projeto de tac iv luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

32
FACULDADE ATENAS MARANHENSE - FAMA COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Luis Fernando de Sousa Moreira A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE COMO REFLEXÃO DE SUA EVOLUÇÃO ATÉ A CONTEMPORANEIDADE

Upload: jorge-castro

Post on 25-Dec-2014

678 views

Category:

Education


3 download

DESCRIPTION

PROJETO MONOGRÁFICO

TRANSCRIPT

Page 1: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

FACULDADE ATENAS MARANHENSE - FAMACOORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Luis Fernando de Sousa Moreira

A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE COMO REFLEXÃO DE SUA EVOLUÇÃO ATÉ A CONTEMPORANEIDADE

São Luís2011

Page 2: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

Luis Fernando de Sousa Moreira

A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE COMO REFLEXÃO DE SUA EVOLUÇÃO ATÉ A CONTEMPORANEIDADE

Trabalho apresentado a Disciplina TAC VI do Curso de Ciências Contábeis, ministrado pela Faculdade Atenas Maranhense – FAMA, como meio de avaliação do aprendizado.

Orientadora: Profª. Esp. Zenir Pontes

São Luís

Page 3: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

3

2011

Page 4: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

Luis Fernando de Sousa Moreira

A História da Contabilidade como reflexão de sua evolução até a contemporaneidade.

Trabalho apresentado a Disciplina TAC VI do Curso de Ciências Contábeis, ministrado pela Faculdade Atenas Maranhense – FAMA, como meio de avaliação do aprendizado.

Orientadora: Profª. Zenir Esp. Pontes

Recebido em: / /

_________________________________________________Profª. Esp. Zenir Pontes (Orientadora)

Page 5: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

SUMÁRIO

1.2 Problema....................................................................................................................... 4

1.3 Hipótese........................................................................................................................ 4

1.4 Objetivos....................................................................................................................... 5

Page 6: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

4

1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

1.1 Tema: A História da Contabilidade como reflexão de sua evolução até a

contemporaneidade.

1.2 Problema:

A História como disciplina que busca demonstrar desde o

aparecimento do homem de Toumai até os dias atuais o caminho percorrido na

sua evolução, jamais poderia deixar de tecer considerações sobre a

contabilidade, esta parte integrante da própria história-evolução humana. Sem a

presença da contabilidade, por certo, o homem não teria chegado ao estágio de

homo sapiens, permanecendo no estágio se simples homo habilis.

Pode-se dizer que a história da Contabilidade é a mesma história do

homem e, por isso, necessário o seu entender. Por muito tempo as

universidades e faculdades renunciaram ao estudo da Contabilidade como

condição sine qua non para o mais correto aplicar da própria ciência contábil.

Sem romantismo, mas com o intuito de trazer a baila as questões

merecedoras de investigações no que concerne à História da Contabilidade, é

que se faz de suma importância o mais correto conhecer sobre esta evolução,

focando-se como ponto essencial as correntes do personalismo, o controlismo,

reditualismo, aziendolismo e patrimonialismo, dentre outras. Mesmo que as

citadas correntes não extingam as demais, as apresentadas representam as

doutrinas que servem de ícone para a Ciência da Contabilidade, ou seja, delas,

via de regra, surgem as mais diferentes posições contábeis.

1.3 Hipótese

Desde o homem primitivo que controlava o seu patrimônio através das

inscrições nas grutas até o homem moderno de hoje que utiliza computadores,

que começa a se preocupar com o meio ambiente e que controla o seu

patrimônio e o de gigantescas empresas formadas pelo grande liberalismo

econômico decorrente da globalização, verifica-se o uso de práticas contábeis.

Page 7: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

5

Neste sentir, há de ser observado que as correntes históricas da Contabilidade

vão influenciar de forma direta na vida do homem como um todo.

Se faz de cunho essencial entender que como afirma Francesco Villa

a Contabilidade é um complexo de cognições e de operações, não só como

meio de controlar não só as questões administrativas, mas sim todas as

questões que referenciam à situação holística do homem, posto como falou Sá

(1997), “o homem necessita da presença da Contabilidade para o exercício de

seu pelo exercício organizacional”.

Neste sentido, a busca de melhor entendimento sobre a história da

Contabilidade tende a propiciar àquele que debruçar-se-á sobre os meandros

contábeis, alicerces mais coerentes com a excelência do exercício contábil.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Gerais

Demonstrar a importância da História da Contabilidade para o mais amplo

exercício da Ciência Contábil.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Identificar e conceituar os períodos históricos da Contabilidade.

- Pontuar as vertentes da Ciência da Contabilidade;

- Traçar paralelo entre a positividade científica e a Contabilidade.

- Observar questões sobre a Contabilidade no Brasil.

1.5 Justificativa

Com efeito, outra não pode ser a justificativa para a escolha do tema, que

não seja aquela que diz da necessidade do profissional de Contabilidade, mas não

só ele conhecer com mais precisão a história da Ciência Contábil, sem a qual, como

já dito no bojo do trabalho, não poderá o profissional ter as devidas posições

necessárias o mais correto desenvolver da Contabilidade.

Page 8: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

6

Não se pode pensar a Contabilidade apenas como uma ciência pautada

no bacharelismo dogmático, a Contabilidade vai muito mais além, ela é fruto da

necesssidade humana e como tal deve acompanhar o seu desevolver.

Entender a história da Contabilidade é poder efetivar posições de cunho

reflexivos capazes de dar-lhe o progresso necessário, sem a presença da história da

Contabilidade tem-se apenas um emaralhado de números, os quais sem a sua base

não poderiam em si mesmo se sustentarem.

2 REFERENCIAL TEORICO

Vale dizer que a história da Contabilidade sofre influências diretas da

cultura européia e, também, a norte-americana. Da Europa, por certo, guarda as

primeiras correntes científicas que marcam a Contabilidade e que dão bases

para a formação da corrente patrimonialista, amplamente difundida e

reconhecida no Brasil. Já da cultura norte-americana, tem-se nas grandes

corporações de empresas formadas nos Estados Unidos pelo capitalismo, o

favorecimento do desenvolvimento de técnicas contábeis que pudessem atender

aos anseios locais.

A leitura de Marion (1998, p. 237) afirma que “os historiadores dizem

que a Contabilidade já existia há pelo menos quatro mil anos a.C., existindo

desde o início da civilização humana”. É neste sentido que se pode afirmar que

a noção de Contabilidade acompanha a própria noção de homem.

O período conceituado como primitivo, é aquele momento em que

estão bem presentes as manifestações rudimentares do homem, ou seja, é a

Contabilidade se fazendo presente na pré-história. Nela, o homem não possuía

ainda a formalização de uma vontade contábil, entretanto, mesmo que

intuitivamente, aquele homem produzia suas contas em memória embrionário.

O homem primitivo procurava memorizar a quantidade de suas

reservas de caça e colheita não precisando mais buscar na natureza aquela

quantidade que dispunha; dessa forma ao inventar o número de caça e colheita,

já estava praticando de maneira primitiva a Contabilidade.

Segundo os estudos de Sá (1997, p. 20) o homem primitivo

demonstrava suas posições contábeis através de figuras, de onde era possível o

registro de suas riquezas.

Page 9: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

7

As mais antigas manifestações do pensamento contábil são as contas primitivas, ou seja, as que identificam os objetos (geralmente por figuras) e a quantidade desses mesmos objetos (geralmente por riscos ou sulcos) como meios patrimoniais.[...]Admite-se, pois, que há cerca 20.000 anos, o homem já registrava os fatos da riqueza em contas, de forma primitiva. O homem primitivo buscava, assim, memorizar aquilo que dispunha e que não precisava mais buscar na natureza, porque armazenara.

Como observado, eram feitas inscrições nas grutas, onde habitava o

homem primitivo, enfocando, desta forma, a riqueza patrimonial e dando, de mesma

forma, os primeiros passos para as escriturações contábeis que evoluiu no tempo,

passando pela escrita tabular até chegar a partida dobrada.

Após a invenção da escrita o sistema de registro desenvolveu-se muito

mais, dando surgimento a uma nova realidade. Segundo informações de estudiosos,

a escrita contábil é que dá origem à escrita comum. Esta afirmativa se dá em razão

de que observou-se que mesmo antes do homem se valer da escrita e do calculo,

valeu-se da forma artística para registrar o que havia conseguido para seu uso.

Dando assim, os primeiros passos no que se diz de registro.

Os registros contábeis são as mais puras e fáticas demonstrações da

própria evolução racional do homem, deles pode-se auferir uma série de posições

que juntas convergem para a afirmativa que “[...] foram os desenvolvimentos das

sociedades, apoiadas nos dos Estados, dos Poderes religiosos e de suas riquezas,

somados aos das artes de escrever e contar, que influíram, decisivamente, na

evolução dos registros contábeis” (SÁ, 1997, p. 23), o que tende a caracterizar o

aparecimento do período denominado de racional-mnemônico.

Uma das questões mais asseveradas, quando se trata de entender a

origem histórica da Contabilidade, está assentada na posição positiva que diz ser a

Mesopotâmia e o Egito, os berços de toda a civilização ocidental, de forma que, tal

posicionar permite dizer que a Contabilidade (em seus primórdios) teve seus passos

iniciais naquelas civilizações.

Ainda hoje, passados muitos e muitos anos, se tem moedas (significado

de valor) cunhadas com figuras que as descriminam com mais ou menos valor

financeiro.

Assim, o pensar de Sá (1997, p. 24) segue um caminho, entende-se,

correto quando afirma:

Tais foram os aperfeiçoamentos burocráticos para a realização da escrita, na Mesopotâmia, que esse local, sem nenhuma dúvida, pode ser

Page 10: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

8

caracterizado como o do ponto alto da racionalidade mnemônica da riqueza.

Como observado, o autor deixa claro que a Contabilidade (sem utilizar

essa nomenclatura) já estava bastante presente naquela civilização, tanto assim que

em localidades como na Suméria e na Babilônia, foram encontrados registros

imprimidos em blocos de argila, onde estavam registrados custos, contas, controles

etc., evidentemente, que não se pode esperar encontrar tais registros com a

facilidade dos dias atuais, bastando para tanto, uma leitura mais aprumada daqueles

pequenos blocos para que seja possível entender a expressa operação contábil.

Quando se fala de uma história da Contabilidade não há como se deixar

de levar em conta as posições já colecionadas acima, entretanto, a grande marca

contábil – e não poderia ser diferente – tem início com o aparecimento do papel, de

onde é possível a utilização daquele artefato (o papel) como meio expresso para a

utilização contábil.

Neste sentido assevera-se que os egípcios e sua descoberta (o papiro)

são os maiores responsáveis – nesta época – pelo desenvolver da Contabilidade e

suas matrizes, visto que tudo era de sumo interesse para os registros daquela

civilização.

Como está claro, a Contabilidade segue uma via de aperfeiçoamento a

cada momento, não é de estranhar que passados muitos anos a Ciência Contábil se

faz cada dia mais presente nas atividades contemporâneas, hoje, como na época do

papiro, a informática deu um novo ponto de apoio à Contabilidade. Assim, juntando-

se os aspectos mesopotâmios em junção à grande civilização romana, a

Contabilidade chega ao período lógico-racional com rumos e posições diferenciadas

das iniciais, entretanto, guardando a sua essência.

Importante dizer que a racionalidade humana (expressamente) tem seus

primeiros frutos no pensamento filosófico grego, mas sabe-se que a essência

humana é a própria racionalidade. Assim, quando cita-se em período lógico-racional

se fala em um período onde a expressão lógica, inaugurada – expressamente – por

Aristóteles, está bem presente, não sendo, a partir de agora, admitida uma

Contabilidade que fuja às regras lógicas.

É neste período que se dá o aparecimento do sistema de Partidas

Dobradas, ou seja, trata-se de uma expressão equacional onde todo débito

Page 11: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

9

corresponde a um crédito e vice-versa, o que pode ser equiparado ao registro de um

fato, assim, cada fato deve ser registrado em suas causas e seus efeitos.

Segundo os estudos de Rodrigues (1995, p. 14) não há,

especificadamente, um autor de tal sistema, todavia, acredita-se que seu aparecer

date 1250 a 1280 na Toscana (Itália).

O surgimento do método de Partidas Dobradas, exige a implementação

de registros específicos e em locais especiais, se dando assim o surgimento dos

livros Diário e Razão. É o que se deflui da explicação de Sá (1997, p. 37):

Como elemento essencial do processo das partidas dobradas, passou-se a exigir, também, um livro Mestre, com cada folha dedicada a uma conta específica, competente para registrar os débitos e os créditos de cada conta, o denominado, posteriormente de Razão [...]. Outro livro que recebia todos os registros acontecidos, à medida que fossem ocorrendo, dia-a-dia, seria o Diário.

É sabido que a ciência é aquele conhecimento que se prende na

aplicabilidade de suas provas e testes, em que a utilização de um método correto é

passo para a explicação de determinado problema. Neste sentido, o período

denominado de pré-científico busca distinguir as informações contábeis em suas

informações e conceitos, os quais devem, de agora em diante, ser objeto de

constantes reflexões.

Segundo a posição de Sá (1997, p. 45, grifo do autor),

o período [...] pré-científico só ocorre, ostensivamente, a partir da obra de Ângelo Pietra (sic), cuja primeira edição é de 1586. Admito, também, que, de forma empírica, como ocorreu em muitos outros ramos do saber, a explicação e a interpretação dos fenômenos da riqueza das aziendas tenha sido objeto de preocupações e análises, mas faltou métodos que autorizasse a criação de um corpo de doutrina, ou seja, faltou teorização que chegasse até nossos dias como prova de tais esforços.

O referido período tem seu nascer no século XVI evoluindo até o século

XIX, sendo datado desta época a famosa escola do Contismo. Tal escola debruçou-

se sobre os estudos com a finalidade de observar e compreender o principal

instrumento contábil, ou seja, a conta.

A Contabilidade tem verdades universais e atende a requisitos que

comprovam um conhecimento que deve ser considerado como ciência. Ela possui

um objeto específico, permite previsões, acolhe correntes doutrinárias, presta

utilidade entre outras características.

Page 12: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

10

Neste período da história da Contabilidade, conquistou-se o raciocínio de

que a conta é apenas a informação daquilo que se vai observar, e não o próprio

objeto de estudo da ciência.

De certo que, com a evolução do pensamento contábil através dos

raciocínios organizados surgem as teorias. Estas, como já amplamente afirmado,

formam a escola científica, e as escolas se somam e formam as correntes.

Entre as principais correntes deste período destacam-se as seguintes:

a) Materialismo Substancial;

b) Personalismo;

c) Controlismo;

d) Reditualismo;

e) Aziendalismo; e

f) Patrimonialismo.

De todas essas, a que mais se implantou no Brasil foi o Patrimonialismo,

hoje reconhecida oficialmente, em sua base de considerar a Contabilidade como a

ciência do patrimônio, pela lei e pelas Resoluções do Conselho Federal de

Contabilidade.

Do exposto, é possível, auferir que a Contabilidade é uma ciência, no

entanto, querer afirmar que se trata de uma ciência social é algo bastante polêmico

mas também , há de dizer-que a Contabilidade não se reserva, apenas, às questões

administrativas-numericas, posto que ela sofre influência de todos os aspéctos que

exsurgem no mundo da realidade humana.

No campo científico, verificou-se a anulação das correntes controlistas,

personalistas, reditualistas; e o fortalecimento do aziendalismo e posteriormente do

patrimonialismo que ganhou campo em todo o mundo.

A Contabilidade libertou-se do excessivo envolvimento com o Direito e

com a Economia despertando para uma autonomia científica.

Na atualidade muitos se preocupam em defender a corrente científica que

nasceu na Europa no período denominado de científico, outros atacam esse período

chamando de romântico, como é o caso de Iudícibus, que defende as ideias norte-

americanas desenvolvidas principalmente no início deste século.

Conforme afirma Sá (1997, p. 212), verifica-se seu extremo envolvimento

com a corrente científica europeia: “A corrente científica inspira-se na lógica, na

Page 13: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

11

filosofia da ciência, na busca pela verdade competente para ter universalidade de

entendimento e verificação”.

Já Iudícibus (1995, p. 49) descreve da seguinte forma:

No fim do período a que chamei de romântico ou em seus limites, surgem os vultos, entre outros, de Fábio Besta. Giuseppe Cerboni [...]. Seus trabalhos tiveram grande repercussão na época e provocaram grandes discussões entre os adeptos de uma ou outra corrente, com uma paixão somente comparável às discussões clubisticas.

No tocante às ideias contábeis norte-americanas, Iudícibus (1995, p. 46)

descreve: "A evolução da Contabilidade nos Estados Unidos apoia-se, portanto, em

um sólido embasamento [...]."

Os últimos 50 anos do século XX foram determinantes para a evolução do

conhecimento contábil, nesse período inúmeros foram as pesquisas feitas no

Oriente e no Ocidente.

A facilidade da comunicação, os estudos realizados em várias partes do

mundo difundidos com maior facilidade, e a troca de ideias apoiadas em livros e

artigos proporcionaram um grande progresso científico.

Além do progresso das pesquisas científicas e conseqüente valorização

do ensino universitário, o século XX foi marcado por inúmeros fatores que

influenciaram e influenciam, ainda hoje, a evolução da história da Contabilidade.

Entre eles pode-se mencionar:

a) As ideias norte-americanas;

b) A globalização e o movimento normativo;

c) O novo perfil do profissional contábil diante da globalização;

d) O advento da informática e telemática;

e) O Neopatrimonialismo;

f) A visão social no estudo contábil.

Assim, claro está que as posições contábeis assumidas pelas doutrinas

expostas, todas, deram suas contribuições nos sentido de ter-se a atual

Contabilidade, a qual é devidamente reconhecida como uma das ciências que mais

se aperfeiçoa ao longo dos anos.

A profissão contábil é muito antiga no Brasil data de quando ainda se

tratava de uma colônia de Portugal.

Conforme afirma Rodrigues (2005, p. 19):

[...] na época em que o Brasil ainda era colónia de Portugal, em 23 de junho de 1551, foi nomeado o primeiro contador. Naquela data, Brás Cubas

Page 14: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

12

fundador da cidade de Santos, São Paulo, foi nomeado, [...] para o cargo de Provedor da fazenda Real e Contador das Rendas e Direitos da Capitania.

A formação profissional do contador tem sua origem em 1754 com a

proposta de criação de uma Aula de Comércio que viria a corresponder a academia,

e mais tarde a Faculdade ou Escola Superior.

A carta de Lei de 30 de agosto de 1770 estabelece a primeira

regulamentação da profissão contábil, ao dispor sobre privilégios dos diplomados da

Aula de Comércio, estabelecendo a matrícula dos guarda-livros na Junta de

Comércio de Lisboa.

Durante muito tempo a profissão contábil, no Brasil, recebeu a

denominação de escriturário e guarda-livros.

Verifica-se que no século XX, a expressão escriturário perdeu totalmente

a conotação com a profissão contábil, expressando apenas o funcionário

administrativo.

Em 27 de maio de 1946 o Decreto-lei n.° 9.295 criou o Conselho Federal

de Contabilidade e definiu as atividades pertinentes a profissão contábil.

No V Congresso Brasileiro de Contabilidade, em 1950, foi aprovado o

primeiro Código de Ética Profissional do Contabilista.

Além desse, outro fato que direcionou os rumos do exercício profissional

do contador que é hoje atribuição legal do Conselho Federal de Contabilidade, foi o

Código de Ética atual, o qual fixou os deveres, direitos, valores de serviços,

penalidades por infrações etc.

Segundo dados dos Conselhos Regionais de Contabilidade, há

atualmente no Brasil, existem mais de 120.000 (cento e vinte mil) contadores

registrados. E, como em toda profissão há os que mais se destacam no mercado.

Com o passar do tempo, formaram-se várias as especialidades existentes

dentro do mundo contábil, proporcionando ao profissional uma maior qualificação, e

entre elas pode-se destacar: a contabilidade de custos, a contabilidade gerencial e

financeira, a contabilidade pública, a perícia contábil, a auditoria entre outras.

Apesar do campo de auditoria está crescendo bastante, o Brasil ainda

apresenta um pequeno número de auditores em comparação com outros países, o

que favorece as ondas de corrupção.

De acordo com pesquisa apresentada por Marion (1998, p. 50) verifica-se

a situação dos auditores no país: “[...] existe aqui um auditor independente para

Page 15: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

13

cada grupo de 25.000 habitantes. Na Holanda, há um auditor independente para

cada 900 habitantes; nos Estados Unidos, um para cada 2.300[...]”.

Com os avanços tecnológicos surgem novas perspectivas profissionais,

como por exemplo, a de Investigador Contábil, a Contabilidade Ecológica, a

Auditoria Ambiental, a Contabilidade Prospectiva etc.

Na atualidade do Brasil, o profissional contábil não tem um grande

reconhecimento por parte da sociedade. Isto pode ser ratificado com a afirmativa de

Marion (1998, p. 52) ao dizer que:

[...] precisamos entender que a imagem dessa profissão no Brasil ou em países subdesenvolvidos (ou em desenvolvimento) está muito aquém que nos países desenvolvidos. A certificação do contador na Inglaterra é dada pela rainha. Nos Estados Unidos, se você perguntar qual a vocação que alguém quer para seu filho, aparecem as profissões de médico, advogado e contador [...]

Conforme pode-se verificar nos países desenvolvidos há um

reconhecimento da sociedade em geral e até das altas autoridades com relação a

pessoa do contador, o que permite a abertura de caminhos para que outras pessoas

queiram seguir essa profissão.

No Brasil, os grandes escândalos envolvendo quebras de instituições

financeiras, fraudes, desfalques e outros fatos que evidenciam erros contábeis têm

posto em dúvida a qualidade e utilidade das informações contábeis e do

desempenho profissional e ético do contador. Toda essa situação acaba gerando um

desânimo nos estudantes, e desfavorecendo que outras pessoas desejem seguir a

profissão.

Cabe ao profissional de contabilidade reverter essa situação, buscando

demonstrar a sociedade o seu real papel adotando um perfil que faça com que o

mesmo procure ser mais valorizado não só no mercado local, mas no mercado

global formado pela quebra das fronteiras.

Na afirmativa de Marion (1998, p. 55), assim como em todo o mundo, o

contador, no Brasil, deve:

a) buscar maior qualificação profissional: isto quer dizer reciclar seus conhecimentos, falar mais de um idioma, acompanhar o desenvolvimento tecnológico;b) saber lidar com pressões e frustrações;c) ter dinamismo no desempenho de novas tarefas: saber tomar decisões rápidas;d) dar atenção especial ao cliente: é necessário saber ouvir o cliente, entender seus anseios.

Page 16: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

14

Como observado, os teóricos da Contabilidade observam a muito a

necessidade de novas posturas dos profissionais desta área, como forma de

possibilitar a verdadeira valorização de tal profisão tão necessária ao desenvolver do

homem e da nação.

Também, vale dizer que a compreensão dos problemas e da evolução da

educação contábil, no Brasil, depende de dois fatores básicos: as características do

país e da Profissão Contábil. Deve-se considerar que o Brasil é um país com

aproximadamente 8,6 milhões de quilómetros quadrados apresentando variadas

paisagens naturais e humanas, com grandes disparidades que chegam a atingir

também o campo educacional inclusive a nível superior.

Assim, algumas universidades apresentam patamares qualitativos

comparados com aquelas do mundo desenvolvido, e outras que se destacam pela

insuficiência de recursos materiais e financeiros.

O segundo fator a ser considerado é a organização da profissão contábil

e do seu exercício. A profissão é regulamentada por lei específica, que estabelece

deveres e prerrogativas, códigos de ética e sanções, bem como os órgãos de

controle - os Conselhos Profissionais -, nos quais todo profissional deve estar,

obrigatoriamente, inscrito, a fim de que possa exercer a profissão.

O sistema de registro, fiscalização e desenvolvimento profissional, na

área contábil do Brasil, é integrado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC),

sediado em Brasília e Conselhos Regionais, um por Estado.

O universo dos profissionais compreende contadores, com curso superior

e técnicos em contabilidade de nível médio. Aos contadores são reservadas as

funções de auditoria, perícia, avaliações de acervos, análise econômico-financeira e

outras, além, evidentemente, do magistério superior.

Falar da história da contabilidade, é falar das situações contábeis a nível

de Brasil, a qual sofre diretamente influência de suas escolas: a Escola Europeia e a

Escola Norte-Americana.

A Escola Europeia tem o objetivo de estabelecer um corpo de doutrina

científica e parte da certeza de que o registro é apenas a memória de um fato e que

esse fato precisa ser estudado em sua essência. Os esforços dos doutrinadores

ocorreram na Itália, na França, em Portugal e na Alemanha; no Brasil entre os

Page 17: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

15

principais seguidores dessa escola pode-se destacar: Francisco D'Auria, Frederico

Herrmann Jr., Hilário Franco e António Lopes de Sá.

A corrente que mais se solidificou, no Brasil, foi o Patrimonialismo,

reconhecida oficialmente pelas Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade.

Francisco D'Auria foi dos mais ilustres escritores da ciência contábil que o

Brasil já possuiu, seu primeiro livro foi editado em 1916 e tinha o título "A letra de

câmbio na Contabilidade", sua obra "Cinquenta anos de Contabilidade" descreve a

qualidade de uma vida dedicada à ciência e à cultura.

Admite a Contabilidade como a ciência do património; classifica os

estudos contábeis em Contabilidade Geral e Aplicada. Em 1924 ainda era

controlista, mas a partir de 1928 tornou-se patrimonialista.

Com a evolução do ensino contábil na década de 40, surge Herrmann Jr.

que produziu muitas obras de valor, entre as quais se destaca "Contabilidade

Superior" (cuja primeira edição é de 1936), editado em uma editora fundada por ele

mesmo: a Atlas de São Paulo (Apud SÁ, 1997, p. 375).

A Atlas tornou-se a principal base de editoração de obras contábeis, nela

outros famosos autores publicaram suas obras.

Define Herrmann (apud SÁ, 1997, p. 378) a Contabilidade da seguinte

maneira: “Contabilidade é a ciência que estuda o património à disposição das

aziendas, em seus aspectos estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio

de fórmulas racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a formação

e a distribuição dos réditos”.

Herrmann Jr. foi citado por Masi em suas obras, como também por

D'Auria; faleceu ainda muito jovem na década de 40.

Hilário Franco se destacou no V Congresso Brasileiro de Contabilidade,

no qual apresentou um trabalho intitulado "Fundamento científico da Contabilidade"

que foi considerado o melhor trabalho sob o ângulo da doutrina patrimonialista.

Sobre esse trabalho, tem-se o comentário de Sá (1997, p. 328):

Depois de uma erudita introdução sobre o que é ciência, sobre o que a Contabilidade diante dela significava e o que a escrituração contábil representava, apenas como forma, o mestre paulista destaca o objeto da Contabilidade e o faz de forma positiva, sem deixar dúvidas de suas convicção patrimonialista.

Dentre suas muitas obras publicadas se destaca, Hilário Franco, 50 anos

de Contabilidade publicada em 1993 que prova sua fidelidade ao intelectual

Page 18: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

16

Francisco D'Auria que também deixou seu depoimento gravado para a história em

seus 50 anos de Contabilidade.

Sá é dos mestres da Contabilidade brasileira mais conhecidos não só a

nível local como internacional. Entre suas obras destacam-se: Curso de Auditoria,

Perícia Contábil, Dicionário de Contabilidade, Teoria Geral da Contabilidade e

História Geral e das Doutrinas da Contabilidade; nesta última, a história da escrita e

da ciência contábil são narradas pela primeira vez no Brasil.

Não se pode deixar de mencionar que a mais recente escola do

pensamento contábil que é a Escola Neopatrimonialista, fruto de estudos e reflexões

de Sá e outros teóricos da Ciência da Contabilidade.

A escola Norte-Americana também conhecida como Escola Pragmática,

atende aos aspectos práticos das questões econômico-administrativas sem se

preocupar com as construções teóricas gerais.

A Contabilidade é assim definida pelo American Accounting Associations:

"A Contabilidade é a arte de registrar, classificar e sumariar de maneira significativa

e em termos monetários transações e acontecimentos de caráter financeiro e de

interpretar os seus resultados."

No Brasil adotam essa corrente: José Carlos Marion, Eliseu Martins,

Sérgio de ludícibus entre outros.

Marion bastante conhecido no Brasil, é muito admirado principalmente

pelos estudantes. Entre suas obras destacam-se: Contabilidade Empresarial,

Contabilidade Básica e Manual de Contabilidade para não contadores (no qual é co-

autor). Esse respeitável contador é também grande pesquisador na área de

Metodologia do Ensino da Contabilidade, e sobre isso afirma:

Assim, é desejável que cada professor tenha algo relevante para gozar de respeito e poder estimular seus alunos. Sucesso profissional, título, produção cientifica etc., são alguns exemplos. Em segundo lugar, a exaltação permanente da profissão é indispensável para estimular os alunos (MARION, 2000, p. 04).

Eliseu Martins é professor de Contabilidade, entre suas obras destacam-

se Contabilidade de Custos, Análise da correção monetária das demonstrações

financeiras e Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (no qual é co-

autor).

ludícibus é grande crítico da escola europeia, afirmando que estes

produziram trabalhos excessivamente teóricos e repetitivos e sem aplicações

Page 19: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

17

práticas. Entre suas obras pode-se citar: Análise de Balanços, Contabilidade

Gerencial, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (na qual é o diretor

responsável) etc.

Assim, é possível afirmar que a Contabilidade como uma ciência que está

ligada à própria história do homem e que está voltada para a sociedade, sofre todas

as modificações ocorridas na área política e econômica, não só da abrangência

regional ou nacional, mas também, a abrangência mundial..

Com o passar do tempo, a Contabilidade sempre buscou se adequar a

realidade brasileira e com isso ocorreram grandes evoluções referentes a tal ciência.

Não se pode deixar de mencionar as principais entidades e as legislações que

influenciaram e ainda influenciam os caminhos percorridos pela Contabilidade no

Brasil; e entre elas destacam-se: O Banco Central do Brasil (BACEN) a Comissão

de Valores Mobiliários (CVM), a Lei n.° 6.404/76 (Lei das S. A.), o Conselho Federal

de Contabilidade (CFC) e os Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC’s), a Lei

n.° 4.320/64, o Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) e o Regulamento do

Imposto de Renda.

Tudo isto faz com que a pesquisa se torne imprescindível para o melhor

entender da Ciência da Contabilidade.

3 METODOLOGIA

Será realizada uma pesquisa bibliográfica, documental que venha a

propiciar o enriquecer do tema referenciado.

Buscar-se-á na literatura mais abalizada os posicionamentos que se

tornam capazes de efetivar um melhor entendimento sobre a proposta apresentada,

ou seja, a questão histórica da contabilidade, de forma a propiciar um melhor

entender da atual conjuntura que passa a contabilidade como ciência.

Serão efetivados fichamentos sobre o assunto e, de igual forma, coletar-

se-á artigos de revistas e periódicos especializados na matéria – em vias diferentes

– que tornem possível o exercício da reflexão sobre o assunto.

Page 20: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

18

4 CRONOGRAMA

ATIVIDADES Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Levantamento bibliográfico

e fichamento

Elaboração do Anteprojeto

Tabulação e análise dos

textos

Redação do trabalho

Entrega do Trabalho

Monográfico

Defesa

Page 21: Projeto de tac iv  luis fernando de sousa moreira fama_contabilidade

19

REFERÊNCIAS

MARION, José Carlos. Discussão sobre metodologia de ensino aplicáveis à

Contabilidade. Jornal do Conselho Regional de Contabilidade de Minas

Gerais, maio/junho, 1998.

____________. Preparando-se para a profissão do futuro. Rio de Janeiro:

Pensar Contábil. CRC-RJ. vol. 1. n.° 2 nov/2000.

MENDES, José Martins. Um ideia Milenar. Revista Brasileira de

Contabilidade. N° 106, jul/ago 1997.

MONTEIRO, Martin Noel. Pequena história da contabilidade. Lisboa: Apotec,

1979.

RODRIGUES, Alberto Almada. A História da Profissão Contábil e das

Instituições de Ensino, Profissionais e Culturais da Ciência Contábil no Brasil.

Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. n.°

43. Porto Alegre: set/dez 1995.

SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São

Paulo: Atlas, 1997.