projeto pedagogico lic fisica ufrpe 2009 propostas de ementas

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 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE FÍSICA COORDENAÇÃO DA LICENCIATURA EM FÍSICA CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA PROJETO POLÍTICO-P EDAGÓGICO RECIFE, 2009

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O presente Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso de Licenciaturaem Física é fruto das discussões que vem se estabelecendo, no âmbitoda UFRPE, desde 2006 e que agora são substanciadas nestas páginas.Ao longo do período, os espaços de discussões foram os mais diversos eocorreram em diferentes momentos.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PR-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAO

    DEPARTAMENTO DE FSICA COORDENAO DA LICENCIATURA EM FSICA

    CURSO DE LICENCIATURA EM FSICA

    PROJETO POLTICO-PEDAGGICO

    RECIFE, 2009

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    Dados Gerais Reitoria Reitor: Vice-Reitor: Pr-Reitoria de Graduao: Direo do Departamento de Fsica: Direo do Departamento de Educao: Direo do Departamento de Matemtica: Direo do Departamento de Letras e Cincias Humanas: Direo do Departamento de Qumica: Direo do Departamento de Estatstica e Informtica: Curso de Fsica Coordenao: Colegiado de Coordenao Didtica: Diretrio acadmico do Curso de Licenciatura em Fsica:

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    Dados de Identificao do Curso Curso: Fsica Titulao do Egresso: Licenciado em Fsica Habilitao/nfase/Modalidade: Licenciatura Vagas Oferecidas: 40 Turno de Funcionamento: Noturno Distribuio de Carga Horria por Componentes Curriculares: Disciplinas Obrigatrias: 2190h Optativas: 180 h Estgio: 420 h Atividades Complementares: 210 h Carga Horria total do Curso: 3000 h Tempo de Integralizao Mnimo: 10 semestres Tempo Mximo: 17 semestres Forma de Ingresso: Processo Seletivo Regime de Matrcula: Semestral Portaria de Reconhecimento: ?????

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    Sumrio APRESENTAO....................................................................................................................................... 5 HISTRICO DA UFRPE ............................................................................................................................. 7 DEPARTAMENTO DE FSICA DA UFRPE ................................................................................................ 8 LICENCIATURA EM FSICA DA UFRPE................................................................................................. 10 JUSTIFICATIVA PARA A REFORMULAO DA LICENCIATURA EM FSICA ................................ 11 MARCO TERICO E METODOLGICO DA MATRIZ CURRICULAR .............................................. 14 OBJETIVOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM FSICA .................................................................. 20 PERFIL PROFISSIONAL DO LICENCIADO EM FSICA ....................................................................... 21 COMPETNCIAS, ATITUDES E HABILIDADES DO LICENCIADO EM FSICA ................................ 23 CAMPO DE ATUAO DO LICENCIADO EM FSICA ..................................................................... 25 EMENTRIOS DAS DISCIPLINAS DA LICENCIATURA EM FSICA .................................................. 26 MATRIZ CURRICULAR PARA LICENCIATURA EM FSICA ................................................................ 27 EQUIVALNCIA CURRICULAR DAS DISCIPLINAS ............................................................................ 35 IMPLANTAO, MONITORAMENTO E AVALIAO DO PPP....................................................... 35 DECISES DE APROVAO DO PPP DA LICENCIATURA EM FSICA ......................................... 37

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    1. Apresentao

    O presente Projeto Poltico Pedaggico (PPP) do Curso de Licenciatura em Fsica fruto das discusses que vem se estabelecendo, no mbito da UFRPE, desde 2006 e que agora so substanciadas nestas pginas. Ao longo do perodo, os espaos de discusses foram os mais diversos e ocorreram em diferentes momentos. Como no poderia deixar de ser, destacamos o Colegiado de Coordenao Didtica (CCD) do Curso de Licenciatura em Fsica, como o espao institucional e privilegiado, onde toda discusso se iniciou e onde para ele se destina, para que se legitime o projeto. Contamos ainda, durante todo esse tempo com o envolvimento do Departamento de Educao, principalmente as reunies do Pleno, nos debates sobre o papel das Licenciaturas na formao do professor, enquanto profissional e cidado. Outro espao de discusso que se construiu ao longo do processo foi o Frum das Licenciaturas da UFRPE. Neste espao, constitudo no dia 23 de novembro de 2007, com a reunio dos CCDs das Licenciaturas em Qumica, Matemtica, Biologia, Fsica e Computao, no auditrio do Departamento de Qumica, se fundou, mediado pelos coordenadores dos cursos de licenciatura, um grupo de discusses, presencial e virtual1, para debater, atravs da diversidade, do pluralismo das idias, do debate, da negociao e da democracia, os "Princpios Norteadores Comuns" aos cursos de formao de professores da UFRPE. Ao longo desse perodo, um outro espao de construo do projeto ocorreu durante a Feira das Profisses da UFRPE. Desde 2006, a cada edio da Feira das Profisses, uma nova verso do PPP da Licenciatura em Fsica era apresentada e discutida, principalmente com os alunos da Educao Bsica, interessados em continuar seus estudos na carreira docente ou em alguma atividade cientfica. Um outro frum de discusso ocorreu dentro do espao de atuao da Coordenao do Curso, no contato dirio com os alunos e com o Diretrio Acadmico (DA) da Licenciatura em Fsica. Alm do mais, o presente projeto produto ainda das discusses que se estabeleceram para a consolidao do Projeto de Bolsa de Iniciao a Docncia da UFRPE (PIBID/CAPES/UFRPE), do Programa de Educao Tutorial (PET/SESU/UFRPE) do Curso de Licenciatura em Fsica, do Programa Conexes de Saberes (PCS/SECAD/UFRPE) em articulao com o Programa Escola Aberta (PEA/SECAD/UFRPE) na UFRPE, do Programa de Consolidao das Licenciaturas na UFRPE (Prodocncia- 1 Frum das Licenciaturas da UFRPE, acessvel pelo Google Groups em:

    http://groups.google.com.br/group/forum-das-licenciaturas-ufrpe?hl=pt-BR

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    2008/CAPES/UFRPE) e finalmente do Programa de Educao Integral Mais Educao (SECAD/UFRPE). Todos esses projetos so iniciativas promovidas pelo Ministrio da Educao (MEC), atravs da Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao e Diversidade (SECAD), da Secretaria de Ensino Superior (SESu), da Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), entre outras, que visam uma formao plena, na qual o ensino e a pesquisa se articulam atravs da extenso, para a promoo de profissionais cidados. Outros espaos que fomentaram o debate acerca do Projeto da Licenciatura em Fsica ocorreram durante a 1 e 2 Semana da Fsica (2006 e 2009), promovidas pelo DA e pelo PET da Fsica da UFRPE, com o apoio da Pr-Reitoria de Ensino de Graduao (PREG) e ainda, ocorreu atravs do Grupo de Discusso Virtual2 da Licenciatura em Fsica no Yahoo Grupo. Durante esse processo, e ao longo dos vrios debates, uma srie de contribuies foi sendo colhida, sempre mantendo um forte dilogo com a Legislao para a Formao Superior para a Docncia na Educao Bsica, entre as quais destacamos o Parecer CNE/CP n 9, de 8 de maio de 2001, Parecer CNE/CP n 21, de 6 de agosto de 2001 e o Parecer CNE/CP n 28, de 2 de outubro de 2001. Destacamos ainda a Lei de estgio 11.788/2008 e o Parecer CNE/CES 197/2004. Enquanto, o Parecer CNE/CP n 9/2001 estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores da Educao Bsica, os pareceres CNE/CP n 21/2001 e CNE/CP n 28/2001 estabelecem a durao e a carga horria dos cursos de Formao de Professores da Educao Bsica, em nvel superior, curso de licenciatura, de graduao plena. Alm disso, a Lei 11.788/2008 dispe sobre o estgio, enquanto um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa preparao para o trabalho produtivo dos estudantes. E por fim, o Parecer CNE/CES 197/2004 que excetuando a prtica como componente curricular e o estgio supervisionado, estabelece que um mnimo de 1/5 da carga horria total da Licenciatura em Fsica deve se voltar dimenso pedaggica. No mbito da UFRPE, o presente Projeto Poltico Pedaggico segue as orientaes contidas na Resoluo N 313/2003, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso (CEPE), que regulamenta a sistemtica de

    2 Grupo da Licenciatura Plena em Fsica da UFRPE, acessvel pelo Yahoo Grupos em:

    http://br.groups.yahoo.com/group/licenciatura_em_fisica_ufrpe/

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    elaborao e reformulao dos Projetos Pedaggicos dos Cursos de Graduao da UFRPE.

    2. Histrico da UFRPE

    A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) originou-se da antiga Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinria So Bento fundada em 3 de novembro de 1912 na cidade de Olinda, Pernambuco, com os cursos de Agronomia e Medicina Veterinria. Em 1914, o curso de Agronomia foi transferido para So Loureno da Mata e o de Medicina Veterinria permaneceu em Olinda. Em 1936, a Escola Superior de Agricultura So Bento foi desapropriada, passando a denominar-se Escola Superior de Agricultura de Pernambuco (ESAP). Em 1938, a ESAP foi transferida para o Bairro de Dois Irmos, no Recife, onde permanece. A Universidade Rural de Pernambuco foi criada pelo Decreto Estadual 1.741, de 24 de julho de 1947, incorporando as Escolas Superiores de Agricultura, Veterinria, e a escola Agrotcnica de So Loureno da Mata e o Curso de Magistrio de Economia Domstica Rural. Em 4 de julho de 1955, atravs da Lei Federal n 2.524, a Universidade foi ento federalizada, e em 1967, passou a denominar-se Universidade Federal Rural de Pernambuco, passando a integrar, poca, o Ministrio da Educao e Cultura. Nos anos de 1970, a Universidade passou por reformas estruturais, levando-a a criar novos cursos de graduao, com destaque para a licenciatura em cincias, alm de terem sido criados os primeiros programas de ps-graduao. Desde ento surgiram novos cursos e atualmente, a UFRPE desenvolve trabalhos no mbito no apenas da graduao e ps-graduao voltada para diversas reas do conhecimento, mas tambm do ensino mdio atravs de cursos tcnicos, no Colgio Dom Agostinho Ikas (CODAI), e nos vrios campi avanados em municpios do Estado de Pernambuco, contribuindo para o desenvolvimento da Regio Nordeste e do pas como um todo. A UFRPE, quanto ao ensino de graduao, tem trs marcos importantes no decorrer de sua histria. O primeiro perodo compreendido da fundao at 1970, onde a caracterstica bsica da instituio era a opo pelo ensino de graduao nas Cincias Agrrias. O segundo vai de 1970 at 2004, o qual se caracteriza para ampliao do foco de atuao para outros ramos do conhecimento, principalmente na formao de professores, no entanto com atividades acadmicas centralizadas no Campus de Dois Irmos. E o terceiro marco teve incio em 2005, sendo caracterizado pela interiorizao de ofertas de curso de graduao presenciais nos Campi do interior do Estado e de ensino

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    distncia. Hoje a UFRPE, oferece 31 cursos de graduao presenciais e trs cursos distncia. Neste breve recorte histrico, vimos que a UFRPE teve o seu momento histrico de implantao, voltado para a vocao e o modelo agrcola, que eram tpicos daquele contexto de uma sociedade agrria, surgindo como iniciativa pioneira a oferta de cursos em Cincias Agrrias, atravs da fundao da Escola de Agronomia. No contexto poltico atual do pas, e no projeto de sociedade nas ltimas dcadas, o papel da UFRPE vem sendo revisto buscando-se a convivncia e a adequao ao modelo de industrializao urbano contemporneo, tendo-se a dualidade rural e urbana na oferta de cursos e projetos desenvolvidos. Sintonizada com o atendimento s demandas da sociedade, a UFRPE no mais objetiva exclusivamente o desenvolvimento agrcola, mas passou a qualificar para outras profisses e atuar em novas reas de conhecimento. Atualmente, o desafio conciliar a preocupao com a qualificao profissional sem perder de vista seus objetivos na formao cientfica como bem definido na dimenso institucional e toda a sua poltica de ensino. E as polticas pblicas em torno do ensino exigem uma profunda reestruturao do Ensino Superior que signifique um pacto entre governo, instituies de ensino e sociedade, visando elevao do padro de qualidade do ensino. O momento de promoo, ampliao e aprofundamento de processos de transformao da Universidade Pblica. Essa busca pela elevao do padro de qualidade do sistema pblico federal de Ensino Superior deve estar associada reestruturao acadmica e curricular que, entre outras mudanas, seja capaz de promover uma articulao entre o Ensino Superior com a Educao Bsica, atualizando metodologias e tecnologias de ensino-aprendizagem e prevendo programas de capacitao pedaggica.

    3. Departamento de Fsica da UFRPE

    Historicamente, o Departamento de Fsica originrio do Departamento de Fsica e Matemtica (DFM). Este ltimo surge no Plano de Reestruturao da Universidade Federal Rural de Pernambuco aprovado pelo Decreto Presidencial de N 76.212 de 04 de setembro de 1975. Inicialmente composto pelas reas de Fsica, Matemtica e depois foram incorporadas as reas de Desenho, Estatstica e por ltimo a de informtica. No incio de 2005, foi criado o Departamento de Estatstica e Informtica pela Resoluo 171/2005. Posteriormente, em 02 de agosto de 2006 o Departamento de Fsica foi criado pela Resoluo

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    N 178/2006 do Conselho Universitrio, resultante do desmembramento do antigo DFM. O Departamento de Fsica da UFRPE responsvel em ofertar disciplinas, em sua rea de competncia, para diversos cursos da Universidade. Em particular, para o curso de Licenciatura Plena em Fsica no qual assumiu a responsabilidade na formao de profissionais, professores de Fsica, para o Estado de Pernambuco com ingresso anual aproximadamente de 100 vagas Enquanto, outra IFES a UFPE oferta apenas 30 vagas anuais para Licenciatura em Fsica. As atividades relacionadas pesquisa eram de iniciativa individual de docentes da rea e geralmente realizadas em conjunto com outras instituies, em que a participao da UFRPE era incipiente. A partir do ms de Janeiro de 2003, com a implantao do Laboratrio de Fotnica, um novo perfil comeou a se desenhar em que atividade de pesquisa passou a ser tambm atividade corrente no Departamento de Fsica. Atualmente o Departamento de Fsica conta, alm das atividades acadmicas, com trs grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, e com os laboratrios de pesquisa nas reas de Fotnica e de Fsica Computacional, projetos submetidos e aprovados pelo CNPq, quatro estudantes com bolsa de iniciao cientfica na PRPPG-UFRPE-CNPq e razovel estrutura fsica. Ampliando as oportunidades formativas abertas pelos projetos de iniciao cientfica, os alunos da Licenciatura em Fsica podem contar com o Programa de Bolsa de Iniciao a Docncia da UFRPE (PIBID/UFRPE), que destina 08 bolsas para os alunos do curso, com o Programa de Educao Tutorial (PET) com expectativa de alcanar 12 bolsas PET/Fsica at 2011. Por fim, os licenciandos podem se inserir no Programa Conexes de Saberes (PCS) em articulao com o Programa Escola Aberta (PEA) na UFRPE, que visa acolher pedagogicamente, academicamente e financeiramente, graduandos, oriundos de estabelecimentos pblicos de ensino, de baixa renda e socialmente discriminados. Alm do mais, o Departamento de Fsica tem contribudo para a formao de uma massa crtica de profissionais com conhecimento fsico, no Estado de Pernambuco, promovendo formao continuada para os professores do Ensino Mdio, como o curso de especializao em Fsica Moderna para o Ensino Mdio (convnio com a Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco). Tem ainda ofertado o Curso de Extenso em Optometria (convnio com o Laboratrio Farmacutico do Estado de Pernambuco - LAFEPE). No mbito da graduao, o departamento de fsica atende aos cursos de Engenharia (Agrcola e Ambiental, Agronomia, Florestal e Pesca) e

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    outros cursos (Biologia, Computao, Matemtica, Qumica e Zootecnia), trabalhando aproximadamente com 1000 alunos a cada semestre. No mbito da ps-graduao, o Departamento de Fsica conta com um Mestrado em Fsica Aplicada, e ainda atende aos Cursos de Mestrado em Biometria e de Mestrado em Ensino de Cincias.

    4. Licenciatura em Fsica da UFRPE

    Em 16 de maio de 1975, foi aprovada a Resoluo N 39/75 do Conselho que criava o Curso de Licenciatura em Cincias, com habilitao em Fsica, Matemtica, Qumica e Biologia, e entrando em funcionamento em 1979. Permanecendo assim at 1988, quando houve o desmembramento do Curso de Licenciatura em Cincias aprovada pela Resoluo N 131/88 do CEPE. Com o desmembramento surgiu os Cursos de Licenciaturas Plenas em Fsica, Matemtica, Qumica e Cincias Biolgicas, e no ano de 1989 comea a entrar as primeiras turmas de Licenciatura em Fsica via processo seletivo do vestibular. Desde ento, a coordenao didtica do curso passou a ser exercida por um Colegiado de Coordenao Didtica (CCD), constitudo por um presidente (o Coordenador do Curso), o vice-presidente (o substituto eventual do Coordenador), por um ou mais docentes de cada Departamento, que participa do ensino do Curso, e por representantes do corpo discente de graduao, indicados pelo DA do curso. O Curso de Licenciatura em Fsica tm dois ingressos anuais, via processo seletivo por Vestibular, com 40 vagas para cada semestre. Atualmente, a UFRPE adotou o Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM) em substituio ao vestibular como forma de ingresso aos seus cursos de graduao. Tambm h possibilidade de ingresso extra-vestibular por transferncias e portadores de diplomas vindo de outras IES. Anualmente em mdia, nesse tipo de categoria, so ofertadas cerca de 20 vagas. Per fazendo um total de aproximadamente de 100 ingressantes anuais, todas as vagas so ofertadas no perodo noturno, como forma de atender aos alunos que trabalham. Desde sua criao em 1989, o curso de Licenciatura em Fsica passou por trs reformulaes na matriz curricular. As disciplinas so oferecidas semestralmente no sistema de crditos possibilitando uma maior flexibilidade para os alunos. Este presente projeto sintetiza o mais novo momento de reformulao e atualizao de concepo do curso e de sua matriz curricular. O presente projeto parte do que vinha estabelecido para a Licenciatura em Fsica. Tradicionalmente, as disciplinas se enquadram em quatros tipos de categorias: as disciplinas bsicas com 1140 horas, as de formao complementar com 645 horas, as profissionais com

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    480h e as integradoras com 360 horas. Todas essas so obrigatrias perfazendo um total de 2685 horas, alm dessas, os alunos devem fazer duas optativas, sendo 60 horas cada. A carga horria total do curso ficando assim em 2805 horas. Para a concluso do curso, atualmente os alunos passam por estgio supervisionado, de 180 horas, em sala de aula, orientado por um professor do curso, com colaborao de professores da Educao Bsica. Alm disso, necessrio um trabalho de concluso de curso, uma monografia, dedicando 180 horas a esta atividade, que apresentada a uma banca de professores, escolhida previamente pelo CCD, e defendida oralmente.

    5. Justificativa para a reformulao da Licenciatura em Fsica

    A necessidade de atualizao e reformulao da Licenciatura em Fsica fruto de uma srie de fatores, do quais destacamos em primeira instncia a busca pela elevao do padro de qualidade do ensino, em carter nacional, e principalmente no mbito da UFRPE.

    Figura 1: Ns Formao Geral, a nota mdia dos concluintes foi menor na instituio (44,5) que no Brasil

    (48,9). A nota mdia dos estudantes ingressantes foi 49,1 na instituio e 46,4 no Brasil. No Componente

    Especfico, a nota mdia dos concluintes foi menor na instituio (30,3) que no Brasil (34,1). A nota mdia

    dos estudantes ingressantes foi 25,3 na instituio e 24,7 no Brasil.

    De acordo com os ltimos resultados do Exame Nacional de Desempenho Estudantil (ENADE/2008), os graduandos ingressantes e concluintes da Licenciatura em Fsica da UFRPE apresentam uma performance comparvel ao restante do pas (Figura 1). Entretanto, o desempenho encontra-se apenas na mdia, alcanando o conceito 3 (Figura 2), de uma escala que vai de 1 a 5, sendo 5 o mais alto valor.

    Figura 2: A linha destacada no quadro corresponde ao conceito obtido pelo curso de Licenciatura em Fsica

    da UFRPE.

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    Alm disso, a taxa mdia de concluso para a Licenciatura em Fsica, no Campus de Dois Irmos, considerando o perodo de 2000 a 2006 de apenas 34,18%, o que significa dizer que a cada ano, a licenciatura em Fsica da UFRPE apresenta um preocupante 65,82% de alunos, em relao ao total de ingressantes, que no integraliza o curso dentro do perodo previsto de 4 anos. Esses dados so semelhantes ao que se observa no restante do pas, como demonstra os resultados do relatrio Escassez de professores do Ensino Mdio: Propostas estruturais e emergenciais de maio de 2007, realizado pela Cmara de Educao Bsica (CEB) do Conselho Nacional de Educao (CNE), composta pelos conselheiros Antonio Ibaez Ruiz, Mozart Neves Ramos e Murlio de Avellar Hingel.

    Figura 3: Evaso, em 1997, nos cursos de Licenciatura, nas Universidades Pblicas Brasileiras, feito em parceria

    entre o MEC e o Frum de Pr-Reitores de Graduao (FORGRAD). No estudo, percebemos que os cursos de licenciatura, de uma maneira geral, apresentam altas taxas de evaso (Figura 3), e dentre esses, os cursos de Licenciatura em Fsica e Qumica apresentam as maiores taxas de insucesso. Outro fator importante a forte reteno de estudantes nas disciplinas de Fsica Bsica, muito comum em todas as Universidades. Alm do mais, esse mesmo estudo aponta para o que poder vir a ser chamado de Apago do Ensino Mdio. Os principais elementos que podem configurar esse fenmeno so: crescente demanda pelo ensino mdio, principalmente devido ao advento do FUNDEB3, baixa cobertura de professores, lecionando fsica, com formao especfica (Figura 4), altas taxas de evaso e reteno nas licenciaturas e reduzido nmero de vagas oferecidas nos cursos de licenciatura, principalmente em Fsica (durante os anos de 1990, s foram licenciados 7.216, para uma demanda de 55.231 professores de fsica na rede pblica).

    3 Em 2006, o Congresso promulgou a Emenda Constitucional 53, que criou o Fundo de Manuteno e

    Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb),

    assegurando mais recursos para a Educao Bsica como um todo, incluindo o ensino mdio.

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    Figura 4: Percentual de professores com formao especfica, por disciplina, atuando na Educao Bsica.

    Nos prximos anos, a demanda pelo Ensino Mdio deve crescer a uma velocidade ainda mais rpida, pois, em 28 de outubro de 2009, o Senado aprovou a Proposta de Emenda Constituio (PEC 96A/03), que torna obrigatrio o ensino para crianas e jovens de 4 a 17 anos. Com isso, passam a ser obrigatrios, alm do ensino fundamental, dois anos da pr-escola e o prprio ensino mdio. Essa medida busca atender a forte demanda social pelo ensino mdio. Afinal, dados extrados da Pesquisa Nacional de Amostragem de Domiclio (Pnad 2006), indicam que dos 10,4 milhes de brasileiros, entre 15 a 17 anos, mais de 50% no estavam matriculados no ensino mdio naquele ano. A mesma pesquisa revela que o acesso ao ensino mdio desigual entre grupos da populao: apenas 24% de jovens na faixa etria de 15 a 17 anos, dos 20% mais pobres, esto no ensino mdio, enquanto que entre os ricos o ndice de 76,3%. Diante desse estado de coisas, torna-se urgente a atualizao do Projeto Poltico Pedaggico da Licenciatura em Fsica da UFRPE, com o intuito de contribuir com enfrentamento da questo de construir um currculo para o ensino da fsica, na Educao Bsica, que de fato atenda a maioria da populao, em uma perspectiva democrtica de educao para a cidadania. Entretanto, no possvel repensar o ensino de Fsica no Ensino Mdio, sem discutirmos a formao do Licenciado em Fsica, e muito menos sem conhecermos o perfil do estudante que ingressa na UFRPE.

    Perfil scio-econmico e formativo dos Licenciandos em Fsica

    De acordo com os resultados do ltimo ENADE (2008), o corpo discente do curso de Licenciatura em Fsica formado, essencialmente, por alunos de baixa renda scio-econmica (mais de 60% convivem com pessoas, com renda mensal de at 3 salrios-mnimos). Alm do mais, muitos deles exercem alguma atividade remunerada, para complementar a renda familiar, enquanto fazem o curso noturno da Licenciatura em Fsica (apenas 4,5% nunca trabalharam).

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    E ainda, a maioria oriunda da rede pblica de ensino (mais de 70% cursou o ensino mdio todo em escola pblica). Mas, como vimos antes, o ensino mdio pblico, sofre com a falta de professores de fsica, com formao especfica na rea. A carncia de professores de Fsica, na Educao Bsica, tem acarretado entre os estudantes pouco ou nenhum contato com a Fsica, durante o ensino mdio. Aliado a este fato, temos o fenmeno mundial, que vem sendo observado (PISA4), da baixa expectativa dos estudantes da Educao Bsica em seguir carreiras relacionadas s cincias. Pesquisas tm mostrado5 que os estudantes reconhecem a importncia e o valor das cincias, mas no esto dispostos a seguir por estudos, de cunho mais cientfico. O conjunto desses fatores implica em dizer que, entre as licenciaturas, como demonstram as relaes candidatos vagas, nos vestibulares de 2002 a 2008 (Covest), os cursos de Fsica (em mdia 3.8) e Qumica (em mdia 3.6) acabam sendo aqueles com as menores demandas. Por outro lado, em relao aos seus pais, quando decidem seguir pela Licenciatura em Fsica (ENADE, 2008), os estudantes da Licenciatura em Fsica da UFRPE costumam ser os primeiros a terem acesso ao ensino superior (mais de 85% so filhos de pais com escolaridade at o ensino fundamental, e apenas 21% deles tm mes com ensino superior ou mdio). Por outro lado, muitos licenciandos em fsica tm uma forte deficincia em matemtica e/ou fsica. Essa deficincia em matemtica mostra-se crtica, em conceitos que vo desde os contedos do 2 Ciclo do Ensino do Fundamental at as ltimas sries do Ensino Mdio.

    6. Marco terico e metodolgico da matriz curricular

    Na atualidade, o conhecimento cientfico vem assumindo um papel cada vez maior no desenvolvimento humano, cultural e tecnolgico. Para tanto, as instituies de Ensino Superior e, por conseguinte, seus cursos, precisam adotar processos e metodologias inovadores de ensino-aprendizagem, que permitam enfrentar os novos desafios da sociedade atual, cada vez mais pautada no paradigma do conhecimento. Dessa forma, promover uma educao cientfica que alcance de modo significativo a todos os brasileiros passou a ser uma prioridade. Mas, nesta sociedade do conhecimento, o sujeito/aluno para o qual

    4 Programa Internacional de Avaliao comparada de Alunos um indicador internacional que avalia

    sistemas de educao de 67 pases, incluindo o Brasil. 5 Fourez, Gerard. Crise no ensino de cincias? Investigaes em Ensino de Cincias. V8(2), pp. 109-

    123, 2003.

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    pensamos o ensino multifacetado e transita por diversos mundos informacionais (tv, jornais, internet, famlia, grupos sociais, etc) que no se restringem exclusivamente ao espao escolar. Nesta realidade, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, o nico pelo qual o aluno tem acesso ao conhecimento. Alm do mais, o prprio conhecimento cientfico no mais encarado como uma verdade absoluta, um retrato da realidade. O conhecimento cientfico dessa maneira, scio-histrico e culturalmente determinado, sendo compreendido melhor como uma representao criativa da realidade. Essa postura para com o conhecimento cientfico nos demanda o uso de prticas pedaggicas modernas e participativas e o uso de novas linguagens e tecnologias de apoio aprendizagem. A escola passa ento a ser percebida como mais um espao no qual grupos scio-culturais disputam memrias possveis sobre si mesmos e lugar de encontro entre vrios saberes que tambm promovem o conhecimento, que so os saberes populares, locais, particulares, tnicos etc. As instituies de ensino, portanto, devem aliar ao uso de novas tecnologias de apoio aprendizagem mecanismos de incluso social e a construo de itinerrios protagonistas formativos que preparem os estudantes para enfrentar os desafios do mundo contemporneo. Nesse sentido, no mais possvel conceber um professor de Fsica cuja atuao resida apenas no domnio do conhecimento e na transmisso de informaes e contedos, mesmo que o faa de maneira conveniente. preciso buscar uma educao cientfica que faa sentido aos diferentes sujeitos da Educao Bsica, de modo a permitir no apenas a compreenso dos fenmenos naturais, mas inclusive das conseqncias e dos efeitos da tecnologia, com seus impactos na sociedade. Para tanto, a educao, como um todo, assume o desafio de promover indivduos com uma conscincia de conjunto, de pertencimento. Um pertencimento democrtico, plural, com respeito s diferenas, entretanto, com a possibilidade de dilogo. Como conseqncia, ensinar exige habilidades e conhecimentos especficos que permitam no apenas o desenvolvimento dos conhecimentos e procedimentos cientficos, mas tambm a promoo de atitudes, junto aos estudantes da Educao Bsica. E isso nos traz vrios problemas, como o redimensionando do papel do professor na sala de aula. Afinal ao vivemos em uma sociedade pluralista em que no h consenso em torno de qual conhecimento deve ser ensinado, qual tem mais valor. Que contedo ensinar? Partindo das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio

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    (DCNEM), dos Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio (PCNs) e PCNs+6, chega-se a proposio que, sempre respeitando as necessidades da comunidade escolar:

    a) os professores no ofeream respostas prontas, mas auxiliem os estudantes a formularem perguntas; b) os estudantes sejam co-responsveis pela produo do conhecimento e desenvolvam entre os estudantes competncias para compreenso do presente; c) o processo de aprendizagem tenha como objetivo a produo de um conhecimento complexo, ao invs de linear e fragmentado. Um conhecimento que predisponha o sujeito responsabilidade social e o faa pensar de forma crtica. Tudo, atravs de uma metodologia que contemple a diversidade (as etnias, os grupos sociais, os gneros), formule problemas, e trabalhe a partir de conceitos e temas.

    Aliado a tudo isso, a partir de 2001, em sintonia com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB 9394/96), foram institudas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores da Educao Bsica, em nvel superior, Curso de Licenciatura, de graduao plena, atravs do Parecer CNE/CP n 9/2001. Essas diretrizes buscam a promoo dos direitos da cidadania, do desenvolvimento sustentvel e a superao das desigualdades sociais, pelo fortalecimento do paradigma democrtico. Para tanto, as Diretrizes Curriculares, respeitando a LDB, elegem como estratgia nuclear na orientao do curso de formao de professores para atuar na Educao Bsica (ensino fundamental e mdio), o desenvolvimento de competncias, que ao existirem apenas em situao, no podem ser aprendidas apenas no plano terico, ou no estritamente prtico. Dessa forma, o desenvolvimento das diferentes competncias para atuao profissional deve-se d mediante associao teoria e prtica, quando a sistematizao terica se articula com o fazer e o fazer com a reflexo. Diante desses pressupostos, o presente projeto poltico-pedaggico do Curso de Licenciatura em Fsica, assume como fundamento a Lei N 12.014, de 6 de agosto de 2009, que altera o art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB 9394/96), e busca:

    I a presena de slida formao bsica, que propicie o conhecimento dos fundamentos cientficos e sociais de suas competncias de trabalho;

    6 PCNs+ Ensino Mdio: orientaes educacionais complementares aos Parmetros Curriculares

    Nacionais. Braslia: MEC, SEMTEC, 2002.

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    II a associao entre teorias e prticas, mediante estgios supervisionados e capacitao em servio; III o aproveitamento da formao e experincias anteriores, em instituies de ensino e em outras atividades.

    Nesse aspecto, os diferentes contedos, abordados durante a formao do professor, devem ser vistos como meio e suporte para a constituio das competncias docentes. E assim, o desenvolvimento das competncias exige que a formao contemple diferentes mbitos do conhecimento profissional do professor. Dessa forma, a formao deve ter como referncia os diferentes espaos de atuao profissional, em que a docncia ocorre. E, portanto, a docncia que dever ser tratada nos cursos de Licenciatura de modo especfico. Para dar conta das atuais exigncias impostas pela realidade social e educacional, o Parecer CNE/CP n 28, de 2 de outubro de 2001, em atendimento LDB, estabelece que a carga horria dos cursos de Formao de Professores, em nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, se efetiva, no mnimo, em 2800 (duas mil e oitocentas) horas. Para tanto, a articulao teoria-prtica deve garantir as seguintes dimenses dos componentes comuns:

    I - 400 (quatrocentas) horas de prtica como componente curricular; II - 400 (quatrocentas) horas de estgio curricular supervisionado; III - 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os contedos curriculares de natureza cientfico-cultural; IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadmico-cientfico-cultural.

    preciso esclarecer que concepo de prtica como componente curricular implica em conceb-la como uma dimenso do conhecimento que tanto est presente nos momentos em que se trabalha na reflexo sobre a atividade profissional, como durante o estgio (Lei 11.788/2008), nos momentos em que se exercita a atividade profissional. Nesse aspecto, o presente projeto busca superar a idia de que o estgio o espao reservado prtica, enquanto que, na sala de aula se d conta da teoria. Neste sentido, vale lembrar que o paradigma curricular pelas competncias demanda a utilizao de estratgias didticas que privilegiem a resoluo de situaes-problema contextualizadas na prtica profissional do professor, a formulao e realizao de projetos, para as quais so indispensveis abordagens interdisciplinares, que articulem os contedos tcnico-pedaggicos e tcnico-cientticos.

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    Desta forma, necessrio que os contedos, normalmente associados ao ensino, estejam presentes no apenas nas disciplinas especficas de formao pedaggica (educao), mas tambm que perpassem todas as atividades do curso. Dessa maneira, ao longo do curso, o licenciando pautado em situaes-problema contextualizadas da profisso, desenvolve as competncias necessrias, que permita uma atuao qualificada na docncia na educao cientfica. Diante de todos esses elementos, encontra-se aqui exposto, o Projeto Poltico-Pedaggico do Curso de Licenciatura em Fsica da UFRPE, que busca atender a legislao pertinente, trazendo como enfoque para a formao do Professor de Fsica, os fundamentos e princpios orientadores (CNE/CP 009/2001), a seguir:

    a) a concepo de competncia como ncleo central na orientao do curso de formao inicial; b) a coerncia entre a formao oferecida e a prtica esperada do futuro professor, atravs do entendimento da aprendizagem (processo de construo de conhecimentos, habilidades e valores), do contedo (meio e suporte para a constituio das competncias), da avaliao (parte integrante da formao, para diagnstico, tomada de deciso, acompanhamento e regulao, identificao das mudanas e aferio dos resultados) e da pesquisa (com foco no processo de ensino e de aprendizagem, elemento essencial na formao profissional professor, para compreender o processo de construo do conhecimento).

    O presente projeto poltico pedaggico contempla uma organizao curricular, que promove um Licenciado em Fsica, para docncia na Educao Bsica, preparado (CNE/CP 009/2001) para:

    I. o ensino visando aprendizagem do aluno; II. o acolhimento e o trato da diversidade; III. o exerccio de atividades de enriquecimento cultural; IV. o aprimoramento em prticas investigativas; V. a elaborao e a execuo de projetos de desenvolvimento dos contedos curriculares; VI. o uso de tecnologias da informao e da comunicao e de metodologias, estratgias e materiais de apoio inovadores; VII. o desenvolvimento de hbitos de colaborao e de trabalho em equipe.

    O projeto pedaggico do Curso de Licenciatura em Fsica da UFRPE busca levar em conta que (CNE/CP 009/2001):

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    I. a formao garanta a constituio das competncias objetivadas na Educao Bsica; II. o desenvolvimento das competncias exige que a formao contemple diferentes mbitos do conhecimento profissional do professor; III. a seleo dos contedos das reas de ensino da Educao Bsica deve orientar-se por ir alm daquilo que os professores iro ensinar nas diferentes etapas da escolaridade; IV. os contedos a serem ensinados na escolaridade bsica devem ser tratados de modo articulado com suas didticas especficas; V. a avaliao deve ter como finalidade a orientao do trabalho dos formadores, a autonomia dos futuros professores em relao ao seu processo de aprendizagem e a qualificao dos profissionais com condies de iniciar a carreira.

    Apesar da organizao curricular vigente do Curso de Licenciatura Plena em Fsica, pautada em disciplinas bsicas, complementares, profissionais e integradoras, em disciplinas de Prtica de Ensino, que buscam atender ao estgio docente e mais disciplinas optativas e ainda o trabalho de concluso de curso, perfazerem um total de 2805 horas, e atenderem carga horria mnima necessria, conforme preconiza a resoluo CNE/CES 9/2002, faz-se necessria a atualizao curricular, de modo que a formao do Professor de Fsica, na UFRPE, tenha como principais caractersticas a valorizao dos contedos pedaggicos buscando ser pertinentes ao contexto do ensino da Fsica, conforme Lei 11.788/2008:

    I. o aproveitamento do conhecimento advindo da experincia dos alunos, ao considerar as atividades de extenso, de monitorias e de iniciao cientfica na educao superior, desenvolvidas pelo estudante, equiparadas ao estgio supervisionado; II. a reduo da carga horria do estgio curricular supervisionado at no mximo em 200 (duzentas) horas, para aqueles alunos que exeram atividade docente regular na educao bsica.

    Alm do mais, h de se levar em conta o Parecer CNE/CES 197/2004, na elaborao do presente projeto da licenciatura em Fsica, ao delimitar que 1/5 da carga horria total do curso deve ser dedicada dimenso pedaggica, sendo acrescidas 400 (quatrocentas) horas de prtica como componente curricular e 400 (quatrocentas) horas de estgio curricular supervisionado. Por fim, em atendimento ao parecer CNE/CP 009/2001, o presente projeto pedaggico considera no apenas o conhecimento sobre as

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    dimenses cientficas, associadas ao conhecimento cultural, social e poltico da educao, mas tambm os conhecimentos sobre crianas, jovens e adultos, sempre buscando garantir uma cultura geral e profissional ao licenciado.

    7. Objetivos do Curso de Licenciatura em Fsica

    O Curso de Licenciatura em Fsica da Universidade Federal Rural de Pernambuco apresenta como objetivo a formao de professores com competncia para promover de forma pedagogicamente significativa, o ensino-aprendizagem da fsica clssica e contempornea, valorizando o trabalho com reas afins do conhecimento, que favoream a interdisciplinaridade e promovam a formao do cidado, atravs do exerccio tico da profisso. O Curso de Licenciatura em Fsica tem ainda o objetivo de formar profissional crtico, reflexivo, cientificamente competente e comprometido com as demandas sociais da regio e do pas, capaz de estabelecer mecanismos de interao com a comunidade. Nesse sentido, o curso de Licenciatura em Fsica, busca romper com ensino exclusivamente por transmisso de informaes, se destinando a formao de um profissional capaz de:

    I - Desenvolver um ensino de maneira criativa e competente visando a aprendizagem do aluno, pautado no conhecimento da Fsica, bem como da sua relao com cincias afins; II Socializar o conhecimento em Fsica relacionado com saber pedaggico, contextualizado com a realidade dos estudantes, de modo a tornar o conhecimento histrico scio e culturalmente relevante; III Compreender o papel social da escola, valorizando as relaes entre a Cincia, suas Tecnologia e seus impactos sociais; IV - Articular os conhecimentos histricos e filosficos da Cincia com os conhecimentos cientficos, de modo a permitir que o ensino de Fsica contribua para formao cultural e cidad e o fortalecimento da democracia; V Investigar a prpria prtica pedaggica de modo a possibilitar o continuo aperfeioamento docente, substanciado no prprio desenvolvimento profissional pela participao em projetos de formao continuada.

    Dessa forma, a Licenciatura em Fsica assegura uma formao cientfica e humana slida e abrangente, que permita a atuao do profissional nos diversos campos em que a educao cientfica exigida, bem como em outras reas em que o conhecimento fsico seja necessrio.

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    O curso socializa entre os futuros licenciados uma formao geral em Fsica, alcanando os aspectos tericos, tanto da fsica clssica quanto da contempornea. Para tanto, engloba ainda as ferramentas matemticas necessrias, tendo a investigao pedaggica e experimentao fsica como constituintes da ao didtica. Sua formao se volta para os diferentes nveis do ensino formal e os espaos no formais, mas de modo que possa atuar tanto na disseminao dos conhecimentos desenvolvidos pela Fsica, enquanto instrumento de leitura da realidade e construo da cidadania, como na produo de novos conhecimentos relacionados ao seu ensino e divulgao. Nesse sentido, fundamental, que os futuros professores aprendam como se trabalha em Fsica, de modo a compreender os procedimentos, o papel da modelagem matemtica e das experincias para o estabelecimento de seu corpo de conhecimentos. importante, ainda, que construam conhecimentos, relativos compreenso do mundo, tanto natural quanto o tecnolgico. Transpassando a tudo isso, o curso de Licenciatura Plena em Fsica propicia ao graduando, alm de estudos em Fsica clssica e moderna, tambm base em outras linguagens, como a computao, a qumica e o portugus. A formao slida permite que se desenvolvam as competncias e os conhecimentos necessrios plena atuao profissional no mundo moderno, onde as fronteiras entre diferentes reas de conhecimento tendem a desaparecer. Dentro de um perfil amplo, o curso de Licenciatura Plena em Fsica da UFRPE apresenta uma estrutura curricular arranjada em eixos paralelos e integradores, que adiante sero detalhados.

    8. Perfil profissional do Licenciado em Fsica

    O curso concebe um licenciando em fsica que conhea a importncia da Fsica para o desenvolvimento de reas afins, detentor de um repertrio de conhecimentos que o permita aplicar conhecimentos e metodologias da Fsica a fenmenos e processos de diversas reas do conhecimento, promovendo aes de interdisciplinaridade e contextualizao dos conhecimentos, relacionando teoria com os problemas cotidianos. primordial possuir uma viso crtica da fsica, enquanto processo histrico, desenvolvido em diferentes contextos sociopolticos, culturais e econmicos. E ainda, possua uma viso abrangente da funo social do educador, tendo a centralidade da leitura enquanto elemento fundamental das aes didticas, sabendo adaptar mtodos pedaggicos ao seu ambiente de trabalho, utilizando e elaborando materiais didticos inovadores, dentro de uma

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    perspectiva de ensino-aprendizagem protagonista, solidria e construtivista. Alm do mais, considerando o fazer cientfico indissocivel da atividade experimental, o curso estimula a docncia, pautada em slidos conhecimentos de fenomenologia, dominando instrumentos conceituais, operativos e modelos paradigmticos, voltada para o planejamento e realizao de experimentos e medies. Neste caso, atividades devem superar as experincias fechadas7, mas avanar para aes investigativas abertas (terico-prtico), no apenas apoiadas em laboratrios de cincias, sofisticados, mas tambm em investigaes, oriundas do cotidiano e da realidade dos alunos. Sendo assim, o licenciado em fsica apresenta um perfil voltado no apenas para o planejamento e a confeco de material didtico significativo para aprendizagem em Fsica, mas tambm com condies de avaliar a pertinncia cientfica e pedaggica dos instrumentos de apoio docente, incluindo os recursos das tecnologias de informao e comunicao. Ao mesmo tempo, o licenciado em fsica deve se perceber como um divulgador dos princpios da cincia, capaz de se expressar com clareza, preciso e objetividade, tendo a cincia enquanto elemento bsico de desenvolvimento do Pas. Para tanto, deve ser capaz de assumir a responsabilidade de identificar situaes-problema, planejar e coordenar processos, projetos e programas de tecnologia social, por exemplo, de popularizao da Fsica, mas tambm avaliar o desenvolvimento de processos educativos, em espaos formais e no-formais de aprendizagem, sempre mantendo uma tica de atuao profissional e responsabilidade social. Para tanto, fundamental a participao e vivncia do licenciando em fsica, em aes que promovam a ampliao do universo cultural do aluno e que estimulem a convivncia, como em projetos de divulgao cientfica, seja na extenso ou na pesquisa. Nesse sentido, o perfil do Licenciado em Fsica promovido pelo curso da UFRPE apenas se completa se durante sua formao garanta-se uma discusso especifica sobre Avaliao da Aprendizagem. Entretanto, as reflexes tericas, associadas s prticas docentes devem permitir ao licenciando romper com as formas classificatrias e punitivas de avaliar, que restringem o aluno objeto da avaliao e o professor ao nico

    7 Problema fechado, quando os procedimentos e recursos so pr-estabelecidos e fornecidos pelo

    professor ou roteiro, ficando a cargo do aluno a tarefa de atribuir dados e chegar s concluses. Por outro

    lado, em uma experincia aberta o professor divide com o aluno a responsabilidade pela soluo, desde a

    percepo, passando pelo planejamento das aes, dos procedimentos, dos materiais, pela montagem,

    pelas medidas, observaes necessrias e interpretao dos resultados e concluses.

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    avaliador, limitando a ao docente, reproduzindo as formas com as quais foi avaliado, enquanto estudante. Nesse aspecto, preciso conceber a avaliao, no como apndice do processo de ensinar e aprender, mas constituinte, integradora e reguladora deste processo. Esta perspectiva permite ao professor e aluno acompanharem o processo de ensino-aprendizagem, co-responsveis pelo processo de avaliar, promovendo o protagonismo, responsabilidade e colaborao.

    9. Competncias, atitudes e habilidades do Licenciado em Fsica

    Na perspectiva de atender Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, s Diretrizes Curriculares para a Formao Inicial de Professores da Educao Bsica, as diretrizes do Exame Nacional dos Cursos de Fsica (Portaria Ministerial n. 1.795, de 17 de dezembro de 1999) e s Orientaes Curriculares do Ensino Mdio, o Curso de Licenciatura em Fsica da UFRPE emprega contedos, reflexes, atividades e prticas de maneira consistente para a formao do professor capaz de atender ao perfil descrito acima. Com este propsito, a atitude de investigao deve estar sempre presente em todas as suas atividades, embora associada a diferentes formas e objetivos de trabalho. Neste caso, as competncias e habilidades o ncleo atravs do qual a estrutura do curso planejada. Na construo do presente projeto poltico-pedaggico do curso, o profissional em Fsica precisa deter as competncias e habilidades gerais relativas :

    a) utilizao da linguagem com clareza, preciso, propriedade na comunicao, fluncia verbal e riqueza de vocabulrio; b) socializao do conhecimento de forma clara e consistente na divulgao dos resultados de pesquisas cientfica; c) realizao de anlises e snteses, mediante ao uso de raciocnio lgico; d) identificao e soluo de problemas; e) argumentao e reflexo crtica; f) assimilao, articulao e sistematizao de conhecimentos tericos e metodolgicos para o desenvolvimento de suas prticas profissionais; g) realizao de pesquisas bibliogrficas em livros, peridicos e bancos de dados.

    Especificamente para o Licenciando em Fsica, espera-se que o curso promova o desenvolvimento das habilidades especficas para a Licenciatura:

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    a) dominar os princpios e conceitos de Fsica clssica e contempornea e suas relaes com a Matemtica e outras Cincias; b) possuir habilidades de comunicao e cooperao, sabendo utilizar a linguagem cientfica na expresso de conceitos fsicos e na descrio de trabalhos cientficos; c) planejar e desenvolver diferentes atividades de ensino, de experimentao e medies, assim como reconhecer os elementos relevantes s estratgias adequadas; d) compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; e) compreender a utilizao, as possibilidades e os limites do mtodo experimental, avaliando a qualidade de dados, formulando modelos e identificando seus domnios de validade; f) compreender relaes do desenvolvimento histrico e conceitual da Fsica com outras reas do saber, com as diversas tecnologias, com diferentes instncias sociais e inclusive suas implicaes no mbito educacional; g) realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; h) articular relaes de sntese e de anlise, interpretando de modo interdisciplinar e contextualizado a produo do conhecimento; i) demonstrar domnio das Tecnologias da Informao e da Comunicao (TIC) na produo e na utilizao de material didtico para o ensino da Fsica; j) dominar conhecimentos pedaggicos do contedo para analisar os documentos oficiais das esferas federal, estadual e municipal, que norteiam a educao brasileira de modo geral e o funcionamento da educao bsica em especial, considerando-os criticamente em sua prtica profissional docente; k) dominar conhecimentos de contedo pedaggico que possibilite organizar programaes curriculares para o ensino de fsica nos diversos nveis de escolaridade e modalidades da Educao Bsica; l) coordenar aes de diversas pessoas ou grupos, para gerenciar os processos de ensino e aprendizagem, em consonncia com a realidade social de sua implementao, tendo por base a considerao crtica tanto das orientaes contidas nas normativas legais, como das expectativas apontadas nos exames e avaliaes nacionais; m) questionar criticamente o conhecimento cientfico, as polticas educacionais, os aportes da pesquisa em educao e em ensino de fsica, e as contribuies do processo de construo do conhecimento em Fsica, para o desenvolvimento

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    das prticas educativas nas situaes cotidianas escolares e no escolares; n) elaborar diagnsticos para situaes-problema, avaliando riscos e possibilidades, de modo a subsidiar a implementao de solues inovadoras, criativas e adequadas realidade scio-econmica e cultural brasileira; o) articular ensino e pesquisa em educao e em ensino de fsica para produzir conhecimentos pedaggicos do contedo, que permitam planejar, implementar e avaliar atividades didticas de produo e difuso do conhecimento em ensino de fsica, utilizando recursos diversos; p) desenvolver propostas pedaggicas, metodologias e materiais didticos de diferentes naturezas e origens, estabelecendo seus objetivos educacionais e de aprendizagem em consonncia com os contextos de seu desenvolvimento e implementao. q) Aprender de forma protagonista e contnua, de modo a manter atualizada sua cultura cientfica e pedaggica; r) Desenvolver uma atuao profissional pautada na tica e na responsabilidade social, atravs do respeito aos direitos individuais e coletivos, s diferenas culturais, polticas e religiosas e compromisso social.

    10. Campo de atuao do Licenciado em Fsica

    Considerando que a identidade do Licenciado em Fsica a docncia, sua rea de atuao prioritria a educao, que objetiva a democratizao do conhecimento fsico. Nesse sentido, o estudante egresso da Licenciatura em Fsica da UFRPE poder atuar na Educao Bsica, prioritariamente nas sries finais do ensino fundamental e no ensino mdio, incluindo a modalidade de jovens e adultos. Mas tambm em cursos de formao de professores, como educador para a Fsica, em perspectivas inovadoras para o ensino de cincias, como por exemplo, a abordagem Cincia, Tecnologia e Sociedade 8 (CTS). Enquanto educador em cincia, ocupa-se com a formao e a disseminao do saber da Fsica, nas diferentes instncias sociais, na educao formal ou por meio da educao no-formal, como, por exemplo, ensino distncia, ou centros e museus de cincias, divulgao cientfica e ainda na educao integral. Para tanto, deve dominar a fsica, suas aplicaes e desenvolvimento cientfico, tecnolgico e social.

    8 Estratgia que defende a discusso da relao cincia, tecnologia e sociedade, assim como o papel das

    questes tcnicas-cientficas em acontecimentos sociais e econmicos relevantes e sua articulao com o

    desenvolvimento tecnolgico e cientfico.

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    Alm de atuar diretamente na sala de aula, o licenciado em fsica pode trabalhar na elaborao e avaliao de materiais didticos, voltados para o ensino de Fsica, desenvolver pesquisas no ensino de fsica, no campo da educao e ainda pesquisas no campo da fsica. ainda capaz de desenvolver modelagem fsica para resolver problemas nas mais diversas reas. Mas, alm disso, o Licenciado em Fsica pode ainda atuar em outros espaos que envolvem conhecimento fsico, como setores que envolvem conhecimentos multi e interdisciplinares, pesquisa cientfica, e desenvolvimento industrial, etc. Mas, para dar conta de tal campo profissional, o presente projeto prope que 270h do estagio supervisionado seja dedicado ao magistrio na educao bsica, em espaos formais e no-formais, e que as 150h finais possam ser mais flexveis e abrangentes, podendo ser destinadas para aprofundamento em atividades de docncia de preferncia do estudante ou em atividades alm do ensino, que envolvem conhecimentos fsicos. Por fim, o Licenciado em Fsica estar apto a aprimorar sua formao acadmica ingressando em Ps-Graduaes, preferencialmente em Ensino de Fsica ou Educao; a produzir conhecimento na rea de ensino de Fsica ou da Cincia Fsica. Pode ainda divulgar conhecimento na rea de Fsica e ensino de Fsica e a lecionar em instituies de ensino superior.

    11. Ementrios das disciplinas da Licenciatura em Fsica

    A proposta que se segue busca atender aquisio dos seguintes contedos comum licenciatura em fsica e ao bacharelado: a) Evoluo das idias da Fsica: Origens da Mecnica; Geocentrismo e Heliocentrismo; a Origem da Teoria Eletromagntica de Maxwell e do Conceito de Campo; os Impasses da Fsica Clssica no Incio do Sculo XX; o Surgimento da Teoria da Relatividade e da Mecnica Quntica; b) Mecnica: Cinemtica em Uma e Mais Dimenses; Quantidade de Movimento; Centro de Massa; Leis de Newton e Aplicaes; Gravitao Universal; Leis de Kepler; Trabalho, Energia e Potncia; Torque e Momento Angular; Princpios de Conservao; Movimento do Corpo Rgido; Fluidos; c) Termodinmica: Calor e Temperatura; Transporte de Calor; Teoria Cintica dos Gases; as Leis da Termodinmica; Energia Interna; Calor Especfico; Processos Adiabticos; Mquinas Trmicas; o Ciclo de Carnot; Entropia; d) Eletromagnetismo: Conceito de Campo Eltrico; Lei de Gauss; Potencial Eltrico; Corrente Eltrica e Circuitos; Campo Magntico;

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    Foras Eltrica e Magntica; Lei de Ampre; Lei de Faraday e da Induo; Magnetismo de Materiais; Equaes de Maxwell; e) Fsica Ondulatria: Oscilaes Livres, Amortecidas e Foradas; Ressonncia; Ondas Sonoras e Eletromagnticas; ptica: Reflexo, Refrao, Polarizao, Disperso, Interferncia e Difrao; f) Fsica Moderna: Introduo Relatividade Especial; Princpios da Relatividade e da Constncia da Velocidade da Luz; Relatividades do Tempo, do Espao, da Velocidade e da Massa; Transformaes de Lorentz; Equivalncia Massa-Energia; Introduo Fsica Quntica; Natureza Ondulatria-Corpuscular da Matria e da Luz; Ondas de Probabilidade; Teoria Quntica da Matria e Radiao; o Modelo Quntico do tomo; o Princpio da Incerteza de Heisenberg; Introduo Fsica Atmica; o Modelo de Bohr; o tomo de Hidrognio; a Tabela Peridica; Ncleo Atmico; Foras Nucleares; Decaimento Radioativo; Meia-Vida; Energia Nuclear; Fuso Nuclear; Fisso Nuclear; Reao em Cadeia; Introduo Fsica de Partculas. E segue agora os contedos especficos para a Licenciatura: a) Histria e Evoluo das Idias da Fsica: Cosmologia Antiga; a Fsica de Aristteles; a Fsica Medieval; as Origens da Mecnica e o Mecanicismo; a Evoluo do Conceito de Calor e da Termodinmica no Perodo Pr-industrial; a Teoria Eletromagntica de Maxwell e o Conceito de Campo; os Impasses da Mecnica Clssica; Radioatividade e as Origens da Fsica Contempornea; as Teorias da Relatividade e da Mecnica Quntica; b) Instrumentao para o Ensino de Fsica; Anlise de Textos Didticos e Aplicativos Educacionais; Abordagens Utilizadas no Ensino da Fsica no Nvel Mdio; Metodologias e Tcnicas de Avaliao do Ensino da Fsica; Novas Tecnologias para o Ensino da Fsica; os Papis dos Veculos de Informao e do Museu na Divulgao Cientfica; os Papis do Mtodo Cientfico na Sociedade Moderna; Cincia, seus Valores e sua Compreenso Humanstica.

    12. Matriz Curricular para Licenciatura em Fsica

    Para promover o desenvolvimento das competncias e os conhecimentos esperados a uma formao que contemple os diferentes mbitos do conhecimento profissional do professor, o curso de Licenciatura Plena em Fsica da UFRPE apresenta uma estrutura curricular em disciplinas pautadas na centralidade na leitura enquanto elemento fundamental de todas as disciplinas e arranjada em eixos paralelos e integradores, que so agora detalhados. O primeiro eixo constitudo pelas disciplinas que buscam dar conta do conhecimento do contedo especfico da rea de Fsica, do

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    desenvolvimento de estratgias de resoluo de problemas. De responsabilidade do Departamento de Fsica (DF) da UFRPE, as disciplinas se desenvolvem desde o primeiro semestre do curso, ao longo de 660h de carga-horria. As disciplinas desse eixo so: Fsica Geral 1, 2, 3 e 4, Laboratrio de Fsica Experimental I e II, e ainda Histria da Fsica Clssica, Termodinmica e Introduo a Fsica Estatstica, Mecnica Clssica 1, Fsica Moderna 1 e 2 e por fim Eletromagnetismo 1. Neste primeiro eixo, a ao docente no ensino superior deve superar a prtica de tratar os problemas ilustrativos em sala de aula, como exerccios de aplicao da teoria, ao promover resolues lineares, mas encar-los como verdadeiros problemas9, cujas abordagens para a soluo no so lineares e necessariamente precisam ser investigadas, testadas e comprovadas. Nesse eixo ainda, a matemtica deve ser compreendida como veiculo estruturador da cincia. Nesse sentido, a linguagem matemtica na fsica permite ao cientista estruturar seu pensamento para apreender o mundo. E como tal, o ensino da fsica deve propiciar meios para que os licenciandos adquiram esta habilidade, afinal vivncia isolada do aluno no contexto prprio da matemtica, que promove o domnio operacional dos contedos matemticos, no suficiente para permitir a incorporao de tal habilidade. Nesse aspecto, os professores devem eleger estratgias didticas pautadas na compreenso de que no basta saber matemtica para apreender a teoria Fsica, mas de saber apreender teoricamente a natureza, atravs de uma estruturao matemtica10. Para tanto, estratgias didticas de modelagem pela matemtica devem incorporar de forma explcita o domnio emprico, ou seja, envolver atividades experimentais. Dessa forma, o docente precisa eleger estratgias modelizadoras e investigativas11 que se preocupem com a passagem dos dados contidos em uma dada observao, at uma representao conceitual do fenmeno em pauta. Alm desse eixo, o Departamento de Fsica (DF) tambm responsvel pelas disciplinas do segundo eixo, integrador, que visa construir junto aos licenciandos o conhecimento pedaggico do contedo12, atravs da prtica como componente curricular, como parte das disciplinas. As

    9 Peduzzi. Luiz O.Q. Sobre a resoluo de problemas no ensino da Fsica. Caderno Catarinense de Ensino

    da Fsica, v.14, n3 1997. 10 Pietrocola, Maurcio. A matemtica como estruturante do conhecimento fsico. Caderno Catarinense de

    Ensino da Fsica, v.19, n.1. 2002. 11 Borges, A. Tarciso. Novos rumos para o laboratrio escolar de cincias. Caderno Brasileiro de Ensino

    da Fsica, v. 19, n.3. 2002. 12 De acordo com Shulman, este tipo de conhecimento, prprio do professor, construdo a partir do

    confronto com a prtica, pela interligao do conhecimento do contedo a ensinar com o conhecimento

    pedaggico e didtico apropriado, como o conhecimento acerca das estratgias especficas para ensinar

    determinado contedo.

  • 29

    disciplinas desse eixo se desenvolvem em uma carga-horria total de 420h. Dessa maneira, as disciplinas aqui devem articular o conhecimento fsico ensinado na UFRPE com os condicionantes, particularidades e objetivos deste conhecimento na educao bsica formal e em outros espaos educativos no-escolares. Aqui sero, por exemplo, empregados procedimentos como anlise do contedo especfico (livro didtico, material divulgao cientfica, televiso, cinema, etc), ou ainda a produo de material didtico para uso no ensino mdio ou fundamental, e tambm o desenvolvimento de projetos educativos em espaos formais e no-formais. tambm o lugar para o professor do departamento de fsica promover reflexes sobre o uso das analogias, demonstraes, experimentos, explicaes para aprendizagem do contedo fsico, que est sendo aprendido pelo licenciando e que ser ensinado por este quando de sua atuao como professor. E por fim, o espao apropriado para o licenciando identificar os problemas ou os obstculos para aprendizagem, mais diretamente relacionado ao contedo da fsica. Dessa forma, as disciplinas que buscam mobilizar o conhecimento pedaggico do contedo fsico para transformar os objetos de conhecimento em objetos de ensino so: Laboratrio de Fsica Experimental I e II, Instrumental para o Ensino da Fsica 1 e 2, Fsica Aplicada e Trabalho de Concluso de Curso. O terceiro eixo de disciplinas, de responsabilidade do Departamento de Educao (DED) da UFRPE, se prope a promover o conhecimento pedaggico necessrio ao exerccio da docncia, contextualizado em espaos formais e no-formais. Com uma carga-horria total de 480h, as disciplinas buscam proporcionar ao licenciando experincias de observao (direta ou indireta) e reflexo para compreender e atuar em situaes docentes contextualizadas, tais como o registro de observaes realizadas e a resoluo de situaes-problema do cotidiano profissional. Alm da observao direta, a contextualizao da prtica profissional pode se dar por meio do computador ou vdeo, ou ainda atravs de narrativas, orais e escritas de professores, das produes dos alunos, de situaes simuladas e tambm por estudo de casos. E assim, as disciplinas desse eixo, diretamente vinculadas ao Departamento de educao so: Fundamentos Histricos, Filosficos e Sociolgicos da Educao, Estrutura e Funcionamento da Educao, Psicologia da Educao I e II, Didtica, Avaliao da Aprendizagem, Metodologia do Ensino e Tpicos em Educao. Acrescidas das disciplinas Libras e Metodologia da Pesquisa Cientfica, de responsabilidade do Departamento de Letras e Cincias Humanas

  • 30

    (DLCH), a quinta parte da carga horria total do curso d conta das questes pedaggicas, alcanando 630h. Ainda sob a responsabilidade do Departamento de Educao (DED), este eixo anterior converge para as disciplinas de Estgio Supervisionado Obrigatrio 1, 2, 3 e 4 (ESO), que se desenvolvem em uma carga-horria de 420h e buscam proporcionar ao licenciando experincias de aplicao de conhecimentos ou de desenvolvimento de procedimentos prprios ao exerccio da atividade profissional. Em consonncia com a lei 11.788, de 2008, o estgio obrigatrio, um modo especial de capacitao em servio, preferencialmente como assistente de um profissional experiente, sob a superviso da unidade concedente e de um professor orientador da rea de Mtodos e Tcnicas de Ensino (DED), o momento de prover ao futuro licenciado um conhecimento do real em situao de trabalho. O estgio assim deve ocorrer em espaos educativos escolares e no-escolares, onde o estagirio desenvolva efetivamente uma postura profissional. Para tanto, a vivncia do estgio exige o estabelecimento de relaes formais entre a UFRPE e as unidades dos campos de formao, como convnios ou termos de cooperao. Essa capacitao em servio deve ocorrer de modo diferente segundo os objetivos de cada momento da formao. Dessa forma, os diferentes estgios permitem oportunizar ao estudante da licenciatura em fsica a vivncia profissional em campos de estgios com objetivos distintos. Enquanto, o Estgio Supervisionado Obrigatrio I ambientado nas sries finais do ensino fundamental regular e ainda nas diferentes sries do ensino mdio regular, o Estgio Supervisionado Obrigatrio II se destina a vivncia profissional na educao de jovens e adultos, no ensino tcnico e profissionalizante e tambm em estabelecimentos com propostas interdisciplinares, o Estgio Supervisionado Obrigatrio III se volta para experincias profissionais no ensino distancia, e permite alm disso ampliar a vivncia profissional dos estudantes, alcanando experincias abrangentes de educao em cincias, em espaos no formais, como na divulgao cientfica em centros e museus de cincia e em estabelecimentos com proposta de educao integral, ou em programas de desenvolvimento humano e social, e por fim o Estgio Supervisionado Obrigatrio IV, mais flexvel, pode ser reservado para aprofundar a vivncia profissional dos estudantes, em alguma modalidade docente anteriormente experimentada, de preferncia do estudante ou expandir as experincias profissionais, alcanando instituies de pesquisas em educao e de pesquisas em fsica, na pesquisa e desenvolvimento industrial ou ainda na elaborao e avaliao de materiais didticos, ou ainda na divulgao cientfica, seja em editoras ou jornais.

  • 31

    Dessa forma, em cada disciplina de estgio, em colaborao com o supervisor do estgio e o orientador, o estudante em formao dever em um primeiro momento, investigar e interpretar a realidade, de modo a planejar e desenvolver atividades relativas ao campo profissional (regncia de aulas, organizao e correo de exerccios, elaborao de materiais didticos, do projeto da instituio de estgio, etc.). Ao final de cada estgio, o estudante deve apresentar ao orientador do estgio na UFRPE relatrios de suas atividades, destacando a avaliao do supervisor e auto-avaliao de sua vivncia. Por fim, os licenciandos em fsica que exeram atividade docente regular na educao bsica podem ter a carga horria do estgio curricular supervisionado reduzida at no mximo em 200 (duzentas) horas, sendo para isso dispensado de cursar a ltima disciplina relativa ao estgio de aprofundamento, no caso o Estgio Supervisionado Obrigatrio IV. Alem disso, como o presente projeto considera as atividades de extenso, de monitorias e de iniciao cientfica, equiparadas ao estgio supervisionado, o licenciado pode empregar essas atividades de ensino, pesquisa e extenso, desenvolvidas na educao superior para dispensar a disciplina Estgio Supervisionado Obrigatrio IV. O perfil profissional do licenciado em fsica desejado alcanado, atravs das contribuies das disciplinas do quarto eixo relacionado s linguagens. Neste mbito, temos as disciplinas relativas ao conhecimento matemtico, como Geometria Analtica e lgebra Linear, Clculo Diferencial e Integral I e II, Clculo Vetorial e Integral, e Equaes Diferenciais Ordinrias. Nesse eixo, o conhecimento matemtico deve ser encarado como expresso de nosso prprio pensamento, e no apenas como instrumento de comunicao. Em carter introdutrio, encontramos as disciplinas relacionadas ao domnio da lngua materna, dos conhecimentos qumicos bsicos e da linguagem da computao. As disciplinas so Portugus I, Introduo Computao e Qumica Geral. A carga horria total para o eixo da linguagem de 480h. O quinto eixo formativo se destina ao aprofundamento dos estudos, quando o licenciando, entre um rol de disciplinas oferecidas pelos diferentes Departamentos da UFRPE, precisa escolher cursar trs disciplinas optativas para integralizar o curso. Dessa forma, so previstas trs disciplinas optativas, com carga horria de 180h. Em atendimento resoluo N 313/2003 do CEPE e ao parecer CNE/CP n 28, de 2 de outubro de 2001, o sexto e ltimo eixo formativo se destina de maneira eletiva a dar conta das atividades complementares no mbito acadmico-cientfico-cultural, as chamadas atividades

  • 32

    acadmicas curriculares (ACC), que se desenvolvem em uma carga-horria de 210h. Este eixo visa promover uma maior versatilidade na formao, com o objetivo de incentivar o aluno a uma maior participao na vida universitria, atravs do fomento de atividades que promovam a ampliao do universo artstico e cultural do aluno, como, por exemplo, participaes em encontros, conferncias, seminrio, escolas de frias; iniciao cientfica, ou projetos de extenso, nas diversas modalidades sejam cientficas, artsticas ou culturais. A carga horria destinada para tais atividades alcana 210h. Dessa forma, a carga-horria total de curso chega 3000h, para serem vivenciados em no mnimo 10 semestres letivos e no mximo em 17 semestres. Em resumo, temos:

    Eixo formativo CH Categoria Conhecimento especfico fsico 660h Obrigatria Conhecimento pedaggico do contedo (PCC) 420h Obrigatria Conhecimento pedaggico 630h Obrigatria Estgio Supervisionado Obrigatrio (ESO) 420h Estgio Linguagens 480h Obrigatria Aprofundamento 180h Optativa Complementar (ACC) 210h Eletiva Total 3000h

  • Organizao da matriz curricular

    Especfico

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  • Organizao curricular ao longo dos semestres

    VIGNCIA: A partir de agosto de 2010. Construir tabela. 1 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    2 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    3 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    4 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    5 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    6 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

  • 35

    7 Perodo DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    8 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    9 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    10 Perodo

    DISCIPLINAS CH-T CH-P PCC TOTAL Pr-requisitos

    CH-T: Carga-horria terica CH-P: Carga-horria prtica PCC: Carga-horria de prtica como componente curricular

    13. Equivalncia curricular das disciplinas

    Construir tabela equivalncias.

    14. Implantao, monitoramento e avaliao do PPP

    Como foi possvel perceber, a questo da formao do professor, principalmente do professor de fsica, demanda o enfrentamento de uma srie problemas estruturais e emergenciais, que esto alm dos muros da universidade, exigindo assim a aproximao das instituies formadoras com a Educao Bsica. Diante desse estado de coisas, a atualizao do Projeto Poltico Pedaggico da Licenciatura em Fsica da UFRPE vem para contribuir com posicionamento da UFRPE que permita enfrentar os desafios que se impem formao dos professores na atualidade e no futuro.

  • 36

    Para tanto, o projeto poltico pedaggico da Licenciatura em Fsica da UFRPE pretende contribuir elegendo uma srie de estratgias prioritrias, para o enfrentamento das questes aqui apresentadas:

    a) reduo da evaso pelo oferecimento no curso de licenciatura de percursos formativos diversificados, ao reduzir a rigidez do currculo, que permitam ao estudante escolher aquele que mais atenda suas necessidades de aprendizagem;

    b) reduo do tempo de integralizao do curso, se aproximando do perodo regular previsto, pelo oferecimento de um bacharelado em fsica, articulado com a licenciatura, no perodo da tarde, para oportunizar novos caminhos formativos ao licenciando e ao bacharelando;

    c) reduo da reteno, aumentado a oferta de turmas de fsica bsica, diminuindo o nmero de estudantes por sala (mximo 30 alunos por professor), principalmente no primeiro ano do curso;

    d) reduo da reprovao nas disciplinas de fsica e matemtica bsica, pelo aumento da participao discente em monitorias (com bolsa), equiparadas ao ESO IV, abordando fsica e clculo, de forma integrada, cujo atendimento deve necessariamente ocorrer durante o perodo noturno;

    e) reduo da taxa mdia de concluso do curso, pela construo de itinerrios formativos diversos, que leve em conta a trajetria profissional e acadmica do estudante, que potencialize o aproveitamento de disciplinas em matrias comuns, permitindo um maior ingresso de portadores de diploma e possibilitando uma maior reopo entre cursos;

    f) reduo do exerccio de atividade remunerada, pelo aumento do nmero de bolsas em projetos de ensino, pesquisa e extenso, equiparadas ao ESO IV, que promovam uma maior dedicao ao curso e consequentemente uma permanncia com sucesso do estudante;

    g) melhoria da qualidade do ensino mdio e fundamental, atravs de uma maior articulao da UFRPE, com a Secretaria de Educao do Estado (SEE), estabelecendo campos de estgio supervisionado e remunerado, obrigatrio e no-obrigatrio, atravs de convnios, aumentando a oferta de oportunidades de docncia, em fsica e qumica, em escolas da rede pblica;

    h) promoo dos cursos com forte nfase em cincias, como as licenciaturas em fsica e qumica, pelo estabelecimento de projetos de ensino e extenso (com bolsa), em parceria com a SEE, que valorizem carreiras cientficas, pelo incentivo investigao cientfica, tendo a superviso do professor da Educao Bsica e orientao de docentes do ensino superior;

    i) reduo do nmero de professores da Educao Bsica, sem formao especfica, pelo oferecimento, em parceria com a SEE, de projetos de capacitao em servio, em nvel superior, para professores da Educao Bsica sem a licenciatura em fsica;

    j) elevao da qualidade da formao do professor de fsica, pela realizao de estudos, que acompanhem o desenvolvimento das polticas acima expostas, que permitam o alcance dos objetivos;

  • 37

    k) reviso do presente projeto poltico pedaggico da licenciatura em fsica, como resultado da avaliao dos impactos das polticas acima adotadas.

    A seguir, apresentamos as metas e etapas a serem alcanadas, que permitam o acompanhamento das estratgias prioritrias elencadas no PPP:

    Estratgia 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Aprovao do novo PPP da licenciatura X Aumento da oferta de turmas de fsica bsica x x x x Implantao do novo PPP da Licenciatura X x Elaborao e aprovao do PPP do bacharelado em Fsica articulado com a Licenciatura

    x

    Implantao do PPP do Bacharelado em Fsica x Aumento da participao discente na monitoria de disciplinas

    x x x x

    Realizao de projetos de extenso, ensino, pesquisa que promovam a permanncia do estudante em seu curso

    x x x x

    Realizao de projetos de extenso, em parceria com a SEE, que promovam carreiras cientficas

    x x x x

    Realizao de convnios com SEE para estabelecer campos de estgio supervisionado, obrigatrios e no-obrigatrios, ao estudante

    x x x

    Realizao de projetos de capacitao em servio de professores da Educao Bsica, sem formao especfica em fsica

    x x

    Realizao de estudos para acompanhamento das polticas

    x x x x

    Reviso do PPP da Licenciatura em Fsica e de sua articulao com o Bacharelado e o estabelecimento de novas estratgias

    x x

    15. Decises de aprovao do PPP da Licenciatura em Fsica

    Deciso do CCD e outras decises.

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    Ementrios das disciplinas obrigatrias (propostas para consulta pblica) Fsica Geral I Ementa: Mecnica: Cinemtica em Uma e Mais Dimenses; Quantidade de Movimento; Centro de Massa; Leis de Newton e Aplicaes; Gravitao Universal; Leis de Kepler; Trabalho, Energia e Potncia; Torque e Momento Angular; Princpios de Conservao; Movimento do Corpo Rgido; Objetivos: Proporcionar aos estudantes os conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da Mecnica, colocando-os em contato com as necessrias ferramentas matemticas, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: utilizao da linguagem com clareza, preciso, propriedade na comunicao, fluncia verbal e riqueza de vocabulrio; realizao de anlises e snteses, mediante ao uso de raciocnio lgico; identificao e soluo de problemas; argumentao e reflexo crtica; compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; dominar os princpios e conceitos de Fsica clssica e suas relaes com a Matemtica e outras Cincias; realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; Bibliografia Bsica: ALONSO, M. S. & FINN, E. S. Fsica. Volume I, Ed. Edgar Blucher, So Paulo. HALLIDAY, D. et al.; Fundamentos da Fsica, volumes 1 e 2, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos S.A., Rio de Janeiro. NUSSENZVEIG, H. M.; Curso de Fsica Bsica, volume 1: Mecnica, Editora Edgard Blcher Ltda., So Paulo. Leituras sugeridas:

    Fsica Geral II Ementa: Fludos; Calor e Temperatura; Transporte de Calor; Teoria Cintica dos Gases; as Leis da Termodinmica; Energia Interna; Calor Especfico; Processos Adiabticos; Mquinas Trmicas; o Ciclo de Carnot; Entropia; Objetivos: Proporcionar aos estudantes os conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da Mecnica dos Fluidos e Calor, colocando-os em contato com as necessrias ferramentas matemticas, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: utilizao da linguagem com clareza, preciso, propriedade na comunicao, fluncia verbal e riqueza de vocabulrio; realizao de anlises e snteses, mediante ao uso de raciocnio lgico; identificao e soluo de problemas; argumentao e reflexo crtica; compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; dominar os princpios e conceitos de Fsica clssica e suas relaes com a Matemtica e outras Cincias; realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; Bibliografia Bsica: ALONSO, M. S. & FINN, E. S. Fsica. Volume I, Ed. Edgar Blucher, So Paulo. HALLIDAY, D. et al.; Fundamentos da Fsica, volume 2, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos S.A., Rio de Janeiro. NUSSENZVEIG, H. M.; Curso de Fsica Bsica, volume 2: Mecnica dos fluidos e calor, Editora Edgard Blcher Ltda., So Paulo. Leituras sugeridas:

    Fsica Geral III Ementa: Conceito de Campo Eltrico; Lei de Gauss; Potencial Eltrico; Corrente Eltrica e Circuitos; Campo Magntico; Foras Eltrica e Magntica; Lei de Ampre; Lei de Faraday e da Induo; Magnetismo de Materiais; Equaes de Maxwell; Objetivos: Proporcionar aos estudantes os conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da Eletricidade e Magnetismo, colocando-os em contato com as necessrias ferramentas matemticas, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: utilizao da linguagem com clareza, preciso, propriedade na comunicao, fluncia verbal e riqueza de vocabulrio; realizao de anlises e snteses, mediante ao uso de raciocnio lgico; identificao e soluo de problemas; argumentao e reflexo crtica; compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; dominar os princpios e conceitos de Fsica clssica e suas relaes com a Matemtica e outras Cincias; realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; Bibliografia Bsica: ALONSO, M. S. & FINN, E. S. Fsica. Volume I e II, Ed. Edgar Blucher, So Paulo. HALLIDAY, D. et al.; Fundamentos da Fsica, volume 3, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos S.A., Rio de Janeiro. NUSSENZVEIG, H. M.; Curso de Fsica Bsica, volume 3: Mecnica dos fluidos e calor, Editora Edgard Blcher Ltda., So Paulo. Leituras sugeridas:

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    Fsica Geral IV Ementa: Oscilaes Livres, Amortecidas e Foradas; Ressonncia; Ondas Sonoras e Eletromagnticas; ptica: Reflexo, Refrao, Polarizao, Disperso, Interferncia e Difrao; Objetivos: Proporcionar aos estudantes os conhecimentos sobre os conceitos fundamentais de Ondas e ptica, colocando-os em contato com as necessrias ferramentas matemticas, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: utilizao da linguagem com clareza, preciso, propriedade na comunicao, fluncia verbal e riqueza de vocabulrio; realizao de anlises e snteses, mediante ao uso de raciocnio lgico; identificao e soluo de problemas; argumentao e reflexo crtica; compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; dominar os princpios e conceitos de Fsica clssica e suas relaes com a Matemtica e outras Cincias; realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; Bibliografia Bsica: ALONSO, M. S. & FINN, E. S. Fsica. Volumes I e II, Ed. Edgar Blucher, So Paulo. HALLIDAY, D. et al.; Fundamentos da Fsica, Volumes 2 e 4, Editora LTC Livros Tcnicos e Cientficos S.A., Rio de Janeiro. NUSSENZVEIG, H. M.; Curso de Fsica Bsica, volumes 2 e 4: Mecnica dos fluidos e calor, Editora Edgard Blcher Ltda., So Paulo. Leituras sugeridas:

    Laboratrio de Fsica Experimental I Ementa: Erros, Leituras e Medidas, Desvio Padro. Linearizao de curvas; construo e anlise de grficos envolvendo grandezas fsicas, experimentos fundamentos envolvendo mecnica, fluido e calor (experimentos sobre a determinao da gravidade; sobre as leis de conservao da mecnica, pndulo simples e fsico, esttica do corpo rgido, hidrosttica, sobre a lei de Stokes, fsica trmica, sobre equivalncia Joule-Caloria, sobre foras dissipativas). Objetivos: Proporcionar aos estudantes o desenvolvimento das necessrias habilidades envolvendo a interpretao dos fenmenos fsicos, atravs de procedimentos experimentais, contribuindo com a construo dos conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da Mecnica, Fluidos e Calor, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: identificao e soluo de problemas; possuir habilidades de comunicao e cooperao, sabendo utilizar a linguagem cientfica na expresso de conceitos fsicos e na descrio de trabalhos cientficos; compreender a representao e interpretao das propriedades fsicas em diferentes linguagens, como grficos, tabelas; realizar estimativas numricas de fenmenos naturais; planejar e desenvolver diferentes atividades de experimentao e medies, assim como reconhecer os elementos relevantes s estratgias adequadas; compreender a utilizao, as possibilidades e os limites do mtodo experimental, avaliando a qualidade de dados, formulando modelos e identificando seus domnios de validade; Bibliografia Bsica: Leituras sugeridas:

    Laboratrio de Fsica Experimental II Ementa: Construo e anlise de grficos envolvendo grandezas fsicas, experimentos fundamentos envolvendo eletricidade, magnetismo (Campo eltrico, potencial eltrico, circuitos de corrente contnua, alternada, Campo magntico, indutncia), ondas e ptica (reflexo, refrao, polarizao, interferncia, difrao). Utilizao e manuseio de instrumentos de medidas eltricas e magnticas (multmetro, osciloscpio, gerador de funes, fonte de alimentao DC e AC). Objetivos: Proporcionar aos estudantes o desenvolvimento das necessrias habilidades envolvendo a interpretao dos fenmenos fsicos, atravs de procedimentos experimentais, contribuindo com a construo dos conhecimentos sobre os conceitos fundamentais da eletricidade, magnetismo, ondas e ptica, indispensveis formao do fsico, promovendo amadurecimento cientfico e cultural. Competncias: identificao e soluo de problemas; possuir habilidades de comunicao e cooperao, sabendo utilizar a linguagem cientfica n