projeto ensino clínico 4º ano

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida 2012 Igor Ricardo Lopes Esteves Enfermeira Tutora: Mara Gregório Enfermeira Orientadora: Lúcia Freitas UNIVERSIDADE DOS AÇORES Escola de Enfermagem de Angra do Heroísmo 1º Ciclo de Estudos Conducentes ao Grau de Licenciado em Enfermagem (4º ano)

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Page 1: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

2012 Igor Ricardo Lopes Esteves

Enfermeira Tutora: Mara Gregório

Enfermeira Orientadora: Lúcia Freitas

UNIVERSIDADE DOS AÇORES

Escola de Enfermagem de Angra do Heroísmo

1º Ciclo de Estudos Conducentes ao Grau de Licenciado em Enfermagem

(4º ano)

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Projeto d

Entende-se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de sa

social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global

terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia

pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

Para o Enfermeiro, é precisamente o ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática

profissional. Por isso, mais do que o seu saber e saber

ser e saber-estar tanto com ele mesmo, como na relação com o

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da

se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de sa

social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global [do utente] [entendida como o processo

terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia][,] melhorando a funcionalidade da

tuação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores

ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática

profissional. Por isso, mais do que o seu saber e saber-fazer (…), o enfermeiro deve também desenvolver o seu saber

estar tanto com ele mesmo, como na relação com o utente/doente.

o Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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se por «Cuidados continuados integrados» o conjunto de intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio

entendida como o processo

melhorando a funcionalidade da

tuação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social.

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores

ser humano, em toda a sua dimensão e vulnerabilidade, o objetivo da sua prática

fazer (…), o enfermeiro deve também desenvolver o seu saber-

utente/doente.

Amadeu Matos Gonçalves

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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SIGLAS E ABREVIATURAS

CE – Conselho de Enfermagem

CEGLE – Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Licenciado em Enfermagem

CIPE/ICNP – Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPE 1.0 e CIPE 2.0)

CSSR – Casa de Saúde de São Rafael (Angra do Heroísmo, Terceira, Açores)

ISSJ – Instituto S. João de Deus

IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social

OE – Ordem dos Enfermeiros

REPE – Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro

RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

SCCID – Setor de Cuidados Continuados Integrados Domiciliários

SReS – Secretaria Regional da Saúde (departamento do Governo Regional dos Açores)

UIIS – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano

UIRP – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri

UISJG – Unidade de Internamento São João Grande

USIT – Unidade de Saúde da Ilha Terceira

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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Índice

SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................................ 2

ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................... 4

ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................................................... 5

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 6 ESTRUTURA DO PROJETO .............................................................................................. 11

CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................................... 13 RECURSOS EXISTENTES ................................................................................................. 13 EQUIPA ................................................................................................................................ 16 MÉTODOS E DINÂMICA DE TRABALHO ..................................................................... 17 NORMAS E PROTOCOLOS ............................................................................................... 18

COMPETÊNCIAS, OBJETIVOS E ATIVIDADES .......................................................... 21

PLANO DE TRABALHO .................................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 30 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................................... 31 LIGAÇÕES ........................................................................................................................... 32

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1 – Organograma do Instituto S. João de Deus ....................................................................................... 8

Fig. 2 – Organograma da Casa de Saúde de S. Rafael (Angra do Heroísmo) .......................................... 9

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ÍNDICE DE TABELAS

Tab. 1 – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano (enfermarias e camas) ........................................ 14

Tab. 2 – Unidade de Internamento São João Grande (enfermarias e camas)......................................... 15

Tab. 3 – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri (enfermarias e camas) ........................................ 16

Tab. 4 – Equipa multidisciplinar das UIIS, UISJG e UIRP (CSSR) ....................................................... 17

Tab. 5 – Projeto do Ensino Clínico (competências, objetivos e atividades/tarefas) ............................. 26

Tab. 6 – Plano de Trabalho/Atividades (cronograma) ................................................................................ 28

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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INTRODUÇÃO

O presente projeto enquadra-se no âmbito do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de

Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida, unidade curricular do 1º semestre do 4º ano do

Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Licenciado em Enfermagem (CEGLE), através do qual se

visa “potenciar os recursos dos estudantes [de Enfermagem], dotando-os com conhecimentos

teóricos e/ou práticos capazes de ampliar a sua competência e a sua capacidade de intervenção com

os utentes e família” (Amaral et al., 2012:3), contribuindo, deste modo, “para o [seu]

desenvolvimento pessoal e profissional” e promovendo “uma formação humana, científica, técnica

e cultural para a prestação de cuidados de Enfermagem ao indivíduo, quer a nível do internamento

quer integrado na família e comunidade, em diferentes fases do desenvolvimento.” (Amaral et al.,

2012:6)

O Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem, em especial, tem uma duração

de seis (6) semanas, funcionando entre 22 de outubro e 30 de novembro de 2012.

Com vista à avaliação do mesmo, prevê-se, entre outros elementos avaliativos, a elaboração

de um Projeto do Ensino Clínico, que será seguido do respetivo Relatório com uma reflexão final,

através dos quais se procurará planificar, gerir e retirar conclusões acerca do trabalho desenvolvido

pelos estudantes.

Neste sentido, apresento o projeto abaixo, procurando com ele planificar e estabelecer

competências, objetivos e atividades/tarefas que me proponho adquirir e desenvolver,

respetivamente, ao longo do Ensino Clínico acima identificado, prestando cuidados de Enfermagem

na Casa de Saúde de S. Rafael, do Instituto S. João de Deus, em Angra do Heroísmo.

De acordo com os seus estatutos, o Instituto S. João de Deus é uma instituição particular de

solidariedade social (IPSS), criada e dirigida pela Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S.

João de Deus, segundo os princípios e ideário desta, encontrando-se dotado de personalidade

jurídica, canónica e civil e regendo-se, ao abrigo da Concordata entre a Santa Sé e o Estado

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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Português e do artigo 454º do Código Administrativo, pelos mencionados estatutos1 e pela

legislação canónica e civil aplicável (cf. artigo 1º dos Estatutos).

O mencionado Instituto “tem âmbito nacional e prossegue fins de saúde, de assistência, de

reabilitação e de reinserção social, nomeadamente, nas seguintes valências: psiquiatria e saúde

mental, alcoologia, toxicodependência, cirurgia e ortopedia, medicina física e de reabilitação,

prestação de cuidados em geriatria e aos sem-abrigo, e prestação de cuidados nas valências da Rede

Nacional de Cuidados Continuados Integrados” (cf. artigo 2º dos Estatutos).

Deste modo, a missão apostólica e evangelizadora que caracteriza esta instituição

concretiza-se através de uma ampla e permanente atuação, absoluta e inegavelmente consolidada,

tanto em Portugal como em outros países por todo o Mundo (como por exemplo, Brasil e Timor-

Leste), “no campo da saúde, da assistência, da recuperação psicossocial e dos cuidados continuados,

para servir a pessoa que sofre” (cf. Preâmbulo do Regulamento Geral2).

Em Portugal, o Instituto conta com a estrutura orgânica que abaixo se esquematiza,

destacando-se a função essencial de dirigir um conjunto de estabelecimentos (ou centros)

assistenciais cedidos pela referida Província (cf. Fig. 1, coluna da esquerda), com vista à

prossecução dos seus fins (cf. artigos 4º, 6º e 7º dos Estatutos e artigo 2º do Regulamento Geral).

1 A criação do ISJD ocorreu por iniciativa da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus e os respetivos estatutos foram aprovados por despacho do Ministro dos Assuntos Sociais, de 11 de novembro de 1977, publicado no Diário da República, n.º 288, 3ª série, de 9 de dezembro de 1977, e alterados por declaração da Direção-Geral da Segurança Social, de 26 de abril de 2010, e por declaração da mesma entidade, de 9 de abril de 2012. Os mesmos foram, ainda, aprovados pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em 15 de fevereiro de 2011, conforme declaração do Secretário da CEP, datada de 25 de fevereiro de 2011. Cf. documento disponível online, em http://www.isjd.pt/ (separador “Publicações”, “Documentos”). 2 O Regulamento Geral do ISJD foi aprovado pela sua Direção, em reunião plenária, em 14 de dezembro de 2010. Cf. documento disponível online, em http://www.isjd.pt/ (separador “Publicações”, “Documentos”).

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FIG. 1 – Organograma do Instituto S. João de Deus

Como se verifica, a Casa de Saúde de S. Rafael, em Angra do Heroísmo, consiste num dos

mencionados estabelecimentos (ou centros) assistenciais que, sendo propriedade da Província

Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, se encontra, presentemente, cedida ao ISJD,

para aí desenvolver os seus fins estatutários.

Nos termos dos artigos 26º e seguintes do já referido Regulamento Geral, este

estabelecimento assistencial dispõe da seguinte estrutura orgânica, através da qual é possível

identificar, de modo mais fácil e simples, as unidades em que me encontro a realizar o presente

Ensino Clínico (cf. Fig. 2).

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FIG. 2 – Organograma da Casa de Saúde de S. Rafael (Angra do Heroísmo)

A mencionada Casa de Saúde conta já com um historial marcante e notável,

designadamente, ao nível da história e evolução da prestação de cuidados de saúde no âmbito da

Saúde Mental e da Psiquiatria, em Portugal.

Na sequência da ação e do trabalho já desenvolvidos pela Ordem Hospitaleira no nosso país,

sobretudo através das “casas de saúde” de que dispunha em Idanha e no Telhal, desde o século

XIX3, a Casa de Saúde de S. Rafael foi criada no ano de 1927, na ilha Terceira, nos Açores, sob o

impulso essencial de Joaquim Bartolomeu Flores, considerado o clínico pioneiro da Psiquiatria

local.

3 Cf. entre outros, as referências feitas por Sobral Cid ao trabalho desenvolvido pelas casas de saúde referidas em texto, citadas no artigo conjunto de Loide FERREIRA, Patrícia FIRMINO, Pedro FLORIDO, David GAMANHO e Luísa JORGE, Perspetiva histórica dos cuidados de enfermagem ao doente mental, in: PsiLOGOS – Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Fernando Fonseca, pp. 61-70 (artigo disponível online, em http://www.psilogos.com/Revista/Vol3N1/Indice5_ficheiros/ferreira.pdf).

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Acolhendo, inicialmente, apenas doentes da mencionada ilha, a instituição foi recebendo

pessoas oriundas de outras ilhas dos Açores, tanto do Grupo Central como do Grupo Ocidental,

contando, atualmente, com um total de perto de duas centenas de doentes.

“Ao longo das primeiras décadas de existência, [a CSSR] deu um contributo insubstituível

não só no trabalho dos doentes como no ultrapassar o estigma que havia na sociedade em relação

aos doentes do foro mental.

“Ao longo das décadas subsequentes e principalmente na de 60 [do séc. XX], foram-se

verificando transformações na postura mental da sociedade e da família face à doença, no

acompanhamento e tratamento clínico dos doentes, nas estruturas físicas e recursos humanos,

evolução que a Casa de Saúde foi acompanhando, tomando a forma, paulatinamente, de Hospital

Psiquiátrico.”4

Nessa medida, a escolha deste estabelecimento assistencial para a realização do presente

Ensino Clínico teve como principais motivações:

− a importância da Casa da Saúde no contexto da prestação de cuidados de saúde na ilha e na

região em que habito (Terceira, Região Autónoma dos Açores);

− a importância da casa no acolhimento de pessoas que sofrem de patologias no âmbito da

Saúde Mental e da Psiquiatria;

− a especial vocação da instituição para a prestação de cuidados não apenas a doentes (por si

só) mas, também, a pessoas idosas, por vezes carenciadas, marginalizadas e potencialmente

excluídas da sociedade, as quais necessitam de cuidados continuados de Enfermagem; e

− o sentimento de que, nesta instituição, será, certamente, possível dedicar-me e entregar o

meu desenvolvimento pessoal, humano, ético e profissional – como futuro enfermeiro – a

essas pessoas, famílias e respetivas necessidades.

4 Cf. página web da Casa de Saúde de S. Rafael, em http://www.isjd.pt/cssr.angra/site.html (separador “História”).

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“As várias transformações operadas na sociedade, nomeadamente o envelhecimento da

população e a alteração dos equilíbrios sociais, determinam necessidades para certos grupos de

pessoas, das quais salientamos os idosos, os indivíduos portadores de doença crónica e os

deficientes, pois exigem uma crescente necessidade de prestação de cuidados continuados, sendo

esta a forma mais humanizada de resposta.

“Quando a pessoa se encontra em situação de doença ou incapacidade, os seus direitos

tomam mais acuidade, dada a vulnerabilidade bio-psico-social a que está sujeita, assumindo o

respeito pela dignidade humana vital importância na relação com o utente. Assim sendo, devem ser

garantidos os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, sejam eles de natureza preventiva,

curativa, de reabilitação ou terminais.” (AA.VV, 2005:47)

Estes constituem os princípios gerais orientadores da prestação de cuidados continuados5, os

quais formam a base da minha atuação prática no presente Ensino Clínico, bem como os

fundamentos do projeto que ora se apresenta.

ESTRUTURA DO PROJETO

“O trabalho de projeto é (…) uma metodologia investigativa centrada na resolução de

problemas.

“Estes deverão ser pertinentes para quem procura resolvê-los, deverão constituir ocasião

para novas aprendizagens e ter uma ligação à sociedade na qual os alunos vivem.

“E terão, naturalmente, que ser realizáveis com o tempo, as pessoas e os recursos

disponíveis ou acessíveis.

“Trata-se de uma aprendizagem-ação, na qual o processo pode ser tanto – ou mais –

importante do que o produto.” (Castro et al., 1993:12)6 5 Em sentido semelhante vão os objetivos e princípios que regem, atualmente, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, conforme resulta do disposto, respetivamente, nos artigos 4º e 6ºdo Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho, bem como os que orientam a Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores.

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Assim, o projeto que agora se apresenta encontra-se dividido em três partes distintas.

Na primeira parte, estabelece-se uma contextualização dos serviços da Casa de Saúde de S.

Rafael nos quais vou realizar a prestação de cuidados, no âmbito do já mencionado Ensino Clínico.

Na segunda parte, defino as competências, os objetivos e as atividades/tarefas que me

proponho realizar, ao longo do mesmo.

Por fim, na terceira parte, indico um plano de atividades, orientador da minha atuação.

6 Ainda, no sentido do citado em texto, referem as mesmas autoras que “[a]o apoiar-se sobre o reconhecimento e a valorização dos desejos de saber, de saber fazer, de agir sobre o real dos alunos, a metodologia de projeto desencadeia um processo de dinamização e interação de diferentes domínios de atividade (intelectual, motora, afetiva, criadora, comunicativa)”, sendo que “a questão não é só garantir o produto da atividade dos alunos (aquisição de determinados conhecimentos, resolução de um problema) (…) [mas], também, de garantir o desenrolar do processo de produção dos conhecimentos e das soluções dos problemas – o que, em última análise, é a melhor maneira de garantir a qualidade dos produtos.” (Castro et al., 1993:14,16).

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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CONTEXTUALIZAÇÃO

O meu Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem vai ser desenvolvido nas

Unidades de Internamento Irmão Sinforiano, São João Grande e Ricardo Pampuri, da Casa de

Saúde de S. Rafael, integrado no grupo de enfermeiros da equipa multidisciplinar responsável pelas

mesmas.

As Unidades de Internamento Irmão Sinforiano e São João Grande constituem valências

psicogeriátricas (1 e 2) que acolhe situações de dependência elevada e dependência moderada, com

o objetivo de evitar a deterioração das competências dos utentes e prevenir o agravamento da

doença. Destinam-se a pessoas com doença mental e com idade superior ou igual a 65 anos,

podendo encontrar-se nelas utentes com idades inferiores, desde que apresentem elevado grau de

deterioração intelectual (indicador de possível demenciação ou deficiência mental).

A Unidade de Internamento Ricardo Pampuri consiste numa valência residencial destinada

ao treino de autonomia de pessoas adultas com perturbação mental de evolução crónica e

clinicamente estabilizada, tendo por objetivo promover a reabilitação e inserção social e permitir (se

e quando possível) a alta para o domicílio ou o encaminhamento para outras respostas específicas

da Saúde Mental. Em virtude de se tratar de uma residência de apoio máximo, destina-se a pessoas

com elevado grau de incapacidade psicossocial por doença mental grave, clinicamente estabilizada,

sem suporte familiar ou social adequado.

RECURSOS EXISTENTES

A Unidade de Internamento Irmão Sinforiano, que centraliza os serviços prestados nas

restantes unidades acima referidas, é constituída por quinze (15) enfermarias, com número variável

de camas (conforme quadro abaixo), mobiliário associado e casas de banho incorporadas, num total

de trinta (30) utentes internados.

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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UI Irmão Sinforiano

Enfermaria 1 2 camas

Enfermaria 2 2 camas

Enfermaria 3 2 camas

Enfermaria 4 2 camas

Enfermaria 5 2 camas

Enfermaria 6 2 camas

Enfermaria 7 2 camas

Enfermaria 8 4 camas

Enfermaria 9 2 camas

Enfermaria 10 2 camas

Enfermaria 11 1 cama

Enfermaria 12 2 camas

Enfermaria 13 1 cama

Enfermaria 14 2 camas

Enfermaria 15 2 camas

TAB. 1 – Unidade de Internamento Irmão Sinforiano (enfermarias e camas)

A mesma unidade dispõe, ainda, de duas (2) casas de banho adicionais, utilizadas pelos

utentes das Unidades de Internamento São João Grande e Ricardo Pampuri, duas (2) outras casas de

banho, utilizadas pelos colaboradores da instituição, e as seguintes instalações técnico-funcionais:

− duas (2) rouparias;

− um (1) gabinete técnico;

− um (1) gabinete médico;

− um (1) gabinete de enfermagem (contendo equipamento informático, equipamento

de escritório, um placard para afixação de horários e rotinas do serviço, um

lavatório e acesso direto à sala de tratamentos);

− uma (1) sala de tratamentos (onde se encontram armazenados todos os produtos

necessários às intervenções de enfermagem, uma maca, balas e concentradores de

oxigénio, suportes de soro, um carro de pensos, uma mala de primeiros socorros e

um lavatório);

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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− uma (1) sala de visitas;

− um (1) refeitório (com capacidade para trinta [30] pessoas);

− uma (1) copa;

− dois (2) salões de estar;

− uma (1) sala de fumo;

− uma (1) barbearia; e

− dois (2) arrumos.

A Unidade de Internamento São João Grande conta, atualmente, com trinta e três (33)

utentes instalados em nove (9) enfermarias, com número variável de camas (conforme descrito no

quadro abaixo), mobiliário associado e casas de banho incorporadas, bem como acesso direto à

Unidade de Internamento Irmão Sinforiano, na qual os utentes permanecem durante o dia, aí

fazendo as suas higiene e alimentação.

UI São João Grande

Enfermaria 16 3 camas

Enfermaria 17 1 cama

Enfermaria 18 5 camas

Enfermaria 19 3 camas

Enfermaria 20 5 camas

Enfermaria 21 5 camas

Enfermaria 22 4 camas

Enfermaria 23 3 camas

Enfermaria 24 4 camas

TAB. 2 – Unidade de Internamento São João Grande (enfermarias e camas)

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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A Unidade de Internamento Ricardo Pampuri é constituída por seis (6) enfermarias, com

número variável de camas (conforme o quadro abaixo), mobiliário adequado e casas de banho

incorporadas, num total de nove (9) utentes internados.

UI Ricardo Pampuri

Enfermaria 1 4 camas

Enfermaria 2 1 cama

Enfermaria 3 1 cama

Enfermaria 4 1 cama

Enfermaria 5 1 cama

Enfermaria 6 1 cama

TAB. 3 – Unidade de Internamento Ricardo Pampuri (enfermarias e camas)

Esta unidade conta, ainda, com os seguintes equipamentos e instalações:

− um (1) refeitório (com capacidade para nove [9] pessoas);

− uma (1) copa;

− uma (1) sala de estar;

− um (1) armazém; e

− uma (1) sala de fumo.

EQUIPA

A equipa multidisciplinar que presta cuidados nas referidas unidades, e na qual me integrarei

durante o Ensino Clínico, é constituída pelos elementos abaixo indicados.

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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Equipa multidisciplinar

2 Médicos

(1 especialista em Medicina Geral e Familiar

e 1 especialista em Psiquiatria)

12 Enfermeiros

(7 a tempo inteiro, 4 a tempo parcial e 1 em

ESTAGIAR L)

1 Fisioterapeuta

(externo)

1 Psicóloga

1 Assistente social

1 Animadora sociocultural

17 Auxiliares de ação médica

1 Equipa de limpeza

(externa)

TAB. 4 – Equipa multidisciplinar das UIIS, UISJG e UIRP (CSSR)

A coordenação das três unidades de internamento referidas compete, atualmente, à Enf.ª

Mara Gregório, a qual exerce as funções de Tutora do meu Ensino Clínico.

MÉTODOS E DINÂMICA DE TRABALHO

No âmbito da equipa multidisciplinar acima descrita, e atendendo à particular relevância do

funcionamento do grupo de enfermeiros que a integram para o presente projeto, cumpre referir que

a prestação de cuidados de enfermagem nas unidades acima referidas segue um horário de trabalho

diário (incluindo fins de semana e feriados), distribuído por três turnos:

− o primeiro das 08h00 às 16h00 (dito, manhã);

− o segundo das 16h00 às 24h00 (dito, tarde); e

− o terceiro e último das 00h00 às 08h00 (dito, noite).

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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No turno da manhã, a equipa é constituída por dois (2) enfermeiros (eventualmente,

acompanhados de um terceiro, em regime de ESTAGIAR L) e quatro (4) auxiliares. No turno da

tarde, um (1) enfermeiro e três (3) auxiliares. E no turno da noite, um (1) enfermeiro acompanhado

por um (1) auxiliar.

Em termos de métodos e dinâmica de trabalho, a equipa de enfermagem segue os seguintes

modelos de prestação de cuidados:

− Cuidados de enfermagem funcionais – “(…) consistem num modo de organização em que o

processo global de trabalho é parcelarizado em tarefas, e em que cada trabalhador é

responsabilizado pela concretização de parte dessas tarefas, que estão previamente definidas

e padronizadas quanto à sua sequência e execução (…)” (Costa, 2004:235); e

− Cuidados de enfermagem em equipa – “(…) [a] assistência é centrada no cliente e

implementada por reuniões diárias de equipa nas quais todos discutem as necessidades de

cada cliente e imaginam maneiras de atendê-las (…)” (Costa, 2004:238).

NORMAS E PROTOCOLOS

Na prestação de cuidados de enfermagem, a equipa de enfermeiros orienta-se pelos

princípios e normas resultantes dos seguintes diplomas:

− Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem7;

− Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, que inclui o código deontológico8;

7 O Regulamento do Exercício Profissional de Enfermagem foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de setembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril.

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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− Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais9;

− Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem10; e

− Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes11.

No âmbito institucional da Casa de Saúde de São Rafael, são tidos em conta os seguintes

documentos, procedimentos e protocolos:

− os Estatutos do Instituto S. João de Deus;

− o Regulamento Geral do mesmo instituto;

− um conjunto de procedimentos relativos a diversos aspetos de organização e funcionamento

das instituições12; e

− um conjunto de protocolos de atuação em diversas situações relacionadas com a prestação

de cuidados13.

Por fim, na qualidade de instituição vocacionada para a prestação de Cuidados Continuados,

a Casa de Saúde de São Rafael encontra-se integrada no Setor de Cuidados Continuados Integrados 8 O Estatuto da Ordem dos Enfermeiros foi aprovado pela Lei n.º 104/98, de 21 de abril, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 111/2009, de 16 de setembro. O designado Código Deontológico do Enfermeiro consta do disposto nos artigos 78º a 92º do Estatuto da OE (integrados no Capítulo VI do mesmo diploma, com a epígrafe “Da deontologia profissional”). 9 As Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais foram aprovadas pelo Conselho de Enfermagem da OE, em outubro de 2003, encontrando-se disponível online o respetivo documento, em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/CompetenciasEnfCG.pdf. 10 Os Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem foram aprovados pelo CE da OE, em dezembro de 2001, encontrando-se disponível online o respetivo documento, em http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/PadroesqualidadeCuidadosEnfermagem.pdf. 11 A Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes constitui um documento aprovado pela Direção-Geral de Saúde, que teve como princípios orientadores quer os direitos fundamentais previstos na Constituição da República Portuguesa quer os direitos mais específicos decorrentes tanto da Lei de Bases da Saúde, aprovada pela Lei n.º 48/90, de 24 de agosto, como pelo Estatuto Hospitalar, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 48357, de 27 de abril de 1968. O documento encontra-se disponível online, em http://www.dgs.pt/default.aspx?cn=55065716AAAAAAAAAAAAAAAA. 12 Entre outros, procedimentos de gestão de internamentos, transferência de utentes, saída das unidades de internamento, gestão de resíduos hospitalares, urgência e emergência, abusos e maus tratos. 13 Entre outros, protocolos relativos a internamento, consultas médicas, encaminhamento de utentes para os serviços de urgência, deslocações programadas, contenção física, delirium tremus, hipo e hipertensão, hipo e hiperglicémia, reação anafilática, convulsão e atuação em situações de urgência psiquiátrica em contexto de internamento.

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 20

Domiciliários da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, ao abrigo de um protocolo de cooperação

celebrado com a USIT.

O Instituto de S. João de Deus mantém acordos de cooperação com a Secretaria Regional da

Saúde, em matéria de prestação de cuidados no âmbito da Psiquiatria e Saúde Mental, reabilitação

psicossocial e reinserção social.

Ao nível das modalidades de assistência, as instituições referidas asseguram internamentos

de média e longa duração de Psiquiatria, área de dia, equipas de Saúde Mental de apoio domiciliário

e serviços de reabilitação psicossocial.

Page 22: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 21

COMPETÊNCIAS, OBJETIVOS E ATIVIDADES

Com vista ao desenvolvimento do meu Ensino Clínico, e tendo em conta todos os aspetos

até agora referidos, no âmbito do presente projeto, cabe proceder, em seguida, à definição do

conjunto de competências a adquirir, objetivos a alcançar e atividades/tarefas a realizar, ao longo

das seis (6) semanas de duração do mesmo.

As competências podem ser definidas quer como “um conjunto de saberes

indissociavelmente ligados à formação inicial de base e à experiência de ação” (Pires, 1994) quer

como “um conjunto de saberes que são ou podem ser mobilizados em situação de trabalho” (Sousa

et al., 2006:213).

De forma a articular as competências cuja aquisição é pretendida através deste Ensino

Clínico com as competências profissionais exigidas a qualquer enfermeiro, no desenvolvimento da

sua atividade profissional, reúno abaixo um conjunto de oito (8) competências, baseadas nas já

aludidas Competências do Enfermeiro de Cuidados Gerais (aprovadas pelo Conselho de

Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros)14, no âmbito das quais defino objetivos e

atividades/tarefas específicas que considero necessários e úteis à sua aquisição.

Por objetivos, entende-se “os marcos ou fins genéricos que (…) [se] pretende atingir. Os

objetivos devem ter algumas características como sejam a sua mensurabilidade, serem motivadores

(…)” (Serra et al., 2010:404), entre outras.

14 Foram, igualmente, tidas em conta as competências dos enfermeiros no processo de prestação de cuidados de enfermagem, segundo Patricia Benner (cf. Benner, 2005), bem como as mais recentes linhas de orientação face aos desafios colocados à prática da enfermagem no presente século (por exemplo, as decorrentes da articulação com a designada Sociedade da Informação, da alteração do cenário dos cuidados, da orientação para a prática na comunidade, do desafio colocado por novos problemas de saúde, da necessária atenção aos direitos e deveres dos cidadãos, da procura de uma linguagem classificada [como é o caso da CIPE], da aposta na qualidade e excelência e do desenvolvimento da Bioética como área de pensamento e reflexão primordial na busca de uma orientação de base para toda e qualquer atuação humana resultante de progressos científicos, em geral, e de progressos técnico-científicos e tecnológicos na área da Saúde, em particular – cf. Machado, 2000:21-25).

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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O conjunto de objetivos abaixo propostos visa, sobretudo, a aquisição de conhecimentos

práticos na prestação de cuidados de enfermagem ao nível dos Cuidados Continuados,

nomeadamente, nas áreas de Saúde Mental e Psiquiatria e de Saúde do Adulto e do Idoso.

Por fim, as atividades e tarefas elencadas em cada um dos objetivos e respetivas

competências procuram concretizar, da melhor forma possível, as necessidades e expectativas que

concebo para o presente Ensino Clínico.

Page 24: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 23

Com

petências

Objetivos

Atividades/Tarefas

1. Reconhecer os limites de atuação e

competências de um enfermeiro,

responsabilizando-me e respondendo pelos meus

juízos e intervenções profissionais

1.1. Assum

ir a respo

nsabilidade pelas minhas

intervenções e ju

ízos

Assum

ir os erros cometidos

1.2. Reduzir as po

ssibilidades de erro nas in

tervenções

Procurar esclarecer qualquer dú

vida acerca da in

tervenção a realizar

Solicitar a colaboração/intervenção de elem

entos da equipa de

enferm

agem

, sem

pre qu

e não consiga dar resposta às necessidades

dos clientes/fam

ílias

2. Atuar (profissionalmente) de acordo com o

Código Deontológico, garantindo a humanização

dos cuidados e promovendo a dignidade da pessoa

humana, o direito à vida e à qualidade de vida

2.1. Agir de acordo com a ética profissional

Manter a confidencialidade de to

da a in

form

ação relativa aos clientes

institucionalizados

Explicar aos clientes to

das as in

tervenções a executar

2.2. Prestar cuidado

s de enfermagem

baseado

s no

respeito, dignidade e in

dividu

alidade

Prestar cuidados tendo em

con

ta que cada cliente é um

ser único e

individual, atendendo

às suas preferências e desejos, com

a

finalidade de atingir a excelência dos cuidados

Respeitar a privacidade dos clientes (por exemplo, na prestação de

cuidados de higiene, expor apenas a área necessária, m

antend

o as

restantes cobertas; fechar a po

rta qu

ando

destes procedim

entos)

3. Aplicar os conhecimentos e as técnicas mais

adequadas, na prática de enfermagem,

incorporando nesta a aprendizagem já adquirida

3.1. M

obilizar os conhecim

entos teóricos e científicos

mais adequado

s à prestação de cuidado

s −

Pôr em prática con

hecimentos relativos à Enfermagem

em Cuidado

s Con

tinu

ados

Pôr em prática con

hecimentos relativos à Enfermagem

de Saúde do

Adu

lto e do Ido

so

Pôr em prática con

hecimentos relativos à Enfermagem

de Saúde

Mental e Psiqu

iatria

3.2. Adq

uirir novos e/ou aprofundar conhecim

entos

teóricos, práticos e científicos

Realizar pesquisas bibliográficas, sem

pre qu

e se ju

stifique

Pôr em prática novas técnicas, u

tilizadas no

serviço

Page 25: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 24

3.3. Elaborar um

estud

o de caso, no âm

bito do presente

Ensino Clínico

Obter a permissão do

cliente/fam

ília para realizar o estudo de caso

Con

hecer os antecedentes e a história clínica do cliente

Proceder a um

a ob

servação global d

o cliente, para realizar uma

correta colheita de dados

Com

preend

er as atividades de vida diárias do cliente, segundo

Nancy

Roo

per, antes e durante o in

ternam

ento

Identificar problemas de enferm

agem

, efetuar um plano

de cuidados

individual e personalizado e executá-lo, tendo como instrumento de

trabalho o padrão de docum

entação fornecido pela escola (que

contem

pla as atividades de vida, segun

do Nancy Roo

per) e a

linguagem utilizada na CIPE

4. Desenvolver a capacidade de integração num

serviço/unidade/equipa, reconhecendo métodos e

estratégias de planeamento e organização da

prestação de cuidados

4.1. Conhecer a dinâmica do

serviço

Tom

ar con

hecimento dos m

étod

os de trabalho, normas e rotinas do

serviço, recursos hu

manos e m

ateriais, através da ob

servação e

questionam

ento

4.2. Integrar-me e participar nas atividades

desenvolvidas pela equ

ipa de enfermagem

Registar o qu

e observei, o

que foi referido pelo cliente e to

das as

intercorrências existentes ao longo do tu

rno

Realizar no

tas de enfermagem

de acordo

com

a docum

entação

utilizada no

serviço

Transmitir aos colegas da equipa in

form

ação clara e precisa acerca

dos clientes pelos quais fiquei respo

nsável ao longo do tu

rno

Colaborar nas passagens de turnos

4.3. Valorizar o trabalho em equ

ipa

Estabelecer e m

anter relações de trabalho

con

strutivas com os

enferm

eiros e restante equ

ipa

Page 26: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 25

5. Atuar como um recurso para os clientes e para

as famílias que enfrentam desafios colocados por

situações de doença e morte

5.1. Desenvolver con

hecimentos e atitud

es perante o

grau de dependência

Estabelecer uma relação de ajuda para com o clientes, através de

empatia, escuta ativa, disponibilidade, linguagem

verbal e não verbal

(sorriso, toque, olhar)

5.2. Com

preend

er a postura dos clientes/famílias face

às patologias

Dialogar com os clientes/fam

ílias, procurando minim

izar os efeitos

negativos do

internam

ento

Apo

iar os clientes/famílias na adaptação às alterações provocadas

pelas patologias, ao nível físico, emocional, familiar, profissional,

nas relações sociais e nos hábitos e estilos de vida

5.3. Adm

inistrar as terapêuticas prescritas

Adm

inistrar as terapêuticas

Adq

uirir e/ou aprofun

dar conh

ecim

entos acerca de algu

mas

terapêuticas, q

ue desconheça ou

sob

re as quais tenha dú

vidas

5.4. Promover o con

trolo da dor e seus sintom

as

Avaliar dor

Avaliar as características da dor

Aplicar escala de dor (escala num

érica)

5.5. Desenvolver con

hecimentos e atitud

es perante a

morte

Acompanh

ar o cliente durante o seu processo de m

orte

5.6. Apo

iar as fam

ílias do

s clientes

Estabelecer uma relação de ajuda, através de em

patia, escuta ativa,

disponibilidade, linguagem verbal e não verbal (sorriso, to

que,

olhar), de mod

o a qu

e a família partilhe as suas preocupações e

angústias

Prestar apoio às famílias du

rante o processo de morte dos clientes

Page 27: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 26

6. Aperfeiçoar a capacidade de abordagem do

cliente, da respetiva família e da comunidade em

que os mesmos se inserem, numa perspetiva

holística

6.1. Desenvolver uma bo

a relação com os

clientes/fam

ílias

Respeitar os clientes/fam

ílias, nom

eadamente, n

o que concerne às

suas crenças, valores e costumes (alim

entos preferidos, hábitos,

atividades diárias)

7. Assegurar e promover um ambiente de

cuidados seguro, através da utilização de

estratégias de garantia da qualidade e de gestão

do risco

7.1. Proporcionar aos clientes/fam

ílias um

ambiente

seguro, calm

o, con

fortável e de confiança

Dim

inuir o ruído, a in

tensidade da lu

z e manter os espaços

arrumados

Falar com

um to

m de voz mod

erado, de form

a calm

a e pausada, com

em

patia e verdade para com

os clientes/fam

ílias

8. Contribuir para um trabalho de equipa

multidisciplinar e eficaz

8.1. Colaborar em processos de acom

panh

amento dos

clientes/fam

ílias po

r equipas multidisciplinares

Apo

iar na respo

sta às necessidades do

s clientes, englobando a equipa

multidisciplinar

Apo

iar no

acesso à inform

ação sob

re recursos aos qu

ais os

clientes/fam

ílias po

dem ter acesso

Apo

iar no

encam

inhamento dos clientes para os recursos da

comun

idade, no âm

bito do trabalho

em rede e parceria

TAB. 5 – Projeto do Ensino Clínico (competências, objetivos e atividades/tarefas)

Page 28: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 27

PLANO DE TRABALHO

Segundo Serra et al., 2010, o planeamento pode ser considerado como o processo para a

determinação dos objetivos, adoção de ações e afetação de recursos para alcançar os ditos objetivos.

Nessa medida, o plano será o documento que visa formalizar essa sistematização, dele resultando o

que se vai fazer e como se vai atuar.

Com base nas competências, nos objetivos e nas atividades e tarefas acima estabelecidos,

apresento agora a minha proposta de plano de trabalho, de acordo com o que prevejo poder

implementar e desenvolver ao longo do período de duração do presente Ensino Clínico.

No cronograma abaixo, tomo como referências temporais/cronológicas as seis (6) semanas

nas quais estarei em Ensino Clínico (a unidade associada é a semana, correspondendo-lhe trinta e

duas [32] horas semanais de prestação de cuidados de enfermagem repartidas por cinco [5] dias da

semana correspetiva, em cumprimento do referido em Amaral et al., 2012:7), que surgem em

colunas, e como referências de aprendizagem/avaliação os objetivos anteriormente estabelecidos (os

quais se consideram diretamente decorrentes de cada uma das competências à qual se encontram

associados e pressupõem todas as atividades/tarefas acima previstas para cada um deles), que

surgem em linhas.

A realização das atividades e tarefas associadas a cada um dos objetivos é assinalada

pictoricamente, por meio da inscrição de um X na célula correspondente às respetivas coluna e

linha, sempre que a dita realização esteja prevista para uma dada semana.

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Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

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1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana

Objetivos

1.1 X X X X X X

1.2 X X X X X X

2.1 X X X X X X

2.2 X X X X X X

3.1 X X X X X X

3.2 X X X X X X

3.3 X X X

4.1 X X

4.2 X X X X X X

4.3 X X X X X X

5.1 X X X X X X

5.2 X X X X X X

5.3 X X X X X X

5.4 X X X X X X

5.5 (eventual)

5.6 X X X X X X

6.1 X X X X X X

7.1 X X X X X X

8.1 (eventual)

TAB. 6 – Plano de Trabalho/Atividades (cronograma)

Page 30: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 29

A autoavaliação do cumprimento do plano estabelecido será por mim realizada no relatório a

apresentar, no final do Ensino Clínico, conforme referido no início deste projeto.

Sempre que se justificar, o plano acima definido poderá ser objeto de ajustamentos e/ou

alterações, em função das necessidades sentidas e/ou dos desafios propostos ao longo do período de

duração do Ensino Clínico, de que se dará a necessária notícia no mesmo relatório acabado de

referir.

As minhas expectativas em relação ao presente Ensino Clínico são mais que muitas, devo

confessar!

De entre todas, destaco a oportunidade que o mesmo me confere de aprofundar o

relacionamento e a abordagem profissional com doentes da área de Saúde Mental e Psiquiatria, bem

como aperfeiçoar a identificação e vivência da relação enfermeiro/utente, uma vez que detenho, já,

experiência profissional de mais de sete anos em contexto de prestação de cuidados a doentes do

tipo referido, embora na qualidade de auxiliar de ação médica.

No mesmo sentido, a experiência a adquirir contribuirá, também, para uma maior

consciencialização da minha futura integração no exercício profissional da Enfermagem (quer ao

nível prático quer ao nível deontológico) e para um desejado incremento do meu desenvolvimento

pessoal e profissional.

Ao nível das necessidades, sinto que este Ensino Clínico me permitirá, sobretudo,

aperfeiçoar técnicas de enfermagem já conhecidas (por exemplo, técnica de penso, punção,

aspiração, lavagem vesical) e aprender técnicas novas (por exemplo, remoção de fecalomas,

enema), bem como aperfeiçoar a interpretação dos sinais vitais e o conhecimento das terapêuticas.

Page 31: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Enfermagem em Saúde Comunitária II – Cuidados de Enfermagem Continuados e Promoção da

Qualidade de Vida, s/l, Universidade dos Açores – Escola Superior de Enfermagem de Angra do

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BENNER, Patricia (2005), De Iniciado a Perito – Excelência e Poder na Prática Clínica de

Enfermagem – Edição Comemorativa, Coimbra, Quarteto (2ª ed.)

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CASTRO, Lisete Barbosa de, RICARDO, Maria Manuela Calvet (1993), Gerir o Trabalho de

Projeto – Um Manual para Professores e Formadores, Lisboa, Texto Editora (3ª ed.)

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COSTA, João dos Santos (2004), “Métodos de Prestação de Cuidados” in Millenium – Revista do

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Hospitaleira de S. João de Deus, 3ª ed., Lisboa, 2011

FERREIRA, Loide et al., (2006), “Perspetiva histórica dos cuidados de enfermagem ao doente

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GONÇALVES, Amadeu Matos (2004), “A Doença Mental e a Cura: Um Olhar Antropológico” in

Millenium – Revista do Instituto Superior Politécnico de Viseu, Ano 8, N.º 30, outubro de 2004, pp.

159-171

Page 32: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 31

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2000, pp. 21-25

Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem – Enquadramento conceptual – Enunciados

descritivos, Ordem dos Enfermeiros, Lisboa, 2002

SERRA, Fernando Ribeiro et al., (2010), Gestão Estratégica – Conceitos e Práticas, Lisboa –

Porto, LIDEL – Edições Técnicas

SOUSA, Maria José et al., (2006), Gestão de Recursos Humanos – Métodos e Práticas, Lisboa –

Porto, LIDEL – Edições Técnicas, Lda. (8ª ed.)

LEGISLAÇÃO

Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril, alterado

pela Li n.º 111/2009, de 16 de setembro)

Código Deontológico dos Enfermeiros (artigos 74º a 92º do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros)

Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 161/96, de

4 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 104/98, de 21 de abril)

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (aprovada pelo Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6

de junho)

Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma dos Açores (aprovada pelo Decreto

Legislativo Regional n.º 16/2008/A, de 16 de junho, e regulamentada pela Portaria n.º 107/2012, de

7 de novembro, das Vice-Presidência do Governo Regional e Secretaria Regional do Trabalho e

Solidariedade Social)

Page 33: Projeto Ensino Clínico 4º Ano

Projeto do Ensino Clínico de Cuidados Continuados de Enfermagem e Promoção da Qualidade de Vida

Página 32

LIGAÇÕES

http://dre.pt

www.dgs.pt

www.isjd.pt

www.isjd.pt/cssr.angra/

www.ordemenfermeiros.pt

www.psilogos.com

Angra do Heroísmo, outubro-novembro de 2012