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Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre 6º ano - Pluralidade Cultural I. Fundamentação teórica para desenvolvimento do tema: Data limite de entrega: 23/09 (6ª feira) A partir da segunda metade do século XIX, a lavoura em Rio Claro deixou de ser a da cana-de-açúcar e passou a ser a do café; também deixou de usar o trabalho escravo, passando a utilizar o trabalho do imigrante europeu. Em julho de 1847, Vergueiro & Companhia (empresa do senador Nicolau de Campos Vergueiro) fundou a primeira colônia agrícola Vergueiro na fazenda de Ibicaba, localizada nos arredores de Rio Claro; ou seja, a primeira colônia agrícola na fazenda a contratar imigrantes, principalmente alemães e suíços, para a lavoura cafeeira. Devido à falta de mão-de-obra escrava (lei de 1850 proibia o tráfico de escravos entre as províncias), Rio Claro passou por uma séria crise de mão-de- obra. “[...] felizmente, porém, no município vizinho foi estabelecida uma colônia (Ibicaba), que prosperando, reanimou os ânimos e alguns proprietários já tem seguido aquelle exemplo, e muitos se prepararão com grandes plantações para o mesmo fim” DINIZ, Rio Claro e o café – desenvolvimento, apogeu e crise (1850-1900). Rio Claro: Tese (Doutorado em História), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, UNESP, p. 71. A Empresa de Vergueiro, além de trazer colonos para as fazendas de propriedade do próprio Vergueiro, também colocava à disposição dos outros fazendeiros da região a sua “organização empresarial” que contratava os imigrantes, organização esta já estabelecida na Europa há algum tempo. Vergueiro também expandiu esses serviços a outras localidades. A empresa de Vergueiro lucrava tanto com a “comercialização” de imigrantes como com a cobrança de supostas dívidas que os colonos adquiriam já na sua entrada no Brasil. A remuneração, nessas colônias, era baseada no resultado das colheitas, no chamado sistema de “parceria”, criado por Vergueiro: “a remuneração era proporcional ao café obtido pela família colona, mas o pagamento do colono dependia da venda do café no mercado”. O sistema de remuneração de parceria nas fazendas acabou por fracassar devido ao tratamento dado aos imigrantes, às altas taxas cobradas aos colonos pelos fazendeiros, entre outros motivos. Veja a charge abaixo que ilustra a situação: Esse tipo de força de trabalho (“parceria”) gerou queixas, conflitos e desentendimentos que culminaram com a Revolta de Ibicaba, em 24 de dezembro de 1856, na cidade de Rio Claro, que contou com o apoio de colonos das fazendas vizinhas, inclusive da Fazenda Angélica, de propriedade de Vergueiro & Cia.

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Page 1: Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre 6º ano ... · Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre 6º ano - Pluralidade Cultural I. Fundamentação teórica para desenvolvimento do tema:

Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre

6º ano - Pluralidade Cultural

I. Fundamentação teórica para desenvolvimento do tema: Data limite de entrega: 23/09 (6ª feira)

A partir da segunda metade do século XIX, a lavoura em Rio Claro deixou de ser a da cana-de-açúcar e passou a ser a do café; também deixou de usar o trabalho escravo, passando a utilizar o trabalho do imigrante europeu.

Em julho de 1847, Vergueiro & Companhia (empresa do senador Nicolau de Campos Vergueiro) fundou a primeira colônia agrícola Vergueiro na fazenda de Ibicaba, localizada nos arredores de Rio Claro; ou seja, a primeira colônia agrícola na fazenda a contratar imigrantes, principalmente alemães e suíços, para a lavoura cafeeira.

Devido à falta de mão-de-obra escrava (lei de 1850 proibia o tráfico de escravos entre as províncias), Rio Claro passou por uma séria crise de mão-de-obra. “[...] felizmente, porém, no município vizinho foi estabelecida uma colônia (Ibicaba), que prosperando, reanimou os ânimos e alguns proprietários já tem seguido aquelle exemplo, e muitos se prepararão com grandes plantações para o mesmo fim”

DINIZ, Rio Claro e o café – desenvolvimento, apogeu e crise (1850-1900). Rio Claro: Tese (Doutorado em História), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, UNESP, p. 71.

A Empresa de Vergueiro, além de trazer colonos para as fazendas de propriedade do próprio Vergueiro, também colocava à disposição dos outros fazendeiros da região a sua “organização empresarial” que contratava os imigrantes, organização esta já estabelecida na Europa há algum tempo. Vergueiro também expandiu esses serviços a outras localidades. A empresa de Vergueiro lucrava tanto com a “comercialização” de imigrantes como com a cobrança de supostas dívidas que os colonos adquiriam já na sua entrada no Brasil.

A remuneração, nessas colônias, era baseada no resultado das colheitas, no chamado sistema de “parceria”, criado por Vergueiro: “a remuneração era proporcional ao café obtido pela família colona, mas o pagamento do colono dependia da venda do café no mercado”. O sistema de remuneração de parceria nas fazendas acabou por fracassar devido ao tratamento dado aos imigrantes, às altas taxas cobradas aos colonos pelos fazendeiros, entre outros motivos.

Veja a charge abaixo que ilustra a situação:

Esse tipo de força de trabalho (“parceria”) gerou queixas, conflitos e desentendimentos que culminaram com a Revolta de Ibicaba, em 24 de dezembro de 1856, na cidade de Rio Claro, que contou com o apoio de colonos das fazendas vizinhas, inclusive da Fazenda Angélica, de propriedade de Vergueiro & Cia.

Page 2: Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre 6º ano ... · Projeto Interdisciplinar - 3º bimestre 6º ano - Pluralidade Cultural I. Fundamentação teórica para desenvolvimento do tema:

A Câmara Municipal de Rio Claro solicitou forças policiais para evitar que tal movimento se disseminasse para além daquela colônia (Ibicaba). Também na Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo a Revolta de Ibicaba foi assunto de amplos debates. A revolta gerou várias consequências, sendo a mais importante a mudança dos contratos de trabalho dos imigrantes. Logo, parte desses imigrantes dirigiu-se para a parte urbana da cidade de Rio Claro com o intuito de desenvolver outras atividades.

1ª atividade: Sobre a imigração alemã, diga: (Você encontrará as informações abaixo em http://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/flavia-m-gouvea.pdf

e as fotos em http://maesertaneja.blogspot.com.br/2014/06/rio-claro-antiga.html ; http://maesertaneja.blogspot.com.br/2014/06/pariquera-acu.html)

- Como ficou conhecido o local da cidade no qual os imigrantes alemães se concentraram? Ainda há referências da sua ocupação nos dias atuais (prédios, praças, monumentos, ...)? Se sim, cite-os e fotografe-os.

- A maior parte dos trabalhadores alemães e suíços vindos da Europa somente sabia desempenhar funções citadinas (voltadas para a

vida nas cidades) não possuindo experiência no trabalho agrícola. Qual o movimento vivido pelos imigrantes da Europa que justifica esse fato?

- Quais as atividades profissionais que exerceram após abandonarem as fazendas de café?

- Antes da chegada dos colonos germânicos, os paulistas do interior se limitavam ao consumo do trivial, como arroz, feijão, farinha, carne de porco e toicinho, alimentação totalmente pouco adequada ao clima tropical. Como os alemães enriqueceram esse cardápio? Introduza aqui uma receita tipicamente alemã que faça parte do nosso cardápio.

- Além da comida, trouxeram a bebida tradicional da Alemanha: a cerveja. Estabeleça a relação entre os alemães e uma das mais importantes indústrias de Rio Claro: a cervejeira. (Informações em http://cervisiafilia.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html)

- Quais as contribuições religiosas dos alemães para a cidade (igrejas, cemitério, rituais, ...)? Fotografe-as ou utilize as imagens disponíveis na Internet.

- Qual a contribuição dos alemães no setor da educação? Faça um breve relato sobre o assunto relacionando os assuntos religião e educação.

A forma de organizar a imigração foi refeita. Ficaram a cargo do governo todas as despesas com a mesma; os novos imigrantes, sobretudo, italianos, foram trazidos com todas as contas pagas, e colocados à disposição dos fazendeiros, com os quais assinavam contratos de serviços e não mais contratos de parceria, como idealizou Nicolau de Campos Vergueiro. Rio Claro recebeu então uma nova leva de imigrantes, advindos predominantemente da região norte e sul da Itália. Devido à chegada das estradas de ferro nas cidades interioranas produtoras de café, a imigração incrementou-se paralelamente ao desenvolvimento das mesmas: à Companhia Paulista cabia a iniciativa de transportar nas linhas férreas do Estado, gratuitamente, os imigrantes e suas bagagens. Nos trinta e cinco anos decorridos desde 1882 até 1917, tinha a Companhia Paulista dado passagem em seus trens a 700.765 imigrantes. Em 1891, foram transportados pela linha férrea de Rio Claro mais de 6.000 imigrantes, e, em 1895, este total cresceu para 21.281. Tal imigração foi influenciada pela crise econômica que a Itália enfrentava no período; pelas vantagens oferecidas pela província de São Paulo; e também devido ao declínio econômico dos Estados Unidos e da Argentina, locais prioritários de destino do imigrante italiano.

Imigrantes saídos da hospedaria dos imigrantes de São Paulo com destino a Rio Claro, por nacionalidade e sexo (1886-1900)

2ª atividade: Sobre a Companhia Paulista:

- Introduza uma imagem da 1ª estação de trens de Rio Claro (derrubada em 1910) e uma imagem da atual. Disponível em

http://museudaimigracao.org.br/acervodigital/pesquisalocalidade.php?paginafotografia=2150&id=fotografias&localidade=&inicio=&termino= ou http://www.aphrioclaro.sp.gov.br/wp-content/uploads/2011/07/Revista-Arquivo_05.pdf

- Com a desativação dos trens de passageiros, qual a utilização da estação nos dias de hoje?

Um grande impulso modernizador para o município foi a instalação das oficinas da Companhia Paulista de Estrada de Ferro e que acabaram por gerar vários postos de trabalho, os quais foram ocupados, em sua maioria, pelos imigrantes europeus.

3ª atividade:

- Introduza imagem(ns) das oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, em Rio Claro. (Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wGG1gfwt1Gc)

- Qual o bairro que concentrou grande parte dos funcionários da oficina?

Outros avanços na urbanização da cidade de Rio Claro podem ser percebidos: a adoção de luz elétrica para a iluminação da cidade (2ª cidade do Brasil a receber iluminação elétrica), a partir de 15 de novembro de 1895. Também no mesmo ano a cidade ganhou um reservatório de água; e, em 1902, o serviço de esgoto. O gabinete de leitura (hoje a Biblioteca Pública Municipal “Lenyra Camargo Fracarolli”) foi construído em 1876: mais uma obra modernizadora. Em 15 de maio de 1863, por influência de fazendeiros de café, iniciou-se a construção de um teatro na cidade de Rio Claro. Em 20 de janeiro de 1864, em frente ao jardim público da cidade, o

Teatro São João (depois Teatro Phoenix) foi inaugurado.

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4ª atividade:

- Introduza imagens sobre a inauguração da luz elétrica na cidade. (As fotos que fazem referência à iluminação estão disponíveis em http://museudaimigracao.org.br/acervodigital/pesquisalocalidade.php?paginafotografia=2150&id=fotografias&localidade=&inicio=&termino= e

http://memoria.funcesp.com.br/exposicao-view#1).

- Faça um breve relato sobre o Gabinete de Leitura e introduza imagens sobre ele. (Você encontrará informações sobre o assunto em http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1470772&page=37)

- Introduza foto do Teatro Phoenix (Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=wGG1gfwt1Gc) e no que o espaço se transformou hoje

Os italianos chegaram ao município em maior quantidade (principalmente nas segunda e terceira fases da emigração para Rio Claro), e dirigiram-se à lavoura do café atraídos pelo subsídio à viagem, e pelos grandes incentivos à emigração familiar e ao trabalho sob o regime de colonato, que propunha o pagamento de salários fixos aos trabalhadores da lavoura.

5ª atividade:

- Pesquise sobre duas famílias de imigrantes italianos que contribuíram para o crescimento da nossa cidade. Acrescente fotos ao seu relato.

- Qual a influência dos italianos na culinária local? Cite pratos culinários trazidos pelos italianos.

- Quais as contribuições religiosas dos italianos para a cidade (igrejas, cemitério, rituais, ...)? Fotografe-as ou utilize as imagens disponíveis na Internet.

Como exposto acima foram importantes as contribuições que imigrantes europeus trouxeram na formação cultural do nosso povo. Não menos importantes foram as contribuições do povo negro que, nesse período das imigrações, representava uma parcela pequena da população.

Para poderem manter o convívio social, as suas tradições (como o Tambu – expressão de matriz africana que envolve cantos de rimas

instantâneas e danças com umbigadas) e a religiosidade acabaram ocupando espaços próprios que incluíram a Igreja de são Benedito, o Centro Cívico e Beneficente Luiz Gama, a Sociedade Dançante Familiar José do Patrocínio e a Sociedade Dançante Tamoio.

- Faça um breve relato sobre os espaços citados acima e ilustre-os com imagens da época. (http://www.aphrioclaro.sp.gov.br/wp-content/uploads/2011/07/Revista-Arquivo_06.pdf e https://www.youtube.com/watch?v=x07RLYMMTgc)

- Quais as contribuições do povo africano na culinária, nos costumes, na linguagem, na música, ... , locais? Cite, ao menos, uma contribuição em cada uma das áreas mencionadas.

6ª atividade: Faça uma foto do grupo em um ponto turístico, histórico ,cultural ou de lazer de Rio Claro. A foto impressa deverá ser acompanhada de um breve relato sobre o local escolhido. Data de entrega da foto + relato: 23/09 (6ª feira).

II. Leitura Paradidática – sob a responsabilidade das professoras Érica e Giovana (Português)

“Os meninos morenos”

Autor: Ziraldo com versos de Humberto Ak’abal Editora Melhoramentos

Sinopse: O poeta Humberto Ak’abal e o contador de casos Ziraldo falam da mesma coisa: a infância de menino cor de terra, um na Guatemala, o outro no Brasil. Quando o homem branco chegou, encontrou meninos dessa cor; depois, vieram os descendentes de africanos, os árabes, os asiáticos e tantos outros, e todos se misturaram num só povo.

Verificação da leitura do livro: 30/09 (6ª feira) para 6º M1/M2 e 30/09 (6ª feira) para o 6ºT1

III. Exibição de filme (Cine Biju)

A princesa e o Sapo

Gênero: Animação Duração: 1h37min Faixa etária: Livre

Sinopse: Uma jovem brilhante e desembaraçada de 19 anos, que sonha um dia abrir o seu restaurante em sua cidade natal. Inspirada pelo seu falecido pai, ela sabe tudo sobre culinária e como gerir um negócio. Seguiu o seu conselho em sonhar alto e a trabalhar duramente para atingir os seus objetivos, mesmo perante os obstáculos. No entanto, ao longo do tempo, ela foi-se esquecendo do que é realmente importante. Como se lhe estivesse destinado, uma aventura envolvendo um sapo, um pirilampo e um crocodilo revelam-lhe que o que ela quer não é

necessariamente o que ela precisa.

Verificação do Relatório de Observação: sob a responsabilidade dos professores Rogéria e Maria Helena (em substituição a V.A. de Redação) dia 19/08 (6ª feira)

IV. Parceria com “Agrupamento Escolas Frei Gonçalo de Azevedo : Produção de um “livro” com os pontos históricos e turísticos da cidade com um breve relato de cada um deles. Data limite de envio: 30/09 (6ª feira)