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O subsistema do Extremo Oriente em perspectiva1
Arthuro Santos SalvadorLucas Mikhail Coleti
Virginia Cira de Souza Aparecido2
ResumoO presente trabalho tem como objetivo analisar o subsistema do Extremo Oriente e
trazê-lo à tona em perspectiva histórica e geopolítica atual. De tal modo, empreende-se
analisar temas pungentes à política externa mundial, os quais envolvem o subsistema
em questão e colocam-no em ascensão no sistema mundial.
Palavras-chaves Extremo Oriente; Ascensão; Pós-Guerra; Nacionalismo; Geopolítica.
AbstractThe present work aims to analyze the subsystem of the Far East and bring it to the fore
in historical and the current geopolitical perspective. In this way, we undertake to
analyze issues that are poignant in world foreign policy, which involve the subsystem in
question and place it on the rise in the world system.
Key-wordsFar East; Rise; Post War; Nationalism; Geopolitics.
Considerações prévias 1 Trabalho de conclusão da disciplina de Teoria Política II, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo, elaborado durante o segundo semestre de 2017 e sob orientação do Prof. Dr. Antonio Roberto Espinosa.2 Discentes do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo.
1
A população asiática não está homogeneamente distribuída em seu território,
mas concentrada em cerca de 8.000.000 km², nos quais vivem 80% da população,
oferecendo uma média de 210 indivíduos por km². Os pontos mais elevados dessa
densidade encontram-se precisamente no subsistema do Extremo Oriente – objeto de
estudo deste artigo- chegando a 337 indivíduos por km² no Japão, 139 por km² na
China e a 605 por km² na Península Coreana. Em termos econômicos, atualmente, a
China merece grande destaque, pois vem crescendo 10% ao ano, ultrapassando os
nipônicos, que desde 1991 apresentam decréscimo em seu PIB. China e Japão
representam duas das três maiores economias mundiais, com PIB de 11 e 5 trilhões,
respectivamente.
Ademais, a Coreia do Norte, juntamente com o esforço para superar seu
histórico isolamento, desenvolveu armas nucleares, em autodefesa aberta contra a
ONU e o duo-oligopólio atômico, não apenas para garantir a sobrevivência de seu
Estado, mas também para manter sob alerta os vizinhos aliados dos EUA, sobretudo a
Coreia do Sul. O PIB do Extremo Oriente, que gira em torno de US$ 32 trilhões,
representa 42% do Produto Mundial Bruto, além de contar com os maiores
contingentes militares (4,5 milhões de soldados contra 1,7 da América do Norte),
fazendo a região figurar como virtual concorrente à formulação de uma próxima ordem
mundial.
Com efeito, a geopolítica do leste asiático no século XXI, particularmente no que
diz respeito ao Japão, China e os Tigres Asiáticos está marcada por desafios
econômicos, aspirações sociais, equilíbrios regionais e internacionais de poder,
alianças e disputas antigas, inspirando cuidados em uma região que concentra 60% da
população. Dessa maneira, faz-se necessário analisar a “modernização” do Leste
asiático para compreender sua formação e expansão no sistema mundial moderno. Por
fim, empreende-se ao longo do texto analisar as questões contemporâneas que
envolvem o subsistema do Extremo Oriente a partir dos registros históricos do último
2
século e como este, à luz das relações internacionais, afeta na manutenção do sistema
internacional.
Referencial Político do Extremo Oriente
O Leste asiático, também chamado de Extremo Oriente carrega as mudanças do
mundo da época da Guerra Fria, representados pela dicotomia entre os países sob
controle de partidos comunistas como a China e a Coreia do Norte e regimes liberais
apoiados pelo Ocidente representados pelo Japão, Coreia do Sul e Taiwan. Contudo,
de modo geral, os países deste subsistema apresentam uma cultura com extraordinário
grau de caracterização. Deste modo, as tradições religiosas, políticas e educacionais
ali fixaram, durante séculos, certo padrão de civilização, permitindo que se enraizasse
um tipo de comportamento social, de influência decisiva sobre todos os processos
políticos e culturais lá ocorridos. Ademais, em razão de sua excepcional densidade
demográfica, a Ásia Oriental concentra parte considerável da população mundial e,
portanto, um mercado consumidor bastante avantajado, bem como uma potência
bélico-militar a qual merece atenção3.
3 PINTO, Paulo A. Pereira. p.149-153.
3
Neste âmbito, devemos considerar que o background cultural da Ásia, sobretudo
das populações educadas no Confucionismo, favorecia qualquer forma de dominação,
pois, ao invés de uma educação baseada no princípio da igualdade e da proteção dos
direitos individuais, ali se operava uma educação moldada pelos princípios da
obediência, da submissão à autoridade e do culto à hierarquia e ao poder estabelecido.
Este fato, então, foi um dos grandes veículos da omissão política que as populações
orientais ofereceram à conquista econômica processada durante o século XIX, numa
atitude de passividade em relação às suas próprias autoridades constituídas, com as
quais o invasor facilmente se entendia pela força ou pela corrupção. Os resultados
históricos da dominação asiática, pelo imperialismo ocidental, eram previsíveis: a Ásia,
(especialmente a Ásia Oriental), havia de se tornar, durante o século XX, o centro mais
vivo do nacionalismo político4.
Ademais, este nacionalismo político pôde assumir em cada país e em cada
época, formas próprias que variam desde o simples nacionalismo emocional dos povos
subdesenvolvidos, até as doutrinas de elaboração mais complicadas, que visavam à
autossuficiência econômica e ao tipo de governo autoritário. Assim sendo, o
nacionalismo apresentava um denominador geral, que constituiria a sua principal e
permanente característica: o sentido anti-imperialista, a reação contra a opressão
exercida sobre os povos e territórios asiáticos pelos grandes interesses econômicos do
Ocidente. Deste modo, a compreensão dos problemas regionais do Extremo Oriente,
em nossos dias, depende essencialmente do conhecimento do surto nacionalista na
China e no Japão e do papel que desempenharam, neste, as influências concomitantes
da URSS e dos EUA5.
Nesse sentido, entre os fatores que agregam e aproximam a China do
Sudeste Asiático encontra-se a semelhança de percepção quanto à necessidade de
preservar o Estado como agente capaz de fomentar o desenvolvimento do sistema
político, bem como garantidor das aspirações e interesses individuais e coletivos. Isto
é, na Ásia-Pacífico, procura-se defender identidades culturais seculares e mesmo 4 NINOMIYA, Masato. TANAKA, Aurea Christine - Vol. 23 nº45 Ibid p.10.
4
milenares das consequências do fenômeno da globalização. Busca-se, assim, a
garantia de que o Estado conseguirá evitar o desaparecimento da sociedade como
agregadora, com capacidade de proporcionar a unidade política, bem como gerenciar
atividades econômicas, preservar heranças culturais e, até mesmo, o emprego
tradicional. Por este motivo, talvez, que ao se iniciar a intensa interferência europeia no
Extremo-Oriente, no século XIX, a China desempenhou papel político dominante, bem
como foi o centro irradiante de civilização no Sudeste Asiático, em virtude de seu
desenvolvimento cultural e sofisticada capacidade de governança6.
No entanto, a situação geopolítica da Ásia neste século- XXI - é tão peculiar
como tensa devido às aspirações de seus três principais atores. Japão, China e Coreia
do Sul ainda não resolveram questões históricas entre si, mantêm alianças antigas e
atuais que se conflitam e, curiosamente, preservam os legados de seus três velhos
líderes. As controvérsias entre as três nações são seculares, mas têm sido mais
significativas desde a Segunda Guerra Mundial, que terminou há 70 anos, mas deixou
feridas ainda abertas em segmentos dessas sociedades nacionais. De outro lado, é
preciso ter em mente também que as relações entre os diversos países se tornaram
extremamente interdependentes, especialmente nos últimos 30 anos, seja por conta
das relações econômicas e comerciais, seja pelo impacto da migração internacional
facilitada pelas novas tecnologias de transporte e comunicação, ou mesmo a
interdependência ambiental e a busca por um desenvolvimento compatível com os
recursos naturais existentes7.
Na mesma perspectiva, coloca-se o debate quanto ao desenvolvimento do
sistema capitalista e das práticas de economia de mercado em países de acelerado
crescimento, onde personalidades fortes ou partidos políticos com longa permanência
no poder, levaram o Estado a desempenhar papel preponderante no funcionamento
das forças de mercado. Não por acaso, China e Japão representam as duas maiores
economias mundiais depois dos Estados Unidos e qualquer ruptura envolvendo esses
dois países poderia causar uma mudança no cenário econômico que certamente 6 PINTO, Paulo A. Pereira - p. 157-160.7 Ibid p.160.
5
repercutiria em outros países, haja vista a internacionalização da produção que existe
atualmente. Inaugura-se neste cenário um novo padrão de comportamento que vai
além dos raciocínios paradigmáticos sobre o equilíbrio de poder elaborados a partir da
Paz de Westphalia, mas voltado para uma coexistência pacífica atribuída à criação de
um mundo pluralístico onde todos os países seriam colocados em nível de igualdade8.
Por fim, a Ásia apresenta atualmente mais da metade dos 7,2 bilhões de
habitantes do globo, sendo que desta metade, um pouco mais de 50% estão
localizadas no Extremo Oriente, a saber: a China com seus passados 1,4 bilhões de
pessoas, o Japão com cerca de 127 milhões e a Coreia do Sul com aproximadamente
49 milhões de habitantes (dados de 2014). Com todo esse contingente populacional a
região representa um ponto crucial geopolítico ao qual não devemos negligenciar.
Nesse sentido, o interesse acadêmico sobre a evolução dos regimes políticos na Ásia-
Pacífico intensificou-se, desde o término da Guerra Fria, com novas perguntas no que
tange às possibilidades da falência do autoritarismo Chinês e Norte Coreano vir a
produzir os padrões democráticos aceitos pelo Ocidente. Em última instância, no que
diz respeito à área da Bacia do Pacífico, a globalização da produção representou a
força motriz que impulsionou a evolução de uma prosperidade sem precedentes, a
ponto de já se ter tornado lugar comum dizer que se está prestes a entrar em nova Era,
ditada pelo polo de crescimento situado naquele oceano9.
Aspectos econômicos do Extremo Oriente
O Extremo Oriente da Ásia, encabeçada pelas principais potências econômicas
China e Japão, compreende um PIB nominal de 32,4 trilhões de dólares, número que
mostra o quanto essa região evoluiu nas últimas décadas. Várias reformas na política e
economia fizeram com que os países do Extremo Oriente vivenciassem um “milagre
econômico”, levando a região a elevados níveis de prosperidade. Dos fatores que
contribuíram para tal, pode-se citar: custos baixos de produção, trabalho extremamente
8NINOMIYA, Masato. TANAKA, Aurea Christine - Vol. 23 nº 4.9ESPINOSA, Antonio Roberto;“A sombra dos leviatãs: Um estudo crítico dos desencontros entre as faces amistosa e crispada do Estado sob as globalizações e as guerras do século XXI”, São Paulo, 2011, p.
6
adaptável e recursos naturais abundantes. Todos os Estados que compõem o Extremo
Oriente – exceto Coreia do Norte e Mongólia – fazem parte da APEC (Cooperação
Econômica Ásia-Pacífico), fundada em 1989 com o objetivo de promover o livre
comércio na região e fomentar a relação entre os países. Ademais, China, Japão,
Coreia do Sul, Taiwan e Hong Kong figuram entre os 15 maiores exportadores de bens
no mundo todo.
Produto Interno Bruto dos principais países do Extremo Oriente
Japão e China: as grandes potências
Principais potências econômicas da região, Japão e China se destacam
mundialmente por motivos diversos. Enquanto os japoneses foram os pioneiros na Ásia
a construir um polo industrial, devido a Restauração Meiji no século XIX, os chineses
só começaram a se industrializar no final da década de 1970, quando Deng Xiaoping
assumiu o poder, implantando o conhecido socialismo de mercado e abrindo a
economia chinesa para o mundo. Após média de crescimento de 10% durante 30 anos,
em 2010, a China chegou, pela primeira vez ao posto de segunda maior economia
mundial, ultrapassando, inclusive, o Japão.
7
O Japão se destaca hoje por ter o terceiro maior PIB, ser o terceiro maior
produtor de automóveis, além de grande produtor de eletrônicos. Mesmo sendo
devastado pelas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, conseguiram
se reestruturar após financiamentos externos, principalmente dos Estados Unidos. Os
nipônicos deram total prioridade ao seu crescimento econômico, que ficou conhecido
como “o milagre pós-guerra”. Com médias de crescimento de 10% na década de 1960,
5% em 1970 e 4% em 1980, o país se estabilizou e se manteve como segunda maior
economia de 1978 até 2010. Com força no setores naval, metalúrgico e automobilístico,
além de possuir inúmeras empresas multinacionais, o Japão, por ser um país de relevo
montanhoso e alta atividade vulcânica, ocorrência de tufões e abalos sísmicos, pecam
na produção agrícola e não possuem tantas matérias-primas, sendo um dos principais
importadores desses bens.
Por outro lado, na China, o setor da agricultura representa quase 30% do seu
PIB, que também se destaca por ser o segundo maior do mundo. O país é o centro da
produção de manufaturados e também o maior exportador mundial de bens. A
infraestrutura e o transporte são os diferenciais do país. O “boom” econômico que
começou após a industrialização chinesa, atraiu capital estrangeiro e empresas
internacionais. Antigamente, o preço de commodities, materiais industriais e outros
eram determinados pelo Estado, e os subsídios colocados na estrutura dos preços,
foram eliminados nos anos 1990 com a entrada da China na OMC em 2001, a
desregulação e liberalização econômica ganharam força. Dentre alguns dos fatores
que colaboraram para esse crescimento, pode-se citar: mão-de-obra abundante e
barata, impostos baixos e fácil acesso a recursos naturais.
Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) da China
Foram elas um dos principais marcos da transição chinesa do comunismo para o
socialismo de mercado. Criadas no governo de Deng Xiaoping e mantidas
posteriormente, as ZEEs têm como objetivo o crescimento industrial no país e atração
8
de capital internacional. Metas como: aumento da produção, utilização de mão-de-obra
barata – qualificada e não-qualificada – infraestrutura adequada e forte mercado
consumidor, foram cumpridas, possibilitando à China vivenciar um rápido e forte
crescimento econômico, colocando seu PIB como segundo maior do planeta. A
abertura econômica, industrialização em massa e aumento da produção elevaram as
exportações chinesas, aprofundando suas relações comerciais com o resto do mundo.
Principais destinos das exportações chinesas
Os Tigres Asiáticos
Formado pelos países: Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan e Singapura –
desses, só a última não faz parte do extremo oriente – os tigres asiáticos são um grupo
de economias que se desenvolveram a partir da década de 1970, com respaldo do
Japão. Com apoio dos governos para a melhoria de infraestrutura, políticas estatais
voltadas à ação de multinacionais e mão-de-obra barata e qualificada, esses países se
firmaram como grandes polos industriais e tecnológicos no Pacífico. A Coreia do Sul se
destaca pela maior autonomia e desenvolvimento, especializando-se na produção de
eletrônicos, químicos e automóveis. Enquanto Hong Kong e Taiwan figuram no centro
financeiro internacional, assumindo a liderança em fabricação de tecnologia de
informação.
9
Hong Kong merece atenção pois é uma região administrativa chinesa onde o
capitalismo foi possível. Baseado no lema “Um país, dois sistemas”, -que permite
manter um sistema capitalista sob a tutela de um país ideologicamente comunista- a
liberdade econômica, tanto para negociar com outros países quanto participar de
organizações econômicas internacionais, gerou crescimento acelerado e colocou Hong
Kong num patamar de desenvolvimento avançado. A migração de grande parcela da
população pobre da China, aliado a desregulamentação de mercado e taxas cambiais
foram os diferenciais para esse processo.
China: principal parceira comercial de Hong Kong
O baixo desenvolvimento econômico da Coreia do Norte e Mongólia
De modelo econômico socialista, a Coreia do Norte é fechada para o mercado
internacional, dessa forma, suas relações com outros países do globo é restrita e não
participa de quaisquer organizações comerciais. O governo controla completamente a
economia e aloca recursos e investimentos ao desenvolvimento militar em detrimento
do econômico, resultando num baixo produto interno bruto e baixa renda para grande
parte da população, o que pelo menos controla a desigualdade social. Pela diminuta
inserção no comércio internacional, os norte-coreanos limitam suas relações
econômicas principalmente com a China, em que 80% das exportações e importações
são voltadas a esse país.
10
Por outro lado, a Mongólia, um dos maiores países do mundo em extensão
territorial, teve muitas dificuldades em se inserir no mercado global devido à radical
transição ocorrida em seu governo, do comunismo para uma maior liberalização, na
década de 1990. Com a interrupção da ajuda financeira da então União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas, aliada ao difícil acesso ao mar, estradas precárias e falta de
infraestrutura, o país se encontra, hoje, em uma situação de maior isolamento. O
produto interno bruto gira em torno de 11 bilhões de dólares, ocupando apenas as 131º
posição mundial. A economia é predominantemente primária e 80% de suas
exportações são destinadas para a China, com quem mantém boas relações.
Perfil geomilitar do subsistema do Extremo Oriente
Primeiros aspectos
O Extremo Oriente possui, conforme supracitado, parte de sua configuração
geopolítica resultante do período da Guerra Fria. Contudo, durante as últimas décadas,
vem demonstrando uma nova configuração geomilitar de destaque no cenário
mundial, de tal modo que, a mesma não deixa de ser uma objeção decorrente do pós-
guerra. À guisa de exemplo de suas mudanças pontua-se a sua estrutura de poder, a
agenda de segurança, o institucionalismo e a prática do multilateralismo entre os
principais atores.
No que tange ao gasto militar da região o valor equivalente é de
aproximadamente 315 bilhões de dólares10. Em relação ao efetivo militar do
subsistema, o mesmo conta com 4.498,30 mil soldados, o que representa 351,09
soldados por habitante11.
Ao analisar-se individualmente os Estados com maiores gastos, têm-se a China
com o maior gasto, que é de 215,7 bilhões de dólares o qual representa 1,90% de seu
10 Os dados concernentes ao gasto militar nominal e o PIB foram retirados da lista Stockholm International Peace Research Institute 2017 Fact Sheet para 2016 da [Base de Dados de Gastos Militares do SIPRI].11 Os outros dados militares apresentados foram retirados de; ESPINOSA, Antonio Roberto. Op.Cit. p. 326.
11
PIB. Além disso, a sua porcentagem participativa no mundo é de aproximadamente
6%, o seu efetivo militar é de 2.170 mil de soldados, sendo 14,38% dos principais no
mundo. O Japão, por sua vez, gasta 46,1 bilhões de dólares em seu efetivo militar
sendo 1% de seu PIB, de mesmo modo, representando 3,14 % de participação no
globo. O efetivo militar da região é de 215,6 mil soldados, 1,43% dos principais.
Já a Coreia do Sul possui 36,8 bilhões de dólares em seu efetivo militar, 2,7%
de seu PIB, o que representa 1,65% da participação mundial, assim como, 692 mil de
soldados, sendo 4,60 % dos principais no mundo. Os dados referentes a Coreia do
Norte revelam que o país possui um contingente de soldados de 1106 mil, e 7,35% dos
principais. Por fim, o estado de Taiwan apresenta o gasto de 9,9 bilhões de dólares o
que representa 1,90% de seu PIB.
Ao projetar uma análise crítica da nova estrutura de poder militar e de segurança
existente nos estados e em suas interações regionais é necessária a apresentação dos
principais fatos processuais dos conflitos militares na região - o que será realizado a
seguir. Ainda, a visão aqui empreendida implica ir muito além do simples inventário
comparativo das capacidades materiais dos atores. É fundamental e necessário, dessa
forma, realizar um resgate histórico.
Conflitos na atualidade
Após o fim da Segunda Guerra Mundial com a derrota japonesa marcada pela
Declaração do Cairo e pela subsequente saída da tensão ocidental na região coreana
um antigo debate voltou à tona no subsistema, o que envolveu também alguns países
do leste asiático. Tratou-se das disputas territoriais no Mar do Sul da China ou MSCh.
O MSCh é um mar semi-aberto e circundado por China, Vietnã, Malásia,
Cingapura, Indonésia, Brunei, Tailândia, Filipinas e Taiwan, uma área de cerca de
3.500.000 km². Destaca-se como uma das rotas marítimas com maior circulação
comercial no mundo, assim como, estima-se que mais da metade da frota petrolífera
passe pelo MSCh todos os anos12. Além disso, a região é rica em recursos minerais,
12 JUNG, Daiana Winter, FILHO, João Estevam dos Santos, BORGES Mateus Schneider. Tensões no Mar do Sul da China. Porto Alegre, UFRGS/FCE/PPGEEI, 2017.p.1.
12
especialmente, petróleo e gás natural, possuidora de reservas de petróleo de sete
bilhões de barris e cerca de 900 trilhões de pés cúbicos de gás natural13.
A imagem a seguir ilustra a região e as demarcações propostas pelos Estados
que a disputam.
Fonte:https:// en.wikipedia.org/wiki/
Territorial_disputes_in_the_South_China_Sea#/media/File:South_China_Sea_claims_map.jpg Acesso em: 16/10/2017
Ressalta-se que, não há crise na região, pois o conflito bélico não existe
factualmente. Todavia, há um prognóstico sobre um futuro conflito, o qual se dá na
contraposição de interesses regionais e internacionais dado na elaboração de acordos
e tratados sobre o uso de área. Entre estes, dois exemplos postos sobre o Direito do
Mar se destacam, um internacional e outro regional: a CNUDM3 e a Declaração da
13JUNG, Daiana Winter, FILHO, João Estevam dos Santos, BORGES Mateus Schneider. Op.Cit.p.1.
13
Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC), elaboradas em conjunto pela
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e China.
Entretanto, mesmo com a existência do respaldo institucional através dos
acordos, não há um acordo consensual entre os países, principalmente entre China e
Vietnã, no que tange a questão da soberania. Os dois países defendem o direito
histórico pela região. À guisa de exemplo, no ano de 2009, a China por meio de uma
nota verbal na reunião da ONU colocou-se contra as reivindicações da Malásia e do
Vietnã.
A ascensão militar do subsistema: o destaque chinês
Os gastos militares chineses aumentaram 7 vezes entre 1993 e 2013. Enquanto em 1993 eles eram 74% superiores aos de Taiwan, em 2013 esta diferença passou a ser de 17 vezes. Enquanto em 1993 a China tinha um gasto equivalente a 43% do realizado pelo Japão, este passou a ser 189% maior em 2013. Em relação ao total regional, o percentual de gastos chineses passou de 16,5% para 51%.14
A moderna empreitada realizada pelo governo chinês teria como objetivo central
moldar o leste asiático. A China, como atual potência mundial, considera toda a região
como parte de sua ”tutela mais próxima” (em semelhança ao papel pós-soviético
desempenhado pela Rússia).
Além do mais, a projeção chinesa tem implicação em uma mudança na ordem
estratégica da região, a qual foi estabelecida (no pós-guerra fria, como já elencado) e é
atualmente mantida pelos Estados Unidos. Vale ressaltar, entretanto, que a pretensão
se dá de maneira gradual.
A relação militar dos Estados Unidos com o subsistema
14 MORAES, Rodrigo Fracalossi de. A ascensão naval chinesa e as disputas territoriais marítimas no leste asiático. IPEA, Rio de Janeiro, 2015, p.10.
14
No que tange a esse tema é de fundamental atenção à existência de uma
disputa na nova ordem mundial do Sistema Internacional (SI) entre China e EUA,
colaborando para a criação de uma tensão no subsistema. O subsistema do Leste
Asiático, por sua vez, adota uma postura vigilante e defensiva, a qual se daria pela
ação de continuidade do controle do Pacífico15.
Além disso, como já abordado, os EUA disputam o acesso na região por meio do
controle do Mar do Sul da China, região a qual a nação possui 1,2 trilhões de dólares
investidos em circulação16. Destaca-se, entre suas tentativas, a utilização de uma
estratégia ofensiva nomeada como “comando dos comuns” a qual impõe que quaisquer
áreas que não pertençam a nenhuma nação (situação em que encontrava-se a região
após a 2°GM) e de importância para o acesso a grande parte mundo possam ser
utilizadas pelos EUA e negadas aos demais países do globo.
Claramente, tal perspectiva encontrou reações negativas dos atores regionais.
Dessa maneira, outra forma de promoção para os EUA foi o movimento de
rebalanceamento proposto pelo governo Barack Obama em 2011. A medida objetivava
contrabalancear as capacidades chinesas no Mar do Sul da China e no Pacífico. Para
efetuar tais planos, os EUA contam com a aliança militar japonesa (a qual qualifica a
imposição de suas ordens na região17), Filipinas, Cingapura, Vietnã e Índia.
Ainda em tempo, no que tange o tema do financiamento militar estadunidense na
região, principalmente na Coreia do Sul18, têm-se como posição contrária a Coreia do
Norte, por considerarem uma forma de conquista hegemônica dos EUA direta contra a
República Popular da Coreia e mundialmente. O governo norte-coreano tem como
resposta na crescente campanha nuclear norte-americana uma tomada defensiva no
15ESPINOSA, Antonio Roberto. Op.Cit. p. 326. 16 ZIETLOW, Bárbara e MARTINS, Camilla. Op.Cit p.1. 17 ESPINOSA, Antonio Roberto. Op.Cit. p. 326.18 Financiada inicialmente a partir dos anos 80.
15
uso de armas nucleares de mesmo nível. Assim como, a disposição da bomba H e
outras ogivas nucleares minimizadas e estratégias sofisticadas.
Primeira Guerra Sino-japonesa ou Guerra Jiawu
A Guerra Jiawu, como ficou conhecido esse conflito, foi travado entre a China e
o Japão em disputa pela Coreia no ano de 1894 a 1895. Para compreender as
prerrogativas que deram vida ao confronto valemo-nos da processualidade histórica da
época. Concomitantemente ocorria a Restauração Meiji no Japão a qual representava
a retomada da soberania e da economia japonesa por meio da assimilação de
estruturas ocidentais e do nacionalismo. O Japão optou pela adoção de uma política de
desenvolvimento tecnológico, abertura comercial e renovação nacional apoiada.
Anteriormente, a Coreia era um Estado vassalo do império chinês, ou seja, era
tributado pela China. Esse fato gerava um visível anseio, por parte da população
reformista coreana de sua independência e de uma aproximação com o
desenvolvimento do Japão. De mesmo modo, o Japão “via com bons olhos” uma
possível dominação do território coreano ou mesmo a sua independência, vista a
riqueza que o estado detém em carvão e minério.
O fator desencadeador do confronto, em um primeiro momento, foi o incidente
de Nagasaki no ano de 1886 que estreitou ainda mais os laços entre Japão e China.
Além disso, fora encomendado pelo novo governo coreano pró-japonês (para expulsar
as forças chinesas em território coreano pela força) brigadas mistas japonesas com
cerca de 4000 homens em uma rápida marcha em direção ao sul de Seul. Os chineses,
por sua vez, munidos de 3500 soldados da guarnição militar, viram-se sem chances
perante os japoneses e fugiram para Pyongyang19.
Por conseguinte, dado os consecutivos confrontos, os chineses foram
derrotados pelo Japão. Com a evidente derrota militar a China solicitou o início das
19 Região norte da Coreia.
16
negociações. Segundo o Tratado de Shimonoseki, assinado em 1895, a Coreia
reconheceu a independência, e, portanto deixou de receber tributos daquele país. A
China cedeu a Península de Liaodong e foi obrigada a pagar uma pesada indenização
de guerra. Os chineses também assinaram um tratado comercial que permita aos
navios japoneses operaram no Rio Yangtze e abrir mais quatro portos ao comércio
exterior.
Vale ressaltar, todavia, que as investidas imperialistas dadas pelo Japão não
foram bem recebidas por alguns países ocidentais, em especial a URSS, o que
sucederia adiante a Guerra Soviética. Logo após o tratado ocorreu a Intervenção Tripla
(Império Russo, Império Francês e Alemanha), que forçou o Japão a desistir da
península de Liaodong em troca de uma indenização adicional a China.
Segunda Guerra Sino-japonesa ou Guerra do Pacifico
A região da Manchúria, sempre fora uma área de interesse para os países que a
cercavam, em especial, para o Japão e a China. Dessa forma, a pretensão imperialista
da nação japonesa -a qual já tivera algumas demonstrações anteriores e que fazia
parte de seu programa de expansão- da época foi o motivo desencadeador para o
conflito. O marco inicial foi a invasão da região em 1937 com o incidente da ponte
marco polo. Após o incidente, os chineses tanto nacionalistas quanto comunistas viram
a necessidade de unirem-se contra o avanço territorial japonês sobre o espaço chinês,
o que contou com o apoio da URSS.
Além disso, a expansão japonesa previa um confronto contra os Estados Unidos
para expulsá-los definitivamente da Ásia. O Japão via seus interesses,
principalmente sobre a China, barrados por pressão internacional dos norte-
americanos20. A aposta japonesa para tal empreitada se deu com o ataque a base
20 Durante a década de 1920, apareceram os primeiros discursos no Japão contra os Estados Unidos.
17
naval estadunidense de Pearl Harbor21 em 1941, o qual se tornou pretexto para a
entrada dos EUA na 2ª GM.
Comparavelmente, a capacidade militar japonesa a dos EUA era muito inferior,
contudo a obstinação do povo japonês perante a sua iminente derrota era grande. Tal
afirmativa pôde ser confirmada, pois o imperador japonês Hirohito só confirmou a
rendição da nação após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki
no ano de 1945.
Coloca-se neste espaço, não uma visão positiva ou negativa acerca do
bombardeio nuclear, e sim, a mudança ocorrida para o Direito Internacional na questão
condenatória dos crimes de guerra. A nova ordem internacional passou a enxergar a
guerra como exceção; e, a paz como regra, no âmbito das relações de direito entre
gentes, conforme a Carta da ONU de 194522.
Por conseguinte, com base na Declaração de Postdam, de julho de 1945, a qual
deu fim a 2°Guerra Mundial; China, Estados Unidos e Grã-Bretanha exigiram, de forma
unida, que a justiça fosse realizada com a punição dos criminosos de guerra por meio
do Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente (TMIEO)23.
Separação das Coreias
A história da Coreia revela que esse território sempre sofreu com o domínio
estrangeiro, primeiro e durante séculos pela China. Após 1910 o domínio se deu pelo
Japão, durante o período de expansão neocolonialista, como parte do processo que
21 Vale ressaltar que o ataque a base naval de Pearl Harbor foi considerada um fracasso, visto que, não foi capaz de neutralizar o inimigo norte-americano. 22 SEGUCHI, Erika. Breves considerações sobre a situação do Japão no ano de 1945 e no período inicial do pós II Guerra Mundial, e a decisão dos aliados em criar o Tribunal Militar Internacional para o extremo oriente – TMIEO (Tribunal de Tóquio). Cadernos de Direito, Piracicaba, 2011, p.75.23 SEGUCHI, Erika. . Op.Cit. p. 76. O Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente (TMIEO) foi criado para julgar os japoneses por três tipos de crimes: "Classe A" (crimes contra a paz), "Classe B" (crimes de guerra) e "Classe C" (crimes contra a humanidade), cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
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pretendia transformar o Japão na principal potência oriental. A Coreia esteve sob julgo
japonês quarenta anos até à sua libertação revolucionária. Entretanto, o território
continuou a ser alvo do cerco imperialista.
O pretexto para a ocupação era a garantia de liberdade a Coreia, a fim de
eliminar-se por completo a presença japonesa. Contudo, tal divisão e ocupação militar
refletiu o início da Guerra Fria, ou seja, o início de uma disputa imperialista entre URSS
e EUA. Ao ocupar a região norte, os soviéticos pretendiam expandir seu modelo
socioeconômico e político, enquanto os EUA objetivava consolidar sua influência em
regiões consideradas estratégicas como o Extremo Oriente. No ano de 1947 ocorreu a
formação de dois governos, sendo que apenas o do sul foi reconhecido pela ONU. No
ano seguinte constituíram-se dois Estados autônomos.
Ocupação da Coreia determinada pelo o acordo de Potsdam: a URSS acima do paralelo 38 e os EUA abaixo.
Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerracoreia/ Acesso em: 25/10/2017
Entretanto, no dia 25 de julho de 1950 iniciou-se um novo conflito. Após tropas
norte-coreanas ultrapassarem o paralelo 38 e dominarem a cidade sul-coreana de
Seul. Em novembro do mesmo ano a China entrou na guerra, apoiando os norte
coreanos e foi considerada como agressora pela Nações Unidas, mesmo assim,
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continuou seu avanço em direção à Seul, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos
intensificaram sua presença militar.
Em 1952, temendo um novo conflito mundial, os EUA adotam uma política
defensiva, preocupada em preservar a Coreia do Sul sob sua influência, aceitando a
separação do norte; além disso, os gastos com a guerra e a elevada mortalidade foram
determinantes para a assinatura de um armistício em 27 de julho de 1953, suspendido
o conflito, mas não às hostilidades.
Poderio militar comparativo entre Coreia do Sul e Coreia do Norte
A principal discussão cunhada entre a relação norte e sul-coreana está em torno
da capacidade nuclear e militar de ambos os países e sobre os possíveis cenários que
viriam a emergir em um eventual conflito armado. Ao longo desse tópico empreende-se
apresentar um comparativo militar existente entre os dois Estados, assim como, as
prerrogativas presentes tanto no discurso sul-coreano como no norte-coreano. Vale
ressaltar o fato de que, por conta da política de isolamento da Coreia do Norte, parte
das fontes primordiais é de agências de inteligência internacionais (2011).
Nesse sentido, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) aponta
que a Coreia do Norte possui uma força militar composta por cerca de 1,2 milhão de
homens, sendo que 1 milhão destes seriam vinculados às forças terrestres, 60 mil à
Marinha e 110 mil à Força Aérea. O país ainda teria entre 5 milhões e 7,7 milhões de
reservistas. A Coreia do Sul, por sua vez, teria uma força terrestre de entre 560 mil e
655 mil homens, 63 mil ligados à Marinha e 64,7 mil vinculados à Força Aérea. Além
disso, contaria com entre 3 milhões e 4,5 milhões de reservistas.
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A imagem abaixo apesar de estar em atraso quanto ao gasto militar anual das duas coreias ilustra alguns outros tópicos quanto à quantidade de elementos militares.
Fonte: Balanço Militar IISS - 2011. Acesso em: 25/10/2017
Outrossim, ao analisar os dados contidos na imagem acima nota-se que o
contingente militar humano e material norte-coreano é significativamente maior que o
sul-coreano, perdendo apenas no gasto militar anual. Muitos críticos ao sistema norte-
coreano afirmam que tal fato coloca-a em situação de grande desvantagem. Todavia a
posição oficial da Coreia do Norte observa que os armamentos sul-coreanos são os
meios de agressão ao subsistema e respondem a uma possível ameaça nuclear com a
posse de um forte dissuasivo nuclear.
Conclusões
No momento em que assistimos as grandes guerras contemporâneas serem
revisitadas (estando, sobretudo, parte delas no subsistema apresentado) é de grande
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valia a compreensão da processualidade histórica. Por conseguinte, a compreensão
dos fenômenos ali desenvolvidos são representações das respostas políticas,
econômicas e militares empreendidas pelas nações ali localizadas com relação ao
intervencionismo ocidental, marcado pelo discurso contraditório democrático e liberal e
ao ataque às soberanias nacionais, que marca grande parte das tensões atuais na
região.
Por ser um dos principais subsistemas mundiais, o Extremo Oriente merece total
atenção. Região composta por países que despontam como potencias econômicas,
industriais e militares; população grandiosa e recursos naturais em larga escala, o
subsistema exerce grande influencia no continente e no resto do mundo, agregando
países que podem vir a se tornar hegemônicos numa futura Nova Ordem Mundial do
Sistema Internacional.
Assim sendo, em uma perspectiva atual, China e Coreia do Norte requerem uma
analise mais cuidadosa. A primeira por suas características e valores macro-numéricos
e a segunda pelas recentes tensões que envolvem suas relações com os Estados
Unidos, colocando o mundo em alerta acerca de um potencial conflito entre os dois
países. Ademais, Japão e Coreia do Sul apresentam baixos índices de crescimento nos
últimos anos, e por possuírem territórios pequenos e baixas taxas de natalidades, a
tendência é de que a China, alicerçada por Hong Kong e Taiwan, continue exercendo o
papel de liderança no subsistema.
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