projeto ensino clínico 4º ano
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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
2012 Igor Ricardo Lopes Esteves
Enfermeira Tutora: Mara Gregório
Enfermeira Orientadora: Lúcia Freitas
UNIVERSIDADE DOS AÇORES
Escola de Enfermagem de Angra do Heroísmo
1º Ciclo de Estudos Conducentes ao Grau de Licenciado em Enfermagem
(4º ano)
Projeto d
Entende-se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de sa
social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global
terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia
pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.
Para o Enfermeiro, é precisamente o ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática
profissional. Por isso, mais do que o seu saber e saber
ser e saber-estar tanto com ele mesmo, como na relação com o
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da
se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de sa
social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global [do utente] [entendida como o processo
terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia][,] melhorando a funcionalidade da
tuação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores
ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática
profissional. Por isso, mais do que o seu saber e saber-fazer (…), o enfermeiro deve também desenvolver o seu saber
estar tanto com ele mesmo, como na relação com o utente/doente.
o Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio
entendida como o processo
melhorando a funcionalidade da
tuação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores
ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática
fazer (…), o enfermeiro deve também desenvolver o seu saber-
utente/doente.
Amadeu Matos Gonçalves
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SIGLAS E ABREVIATURAS
CE – Conselho de Enfermagem
CEGLE – Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Licenciado em Enfermagem
CIPE/ICNP – Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPE 1.0 e CIPE 2.0)
CSSR – Casa de Saúde de São Rafael (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores)
ISSJ – Instituto S. João de Deus
IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social
OE – Ordem dos Enfermeiros
REPE – Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro
RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
SCCID – Setor de Cuidados Continuados Integrados Domiciliários
SReS – Secretaria Regional da Saúde (departamento do Governo Regional dos Açores)
UIIS – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano
UIRP – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri
UISJG – Unidade de Internamento São João Grande
USIT – Unidade de Saúde da Ilha Terceira
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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Índice
SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................................ 2
ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................... 4
ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 6 ESTRUTURA DO PROJETO .............................................................................................. 11
CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................... 13 RECURSOS EXISTENTES ................................................................................................. 13 EQUIPA ................................................................................................................................ 16 MÉTODOS E DINÂMICA DE TRABALHO ..................................................................... 17 NORMAS E PROTOCOLOS ............................................................................................... 18
COMPETÊNCIAS, OBJETIVOS E ATIVIDADES .......................................................... 21
PLANO DE TRABALHO .................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 30 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................... 31 LIGAÇÕES ........................................................................................................................... 32
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ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 1 – Organograma do Instituto S. João de Deus ....................................................................................... 8
Fig. 2 – Organograma da Casa de Saúde de S. Rafael (Angra do Heroísmo) .......................................... 9
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ÍNDICE DE TABELAS
Tab. 1 – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano (enfermarias e camas) ........................................ 14
Tab. 2 – Unidade de Internamento São João Grande (enfermarias e camas)......................................... 15
Tab. 3 – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri (enfermarias e camas) ........................................ 16
Tab. 4 – Equipa multidisciplinar das UIIS, UISJG e UIRP (CSSR) ....................................................... 17
Tab. 5 – Projeto do Ensino Clínico (competências, objetivos e atividades/tarefas) ............................. 26
Tab. 6 – Plano de Trabalho/Atividades (cronograma) ................................................................................ 28
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INTRODUÇÃO
O presente projeto enquadra-se no âmbito do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de
Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida, unidade curricular do 1º semestre do 4º ano do
Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Licenciado em Enfermagem (CEGLE), através do qual se
visa “potenciar os recursos dos estudantes [de Enfermagem], dotando-os com conhecimentos
teóricos e/ou práticos capazes de ampliar a sua competência e a sua capacidade de intervenção com
os utentes e família” (Amaral et al., 2012:3), contribuindo, deste modo, “para o [seu]
desenvolvimento pessoal e profissional” e promovendo “uma formação humana, científica, técnica
e cultural para a prestação de cuidados de Enfermagem ao indivíduo, quer a nível do internamento
quer integrado na família e comunidade, em diferentes fases do desenvolvimento.” (Amaral et al.,
2012:6)
O Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem, em especial, tem uma duração
de seis (6) semanas, funcionando entre 22 de outubro e 30 de novembro de 2012.
Com vista à avaliação do mesmo, prevê-se, entre outros elementos avaliativos, a elaboração
de um Projeto do Ensino Clínico, que será seguido do respetivo Relatório com uma reflexão final,
através dos quais se procurará planificar, gerir e retirar conclusões acerca do trabalho desenvolvido
pelos estudantes.
Neste sentido, apresento o projeto abaixo, procurando com ele planificar e estabelecer
competências, objetivos e atividades/tarefas que me proponho adquirir e desenvolver,
respetivamente, ao longo do Ensino Clínico acima identificado, prestando cuidados de Enfermagem
na Casa de Saúde de S. Rafael, do Instituto S. João de Deus, em Angra do Heroísmo.
De acordo com os seus estatutos, o Instituto S. João de Deus é uma instituição particular de
solidariedade social (IPSS), criada e dirigida pela Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S.
João de Deus, segundo os princípios e ideário desta, encontrando-se dotado de personalidade
jurídica, canónica e civil e regendo-se, ao abrigo da Concordata entre a Santa Sé e o Estado
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Português e do artigo 454º do Código Administrativo, pelos mencionados estatutos1 e pela
legislação canónica e civil aplicável (cf. artigo 1º dos Estatutos).
O mencionado Instituto “tem âmbito nacional e prossegue fins de saúde, de assistência, de
reabilitação e de reinserção social, nomeadamente, nas seguintes valências: psiquiatria e saúde
mental, alcoologia, toxicodependência, cirurgia e ortopedia, medicina física e de reabilitação,
prestação de cuidados em geriatria e aos sem-abrigo, e prestação de cuidados nas valências da Rede
Nacional de Cuidados Continuados Integrados” (cf. artigo 2º dos Estatutos).
Deste modo, a missão apostólica e evangelizadora que caracteriza esta instituição
concretiza-se através de uma ampla e permanente atuação, absoluta e inegavelmente consolidada,
tanto em Portugal como em outros países por todo o Mundo (como por exemplo, Brasil e Timor-
Leste), “no campo da saúde, da assistência, da recuperação psicossocial e dos cuidados continuados,
para servir a pessoa que sofre” (cf. Preâmbulo do Regulamento Geral2).
Em Portugal, o Instituto conta com a estrutura orgânica que abaixo se esquematiza,
destacando-se a função essencial de dirigir um conjunto de estabelecimentos (ou centros)
assistenciais cedidos pela referida Província (cf. Fig. 1, coluna da esquerda), com vista à
prossecução dos seus fins (cf. artigos 4º, 6º e 7º dos Estatutos e artigo 2º do Regulamento Geral).
1 A criação do ISJD ocorreu por iniciativa da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e os respetivos estatutos foram aprovados por despacho do Ministro dos Assuntos Sociais, de 11 de novembro de 1977, publicado no Diário da República, n.º 288, 3ª série, de 9 de dezembro de 1977, e alterados por declaração da Direção-Geral da Segurança Social, de 26 de abril de 2010, e por declaração da mesma entidade, de 9 de abril de 2012. Os mesmos foram, ainda, aprovados pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em 15 de fevereiro de 2011, conforme declaração do Secretário da CEP, datada de 25 de fevereiro de 2011. Cf. documento disponível online, em http://www.isjd.pt/ (separador “Publicações”, “Documentos”). 2 O Regulamento Geral do ISJD foi aprovado pela sua Direção, em reunião plenária, em 14 de dezembro de 2010. Cf. documento disponível online, em http://www.isjd.pt/ (separador “Publicações”, “Documentos”).
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FIG. 1 – Organograma do Instituto S. João de Deus
Como se verifica, a Casa de Saúde de S. Rafael, em Angra do Heroísmo, consiste num dos
mencionados estabelecimentos (ou centros) assistenciais que, sendo propriedade da Província
Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, se encontra, presentemente, cedida ao ISJD,
para aí desenvolver os seus fins estatutários.
Nos termos dos artigos 26º e seguintes do já referido Regulamento Geral, este
estabelecimento assistencial dispõe da seguinte estrutura orgânica, através da qual é possível
identificar, de modo mais fácil e simples, as unidades em que me encontro a realizar o presente
Ensino Clínico (cf. Fig. 2).
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FIG. 2 – Organograma da Casa de Saúde de S. Rafael (Angra do Heroísmo)
A mencionada Casa de Saúde conta já com um historial marcante e notável,
designadamente, ao nível da história e evolução da prestação de cuidados de saúde no âmbito da
Saúde Mental e da Psiquiatria, em Portugal.
Na sequência da ação e do trabalho já desenvolvidos pela Ordem Hospitaleira no nosso país,
sobretudo através das “casas de saúde” de que dispunha em Idanha e no Telhal, desde o século
XIX3, a Casa de Saúde de S. Rafael foi criada no ano de 1927, na ilha Terceira, nos Açores, sob o
impulso essencial de Joaquim Bartolomeu Flores, considerado o clínico pioneiro da Psiquiatria
local.
3 Cf. entre outros, as referências feitas por Sobral Cid ao trabalho desenvolvido pelas casas de saúde referidas em texto, citadas no artigo conjunto de Loide FERREIRA, Patrícia FIRMINO, Pedro FLORIDO, David GAMANHO e Luísa JORGE, Perspetiva histórica dos cuidados de enfermagem ao doente mental, in: PsiLOGOS – Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando Fonseca, pp. 61-70 (artigo disponível online, em http://www.psilogos.com/Revista/Vol3N1/Indice5_ficheiros/ferreira.pdf).
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Acolhendo, inicialmente, apenas doentes da mencionada ilha, a instituição foi recebendo
pessoas oriundas de outras ilhas dos Açores, tanto do Grupo Central como do Grupo Ocidental,
contando, atualmente, com um total de perto de duas centenas de doentes.
“Ao longo das primeiras décadas de existência, [a CSSR] deu um contributo insubstituível
não só no trabalho dos doentes como no ultrapassar o estigma que havia na sociedade em relação
aos doentes do foro mental.
“Ao longo das décadas subsequentes e principalmente na de 60 [do séc. XX], foram-se
verificando transformações na postura mental da sociedade e da família face à doença, no
acompanhamento e tratamento clínico dos doentes, nas estruturas físicas e recursos humanos,
evolução que a Casa de Saúde foi acompanhando, tomando a forma, paulatinamente, de Hospital
Psiquiátrico.”4
Nessa medida, a escolha deste estabelecimento assistencial para a realização do presente
Ensino Clínico teve como principais motivações:
− a importância da Casa da Saúde no contexto da prestação de cuidados de saúde na ilha e na
região em que habito (Terceira, Região Autónoma dos Açores);
− a importância da casa no acolhimento de pessoas que sofrem de patologias no âmbito da
Saúde Mental e da Psiquiatria;
− a especial vocação da instituição para a prestação de cuidados não apenas a doentes (por si
só) mas, também, a pessoas idosas, por vezes carenciadas, marginalizadas e potencialmente
excluídas da sociedade, as quais necessitam de cuidados continuados de Enfermagem; e
− o sentimento de que, nesta instituição, será, certamente, possível dedicar-me e entregar o
meu desenvolvimento pessoal, humano, ético e profissional – como futuro enfermeiro – a
essas pessoas, famílias e respetivas necessidades.
4 Cf. página web da Casa de Saúde de S. Rafael, em http://www.isjd.pt/cssr.angra/site.html (separador “História”).
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“As várias transformações operadas na sociedade, nomeadamente o envelhecimento da
população e a alteração dos equilíbrios sociais, determinam necessidades para certos grupos de
pessoas, das quais salientamos os idosos, os indivíduos portadores de doença crónica e os
deficientes, pois exigem uma crescente necessidade de prestação de cuidados continuados, sendo
esta a forma mais humanizada de resposta.
“Quando a pessoa se encontra em situação de doença ou incapacidade, os seus direitos
tomam mais acuidade, dada a vulnerabilidade bio-psico-social a que está sujeita, assumindo o
respeito pela dignidade humana vital importância na relação com o utente. Assim sendo, devem ser
garantidos os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, sejam eles de natureza preventiva,
curativa, de reabilitação ou terminais.” (AA.VV, 2005:47)
Estes constituem os princípios gerais orientadores da prestação de cuidados continuados5, os
quais formam a base da minha atuação prática no presente Ensino Clínico, bem como os
fundamentos do projeto que ora se apresenta.
ESTRUTURA DO PROJETO
“O trabalho de projeto é (…) uma metodologia investigativa centrada na resolução de
problemas.
“Estes deverão ser pertinentes para quem procura resolvê-los, deverão constituir ocasião
para novas aprendizagens e ter uma ligação à sociedade na qual os alunos vivem.
“E terão, naturalmente, que ser realizáveis com o tempo, as pessoas e os recursos
disponíveis ou acessíveis.
“Trata-se de uma aprendizagem-ação, na qual o processo pode ser tanto – ou mais –
importante do que o produto.” (Castro et al., 1993:12)6 5 Em sentido semelhante vão os objetivos e princípios que regem, atualmente, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, conforme resulta do disposto, respetivamente, nos artigos 4º e 6ºdo Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, bem como os que orientam a Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores.
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Assim, o projeto que agora se apresenta encontra-se dividido em três partes distintas.
Na primeira parte, estabelece-se uma contextualização dos serviços da Casa de Saúde de S.
Rafael nos quais vou realizar a prestação de cuidados, no âmbito do já mencionado Ensino Clínico.
Na segunda parte, defino as competências, os objetivos e as atividades/tarefas que me
proponho realizar, ao longo do mesmo.
Por fim, na terceira parte, indico um plano de atividades, orientador da minha atuação.
6 Ainda, no sentido do citado em texto, referem as mesmas autoras que “[a]o apoiar-se sobre o reconhecimento e a valorização dos desejos de saber, de saber fazer, de agir sobre o real dos alunos, a metodologia de projeto desencadeia um processo de dinamização e interação de diferentes domínios de atividade (intelectual, motora, afetiva, criadora, comunicativa)”, sendo que “a questão não é só garantir o produto da atividade dos alunos (aquisição de determinados conhecimentos, resolução de um problema) (…) [mas], também, de garantir o desenrolar do processo de produção dos conhecimentos e das soluções dos problemas – o que, em última análise, é a melhor maneira de garantir a qualidade dos produtos.” (Castro et al., 1993:14,16).
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CONTEXTUALIZAÇÃO
O meu Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem vai ser desenvolvido nas
Unidades de Internamento Irmão Sinforiano, São João Grande e Ricardo Pampuri, da Casa de
Saúde de S. Rafael, integrado no grupo de enfermeiros da equipa multidisciplinar responsável pelas
mesmas.
As Unidades de Internamento Irmão Sinforiano e São João Grande constituem valências
psicogeriátricas (1 e 2) que acolhe situações de dependência elevada e dependência moderada, com
o objetivo de evitar a deterioração das competências dos utentes e prevenir o agravamento da
doença. Destinam-se a pessoas com doença mental e com idade superior ou igual a 65 anos,
podendo encontrar-se nelas utentes com idades inferiores, desde que apresentem elevado grau de
deterioração intelectual (indicador de possível demenciação ou deficiência mental).
A Unidade de Internamento Ricardo Pampuri consiste numa valência residencial destinada
ao treino de autonomia de pessoas adultas com perturbação mental de evolução crónica e
clinicamente estabilizada, tendo por objetivo promover a reabilitação e inserção social e permitir (se
e quando possível) a alta para o domicílio ou o encaminhamento para outras respostas específicas
da Saúde Mental. Em virtude de se tratar de uma residência de apoio máximo, destina-se a pessoas
com elevado grau de incapacidade psicossocial por doença mental grave, clinicamente estabilizada,
sem suporte familiar ou social adequado.
RECURSOS EXISTENTES
A Unidade de Internamento Irmão Sinforiano, que centraliza os serviços prestados nas
restantes unidades acima referidas, é constituída por quinze (15) enfermarias, com número variável
de camas (conforme quadro abaixo), mobiliário associado e casas de banho incorporadas, num total
de trinta (30) utentes internados.
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UI Irmão Sinforiano
Enfermaria 1 2 camas
Enfermaria 2 2 camas
Enfermaria 3 2 camas
Enfermaria 4 2 camas
Enfermaria 5 2 camas
Enfermaria 6 2 camas
Enfermaria 7 2 camas
Enfermaria 8 4 camas
Enfermaria 9 2 camas
Enfermaria 10 2 camas
Enfermaria 11 1 cama
Enfermaria 12 2 camas
Enfermaria 13 1 cama
Enfermaria 14 2 camas
Enfermaria 15 2 camas
TAB. 1 – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano (enfermarias e camas)
A mesma unidade dispõe, ainda, de duas (2) casas de banho adicionais, utilizadas pelos
utentes das Unidades de Internamento São João Grande e Ricardo Pampuri, duas (2) outras casas de
banho, utilizadas pelos colaboradores da instituição, e as seguintes instalações técnico-funcionais:
− duas (2) rouparias;
− um (1) gabinete técnico;
− um (1) gabinete médico;
− um (1) gabinete de enfermagem (contendo equipamento informático, equipamento
de escritório, um placard para afixação de horários e rotinas do serviço, um
lavatório e acesso direto à sala de tratamentos);
− uma (1) sala de tratamentos (onde se encontram armazenados todos os produtos
necessários às intervenções de enfermagem, uma maca, balas e concentradores de
oxigénio, suportes de soro, um carro de pensos, uma mala de primeiros socorros e
um lavatório);
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− uma (1) sala de visitas;
− um (1) refeitório (com capacidade para trinta [30] pessoas);
− uma (1) copa;
− dois (2) salões de estar;
− uma (1) sala de fumo;
− uma (1) barbearia; e
− dois (2) arrumos.
A Unidade de Internamento São João Grande conta, atualmente, com trinta e três (33)
utentes instalados em nove (9) enfermarias, com número variável de camas (conforme descrito no
quadro abaixo), mobiliário associado e casas de banho incorporadas, bem como acesso direto à
Unidade de Internamento Irmão Sinforiano, na qual os utentes permanecem durante o dia, aí
fazendo as suas higiene e alimentação.
UI São João Grande
Enfermaria 16 3 camas
Enfermaria 17 1 cama
Enfermaria 18 5 camas
Enfermaria 19 3 camas
Enfermaria 20 5 camas
Enfermaria 21 5 camas
Enfermaria 22 4 camas
Enfermaria 23 3 camas
Enfermaria 24 4 camas
TAB. 2 – Unidade de Internamento São João Grande (enfermarias e camas)
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A Unidade de Internamento Ricardo Pampuri é constituída por seis (6) enfermarias, com
número variável de camas (conforme o quadro abaixo), mobiliário adequado e casas de banho
incorporadas, num total de nove (9) utentes internados.
UI Ricardo Pampuri
Enfermaria 1 4 camas
Enfermaria 2 1 cama
Enfermaria 3 1 cama
Enfermaria 4 1 cama
Enfermaria 5 1 cama
Enfermaria 6 1 cama
TAB. 3 – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri (enfermarias e camas)
Esta unidade conta, ainda, com os seguintes equipamentos e instalações:
− um (1) refeitório (com capacidade para nove [9] pessoas);
− uma (1) copa;
− uma (1) sala de estar;
− um (1) armazém; e
− uma (1) sala de fumo.
EQUIPA
A equipa multidisciplinar que presta cuidados nas referidas unidades, e na qual me integrarei
durante o Ensino Clínico, é constituída pelos elementos abaixo indicados.
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Equipa multidisciplinar
2 Médicos
(1 especialista em Medicina Geral e Familiar
e 1 especialista em Psiquiatria)
12 Enfermeiros
(7 a tempo inteiro, 4 a tempo parcial e 1 em
ESTAGIAR L)
1 Fisioterapeuta
(externo)
1 Psicóloga
1 Assistente social
1 Animadora sociocultural
17 Auxiliares de ação médica
1 Equipa de limpeza
(externa)
TAB. 4 – Equipa multidisciplinar das UIIS, UISJG e UIRP (CSSR)
A coordenação das três unidades de internamento referidas compete, atualmente, à Enf.ª
Mara Gregório, a qual exerce as funções de Tutora do meu Ensino Clínico.
MÉTODOS E DINÂMICA DE TRABALHO
No âmbito da equipa multidisciplinar acima descrita, e atendendo à particular relevância do
funcionamento do grupo de enfermeiros que a integram para o presente projeto, cumpre referir que
a prestação de cuidados de enfermagem nas unidades acima referidas segue um horário de trabalho
diário (incluindo fins de semana e feriados), distribuído por três turnos:
− o primeiro das 08h00 às 16h00 (dito, manhã);
− o segundo das 16h00 às 24h00 (dito, tarde); e
− o terceiro e último das 00h00 às 08h00 (dito, noite).
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No turno da manhã, a equipa é constituída por dois (2) enfermeiros (eventualmente,
acompanhados de um terceiro, em regime de ESTAGIAR L) e quatro (4) auxiliares. No turno da
tarde, um (1) enfermeiro e três (3) auxiliares. E no turno da noite, um (1) enfermeiro acompanhado
por um (1) auxiliar.
Em termos de métodos e dinâmica de trabalho, a equipa de enfermagem segue os seguintes
modelos de prestação de cuidados:
− Cuidados de enfermagem funcionais – “(…) consistem num modo de organização em que o
processo global de trabalho é parcelarizado em tarefas, e em que cada trabalhador é
responsabilizado pela concretização de parte dessas tarefas, que estão previamente definidas
e padronizadas quanto à sua sequência e execução (…)” (Costa, 2004:235); e
− Cuidados de enfermagem em equipa – “(…) [a] assistência é centrada no cliente e
implementada por reuniões diárias de equipa nas quais todos discutem as necessidades de
cada cliente e imaginam maneiras de atendê-las (…)” (Costa, 2004:238).
NORMAS E PROTOCOLOS
Na prestação de cuidados de enfermagem, a equipa de enfermeiros orienta-se pelos
princípios e normas resultantes dos seguintes diplomas:
− Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem7;
− Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, que inclui o código deontológico8;
7 O Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de setembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril.
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− Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais9;
− Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem10; e
− Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes11.
No âmbito institucional da Casa de Saúde de São Rafael, são tidos em conta os seguintes
documentos, procedimentos e protocolos:
− os Estatutos do Instituto S. João de Deus;
− o Regulamento Geral do mesmo instituto;
− um conjunto de procedimentos relativos a diversos aspetos de organização e funcionamento
das instituições12; e
− um conjunto de protocolos de atuação em diversas situações relacionadas com a prestação
de cuidados13.
Por fim, na qualidade de instituição vocacionada para a prestação de Cuidados Continuados,
a Casa de Saúde de São Rafael encontra-se integrada no Setor de Cuidados Continuados Integrados 8 O Estatuto da Ordem dos Enfermeiros foi aprovado pela Lei n.º 104/98, de 21 de abril, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 111/2009, de 16 de setembro. O designado Código Deontológico do Enfermeiro consta do disposto nos artigos 78º a 92º do Estatuto da OE (integrados no Capítulo VI do mesmo diploma, com a epígrafe “Da deontologia profissional”). 9 As Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais foram aprovadas pelo Conselho de Enfermagem da OE, em outubro de 2003, encontrando-se disponível online o respetivo documento, em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/CompetenciasEnfCG.pdf. 10 Os Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem foram aprovados pelo CE da OE, em dezembro de 2001, encontrando-se disponível online o respetivo documento, em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/PadroesqualidadeCuidadosEnfermagem.pdf. 11 A Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes constitui um documento aprovado pela Direção-Geral de Saúde, que teve como princípios orientadores quer os direitos fundamentais previstos na Constituição da República Portuguesa quer os direitos mais específicos decorrentes tanto da Lei de Bases da Saúde, aprovada pela Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, como pelo Estatuto Hospitalar, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 48357, de 27 de abril de 1968. O documento encontra-se disponível online, em http://www.dgs.pt/default.aspx?cn=55065716AAAAAAAAAAAAAAAA. 12 Entre outros, procedimentos de gestão de internamentos, transferência de utentes, saída das unidades de internamento, gestão de resíduos hospitalares, urgência e emergência, abusos e maus tratos. 13 Entre outros, protocolos relativos a internamento, consultas médicas, encaminhamento de utentes para os serviços de urgência, deslocações programadas, contenção física, delirium tremus, hipo e hipertensão, hipo e hiperglicémia, reação anafilática, convulsão e atuação em situações de urgência psiquiátrica em contexto de internamento.
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Domiciliários da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, ao abrigo de um protocolo de cooperação
celebrado com a USIT.
O Instituto de S. João de Deus mantém acordos de cooperação com a Secretaria Regional da
Saúde, em matéria de prestação de cuidados no âmbito da Psiquiatria e Saúde Mental, reabilitação
psicossocial e reinserção social.
Ao nível das modalidades de assistência, as instituições referidas asseguram internamentos
de média e longa duração de Psiquiatria, área de dia, equipas de Saúde Mental de apoio domiciliário
e serviços de reabilitação psicossocial.
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COMPETÊNCIAS, OBJETIVOS E ATIVIDADES
Com vista ao desenvolvimento do meu Ensino Clínico, e tendo em conta todos os aspetos
até agora referidos, no âmbito do presente projeto, cabe proceder, em seguida, à definição do
conjunto de competências a adquirir, objetivos a alcançar e atividades/tarefas a realizar, ao longo
das seis (6) semanas de duração do mesmo.
As competências podem ser definidas quer como “um conjunto de saberes
indissociavelmente ligados à formação inicial de base e à experiência de ação” (Pires, 1994) quer
como “um conjunto de saberes que são ou podem ser mobilizados em situação de trabalho” (Sousa
et al., 2006:213).
De forma a articular as competências cuja aquisição é pretendida através deste Ensino
Clínico com as competências profissionais exigidas a qualquer enfermeiro, no desenvolvimento da
sua atividade profissional, reúno abaixo um conjunto de oito (8) competências, baseadas nas já
aludidas Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais (aprovadas pelo Conselho de
Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros)14, no âmbito das quais defino objetivos e
atividades/tarefas específicas que considero necessários e úteis à sua aquisição.
Por objetivos, entende-se “os marcos ou fins genéricos que (…) [se] pretende atingir. Os
objetivos devem ter algumas características como sejam a sua mensurabilidade, serem motivadores
(…)” (Serra et al., 2010:404), entre outras.
14 Foram, igualmente, tidas em conta as competências dos enfermeiros no processo de prestação de cuidados de enfermagem, segundo Patricia Benner (cf. Benner, 2005), bem como as mais recentes linhas de orientação face aos desafios colocados à prática da enfermagem no presente século (por exemplo, as decorrentes da articulação com a designada Sociedade da Informação, da alteração do cenário dos cuidados, da orientação para a prática na comunidade, do desafio colocado por novos problemas de saúde, da necessária atenção aos direitos e deveres dos cidadãos, da procura de uma linguagem classificada [como é o caso da CIPE], da aposta na qualidade e excelência e do desenvolvimento da Bioética como área de pensamento e reflexão primordial na busca de uma orientação de base para toda e qualquer atuação humana resultante de progressos científicos, em geral, e de progressos técnico-científicos e tecnológicos na área da Saúde, em particular – cf. Machado, 2000:21-25).
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 22
O conjunto de objetivos abaixo propostos visa, sobretudo, a aquisição de conhecimentos
práticos na prestação de cuidados de enfermagem ao nível dos Cuidados Continuados,
nomeadamente, nas áreas de Saúde Mental e Psiquiatria e de Saúde do Adulto e do Idoso.
Por fim, as atividades e tarefas elencadas em cada um dos objetivos e respetivas
competências procuram concretizar, da melhor forma possível, as necessidades e expectativas que
concebo para o presente Ensino Clínico.
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 23
Com
petências
Objetivos
Atividades/Tarefas
1. Reconhecer os limites de atuação e
competências de um enfermeiro,
responsabilizando-me e respondendo pelos meus
juízos e intervenções profissionais
1.1. Assum
ir a respo
nsabilidade pelas minhas
intervenções e ju
ízos
−
Assum
ir os erros cometidos
1.2. Reduzir as po
ssibilidades de erro nas in
tervenções
−
Procurar esclarecer qualquer dú
vida acerca da in
tervenção a realizar
−
Solicitar a colaboração/intervenção de elem
entos da equipa de
enferm
agem
, sem
pre qu
e não consiga dar resposta às necessidades
dos clientes/fam
ílias
2. Atuar (profissionalmente) de acordo com o
Código Deontológico, garantindo a humanização
dos cuidados e promovendo a dignidade da pessoa
humana, o direito à vida e à qualidade de vida
2.1. Agir de acordo com a ética profissional
−
Manter a confidencialidade de to
da a in
form
ação relativa aos clientes
institucionalizados
−
Explicar aos clientes to
das as in
tervenções a executar
2.2. Prestar cuidado
s de enfermagem
baseado
s no
respeito, dignidade e in
dividu
alidade
−
Prestar cuidados tendo em
con
ta que cada cliente é um
ser único e
individual, atendendo
às suas preferências e desejos, com
a
finalidade de atingir a excelência dos cuidados
−
Respeitar a privacidade dos clientes (por exemplo, na prestação de
cuidados de higiene, expor apenas a área necessária, m
antend
o as
restantes cobertas; fechar a po
rta qu
ando
destes procedim
entos)
3. Aplicar os conhecimentos e as técnicas mais
adequadas, na prática de enfermagem,
incorporando nesta a aprendizagem já adquirida
3.1. M
obilizar os conhecim
entos teóricos e científicos
mais adequado
s à prestação de cuidado
s −
Pôr em prática con
hecimentos relativos à Enfermagem
em Cuidado
s Con
tinu
ados
−
Pôr em prática con
hecimentos relativos à Enfermagem
de Saúde do
Adu
lto e do Ido
so
−
Pôr em prática con
hecimentos relativos à Enfermagem
de Saúde
Mental e Psiqu
iatria
3.2. Adq
uirir novos e/ou aprofundar conhecim
entos
teóricos, práticos e científicos
−
Realizar pesquisas bibliográficas, sem
pre qu
e se ju
stifique
−
Pôr em prática novas técnicas, u
tilizadas no
serviço
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 24
3.3. Elaborar um
estud
o de caso, no âm
bito do presente
Ensino Clínico
−
Obter a permissão do
cliente/fam
ília para realizar o estudo de caso
−
Con
hecer os antecedentes e a história clínica do cliente
−
Proceder a um
a ob
servação global d
o cliente, para realizar uma
correta colheita de dados
−
Com
preend
er as atividades de vida diárias do cliente, segundo
Nancy
Roo
per, antes e durante o in
ternam
ento
−
Identificar problemas de enferm
agem
, efetuar um plano
de cuidados
individual e personalizado e executá-lo, tendo como instrumento de
trabalho o padrão de docum
entação fornecido pela escola (que
contem
pla as atividades de vida, segun
do Nancy Roo
per) e a
linguagem utilizada na CIPE
4. Desenvolver a capacidade de integração num
serviço/unidade/equipa, reconhecendo métodos e
estratégias de planeamento e organização da
prestação de cuidados
4.1. Conhecer a dinâmica do
serviço
−
Tom
ar con
hecimento dos m
étod
os de trabalho, normas e rotinas do
serviço, recursos hu
manos e m
ateriais, através da ob
servação e
questionam
ento
4.2. Integrar-me e participar nas atividades
desenvolvidas pela equ
ipa de enfermagem
−
Registar o qu
e observei, o
que foi referido pelo cliente e to
das as
intercorrências existentes ao longo do tu
rno
−
Realizar no
tas de enfermagem
de acordo
com
a docum
entação
utilizada no
serviço
−
Transmitir aos colegas da equipa in
form
ação clara e precisa acerca
dos clientes pelos quais fiquei respo
nsável ao longo do tu
rno
−
Colaborar nas passagens de turnos
4.3. Valorizar o trabalho em equ
ipa
−
Estabelecer e m
anter relações de trabalho
con
strutivas com os
enferm
eiros e restante equ
ipa
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 25
5. Atuar como um recurso para os clientes e para
as famílias que enfrentam desafios colocados por
situações de doença e morte
5.1. Desenvolver con
hecimentos e atitud
es perante o
grau de dependência
−
Estabelecer uma relação de ajuda para com o clientes, através de
empatia, escuta ativa, disponibilidade, linguagem
verbal e não verbal
(sorriso, toque, olhar)
5.2. Com
preend
er a postura dos clientes/famílias face
às patologias
−
Dialogar com os clientes/fam
ílias, procurando minim
izar os efeitos
negativos do
internam
ento
−
Apo
iar os clientes/famílias na adaptação às alterações provocadas
pelas patologias, ao nível físico, emocional, familiar, profissional,
nas relações sociais e nos hábitos e estilos de vida
5.3. Adm
inistrar as terapêuticas prescritas
−
Adm
inistrar as terapêuticas
−
Adq
uirir e/ou aprofun
dar conh
ecim
entos acerca de algu
mas
terapêuticas, q
ue desconheça ou
sob
re as quais tenha dú
vidas
5.4. Promover o con
trolo da dor e seus sintom
as
−
Avaliar dor
−
Avaliar as características da dor
−
Aplicar escala de dor (escala num
érica)
5.5. Desenvolver con
hecimentos e atitud
es perante a
morte
−
Acompanh
ar o cliente durante o seu processo de m
orte
5.6. Apo
iar as fam
ílias do
s clientes
−
Estabelecer uma relação de ajuda, através de em
patia, escuta ativa,
disponibilidade, linguagem verbal e não verbal (sorriso, to
que,
olhar), de mod
o a qu
e a família partilhe as suas preocupações e
angústias
−
Prestar apoio às famílias du
rante o processo de morte dos clientes
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 26
6. Aperfeiçoar a capacidade de abordagem do
cliente, da respetiva família e da comunidade em
que os mesmos se inserem, numa perspetiva
holística
6.1. Desenvolver uma bo
a relação com os
clientes/fam
ílias
−
Respeitar os clientes/fam
ílias, nom
eadamente, n
o que concerne às
suas crenças, valores e costumes (alim
entos preferidos, hábitos,
atividades diárias)
7. Assegurar e promover um ambiente de
cuidados seguro, através da utilização de
estratégias de garantia da qualidade e de gestão
do risco
7.1. Proporcionar aos clientes/fam
ílias um
ambiente
seguro, calm
o, con
fortável e de confiança
−
Dim
inuir o ruído, a in
tensidade da lu
z e manter os espaços
arrumados
−
Falar com
um to
m de voz mod
erado, de form
a calm
a e pausada, com
em
patia e verdade para com
os clientes/fam
ílias
8. Contribuir para um trabalho de equipa
multidisciplinar e eficaz
8.1. Colaborar em processos de acom
panh
amento dos
clientes/fam
ílias po
r equipas multidisciplinares
−
Apo
iar na respo
sta às necessidades do
s clientes, englobando a equipa
multidisciplinar
−
Apo
iar no
acesso à inform
ação sob
re recursos aos qu
ais os
clientes/fam
ílias po
dem ter acesso
−
Apo
iar no
encam
inhamento dos clientes para os recursos da
comun
idade, no âm
bito do trabalho
em rede e parceria
TAB. 5 – Projeto do Ensino Clínico (competências, objetivos e atividades/tarefas)
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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PLANO DE TRABALHO
Segundo Serra et al., 2010, o planeamento pode ser considerado como o processo para a
determinação dos objetivos, adoção de ações e afetação de recursos para alcançar os ditos objetivos.
Nessa medida, o plano será o documento que visa formalizar essa sistematização, dele resultando o
que se vai fazer e como se vai atuar.
Com base nas competências, nos objetivos e nas atividades e tarefas acima estabelecidos,
apresento agora a minha proposta de plano de trabalho, de acordo com o que prevejo poder
implementar e desenvolver ao longo do período de duração do presente Ensino Clínico.
No cronograma abaixo, tomo como referências temporais/cronológicas as seis (6) semanas
nas quais estarei em Ensino Clínico (a unidade associada é a semana, correspondendo-lhe trinta e
duas [32] horas semanais de prestação de cuidados de enfermagem repartidas por cinco [5] dias da
semana correspetiva, em cumprimento do referido em Amaral et al., 2012:7), que surgem em
colunas, e como referências de aprendizagem/avaliação os objetivos anteriormente estabelecidos (os
quais se consideram diretamente decorrentes de cada uma das competências à qual se encontram
associados e pressupõem todas as atividades/tarefas acima previstas para cada um deles), que
surgem em linhas.
A realização das atividades e tarefas associadas a cada um dos objetivos é assinalada
pictoricamente, por meio da inscrição de um X na célula correspondente às respetivas coluna e
linha, sempre que a dita realização esteja prevista para uma dada semana.
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana
Objetivos
1.1 X X X X X X
1.2 X X X X X X
2.1 X X X X X X
2.2 X X X X X X
3.1 X X X X X X
3.2 X X X X X X
3.3 X X X
4.1 X X
4.2 X X X X X X
4.3 X X X X X X
5.1 X X X X X X
5.2 X X X X X X
5.3 X X X X X X
5.4 X X X X X X
5.5 (eventual)
5.6 X X X X X X
6.1 X X X X X X
7.1 X X X X X X
8.1 (eventual)
TAB. 6 – Plano de Trabalho/Atividades (cronograma)
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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A autoavaliação do cumprimento do plano estabelecido será por mim realizada no relatório a
apresentar, no final do Ensino Clínico, conforme referido no início deste projeto.
Sempre que se justificar, o plano acima definido poderá ser objeto de ajustamentos e/ou
alterações, em função das necessidades sentidas e/ou dos desafios propostos ao longo do período de
duração do Ensino Clínico, de que se dará a necessária notícia no mesmo relatório acabado de
referir.
As minhas expectativas em relação ao presente Ensino Clínico são mais que muitas, devo
confessar!
De entre todas, destaco a oportunidade que o mesmo me confere de aprofundar o
relacionamento e a abordagem profissional com doentes da área de Saúde Mental e Psiquiatria, bem
como aperfeiçoar a identificação e vivência da relação enfermeiro/utente, uma vez que detenho, já,
experiência profissional de mais de sete anos em contexto de prestação de cuidados a doentes do
tipo referido, embora na qualidade de auxiliar de ação médica.
No mesmo sentido, a experiência a adquirir contribuirá, também, para uma maior
consciencialização da minha futura integração no exercício profissional da Enfermagem (quer ao
nível prático quer ao nível deontológico) e para um desejado incremento do meu desenvolvimento
pessoal e profissional.
Ao nível das necessidades, sinto que este Ensino Clínico me permitirá, sobretudo,
aperfeiçoar técnicas de enfermagem já conhecidas (por exemplo, técnica de penso, punção,
aspiração, lavagem vesical) e aprender técnicas novas (por exemplo, remoção de fecalomas,
enema), bem como aperfeiçoar a interpretação dos sinais vitais e o conhecimento das terapêuticas.
Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
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BENNER, Patricia (2005), De Iniciado a Perito – Excelência e Poder na Prática Clínica de
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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida
Página 31
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SERRA, Fernando Ribeiro et al., (2010), Gestão Estratégica – Conceitos e Práticas, Lisboa –
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SOUSA, Maria José et al., (2006), Gestão de Recursos Humanos – Métodos e Práticas, Lisboa –
Porto, LIDEL – Edições Técnicas, Lda. (8ª ed.)
LEGISLAÇÃO
Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, alterado
pela Li n.º 111/2009, de 16 de setembro)
Código Deontológico dos Enfermeiros (artigos 74º a 92º do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros)
Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 161/96, de
4 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril)
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (aprovada pelo Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6
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Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores (aprovada pelo Decreto
Legislativo Regional n.º 16/2008/A, de 16 de junho, e regulamentada pela Portaria n.º 107/2012, de
7 de novembro, das Vice-Presidência do Governo Regional e Secretaria Regional do Trabalho e
Solidariedade Social)
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LIGAÇÕES
http://dre.pt
www.dgs.pt
www.isjd.pt
www.isjd.pt/cssr.angra/
www.ordemenfermeiros.pt
www.psilogos.com
Angra do Heroísmo, outubro-novembro de 2012