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COLÉGIO ESTADUAL CELY TEREZA GREZZANA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO SÃO FRANCISCO – CHOPINZINHO 2009 1

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COLÉGIO ESTADUAL CELY TEREZA GREZZANA – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

SÃO FRANCISCO – CHOPINZINHO

2009

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ÍNDICE

Apresentação do PPP........................................................................................01

Identificação do Estabelecimento......................................................................02

Histórico do Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana......................................02

Organização do Espaço Físico..........................................................................03

Ofertas de Cursos e Turmas..............................................................................04

Organização Curricular......................................................................................04

Caracterização da Comunidade Escolar...........................................................04

Objetivos da Escola...........................................................................................05

Caracterização da Realidade Brasileira, do Estado, do Município e da Escola

...........................................................................................................................06

Análise das Contradições e Conflitos Presentes na Prática Docente:Reflexão Teórico-

Prática...................................................................................................08

Concepção de Sociedade..................................................................................11

Concepção de Homem......................................................................................11

Concepção de Educação...................................................................................11

Concepção de Conhecimento............................................................................12

Concepção de Escola........................................................................................12

Concepção de Ensino e Aprendizagem........................................................... .13

Concepção de Tecnologia.................................................................................13

Concepção de Avaliação – Avaliação Formativa...............................................14

Avaliação e suas Dificuldades...........................................................................15

Princípios da Gestão Democrática....................................................................16

Formação Continuada.......................................................................................19

Currículo da Escola Pública/Dinâmica do Currículo..........................................21

Tendências Pedagógicas...................................................................................23

Inclusão e Diversidade.......................................................................................24

Inclusão escolar.................................................................................................25

O Aluno com Problemas de Aprendizagem.......................................................27

Desafios Educacionais Contemporâneos..........................................................28

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Redirecionamento do Trabalho Pedagógico......................................................29

Trabalho Coletivo...............................................................................................30

Como Fazer uma Escola para Cidadania..........................................................32

Funções do Gestor Escolar...............................................................................34

Atribuições do Professor Pedagogo..................................................................36

Funções do Corpo Docente...............................................................................38

Papel do Discente..............................................................................................40

Funções da Equipe Administrativa....................................................................41

Funções do Agente de Serviços Gerais............................................................44

Papel das Instâncias Colegiadas.......................................................................47

Recursos que a Escola Dispõe para realização de Projetos.............................51

Critérios para a Elaboração do Calendário Escolar...........................................51

Critérios para Organização e Utilização dos Espaços Educativos....................52

Critérios para Organização de Turmas e Distribuição de Aulas........................52

Diretrizes para Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente e não Docente: Do

Currículo, Das Atividades Extracurriculares e Do PPP................................52

Práticas Avaliativas............................................................................................53

Operacionalização da Avaliação........................................................................56

Recuperação de Estudos/Paralela....................................................................57

Avaliação do Projeto..........................................................................................58

Referências Bibliográficas.................................................................................59

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1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO PPP

O projeto Político Pedagógico tem a intenção de refletir sobre a organização do trabalho na escola, o mesmo exige a colaboração de todos os segmentos (direção, pedagogos, professores, funcionários, pais, alunos e comunidade...), pois são esses que poderão definir o que temos e o que queremos de nossas escolas; estas definições deverão estar colocadas nas atitudes de solidariedade, reciprocidade e participação coletivas levando-se em conta as condições concretas em que a escola se encontra.

Através de reuniões, questionários e estudos com as pessoas diretamente ligadas a escola percebe-se a grande disparidade que o nosso país apresenta, desemprego, corrupções, violência, desigualdade social... entre outros, mas também podemos observar a grande vontade de mudanças, de investir na educação, pois quanto mais o fizemos maior será nossa qualidade de vida e melhoria de ensino.

Com esse intuito, pretendemos criar um projeto que estimule a organização de atividades que favoreçam o convívio escolar extra classe: festivais, mostras, campeonatos, apresentações culturais, shows.

Queremos incentivar os alunos a propor a organizar suas atividades, com o apoio que se fizer necessário por parte da escola, incentivando a responsabilidade dos alunos por todas as tarefas que forem viáveis.

Pretendemos manter nossos alunos informados sobre seus direitos e anuncia-los naquilo que sintam faltas, pretendemos facilitar o contato dos alunos com pessoas de fora da escola, fornecer-lhes informações, sugerir temas ou questões a serem trabalhadas, ceder locais para a realização de suas atividades. Ao mesmo tempo, e de forma complementar a liberdade de organização, pretendemos favorecer e incentivar uma comunicação intensa e livre: murais, debates, reuniões, jornais...

A escola, com todas as suas contradições e limites, ocupa um espaço privilegiado na vida dos adolescentes e jovens, e influi, intencionalmente ou não, na construção de suas identidades e projetos de vida, entre outros aspectos.Termina o século XX, e se até esse a escola considerava que as crianças aprendiam basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje sabemos que essa forma de aprendizagem é limitada, que existem diferentes processos e maneiras de aprender, sabemos também o quanto ás teorias educacionais ainda estão distantes da prática cotidiana.

O ensino público de qualidade é possível com a colaboração de todos promovendo as mudanças que se fazem necessária, principalmente na cultura com uma educação inovadora e transformadora.

Não resta dúvida de que será preciso que todos cresçam em competências, determinação, buscando fazer a escola uma instituição formadora e transformadora de alunos, professores e comunidade em geral. Para que isso aconteça, ela precisa

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de autonomia, isto implica em ter responsabilidades tanto pelos acertos quanto para os erros.

Educadores voltados para o futuro necessitam buscar nas atividades didáticas as respostas e os caminhos para um ensino mais eficiente considerando que o aluno é o centro da aprendizagem e que ele necessita de uma escola de qualidade.

1.2. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana, autorizada pela SEED, através da Resolução nº 1.793/94.

O Colégio é mantido com recursos do Estado e da A.P.M.F., está localizado em São Francisco distrito do município de Chopinzinho. Rodovia PR 281, Km 484.

Atende alunos residentes na comunidade e localidade próximas oriundas do campo.

1.3. HISTÓRICO DO COLÉGIO ESTADUAL CELY TEREZA GREZZANA

Precisamos conhecer o nosso passado para que possamos agir no presente e nos prepararmos para o futuro.

Inicialmente a escola era municipal e localizava-se em Gramados, interior de Chopinzinho, chamava-se Rui Barbosa e tinha na Direção a professora Maria de Fátima Abreu. Passou a ofertar ensino regular de 5ª a 8ª séries a partir de 1983, gradativamente através do decreto nº 15/82 e a localizar-se em São Francisco.

Em 20 de Março de 1994, a escola foi estadualizada pela Resolução nº 1.793/94 do Secretário do Estado da Educação, passando a denominação: Escola Estadual “ Cely Tereza Grezzana.” _ Ensino de 1º grau, homenageando a professora que muito lutou em prol das causas da educação.

Nesse ano o Estado assumiu integralmente a escola que até então era mantida com recursos da prefeitura.

No ano de 2002 foi implantado na escola o Ensino médio, passando assim a escola a chamar : Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana.

Desde que foi implantado o Ensino de 5ª a 8ª séries o Núcleo de São Francisco teve na direção as seguintes professoras Aldair Grasiani Patel de 1998 à 2000 , Elaine Giunta de 2001 a 2005, reeleita para gestão de 2006 a 2007 e prorrogado até 2008 e atualmente a direção é Claudia J. G. Lemos. Neste período também, desempenharam seus trabalhos como pedagogas Angelita Pivatto, Moema Krzesinski, Claires Lemos, Susana Bellé , Deizi Maria Verona , Jaqueline Simone M.S. Alves, Silvana Schmid e Susana B. Monteiro. Possuí um quadro de 6 funcionários e 22 professores. O Colégio hoje, tem 194 alunos oriundos do campo. Possui A . P.M.F regularizada.

Nosso colégio hoje conta com a colaboração dos professores:

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Ana Paula Meneguzzi Educação Física Alexsandra Cambruzzi Língua PortuguesaIvete Ongorato ArtesFlavia apª Lasta FísicaEli Drehmer da Rosa CiênciasIvane Ongarato QuímicaMarlise Neumann GeografiaIvete Ongorato Língua PortuguesaJuliana Von Früauf Lamb Educação FísicaEni Aparecida Valiati História e Ensino ReligiosoIndianara Streit MatemáticaKelvin Márcio Szymczak Educação FísicaZenilde da Rocha Filosofia e SociologiaMarisa Caranhato MatemáticaJulhana Cella Língua Estrangeira Moderna - InglêsMagna Felicidade Pires MatemáticaMarta Hendges Guzzo FísicaMoema Aparecida Krzesinski BiologiaSandra Pinto Língua Estrangeira Moderna - EspanholVera L. de Jesus Língua Estrangeira Moderna - EspanholVilma B. de Almeida HistóriaValdilei da Costa Filosofia e Sociologia

DIREÇÃOClaúdia J. G. Lemos Diretora

PROFESSOR PEDAGOGOJaqueline S. M. Schurt Alves PedagogaSusana B. Monteiro Pedagoga

FUNCIONÁRIOSLuciane Apª Zuconelli Auxiliar AdministrativoMarinez da Rosa Soarez SecretáriaElvira Bento Ribeiro Auxiliar de Serviços GeraisItacir Biava Auxiliar de Serviços Gerais

1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

O Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana proporcionará um ambiente agradável e acolhedor a sua clientela, propício à aprendizagem.Dispomos de:07 salas de aula

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01 Biblioteca01 Sala para direção e supervisão01 Secretaria01 Sala de professores01 Cozinha01 Almoxarifado01 Banheiro para professoresBanheiros masculino e feminino para alunos01 Quadra de esportes01 Laboratório de Ciências01 Laboratório de Informática

1.5. OFERTAS DE CURSOS E TURMAS

Oferecemos Ensino Médio e Fundamental, com turmas de:

5ª A _ 20 alunos5ª B – 23 alunos7a A – 18 alunos8a A – 24 alunos1a A E.M – 14 alunos1ª B E.M – 19 alunos2ª A E.M – 24 alunos3a A E.M – 18 alunos 3ª B E.M. – 13 alunos

1.6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A organização curricular é por disciplina com matriz curricular composta de 75%, na base nacional comum é de 25% na parte diversificada, a organização do tempo escolar é por série.

1.7. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

A reconstrução do PPP deve ser uma construção planejada, coletiva onde passamos superar a educação parcelada é fragmentada, um dos maiores desafios é o desenvolvimento de uma educação moderna que valorize a cidadania, ética, cultura, sexualidade, meio-ambiente, cultura religiosa e principalmente que contemple a diversidade através da inclusão..

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Sabemos que o comprometimento com a educação depende de nós e que precisamos do apoio dos pais de nossos alunos. A nossa escola conta com alunos oriundos do campo, filhos de agricultores ou agro pecuarista, mas em sua maioria é composta por famílias de classe baixa sem uma venda fixa, pois dependem da agricultura.

Como diz Ana Teberoski: NOVA ESCOLA, Novembro/ 2005 “Acreditar que o aluno pode aprender é a melhor atitude de um

professor para chegar a um resultado positivo”.Portanto, em nossa escola temos um quadro de profissionais comprometidos

com a educação e com o crescimento dos alunos, sem esquecer que ao professor cabe a responsabilidade de organizar a situação de aprendizagem de forma a ofertar informações adequadas, observando as ações dos alunos, problematizando suas produções, intervindo sempre que achar que podem fazer reflexões que auxiliam o educando a avançar.

1.8. OBJETIVOS DA ESCOLA

Desenvolver trabalho de ensino/ aprendizagem adequado à necessidades dos alunos, acreditando que todos são capazes;

Explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre seus agentes educativos voltados para uma realidade específica;

Propiciar aos professores situações que lhes permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico coerentemente;

Encarar os alunos como pessoas que precisam ter sucesso em suas aprendizagens para se desenvolverem pessoalmente e para terem uma imagem positiva de si mesmos;

Compreender a cidadania como participação social e política, adotando no dia-a-dia atitudes de solidariedade, sabendo respeitar o outro e exigindo para si;

Atender a diversidade, não é considerando as capacidades intelectuais que o aluno dispõe, mas seus interesses, motivações, tendo um compromisso com a eqüidade;

Refletir a realidade da escola propiciando ao professor situações que permitam aprender a pensar e realizar o fazer pedagógico;

Reconsiderar os métodos de avaliação, proporcionando variadas oportunidades e estímulos para o aluno demonstrar suas capacidades e aprendizado.

2. MARCO SITUACIONAL

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2.1 CARACTERIZAÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA, DO ESTADO, DO MUNICÍPIO E DA ESCOLA.

Durante séculos o estudante não passou de uma tabula rasa ou adulto em miniatura, somente a partir de Rousseau é que se passou a ter uma visão de que este era um ser, como todo ser humano, social e histórico, portador de uma natureza singular, pensando o mundo de um jeito muito próprio.

Desde seu sentido original, a escola surge como um lugar separado, reservado às elites, destinadas aos ofícios servis e não ofertados aos filhos das camadas inferiores, à medidaque o crescimento da população e a consequente redução de recursos ambientais vão aumentando e exige-se uma nova organização e a escola passa a ser institucionalizada na esfera da sociedade.

A educação então, passa a ser um processo de humanização do homem, levando-o ao conhecimento, ao autodomínio e autorrealização como resultados da interação que o homem mantém com o meio que o cerca.

O quadro educacional brasileiro ainda é insatisfatório. Temos um longo caminho a percorrer, comparações com outros países nos deixam em desvantagem. Os dados revelam desigualdades regionais, baixo aproveitamento escolar, defasagem idade/série, índices de evasão e repetência. Esses resultados refletem o processo de extrema concentração de renda e de níveis elevados de pobreza existentes em nosso país.

No entanto, a sociedade brasileira vem tomando consciência de que, sem uma educação séria o seu futuro fica comprometido e assim avançando em alguns pontos.

Portanto, o desafio da educação está em construir fundamentos mais promissores para o desenvolvimento de uma educação mais moderna.

Este desafio da qualidade de ensino deve estar centrado no aluno. O educador deve precisa lutar contra o paternalismo social, as ideologias dominantes, como diz Paulo Freire:...

“... essa libertação não é uma luta individual, é coletiva, social e política.” (1997).

Para responder a este desafio, é necessário explicitar os novos pressupostos conceituais de educação; a função histórica e social da escola; os fundamentos e epistemológicos e os princípios pedagógicos aplicados; os novos papéis da interação professor, aluno e realidade: uma nova concepção e um novo enfoque da avaliação vinculada ao desenvolvimento e a produtividade da escola; a indicação de diversos recursos e fontes de pesquisa destinada a professores e alunos para a produção do conhecimento.

É certo que não há escola sem sociedade, mas, no contexto atual, desafortunada será a sociedade sem escola. Cabe a escola focalizar o seu papel de principal responsável pela organização sistematização e de desenvolvimento das capacidades cientifica, éticas e tecnológicas de uma nação.Em nossa escola desenvolvemos atividades nas quais os alunos possam participar permitindo a todos vivenciar as atividades, valorizando experiências, emoções e sentimentos de cada um, promovendo mudanças, para isso fez-se necessário que o

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conhecimento seja transmitido de uma forma prazerosa, propiciando condições para uma aprendizagem significativa.

Sendo assim, a missão da escola deve ser a de construir a cidadania; fazer com que os alunos abandonem a postura passiva, assumam responsabilidades, fazendo a sua parte, começando pelo que estão ao seu lado, propiciando assim desenvolvimento de capacidades de modo a favorecer a compreensão e a intervenção nos fenômenos sociais usufruindo a paixão que é o conhecimento.

A escola deve tornar os alunos ativos. Desenvolver atividades nas quais os jovens possam participar permitindo a todos vivenciar as atividades, valorizando as experiências, emoções e sentimentos de cada um, construindo um novo saber e promovendo mudanças. Para isso é necessário que o conhecimento seja transmitido de uma forma prazerosa, oferecer ensino de excelência, propiciar condições para uma aprendizagem significativa, atualizada e eficaz, que prepare alunos competentes, éticos e com argumentação sólida.

A escola deve construir a cidadania, que precisa ser compreendida além da cobrança de direitos individuais e coletivos, abrangendo, também, o cumprimento dos deveres. A missão da escola deve ser a de fazer com que seus alunos abandonem a postura passiva – e abraçar uma atitude ativa consigo própria, com o outro e com o ambiente. Significa assumir responsabilidades com o coletivo, fazendo a sua parte na construção de um mundo melhor, começando pelo que está mais próximo, ou seja, sua família, escola e comunidade.

A escola deve criar meios e espaços que propiciem momentos de reflexão, de análise, aprendam a escolher, tomar iniciativa, perseverar.

Diante disso, acreditamos estar trabalhando conforme o previsto na LDB, cumprindo o proposto, o padrão de qualidade do ensino e das aprendizagens dos alunos corresponde aos princípios da estética, da sensibilidade e da política da igualdade.

A escola deve ter o papel vital na formação do perfil do cidadão assim, queremos que a “Nossa Escola” seja uma agência de socialização, intermediando o processo entre a família e a sociedade. É uma etapa de transição para entrar na sociedade. Portanto, não será grande novidade dizer que a escola tem um papel de extraordinária importância de desenvolvimento da cidadania. Cobre um intervalo de idade decisivo no desenvolvimento de um ser humano. Entre sete e quinze anos acontece quase tudo que há para acontecer nesse processo de socialização. E quem perder o bonde está mal. Não só está individualidade mal, mas provavelmente será um ônus para a sociedade, com forte probabilidade de comportamentos anti-sociais.

A função da escola é, pois decisiva. Obviamente, não é fácil, mas não é impossível. Se a escola captura a imaginação das crianças, há uma esperança de que possa socializá-la com valores sadios e coerentes com uma sociedade harmoniosa.

O lado mais complicado da equação é que ao chegar na escola a criança já teve sete anos de socialização na família. A família com certo nível social e educacional é um cursinho preparatório para a escola e para a socialização que vem com ela. E uma educação para a cidadania ora, se falha este processo, o trabalho da escola se torna muito mais árduo. De fato, isso é um problema sério no caso de crianças de famílias destruídas, de meios miseráveis, de situações de pobreza abjeta, de comportamentos anti-sociais dos pais.

Mas qualquer que seja o quadro, o papel da escola na formação de valores e na cidadania é vital e fatal para qualquer sociedade.

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Por fim, é necessário que a escola promova a vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais para que haja transformação da realidade.

2.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA

Acredita-se que hoje, o professor, é cada vez mais um profissional consciente. Preocupa-se em compreender a realidade da qual ele e seus alunos fazem parte, empenha-se em participar da transformação do que há de desumano na sociedade, a começar pela sua situação funcional, sem deixar de lado a marginalidade sócio-econômica em que vive a família de muitos de seus alunos. Nesta perspectiva, cabe ao professor de hoje interagir com aluno valorizando e respeitando diferenças individuais, vendo-o como autor de sua aprendizagem, tendo presente o mundo concreto dele, reconhecendo a importância da dimensão social do seu trabalho.

O professor é um portador de preocupações, interesses e responsabilidades sociais, devendo entender-se, organizar-se e apaixonar-se quotidianamente pelo que faz e pelo que pensa, passando aos que o cercam e principalmente, aos alunos, o brilho desta paixão e a riqueza do saber viver e conviver com os outros, isto fará da educação, uma educação de corpo inteiro.

Para que isso ocorra, o professor precisa aceitar a si próprio, tendo consciência de sua ação pedagógica avaliando sempre métodos e técnicas de ensino.

É válido e apropriado afirmar que ensinar e aprender são os produtos da troca das informações e das experiências pessoais entre professores e alunos. Nessa troca os resultados são marcantes e especiais, na medida em que o empenho, a responsabilidade e as influências mútuas de quem ensinam aprendendo e de quem aprende se educando.

Nesse processo existem vários fatores: a habilidade para aprender, o afeto, o desejo e a autoestima, interesses que podem facilitar a caminhada rumo ao saber como cita Vygostsky.

“Aprender é mais que pensa: é desenvolver habilidades especiais para pensar sobre muitas coisas, as mais variadas e diferentes que o dever nos oferece e entender todas as mensagens que a atenção e a observação possam captar do mundo que nos cerca.”

Há que se levar em conta que a ação de ensinar é influenciada pela formação e ação do professor e por trás de destas há sempre um conjunto de idéias que os orienta.

Para compreender a prática pedagógica, a ação do professor é preciso analisá-la com o objetivo de desvelar alguns aspectos qual a concepção que o professor tem, e que se expressa em seus atos, do conteúdo que ele espera que o aluno aprenda do processo de aprendizagem e de como deve ser o ensino.

A valorização profissional da educação é um dos pressupostos mais importantes para que haja uma transformação da realidade. Quando um profissional trabalha satisfeito, o seu rendimento cresce e o efeito de sua ação atinge proporções maiores.

Perguntamos-nos que alunos querem formar e para qual sociedade. Queremos um aluno que seja capaz de exercer seus direitos e deveres políticos,

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civis e sociais e que possa no seu dia-a-dia adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, que saiba posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva em diferentes situações sociais, fazendo uso do diálogo para mediar conflitos e que seja capaz de tomar decisões só e coletivamente. Um aluno que questione a realidade formulando problemas e resolvendo-os. Esse aluno precisa estar preparado para uma sociedade que está em crise de identidade com os valores morais e humanos, onde vale mais aquele que tem e não aquele que é; onde se convive com preconceitos de diversas origens. Uma sociedade que aplaude o político demagogo, enganador; que não valoriza o trabalho honesto, que confunde e desnorteia o indivíduo; que não tem emprego para os que conseguem terminar seus estudos.

Através dessa realidade triste, vemos o quanto estamos longe daquilo que pensamos e dizemos, ser e ter, não basta falarmos que somos todos e iguais é necessário vivenciarmos situações de não descriminação, de respeito; é fundamental buscar o certo, a partir dos erros. Segundo Paulo Freire...

“ ... é vivendo, não importa se com deslizes, com incoerências, mas disposto a supera-los, humilde, com amorosidade, coragem, tolerância, competência, capacidade de decidir, segurança, eticidade, justiça, tensão entre paciência e a impaciência, parcimônia verbal, que contribuo para criar, para forjar a escola feliz, a escola alegre. A escola que é aventura que marcha, que não tem medo do risco, por isso recusa o imobilismo. A escola em que pensa, a escola em que se atua, em que se cria, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que emudece e silencia.” (1993).

É certo que a qualidade da formação dos educadores não garante, por si , a qualidade da educação escolar. Mas é uma condição indispensável. As outras condições são: valorização profissional; adequadas condições de trabalho; contexto institucional favorável ao espírito de equipe, ao trabalho em colaboração, à construção coletiva e ao exercício responsável da autonomia. As transformações que a realidade hoje exige só poderão ser conquistadas com investimentos simultâneos em todos esses aspectos – já há alguns anos, a prática vem comprovando que são bem poucos os efeitos da priorização de um determinado aspecto, em detrimento dos demais.

Isso significa que as políticas públicas para a educação só terão eficácia real se tiverem como meta melhorias relacionadas ao mesmo tempo:

- ao desenvolvimento profissional e ás condições institucionais, necessárias para um trabalho educativo sério – consolidação de projetos educativos nas escolas, formas ágeis e flexíveis de organização e funcionamento da rede, quadro estável de pessoal e formação adequados dos professores e técnicos;

- á infraestrutura material – adequação do espaço físico e das instalações, qualidade dos recursos didáticos disponíveis, existência de biblioteca e de acervo de materiais diversificados de leitura e pesquisa, tempo adequado de permanência dos alunos na escola e proporção apropriada na relação alunos-professor:

- a carreira – valorização profissional real, salário justo e tempo previsto na jornada de trabalho para o desenvolvimento profissional permanente, o planejamento, o estudo e a produção coletiva.

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Sempre que se põe em foco a formação dos educadores, é fundamental contextualizá-la, considerando o conjunto de variáveis que interferem na qualidade das aprendizagens dos alunos. Do contrário, corre-se o risco de responsabilizar unicamente os educadores por resultados que apenas em parte lhes dizem respeito.

A grande pergunta a ser respondida é: por que os cursos de formação inicial não habilitam adequadamente os profissionais da educação para o exercício do magistério? É essa distorção (cursos de habilitação que, de fato, não habilitam) que provoca em nosso país uma outra distorção, com a qual temos nos debatido há vários anos: o papel compensatório da formação em serviço.

Em geral, os jovens professores – que são maiorias em várias regiões do país – já foram alunos de uma escola pública que não lhes garantiu os conteúdos básicos a que todo cidadão brasileiro tem direito (conforme relevam os indicadores de desempenho escolar das últimas décadas); passaram por um curso de magistério que, além de não habilita-los adequadamente para o exercício profissional, roubaram-lhes o direito à formação de nível médio ( ao ocupar do ensino médio com as disciplinas ditas profissionalizantes); e não contam com um processo assistido de inserção na carreira, como professores iniciantes. Não é raro que essa inserção ocorra por “tratamento de choque”: nas escolas mais distantes, nas classes mais difíceis, sem apoio para o trabalho pedagógico.

Nessas condições, manter-se professor é um ato de valentia. Não é justo que os sistemas de ensino e seus gestores assumam uma posição de responsabilizar pessoalmente os educadores pelo fracasso do ensino. Se a sociedade demanda profissionais bem formados para prestar um serviço de qualidade à população, é preciso que as instituições formadoras cumpram a tarefa de habilitá-los adequadamente para o exercício da profissão.

3. MARCO CONCEITUAL

3.1. CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

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Espaço de interação humana na qual se reflete a maneira de ser, agir e pensar de um povo. É o espaço humano onde são vivenciadas as experiências de socialização, solidariedade e amizade. A sociedade é, portanto uma criação que será mais ou menos complexa de acordo com as relações que se dão nela.

Ela é uma mediadora do saber e da educação presente no trabalho, cria novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.

3.2 CONCEPÇÃO DE HOMEM

O homem é autor e criador da história e da cultura, um ser naturalmente pedagógico, histórico, incompleto, inacabado, que se faz humano na relação com o mundo histórico-social e na convivência com as demais pessoas.

O homem deve ser considerado um ser situado num mundo material, concreto, econômico, social e ideologicamente determinado. Sendo assim, resta-lhe transformar essa situação. A busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da prática social e não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim, numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação sobre o mundo social.

3.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

A educação é dos canais pelo qual adquiri-se conhecimento; educação e realidade são condizentes e auto determinantes através de uma educação contextualizada que o conhecimento poderá ser difundida a todos, pois, ela não muda o mundo, mas o mundo poderá ser mudado pela sua ação da sociedade.

A educação tem suas finalidades voltadas por seu aperfeiçoamento do homem que dela necessita para constituir-se e transformar a realidade.

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3.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

O conhecimento não pode advir de um ato de doação que o educador faz ao educando mas, sim de um processo que se realiza no contato do homem com o mundo vivenciado, o qual é dinâmico e em transformação contínua.

O conhecimento busca explicitar as relações entre homem e natureza produzido assim nas relações social medidas pelo trabalho.

O conhecimento não ocorre individualmente, ele acontece no social gerando mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais. Para Boff “conhecer implica, pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de concepção. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade. O conhecimento sozinho não transforma a realidade. Transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação.” (2000 pg.82).

Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do homem, sem o qual não é possível êxito pessoal e coletivo.

3.5. CONCEPÇÃO DE ESCOLA

A escola é a principal responsável pela organização, sistematização e desenvolvimento das capacidades científica, ética e tecnológicas de uma nação. Seu foco principal é a ciência, a produção humana determinada historicamente por fatores econômicos, sociais e culturais.

Sua função é criar e promover curiosidade, criar e manter possibilidades para produção, construção e reconstrução do conhecimento.

A tarefa educativa é o mesmo tempo um direito e um dever de todo cidadão da sociedade civil organizada, e, sobretudo, do estado. Por essa razão, a escola tem de ser vista como prioridade estratégica do governo.

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3.6.CONCEPÇÃO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

O processo de ensino e aprendizagem é um fenômeno pelo qual o sujeito torna seu ou torna sua uma nova forma de conduta, uma informação, transformando-a em conhecimento, em atitude.

Portanto, o processo de ensino e aprendizagem dá-se num quadro de uma intersubjetividade específica, que supõe sujeito diferenciado a busca de se entenderem de si mesmos e seus mundos.

3.7. CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

O mundo vive um acelerado desenvolvimento, em que a tecnologia está presente direta ou indiretamente em atividades bastante comuns. A escola faz parte do mundo e para cumprir sua função de contribuir para a formação de indivíduos que possam exercer plenamente sua cidadania, participando dos processos de transformação e construção da realidade, deve estar aberta e incorporar novos hábitos, comportamentos, percepções e demandas.

Há um falso pensamento de que a tecnologia salvará a educação, ao contrário se ela não for utilizada corretamente será mais um instrumento de exclusão e aumento da desigualdade quando ocorre o mau uso, com uma pseudo-educação, relegando somente a tecnologia a função intransferível de educar o ser humano.

Com outro olhar a tecnologia será uma excelente ferramenta no enriquecimento do processo escolar, dinamizando as atividades, oportunizando o contato com o conhecimento atual, real, produzido e acervado pelo homem, mesmo em locais mais isolados.

O Colégio tentará inserir a tecnologia de uma formam que favoreça a melhoria do processo educativo e da aprendizagem, oportunizando situações de estudo e reflexão para os professores assimilarem o melhor uso da tecnologia disponível e consequentemente a sua extensão do trabalho diário com seus alunos.

3.8. CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO – Avaliação Formativa16

O termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões como: fazer prova, fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Esta associação, tão freqüente em nossa escola é resultante de um, a concepção pedagógica arcaica, porém tradicionalmente dominante. Nela a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo.

Dentro de uma concepção pedagógica mais moderna, baseada na psicologia genética a educação é concebida como experiência de vivencia multiplicada e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, objetivo social do educando. Nessa abordagem o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa da construção de seu próprio conhecimento.

Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é construir o próprio saber, a avaliação, contempla dimensões, e não se reduz apenas em atribuir notas. Se o ato de ensinar e aprender, consiste na realização em mudanças e aquisições de comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais, o ato de avaliar consiste verificar se eles estão sendo realmente atingidos e em que grau se dá essa consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção do seu saber. Nessa perspectiva, a avaliação assume um sentido orientador e cooperativo.

Assim a avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na construção do conhecimento.

A forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno. Por exemplo, um professor em sua interação com a classe bem como sua relação com o aluno. Por exemplo, um professor autoritário e inseguro, poderá ver na avaliação uma arma de tortura ou punição para os alunos apáticos ou indisciplinados. Por sua vez, seu professor sério e responsável, que orienta as atividades de aprendizagem dos educandos, tenderá a encarar a avaliação como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente. Nessa perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, e o professor aperfeiçoar a sua prática pedagógica.

Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta e análise de dados, tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos, sempre respeitando as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação deve ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma fragmentada.

Os professores precisam verificar o conhecimento prévio de seus alunos, com isso conseguindo planejar os conteúdos e detectar o que o aluno aprendeu nos anos anteriores. Precisa também identificar as dificuldades de aprendizagem, diagnosticando e tentando identificar e caracterizar as possíveis causas.

O professor também deve estabelecer ao iniciar o período letivo, os conhecimentos que seus alunos devem adquirir bem como as habilidades e atitudes a serem desenvolvidas. Esses conhecimentos e habilidades devem ser constantemente avaliados durante a realização da atividade, fornecendo informações tanto para o professor como para o aluno sobre o que já foi assimilado e o que ainda precisa ser dominado. Caso o aluno não consiga atingir as metas propostas, cabe ao professor organizar novas situações de aprendizagem para dar a todos, condições de êxito nesse processo.

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O ato de avaliar fornece dados que permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente determinar a qualidade do processo de ensino. Ao avaliar o progresso de seus alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações valiosas sobre seu próprio trabalho. Nesse sentido a avaliação tem uma função de retro alimentação ou feedback, porque fornece ao professor dados para que ele possa repensar e replanejar sua atuação didática, visando aperfeiçoá-la, para que seus alunos obtenham mais êxito na aprendizagem.

3.8.1 AVALIAÇÃO E SUAS DIFICULDADES

Segundo pesquisas ato de avaliar deve estar fundamentado nos seguintes pontos:

1. Continuidade: a avaliação deve estar presente durante todo o processo educacional e não somente em períodos específicos;

2. Compatibilidade com o objetivo proposto: a avaliação deve estar em conformidade com os objetivos definidos como norteadores do processo educacional para que venha realmente cumprir a função diagnóstica;

3. Amplitude: a avaliação deve estar presente em todas as perspectivas do processo educacional, avaliando assim todos os comportamentos do domínio (cognitivo, afetivo e psicomotor);

4. Diversidade de forma: para avaliar devemos utilizar as várias técnicas possíveis visando também todos os comportamentos do domínio.

Com base nestes pressupostos, podemos afirmar que a realidade do processo avaliativo é completamente oposta a filosofia da educação problematizadora necessária em nossas escolas.

Avaliar é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do processo educacional. Essa centralização no professor apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de poder, plenamente exercida em nossas escolas.

O sistema econômico atual não precisa educar todos os homens, pois trata-se de um sistema excludente, que não está preocupado com a totalidade, vendo a educação, e consequentemente suas formas de avaliação e desempenho, como meio para agilizar o desenvolvimento econômico, é não como compromisso ético com as pessoas.

Rever a concepção de avaliação é rever, sobretudo as concepções de conhecimento, de ensino, de educação e de escola. Impõe pensar em um novo projeto pedagógico apoiado em princípios e valores comprometidos com a criação do

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cidadão. Somente após essa consciente revolução é que a avaliação será vista como função diagnóstica e transformadora da realidade.

3.9. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

O processo de gestão democrática constrói-se no interior da escola, na correlação de forças entre o instituído politicamente e o construído democraticamente. A construção de um processo de gestão centrada nos valores e nos princípios democrático é tarefa política e educativa da escola, que representa uma das mais importantes e essenciais atividades públicas de formação do cidadão como ser social, histórico e sujeito de relações.

Percebemos que uma gestão democrática busca uma educação que valorize o conhecimento do aluno, fortalecendo uma democracia no processo ensino-aprendizagem. Numa gestão democrática, diretores, equipe pedagógica, professores, funcionários, alunos e pais devem estar envolvidos, participando efetivamente para que o espaço escolar se torne um ambiente onde se possa exercitar a democracia. Para se alcançar esse objetivo, é preciso que esse processo se dê desde a educação infantil, para assim formar cidadãos autônomos, participativos e independentes, para tanto, os professores devem estar dispostos a desenvolver relações democráticas na sala de aula tornando o ambiente em que elas convivem num local verdadeiramente democrático.

“...A escola necessária para fazer frente a essa realidade é a que prevê formação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura, provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética. Especialmente , uma escola de qualidade é aquela que inclui, uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica. Mesmo considerando a imensa oferta de meios de comunicação social, extra-classe, de meios informacionais, ainda assim há lugar para a escola tecnológica e da informação...(CAVALCANTI:2002, pág.51)

A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar.

As decisões, as ações, devem ser elaboradas e executadas de forma não hierarquizada, todos os envolvidos no cotidiano escolar devem participar. Qualquer decisão e ação tomada ou implantada na escola têm que ser de conhecimento de todos.

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Para ser cidadão, no sentido literal da palavra, temos que ter ética e viver em democracia. Aprendemos esses conceitos na escola, onde cada dia temos que conviver com outras pessoas, iguais a nós, mais diferentes em suas individualidades. Sendo a escola, um espaço encontra-se o professor. E para que o aluno possa entender o que é conviver com ética e democracia o professor passa muitas vezes a ser um modelo a ser seguido pelos alunos podendo ser alvo de críticas sobre suas atitudes.

Mas então o que fazer?

Acompanhamento individual, com atividades diversificadas e diferenciadas, transporte escolar, atividades extra classe, aulas inovadoras com recursos diferenciados e tecnológicos são alguns dos segredos para mantermos nossos alunos em sala de aula.

É também necessário um esforço maior dos pais para que mandem seus filhos à escola, esse compromisso deve ser tanto dos pais como para o poder público com relação ao transporte escolar; é preciso parcerias com conselhos tutelares e conselhos da criança e adolescente para que os auxiliem na busca e nos casos mais graves e principalmente um esforço da escola como um todo, ela necessita encontrar o aluno que lhe oferecer projetos que o façam gostar de estar presentes. É fundamental no processo educativo, a participação direta dos pais e das sociedades.

O princípio da pluralidade de alunos e concepções pedagógicas serve como referencial para que a sociedade e a escola se organizem de maneira adversa e progridam juntas. Liberdade e tolerância são princípios para que ocorram mudanças na sociedade.

A valorização do profissional da educação escolar é um pressuposto mais importante para que haja uma transformação da realidade. Quando um profissional trabalha satisfeito seu rendimento cresce e o efeito de suas ações atinge proporções maiores. Para isso é necessário continuação da formação continuada, DEB, grupos de estudos que correspondam as expectativas dos profissionais em relação ao processo de aprendizagem estabelecendo metas a curto e longo prazo com objetivos claros.

É preciso que se ganhem tempo de estudo, leitura, discussão entre os professores, dando condições e acesso às informações, devendo assim, serem profissionais capazes de conhecer os alunos, adequar o ensino à aprendizagem, elaborando atividades que possibilitem a ação reflexiva dos alunos.

É necessário criar uma cultura que favoreça e estimule o acesso dos profissionais da educação a atividades culturais; é preciso melhorar as condições da escola (recursos didáticos, tecnológicos) e estimular o envolvimento e a participação da comunidade escolar criando mecanismos de envolvimento no projeto educativo das escolas.

Há de se levar em conta também que a ação de ensinar é influenciada pela formação do professor e principalmente pela corrente pedagógica que o mesmo segue. Pois como explica Libâneo (1991):

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“... as ações de ensinar e aprender formam uma unidade, mas cada uma tem sua função especificidade, pois, busca-se o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades individuais mediante a transformação e assimilação ativa dos conteúdos escolares articulando, no mesmo processo, a aquisição de noções sistematizadas e as qualidades individuais dos alunos se possibilita a alta atividade e busca independente e criativa da ações.”

Assim, educadores ampliando conhecimentos, poderão garantir qualidade de ensino/ aprendizagem, nisso é importante lembrar e afirmar que nem todos os alunos têm os mesmos interesses, aprendem da mesma maneira e isso exige atenção e especial dos educadores.

A partir do reconhecimento das diferenças a escola poderá potencializar as capacidades dos alunos de modo a auxiliá-los e desenvolver suas capacidade, a aprenderem a resolver problemas, construir atitudes, estabelecer metas, expressar emoções, valorizar e compreender o Eu, o outro e o trabalho escolar.

Portanto, o conhecimento no ensino e aprendizagem é resultado de um processo de construção, modificação e reorganização em que os alunos passam, por mais que o professor, colegas, materiais didáticos contribuam nada pode substituir a ação do próprio aluno na tarefa de construir significados sobre esse processo.

A escola, ao considerar as diferenças é não o elogio às desigualdades. As diferenças não são obstáculos da ação educativa, ao contrário fato de enriquecimento.

A exclusão nas escolas lança as sementes do descontentamento e da discriminação social. Alunos com necessidades especiais devem fazer parte da escola, as quais precisam e devem modificar seu funcionamento, realizar adaptações físicas e curriculares para incluir esses alunos. O ensino inclusivo e a prática da inclusão de todos independentes de seus talentos, eficiência, origem sócio-econômica ou cultural. Inclusive, no caso do Paraná, a Educação Indígena e a Educação do campo, constituem-se a inclusão.

Atitudes positivas com relações os alunos com necessidades especiais desenvolvem interação e comunicação e ajudam os alunos a compreenderem a ser sensíveis, a compreender a respeitar e a crescer com as diferenças e semelhanças. É preciso oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, ambientes integrados e profissionais capacitados. Os professores terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades em uma atmosfera de coleguismo e colaboração, melhorando suas habilidades sobre a aprendizagem dos alunos.

3.10. FORMAÇÃO CONTINUADA

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Há algumas décadas, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria apto para atuar na sua área o resto da vida. Hoje a realidade é diferente, principalmente para o profissional docente. Este deve estar consciente de que sua formação é permanente, e é integrada no seu dia-a-dia nas escolas.

O professor não deve se abster de estudar, o prazer pelo estudo e a leitura deve ser evidente, se não irá conseguir passar esse gosto para seus alunos ” o professor que não aprende com prazer não ensinará com prazer.” Snyders. (1990)

São grandes os desafios que o profissional docente enfrenta, mas manter-se atualizado e desenvolver práticas pedagógicas eficientes, são as principais.

Nóvoa (2002, p.23) diz que: “O aprender contínuo é essencial se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como gente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente.” Para este estudioso português, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise.

Estudos apontam que existe a necessidade de que o professor seja capaz de refletir sobre sua prática e direcioná-lo segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e às necessidades dos alunos.

Nesse sentido, Freire, (1996, p.43) afirma que: “È pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática”.

Donald Schon, foi idealizador do conceito de Professor prático-reflexivo, percebeu que em várias profissões, não apenas na prática docente, existem situações conflitantes, desafiantes, que a aplicação de técnicas convencionais, simplesmente não resolve problemas.

Não se trata aqui de abandonar a utilização da técnica na prática docente, mas haverá momentos em que o professor estará em situações conflitantes e ele não terá como guiar-se somente por critérios técnicos pré-estabelecidos.

Nóvoa (1997,p.27): “ As situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar( e resolver) apresentam características únicas, exigindo portanto características únicas: o profissional competente possui capacidade de auto desenvolvimento reflexivo (...) A lógica da racionalidade técnica opõe-se sempre ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva.”

Os bons profissionais lançam mão de uma série de estratégias não planejadas, cheias de criatividade, para resolver problemas no dia-dia.

Schon identifica nos bons profissionais uma combinação de ciência, técnica e arte. È esta dinâmica que possibilita o p o professor agir em contextos instáveis como o da sala de aula. O processo é essencialmente meta cognitivo, onde o professor dialoga com a realidade que lhe fala, em reflexão permanente.

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Ora, para maior mobilização do conceito de reflexão na formação de professores é necessário criar condições de trabalho em equipe entre os professores. Sendo assim, isso sugere que a escola deve criar espaço para esse crescimento.

Nesse sentido, Schon (1997, p.87) diz que:

(...) Nessa perspectiva o desenvolvimento de uma prática reflexiva eficaz tem que integrar o contexto institucional. O professor tem de se tornar um navegador atendendo à burocracia. E os responsáveis escolares que queiram encorajar os professores a tornarem-se profissionais reflexivos devem criar espaços de liberdade tranqüila onde a reflexão seja possível. Estes são os dois lados da questão - aprender a ouvir a fazer da escola um lugar no qual seja possível ouvir os alunos devem ser olhados como inseparáveis.”

A proposta prático-reflexiva propõe-se a levar em conta esta série de variáveis do processo didático, seja aproveitando, seja buscando um processo de meta cognição, onde o professor perceba os efeitos de sua atuação na aprendizagem de seus alunos.

A formação oportuniza o professor não só o saber em sala de aula. Ele precisa conhecer as questões educação, as diversas práticas analisadas na perspectiva histórico, sócio-cultural. E ainda, precisa conhecer o desenvolvimento do seu aluno nos seus múltiplos aspectos: afetivo, cognitivo, e social, bem como refletir criticamente sobre seu papel diante de seus alunos e da sociedade.

Munido desses saberes elementares, os frutos serão colhidos no ambiente de sala de aula ou fora dele.

3.11. CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA / DINÂMICA DO CURRÍCULO.

O termo currículo assume vários significados sem diferentes contextos da pedagogia. Currículo pode significar, por exemplo, as matérias constantes de um curso, essa definição é a que foi adotada historicamente pelo ministério da Educação e do Desporto quando indicavam quais as disciplinas que deveriam constituir o ensino fundamental ou de diferentes cursos do ensino médio. Currículo é um termo muitas vezes utilizado para se referir aos programas de conteúdo de cada disciplina. Mas, currículo pode também significar também a expressão de princípios e metas de projetos educativos, que precisam ser flexíveis para promover discussões e reelaboração quando realizado em sala de aula, pois é o professor que a traduz os princípios elencados na prática didática.

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Os currículos escolares do ensino fundamental são constituídos de um conjunto de disciplinas, sendo alguns campos de saber representados e outros não. Quais os critérios para que exista disciplina ligada ao conhecimento matemático, as ciências naturais, ao estudo da língua, a geografia e a história? Porque o privilégio dessas áreas em detrimento das áreas sociais, das ciências, da filosofia, da geologia, por exemplo? Os critérios para seleção dos campos no saber representados no currículo escolar não são científicos. Poder-se-ia argumentar sobre a obviedade da importância do conhecimento matemático e cientifica da língua materna.

A temática que aborda a questão das teorias educacionais ou das tendências pedagógicas foi por demais discutidas, tanto nos meios acadêmicos quando dentro das instituições escolares dos mais diversos níveis de ensino.

Como fruto de nossa experiência profissional, não nos resta dúvida alguma que autores como Saviani, Libâneo, Paulo Freire e outros foram lidos e discutidos por professores e alunos da área educacional até a exaustão. Acredita-se também que o ideário proposto por eles veio servindo de base no redimensionamento do papel da educação à partir de denominada “ período pós- revolucionário.”

Hoje é freqüente constatar, através de conversas informais com outros colegas a presença de argumentos dos mais diversos que propõem novas possibilidades para o ensino, bem como meios alternativos para a educação convencional.

O desenvolvimento dos processos cognitivos aponta para uma tendência de currículo que enfatiza, no estudante, a capacidade resolução de problemas, sobrepondo a atitude investigativa e o pensamento reflexivo às informações decorrentes do conteúdo escolar, o aluno não é um mero receptor de conteúdos, mas um ser individual, capaz de conseguir o seu próprio desenvolvimento a partir da dinâmica da aprendizagem e o problema do educador é a identificação do mais destacado e eficiente processo educacional.

Jamais um currículo perderá sua “especificidade” se for enriquecido com atividades complementares, que na verdade são partes constitutivas do mesmo. Hoje, a comunidade escolar deveria considerar o fato de que todo conhecimento que se constrói no ato de educar faz parte do currículo, independente do local onde ele aconteça. É mister compreender que uma disciplina ou atividade proposta emerge da conjunção dos múltiplos aportes do processo do conhecimento, entendido como um contato permanente entre o homem e o mundo. O currículo desenvolvido (uma aula, por ex.) não está efetivamente delimitado pelo que se costuma denominar “matéria de ensino”. Sua abrangência se estende muito além desses horizontes. Nós, professores, precisamos superar o reducionismo com que é visto esta área da educação e pensarmos nas suas inter-relações com outras atividades sem separar essa natural confluência.

O compromisso da escola é zelar pela aprendizagem, associando a teoria com a prática devendo ser um lugar onde esta aprendizagem aconteça.

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Para promover estas mudanças prazerosas, o conjunto dos agentes da educação, professores, orientadores, coordenadores, direção, alunos, pais de alunos, precisam debater intensamente os chamados impasses pedagógicos, sua origens não podem ser impostas de cima para baixo, pela decretação de novos modelos e novas teorias. A construção das novas relações, da nova estrutura conceitual curricular, da nova escola, da nova metodologia, enfim, do novo plano de ação pedagógico, que tenha como princípio inspirador o movimento conceitual a partir da participação conscientemente motivada da parcela mais significativa e importante das coletividades escolar e familiar.

Todo o que foi estudado prova mais uma vez que a escola precisa ter AUTONOMIA, para poder realizar o seu trabalho sem pressões, pois cada escola possui sua diversidade.

3.12. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS

3.12.1. PRÁTICA TRANSFORMADORA – PEDAGOGIA PROGRESSISTA

“Se a educação não transforma sozinha a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, não temos outro caminho senão viver plenamente nossa opção. Encarná-la, diminuindo assim distância entre o que dizemos e o que fazemos.” Paulo Freire. As tendências pedagógicas originam-se de movimentos sociais e filosóficos, num dado momento histórico, que acabem por promover a junção das práticas didático-pedagógicas, com os desejos, as aspirações da sociedade de forma a favorecer o conhecimento, sem, contudo querer ser uma verdade única e absoluta. Seu conhecimento é importante para o professor que deseja construir sua prática. É a partir desses conhecimentos que podemos propor mudanças que propiciem o desenvolvimento do fazer, representar e exprimir. Diante disso, o professor provocar desequilíbrios e através de situações desafiadoras construir sua prática embasada em uma delas, pois são elementos norteadores e não receitas prontas. A Pedagogia progressista é a mais que se adapta a nossa escola, já que reproduz o sistema e as desigualdades sociais, enfatiza as relações interpessoais e do crescimento que delas resulta, é centrada no desenvolvimento da personalidade da pessoa, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade e em sua capacidade de atuar como pessoa integrada. Diante disso, nossa escola trabalha a linha crítica, pois serve os interesses dos alunos e garante a eles um bom ensino, isto é, a apropriação de conteúdos básicos que tenham ressonância em suas vidas, e que não basta que sejam ensinados,

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ainda que bem ensinados, é preciso que se ligue, de forma indissociável, a sua significação humana, social e cultural. Nesta perspectiva, trabalhar a pedagogia progressista é valorizar o aluno como sujeito da história, é valorizar e respeitar a individualidade de cada aluno, é privilegiar a aquisição do saber, do saber vinculado as realidades sociais e da educação comprometida com os problemas da comunidade. Portanto, não partem de um saber artificial, mas de uma relação direta com a vida social do aluno, vale dizer: ponto de partida e chegada da educação. Acreditar numa sociedade mais justa, mais humana e mais igualitária significa estar inserido na luta pela superação da relação opressor-oprimido, luta esta que, por uma questão de princípio, ninguém pode estar fora. Acreditar na transformação do mundo pelos caminhos Freireanos da comunhão, do diálogo amoroso, da conscientização e da libertação é acreditar na capacidade de todos os seres humanos alimentarem juntos os ideais utópicos das mudanças, no qual a inclusão é, nos nossos dias um dos maiores de todos os sonhos: uma realidade em que opressores e oprimidos se façam de fato livres dos elos aprisionados do preconceito, da discriminação e da injustiça.

3.13. INCLUSÃO E DIVERSIDADE

A sociedade brasileira tem vivido transformação nos diversos campos. Isto afeta a relação sociedade e escola. A sociedade é feita pelos sujeitos que compõem e também os sujeitos são socialmente elaborados.

O ser humano é processo e produto das relações sociais: historicamente a sociedade se identifica com os processos humanos que transformam os modos de pensar, agir, sentir e ser. E nesse processo temos toda uma história de vários povos que tiveram a negação dos direitos, que foi passada de geração a geração, fruto de um longo período de escravidão, forjando toda uma cultura.

Pensar inclusão e diversidade é também pensar a escola e a educação básica como ferramenta de transformação.

Exige-se da escola rever o seu papel e assegurar as crianças e jovens a ampliarem seus horizontes e saberes para o exercício de uma cidadania. A escola tem o papel de assegurar o conhecimento superando a distribuição desigual do saber e do acesso à cultura.

A Educação Básica precisa enfrentar o desafio que é trabalhar a inclusão e a diversidade. Precisamos de ações afirmativas, um caminho para a construção da tão almejada igualdade. Através de conhecermos os direitos e ações já em movimento.

É fundamental que os temas não devem ser esquecidos pelo currículo escolar, chamando atenção para o fato de que a maioria dos estudantes de escolas públicas

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é afro-brasileira, mas não se vê representada no material didático trabalhado nas escolas.

A formação das identidades depende dos processos de socialização e de ensino e aprendizagem que ocorrem de acordo com as características físicas, cognitivas, afetivas, sexuais, culturais e étnicas dos envolvidos nos processos educativos.

Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço público da escola.

Ao tratar diversidade humana na escola, podemos ter como parâmetro a necessidade de reconhecimento que caracteriza os seres humanos.

Para interpretarmos quem somos como coletividade, ou quem sou como indivíduo, dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria independentemente das identificações que os outros fazem dele”, nos ensina Habermas (1983: 22). É comum lermos ou ouvirmos dos intelectuais afirmações do tipo “estamos vivendo uma crise de paradigmas”, “um novo paradigma de conhecimento está surgindo”, “os paradigmas atuais estabelecem novos marcos de compreensão das pessoas e do mundo”, entre outras profecias interessantes. A crise de identidade que se origina nesse processo faz com que toda “norma”, ou tendência à normalização ou homogeneização sejam questionadas, repudiadas e banidas das práticas sociais. A visão que norteia debates nos inúmeros segmentos sociais, é que são as diferenças que constituem os seres humanos. Os sujeitos têm suas identidades determinadas pelo contexto social e histórico em que sua existência é produzida. A vida em sociedade pressupõe o reconhecimento das multiculturas, advindas da acelerada tecnologização e das complexas transformações nos modos de produção social que fazem surgir novas formas de acúmulo do capital e distribuição de renda. No que se refere à educação, a tradução desse direito compreende a construção de um espaço dialógico no quais as diferenças se complementam, e não sejam fatores de exclusão, e os currículos tornem-se abertos e flexíveis, oportunizando a reflexão crítica sobre a história das minorias, dos estigmatizados, dos colonizados, dos dominados.

3.14. INCLUSÃO ESCOLAR

A pessoa com deficiência nem sempre foi valorizada e respeitada pelos seus diferentes, por muito tempo representou segmento totalmente ignorado, sendo, portanto, vítima de abandono rejeição, maus-tratos e até mutilações. Foi a partir do século x que começou a ter uma melhor aceitação do deficiente, momento em que se

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iniciou a sua desinstitucionalização e educação escolar. Até este período eram segregados e praticamente privados de convívio social. Entretanto, verifica-se que as conquistas ainda foram poucas, pois o preconceito, a ignorância e a discriminação ainda são muito fortes em relação ao deficiente e a deficiência.

Pode-se afirmar, que mesmo depois de muitas discussões em torno da inclusão social, continua o deficiente sofrendo pelo estigma e pelo preconceito de sua diferença. Existe todo um discurso pró à inclusão em vários segmentos da sociedade, dentre os quais no ambiente escolar. A inclusão no contexto escolar é algo que vem se efetivando, mesmo que a duras penas, buscando superar toda uma história de isolamento, discriminação e preconceito.

A ideia de integração de alunos deficientes mentais na escola de ensino regular tem como objetivo primordial promover a integração social e constitui numa meta cada vez mais presente nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse objetivo requer o desprendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema escolar. Isto porque a característica mais marcante na abordagem de um ensino tradicional consiste em reduzir as oportunidades oferecidas aos alunos.

Assim sendo, o currículo mostra-se limitado e não proporciona uma interação nas relações que se estabelecem entre professores-aluno e alunos-alunos.

Segundo D’Antino ( 1997,p.102): “...na educação ainda se reflete a ideologia político-social de qualquer sociedade, há de se tentar compreender a educação especial que hoje temos de conformidade com a sociedade em que vivemos. Sociedade essa que atende a excluir as minorias e delas esperar sempre muito pouco.(...) sabe-se que a idéia de isolar e segregar está presente em muitos que pensam na educação dos portadores de deficiência mental, por considerar que a sua plena integração social jamais se consolidará numa sociedade competitiva que preconiza o desempenho, a produtividade, o vigor a beleza, etc.”

È necessário que o sistema assuma os objetivos da educação com relevância e desperte no aluno o desejo de desenvolver sua auto-estima. A escola deve fazer intervenções e oferecer desafios adequados ao aluno deficiente, além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, apoiar as inserções familiares, escolares e sociais, bem como prepará-lo para uma adequada formação profissional, almejando seu desenvolvimento integral. Osório (199, p.9) Sinaliza que:

“A integração não é só do portador de deficiência, mas de todas as crianças da escola. Ela tem duas mãos, e não apenas o sentido de adaptação dos alunos com necessidades especiais.”

Os estudos de Sassaki (1997,p.34-35)) revelam que a integração social ocorre pelas seguintes formas:

“Pela inserção pura e simples daquelas pessoas com deficiência que conseguiram ou conseguem, por méritos pessoais e profissionais próprios, utilizar os espaços físicos e sociais, bem como seus programas e serviços, sem nenhuma modificação por parte da sociedade, ou seja, da escola comum, da empresa comum, do clube comum, etc. Pela inserção daqueles portadores de deficiência que necessitavam ou necessitam de alguma adaptação específica no espaço físico comum ou no procedimento da atividade comum a fim de poderem, só então, estudar, trabalhar, ter lazer, enfim, conviver com pessoas não-deficientes. Pela inserção de pessoas com deficiência em ambientes separados dentro dos sistemas gerais. Por exemplo: escola especial junto com à comunidade; classe especial numa escola

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comum; setor separado dentro de uma empresa comum; horário exclusivo para pessoas deficientes num clube comum etc. Esta forma de integração, mesmo com todos os méritos, não deixa de ser segregativa.”

A verdadeira inclusão deverá ter como alicerce um processo de construção de consensos (valores, políticas e princípios) provenientes de uma reflexão coletiva sobre o que é a escola, quais as suas funções, os seus problemas e a maneira de solucioná-los. Deve-se buscar uma reflexão orientada para o diagnóstico e para a ação, e isso não se limita ao atendimento dos princípios normativos legais que justificam a inclusão. É preciso, como sublinhamos anteriormente, adotar a concepção de homem que traça as ações e orienta as formas para pensar na própria integração.

Apoiados neste referencial, poderemos atingir a globalidade da organização escolar. Se não for assim, estaremos na presença de um processo de inclusão individual, reforçando sobremaneira o paradigma da integração norteado pelo princípio de normalização, isto é, estaremos desenvolvendo as habilidades em ambientes segregados (escola especial e/ou classe especial). Conclui-se que os valores, os princípios e as políticas devem priorizar tais fatores para fomentar o princípio da inclusão. Isso significa que cada comunidade, para gerar o processo de inclusão, deverá ter liderança forte e mediadora, bem como estabelecer e impulsionar os valores, a cultura e os princípios do processo de inclusão.

3.15. O ALUNO COM PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM NÃO DEVE SER CONFUNDIDO COM O ALUNO DEFICIENTE MENTAL

“Um grande homem demonstra sua grandeza pela forma como trata os pequenos.”(Carlyle)

Num grupo heterogêneo de crianças, algumas podem apresentar problemas de aprendizagem, o que não significa que elas se enquadrem, necessariamente, no grupo de crianças excepcionais. Para essas crianças, a expectativa da aprendizagem se dá em longo prazo.

Acredita-se que esses problemas que atingem esse grupo são causados por fatores genéticos ou bioquímicos, pela má nutrição, por lesão cerebral ou por privação ambiental.

Distúrbios nas áreas do conhecimento – incluem problemas de visão, audição lateralidade e imagem corporal, a partir dos quais o aluno terá dificuldade para ler, soletrar, na matemática e na escrita.

Distúrbios de aprendizagem relativos ao desenvolvimento - são os problemas de aprendizagem, precisa, em primeiro lugar, tratá-lo com carinho e fazer um trabalho paciente que envolva três aspectos: a observação, o contato com a família e suas próprias atitudes frente ao problema apresentado.

Atender o aluno com aprendizagem lenta é uma tarefa desafiadora para o ajuste e a adaptação dele na escola.

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Para tanto, o seu plano de ensino deve contar com algumas características básicas:• maior necessidade de usar experiências concretas para aprender;• maior necessidade de elogio individual ou em grupo;• maior necessidade de atenção individual;• menor aptidão para trabalhar com abstrações;• menor aptidão para transferir a aprendizagem;• maior necessidade de estímulos e motivação para a aprendizagem;• menor aptidão para concentrar-se.

Para realmente auxiliar o aluno de aprendizagem lenta, você, professor, deve observar os seguintes princípios:• aceitar o seu ritmo;• apresentar sugestões positivas;• dar-lhe segurança, deixando-o perceber por palavras e ações que pode estar

confiante;• encorajá-lo, não sendo crítico em demasia;• lembrar-se de que ele tem mais semelhanças que diferenças com seus

companheiros que aprendem mais depressa.

3.16. DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS:

O currículo reafirma sua intencionalidade no processo de seleção de conteúdos. Assim, quando se opta por um currículo que trabalhe a totalidade de conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade muda-se o enfoque do mesmo na prática escolar.

Nesta perspectiva de currículo, embasados legalmente, encontram-se os desafios educacionais contemporâneos, abordados anteriormente pelos PCN'S como temas transversais, na pedagogia de projetos.

Na nova política educacional da SEED esses temas: cultura afro-brasileira africana e indígena, educação sexual, ECA, Estatuto do Idoso, educação ambiental, educação especial, educação do campo, entre outros; tem recebido atenção especial e, com as DCE'S, os professores tem conseguido relacioná-los com os conteúdos do currículo formal e adaptá-los conforme a realidade e necessidade dos alunos.

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4. MARCO OPERACIONAL

4.1. REDIRECIONAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Um dos vários desafios que a escola vem enfrentando nos últimos anos é a interação das contribuições de diferentes paradigmas teóricos no planejamento e no dia-a-dia da sala de aula. Se até o século XX a escola considerava que as crianças aprendiam basicamente ouvindo o professor e repetindo o que ele dizia, hoje nós sabemos que essa forma de ensino-aprendizagem é muito limitada, além de desconsiderar o que a ciência tem-nos ensinado o respeito dos processos de aprendizagem.

Tal preocupação parece levar-nos para a questão de como se processa a escolarização. Isto pressupõe, sem dúvida, o trabalho que a escola busca realizar junto a seus alunos, a fim de possibilitar-lhes um percurso de aprendizagens significativas, construção de conhecimentos e saberes úteis para a vida pessoal e numa sociedade em permanente estado de transformação.

E como a escola tem executado tal tarefa? Por base em princípios? De que forma a escola tem-se articulado e organizado para desempenhar a contento suas funções, distintas das que já foram sua responsabilidade tempos atrás? É preciso que alunos e professores aprendam a aprender uns com os outros e de forma independente, numa verdadeira construção autossuficiente, mas coletiva de saberes e de sujeitos sociais competentes e atualizados, numa sociedade mais justa, solidária e não-excludente.

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O problema é que na educação brasileira o sistema público insiste em reproduzir-se como uma forma autônoma de processos de ensino/aprendizagem, sem assimilar e dialogar com as múltiplas formas de produção de conhecimentos que a sociedade desenvolve.

O processo de trabalho desenvolvido na escola é segmentado e fragmentado, isto dificulta ou até mesmo impossibilita a compreensão do processo de trabalho, inibindo a capacidade de estabelecer relações, de analisar a própria prática, de elaborar sínteses, produzindo, conseqüentemente, um conhecimento distante da realidade, preparando indivíduos com dificuldades para uma leitura contextualizada do mundo que os rodeia.

Portanto, mais do que instruir os alunos, é preciso mostrar que eles possuem capacidades intelectuais e emocionais, é preciso que os pedagogos, os professores estejam aptos a lidar com a sensibilidade desses alunos, e saiba que isso faz parte do desenvolvimento de cada um.

“Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se cria, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim à vida.” (Paulo Freire)

4.2. TRABALHO COLETIVO

_ Prática transformadora

_ O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico?

A escola deverá despertar no educando o amor no conhecimento para que possam no futuro integrar-se ao mundo do trabalho tornando-se um profissional realizado.

Como cita Jaques Delors (1999), “...é o sistema educativo e em especial a escola oferece as melhores oportunidades e talvez a única esperança de iniciar o processo de aprendizagem e de interação social.”

Esta é uma questão polêmica, pois cada um pensa a escola de uma forma. Sabe-se que o papel da escola é de viabilizar uma ação educativa em todos os níveis, integrando escolas e comunidade.

A escola deverá proporcionar o desenvolvimento crítico e criativo do aluno, para que o mesmo encontre seu espaço no mundo do trabalho, proporcionando-lhe

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um maior número de conhecimentos relacionado entre o presente e o passado para a construção do futuro. A escola e o mundo do trabalho estão interligados, pois há um pressuposto de que uma escola forma boa profissional.

A prática multidisciplinar vem se delineando com frequência, pois, é uma prática totalmente cooperativa, tendo o educando como principal objetivo do trabalho, exigindo assim uma abertura total tanto da escola como dos professores, proporcionando situações em que a criança sinta prazer pelo conhecimento.

Assim como enfatiza Jaques Delores (1999):

“No passado os alunos eram obrigados a aceitar o que a escola lhes oferecia... Hoje em dia é cada vez mais importante para as pessoas terem uma palavra a dizer nas decisões relativas à organização escolar. Essas decisões também influenciam nas condições de trabalho”.

Isso nos leva a repensar o papel da escola na sociedade atual, tão conturbada, leva-nos a perceber que são influências da relação sociedade/escola.

Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para os educadores, pais, alunos, funcionários e a sociedade em que está inserida.

A construção da Proposta Pedagógica se dá na medida em que toda a comunidade escolar, coletivamente discute, analisa, se posiciona e se organiza.

Então, a partir disso, nos perguntamos que tipos de alunos querem e para qual sociedade?

A escola quer e precisa formar um aluno que seja capaz de exercer seus direitos e deveres políticos, civis e sociais e que possa no seu dia-a-dia adotar atitudes de solidariedade, cooperação, repúdio às injustiças, que saiba respeitar o outro e que exija para si o mesmo respeito. Um aluno que saiba questionar a realidade sabendo que a nossa sociedade nem sempre lhe dará apoio, que essa sociedade tem problemas de ordem econômica, política, social e ideológica.

Existem várias questões fundamentais da educação que exige decisões básicas. Questões como: o que ensinar? Para que ensinar? Como ensinar? A resposta de uma precisa estar articulada com as outras, no entanto é necessário dar uma resposta específica para cada uma mediante uma prática envolvente e contextualizada.

São aqui elencadas algumas decisões consideradas básicas para responder às questões acima. Primeiramente é necessário fazer uma revisão do currículo e adequá-lo para que os conteúdos sejam tratados de maneira mais racional e prática, levando assim os alunos à compreensão e a uma atitude permanente de busca de respostas às situações desafiadoras comas quais possam se deparar.

É importante que a escola:

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Assegure o desenvolvimento e a capacidade de análise e síntese e que estimule a busca constante, estabelecendo uma correspondência com as exigências da realidade;

Incorpore novas experiências e inovações à teoria e à tecnologia educacional a fim de possibilitar a participação cada vez mais consciente dos alunos no processo de aprendizagem;

Vista o enfoque interdisciplinar para o desenvolvimento da capacidade de análise crítica;

Desenvolva o saber reflexivo em contraposição ao saber enciclopédico com o propósito permanente de busca e problematizarão, visando produzir um conhecimento cada vez mais extenso em seu alcance e mais intenso em qualidade;

Programe uma prática educativa que permita a participação ativa ao aluno na descoberta, criação e produção de conhecimentos;

Desenvolva o espírito crítico, entendido como algo que vai além de uma simples resistência ou um conjunto de objeções. É importante que além do espírito haja disposições em se criar alternativas para a solução de problemas;

Trace estratégias que, através do espírito crítico e da inovação não permitam que se alcancem níveis de satisfação ou de conformismo voltados para o imediatismo.

4.3. COMO FAZER UMA ESCOLA PARA CIDANANIA?

Queremos moralidade e civismo na escola.

Esse assunto é envenenado. Há uma memória viva (ou quase viva) da iniciativa do governo militar de criar cursos de educação moral e cívica.

Independentemente de seus méritos ou vícios intrínsecos, a conexão entre esta iniciativa e discutir o assunto é eletrizada pelas falsas verdadeira mazelas do período militar.

Tentemos passar a borracha sobe estes coloridos ideológicos e perguntemos o que se pode esperar da introdução de cursos de educação cívica ou educação para valores ou educação para a democracia. Mesmo fora do Brasil, este é um assunto contaminado, não para ideologia mas pelo corporativismo dos professores de educação cívica. De fato, há um círculo de ferrenhos defensores destes cursos.

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Não seria este o momento, o autor ou local para acertar de uma vez por todas tais questões. Mas há uma tendência para achar que tais cursos ensinam sobre os direitos e deveres do cidadão, sobre leis e constituição, como funciona o governo e coisas desse tipo. Todavia, não têm impacto sobre o comportamento ético ou não ético dos alunos na sua vida cotidiana. Há alguma pesquisa sugerindo poucas ou nulas conseqüências do que se aprendem nestes cursos sobre o comportamento dos alunos. São úteis, seguramente, mal não fazem, mas não seriam a ferramenta básica de quem está preocupado com o desenvolvimento de uma cidadania ativa.

Por outro lado, há suficiente evidência de que os valores se aprendem na escola pelo que ela é, pelo que ela pratica no seu funcionamento cotidiano. Civismo e comportamento éticos são assuntos da escola como um todo, não de disciplinas que tentam ensina-los especificamente. A escola em todas as suas atividades é que recebe a tarefa da educação para valores. Isso não é uma atribuição específica como decidir que raiz quadrada se aprende no curso de matemática.

Há hoje uma experiência interessante de focalizar mais os esforços da escola no seu intento de tornar-se uma agência mais competente de desenvolvimento de valores. Isso se dá, sobretudo nos Estados Unidos, um país que, ao mesmo tempo, tem problemas sérios de lidar com uma franja difícil de sua sociedade e mostra grande criatividade na busca de soluções. Vejamos algumas lições que se derivam dos experimentos e das pesquisas que se realizam naquele país.

1. A escola ensina pelo exemplo, não pelo sermão.

Aprende-se civismo e ética vendo funcionar uma organização honesta, justa, tolerante, generosa, disciplinada. A grande lição da escola vem pelo que os estudantes presenciam na sua prática cotidiana. E tomando a escola mais digna, mais íntegra que se obtém o ensino da dignidade e da ética. A escola boa e séria ensina, educa para os valores, sem fazer força, sem tentar.

2. Valores se ensinam em cada uma e em todas as disciplinas.

Cada lição da escola é uma oportunidade para explorar suas implicações éticas e morais. A literatura é um excelente ponto de partida. A história tem a cada momento um dilema ético. As próprias ciências têm implicações éticas, como se premissas de honestidade do método cientifico. Observa-se que não se aprende pelo sermão, mas pela narrativa contextualizada. É contando histórias, é vivendo situações concretas que se avança nessa direção. As parábolas bíblicas são umas aplicações explícitas deste princípio. Aprende-se participando, sendo ator mais que espectador.

A escola é um grande laboratório onde se podem criar microcosmos sociais e aprendem no processo de participar do seu funcionamento: clubes, associações, sociedades, tribunais (muitos de verdade, julgado estripulias grandes e pequenas de alunos) e representações políticas. Tudo isso são simulações com méritos educativos, sobre tudo do ponto de vista do desenvolvimento de responsabilidades de julgamento. A contraparte é que as patologias na atuação destas associações criam os modelos de onde se aprende errado. Participações estudantis manipuladas

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por minorias, práticas manobras políticas para obter decisão sem maioria efetiva, técnicas de manipulação de reuniões são, antes de tudo, deseducativas.

3. Visitas e excursões trazem uma pitada de mundo real.

Se a essência do aprendizado de valores está na discussão de situações reais, as visitas podem criar o detonado inicial para alguns processos interessantes. Visitas a instituições de caridade, orfanatos, asilos de idosos, penitenciárias e inúmeras outras podem criar a visão de primeira mão que dará origem a um processo de discussão e elaboração conceptual. Mas note bem, não é a visita que ensina. A visita é apenas o estopim para criar um clima de discussão aberta em torno do tema. Tudo isso abre portas para avançar a capacidade da escola de educar para valores. Na medida em que a escola é séria, muitas coisas boas já passam a acontecer. Educação e escola não sã assunto de governo, mas de todos. O governo não pode criar escolas boas sem o apoio da sociedade.

Para que isso aconteça os professores optaram por desenvolver conteúdos relacionados aos objetivos propostos que conduzem ao desenvolvimento e a aquisição de competências básicas para inserir nosso aluno no mundo do trabalho, dando continuidade a estudos futuros, fazendo com que o mesmo aprende ao longo da vida, tal como manda a LDB (Lei e diretrizes e Bases da Educação.) Também foram discutidas pelos professores do colégio as metodologias utilizadas e analisadas a fim de adequá-las para atingir os objetivos propostos; analisaram-se os recursos didáticos, bem como o papel do livro didático, que servirá de apoio e não de roteiro. O desafio que se apresenta para as escolas é o de abrir-se para debates, objetivando formar um cidadão com uma identidade, isto é, com a marca da escola onde estuda. O Colégio Estadual Cely Tereza Grezzana, reconhece a necessidade, de construção de uma educação voltada para o exercício da cidadania, oferecendo um ensino de qualidade, ministrados por professores capazes de incorporar ao seu trabalho os avanços nas diferentes áreas do conhecimento e de estar atento às dinâmicas sociais e suas implicações no âmbito escolar, garantido assim o acesso aos conhecimentos indispensáveis para o exercício da cidadania.

4.4. FUNÇÕES DO GESTOR ESCOLAR

A função de diretor (a), como responsável pela efetivação da gestão democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino.

Compete ao diretor (a): cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor; responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da

posse; coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto Político-

Pedagógico da escola, construído coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar; coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da

educação;

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implementar a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino, em observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

coordenar a elaboração do Plano de Ação do estabelecimento de ensino e submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;

convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;

elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade, consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;

prestar contas dos recursos recebidos, submetendo-os à aprovação do Conselho Escolar e fixando-os em edital público;

coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em consonância com a legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho Escolar e, após, encaminhá-lo ao NRE para a devida aprovação;

garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste com os órgãos da administração estadual;

encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;

deferir os requerimentos de matrícula;elaborar o calendário escolar, de acordo com as orientações da SEED,

submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao NRE para homologação;

acompanhar o trabalho docente, referente às reposições de horas aula aos discentes;

assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas atividadeestabelecidos;

promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza pedagógico-administrativa no âmbito escolar;

propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e abertura ou fechamento de cursos;

participar e analisar da elaboração dos Regulamentos Internos e encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;

supervisionar a cantina comercial e o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento das normas estabelecidas na legislação vigente relativamente a exigências sanitárias e padrões de qualidade nutricional;

presidir o Conselho de Classe, dando encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;

definir horário e escalas de trabalho da equipe técnico administrativa e equipe auxiliar operacional;

articular processos de integração da escola com a comunidade;solicitar ao NRE suprimento e cancelamento de demanda de funcionários e

professores do estabelecimento, observando as instruções emanadas da SEED; organizar horário adequado para a realização da Prática Profissional

Supervisionada do funcionário cursista do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em Educação – Pro funcionário, no horário de trabalho, correspondendo a 50% (cinqüenta por cento) da carga horária da Prática Profissional Supervisionada, conforme orientação da SEED, contida no Plano de Curso;

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participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino, juntamente com a comunidade escolar;

cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância sanitária e epidemiológica;

disponibilizar espaço físico adequado quando da oferta de Serviços e Apoios Pedagógicos Especializados, nas diferentes áreas da Educação Especial;

assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

4.5. ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR PEDAGOGO

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e implementação no estabelecimento de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação.

Compete à equipe pedagógica:- coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto

Político-Pedagógico e do Plano de Ação do estabelecimento de ensino;-orientar a comunidade escolar na construção de um processo pedagógico,

em uma perspectiva democrática;-participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho Pedagógico

escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar;

- coordenar a construção coletiva e a efetivação da proposta pedagógica curricular do estabelecimento de ensino, a partir das políticas educacionais da SEED e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

-orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de professores do estabelecimento de ensino;

-acompanhar o trabalho docente, quanto às reposições de horas aula aos discentes ,salvo em caso de capacitações oferecidas pela SEED;

-promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;

- participar da elaboração de projetos de formação continuada dos profissionais do estabelecimento de ensino, que tenham como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

-organizar, junto à direção da escola, a realização dos Pré - Conselhos e dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de reflexão ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de ensino;

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-coordenar a elaboração e acompanhar a efetivação de propostas de intervenção decorrentes das decisões do Conselho de Classe;

-subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores do estabelecimento de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates e oficinas pedagógicas;

-organizar a hora-atividade dos professores do estabelecimento de ensino, de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;

-proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade escolar, com vistas a promover a aprendizagem de todos os alunos;

-coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;

-participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento, subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;

-coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir do Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

-participar da organização pedagógica da biblioteca do estabelecimento de ensino, assim como do processo de aquisição de livros, revistas, fomentando ações e projetos de incentivo à leitura;

-acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química, Física e Biologia e de Informática;

-propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

-coordenar o processo democrático de representação docente de cada turma;-acompanhar os estagiários das instituições de ensino superior quanto às

atividades a serem desenvolvidas no estabelecimento de ensino;-acompanhar o desenvolvimento do Programa Nacional de Valorização dos

Trabalhadores em Educação – Pro funcionário, tanto na organização do curso, quanto no acompanhamento da Prática Profissional Supervisionada dos funcionários cursistas da escola e/ou de outras unidades escolares;

-promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

-coordenar a análise de projetos a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

-acompanhar o processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

-participar na elaboração do Regulamento de uso dos espaços pedagógicos;-orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático-

pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão parcial, conforme legislação em vigor;

-organizar as reposições de aulas, acompanhando junto à direção as reposições de dias, horas e conteúdos aos discentes; -orientar, acompanhar e visar periodicamente os Livros de Registro de Classe e da Ficha Individual de controle de nota e freqüência;

-organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno;-organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica dos

profissionais do estabelecimento de ensino;39

-solicitar autorização dos pais ou responsáveis para realização da Avaliação Educacional do Contexto Escolar, a fim de identificar possíveis necessidades educacionais especiais;

-coordenar e acompanhar o processo de Avaliação Educacional no Contexto Escolar, para os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, visando encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

-acompanhar os aspectos de socialização e aprendizagem dos alunos, realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o seu desenvolvimento integral;

-acompanhar a freqüência escolar dos alunos, contatando as famílias e encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;

-acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que houver necessidade de encaminhamentos;

-orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos com necessidades educativas especiais, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e curriculares e no processo de inclusão na escola;

-manter contato com os professores dos serviços e apoios especializados de alunos com necessidades educacionais especiais, para intercâmbio de informações e trocas de experiências, visando à articulação do trabalho pedagógico entre Educação Especial e ensino regular ;

-assegurar a realização do processo de avaliação institucional do estabelecimento de ensino;

-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos, pais e demais segmentos da comunidade escolar;

-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

-elaborar seu Plano de Ação;-cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

4.6. FUNÇÕES DO CORPO DOCENTE

A equipe docente é constituída de professores regentes,devidamente habilitados.

Compete aos docentes:-participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político-

Pedagógico do estabelecimento de ensino, construído de forma coletiva e aprovado pelo Conselho Escolar;

-elaborar, com a equipe pedagógica, a proposta pedagógica curricular do estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico e as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais;

-participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica, dos livros e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

-elaborar seu Plano de Trabalho Docente;

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-desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do conhecimento pelo aluno;

-proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos alunos, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário escolar, resguardando prioritariamente o direito do aluno, salvo quando a capacitação for oferecida pela SEED;

-proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos, utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

-promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos, estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino e aprendizagem, no decorrer do período letivo;

-participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

-participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem;

-participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;-assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório em

decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero e orientação sexual, de credo, ideologia, condição sócio-cultural, entre outras;

-viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino e aprendizagem;

-participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento, junto ao professor de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à Aprendizagem, da Sala de Recursos e de Contra turno, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa;

-estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa e criação artística;

-participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na busca de alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo educacional, responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões tomadas, as quais serão registradas e assinadas em Ata;

-propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;

-zelar pela freqüência do aluno à escola, comunicando qualquer irregularidade à equipe pedagógica;

-cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

-cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe pedagógica, conforme determinações da SEED;

-manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da equipe pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento de ensino;

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- participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade;

-desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o desenvolvimento do processo educativo;

-dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação educacional em vigor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da prática profissional e educativa;

-participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos a serem inseridos no Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;

-comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho ordinárias que lhe forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;

-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

-participar da avaliação institucional, conforme orientação da SEED; -cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar.

4.7. PAPEL DO DISCENTE

São deveres dos alunos:- manter e promover relações de cooperação no ambiente escolar;-realizar as tarefas escolares definidas pelos docentes;-atender às determinações dos diversos setores do estabelecimento de

ensino, nos respectivos âmbitos de competência;-participar de todas as atividades curriculares programadas e desenvolvidas

pelo estabelecimento de ensino;-comparecer às reuniões do Conselho Escolar, quando membro representante

do seu segmento;- cooperar na manutenção da higiene e na conservação das instalações

escolares;-compensar, junto com os pais, os prejuízos que vier a causar ao patrimônio

da escola, quando comprovada a sua autoria;-cumprir as ações disciplinares do estabelecimento de ensino;-providenciar e dispor, sempre que possível, do material solicitado e

necessário ao desenvolvimento das atividades escolares;-tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários e colegas;-comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões, convocações e avisos

gerais, sempre que lhe for solicitado;- comparecer pontualmente a aulas e demais atividades escolares;-manter-se em sala durante o período das aulas;-apresentar os trabalhos e tarefas nas datas previstas;- comunicar qualquer irregularidade de que tiver conhecimento ao setor

competente;-apresentar justificativa dos pais ou responsáveis, quando criança ou

adolescente, para poder entrar após o horário de início das aulas;

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- apresentar atestado médico e/ou justificativa dos pais ou responsáveis, quando criança ou adolescente, em caso de falta às aulas;

-responsabilizar-se pelo zelo e devolução dos livros didáticos recebidos e os pertencentes à biblioteca escolar;

- observar os critérios estabelecidos na organização do horário semanal, deslocando-se para as atividades e locais determinados, dentro do prazo estabelecido para o seu deslocamento;

-respeitar o professor em sala de aula, observando as normas e critérios estabelecidos;

-cumprir as disposições do Regimento Escolar no que lhe couber.

4.8. FUNÇÕES DA EQUIPE ADMINISTRATIVA

A função de técnicos administrativos é exercida por profissionais que atuam nas áreas da secretaria, biblioteca e laboratório de Informática do estabelecimento de ensino.

Compete ao Secretário Escolar:- conhecer o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino;-cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da

SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida legal do estabelecimento de ensino;

-distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos demais técnicos administrativos;

-receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;-organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções,

instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;-efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à matrícula,

transferência e conclusão de curso;-elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem

encaminhados às autoridades competentes;-encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que devem ser

assinados;-organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o inativo, de

forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;

-responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar do aluno, respondendo por qualquer irregularidade;

-manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema informatizado;

-organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida legal da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;

-atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização efuncionamento do estabelecimento de ensino, conforme disposições do Regimento Escolar;

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-zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos da secretaria;

-orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro de Classe com os resultados da freqüência e do aproveitamento escolar dos alunos;

-cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

-organizar o livro-ponto de professores e funcionários, encaminhando ao setor competente a sua freqüência, em formulário próprio;

-secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as respectivas Atas;- conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;-comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha ocorrer na

secretaria da escola;-participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

-manter atualizado o Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;

-fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria escolar, quando solicitado;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-organizar e acompanhar a documentação legal dos alunos que freqüentam as

Escolas Itinerantes e Casas Familiares Rurais quando matriculados na Escola Base (somente para as Escolas Base que servirão de referência às Escolas Itinerantes e às Casas Familiares Rurais);

-participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as específicas da sua função.

Compete aos técnicos administrativos que atuam na secretaria dos estabelecimentos de ensino, sob a coordenação do(a) secretário(a):

-cumprir as obrigações inerentes às atividades administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à documentação comprobatória, necessidades de adaptação, aproveitamento de estudos, progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

-atender a comunidade escolar e demais interessada, prestando informações e orientações;

-cumprir a escala de trabalho que lhe for previamente estabelecida;-participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

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-controlar a entrada e saída de documentos escolares, prestando informações sobre os mesmos a quem de direito;

-organizar, em colaboração com o(a) secretário(a) escolar, os serviços do seu setor;

-efetivar os registros na documentação oficial como Ficha Individual, Histórico Escolar, Boletins, Certificados, Diplomas e outros, garantindo sua idoneidade;

-organizar e manter atualizado o arquivo ativo e conservar o arquivo inativo da escola;

-classificar, protocolar e arquivar documentos e correspondências, registrando a movimentação de expedientes; -realizar serviços auxiliares relativos à parte financeira, contábil e patrimonial do estabelecimento, sempre que solicitado;

- coletar e digitar dados estatísticos quanto à avaliação escolar, alimentando e atualizando o sistema informatizado;

- executar trabalho de mecanografia, reprografia e digitação;- participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas

que concernem à especificidade de sua função.

Compete ao técnico administrativo que atua na biblioteca escolar, indicado pela direção do estabelecimento de ensino:

-cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca, assegurando organização e funcionamento;

-atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o empréstimo de livros, de acordo com Regulamento próprio;

-auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na proposta pedagógica curricular do estabelecimento de ensino;

-auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos, DVDs, entre outros;

-encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das necessidades indicadas pelos usuários;

-zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;- registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;-receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos da

biblioteca;-manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais, zelando

pela sua manutenção;-participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

-auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;-participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;

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-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias;

-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

-exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas que concernem à especificidade de sua função.

Compete ao técnico administrativo indicado pela direção para atuar no laboratório de Informática do estabelecimento de ensino:

-cumprir e fazer cumprir Regulamento de uso do laboratório de Informática, assessorando na sua organização e funcionamento;

-auxiliar o corpo docente e discente nos procedimentos de manuseio de materiais e equipamentos de informática;

-preparar e disponibilizar os equipamentos de informática e materiais necessários para a realização de atividades práticas de ensino no laboratório;

-assistir aos professores e alunos durante a aula de Informática no laboratório;-zelar pela manutenção, limpeza e segurança dos equipamentos;-participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional de sua função;

-receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos do laboratório de Informática;

- participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas

que concernem à especificidade de sua função.

4.9. FUNÇÕES DO AGENTE DE SERVIÇOS GERAIS

O auxiliar operacional tem a seu encargo os serviços de conservação,

manutenção, preservação, segurança e da alimentação escolar, no âmbito escolar, sendo coordenado e supervisionado pela direção do estabelecimento de ensino.

Compete ao auxiliar operacional que atua na limpeza, organização e preservação do ambiente escolar e de seus utensílios e instalações:

-zelar pelo ambiente físico da escola e de suas instalações, cumprindo as normas estabelecidas na legislação sanitária vigente;

-utilizar o material de limpeza sem desperdícios e comunicar à direção, com antecedência, a necessidade de reposição dos produtos;

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-zelar pela conservação do patrimônio escolar, comunicando qualquer irregularidade à direção;

-auxiliar na vigilância da movimentação dos alunos em horários de recreio, de início e de término dos períodos, mantendo a ordem e a segurança dos estudantes, quando solicitado pela direção;

-atender adequadamente aos alunos com necessidades educacionais especiais temporárias ou permanentes, que demandam apoio de locomoção, de higiene e de alimentação;

-auxiliar na locomoção dos alunos que fazem uso de cadeira de rodas, andadores, muletas, e outros facilitadores, viabilizando a acessibilidade e a participação no ambiente escolar;

-auxiliar os alunos com necessidades educacionais especiais quanto a alimentação durante o recreio, atendimento às necessidades básicas de higiene e as correspondentes ao uso do banheiro;

-auxiliar nos serviços correlatos à sua função, participando das diversas atividades escolares;

-cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas, respeitado o seu período de férias;

-participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional;

-coletar lixo de todos os ambientes do estabelecimento de ensino, dando-lhe o devido destino, conforme exigências sanitárias;

-participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e aquelas

que concernem à especificidade de sua função.

São atribuições do auxiliar operacional, que atua na cozinha do estabelecimento de ensino:

-zelar pelo ambiente da cozinha e por suas instalações e utensílios, cumprindo as normas estabelecidas na legislação sanitária em vigor;

-selecionar e preparar a merenda escolar balanceada, observando padrões de qualidade nutricional;

-servir a merenda escolar, observando os cuidados básicos de higiene e segurança;

-informar ao diretor do estabelecimento de ensino da necessidade de reposição do estoque da merenda escolar;

-conservar o local de preparação, manuseio e armazenamento da merenda escolar, conforme legislação sanitária em vigor;

-zelar pela organização e limpeza do refeitório, da cozinha e do depósito da merenda escolar;

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-receber, armazenar e prestar contas de todo material adquirido para a cozinha e da merenda escolar;

-cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas, respeitado o seu período de férias;

-participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional;

-auxiliar nos demais serviços correlatos à sua função, sempre que se fizer necessário;

-respeitar as normas de segurança ao manusear fogões, aparelhos de preparação ou manipulação de gêneros alimentícios e de refrigeração;

-participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as

específicas da sua função.

São atribuições do auxiliar operacional que atua na área de vigilância da movimentação dos alunos nos espaços escolares:

-coordenar e orientar a movimentação dos alunos, desde o início até o término dos períodos de atividades escolares;

-zelar pela segurança individual e coletiva, orientando os alunos sobre as normas disciplinares para manter a ordem e prevenir acidentes no estabelecimento de ensino;

-comunicar imediatamente à direção situações que evidenciem riscos à segurança dos alunos;

-percorrer as diversas dependências do estabelecimento, observando os alunos quanto às necessidades de orientação e auxílio em situações irregulares;

-encaminhar ao setor competente do estabelecimento de ensino os alunos que necessitarem de orientação ou atendimento;

-observar a entrada e a saída dos alunos para prevenir acidentes e irregularidades;

-acompanhar as turmas de alunos em atividades escolares externas, quando se fizer necessário;

-auxiliar a direção, equipe pedagógica, docentes e secretaria na divulgação de comunicados no âmbito escolar;

-cumprir integralmente seu horário de trabalho e as escalas previstas, respeitado o seu período de férias;

-participar de eventos, cursos, reuniões sempre que convocado ou por iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento profissional;

-zelar pela preservação do ambiente físico, instalações, equipamentos e materiais didático-pedagógicos;

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-auxiliar a equipe pedagógica no remanejamento, organização e instalação de equipamentos e materiais didático-pedagógicos;

-atender e identificar visitantes, prestando informações e orientações quanto à estrutura física e setores do estabelecimento de ensino;

-participar da avaliação institucional, conforme orientações da SEED;-zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários

e famílias;-manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;-participar das atribuições decorrentes do Regimento Escolar e exercer as

específicas da sua função.

4.10. PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS

4.10.1. CONSELHO ESCOLAR

A efetivação de uma lógica de gestão democrática é sempre processual e, portanto, permanente vivência e aprendizado. É um processo eminentemente pedagógico, que envolve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão e a participação nas modalidades de provimento ao cargo de dirigente escolar, a implantação e consolidação de mecanismos de participação, tais como o Conselho Escolar.

Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um conjunto de responsabilidade a serem partilhadas com os diferentes segmentos da escola como o Conselho Escolar que é o espaço de decisão e deliberação das questões pedagógicas, administrativas, financeiras e políticas da escola. Ou seja, o Conselho Escolar é um grande aliado na luta pelo fortalecimento da unidade escolar e pela democratização das relações escolares.

Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a estrutura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da gestão escolar. Nessa direção, definir claramente as atribuições e o papel político da equipe gestora e do Conselho Escolar é fundamental.

A esse respeito, Paro (2001, p.81-82 ) afirma que,

“Inteirado o conselho numa política mais ampla da gestão escolar, parece que outra importante questão a ser enfrentada refere-se à necessidade de uma definição mais precisa de suas funções, dotando-o de atribuições e competências que o tornem co-responsável pela direção da escola, sem provocar choque de competências com o

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diretor [...] “.Uma solução que se poderia imaginar para essa questão é a de dotar o conselho escolar de funções diretivas, semelhantes às que tem hoje o diretor. Dessa forma, o responsável último pela escola deixaria de ser o diretor, passando a ser o próprio conselho, em co-responsabilidade com o diretor, que dele também faz parte. A vantagem desse tipo de solução é que o conselho, na condição de entidade coletiva, fica menos vulnerável, podendo tomar medidas mais ousadas, sem que uma pessoa, sozinha, corra o risco de ser punida pelos escalões superiores.

A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de participação na escola, em especial do Conselho Escolar, pode-se apresentar como uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades local e escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola. Esse processo, certamente, possibilitaria um aprendizado coletivo, cujo resultado poderia ser o fortalecimento da gestão democrática na escola.

Fortalecer instâncias de participação, como o Conselho Escolar, buscando formas de ampliar a participação ativa dos professores, pedagogos, estudantes, funcionários, pais de estudantes e comunidade local é muito importante para a efetivação de um processo de gestão inovador que expresse, a cada dia, as possibilidades de construção de uma nova cultura escolar.

Por fim, esperamos que as instâncias colegiadas possam contribuir de algum modo, para que a escola se preocupe com formas alternativas para a construção de sua identidade, tendo em vista uma educação de qualidade sustentada em concepções cooperativas e solidárias intra e interescolares.

4.10.2. GRÊMIO ESTUDANTIL

O grêmio representa os interesses dos estudantes na escola, permitindo que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como a comunidade. Também é um espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos.

Um dos seus objetivos principais é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, gincanas, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem junto com pais, funcionários, professores, pedagogos, diretor da programação e da construção das regras dentro da escola.

O Grêmio Estudantil é uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de participar da sociedade. Com o Grêmio, os alunos têm voz na administração da escola, apresentando suas idéias e opiniões.

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Toda participação exige responsabilidade, e o Grêmio deve procurar defender os interesses dos alunos, firmando, sempre que possível, uma parceria com todas as pessoas que participam da escola.

O nosso Grêmio procura trabalhar principalmente com a diretora, pedagoga e professores, pois assim atua verdadeiramente em benefício da escola e da comunidade.

4.10.3. CONSELHO DE CLASSE

O conselho de Classe constitui-se um momento de reflexão sobre as práticas presentes do cotidiano escolar, com o objetivo de acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos e redirecionar as práticas pedagógicas docentes.

A LDBEM nº 9.394, de 24 de dezembro de 1996, em seu artigo 3º, inciso VIII, afirma que o ensino será ministrado com base no princípio da gestão democrática; e esta aponta as instâncias colegiadas na organização escolar como fundamentais para sua efetivação.

Nesse contexto, o Conselho de Classe como uma dessas instâncias desempenha importante papel, como um dos poucos espaços que permitem a discussão pedagógica do ensino e da aprendizagem de forma situada e integrada; configurando-se também, como espaço interdisciplinar de estudo e tomada de decisão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na escola.

É constituído pelo (a) diretor (a) , pelo pedagogo , por todos os docentes e os alunos representantes que atuam na mesma turma , por meio de:

- Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do professor representante e turma ou pedagogo.

- Conselho de Classe Integrado, com a participação da direção, equipe pedagógica, professores, da representação facultativa de alunos e pais de alunos por turma e ou série.

DEFINIÇÃO Reunião liderada pela equipe pedagógica de uma determinada turma.

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FUNÇÃO Compartilhar informações sobre a classe e sobre cada aluno para embasar a tomada de decisões.

VANTAGENS Favorecem a integração entre professores, a análise do currículo e a eficácia dos métodos utilizados; facilita a compreensão dos fatos com a exposição de diversos pontos de vista.

ATENÇÃO Fazer sempre observações concretas e não rotular os alunos; cuidar para que a reunião não se torne apenas confirmação de aprovação ou de reprovação.

PLANEJAMENTO Conhecendo a pauta de discussão, listar os itens que pretende comentar. Todos os participantes devem ter direito à palavra para enriquecer o diagnóstico dos problemas, suas causas e soluções.

ANÁLISE O resultado final deve levar a um consenso da equipe em relação às intervenções necessárias no processo de ensino-aprendizagem considerando as áreas afetiva, cognitiva e psicomotora dos alunos.

COMO UTILIZAR AS INFORMAÇÕES

O professor deverá usar essas reuniões como ferramenta de auto-análise. A equipe deve prever mudanças tanto na prática diária de cada docente como também no currículo e na dinâmica escolar, sempre que necessário.

4.10.4. APMF

É um órgão de representação dos Pais, Mestres e funcionários do estabelecimento de Ensino, com o objetivo de discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao educando, de aprimoramento de ensino e integração família-escola comunidade, enviando sugestões, em consonância com a proposta pedagógica para a apreciação do Conselho Escolar e equipe Pedagógico-administrativa.

4.11. RECURSOS QUE A ESCOLA DISPÕE PARA REALIZAÇÃO DE PROJETOS.

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Os recursos que a escola disporá para a execução do Projeto Político Pedagógico serão providos de verbas oriundas da SUDE, Fundo Rotativo, Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e também da PROINFO, eventos e promoções realizados em datas estabelecidas.

4.12. CRITÉRIOS PARA A ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR

A escola se organiza de forma a proporcionar oportunidades e satisfação paraa maioria daqueles que aqui trabalham e estudam, pois a totalidade é impossível. Uma prática democrática de gestão tem no planejamento participativo a forma de integrar interesses individuais e garantir a representação de aspirações do calendário.

A elaboração do calendário escolar se fará em reuniões com representantes dos segmentos que atuam na escola e principalmente atendendo a legislação que o rege.

Os horários escolares e atividades extra classes serão previstos em reuniões de planejamento, levando-se em conta os Projetos Interdisciplinares, os da escola e os de outros níveis, como os do Estado e União.

O calendário escolar é elaborado conforme Resolução da Secretaria de Estado da Educação, sempre contemplando início das atividades escolares, planejamentos, capacitação, período de férias docente e discente, recessos, feriados e término do ano letivo.

Também fazemos contato com a Secretaria Municipal de Educação, a fim de que, na medida do possível, façamos calendário único ou semelhante.

4.13. CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

A Equipe pedagógica distribui os espaços entre os professores por sistema de agendamento prévio.

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4.14. CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO DE AULAS

A distribuição de aulas acontecerá seguindo a legislação em vigor, a escola se organizará em séries, trabalhando por disciplinas.

As turmas são organizadas conforme solicitação da Comunidade Escolar, matutino e vespertino e a oferta de vagas são iguais para as séries de ambos os períodos. Quanto a distribuição de aulas acontecerá seguindo a legislação em vigor. É organizada um quadro mural com aulas e cada um escolhe as turmas de acordo com sua preferência, dando atenção especial à prática pedagógica do professor, com mais afinidade em trabalhar com crianças e pré-adolescentes e até adultos.

A escola se organizará em séries, trabalhando por disciplinas.

4.15. DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE: DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES EXTRACURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO.

4.15.1. Intenção de Acompanhamento aos egressos

A escola como uma instituição educacional não só acompanhará os seus atuais alunos como também tentará acompanhar os egressos através de correspondências pessoais e às instituições onde estiverem estudando e também em reuniões anuais de confraternização. É importante esse contato pois esses alunos representam a escola onde estiverem.

4.15.2 Fica

É uma ficha de acompanhamento da ausência do aluno em sala de aula, onde o aluno que se ausentar 5 dias letivos consecutivos ou 7 alternados no período de um mês .

Em nossa escola o programa não funciona, nunca necessitamos aplica-lo, pois os alunos frequentam regularmente a escola e quando necessitamos o

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Conselho Tutelar esta sempre presente, tendo como ação ir buscar o aluno em sua residência.

4.16. PRÁTICAS AVALIATIVAS

4.16.1. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA ESCOLA

Toda e qualquer sociedade avalia sistematicamente cada um dos seus membros. A dinâmica das inter-relações sociais exige do indivíduo demonstração da sua competência. O caráter competitivo, seletivo e até discriminatório parece inerente à avaliação.

Será que este “determinismo cultural” se aplica à escola? Ou a avaliação educacional tem que se reger por outros parâmetros?

Também na escola a avaliação é o ponto nevrálgico. Através dela se apura a validade e a eficiência das teorias, dos recursos e das práticas pedagógicas. A qualidade da avaliação revela a qualidade da escola.

Numa perspectiva progressista, a pedagogia baseada na ação do aluno será, necessariamente, produtiva. Segundo seus fundamentos epistemológicos e princípios pedagógicos, todo o aluno desenvolve trabalho, pesquisa, produção, visando obter resultados.

Conceber uma escola desvinculada do sistema produtivo é simplesmente castrá-la. Aliás, preconizar uma educação crítica e transformadora sem que se vise à preparação à capacitação para o trabalho e para a vida social é demagogia ideológica.

Não se trata de confundir a escola com a fábrica ou com o escritório, mas entender que sem a produtividade do aluno fica difícil justificar a própria existência da avaliação. Avaliar o quê?

E se os resultados do trabalho escolar forem errados? Aqui está o diferencial: é uma avaliação de e para a aprendizagem. Ela tem sua própria racionalidade que não é mais condenar ou reprimir o aluno. Isto é um pernicioso absurdo antieducativo.

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Na atualidade, a dúvida e o próprio erro estão sendo vistos sob uma nova perspectiva. Eles são variáveis inerentes ao processo da construção do conhecimento, tendo mais uma conotação de “hipóteses”, “experimentação” do que de “conclusão”. Só erra quem faz. E na aquisição do conhecimento, o erro não é estigma da ignorância do aluno, mas pista científica para o professor.

Nesse sentido, todas as conclusões do aluno têm valor. Se elas não estiverem de acordo com o saber científico, deve-se aproveitar esta oportunidade para avançar e incentivar novas descobertas. Em hipótese alguma se trata de aplaudir o erro, mas inteligentemente se aproveitar dele para superá-lo. Pedagogicamente, avaliar é dar valor, valorizar, objetivando o aperfeiçoamento da capacidade criativa e construtora. Esta nova perspectiva faz verdadeiros milagres na escola.

Se os resultados esperados não forem satisfatórios, há que se rever o planejamento, o processo produtivo e o desempenho de todas as pessoas envolvidas e não simplesmente condenar o aluno.

No enfoque escola, professores e alunos devem ser avaliados não apenas pelo volume de informações adquiridas, mas, sobretudo, pelo desenvolvimento da capacidade de produzir conhecimento. Avaliação consistente é aquela que considera a capacidade de observar e interpretar situações dadas, realizar comparações, estabelecer relações, proceder a registros e criar novas soluções através das mais diversas linguagens.

O acompanhamento e a reorganização do processo de ensino e aprendizagem na escola incluem uma avaliação inicial, para o planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho.

Considerando essas preocupações, o professor realiza a avaliação por meio de:

• Observação sistemática: acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, utilizando alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas de controle, diário de classe e outros;

• Análise das produções dos alunos: considerar a variedade de produções realizadas pelos alunos, para que se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas. Por exemplo: se a avaliação se dá sobre a competência dos alunos na produção de textos, deve-se considerar a totalidade dessa produção, que envolve desde os primeiros registros escritos, no caderno de lição, até os registros das atividades de outras áreas e das atividades realizadas especificamente para esse aprendizado, além do texto produzido pelo aluno para os fins específicos desta avaliação;

• Atividades específicas para a avaliação: os alunos devem ter objetividade ao expor sobre um tema, ao responder um questionário. Para isso, é importante, em primeiro lugar, garantir que sejam semelhantes às situações de aprendizagem comumente realizadas em sala de aula; em segundo lugar, deixar claro para os alunos o que se pretende avaliar, pois inevitavelmente, estarão mais atentos a esses aspectos.

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A avaliação, apesar da responsabilidade do professor, não deve ser considerada função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma condição didática necessária para que construam instrumentos de autorregulação para as diferentes aprendizagens. A autoavaliação é uma situação de aprendizagem em que o aluno desenvolve estratégias de análise e interpretação de suas produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar. Além de esse aprendizado ser, em si, importante, porque é central para a construção da autonomia dos alunos, cumpre o papel de contribuir com a objetividade desejada na avaliação, uma vez que esta só poderá ser construída com a coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do aluno quanto do professor.

Tão importante quanto “o que” e “como” avaliar as decisões pedagógicas decorrentes dos resultados da avaliação; elas orientam a reorganização da prática educativa do professor no seu dia-a-dia e ações como o acompanhamento individualizado feito pelo professor fora da classe, a constituição de grupos de apoio, as lições extras, dentre outras que cada escola pode criar, incluindo a solicitação de profissionais externos à escola para debate sobre questões emergentes ao trabalho.

É importante ressaltar que a não realização das aprendizagens esperadas, muitas vezes não é problema do aluno, mas tem suas origens em problemas do próprio sistema educacional, que precisam ser identificados e solucionados.

Os critérios de avaliação explicitam as expectativas de aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos propostos para a área e para o ciclo, a organização lógica e interna dos conteúdos, as particularidades de cada momento da escolaridade e as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos tenham condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social.

Os critérios de avaliação apontam as experiências educativas a que os alunos devem ter acesso e que são consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e socialização. Nesse sentido, eles devem refletir de forma equilibrada os diferentes tipos de capacidade e as três dimensões de conteúdos (conceitos, procedimentos e atitudes), e servir para encaminhar a programação e as atividades de ensino e aprendizagem.

4.16.2. OPERACIONALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO

Para cumprir a finalidade de introduzir melhorias no processo avaliativo, o professor deve pensar para além dos instrumentos e seus resultados. É necessário que se apóie em uma intenção educacional que dê sentido à coleta de informações

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sobre o aluno, pois a intencionalidade do professor é um dos elementos que mais influencia na realização de mudanças significativas na prática da avaliação.

Na avaliação da aprendizagem, os critérios são princípios que servirão de base para o julgamento da qualidade dos desempenhos, compreendidos não apenas como execução de uma tarefa, mas como mobilização de uma série de atributos que para ele convergem.

A avaliação será resultado da soma dos valores atribuídos a cada avaliação. Sendo realizada através de:

- Cobrança de conteúdos

- Trabalhos, pesquisas e testes avaliando assim a criatividade;

- Avaliações escritas e orais sobre os conteúdos do bimestre;

- Observação quanto a participação e aproveitamento do aluno nas aulas.

A avaliação seguirá rigorosamente a seqüência do ensino/ aprendizagem como orientação do currículo.

_ Os resultados obtidos durante o período letivo definirão a aprovação do aluno.

_ Os resultados obtidos na avaliação serão expressos em notas de 0,0 à 10,0 (zero à dez).

_ As notas serão registradas em documentos próprios assegurando a regularidade e a autenticidade da vida escolar do educando.

_ A comunicação dos resultados da avaliação será feita através de boletins escolares.

_ a média mínima exigida por disciplina, para aprovação final é 6,0 (seis).

_ Serão adotados por este estabelecimento de ensino os critérios de avaliação bimestrais, sendo avaliados os conteúdos estudados no respectivo bimestre.

_ O professor terá como auxílio o Conselho de classe nos casos em que sentir dificuldades na aprendizagem dos educandos.

_ Para o cálculo da média anual das avaliações obtidas pelo educando durante o período letivo, será usada a média aritmética simples das médias obtidas nos quatro bimestres.

A avaliação deve buscar a comprovação da aprendizagem do aluno, mas, sobretudo o porquê dessa aprendizagem não ter sido realizada. Um instrumento não faz milagres; ele fornece elementos para análise e interpretação dos resultados, mas precisa ser usado em nome de uma avaliação que, além do julgamento sobre o aluno, interfira na realidade educacional, transformando-a para melhor. Uma avaliação que permita:

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• Situar o aluno no grupo, completando os procedimentos que utilizam a média, que, sozinha, pode ser enganosa.

• Reconhecer o avanço do aluno e definir onde começar no ano seguinte.

• Planejar ações de aceleração, recuperação e apoio pedagógico.

• Analisar criticamente o trabalho do professor e identificar ajustes ou reparos a serem feitos no trabalho da escola e da sala de aula.

4.17. RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS/PARALELA

Art. 115. A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos.

Art. 116. A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem.

Art. 117. A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados.

Parágrafo Único - A proposta de recuperação de estudos deverá indicar a área de estudos e os conteúdos da disciplina.

Art. 118. A avaliação da aprendizagem terá registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez).

Art. 119. Os resultados das avaliações dos alunos serão registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade de sua vida escolar.

Parágrafo Único - Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.

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4.18. AVALIAÇÃO DO PROJETO

A proposta que ora se apresenta é de relevante importância e, acreditamos ter crescido bastante, pois, houve reflexão coletiva sobre as mudanças e se todos que estão engajados na luta por uma educação de qualidade, aderir a nova proposta, formaremos cidadãos competentes, sensíveis e éticos. A escola pode ser autônoma em certos aspectos, mas deve prestar contas pelas decisões que torna para comunidade e aos órgãos aos quais está jurisdicionada.

Acreditamos que este projeto foi um processo participativo de decisões preocupando-nos em instaurar uma forma de organização do pedagógico que desvelasse os conflitos e contradições voltadas para uma realidade específica explicitando sempre o compromisso com o cidadão. O presente projeto reflete a realidade de nossa escola, esperamos que propicie aos docentes situações que lhe permitam aprender a pausar e realizar de forma espontânea, o fazer pedagógico coerentemente.

4.19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Revista Educação

Revista Profissão Mestre

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