fase de implementação do Projeto) Rotinas de monitoramento dos recursos tecnológicos e da utilização dos laptops

- Monitoramento on-line do uso dos laptops por parte dos alunos e dos professores (perguntas on-line)

- Avaliação do uso dos laptops por parte dos alunos e dos professores (questionários e entrevistas)

- Monitoramento on-line do funcionamento e manutenção da rede, dos equipamentos e dos espaços de aprendizagem

- Avaliação do funcionamento e da manutenção da rede, dos equipamentos e dos espaços de aprendizagem

- Monitoramento on-line da disponibilidade, facilidade e relevância dos recursos do laptop educacional

Page 23: Proposta para avaliação do Projeto UCA

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- Avaliação da disponibilidade, facilidade e relevância dos recursos do laptop educacional Rotina de verificação da atuação dos professores

- Monitoramento on-line da atuação pedagógica dos professores em sala de aula (perguntas on-line)

- Avaliação da atuação pedagógica dos professores em sala de aula (questionários e entrevistas)

- Monitoramento da atuação pedagógica dos professores em sala de aula através de filmagem

- Monitoramento on-line do uso das TIC pelos professores (perguntas on-line)

- Avaliação do uso das TIC pelos professores (questionários e entrevistas) Rotina de verificação da gestão escolar

- Avaliação da gestão acadêmico-pedagógica da escola

- Monitoramente da gestão (execução) do Projeto UCA nas escolas (perguntas on-line) Rotina de verificação da gestão escolar

- Adequação de Redes Institucionais entre as IES (NTE) ETAPA 5 - Avaliação de Resultados Rotina de caracterização dos alunos do Projeto UCA (rotina igual à aplicada na Avaliação Diagnóstica)

- Caracterização do perfil dos alunos

- Descrição das expectativas da comunidade escolar

- Identificar as expectativas dos pais ETAPA 6 - Avaliação de Impacto

- Avaliação da percepção das mudanças ocasionadas pelo Projeto UCA, através da opinião da comunidade escolar

- Avaliação da percepção das mudanças na gestão pedagógica da Escola

- Avaliação da percepção das inovações pedagógicas introduzidas nas escolas e oriundas do Projeto UCA

- Avaliação da percepção da inclusão digital ocasionadas pelo Projeto UCA

- Levantamento dos indicadores de inclusão digital no município em que o Projeto UCA está presente - Avaliação das mudanças em indicadores educacionais da Escola

LEGENDA DAS CORES UTILIZADAS NO CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Análise de documentos referentes à proposta pedagógica do UCA para a escola. Será realizada pela equipe pedagógica do UCA.

Perguntas on-line direcionada automaticamente aos usuários do laptop educacional (alunos e professores). Será utilizada em diversas ações de monitoramento e não necessitará de aplicadores, uma vez que deverá utilizar recursos da rede.

Questionários e entrevistas aplicados a vários públicos (alunos, professores, gestores, familiares, etc.). Será utilizada para coletar informações através da aplicação de instrumentos por aplicadores externos à escola.

Testes padronizados, questionários estruturados e semi-estruturados. Será utilizada para coletar informações através da aplicação de instrumentos por aplicadores externos à escola.

Rotina especial de coleta de dados em diversas bases de dados.

Rotina especial de filmagem da atuação dos professores em sala de aula

Grupos focais com os pais