projeto tirando o nó da garganta power point

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portfolio TIRANDO O NÓ DA GARGANTA Profª Responsável: Rose Aparecida da Silva (Arte-Educadora ,formada pela UNESP/ Bauru) Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4495370J5 Projeto Complexo de Arte-Educação no Ensino Médio Série envolvida: 2ª Série A / EM Escola: E.E.Prof.Francisco Alves Brizola Bauru SP 2012 1

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portfolio TIRANDO O NÓ DA GARGANTA

Profª Responsável: Rose Aparecida da Silva(Arte-Educadora ,formada pela UNESP/ Bauru)

Lattes:http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4495370J5

Projeto Complexo de Arte-Educação no Ensino Médio

Série envolvida: 2ª Série A / EM

Escola: E.E.Prof.Francisco Alves Brizola

Bauru SP

2012 1

Objetivos

Geral:- Promover Arte, politicamente comprometida com as

questões sociais, por meio do entrelaçamento das linguagens artísticas.

Específicos:- Refletir sobre as possibilidades da Arte aplicada as

reais necessidades sociais da vida cotidiana.- Mediar à criação visual, indagação e crítica dentro

do ambiente escolar;- Propiciar espaços de reflexão, produção e fruição de

Arte, tendo como enfoque o tema da violência nocotidiano escolar;

- Compreender a violência enquanto fruto dosconflitos sociais, proporcionando aos alunos que sevejam dentro dessa complexa estrutura.

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Público alvo e parcerias

O projeto Tirando o Nó da Garganta aconteceudurante as aulas de Arte com os alunos da 2ºSérie A do Ensino Médio, período da manhã, quefez intervenções e outras ações com as demaisclasses e espaços da escola. Em parceria com oNúcleo de Ensino da Faculdade de Ciências UNESP/Bauru, com a colaboração direta da professoraDaniele Cristina de Souza(Doutoranda em Educação para a Ciência/ UNESP,Bauru). Pudemos contar também com asorientações e esclarecimentos durante as aulas deArte do Polo Arte na Escola UNESP-Bauru.Propusemos então, unificar os ideais da ArteContemporânea e da Educação Ambiental crítica;pensando no ambiente escolar enquanto fruto deum contexto amplamente articulado dentro deuma rede social complexa.

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Caminhos sistêmicos do projeto

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Mesa redonda

Desenhos sobre a violência (ideias e críticas)

Formação de grupos, montagem de

narrativas a partir de imagens do Livro “A vida na escola e a

escola da vida”

Teatro surpresa: O

estranho mundo da

escola”

Intervenção musical

Discussões sobre

performance na sala

Confecção de

máscaras de papel

Vídeo: O romance do

ponto e da linha e discussão do

conceito de expressividade

das linhas

Intensivo Nó da Garganta:

entrelaçamentos

Instalação na escola e na

DE

Intervenção reunião de

gestores

A linha vídeo montagem

zarpando

início

Explicando o mapa

O projeto aconteceu de forma sistêmica,ancorados pelo pensamento complexo deEdgar Morin, de forma que não temos umalinearidade a apresentar, mas um mapacomplexo cheio de caminhos que por horavoltavam às questões iniciais e às mesasredondas para discussões e redefinições dapróxima ação a ser tomada. O íconezarpando se refere as novas possibilidadesde inserção do projeto em qualquermomento durante as aulas, mesmo jáfinalizado o projeto, zarpamos para nossasaventuras, sempre com o objetivo de fazerArte enquanto fruto de fazer pensante queenvolve um pensamento complexo.

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Questões Norteadoras

O que é a violência?

Onde aprendemos a

violência?

As pessoas nos

violentam? Como?

Quem são essas

pessoas?

Como eu me sinto em relação à violência?

O ambiente nos violenta?

De que forma?

As pessoas violentam o ambiente?

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1ª Momento: Rodas de discussão e Conversa/ação sobre a violência

Questionamentos norteadores:

O que é a violência? Como a violência nos afeta? Como a reproduzimos? Onde aprendemos a

violência? As pessoas nos violentam? Se as pessoas nos violentam, de que maneira? Quem são

essas pessoas? Como nos sentimos em relação à violência? As pessoas violentam o ambiente?

O ambiente nos violenta? Se o ambiente nos violenta, de que forma? Como posso me manifestar

artisticamente sobre minhas ideias acerca da violência?

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2ª Momento: Construção de Narrativa Visual com fragmentos deimagens, tendo como tema referente a violência, a escola e asociedade

Imagens do livro: A vida na escola e a escola da vida

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3º Momento: Teatro surpresa para os alunos:O estranho mundo da Escola

Sinopse:

Trata- se de 3 personagens que vão discorrendo sobre a escola:

Sofia: Uma menina curiosa e crítica sobre o mundo e propõe vários questionamentos sobre o papel da escola e o que é ensinado no currículo.

Doxa: uma aluna que ignora muitas coisas, vive em um mundo seu particular e por isso aceita passivamente as explicações que lhe são dadas.

Dona Epistêmica: é a professora, uma pessoa cheia de conteúdos e que impõe seu conhecimento em hierarquia, a dona do saber, centralizadora. Tem boas intenções, mas se perde em meio aos seus conceitos já pré-estabelecidos, aos quais acredita ser inquestionáveis.

O teatro foi um presente para os alunos após muitas discussões, embasado nos apontamentos que fizeram sobre a escola. Interpretado pela professora Rose Silva , pela colaboradora Daniele Souza e estagiárias do Núcleo de Ensino da UNESP.

Trecho do teatro

Num recanto muito longínquo, onde coisas estranhas e curiosas acontecem, chega Sofia. Ela está vindo de sua cidade, Buscópolis, cidade pacata, em que todos os cidadãos vivem a buscar. Buscar o que? Você pode pensar. Ué, buscar tudo! Buscar coisas, caminhos, motivos, pessoas, vidas, sonhos....esse era o sentido da vida para os cidadãos de Buscópolis, a busca pelo conhecimento do mundo que era amplo e diverso, era isso que os faziam felizes.

Mas este lugar que Sofia chegou era estranho, ela nunca tinha visto. Lugar confuso: risos, gritos, conversas, silêncios. Ela anda, anda, questiona, reflete, como uma boa buscopoliana que é. Eis que adentra a um prédio, parece uma casa, mas não é, é bem diferente.... É a escola!

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4ª Momento: Estudos para intervenção da paz na escola(estudo sobre o que é intervenção, como fazer uma paródia e as

possibilidades da ação na escola)

Intervenção na diretoria

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A intervenção

aconteceu em

todos os

espaços da

escola. Os

alunos

entravam

cantavam a

paródia e

saiam, sem

maiores

explicações.

Objetivo:

Provocar uma

inquietação e

estranhamento

sobre a ação e o

que ela poderia

significar

5ª Momento: Discussão sobre como fazer uma performance teatralem sala de aula e sobre a Violência e a formação homogeneizada quenão respeita especificidades e interesses particulares dos alunos.Verificando a possibilidade de usar máscaras de papel.

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Máscara do soldado da cabeça de papel

Em associação ao soldado da cabeça de papel,música do cancioneiro brasileiro, a máscarareferencia a pessoa que tem que se adaptar asconvenções sociais, caso contrário, é punida. E decomo a sociedade atribui a escola o papel deadestramento social, sendo a violência escolarmuitas vezes reflexo da divergência de interesses edo papel da escola.

Os olhos de botão são uma associação ao filme“Coraline” um filme em stop-motion do autorbritânico Neil Gaiman, que trata da história de umamenina que para conseguir o que deseja tem quepara isso abrir mão de seus olhos pregando botõesno lugar . Os botões são entendidos no contextocomo alienação e controle social.

O zíper entreaberto se refere ao calar-se diante dassituações, e ao pouco espaço do diálogo na escola.No projeto os alunos teriam esse espaço de falar oque pensam sobre a escola e como a violênciaacontece nesse ambiente .

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Performance teatral sobre a violência simbólica no espaço escolar

Sinopse:

Além da violência mais

comum que conhecemos que

se caracteriza pela agressão

física, verbal e mesmo moral,

há a violência simbólica que

se expressa em mecanismos

de autoritarismo e imposição

de significados e sentidos

aos sujeitos,

desconsiderando sua cultura

coagindo a pessoa a seguir

posicionamentos no espaço

social a partir de critérios e

padrões dominantes.

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6º momento: Confecção coletiva do painel da escola

Desvendando o painel:

A árvore central simboliza a árvore da vida e agrande genealogia humana que tem uma únicaraiz. Alguns frutos mantêm-se unidos à grandeárvore . Outros dos frutos/indivíduos foramretirados, se desligaram de alguma forma, seperderam e estão marginais à árvore e por não seidentificarem como parte dessa sociedadeagridem-na, revoltam-se atirando-lhe bombas.

De um lado da árvore, temos pequeninas florescoloridas e do outro temos plantas secas, numametáfora aos bons e maus frutos sociais. Temosainda, no canto esquerdo, uma imagem Ying yangque remete ao lado bom e mal que juntos formamuma única figura e ao homem que nasce com asduas potencialidades, mas que a sociedade omolda de acordo com suas conveniências.

Ao lado esquerdo da árvore temos umaampulheta, que transmite a ideia de que o tempopode transformar e que é preciso usar o tempopresente para mudanças. Temos também umajanela aberta em associação às possibilidadesnovas que surgem e no canto direito superiortemos um emaranhado colorido de formas quelembram rostos de pessoas.

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Os alunos fizeram desenhos sobre a violência na

sociedade e em seguida propomos unificar os desenhos

criando uma narrativa única. O desenho unificado foi

colocado no painel da escola.

7ª Momento: assistir o vídeo o romance do ponto e da linha

Sinopse do vídeo:

"O Ponto e a Linha" é um filme de

animação dirigido por Chuck

Jones (1965)

Trata-se, do que pode fazer uma

linha reta quando se apaixona por

um ponto volúvel? Como reagir

perante a adversidade de um

amor não correspondido? Poderá

a linha reta mudar de direção?

Quais são as potencialidades de

uma linha com muita

perseverança? Como é que uma

linha se pode exprimir?

Nossa proposta: extrapolar o

conceito do vídeo e criar o nosso

próprio stop-motion invertendo a

concepção de liberdade e

expressão da linha, em analogia

ao relacionamento

professor/aluno.

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Escrita do texto, narração e sequência fotográfica para produção do vídeo stop motion : “A linha”

Sinopse:

Trata-se da história de uma

linha alegre, inocente e feliz,

que amava ser livre e se

movimentar. Até que um dia ela

conhece a borracha (signo

referente aos adestramentos

sociais) e acaba perdendo sua

essência, perdendo suas curvas

e vontades. Enfim, tornando-se

uma linha reta.

Metáfora referente ao

desrespeito à natureza e

essência humana devido à

imposição de normas sociais e

estruturais que muitas vezes

deformam a espontaneidade e

desarranjam o desenvolvimento

cognitivo do educando.

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8º Momento: Intensivo Inter/transdisciplinar Nó da Garganta

Num entrelaçamento com asdemais matérias, outrosprofessores da escola eestagiárias do Núcleo deEnsino colaboraram comseus saberes em umIntensivo de um dia compalestras para os alunos nasÁreas de História, Filosofia,Química e Biologia. Cadauma contribuindo com seussaberes sobre a violência econsequências na História,organismo e no convíviosocial.

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9º Momento: Instalação na Escola e Diretoria de Ensino de Bauru

Espaço escuro preparado com

o mesmo papel da confecção

das máscaras e cordas,

iluminado com pequenas

lâmpadas de LED que

marcavam o caminho a ser

percorrido, com frases,

pensamentos, desenhos e

fotos decorrer do projeto.

As máscaras estavam

presentes “sentadas” em

cadeiras, como testemunhas

oculares do processo; no meio

do percurso está a mostra dos

vídeos que nasceram da

proposição (intervenção,

performance e stop motion). E

ainda um vídeo confeccionado

pela professora denominado

“Como superar isso” pedindo

mas atenção e cuidado com os

nossos alunos e com a

educação.

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10º Momento: intervenção na reunião de gestores da Educação

Os alunos com asmáscaras confeccionadaspara a performanceinvadiram o espaço daOAB de Bauru, localonde acontecia areunião, entregaram acada um dos gestoresuma poesia queconfeccionada em salafalando sobre o soldadoda cabeça de papel.

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Poesia apresentada na intervenção da reunião de gestores da Educação

Cabeça de papel

O que fizeram de mim?

Me procuro e não encontro.

É incompreensível e bárbaro comigo, meus sonhos, minhas vontades, meus desejos, meus medos

foram embrulhados em sacos pardos.

Sacos, que escondem, deformam minha face, surgem assim como intrusos que produzem uma violência na reflexão, violência no pensamento, violência na

pessoa.

Ata nó em minha garganta, choro e não ouvem... são gritos silenciosos

Saco na cabeça, nó na garganta...

Quase me esqueço de onde venho, aprendi a pensar como devo, a ouvir as músicas certas, a amarrar as

palavras, a não falar alto, não me mexer muito; estou domado, quadrado, sou soldado da cabeça

de papel.

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Apresentação do projeto que foi indicado e aprovada participação em 3 Congressos:

III Encontro Núcleos de Ensino & II Encontro PIBID da UNESP Águas de Lindóia; III Encontro do Núcleo de Ensino Unesp Botucatu;IV Congresso Brasileiro de Educação UNESP/ Bauru

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Referências

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CAPRA. Fritjof. A Teia da Vida – Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. Trad. Newton Trad.Newton Roberval Eichemberg. Ed. Cutrix. SP.

CHARLOT, B. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam esta questão. Interface –Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n.8, p. 432-443, jul./dez., 2002.

CECCON, Claudius. A vida na escola e a escola na vida. 23ª ed., Petrópolis: Editora Vozes Ltda em co-edição comIDAC, 1991

HERNÁNDEZ. Fernando. Catadores da Cultura Visual – Proposta Para uma Nova Narrativa Educacional.Ed.Mediação. Coleção Educação e Arte. Ed. Mediação. 2007.

GUIMARÃES, Á. M. Escola: Espaço de Violência e Indisciplina. Nas redes da Educação, s/d. Disponível em:<http://www.lite.fae.unicamp.br/revista/guima.html>. Acesso em: 18 de jun. 2012.

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro / Edgar Morin ; tradução de CatarinaEleonora F . da Silva e Jeanne Sawaya ; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo : Cortez ;Brasília, DF : UNESCO, 2000.

PRIOTO, E. P.; BONETI, W. L. Violência escolar: na escola, da escola e contra a escola. Revista DiálogoEducacional. v.9, n.26, p.161-179, jan.-abr., 2009.

SAVIANI. Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica, primeira aproximações. Campinas: Autores Associados, 2000

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens, códigos e suastecnologias / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. – 2.ed. – São Paulo: SEE. 2011. 260 p.

Midiateca Arte na escola: Múltiplas linguagens da arte contemporânea: instalação e performance ( vídeo)

http://artenaescola.org.br/todo-passado/material/mlac-instalacao.pdf

Links dos vídeos:

• http://www.youtube.com/watch?v=CwRYtPwz5dQ&feature=youtu.be

• http://www.youtube.com/watch?v=8jP9aRjzR0U

• http://www.youtube.com/watch?v=tKqGTY-XYQU

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