projeto educativo 2012/2015

52
Projeto Educativo escola técnica e liceal de sto. antónio - estoril 2012 | 2015

Upload: hoangkhuong

Post on 09-Jan-2017

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Projeto Educativo 2012/2015

Projeto Educativo

escola técnica e liceal de sto. antónio - estoril

2012 | 2015

Page 2: Projeto Educativo 2012/2015
Page 3: Projeto Educativo 2012/2015

3

Índice

Apresentação ................................................................. 5 Fundamentação ............................................................... 6

I. [Quem somos? Onde estamos?] 1. História ....................................................................... 7 2. Contexto ..................................................................... 9 3. Comunidade Educativa .............................................. 11 4. Órgãos de gestão da escola - organograma ................ 18 5. Contexto organizacional ............................................ 19 6. Parcerias ................................................................... 21

II. [O que pretendemos?]

1. Missão ...................................................................... 22 2. Visão ......................................................................... 23 3. Valores ...................................................................... 25 4. Pastoral ..................................................................... 30

III. [O que nos propomos?]

1. Diagnóstico .............................................................. 32 2. Perfis ........................................................................ 33 3. Finalidades ................................................................ 36 4. Áreas de intervenção ................................................. 37 5. Metas ....................................................................... 43 6. Articulação do Projeto Educativo com outros

documentos organizacionais ..................................... 46 7. Implementação e divulgação ..................................... 48

IV. [Como avaliar?]

1. Avaliação e revisão do projeto ................................... 49 Referências bibliográficas .............................................. 50

Page 4: Projeto Educativo 2012/2015

4

Page 5: Projeto Educativo 2012/2015

5

APRESENTAÇÃO

O Projeto Educativo é entendido como instrumento onde se materializam as dimensões de uma escola que se pretende ativa e reflexiva. Um projeto não é apenas uma intenção, torna-se numa ação: é uma ideia para uma transformação do real e a sua concretização deve conduzir a essa transformação.

Sendo o projeto educativo um meio de clarificação e gestão das opções e prioridades educativas e pastorais assumidas num determinado momento, não pode nunca ser encarado como uma atividade estática, pois incide sobre a realidade. E um «instrumento» que nunca pode ser definitivo.

O período de vigência do presente projeto (2012/2013 até 2014/2015) coincide com a preparação e celebração do bicentenário do nascimento de S. João Bosco, fundador dos Salesianos, eminente e reconhecido pedagogo da história da pedagogia, tanto ao nível da teoria como na prática. O conhecimento da vida de D. Bosco, a sua pedagogia e a sua espiritualidade enformam todos os princípios que estão na base da construção do nosso Projeto Educativo. Um projeto dinâmico, atento à realidade envolvente e às necessidades que o mundo da educação hoje apresenta.

Com este projeto pretendemos, então, orientar o nosso caminho para a ação, assente numa missão: contribuir para uma formação integral, de todos os elementos da comunidade educativa, que permita, pela exploração de todas as nossas potencialidades, a construção conjunta de um mundo melhor e de uma sociedade edificada e firme na fé.

Agradecendo a todos o profundo e valioso trabalho realizado, desejamos que toda esta teoria se torne prática no nosso quotidiano e consiga motivar todos os intervenientes da comunidade educativa na sua operacionalização.

Pe. Tarcízio António de Castro Morais Diretor Pedagógico

Nota: Este projeto educativo aguarda aprovação final

da Entidade TItular

Page 6: Projeto Educativo 2012/2015

6

FUNDAMENTAÇÃO Em 1989, o Dec.Lei nº 43/89 de 3 Fev., que regula o exercício de autonomia das

escolas, transcreve no seu preâmbulo que «a autonomia da escola concretiza-se na elaboração de um projeto educativo próprio, constituído e executado de forma participada, dentro de princípios de responsabilização dos vários intervenientes na vida escolar e de adequação a características e recursos da escola e às solicitações e apoios da comunidade em que se insere» e que se entende por autonomia da escola a «capacidade de elaboração e realização de um projeto educativo em benefício dos alunos e com a participação de todos os intervenientes no processo educativo.» (Ponto 1- Art.º2). O mesmo diploma refere ainda no número 2 do mesmo artigo que «o projeto educativo se traduz, designadamente, na formulação de prioridades de desenvolvimento pedagógico, em planos anuais de atividades educativas e na elaboração de regulamentos internos para os principais sectores e serviços escolares.»

No âmbito das escolas salesianas, o projeto educativo é projeto educativo-pastoral e apresenta-se como instrumento dinâmico e aberto que estimula a comunidade educativa a ter presentes as finalidades educativas e a procurar formas concretas de ação pastoral atentas às exigências dos jovens e do contexto em que se inserem.

Este projeto educativo concretiza a “Proposta Educativa da Escola Salesiana” (documento guia da entidade titular) no contexto e ambiente da Escola Salesiana do Estoril.

Page 7: Projeto Educativo 2012/2015

7

I. QUEM SOMOS? ONDE ESTAMOS?

1. HISTÓRIA

A Escola Salesiana do Estoril tem a sua origem na Fundação "Asilo de Santo António do Estoril", instituída por D. Ana Teresa Goulard de Vasconcelos, proprietária da mata e convento de Santo António, que tinha adquirido através de compra, no seguimento da expulsão das Ordens Religiosas do País. A proprietária fez doação da Fundação aos Padres Dominicanos Irlandeses do Corpo Santo, em Lisboa. A doação levava a exigência da fundação de uma ala para rapazes pobres. A Senhora D. Ana Teresa vem a falecer no dia 22 de Fevereiro de 1924. São seus testamenteiros o Dr. Carneiro Pacheco, António Viana e João Perestrelo. Os Padres Dominicanos não se encontraram em condições de satisfazerem as condições testamentárias, o que levou os testamenteiros a consultarem os Salesianos, que dirigiam as Oficinas de S. José, de Lisboa, já desde 1896, no sentido de os convidarem a aceitar o testamento. Os salesianos aceitaram a doação. E, em 30 de Julho de 1931, o salesiano Padre Ângelo Semplici assinou o acórdão de transferência da posse do “Asilo de Santo António do Estoril” dos Padres Dominicanos para os Salesianos das Oficinas de S. José de Lisboa.

Em 14 de Janeiro de 1932 chegaram ao Estoril os primeiros salesianos: Pe. José da Silva Lucas, diretor, e o salesiano leigo, José Joaquim da Silva. A nomeação do diretor foi feita pelo Superior Geral de então, Pe. Filipe Rinaldi, beatificado em Roma, a 29 de Abril de 1940. O decreto de nomeação tem a data de 15 de Outubro de 1931. A 29 de Setembro de 1932 chegou António Reis e a 6 de Outubro seguinte veio António Machado. A 9 de Janeiro de 1933 começaram as aulas. A 7 de Outubro de 1933 é instituído o noviciado salesiano, que permanece no Estoril até 3 de Novembro de 1938, e o seminário de filosofia, que é transferido para Manique em Outubro de 1953. A 19 de Novembro de 1933 principia o Oratório festivo, obra destinada a acolher e ocupar jovens nos seus tempos livres. Em Outubro de 1942 é fundado o seminário de Teologia e aqui permaneceu, até 1950, altura em que os estudantes de teologia são distribuídos pelo estrangeiro. Entretanto, a escola vai crescendo, as famílias aumentam o seu interesse pelo sistema salesiano e, em 1946 os alunos chegam aos 160.

Em 21 de Novembro de 1948 é benzida a primeira pedra do pavilhão das aulas, inaugurado a 31 de Janeiro de 1950, dia em que é benzida a primeira pedra do atual salão de teatro, que vem a ser inaugurado a 30 de Dezembro do mesmo ano. A 24 de Maio de 1950 é a vez de ser lançada a primeira pedra para a construção da capela, benzida a 24 de Maio de 1951 e que hoje serve a comunidade educativa. Em 20 de Novembro de 1950 o “Asilo” muda o nome para ESCOLA TÉCNICA SALESIANA DE SANTO ANTÓNIO, com o alvará nº 1078.

No dia 30 de Abril de 1968, por despacho ministerial, a Escola passa a designar-se por ESCOLA TÉCNICA E LICEAL SALESIANA DE SANTO ANTÓNIO. Entretanto, a escola cresceu e foi necessário construir novos edifícios que ofereceram outras possibilidades. Nos fins dos anos sessenta, os alunos já atingiam o número de 1.100.

Em 31 de Janeiro de 1986 é o pavilhão das aulas do 1º Ciclo que é inaugurado com a presença do senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro e do senhor ministro da educação Eng. João de Deus Pinheiro.

Page 8: Projeto Educativo 2012/2015

8

De 1991 a 2000 é construído o pavilhão do 2º Ciclo e a nova cantina; são renovados o pavilhão das aulas, o pavilhão gimnodesportivo, o bar e a sala de jogos, e construídas as portarias da Marginal e da Av. Fausto Figueiredo.

A partir de Janeiro de 2007 entra em funcionamento a nova Biblioteca/Centro de Recursos, inaugurada pelo Sr. Ministro da Presidência, Dr. Pedro Silva Pereira.

Atualmente a Escola tem uma população de cerca de 1.650 alunos da Educação Pré-escolar ao Ensino Secundário.

Page 9: Projeto Educativo 2012/2015

9

2. CONTEXTO1

A Escola Técnica e Liceal Salesiana de Santo António está situada na freguesia

do Estoril, uma das seis freguesias do concelho de Cascais.

Localizando-se ao centro da “linha” litoral do concelho de Cascais, a freguesia do Estoril partilha limites com quase todas as outras freguesias do concelho.

Podem distinguir-se duas zonas territoriais:

- os “Estoris”, no litoral, que concentram cerca de 64% da população total da freguesia;

- as “Galizas”, no interior, que têm apenas 1/3 do número total dos habitantes da freguesia.

A Escola Salesiana situa-se na freguesia de S. António do Estoril, junto ao mar e à estrada “Marginal”.

Cascais tem conhecido, nas últimas décadas, um acentuado acréscimo

populacional.

No que respeita às idades constata-se um evidente decréscimo do peso percentual das faixas etárias mais jovens, ao mesmo tempo que se nota um significativo aumento dos escalões etários mais elevados.

O aumento demográfico tem-se feito acompanhar por uma acentuada terciarização da mão-de-obra.

1 Dados extraídos da Carta Educativa do Concelho de Cascais – 2002 e recolhidos junto da Junta de

Freguesia do Estoril.

Page 10: Projeto Educativo 2012/2015

10

A população do concelho de Cascais revela um nível de instrução bastante elevado, sobretudo quando comparado com as médias nacionais: 55,7% da população residente tem ou frequenta a escolaridade europeia (9º ou mais anos) e 21,2% possuem o ensino superior (o dobro do valor nacional com 10,6%).

Não possuindo nenhum nível de ensino contabilizam-se 10,8% da população residente.

Verifica-se uma forte incidência de estabelecimentos privados na oferta do ensino no concelho. Em termos geográficos, é de salientar uma maior implantação de estabelecimentos privados nas «freguesias da linha» e uma maior implantação de estabelecimentos públicos e a cargo de IPSS nas freguesias interiores.

Page 11: Projeto Educativo 2012/2015

11

3. COMUNIDADE EDUCATIVA

Todos os elementos intervenientes no processo educativo devem participar de forma responsável e ativa no Projeto Educativo - Pastoral Salesiano. Assim sendo, a comunidade educativa deve dar vida a este Projeto, orientando a sua ação para que a Escola seja um lugar de educação e de evangelização, de amadurecimento e de descoberta das capacidades e da fé dos jovens, e a comunidade educativo - pastoral seja, ao mesmo tempo, sujeito e ambiente de educação.

A comunidade educativo – pastoral salesiana pretende:

envolver todos os seus elementos em clima de família;

ajudar a desenvolver as possibilidades dos jovens em todos os aspetos da sua vida (culturais, sociais, profissionais e religiosos);

acompanhar e orientar os jovens no seu encontro com Cristo e na construção da sua relação de fé.

Os sujeitos e agentes da comunidade educativo – pastoral salesiana são:

a) A Comunidade Salesiana

A Comunidade Salesiana é o núcleo animador da comunidade educativa, garantindo a identidade pedagógica e carismática da experiência educativa de D. Bosco. É constituída por irmãos sacerdotes e irmãos leigos.

Os Salesianos, na comunidade educativa de que são os principais animadores, procuram viver e fazer viver, através dos seus colaboradores, o projeto educativo de D. Bosco, pondo em prática o sistema preventivo baseado na razão, na religião e na amabilidade.

b) Os alunos

Os alunos são o centro da ação educativo – pastoral salesiana e devem intervir no seu processo educativo, conforme as suas capacidades e amadurecimento; eles são os principais responsáveis pela sua formação integral e realização pessoal.

No exercício dos direitos e deveres, os alunos submetem-se à legislação oficial em vigor.

Na medida das suas possibilidades e níveis de desenvolvimento, os alunos:

contribuem para a realização do Projeto Educativo – Pastoral Salesiano;

participam e sentem-se corresponsáveis pela vida e ação da Escola através dos órgãos de animação e administração, como sistema de aprendizagem e preparação da sua futura participação social;

facilitam o desenrolar do processo educativo com as suas questões, problemáticas, observações críticas e propostas para melhorar o ambiente da turma e da vida da Escola;

Page 12: Projeto Educativo 2012/2015

12

constituem, entre os seus colegas, o núcleo animador denominado Movimento Juvenil Salesiano, ou seja, aqueles que se identificam com a missão e espiritualidade juvenil salesiana.

Número de alunos por turma e por ciclo (2012/2013):

Educação Pré - escolar

Grupo A Grupo B Total Ciclo

25 25 101

25 26

1º Ciclo Turma A Turma B Turma C Turma D Total Ciclo

1º 28 26 27 26

459 2º 30 25 28 27

3º 32 29 31 31

4º 30 30 30 29

2º Ciclo

Turma A Turma B Turma C Turma D Turma E Total Ciclo

5º 28 29 29 30 30 297

6º 31 30 29 30 31

3º Ciclo Turma A Turma B Turma C Turma D Total Ciclo

7º 32 32 33 33

374 8º 33 33 33 33

9º 27 28 27 30

Secundário Turma

A Turma

A1 Turma

A2 Turma

B Turma

C Turma

C1 Turma

D Total Ciclo

10º 23 23 23 30 24 12 11

357 11º 19 21 - 25 24 14 14

12º 23 15 - 20 19 - 17

c) Encarregados de Educação

A Escola Salesiana reconhece que as famílias, nomeadamente os pais,

são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos e considera o trabalho escolar como complemento do ambiente familiar; é na família, reconhece a Escola, que se devem incutir valores e atitudes que os filhos devem interiorizar logo nos primeiros anos do seu crescimento.

Com o objetivo de se conseguir uma ação educativa coerente, a relação entre a família e a Escola deve ser cooperante e complementar, de modo que:

o diálogo construtivo entre a família e a Escola seja uma constante e que favoreça a elaboração e a concretização do Projeto Educativo – Pastoral Salesiano;

Page 13: Projeto Educativo 2012/2015

13

os educadores tenham ocasião de ampliar os conhecimentos do aluno, aumentando assim as suas possibilidades de ajuda e orientação;

os pais recebam oportuna informação sobre o progresso ou as dificuldades dos filhos nas aprendizagens e estejam em condições de dar aos educadores o apoio de que necessitam na sua tarefa formativa;

a ação educativa escolar seja uma ajuda e um estímulo no trabalho formativo que os pais realizam com os seus filhos.

d) APESSA (Associação de Pais da Escola Salesiana Santo António)

A Associação de Pais da Escola Salesiana de S.to António do Estoril é

composta por todos os pais e encarregados de educação desta Escola. A direção da APESSA é constituída por um conjunto de pais voluntários

que disponibilizam algum do seu tempo para o bem de todos. Além dos elementos da direção, existem outros pais voluntários que

ajudam nos projetos da Associação de Pais. A Escola reconhece o valor educativo da Associação de Pais porque:

oferece as condições necessárias para garantir, em cada momento, uma eficaz e construtiva colaboração com a Direção da Escola;

promove e organiza atividades educativas complementares e extraletivas, que ajudam na formação integral dos alunos;

acolhe, representa e defende, perante as instâncias públicas e na própria Escola, os interesses do conjunto das famílias que formam a Comunidade Educativa;

favorece a presença e a relação da Escola com o ambiente circundante, cuidando em todos os momentos da boa imagem dos mesmos;

canaliza a sua participação corresponsável através dos diversos órgãos de animação e de gestão da escola;

impulsiona a atividade associativa e de formação contínua dos pais e mães como educadores dos filhos.

Em cada turma a APESSA tem um representante dos Encarregados de

Educação, os chamados “Pais Delegados”, de modo a estabelecer uma forma de proximidade à realidade turma, tanto com os Diretores de Turma como com os demais encarregados de educação. Deste modo, a Associação de Pais torna-se um meio de participação coletiva das famílias na vida e ação da Escola.

e) Os Docentes

Os professores são elementos fundamentais da educação, visto que,

com a sua palavra, testemunho, estímulo, ajuda e conselho favorecem o processo educativo.

Page 14: Projeto Educativo 2012/2015

14

Entre os traços mais significativos que devem caraterizar os professores da nossa Escola, destacamos:

a competência científica e profissional escolar;

a coerência pessoal, de modo a que sejam para os jovens ponto de referência educativa;

a atitude educativa e a sensibilidade para com a condição juvenil, manifestada na atenção aos que têm maiores dificuldades;

uma forte empatia com D. Bosco e com o seu método educativo;

a capacidade de educar a partir do reforço positivo, porque creem nas possibilidades dos alunos;

a abertura à transcendência e o respeito pelo pluralismo religioso e cultural.

Os professores da nossa Escola:

estabelecem uma relação franca e colaborante com os colegas, aos quais estão unidos por vínculos de solidariedade e comunicação que favorecem o trabalho em equipa, a coerência e a continuidade do trabalho que realizam;

estão no meio dos jovens com uma presença ativa e amiga, participam na vida dos alunos, interessam-se pelos seus problemas, esforçam-se por ver as coisas como eles as veem, participam nas suas atividades, intervêm com firmeza e prudência, corrigem condutas e atitudes inadequadas;

corresponsabilizam-se pela ação educativa global da Escola;

cuidam da sua competência educativa através de processos de formação permanente, cultural, profissional, cristã e salesiana de modo a exercerem a sua profissão como uma vocação;

têm um papel decisivo na preparação, realização e avaliação do Projeto Educativo – Pastoral Salesiano;

são os primeiros a assumir a proposta educativa e a colaborar ativamente para que esta se torne vida no quotidiano.

Os professores deverão também saber utilizar a sua competência

profissional, científica e a sua fé cristã, numa ótica pedagógica, em função da educação integral e do crescimento do aluno como pessoa, harmonizando razão e fé nas matérias que lecionam.

Número de professores por ciclo:

Educação pré – escolar e 1º Ciclo

26

2º Ciclo 19

3º Ciclo 31

Secundário 36

Total de professores 95* * O total de professores não corresponde à soma dos docentes dos quatro sectores, porque há docentes a lecionar em mais do que um ciclo.

Page 15: Projeto Educativo 2012/2015

15

f) Os não docentes Os não docentes prestam um valioso e inestimável contributo à

Comunidade Educativa, porque:

complementam o trabalho formativo dos professores, como psicólogos, animadores e vigilantes e demais auxiliares de ação educativa;

coordenam as atividades culturais, desportivas ou de tempo livre;

assumem as funções correspondentes à gestão económica e administrativa dos bens próprios da escola;

realizam trabalhos de secretaria e auxiliam a Direção Escolar, os coordenadores e os professores no exercício das respetivas responsabilidades;

atendem os encarregados de educação e cuidam das relações externas da Escola;

fazem o acompanhamento, vigilância e atendimento dos alunos;

contribuem para a manutenção e limpeza da Escola. A sua presença na Escola favorece a qualidade educativa, mediante:

o testemunho do trabalho constante e bem realizado;

o espírito de serviço;

o sentido de acolhimento e de relação cordial;

a fidelidade, a discrição e a sensibilidade estética. A Comunidade Educativo – Pastoral reconhece esta valiosa colaboração

e o direito a:

participar na gestão da Escola através do Conselho Pedagógico;

receber um tratamento respeitoso e agradecido pela ação e serviços que desempenham.

Número de não docentes e sua formação:

Formação

4º ano 23

6º ano 24

9º ano 22

Ensino secundário

15

Licenciatura 9

Total de não docentes: 93

g) Gabinete de Apoio Psicopedagógico

A Escola caracteriza-se por ter ao seu serviço colaboradores de apoio aos serviços existentes e que funcionam como técnicos especializados, em

Page 16: Projeto Educativo 2012/2015

16

áreas como a psicologia e a educação especial. Todos os colaboradores desta unidade educativa são detentores de habilitação superior.

Estes técnicos especializados promovem a integração saudável dos alunos, quer de uma forma preventiva, quando algum elemento da comunidade educativa sugere uma avaliação, quer num sentido continuado, por sinalização. Os técnicos deste gabinete promovem a inclusão dos alunos, o desenvolvimento das suas capacidades e o seu crescimento afetivo. Têm um papel ativo no acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais, no processo de orientação vocacional, na identificação e encaminhamento de situações com necessidade de intervenção profissional externa (momentânea ou permanente).

h) A Associação dos Antigos Alunos Esta Associação é constituída por antigos alunos salesianos na sua

maioria da Escola Salesiana do Estoril. A fundação oficial data de 9 de Setembro de 1977. É uma Associação que não tem fins lucrativos e que exerce a sua atividade motivada pelo sentimento do afeto e do espírito de fraternidade que une toda a família salesiana, pela exigência de conservar e desenvolver os ensinamentos da escola de D. Bosco e ainda pela intenção de difundir, pela ação, o espírito salesiano. Dada o grande sentido de pertença e de identificação com a escola, os antigos alunos regressam com saudade e agradecidos à “sua escola”, onde colaboram em múltiplas iniciativas.

i) A Associação dos Salesianos Cooperadores

A Associação dos Salesianos Cooperadores foi fundada em 1876 por São

João Bosco e constitui o terceiro ramo da Família Salesiana de São Francisco de Sales. Este grupo é portador e corresponsável pela vitalidade do carisma salesiano.

Os Salesianos Cooperadores estão abertos a muitas formas de apostolado, ligados à catequese, à formação cristã dos jovens, ao serviço social dos mais desfavorecidos, ao trabalho missionário, à dinamização da Eucaristia dominical, na nossa Escola e nas Eucaristias de Nossa Senhora Auxiliadora.

Atualmente, o grupo é constituído por 33 membros que se reúnem mensalmente e participam ativamente em reuniões a nível nacional, peregrinações, retiros anuais e Jornadas de Espiritualidade da Família Salesiana. A sua cooperação também é visível nas campanhas anuais programadas pela Pastoral da Escola.

j) A Juventude Salesiana

A Associação da Juventude Salesiana, entidade de utilidade Pública

desde 1988, fundada em 1961 pelo Sr. P. Miguel Barros, encontra-se integrada no projeto educativo da Escola Salesiana do Estoril.

Page 17: Projeto Educativo 2012/2015

17

Tem como atividade desportiva principal o hóquei em patins. A formação dos atletas neste clube, sempre se fez dentro dos princípios cristãos e da pedagogia salesiana.

Não se trata de um clube que tenha como objetivo única e simplesmente a competição e a vitória. A Associação da Juventude Salesiana tem como objetivo, sim, formar jovens através dos princípios do projeto educativo de D. Bosco.

k) O CNE – 75 Estoril O Agrupamento 75, do CNE (Corpo Nacional de Escutas) foi iniciado pelo

padre Jerónimo Pinheiro no dia 31 de Janeiro de 1969. Tem a sua sede na Escola Salesiana do Estoril.

O Agrupamento 75 do CNE procura educar os jovens escuteiros segundo os princípios do respeito pela dignidade da pessoa, da amizade, da delicadeza, da solidariedade e do respeito pelos animais e plantas.

Como agrupamento que tem a sua sede na Escola Salesiana, tem sempre presente na sua ação educativa o projeto educativo de D. Bosco, assegurado por um sacerdote salesiano que é o assistente eclesiástico de agrupamento.

EM CONCLUSÃO: A comunidade educativa deve ser um núcleo dinâmico e sempre em evolução,

onde todos são responsáveis: a) pela elaboração, concretização e avaliação do Projeto Educativo; b) pela qualidade educativa e evangelizadora da Escola; c) pela formação humana e realização pessoal, profissional, social e cristã de

cada um dos seus membros; d) por garantir a identidade da Escola Salesiana.

Page 18: Projeto Educativo 2012/2015

18

4. ÓRGÃOS DE GESTÃO DA ESCOLA – ORGANOGRAMA

Os órgãos de gestão da Escola Salesiana foram estabelecidos pela entidade titular e estão estabelecidos no Regulamento Interno da Escola, de acordo com o seguinte organograma:

Page 19: Projeto Educativo 2012/2015

19

5. CONTEXTO ORGANIZACIONAL

Legenda: A. Portaria Avenida Marginal B. Receção C. Residência dos Salesianos D. Capela E. Teatro e escola de Música F. Edifício de aulas (2º e 3º Ciclos; Ensino Secundário) G. Pavilhão do 2º Ciclo H. Portaria Avenida Fausto de Figueiredo I. Entrada do Ensino Pré-escolar

J. Recreio coberto do Ensino Pré-Escolar K. Edifício de aulas (1º Ciclo) L. Arrumações M. Serviço de manutenção N. Capela O. Cantina P. Centro de Recursos Q. Pavilhão gimnodesportivo R. Serviços (papelaria, secretaria, centro de enfermagem, serviço pastoral) e salas de aula

Page 20: Projeto Educativo 2012/2015

20

No que diz respeito a aspetos físicos e materiais, a Escola tem vindo a assegurar a otimização dos espaços e dos serviços.

O apetrechamento de salas com equipamentos informáticos e audiovisuais que facilitem e auxiliem a prática pedagógica tem sido um dos principais objetivos da Escola; nesta linha tem-se procurado suscitar nos professores e nos alunos a utilização das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (quadros interativos e computadores).

Como ocupação dos tempos livres, a Escola tem um leque variado de atividades de cariz desportivo, educativo, associativo e pastoral. No último ano desenvolveu um conjunto de atividades extracurriculares a que chamou “Artisport” e “Musicentro” com uma boa participação dos alunos.

A Escola dispõe, igualmente, de um Plano de Emergência de forma a ter um nível de segurança eficaz com todos os dispositivos necessários: sinalização, percursos de evacuação, pontos de concentração, equipamentos de primeira intervenção.

Page 21: Projeto Educativo 2012/2015

21

6. PARCERIAS Com o objetivo de estabelecer uma relação com a comunidade educativa e o

meio envolvente, a ESSA desenvolve um conjunto de parcerias com instituições e empresas filiadas no concelho; a principal parceria é desenvolvida com a Câmara Municipal de Cascais.

São, ainda, desenvolvidas parcerias com universidades e instituições.

Estas parcerias dependem dos diferentes projetos desenvolvidos, específicos da ação educativo-pastoral de cada ano.

Page 22: Projeto Educativo 2012/2015

22

II. O QUE PRETENDEMOS?

1. MISSÃO A missão da Escola Técnica e Liceal de Santo António do Estoril, enquanto

escola católica salesiana, é promover o desenvolvimento integral da pessoa dos seus educandos a partir e em vista de uma visão cristã da pessoa e da vida, interpretando e traduzindo o Sistema Preventivo Salesiano nos dias de hoje e na realidade que contextualiza a Escola Salesiana.

Atualizando a experiência educativa de D. Bosco e convencidos do seu valor e originalidade, oferecemos a nossa proposta educativa desde a síntese integradora que se reflete no binómio «evangelizar educando e educar evangelizando». A partir do Evangelho queremos desenvolver em cada uma das pessoas o seu potencial mais profundamente humano, acompanhá-las na construção dos seus projetos de vida, na procura de uma identidade que confira sentido à sua existência e que as leve ao encontro com Jesus.

Neste sentido, é nossa missão:

promover uma formação integral dos alunos e alunas de acordo com a conceção cristã da pessoa, da vida e do mundo;

propor uma síntese entre fé, cultura e vida;

criar um ambiente que favoreça o testemunho e a ação evangelizadora;

promover itinerários de educação qualificados na descoberta e a valorização dos elementos e dos valores específicos da realidade humana e cultural;

vivenciar um espírito de família entre educadores, educandos e toda a comunidade educativa;

destacar a personalização da relação educativa mediante a presença dos educadores entre os alunos, a sua participação na vida dos jovens e a disponibilidade para fazer caminho, caminhando com eles;

formar honestos cidadãos, com sentido crítico, autonomia, participativos e corresponsáveis na construção de uma sociedade melhor;

acreditar em todas as possibilidades dos alunos e desenvolvê-las até ao máximo das suas possibilidades.

Para concretizar a nossa missão, estabelecemos três eixos estruturantes: a) no Sócio-pessoal – formar os jovens nas competências intrapessoais e

interpessoais, emocionais e éticas; b) no Conhecimento – formar os jovens nas competências intelectuais, vitais e

criativas para aprender a aprender; c) no Espiritual – formar os jovens nas competências existenciais, religiosas e

espirituais.

Page 23: Projeto Educativo 2012/2015

23

2. VISÃO A visão da Escola Salesiana do Estoril é fazer da Escola, através dos valores do

humanismo cristão e da forma salesiana de educar, uma «… casa que acolhe, paróquia que evangeliza, escola que encaminha para a vida, e pátio onde se partilha a amizade e a alegria».

Esta visão de Escola concretiza-se:

através de uma forma de ver a realidade, com chaves hermenêuticas salesianas e evangélicas, e com esperança e otimismo no mundo que geram expectativas positivas nas pessoas, num ambiente educativo rico em valores e de construção viva da identidade;

preparando os alunos para o seu futuro, antevendo e prevenindo, com sentido de resiliência, a adaptação sempre necessária ao nosso mundo em mudança;

oferecendo uma visão ideal de pessoa e de sociedade, não no sentido de reproduzir a cultura e a sociedade tal como a encontramos, mas no desafio de construir ideias de vida a que aspiramos, com responsabilidade, sentido de pertença e identidade segura.

Para isso, fazemos o exercício de “sonhar” com um outro mundo e outra escola

possível:

Sonho pedagógico: o que ensinar? A Escola ensinará a ser pessoa e a saber quais os elementos chave para a felicidade e para o desenvolvimento harmónico e integral da pessoa, do seu saber, da sua cultura, da sua vida, da sua fé. Será espaço de aprendizagem social e humana, que ensine a viver em família e em comunidade, como emblema de uma civilização mais humana e cristã. A escola será um espaço aberto à transcendência e aos valores do Evangelho, respeitando a todos e cada um, oferecendo pautas de vida à luz dos ensinamentos de Jesus.

Sonho didático: como ensinar? A Escola ensinará a aprender superando o paradigma da simples

transmissão de conhecimentos, facilitando o acesso ao saber, à aplicação do saber, na atitude de procura constante de respostas; ensinará com a arte e a pedagogia do coração, num espaço privilegiado para a interação pessoal, com espaços abertos, ambientes de qualidade, atendendo aos processos individuais e aos seus ritmos, com dinamismo e uso das tecnologias adequadas, com rigor e proximidade, com pedagogia e afeto.

Sonho pastoral: como evangelizar? A Escola evangelizará com uma visão pastoral sistemática e orgânica,

respondendo às vivências e às perguntas com autenticidade e procura de sentido, apresentando caminhos que levem ao encontro vital com Jesus Cristo, a Igreja e o mundo.

Page 24: Projeto Educativo 2012/2015

24

Ter uma visão de futuro e de um ideal, leva-nos a ter uma visão das mudanças que precisamos. Na realidade, o próprio conceito de projeto educativo comporta em si o desejo e o objetivo de chegar à mudança.

As alterações pedagógicas que queremos, são:

optar pelo modelo da educação, afastando-nos do modelo do «ensino»;

optar por uma escola multidirecional onde se educa formando autênticas comunidades de aprendizagem: alunos, professores, encarregados de educação e demais elementos da comunidade educativa;

optar por uma escola que se interessa de forma individualizada e pessoal de cada um, segundo as suas capacidades e circunstâncias;

optar por uma escola que prepara para a vida; uma escola aberta e consciente do mundo que nos rodeia e espera;

optar por uma escola com sentido de grande competência no processo de ensino-aprendizagem, com qualidade, com respostas para os desafios da atualidade, uma escola dinâmica e rica de valores;

optar por fazer dos jovens, protagonistas no processo da sua formação.

Page 25: Projeto Educativo 2012/2015

25

3. VALORES Tratando-se de uma Escola Salesiana, o nosso projeto apresenta algumas

especificidades próprias da instituição em que se insere:

1. Opção preferencial pelos jovens e o seu mundo D. Bosco orientou a sua obra decididamente para a juventude. Com atitude

evangélica aproximou-se dos mais distanciados, fazendo das ruas, das praças, dos ambientes de trabalho, do pátio, lugares de encontro e de primeiro anúncio de Jesus. Acolheu sem preconceitos, valorizando o que traziam dentro de si; caminhou com eles adaptando-se ao seu ritmo. Construiu o seu projeto à medida dos jovens, para os ajudar a captar a riqueza da vida e os seus valores, com o propósito de os preparar para viver neste mundo, tornando-os mais conscientes do seu destino de felicidade.

Esta opção pelos jovens e pela sua educação e evangelização tornam-nos sensíveis aos aspetos que favorecem a sua educação e evangelização e levam-nos a estar atentos aos aspetos positivos, aos novos valores, às possibilidades de recuperação e a uma atitude de escuta, de simpatia, de compreensão e de diálogo.

Valorizamos:

as instituições educativas e as relações que estabelecem com os jovens: a família e a sua capacidade educativa, o sistema educativo e a qualidade e integralidade da formação que oferecem, os meios de comunicação social e o tipo de mentalidade e cultura que favorecem;

os aspetos sociais que influenciam a situação da juventude: as possibilidades de desenvolvimento que se oferecem aos jovens, o mundo do trabalho, as oportunidades do tempo livre e do seu bom uso, a realidade associativa, a solidariedade e o voluntariado;

a sensibilidade religiosa do ambiente, a presença e a ação da Igreja, as suas ofertas aos jovens e a forma como os jovens se situam diante dela;

a presença das diferentes religiões e os novos movimentos religiosos;

a realidade cultural: os valores que apresenta, as limitações e problemas, as experiências, as linguagens e símbolos que formam a mentalidade e a sensibilidade;

as principais características da condição juvenil e as urgências que dela emergem.

Daqui desponta um conjunto de valores e de opções fundamentais que devem ser operacionalizados no quotidiano da ação educativa:

a) a presença propositiva do educador entre os educandos na arte de estar e saber estar com os jovens para melhor os conhecer e amar;

b) o sistema preventivo, uma das marcas indeléveis da proposta educativa salesiana baseada no princípio de que é melhor prevenir do que reprimir. Aquilo que Dom Bosco pretende com o seu «sistema preventivo» é fazer dos jovens «honestos cidadãos e bons cristãos». O sistema preventivo não

Page 26: Projeto Educativo 2012/2015

26

se esgota no simples proteger ou amparar: quer, sim, conseguir a formação integral do jovem.

c) o ambiente educativo que favorece um clima de acolhimento, de alegria e de corresponsabilidade, num espírito de família onde todos se sintam aceites e valorizados; um clima de mútua confiança, que suscita atitudes de felicidade, de alegria e de compromisso mútuos;

d) os valores da razão, religião e amor educativo, aos quais se faz constante apelo na experiência educativa salesiana.

2. Comunidade Educativo-Pastoral – Uma experiência comunitária

A comunidade educativa é o primeiro elemento fundamental para a realização da

proposta salesiana de educação. Sujeito e ambiente da ação educativo-pastoral, a comunidade exige convergência das intenções e convicções por parte de todos os envolvidos.

Os educandos dão o seu contributo original e criativo, de acordo com a sua idade e grau de maturidade. Eles estão no centro da missão educativa e são chamados a ser protagonistas do crescimento e da vida da comunidade.

Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos. O reconhecimento desta responsabilidade é expresso pela partilha do projeto educativo que constitui um terreno de diálogo, confronto e colaboração.

Os educadores salesianos e leigos oferecem à comunidade educativa o seu contributo específico como pessoas inseridas na sociedade com um projeto de vida diferenciado, e com competência profissional.

Na comunidade educativa, todos são educadores e vivem essa sua missão como compromisso de vida. Isto obriga a pensar a escola como espaço privilegiado de comunicação de ideias e ideais, de reflexão e ação, de solidariedade e respeito pela diferença. Deste modo, a organização da escola, a metodologia de trabalho, os referenciais teóricos e os recursos didáticos são instrumentos para a construção deste projeto.

3. A animação como estilo de gestão

O nosso serviço educativo-pastoral privilegia o estilo de animação que consiste em:

responsabilizar as pessoas no processo de personalização e de crescimento da consciência;

desenvolver a capacidade crítica e a participação ativa;

responsabilizar e tornar as pessoas protagonistas dos seus próprios processos educativos e pastorais;

criar comunhão à volta de valores, critérios, objetivos, aprofundando a identidade vocacional dos educadores;

favorecer uma mentalidade educativo-pastoral salesiana, reforçando a comunicação e a partilha entre todos e promovendo a corresponsabilidade;

incentivar a colaboração, a complementaridade e a coordenação de todos à volta de um projeto partilhado.

Page 27: Projeto Educativo 2012/2015

27

A animação como estilo educativo apoia-se em convicções fundamentais, que são,

ao mesmo tempo, opções operativas concretas, a saber:

a confiança na pessoa e nas suas forças de bem; a pessoa há de ser protagonista e agente de todos os processos que lhe dizem respeito;

a força libertadora e educativa do amor educativo. Os jovens, para desenvolver as energias que têm dentro de si, precisam do contacto com os educadores que manifestem uma profunda amabilidade educativa. Por isso, a animação exige a valorização das relações interpessoais marcadas pela confiança, pela mútua colaboração e pelo acolhimento recíproco;

a presença ativa dos educadores entre os jovens, de modo a estabelecer com eles uma relação pessoal. Uma relação que seja ao mesmo tempo proposta e criação de um ambiente educativo de qualidade, com uma pluralidade de propostas educativas segundo as necessidades de cada jovem.

a abertura a todos os jovens e a cada um deles pessoalmente, oferecendo a cada um o que necessita aqui e agora.

Isto exige: acolher o jovem no ponto onde ele se encontra, na sua liberdade e

processo de amadurecimento; despertar nele, gradualmente, as suas capacidades e qualidades; abrir a sua vida a novas perspetivas através de diferentes caminhos educativos e evangelizadores.

O estilo de animação implica:

uma forma de pensar a pessoa que, pelos seus recursos interiores, é capaz de participar responsavelmente nos processos que lhe dizem respeito;

um método que tem em conta o positivo, as riquezas e potencialidades de cada jovem, desenvolvendo uma ação que as promove;

um estilo de caminhar com os jovens, de sugerir, motivar, ajudar a crescer, centrado na vida quotidiana, através de uma relação que liberta, promove e é reconhecida na sua autoridade;

um objetivo último e global: restituir a cada pessoa a alegria de viver plenamente e a coragem de ter esperanças.

4. Educação integral

As diversas atividades e intervenções educativo-pastorais têm uma e única

finalidade: a promoção integral dos jovens e do seu mundo. A formação integral exige uma ação educativa capaz de proporcionar o desenvolvimento harmónico e progressivo de todas as dimensões do ser humano, a saber:

a) a dimensão psicomotora, para a aceitação do corpo, a potencialização das habilidades físicas e motoras, a aquisição de hábitos saudáveis de vida e o desenvolvimento do sentido crítico em relação a estereótipos sociais;

Page 28: Projeto Educativo 2012/2015

28

b) a dimensão intelectual e cognitiva, para selecionar e organizar informações, de modo a integrar criticamente as aprendizagens e enfrentar as múltiplas situações e desafios da vida;

c) a dimensão psicoafetiva, para orientar o desenvolvimento da autonomia pessoal e a consolidação harmónica da própria personalidade;

d) a dimensão das relações interpessoais, para favorecer a adoção de atitudes de participação no grupo e de respeito para com os outros;

e) a dimensão ético-social, para desenvolver o sentido de cidadania, de pertença a um determinado grupo social, de acolhimento do diferente e de cooperação na construção de um mundo mais habitável, justo, solidário e humano;

f) a dimensão transcendente, para se comprometer na procura de respostas sobre o ser humano, a história e o mundo, abrindo-se à experiência religiosa na perspetiva de um projeto de vida mais amplo e feliz.

Tendo em conta essas tarefas, os educadores da ESSA (Escola Técnica e Liceal

Salesiana de Santo António do Estoril), em relação à construção da identidade do educando como pessoa, propõem-se estimular:

a alegria pelo dom da vida, com cuidado pela saúde do corpo;

a autoestima e o sentimento de segurança pessoal, com consciência autocrítica;

a independência e a liberdade, o sentido de responsabilidade, a capacidade de enfrentar as situações com critérios próprios e de resolver criativamente os problemas;

a bondade, a integridade, a disposição de manter normas de conduta pessoal e de trabalho coerentes com as convicções próprias;

a abertura para mudanças e para a formação continuada.

5. Ambiente educativo

Acreditamos que o ambiente por si só já é educativo. O ambiente educativo proporciona o desenvolvimento humano em todos os seus aspetos: favorece o bom relacionamento, a alegria, a corresponsabilidade, a aceitação do outro. Por isso, é necessário:

qualificar as relações educativas e criar um ambiente favorável, fundado no bom senso das exigências, na valorização da vida quotidiana e na caridade como método educativo de acompanhamento e crescimento;

cuidar das experiências que tecem o quotidiano escolar;

atender aos deveres de estudo, de investigação e de trabalho;

favorecer o encontro com as pessoas e a participação nas iniciativas comuns;

exigir a disciplina pessoal e a que é determinada pela organização escolar;

promover o respeito e cuidado pelos instrumentos, equipamentos e locais em que decorre a vida escolar;

suscitar o sentido de pertença à CEP;

Page 29: Projeto Educativo 2012/2015

29

agir em solidariedade e colaboração perante situações de mal-estar, marginalização e injustiça.

6. O método didático-educativo

Escolhemos como método, a personalização das propostas e a colaboração recíproca. Por isso:

adotamos uma didática ativa, que desenvolva nos alunos a capacidade de descoberta, e faça amadurecer hábitos de criatividade e crescimento cultural autónomo;

favorecemos a oportuna complementaridade e integração entre trabalho pessoal e trabalho de grupo;

promovemos a interdisciplinaridade através da qual as diversas ciências oferecem achegas complementares;

avaliamos não só os resultados finais, mas o processo de desenvolvimento humano em ato, a capacidade de aprendizagem e de investigação em direção a um crescimento cultural autónomo;

utilizamos o mais possível a linguagem total (palavra, imagem, som, audiovisual, multimédia, expressão corporal) no interior do processo de interação comunicativa;

concedemos um lugar privilegiado ao conhecimento e ao saber, de modo a que o rigor científico e pedagógico e a qualidade das didáticas e das práticas pedagógicas, conduzam à excelência e ao empenho por saber mais e melhor, facilitando e antecipando o futuro.

Os conteúdos sistemáticos das diversas disciplinas são oferecidos como

conhecimento a adquirir, verdades a descobrir, técnicas a dominar, questões e valores a assimilar; contribui para isso a clareza dos mesmos conteúdos, a orientação pedagógica, e sobretudo a conceção cultural que se oferece. Isto comporta:

reorganizar a massa de informações à volta de determinados núcleos, para que possam emergir as questões fundamentais que a ciência e a cultura procuram resolver;

confrontar constantemente os conhecimentos adquiridos com a perceção que os jovens têm da realidade pessoal e social;

pôr em relevo o tipo de experiência humana que está na base das diversas disciplinas, ajudando os jovens a descobrir, apreciar e assimilar os valores humanos implicados nos factos apresentados e aprofundados;

aceitar e fazer surgir as questões de sentido e levá-las ao limite da reflexão possível;

abrir o espírito à cultura universal, fomentando o contacto com as expressões dos diversos povos e com o património de valores comuns da humanidade;

desenvolver a dimensão educativa promovendo a personalização dos valores e a busca do sentido cristão da vida.

Page 30: Projeto Educativo 2012/2015

30

4. PASTORAL Fiéis à espiritualidade e à ação educativa de D. Bosco, fazemos da nossa

comunidade educativo-pastoral uma comunidade de pessoas orientada para a educação dos jovens; uma comunidade, que possa converter-se para eles numa experiência cristã de Igreja que os abra a um encontro pessoal com Jesus Cristo.

A escola salesiana – presença cristã no mundo da educação e da cultura

A escola salesiana é uma presença cristã muito significativa no mundo da educação e da cultura porque ajuda os jovens a prepararem-se com dignidade para a vida e contribui para formar a mentalidade e transformar a sociedade segundo valores humanos e cristãos; o seu objetivo é evangelizar e ser sinal da presença de Deus em todas as dimensões do ser humano em busca da sua dignidade afetiva, psíquica, cognitiva, física e espiritual.

A escola salesiana - uma escola que educa evangelizando e evangeliza

educando

Sublinhamos a profunda relação que existe entre a ação educativa e a ação evangelizadora. Ela exprime a estreita ligação existente entre evangelização e educação; não se confundem; ambas estão ao serviço da construção da pessoa para a levar à plenitude de Cristo.

A educação é autêntica quando respeita todas as dimensões da criança, do adolescente, do jovem e é claramente orientada para a formação integral da pessoa, abrindo-a à transcendência.

A evangelização, por sua vez, tem em si mesma um intenso valor educativo, justamente porque busca a transformação da mente e do coração, a criação de uma pessoa nova, fruto da sua configuração a Cristo. Formar «honestos cidadãos e bons cristãos» são conceitos genuínos da escola salesiana.

A escola salesiana tem como referência fundamental - Jesus Cristo

A meta que propomos ao jovem é a de construir a própria personalidade tendo Cristo como referência fundamental; referência que, tornando-se progressivamente explícita e interiorizada, o ajudará a ver a história como Cristo, a julgar a vida como Ele, a escolher e amar como Ele, a esperar como Ele, a viver na comunhão com o Pai e o Espírito como Ele viveu.

Fundamentamos esta opção por Cristo sobre a experiência da fé na encarnação de Cristo: a vida humana é o lugar onde Deus se faz presente e está chamada a desenvolver-se até à comunhão plena com Deus.

Consideramos que Cristo é o modelo de homem perfeito e, por isso mesmo, com qualidade pedagógica e convicção

anunciamo-Lo aos nossos alunos promovendo neles o encontro com o Senhor Jesus e o aprofundamento do Seu conhecimento e amizade;

Page 31: Projeto Educativo 2012/2015

31

promovemos o anúncio e a vivência dos Seus valores evangélicos que permitam aos alunos dar testemunho da sua fé na vida quotidiana;

ajudamos cada um dos nossos jovens a colocar-se diante do seu futuro com responsabilidade e generosidade para encontrarem um sentido para a vida, à luz da mensagem de Cristo.

Objetivo final da pastoral: síntese fé-cultura e vida, na vida de cada um

Na perspetiva de uma educação que evangeliza e de uma evangelização que educa, característica da Escola Salesiana, o objetivo final do processo é a síntese fé-cultura e vida, na própria vida:

uma fé como valor central da pessoa e da sua visão do mundo;

uma fé crítica, capaz de se confrontar com novas questões educativas e desafios culturais;

uma fé empenhada em traduzir na prática a sua opção de valores;

uma fé que seja estímulo e aprofundamento dos processos de humanização e promoção das pessoas e dos grupos humanos segundo o modelo de Jesus Cristo.

Isto exige uma evangelização que:

promova e defenda a abertura à dimensão religiosa da pessoa, da cultura e da sociedade;

inclua na iniciativa do anúncio uma variedade de propostas articuladas segundo a situação dos destinatários;

ajude a fazer uma experiência de fé através do encontro com a Palavra de Deus e da celebração dos sacramentos;

eduque as atitudes, hábitos e conduta em direção a um projeto de vida inspirado pela fé;

seja uma boa notícia de salvação face às esperanças e aos problemas do crescimento do jovem e dos acontecimentos da vida social e coletiva;

escalone pedagogicamente as diversas intervenções, sem jamais perder de vista a meta final, articulando a atenção à massa e ao ambiente com o cuidado dos grupos e dos líderes.

Page 32: Projeto Educativo 2012/2015

32

III. O QUE NOS PROPOMOS?

1. DIAGNÓSTICO O projeto educativo reflete a voz dos diferentes atores da comunidade

educativa. O projeto educativo surge após a avaliação interna realizada por uma equipa multidisciplinar, mediante análise de dados recolhidos que decorreu da aplicação de um inquérito por questionário realizado aos diferentes atores educativos e, fundamentalmente, das reuniões sectoriais realizadas com os diferentes membros da comunidade educativa, o que permitiu, assim, assegurar o princípio da representatividade.

Deste modo, fez-se uma recolha dos pontos fracos e fortes da Escola:

Gestão dos espaços: A escola conta com bastante espaço exterior, o que é agradável e

convidativo para aproveitar os tempos de intervalo. No que respeita ao edifício escolar, existem esforços no sentido de

aperfeiçoar as condições das salas de aula e de criar espaços para apoio às atividades extralectivas. A criação de zonas cobertas que protejam os alunos quando chove, sobretudo para os alunos do 1.º ciclo, é uma necessidade que se nos afigura premente, mas cuja concretização não tem sido fácil.

Gestão da relação entre os elementos da comunidade educativa: As relações interpessoais que existem na nossa Escola pautam-se pelo

profissionalismo e pelo respeito.

Gestão pedagógica: As classificações obtidas pelos alunos nas diversas disciplinas revelam

taxas de sucesso que consideramos boas. Contudo, é sempre possível melhorar.

Pretende-se centralizar o processo de ensino nos nossos alunos, interagindo com a sua individualidade, estimulando o potencial próprio de cada um deles e proporcionando-lhes aprendizagens reais.

A escola deverá ser entendida como espaço de estudo e de trabalho. O lúdico deve existir aliado ao pedagógico mas sem esquecer o fundamental – o trabalho. Os clubes, as atividades do Centro de Recursos e o empenho dos Departamentos são instrumentos importantes no domínio das aprendizagens.

Continuaremos a tentar oferecer aos alunos um conjunto de práticas pedagógicas que fomentem as competências de pensamento, que impulsionem o raciocínio prático e articulem os interesses dos alunos com os pressupostos escolares.

Pretende-se dar maior qualidade e significatividade às atividades extracurriculares enriquecendo a sua componente formativa e a oferta de escola.

Page 33: Projeto Educativo 2012/2015

33

2. PERFIS

1. Perfil do educador

A realidade da educação, hoje, estimula a desenvolver um perfil de educador que transforma a atitude dos alunos, não apenas ensinando conteúdos programáticos, mas reafirmando valores que facilitem o desenvolvimento da sua formação integral.

Estabelecer este perfil é deveras arrojado, pelo que nos limitamos a estabelecer áreas de significatividade de um educador numa escola católica. Por isso, o perfil que apresentamos, sintetiza diferentes aspetos a considerar na ação educativa. Destacamos quatro qualidades do educador:

a) Qualidade intelectual e científica – que obriga à procura constante, ao

aprofundamento dos saberes, ao rigor científico, à riqueza do conhecimento, à objetividade da exposição, à transferência dos conhecimentos para a realidade e para novas áreas de aplicação, à focalização da própria disciplina no contexto da interdisciplinaridade do saber.

b) Qualidade humana, pessoal e ética – que abre a pessoa à relação, ao diálogo,

ao compromisso com o outro, à riqueza do motivar, do acreditar sempre, do valorizar o outro, com otimismo, alegria, esperança e amabilidade.

c) Qualidade profissional – que mantém uma boa gestão da sala de aula, que procura formação contínua, que sabe comunicar, que alimenta o brio e o profissionalismo, na alegria de se ser «professor», na alegria de ser um profissional da educação na comunidade.

d) Qualidade cristã – que educa evangelizando e evangeliza educando, o que comporta a fé, o testemunho do seu acreditar, a postura crente, a opção pelos valores da Igreja, no anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. «Bons professores» usam uma variedade diferenciada, consciente ou

inconscientemente, de estratégias para criarem um ambiente rico de possibilidades de compreensão.

Quando se oferece ao jovem a possibilidade de desenvolver aquilo que ele é, tudo aquilo que ele tem, e tudo o que pode ser, numa relação de familiaridade e preocupação sincera pelo outro, gera-se o afeto; e o afeto gera a confiança cordial e a confiança gera a necessidade de correspondência em resultados. O objetivo é aprender o máximo da melhor maneira possível.

O professor ensina e aprende com o aluno que, por sua vez, ensina e aprende com o professor; e esta interação converte-se num processo de mútua troca. A Escola torna-se comunidade de aprendizagem.

Page 34: Projeto Educativo 2012/2015

34

2. Perfil do aluno O perfil do aluno, de acordo com os perfis de saída dos documentos

reguladores - competências essenciais e metas de aprendizagem - pode definir-se nos seguintes termos: atitudes e valores, capacidades e aptidões, competências.

A. ATITUDES E VALORES

manifestação de curiosidade e desejo de saber;

respeito pelos compromissos assumidos na realização das tarefas necessárias ao seu progresso individual, manifestando atitudes e hábitos de trabalho: assiduidade, pontualidade, regularidade na apresentação de material necessário e trabalhos;

empenho nas suas tarefas;

manifestação de uma atitude sociável, respeitando a opinião dos outros.

B. CAPACIDADES / APTIDÕES INTELECTUAIS E ESTRATÉGIAS COGNITIVAS

identificação de elementos constitutivos de situações problemáticas;

observação e organização de dados;

escolha e aplicação de estratégias de resolução de problemas. Explicita, debate e relaciona as soluções encontradas;

desenvolvimento do raciocínio, da criatividade, da autoconfiança e de comunicação.

C. APTIDÕES PSICOMOTORAS

manuseamento de instrumentos de acordo com as regras de utilização e normas de segurança;

desenvolvimento das capacidades psicomotoras através da arte, da música e do desporto.

D. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

identificação e utilização de vocabulário específico das disciplinas;

compreensão e produção de mensagens orais e escritas no contexto das diferentes disciplinas;

resolução de dificuldades ou enriquecimento da comunicação através da comunicação não verbal com aplicação das técnicas e códigos apropriados.

E. RECOLHA E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO

utilização de diferentes documentos de referência (dicionários, livros, jornais, revistas, entre outros) para localizar e recolher informação necessária à construção das aprendizagens e à concretização de projetos de trabalho.

Page 35: Projeto Educativo 2012/2015

35

F. MÉTODOS DE TRABALHO E ESTUDO

participação em atividades de aprendizagem, individuais e coletivas, de acordo com as regras estabelecidas;

identificação, seleção e aplicação de métodos de trabalho e estudo;

expressão de dúvidas e dificuldades;

participação em atividades de experimentação e investigação;

análise da adequação dos métodos de trabalho e estudo, formulando opiniões, sugestões e propondo alterações.

Sendo o aluno o protagonista de todo o processo de aprendizagem e o principal

destinatário do presente projeto, importa referir que para além do desenvolvimento de capacidades cognitivas e de trabalho, o aluno da Escola Salesiana deverá fomentar o respeito pelo outro e desenvolver a sua identidade cristã, como “bom cristão e honesto cidadão”.

Page 36: Projeto Educativo 2012/2015

36

3. FINALIDADES

A Escola Salesiana do Estoril, tendo em conta a especificidade da sociedade atual, conhecendo as aspirações dos encarregados de educação, fazendo-se eco da proposta da Congregação Salesiana feita a todas as suas comunidades sobre a educação dos jovens para a fé, assume como finalidades do seu projeto educativo:

criar na nossa Escola um verdadeiro espírito de família e de testemunho evangélico;

educar os seus alunos de acordo com a conceção cristã da pessoa, da vida e do mundo;

formar os seus alunos para assumirem, com dignidade e responsabilidade, os compromissos sociais com a comunidade onde vivem;

preparar os seus alunos para a promoção da justiça e da paz no meio em que vivem e trabalham;

criar nos alunos os hábitos de vida saudável através da prática da atividade física e desportiva, de acordo com os interesses, capacidades e necessidades de cada um;

levar os alunos a descobrir a vida como vocação, concretizando o próprio projeto de vida ao serviço da sociedade e da Igreja;

descobrir e potenciar as capacidades físicas, afetivas e intelectuais dos alunos, assumindo as próprias qualidades e limitações;

promover animadores e colaboradores leigos, segundo o carisma e a missão salesiana;

criar uma mentalidade de projeto;

habilitar todos os alunos com a totalidade dos conhecimentos e competências exigidos;

fazer corresponder o processo formativo de cada aluno às suas necessidades específicas de aprendizagem;

ter recursos humanos motivados e capazes de responder adequadamente a necessidades e exigências em constante mudança.

Page 37: Projeto Educativo 2012/2015

37

4. ÁREAS DE INTERVENÇÃO Apresentamos as áreas de intervenção, a especificidade de cada dimensão, os

desafios aos quais cada uma procura responder e as opções necessárias para a sua realização.

As quatro dimensões formam uma unidade; cada uma apresenta a sua especificidade, mas também recebe, das outras, orientação.

1. Dimensão Educativo-cultural

1.1.Especificidade

Esta dimensão dá atenção ao crescimento educativo integral dos nossos destinatários, manifesta a centralidade da pessoa do jovem inserida numa comunidade humana que age num território e é objeto e sujeito de um processo sociocultural. Coloca em destaque o mundo da cultura, da comunicação com as suas linguagens e os desafios que nos apresenta o atual momento histórico, dando um lugar primordial à procura, tratamento e aplicação do conhecimento como centralidade do saber, da ciência e da cultura.

Objetivo: potenciar no aluno a sua maturidade humana e intelectual mediante o estudo e o desenvolvimento das suas capacidades para que possa concretizar a sua própria opção de vida.

1.2.Opções que privilegiamos

- Favorecer em cada educando um processo de crescimento pessoal e social que o conduza à plena maturidade humana, que o torne protagonista da sua vida, capaz de acolher o mistério que o envolve e de procurar o seu significado. Por isso é fundamental:

o acolhimento e o reconhecimento do valor positivo da própria pessoa e da própria vida, mediante experiências de aceitação incondicional e gratuita da parte dos educadores e um conhecimento positivo dos próprios recursos e valores;

o desenvolvimento das próprias qualidades e recursos em diferentes âmbitos da pessoa;

a progressiva abertura à relação e a uma verdadeira comunicação interpessoal.

- Desenvolver uma pedagogia dos valores, com vista à sua personalização

através de um percurso que pode ser escalonado em quatro etapas:

a experiência do valor que o torna percetível como importante e benéfico para a pessoa;

a sua compreensão e consciencialização que o incorpora na existência pessoal;

o exercício variado que ajuda a interiorizá-lo;

a motivação profunda que dispõe a pessoa a apostar nos valores, mesmo à custa de outras vantagens.

Page 38: Projeto Educativo 2012/2015

38

1.3.Linhas de ação específicas

Fomentar a prática e o espírito do estudo como atitude básica para aprender, investigar, indagar o conhecimento e renovar o entusiasmo por esta ação humana;

Aprofundar as visões de ciência que se introduzem no diálogo educativo, de modo a estender pontes na síntese fé-ciência e fé-cultura que cada jovem opte por realizar;

Aprofundar o conhecimento dos principais elementos culturais dos nossos tempos que impregnam a cultura juvenil;

Favorecer a personalização dos valores humanos e evangélicos, particularmente através do testemunho diário dos educadores.

2. Dimensão Evangelizadora-catequética

2.1. Especificidade Evangelizar os jovens é a primeira e fundamental finalidade da nossa

missão. O nosso projeto está radicalmente aberto e positivamente orientado para a plena maturidade dos jovens em Cristo e para o seu crescimento na Igreja.

A formação espiritual é colocada no centro de todo o desenvolvimento da pessoa. Acompanhamos e fomentamos o crescimento humano, oferecendo um itinerário de evangelização e de educação para a fé.

Evangelizar é levar a Boa Nova de Cristo a todos os estratos da humanidade para a transformar a partir de dentro.

A evangelização é, por isso, um processo complexo que compreende diversos elementos (renovação da interioridade, testemunho, anúncio explícito e catequese, adesão do coração, entrada na comunidade, iniciativas de apostolado); mas o elemento central é sempre a proclamação explícita de Jesus Cristo como único Salvador.

Objetivo: Oferecer aos jovens uma proposta cristã explícita e um acompanhamento próximo na procura de Deus e da fé.

2.2. Opções que privilegiamos

- Procurar que todos os elementos educativos do ambiente, dos processos e das estruturas sejam coerentes e abertas ao Evangelho, superando a tendência da nossa sociedade secularizada de fazer coincidir a verdade com o que se pode demonstrar racionalmente, o ético com o útil e o sentido da vida com a eficácia e a funcionalidade das ações e convicções;

- Promover o desenvolvimento da dimensão religiosa da pessoa, abrindo-a ao desejo da fé, mediante uma educação nas atitudes que estão na base da abertura a Deus; uma formação religiosa crítica e sistemática que ilumine a mente e robusteça o coração; uma atitude de abertura, respeito e diálogo entre as diferentes religiões;

- Oferecer uma primeira evangelização que ajude a viver uma verdadeira experiência de fé pessoal;

Page 39: Projeto Educativo 2012/2015

39

- Desenvolver um itinerário sistemático de educação na fé segundo os valores da espiritualidade juvenil salesiana;

- Iniciar os jovens na participação consciente e ativa na liturgia de modo especial nos sacramentos da Reconciliação e Eucaristia;

- Animar a uma abertura missionária, com sentido de voluntariado e disponibilidade de anúncio da própria fé.

2.3. Linhas de ação específicas

Propor itinerários de educação na fé, claros no anúncio, graduais no caminho proposto, encarnados na sua pedagogia e capazes de comprometer os jovens numa missão no Reino de Deus;

Cuidar os elementos educativos do ambiente;

Evidenciar a experiência cristã como resposta de sentido;

Dar protagonismo aos jovens na missão, tornando-os protagonistas e colaboradores do anúncio aos outros jovens.

3. Dimensão Vocacional

3.1. Especificidade O nosso projeto de educação e evangelização tem como centro a pessoa, na

singularidade da sua existência, e quer ajudá-la a realizar um projeto de vida de acordo com o chamamento de Deus - vocação. Por isso, a pastoral vocacional está sempre presente em todos os momentos, atividades e fases da nossa ação educativa e pastoral, como seu horizonte natural e concreto.

No trabalho vocacional privilegiamos os seguintes aspetos:

o serviço de orientação dirigido a todos os jovens no âmbito da prática educativa;

uma preocupação constante em descobrir e acompanhar com iniciativas diferenciadas e adequadas as vocações de particular empenhamento na sociedade e na Igreja;

uma particular responsabilidade no tocante ao carisma salesiano sob as suas múltiplas formas, mediante o discernimento e os cuidados voltados para o germinar da vocação salesiana, tanto consagrada como laical, no coração dos jovens.

Em todas as intervenções educativas procuramos fazer amadurecer e fazer

viver um projeto pessoal e realista, orientado para os outros, que supere tudo aquilo que tenda a alienar o homem da sua vocação ou a reduzi-lo nas suas dimensões, quanto:

à vida afetivo-sexual (estado de vida, educação de afetos e educação sexual);

à vida profissional (trabalho, empreendedorismo, consciência laboral);

à opção sociopolítica (opções sociais, valorização da sociedade, da democracia, da participação ativa);

ao sentido último e total da existência (sentido da vida e da transcendência).

Page 40: Projeto Educativo 2012/2015

40

Contribui para isso o serviço ou departamento de orientação

psicopedagógica e profissional. Conforme o nível de fé e a idade, a escola ajuda a discernir os sinais do chamamento de Deus a um estado de vida cristã particular. É importante cuidar dos jovens animadores e voluntários.

Embora todos os educadores estejam disponíveis para o colóquio pessoal, haverá algumas pessoas mais disponíveis para este diálogo, como as que prestam um serviço de orientação psicológica.

Objetivo: acompanhar e promover nos alunos instâncias individuais e de grupo de informação, procura, formação, orientação e discernimento para a formulação do próprio projeto de vida.

3.2. Opções que privilegiamos

- Uma orientação vocacional fundamentada na qualidade vocacional da comunidade no seu conjunto e especialmente dos seus educadores;

- Uma orientação vocacional assente no itinerário da educação na fé, como convergência de todos os esforços educativos e evangelizadores;

- Uma orientação vocacional para todos os jovens, personalizada, partilhada com a família, mediante a unidade de critérios ideais e operativos; diversos momentos de encontro e diálogo pessoal; diversos momentos de interiorização e personalização de processos; uma direção espiritual sistemática; contactos diretos com diferentes pessoas e comunidades de referência profissional e vocacional.

3.3. Linhas de ação específicas

Propor a vida como vocação, como resposta ao chamamento de Deus que nos convida à felicidade e à realização pessoal;

Privilegiar e explicitar o valor da liberdade responsável como fundante destas respostas e como pilar das opções que se vão realizando no caminho existencial;

Convidar cada jovem a ser protagonista da sua própria história, pessoal e social, como atitude chave para dar sentido à própria vida, fundamentar as suas convicções, opções e ações neste sentido e gerar realidades sociais portadores de maior justiça.

IV. Dimensão Associativa

4.1. Especificidade O caminho da educação e evangelização da Escola Salesiana encontra na

experiência associativa uma das suas intuições pedagógicas mais importantes. O Sistema Preventivo requer um intenso e luminoso ambiente de

participação e de relações amigáveis. A Escola favorece, pois, todas as formas construtivas de atividade e vida associativa, inclusive como iniciação concreta ao empenhamento comunitário, civil e eclesial.

A dimensão associativa, expressão da dimensão social da pessoa, é uma característica fundamental da educação e evangelização salesiana; nela, o grupo

Page 41: Projeto Educativo 2012/2015

41

juvenil não é apenas um meio para organizar a massa juvenil, mas sobretudo o lugar de relação educativa e pastoral, onde educadores e jovens vivem a familiaridade e confiança que abre os corações, o ambiente onde se faz experiência dos valores salesianos e se desenvolvem os itinerários educativos e de evangelização. Os grupos (de estudo e investigação, culturais, recreativos, artísticos, de serviço comunitário, de voluntariado, de crescimento cristão, de orientação vocacional, de empenhamento cristão, etc.), são uma mediação privilegiada de educação e evangelização. Estamos convencidos, tal como D. Bosco, que o encontro do jovem com outros jovens rompe a solidão e o individualismo, fomenta a procura de objetivos comuns e favorece a descoberta e o conhecimento de novas realidades sociais.

Objetivo: Promover experiências de grupo para que cada aluno ou aluna possa cultivar os seus interesses e talentos e assim optar livremente através de um compromisso com outros e para outros, pela sua própria formação humana e cristã.

4.2. Opções que privilegiamos O grupo é a opção que caracteriza a nossa proposta associativa como o

ambiente mais eficaz para a construção de si mesmo, o espaço mais imediato para responder às questões de sentido e razões de viver, o lugar de criatividade e de abertura ao mundo social e ao território, a mediação privilegiada para a experiência de Igreja.

Em termos operativos, esta opção comporta: - Considerar o grupo onde se desenvolve a vida do jovem como o elemento

mais importante da experiência associativa, e a pertença a movimentos mais amplos como suporte aos primeiros;

- Dar aos grupos a possibilidade de gerir o próprio caminho, adaptando-se à situação dos sujeitos que o compõem e ao contexto social e eclesial em que vivem;

- Valorizar as qualidades e os contributos dos animadores que neles surgem; - Prestar uma atenção especial às novas formas de agregação juvenil,

sobretudo o voluntariado e a objeção de consciência, como opções positivas para a paz e o serviço aos outros.

A educação não é só uma das dimensões fundamentais do projeto, mas também a forma segundo a qual se desenvolvem todas as demais. Esta opção educativa implica em termos operativos:

- Propor aos jovens grupos para os diversos níveis etários, correspondentes às respetivas necessidades e interligados através de programas progressivos (crianças, adolescentes, jovens);

- Cuidar particularmente dos grupos de formação e de compromisso cristão, considerados como coroamento da experiência associativa;

- Qualificar e formar permanentemente os educadores e animadores; - Oferecer tempos intensos de convivência (retiros, acampamentos, jornadas)

como momentos de recapitulação e relançamento da carga associativa e cristã dos grupos;

- Fazer objeto de reflexão e revisão, na comunidade educativa, o funcionamento, a eficácia educativa e as intervenções dos grupos juvenis.

Page 42: Projeto Educativo 2012/2015

42

4.3. Linhas de ação específicas

Fomentar a criação de grupos com finalidade educativa (grupos de formação e de compromisso cristão), qualificando e formando, continuamente, os educadores e animadores;

Criar uma pluralidade de propostas e ambientes de amplo acolhimento em conformidade com os diversos interesses e níveis dos jovens;

Partir da situação em que os jovens se encontram e das aspirações que manifestam, respeitando o ritmo de desenvolvimento que lhes é possível;

Oferecer aos mais sensíveis e empenhados propostas adequadas de amadurecimento na fé e no compromisso apostólico e social, especialmente através do voluntariado e da solidariedade.

Page 43: Projeto Educativo 2012/2015

43

5. METAS

Ao longo do triénio 2012/2015, procuraremos dar resposta a um conjunto de intenções que consideramos importantes para a melhoria dos nossos serviços. O conjunto de metas, que a seguir enunciamos, é exequível e passível de avaliação (apresentação de resultados qualitativos e quantitativos dentro do prazo estabelecido). A concretização das metas permite o cumprimento da missão a que nos propomos no presente projeto.

Metas Indicadores Intervenientes

(avaliação) Tempo

1. Melhorar espaços - criação de espaços de intervenção cobertos.

Direção Pedagógica APESSA

2012/ 2013

2. Melhorar segurança

- criação de um circuito interno de segurança; - controlo das entradas e saídas da escola; - intensificação da vigilância nos pátios.

Direção Pedagógica APESSA

2012/ 2013

3. Consagrar uma preparação académica

que garanta o prosseguimento de

estudos e a aquisição de conhecimentos e

competências relevantes para a vida

futura

- aumento dos apoios/ acompanhamentos pedagógicos dos alunos; - criação, na disciplina de Língua Portuguesa/ Português, de concursos que promovam o desenvolvimento da escrita; - desenvolvimento de atividades interdisciplinares; - promoção do respeito por todas as disciplinas do currículo; - incentivo, reforço e dinamização de pedagogias diferenciadas e de metodologias ativas.

Direção Pedagógica Departamentos

Curriculares 2013/ 2014

4. Diversificar a oferta extracurricular

- criação de clubes (xadrez, pintura, escultura, música) que promovam a interação com as diferentes áreas do saber.

Direção Pedagógica Departamentos

Curriculares APESSA

2013/ 2014

Page 44: Projeto Educativo 2012/2015

44

5. Desenvolver a metodologia de projeto

- promoção de atividades que promovam a cidadania ativa e o trabalho de projeto.

Direção Pedagógica Departamentos

Curriculares 2013/ 2014

6. Estabelecer mecanismos de

articulação eficazes entre os diferentes Órgãos de Gestão,

Estruturas de Orientação Educativa, Equipas Pedagógicas e demais intervenientes no processo educativo, investindo na melhoria

de vias e modos de circulação e transmissão

da informação

- formalização de encontros periódicos dos Conselhos de Turma e dos Departamentos Curriculares; - atualização e divulgação das tomadas de decisão do Ministério da Educação via email; - otimização dos sistemas de comunicação/ informação internos, reforçando o uso das TIC.

Direção Pedagógica Docentes

Não docentes

2012/ 2013

7. Enriquecer a ligação Escola/ Comunidade Educativa através de formas de contacto

diversificadas

- realização de reuniões de atendimento individual; - envio de circulares e outras informações relevantes via email; - atualização mensal das notícias divulgadas na página da Escola; - divulgação das práticas pedagógicas via email e na página da Escola; - participação nos encontros com estabelecimentos de ensino particular promovidos pela AEEP; - estabelecimento de parcerias que promovam o enriquecimento pedagógico e a formação integral dos jovens; - promoção da divulgação do Projeto Educativo, Projeto Curricular de Escola, Regulamento Interno e critérios de avaliação junto da Comunidade Educativa.

Direção Pedagógica Encarregados de

Educação Docentes

Não docentes

2013/ 2014

Page 45: Projeto Educativo 2012/2015

45

8. Participar, empreender e praticar a

educação cívica

- implementação de regras de convivência social que promovam o exercício de uma cidadania ativa; - realização de um projeto de responsabilidade social que propicie o desenvolvimento de uma consciência cívica, através de ações de voluntariado e de promoção da solidariedade; - concretização de atividades que promovam a responsabilidade e a igualdade de oportunidades; - realização de atividades que fomentem o respeito pelo «outro» (aulas de formação; atividades formativas; grupos de intervenção/ reflexão; escola de Pais); - intervenção do gabinete psicopedagógico na resolução de problemas.

Direção Pedagógica Docentes

Encarregados de Educação

Não docentes (psicólogos)

2013/ 2014

As metas enunciadas consistem num conjunto de intenções que pretendem

melhorar o clima de convivência e de confiança entre todos os elementos da comunidade escolar; diversificar a oferta educativa ao nível lúdico e artístico; implementar o ensino experimental e a diversificação de práticas pedagógicas, com vista a uma melhoria dos resultados escolares nas disciplinas com menor aproveitamento.

No domínio da Pastoral, pretende-se promover o envolvimento da comunidade educativa através de retiros espirituais e de momentos de encontro pessoal e de encontro com Jesus.

Page 46: Projeto Educativo 2012/2015

46

6. ARTICULAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO COM OUTROS DOCUMENTOS ORGANIZACIONAIS

Sendo o Projeto Educativo o documento regulador de uma Escola, todos os documentos organizacionais são instrumentos complementares do mesmo. Assim, o Projeto Curricular de Escola, Plano Anual de Atividades e o Regulamento Interno deverão estar em permanente articulação para que seja possível oferecer uma resposta educativa verdadeiramente integradora, operacionalizando os princípios e valores contidos no Projeto Educativo.

1. Projeto Curricular de Escola

Deve estar baseado nos princípios orientadores, nas opções pedagógicas e nas

prioridades curriculares consagradas neste Projeto Educativo e tendo em conta a especificidade da Escola Salesiana do Estoril (presente no Projeto Curricular de Escola).

No Projeto Curricular de Escola, estão enunciadas todas as decisões pedagógico-didáticas que são tomadas de acordo com as características da comunidade educativa e dos recursos disponíveis.

O Projeto Curricular de Escola estabelece a relação entre o Projeto Educativo, os Projetos Curriculares de Grupo/ Turma e os Planos de Trabalho de Turma.

Deste modo, pretende-se com o Projeto Curricular de Escola a operacionalização do Projeto Educativo, de uma forma dinâmica, com uma constante adaptação às necessidades sentidas com vista a uma melhoria da qualidade de todos os serviços prestados pela Escola.

2. Plano Anual de Atividades

O Plano Anual de Atividades é o documento que contempla, numa perspetiva

integrada e abrangente, atividades que devem estar ao serviço da consecução dos objetivos consagrados no Projeto Educativo.

O Plano Anual de Atividades é elaborado de acordo com o que está definido nos princípios para a ação educativa formulados no Projeto Educativo. Neste documento, serão calendarizadas todas as atividades a realizar pelas diferentes valências que integram a Escola.

Este documento organizacional inclui a programação das atividades, a listagem dos recursos/ materiais a utilizar, a definição dos objetivos a atingir e a exploração pedagógica na sala de aula.

Todas as ações contidas no Plano Anual de Atividades são elaboradas de acordo com as finalidades estabelecidas no Projeto Educativo.

Page 47: Projeto Educativo 2012/2015

47

3. Regulamento Interno

O Regulamento Interno define as normas que regem o funcionamento harmonioso da comunidade educativa e tem como referência os pressupostos teóricos contemplados no Projeto Educativo.

Regulamentar pressupõe instituir regras de funcionamento, para que todos possamos agir em conformidade dentro desta instituição.

É necessário que este documento seja construído com rigor e clareza para que, aquando da sua leitura e interpretação, não surjam quaisquer ambiguidades.

Neste sentido, todos os artigos estabelecidos no Regulamento Interno possuem um tronco comum com este Projeto Educativo.

Page 48: Projeto Educativo 2012/2015

48

7. IMPLEMENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO

O Projeto Educativo assume-se como um guia, referencial e eixo estruturante de toda a nossa ação educativa.

O Projeto será implementado durante o triénio setembro 2013/ agosto 2016, sendo divulgado pela Direção, em sessão plenária, ao pessoal docente e não docente da Escola.

Será distribuído um exemplar do documento à associação de pais (APESSA), aos docentes e aos departamentos curriculares (em formato digital). Para consulta pública, o projeto estará disponível na Secretaria, no Centro de Recursos e na página web da Escola (resumo do documento).

Pretende-se que o Projeto Educativo da Escola Salesiana do Estoril seja um elemento de união e de identificação entre os diferentes elementos da comunidade educativa, sendo a sua divulgação fundamental para a operacionalização do documento.

Page 49: Projeto Educativo 2012/2015

49

IV. COMO AVALIAMOS?

1. AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PROJETO

A avaliação de um projeto exige o envolvimento de elementos das diferentes áreas de intervenção na comunidade educativa. O objetivo da avaliação é a reestruturação do projeto.

Para proceder à avaliação, serão criados instrumentos que permitam refletir sobre as finalidades e as prioridades enunciadas no documento.

Pretende-se que este processo de avaliação seja estruturado de uma forma coerente e sequencial.

A Direção da Escola nomeou uma equipa responsável pela avaliação do projeto que «terá o papel de verificar a conformidade do desenrolar da operação com as orientações de partida, de ajudar na pesquisa de informações, de propor eixos de interrogação e de reflexão» (Figari, 1996).

A equipa2 construirá um guião de reflexão que será enviado para a Direção da Escola, para os coordenadores de departamento, para o pessoal docente e não-docente, para a associação de pais e outros agentes educativos.

No final de cada momento de avaliação (final de cada ano letivo), o guião de avaliação será o ponto de partida para a elaboração de uma reflexão sobre o Projeto. Cada agente educativo irá redigir um documento no qual refletirá sobre a consecução das prioridades para a ação educativa.

Após a recolha dos documentos, os departamentos curriculares deverão reunir, para refletir sobre a operacionalização do Projeto Educativo em contexto de sala de aula. As conclusões destas reuniões ficarão registadas em ata.

Numa fase posterior, a equipa de avaliação analisará os documentos entregues pelos agentes educativos e fará um relatório final de avaliação do Projeto Educativo.

Durante o triénio setembro 2012/ agosto 2015 este Projeto Educativo será enriquecido com evidências que comprovam o cumprimento do mesmo de forma articulada.

2 A equipa é constituída pelo Sr. Pe. Tarcízio Morais, Dra. Paula Cristina Baptista, Dra. Rita Rosa, Dra.

Florinda Costa, Dra. Carla Pires e pelo Dr. António Salgueiro.

Page 50: Projeto Educativo 2012/2015

50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBIER, J. M. (1996). Elaboração de projectos de acção e planificação. Porto: Porto Editora.

BARROSO, J. (1994). Do projecto educativo à planificação e gestão estratégica da escola. In Noesis, Lisboa, IIE, (31) pp. 26-28.

BARROSO, J. (2005). Políticas Educativas e Organização Escolar. Lisboa: Universidade Aberta.

BOUTINET, P. J. (1996). Antropologia do projecto. Lisboa: Instituto Piaget.

BROCH, M. & CROS, F. (1991). Comment faire un Project d’établissement ?. Lyon : Chronique Sociale.

CAMPINHO, Joaquim Machado (coord.) (1999). Escola e Projecto. Actas do Seminário realizado em 26 de Novembro de 1999 no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian. Braga: Centro de Formação de Associação de Escolas Braga/ Sul.

CANÁRIO, B. (1992). «Escolas profissionais : autonomia e projectos educativos». In CANÁRIO, R. (org.), Inovação e Projecto Educativo da Escola. Lisboa: Educa, pp. 123-140.

CANÁRIO, R. (org.), (1992). Inovação e projecto educativo de escola. Lisboa: EDUCA.

CENTRO NACIONAL SALESIANO DE PASTORAL JUVENIL. Propuesta Educativa de las Escuelas Salesianas. Lineas Básicas de su Carácter Proprio. Editorial CCS.

CORTESÃO, Luísa & LEITE, Carlinda & PACHECO, José A. (2002). Trabalhar por Projectos em Educação. Uma inovação interessante? Porto: Porto Editora.

COSTA, Jorge Adelino (2003). «Projectos Educativos das Escolas: Um contributo para a sua (des)construção». Educ. Soc., Campinas, vol. 24, nº85, pp. 1319-1340.

COSTA, Jorge Adelino (2004). «Construção de Projectos Educativos nas Escolas: Traços de um Percurso Debilmente Articulado». Revista Portuguesa de Educação. Universidade do Minho. Braga, vol. 17, nº2, pp. 85-114.

ESTÊVÃO, Carlos Vidal (1998). Gestão Estratégica nas Escolas. Lisboa: Ministério da Educação/ Instituto de Inovação Educacional.

FERE-CECA y EYG (2010). Proyecto Educativo Institucional. Propuesta educativa de las Escuelas Católicas III. Madrid: FERE-CECA y EYG.

FIGARI, Gérard (1996). Avaliar que Referencial? Porto: Porto Editora.

FREITAS, Cândido (1997). Gestão e avaliação de Projectos nas escolas. Cadernos de Organização e Gestão Curricular. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.

LEITE, Carlinda & GOMES, Lúcia & FERNANDES, Preciosa (2001). Projectos Curriculares de Escola e de Turma. Conceber, gerir e avaliar. Porto: Edições ASA.

MACEDO, B. (1995). A construção do projecto educativo de escola. Lisboa: IEE.

VASCONCELOS, N. F. (1999). Projecto Educativo: teoria e práticas nas escolas. Lisboa: Texto Editora.

Page 51: Projeto Educativo 2012/2015
Page 52: Projeto Educativo 2012/2015

escola técnica e liceal de sto. antónio - estorilav. marginal, s/n2765-245 Estoril