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MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA N. 002/2007

Firmado entre o Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios e o Governo do Distrito Federal para ajustar os procedimentos de regularizao dos parcelamentos de solo para fins urbanos implantados de forma irregular no territrio do Distrito Federal, e as medidas de fiscalizao e represso destinadas a coibir a grilagem de terras e a ocupao desordenada do solo no Distrito Federal.

De um lado, como compromitente, o MINISTRIO PBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS, representado pelo seu ProcuradorGeral de Justia, LEONARDO AZEREDO BANDARRA e pelos membros da Comisso do MPDFT criada para tratar da regularizao fundiria do Distrito Federal, instituda pela Portaria PGJ n. 1.094/06, coordenada pelo Procurador de Justia VITOR FERNANDES GONALVES e composta pelos Promotores de Justia de Defesa do Patrimnio Pblico e Social, ANA CAROLINA MARQUEZ, CARINA COSTA OLIVEIRA LEITE, EDUARDO GAZZINELLI VELOZO, IVALDO CARVALHO G. LEMOS JNIOR, KARINA SOARES ROCHA e ALBERTINO DE SOUZA PEREIRA NETO, pelos Promotores de Justia de Defesa da Ordem Urbanstica, LUCIANA MEDEIROS COSTA,

MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA N 002/2007 MPDFT/GDF

MARISA ISAR DOS SANTOS, YARA MACIEL CAMELO, CAROLINA REBELO SOARES, PAULO JOS LEITE FARIAS e JULIANA DA SILVA

RIBEIRO, pelos Promotores de Justia de Defesa do Meio Ambiente e Patrimnio Cultural, MARTA ELIANA DE OLIVEIRA, KTIA CHRISTINA LEMOS e LILIANE GUIMARES CARDOSO, e pelos Promotores de Justia de Registros Pblicos, AUGUSTO CSAR BARBOSA DE CARVALHO, DORIVAL BARBOZA FILHO, RMULO DOUGLAS G. DE OLIVEIRA e MARCELO DA SILVA OLIVEIRA; e de outro lado, como compromissrios, o DISTRITO FEDERAL, representado por seu Governador, JOS ROBERTO ARRUDA, pelo Secretrio de Estado de Justia, Direitos Humanos e Cidadania, RAIMUNDO DA SILVA RIBEIRO NETO, pelo Secretrio de Estado de Desenvolvimento Urbano SEDUMA e Meio Ambiente, CASSIO

TANIGUCHI; o INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HDRICOS DO DISTRITO FEDERAL, doravante denominado INSTITUTO BRASLIA AMBIENTAL, representado por GUSTAVO SOUTO MAIOR SALGADO, e a COMPANHIA IMOBILIRIA DE BRASLIA

TERRACAP, representada por seu Presidente, ANTNIO RAIMUNDO GOMES SILVA FILHO, diante das seguintes ponderaes:

I CONSIDERAES GERAIS

1. Considerando os resultados das reunies deliberativas de trabalho realizadas entre os membros do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios e os Agentes Polticos do Governo do Distrito Federal supracitados, ocorridas nos dias 11 e 16 de janeiro, 02 e 12 de fevereiro, 13 de maro, 02 de abril, 08, 10 e 16 de maio, do ano de 2007, com o objetivo de discutir e elaborar conjuntamente uma soluo legal e administrativamente vivel para a regularizao dos parcelamentos do solo para fins urbanos implantados de forma ilegal no Distrito Federal;

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2. Considerando a ocupao desordenada do territrio do Distrito Federal decorrente da proliferao de parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos, comumente denominados de condomnios irregulares; 3. Considerando que tais parcelamentos de solo para fins urbanos conhecidos como condomnios irregulares foram implantados de forma ilegal em terras pblicas e particulares do territrio do Distrito Federal; 4. Considerando que os nus decorrentes da implantao dos condomnios irregulares tm sido suportados por todos, privando, tanto as atuais quanto as futuras geraes do Distrito Federal, do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, do direito cidade sustentvel e democrtica, do direito preservao e acesso a recursos hdricos e do direito sadia qualidade de vida; 5. Considerando o Estado Democrtico de Direito, em que a plenitude do exerccio da cidadania, pelo resguardo dos valores mnimos da dignidade humana, avulta com um de seus autnticos objetivos fundamentais, bem como que a Organizao das Naes Unidas (ONU), da qual o Brasil integrante, estabeleceu conveno no sentido de que a moradia constitui-se em direito social fundamental do cidado, e que igualmente a Emenda Constitucional n 26, de 14 de fevereiro de 2000, incluiu entre os preceitos da Constituio Federal do Brasil a moradia como direito social fundamental; 6. Considerando ser encargo do Poder Pblico do Distrito Federal intervir, diretamente e nos limites de sua competncia, no regime de utilizao da terra, seja para proceder racionalizao econmica da malha fundiria, seja para corrigir e prevenir o uso anti-social da propriedade (art. 349, LODF), no qual se inclui o dever de proceder regularizao dos parcelamentos informais, evitando, todavia, que esta regularizao venha a se tornar um incentivo ao recrudescimento da grilagem de terras no Distrito Federal; 7. Considerando que, nos termos do art. 2, III, do Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01), a cooperao entre os entes pblicos governamentais, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de regularizao em atendimento ao interesse social constitui uma das diretrizes gerais para o fim de ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da propriedade urbana; 8. Considerando o Convnio de Cooperao Tcnica firmado em 8 de setembro de 2005, entre a Unio e o Distrito Federal, representados pelo Ministrio do Meio Ambiente IBAMA, pelo Ministrio do Planejamento Secretaria de Patrimnio da Unio, pelo Ministrio das Cidades, pelo IPHAN e pelas Secretarias Distritais de Desenvolvimento Urbano e Habitao (SEDUH), de Meio Ambiente e Recursos Hdricos (SEMARH), de Coordenao das Regies Administrativas (SUCAR), alm da TERRACAP e da AGINDU, com o objetivo de estabelecer cooperao tcnica para o desenvolvimento de aes conjuntas visando regularizao fundiria para fins urbanos3

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em reas do Distrito Federal, da TERRACAP e da Unio situadas no Distrito Federal, bem como de identificar oportunidades para a implantao de polticas habitacionais de interesse da Unio e do Distrito Federal; 9. Considerando a criao e instaurao de Comit Gestor com competncia para supervisionar e executar o referido Convnio de Cooperao Tcnica, com poderes de instituir Grupos de Trabalho para desenvolver estratgias e aes relacionadas aos processos de regularizao de parcelamentos de solo para fins urbanos; 10. Considerando que at 31 de dezembro de 2006 ainda persistiam implantaes de novos parcelamentos criminosos do solo no Distrito Federal, a exemplo de fatos divulgados pela imprensa em meados de outubro de 2006, noticiando a grilagem de terras pblicas rurais em curso no Riacho Fundo II e em Ncleos Rurais do Gama (Ponte de Terra), onde se verificavam, s escncaras, anncios de venda indcio evidente tanto da certeza de impunidade quanto da posterior regularizao; 11. Considerando ser imperioso que o Poder Pblico do Distrito Federal continue adotando medidas eficazes para a conteno da grilagem das terras pblicas e a ocupao desordenada do solo, tanto mediante adoo de medidas eficientes de fiscalizao e represso quanto de medidas destinadas a garantir o cumprimento da funo socioambiental da propriedade; 12. Considerando que as dimenses diminutas do Distrito Federal, cujo territrio formado por um quadriltero de 5,8 mil quilmetros quadrados, so propcias ao monitoramento remoto e ao cadastro de terras pormenorizado, de modo a tornar efetiva a fiscalizao de seu uso e ocupao; 13. Considerando que o Distrito Federal conta com diversos entes pblicos cuja atuao envolve a fiscalizao, a represso e o combate invaso de terras e ao parcelamento irregular do solo, entre os quais se destacam aqueles vinculados Secretaria de Segurana Pblica e Fiscalizao, a Delegacia Especial de Meio Ambiente - DEMA, a Polcia Militar, as Administraes Regionais, a Companhia Imobiliria de Braslia - TERRACAP, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - SEDUMA, a Procuradoria do Distrito Federal e o recm-criado Instituto Braslia Ambiental, razo pela qual deve haver coordenao e integrao entre os mesmos e com os entes pblicos federais que permita uma atuao clere e a tomada de decises unificadas e imediatas. 14. Considerando a imprescindvel participao do Ministrio Pblico no processo de regularizao desencadeado por iniciativa do Governo do Distrito Federal, como instituio em si essencial e defensora constitucional dos interesses sociais, garantidas, com a efetividade de sua participao, solues adequadas para questes conflitantes, mediante conciliao com o ordenamento jurdico;4

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15. Considerando que a regularizao dos parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos envolve questes polmicas, passveis de ensejarem questionamentos judiciais e a responsabilizao administrativa, penal e civil de agentes pblicos; 16. Considerando que, inclusive no intuito de resguardar os agentes pblicos responsveis pela regularizao dos parcelamentos irregulares do solo, defende o Ministrio Pblico a construo de um verdadeiro pacto social entre os diversos atores envolvidos, cuja legitimidade seja respaldada pelo presente Termo de Ajustamento de Conduta, instrumento jurdico previsto na Lei de Ao Civil Pblica, apto a firmar publicamente os modos e formas mutuamente pactuados e admitidos para tanto, de forma a conferir objetividade e segurana ao processo, bem como apto a tanto obstar a propositura de aes civis pblicas por parte dos tomadores do compromisso quanto a garantir o ttulo executivo das obrigaes pactuadas;

II CONSIDERAES QUANTO DEFESA DO MEIO AMBIENTE

17. Considerando que os parcelamentos do solo so empreendimentos potencialmente degradadores do meio ambiente, sobretudo mais danosos quando implantados de forma irregular, margem dos licenciamentos urbansticos e ambientais e das obras de saneamento legalmente exigidos para evitar, mitigar e compensar os danos ambientais, urbansticos e sociais decorrentes do parcelamento do solo; 18. Considerando que os danos ambientais provocados pela ocupao desordenada do solo prejudicam a qualidade de vida das geraes atuais e vindouras, gerando impactos negativos principalmente sobre nossos recursos hdricos, cuja quantidade e qualidade so essenciais manuteno do equilbrio ecolgico e da sade da populao; 19. Considerando, nos termos do art. 225 da Constituio Federal, que todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial sadia qualidade de vida, e o dever incumbido coletividade e ao Poder Pblico de proteg-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes, imposio da qual decorre o princpio da obrigatoriedade da interveno estatal no sentido de evitar e prevenir danos ambientais; 20. Considerando que compete ao Poder Pblico, no cumprimento desse dever, exigir, na forma da lei, o Licenciamento Ambiental para atividades efetiva ou potencialmente degradadoras do meio ambiente, bem como preservar os espaos especialmente protegidos, tais como reas de preservao permanente, reservas legais e unidades de conservao (art. 225, 1 e incisos, da Constituio Federal);

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21. Considerando o disposto na legislao federal quanto a Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e Licenciamento Ambiental de empreendimentos efetiva ou potencialmente degradadores do meio ambiente, em especial na Lei de Poltica Nacional de Meio Ambiente Lei n 6.938/81, em seu decreto regulamentar n 99.274/90 e nas Resolues do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA n 237/97, 001/86, 009/87 e 371/2006; 22. Considerando que, nos termos do art. 4, VI, do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), o Estudo Prvio de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo Prvio de Impacto de Vizinhana (EIV) constituem instrumentos da poltica urbana; 23. Considerando que, apesar de a Lei Orgnica do Distrito Federal (LODF), promulgada em 8 de junho de 1993, em seu art. 279, estabelecer que a ocupao do territrio do Distrito Federal deveria ser orientada por instrumento especfico, ou seja, o diagnstico e zoneamento socioambientais1, e, no art. 26 do Ato de suas Disposies Transitrias ter fixado ao Poder Pblico o prazo de 24 (vinte e quatro) meses, contados da promulgao, para promover o Zoneamento EcolgicoEconmico do Distrito Federal ZEE/DF, o referido instrumento no foi at a presente data elaborado e aprovado; 24. Considerando o disposto pela legislao nacional quanto gesto de unidades de conservao, reservas legais e reas de preservao permanente, por meio do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (Lei do SNUC n 9.985/2000 c/c o Decreto n 4.340/2002), pelo Cdigo Florestal Brasileiro (Lei n 4.771/65) e pelas Resolues CONAMA ns 10/88, 302/2002, 303/2002 e 369/2006; 25. Considerando as bases legais para a Poltica de Saneamento Ambiental do Distrito Federal definidas pelos artigos 332, 333 e 334 da Lei Orgnica do Distrito Federal e as disposies da Lei 11.445, de 05 de Janeiro de 2007, a qual, ao estabelecer as diretrizes nacionais para o saneamento bsico, tornou obrigatria a elaborao e observao de Planos de Saneamento Bsico, nos quais incluiu, alm do abastecimento de gua, do esgotamento sanitrio, da limpeza urbana e manejo dos resduos slidos de formas adequadas sade pblica e proteo do meio ambiente, tambm a disponibilidade de servios de drenagem e de manejo das guas pluviais em todas as

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Art. 279. O Poder Pblico, assegurada a participao da coletividade, zelar pela conservao, proteo e recuperao do meio ambiente, coordenando e tornando efetivas as aes e recursos humanos, financeiros, materiais, tcnicos e cientficos dos entes pblicos da administrao direta e indireta, e dever: I omissis; II - promover o diagnstico e zoneamento ambiental do territrio, definindo suas limitaes e condicionantes ecolgicas e ambientais para ocupao e uso dos espaos territoriais; (grifo nosso)

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reas urbanas, de forma adequada sade pblica e segurana da vida e do patrimnio pblico e privado; 26. Considerando que, nestes termos, faz-se necessria a elaborao do Plano Diretor de guas Pluviais do Distrito Federal, tendo em vista que o Distrito Federal j dispe de Plano Diretor de gua e Esgotos e tem seu Plano Diretor de Resduos Slidos em fase avanada de elaborao; 27. Considerando o disposto pela Lei Orgnica do Distrito Federal (LODF), em seus artigos 278 a 311, quanto s diretrizes estabelecidas para a Poltica de Meio Ambiente do Distrito Federal, notadamente quanto ao licenciamento ambiental (art. 289 e pargrafos) e quanto gesto de espaos especialmente protegidos, como unidades de conservao, reservas legais e reas de preservao permanente (APP) (art. 279, XXI, 280, 301, 302 e 303); 28. Considerando o disposto pela Lei Distrital n 41, de 13 de setembro de 1989, que estabelece a Poltica Ambiental do Distrito Federal, e pelos Decretos que a regulamentam Decreto n 12.960, de 28 de dezembro de 1990 e Decreto n 15.869, de 26 de agosto de 1994 , notadamente quanto a licenciamento ambiental, instrumentos que viabilizam, a exemplo do que se verifica no Estado de Minas Gerais2, a regulamentao especfica para as hipteses de licenciamento corretivo, destinado a empreendimentos j instalados; 29. Considerando que as reas de Preservao Permanente - APP, localizadas em cada posse ou propriedade, so bens de interesse nacional e espaos territoriais especialmente protegidos, cobertos ou no por vegetao, com a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o fluxo gnico de fauna e flora, de proteger o solo e de assegurar o bemestar das populaes humanas;2

No Estado de Minas Gerais, o Decreto 44.309, de 05 de junho de 2006, que regulamenta a Lei Estadual de Proteo ao Meio Ambiente Lei n 7.772, de 08 de setembro de 1980 , disciplina as hipteses de licenciamento ambiental corretivo, nos seguintes termos:Art. 15. Os empreendimentos j instalados, em instalao ou em operao, sem as licenas ambientais pertinentes, podero regularizar-se obtendo LI ou LO, em carter corretivo, mediante a comprovao de viabilidade ambiental do empreendimento. 1 A demonstrao da viabilidade ambiental do empreendimento depender da anlise pelo COPAM dos mesmos documentos, projetos e estudos exigveis para a obteno das licenas anteriores. 2 A continuidade do funcionamento de empreendimento ou atividade concomitantemente com o processo de licenciamento ambiental previsto pelo caput depender de assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta com o rgo ambiental, com previso das condies e prazos para funcionamento do empreendimento at a sua regularizao. 3 A possibilidade de concesso de LI e LO, em carter corretivo, no desobriga os empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como dos que possam causar degradao ambiental, de obterem o prvio licenciamento ambiental, nem impede a aplicao de penalidades pela instalao ou operao sem a licena competente.

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30. Considerando que as reas de preservao permanente (APP) e outros espaos territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentvel3, indispensvel sadia qualidade de vida das presentes e das geraes futuras; 31. Considerando a funo socioambiental da propriedade prevista nos arts. 5, inciso XXIII, 170, inciso VI, 182, 2, 186, inciso II e 225 da Constituio, e os princpios jurdicos da preveno, da precauo e do poluidor pagador; 32. Considerando que, exceto nos casos de moradores de baixa renda, assim considerados aqueles cuja renda varie de 0 (zero) a 5 (cinco) salrios-mnimos, em consonncia com o princpio do poluidor pagador, os custos decorrentes da regularizao devem ser cobrados dos ocupantes dos loteamentos irregulares e dos adquirentes dos respectivos lotes; 33. Considerando o critrio de integral preservao e recuperao das reas de Preservao Permanente APP levado a efeito no licenciamento ambiental do Trecho 1, 1 Etapa, do Setor Habitacional Taquari e no Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o IBAMA/DF e o Governo do Distrito Federal, relativo a obras de saneamento de Vicente Pires, com interferncia na regularizao dos parcelamentos de solo ali implantados, consubstanciado na excluso de lotes constitudos em APP no primeiro caso, e no compromisso de desconstituio de obras erigidas em APP, no segundo; 34. Considerando a necessidade de serem avaliados, mitigados e compensados os impactos ambientais causados na bacia hidrogrfica na qual se encontrem inseridos os parcelamentos clandestinos, e as peculiaridades do territrio do Distrito Federal, localizado em um planalto divisor de guas e tributrio de trs grandes bacias hidrogrficas (So Francisco, Araguaia/Tocantins e Paran), embora rico em nascentes e em qualidade, limitado em quantidade desse recurso natural indispensvel vida; 35. Considerando que a reduzida oferta de gua por habitante no Distrito Federal, a terceira menor do Brasil, somente superada em escassez por Pernambuco e pela Paraba4, torna imperiosa a preservao de suas reas de Preservao Permanente APP e de Proteo de Mananciais APM;

No Relatrio Nosso Futuro Comum, conhecido por Relatrio Brundtland, publicado em 1987, quando do encerramento dos trabalhos da Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, onde o critrio de sustentabilidade aparece como argumento central para a formulao de polticas de desenvolvimento, o conceito de sustentabilidade definido como aquele que responde s necessidades do presente sem comprometer a capacidade das geraes futuras de responderem s suas necessidades.4

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Segundo estudos promovidos em 2001, pelo Tribunal de Contas da Unio.

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36. Considerando que, a exemplo das Unidades de Conservao, as reas de Proteo de Mananciais APM pertencem categoria dos espaos especialmente protegidos, afetadas proteo e ao manejo adequado das reas de captao de gua do Distrito Federal, sob administrao da Companhia de Saneamento do Distrito Federal CAESB, cujo posicionamento tcnico deve ser acatado nas hipteses que impliquem em qualquer alterao na gesto desses espaos; 37. Considerando que o impacto provocado pela drstica reduo da cobertura vegetal original do Cerrado, bioma caracterstico do Distrito Federal, reconhecido como a savana de maior biodiversidade do planeta, com cerca de 5% da biota existente, tornou-o rea prioritria para a conservao, classificada, juntamente com a Mata Atlntica, como hotspot, conceito criado pelo eclogo ingls Norman Myers para designar rea rica em biodiversidade e ameaada no mais alto grau; 38. Considerando que a Resoluo CONAMA n 369/2006, que dispe, ao regulamentar o art. 4 da Lei 4.771/65, sobre os casos excepcionais, de utilidade pblica ou interesse social de baixo impacto, que permitem a supresso de vegetao ou a interveno em rea de Preservao Permanente APP, tem suscitado oposio de parcela significativa dos setores ambientalistas, os quais lhe atribuem inconstitucionalidades e ilegalidades; 39. Considerando que a referida Resoluo do CONAMA, em seu artigo 9, contraria a Lei da Poltica Nacional de Meio Ambiente, que adota o Licenciamento Ambiental como um de seus instrumentos bsicos, pois admite que o rgo ambiental, excepcionalmente, quando no haja alternativa tcnica e locacional, possa autorizar a interveno ou supresso de vegetao em APP para a regularizao fundiria sustentvel em rea urbana; 40. Considerando que a aludida disposio , ademais, inaplicvel regularizao dos parcelamentos de solo, empreendimentos que, nos termos do art. 225, IV, da CF c/c a Resoluo do CONAMA 237/97, so necessariamente sujeitos a licenciamento ambiental, o que, por si s, segundo a prpria Resoluo, afasta a possibilidade da mera autorizao5;

Art. 5 O rgo ambiental competente estabelecer, previamente emisso da autorizao para a interveno ou supresso de vegetao em APP, as medidas ecolgicas, de carter mitigador e compensatrio, previstas no 4 , do art. 4, da Lei n o 4.771, de 1965, que devero ser adotadas pelo requerente. 1 Para os empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento ambiental, as medidas ecolgicas, de carter mitigador e compensatrio, previstas neste artigo, sero definidas no mbito do referido processo de licenciamento, sem prejuzo, quando for o caso, do cumprimento das disposies do art. 36, da Lei n o 9.985, de 18 de julho de 2000. 2 As medidas de carter compensatrio de que trata este artigo consistem na efetiva recuperao ou recomposio de APP e devero ocorrer na mesma sub-bacia hidrogrfica, e prioritariamente: I - na rea de influncia do empreendimento, ou II - nas cabeceiras dos rios.

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41. Considerando que a destruio de reas de preservao permanente APP para regularizao fundiria mediante mera autorizao administrativa viola os princpios da preveno, da precauo e do poluidor ou usurio pagador, pois afasta o controle seguro e tcnico do licenciamento ambiental e do EIA/RIMA, instrumentos obrigatrios e aptos avaliao de existncia de alternativa locacional, destinada a evitar a supresso ou perturbao de uma APP6, e a estabelecerem, com a preciso tcnica pertinente, as mitigaes e compensaes cabveis; 42. Considerando que, de qualquer sorte, as disposies da Resoluo CONAMA n 369/2006 quanto Regularizao Fundiria Sustentvel de rea Urbanas somente se aplica s ocupaes de baixa renda predominantemente residenciais, consolidadas at 10 de julho de 2001, inseridas em rea urbana que atenda critrios determinados, declarada como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) no Plano Diretor7;

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Art. 3 A interveno ou supresso de vegetao em APP somente poder ser autorizada quando o requerente, entre outras exigncias, comprovar: I - a inexistncia de alternativa tcnica e locacional s obras, planos, atividades ou projetos propostos; II - atendimento s condies e padres aplicveis aos corpos de gua; III - averbao da rea de Reserva Legal; e IV - a inexistncia de risco de agravamento de processos como enchentes, eroso ou movimentos acidentais de massa rochosa.

III - ocupao inserida em rea urbana que atenda aos seguintes critrios: a) possuir no mnimo trs dos seguintes itens de infra-estrutura urbana implantada: malha viria, captao de guas pluviais, esgotamento sanitrio, coleta de resduos slidos, rede de abastecimento de gua, rede de distribuio de energia; b) apresentar densidade demogrfica superior a cinqenta habitantes por hectare; IV - localizao exclusivamente nas seguintes faixas de APP: a) nas margens de cursos de gua, e entorno de lagos, lagoas e reservatrios artificiais, conforme incisos I e III, alnea "a", do art. 3 o da Resoluo CONAMA n 303, de 2002, e no inciso I do art. 3 o da Resoluo CONAMA n o 302, de 2002, devendo ser respeitada faixas mnimas de 15 metros para cursos de gua de at 50 metros de largura e faixas mnimas de 50 metros para os demais; b) em topo de morro e montanhas conforme inciso V, do art. 3 o , da Resoluo CONAMA n o 303, de 2002, desde que respeitadas as reas de recarga de aqferos, devidamente identificadas como tal por ato do poder pblico; c) em restingas, conforme alnea "a" do IX, do art. 3 o da Resoluo CONAMA n o 303, de 2002, respeitada uma faixa de 150 metros a partir da linha de preamar mxima; V - ocupaes consolidadas, at 10 de julho de 2001, conforme definido na Lei n o 10.257, de 10 de julho de 2001 e Medida Provisria n o 2.220, de 4 de setembro de 2001; VI - apresentao pelo poder pblico municipal de Plano de Regularizao Fundiria Sustentvel que contemple, entre outros: a) levantamento da sub-bacia em que estiver inserida a APP, identificando passivos e fragilidades ambientais, restries e potencialidades, unidades de conservao, reas de proteo de mananciais, sejam guas superficiais ou subterrneas; b) caracterizao fsico-ambiental, social, cultural, econmica e avaliao dos recursos e riscos ambientais, bem como da ocupao consolidada existente na rea; c) especificao dos sistemas de infra-estrutura urbana, saneamento bsico, coleta e destinao de resduos slidos, outros servios e equipamentos pblicos, reas verdes com espaos livres e vegetados com espcies nativas, que favoream a infiltrao de gua de chuva e contribuam para a recarga dos aqferos; d) indicao das faixas ou reas que, em funo dos condicionantes fsicos ambientais, devam resguardar as caractersticas tpicas da APP, respeitadas as faixas mnimas definidas nas alneas "a" e "c" do inciso IV deste artigo; e) identificao das reas consideradas de risco de inundaes e de movimentos de massa rochosa, tais como, deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida de lama e outras definidas como de risco;

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43. Considerando que, mesmo quando atendidos os pressupostos estabelecidos quanto rea onde se insere a ocupao urbana, a interveno ou supresso de APP para regularizao fundiria sustentvel somente cabvel nas margens de corpos dgua respeitada uma faixa mnima de 15 metros para cursos dgua de at 50 metros de largura e faixa mnima de 50 metros para os demais, e em topos de morro e montanhas, sendo vedada a regularizao de ocupaes localizadas em reas consideradas de risco de inundaes, corrida de lama, de movimentos de massa rochosa e outras definidas como de risco; 44. Considerando, outrossim, que no territrio do Distrito Federal, composto quase que integralmente por APA (reas de Proteo Ambiental)8, unidades de conservao de uso sustentvel, destacam-se trs ilhas significativas de proteo integral9, caracterstica que avulta a importncia da criao e manuteno de corredores ecolgicos, instrumento de gesto institudo pela Lei do SNUC (Lei 9.985/2000, art. 2, XIX), para garantir o fluxo gnico de flora e fauna, sobretudo os naturalmente compostos pelas matas ciliares, indispensveis preservao dos recursos hdricos, e que a Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura UNESCO dispe de estudos especficos sobre os corredores ecolgicos do Distrito Federal; 45. Considerando que, devido predominncia de APA no territrio do Distrito Federal, a regularizao dos condomnios implica no respeito ao zoneamento e plano de manejo da APA onde se inserem e no atendimento Resoluo CONAMA n 10, de 14 de dezembro de 1988, ressalvada a disposio que limita a declividade

f) medidas necessrias para a preservao, a conservao e a recuperao da APP no passvel de regularizao nos termos desta Resoluo; g) comprovao da melhoria das condies de sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos moradores; h) garantia de acesso livre e gratuito pela populao s praias e aos corpos de gua; e i) realizao de audincia pblica. 1 O rgo ambiental competente, em deciso motivada, excepcionalmente poder reduzir as restries dispostas na alnea "a", do inciso IV, deste artigo em funo das caractersticas da ocupao, de acordo com normas definidos pelo conselho ambiental competente, estabelecendo critrios especficos, observadas as necessidades de melhorias ambientais para o Plano de Regularizao Fundiria Sustentvel. 2 vedada a regularizao de ocupaes que, no Plano de Regularizao Fundiria Sustentvel, sejam identificadas como localizadas em reas consideradas de risco de inundaes, corrida de lama e de movimentos de massa rochosa e outras definidas como de risco. 3 As reas objeto do Plano de Regularizaco Fundiria Sustentvel devem estar previstas na legislao municipal que disciplina o uso e a ocupao do solo como Zonas Especiais de Interesse Social, tendo regime urbanstico especfico para habitao popular, nos termos do disposto na Lei n o 10.257, de 2001. 4 O Plano de Regularizao Fundiria Sustentvel deve garantir a implantao de instrumentos de gesto democrtica e demais instrumentos para o controle e monitoramento ambiental. 5 No Plano de Regularizao Fundiria Sustentvel deve ser assegurada a no ocupao de APP remanescentes.8

APA do Rio Descoberto, APA do Cafuringa, APA do So Bartolomeu, APA do Parano, APA Gama e Cabea de Veado e a APA do Planalto Central. Estao Ecolgica de guas Emendadas; Parque Nacional de Braslia; Estao Ecolgica do Jardim Botnico de Braslia e Reserva Ecolgica do IBGE.

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mxima a 10%, quando evidenciada sua incompatibilidade com os princpios da proporcionalidade e da razoabilidade, hipteses em que poder prevalecer a declividade mxima permitida pelo Cdigo Florestal, ou seja, at 30%, e estipuladas as compensaes e mitigaes pertinentes, conforme indicarem os respectivos estudos ambientais, caso a caso; 46. Considerando que o aumento do volume de procedimentos de licenciamento ambiental decorrente da regularizao dos parcelamentos irregulares evidencia a necessidade de dotar-se o ente licenciador de um nmero compatvel de profissionais habilitados10, bem como de, a exemplo da normatizao verificada no Estado de Minas Gerais, serem adotadas medidas de simplificao dos licenciamentos ambientais das atividades de impacto ambiental no significativo11, as quais, embora no aplicveis aos parcelamentos de solo, podem otimizar o trabalho do ente licenciador, revertendo-se em benefcio da regularizao objeto do presente Termo de Ajustamento de Conduta;

III CONSIDERAES DE ORDEM URBANSTICA

47. Considerando incumbir ao Poder Pblico local a promoo da poltica de desenvolvimento urbano, objetivando o pleno ordenamento das funes sociais da cidade e do territrio como um todo, de forma a garantir o bem-estar de suas populaes, consoante inteligncia do artigo 182 da Constituio Federal;

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Nos termos do art. 20 da Resoluo CONAMA 237/97, Os entes federados, para exercerem suas competncias licenciatrias, devero ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com carter deliberativo e, ainda, possuir em seus quadros ou sua disposio profissionais legalmente habilitados.

No Decreto 44.309, de 05 de junho de 2006, o Poder Executivo do Estado de Minas Gerais, ao estabelecer normas para o licenciamento ambiental e a Autorizao Ambiental de Funcionamento (AAF), tipificar e classificar as infraes s normas de proteo ao meio ambiente e aos recursos hdricos e estabelecer o procedimento administrativo de fiscalizao e aplicao das penalidades, reporta-se classificao dos empreendimentos e atividades em funo de seu porte e potencial poluidor e para dispensar aqueles considerados de impacto ambiental no significativos do processo de licenciamento ambiental, sujeitando-os Autorizao Ambiental de Funcionamento (AAF), nos seguintes termos: Art. 6 A localizao, construo, instalao, ampliao, modificao e operao de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como dos que possam causar degradao ambiental, dependero de prvio licenciamento ambiental ou autorizao ambiental de funcionamento. Art. 7 Os empreendimentos ou atividades considerados de impacto ambiental no significativo ficam dispensados do processo de licenciamento ambiental no nvel estadual, mas sujeitos autorizao ambiental de funcionamento, pelo rgo ambiental estadual competente, na forma e de acordo com os requisitos dispostos pelo COPAM, sem prejuzo da obteno de outras licenas ou autorizaes cabveis. Pargrafo nico. Para a instalao dos empreendimentos ou atividades de que trata o caput o empreendedor dever obter previamente o Formulrio de Orientao Bsica - FOBI.

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48. Considerando que incumbe ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal estabelecer a poltica de desenvolvimento urbano e de expanso urbana, e a tarefa de delimitar a funo social da propriedade urbana em seu territrio (art. 182, 1 e 2, da Constituio Federal); 49. Considerando que o Estatuto das Cidades estabelece, como uma de suas diretrizes, a regularizao fundiria e urbanizao, mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanizao, uso e ocupao do solo e edificao, consideradas a situao socioeconmica da populao envolvida e as normas ambientais (art. 2, XIV); 50. Considerando o disposto pela Lei n 6.766/79 quanto ao procedimento de licenciamento urbanstico de parcelamentos de solo para fins urbanos e notadamente que o artigo 53-A da Lei n 6.766/79, com a redao que lhe deu a Lei 9.785/99, expressa serem de interesse pblico as regularizaes de parcelamentos e de assentamentos vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial; 51. Considerando as diretrizes, os princpios e os instrumentos jurdicos, polticos e tcnicos estabelecidos pelo Estatuto das Cidades (Lei n 10.257/2001), que fixa normas de ordem pblica e interesse social reguladoras do uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurana e do bem-estar dos cidados, bem como do equilbrio ambiental, e, ainda, pela Medida Provisria n 2.220/2001 e demais normas vigentes aplicveis disciplina da ocupao e do uso do espao urbano; 52. Considerando que, nos termos do art. 42 do Estatuto da Cidade c/c os arts. 2 e 3, incisos III e V, da Resoluo n 34, de 01 de julho de 2005, do Conselho das Cidades, que regulamenta a aplicao de dispositivos do Captulo da Poltica Urbana da Constituio Federal e do Estatuto da Cidade, Lei Federal n 10.257, de 10 de julho de 2001, as funes sociais da cidade e da propriedade urbana so definidas a partir da identificao e definio dos imveis no edificados, subutilizados e no utilizados, sendo obrigatria, no Plano Diretor, a delimitao das reas urbanas onde podero ser aplicados o parcelamento, a edificao e a utilizao compulsrios; 53. Considerando que, embora o Estatuto da Cidade estabelea instrumentos especficos para garantir a funo social da propriedade urbana, combater a especulao imobiliria e evitar impactos ambientais desnecessrios sobre o territrio, os referidos instrumentos, a exemplo do IPTU progressivo e da edificao compulsria, ainda no foram adotados pelo Distrito Federal, apesar de, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, existirem em Braslia 53.000 imveis em condies de ocupao mantidos fechados por opo dos proprietrios; 54. Considerando a Poltica Urbana estabelecida pelos artigos 314 a 326 da Lei Orgnica do Distrito Federal;13

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55. Considerando as diretrizes da Poltica Habitacional do Distrito Federal previstas nos artigos 327 a 331 da Lei Orgnica do Distrito Federal; 56. Considerando o ordenamento territorial estabelecido pelo PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal Lei Complementar Distrital n 17/97; 57. Considerando que o direito de propriedade deve ser exercido com as limitaes estabelecidas pela legislao, incumbindo ao proprietrio ou ocupante a obrigao de respeitar as normas e regulamentos administrativos; 58. Considerando que a necessria garantia de acesso pblico s reas pblicas dos parcelamentos do solo para fins urbanos, ou seja, aos equipamentos pblicos urbanos e comunitrios e aos espaos livres de uso pblico, incompatvel com a manuteno ou construo de muros e guaritas; 59. Considerando a necessidade de se proceder regularizao dos denominados condomnios irregulares no contexto de implantao de Setores Habitacionais, de forma a que esses parcelamentos clandestinos de solo possam ser integrados malha urbana, garantido o repasse ao Distrito Federal dos espaos previstos na Lei n 6.766/79 para equipamentos pblicos e comunitrios e de trfego de veculos e pessoas, garantindo-se a ordenao da cidade sustentvel e democrtica, conforme preconiza o Estatuto das Cidades (Lei n 10.257/2001);

IV CONSIDERAES QUANTO AO PATRIMNIO PBLICO ENVOLVIDO

60. Considerando que a inviolabilidade do direito propriedade deve ser dimensionada em harmonia com o princpio, tambm constitucional, de sua funo social; 61. Considerando que a propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende as normas de ordenao do territrio, especialmente quanto proteo do meio ambiente, do patrimnio histrico, artstico, paisagstico e cultural, do acesso moradia e da contraprestao ao Poder Pblico pela valorizao imobiliria decorrente de sua ao (art. 182, 2, da Constituio Federal e 315, I, II e III, da Lei Orgnica do DF); 62. Considerando que o Estatuto da Cidade (Lei 10.257, de 10 de julho de 2001) estabelece, em seu artigo 2, inciso I, que a poltica urbana tem, entre suas diretrizes bsicas, o direito do cidado terra urbana e moradia, no intuito de ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade urbana;14

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63. Considerando que a Lei Orgnica do DF e o Estatuto da Cidade primam pelo atendimento prioritrio e diferenciado da populao de baixa renda, em favor de quem a regularizao fundiria de reas ocupadas deve ser levada a efeito mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanizao, uso e ocupao do solo e edificao, atentando-se para a sua situao socioeconmica; 64. Considerando que a Constituio Federal, em seu artigo 37, inciso XXI, determina que as alienaes de bens pertencentes ao Poder Pblico devero ser procedidas mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes. 65. Considerando que a licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao, devendo ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhe so correlatos (art. 3, caput, da Lei n 8.666/93); 66. Considerando que a licitao dispensvel e at inexigvel nos estritos casos previstos em lei (arts. 37, inciso XXI, da Constituio Federal e 24 a 26 da Lei n 8.666/93); 67. Considerando que o eg. Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ao Direta de Inconstitucionalidade ADI n 2990/DF, julgou constitucional o art. 3 da Lei n 9.296/96, que autoriza a venda direta de terras pblicas ocupadas localizadas na APA do Rio So Bartolomeu/DF; 68. Considerando que, a partir da r. deciso do eg. Supremo Tribunal Federal, divulgada no Informativo n 46312, entende-se que h verdadeira hiptese de inexigibilidade de licitao, por impossibilidade de competio no caso dos imveis ocupados, exclusivamente, para fins de moradia, nos termos do art. 25, caput, da Lei n 8.666/93;

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O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ao direta ajuizada pelo Procurador-Geral da Repblica e declarou a constitucionalidade do art. 3, e seus pargrafos, da Lei 9.262/96, que autoriza a venda individual das reas pblicas ocupadas e localizadas nos limites da rea de Proteo Ambiental da Bacia do Rio So Bartolomeu, no Distrito Federal, que sofreram processo de parcelamento reconhecido pela autoridade pblica, dispensando os procedimentos exigidos pela Lei 8.666/93. Entendeu-se que a lei impugnada reveste-se de razoabilidade e veio a solucionar situao excepcional problema social crnico e notrio vivido no Distrito Federal de ocupao sem controle dessas reas , gerada em funo, inclusive, do histrico da implantao da capital da Repblica. Considerou-se que a Unio, dentro dos limites de sua competncia legislativa para tratar da matria CF, art. 22, XXVII e art. 37, XXI, da CF criou verdadeira hiptese de inexigibilidade de licitao, tendo em conta a inviabilidade de competio, porquanto o loteamento ser regularizado exatamente com a venda para aquele que o ocupa (CF: Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:... XXVII - normas gerais de licitao...; Art. 37... XXI - ressalvados os casos especificados em legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo licitao pblica...). 15

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69. Considerando que o referido julgamento baseou-se na argumentao de que o parcelamento irregular de imveis pblicos no Distrito Federal um problema social crnico e notrio, cuja soluo s pode ser viabilizada mediante regularizao fundiria, por meio de venda direta em favor dos respectivos ocupantes;

V CONSIDERAES QUANTO QUESTO DOS REGISTROS PBLICOS

70. Considerando que indefinies quanto titularidade das terras de propriedade do Distrito Federal, tanto violam o disposto no art. 37 do Ato das Disposies Transitrias da Lei Orgnica do Distrito Federal13, promulgada em 8 de junho de 1993, quanto geram confuso fundiria que propicia investidas de grileiros e dificultam a regularizao dos registros dos parcelamentos de solo j consolidados; 71. Considerando a edio da Lei n 9.785, de 29 de janeiro de 1999, que alterou o Decreto-Lei n 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis n 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei dos Registros Pblicos), n 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (Lei do Parcelamento do Solo Urbano), n 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto das Cidades) e n 10.931, de 02 de agosto de 2004, que alterou o procedimento de retificao no Registro Imobilirio; 72. Considerando que a integridade das normas de legislao ordinria sobre aquisio, perda e funo da propriedade imvel deve ser vista, para a preservao da unidade interna e coerncia do sistema jurdico, atravs do prisma dos seus respectivos objetivos constitucionais; 73. Considerando que um dos objetivos das regras legais regulamentadoras do solo urbano visa proteo jurdica dos adquirentes de imveis, especialmente quando integrantes de loteamentos ou parcelamentos assemelhados; 74. Considerando que incumbe ao Poder Judicirio no apenas a clssica soluo conceitual de conflitos de interesses, mas principalmente a gerao de segurana jurdica, por isso que deve propiciar condies para a valorizao da cidadania e promover a justia social; 75. Considerando a possibilidade de se iniciar os procedimentos de registro de loteamentos irregulares junto aos Cartrios de Registros de Imveis onde se situem tais loteamentos, uma vez que estejam satisfeitos os pressupostos ambientais, urbansticos e demais requisitos que lhes sejam aplicveis;

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Art. 37. O Poder Pblico iniciar, no prazo de noventa dias da promulgao da Lei Orgnica, a identificao prvia de reas para o ajuizamento de aes discriminatrias, com vistas a separar as terras pblicas das particulares, bem como manter cadastro atualizado de seus recursos fundirios. 16

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76. Considerando que os Oficiais dos Cartrios de Registro podem suscitar ex officio procedimento de Dvida Registrria para o fim de verificar os pressupostos legais para o registro instaurando-se por conseguinte o respectivo procedimento de jurisdio voluntria junto Vara dos Registros Pblicos do Distrito Federal, no qual, com fulcro no art. 1109 do Cdigo de Processo Civil, o juiz no obrigado a observar critrio de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a soluo que reputar mais conveniente ou oportuna;

RESOLVEM CELEBRAR

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA com fundamento no art. 5, 6, da Lei 7.347/8514, nos seguintes termos: DAS CLUSULAS RELATIVAS AO MEIO AMBIENTE CLUSULA PRIMEIRA - O Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo assumem a obrigao de fazer consistente em elaborar e aprovar o Zoneamento EcolgicoEconmico ZEE do Distrito Federal, no prazo de 01 (um) ano, a contar da data da publicao deste Termo de Ajustamento de Conduta, prorrogvel, por motivo justificado, por 06 (seis) meses. CLUSULA SEGUNDA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em, no prazo de 06 (seis) meses, a contar da data da publicao deste Termo de Ajustamento de Conduta, disciplinar, em norma especfica, o licenciamento ambiental corretivo, destinado a empreendimentos cujas obras de implantao se verificaram sem prvia avaliao ambiental, para os quais no ser exigida a expedio de Licena Prvia (LP). Pargrafo nico Para os fins a que se destina a presente Clusula, o interessado dever ser formalmente convocado pelo ente licenciador para apresentar os documentos14

Art. 5 Tm legitimidade para propor a ao principal e a ao cautelar: (Redao dada pela Lei n ...omissis...

11.448, de 2007). 6 Os entes pblicos pblicos legitimados podero tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta s exigncias legais, mediante cominaes, que ter eficcia de ttulo executivo extrajudicial. (Includo pela Lei n 8.078, de 11.9.1990)

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referentes etapa de obteno de Licena Prvia LP juntamente com os relativos fase de Licena de Instalao LI. Devem, outrossim, ser exigidos os estudos ambientais compatveis com o carter corretivo do licenciamento, a exemplo do Relatrio de Controle Ambiental (RCA)15, exigido em casos de dispensa do EIA/Rima; do Plano de Controle Ambiental (PCA)16; do Relatrio de Avaliao de Desempenho Ambiental do Sistema de Controle e demais Medidas Mitigadoras (Rada)17, garantida ao ente licenciador a faculdade de exigir estudos especficos indicados para o caso concreto. CLUSULA TERCEIRA Assumem, ainda, o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em classificar, em anexo prprio, na normatizao referida na clusula anterior, os empreendimentos e atividades em funo de seu porte e potencial poluidor, e de dispensar os considerados de impacto ambiental no significativo do processo de licenciamento ambiental, sujeitando-os a um procedimento simplificado, a exemplo da Autorizao Ambiental de Funcionamento AAF.

Pargrafo nico. A dispensa do processo de licenciamento ambiental referido nesta clusula, embora no aplicvel aos parcelamentos irregulares do solo, classificados como de impacto significativo, possibilitar a otimizao das atividades do ente licenciador.

CLUSULA QUARTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em elaborar, no prazo de 01 (um) ano, a contar da data da publicao deste Termo de Ajustamento de Conduta, Projeto destinado a orientar o estabelecimento e manuteno de Corredores Ecolgicos entre as Unidades de Conservao de Proteo

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por meio do RCA que o empreendedor identifica as no conformidades efetivas ou potenciais decorrentes da instalao e da operao do empreendimento para o qual est sendo requerida a licena.

Estudo por meio do qual o empreendedor apresenta os planos e projetos capazes de prevenir e/ou controlar os impactos ambientais decorrentes da instalao e da operao do empreendimento para o qual est sendo requerida a licena, bem como para corrigir as no conformidades identificadas. O PCA sempre necessrio, independentemente da exigncia ou no de EIA/Rima, devendo ser solicitado durante a LI. Tem a finalidade de subsidiar a anlise do requerimento de reavaliao da Licena de Operao (LO). O procedimento de reavaliao da LO tem por objetivo fazer com que o desempenho ambiental do empreendimento seja formalmente submetido a uma avaliao peridica. Esse perodo correspondente ao prazo de vigncia da LO vencida. A reavaliao da LO tambm a oportunidade para o empreendedor explicitar compromissos ambientais voluntrios porventura assumidos, bem como algum passivo ambiental no conhecido ou no declarado por ocasio da LP, da LI, da primeira LO ou mesmo quando da ltima reavaliao.17

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Integral do Distrito Federal, em especial no vale do Rio So Bartolomeu, no Lago Parano e nas bacias do Alto Descoberto e do Rio Maranho.18 Pargrafo nico O Projeto a que se refere a presente clusula dever contemplar a execuo de projetos de educao ambiental destinados conscientizao e participao da populao das reas destinadas aos corredores ecolgicos e de implantao de viveiros para produo de mudas de espcies nativas destinadas ao reflorestamento dos corredores ecolgicos, de reas degradadas, de APP e de Reservas Legais. CLUSULA QUINTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em criar, no mbito do Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal FUNAM, no prazo de at 06 (seis) meses, a contar da data da publicao deste Termo de Ajustamento de Conduta, uma conta com rubrica prpria para execuo do Projeto de Implantao dos Corredores Ecolgicos e de recuperao de reas de Proteo Permanente, de reas degradadas e Reservas Legais, na qual sero depositadas as compensaes ambientais decorrentes da regularizao dos parcelamentos do solo. Pargrafo primeiro Assumem, da mesma forma, o encargo de, no prazo de 06 (seis) meses, a contar da data da publicao deste Termo de Ajustamento de Conduta, efetivar o funcionamento do Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal FUNAM/DF, promovendo, para tanto, regulamentao especfica e demais medidas legais e administrativas cabveis. Pargrafo segundo Assumem, outrossim, solidariamente com a TERRACAP, a obrigao de fazer consistente em registrar em cartrio a afetao das reas pblicas destinadas a Parques e a corredores ecolgicos. CLUSULA SEXTA O Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo, no que concerne ocupao das reas de Preservao Ambiental APA, assumem as obrigaes de fazer consistentes em proceder o rezoneamento da APA do So Bartolomeu, de acordo com as diretrizes de macrozoneamento do Plano Diretor de Ordenamento Territorial PDOT; elaborar os zoneamentos e planos de manejo das demais APA sob sua administrao, no prazo de at 02 (dois) anos, a contar da data da publicao da reviso do PDOT, alm de respeitar os demais zoneamentos e planos de manejo j existentes. Pargrafo nico Quanto declividade mxima admitida para as referidas Unidades de Conservao de uso sustentvel, em face do disposto na Resoluo CONAMA 10/88, deve ser definida caso a caso, nas Normas de Edificao, Uso e Gabarito ou equivalente instrumento de definio de parmetro de ocupao , relativas a cada lote,18

Podendo, para tanto, valer-se dos estudos da Organizao das Naes Unidas para a Educao, Cincia e Cultura UNESCO.

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tendo como parmetro inicial os 10% fixados na referida Resoluo, podendo, em face dos princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, ser admitido at o parmetro mximo de 30%, fixado pela Lei n 6766/79 e pelo Cdigo Florestal, condicionando-o a mitigaes e compensaes cabveis. CLUSULA STIMA Considerando a disciplina peculiar das reas de Proteo de Mananciais APM, assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em proceder a regularizao dos parcelamentos do solo para fins urbanos irregulares consolidados nessas reas conforme a comprovao da situao de fato e mediante observao de parmetros tcnicos que restrinjam seu uso e ocupao, nos moldes estabelecidos pela SEDUMA e pelo Instituto Braslia Ambiental, ouvida a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal CAESB. Pargrafo primeiro Obrigam-se, da mesma forma, a preservar as reas no atingidas por parcelamentos urbanos informais existentes no interior das reas de Proteo de Mananciais APM, tomando todas as medidas administrativas e judiciais cabveis para impedir que novos parcelamentos de solo para fins urbanos e edificaes irregulares sejam ali implantados. Pargrafo segundo Assumem, ainda, a obrigao de no fazer consistente em eximirse de implantar parcelamentos de solo para fins urbanos em reas de Proteo de Mananciais APM. Pargrafo terceiro Sem prejuzo da responsabilizao penal, administrativa e civil pelos danos causados ao meio ambiente, a violao a esta clusula implicar o pagamento de multa, pela qual respondero solidariamente os responsveis, equivalente a 50 (cinqenta) vezes o valor da remunerao do(s) agente(s) pblico(s) responsveis pela infrao. 19 CLUSULA OITAVA Caso no advenha deciso judicial que lhe retire a eficcia, assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em interpretar de forma estrita a Resoluo CONAMA n 369/2006 que regula a supresso de vegetao ou interveno em APP para Regularizao Fundiria Sustentvel de reas Urbanas , limitando sua aplicao s Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, e em casos excepcionais, desde que no haja outra alternativa vivel, e mediante observao de todos os requisitos estabelecidos pela referida norma. CLUSULA NONA Nas restritas hipteses onde for aplicvel a Resoluo CONAMA n 369/2006, assume o Distrito Federal, por intermdio de seu ente ambiental licenciador competente a obrigao de no fazer consistente em abster-se de19

Multa fixada com base no art.12, inciso III, da Lei n 8.429/92.

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permitir a supresso de vegetao ou interveno em APP para Regularizao Fundiria Sustentvel de reas Urbanas mediante mera autorizao, devendo faz-lo no bojo do licenciamento ambiental. Pargrafo nico Sem prejuzo da responsabilizao penal, administrativa e civil pelos danos causados ao meio ambiente, a violao a esta clusula implicar o pagamento de multa, pela qual respondero solidariamente os responsveis, equivalente a 10 (dez) vezes o valor da remunerao do(s) agente(s) pblico(s) responsvel(is) pela infrao, para cada autorizao indevidamente expedida. 20 CLUSULA DCIMA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em dotar o ente distrital competente para o licenciamento ambiental de cargos tcnicos e de fiscalizao, a serem providos por concurso pblico, em nmero suficiente e adequado para emisso de licenas ambientais no prazo legal e para conferir eficincia fiscalizao das atividades lesivas ao meio ambiente.

DAS CLUSULAS RELATIVAS ORDEM URBANSTICA

CLUSULA DCIMA PRIMEIRA Nos termos dos estudos j elaborados e divulgados pela antiga Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitao SEDUH, atual Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente SEDUMA, assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em proceder regularizao fundiria dos parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos por Setores Habitacionais, de modo a inseri-los e integr-los malha urbana e de prestao de servios pblicos do Distrito Federal. Pargrafo nico A regularizao fundiria poder ser feita de forma diversa da estabelecida nesta Clusula, nos casos dos parcelamentos irregulares situados em reas isoladas que no se enquadrarem em Setores Habitacionais. CLAUSULA DCIMA SEGUNDA O Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo, assumem a obrigao de fazer consistente em implementar polticas pblicas habitacionais para garantir o direito social moradia, na forma prevista no artigo 6 da Constituio Federal e nos artigos 327 e 328 da Lei Orgnica do Distrito Federal.

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Multa fixada com base no art.12, inciso III, da Lei n 8.429/92.

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CLUSULA DCIMA TERCEIRA Assume o Distrito Federal a obrigao de dar prioridade regularizao fundiria e urbanizao das reas ocupadas por populao de baixa renda, devendo, para tanto, ser institudas, no Plano Diretor de Ordenamento Territorial PDOT, ou outra norma distrital especificamente destinada a tanto, as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). CLUSULA DCIMA QUARTA Nos licenciamentos urbansticos, o Distrito Federal assume a obrigao de fazer consistente em exigir o cumprimento dos requisitos mnimos previstos na Lei n 6.766/79, especialmente os seguintes: Inciso I existncia de reas destinadas a sistemas de circulao e implantao de equipamentos pblicos urbanos e comunitrios, bem como espaos livres de uso pblico, que sero proporcionais densidade da ocupao; Inciso II instalao de infra-estrutura bsica, consistentes nos equipamentos urbanos de escoamento de guas pluviais, iluminao pblica, redes de esgoto sanitrio e abastecimento de gua potvel, energia eltrica pblica e domiciliar e vias de circulao; Inciso III acesso pblico s vias internas e externas do parcelamento, s reas destinadas implantao de equipamentos pblicos urbanos e comunitrios e aos espaos livres de uso pblico, sem qualquer muro externo, guarita ou outros obstculos no autorizados por lei. CLUSULA DCIMA QUINTA Nos parcelamentos irregulares do solo situados em reas pblicas, assume a TERRACAP a obrigao de fazer consistente em executar as exigncias constantes do licenciamento urbanstico.

DAS CLUSULAS RELATIVAS AO PATRIMNIO PBLICO

CLUSULA DCIMA SEXTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de observar, no procedimento de regularizao dos parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos em terras do Distrito Federal e da TERRACAP, os seguintes requisitos: Inciso I levantamento datado da situao dos imveis, por meio de fotografias, imagens ou outro meio que permita comprovar a ocupao da rea e a identificao do(s) ocupante(s); Inciso II - anlise das obras de infra-estrutura e equipamentos pblicos realizados por particulares, a fim de verificar se cumprem os requisitos ambientais e urbansticos especficos para os locais correspondentes, nos termos preconizados pelo presente Termo de Ajustamento de Conduta e legislao pertinente;22

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Inciso III - demolio das obras de infra-estrutura e equipamentos pblicos realizados, no passveis de regularizao sob os pontos de vista ambiental e/ou urbanstico, segundo as exigncias aludidas na inciso anterior; Inciso IV - regularizao ambiental e urbanstica das obras de infra-estrutura e equipamentos pblicos passveis de aproveitamento; Inciso V - regularizao registrria dos imveis, nos termos preconizados pelo presente Termo de Ajustamento de Conduta; Inciso VI avaliao econmica dos imveis a partir dos parmetros vigentes no mercado imobilirio, desconsiderando-se as valorizaes decorrentes de obras de infraestrutura que no tenham sido implementadas pelo Distrito Federal, acrescentada da necessria valorizao decorrente de obras pblicas que implicaram melhorias do sistema virio e outros aspectos urbansticos nos locais onde esto implantados os parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos; CLUSULA DCIMA STIMA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em proceder alienao diretamente aos ocupantes dos imveis pblicos urbanos devidamente reconhecidos como ocupados e regularizados por meio de processo administrativo prprio, nos termos do art. 25, caput, da Lei n 8.666/93 (inexigibilidade de licitao por inviabilidade de competio) na forma como restou decidido pelo eg. Supremo Tribunal Federal na ADI n 2990/DF, que julgou constitucional a Lei Federal n 9.262/96. CLUSULA DCIMA OITAVA A compra direta dos imveis, nos termos da Clusula anterior, ser condicionada comprovao das seguintes exigncias: Inciso I - que o ocupante adquirente do imvel mantenha no local sua nica moradia no Distrito Federal; Inciso II que a edificao tenha sido concluda, pelo menos, at o dia 31/12/2006, mediante comprovao de pagamento de IPTU ou de comprovante de residncia, tais como contas de servios pblicos, como de gua, de luz, de telefone; Inciso III que o ocupante adquirente do imvel seja civilmente capaz at 31/12/2006; Inciso IV que o ocupante adquirente do imvel, seu cnjuge ou companheiro(a) e filhos incapazes no tenham sido proprietrios de outro imvel urbano residencial no Distrito Federal a partir de 31/12/2006. Pargrafo primeiro Os imveis urbanos que no atendam aos requisitos previstos nesta Clusula sero alienados por licitao pblica na forma da Lei Federal n 8.666/93.

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Pargrafo segundo Sem prejuzo da responsabilizao penal, administrativa e civil pelos danos causados ao patrimnio pblico, a violao injustificada a esta clusula implicar o pagamento de multa, pela qual respondero solidariamente os responsveis, equivalente a 02 (duas) vezes o valor da remunerao do(s) agente(s) pblico(s) responsvel(eis) pela infrao, para cada imvel irregularmente alienado 21. Pargrafo terceiro No sero admitidos como comprovantes de moradia exigidos no inciso III desta Clusula quaisquer espcies de certificados de regularizao de posse, construo ou ocupao. CLUSULA DCIMA NONA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, a TERRACAP e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em alienar diretamente apenas um imvel por ocupante adquirente em todo o Distrito Federal, na forma prevista nas Clusulas Dcima Stima e Dcima Oitava. CLUSULA VIGSIMA Os imveis urbanos no edificados e os no ocupados para fins de moradia sero alienados por meio de licitao, na forma da Lei Federal n 8.666/93. Pargrafo primeiro O valor correspondente a cota-parte do investimento realizado por particular em obras de infra-estrutura e equipamentos pblicos ser indenizado pelo adquirente a quem for de direito. Pargrafo segundo Sem prejuzo da responsabilizao penal, administrativa e civil pelos danos causados ao patrimnio pblico, a violao injustificada ao caput desta Clusula implicar o pagamento de multa, pela qual respondero solidariamente os responsveis, equivalente a 02 (duas) vezes o valor da remunerao do(s) agente(s) pblico(s) responsvel(eis) pela infrao, para cada imvel irregularmente alienado 22. CLUSULA VIGSIMA PRIMEIRA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer, no prazo mximo de 24 (vinte e quatro) meses, a contar da data da notificao do direito de compra, consistente em adotar as medidas administrativas e judiciais necessrias para a retomada da posse dos imveis urbanos criados em decorrncia da regularizao dos parcelamentos do solo urbano implantados em terras pblicas que no forem adquiridos por seus ocupantes, na forma das Clusulas Dcima Stima e Dcima Oitava. Pargrafo nico Os imveis urbanos retomados pelo Distrito Federal ou pela TERRACAP sero alienados por licitao pblica, na forma da Lei Federal n 8.666/93.21 22

Multa fixada com base no art.12, inciso III, da Lei n 8.429/92. Multa fixada com base no art.12, inciso III, da Lei n 8.429/92.

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CLUSULA VIGSIMA SEGUNDA - Os imveis urbanos residenciais ocupados por populao de baixa renda (renda familiar de at cinco salrios mnimos) passaro, prioritariamente, pelo processo de regularizao urbanstica, ambiental e registraria; porm, sua alienao ser levada a efeito na forma do art. 17, inciso I, alnea f, da Lei n 8.666/93 e, se for onerosa, dever ser considerada a situao socioeconmica da populao envolvida.

DAS CLUSULAS DE INTERESSE GERAL

CLUSULA VIGSIMA TERCEIRA - Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em compatibilizar o Projeto de Lei Complementar de reviso do atual Plano Diretor de Ordenamento Territorial PDOT com os atos administrativos, legais e judiciais da regularizao dos parcelamentos de solo para fins urbanos hoje irregulares; de dot-lo dos instrumentos de garantia do direito cidade sustentvel previstos no Estatuto da Cidade; e de dot-lo de disposio que preveja sua compatibilizao com o Zoneamento Ecolgico-Econmico ZEE/DF, quando da aprovao deste. CLUSULA VIGSIMA QUARTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em elaborar e aprovar o Plano Diretor de Drenagem Pluvial do Distrito Federal, ao qual deve ser compatibilizada a execuo dos projetos de drenagem pluvial decorrentes da regularizao dos parcelamentos irregulares do solo urbano, no prazo de 02 (dois) anos, a contar da data da publicao da reviso do Plano Diretor de Ordenamento Territorial PDOT, prorrogvel, por motivo justificado, por 06 (seis) meses. CLUSULA VIGSIMA QUINTA Assumem o Distrito Federal, por intermdio de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e a entidade ambiental licenciadora competente a obrigao de fazer consistente em, de forma integrada, no mbito dos licenciamentos ambiental e urbanstico dos parcelamentos irregulares do solo: Inciso I exigir do empreendedor, nos casos dos parcelamentos j consolidados, os estudos ambientais adequados ao licenciamento ambiental corretivo, do qual necessariamente conste a indicao das reas de preservao permanente APP a serem desocupadas e/ou recuperadas, expedindo o Termo de Referncia adequado para sua elaborao;25

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Inciso II exigir do empreendedor o Estudo Prvio de Impacto Ambiental e Relatrio de Impacto Ambiental EPIA/RIMA ou demais instrumentos de avaliao ambiental institudos pela legislao pertinente, nas hipteses de criao e de implantao de Setores Habitacionais passveis de regularizao, dos quais necessariamente conste a indicao das reas de Preservao Permanente APP a serem desocupadas e/ou recuperadas, expedindo o Termo de Referncia adequado para sua elaborao; Inciso III exigir, na respectiva Licena de Instalao LI, nas hipteses de licenciamentos ambientais corretivos, a desocupao das reas de preservao permanente APP, no prazo de at 12 (doze) meses, contado da data da expedio da Licena de Instalao LI, a partir do qual ser iniciada a recuperao de todas as APP degradadas, inclusive as que no foram objeto de ocupao, a ser executada segundo cronograma estabelecido pelo ente ambiental competente no respectivo Plano de Recuperao de rea Degradada - PRAD; Inciso IV incluir as exigncias ambientais correspondentes a cada lote em que se verifiquem restries ambientais nas respectivas Normas de Edificao, Uso e Gabarito ou equivalente instrumento de definio de parmetro de ocupao; Inciso V estabelecer, a ttulo de compensao ambiental, o valor correspondente em dinheiro, a ser depositado no Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal FUNAM/DF, em conta com rubrica prpria para implantao de corredores ecolgicos e recuperao de APP, de reas degradadas e Reservas Legais; Inciso VI exigir dos parcelamentos urbanos irregulares implantados em zonas rurais uma compensao ambiental 5% (cinco por cento) maior, destinada a compensar as Reservas Legais perdidas; Inciso VII exigir a recuperao dos danos ambientas decorrentes da implantao irregular dos parcelamentos, segundo cronograma estabelecido pelo ente ambiental competente no respectivo Plano de Recuperao de rea Degradada PRAD; Inciso VIII exigir a supresso de muros e outros obstculos no admitidos na legislao pertinente ou incompatveis com a implantao de corredores ecolgicos; Inciso IX exigir a execuo das obras de saneamento ambiental redes de gua, esgoto e drenagem pluvial e implantao dos equipamentos pblicos pertinentes em prazo no superior a 04 (quatro) anos, nos termos da Lei n 6.766/79, contado a partir do registro imobilirio. CLUSULA VIGSIMA SEXTA Assumem o Distrito Federal, por intermdio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e o Instituto Braslia Ambiental a obrigao de fazer consistente em incluir nos Termos de Referncia destinados a orientar os Estudos Prvios de Impacto Ambiental e Relatrios de Impacto Ambiental EPIA/RIMA ou demais instrumentos de avaliao ambiental institudos pela legislao pertinente, dos Setores Habitacionais passveis de regularizao e, no que lhes for aplicvel, os estudos indicados para os parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos implantados em reas isoladas, alm das exigncias da Resoluo26

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CONAMA n 001/86 e demais normas aplicveis, as seguintes exigncias e consideraes: Inciso I delimitao, por meio de levantamento de campo ou imagens de sensoriamento remoto das reas de preservao permanente APP a serem desobstrudas e a proposta de Plano de Recuperao de rea Degradada para a recuperao de APP e demais reas degradadas em razo da implantao irregular do parcelamento; Inciso II indicao das reas propcias execuo de obras de saneamento ambiental redes de gua, esgoto e drenagem pluvial; Inciso III definio do sistema de coleta seletiva, tratamento ou reciclagem/reutilizao e destinao final de resduos slidos, notadamente os domsticos, da construo civil, da atividade empresarial comum e de podas de gramados, galhos e rvores; Inciso IV a indicao das tcnicas de infiltrao e/ou dissipao de energia adequadas a impedir o lanamento final das guas pluviais diretamente nos corpos hdricos, a perda da recarga de fontes de gua subterrneas, a lixiviao excessiva do solo e a formao de processos erosivos; Inciso V indicao das reas propcias instalao de equipamentos pblicos e comunitrios, assim definidos pela Lei n 6.766/79, bem como as estratgias a serem adotadas para formar o Setor Habitacional e integrar os parcelamentos de solo s malhas urbana e de prestao de servios do Distrito Federal; Inciso VI indicao de alternativas para adequao do sistema virio; Inciso VII proposta de formao de corredores ecolgicos entre unidades de conservao federais e distritais, de zonas de amortecimento e de parques ecolgicos e de uso mltiplo; Inciso VIII indicao das reas propcias instalao de equipamentos pblicos, das reas destinadas a sistemas de circulao, bem como a espaos livres de uso pblico, que devero ser proporcionais densidade da ocupao; Inciso IX indicao de alternativas para adequao do sistema virio com vistas a propiciar a articulao das vias dos loteamentos com as vias adjacentes oficiais, de forma a garantir o acesso pblico s vias internas, bem como s reas destinadas implantao de equipamentos pblicos urbanos e comunitrios e aos espaos livres de uso pblico; Inciso X anlise do adensamento populacional, do uso e ocupao do solo, da valorizao imobiliria, da gerao de trfego e demanda por transporte pblico, de ventilao e iluminao, da paisagem urbana e do patrimnio natural e cultural. CLUSULA VIGSIMA STIMA Nas hipteses de licenciamento ambiental corretivo dos parcelamentos irregulares, assumem o Distrito Federal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e a entidade ambiental27

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licenciadora competente a obrigao de fazer consistente em adaptar os parmetros estabelecidos na clusula anterior aos Termos de Referncia destinados a orientar os estudos ambientais pertinentes. CLUSULA VIGSIMA OITAVA Assumem o Distrito Federal, por sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e o Instituto Braslia Ambiental a obrigao de fazer consistente em garantir que as Licenas de Instalao Corretivas expedidas para regularizao dos parcelamentos do solo contenham, obrigatoriamente: Inciso I a definio das obras de saneamento ambiental previamente aprovadas no respectivo estudo ambiental; Inciso II a delimitao, por meio de levantamento de campo ou imagens de sensoriamento remoto das reas de preservao permanente APP a serem desobstrudas, e a apresentao da proposta de Plano de Recuperao de rea Degradada PRAD para a recuperao de APP e demais reas degradadas em razo da implantao irregular do parcelamento; Inciso III a desconstituio das obras erigidas em APP como requisito para a concesso da Licena de Operao LO e a exigncia de que a desconstituio se verifique no prazo de 12 (doze) meses a contar da data de expedio da LI Corretiva; Inciso IV a exigncia de que a recuperao das reas degradadas e das APP atingidas pelos parcelamentos irregulares seja executada nos termos do cronograma estabelecido no Plano de Recuperao de rea Degradada PRAD aprovado, cuja execuo deve ter incio imediato aps a expedio da Licena de Instalao Corretiva LI; Inciso V a exigncia de compensao ambiental a ser prestada em dinheiro e destinada ao Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal FUNAM, para a formao dos corredores ecolgicos, recuperao de reas degradadas e parques, a ser acrescida em 5% (cinco por cento) nas hipteses de supresso da reserva legal das reas indevidamente parceladas para fins urbanos em zona rural; Inciso VI a definio do projeto urbanstico do Setor Habitacional a ser implantado com a precisa indicao das reas propcias instalao de equipamentos pblicos e comunitrios, assim definidos pela Lei n 6.766/79; a exigncia de supresso de muros e outros obstculos no admitidos na legislao pertinente ou incompatveis com a implantao de corredores ecolgicos; a definio das estratgias a serem adotadas para a integrao, quando o caso, ao Setor Habitacional correspondente; e a insero dos parcelamentos de solo malha urbana e de prestao de servios do Distrito Federal; Inciso VII a definio de medidas mitigadoras destinadas a minorar os impactos causados na bacia hidrogrfica, na unidade de conservao de uso sustentvel, ou outros espaos especialmente protegidos atingidos pela implantao irregular do setor habitacional ou o parcelamento do solo para fins urbanos isolado, notadamente: Alnea a a definio da recuperao de reas de preservao permanente APP; Alnea b a compatibilizao com a manuteno de corredores ecolgicos.28

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CLUSULA VIGSIMA NONA- Assumem o Distrito Federal, por intermdio de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e o Instituto Braslia Ambiental a obrigao de fazer consistente em condicionar a expedio da Licena de Operao LO dos parcelamentos irregulares do solo e dos respectivos Setores Habitacionais execuo de todas as obras de saneamento ambiental e ao cumprimento de todas as exigncias e condicionantes estabelecidas na correspondente Licena de Instalao LI. CLUSULA TRIGSIMA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em adequar, quando da renovao e se necessrio, os Licenciamentos Ambientais e Urbansticos de parcelamentos irregulares do solo e de Setores Habitacionais em curso aos parmetros estabelecidos no presente Termo de Ajustamento de Conduta. CLUSULA TRIGSIMA PRIMEIRA Assume a TERRACAP a obrigao de fazer consistente em, na qualidade de empreendedora, promover a regularizao dos parcelamentos urbanos implantados em reas pblicas de sua propriedade, de acordo com as normas estabelecidas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial PDOT, incumbindo-lhe, para tanto, as seguintes obrigaes: Inciso I requerer, no prazo de at (02) anos, a contar da data da publicao deste TAC, os licenciamentos ambiental e urbanstico pertinentes; Inciso II promover os estudos e licenciamentos ambientais e urbansticos exigidos pelos entes pblicos licenciadores; Inciso III to logo obtida a Licena de Instalao LI, promover o registro do loteamento no Cartrio de Registro de Imveis pertinente e depositar, no prazo de at 12 (doze) meses contados do registro imobilirio, o valor da compensao ambiental no Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal - FUNAM, em conta com rubrica especfica para implantao de Corredores Ecolgicos, recuperao de APP, reas degradadas, parques e Reservas Legais; Inciso IV desocupar, no prazo de 12 (doze) meses, a contar da expedio da Licena de Instalao Corretiva, as reas de preservao permanente APP onde se verificarem edificaes, transferindo, quando necessrio, seus ocupantes para outra rea, de preferncia no mesmo parcelamento; Inciso V recuperar, segundo o cronograma constante do Plano de Recuperao de rea Degradada PRAD aprovado pelo ente ambiental no respectivo licenciamento, todas as reas de preservao permanente APP degradadas existentes no(s) parcelamento(s); Inciso VI recuperar os demais danos ambientas decorrentes da implantao irregular do(s) parcelamento(s) do solo, segundo cronograma constante do Plano de Recuperao de rea Degradada PRAD aprovado pelo ente ambiental no respectivo licenciamento;29

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Inciso VII desconstituir muros ou outros obstculos fsicos incompatveis com a legislao pertinente ou com a formao e manuteno de corredores ecolgicos, nos termos determinados pelos respectivos licenciamentos; Inciso VIII executar, nos prazos previstos no respectivo licenciamento, as obras de saneamento ambiental redes de gua, esgoto e drenagem pluvial , de forma coordenada com os demais integrantes da Administrao Pblica afetos s reas referidas, devendo, para tanto, ser observados os respectivos Planos Diretores de Saneamento Bsico vigentes. CLUSULA TRIGSIMA SEGUNDA Assume o Distrito Federal, por sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, as obrigaes de fazer consistentes em, no prazo de 18 (dezoito) meses, a contar da data da publicao deste TAC, implementar sistema de monitoramento remoto por imagens de satlite da ocupao do solo urbano do Distrito Federal, mediante projeto piloto que abranja as reas do Setor Habitacional Vicente Pires, do Setor Habitacional Sol Nascente, da Vila Estrutural, do plo JK e dos Setores Habitacionais Jardim Botnico e So Bartolomeu, e de disponibilizar a consulta ao sistema de monitoramento ao Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios e a todos os integrantes da Administrao Pblica do Distrito Federal cujas atribuies guardem correlao com o ordenamento territorial. Pargrafo nico Assume o Distrito Federal, outrossim, as obrigaes de fazer consistentes em estender o monitoramento por imagens de satlite da ocupao do solo urbano a todo o Distrito Federal, e de disponibilizar a consulta ao sistema de monitoramento ao Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios e a todos os integrantes da Administrao Pblica do Distrito Federal cujas atribuies guardem correlao com o ordenamento territorial. CLUSULA TRIGSIMA TERCEIRA Em complementao ao monitoramento remoto, assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo a obrigao de fazer consistente em adotar medidas efetivas, integradas e coordenadas entre os vrios entes pblicos com competncia para fiscalizao, represso e combate ocupao irregular do solo, destinadas imediata represso e remoo de atos ilcitos que impliquem invaso de terras, principalmente as pblicas, e parcelamentos irregulares do solo no territrio do Distrito Federal. CLUSULA TRIGSIMA QUARTA Assume o Distrito Federal a obrigao de fazer consistente em disponibilizar, no prazo de 03 (trs) meses, a contar da data de publicao deste TAC, populao do Distrito Federal um nmero telefnico de trs dgitos destinado ao servio de DISQUE-DENNCIA, ao qual deve ser dada ampla publicidade, destinado a registrar as denncias e reclamaes de invases de terras e parcelamentos irregulares do solo, tornando-o apto a deflagrar medidas de inteligncia especficas para sua imediata represso e remoo.30

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CLUSULA TRIGSIMA QUINTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo, nas hipteses de parcelamentos urbanos irregulares implantados em terras particulares em que o Distrito Federal disponha de meios e instrumentos para assumir sua regularizao, a obrigao de fazer consistente em adotar os mesmos parmetros exigidos neste TAC. CLUSULA TRIGSIMA SEXTA Assumem o Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo, nas hipteses em que a regularizao de parcelamentos urbanos irregulares for assumida por particular, na qualidade de empreendedor, a obrigao de fazer consistente em aplicar os mesmos critrios estabelecidos no presente TAC quanto aos licenciamentos, estudos, condicionantes, exigncias, limitaes e compensaes pertinentes. CLUSULA TRIGSIMA STIMA Assume a TERRACAP a obrigao de fazer consistente em promover as medidas necessrias viabilizao da regularizao fundiria, individualizando as terras pblicas e particulares, bem como implantar e manter um cadastro atualizado da situao fundiria. CLUSULA TRIGSIMA OITAVA O Distrito Federal, por suas Secretarias de Estado, e demais entes pblicos aqui representados pelos signatrios deste termo, assumem a obrigao de fazer consistente em publicar, na ntegra, o presente Termo de Ajustamento de Conduta no Dirio Oficial do Distrito Federal e em pelo menos 2 (dois) peridicos de grande circulao no Distrito Federal, no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir da data de sua assinatura.

DAS DISPOSIES GERAIS

CLUSULA TRIGSIMA NONA As disposies do presente Termo de Ajustamento de Conduta so aplicveis: Inciso I aos parcelamentos irregulares do solo para fins urbanos constantes do ANEXO I, que parte essencial do presente ajuste;23 Inciso II s Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, cujos indicativos constam do ANEXO II, que parte essencial do presente ajuste;24

23

Relao dos parcelamentos do solo passveis de regularizao, com a devida denominao, localizao e nmero de

processo administrativo correspondente.

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Inciso III s ocupaes urbanas em reas de Proteo de Mananciais APM, cujos indicativos constam do ANEXO III, que parte essencial do presente ajuste;25. Pargrafo nico Os Anexos previstos nesta Clusula no asseguram qualquer direito relativo regularizao fundiria, urbanstica ou ambiental, que somente ocorrer por meio do atendimento integral ao presente Termo de Ajustamento de Conduta e demais exigncias legais pertinentes. CLUSULA QUADRAGSIMA - Excetuadas as hipteses nas quais a clusula penal pelo descumprimento das obrigaes ora assumidas tenha sido estipulada de forma especfica, em disposio prpria, sem prejuzo da responsabilizao penal, administrativa e civil do agente pblico autor da infrao, a violao injustificada a qualquer das obrigaes ora pactuadas implicar o pagamento de multa diria, pela qual respondero solidariamente os responsveis, no valor equivalente a R$ 1.000,00 (mil reais), a contar da data da efetiva notificao extrajudicial do Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios, exigvel at o adimplemento da obrigao, nos termos do artigo 156 da Lei Orgnica do Distrito Federal. Pargrafo primeiro A multa ora pactuada no substitutiva da obrigao assumida, que remanesce aplicao desta e no exime os agentes pblicos do fiel cumprimento do que foi acordado. Pargrafo segundo O valor correspondente s multas decorrentes da violao aos compromissos ora assumidos ser revertido ao Fundo nico de Meio Ambiente do Distrito Federal FUNAM, de que trata o art. 74 da Lei distrital n. 41, de 13 de setembro de 1989, e dever ser depositado na conta destinada a custear o Projeto de formao e manuteno de corredores ecolgicos e recuperao de reas de preservao permanente APP, reas degradadas e de reserva legal. Pargrafo terceiro O valor monetrio das multas pactuadas ser corrigido, a partir da data da efetiva notificao extrajudicial do MPDFT, com base na taxa SELIC ou outro indexador que venha a substitu-la, de acordo com as diretrizes legais traadas pelo Poder Pblico Federal, de sorte a assegurar a eficcia e o valor real das multas acordadas.

24

Relao das ZEIS Zonas Especiais de Interesse Social, com a devida denominao, localizao e nmero de processo

administrativo correspondente. 25

Relao das APM reas de Proteo de Mananciais, com a devida denominao, localizao e nmero de processo

administrativo correspondente.

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MINISTRIO PBLICO DA UNIO MINISTRIO PBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA N 002/2007 MPDFT/GDF

CLUSULA QUADRAGSIMA PRIMEIRA Salvo disposio em contrrio, os prazos para o cumprimento das obrigaes ora assumidas tero incio a partir da data de publicao do presente Termo de Ajustamento de Conduta. CLUSULA QUADRAGSIMA SEGUNDA Este compromisso produzir efeitos legais a partir de sua celebrao, e ter eficcia de ttulo executivo extrajudicial, na forma do artigo 5., 6., da Lei n. 7.347/85, e artigo 585, VII, do Cdigo de Processo Civil. CLUSULA QUADRAGSIMA TERCEIRA - O Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios acompanhar e fiscalizar o fiel cumprimento do presente Termo de Ajustamento de Conduta, promovendo a notificao extrajudicial dos agentes e entes pblicos signatrios para o cumprimento especfico das Clusulas violadas ou quando se verificar omisso em cumpri-las, bem como promovendo as demandas judiciais penais (Cdigo Penal Brasileiro), de res