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ESCOLA ESTUDUAL DO CAMPO DE VILA NOVA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS SÃO JERÔNIMO DA SERRA - PR PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

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ESCOLA ESTUDUAL DO CAMPO DE VILA NOVA

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

SÃO JERÔNIMO DA SERRA - PR

PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

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2012

SUMÁRIO

Apresentação..........................................................................................................

1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO.......................................................

2 MARCO SITUACIONAL.......................................................................................

Oferta da Instituição................................................................................................

Escola do Campo.....................................................................................................

Organização Interna da Escola................................................................................

Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos........................................................

Sala de Apoio..........................................................................................................

Laboratório de Informática.......................................................................................

Biblioteca................................................................................................................

Laboratório de Ciências..........................................................................................

Horta Escolar...........................................................................................................

2.1 ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO...........................

Aspectos Históricos da Escola................................................................................

Caracterização da População, Alunos e Pais.........................................................

Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica.....

Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional..............................................

Quantitativo Discente..............................................................................................

Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional.........................................

Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional..................................................

Quantitativo Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional............................................

Atendimento a Alunos com necessidades Educacionais Especiais........................

Resultados Educação.............................................................................................

Relação Idade Ano................................................................................................

3 MARCO CONCEITUAL .....................................................................................

Concepção de Educação........................................................................................

Concepção de Educação do Campo......................................................................

Concepção de Homem............................................................................................

Concepção de Sociedade.......................................................................................

Concepção de Tecnologia......................................................................................

Filosofia da Escola..................................................................................................

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Princípios Norteadores da Educação .....................................................................

Concepção de Escola.............................................................................................

Concepção de Conhecimento.................................................................................

Concepção de Ensino Aprendizagem....................................................................

Concepção de Avaliação........................................................................................

Gestão Democrática..............................................................................................

Instancias Colegiadas ...........................................................................................

Gestão de Recursos Financeiros............................................................................

Gestão de Recursos Humanos...............................................................................

Concepção de Currículo.........................................................................................

Atividades de Contraturno.......................................................................................

Concepção de Infancia e Adolescencia..................................................................

Concepção de Alfabetização e Letramento............................................................

Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental............

Adaptação dos Alunos oriundos dos Anos Iniciais.................................................

4 MARCO OPERACIONAL....................................................................................

Organização Curricular...........................................................................................

Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno tarde.............................................

Organização Curricular Turno Tarde......................................................................

Matriz Curricular do Ensino Fundamental turno Noite............................................

Organização Curricular Turno Noite........................................................................

Processo de Avaliação............................................................................................

Recuperação de Estudos........................................................................................

Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação.....................................

Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica.............................................

Articulação do Estabelecimento com a Família e a Comunidade...........................

Organização do Horário/Hora Atividade.................................................................

Atuação da Equipe Muldisciplinar...........................................................................

Acompanhamento das Atividades em Contraturno.................................................

Matriz Curricular Parte Diversificada.......................................................................

Calendário Escolar...................................................................................................

Proposta de Inclusão Educacional..........................................................................

Prevenção e Uso Indevido de Droga......................................................................

Reorganização do Trabalho Pedagógico................................................................

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Projetos e Atividades Pedagógicas.........................................................................

Educação Ambiental...............................................................................................

Envolvimento das Instancias Colegiadas................................................................

Diretrizes Curriculares Norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular................

Plano de ação d Escola..........................................................................................

Avaliação Institucional no PPP...............................................................................

Considerações Finais...............................................................................................

Bibliografia ............................................................................................................

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Apresentação

Construir coletivamente a identidade da escola que temos e a que

almejamos, toma forma na reelaboração do Projeto Político Pedagógico definindo

para o contexto sociocultural em que está inserida a comunidade da Escola Estadual

do Campo de Vila nova – Ensino Fundamental, o que pais, educandos, professores,

funcionários, diretor e equipe pedagógica pensam e almejam em relação à educação

escolar publica e as concepções que a envolve, como homem, sociedade,

conhecimento, educação, cultura, ensino, aprendizagem e cidadania para, a partir

desses pressupostos, tomar a transmissão sistemática dos conhecimentos

produzidos e acumulados no movimento histórico da humanidade, como conteúdos,

de maneira a garantir que os alunos que deles se apropriarem de forma ativa,

possam reelaborar novos saberes, processando uma critica não abstrata mas,

embasada na compreensão cientifica do real.

A reforma do Projeto Político Pedagógico se deu cuidando para que a

discussão e elaboração coletiva desse documento reflitam e correspondam aos

anseios da comunidade escolar.

Essa reformulação vem da necessidade de atualizar e incorporar ao

trabalho educacional os avanços das pesquisas nas diferentes áreas do

conhecimento, de está em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação

Básica emanadas da Secretaria de Estado da Educação e de está atento às

mudanças na sociedade e suas implicações na comunidade escolar. Por fim,

integrar-se política e pedagogicamente ao sistema de ensino com vistas a construir

uma referência para o Ensino Fundamental que possa ser traduzida e discutida em

sala de aula, que possa garantir ao aluno acesso à construção dos conhecimentos

indispensáveis para sua formação e cidadania.

Portanto, é imprescindível redefinir com clareza o papel da escola,

considerando a diversidade cultural no que se refere aos conteúdos estruturantes,

básicos e específicos de cada disciplina como também, as diferenças sociais

presentes no tecido social, buscando o saber popular campesino concomitante ao

saber cientifico, mediados pela experiência de mundo, visando a apreensão do

conhecimento sistematizado.

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1- IDENTIFICAÇAO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

• Nome do Estabelecimento: Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino

Fundamental.

• Escola/código: 0485

• Tipo de escola: Do Campo

• Município: São Jerônimo o da Serra - PR

• Município/ Código: 2490

• Endereço: Bairro Rural Vila Nova da Florença Rua Principal S/Nº

• Telefone: (43) 32767005

• E-mail: [email protected]

• Dependência Administrativa: Núcleo Regional da Educação de Cornélio

Procópio.

• NRE/Código: 08

• Município: Cornélio Procópio

• Endereço: Avenida Minas Gerais nº 435 – Centro

• Telefone: (43) 35205100

• E-mail: [email protected]

• Distancia da escola do NRE: 101 km distantes do Núcleo Regional de Educação

de Cornélio Procópio ao qual está jurisdicionada.

• Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

• Ato de Autorização de Funcionamento: Portaria 1.762 de 12/06/82

• Ato de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 7.023/84 de 27/09/84

• Ato de Renovação de Reconhecimento de Curso: Resolução nº 3.377/04 de

28/10/2004.

• Ato Administrativo e parecer de Aprovação do Regimento Escolar: 268/2008

• Adendo nº 2 aprovado pelo Ato Administrativo nº 1/11

• Legais das Instancias Colegiadas:

Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF Cartório de Registro Civil

de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da

Serra - PR sob o nº. 5524 Livro - 25 B folha 31 a 33.

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Conselho Escolar – Resolução nº 4649/2008

Equipe Muldisciplinar - Deliberação nº 04/06 – CEE/PR

2 – MARCO SITUACIONAL

Oferta da instituição

A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental

organiza seu ensino em regime anual ofertando os Anos Finais do Ensino

Fundamental que se constituem em 6º, 7º, 8º e 9º ano.

O horário escolar é elaborado visando a utilização e organização

dos espaços educativos. O direcionamento na elaboração pauta-se na Grade

Curricular, no disposto na LDB 9394/96 obedecendo ao mínimo de 200 (duzentos)

dias letivos e nos horários disponíveis de cada professor. A escola tem autonomia

quanto á elaboração do seu horário escolar, porem, é imprescindível que esteja de

acordo com o Regimento Interno da escola e sempre a serviço do PPP na busca de

arranjos que beneficiem o processo de ensino aprendizagem. Privilegiam-se as

aulas geminadas por oferecer melhor condição para o ensino, como também, pela

otimização do tempo. As atividades em espaços de educação social tais como

museus, terras indígenas, centro de recuperação de dependentes químicos, entre

outros, serão programadas com antecedência observando a disponibilidade na

agenda destes e sem prejuízo às aulas teóricas.

O horário de distribuição das aulas obedece ao seguinte cronograma:

Turno Vespertino

- 13:00 ás 13:50 - 1ª aula

- 13:50 às 14:40 - 2ª aula

- 14:40 às 15:30 - 3ª aula

- 15:30 às 15:40 - intervalo

- 15:40 às 16:30 - 4ª aula

- 16:30 às 17:20 - 5ª aula

Turno Noturno

- 19:00 às 19:50 - 1ª aula

- 19:50 às 20:40 - 2ª aula

- 20:40 às 20:50 - intervalo

- 20:50 às 21:35 - 3ª aula

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- 21:35 às 22:20 - 4ª aula

- 22:20 às 23:05 - 5ª aula

Escola do Campo

Escola do campo como o próprio nome revela possui espacialidade

e por isso mesmo o espaço rural assume função nuclear, ou seja, é um local

específico de reprodução material dos sujeitos que protagonizam o conjunto de

ações concernentes a este espaço. A despeito dessa característica geoespacial e

humana a escola ora introduziu paradigmas educacionais nos mesmos moldes

urbanos, ora depreciou o ensino em função de relegar o camponês a uma condição

de atraso intelectual e profissional.

Objetivando o resgate da dívida histórica em relação aos sujeitos do

campo, de terem uma educação de qualidade, vinculada à sua cultura,

necessidades humanas, sociais e econômicas como também, o reconhecimento da

localização e modos de vida atrelados ao cotidiano campesino da comunidade local,

a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é resultado de

uma política que se concretizou no Estado do Paraná, através da Resolução nº

4783/2010 da Secretaria de Estado da Educação. Nesta perspectiva, ao assumir a

identidade de escola publica do campo, o trabalho educacional é entendido como do

e no campo, portanto, indissociável dessa realidade na qual discente e comunidade

buscam, além do saber, o fortalecimento dos laços culturais relacionados à vida na

terra.

Organização Interna da Escola

Esta Instituição de Ensino é uma escola do campo. Está a 22 kms

distante da sede do município com estrada de acesso sem pavimentação (estrada

de chão) o que dificulta e às vezes inviabiliza o trânsito nos períodos de chuva.

Funciona em prédio próprio com 429,00 m2 de área construída sendo composta por

três blocos distintos. Disponibiliza seu espaço no matutino para o funcionamento da

Escola Municipal Dom Bosco – Educação Infantil e Ensino Fundamental. Dispõe de

04 (quatro) salas de aula, 02 (duas) medindo 5x6m2 e outras 02 (duas) medindo 5,76

x 7,50m2, 01 (uma) sala para biblioteca medindo 6,0 x 4,8 m2 compartilhada com sala

dos professores, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m2 onde funciona a secretaria,

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direção e equipe pedagógica, 01 (uma) sala medindo 7,8 x 6,0 m 2 onde está

instalado o laboratório de informática e uma sala medindo 5x6 m2 onde funciona o

laboratório de Ciências. O prédio escolar é construído em alvenaria com área de

proteção também em alvenaria (murado), as salas não são bem ventiladas. Conta

com 03 (três) banheiros, sendo um masculino e dois femininos em bom estado de

conservação. A cantina para o preparo da merenda escolar medindo 3,35 x 5,50m2 é

pequena e com pouca ventilação. Não possui refeitório e em decorrência a merenda

escolar é servida nas salas de aula causando alguns transtornos. Há uma pequena

sala utilizada como depósito de alimentos. O pátio não é coberto, falta iluminação no

mesmo e no entorno da escola. A escola não possui quadra de esportes para a

prática de educação física.

Para que as ações na Intuição de Ensino se efetivem de forma a

atingir os objetivos propostos é imprescindível a atuação, em conjunto, dos

segmentos que estruturam todo o processo que envolve sua organização

administrativa e pedagógica. O cumprimento de papéis inerentes a cada segmento

estabelecerá harmonia necessária ao funcionamento da escola como um todo.

Dando um suporte de caráter funcional são atribuídas, através de

documentos emanados do órgão mantenedor da escola instruções que dão ciência a

cada segmento acerca de sua competência em relação ao cargo ou posição que

ocupa no ambiente escolar.

a) Equipe Pedagógica: Composta por professores graduados em Pedagogia, é

responsável pela coordenação, implantação e implementação no estabelecimento

de ensino das Diretrizes Curriculares definidas no Projeto Político Pedagógico e no

Regimento Escolar, em consonância com a política educacional e orientações

emanadas da Secretaria de Estado da Educação. Deve promover a integração do

todo. Deverá atuar em conjunto com todos os segmentos da escola, prestando

informações, assessorando, dando assistência ao docente, aos alunos, pais e

direção. Deve promover a integração do todo, participar do desenvolvimento de

projetos educacionais como: planos de recuperação, projetos pedagógicos,

atividades extracurriculares, entre outros.

b) Secretaria: Setor responsável por cumprir a legislação em vigor e as instruções

normativas emanadas da SEED, que regem o registro escolar do aluno e a vida

legal da escola. Cabe à secretaria receber a comunidade escolar prestando

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informações e orientações sobre a legislação vigente toda a escrituração do

estabelecimento de ensino, documentação dos alunos e arquivo.

c) Equipe Auxiliar Operacional: O auxiliar operacional tem ao seu encargo os

serviços de conservação, manutenção, preservação, segurança e da alimentação

escolar, no âmbito escolar, sendo coordenado e supervisionado pela direção do

estabelecimento de ensino.

- Agente Operacional II: tem como função auxiliar a direção e secretaria nas tarefas

a ele designadas, incluindo-se todo o serviço da biblioteca, recepção e auxilio no

Laboratório de Informática.

- Agente Educacional I: Tem como encargo o serviço de manutenção, higienizaçao,

preservação, segurança e merenda escolar do estabelecimento de ensino, sendo

coordenado e supervisionado pela direção, ficando a ela subordinado.

d) Corpo Discente: Constituído por todos os alunos matriculados no Estabelecimento

de Ensino é o alvo de direcionamento do trabalho da escola. Seus direitos estão

constituídos com observância dos dispositivos constitucionais da Lei Federal nº

8069/90 – Estatuto da Criança e do adolescente – ECA, da Lei nº 9394/96 –

Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Decreto nº 1044/69 e Lei nº

6202/75. Deve atuar como principal interessado na busca do saber, desenvolvendo

atitudes de estudo, respeito, fraternidade, cooperação, investigação e crítica. Deve

participar das grandes tomadas de decisões referentes às mudanças que o atinja

diretamente, respeitando-se os aspectos da legalidade. Deve assumir a postura de

exigir qualidade no trabalho desenvolvido pela escola e o cumprimento dos dias

letivos que a lei garante.

e) Corpo Docente: É constituído de professores regentes devidamente habilitados

que atuam na escola e deve ser o grande mediador do processo educativo. Deve

atuar no processo ensino aprendizagem participando das tomadas de decisões do

estabelecimento de ensino, planejando metas e objetivos, organizando-se

pedagogicamente de maneira a poder desenvolver a Proposta Pedagógica

Curricular de forma eficaz. Deve solicitar reuniões pedagógicas para discutir

problemas que venham a ter no transcorrer do ano letivo. Seu trabalho deve ter

como características a integração, cooperativismo, participação e criticidade. No

entanto, dentre as muitas atribuições que perpassam o trabalho do corpo docente

enfatizamos, por acreditar ser a base conceitual e instrumental de sustentação ao

trabalho pedagógico:

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- Participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político

Pedagógico do Estabelecimento de Ensino;

- Elaborar com a Equipe Pedagógica a Proposta Pedagógica Curricular do

Estabelecimento de Ensino, em consonância com o Projeto Político Pedagógico da

instituição;

- Desenvolver atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão crítica do

conhecimento pelo aluno;

- Promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os alunos,

utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação previstas no

Projeto Político Pedagógico da escola.

f) Diretor: A função de diretor, como responsável pela efetivação da gestão

democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais definidos no

Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de Ensino como também cumprir e

fazer cumprir a legislação em vigor. Deve atuar na administração geral do

estabelecimento, tanto nos aspectos pedagógicos quanto nos burocráticos. Sua

gestão deve efetivar-se de forma democrática, flexível, transparente, articuladora,

dando condições e suporte para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico.

Concernente àquilo que lhe é especifico os segmentos da

comunidade escolar devem atuar sempre dentro de um mesmo objetivo:

aprendizagem.

O Corpo Docente e o Corpo Técnico Administrativo primam por um

relacionamento de cooperação, integração e de troca de informações. As atividades

desenvolvidas por cada um não devem acontecer isoladamente, mas, sim, como

ações de integração entre todos os setores. Tanto o pedagógico como o

administrativo deve estar articulado e em constante comunicação para que todas as

partes de instituição estejam representadas numa única posição facilitando o

trabalho educativo e administrativo.

Na elaboração do planejamento anual das ações pedagógicas, a

parceria entre pedagogos e técnicos administrativos deve ser o resultado de um

trabalho em conjunto para que todos estejam envolvidos no processo. O docente

deve conhecer o trâmite burocrático da secretaria e demais setores assim também

como o técnico administrativo. A equipe pedagógica deve atuar como mediadora no

processo educativo, buscando conciliar as dificuldades do docente e do aluno,

sempre como apoio e dialogo aberto.

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Respeitando-se e situando-se cada qual no seu âmbito de atuação, a

administração e o pedagógico devem apoiar-se mutuamente tendo em vista que o

processo pedagógico perpassa por todos os segmentos da escola.

Ocupação do Tempo e Espaços Pedagógicos

O conhecimento seja ele elaborado e sistemático, seja pelo convívio

social de inter-relações humanas passa pelos espaços escolares que, entendemos

não se restringir tão somente à estrutura física da escola, mas, também, aos

espaços sociais e culturais que se encontram fora do ambiente escolar. Portanto,

cabe ao gestor, Equipe Pedagógica e Professores organizarem sua utilização de

acordo com o objetivo e a atividade a ser trabalhada como também, planejando o

tempo a ser utilizado. O ambientes de sistematização e transmissão de

conhecimentos como também, pátio escolar, horta escolar, cantina, biblioteca,

laboratório de informática, laboratório de Ciências deve ser espaço de socialização,

desenvolvimento de atitudes que levem ao convívio social e cidadão, onde o aluno

aprenda a relação de liberdade e respeito a liberdade do outro, as normas de

cortesia, de solidariedade, enfim, valores que desenvolvam a humanização.

Sala de Apoio

Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de

Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem

de crianças que freqüentam o 6º ano, e o 9º ano do Ensino Fundamental. Este

trabalho, iniciado no segundo semestre do ano letivo de 2011, é desenvolvido no

contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e Matemática tendo como

finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos destas

disciplinas.

Objetivos:

- Melhorar o rendimento escolar dos alunos;

- sistematizar conceitos, noções e conteúdos dos anos anteriores;

- Trabalhar de forma efetiva para reverter situação de defasagem escolar dos

freqüentadores da Sala de Apoio;

- Incentivar a importância dos estudos e do trabalho em equipe;

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- Socializar os alunos com dificuldades de relacionamento;

- Desenvolver o potencial de alunos que freqüentam a Sala de Apoio, utilizando

estratégias diferenciadas daquelas empregadas no ensino regular;

- Promover o reconhecimento dos valores éticos: respeito e solidariedade;

- Reconhecer os valores estéticos da arte: música, artes plásticas, artesanato,

encenações, literatura;

- Promover a manifestação de opiniões, do sendo crítico, dando “voz” ao aluno e

permitindo que externe seus pontos de vista;

- Estimular: atenção, concentração, abstração, reflexão, memória;

- Reconhecer a importância da reciclagem de materiais como meio de preservação

da natureza;

- Conhecer e saber utilizar materiais diversos para confeccionar outros objetos:

jogos e brinquedos, por exemplo;

- Desenvolver as diferentes formas de linguagens: oral, escrita, estética.

- Trabalhar as diversas áreas na perspectiva do letramento: conhecer para saber

aplicar (usos sociais da Língua Portuguesa).

- Envolver as famílias e a comunidade nas produções dos alunos;

- Apresentar e abordar as diferentes áreas profissionais para promover a integração

dos envolvidos no mercado de trabalho e dos potenciais trabalhadores.

Laboratório de Informática

A informática como recurso didático agrega ao processo de ensino e

aprendizagem o uso da tecnologia de informação para o desenvolvimento de

atividades educativas, individuais ou coletivas objetivando ampliar as possibilidades

de acesso e manipulação das informações, como também de desenvolvimento e

aprimoramento dos processos cognitivos através de softwares ou hardware

O laboratório de informática possui uma sala específica para esse fim

com metragem 7,8 x 6,0 m2. Contém 12 computadores utilizados como mais um

instrumento pedagógico onde o aprendizado de informática estará atrelado ao

conhecimento específico de cada disciplina. Ao utilizá-lo, os professores deverão se

responsabilizar pela orientação e cuidados com o equipamento, fazer agendamento

com a pessoa responsável pelo ambiente, que deve estar preparado para receber os

alunos.

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Biblioteca

A biblioteca escolar é um espaço para estudos, pesquisas e consulta.

Funciona em espaço improvisado em função da escola ainda não dispor de uma

sala específica para esse fim. No entanto tem, dentro de limitações, oferecido

condições para atender às necessidades dos alunos e professores estando à

disposição de toda comunidade escolar, tanto para trabalhos de pesquisa quanto

para leitura. É também utilizada pelos professores com a classe quando um trabalho

mais elaborado assim o exigir, e para tanto, a utilização desse espaço deve ser

agendado anteriormente para evitar coincidência e transtornos no horário até

mesmo porque, não temos bibliotecário que organize, zele e mantenha o acervo

organizado.

Laboratório de Ciências

O laboratório desta instituição se constitui num espaço pedagógico

importante no ensino de Ciências, pois o gosto por esta disciplina pode ter inicio no

laboratório escolar por ser um local interessante na medida em que muda a rotina

das aulas no cotidiano escolar. O simples fato de sair da sua sala de aula e entrar no

laboratório leva o aluno a imaginar que verá fenômenos incomuns e a motivação

está instalada. Neste sentido, o confronto entre aulas teóricas e práticas possibilita a

construção do conhecimento científico uma vez que o uso de materiais de

laboratório nas aulas de Ciências reforça a aprendizagem ilustrando a teoria

trabalhada em sala de aula. Portanto, este espaço pedagógico se constitui numa

importante ferramenta para o ensino de Ciências por possibilitar a observação,

manuseio e análise dos materiais de acordo com o conteúdo trabalhado facilitando a

formulação de perguntas, hipóteses e comentários desenvolvendo no aluno um

papel mais ativo tornando a aprendizagem mais fácil e interessante.

Horta Escolar

Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova, a horta escolar é um

espaço e uma estratégia pedagógica imprescindíveis ao desenvolvimento da auto

estima campesina, à reflexão sobre a importância do consumo de alimentos sem

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agrotóxicos, à concepção de que este trabalho pode se constituir numa alternativa

de geração de renda além de promover a interação entre professor, aluno,

funcionário e comunidade. É também um eixo gerador de educação ambiental e

alimentação saudável e sustentável. Como estratégia didático-metodológica, a horta

escolar é concebida como um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de

diversas atividades pedagógicas em educação ambiental tais como horticultura

orgânica, compostagem, formas de consumo de alimentos, propriedades físicas,

químicas e biológicas do solo, relação campo-cidade, entre outros, unindo teoria e

prática de forma contextualizada, auxiliando no processo ensino-aprendizagem e

estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado.

2.1ORGANIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Aspectos Históricos da Escola

Em 1968 inicia sua ação educativa como extensão do Ginásio

Estadual de São Jerônimo da Serra disponibilizando salas de aula para

atender a comunidade local e, posteriormente, no ano de 1982, como

extensão da Escola João X XIII.

Deixando de ser extensão de outras escolas obtém autorização para

funcionar com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino de 1º Grau

no ano de 1982 através da Resolução nº 3772 de 30/12/82 que autoriza o seu

funcionamento. Dá início ao seu trabalho ofertando 5ª a 8ª series do 1º Grau Regular

funcionando apenas no turno vespertino obtendo, na seqüência, a Prorrogação de

Funcionamento através da Resolução nº 2.914 de 10/05/84. Em atendimento à

demanda e necessidade da comunidade local, através da Portaria 1.762 de

12/06/84, obtém autorização para abertura do turno noturno.

É reconhecida oficialmente como Instituição de Ensino através da

Resolução nº 7023/84 de 25/09/84.

No decorrer do processo de Autorização e Reconhecimento do

estabelecimento, respondeu pela direção a Inspetora de Ensino do Município de São

Jerônimo da Serra Srª. Déspina Athanásio Perusso.

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Ainda com a denominação de Escola Estadual de Vila Nova – Ensino

de 1º Grau, no período de 1985 a 1997, teve como diretores:

• Maria Erondina B. Bezerra;

• Maria Lia da Silva Batarsi;

• Maria Aparecida Fernandes;

• Célia Regina de Oliveira;

Considerando-se a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, a denominação deste Estabelecimento de Ensino foi adequada em 1997,

através da Deliberação 003/98, para Escola Estadual de Vila Nova – Ensino

Fundamental. Neste espaço de tempo responderam pelo cargo de diretores Alfredo

Luiz Bernardo e Neiva Pereira Martins Silvestre.

Em 2009 assume o cargo de diretor Carlos Eduardo José de Moura

e, sob essa direção, a escola iniciou seu movimento de reivindicação para incorporar

ao seu nome a especificidade de seu trabalho educacional direcionado a alunos do

campo como também, por estabelecer um posicionamento coerente com o espaço

geográfico e social no qual a escola está inserida. Em decorrência, no início do ano

letivo de 2011 a instituição teve em sua nomenclatura a inclusão da modalidade “do

campo” e sua denominação passa a ser, Escola Estadual do Campo de Vila Nova –

Ensino Fundamental.

Em razão de ainda não ter sido enviado os atos legais que a institui como

escola do campo ainda não é possível deixar registrado números de portaria e/ou

resolução que a institui como tal, embora já tenha sido homologado pelas instâncias

competentes e já tenha sua nova identificação no Sistema Informatizado de Ensino

Estadual.

Como resultado do processo de escolha de diretor da escola ocorrido em

novembro de 2011 foi indicado o professor Carlos Eduardo José de Moura para

continuar respondendo pela direção do estabelecimento no período de 2012 a 2014.

Caracterização da População, Alunos e Pais

Ao ciclo do algodão é devida a formação do núcleo populacional do

Bairro Vila Nova da Florença quando, em 1959 chegaram os primeiros habitantes.

Nesta ocasião, os poucos moradores vieram em busca de terra para se fixarem com

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suas famílias. Com a expansão da cultura do algodão são atraídas pessoas de

várias regiões do Paraná e outros Estados do país o que faz a cultura local muito

diversa. Como no Brasil, há mistura de raças, encontrando-se pessoas brancas,

pardas e negras. Ainda, observa-se o trânsito de pessoas das etnias Kaingang e

Guarani, muito embora não residam no bairro, mas bem próximo a ele.

Extinta a cultura do algodão, muitas famílias migraram para as

grandes cidades e os que permaneceram no local, atualmente, sobrevivem

trabalhando com lavoura branca, ou seja, plantio de arroz, feijão, mamona, verdura,

criação de porcos e galinhas. A economia gira também em torno de serviços

temporários (bóias-fria), aposentadorias, pequenos comerciantes, bolsa família,

pequenos e médios agricultores, alguns pequenos comerciantes, funcionários

públicos municipais e estaduais.

Sendo parte da população de um município que de acordo com

dados do IBGE e Prefeitura Municipal, ocupa o 8º lugar entre os mais pobres do

Estado com IDH mensurado em 0, 598, os pais não têm condições de investir em

livros, jornais, revistas, muitas vezes em material escolar e, na sua grande maioria,

não possuem escolaridade. Esse aspecto se transforma numa grande dificuldade

pela falta da cultura de estudo colocando a escola como a única possibilidade de

acesso ao conhecimento, cultura e melhoria na expectativa de vida.

As matriculas desse estabelecimento vêem desse contexto social.

São alunos que buscam formação, cultura e conhecimento e, em decorrência,

socialização e lazer. Alunos com pouca expectativa de futuro e melhoria social na

comunidade, 50% advêm de sítios e fazendas do entorno, alunos Kaingang da Terra

Indígena Barão de Antonina e dependem do transporte escolar. A outra metade é

oriunda da sede do bairro.

O período noturno é composto por alunos trabalhadores rurais,

chegam cansados, muitas vezes com fome, no entanto, são dedicados e esforçados.

Uma pequena minoria vê a escola como local de encontro de amigos, ou até mesmo

pretexto para sair um pouco da rotina de trabalho diário tendo em vista estarem

inseridos numa comunidade que não oferece opção para a vida social. São alunos

humildes e educados que têm respeito pelos professores e pelas pessoas que

trabalham na escola, com comportamento característico de crianças, adolescentes e

jovens trazendo o reflexo da realidade familiar e social, alunos participativos, alunos

com problemas de aprendizagem, alunos pais, alunas mães, alunos órfãos.

18

Os casos de indisciplinas são poucos e sem gravidade. Os

problemas com drogas ilícitas existem, na comunidade, no entanto na escola é

quase zero havendo um ou outro caso isolado que, ao ser detectado, faz-se um

acompanhamento junto com os pais e Conselho Tutelar.

Caracterização dos Professores, Funcionários, Direção e Equipe Pedagógica

No seu Quadro Funcional a escola conta com 15 (quinze) Docentes,

todos com Licenciatura Plena e Especialização, dentre os quais 10 (dez)

pertencentes ao Quadro Próprio do Magistério Estadual e 05 (cinco) com contratos

pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS). Como Servidores em Função de apoio

Técnico/Pedagógico conta com 09 (nove) funcionários dos quais 02 (dois) na

categoria de Agente educacional I e 02 (dois) na categoria Agente Educacional II na

função de Técnico administrativo. A Equipe Pedagógica conta com 03 (três)

Pedagogas sendo 02 (duas) com Especialização e Licenciatura Plena e uma (01)

acadêmica. Deste total, uma afastada em função de estar participando do PDE. Uma

(01) Secretária com formação em Direito e 01 (um) diretor licenciado em Educação

Física e também com Especialização.

19

Quantitativo do Corpo Docente e Vínculo Funcional

NOMES FORMAÇAOAline de Fátima Miguel Letras/Português – PSSAracy Bragatto Ciências – QPMCristiane Barbosa de Oliveira Letras/Português – QPMGislaine Bezerra de Santana Letras/Português – QPM (Extraordinária)Terezinha Aparecida Custodio Matemática – QPMGláucia Cristina de Oliveira Matemática – QPM (Extraordinária)Maria Lia da Silva Batarsi Geografia – QPM (Extraordinária)Luan Guillen Pons Geografia – PSSAna Paula Silva Moreto Geografia – PSSÂngela Aparecida de Oliveira História – QPMFrancyane Aparecida Barbosa de Assis Educação Física QPMSandra Regina de Oliveira Artes – QPMRosamaria Veiga Ferreira da Costa L.E.M/ Ingles – QPMAssim Mohamad Ali Abdallah Ciências – QPM (Extraordinária)Fania Aparecida da Costa Mello Ciências – QPM (Extraordinária)

Quantitativo Discente

PERÍODO VESPERTINO Nº DE ALUNOS 6º Ano “A” 177º Ano “A” 208º Ano “A” 219º Ano “A” 18

PERÍODO NOTURNO Nº DE ALUNOS 6º Ano “B” 207º Ano “B” 208º Ano “B” 189º Ano “B” 28 Quantitativo Equipe Administrativa e Vínculo Funcional

NOMES FUNÇAO FORMAÇAOCarlos Eduardo José de

Moura

Diretor Educação Física – QPM

Simone Aparecida Lopes Secretária Direito – QPM

Quantitativo de Funcionários e Vínculo Funcional

NOMES SITIUAÇAO FUNCIONAL FORMAÇAO

20

Carlos Roberto Baruta Agente Educacional II -

PSS

Acadêmico em História

Elisabete de Fátima

Cesco Baruta

Agente Educacional I I -

PSS

Licenciatura em Ciências

e MatemáticaPaulo Alexandre de Lima Agente Educacional I -

QPM

Ensino Médio

Nilza Alves Barbosa

Souza

Agente Educacional I -

PSS

Acadêmica em Pedagogia

Quantitativa Equipe Pedagógica e Vínculo Funcional

NOMES FORMAÇAOJudite Barbosa Acadêmica em Pedagogia – PSSMaria Elizana Pedagogia (Afast. PDE) – QPMNilza Fernandes Batista da Silva Pedagogia – PSS

Condições de Atendimento a Alunos com Necessidades Educacionais

Especiais

No nosso quadro discente, até o momento, não tem alunos com

necessidades educacionais especiais quais sejam auditiva, visual, física, mental ou

cognitiva. No entanto, entendemos que essa condição eventual não exime a escola

de prevê esta possibilidade. Desta forma, entende-se a necessidade de adaptação

curricular que atenda de maneira adequada as características das especificidades

citadas. A escola necessita organizar o espaço físico, contar com professores e

funcionários capacitados para receber e atender essas possíveis necessidades

educacionais, oportunizando, através de metodologias e avaliações diferenciadas, a

permanência e eficácia do atendimento educacional prestado. Ainda, como

alternativa, a escola pode contar com o programa da SEED que disponibiliza sala de

recursos com professores capacitados para o trabalho pedagógico adequado a essa

especificidade educativa.

Resultados Educacionais

21

A adesão e o comprometimento da equipe administrativa,

pedagógica e professores com os processos próprios de aprendizagem dos alunos

desta instituição correspondem à expectativa de alcance da melhoria nos índices

internos de avaliação o que refletirá no alcance do Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica, índice externo, projetado para os próximos quatro anos, a saber:

Dados das Avaliações Externas: Índice Atual e Projeções para os Próximos Anos

INDICE ATUAL METAS PROJETADAS

2007 2009 2011 2013 2015

3,2 3,4 3,7 4,1 4,5

Relação idade Serie

Estando o Ensino Fundamental organizado numa proposta de nove

anos de trabalho escolar no qual o aluno ingressa aos 06(seis) anos de idade,

considerando a Lei 9394/96, que institui as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional; a Resolução n. 7/2010-CNE/CEB, que fixa as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove); a Deliberação n. 03/2006-

CEE/CEB; Parecer n. 407/2011- CEE/CEB, que responde a consulta da SEED

quanto à implantação do 6º ao 9º ano, sua estruturação está assim constituída:

.Ensino Fundamental

Anos Iniciais Anos Finais

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano

De acordo com a Resolução CNE/CEB 03/05 de 03 de agosto de

2005 os anos iniciais do Ensino Fundamental corresponde a faixa etária de 06 a 10

anos de idade com duração de 05 anos para os anos iniciais e os anos finais

correspondem a faixa etária de 11 a 14 anos de idade com duração de 04 anos.

A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa,

portanto os anos finais, 6º; 7º, 8º; e 9º ano, dando continuidade, sequênciação e

conclusão a este nível educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para

uma nova práxis dos educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e

22

seus tempos, bem como os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes

tecidas.

Na reorganização sistemática do processo de ordenação das

turmas, a condição de aluno é conferida mediante matrícula na instituição. O período

de matrículas é estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de

Instruções Normativas e sua efetivação cumpre as cláusulas componentes do

Regimento Interno da escola quais sejam:

a) Matrícula: deve ser requerida pelo interessado ou seu responsável, quando menor

de 18 (dezoito anos), sendo necessária à apresentação dos seguintes documentos:

- Certidão de Nascimento ou Carteira de Identidade – RG, para alunos maiores de

16 (dezesseis) anos, cópia e original;

- Comprovante de residência, prioritariamente a fatura de energia elétrica, cópia e

original;

- Carteira de Vacinação, cópia e original;

- Histórico Escolar ou Declaração da escolaridade da escola de origem, estar com o

Código Geral de Matrícula – CGM, quando aluno oriundo da rede estadual.

- O aluno oriundo da rede estadual de ensino deve apresentar também a

documentação específica, dispostas nas Instruções Normativas de matrícula

emanadas anualmente da Secretaria de Estado da Educação.

- Ao aluno não vinculado a qualquer estabelecimento de ensino assegura-se a

possibilidade de matrícula em qualquer tempo, desde que se submeta a processo de

classificação, reclassificação, transferência, progressão parcial, adaptação e

equivalência previsto no Regimento Escolar, conforme legislação vigente. - No

Ensino Fundamental, nos regimes de 8 (oito) e 9 (nove) anos de duração, os

registros do aluno do estabelecimento de origem, referentes ao aproveitamento

escolar e à assiduidade, serão transpostos conforme legislação em vigor.

23

3 - MARCO CONCEITUAL

Concepção de Educação

A educação é uma prática social, uma atividade especifica dos

homens situando-os dentro da historia, ela não muda o mundo, mas o mundo pode

ser mudado pela sua ação na sociedade e nas relações de trabalho. Para além de

um entendimento conceitual, ampliando a concepção para o contexto

contemporâneo no qual grande parcela da sociedade advém da classe trabalhadora

e situando a Escola Estadual do Campo de Vila Nova como instituição pública,

acrescentando ao postulado acima descrito, educação para esse público é aquela

que expressa as necessidades daqueles que dependem da educação escolar como

via de acesso aos conhecimentos culturais, universais, científicos, artísticos e

filosóficos. Essa educação, para as camadas populares, se constitui na única e

24

definitiva possibilidade de adquirir os conhecimentos constitutivos de uma cidadania

participativa, interventora, crítica e consciente.

A educação tem expressado, historicamente, a disputa de diversos

interesses e intenções em torno de concepções de mundo, de homem e de

sociedade. Ora ela reflete interesses mais neoliberais que se propõem a atender as

necessidades do mercado de trabalho, ora ela expressa as lutas dos movimentos

sociais por uma educação de qualidade.

Partindo desses princípios, parte-se em defesa de um entendimento

que concebe a educação como gênese da uma sociedade apta a compreender as

relações de trabalho enquanto fundamento epistemológico regulador de interações

sociais e meio para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Nesta conjuntura, deve desenvolver a capacidade de selecionar e

analisar conhecimentos agregados ao aspecto social, histórico e político visando

oportunizar ao aluno adquirir novas formas de aprender, pensar e interagir em seu

universo vivencial.

Concepção de educação do Campo

Para uma concepção que traduza o conceito de Educação do Campo

como a concebemos é pertinente fazer a distinção dos termos “rural” e “campo”. A

concepção do lócus rural está atrelada à idéia de atraso, pensado a partir de uma

lógica economicista, vendo as pessoas que ali vivem como necessitadas apenas de

apoio, proteção e marcadas pelo entendimento do camponês como carente,

subnutrido, pobre e ignorante.

A concepção do lócus campo tem seu sentido cunhado pelos

movimentos sociais no final do século XX, em referência à identidade e cultura dos

povos do campo, valorizando-os como sujeitos possuidores de laços culturais e

valores relacionados á vida na terra. Trata-se do campo como lugar de trabalho, de

cultura, de produção de conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência.

Neste contexto, se fundamenta a concepção de Educação do Campo

que defendemos, ou seja, considerar a cultura dos povos do campo e seu trabalho

em sua dimensão empírica fortalecida pela educação escolar como processo de

apropriação e elaboração de novos conhecimentos. Uma educação que não reduza

sua atuação às discussões da realidade camponesa, desconsiderando a

25

interdependência campo-cidade, mas, que esteja voltada à apropriação de

conhecimentos científicos construídos historicamente pela humanidade, à auto-

afirmação da identidade campesina, ao reconhecimento da especificidade do campo

com respeito à diversidade sociocultural e, principalmente, acolhendo as diferenças

sem transformá-las em desigualdades.

Concepção de Homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza

transformando-a segundo suas necessidades e indo além delas. Dessa forma, atua

e modifica a sociedade, sendo sujeito de sua própria historia. Biologicamente

diferencia-se do animal devido aos Processos Superiores que, segundo Vygotsky,

citado nas DCEs 2008, é responsável por características tipicamente humanas tais

como: atenção dirigida, capacidade de organização, raciocínio, pensamento, entre

outros.

Partindo do pressuposto de que o homem não necessita apenas

suprir suas necessidades biológicas, mas, também, as características humanas

historicamente desenvolvidas encontradas na forma de relações sociais de cada

indivíduo, apropriadas no desenrolar de sua existência através da mediação do

outro, o homem deve ser pensado como ser social. Logo, a identidade não é nata

podendo ser entendida como uma forma social e histórica de individualidade.

O convívio social faz-se necessário a partir dos primeiros instantes de

vida na medida em que o tempo passa mais e mais essas relações vão aumentando

e definindo traços que marcarão a vida de cada um, construindo a identidade de

cada pessoa. A identidade não pode ser vista somente como um conceito limitado

de autoconsciência ou auto imagem, mas, sim, como o ponto de referência a partir

do qual surge o conceito de si e a imagem de si, de caráter mais restrito, tendo sua

especificidade no reconhecimento pessoal, em convívio com um grupo social.

Concepção de Sociedade

Sociedade, de acordo com os conceitos básicos da Sociologia e

Antropologia, é defina como um sistema de inter-relações que articula os indivíduos

numa mesma cultura e, enquanto interações entre humanos cria essa cultura e, uma

26

vez criada, tem a capacidade ou o poder de reverter sobre os humanos a fim de

determinar ou limitar as ações.

Essa Instituição de Ensino toma esse conceito como fundamento no

trato com os conhecimentos produzidos historicamente e pela interação entre os

humanos, pois, estes se imbricam formando uma teia de instrumentos essenciais na

formação da consciência do educando. Nesse sentido, procura imprimir no seu

trabalho educacional o princípio de sua ação educativa que se resume em

considerar a sociedade como campo onde vão ser plantados os seus frutos, os

alunos. Portanto, refutar ou fortalecer concepções, através dos conteúdos

trabalhados são os meios de que dispõe a uma formação adequada para o convívio

e atuação em sociedade.

Conviver e atuar na sociedade implica atitude cidadã, consciente e

questionadora diante dos aspectos reguladores que a estruturam e a mantém.

Comungando com o postulado de Dermeval Saviani, o entendimento

do modo como funciona a sociedade não pode se limitar à aparência. É necessário

compreender as leis que regem o seu desenvolvimento. Não se trata aqui de leis

naturais, mas sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constitui historicamente.

Desta forma, é necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento da

sociedade numa perspectiva de entender que não há verdades absolutas e eternas

nas relações entre sociedade e estado, mas sim a busca pela democracia, regida

por princípios éticos de liberdade e igualdade social para todos.

Entende-se então que a consolidação de uma sociedade sob o

fundamento da igualdade social passa pela universalização, não da escola, mas sim

do conhecimento, em todas as suas dimensões, comprometido com o ideal de uma

sociedade humanizada pelo acesso à cultura.

Concepção de tecnologia

As tecnologias de informação e comunicação presentes nesta

sociedade vêm assumindo um duplo papel: funcional – a tecnologia como

ferramenta, instrumento, função e normativo – a tecnologia determinando modelos

para as relações sociais.

O papel funcional das tecnologias oscila entre a versão otimista de

transformação da sociedade, que afirma o mundo sem fronteiras, a rapidez nas

27

trocas de informação, entre outras, e a versão pessimista de controle social e

político, onde o cidadão passa a ser vigiado perdendo sua privacidade. Nas duas

versões é possível identificar a mesma ideologia: a técnica determina o mundo e as

relações humanas. De forma complementar, o papel normativo das tecnologias está

definido pelas regras de mercado econômico, a partir da ideologia do mercado e sua

evolução se dá a partir da transformação das mídias de massa, mais generalistas,

para mídias telemáticas (imagem de computador), mais individualizadas. Surge,

assim, da conjunção dessas ideologias, o conceito de “sociedade da informação”

cuja doutrina, sustentada pela lógica das técnicas, induz à crença de que o

crescimento econômico da “sociedade da informação” seguramente gera

oportunidades sociais.

Para se contrapor a esta lógica das tecnologias de informação e

comunicação é necessário um constante processo de reflexão crítica sobre o papel

das tecnologias de informação e comunicação nesta sociedade, restabelecendo uma

lógica social e cultural, onde as técnicas de informação e comunicação,

desenvolvidas para atender os interesses do capital, passam a ser o principal canal

de interação social para disseminar, fortalecer e ressignificar as experiências

culturais e os movimentos sociais.

O acesso às tecnologias de informação e comunicação amplia as

transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se

constrói o conhecimento. Frente a este cenário de desenvolvimento tecnológico que

vem provocando mudanças nas relações sociais, a educação tem procurado

construir novas estratégias pedagógicas elaboradas sob a influencia do uso de

novos recursos tecnológicos, resultando em práticas que promovam o currículo nos

seus diversos campos dentro do sistema educacional. O tema referente ao uso das

tecnologias de informação e comunicação é relevante e merece ser considerado por

todos aqueles que movimentam o currículo dentro da escola. Esse pensamento não

pode e não deve ser desvinculado do pensamento curricular, isto é, do pensamento

pedagógico quando este se detém na consideração das práticas educacionais.

Mais do que ferramentas e aparatos que podem animar e/ou ilustrar

a apresentação do conteúdo, o uso das mídias, web, televisiva e impressa mobiliza

e oportuniza novas formas de ver, ler e escrever o mundo. Contudo é importante que

essas ferramentas tecnológicas estejam aliadas a um procedimento de reflexão

28

crítica que potencializa o pensamento sobre as práticas pedagógicas. Não se trata

de tomar as tecnologias como os sujeitos das práticas, como se essas pudessem

estabelecer a mediação entre aluno e o conhecimento, mas, sim, considerá-las

como impulsionadoras e potenciadoras dessas práticas. Vale dizer, os recursos

tecnológicos não são os sujeitos das relações dentro do currículo, mas permitem

que os sujeitos se façam ao possibilitar estas relações.

Dada a relevância do tema, torna-se necessário estimular um

pensamento contínuo sobre essas práticas, a fim de que todos os agentes

envolvidos sejam capazes de se posicionar de uma maneira crítica e criativa, com a

necessária clareza na hora de fazer as escolhas que conduzirão suas práticas.

Filosofia da Escola

A filosofia da escola assume uma concepção integral de homem, de

sociedade e de educação que seja capaz de contribuir para a superação da

marginalidade que o faz refém de um contexto desigual e estigmatizado pelo status

quo instituído por uma cultura de classes caracterizada pelo capitalismo. Idealiza um

ensino que tome o materialismo histórico, ciência que estuda os modos de

produção, como fundamento conceitual do homem como individuo que se faz

através das relações estabelecidas pelo trabalho. Concebe o conhecimento,

mediado fundamentalmente pelas pedagogias progressistas, em especial a

histórico-crítica, como necessidade pessoal e social de modo que, sua apreensão

possa ser instrumento de mudança social e base para prosseguimento dos estudos.

A preocupação com uma educação integral deve oportunizar uma

pratica docente comprometida com o processo ensino-aprendizagem, com a

promoção das capacidades psíquicas, fomentando a promoção humana dos

educandos, para que estes rompam com a alienação e a babárie, colocando-se

conscientemente no âmbito social.

É uma escola que percebe o aluno como aprendiz, como ser em

potencial, capaz de construir relações, esquemas e conhecimentos a partir dos

desafios que serão atribuídos, bem como o professor no seu papel de mediador da

aprendizagem, não como depositário do conhecimento.

Com o intuito de contribuir para delinear o caminho escolhido na

busca pela formação integral de homem, sociedade e educação almejada, é

29

importante apresentar o aporte teórico que dá sustentação ao projeto visando

romper com o ecletismo de tendências que acaba por confundir a natureza e

especificidade da filosofia que transita no trabalho educacional proposto.

Quando salientamos o suporte metodológico sustentado pela

pedagogia Histórico-Critica para o ideal de homem que acreditamos, o fazemos em

razão de que é histórico porque, nesta perspectiva, a educação também interfere

sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua transformação e é critica por ter

consciência da determinação exercida pela sociedade sobre a educação. Seu

método se constitui por passos que são imprescindíveis para o desenvolvimento do

educando, a saber:

• 1º passo - pratica social (ponto de partida): perceber e denotar, identificar o objeto

de aprendizagem;

• 2º passo - problematizaçao: momento para detectar as questões que precisam

ser resolvidas no âmbito da prática social, e que conhecimentos são necessários

ser dominados;

• 3º passo: instrumentalização – apropriação das ferramentas culturais

necessárias à luta social;

• 4º passo: catarse – tomada de consciência;

• 5º passo: pratica social – (ponto de chegada): retorno à prática social, com o

saber concreto pensado para atuar e transformar as relações de produção –

visão sintética.

Este método visa estimular a atividade e iniciativa do professor;

favorecer o diálogo dos alunos entre si e com o professor sem deixar de valorizar o

dialogo com a cultura acumulada historicamente; levar em conta os interesses dos

alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de

vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para

efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.

Filosoficamente, o Materialismo Histórico dialético legitima o suporte

metodológico e, neste sentido vem ao encontro da nossa forma de trabalho na

medida em que em seus fundamentos a formação do homem é mediada partindo

da:

- interpretação da realidade:

- visão de mundo;

30

- práxis (prática articulada à teoria);

- materialidade (organização dos homens em sociedade para a produção da vida);

- concretude (caráter histórico sobre a organização que os homens constroem

através de sua historia).

O caráter dialético, concebido como confronto e debate, inerente aos

fundamentos do Materialismo Histórico tem como principio básico a contradição

(tese, antítese e síncrese) formulações construídas num trabalho metodológico

centrado no homem em confronto com sua realidade social. O movimento dialético

parte da realidade empírica (baseada na experiência do real aparente; o objeto

como se apresenta à primeira vista) e por meios de abstrações (reflexões, teorias

elaboração do pensamento) chegar ao concreto pensado (compreensão elaborada

do que há de essencial no objeto-síntese de múltiplas determinações).

Por meio dessa lógica dialética, a escola idealiza um trabalho

educacional voltado, fundamentalmente, para a superação do senso comum num

movimento de instrução que seja capaz de despertar a consciência filosófica de

todos os envolvidos, ou seja, o despertar para um posicionamento consciente,

racional, comunitário e efetivo mediante a realidade.

O ideal educativo baseado na concepção filosófica e didática que

trilhamos encontra sustentação na psicologia de Vygotsky onde o homem é

compreendido como ser histórico construído através de suas relações com o mundo

natural e social. Em síntese, o conhecimento é construído partindo da evolução das

funções superiores, essencialmente humanas, originárias da interação homem-

mundo-cultura, interação essa mediada por instrumentos e signos criados ao longo

da historia sócio-cultural da humanidade.

Na razão de ser do trabalho desenvolvido pela escola, o homem, a

historia, o trabalho e os conhecimentos produzidos pela humanidade serão tomados

como constructos de uma cidadania capaz de ver as contradições, a contribuição de

vozes, leituras e enfrentamentos necessários à formação de uma sociedade mais

justa e menos vulnerável.

Princípios Norteadores da Educação

Há mais de uma década a humanidade vive sobe a hegemonia

política e ideológica do neoliberalismo: processo intercultural, mundializaçao, aldeia

31

global... parecem as palavras de ordem para caracterizar a época histórica em que

vivemos. O capitalismo, responsável por inúmeras diferenças entre os homens

desenvolveu e desenvolve a indústria de massa, gerada por grande

homogeneização, apagando as diferenças e padronizando estilos de vida.

Consumismo, competição permanente, enriquecimento rápido, desenvolvimento de

habilidades e competências adequadas para viver neste contexto, aparecem como

grandes objetivos do nosso tempo.

Corroborando com o pressuposto MARX, citado nas DCEs 2008,

postula que “O capitalismo e a propriedade privada determina a alienação dos

sentidos e do pensamento, reduzindo-os à dimensão do ter...”

Em contra partida, a educação se interpõe como questionadora

deste paradigma social na medida em que concebe a escola como espaço de

trabalho com o conhecimento e sustentando a idéia de que conhecer é condição

sine qua non para a emancipação humana.

Todavia, o que se revela ao analisar a pratica educacional são

contradições, pois, não se têm observado impactos transformadores no processo de

mudança social e na cultura haja vista que, no mundo pós-moderno caracterizado

como rápido, complexo, incerto e fundamentalmente capitalista a escola se vê como

refém de um sistema que cobra e espera dela a formação de cidadãos aptos a se

adequarem ao modelo imposto pela ciranda econômica na qual, a ascensão social e

sucesso financeiro são tidos como meta principal.

Reforçando este conceito, o ideário pedagógico dos Parâmetros

Curriculares e Diretrizes até então norteadores da Educação Básica, disfarçados

numa linguagem modernosa e, mais abertamente, os processos de avaliação, centra

o fim da educação em uma concepção produtivista e empresarial das competências

e da competitividade (FRIGOTTO, 1998). Assim, o cidadão que conclui essa escola

para cumprir completamente seus deveres no trabalho e paga imposto, é erigido

como modelo: entrega tudo àquilo que é necessário para o funcionamento da

sociedade. A carência de visões globais e de sentido critico, isso, em vez de ser

apresentado como defeito, passa a significar um acréscimo a sua virtude porque, a

política já não é mais como pensava Platão, um oficio de todos os cidadãos, mas

dos “especialistas em educação”.

Contudo, a realidade vem tencionar esse paradigma visto que não

existe lugar para todos no topo da pirâmide capitalista e, nem todos vêem nele, da

32

forma como é concebido, seu ideal de vida. Para a grande maioria que seguirá seu

caminho vivendo, convivendo e empregando sua força de trabalho na sua própria

comunidade essa escola necessita projetar uma filosofia de educação que

corresponda a uma formação crítica, intelectual e consciente no sentido de

desenvolver uma prática atrelada ao objetivo maior que se resume em instruir para

aquisição da qualidade de vida seja ela no campo, na cidade, no mundo.

O movimento de resistência a esse modelo sócio educacional vem

tomando forma e concretude na medida em que são propostas novas Diretrizes

Curriculares que contemplam uma educação voltada para a cultura e humanização,

articulando conteúdos a sua origem, ou seja, partindo do senso comum para a

compreensão fundamentada na ciência que o origina. Essa intervenção transgride a

norma geral até então, em favorecimento aos indivíduos que estudam em escolas

publicas.

Construir a escola democrática, no Brasil, atualmente, significa

modificá-la, com o objetivo de cada vez mais parcelas das camadas populares

possam nela ingressar, permanecer com sucesso, como condição de se apossarem

dos conteúdos de ensino que lhes permitam proceder a critica dos mecanismos

sociais de dominação, introduzindo nos seus conteúdos e métodos a intenção de

desmascarar as desigualdades sociais e explicar a ligação entre educação e

realidades sociais, para evidenciar o caráter de classe da educação escolar atual.

Esse novo direcionamento político diante do sistema de ensino tomou

consistência na Constituição Federal de 1988 onde a educação é tida como direito

de todo cidadão, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento da pessoa, com

vistas à emancipação humana e social, bem como a qualificação para o trabalho,

isto é, a formação do cidadão conhecedor e capaz de praticar seus direitos e

deveres em uma sociedade que se pretende democrática, fundamentada nos

princípios da justiça social e da igualdade.

Decorrente deste movimento de postura filosófica onde os direitos

de cidadania são concebidos como ideal de educação, o Ensino Fundamental passa

também pela reflexão relacionada à oferta, disponibilidade de tempo e espaço

adequado a uma educação efetiva e de qualidade, universalidade e impossibilidade

de desvincular-se da realidade. Neste contexto, a Constituição Federal de 1988

concebendo a cidadania a partir da nova configuração social, política, econômica e

cultural brasileira, em sua primeira redação, embora mantivesse a obrigatoriedade

33

de oito anos de escolarização para o Ensino Fundamental mantendo o disposto na

LDBN nº 5692, acenou para a possibilidade de sua ampliação para nove anos. Essa

prerrogativa deu-se em função de:

• Incorporar nos textos legais a criança, como sujeito de direito, especialmente as

crianças que não tiveram acesso anterior às instituições educacionais rompendo,

dessa forma, com a naturalização das desigualdades sociais e educacionais;

• Considerar as transformações históricas acerca do conceito de infância

evidenciado na literatura pedagógica e nos debates educacionais;

• Responder às pressões reivindicatórias exercidas pela sociedade organizada

sobre o Estado.

Como desdobramento, alterando o artigo 6º da LDB 9394 nº/96, a

Lei 11.114/05, promulgada em 2005 a primeira lei especifica do Ensino Fundamental

de nove anos tornando obrigatória a matricula da criança aos seis anos de idade no

sistema de ensino modificando a idade de ingresso a esse nível educacional. Na

sequência a Lei nº 11.274/06 dispõe sobre a duração mínima de 09 (nove) anos

para o Ensino Fundamental reafirma a matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos

de idade para todo ensino brasileiro. Esta mesma Lei fixa o ano de 2010 como prazo

final para implantação do Ensino Fundamental ampliado.

Das implicações deste novo paradigma de organização do Sistema

de Educação Nacional e determinações legais relacionadas ao Ensino Fundamental

ampliando-o para nove anos decorrem reflexões necessárias acerca da concepção

de infância e adolescência articulada à concepção de ensino-aprendizagem

adequadas a esse nível educacional como um todo, em vez que, a Escola Estadual

do Campo de Vila Nova dá prosseguimento ao trabalho educacional iniciado pelas

Instituições de Ensino Municipais que desde o ano de 2008 já ofertam a Educação

Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental nos moldes da legislação vigente.

Nesta conjuntura, a velha dicotomia entre “primário” e “ginásio” cede espaço para o

diálogo pedagógico e filosófico no qual através de um trabalho em conjunto, ou seja,

trabalho pedagógico interinstitucional, poderá se chegar ao objetivo de conceber

esse nível educacional como um processo ininterrupto, portanto, em simbiose com

anos iniciais e finais deste segmento da Educação Básica.

34

Instaurando o estado democrático de direito, a Constituição Federal

no Titulo VII trata da Ordem Social e, Implícito nesse Titulo o Capitulo III trata Da

Educação, Cultura e Desporto e, está assim determinado:

• Art. 2º - A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios

de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.

• Art. 3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

- Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a

arte e o saber;

- pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

- Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

- Coexistência de instituições publica e privadas de ensino;

- Gratuidade do ensino publico em estabelecimentos oficiais;

- Valorização do profissional da educação escolar;

- Gestão Democrática do Ensino Publico, na forma da Lei e legislação dos Sistemas

de Ensino;

- Valorização da experiência extra-escolar;

- Vinculação entre educação escolar, o trabalho e as praticas sociais.

Nessa perspectiva, a Lei de Diretrizes e Bases da educação postula

que a educação escolar se desenvolva predominantemente pelo ensino em

instituições próprias, devendo estar vinculada a pratica social e ao mundo do

trabalho, pautada nos mesmos princípios explicitados na Constituição Federal.

Inserida nesse contexto, a educação no Paraná, através da

Secretaria de Estado da Educação, reafirma tais princípios orientando-se por uma

concepção de educação centrada na formação humana e, tendo como função gerir a

formação de qualidade em todos os níveis e etapas de ensino, atendendo às

especificidades de cada localidade, assim como, as diversidades culturais buscando

uma educação, efetivamente, democrática.

Parafraseando a Superintendente da Educação da SEED Profª.

Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, no texto Introdução às Diretrizes Curriculares,

“a educação paranaense parte em defesa de uma escola que sustente uma ação

prioritária de trabalho como conhecimento para o exercício pleno da cidadania e que

35

seja um dos instrumentos que contribui para a transformação social. Uma escola em

que ao se trabalhar os saberes, por meio do processo de ensino aprendizagem,

promova quem aprende e quem ensine e, nessa simbiose, sejam produzidas as

bases de uma nova sociedade que se contraponha ao modelo gerador de

desigualdades e exclusão social que impera nas políticas educacionais de

inspiração neoliberal”.

Objetivando estabelecer e organizar o trabalho pedagógico e

administrativo do Sistema de Ensino no Estado, a SEED está pautada nos seguintes

princípios:

- Defesa da educação como direito de todos os cidadãos;

- Valorização dos profissionais da educação;

- Garantia da escola pública, gratuita e de qualidade;

- Gestão escolar democrática, participativa e colegiada;

- Ações voltadas aos programas de reformulação curricular;

- Apoio pedagógico como também às inovações tecnológicas.

Diante dos princípios da Educação Estadual e da responsabilidade

de elaborar normas para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos, o

Conselho Estadual de Educação expediu a deliberação nº 03/06, promulgada em

05/07/2006. Na sequência foram publicadas deliberações nº 05/06, a 02/07 e a

03/07 complementando e normatizando o processo de implantação do Ensino

Fundamental de nove anos.

Como seguimento da educação ofertada em todo Estado do Paraná,

o trabalho educacional abrangendo os anos finais do Ensino Fundamental no

Município de São Jerônimo da Serra é realizado exclusivamente pelo Governo

Estadual. Pauta-se nos princípios emanados da Secretaria de Estado da Educação

contando com 06 (seis) unidades escolares.

A Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental é

parte desse Sistema de Ensino local, segue os mesmos princípios, leis e

determinações que norteiam a Educação Estadual, porém, atentando para a

especificidade cultural da comunidade a qual direciona sua ação educativa.

Estando localizada no campo e atendendo a alunos camponeses

procura vincular à sua pratica a ruptura com modelos pedagógicos que ora

marginalizam os sujeitos do campo, ora vincula-os ao mundo urbano. Desta forma,

busca desenvolver o trabalho numa perspectiva de organizar a prática educativa

36

focada na realidade dos sujeitos do campo, criando assim um sentimento de

pertencimento das crianças e adolescentes que vão ter na escola um trabalho

educativo com sentido para as suas vidas.

Mesmo sem uma estruturação de espaços físicos e pedagógicos

necessários à sua modalidade educacional, vem realizando um movimento social e

burocrático atrelado à inclusão de conteúdos específicos que abordem

especificidades campesinas na esperança de desenvolver um trabalho que vá além

da educação escolar. Esse anseio se sustenta considerando a comunidade do

entorno e sua condição de vida na medida em que, concordando com o postulado

nas Diretrizes Curriculares da Educação do Campo (Curitiba, 2006) “a educação do

campo deve estar vinculada a um projeto de desenvolvimento peculiar aos sujeitos

que a concernem. São povos que ao longo da história foram explorados e expulsos

do campo, devido a um modelo de agricultura capitalista, cujo eixo é a monocultura

e a produção em larga escala para a exportação, com o agronegócio, os insumos

industriais, agrotóxicos, as sementes transgênicas, o desmatamento irresponsável, a

pesca predatória, as queimadas de grandes extensões de florestas, a mão-de-obra

escrava”.

Enfim, analisando o histórico do bairro, a caracterização da

população, alunos, pais e a localização geográfica a escola assume sua condição de

escola do campo, sustentada por sua pratica pedagógica e nos aspectos sócios

culturais já apresentados.

Em consonância com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica

para o Estado do Paraná, seu trabalho educacional postula que o conhecimento é

direito de todos, porque foi produzido por todos. Garantir sua apropriação é função

da escola e sua maneira de contribuir no próprio processo de humanização.

Delineia-se uma educação que contribua para a constituição de uma

cidadania camponesa de qualidade nova, cujo exercício reúna conhecimentos e

informações a um protagonismo responsável para exercer direitos que vão muito

além da representação política tradicional: emprego, qualidade de vida, meio

ambiente saudável, igualdade entre homens e mulheres enfim, ideais afirmativos

para a vida pessoal e para a convivência.

Concepção de Escola

37

A concepção de escola surgiu da filosofia dos gregos antigos, onde

eles se reuniam em praças públicas para praticar filosofia e trocar idéias. Tendo o

ensino e a aprendizagem como sua principal função, caracteriza-se como uma

instituição de origem governamental ou privada, com espaço físico determinado,

composta por uma hierarquia funcional, onde a sociedade participa direta e

indiretamente.

Deve ser vista como espaço de direito do cidadão e como um

espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente

através das relações sociais. Deve, também, estar voltada para atender a

diversidade na educação visto que seu alunado é oriundo de uma sociedade

heterogenia. Apóia-se no fato de que é educativa por si mesma, pelas circunstâncias

de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua

forma de ensinar e de aprender e, na organização do seu trabalho. Tem como

função socializar os conceitos já elaborados sobre a realidade que contribui para a

própria ciência e para assegurar a todos os cidadãos o direito ao acesso aos

conhecimentos já produzidos

Comportando uma categoria social que se identifica como bóias-frias,

arrendatários, pequenos proprietários ou colonos ou sitiantes e localizada na zona

rural, esta instituição de ensino é caracterizada pela modalidade escola do campo e,

como tal, a concepção de escola agrega ao seu espaço o entendimento de que sua

referencia se organiza a partir da identidade e cultura dos povos do campo,

valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à

vida na terra.

Cabe à escola, além de proporcionar a apropriação dos

conhecimentos científicos e elaborados, inserir o aluno na historia das relações

sociais e das transformações operadas pelas ações organizadas socialmente;

contribuir para auto-afirmar a identidade dos povos do campo; valorizar o seu

trabalho; a sua história; o seu jeito de ser; os seus conhecimentos, a sua relação

com a natureza levando adiante as dimensões do sujeito.

Objetivos Gerais da Escola

• Oportunizar aos alunos o desenvolvimento de valores e atitudes como condição

imprescindível ao desenvolvimento da cidadania;

38

• Democratizar o ensino ofertando uma escolarização de qualidade que atenda a

diversidade sócio-cultural do aluno e lhe dê condições para prosseguimento dos

estudos;

• Vincular os conhecimentos de grande amplitude, conceitos, teorias ou praticas,

que identificam e organizam os campos de estudos das disciplinas escolares,

tanto a uma analise histórica quanto ao debate acerca das questões políticas e

filosóficas emergentes, no âmbito local e global;

• Proporcionar uma educação intercultural que incorpore contribuições de

diferentes etnias e questione os estereótipos sociais de gênero para que os

alunos saibam compreender a sociedade e interagir nela;

• Atender as necessidades da comunidade escolar proporcionando meios para um

eficiente ensino científico, valorizando o autoconhecimento, a cultura individual, o

senso de justiça, a transformação da sociedade, num espírito cooperativo,

interativo de co-responsabilidade entre todos os envolvidos.

Concepção de Conhecimento

No pressuposto do materialismo histórico, forma essencial para

explicar as relações entre sujeitos, o processo de produção do conhecimento é

produto da atividade humana, portanto, o conhecimento se constitui numa atividade

humana que busca explicar as relações entre o homem e a natureza de forma que,

ele é produzido nas relações mediadas pelo trabalho.

Em síntese, na concepção apresentada o conhecimento se realiza

na relação entre sujeito e objeto num dado contexto histórico social. Significa dizer

que é no processo de continua transformação, que a realidade objetiva transforma-

se em conhecimento.

Para uma definição que abarque um conceito mais voltado à forma

de concebê-lo no o contexto escolar, o conhecimento é uma atividade humana que

busca explicitar as relações entre os homens e a natureza, pressupõe as

concepções que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as

39

necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente uma nova

forma de ver a realidade. Quanto maiores as relações com o meio, com diferentes

ambientes, maior será o nível do conhecimento.

Ele é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo objeto

do trabalho do professor. Deve ser dinâmico, e não apenas um resumo do

conhecimento cientifico, pois, tem a função de preparar o individuo para viver, agir e

interagir na sociedade. Como saber escolar, o conhecimento se explicita nos

conteúdos das disciplinas de tradição curricular, quais sejam Arte; Biologia;

Ciências; Educação Física; Ensino Religioso; Filosofia; Sociologia; Geografia;

Historia; Língua Portuguesa; Matemática; Língua Estrangeira Moderna; e Química.

Como saber que contemple a educação do campo este deve ter

como fundamento o interesse por um modelo cujo foco seja o desenvolvimento

humano, para isso a escola, mesmo sem a estruturação necessária, precisa investir

em uma interpretação da realidade que possibilite a construção de conhecimentos

potencializadores, de modelos de agricultura, de novas matrizes tecnológicas, da

produção econômica e de relações de trabalho e de vida a partir de estratégias

solidárias, que garantam a melhoria da qualidade de vida dos que vivem e

sobrevivem do e no campo.

Portanto, no que diz respeito à identidade cultural dos alunos dessa

instituição, a construção do conhecimento se dará através de eixos temáticos,

entendidos como problemáticas centrais, a serem focalizadas como conteúdos.

Assim sendo, quatro eixos nortearão a composição do saberes específicos, a saber:

- Trabalho: divisão social e territorial tendo como ponto de partida a análise sobre

as atividades humanas produtivas desenvolvidas pelos povos do campo para o

entendimento e reflexão sobre a organização produtiva na sociedade capitalista e

em outros modos de produção;

- Cultura e identidade terão um tratamento onde o contexto rural seja concebido

como a somatória de toda produção humana construída a partir das relações do ser

humano com a natureza, com o outro e consigo mesmo. Não se restringindo apenas

a manifestações artísticas, devendo ser compreendida como os modos de vida, que

são os costumes, as relações de trabalho, familiares, religiosas, de diversão, festas,

etc.

- Interdependência campo-cidade, questão agrária e desenvolvimento

sustentável enfoque nas questões sociais, políticas e econômicas que

40

desencadearam o esvaziamento demográfico no campo e decorrente fragilização de

comunidades e culturas; necessidade da atividade produtiva no campo relacionada à

produção de alimentos destacando, principalmente, a agricultura familiar, que

atualmente na região sul, se responsabiliza pela maior produção de alimentos e

fundamentalmente, apropria-se dos conhecimentos relacionados a esse eixo

temático como imprescindível à educação do campo.

- Organização política, movimentos sociais e cidadania resgate das lutas por

direitos civis, políticos e sociais por se constituir num debate sobre a construção de

cidadania, destacando a importância e a força das organizações políticas, a exemplo

das associações de Moradores, sindicatos, APMF, entre outros, como instrumentos

de reivindicação legitima de direitos. Nesta perspectiva, toma como aporte

epistemológico o estudo da Constituição da Republica Federativa do Brasil (1988); o

histórico de resistência e formação do MST; o Documento Universal dos Direitos

Humanos (aprovado pela Organização das Nações Unidas em dezembro de 1948) e

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (aprovada pela Assembléia

Francesa em 1789) como exemplos de luta, possibilidade e caminhos a serem

trilhados para a manutenção e melhoria da qualidade de vida no campo.

Concepção de Ensino aprendizagem

Aprender e ensinar são processos inseparáveis. Isto acontece porque

o ato de ensinar “é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada individuo

singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos

homens” (SAVIANI,1995, P. 1799), este processo se efetiva quando o individuo se

apropria dos elementos culturais necessários a sua formação e a sua humanização.

Nada mais democrático que ensinar com o compromisso que haja a

aprendizagem por parte de todos os alunos. Contudo, a forma, o tempo e o entorno

pelo qual se aprende, por parte dos sujeitos, são diferentes. Isto deve ser

considerado. Não se trata de negligenciar o que deve ser ensinado em nome das

dificuldades do sujeito, deve-se, sim, modificar as formas de mediação para que ele

de fato aprenda. É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade

social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como

instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos. O grande

desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e

41

valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento

historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos. (SEED, 2005)

Para Vygotsky (1995) “a aprendizagem é um processo histórico, fruto

de uma relação mediada e possibilita um processo interno, ativo e interpessoal”. O

conhecimento é, portanto, fruto de uma relação mediada entre o sujeito que aprende

o sujeito que ensina e o objeto de conhecimento. Os processos de produção do

conhecimento permitem, ao aluno, sair do papel de passividade e fazer parte dessa

relação, através do desenvolvimento de suas funções psicológicas superiores, entre

elas a linguagem.

Esta defesa da dimensão política da educação, da indissociabilidade

entre ensino e aprendizagem, entre o fazer e o pensar, do movimento dialético de

apropriação do conhecimento que possibilite compreender o real em suas

contradições, são algumas das muitas defesas da abordagem histórico-social

implícita na nossa concepção de ensino-aprendizagem.

Concepção de Avaliação

No processo educativo, a avaliação se faz presente, tanto como meio

de diagnosticar o processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de

investigação da pratica pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez

que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também e

principalmente, permitir que haja uma reflexão sobre a ação da pratica pedagógica.

Portanto, a avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a

compreensão das dificuldades dos alunos, com vistas às mudanças necessárias

para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da

comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço

onde os alunos estão inseridos. Ainda, tem como propósito se tornar um método que

conceba o processo de desenvolvimento do ensino-aprendizagem como aspecto

balizador na formação de sujeitos construtores de sentido para o mundo, que

compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que,

42

pelo acesso ao conhecimento, sejam capacitados a uma inserção cidadã e

transformadora na sociedade.

É incoerente avaliar apenas para constatar o que o aluno aprendeu ou

não aprendeu e como resultado aplicar uma sentença definitiva quando o

conhecimento visa formação de sujeitos que dele se apropria para compreender as

relações humanas em suas contradições e conflitos. Sob essa ótica, a avaliação é

mais do que um sistema de medida ela se transforma em metodologia que concebe

os instrumentos considerando as possibilidades teórico-metodológicas diversas e

possíveis para avaliar o critério estabelecido a um dado conteúdo.

É importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situa-

se entre a intenção e o resultado quando concebida como um método de adquirir e

processar evidências necessárias para fornecer, sobre o processo pedagógico,

informações que permitam decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se

fizerem necessário. Neste contexto, é entendida como atividade de ensino, pois, o

“erro” é visto como instrumento auxiliar da aprendizagem. A avaliação do processo

ensino-aprendizagem, de responsabilidade do professor, é determinada pela

perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os

encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a

intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de

avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de

expressar seu conhecimento.

Tão imprescindível quanto a analise acerca da avaliação é não

considerar o resultado final como o único possível tendo em vista que uma atividade

avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo o

processo. Diagnosticada a defasagem, é preciso investir na recuperação de estudos,

que deverá ocorrer concomitantemente com as aulas, utilizando todas as estratégias

e recursos possíveis para que o aluno aprenda. A recuperação é justamente isso: o

esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos

metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse, sentido a

recuperação de nota é simples decorrência da recuperação do conteúdo.

Gestão Democrática

43

O Artigo nº 14 I e II (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – Lei 9394/96, define que “os sistemas de ensino definirão as normas da

gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas

peculiaridades e conforme os seguintes princípios: participação dos profissionais da

educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola e participação da

comunidade escolar e conselhos escolares ou “equivalentes”.

Estes princípios irão fundamentar a gestão que se preconiza, não

por estarem instituídos num artigo de Lei, mas, pelo fato da escola acreditar na força

ideológica de grupos sociais organizados. Portanto, o estabelecimento de ensino se

propõe a trabalhar dentro do principio democrático, contando com a participação

efetiva do corpo docente, discente, administrativo, agentes educacionais e órgãos

colegiados, sendo, assim, coletivo o processo de reflexão, avaliação, planejamento e

tomada de decisões. Na sua efetivação, aspectos como transparência nas

informações, nos controles e nas avaliações, nos debates se constituirá numa

maneira mais participativa, humana e coletiva de gestão escolar.

Na década de 90, a gestão escolar ideal era aquela que se

aproximava do principio de “qualidade total”, ou seja, o mesmo principio adotado por

empresas em processo de adequação ao novo momento do capitalismo

internacional. Esta concepção norteou também a gestão escolar na medida em que

assumiu o perfil empresarial. O produto final seria suprir o mercado de trabalho, sem

muitos gastos com o quadro profissional e financeiro, com cidadãos aptos a servirem

ao capitalismo, sem base epistemológica para contestá-lo e com objetivos de

crescimento centrado no individualismo.

Como contra partida, ocorreram movimentos de resistência de muitos

diretores, professores e equipes pedagógicas, pois o Estado, ao assumir esta

ideologia se desresponsabilizava pelos problemas das escolas, premiava

diretores/gestores que conseguiam melhorar a empresa/escola, sem considerar as

condições sociais de cada comunidade atendida.

Na metade da primeira década do século XXI rompe-se com esse

ideário administrativo e, desta forma, o processo de gestão democrática das

instituições de ensino representa um importante instrumento de democracia em nível

de sociedade, considerando que a escola e a sociedade estão dialeticamente

constituídas, portanto, o rompimento significou estabelecer novas relações entre a

escola e o contexto social no qual esta inserida.

44

Nesta conjuntura, foi necessário repensar a teoria e a prática da

gestão educacional no sentido de eliminar os controles formais e incentivar a

autonomia das unidades de educação por constituir-se em instrumentos de

construção de uma nova cidadania. Assim, a democratização institucional se

constituiu num caminho para que a prática pedagógica torne-se efetivamente prática

social e possa contribuir para o fortalecimento do processo democrático mais amplo.

Comprometer-se com a gestão democrática é uma ação política

através da qual as pessoas na escola, discutem, deliberam e planejam,solucionam

problemas e os encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das

ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Implica ainda, conceber a

administração escolar inspirada na cooperação recíproca entre os homens. Deve ter

como meta a constituição, na escola, de um novo trabalhador coletivo que, sem os

constrangimentos da gerência capitalista do trabalho, seja uma decorrência do

trabalho cooperativo de todos os envolvidos no processo escolar, guiados por uma

vontade coletiva em direção ao alcance dos objetivos verdadeiramente educacionais

na escola.

Recorrente ao principio básico implícito na gestão democrática,

salienta-se aqui o processo de consulta para a escolha do Diretor da Instituição no

qual o voto de toda comunidade escolar representa a expressão maior da

democracia. Fortalecendo a transparência e impessoalidade, junto ao Diretor estão o

Conselho Escolar e a APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), como

instancias colegiada, que também se constituem através do voto ou indicação da

comunidade, participam do gerenciamento de todas as ações concernentes ao

trabalho escolar de forma dialética, consciente e responsável.

Como espaço de socialização do ensino, a escola deve proporcionar

condições para que todos os alunos tenham acesso a ela, garantindo-lhes vagas,

dentro da capacidade do estabelecimento, e na falta da mesma encaminhá-los para

a escola mais próxima. Deve também estar atenta à questão do transporte escolar

acompanhando e interferindo no surgimento de eventuais problemas. Procurar

atender as necessidades de horário, dando opções de escolha entre os turnos de

funcionamento do estabelecimento.

A escola deve trabalhar de forma a elevar a auto estima dos

envolvidos no processo ensino-aprendizagem, bem como elaborar estratégias que

busquem o aprendizado dos alunos, principalmente daqueles que evadem da escola

45

devido a dificuldades no aprendizado, uma vez que este fator acaba levando

também a repetência.

A questão da repetência deve ser trabalhada durante todo ano letivo,

proporcionando condições para que todos os alunos matriculados tenham condições

de aprendizado. Tanto os alunos como os professores precisam estar motivados e

assessorados para que possam ter sucesso no processo educativo.

Nesse sentido, democratizar a formação continuada se coloca como

um dos meios para que se possa atingir a qualidade e o ideal de educação

almejada, na medida em que contribui para o aperfeiçoamento e crescimento

profissional dos professores como também, procurando valorizar as relações

humanas. Em decorrência, ela não deve se restringir apenas ao corpo docente, mas,

também, aos Agentes Educacionais, Equipe Pedagógica e Equipe Administrativa.

Entendemos que nesse movimento de capacitação todos estarão inseridos no

processo ensino-aprendizagem e não apenas nas suas funções especificas.

Ainda abordando a formação continuada, proporcionar aos

professores condições de se aperfeiçoarem dentro das novas tecnologias e inclusão

social, inclusão esta que abranja a todos: seja para o atendimento as necessidades

especiais dos alunos, seja por baixo rendimento ou rebeldia. Oportunizar o acesso a

cursos de especialização e mestrado, de acordo com a Lei que rege os funcionários

da educação disponibilizando-lhes horário de trabalho compatível com seu

aperfeiçoamento, bem como oportunizar a participação em capacitação oferecida

pela SEED.

Todos os aspectos abordados e as considerações já tecidas

convergem para a qualidade do ensino-aprendizagem que se quer alcançar. No

entanto faz-se necessário ressaltar a abordagem metodológica a ser utilizada que se

sustenta no estudo da sociedade, da economia e da historia. Desta perspectiva, o

olhar sobre os saberes que estão ou devem estar presentes no currículo, busca na

historia de cada disciplina como se constituíram estes saberes, os possíveis vínculos

que eles estabelecem entre as disciplinas de referência e a disciplina escolar, a

quem serviu e/ou servem no contexto histórico e sua constituição. Este talvez seja, o

maior atributo para a qualidade do ensino aprendizagem que se pretende, significa

colocar o aluno em contato com o conhecimento, significa dizer que a sala de aula

se transformará em oficina onde esses conhecimentos serão tomados como

instrumentos/ferramentas para a elaboração de novos saberes, compreensão dos

46

que já estão postulados e transformação dos que não responde, na totalidade, a

situações vivenciadas na realidade que se apresenta.

Instancias Colegiadas

Ao abordamos o papel das instâncias colegiadas nos referimos aos

espaços de participação da comunidade nas ações da escola publica tendo em vista

que a participação é condição precípua à gestão democrática. Participar significa a

contribuição com igualdade de oportunidades para algo que é de todos, ou seja, a

escola. A participação não diz respeito apenas à comunidade interna, mas também à

comunidade externa à qual a escola serve.

As Instâncias Colegiadas são indicativos da gestão democrática e

participativa e a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental

conta com:

a) Conselho de Classe: É um Órgão Colegiado de natureza consultiva em assuntos

didático-pedagógicos. Fundamentado no Projeto Político Pedagógico da escola e no

Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais,

indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e

aprendizagem. Tem por finalidade analisar as informações e dados apresentados e

a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem. Tem também por

prerrogativa oportunizar ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos

conteúdos curriculares estabelecidos. A sua formação é constituída pelo diretor (a),

equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes de turma.

b) Alunos Representantes de Turma: Ao iniciar o ano letivo a Equipe Pedagógica e

Direção orientam os alunos sobre a escolha do aluno que se tornará representante

de turma. É determinado um prazo de aproximadamente quinze dias para que o

professor selecione quatro alunos com perfil mais adequado e os colegas escolhem

entre eles o líder e o vice-líder. Posteriormente começa o trabalho da Equipe

Pedagógica, em trabalhar com todas as classes as atribuições que compete ao líder

e vice-líder, bem como a todos os alunos da escola. O aluno que representa a turma

tem como atribuição auxiliar os professores e colegas no cotidiano escolar como

também participar das reuniões do conselho de classe. Se em algum momento a

liderança não atingir os objetivos propostos para a função é realizada nova eleição.

47

c) APMF: Pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos pais,

mestres e funcionários do Estabelecimento de Ensino, que não tem caráter político-

partidário, religioso, racial, nem fins lucrativos. Seus integrantes não são

remunerados, são constituídos por prazo determinado devendo obedecer ao objetivo

de promover a integração escola-comunidade. (Estatuto APMF, 2005) A Associação

de Pais, Mestres e Funcionários tem sua constituição, representação, atribuições e

funcionamento normatizado em Estatuto próprio registrado no Cartório de Registro

Civil de Pessoas Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos em São Jerônimo da

Serra - Pr sob o nº. 5260 Livro B folha 32 a 33. Tem por atribuição gerenciar o

financeiro da escola, discutir no aseu âmbito de competência, ações de assistência

ao educando, aprimoramento do ensino e integração, sugerir sugestões, em

consonância com a Proposta Pedagógica Curricular. Está constituída por 08 (oito)

membros sendo:

- Presidente: José Alexandre de Lima.

-Vice-Presidente: Rodrigo Proença da Silva.

- 1º Secretario: Sergio Gomes Ferreira.

- 2º Secretario: Aracy Bragatto de Almeida.

- 1º Tesoureiro: Leonice Aparecida Albino.

- 2º Tesoureiro: Celso Vilas Boas

- 1º Diretor Sociocultural: Ângela Aparecida Oliveira.

- 2º Diretor Sociocultural: Paulo Alexandre de Lima.

d) Equipe Multidisciplinar: Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução

da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 –

CEE/PR refere-se à organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada

pela Equipe Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento

de ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia

e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses

segmentos sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e

indígena mire-se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura,

da contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por

aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser

composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de

humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História,

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Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe

Multidisciplinar da instituição esta assim constituída:

Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura

Aline de Fátima Miguel

Angela aparecida Oliveira

Carlos Roberto Baruta

Cristiane Barbosa de Oliveira

Francyane Aparecida Barbosa de Assis

Gislaine Bezerra

Glaucia Cristina Oliveira

Ilui de Fátima Leite

José Alexandre de Lima

Judite Barbosa

Nilza Fernandes Batista da Silva

Osni Rodrigues de Melo

Paulo Alexandre de Lima

Simone Aparecida Lopes

Terezinha Aparecida Custódio.

Gestão de Recursos Financeiros

Os recursos financeiros que a escola dispõe são disponibilizados

pelo:

- Fundo Rotativo oriundo do Tesouro do Estado sendo administrado pelo diretor da

instituição que após aplicação presta contas ao Departamento Financeiro do NRE

expondo também em edital na escola as notas comprobatórias das aquisições

efetuadas. É aplicado na compra de alimentos; material de limpeza; material

esportivo; material pedagógico, material de expediente; utensílios para a cozinha e

prestação de serviços;

- PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) oriundo do FNDE (Fundo Nacional

de Desenvolvimento da Educação) sendo administrado pela APMF (Associação de

49

Pais, Mestres e Funcionários). Não se constitui num recurso efetivo, foi

disponibilizada uma parcela no ano de 2009. Em 21 de novembro de 2010, a escola

foi contemplada com uma parcela complementar oriunda desse mesmo Plano. No

entanto, não foi feita a aplicação tendo em vista o mesmo ter sido aprovado e está

ainda em vias de disponibilização do recurso. O recurso recebido em 2009 foi

aplicado na aquisição de: bolas de voleibol; bolas de futebol de campo; bolas de

futsal; bolas de basquetebol; cochonetes; uniforme para time esportivo: camisetas;

calções; meiões; calças; blusas; armário de aço; carrinho de mão; aparador de

grama; cópias material impresso individualizado; escada portátil; impressora; scaner;

máquina filmadora; assinatura da revista Veja; assinatura jornal Folha de Londrina;

jogos completos de xadrez tamanho oficial; mini dicionários; ventilador de teto; mini

calculadoras; viagem com alunos do 8º e 9º ano; livros para acervo bibliográfico;

aparelho de som;

Material para divulgação e material didático para ser entregue aos pais.

- PDDE (Programa Dinheiro direto na Escola) recurso originado do FNDE (Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação) disponibilizado através de uma parcela

anual sendo administrado pela APMF que após reunião dos membros, em

consenso, decidem a aplicação do mesmo de acordo com as prioridades

detectadas. O ultimo recurso disponibilizado para despesas no decorrer do ano

letivo de 2009 foi utilizado na aquisição de material de limpeza, 02 purificadores de

ar, 01 ventilador e 01 circulador de ar.

Gestão dos Recursos Humanos

A rotina e as exigências do dia a dia do diretor não devem impedi-lo

de estar atento a todas as áreas de atuação da escola: área pedagógica, área

administrativa e área dos agentes educacionais. No entanto, o gestor desta

instituição de ensino deve ter consciência de que sua equipe não se limita a alunos,

professores e demais funcionários internos da instituição. A equipe escolar é

composta também pelos pais dos alunos e por toda a comunidade de forma geral,

que deve ser mobilizada para que juntos possam promover o principal objetivo de

toda equipe escolar: a aprendizagem dos alunos. Com o envolvimento do coletivo, o

diretor terá condições de desenvolver seu potencial de trabalho de toda a sua

50

equipe, fazendo com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso

todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino.

Concepção de Currículo

Manter a cultura hegemônica, ou seja, a cultura própria do

capitalismo na qual o currículo pensado na perspectiva de distribuir as disciplinas

apenas considerando sua singularidade e, tendo como suporte, centrar seu objetivo

na formação competente para alimentar um sistema escalonado em categorias

adequadas à sua manutenção; fomentar a competição sob o argumento de que

quanto maior o aprofundamento dentro de um campo específico de saber, maiores

as chances de sucesso profissional, vem tencionar as necessidades observadas no

cotidiano da escola e aguçar a consciência social dos envolvidos com a educação.

Essa concepção de currículo se enquadra num programa de

atividades planejadas, devidamente sequenciada, ordenada metodologicamente tal

como se mostram num manual ou guia em prol do status quo conveniente à ordem

mundial, equivalendo também a negar o espaço de multiplicidade que compõe a

sociedade. Corroborando com o pensamento, no texto “Educação Básica e a Opção

pelo Currículo Disciplinar”, trabalhado na semana pedagógica, encontra-se a

argumentação de que “embora remeta-se ao saber produzido e acumulado pela

humanidade como fonte dos saberes escolares... o currículo definido pelo

cientificismo/academicismo trata a disciplina escolar como ramificação do saber

especializado, tornando-se refém da fragmentação do conhecimento. As criticas a

esse tipo de currículo referem-se a uma concepção curricular que se fundamenta

nas necessidades de desenvolvimento pessoal do individuo, em prejuízo da

aprendizagem dos conhecimentos histórica e socialmente construídos pela

humanidade”.

A questão que se coloca como principal não é discutir se o

conhecimento fragmentado, que até então norteou o trabalho pedagógico na escola,

é válido ou não, mas a quem ele serve. Se o aluno da escola publica, oriundo das

classes menos favorecida, classes assalariadas urbanas ou campesinas e com

diferentes origens étnicas e culturais tem nela uma oportunidade, algumas vezes a

única, de acesso ao mundo letrado, é necessário romper com o currículo engessado

pelo cientificismo/academicismo predominante para efetivamente introduzir nos

51

campos disciplinares não somente a produção cientifica, mas também, as

manifestações artísticas e o legado filosófico da humanidade como dimensões para

as diversas disciplinas do currículo possibilitando um trabalho pedagógico que

aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.

Para essa instituição de ensino as dimensões: artística, filosófica e

humana se constitui em considerações importantes no constructo de um currículo

abrangente, constitutivo de recortes sociais, histórico e econômicos presentes na

elaboração do conhecimento. Desta forma, a escola é a um só tempo, o espaço do

conhecimento historicamente produzido pelo homem e espaço de construção de

novos conhecimentos no qual é imprescindível o processo de criação, qualidade

distintiva fundamental da dimensão artística. Neste sentido, toma-se a dimensão

artística, sem restringi-la ao aspecto estético, mas ampliando seu teor criativo para

elaboração de novos conhecimentos. Assim, o desenvolvimento da capacidade

criativa dos alunos, inerente à dimensão artística, tem uma relação direta com a

contribuição da estrutura epistemológica de um conhecimento especifico instigando

o estudante a não apenas aprender o que está posto, mas, a partir do instituído,

criar, inovar ou acrescentar mais elementos a um dado objeto de estudo ou a uma

dada situação.

Da mesma forma as dimensões, filosófica e humana estão

imbricadas no processo criativo mediante os questionamentos emergentes do

contexto temporal em que foi postulado determinado saber. Neste sentido,

proporciona possibilidades para a reflexão acerca das implicações das produções

cientificas, a exemplo da máquina substituindo o trabalho humano, uso

indiscriminado de defensivos agrícolas... Sob essa perspectiva percebe-se que o

pensamento cientifico e filosófico constituem dimensões do conhecimento que não

se confundem, mas não se devem separar.

Discordando da construção curricular na qual os conteúdos são

tratados como instrumentos utilitários à formação de competências e habilidades e

para tanto precisam estar fragmentados em razão de sua pertinência para o

momento; da priorização de temáticas adequadas à sustentação de ciclos

econômicos; e, principalmente, refutando a idéia implícita nesse paradigma

educacional que aspira apenas alguns efeitos nos sujeitos que se educam, a

Proposta Curricular do Estado do Paraná, a partir desses pressupostos, tem uma

base disciplinar, de acordo com a tradição curricular e conforme apregoa a

52

LDBEN/96 porém, a ênfase será nos conteúdos científicos, nos saberes escolares

que compõem a Grade Curricular.

Este entendimento de trabalho com o saber estabelece a ruptura

com a instrução prática, coloca o homem como objeto e sujeito do conhecimento.

Pressupõe uma apreensão centrada na totalidade e para isso vai buscar na gênese

de cada saber os condicionantes sócio-historicos constitutivos do seu postulado, ou

seja, o trabalho pedagógico com os componentes curriculares quais sejam, Língua

Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, Historia, Artes, Educação Física e

Ensino Religioso, tem sua ênfase nos conteúdos estruturantes - conhecimentos de

grande amplitude, conceitos ou praticas que identificam e organizam os campos de

estudo de uma disciplina escolar considerados basilares e fundamentais para a

compreensão de seu objeto de estudo.

Nessa proposição curricular, o “homem” professor torna-se

protagonista principal à sua efetivação tendo em vista o principio curricular, em que

a ação humana se conjuga às condições econômicas, ideológicas e históricas, em

síntese, o currículo ganha vida. Os estudos sobre a historia da produção do

conhecimento, seus métodos e determinantes políticos, econômicos, sociais e

ideológicos, relacionadas com a historia das disciplinas escolares e as teorias da

aprendizagem, possibilitam fundamentações para o professor em discussões

curriculares mais aprofundadas para, dessa forma, reconhecer que além dos

conteúdos mais estáveis, as disciplinas escolares incorporam e atualizam conteúdos

decorrentes do movimento das relações de produção e dominação que determinam

relações sociais, geram pesquisas cientificas e trazem para o debate questões

políticas e filosóficas emergentes.

Em síntese, as disciplinas terão, em seus conteúdos estruturantes, os

campos de estudo que as identificam como conhecimento histórico. Dos conteúdos

estruturantes organizam-se os conteúdos básicos a serem trabalhados por serie,

compostos tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto

pelos que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações

sociais. Relacionado aos assuntos representativos do movimento histórico

contemporâneo e suas implicações sociais estes serão trabalhados como conteúdo

especifico que deverão estar articulados à realidade e às necessidades das

diferentes turmas e escolas.

53

No bojo da questão apresentada, agregando os conhecimentos

históricos, filosóficos e científicos das disciplinas como também das ciências que as

originaram, o Plano de Trabalho Docente, documento de autoria do professor, dará

vida à concepção curricular defendida na medida em que centra seu

desenvolvimento na importância da compreensão e contribuição dos conhecimentos

universais (conteúdos estruturantes) enquanto base (conteúdos básicos) para o

entendimento de situações vivenciadas no cotidiano (conteúdos específicos)

provocando as mudanças, interferências e posicionamento crítico diante do que é

posto como verdade, diante da necessidade de se conhecer a historia para adquirir

um posicionamento critico diante de questões do passado que não se sustentam nos

dias atuais.

Atividades em Contraturno

Adesão da escola ao programa disponibilizado pela Secretaria de

Estado da Educação - SEED – objetivando atender as dificuldades de aprendizagem

de crianças que freqüentam o 5º e 9º ano do Ensino Fundamental. Este trabalho é

desenvolvido no contraturno com a oferta de aula de Língua Portuguesa e

Matemática tendo como finalidade trabalhar as dificuldades referentes à aquisição

dos conteúdos destas disciplinas.

Concepção de Infância e Adolescência

O Ensino Fundamental de nove anos nos remete a refletir acerca da

concepção de infância e adolescência no contexto contemporâneo em função das

especificidades nos aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo e mais

ainda, da necessidade de maior aproximação e integração entre os anos iniciais e

finais do Ensino Fundamental uma vez que atende a alunos que pertencem a esses

dois momentos de vida.

De acordo com os dicionários de língua portuguesa a infância é

definida como um período de crescimento até o ingresso na puberdade, por volta

dos doze anos de idade. “Já, segundo a Convenção sobre Direitos Humanos da

54

Criança, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de

1989, criança são todas as pessoas menores de dezoito anos”. Ainda, segundo o

Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é considerada a pessoa até os doze

anos de idade incompletos, enquanto entre os doze e dezoito anos, encontra-se na

adolescência.

A despeito das diferentes conceituações que tomam a medida do

tempo vivido pela pessoa para, de certa forma, enquadrá-la num padrão físico

biológico, entende-se a disparidade conceitual, pois, de acordo com FROTA (2007)

podemos considerar que a infância muda com o passar do tempo e com os

diferentes contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as

peculiaridades individuais. Portanto, as crianças de hoje não são exatamente iguais

às do século passado, nem serão idênticas às que virão nos próximos séculos.

Assim sendo, a infância não pode ser pensada como cristalizada e acabada.

Constitui-se num devir, que incorpora a noção de transformação e dinamismo.

O desafio apresentado se constitui em entender e encaminhar o

trabalho educacional desenvolvido pelo Ensino Fundamental de nove anos

considerando a infância e a adolescência como fase distinta da vida adulta, porém,

na perspectiva de desconstruir o conceito de que ao ingressar no sexto ano a

criança passa automaticamente para a fase da adolescência.

Corroborando com o pressuposto, BRASILIA (2006) coloca que

“para desmistificar um conceito único de infância, chamando a atenção para o fato

de que existem infâncias e não infância, pelos aspectos sociais, culturais, políticos e

econômicos que envolvem essa fase da vida, os estudos de Ariès apontam para a

necessidade de se desconstruir padrões relativos à concepção burguesa de infância.

Esse olhar para a infância possibilita ver as crianças pelo que são no presente, sem

se valer de estereótipos, idéias pré-concebidas ou práticas educativas que visam a

moldá-las em função de visões ideológicas e rígidas de desenvolvimento e

aprendizagem.” Portanto, pensar a infância lançando mão de práticas pedagógicas

engessadas pelo conceito absoluto de linearidade cronológica do desenvolvimento

humano, pode significar uma formação homogênea que talvez não corresponda às

expectativas e habilidades imprescindíveis à inserção das crianças nos diversos

contextos sociais dos quais são oriundas.

Mesmo diante das indagações concernentes ao conceito de infância

também, de acordo com Ariès apud BRASILIA (2006), somente depois da

55

implantação do sentimento de infância, no século XIX, tornou-se possível a

emergência da adolescência como uma fase com características peculiares e

únicas. No entanto, tal qual a infância, a adolescência deve ser pensada para além

da idade cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta, dos

ritos de passagem ou de elementos determinados aprioristicamente ou de modo

natural. A adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se

exercita e se re-constrói dentro de uma história e tempos específicos. Ainda,

segundo, OZELLA in FROTA (2007) “é necessário superar as visões naturalizantes

presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de

construção sob condições histórico-culturais específicas. “Isso significa pensar que a

adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria construída

socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais,

que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas”.

Concepção de Alfabetização e Letramento

O entendimento acerca de alfabetização e letramento remete à

reflexão que estabelece uma condição de diferença entre domínio técnico da

disposição dos fonemas e grafemas na formação de palavra, frase ou texto e a

utilização da leitura nas práticas sociais quer na escola, quer no dia-a-dia, quer na

interpretação necessária ao entendimento do sentido explícito ou subjacente ao

texto apresentado no âmbito escolar e nas esferas sociais.

Assim, corroborando com o pressuposto ao parafrasear ZANUTTO

(1999), a pessoa que aprende a ler e escrever – que se torna alfabetizada – e que

passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura

e de escrita – que se torna letrada – é diferente de uma pessoa que não sabe ler e

escrever – é analfabeta – ou, sabendo ler e escrever – não faz uso da leitura e da

escrita – é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem

sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita. Ainda, de acordo com PARANÁ

(2010) no processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve

entrar no mundo da escrita fazendo uso dos dois “passaportes”: precisa apropriar-se

da tecnologia da escrita, pelo processo de alfabetização, e precisa identificar os

diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de

escrita pelo processo de letramento [...] se apenas se alfabetiza, sem conviver com

56

práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do

mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” se apenas, ou, sobretudo se

letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá

para que serve a língua escrita, mas não saberá se servir dela.

Assim posto, alfabetização segundo BRASIL (2006), corresponderia

ao processo pelo qual – se adquire uma tecnologia – escrita alfabética e as

habilidades de utilizá-la para ler e escrever. Dominar tal tecnologia envolve

conhecimentos e destrezas variados, como compreender o funcionamento do

alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar seu traçado, usando

instrumentos como o lápis, papel ou outros que os substituam. Já o termo

letramento, relaciona-se ao exercício efetivo e competente daquela tecnologia da

escrita, em situações em que precisamos ler e produzir textos reais. Ainda, de

acordo com a professora Magda Soares in BRASIL (2006), “alfabetizar e letrar são

duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário, ou seja: ensinar a ler e a

escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita”.

Portanto, fundamentada nesta concepção de alfabetização e

letramento decorrente dos postulados apresentados, esta instituição propõe a

sequenciação da oferta dos anos finais Ensino do Fundamental favorecendo uma

metodologia que tenha como embasamento o critério de alfabetização e letramento

voltado para um ensino que contemple as duas condições cognitivas,

simultaneamente. Desta forma, a estratégia a ser utilizada no ensino das disciplinas

que compõem a matriz curricular se dará a partir de textos reais, textos que circulam

no contexto do aluno para que este se aproprie do sistema de escrita vivenciando-o

tal como é realmente usado nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.

Articulação entre os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental

A Escola Estadual do Campo de Vila Nova oferta a segunda etapa,

portanto, os anos finais, dando continuidade, sequênciação e conclusão a este nível

educacional entendendo ser uma oportunidade preciosa para uma nova práxis dos

educadores, sendo primordial que ela aborde os saberes e seus tempos, bem como

os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões antes tecidas.

57

Em relação à proposta de reorganização das condições estruturais

(mobiliário, equipamentos, acervo bibliográfico e materiais didáticos) esta instituição

de ensino está devidamente adequada às condições de atendimento.

O encaminhamento metodológico deve envolver análise e

conhecimento do perfil da turma e seu ambiente sociocultural delineando uma

mediação pedagógica voltada para a aprendizagem, buscando viabilizar a

apreensão dos conteúdos de maneira prazerosa e prática que possibilitem ao

educando fazer associações do que aprende com sua vida na sociedade.

Desta forma, em cumprimento da Instrução Nº 008/2011 -

SUED/SEED a organização das turmas para a sistematização do ensino se dará em

observância das matriculas considerando as situações:

• Os alunos aprovados na 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 6º ano Ensino Fundamental de nove anos, a partir de

2012.

• Os alunos aprovados na 5ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 7º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;

• Os alunos aprovados na 6ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 8º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;

• Os alunos matriculados na 7ª série do Ensino Fundamental de 8 anos deverão

ser matriculados no 9º ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a partir de 2012;

Em síntese:

Considerando a aprovação

ENS. FUND. 8 ANOS - 2011 ENS. FUND. 8 ANOS - 2012 ENS. FUND. 9 ANOS – 20124ª SÉRIE 5ª SÉRIE 6º ANO5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7º ANO6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8º ANO7ª SÉRIE 8ª SÉRIE 9º ANO8ª SÉRIE - -

Considerando a retenção

ENS. FUND. 8 ANOS - 2011 ENS. FUND. 9 ANOS – 20125ª SÉRIE RETIDO 6º ANO6ª SÉRIE RETIDO 7º ANO7ª SÉRIE RETIDO 8º ANO

58

8ª SÉRIE RETIDO 9º ANO

A carga horária anual é de 800 (oitocentas) horas totalizadas em um

mínimo de 200 (duzentos) dias letivos anuais.

Adaptação dos Alunos Oriundos dos Anos Iniciais

A ordenação das turmas e gradação dos saberes nos anos finais do

Ensino Fundamental requer um movimento de reflexão e ação relacionado ao

ensino-aprendizagem haja vista a inevitável e lógica relação epistemológica quando

pensado à luz dos objetivos do Ensino Fundamental que, para serem alcançados,

considera esse nível de escolaridade como um todo e não em partes. Transgredindo

a dicotomia, atendendo os dispositivos legais que normatizam o Sistema

Educacional e em função das análises e ponderações, a proposta desta instituição

para a articulação necessária entre anos iniciais e finais do Ensino Fundamental,

elaborada e construída pelo coletivo escolar na Semana Pedagógica do segundo

semestre de 2011, apresenta as ações a serem desenvolvidas:

• Conselho de Classe em caráter especial – reunião em conjunto com professores

do 5º ano e professores dos anos subseqüentes objetivando acompanhar o

processo ensino-aprendizagem com o propósito de dar continuidade ao trabalho

educacional sem ruptura com a gradação e sequênciação dos conteúdos, como

também, ter subsídios para uma avaliação do perfil da turma em seus aspectos

psicológicos e cognitivos uma vez que o conhecimento destes aspectos são

imprescindíveis ao estabelecimento do encaminhamento metodológico mais

adequado à turma..

• Agendar os conselhos de classe sem prejuízo para o trabalho dos professores e

funcionamento da(s) escola(s);

• Utilizar o momento da hora-atividade para estudo e conhecimento da Proposta

Pedagógica Curricular do 5º ano no intuito propiciar sequênciação coerente com o

conhecimento apropriado pelo aluno;

• Promover momentos comuns com os alunos do 5º e 6º ano desenvolvendo

atividades de lazer, através de jogos, gincanas e brincadeiras objetivando a

conscientização de uma cultura escolar embasada na alteridade, na qual, a

interação e interdependência epistemológica e social serão constructos do

59

conceito de unicidade entre os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental de

nove anos;

• Solicitar do NRE cursos de capacitação para aprofundamento das discussões

sobre letramento.

Ainda que a questão da APMF e Conselho Escolar sejam de cunho

da gestão democrática da escola, foi cogitada no grupo a idéia de não haver

separação entre essas instancias, no caso das escolas que compartilham seu

espaço com os anos iniciais. No entanto, a proposta está lançada com o intuito de

contribuir com o processo de discussão e análise, pois envolve mantenedoras

distintas na oferta das etapas do Ensino Fundamental.

4- MARCO OPERACIONAL

Organização Curricular

A proposta curricular do Ensino Fundamental está pautada no saber

escolar, conhecimento que explicita nos conteúdos das disciplinas de tradição

curricular saberes imprescindíveis à formação necessária para o enfrentamento de

questões com vistas à transformação da realidade social, econômica e política do

tempo vivido pelo aluno e no cumprimento da Instrução nº 008/2011-SUED/SEED

que estabelece:

• Nos anos finais, que compreendem do 6º ao 9º ano, a Base Nacional Comum das

Matrizes Curriculares deverá ser composta, obrigatoriamente pelas disciplinas de

Arte, Ciências, Ensino Religioso (6º e 7º ano), Educação Física, Geografia,

História, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Matemática.

• Na Parte Diversificada das Matrizes Curriculares deverá estar especificada uma

Língua Estrangeira Moderna como disciplina obrigatória, nos anos finais que

compreendem do 6º ao 9º ano, definida pela comunidade escolar.

60

• Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as disciplinas da Parte Diversificada

terão carga horária mínima de 02 (duas) horas-aula e máxima de 04 (quatro)

horas-aulas semanais, com exceção do Ensino Religioso.

• Nas Instituições da Rede Estadual de Ensino, as Matrizes Curriculares para os

anos finais do Ensino Fundamental 6º ao 9º ano, deverão prever 25 (vinte e cinco)

horas-aulas semanais para todos os anos dos turnos da manhã e tarde e para o

turno da noite serão previstas 26 (vinte e seis) horas-aulas semanais, nos 6º ao

7º ano e e25 (vinte e cinco) horas-aulas semanais, nos 8º ao 9º anos.

• A disciplina de Ensino Religioso, nas instituições de ensino da Rede Estadual,

será ofertada obrigatoriamente, com carga horária de 01 (uma) hora-aula

semanal, no 6º e no 7º ano, com matrícula facultativa para alunos, em todos os

turnos.

De acordo com as DCEs, 2008, as disciplinas escolares são

entendidas como campos do conhecimento e identificam-se pelos respectivos

conteúdos estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais. Neste sentido, a

concepção de ensino aprendizagem decorrente das disciplinas componentes da

matriz curricular além do saber específico que estrutura seu objeto de ensino

abrange desafios educacionais contemporâneos constituídos por questões

ambientais, sociais, culturais, éticas dentre outras que precisam ser compreendidas

e apreendidas à luz dos postulados científicos. A opção pelo currículo disciplinar não

pressupõe o engessamento do conhecimento pronto e acabado, mas ao contrário,

propõe um trato interdisciplinar e contextualizado sem, contudo negligenciar os

conhecimentos universais.

Distribuídas por disciplinas, as aulas estão de acordo com a Grade

Curricular que se apresenta dando preferência às aulas geminadas.

Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Tarde

Organização: 6º Ano “A”

Total de horas:

- Teóricas: 1000

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 833

61

Carga Horária Semanal: total 25

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 120 0 BNC 3Ed. Física 80 0 BNC 2Ens. Religioso 40 0 BNC 1Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Inglês 80 0 PD 2

Organização: 7º Ano “A”

Total de horas:

- Teóricas: 1000

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 833

Carga Horária Semanal: total 25

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 120 0 BNC 3Ed. Física 80 0 BNC 2Ens. Religioso 40 0 BNC 1Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

62

Organização: 8º Ano “A”

Total de horas:

- Teóricas: 1000

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 833

Carga Horária Semanal: total 25

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Geografia 120 0 BNC 3História 160 0 BNC 4L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

63

Organização: 9º Ano “A”

Total de horas:

- Teóricas: 1000

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 833

Carga Horária Semanal: total 25

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Geografia 120 0 BNC 3História 160 0 BNC 4L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

64

Organização Curricular Turno Tarde

MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO DA SERRA

ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA NOVAENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA PRINCIPAL S/ NºTELEFONE: (043) 32677005ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁCURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º AnoTURNO: TARDE MÓDULO: 40 SEMANASANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA

BASE NACIONALCOMUM

DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º

Arte 2 2 2 2Ciências 3 3 4 4Educação Física 2 2 2 2Ensino religioso 1 1 - -Geografia 4 4 3 3História 3 3 4 4Língua Portuguesa 4 4 4 4Matemática 4 4 4 4 Subtotal 23 23 23 23

PARTEDIVERSIFI-CADA

L.E.M. – Inglês 2 2 2 2

Subtotal 2 2 2 2

Total Geral

25 25 25 25

Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96*Ensino Religioso – Disciplina Facultativa

65

Matriz Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite

Organização: 6º Ano “B”

Total de horas:

- Teóricas: 1040

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 832

Carga Horária Semanal: total 26

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Ens. Religioso 40 0 BNC 1Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

Organização: 7º Ano “B”

66

Total de horas:

- Teóricas: 1040

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 832

Carga Horária Semanal: total 26

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Ens. Religioso 40 0 BNC 1Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

Organização: 8º Ano “B”

Total de horas:

- Teóricas: 1040

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 832

67

Carga Horária Semanal: total 26

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

Organização: 9º Ano “B”

Total de horas:

- Teóricas: 1040

- Práticas: 0

- Horas-Relógio: 832

Carga Horária Semanal: total 26

68

Nome da

Disciplina

Total de Horas

Teóricas

Total de Horas

Práticas

Composição

Curricular

Carga Horária

SemanalArte 80 0 BNC 2Ciências 160 0 BNC 4Ed. Física 80 0 BNC 2Geografia 160 0 BNC 4História 120 0 BNC 3L. Portuguesa 160 0 BNC 4Matemática 160 0 BNC 4L.E.M Ingles 80 0 PD 2

Organização Curricular do Ensino Fundamental Turno Noite

MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL

NRE: 08 CORNELIO PROCÓPIO MUNICIPIO: 2490 SÃO JERONIMO DA SERRA

ESTABELECIMENTO: 0485 ESCOLA ESTADUAL DO CAMPO DE VILA NOVAENDEREÇO: BAIRRO RURAL VILA NOVA DA FLORENÇA RUA PRINCIPAL S/ NºTELEFONE: (043) 32677005ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁCURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º AnoTURNO: NOITE MÓDULO: 40 SEMANASANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA

69

BASE NACIONALCOMUM

DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º

Arte 2 2 2 2Ciências 4 4 4 4Educação Física 2 2 2 2Ensino Religioso* 1 1 - -Geografia 4 4 4 4História 3 3 3 3Língua Portuguesa 4 4 4 4Matemática 4 4 4 4

Subtotal 24 24 23 23

PARTEDIVERSIFI-CADA

L.E.M. – Inglês 2 2 2 2

Subtotal 2 2 2 2

Total Geral

26 26 25 25

Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96*Ensino Religioso – Disciplina Facultativo

Processo de Avaliação

A avaliação parte da necessidade de se conhecer a realidade do

trabalho docente e discente devendo ser entendida como um sistema de

informações para alunos e professores sobre o desenvolvimento do processo

ensino-aprendizagem, sobre dificuldades, falhas, necessidades de retomada de

conteúdo e como fator determinante para eventuais mudanças metodológicas. Nesta

perspectiva ela baliza o antes e o depois da ação da prática docente perdendo seu

caráter de mero instrumento seletivo.

A prestação de contas do resultado obtido no processo de ensino-

aprendizagem se expressa através de notas numa escala de 0,0 (zero) a 10,0 (dez)

70

com rendimento mínimo de 6,0 (seis) por disciplina. O resultado é comunicado aos

pais através do boletim em reunião específica para esse fim que se realiza ao

término de cada semestre letivo ou através de conversa individual com os pais

quando observado baixa no rendimento do aluno. O registro consta no Livro Registro

de Classe do Professor e o resultado será devidamente inserido no sistema

informatizado para fins de registro e expedição de documentação escolar.

A nota deve ser lançada após analise dos aspectos qualitativos e

quantitativos dos resultados obtidos no decorrer do semestre, mediante a

recuperação paralela. Os aspectos qualitativos predominam sobre os quantitativos

como também o resultado obtido na recuperação paralela predomina sobre os

resultados das avaliações anteriores.

Será considerado aprovado o aluno que apresentar freqüência igual ou

superior a 75% do total de horas letivas, Médias igual ou superior a 6,0 (seis virgula

zero) ou com freqüência de 75% do total de horas letivas, Média inferior a 6,0 (seis

virgula zero) se for aprovado pelo Conselho de Classe quando julgar que isso não

implicará em prejuízos futuros para o aluno.

A Média Anual (M.A) para cada disciplina é obtida da média ponderada, dos

registros de notas resultantes das avaliações realizadas em dois semestres letivos

de acordo com a fórmula:

(1º Semestre X 4) + ( 2º Semestre X 6) = (Média Anual)

10

Será considerado reprovado o aluno que apresentar freqüência inferior

a 75% do total de horas aulas independentemente do aproveitamento escolar como

também, Média inferior a 6,0 (seis vírgula zero), mínimo estabelecido pela escola, e

ouvido o Conselho Escolar.

Encerrado o processo de avaliação o Estabelecimento de Ensino

registrará, no histórico escolar do aluno, sua condição de Aprovado ou Reprovado.

Síntese do Sistema de Avaliação:

71

Freqüência avaliação Situação

= ou > 75%

= ou > 75%

< 75%

= ou > 6,0

< 6,0

Qualquer

Aprovado

Retido

Retido

Recuperação de Estudos

A Avaliação e a Recuperação de Estudos sugerida na LDB (9394/96),

regulamentada no Estado do Paraná pela SEED, Secretaria de Estado da

Educação, através da Deliberação nº 007/99 é direito dos alunos

independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos básicos. Consta no

Regimento Interno da escola e, dar-se-á de forma permanente e concomitante ao

processo de ensino e aprendizagem. Será organizada com atividades significativas,

por meio de procedimento didático-metodologicos diversificados.

Essa visão e intervenção, necessária ao processo de ensino e

aprendizagem, considera que os estudos paralelos de recuperação são inerentes a

uma prática avaliativa mediadora, com a intenção de subsidiar, provocar, promover a

evolução do aluno em todas as áreas de seu desenvolvimento. Tarefas, repostas e

manifestações serão analisadas com freqüência pelo professor que propõe novas

perguntas e experiências educativas ajustadas às necessidades e interesses

percebidos.

Tendo como principio a recuperação do conteúdo e não da nota haja

vista que, o aspecto qualitativo prepondera sobre quantitativo, a Recuperação de

Estudos deverá ocorrer tão logo o Professor perceba a necessidade de voltar ao

conteúdo que não foi bem apreendido.

No seu desenvolvimento ela deve rever o que foi planejado, mas de

maneira mais flexível, variando de acordo com o grau de dificuldade de cada aluno

ou turma.

O Professor deve ter clareza de como irá realizar a Recuperação de

Estudos e o tipo de atendimento que dará ao aluno.

A recuperação concomitante poderá assumir varias formas como:

72

• Atendimento individual em classe ao aluno que apresentar defasagem na

aprendizagem;

• Atendimento extra-classe com acompanhamento de um aluno monitor;

• Atividade em grupo com acompanhamento do Professor;

• Trabalhos de revisão de aula.

É pertinente salientar que a retomada dos conteúdos envolvendo

toda a classe, ainda que apenas alguns alunos tenham apresentado dificuldades e

baixa no rendimento escolar, amplia os conhecimentos já apropriados e como

conseqüência eleva a nota de toda a turma.

A recuperação de estudos dar-se-á também através da sala de

apoio, que funciona no contraturno, para os alunos do 6º e 9º ano com necessidades

de retomada de conteúdos nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Processos de Promoção, Classificação e Reclassificação

Classificação é procedimento que o estabelecimento de ensino

adota para matricular e posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a

idade, experiência e desenvolvimento adquirido por meios formais ou informais.

Tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e resguarda os direitos dos

alunos, da escola e dos profissionais podendo ser realizada:

- por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, o ano ou fase

anterior, na própria escola;

- por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do

exterior, considerando a classificação da escola de origem;

- independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para posicionar

o aluno no ano, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de

desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A reclassificação se constitui no processo pelo qual o estabelecimento de ensino

avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do

ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa

de estudos compatíveis com sua experiência e desenvolvimento,

independentemente do que registre o seu Histórico Escolar sendo vedada para a

73

etapa inferior à anteriormente cursada. Neste processo, cabe aos professores, ao

verificarem as possibilidades de avanço na aprendizagem do aluno, devidamente

matriculado e com freqüência no ano/disciplina, dar conhecimento à equipe

pedagógica para que a mesma possa iniciar o processo de reclassificação.

Aproveitamento de Estudos

O Art. 113 do Regimento Interno desta Instituição de Ensino

estabelece que os estudos concluídos com êxito serão aproveitados considerando o

aproveitamento da carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no

estabelecimento de origem, sendo transcrita no Histórico Escolar, para fins de

cálculo da carga horária total do curso.

Regime de Progressão Parcial

A matrícula com Progressão Parcial é aquela por meio da qual o

aluno, não obtendo aprovação final em até três disciplinas em regime seriado e/ou

anual, poderá cursá-las subseqüente e concomitantemente aos anos seguintes.

O estabelecimento de ensino oferta matrícula com Progressão

Parcial ao aluno que não obtiver êxito em 3 (três) anos e desta forma, as disciplinas

em dependência serão cursadas, pelo aluno, em turno contrário ao do ano em que

foi matriculado.

O regime de Progressão Parcial exige, para aprovação na

dependência, a freqüência determinada em lei e o aproveitamento escolar

estabelecido no Regimento. Havendo incompatibilidade de horário, será

estabelecido plano especial de estudos para a disciplina em dependência,

registrando-se em relatório, o qual integrará a pasta individual do aluno. Ao final do

curso, havendo disciplina em dependência, o aluno será matriculado no ano, para

cursar somente a(s) disciplina(s) em dependência(s) e o Certificado ou Diploma será

expedido após a sua conclusão. A expedição de Certificado ou Diploma de

conclusão do curso ocorrerá após atendida a carga horária mínima exigida em lei.

Adaptação

74

A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-

pedagógica desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta

Pedagógica Curricular, para que o aluno possa seguir o novo currículo. Far-se-á

pela Base Comum Nacional e será realizada durante o período letivo.

A efetivação do processo de adaptação será de responsabilidade da

equipe pedagógica e docente, que deve especificar as adaptações a que o aluno

está sujeito, elaborando um plano próprio, flexível e adequado ao aluno e ao final do

processo, será elaborada Ata de resultados, os quais serão registrados no Histórico

Escolar e no Relatório Final.

O estabelecimento de ensino procederá à equivalência de estudos

incompletos cursados no exterior e equivalente ao Ensino Fundamental de acordo

com as orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação observando:

- as preocupações indispensáveis ao exame da documentação do processo, cujas

peças, quando produzidas no exterior, devem ser autenticadas pelo Cônsul

brasileiro da jurisdição ou, na impossibilidade, pelo Cônsul do país de origem, exceto

para os documentos escolares encaminhados por via diplomática, expedidos na

França e nos países do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL;

- a existência de acordos e convênios internacionais;

- que todos os documentos escolares originais, exceto os de língua espanhola,

contenham tradução para o português por tradutor juramentado;

- as normas para transferência e aproveitamento de estudos constantes na

legislação vigente.

Os alunos que estudarem em estabelecimento de ensino brasileiro

sediados no exterior, desde que devidamente autorizados pelo Conselho Nacional

de Educação, não precisam submeter-se aos procedimentos de equivalência e

revalidação de estudos porém, é necessário que a documentação escolar do aluno

oriundo de escola brasileira sediada no exterior contenha o número do parecer do

Conselho Nacional de educação que autorizou o funcionamento da escola no

exterior e o visto consular.

Para proceder à equivalência de estudos incompletos, o

estabelecimento de ensino seguirá as orientações contidas nas instruções

emanadas da Secretaria de Estado da Educação.

O estabelecimento de ensino expedirá certificado de conclusão ao

aluno que realizar a revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental.

75

A matrícula do aluno proveniente do exterior, que não apresentar

documentação escolar, far-se-á mediante processo de classificação, previsto na

legislação vigente e, caso o aluno não apresente condições imediatas para

classificação será matriculado no ano compatível com sua idade em qualquer época

do ano, ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio.

A matrícula dos alunos oriundos do exterior, com período letivo

concluído após ultrapassados 25% do total de horas letivas previstas no calendário

escolar, far-se-á mediante classificação, aproveitamento e adaptação, previstos na

legislação vigente, independentemente da apresentação de documentação escolar

de estudos realizados.

O estabelecimento de ensino, ao realizar a equivalência de estudos,

emitirá a respectiva documentação e após efetuada a revalidação ou declarada a

equivalência, o ato pertinente será registrado junto ao Núcleo Regional da educação

e os resultados integrarão a documentação do aluno.

Processo de Aprimoramento da Prática Pedagógica

Para que os professores possam desenvolver suas atividades de

forma eficiente e tendo em vista uma concepção de formação continuada que tem

na prática docente o seu foco de reflexão e de ação, deve ser disponibilizada a o

professor, como também a toda equipe de apoio, condições que lhes permitam

participar de capacitações, que lhes permitam a atualização, avanço na carreira,

qualificação e elevação da auto-estima na medida em que, para a busca na

qualidade do ensino faz-se necessário um profissional com formação mais

adequada, preparado para sustentar sua prática pedagógica frente à diversidade de

situações em sala de aula e na escola visando, acima de tudo, o sucesso do aluno.

No inicio e no transcorrer do ano letivo os professores e funcionários

têm oportunidade de se inscrever para as capacitações que irão ocorrer durante o

ano de acordo com as opções oferecidas pela SEED e de acordo com o interesse e

disponibilidade de cada um:

- Participação da Equipe Pedagógica, Equipe Administrativa, Professores e

funcionários na Jornada Pedagógica;

- Participação em Grupos de Estudos, por área, promovidos pela SEED;

- Simpósio de Educação nas diversas áreas do conhecimento;

76

- Grupos de Estudos aos sábados;

- Capacitação descentralizada na própria escola;

- Participação de vários professores no Programa PDE;

- Participação do coletivo de funcionários da escola no DEB itinerante.

Plano de Formação Continuada

Um dos elementos que irão contribuir para a efetiva implementação

do Projeto Político Pedagógico se constitui num Plano de Formação Continuada que

favoreça a atuação dos professores objetivando compreender e aperfeiçoar a prática

e obter o crescimento pessoal e profissional em beneficio ao desenvolvimento do

aluno. É necessário, portanto, um processo de formação permanente, dinâmico e

integrador, articulado à prática, à reflexão e à investigação acerca dos

conhecimentos apregoados no PPP.

Proposta de Formação Continuada da Escola

A proposição desse projeto visa a formação continuada aos

professores e funcionários reconhecendo a importância e necessidade desse

processo de formação numa perspectiva de oportunizar uma melhor qualificação

através de momentos de estudos, debates, reflexões e trocas de experiências sobre

questões pertinentes relacionadas ao desempenho pessoal e profissional. Busca-se

enriquecer e melhorar a prática pedagógica oportunizando melhor embasamento e

dinamização das aulas, atividades, projetos e eventos promovidos pela escola.

Objetivos

- Envolver todos os funcionários da escola;

- Proporcionar momentos de reflexões, questionamentos, discussões, leituras e

estudos envolvendo profissionais da educação dos anos iniciais e finais do Ensino

Fundamental de nove anos;

- Proporcionar meio para a melhoria do desempenho profissional colaborando para o

aperfeiçoamento continuo;

- Possibilitar maior embasamento teórico e dinamização das aulas;

77

- Contribuir para o enriquecimento e melhoria da prática pedagógica.

Desenvolvimento

Estudo através de leituras, análise e reflexão de artigos, reportagens,

vídeos pedagógicos e textos fornecidos pelo NRE e pela SEED, troca de

experiências, leitura de livros da biblioteca do professor como também leitura e

reflexão de artigos publicada nas revistas Nova Escola, Veja, entre outras. Os temas

serão selecionados anteriormente, pela Equipe Pedagógica, de acordo com o

interesse, necessidade e realidade da escola. Serão também utilizados textos

trabalhados nas Jornadas Pedagógicas por se tratarem de interesse do coletivo da

escola.

Período de Execução

No decorrer do ano letivo.

Articulação do Estabelecimento com a Família e Comunidade

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como

a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo

processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se

constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares

relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo.

É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar

sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos

e, não apenas para receber informações referentes ao desempenho e

comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno,

professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas

ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para

que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria

imprescindível ao trabalho educacional.

Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e

Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que

78

acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o

conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a

realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das

dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente

são feitas reuniões por ano/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da

turma. Além dos pais, toda a comunidade do bairro é convidada a participar de

eventos como comemorações referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas

juninas, palestras, mostra pedagógica entre outros.

Organização do Horário/Hora atividade

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

9394/96 a educação é dever do Estado e da família. Além dessa prerrogativa, como

a escola faz parte do cotidiano do aluno, os pais devem estar envolvidos em todo

processo de ensino aprendizagem. A interação e participação dos pais se

constituem em ajuda fundamental na resolução de muitos problemas escolares

relacionados ao educando que vão surgindo no decorrer do período letivo.

É de extrema importância que os pais estejam na escola para dar

sugestões, participarem da tomada de decisões, assim como de eventos promovidos

e, não apenas para receber informações referentes ao desempenho e

comportamento de seus filhos, pois, o relacionamento com a escola, aluno,

professor, acesso às informações e documentos escolares e contribuições relativas

ao processo de enriquecimento do Projeto Político Pedagógico é fundamental para

que a educação se torne um exercício de democracia, assegurando uma parceria

imprescindível ao trabalho educacional.

Na Escola Estadual do Campo de Vila Nova a equipe Pedagógica e

Direção estão constantemente à disposição dos pais os recebendo sempre que

acharem necessário. Ademais, são realizadas reuniões de inicio de ano para o

conhecimento do Regimento, apresentação dos professores e equipe. Após a

realização de cada Pré-Conselho os pais são convidados a se inteirarem das

dificuldades detectadas no processo de aprendizagem dos filhos. Eventualmente

são feitas reuniões por anos/turma caso seja diagnosticado baixa no rendimento da

turma. Também são convidados a participarem de eventos como comemorações

79

referentes ao Dia das Mães, Dia dos Pais, festas juninas, palestras, amostra

pedagógica entre outros.

Atuação da Equipe Muldisciplinar

Composta a cada 02 (dois) anos e Instituída por Instrução da SUED/SEED, de

acordo com o disposto no art. 8º da Deliberação nº 04/06 – CEE/PR refere-se à

organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenada pela Equipe

Pedagógica, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento de ações

relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de Historia e Cultura

Afro-Brasileira, Africana e Indígena com vistas a tratar a historia desses segmentos

sócio-históricos na perspectiva de contribuir para que o aluno negro e indígena mire-

se positivamente, pela valorização da história de seu povo, da cultura, da

contribuição para o país e para a humanidade. Sua composição dar-se-á por

aclamação e de acordo com a Resolução nº 3399/2010 – GS/SEED deverá ser

composta preferencialmente com maior número de professores/as da área de

humanas. (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte, História,

Geografia, Educação Física, Ensino Religioso) De acordo como o exposto a Equipe

Multidisciplinar da instituição esta assim constituída:

Coordenador: Carlos Eduardo José de Moura

Aline de Fátima Miguel

Angela aparecida Oliveira

Carlos Roberto Baruta

Cristiane Barbosa de Oliveira

Francyane Aparecida Barbosa de Assis

Gislaine Bezerra

Glaucia Cristina Oliveira

Ilui de Fátima Leite

José Alexandre de Lima

Judite Barbosa

Nilza Fernandes Batista da Silva

Osni Rodrigues de Melo

Paulo Alexandre de Lima

Simone Aparecida Lopes

80

Terezinha Aparecida Custódio.

Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar

O plano de trabalho apresentado expõe propostas de ações que

deverão orientar o trabalho contra o racismo e práticas preconceituosas no espaço

escolar; desenvolver ações relativas à educação das relações étnicos raciais e ao

ensino de história e cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena norteando

intervenções pedagógicas que irão integrar o Plano de Trabalho Docente com o

propósito precípuo de desmistificar equívocos históricos, conceituais e culturais da

comunidade negra e indígena. Essa orientação pretende abrir espaço para todos,

ajudando alunos a construírem referenciais positivos de identidade racial.

Ações a serem desenvolvidas

- Subsidiar o Conselho Escolar na realização de ações de enfrentamento ao

preconceito, discriminação e racismo no ambiente escolar, apoiando o corpo

docente, equipe pedagógica, direção, funcionários, pais, mães e alunado.

- Subsidiar as ações da equipe pedagógica na mediação com os professores na

elaboração do Plano de Trabalho docente.

- Diagnosticar o posicionamento do Estabelecimento de Ensino quanto ao trato da

questão etnicorracial no fazer pedagógico;

- promover leitura, discussão e reflexão das Leis 10.693/03 e 11.645/08, bem como

analisar o contexto histórico social de ambas;

-Problematizar na pratica pedagógica cotidiana atividades, projetos e comemorações

que dêem visibilidade aos diferentes sujeitos historicamente discriminados pela

sociedade;

- Organizar e disponibilizar um espaço próprio na biblioteca da escola com: literatura

especifica; imagens; objetos iconográficos; lista de documentários; musicas, entre

outros, voltados para a Historia e Cultura Africana, Afrobrasileira e Indígena;

- Mapear a comunidade para conhecer a historia e percurso de ação da população

negra e/ou indígena da cidade e sua participação em movimentos ou associações;

81

- Pesquisar e sequenciar as contribuições das personalidades negras em diferentes

áreas do conhecimento e das diferentes comunidades tradicionais indígenas;

- Valorizar as ações e políticas por meio de leitura de textos informativos, de

debates, discussões, seminários, que objetivem a promoção da igualdade de

oportunidade, considerando os critérios de igualdade de condições;

- Elaborar uma lista de filmes e recortes fílmicos, textos, literatura, documentários,

narrativa e sites para a socialização com professores e estudantes sobre a temática

Africana, Afrobrasileira e Indígena;

- Apresentar a comunidade escolar o resultado dos trabalhos realizados em sala de

aula por meio de murais, vídeos, seminários, palestras, entre outros;

- Garantir nos documentos próprios do Estabelecimento de Ensino (PPP, PPC, PTD,

Regimento Escolar e Plano de Ação da Direção) praticas pedagógicas concretas e

aplicáveis que possibilitem a operacionalização das ações;

- Identificação dos sujeitos - quem são os afrodescendentes e descendentes de

indígenas na comunidade escolar; professores, funcionários, alunos...

- Enfatizar o desenvolvimento de atividades especificamente nos meses de ABRIL:

indígena e NOVEMBRO: Consciência Negra;

- Oportunizar momentos de estudo e formação teórica com os componentes da

equipe;

- Encontro com os demais profissionais da escola para exposição dos objetivos da

equipe multidisciplinar.

Cronograma:

Ações desenvolvidas até novembro /dezembro de 2011 e propostas

de encaminhamento para 2012 (considerando a avaliação das ações feitas em

2011)

Ainda, objetivando contribuir com o trabalho pedagógico achou-se

pertinente incluir no PPP temas históricos, conceituais e culturais sugeridos pela

Equipe Muldisciplinar referente a todas as disciplinas da Base Nacional Comum que

compõem a matriz curricular relacionados à cultura Afro-Brasileira, Africana e

Indígena.

A Lei nº. 11.645, de março de 2008 altera a Lei 9394, de 20 de

dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que

82

estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo

oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

Brasileira e Indígena”.

Assim, o Art. 26 A da Lei 9394/96, passa a vigorar com a seguinte

redação: “Art. 26 A – Nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino

Médio, públicos ou privados, torna-se obrigatório o estudo da historia e cultura Afro-

Brasileira e Indígena”.

Em cumprimento ao disposto, serão incorporados e atualizados

conteúdos étnico-culturais aos conteúdos estruturantes e básicos que compõem o

campo de estudos de cada disciplina.

Língua Portuguesa

Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a

língua portuguesa. Existem características comuns? Quais as razões? Atualmente

como estão esses países? Qual a composição étnica? Identificar diferenças do

português falado e escrito entre eles. Realizar também estudos e pesquisas dos

estados que abrigam terras indígenas. Quantos são? Todas as etnias falam a língua

indígena? Quais as razões que levam um povo a deixar de falar sua língua materna?

Quais as contribuições da língua indígena para o português? Analisar implicações

da carga pejorativa atribuída ao termo negro e índio e outras expressões do

vocabulário. Elaborar um pequeno dicionário com vocábulos indígena e afro. Ler e

interpretar letras de músicas relacionadas à questão racial. Propor que os alunos

produzam acrósticos, poesias e textos relacionados aos dois segmentos raciais.

História

Ao professor de História recai a parcela maior de responsabilidade

quando se trata de conhecer, estudar e pesquisar a presença do negro e do

indígena na formação da sociedade brasileira. A ele cabe construir um novo olhar

sobre a historia nacional, regional e local, ressaltando a contribuição desses povos

para o nosso país.

Visões equivocadas sobre o negro, o continente africano e o indígena

devem ser desmistificadas. Algumas, entre tantas, podem ser trabalhadas em sala

de aula, a saber:

83

- A Historia do Brasil sob a ótica da historiografia oficial. O Brasil foi descoberto

ou ocupado?

- Estereótipo do índio atrelado ao imaginário do selvagem primitivo

desconsiderando todas as incursões culturais advindas do contato com o não

índio e a dinâmica do tempo.

- Concepção do índio como “preguiçoso” desconsiderando sua visão cultural

sobre o trabalho.

- A idéia do índio genérico desconsiderando a diversidade étnica e cultural que

compõe a singularidade de cada tribo.

- A idéia do índio sem cultura, religião e organização social.

- A do negro visto como escravo: não se pode naturalizar a situação do negro

como escravo, eles não eram escravos, foram escravizados. A África não é uma

terra de escravos. Os povos africanos eram portadores de história, de saberes,

conhecimentos, que na maioria eram transmitidos pela oralidade.

- A África como continente primitivo: a imagem de que o continente africano é

povoado por tribos primitivas em imensas florestas está presente no imaginário

de muitas pessoas.

- A idéia de que o negro foi escravizado porque era mais dócil, menos rebelde

que os indígenas. Omite-se que há uma história de organização e resistência

desde a vinda nos navios negreiros, as fugas individuais e coletivas para os

quilombos, a organização em irmandades, a resistência da cultura nas

manifestações religiosas dos batuques e terreiros, até as formas de negociação

para a conquista da liberdade.

Geografia

A Geografia tendo como objeto de estudo o espaço geográfico e suas

interações, abordará estes segmentos étnicos destacando os contextos:

- A miscigenação que compõe a população brasileira.

- A contribuição do negro e do índio na construção da nação brasileira.

- O movimento do povo indígena e africano no tempo e no espaço.

- A distribuição espacial dos povos indígenas após o processo de demarcação

das terras no Brasil, no Paraná e em São Jerônimo da Serra.

- A importância do espaço geográfico tradicional para os povos indígenas.

84

- A distribuição espacial da população afrodescendente e indígena no Brasil

contemporâneo.

- A distribuição espacial dos quilombos na época da escravidão e atualmente.

- Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam os

limites de terras indígenas e quilombos.

Ensino Religioso

É propiciada ao aluno nas aulas de Ensino Religioso, a oportunidade

de identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação

às diferentes manifestações religiosas presentes na sociedade, de tal forma que

contemplem o sagrado na visão Afro-Brasileira e indígena objetivando o

conhecimento, condição precípua ao respeito.

- Estudo sobre as celebrações religiosas do afrodescendente e sua influência na

cultura brasileira.

- Estudo das concepções do índio (mitologia) sobre a criação do mundo bem como

do surgimento das nações indígenas sob a visão do sagrado.

- A religiosidade como aspecto de dominação e homogeneização da cultura indígena

e africana.

- Sincretismo religioso – união das crenças africanas ao catolicismo.

- Estudo sobre as religiões africanas presentes no Brasil.

Arte

O multiculturalismo é o denominador comum dos movimentos em

busca da democratização da educação, portanto, a presença de elementos das

culturas de matriz africana e indígena, na disciplina de Arte, se constitui num recorte

fundamental para o reconhecimento identitário destes segmentos étnicos nas

diferentes produções artísticas.

- Identificação e registro das pessoas que desenvolvem atividades artísticas nas

terras indígenas localizadas em São Jerônimo da Serra. Tal tarefa de investigação

pode ser feita a partir de perguntas como: são as mulheres que fazem artesanato ou

são os homens? Se forem as mulheres, com que idade podem ser iniciadas nessa

atividade? Quem executa os cantos? Quais as canções podem ser executadas pelos

homens e quais pelas mulheres? Em que situações isso acontece? Há especialistas

85

em determinadas modalidades de arte? Quem são essas pessoas, o que fazem e

como trabalham? Que conhecimentos específicos dominam? Com quem

aprenderam?

- A contribuição artística da cultura africana na formação da Música Popular

Brasileira: origem do batuque, do lundu e do samba, entre outros.

- Conhecimento de técnicas e materiais utilizados por outros povos indígenas e não-

indígenas. Comparar estilos e formas de produção e apreciação.

- Manifestação corporal expressa no folclore brasileiro.

- Explorar os conteúdos sobre formas e padrões (físico e matemático) presentes nas

artes indígena e africana (artesanato, pintura, arquitetura, musica, estamparia,

objetos decorativos).

- Artistas plásticos como Mestre Didi (Bahia-Brasil) presença e influência da arte

africana nas obras de artistas contemporâneos.

Ciências

Embora a definição que criaram de ciência para se referir aos povos

não-europeus, como raças inferiores incapazes intelectualmente, já que estes não

teriam criado a mesma forma de conhecimento primeiramente filosófico e depois

cientifico ainda prevaleça, fazer ciência e tecnologia é parte da atividade humana. As

sociedades indígenas e africanas, em sua longa e diversificada trajetória, também

produziram conhecimento sobre o ser humano e a natureza e, muitos deles, foram e

ainda são referências para a investigação ou reconhecidos em seus fundamentos

científicos pela ciência moderna.

- Estudo sobre teorias antropológicas.

- Desmistificação das teorias racistas, destituídas de significado e pseudo-

superioridade racial.

- Estudo acerca de outras explicações, fundamentadas no conhecimento indígena e

afro, sobre o céu e seus fenômenos.

- Estudos sobre os impactos das novas atividades econômicas sobre a organização

social dos povos indígenas.

- Contribuições dos povos africanos, seus descendentes e povos indígenas para os

avanços da Ciência e Tecnologia.

- Tecnologia tradicional indígena e africana.

86

Educação Física

O estudo das práticas corporais é muito importante no aprendizado e

está presente na estrutura da cultura de matriz africana e indígena constituindo-se

em uma valiosa ferramenta de aproximação e abordagens para o trabalho com estas

culturas agregando fatores sociais, políticos e culturais.

- Brinquedos e brincadeiras da cultura indígena e africana e sua ressignificaçao nas

praticas corporais desses dois segmentos étnicos.

- Articulação dos conhecimentos específicos da Educação Física com os

conhecimentos tradicionais da cultura afro e indígena relacionadas a jogos, danças e

brincadeiras.

- Estudo das praticas corporais da cultura negra e indígena, em diferentes

momentos históricos.

- Jogos praticados no Brasil pelos afrodescendentes e indígenas numa perspectiva

histórica.

- A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como

elemento da cultura corporal. Através da capoeira, torna-se possível resgatar a

historicidade do negro, desde o momento em que foi retirado do continente africano.

Matemática

O saber matemático é fundamental para a compreensão da

realidade e está, neste sentido, intimamente articulado às atividades cotidianas que

cada sociedade, em sua singularidade cultural, desenvolve. Não se trata

simplesmente, de lidar com números e fazer contas; o estudo dos números e

operações aritméticas é apenas um dos campos da matemática. Este conhecimento

pode estar expresso nas formas diferenciadas de conceber o espaço; nos padrões

geométricos da tecelagem, cestaria ou pintura corporal; nos distintos modos de

delimitar ou medir a passagem do tempo, ou seja, cada grupo étnico tem formas

próprias de “matematizar”.

87

- Estudo e pesquisa dos diferentes sistemas numéricos e das varias maneiras que

os indígenas e os africanos utilizavam para contar objetivando uma melhor

compreensão das varias matemáticas.

- Análise de documentos oficiais como portarias e decretos, que estipulam as

demarcações de terras indígenas e quilombos no intuito de compreender as noções

de medidas e de unidade de medidas.

- Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população afrodescendente e

indígena (numero demográfico, renda e escolaridade). Análise de pesquisas

relacionadas ao mercado de trabalho no país. Realização com os alunos de

pesquisas de dados no município relacionada à população negra e indígena. A

coleta de dados propiciará aos estudantes capacidade de analisar e refletir sobre a

cultura afro-brasileira e indígena e as situações de desigualdades que vivenciam. De

posse dessas informações lhes serão revelados as causas e como se originam essa

cultura discriminatória.

Acompanhamento das Atividades em Contraturno

A equipe pedagógica é peça fundamental no espaço escolar, pois

busca integrar os envolvidos no processo educacional no sentido de propiciar o

suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas ao

trabalho concernente ao ensino e à aprendizagem.

Em decorrência, a sala de apoio, que funciona no contraturno

ofertada aos alunos do 6º e 9º ano para reforço e recuperação de conteúdos nas

disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática esta sob a coordenação da equipe

pedagógica que atua organizando a hora atividade do professor no sentido de

garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico; acompanha e

orienta o processo de elaboração do Plano de Trabalho Docente; disponibiliza e

subsidia com material de estudo para reflexão e aprofundamento de temas e

situações relativas ao trabalho do professor com vistas a propostas de intervenções

pedagógicas que se fizerem necessárias; acompanha os aspectos de socialização e

aprendizagem dos alunos, realizando contato com a família objetivando a promoção

do aluno.

Matriz Curricular – Parte Diversificada

88

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n°

9.394/96; as Diretrizes Curriculares da Educação da Rede Pública Estadual de

Educação Básica do Estado do Paraná e ao que estabelece a Instrução nº

021/2010-SUED/SEED na Parte diversificada da Matriz Curricular deverá estar

especificada uma Língua Estrangeira como disciplina obrigatória, definida pela

comunidade escolar, observando-se a disponibilidade de professor habilitado e as

características da comunidade atendida.

Em cumprimento a este arcabouço legal, a Escola Estadual

do Campo de Vila Nova – Ensino Fundamental obedecendo ao critério da

disponibilidade do professor e consenso da comunidade escolar optou pela

oferta de ensino da Língua Inglesa.

Calendário Escolar

O calendário escolar é o instrumento que marca o ritmo das atividades da

escola definindo as datas dos principais eventos (primeiro e último dias de aula,

eventos especiais de caráter geral) e o número de dias letivos/horas no ano.

Portanto, sua elaboração deve estar em consonância com o estabelecido

pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 bem como, com a linha de trabalho proposta

pela escola. Prevendo um mínimo de 200 dias letivos no ano, com um mínimo de

800 horas de atividades que envolvam professores e alunos.

Obedecido ao critério universal de observância do mínimo de dias letivos

estabelecidos pela LDB, a instituição, a partir das opções de calendários

disponibilizados anualmente pela SEED, apresenta-os aos segmentos da escola,

após apreciação, analisa o que mais se adequar ao sistema de transporte escolar,

que atende as cinco escolas localizadas na zona rural. Esta particularidade é

considerada condicionando a escolha ao modelo mais votado pelas Instituições da

Rede Estadual de Ensino do município.

89

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOAnexo da Resolução N º 4901/2011- GS/SEED

CALENDÁRIO ESCOLAR – 2012 - E. E. DO CAMPO VILA NOVA - ENSINO FUNDAMENTALConsiderados como dias letivos: semana pedagógica (06 dias); formação continuada (02 dias); replanejamento (01 dia);

reunião pedagógica (01 dias) – Delib. 02/02-CEE

Janeiro Fevereiro Março

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 1 2 3

1 2 3 4 5 6 7 5 6 7 8 9 10 11 17 4 5 6 7 8 9 10 21 8 9 10 11 12 13 14 12 13 14 15 16 17 18 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias

15 16 17 18 19 20 21 19 20 21 22 23 24 25 18 19 20 21 22 23 24

22 23 24 25 26 27 28 26 27 28 29 25 26 27 28 29 30 3129 30 31 1 Dia Mundial da Paz 20 a 22 Carnaval

Abril Maio Junho

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 1 2

90

8 9 10 11 12 13 14 19 6 7 8 9 10 11 12 21 3 4 5 6 7 8 9 19

15 16 17 18 19 20 21 dias 13 14 15 16 17 18 19 dias 10 11 12 13 14 15 16 dias

22 23 24 25 26 27 28 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23

29 30 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30

6 Paixão 1 Dia do Trabalho 7 Corpus Christi

21 Tiradentes

Julho Agosto Setembro

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 7 3 1 2 3 4 1

8 9 10 11 12 13 14 dias 5 6 7 8 9 10 11 23 2 3 4 5 6 7 8 19

15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias

22 23 24 25 26 27 28 9 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22

29 30 31 dias 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29

30

07 Dia do Func. de Escola 7 Independência

Outubro Novembro Dezembro

D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 1 2 3 1

7 8 9 10 11 12 13 19 4 5 6 7 8 9 10 18 2 3 4 5 6 7 8 13

14 15 16 17 18 19 20 dias 11 12 13 14 15 16 17 dias 9 10 11 12 13 14 15 dias

21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22

28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29

30 31

12 N. S. Aparecida 2 Finados 25 Natal

15 Dia do Professor 15 Proclamação da República

11 Feriado Municipal 20 Dia Nacional da Consciência Negra

Dias Letivos Férias Discentes Férias/Recesso/Docentes

1° Semestre 100 Janeiro 31 janeiro/férias 30

2° Semestre 101 fevereiro 7 janeiro/julho/recesso 15

Total 201 julho 18 dez/recesso 12

dezembro 12 outros recessos 3Total 68 Total 60

Início/Término

Férias Formação Continuada SEED e NRE

Recesso Formação Continuada

Feriado Municipal

Semana Pedagógica

Conselho de Classe Reunião Pedagógica

Integração Escola/Comunidade Planejamento/Replanejamento

91

Proposta de Inclusão Educacional

A Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado

na concepção de direitos humanos, conjugando igualdade e diferença como valores

indissociáveis. Trata-se de uma reestruturação da cultura, prática docente e das

políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos

alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebendo o sujeito e

suas singularidades, objetiva o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social

de todos.

A Educação Inclusiva não deve ser confundida com Educação Especial,

embora a contemple. Tem por princípio básico estar atenta à diversidade inerente à

espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais

de todos os sujeitos alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de

ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de

todos.

A proposta de trabalho desta Instituição de Ensino para a inclusão

educacional não prevê a utilização de métodos e técnicas para esta ou aquela

deficiência ou dificuldade de aprender por entender que os alunos aprendem nos

seus limites e, o professor, consciente de que oferta um ensino de qualidade, levará

em conta essa condição e explorará convenientemente as possibilidades de cada

um. Não se trata de uma aceitação passiva do desempenho do aluno, mas agir com

realismo e coerência admitindo que a escola existe para formar as novas gerações e

não apenas alguns alunos, os mais capacitados e privilegiados.

Além desta proposição, o trato com temas abordando a diversidade

cultural, étnica, de gênero e de condição social serão tomados como constructos

epistemológicos imprescindíveis a uma formação humana e necessária ao respeito

pelas diferenças que se traduz em inclusão social.

Prevenção e Uso Indevido de Drogas

O encaminhamento proposto implica tratar a prevenção e uso

indevido de drogas de maneira crítica, histórica e pedagógica articulada aos

92

conteúdos das diferentes disciplinas da Grade curricular contribuindo para que o

jovem pense e reflita de maneira crítica sobre sua vida, suas escolhas, seus

desejos, suas frustrações e futuro.

Assim sendo, o trabalho pedagógico sobre a prevenção e uso

indevido de drogas vai além das discussões do campo biológico e perpassam outras

áreas do conhecimento como as Ciências Humanas e Exatas, possibilitando que

diferentes disciplinas da grade curricular possam contribuir por meio de seus

conteúdos historicamente construídos e embasados no conhecimento científico.

Apresentamos uma relação de assuntos, os quais se encontram articulados com a

problemática das drogas e permitem aos professores estabelecerem conexões com

suas respectivas disciplinas numa dimensão filosófica e científica que irá imprimir o

elemento da interpretação ou significação. Dessa forma, o esforço consiste em

estipular por meio de conceitos e pressupostos um ponto de partida, uma base para

abordar o tema.

- Sociedade Contemporânea: Toda a abordagem sobre drogas no contexto escolar

deve necessariamente partir do conceito de Sociedade Contemporânea. Assim, é

preciso estabelecer as características desta sociedade, conhecê-la e desvelar suas

representações e discursos, tendo em vista a necessidade de viver e conviver em

contextos, nos quais predominam a injustiça e desigualdades sociais, a pobreza, o

racismo, o sexismo, o preconceito e a discriminação diante de tantas situações.

Desta forma, a compreensão crítica e histórica desta sociedade objetiva uma

reflexão sobre as representações dos usos indevidos de drogas, a fim de romper

com os estigmas que foram conferidos pelo capitalismo, pela mídia e pelas

concepções neoliberais de organização da sociedade.

- Drogas: ações e efeitos: O uso de drogas consiste num fenômeno complexo

resultante da combinação de pelo menos três fatores fundamentais: o sujeito, o

produto (droga) e o contexto sócio-cultural. Portanto, é preciso considerar os

conceitos de drogas, de uso indevido, de dependência, de tolerância e de síndrome

de abstinência, entre outros, os quais devem ser explicados a fim de que se tenha o

entendimento da concepção de drogaçao na sociedade contemporânea e por

extensão na escola. Considera-se importante neste tópico sobre as drogas: a

classificação quanto à origem (naturais, sintéticas e semi-sintéticas); os mecanismos

de ação nos organismos (depressoras, estimulantes e alucinógenas); a legalidade

(lícitas e ilícitas); os tipos dês usuários quanto a freqüência (experimentadores,

93

ocasional, habitual e dependentes). Esta abordagem precisa ser discutida à luz de

um referencial teórico-crítico e consistente o qual permitirá compreender as relações

de poder que se estabelecem acerca da produção, distribuição e consumo.

- Mídia e drogas: Discutir e compreender representações da droga na mídia é

imprescindível na medida em que está vinculada aos interesses econômicos,

reproduzindo e legitimando o discurso neoliberal. Nesse processo, são construídos

discursos hegemônicos direcionados à juventude, que associam as drogas,

especialmente, às bebidas alcoólicas como substancias úteis aos sujeitos, utilizadas,

principalmente, nas horas de lazer, também as responsabiliza por grande parte dos

atos de violência.

Legislação específica: É importante conhecer as legislações brasileiras sobre as

drogas, pois, fixam normas e as definem como lícitas ou ilícitas. O conhecimento da

Lei relacionada às disposições sobre o uso, consumo e produção de drogas trazem

esclarecimentos significativos para a compreensão das relações que se

estabelecem na sociedade, pensando em sua organização mais justa.

Narcotráfico: Embora seja um assunto árduo, denso e pouco discutido no âmbito

escolar, torna-se relevante no debate pedagógico. Sua importância decorre da

necessidade de por em pauta as relações de poder que se estabelecem,

praticamente, em todas as classes sociais e nos diversos segmentos da sociedade

contemporânea. Relações de poder, trabalho e de classe inserem-se nesse debate e

permitem discutir questões relacionadas ao narcotráfico, como o desemprego, o

trabalho informal, a desigualdade social, a fome, a violência, entre outros. Por

conseguinte, trata-se de um assunto a ser abordado no contexto das diversas

disciplinas escolares. Também é possível contemplar na discussão a definição dos

papeis da Policia Civil, Militar e Federal, Ministério Publico, Judiciário e Sistema

Prisional, bem como as relações de poder entre rotas de trafico, grupos rivais,

corrupção de autoridades, aliciamento de menores, produção e consumo de drogas,

lucratividade e prejuízos trazidos à sociedade, em decorrência de tais práticas.

- Violência: A violência não é um atributo exclusivo da sociedade contemporânea,

pois, em outros momentos da historia ela também se fazia presente. No entanto, a

mídia tende a destacar as manifestações e associá-la ao uso e ao comercio ilegal de

drogas, supervalorizando a associação entre crimes, violência e drogas. O uso

abusivo de drogas não restringe suas conseqüências aos acidentes de transito, a

cenas de brigas em bares ou entre traficantes, mas também envolve o ambiente

94

familiar. Portanto, a violência vinculada às drogas ocorre em diferentes contextos,

envolvendo sujeitos em suas diversas identidades culturais que os colocam em

situações, por vezes, conflitantes tanto na relação pessoal quanto coletiva. As ações

a serem desenvolvidas no decorrer do ano letivo constituem-se de decorrências dos

conteúdos trabalhados e serão apresentados e solicitados à medida que forem

sendo abordados os temas com ênfase especial aos dias destinados à reflexão

sobre Uso indevido e prevenção contra as drogas.

• Consultar, a partir da seleção de sítios pelo professor, gráficos, bancos de dados,

vídeos e textos específicos que subsidiarão o desenvolvimento de uma análise

crítica acerca do uso de drogas e sua conseqüência para a saúde física e saúde

social envolvendo as disciplinas da área de conhecimento das Ciências

Humanas e Exatas;

• Palestras com profissionais da saúde do município, PROERD (Programa

Educacional de Resistência às Drogas e Violência) e Patrulha Escolar sobre o

tema em questão envolvendo as disciplinas de Língua Portuguesa, Ciências e

Geografia que será decorrência das relações estabelecidas nos conteúdos

trabalhados a partir dos recortes epistemológicos que propiciem a abordagem da

temática;

• Excursão ao Centro de Recuperação de Dependentes Químicos em São

Jerônimo da Serra envolvendo a disciplina de Ciências e Ensino Religioso

objetivando conhecer o trabalho desenvolvido, conseqüências para o organismo,

formas de tratamento e, através do contato com essa realidade, adquirir

elementos para dialetizar questões como escolhas, desejos, frustrações e futuro

condicionados à pessoa que se deixou levar pela dependência química;

• Palestras com depoimento de ex-usuários com relatos de experiências e

exposição de trabalhos realizados tais como textos dissertativos, charge,

gráficos, poesias e apresentação de musica com dança retratando o tema.

Reorganização do Trabalho Pedagógico

A escola deve ser lugar de apropriação crítica e sistematizada, lugar

de questionamento do saber instituído e de produção criativa de conhecimentos

novos, vinculados às necessidades da comunidade à qual esta escola serve.

95

Portanto, temos como meta desenvolver um trabalho através do

diálogo, um trabalho coletivo onde, professores, equipe pedagógica, equipe

administrativa e agentes educacionais desenvolvam suas ações educativas tendo

como partida os mesmos objetivos, trabalhando em prol dos educandos e pela

escola. Neste sentido, a escola se propõe a trabalhar com o compromisso de

desenvolver atitudes e posicionamento que permitam ao educando pensar, expor

suas próprias idéias, buscar respostas, no conhecimento cientifico, aos desafios

presentes em sua realidade para transformá-la e interagir criticamente.

É importante que as ações pedagógicas estejam voltadas ao

fortalecimento dos nossos alunos na busca de respostas que atendam às

necessidades individuais e à auto-estima campesina. É preciso pensar um processo

que desenvolva a capacidade critica e de construção de significado, sem perder de

vista o conhecimento produzido historicamente pela humanidade. É necessário

lembrar que o conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre

descobertas, dúvidas retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes

nunca irá prosseguir de forma homogênea em relação a um tema de estudo,

compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas

estratégias cognitivas, alguns levarão mais tempo do que outros na execução das

tarefas pedagógicas, o que não significa que deixarão de alcançar o objetivo final

proposto pela escola.

Em decorrência, as ações pedagógicas serão selecionadas de

maneira que propiciem ao educando o intercambio sociocultural campo cidade,

valorizando ações de conservação ao meio ambiente, a ética, a formação de

atitudes, a solidariedade, o sentido de liberdade com responsabilidade e a vontade

de divulgar o próprio pensamento com eficiência e igualdade nas condições de

argumentação.

Projetos e Atividades Pedagógicas

Os alunos deste Estabelecimento de Ensino estão sendo

contemplados com os seguintes projetos e atividades:

• Tempo de Aprender: desenvolvido com alunos de 6º e 7º ano, quando for

diagnosticada a necessidade de reforço, envolvendo as disciplinas de Geografia,

96

História, Arte e Educação Física onde são destinados 15 minutos da aula para a

retomada de conteúdos (ortografia, caligrafia, estética e coesão textual como

também, diferentes estratégias para resolução de problemas que envolvam as

quatro operações matemáticas básicas para cálculos). O objetivo é retomar

situações de aprendizagens com defasagem de apreensão com o intuito de levar o

aluno a perceber que adquirir proficiência nos conhecimentos relacionados às

disciplinas elencadas, passa pela relação estabelecida entre saberes trabalhados

em Matemática e Língua Portuguesa num movimento de complementaridade e

continuidade dos processos de aprendizagens.

. A estratégia e abordagem metodológica se darão partindo da

contextualização enfocando situações cotidianas do alunado e comunidade, porém

tomando sempre o objeto de conhecimento das disciplinas em questão como aporte

na proposição de atividades solicitadas como atividade extraclasse (tarefa). Desta

forma, para melhor entendimento do projeto, quando o professor de Geografia

propuser uma produção de texto fundamentado pelo conteúdo básico, Relações

entre Campo e a Cidade na Sociedade Capitalista, cuja abordagem seja o

esvaziamento populacional do bairro rural de Vila Nova, além de estar trabalhando a

Geografia numa perspectiva humana, capitalista e espacial, a produção textual do

aluno, proposto como tarefa, terá como critério de avaliação a coesão, ortografia e

estética. A partir da verificação o professor estará reforçando conhecimentos da

Língua Portuguesa. Os conhecimentos matemáticos poderão ser abordados com o

cálculo da diferença populacional antes e depois da migração utilizando a linguagem

matemática como a construção de gráficos para exposição de resultados.

Utilizando a mesma temática, a disciplina de História ao abordar os

aspectos históricos locais, como exemplo, o ciclo do algodão no bairro, poderá

levantar questões que poderão ser aproveitadas numa produção textual ou cálculos

envolvendo a renda per capta, antes e depois do ciclo, no qual o objetivo precípuo

seja retomar conhecimentos da disciplina de Matemática e Língua Portuguesa e

consequentemente levantar questionamentos acerca dos condicionantes sociais e

econômicos na história do homem comum. A disciplina de Arte, dentro da mesma

temática e, fundamentada pelos conteúdos básicos ritmo, melodia e gênero, poderá

trabalhar com textos, produzidos pelo aluno ou pesquisa sobre as músicas e

cantigas que faziam parte da cultura local, utilizando a apropriação do conhecimento

artístico como estratégia para retomar saberes da Língua Portuguesa necessários à

97

produção textual. Já os saberes matemáticos poderão ser trabalhados a partir da

contagem de passos necessários ao desenvolvimento da dança, multiplicação

desses passos por número de participantes. Utilizando a disciplina de Arte na

resolução de problemas envolvendo as quatro operações matemáticas básicas para

cálculos, dentro desta mesma temática, a estratégia poderá ser a quadrilha junina na

qual o número de participantes, a divisão em pares, a área adequada para a

execução da dança, o tempo necessário à apresentação poderão ser utilizados

como argumentos na resolução de problemas matemáticos e posteriormente

utilizados como critérios na organização da quadrilha e festa junina da escola. Neste

mesmo sentido, a produção de textos abordando a origem da dança local,

características ainda predominantes, as transformações sofridas no decorrer do

tempo com análise feita a partir de fotografias de época e relatos de moradores

antigos subsidiarão a produção textual que concomitantemente estará aprofundando

conhecimentos históricos localizados valorizando a identidade do aluno e população

como também, propiciando momentos de retomada de conteúdos em Língua

Portuguesa pertinentes à coesão, estrutura textual e ortografia. A disciplina de

Educação Física neste mesmo encaminhamento poderá abordar conteúdos de

Língua Portuguesa, através de pesquisa com moradores mais antigos e mesmo pais

dos alunos, sobre campeonatos de futebol realizados na ocasião do ciclo do algodão

discorrendo sobre nomes dos times, jogadores que se destacaram, transformações

ocorridas nas regras... Por sua vez, os conhecimentos matemáticos poderão, dentro

da mesma temática, ser utilizados tomando o campo de futebol como ponto de

partida para cálculo de área, situação problema envolvendo o levantamento de

custos para manutenção do campo e equipamentos esportivos, construção de

maquete por envolver escalas menores.

As sugestões de atividades propostas visam colaborar no sentido de

sugerir possibilidades de interdisciplinaridade a partir do objetivo do projeto, no qual

o professor assume o papel de transmissor reunindo conteúdos de outras disciplinas

tratando de relacioná-los em torno de saberes não bem apreendidos, ressaltando os

aspectos situacionais na absorção do conhecimento, concebendo a intervenção

pedagógica de modo a promover e modificar aprendizagens.

• Fera com Ciência: participação dos alunos neste evento estadual, no qual são

apresentados trabalhos pedagógicos e artísticos desenvolvidos pela escola.

98

• Festa Junina – comemoração anual que ocorrerá sempre no mês de junho com

resgate dos valores do homem do campo tendo em vista a escola estar inserida

neste contexto como também, revelando seu envolvimento educacional situado

na realidade campesina local. Na execução desse projeto estarão envolvidos os

professores de todas as disciplinas partindo do entendimento do campo como

modo de vida social que contribui para auto-afirmar a identidade dos povos do

campo, para valorizar o seu trabalho, a sua historia, o seu jeito de ser, os seus

conhecimentos, a sua relação com a natureza e como ser da natureza. Portanto,

a festa junina será um desdobramento do trabalho pedagógico no qual deverá

acontecer e ser compreendida, a partir dos conteúdos específicos abordados em

sala de aula que emergem dos conteúdos básicos de todas as disciplinas que

compõem a grade curricular. Assim sendo, o modo de vida camponês,

transformações culturais costumes, relações de trabalho, familiares, religiosas,

de diversão e festas estarão fundamentadas pelo objeto de conhecimento de

cada disciplina.

• Projeto de chuva: desenvolvido no decorrer do ano com todas as turmas visando

atender aos alunos, usuários do transporte escolar, que em decorrência do

tempo chuvoso e das condições da estrada ficaram impedidos de chegar à

escola. Não se trata de recuperação paralela, mas novamente tomar o plano de

trabalho docente desenvolvido na aula anterior e através de atividades

impressas, escritas e atividades para casa, propiciar acesso aos conhecimentos

ministrados na aula que o aluno perdeu. Este projeto fará parte permanente do

trabalho pedagógico desenvolvido pela escola em razão de atender a uma

necessidade que já se incorporou ao cotidiano da instituição.

• Mostra Pedagógica – Expor, sempre no final do mês de outubro e em dia não

letivo, ou seja, aproveitando o sábado por se tratar de um evento cultural

direcionado à comunidade, os trabalhos referentes a todas as disciplinas

elaborados pelos alunos no decorrer do ano tais como cartazes, trabalhos

artísticos elaborados na disciplina de Arte, experiências científicas, maquetes,

produções de textos de autoria do aluno, apresentação de dança e teatro

99

alusivos aos desafios educacionais contemporâneos. Seu objetivo se constitui

em divulgar para a comunidade o trabalho desenvolvido pela escola durante o

ano. Para tanto, todo o coletivo escolar estará envolvido na organização,

divulgação, disposição dos trabalhos e acolhimento do publico. Os alunos

estarão à disposição dos visitantes explicando o conteúdo dos trabalhos

expostos dando os esclarecimentos necessários.

• Jogos Escolares – Realizado no segundo semestre com data condicionada ás

condições da prefeitura municipal tendo em vista acontecer nos finais de semana

e ser necessário mobilizar os motoristas do transporte escolar. A participação

dos alunos no torneio de futebol escolar do município tem por objetivo promover

incentivo ao esporte, a prática de atividades saudáveis, integração com outras

escolas e socialização.

Educação Ambiental

A Educação Ambiental que concebemos deverá ser uma pratica

educativa integrada, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos de

ensino. Não tem por objetivo conscientizar por entendermos que a consciência é

construída internamente através das experiências e estímulos recebidos em nossa

vida. O intuito é sensibilizar os alunos para que construam a consciência ambiental e

para tanto será trabalhada dando cumprimento a Lei Nº 9795/99 que institui a

Política Nacional de Educação Ambiental; dentro de uma concepção crítica num

entendimento de que a realidade das condições sócio-ambientais atuais exige uma

reflexão centrada na inter-relação entre saberes e praticas coletivas que criam

identidades e valores comuns e ações solidárias; identificando a interdependência

das relações entre sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e

culturais e, por fim, desenvolver um trabalho marcado pela ação interdisciplinar.

Portanto, as ações expostas abaixo serão decorrências de um trabalho

contextualizado aos conteúdos disciplinares e se configurando como resultado das

experiências e estímulos provocados pela abordagem crítica de todas as disciplinas

acerca das questões ambientais.

100

• Coletar e expor materiais que agridem o meio ambiente acompanhado de textos

e cartazes informando o tempo de decomposição dos mesmos e a forma de

agressão que causam;

• Formação da horta escolar;

• Visita ao Museu de Historia Natural de Cornélio Procópio;

• Palestras com técnicos da EMATER (Empresa Paranaense de Assistência

Técnica e Extensão Rural) para conhecimento das ações e projetos

desenvolvidos no município;

• Palestra com o Secretario do Meio Ambiente Municipal abordando os impactos

ambientais no município;

• Exposição da Agenda 21 Estadual e Municipal para conhecimento do coletivo

escolar e comunidade acompanhada de textos produzidos pelos alunos com

análise, opinião e sugestões;

• Produção e proposição da agenda 21 Escolar.

Envolvimento das Instancias Colegiadas

A escola democrática é aquela que está aberta ao diálogo intenso

com toda a comunidade escolar envolvendo o coletivo no trabalho educacional como

um todo.

Por acreditar que a democracia na escola só se efetivará se puder

contar com a participação da comunidade, as instâncias colegiadas desta instituição

se constituem em espaços de representação dos segmentos da escola quais sejam

comunidade, pais, professores, funcionários e alunos. É pela utilização desses

espaços, que a gestão democrática ganha força podendo transformar a realidade

escolar. Isso depende das relações que se estabelecem entre as instancias

colegiadas e direção da instituição como também, do constante diálogo que permite

a todos os membros envolvidos rediscutir os caminhos, analisar as experiências

vividas, os desafios, os avanços e criar novas possibilidades.

Para a Escola Estadual do Campo de Vila Nova – Ensino

Fundamental as instâncias colegiadas têm possibilitado novas formas de gestão

através de uma administração coletiva em que todos participam dos processos de

decisões e do acompanhamento, execução e avaliação das ações escolares que

101

envolvem as questões administrativas, financeiras, pedagógicas e aquelas

concernentes aos desafios sociais presentes na escola. Desta forma, a Equipe

Diretiva, APMF, Conselho Escolar, Equipe Pedagógica e Agentes Educacionais são

protagonistas imprescindíveis ao processo de consistência e qualidade educacional

que se almeja no projeto político pedagógico desta instituição.

Diretrizes Curriculares norteadoras da Proposta Pedagógica Curricular

O currículo como configurador da prática, produto de ampla

discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com

organização disciplinar é a proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Básica

para a rede estadual de ensino do Paraná, no atual contexto histórico.

Não se trata de uma idéia nova, já que, num passado não muito

distante, fortes discussões pedagógicas se concretizaram num documento curricular

que se tornou bastante conhecido, denominado Currículo Básico. (DCEs, 2008)

No entanto, é sabido que a visão de conhecimento fragmentada da

escola publica ainda perdura em muitas unidades escolares de ensino, e dentre os

motivos alegados é que, a sua implementação surge pela imposição da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN e das tendências neoliberais que

têm seu objetivo centrado no desenvolvimento de competências e habilidades

necessárias para viver e conviver sustentando uma base de desenvolvimento

imposta pela hegemonia econômica instituída pelo governo e pelos bancos

internacionais de financiamento. Dessa forma, a educação é estruturada mediante a

ótica mercantilista, ou seja, incentivar a competição de forma que os alunos (os

melhores) desenvolvam capacidades que lhes permitam produzir e usufruir dos bens

culturais, sociais e econômicos e não por ser uma necessidade da escola e uma

defesa do seu coletivo.

O desafio que se apresenta antes de tudo é romper com a idéia de

ver o aluno como mero objeto do processo ensino aprendizagem e/ou apenas um

numero para aumentar as estatísticas das políticas públicas educacionais. Trata-se

de desafiar a pretensa estabilidade e o caráter histórico do conhecimento produzido

no mundo ocidental sob a ótica dominante, confrontar diferentes pontos de vista,

diferentes obras literárias, diferentes interpretações dos eventos históricos. Trata-se

de questionar a lógica eurocêntrica, crista, masculina, branca e heterossexual que

102

até agora informou o processo pedagógico, assim como permitir o confronto com

outras maneiras de ver o mundo.

Se nossa pretensão é formar cidadãos aptos a agirem socialmente,

integrando-se, participando, tendo o conhecimento mínimo necessário para atuar na

sociedade, o trabalho pedagógico deve começar ensinando o conhecimento

historicamente construído, proporcionando o saber sistematizado e elaborado de

que necessita para compreender o mundo que habita, bem como, lhe dar condições

de prosseguimento aos estudos. Nesse sentido, espera-se que o conhecimento

conjugado às condições sociais, econômicas, ideológicas e históricas para dar conta

de atender ao pressuposto na nossa pretensão na qual, fica bem demarcado o

conceito de conteúdos de ensino como conceitos e teorias que constituem sínteses

da apropriação histórica da realidade material e social pelo homem.

Retomando a matriz teórica que fundamentou a proposta de ensino-

aprendizagem de todas as disciplinas do Currículo Básico, documento norteador da

educação estadual até o final da década de 90, as DCEs surgem como fruto deste

ideal de educação onde o materialismo histórico dialético, a interdisciplinaridade e as

teorias críticas sustentam a práxis docente e a opção por um currículo disciplinar.

No entanto, as demandas sociais do século XXI atreladas aos novos

postulados emergentes de um contexto filosófico voltado para a valorização da

diversidade, atributo da democracia, rompeu com a prerrogativa de seguir

irrestritamente o caráter prescritivo do Currículo Básico que determinava os saberes

a serem trabalhados em sala de aula sem acrescentar ou suprimir nenhum deles.

Neste aspecto reside o grande diferencial das DCEs quando delega ao professor,

enquanto mediador do conhecimento, tomar também a dimensão artística, filosófica

e científica do saber como pressuposto indispensável na proposição de conteúdos e

direcionamento metodológico.

Partindo dos conteúdos que estruturam o conhecimento cientifico e

justificam a apreensão de conceitos necessários ao entendimento do objeto didático

em questão, situações pontuais e/ou gerais são trazidas como saber tendo como

base diversas abordagens decorrentes dos variados campos da ciência que origina

as disciplinas componentes da matriz curricular.

Neste contexto, a interdisciplinaridade toma um novo significado na

medida em que é vista não só sob o ponto de vista metodológico, mas,

considerando e apontando situações de aprendizagens que vão converter uma

103

determinada circunstancia social em conteúdo fundamentado pelas disciplinas e a

ciência que as referencia. Em síntese, delega à escola e aos professores a liberdade

de incluir e tratar como conteúdo escolar as problemáticas sociais da comunidade

para qual centra sua ação educativa numa perspectiva micro e macro analítica sem

perder de vista os conceitos básicos científicos de sustentação do saber.

A forma como os conteúdos vão ser trabalhados passa pela reflexão

acerca da mediação e pela intenção de incorporar construções de possibilidades

para a emancipação humana e, em decorrência, pelo método dialético em que o

conhecimento é configurado a partir da própria realidade. Sua base de sustentação

principal encontra-se na compreensão da gênese de seus fundamentos, na sua

concepção.

Rompendo com a idéia de conhecimento útil, do saber prático que

não encaminha para a superação da fragmentação do conhecimento, a práxis

fundamentada no materialismo histórico e na inter-relação com todas as disciplinas

componentes da Matriz Curricular sinaliza o encaminhamento didático filosófico,

recolocando a ênfase sobre o aluno, organizando o conhecimento escolar de forma

a privilegiar os princípios do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia, os quais

devem perpassar todo o trato com os conteúdos escolares.l

Plano de Ação da Escola

A Escola Estadual do Campo de Vila Nova irá atuar no ano letivo de

2012 com vistas á realização das ações abaixo relacionadas.

Ações em relação aos alunos:

- ampliar a sala de apoio para o atendimento dos alunos do 6º e 7º ano;

- palestras de incentivo aos estudos;

- incentivo na participação de projetos e avaliações externas e internas;

Prevenção e acompanhamento da evasão escolar;

- leitura do informativo aos alunos enfatizando os direitos e deveres, a consciência

da liberdade, responsabilidade e respeito;

- encaminhar ao NRE o pedido de solicitação de implantação do Ensino Médio.

Ações em relação ao corpo docente:

- propor o replanejamento das ações sempre que necessário;

- identificar as dificuldades dos alunos e buscar soluções conjuntas para os mesmos;

104

- utilizar os resultados das avaliações externas e internas para propor intervenções

pedagógicas;

- auxiliar o professor no uso dos materiais de apoio pedagógico;

- conscientizar o professor para a necessidade da: pontualidade, organização,

registros atualizados e preenchimento e entrega do livro registro de classe dentro do

prazo estipulado.

Ações relacionadas a integração família/escola:

- apresentar à comunidade escolar o projeto político pedagógico reformulado bem

como os projetos a serem implementados no decorrer do ano letivo;

- contribuir com o processo de integração escola/família/comunidade atuando como

elemento facilitador da comunicação entre eles objetivando tornar efetiva a tarefa

educativa;

- organizar e realizar debates e palestras de interesse e necessidades da

comunidade escolar (agrônomos, médicos, psicólogos entre outras especialidades);

- promover momentos de integração entre escola e família através das

manifestações culturais como: mostra pedagógica, festa junina, comemoração do

dia das mães, pais e estudantes,

- orientar os pais quanto à necessidade e importância no acompanhamento da vida

escolar de seus filhos;

- realização de reuniões bimestrais com o objetivo de prestar contas do trabalho

desenvolvido pela escola e do rendimento escolar.

Avaliação Institucional no PPP

No processo avaliativo, pretende-se reunir, semestralmente,

representante dos segmentos da comunidade escolar e instâncias colegiadas para,

coletivamente, analisar as ações desenvolvidas, refletir sobre aquelas que não foram

realizadas e complementar com novas ações consideradas importantes para os

alunos e a escola.

È fundamental que a avaliação institucional seja, efetivamente,

realizada de forma continua e que o acompanhamento esteja voltado para a análise

dos aspectos qualitativos e quantitativos visando a melhoria e o desenvolvimento do

105

aluno, o aprimoramento do professor, a coerência entre teoria filosófica e prática

docente, o envolvimento das instâncias colegiadas no que concerne ao

acompanhamento da diretriz didático-pedagogica que conduz o PPP, bem como,

projetos voltados para a realidade social do aluno, acompanhamento das atitudes,

procedimentos e nível de conscientização do quadro funcional enquanto agentes

parceiros do processo educacional. Enfim, se inteirar de todas as metas e objetivos

estabelecidos no sentido, também, de contribuir para a identificação da substância,

função e valor como parâmetros indicativos de méritos e deméritos.

A participação do coletivo se constituirá numa estratégia fundamental

tendo em vista:

- Publicizar o PPP visando o acompanhamento de toda comunidade escolar na

implementação das ações propostas;

- O conhecimento e acompanhamento das instâncias colegiadas no processo de

trabalho objetivando um constante diálogo entre todos os segmentos que compõem

a instituição.

Portanto, dentro desse contexto, a instituição se coloca, de forma

transparente, como lugar onde a prática educacional é desenvolvida. Este “lugar”

não é apenas geográfico, mas engloba aspectos políticos, sociais e econômicos,

materiais e afetivos, no qual carrega dentro de si anseios e perspectivas de futuro

delineadas na construção do PPP que, por sua vez, prescinde de criticas,

elaboração e envolvimento de modo a fornecer subsídios para a tomada ou

retomada de decisões. A correção de desvios e problemas é vista como fomento

que oportuniza a comunidade, num processo dialético, participar efetivamente e ser

protagonista de um projeto de vida.

Em síntese, a avaliação institucional abrangerá todo o coletivo

escolar:

- Docentes e não docentes – a partir de reflexões do grupo, bem como dos pais e

alunos, buscando estabelecer diálogos com estes segmentos para uma análise da

prática docente e corrigir possíveis falhas;

- Currículo – analisado periodicamente, no mínimo uma vez a cada semestre, para

verificar a sua aplicação e eficácia. Dentro destas análises todos os segmentos da

escola devem participar e fazer os ajustes necessários;

- Atividades Extracurriculares – avaliadas logo após sua aplicação em função do

diagnóstico e eficácia;

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- PPP – analisado no inicio do ano letivo, para a retomada do seu teor e no decorrer

do ano, realizar novas análises para diagnosticar as ações positivas e negativas que

ele apresenta para eventualmente fazer ajustes, seja de inclusão, de exclusão ou,

ate mesmo, alteração que se fizer necessária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A liberdade em expor opiniões e a oportunidade de participar da

construção do PPP é um direito democrático conquistado, no entanto, não há como

pensar em direitos, sem pensar nas responsabilidades individuais e coletivas que o

uso ou comprimento do direito requer.

107

O Projeto Político Pedagógico que ora apresentamos, representa um

desafio no cotidiano de nossa escola que busca efetivamente uma educação

alicerçada nos valores humanos e na promoção da paz e do bem.

A escola que assumimos é um espaço no qual as pessoas podem

dialogar, pensar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes, onde há lugar

para criar, colaborar, discordar e transformar. Uma escola autônoma onde todos os

envolvidos possam pensar, refletir e avaliar o processo de construção do

conhecimento, que não deve ser tratado de forma dogmática e esvaziado de

significado.

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