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PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO 2014

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Page 1: Projeto politico pedagógico

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO 2014

Page 2: Projeto politico pedagógico

E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO

Ensino Fundamental CICLOII

‘’Ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para a sua própria

produção ou a sua construção.’’ (Paulo Freire)

Page 3: Projeto politico pedagógico

APRESENTAÇÃO

A proposta básica deste trabalho é oferecer contribuições provindas da reflexão de

educadores, alunos, pais, núcleo gestor e funcionários da E.E JÚLIO CONCEIÇÃO,

visando intensificar o desenvolvimento de ações cooperativas, eficazes e renovadoras.

O Projeto Pedagógico é compreendido como processo de ação participativa grupal

com pessoas interagindo politicamente em função das necessidades, interesses e

objetivos comuns. Busca um maior envolvimento na ação educativa, considerada

responsabilidade de todos os membros da Comunidade Escolar e Civil.

A educação, em todos os tempos, e principalmente nos dias de hoje, ressente-se de

maior aprofundamento e clareza sobre o verdadeiro sentido da vida e da aprendizagem e

sobre os objetivos a serem alcançados. Não se trata simplesmente de aprender mais

algumas matérias, mas, antes, preparar-se para o pleno exercício de sua cidadania.

O desafio é sair da postura reprodutiva, oferecendo indicações que facilitem o

aprender e o saber pensar. Seguindo essa linha de pensamento, na caminhada em busca

da construção do saber, o mundo sente a necessidade de incluir o pensar próprio desde

os anos iniciais da vida escolar do educando.

Não podemos “dar” os significados às outras pessoas, elas mesmas devem

procurá-los por meio do envolvimento no diálogo e na investigação. Sabemos que é

preciso romper com alguns aspectos da matriz pedagógica vigente, cristalizada nas

figuras do professor que ensina e do aluno que aprende.

A escola deve ser um espaço para construção do saber e integração do indivíduo

na sociedade.

Baseados na conquista de oportunidades para o entendimento de valores como princípio

de vida e norteamos nossa prática de Educação Humanística a partir da pedagogia

crítica – social dos conteúdos educando para a cultura de solidariedade na perspectiva

de um mundo mais humano.

“O Projeto Pedagógico é um instrumento teórico-metodológico que visa

ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma

forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial,

participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita resignificar

a ação de todos os agentes da instituição.”

Comunidade Escolar 2014

Page 4: Projeto politico pedagógico

1- HISTÓRIA DA ESCOLA

Atualmente, a E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO vem sendo administrada desde agosto

de 2011 até os dias atuais, pela diretora Maria Cecília Vanzela de Souza, a qual

vem realizando um trabalho em conjunto com sua equipe escolar voltado para um foco:

processo de ensino - aprendizagem buscando uma gestão de resultados satisfatórios,

subsidiando e oferecendo uma educação de melhor qualidade para as crianças e jovens

de nossa escola .

O objetivo da nossa escola é construir um trabalho coletivo, articulado e com

posições diversificadas, o que é uma tarefa desafiadora, que exige, portanto, empenho,

paciência, persistência e crença naquilo que queremos alcançar: o desenvolvimento

pleno dos alunos, já que se trata, em muitos casos, de alunos com dificuldades sociais,

econômicas e familiares o que torna ainda maior a responsabilidade desta unidade

escolar em atender as necessidades de um grupo tão diversificado.

Diante de todos esses desafios é que nós apresentamos o nosso Projeto Político

Pedagógico, voltado para atender este público, tão especial. Nesse contexto,

valorizamos a função social da escola e é nesta perspectiva de inclusão social, o qual

ilumina-se nos pilares de Jackes Deloris, aprender a aprender, aprender a fazer,aprender

a conviver e aprender a ser – e em consonância com os Parâmetros Curriculares

Nacionais e leis que regem e determinam a educação em nosso país. Obviamente, não

poderemos esquecer de adaptá-las dentro dos nossos padrões para que possamos atingir

nossos objetivos sem fugirmos de nossos compromissos educacionais.

2 - JUSTIFICATIVA

“Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar

significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período

de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto

contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado

como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos

de ação possível, comprometendo seus atores e autores.”

Partindo de um princípio diagnóstico, a referida escola buscou adotar medidas

que fidelizassem o resultado dos alunos frente a seus níveis de aprendizagem. Vivência

escolar, social, familiar, foram os pontos básicos avaliados. No que se refere aos

aspectos familiares, algumas crianças e adolescentes agem de forma desobediente e

presunçosa, tipos de comportamentos, do ponto de vista dos pais, normais se

considerarmos a idade, e outros agem assim como forma de chamar a atenção dos pais

ou por falta dos mesmos.

Os alunos, no seu contexto educacional, são limitados no que se refere à

aprendizagem de alguns conteúdos. No entanto a escola tem metas no tocante dos

índices de elevação da aprovação e redução da reprovação e evasão. Para isso, estão

sendo adotadas medidas plausíveis como: projetos interdisciplinares, oficinas de

linguagem, jogos, reforço escolar paralelo, reforço contínuo acompanhado e aulas de

informática.

A comunidade, composta de pessoas simples, preserva a boa índole, ajuda a

escola e com ela torna-se parceira na busca por uma educação de qualidade.

Page 5: Projeto politico pedagógico

A escola é favorecida com uma boa estrutura física, havendo espaço para

estudar, brincar e dispor do tempo recreativo, contribuindo para seu bem estar educativo

e social.

O apoio vinculado tem programações favoráveis que atendem as necessidades

dos alvos a serem atingidos, principalmente contribuir para ajudar a mudar para melhor,

a sociedade.

A escola tem a finalidade de proporcionar aos que promovem a inserção destes num

segmento sustentável de alcançar metas de conhecimentos práticos e teóricos

preparando-os para uma realidade existente compatível com os desafios em que cada

indivíduo se insere.

O foco, então, é preparar, capacitar e possibilitar a esses agentes, um futuro

digno de prosperidade material, espiritual e ético-cultural. Por isso, o levantamento do

diagnóstico de nossa clientela nos possibilitou a construir parâmetros ao encontro da

perspectiva de futuro deles.

Enfim, o PPP (Projeto Político Pedagógico) foi desenvolvido para suprir as

necessidades da escola, dos alunos, dos pais e da comunidade em geral.

3 - MISSÃO

Oferecer uma Educação de qualidade, pautada nos princípios de uma democracia

participativa, comunitária, cristã e ambiental, tornando-se um espaço cultural de

socialização e desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício de sua

plena cidadania.

4 – FINALIDADES

A E.E. Júlio Conceição tem por finalidade: atender o disposto nas Constituições Federal

e Estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança

e do Adolescente, ministrar o Ensino Fundamental oferecendo aos alunos serviços

educacionais com base nos princípios emanados das Constituições Federal e Estadual,

da lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do Estatuto da Criança e do

Adolescente, da lei 11.769 que dispões sobre a obrigatoriedade do ensino da música na

educação básica, da lei 10.639 que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a

obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".da lei 11.645 que inclui

no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura

Afro-Brasileira e Indígena” e Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008 que dispõe

sobre o atendimento educacional especializado, que regulamenta o parágrafo único

do art. 60 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao

decreto nº 6.253, de 13 de novembro de 2007.

CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

1. Função Social da Escola:

Promover, a/ao aluno/a, acesso ao conhecimento sistematizado e, a partir deste, a

produção de novos conhecimentos. Preocupar-se com a formação de um/a cidadão/â

consciente e participativo/a na sociedade em que está inserido/a.

Page 6: Projeto politico pedagógico

2. Eixos Norteadores:

Aprender a aprender.

Valores: respeito, solidariedade, disciplina, coletividade.

Trabalho unificado – coletivo.

Criar para humanizar.

Compromisso

3. O Trabalho Pedagógico

Para refletir sobre a função social da escola nos referendou-se o texto “Escola:

Projeto coletivo em construção permanente”. Onde, conclui-se que é necessário

um repensar a organização política e pedagógica que permita:

1. Trabalhar valores culturais, morais e físicos;

2. Integrar elementos da vida social aos conteúdos trabalhados;

3. Compreender este aluno/a como um/a cidadão/a que deve ser um/a agente

transformador/a da sociedade, além de crítico/a, responsável e participante.

A escola deve ser crítica, reflexiva e possibilitar a toda a comunidade um projeto

político pedagógico consolidado pela colaboração mútua e o exercício da construção

coletiva desencadeando experiências inovadoras que estão acontecendo na escola.

“... a escola, por si só não forma cidadãos, mas pode preparar instrumentalizar e

proporcionar condições para que seus alunos possam se firmar e construir a sua

cidadania.”

Page 7: Projeto politico pedagógico

A comunidade escolar repensa constantemente o seu papel pedagógico e sua função

social, para tanto, se faz necessário refletir sobre a escola que temos, se voltada para os

interesses políticos, se discriminadora e produtora de mecanismos de controle que

impedem que os nossos estudantes consigam enfrentar em condições de igualdade ou

como melhor enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Para que a escola cumpra a sua função social será necessário:

• Integração e participação da comunidade escolar;

• Os segmentos da escola devem estar plenamente voltados à completa valorização do

educando;

• Cursos de formação e qualificação dos profissionais da educação;

• Criação e reorganização do espaço físico;

• Material didático e outros que facilitem o trabalho do professor;

• Número de alunos/as em sala de aula condizente com a metragem do ambiente;

• Recursos humanos, pedagógicos e financeiros;

• Cobrança de regras de convivência em grupo;

• Melhor qualificação profissional e salários compatíveis com os diferentes níveis e

funções;

• Política que estabeleça professores/as efetivos;

• Restabelecimento da motivação e credibilidade dos professores/as.

Valores:

Ética Ser uma instituição de ensino educacional fundamentada em uma postura íntegra, justa,

honesta, valorizando a verdade, o respeito e o diálogo.

Respeito e Justiça

Agir sem discriminar as pessoas, tratando-as de forma personalizada, com

imparcialidade e respeitando as diferenças individuais.

Responsabilidade Social

Agir de maneira consciente e responsável com as questões sociais e ambientais,

buscando um relacionamento sustentável com fornecedores e parceiros.

Profissionalismo e Cooperação

Atuar de forma organizada e planejada, valorizando o trabalho em equipe e a ajuda

mútua.

Confiabilidade

Ser uma instituição que inspire segurança e credibilidade, da qual todos tenham orgulho

de participar.

Coerência

Agir sempre no sentido de cumprir a nossa missão respeitando os valores em que

acreditamos.

Page 8: Projeto politico pedagógico

5 - CONCEPÇÕES

De Mundo: O mundo é o local onde ocorre as interações homem-homem e homem-

meio social caracterizadas pelas diversas culturas e pelo conhecimento. Devido a

rapidez do processo de assimilação das informações e pela globalização torna-se

necessário proporcionar ao homem o alcance dos objetivos materiais, políticos, culturais

e espirituais para que sejam superadas as injustiças, diferenças, distinções e divisões na

tentativa de se formar o ser humano que se imagina. Isto será possível se a escola for um

espaço que contribua para a efetiva mudança social.

De Sociedade: Somos uma sociedade capitalista, competitiva baseada nas ações e

resultados, por isso precisamos construir uma sociedade libertadora, crítica, reflexiva,

igualitária, democrática e integradora, fruto das relações entre as pessoas, caracterizadas

pela interação de diversas culturas em que cada cidadão constrói a sua existência e a do

coletivo.

De Homem: O homem, na atualidade, é um ser competitivo e individualista, resultado

das relações impostas pelo modelo de sociedade em vigor. No entanto, a luta deve ser

por um homem social, voltado para o seu bem próprio mas, acima de tudo, para o bem

estar do grupo do qual faz parte. O homem, que modifica a si mesmo pela apropriação

dos conhecimentos, modifica também a sociedade por meio do movimento dialético “do

social para o individual para o social”. Destarte, torna-se sujeito da história.

6 - A RELAÇÃO PROFESSOR - ALUNO

O processo interativo da produção de conhecimento na relação professor – aluno

ocorre através de um liame estreito e pessoal, no qual a afetividade, a atenção, o carinho

e o embasamento teórico estejam presentes. É, antes de tudo, um exercício de liberdade

e democracia. Baseado na ousadia, criatividade e na responsabilidade ao considerar o

que há, imaginar o que poderia ser, sonhar com o desejado e, finalmente, estabelecer

ações concretas que tornem realidade os sonhos. Disciplina, parceria, cooperação,

construção conjunta do conhecimento são resultados de uma ação coletiva na qual os

papéis de aluno e professor têm clareza de definição. Do professor espera-se que assuma

postura de educador, conduzindo o processo construtivo, mediando interpretações,

fornecendo elementos instigadores, informações ampliadoras, intervindo, interferindo,

estimulando, orientando e desafiando permanentemente o aluno que, aprendendo a

aprender, torna-se sujeito no processo ensino-aprendizagem.

Do aluno o papel reservado é de protagonista do processo, pois que, a partir dos

elementos e questões levantadas, experimenta, duvida, analisa, erra, reconstrói, e,

finalmente, aprende, consolidando um conhecimento construído no processo

educacional.

7 - PERFIL DE ALUNO QUE DESENVOLVEREMOS

Agente de integração e transformações sociais, presente, criativo, responsável,

reflexivo e empreendedor. Capaz de conviver com serenidade, participativamente, no

desenvolvimento e aperfeiçoamento do meio ambiente em que vive.

Reconhecedor da importância do conhecimento como fonte de reflexão, criação e

recriação.

Page 9: Projeto politico pedagógico

Postura humana comprometida com o bem-estar geral e a ética.

Cidadão universal, valorizador e admirador das múltiplas culturas, entendedor das

dinâmicas das relações pessoais e sociais. Com senso de justiça e igualdade social,

solidário e consciente do seu papel de cidadania participativa.

Protagonista do processo ensino-aprendizagem, posicionando-se com clareza e

objetividade.

Questionador construtivo, capaz de interferir, ousar, sugerindo melhoria contínua para

os seus relacionamentos e meio ambiente.

8 - VISÃO DO CONTEXTO

Atualmente, vivenciamos um processo de transformação estrutural com rápidas

e significativas mudanças. Esse processo é consequência da revolução tecnológica, da

tentativa de formação de uma economia global e de um caminho de mudança cultural,

manifestado principalmente pela nova postura das mulheres na sociedade e por uma

diferente consciência ecológica e espiritual. Há uma carência de teorias para dar um

marco interpretativo à compreensão do contexto atual. Percebemos que as trajetórias das

maiores mudanças estão a nível social... A família (tradicional) tem recebido grandes

impactos, quando da inadaptação de novos papéis. É necessário que mulheres e homens

busquem formas de reconstrução da estrutura familiar, sem perceberem o sentido geral

dos fatos, seguindo os valores éticos das relações humanas. O processo educacional,

tanto na família como nas escolas, está engatinhando na percepção da valorização

emocional que ainda é, frequentemente, desconhecida e bloqueada. Cabe a nós,

educadores, praticarmos transgressões e buscarmos formas de expressão que permitam

o compartilhar de experiências que não atrofiem a criatividade, o pensamento e a crítica,

mas que redefinam, de forma ampla e rica, a educação atual, desacostumando o

indivíduo à passividade mental. Os estudos para nosso Projeto Político Pedagógico

continuam reinventando a prática de todos os envolvidos, visando um questionamento

diante do que fazemos e não um ajustamento a ações cristalizadas. Continuamos

descobrindo, a cada dia, o significado mais alto da nossa educação.

Podemos ser superiores e cultos; se nos falta, porém, a profunda integração do

pensamento e do sentimento, nossas vidas serão incompletas, contraditórias e cheias de

temores torturantes; e enquanto a educação não abranger o sentido global da vida,

bem pouco ela significará.

A consciência de sabermos o que acontece com cada um de nós e em nosso

contexto, faz renascer o encinte emocional, que vai além da prática diária, que dá

significado à sua atuação educativa, fortalecendo, de forma coerente, reflexiva, crítica,

amorosa, suas relações com o educando.

A E.E. Júlio Conceição vem, através do Projeto Político Pedagógico, resignificar

suas ações, a fim de que possa ser parte integrante de um novo paradigma educacional,

provocando a comunidade escolar a reforçar o sentido de assumirmos a provisão de

nossa realidade.

A partir desta fé, trabalhamos para que a educação leve à construção de uma

cidadania autêntica e seja um meio de compreensão da realidade. Não podemos nos

limitar a sermos apenas repassadores de conhecimentos. É necessário que busquemos,

permanentemente, aprimorar o trabalho pedagógico que leve a criar condições

fundamentais para a autodeterminação dos educandos.

Page 10: Projeto politico pedagógico

"Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito

debaixo do céu:

há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir;

tempo de abraçar e tempo de afastar-se;

tempo de amar e tempo de aborrecer;

tempo de guerra e tempo de paz." (Eclesiastes)

9 -REFERENCIAL TEÓRICO

"Educação não é o quanto você tem guardado na memória, nem mesmo o quanto você

sabe. É ser capaz de diferenciar entre o que você sabe e o que você não sabe."

--Anatole France

Nosso projeto político pedagógico, ao ser traçado em pontos firmes, mas

flexíveis, busca evitar uma diretividade exagerada, pois não pretende ser um projeto

acabado e formalizado, mas estar aberto à criatividade de cada um para que possa

planejar a dinâmica do ensinar e do aprender de acordo com as solicitações de cada

momento.

Os pressupostos e princípios desse projeto devem ser construídos com base nas

experiências vividas, com os olhos atentos aos sinais dos tempos atuais e dirigidos a um

futuro próximo ou remoto. Pretende ser criterioso onde o dizer e o fazer busquem os

ecos da adequação e da coerência, num paradigma que acompanhe a ação de ser um

educador da E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO.

“A escola deve, em qualquer momento do processo pedagógico, ter

clareza do seu papel.”

Há um alvo a ser alcançado: a universalização e a socialização do saber, das

ciências, das letras, das artes, da política e da técnica. Mas há um ponto de partida que

não pode ser esquecido: as experiências de vida e a realidade percebida por aqueles a

quem ela deve educar. O objetivo deve ser o de elevar o nível de compreensão dessa

realidade por parte do educando, que deve ultrapassar a percepção do senso comum. Em

nosso projeto pedagógico, o homem deve ser visto numa totalidade dinâmica como um

ser que integra os aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos e cristãos. Uma

pessoa com condições para a mudança, orientada para ser sujeito de sua educação.

O objetivo primordial é dar espaço para que o educando possa exercer sua

consciência crítica ao aprender fazendo. A escola deve constituir-se em lugar onde o

aluno construa o seu conhecimento, numa postura de indagação e análise avaliativa da

realidade social, ao mesmo tempo em que experiência os valores cristãos em ações

efetivas.

Devemos continuar buscando uma escola aberta aos interesses e necessidades do

meio circundante, sem perder nossa identidade.

Page 11: Projeto politico pedagógico

10 - PROPOSTA CURRICULAR

“Diz-me, e eu esquecerei;

ensina-me e eu lembrar-me-ei;

envolve-me, e eu aprenderei.”

O Que Entendemos Por:

Currículo: O currículo extrapola o “fazer” pedagógico abrangendo elementos como

grade curricular, disciplinas, conteúdos e conhecimento. É necessário resgatar os

saberes que o aluno traz de seu cotidiano. Elencado o objeto do conhecimento, este não

deve ser trabalhado de forma superficial e desvinculada da realidade. Está enraizada, em

nossa ação pedagógica diária, uma metodologia tradicional que entende o conhecimento

como um produto pronto para apenas ser repassado, considerando somente a interação

unilateral entre professor e aluno. Todavia, é preciso que o objeto do conhecimento seja

tratado por meio de um processo que considere a interação/ mediação entre educador -

educando como uma via de “mão dupla” em que as relações de ensino-aprendizagem

ocorram dialeticamente. Só deste modo o currículo conseguirá alcançar seu real

objetivo.

Para cumprir seu papel, de contribuir para o pleno desenvolvimento da pessoa,

prepará-la para a cidadania e qualificá-la para o trabalho, como define a constituição e a

LDB, ousamos construir uma escola onde todos sejam acolhidos e tenham sucesso

igualitariamente.

Refletimos sobre o desafio desta função, pois a missão de cada um é promover o

pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o

para o trabalho.

Sabendo que o termo pleno desenvolvimento significa cuidar não apenas da

tarefa de ensinar os conteúdos clássicos, mas, de dar conta de outras dimensões que

fazem parte de cada pessoa, um ser humano perfeito, completo e feliz. A escola busca

através da coletividade da comunidade escolar caminhos para a realização desse desafio.

Para isso a escola se volta não apenas para a transmissão do conhecimento, mas também

enfatiza outros aspectos: as formas de convivência entre as pessoas, o respeito às

diferenças, a cultura escolar, o individualismo de cada aluno e seu desempenho dentro

do coletivo, entrando em questão as diferentes aprendizagens, ela divide

responsabilidades que passam a ser assumidas de forma muito mais intensa e estabelece

parcerias e novas possibilidades não construídas.

Planejamento: Para planejar, considerando as reflexões anteriores neste documento, o

profissional deve mudar sua postura enquanto “homem” e “professor”. Primeiramente é

preciso mudar a si próprio para, então, pensar em mudar os outros. Planejar significa, a

partir da realidade do estudante, pensar as ações pedagógicas possíveis de serem

realizadas no intuito de possibilitar a produção e internalização de conhecimentos por

parte do/a educando/a. Além disso, o planejamento deve contemplar a possibilidade de

um movimento de ação-reflexão-ação na busca constante de um processo de ensino-

aprendizagem produtivo. Portanto, não cabe mais uma mera lista de conteúdos. Deve-se

dar ênfase as atividades pedagógicas; o conteúdo em sala de aula será resultado da

discussão e da necessidade manifestada a partir do conhecimento que se tem do próprio

estudante. Logo, de posse de alguns dados referentes ao conhecimento internalizado

pelo/a educando/a, passa-se a reflexão e discussão sobre os conhecimentos

historicamente sistematizados. Essa forma permite que professor/a e aluno/a avancem

Page 12: Projeto politico pedagógico

em seus conhecimentos e se constituam como sujeitos reflexivos. A escola deve

elaborar, por disciplina, aqueles conteúdos necessários pertinentes a cada série que

serão o ponto de partida.

“É preciso lembrar que a contextualização deve ser vista como um dos instrumentos

para a concretização da ideia da interdisciplinaridade e para favorecer a atribuição de

significados pelo aluno no processo de ensino e aprendizagem” (Orientações

Curriculares para o Ensino Médio, página 95).

Objetivos do Planejamento:

Conhecer o aluno/a, observar e categorizar as suas necessidades e a partir desta

constatação, pensar em um planejamento concreto que faça a relação das vivências para

o conhecimento científico.

Atividades de planejamento:

1. Estabelecer períodos para observar o “conhecimento prévio do aluno” (2 semanas,

após o inicio do ano letivo)

2. Reunião por área: Aproximar as disciplinas curriculares, professores, equipe

pedagógica, construindo propostas interdisciplinares em diferentes níveis;

• Agendar momentos no calendário escolar para planejar por série, fases e disciplina.

3. Organizar projetos pedagógicos que envolvam todos os segmentos da escola, com a

participação da comunidade.

• Planejamento por projetos e atividades de ensino;

Reunião Geral, para planejar as questões pedagógicas e administrativas;

Formação Continuada.

Avaliação: A avaliação merece um destaque a parte, pois diz respeito a um processo

mais amplo e abrangente que abarca todas as ações desenvolvidas na ação pedagógica,

assim como todos os sujeitos envolvidos. Portanto, deve estar claro para aquele que

avalia que ele também é parte integrante do processo avaliativo uma vez que foi o

responsável pela mediação no processo de ensino-aprendizagem. Logo, quando se lança

o olhar para avaliar alguém ou alguma ação no âmbito da instituição escolar, lança-se

também o olhar sobre si próprio. Ao avaliar deve-se ter em mente o processo como um

todo, bem como aquele a quem se está avaliando.

Com a nova LDB 9394/96, que trouxe mudanças significativas para este novo

olhar para a avaliação tanto no aspecto pedagógico como da legalidade, a escola tem

proporcionado momentos de estudo e de discussão deste tema, que não se esgotou até o

presente momento.

Dentre as dificuldades que se coloca sobre a avaliação, estão presentes ainda

muitas questões do passado, como: provas, trabalhos, recuperação, apropriação dos

conceitos mínimos, o empenhos dos estudantes no processo, as condições objetivas da

prática docente, em relação a correção, critérios, pareceres e a nota como preveem as

Resoluções.

Page 13: Projeto politico pedagógico

Compreendemos que a avaliação deve permear todas as atividades pedagógicas,

principalmente na relação professor/a com o/a aluno/a e no tratamento dos

conhecimentos trabalhados neste espaço. Portanto, a intervenção do/a professor/a ajuda

a construir as mediações necessárias para a construção do conhecimento.

Problemas elencados na elaboração do PPP.

• Falta de participação da família no processo educacional;

• Falta de articuladores na comunidade escolar;

• Deficiência na aprendizagem dos alunos;

• Falta de determinados profissionais (assistente social, psicólogos/as, pedagogos/as,

coordenadores/as de turno e por disciplina);

• Contravalores (passa a ser regra o contravalor como: desrespeito, deseducação, grosseria,

etc.)

• Falta de orientadores/as pedagógicos/as(serviços de orientação educacional) para realizar

um trabalho de articulação entre os alunos/as visando melhoria na qualidade do ensino e

da aprendizagem;

Metas

Promover pelo menos uma reunião bimestral informativa e de sensibilização com os pais

dos alunos;

Aumentar de 73% para 90% o índice de aprovação, reduzir a evasão de 3% para 1% e

reduzir a reprovação de 24% para 9%;

Diminuir a indisciplina;

Implantar o Conselho de classe para avaliação e acompanhamento dos alunos

bimestralmente junto à equipe gestora e professores.

• Avaliação diagnóstica processual que leve em consideração todo o tempo de permanência

e atuação do/a aluno/a em sala de aula;

• Procurar conhecer o/a aluno/a;

• Buscar o comprometimento e participação dos pais/responsável na educação escolar;

• Apoio pedagógico aos professores;

• Articulação do trabalho pedagógico entre disciplina - interdisciplinaridade;

• Departamentos por disciplina ou área de estudo, laboratórios, oficinas (encaminhamento

de projetos aos órgãos competentes);

• Atendimento extraclasse;

• Gerenciamento dos recursos financeiros de maneira mais participativa, visando também, e

primordialmente, as questões pedagógicas.

Page 14: Projeto politico pedagógico

PLANO DE AÇÃO 2014

AÇÕES PERÍODO

REALIZADO

RESULTADO

ESPERADO RESPONSÁVEIS

Realizar reuniões de

mestres

com a participação dos

pais.

Bimestralmente

Participação nas

atividades

escolares dos filhos.

Núcleo Gestor e

Professores

Elaborar um boletim

informativo

bimestralmente

para divulgar as

atividades e

desempenho da escola.

Bimestralmente

Que a partir do

conhecimento das

atividades da

escola,os

pais tenham um maior

acompanhamento da

vida

escolar de seus filhos

Núcleo Gestor

Verificar as dificuldades

dos alunos através de

tabulações, após as

Avaliações.

Bimestralmente

Diagnosticar e

trabalhar

as dificuldades

encontradas.

Professores e

Coordenadores

Pedagógicos,

Diretor,

Superintendência e

Secretaria Escolar.

Atividades informativas

com pais, alunos e

comunidade

sobre os temas

transversais.

Bimestralmente

Conscientizá-los e

diminuir a evasão

escolar.

Comunidade

Escolar,

Coordenadora de

Pais,Profissionais

das demais áreas e

famílias.

Simulado direcionado as

disciplinas de Português e

Matemática.(Fundamental

I e II.)

Semestralmente

Melhorar o índice de

Aprendizagem dos

alunos nas referidas

disciplinas.

Professores de

Português,

Matemática e

Núcleo Gestor.

Projeto de Ensino

Disciplinar

Durante o Ano

Letivo

Aumentar os índices

de aprendizagem em

todas as disciplinas.

Professores

e Coordenadores

Pedagógicos e

Grêmio Estudantil.

Avaliação Institucional Anualmente

Diagnosticar pontos

fortes e frágeis para a

melhoria da escola.

Núcleo Gestor

Calendário de

Recuperação de Faltas

dos Servidores

Mensalmente

Otimizar, a

recuperação de faltas

para evitar prejuízos

no processo de

aprendizagem e

acúmulos de

descontos salariais.

Núcleo Gestor e

Secretaria

Momento de

confraternização com os

diversos segmentos da

Bimestralmente

Integração da

comunidade escolar

visando a melhoria do

Núcleo

Gestor,Professores

e Funcionários.

Page 15: Projeto politico pedagógico

Sala Informatizada e informatização da escola.

A escola participa do programa Acessa Escola e possui uma sala informatizada

com 11 computadores novos, conectados à Internet com diversos softwares, cujos

alunos são estimulados a utilizar as ferramentas de informática de forma criativa e

relacionadas aos diversos saberes.

11-DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Apoio a Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

Inclusão

A inclusão é um desafio permanente nos nossos dias. Nesse sentido, trabalhar na

perspectiva da inclusão de forma ampla significa oferecer múltiplas e sempre singulares

condições para o crescimento e aprendizagem de cada aluno/a. É necessário formular

políticas de inclusão e projetos político pedagógicos que contemplem a diversidade e

incluam as crianças, jovens e adultos da nossa Rede Municipal de Ensino, considerando

as diferenças dos sujeitos e as especificidades de suas culturas e aprendizagens,

garantindo a equiparação de oportunidades.

Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais com o apoio das salas

SAPES – DA e DI

A Política Nacional de Educação Especial preconiza que alunos com necessidades

educacionais especiais estejam matriculados preferencialmente na rede regular de

ensino e que o Estado assegure as condições para atender às suas necessidades. Para

tanto, a Educação Especial, como modalidade de educação escolar, terá que ser

promovida sistematicamente nos diferentes níveis e modalidades de ensino.

Historicamente, a Secretaria de Educação vem trabalhando no sentido de que alunos

com necessidades educacionais especiais (NEEs) estejam matriculados,

escola. trabalho em equipe e

alcance de resultados.

Monitorar e informar a

família dos alunos que

apresentam baixo índice

de freqüência.

Mensalmente

Aumentar o índice de

aprovação,diminuir o

índice de evasão e

reprovação escolar.

Núcleo

gestor,Professores,

Secretaria Escolar

e Coordenadora de

Pais

Atualização do Blog

Escolar

Durante o Ano

Letivo

Viabilizar o acesso as

informações através

da informática.

Professor de

Informática,

Diretor,

Coordenadores

Pedagógicos.

Projeto de Leitura e

Escrita

Durante o Ano

Letivo

Aumentar os índices

de aprendizagem em

todas as disciplinas.

Professores,

Coordenadores

Pedagógicos,

Secretaria de

Educação e

participação da

família

Page 16: Projeto politico pedagógico

preferencialmente, na rede regular de ensino. Ao mesmo tempo, a educação dos alunos

com NEEs pode realizar-se na escola especial, sempre que, em função das condições

específicas destes, não for possível a sua inclusão no ensino comum (LDB 9394/96). A

tomada de decisão sobre o espaço mais adequado para educação dos alunos com NEE’s

envolve um processo de avaliação que possui fluxos e critérios distintos em cada nível

ou modalidade de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens

e Adultos).

Salienta-se que a inclusão dos alunos com NEE’s é determinada por uma avaliação

pedagógica, não estando, portanto, condicionada ao diagnóstico médico (CID).

Fundamentos legais

A Educação Especial, como modalidade da educação escolar, organiza-se a fim de

cumprir os seguintes dispositivos legais, os quais também devem traduzir-se em

princípios políticos e pedagógicos:

Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal estabelece que o acesso ao ensino é um direito e que este

atendimento deve ser realizado preferencialmente na rede regular de ensino (art.208).

Para tanto, é necessário a “criação de programas de prevenção e atendimento

especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de

integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o

trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a

eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos” (art.227, inciso I).

Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n°.8.069/90

O ECA dispõe, entre outros direitos, que: “nenhuma criança ou adolescente será objeto

de qualquer forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão,

punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos

fundamentais” (art.5º); “a criança e o adolescente portadores de deficiências receberão

atendimento especializado.” (art. 2º).

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/96

A LDB, em seu capítulo V, estabelece: “atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (art.4º); “haverá

quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as

peculiaridades da clientela da educação especial” (art.58, parágrafo 1º) “O atendimento

educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em

função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas

classes comuns de ensino regular” (art.58, parágrafo 2º); “A oferta de educação

especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos,

durante a educação infantil” (art.58, parágrafo 3º). “Os sistemas de ensino assegurarão

aos educandos com NEEs: currículos, métodos, técnicas , recursos educativos e

organização específicos, para atender às suas necessidades; terminalidade específica

para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino

Page 17: Projeto politico pedagógico

fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor

tempo o programa escolar para os superdotados; educação especial para o trabalho,

visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas

para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante

articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma

habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora” (art.59).

Plano Nacional de Educação – Lei n°. 10.172/01

O Plano Nacional de Educação estabelece metas para a educação das pessoas com

necessidades educacionais especiais. Dentre elas, podemos destacar: “Garantia de

ensino fundamental obrigatório de nove anos a todas as crianças de 7 a 14 anos,

assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino”;

“Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade

própria ou que não o concluíram”; “ampliação do atendimento nos demais níveis de

ensino – a educação infantil, o ensino médio e a educação superior”. Além dessas metas

mais amplas, são elaboradas outras específicas sobre a educação especial: “estabelecer,

no primeiro ano de vigência deste plano, os padrões mínimos de infraestrutura das

escolas para o recebimento dos alunos especiais”; “assegurar a inclusão, no projeto

pedagógico das unidades escolares, do atendimento às necessidades educacionais

especiais de seus alunos, definindo os recursos disponíveis e oferecendo formação em

serviço aos professores em exercício.”; “articular as ações de educação especial e

estabelecer mecanismos de cooperação com a política de educação para o trabalho, em

parceria com organizações governamentais e não governamentais, para o

desenvolvimento de programas de qualificação profissional para alunos especiais,

promovendo sua colocação no mercado de trabalho. Definir condições para a

terminalidade para os educandos que não puderem atingir níveis ulteriores de ensino”;

“incluir nos currículos de formação de professores, nos níveis médio e superior,

conteúdos e disciplinas específicas para a capacitação ao atendimento dos alunos

especiais; ”organizar e pôr em funcionamento em todos os sistemas de ensino um setor

responsável pela educação especial, bem como pela administração dos recursos

orçamentários específicos para o atendimento dessa modalidade, que possa atuar em

parceria com os setores de saúde, assistência social, trabalho e previdência e com as

organizações da sociedade civil”.

Resolução nº4, CNE/CEB, de 2 de outubro de 2009

Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na

Educação Básica, modalidade Educação Especial.

“Os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais

do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino

regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de

recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da

rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins

lucrativos.

Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar na formação do aluno

por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que

Page 18: Projeto politico pedagógico

eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de

sua aprendizagem.

Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da

própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização,

não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de

Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições

comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a

Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos

Municípios.

Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou

domiciliar será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação

Especial de forma complementar ou suplementar.

Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores

que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com

os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface

com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários

ao atendimento.

Art. 10. O projeto politico pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar

a oferta do AEE prevendo na sua organização:

I - sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,

recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;

II -matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de

outra escola;

III - cronograma de atendimento aos alunos;

IV - plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos,

definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas;

V - professores para o exercício da docência do AEE;

VI - outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de

Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de

alimentação, higiene e locomoção;

VII - redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do

desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre

outros que maximizem o AEE.

Parágrafo único. Os profissionais referidos no inciso VI atuam com os alunos público-

alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se fizerem

necessários.

Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para

o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial.”

Resolução n.º 004 CNE/CEB de julho de 2010

Seção II

Educação Especial

Page 19: Projeto politico pedagógico

Art. 29. A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e

modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista

no projeto político-pedagógico da unidade escolar.

§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do

ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou

suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em

centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou

filantrópicas sem fins lucrativos.

§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o professor da

classe comum possa explorar as potencialidades de todos os estudantes, adotando uma

pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o professor

do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar e orientar

sobre os serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participação e

aprendizagem dos estudantes.

§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar

as seguintes orientações fundamentais:

I - o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino regular;

II - a oferta do atendimento educacional especializado;

III - a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de

práticas educacionais inclusivas;

IV - a participação da comunidade escolar;

V - a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários

e equipamentos e nos transportes;

VI - a articulação das políticas públicas intersetoriais.

"Viva e cresça com a diferença"

A E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO assume a identidade de escola inclusiva que, na sua

concepção, é aquela que se organiza para não só acolher alunos com necessidades

educacionais especiais, mas que se compromete em assegurar a todos, as melhores

condições de interação e desenvolvimento global, seja em classes regulares ou em

classes especiais, denominadas de Classes Integradas.

Os alunos incluídos vivenciam um currículo adaptado, de acordo com suas

possibilidades e limitações frente à aprendizagem, nas diferentes áreas do

conhecimento. Este currículo é geralmente adaptado a partir do estabelecido para cada

série/ano, após o estudo das necessidades e reais condições de cada aluno(a).

Adaptações Curriculares

Procuramos fazer com que as adaptações curriculares no nível individual incorporem,

ao máximo, as importantes vivências coletivas propostas à classe e ao colégio como um

todo e o grau de dificuldade das propostas vai sendo dosado conforme os avanços

obtidos por cada um(a).

Seguindo os princípios (documentos/legislação) orientadores para uma escola de

qualidade para todos, a escola INCLUSIVA, o aspecto das “Adaptações Curriculares”

coloca-se como fundamental.

Adaptações Curriculares são ajustes ou modificações que deverão ocorrer nos objetivos,

conteúdos, critérios de avaliação, temporalidade ou nas atividades de ensino-

aprendizagem, para atender à diversidade de alunos que apresentam necessidades

educacionais especiais.

Page 20: Projeto politico pedagógico

Essas adaptações são realizadas de forma espontânea / rotineira, no âmbito da sala de

aula sob a responsabilidade do (a) professor (a), dentro de atividades comuns à sala,

como também, no âmbito mais amplo do aspecto acadêmico do colégio.

Nesse sentido, a Secretaria da Educação juntamente com a coordenação pedagógica da

escola presta uma assessoria específica aos profissionais que atuam com o (a) aluno (a)

com NEE, a fim de construir, junto aos mesmos, as necessárias adaptações. Materiais

específicos também são adquiridos ou construídos pelas coordenadoras e professoras

acompanhantes pedagógicas, para favorecerem a participação dos referidos alunos na

dinâmica da sua sala e facilitar a gestão da classe pelo (a) professor (a).

Apesar da proposta/atividade adaptada ser, prioritariamente, contextualizada dentro do

que é proposto regularmente ao grupo-classe, ela poderá se distanciar significativamente

nos seus objetivos, no nível de desafio, pois ela deverá atender às necessidades

individuais de cada aprendiz.

Avaliação Diferenciada

Na avaliação, promoção/retenção do aluno N.E.E., diversos aspectos estão

“envolvidos”, desde os aspectos socioafetivos (estabilidade emocional, interação com o

grupo-classe, autonomia) até os aspectos cognitivos, referentes a avanços possíveis que

ocorreram e os que poderiam ter ocorrido, mas que por alguma inadequação

(familiar/escolar) não puderam ser assegurados. A partir disso, a retenção do aluno com

N.E.E poderá vir a ser necessária, visando garantir-lhe melhores condições gerais para

seguir no curso da aprendizagem.

Para casos extremos de defasagem quanto às condições de aprendizagem ou faixa etária,

planeja-se uma Diversificação Curricular, compondo-se um Plano Individualizado de

Ensino (P.I.E.), no qual serão traçadas metas essenciais de socialização, autocuidados e

construções conceituais básicas, úteis, funcionais na vida diária do aprendiz, de modo a

melhor prepará-lo para uma atuação mais autônoma na vida social.

Modalidades de Apoio

O apoio da sala SAPE tem o objetivo de desenvolver e potencializar as condições reais

de aprendizagem de cada aluno(a), respeitando o nível de desenvolvimento em que cada

um(a) se encontra, utilizando-se de recursos diferenciados.

Essa modalidade de apoio tem um caráter preventivo, visando potencializar as

condições básicas de aprendizagem preservadas do educando, a fim de que, no futuro,

os déficits reais comprometam menos as suas aquisições do conhecimento. O nosso

investimento primordial é na construção da autonomia, na produtividade e na integração

ao ambiente escolar e na vida cidadã.

Sala de Recursos

É um serviço criado para auxiliar as professoras de sala no atendimento diferenciado

aos alunos com necessidades educacionais especiais, no próprio horário de trabalho,

visando assegurar-lhes uma orientação mais individualizada, minimizando, assim, as

suas dificuldades de aprendizado.

Os alunos que participam desse serviço são encaminhados por seus professores para a

Sala de Recursos, em horários combinados. O atendimento geralmente é feito em duplas

Page 21: Projeto politico pedagógico

e as atividades que lá se realizam são construídas pela(s) própria(s) professora(s) da

classe, podendo ser adaptadas pela educadora responsável por esse serviço.

12 - PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

Educação - O processo educacional deve contemplar um tipo de ensino e aprendizagem

que ultrapasse a mera reprodução de saberes “cristalizado” e desemboque em um

processo de produção e de apropriação de conhecimento, possibilitando, assim, que o

cidadão torne-se crítico e que exerça a sua cidadania, refletindo sobre as questões

sociais e buscando alternativas de superação da realidade.

A verdadeira educação visa à promoção do homem, ao “exercer corajosamente”

a sua função conscientizadora e crítica de despertadora da vida e da esperança”, bem

como ao animar a pessoa para o exercício de sua própria cidadania em seus direitos e

deveres.

Através da educação, temos a missão de resgatar as reservas inesgotáveis de

potencialidades de transformação que todas as pessoas têm, promovendo a verdadeira

prosperidade do ser humano, da nossa nação e de todo o mundo. “O ensinar é um

amplo momento de vida entre o educador e o educando”. (Morais, 1986,p.5) O

processo de educação permite que ao mesmo tempo que sejamos mediadores de nosso

desenvolvimento sejamos também responsáveis pelo desenvolvimento do outro no

coletivo.

Ao construirmos o Projeto Político Pedagógico de nossa escola, salientamos o fato

de que a história da Educação nos apresenta tendências que, em alguns casos, por má

interpretação ou uso sem reflexão, enveredam pelo autoritarismo exagerado ou

espontaneísmo inconsequente. Torna-se necessária uma análise apreciativa e crítica para

maior assimilação, reflexão e conscientização do processo que vivenciamos atualmente,

como pilar de sustentação para futuros estudos e mudanças.

A contextualização de projetos e ideias é o meio mais seguro de alcançarmos o

aperfeiçoamento e a concretização de transformações. Respeitando o passado e as

tradições, não estaremos impedindo o despertar da consciência, mas fomentando o

respeito às diferenças, assim como reverência ao progresso das pessoas e seu

aprimoramento e valorizando o que esse perfeiçoamento trará o progresso social.

Durante o processo dos estudos para construção do Projeto Pedagógico, discutimos

sobre as principais abordagens teórico-pedagógicas:

12.1 - Comportamentalismo

Essa abordagem metodológica tem, na sua marca característica, uma origem

empirista, pois considera o conhecimento como resultado direto da experiência ou

experimentação planejada. O aprendiz conhece por “descoberta” algo novo para ele,

mas que já existia na realidade exterior.

Para Skinner, representante da análise funcional do comportamento e muito conhecido

no Brasil, “cada parte do comportamento é uma função de alguma condição que é

descritível em termos físicos, da mesma forma que o comportamento”.

A proposta é desenvolvida, considerando que o comportamento humano é

modelado e reforçado, com supervalorização de controle e recompensas. Isto exige a

previsão rigorosa das sequências de atividades de aprendizagem que modelam o

Page 22: Projeto politico pedagógico

comportamento humano, a partir de contingências de reforços, desconsiderando

elementos não observáveis ou subjacentes ao comportamento.

(Mizukamini, 1986).

Para os comportamentalistas ou behavioristas, o homem é resultado de

influências e forças exteriores.

A realidade é um fenômeno objetivo que pode ser manipulado e o comportamento

humano altera-se em função de condições exteriores, daí a importância que esta

abordagem dá à organização de situações mais adequadas às mudanças pretendidas.

Três aspectos precisam ser considerados para que a formulação das relações entre

um organismo e seu meio ambiente seja adequada:

a) ocasião desencadeadora de resposta.

b) a natureza da resposta.

c) presença de reforço.

Skinner é favorável ao relativismo cultural, considerando que cada cultura tem

seu próprio conjunto de coisas boas e que o critério de bom, aplicado a um contexto,

não é aplicável a outro.“Qualquer ambiente, físico ou social, deve ser avaliado de

acordo com os efeitos sobre a natureza humana”.

(Mizukamini, 1986)

12.2 - Humanismo

A tendência predominante desta abordagem é o sujeito num enfoque

interacionista, onde o desenvolvimento humano é analisado em suas interações com o

objeto do conhecimento.

Carl Rogers é identificado como representante da psicologia humanista e influencia o

ensino centrado no aluno, com ênfase nas relações interpessoais e no estudo do

crescimento humano delas derivado. Considera os processos de construção e de

organização pessoal da realidade, a orientação interna do aluno e o autoconceito que ele

constrói.

O professor dá assistência, oferece ambiente rico em solicitações de aprendizagens

que são alcançadas pelas atividades e experiências discentes. A atividade, considerada

como processo natural, visa à autorrealização do ser humano para o uso pleno de suas

potencialidades. Como o conhecimento é inerente à condição de vida do ser humano, a

curiosidade é natural e o move mentes na busca de respostas equilibradoras. A escola

tem como função, nesta abordagem, a organização de condições nas quais o aluno se

torne mais humano e aprenda a colaborar com os outros, sem deixar com isto de ser

indivíduo.

Educação é tudo que possibilita o crescimento pessoal, interpessoal ou intergrupal

e tem como objetivo a aprendizagem de conceitos e experiências fundamentais numa

aprendizagem pessoal, dinamizada pelos motivos do próprio aluno.

12.3 – Cognitivismo

A abordagem cognitivista é derivada da investigação psicológica dos processos

intelectuais dos indivíduos em suas estruturas mentais (não facilmente observáveis), tais

como:“organização do conhecimento, processamento de informações, estilos de

pensamento ou estilos cognitivos, comportamentos relativos à tomada de decisões...”

O cognitivismo estuda cientificamente a aprendizagem, considerando o modo

como os estudantes lidam com os desafios do meio, organizam dados, percebem e

buscam a solução de problemas concretos, adquirem conceitos, obtêm e usam

Page 23: Projeto politico pedagógico

inteligentemente o código escrito e símbolos verbais. A ênfase é dada à capacidade do

aluno em integrar informações e de modo como realiza o processamento dessas

informações. Com enfoque interacionista, o homem e o mundo são analisados

conjuntamente, pois o conhecimento é construído pelo sujeito em interação com o meio.

Jean Piaget é o nome mais representativo dessa abordagem. Ele defende a ideia do

desenvolvimento do ser humano, através de fases sucessivas e inter-relacionadas,

alcançando estágios de inteligência com maior mobilidade e estabilidade. Os desafios

intelectuais do meio promovem as condições necessárias para a construção de estruturas

cognitivas pela atividade intermitente do sujeito com o real.

Piaget, segundo Chiarottino, 1984, p.33, admite três tipos de estruturas

orgânicas:

as programadas no genoma (as dos aparelhos digestivo e reprodutor);

as parcialmente programadas (as do sistema nervoso) e as não programadas (as

estruturas mentais).

Por essa razão, os homens têm diferentes níveis de construção, dependendo da

ação solicitadora do meio. Pelas trocas do organismo com o meio, o sujeito constrói

seus esquemas de ação, agindo sobre o mundo e dele sofrendo influências, em processo

constante de adaptação.

No sentido piagetiano, adaptação implica um sujeito ativo, com possibilidade de

transformar-se e de transformar a realidade, construindo seus conhecimentos e sua

própria inteligência.

Frente a uma situação desconhecida, o sujeito enfrenta o conflito cognitivo e,

através de atividades e um jogo de regulações entre o que já sabia e o que se lhe

apresenta como novo, o sujeito vive um processo interno de regulação, através dos

mecanismos de assimilação e acomodação, alcançando uma nova equilibração ou

reequilibração, mais rica que anteriormente experimentada. O mecanismo que o sujeito

usa para compreender o seu mundo é chamado de assimilação. Tudo que está no meio e

no próprio sujeito tende a ser explicado, primeiramente, pelas estruturas cognitivas já

construídas. Assim o sujeito está em frequente assimilação do meio a seus esquemas ou

estruturas cognitivas.

Piaget apresenta a aquisição do conhecimento humano em duas fases:

a) Fase de constatação, cópia ou repetição (exógena).

b) Fase de compreensão das relações, das combinações (endógena).

O trabalho escolar pode restringir-se à primeira fase, mas o verdadeiro

conhecimento situa-se na segunda, pois pressupõe abstração. Para o mesmo autor, a

abstração pode ser empírica ou reflexiva. Empírica quando as informações são obtidas

no próprio objeto e é reflexiva quando ocorre graças às operações (ou coordenação de

ações) e da própria atividade do sujeito e exige

reorganização mental. O construtivismo interacionista é característico desta abordagem

e a escola deve ensinar a criança a observar o meio, dando condições para que o sujeito

aprenda por si mesmo e desenvolva suas potencialidades motoras, verbais e mentais

para realizar, posteriormente, intervenções socioculturais e transformações na

sociedade.

A proposta escolar cognitivista pressupõe uma aprendizagem ativa alcançada

pela pesquisa, pela investigação, pela solução de problemas e não pela memorização de

fórmulas, nomenclaturas, definições... “A aprendizagem verdadeira se dá pelo

exercício operacional da inteligência”.

Page 24: Projeto politico pedagógico

O papel do professor é de desencadeador de problemas para que os alunos

busquem a solução. O ambiente onde os alunos trabalham deve ser desafiador e

promotor de interesse e busca de respostas equilibradoras.

12.4 - Abordagem Crítico-Social dos Conteúdos

A compreensão da natureza da educação enquanto um trabalho não material,

cujo produto não se separa do ato de produção, nos permite situar a especificidade da

educação como referida aos conhecimentos, ideias, conceitos, valores, atitudes,

hábitos, símbolos sob o aspecto de elementos necessários à formação da humanidade

em cada indivíduo singular, na forma de uma segunda natureza, que se produz,

deliberada e intencionalmente, através de relações pedagógicas historicamente

determinadas que se travam entre os homens. (Demerval Saviani)

Trata-se de uma concepção que procura se afirmar sobre uma base histórica e

historicizante. É o empenho em compreender a questão educacional a partir do

desenvolvimento histórico-objetivo. No Brasil, esta corrente pedagógica se

firma, fundamentalmente, em 1979. (Revista ANDE, nº11/86)

A tarefa a que se propõe a pedagogia histórico crítica em relação à educação escolar

implica:

a) identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo

produzido historicamente, reconhecendo suas condições e compreendendo as suas

principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação;

b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos

alunos no espaço e tempo escolares;

c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber

objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produção bem como as

tendências de sua transformação.

Esta abordagem vai tomando forma na medida em que se orienta a educação

como aprendizagem crítica do conhecimento: a educação problematizadora e

conscientizadora.

Trabalha a partir de palavras ou temas geradores, a partir do diálogo. Não se

restringe ao ambiente acadêmico, sai para analisar o mundo e suas implicações.

O conteúdo dos diálogos é extraído da realidade para a aprendizagem, conduzindo

os alunos e professores ao caminho do autoconhecimento e desenvolvimento integral,

independentemente de uma ação política, religião ou credo.

... “ Transformações O momento de transformação é mágico Há nele uma percepção

profunda do momento presente Há um mergulho no cerne da existência Há

sincronicidade numa grande harmonia de “ser”

É como aquele exato momento em que a lagarta se transforma em borboleta E voa sem

nunca ter voado

E é bela, de uma beleza nunca percebida antes E é borboleta , depois de um tempo ser

lagarta

A transformação no Homem é como um momento musical Uma fusão de cores.

Uma convergência de energia Uma percepção do “todo”

É a sincronicidade

A mágica da mutação

O surgimento do “novo”

O desvelamento de uma face antes escondida

Page 25: Projeto politico pedagógico

Assim o Homem vai se transformando

E crescendo

E evoluindo

Nas suas múltiplas possibilidades de “virar borboleta”

Buscar a sintonia com a mudança que se aproxima

Ganhar consciência da nova transformação

E fazer história

E estar presente no coração do mundo

Transformando-se a si mesmo

Deixando seu sinal de amor naquele que passa e sente a mudança

Deixando seu traço no ambiente que se renova

Deixando seu rastro no caminho percorrido com sinal de esperança

Assim caminha o Homem que se abre às transformações”...

(Trecho poético citado em Pedagogia da Transgressão/96)

12.5 - Teoria das Inteligências Múltiplas

Numa visão tradicional, a inteligência é definida operacionalmente como a

capacidade de responder a itens em testes de inteligência. A inferência, a partir dos

resultados de testes de alguma capacidade subjacente, é apoiada por técnicas estatísticas

que comparam respostas de sujeitos em diferentes idades. A aparente correlação desses

resultados de testes através das idades e através de diferentes testes corrobora a noção

de que a faculdade geral da inteligência não muda muito com a idade ou com

treinamento ou experiência. Ela é um atributo ou faculdade inata do indivíduo.

A teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, por outro lado, pluraliza

o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas

ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade

cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em

que um objetivo deve ser atingido

e localizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural é

crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa

as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos viriam desde

teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso.

Uma polêmica lançada por Gardner é em relação ao famoso teste de Q.I.

Em sua opinião, a inteligência não é um número e, por isso, não pode ser medida

por meio de um teste. Ele chegou a essa conclusão ao iniciar os seus trabalhos de

pesquisa com estudantes que não haviam sido brilhantes na escola, porém, tinham-se

transformado em excelentes profissionais, contrariando todas as perspectivas de um

futuro ruim que as notas escolares indicavam. “Toda a base da inteligência como uma

grandeza, possível de ser medida, é que ela é determinada por fatores hereditários”,

afirma Kátia Smole.

“Gardner não discorda que a inteligência tenha componentes biológicos, mas

acrescenta que não são apenas esses componentes os responsáveis pelo seu

desenvolvimento. Fatores, como meio social e estímulo, também influenciam no

desenvolvimento da inteligência”.

Ou seja, exceto os casos de anomalias, qualquer pessoa tem capacidade de

desenvolver suas inteligências. A função da sociedade, principalmente da escola, é

formar cidadãos equilibrados.

O professor norte-americano, Howard Gardner, especializou-se em educação e

neurologia, pela Universidade de Harvard. Publicou vários livros sobre seus estudos a

Page 26: Projeto politico pedagógico

respeito das inteligências múltiplas. A Teoria das Inteligências Múltiplas não se trata de

uma corrente pedagógica, seus fundamentos permitem aos educadores sérias reflexões

sobre ensino e aprendizagem.

As teorias de seu colega Daniel Goldman, autor do bestseller Inteligência

Emocional, também têm influenciado alguns pedagogos. Desde que o livro de Daniel

Goleman, jornalista e psicólogo norte-americano (Universidade de Harvard), chegou às

livrarias, este tema está sendo muito discutido entre os educadores. Com muitas

pesquisas feitas ao longo de anos, Goleman prova que nem sempre uma inteligência

brilhante é passaporte seguro para uma vida adulta cheia de realização. O psicólogo

americano mostra que ter controle das próprias emoções (inteligência intrapessoal) é

mais importante que qualquer brilhantismo para os números ou para as

letras. Pesquisando o cérebro e pacientes com lesões cerebrais, Gardner diz que o que

se chama de “inteligência” não se refere apenas à capacidade de entender alguma coisa,

mas também à criatividade e à compreensão.

As Inteligências estudadas por Gardner:

a) Linguística: domínio da expressão com a linguagem verbal; dar arquitetura às

palavras.

b) Lógico matemática: capacidade de raciocínio lógico e compreensão de modelos

matemáticos; habilidade de lidar com conceitos científicos.

c) Espacial: sentido de movimento, localização e direção; percepção de objetos.

d) Musical: capacidade de compreender os sons.

e) Corporal sinestésica: domínio dos movimentos do corpo; a inteligência dos atletas e

bailarinos, por exemplo.

f) Naturalista: sensibilidade para aprender os processos da natureza.

g) Intrapessoal: capacidade de autocompreensão, automotivação e conhecimento de si

mesmo; habilidade para administrar os sentimentos a seu favor.

h) Interpessoal: capacidade de se relacionar com o outro, entender reações e criar

empatia.

i) Existencial (em estudo): inteligência voltada para o questionamento filosófico e

religioso.

(Howard Gardner. Inteligências Múltiplas; Mentes que lideram: uma anatomia da

liderança);

Mentes que criam; Inteligência; Múltiplas perspectivas, (editora Artes Médicas)

As discussões foram importantes para chegarmos a seguinte

conclusão: professor deve estar a par das teorias e tendências pedagógicas ao

problematizar suas questões do cotidiano e ao pensar sua prática, sem contudo estar

firmemente preso a uma delas. Deve, antes de tudo procurar o melhor de cada uma,

seguindo uma aplicação cuidadosa que permita avaliar sua eficiência.

Devemos ressaltar que as teorias são importantes, mas cabe ao professor construir sua

prática embasado nelas, pois são elementos norteadores e não "receitas" prontas.

13 - OBJETIVOS GERAIS

A E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO objetiva sua ação educativa, fundamentada nos princípios

da universalização de igualdade de acesso, permanência e sucesso, da obrigatoriedade

da Educação Básica e da gratuidade escolar.

Page 27: Projeto politico pedagógico

Proporcionar ao educando um saber qualificado tendo em vista a ampliação de suas

habilidades, potencialidades e de sua trajetória estudantil e social.

Dinamizar técnicas do trabalho pedagógico, garantindo o sucesso do educando

de forma a construir cidadãos bem informados e competentes.

Identificar normas e processos que intensificam ou dificultam o exercício

cotidiano da democracia na escola, analisando o desenvolvimento de alunos, pais,

professores e funcionários nos momentos de tomadas de decisão para que possam

conduzir ações em busca de um bem comum.

14 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS POR DISCIPLINA

Língua Portuguesa

Ao longo dos nove anos do ensino fundamental, espera-se que os alunos adquiram

progressivamente uma competência em relação à linguagem que lhes possibilite

resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a

participação plena no mundo letrado.

Para que essa expectativa se concretize, o ensino de Língua Portuguesa deverá

organizar-se de modo que os alunos sejam capazes de:

expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com eficácia em

instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos — tanto orais como

escritos — coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos objetivos a que se

propõem e aos assuntos tratados;

utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade linguística valorizada

socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que

participam;

conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do português falado;

compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes

situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções

de quem os produz;

valorizar a leitura como fonte de informação, via de acesso aos mundos criados pela

literatura e possibilidade de fruição estética, sendo capazes de recorrer aos materiais

escritos em função de diferentes objetivos;

utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo como proceder para

ter acesso, compreender e fazer uso de informações contidas nos textos: identificar

aspectos relevantes; organizar notas; elaborar roteiros; compor textos coerentes a partir

de trechos oriundos de diferentes fontes; fazer resumos, índices, esquemas, etc.;

valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais, sendo

capazes de expressar seus sentimentos, experiências, ideias e opiniões, bem como de

acolher, interpretar e considerar os dos outros, contrapondo-os quando necessário;

Page 28: Projeto politico pedagógico

usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a língua para

expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise crítica;

conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e

preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.

Língua Estrangeira (Inglês)

Conhecer e utilizar o idioma inglês para o desenvolvimento pessoal e profissional

do indivíduo, com ingresso na área da globalização, apresentando-o de forma natural e

interativa, desenvolvendo a habilidade linguística de leitura e compreensão, bem como

ampliar o vocabulário e consolidar o emprego de estruturas gramaticais.

Arte

Educação: "Quero conhecer, para melhor sentir e sentir para melhor conhecer".

Cézanne

Esperamos que no decorrer do ensino fundamental o aluno desenvolva sua

competência artística e estética nas diversas modalidades da área de Artes:

Aprender artes envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos

alunos, mas também, a conquista da significação do que fazem, através do

desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno

artístico, visto como objeto da cultura através da história e como conjunto organizado de relações formais.

Ao fazer e conhecer artes espera-se que o aluno percorra trajetos de

aprendizagem que propiciem conhecimentos específicos sobre sua relação com o

mundo. Além disso, desenvolvam potencialidades como percepção, observação,

imaginação e sensibilidade, que possam alicerçar a consciência

do seu lugar no mundo e que também contribuam para a apreensão significativa dos conteúdos das outras disciplinas do currículo.

Educação Física

Nesse contexto, a Educação Física é desafiada a propiciar ao aluno oportunidades de:

• Aprender a conhecer e a perceber, de forma permanente e contínua, seu corpo, suas

limitações, na perspectiva de superá-las, e suas potencialidades, no sentido de

desenvolvê-las, de maneira autônoma e responsável.

• Aprender a conviver consigo, com o outro e com o meio ambiente. É por meio de

vivências corporais e interações sociais éticas que o sujeito:

a. apropria-se de conhecimentos sobre o corpo e suas práticas,

b. desenvolve sua identidade;

c. aprende, gradativamente, a articular seus interesses e pontos de vista com os dos

demais:

d. apreende o conhecimento sobre si, sobre o outro e sobre o mundo;

e. aguça sua curiosidade e seu espírito investigativo;

f. amplia sua capacidade de escutar e dialogar, de trabalhar em equipe, de conviver com

o incerto, o imprevisível e o diferente;

Page 29: Projeto politico pedagógico

g. percebe-se como integrante responsável, dependente e agente transformador do meio

ambiente, na perspectiva de sua preservação.

h. educa-se para o lazer.

• Aprender a ser cidadão consciente, autônomo, responsável, competente, crítico,

criativo, sensível.

• Aprender a viver plenamente sua corporeidade, de forma lúdica, tendo em vista a

qualidade de vida, promoção e manutenção da saúde.

Matemática

O papel da Matemática no Ensino Fundamental como meio facilitador para a

estruturação e o desenvolvimento do pensamento do(a) aluno(a) e para a formação

básica de sua cidadania é destacado.''...

As finalidades do ensino de Matemática indicam, como objetivos do ensino

fundamental, levar o aluno a:

identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e

transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual, característico

da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de

investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas;

fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos do ponto de

vista do conhecimento e estabelecer o maior número possível de relações entre eles,

utilizando para isso o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico,

algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e produzir

informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente;

resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados,

desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como dedução, indução, intuição,

analogia, estimativa, e utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como

instrumentos tecnológicos disponíveis;

comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar

resultados com precisão e argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem

oral e estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas;

estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos e entre esses

temas e conhecimentos de outras áreas curriculares;

sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos,

desenvolvendo a auto-estima e a perseverança na busca de soluções;

interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca

de soluções para problemas propostos, identificando aspectos consensuais ou não na

discussão de um assunto, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com

eles.

Ciências Naturais

Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o

aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como

indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e

tecnológica. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos

na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais e também com aqueles

distribuídos nos Temas Transversais.

Page 30: Projeto politico pedagógico

O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que, ao final do

ensino fundamental, os alunos tenham as seguintes capacidades:

compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e

agente de transformações do mundo em que vive;

identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições

de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de

elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e

atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação,

espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta,

organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a

construção coletiva do conhecimento;

compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação

coletiva;

compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo

usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.

Geografia

Espera-se que, ao longo dos oito anos do ensino fundamental, os alunos construam um

conjunto de conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudes

relacionados à Geografia, que lhes permitam ser capazes de:

conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas

múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e

na produção do território, da paisagem e do lugar;

identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas conseqüências em

diferentes espaços e tempos, de modo a construir referenciais que possibilitem uma

participação propositiva e reativa nas questões socioambientais locais;

compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos geográficos estudados em

suas dinâmicas e interações;

compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços

técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de

conflitos e acordos, que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro

de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las;

Page 31: Projeto politico pedagógico

conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia para compreender o

espaço, a paisagem, o território e o lugar, seus processos de construção, identificando

suas relações, problemas e contradições;

fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação,

de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre o espaço geográfico e as

diferentes paisagens;

saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a

espacialidade dos fenômenos geográficos;

valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sociodiversidade, reconhecendo-a

como um direito dos povos e indivíduos e um elemento de fortalecimento da

democracia.

História

Espera-se que, ao longo do ensino fundamental, os alunos gradativamente possam ler e

compreender sua realidade, posicionar-se, fazer escolhas e agir criteriosamente.

Nesse sentido, os alunos deverão ser capazes de:

identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos

e espaços;

organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam localizar

acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações para

algumas questões do presente e do passado;

conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e

espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo

semelhanças e diferenças entre eles;

reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade

e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;

questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre

algumas de suas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política

institucionais e organizações coletivas da sociedade civil;

utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo

a ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoros;

valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um

direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia.

15 - METODOLOGIA DO ENSINO

Page 32: Projeto politico pedagógico

O trabalho pedagógico na E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO parte de uma concepção

humanista de educação, tendo como base os PCNs e a fundamentação teórica de alguns

pensadores.

Jean Piaget em “As Leis do Equilíbrio”, diz que para a aprendizagem acontecer é

preciso o desequilíbrio, algumas incertezas, para assimilar novas informações,

formulando hipóteses sobre elas e surgirá, então, a acomodação e o reequilíbrio.

Lev Semenovick Vygotsky, diz que a construção do conhecimento se dá de acordo com

o seu ambiente histórico e social, um ir e vir constante do nível real (autonomia) para o

nível de conhecimento potencial (possibilidade).

Ausubel, quando o aluno coloca significado no que aprende, ou seja, faz a relação da

teoria com o mundo real, então, acontece a assimilação dos conteúdos.

Uma concepção de metodologia que considere e respeite o fazer humano deve ter a

característica da construção e transformação contínua, procurando permanente

evolução.

Tal fazer não tem receitas prontas ou se constitui em um método. Partindo da

pluralidade e diversidade da essência humana, desafiá-la, questioná-la, ampliá-la não

podem ser ações únicas, devendo ser inspiradas por princípios claros, mas adaptadas a

cada indivíduo e situação com engenho e arte.

Na prática escolar são as reflexões metodológicas que, fundadas nas concepções de

homem, mundo, sociedade e educação, num diálogo vivo, questionador, que dimensiona

o conhecimento histórico das experiências sociais, contextualizam o ser como humano e

a sociedade como espaço vivencial.

Enfim, a metodologia E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO deve ser:

Questionadora: na medida em que apresenta as contradições básicas da vida com

problemas que desafiam as pessoas nela envolvidas;

Integradora: na medida em que possibilita às pessoas captarem o desafio e relacionarem

com todas as dimensões da vida;

Crítica: na medida em que oportuniza a busca das causas dos problemas existenciais,

sociais e políticos.

Impulsionadora da ação: na medida em que, ao responderem os desafios, as pessoas

sintam-se comprometidas no processo de transformação de sua realidade;

Dialógica: na medida em que elas são chamadas a conhecer, a elaborar o seu

conhecimento, quando se encontram em autêntica comunicação com outras pessoas;

Criativa: na medida em que oferece a elas a possibilidade de construir seu saber,

partilhando suas experiências, inventando e reinventando seu mundo, criando sua

cultura e forjando seu destino como seres históricos;

Permanente: na medida em que, considerando os alunos como seres inacabados, numa

realidade igualmente inacabada, dá-lhes a chance de refazerem, na ação-reflexão,

constantemente, sua realidade existencial, tendo em vista sua plena libertação, em busca

do saber.

Page 33: Projeto politico pedagógico

16 -ESTRATÉGIAS

Promover e desenvolver práticas esportivas, artísticas e culturais em parceria

com a Secretaria de esportes, Secretaria de saúde e voluntários;

Concentrar esforços nas disciplinas e séries que apresentam índices mais baixos de rendimento;

Estimular a participação no processo ensino-aprendizagem.

17-AVALIAÇÃO

“O importante não ‘é fazer como se’ cada um houvesse aprendido,

maspermitir a cada um aprender”. (Perrenoud, p. 165, 1999)

Na E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO a avaliação é considerada um processo dinâmico e

contínuo, inclui tanto a avaliação da aprendizagem e desenvolvimento dos alunos como

a avaliação permanente do ensino oferecido a eles.

A avaliação da aprendizagem é resultante da observação, coleta de dados, registros,

reflexão e análise sobre o desempenho dos alunos nos períodos demarcados pela escola

e ao longo do ano escolar. Para essa avaliação são considerados a apropriação de

conhecimentos, o domínio de habilidades e competências e atitudes previstas em cada

série.

A avaliação, parte integrante do processo ensino-aprendizagem, será, portanto, contínua,

cumulativa e considerará no desempenho do aluno, a prevalência dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos, a fim de proporcionar aos seus alunos:

continuidade de aprendizagem na construção do seu conhecimento;

condições de prosseguimento de seus estudos em nível mais elevado;

contribuir para a integração definitiva do educando no usufruto da cidadania.

A E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO adota os seguintes critérios:

17.1 - AVALIAÇÃO DIVERSIFICADA: Esse processo pode ser composto por

exercícios procedimentais, trabalhos individuais ou em grupo, coleta de dados,

apresentações orais ou escritas, provas parciais, estudos comparados, síntese de leituras

etc. Tais instrumentos de avaliação deverão ser aplicados pelo professor ao longo do

período (trimestre) com a finalidade de compor a média trimestral, ficando a seu critério

as datas de aplicação dessas avaliações.

17. 2 -AVALIAÇÃO SISTEMATIZADA: Tem como objetivo avaliar os conceitos

básicos apresentados nos planos de disciplinas e deverá ser aplicada ao aluno

individualmente. É um instrumento abrangente, acumulativo e integrador. Será aplicada

conforme calendário organizado pelas coordenações pedagógicas, em consonância com

o calendário da Secretaria Municipal de Educação.

Page 34: Projeto politico pedagógico

18 - O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO

Ao aluno com baixo rendimento escolar diagnosticado durante cada bimestre letivo

serão oferecidos estudos de recuperação paralela, sem limite de componente curricular.

Os estudos de recuperação paralela constituir-se-ão de orientação contínua de estudos,

com criação de novas e diversificadas situações de aprendizagem, programadas em

função do diagnóstico de dificuldades no desenvolvimento do processo de ensino-

aprendizagem, mediante:

1. atuação permanente do professor em sala de aula e/ou pelo desencadeamento de

ações pedagógicas suplementares para turmas com dificuldades comuns ou

individualmente;

2. ação conjugada de vários professores e da equipe técnico-pedagógica, no

enfrentamento de problemas no(s) componente(s) curricular(es) considerados;

3. a identificação dos conteúdos programáticos em que o aluno esteja apresentando

dificuldades de aprendizagem;

4. a caracterização das dificuldades apresentadas pelo aluno e suas possíveis causas;

5. a seleção de estratégias e recursos didáticos para o desenvolvimento desses estudos

de recuperação;

Os estudos de recuperação desenvolver-se-ão na seguinte conformidade:

de modo contínuo, realizados sistematicamente, na própria sala de aula, pelo

professor do componente curricular considerado;

de modo paralelo, desenvolvido ao longo do bimestre letivo considerado, sob a

responsabilidade do professor do componente curricular pertinente ou de outros professores indicados pela coordenação pedagógica.

Os estudos de recuperação, de acordo com a(s) dificuldade(s) de aprendizagem do

aluno, desenvolver-se-ão da seguinte forma:

1. com freqüência obrigatória do aluno em horários diversos das atividades normais de

sua classe;

2. com trabalhos dirigidos sob a responsabilidade do professor.

3. Com aulas presencias no contra turnos dos alunos.

Ao final do ano letivo, se persistir o baixo rendimento escolar, serão oferecidas

atividades escolares com caráter final e cumulativo.

São estes os princípios que norteiam o processo pedagógico:

1. Nenhum aluno está promovido ou retido antes que conclua o processo pedagógico até

o final, analisado pelo Conselho de Classe.

2. Os alunos têm direito a participar do processo de recuperação em todos os

componentes curriculares ou em conformidade com a legislação específica.

3. Cabe ao Conselho de Classe ratificar a retenção, sinalizar a promoção e a

recuperação.

4. Só estará aprovado o aluno que obtiver a nota 5,0 em todos os componentes

curriculares nos quatro bimestres.

Page 35: Projeto politico pedagógico

19-ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

O Ensino Fundamental atende crianças, jovens e adolescentes a partir dos 11 anos

de idade do 6º ao 9º ano;

20-ESPECIFICAÇÃO DO MOMENTO DE ESTUDO, PLANEJAMENTO E

AVALIAÇÃO.

Algumas condições são de fundamental importância para fortalecer o ensino-

aprendizagem, com a LDB o professor tem um período reservado para estudos e

planejamentos e esses momentos são rigorosamente aproveitados, para que ele exponha

suas ideias, dúvidas e sugestões, e é o momento de pensar nos problemas, relacionar e

discutir possibilidades de encaminhamentos, criar possíveis soluções.

21-AVALIAÇÃO DO PROJETO

O melhor sentido da avaliação é que seja utilizada como meio de melhorar os

projetos existentes, aprimorar o conhecimento sobre sua execução e contribuir para seu

planejamento futuro, tendo como pano de fundo sua contribuição aos objetivos

institucionais. Neste sentido, é um exercício permanente e, acima de tudo,

comprometido com as repercussões de um projeto ao longo de sua realização.

O projeto se faz necessário, pois delineiam os trabalhos desenvolvidos, como

também toda a atividade atual e futura que a nossa escola deve realizar durante um

período de três anos. Neste sentido este documento traz em si as formas de trabalho que

vêm sidos desenvolvidos até então, e novas propostas de transformações da atual

realidade que ainda não se encontra a contento, para num futuro próximo possamos

estar mais certos dos nossos objetivos alcançados.

O projeto é o resultado das idealizações de alunos, pais, professores, gestores,

corpo administrativo da escola e membros da comunidade, que por perceberem a

fragilidade da educação nacional sentem-se parte do fracasso, enfrentando e buscando

juntos da melhor forma possível melhorar a educação dos filhos e da comunidade em

geral.

A proposta pedagógica pauta-se em alguns pontos:

Avaliar todas as situações de aprendizagem, incluindo aquelas que tradicionalmente não

eram consideradas;

Observar a importância da educação continuada dos professores para dar conta das

exigências em relação às novas propostas para avaliação de aprendizagem;

Considerar o aumento de vida escolar e produtividade referente ao rendimento do aluno

e as diferenças no processo de construção do conhecimento, levando em conta a

importância da autoavaliação e a definição das habilidades que o aluno deve apresentar

para demonstrar que houve mudança;

Utilizar processos diversificados, para atender a situações diferenciadas de

aprendizagem e de modo de conhecer;

Atender para o fato de que o processo educativo não se inicia nem se encerra na sala de

aula, considerando conhecimentos prévios do aluno, por meio da competência

demonstrada em processos avaliativos orientados para tal fim.

Page 36: Projeto politico pedagógico

22- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem

e projeto político pedagógico. São Paulo: Liberdade, 2005.

- VEIGA, Ilma P. A. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção coletiva.

In: VEIGA, Ilma P. A. (org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção

possível. Campinas: Papirus, 1996.

__________ (Org.) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 23.

ed. Campinas:Papirus, 1998.

Brasil. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 dez. 1996.

portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394

www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/.../lei/L11769.htm

www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/.../lei/l11645.htm

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm

Cubatão, maio/2014

EQUIPE GESTORA DA E.E. JÚLIO CONCEIÇÃO