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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO DE FARMÁCIA MARCO ANTONIO LOBO AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE) Santos SP Novembro - 2010

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Page 1: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

MARCO ANTONIO LOBO

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO

E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE

TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)

Santos – SP

Novembro - 2010

Page 2: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE FARMÁCIA

MARCO ANTONIO LOBO

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO

E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE

TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)

Trabalho de conclusão de curso de Farmácia

apresentado como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em Farmácia à

Faculdade de Ciências e Tecnologia da

Universidade Santa Cecília, sob a orientação da

Profª Drª Luciana Lopes Guimarães Fernandes.

Santos – SP

Novembro – 2010

Page 3: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

MARCO ANTONIO LOBO

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATO

E FRAÇÕES OBTIDOS A PARTIR DO RIZOMA DE

TYPHA DOMINGENSIS PERS (TYPHACEAE)

Trabalho de conclusão do curso de Farmácia apresentado como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em farmácia à Faculdade de Ciências e Tecnologia da

Universidade Santa Cecília.

Data de Aprovação:

07/11/2010

Orientadora:

Profª. Drª. Luciana Lopes Guimarães Fernandes.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. José Eduardo Pandini Cardoso Filho.

Profª. Drª. Fabiana Gaspar Gonzalez.

Page 4: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, pois sem Ele, nada seria possível e não estaríamos aqui

reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos que nos são tão importantes.

Page 5: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar sempre do meu lado mostrando o caminho e me dando

forca para que este trabalho fosse realizado.

Aos meus pais que se sempre se esforçaram e se sacrificaram por mim. Obrigado pelo

amor, carinho e educação que vocês me deram, tudo que sou devo a vocês.

A Profª Dra. Luciana Lopes Guimarães que me ajudou da melhor forma possível,

me incentivando a realizar este trabalho de iniciação cientifica e passando seus conhecimentos

para que concluísse este trabalho.

Ao Sandro e toda a equipe do laboratório de Biologia Marinha que me ajudou

intensamente preparando os todos os materiais, cedendo os laboratórios e equipamentos

utilizados na execução desse trabalho.

Ao Laboratório de Ecotoxicologia que gentilmente me emprestou o equipamento

utilizado.

A toda equipe do Laboratório de Química que me forneceu os materiais e

equipamentos utilizados no preparo e analise fitoquimica.

A Universidade Santa Cecília pelo espaço cedido.

Ao Profº Ms. Edson Spanghero Dalur pela cobrança e conhecimentos passados.

A todos os Professores do Curso de Farmácia que passaram seus conhecimentos,

não citarei nomes para não ser injusto, pois todos contribuíram direta ou indiretamente na

construção do profissional que serei.

Aos colegas de classe pela convivência e momentos de alegria.

Ao Profº Paulo de Salles Penteado Sampaio e Sr. Toninho do HUSC, pela força que

me deram cedendo o espaço, às vezes até em horários fora da jornada de trabalho.

E a minha namorada Mariana Garcia Gaeta, que me deu força pra terminar o

trabalho.

Page 6: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

EPÍGRAFE

É errôneo servi-se de meios imorais para conseguir objetivos morais.

(Martin Luther King)

Page 7: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

RESUMO

Typha domingensis Pers (Typhaceae), popularmente conhecido como Taboa, Tifa, é

um vegetal encontrado em pântanos, margens de lagos e brejos de regiões tropicais, sendo

utilizado como rica fonte de amido, material para vestuário, artesanato em geral, entre outros.

Dentre as principais propriedades medicinais já comprovadas, pode-se citar atividade

diurética, antidiarrêica e antiinflamatória, porém não há relatos de estudos sobre a possível

atividade antifúngica, o que tornou relevante a avaliação desta atividade para o extrato obtido

a partir de seus rizomas. O método de seleção do vegetal foi feito a partir da evidenciação da

presença de compostos polifenólicos nos rizomas da Typha domingensis Pers (TOMA, 2009).

Na obtenção das frações para a realização das análises fitoquímicas e microbiológicas, os

rizomas foram submetidos à maceração por sete dias, utilizando uma mistura de acetona: água

(7:3 v; v) como solvente. Após a extração, o extrato foi seco em rotaevaporador e submetido

ao fracionamento em solventes de diferentes polaridades (acetato de etila, água e n-butanol).

Análises fitoquímicas revelaram a presença de taninos e flavonóides na fração acetato de etila.

O potencial antifúngico para as três frações foi avaliado em Candida albicans, Candida

tropicalis, Candida parapsilosis e Candida glabrata pelo método de macrodiluição em caldo,

realizando uma série de quatro concentrações (1,25 mg, 2,5 mg, 5 mg e 10 mg). A única

fração que apresentou atividade inibitória foi a fração acetato de etila com a concentração

inibitória mínima de 10 mg, podendo relacionar tais dados com a presença de taninos e

flavonóides, uma vez que já foram descritos, referido potencial antifúngico. Assim, existe ou

há a necessidade da realização de estudos (in vivo) toxicológicos e farmacoeconômicos para

avaliar sua possível viabilidade.

Unitermos: Typha domingensis, Antifúngicos, Candida albicans.

Page 8: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

ABSTRACT

Typha domingensis Pers (Typhaceae), popularly known as Bulrush, Cattail, is a plant

found in swamps, margins of lakes and swamps of tropical regions, being used as a rich

source of starch, material for clothing, crafts in general, among others. Among the proven

medicinal properties, one can cite diuretic activity, anti-diarrheal and anti-inflammatory, but

there are no reports of studies on the possible antifungal activity, which was relevant to assess

this activity for the extract obtained from its rhizomes. The method of plant selection was

made from the disclosure of the presence of polyphenolic compounds in the rhizomes of

Typha domingensis Pers (TOMA, 2009). To obtain the fractions to carry out the

phytochemical analysis and microbiological tests, the rhizomes were subjected to maceration

for seven days, using a mixture of acetone: water (7:3 v; v) as solvent. After extraction, the

extract was dried in a rotary evaporator and subjected to fractionation in solvents of different

polarities (ethyl acetate, water and n-butanol). Phytochemical analysis revealed the presence

of tannins and flavonoids in the ethyl acetate fraction. The antifungal activity for the three

fractions was evaluated in Candida albicans, Candida tropicalis, Candida parapsilosis and

Candida glabrata by the method of macrodilution in broth, making a series of four

concentrations (1.25 mg, 2.5 mg, 5 mg and 10 mg ). The only fraction that showed inhibitory

activity was the ethyl acetate fraction with a minimum inhibitory concentration of 10 mg and

can correlate these data with the presence of tannins and flavonoids, as have been described,

such potential antifungal agent. Thus there is or there is a need for studies (in vivo)

toxicological and pharmacoeconomics to assess their potential viability.

Keywords: Typha domingensis, Antifungal, Candida albicans.

Page 9: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultado dos testes de susceptibilidade....................................... 32

Page 10: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fotos da Typha domingensis Pers (tiradas no local da coleta)... 20

Figura 2 – Foto do rizoma da Tifa..................................................................... 25

Figura 3 – Amostra vegetal sendo submetida ao processo de secagem

em estufa................ 26

Figura 4 – Exsicata.............................................................................................. 26

Figura 5 – Placas de petri (meio Agar Sabouraud-Dextrose)......................... 33

Figura 6 – Teste preliminar para identificação de Flavonóides..................... 34

Figura 7 – Teste preliminar para identificação de Taninos............................ 35

Page 11: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 15

1.1 Candida albicans e a Candidíase............................................................ 15

1.2 Tratamento antifúngico.......................................................................... 15

1.2.1 Anfotericina B................................................................................ 15

1.2.2 Flucitosina....................................................................................... 16

1.2.3 Azóis................................................................................................ 16

1.2.4 Equinocandinas.............................................................................. 17

1.2.5 Griseofulvina................................................................................... 18

1.2.6 Terbinafina..................................................................................... 18

1.2.7 Nistatina.......................................................................................... 19

1.2.8 Alilaminas....................................................................................... 19

1.3 Typha domingensis Pers.......................................................................... 19

1.4 Metabolismo vegetal secundário........................................................... 23

1.4.1 Compostos fenólicos....................................................................... 23

2. OBJETIVOS................................................................................................... 24

3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................... 25

3.1 Obtenção do extrato seco e suas frações......................................... 25

3.1.1 Coleta e identificação......................................................... 25

3.1.2 Preparo dos extratos e suas frações.................................. 26

3.2 Perfil Fitoquímico.............................................................................. 27

3.2.1 Flavonóides......................................................................... 27

3.2.1.1 Reações de Shinoda ou Cianidina...................... 28

3.2.1.2 Reação com Hidróxido de sódio......................... 28

3.2.1.3 Reação com Cloreto férrico................................ 28

3.2.1.4 Reação com Ácido sulfúrico concentrado......... 28

3.2.2 Taninos................................................................................ 29

3.2.2.1 Reação com Sais de chumbo (Acetato)............... 29

3.2.2.2 Reação com Sais de cobre (Acetato)................... 29

3.2.2.3 Reação com Sais de ferro.................................... 29

3.2.2.4 Reação com Acetato de chumbo......................... 29

Page 12: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3.3 Preparo das soluções-estoque para os testes de susceptibilidade

aos extratos vegetais......... 29

3.4 Cultivo de fungos e preparação do inóculo..................................... 30

3.5 Realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais.... 30

3.5.1 Diluição em caldo realizada em tubos (macrodiluição)... 30

3.5.2 Leitura e interpretação dos resultados.............................. 31

4. RESULTADOS................................................................................................ 32

4.1 Testes de susceptibilidade.................................................................. 32

4.2 Testes fitoquímicos............................................................................ 33

4.2.1 Flavonóides.......................................................................... 34

4.2.2 Taninos................................................................................. 35

5. DISCUSSÃO..................................................................................................... 36

6. CONCLUSÃO.................................................................................................. 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 39

Page 13: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

INTRODUÇÃO

Há muitos agentes antifúngicos disponíveis para o tratamento de infecções fúngicas, e

estes estão disponíveis em várias formas farmacêuticas, quer para uso tópico ou sistêmico.

Os principais agentes pertencem ao grupo dos polienos tais como a Anfotericina B e

Nistatina, ou os azólicos, tais como o Itraconazol e Fluconazol. No entanto, devido à

necessidade de tratamento prolongado, alto custo, toxicidade e ação limitada das drogas

clássicas, novos produtos eficazes são elaborados para tratamento destas (ARENAS, 1993).

Nos últimos anos, tanto a gravidade quanto a incidência das infecções fúngicas em

seres humanos tiveram um aumento crescente, devido, na maior parte, aos avanços na

cirurgia, na oncologia e em cuidados intensivos, os quais foram acompanhados no aumento do

uso de fármacos antimicrobianos de amplo espectro, bem como resultado de um aumento no

número de pacientes com risco de adquirir infecções micóticas (ALVES et al., 1999).

A farmacoterapia das doenças fúngicas foi revolucionada pela introdução dos Azóis

orais relativamente atóxicos e das equinocandinas. A terapia de associação está sendo

reconsiderada, e novas formulações de fármacos antigos estão surgindo. Infelizmente, o

aparecimento de cepas resistentes aos antifúngicos Azóis e o aumento no número de pacientes

com riscos de adquirir infecções micóticas, criaram novos desafios (HUSSAIN et al., 1986).

Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis são classificados nas respectivas

categorias: fármacos sistêmicos (orais e parenterais) para infecções sistêmicas, fármacos orais

para infecções mucocutâneas e fármacos tópicos para infecções mucocutâneas.

Os fármacos antifúngicos sistêmicos para infecções sistêmicas são: A Anfotericina B,

a flucitosina (5-FC), a classe dos Azóis (Cetoconazol, Fluconazol, Miconazol...) e as

equinocandinas (caspofungina) (SIMÕES et al., 2004).

Os fármacos antifúngicos sistêmicos (orais) para infecções mucocutâneas são: A

Griseofulvina e a terbinafina.

Os fármacos tópicos para infecções mucocutâneas são: A Nistatina, Azóis tópicos

(Clotrimazol, Miconazol...) e as Alilaminas tópicas.

O uso de extrato de plantas com propriedades antimicrobianas tem grande significado

no tratamento terapêutico. Muitas plantas da flora brasileira são exploradas na medicina

popular devido a sua megadiversidade. A presença de compostos bioativos (ex: Flavonóides,

Taninos) estimula a busca pela descoberta de novos agentes antimicrobianos (ZUANAZZI &

MONTANHA, 2004). Com isso, o método de seleção do vegetal foi feito a partir da

Page 14: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

evidenciação da presença de compostos polifenólicos nos rizomas da Typha domingensis Pers

(TOMA, 2009).

Typha domingensis Pers é uma espécie da família Typhaceae, ocorre em brejos das

regiões temperadas e tropicais do mundo inteiro. Dentre uma vasta sinonímia vulgar, tem-se:

taboa, tifa, bucha, Capim-de-Esteira (MAIA et al., 2005). Seu rizoma tem propriedades

medicinais, como adstringente e diurético. É usado na alimentação, sendo rico em amido

(NILRATNISAKORN et al., 2007).

Devido ao aumento da incidência de infecções fúngicas causadas por oportunistas

como a Candida albicans e relacionando com os problemas do tratamento com antifúngicos

existentes no mercado, este trabalho foi realizado a fim de se obter uma nova opção

terapêutica de origem fitoterápica contra o patógeno Candida albicans a partir dos rizomas da

Typha domingensis Pers, conhecida popularmente como Tifa e encontrada em regiões

alagadas na nossa região. Para a identificação dos possíveis metabolitos secundários que

constituem os rizomas de Typha domingensis Pers, realizou-se analises fitoquímicas com as

frações testadas no experimento.

Page 15: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Candida albicans e a Candidíase

A Candida albicans é um fungo oportunista normalmente encontrado como parte da

flora do meio ambiente. As infecções por estes fungos são normalmente oportunistas, com

evolução rápida do processo infeccioso micótico, caracterizando imunodeficiência.

A candidíase é uma doença fúngica causada freqüentemente pelo fungo Candida

albicans. Assume particular importância clínica em infecções da boca e mucosa vaginal

benignas, e infecções sistêmicas malignas em pacientes imunodeprimidos, normalmente

pacientes oncológicos ou portadores da AIDS.

A candidíase oral e esofágica diagnosticada por infecções causadas por Candida na

região oro - traqueal tratada com agentes tópicos, infecção por rota exógena (inalação de

esporos) (ALBA et al., 1996).

Infecções mucocutâneas causadas por candida na região genital são caracterizadas por

candidíase vaginal ou vulvovaginal. Frequentemente dada por infecção de rota endógena, ou

seja, causada por agentes da própria microbiota (ANDREU et al., 2001).

A Tinea cruris, infecção intertriginosa, doença acometida pelo aparecimento de fungos

do gênero dermatófitos ou pela levedura Candida albicans, normalmente na região da virilha.

Outras doenças importantes são a onicomicose, a paroníquia, candidose interdigital,

estas, as infecções causadas por candida aos tecidos queratinosos (pêlo, pele, unha e anexos)

(SOARES & CURY, 2001).

1.2 Tratamento Antifúngico

1.2.1 Anfotericina B

O tratamento tradicional de micoses sistêmicas é a terapia com anfotericina B

Intravenosa, um macrolídio poliênico, inibidor da síntese de ergosterol da membrana celular

fúngica (GALLIS et al., 1990).

Page 16: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Tratamento antifúngico parenteral, de alta efetividade, boa escolha para pacientes

imunocomprometidos, entretanto, a administração de anfotericina B está associada a efeitos

adversos importantes com comprovada toxicidade renal, cardíaca e hepática.

1.2.2 Flucitosina

A flucitosina descoberta em 1957, ao acaso, inicialmente pesquisada como um

antineoplásico tornou-se evidente sua ação como um potente agente antifúngico. Análogo

hidrossolúvel da pirimidina, inibidor da síntese de DNA e RNA. Espectro muito mais estreito

que o da anfotericina B, utilizada em associação com a anfotericina B para diminuição de

reações tóxicas renais (BLOCK & BENNETT, 1972).

1.2.3 Azóis

Os azóis são antimicóticos, químicos, de largo espectro, atuando sobre leveduras e

bolores, apresentam um anel imidazol livre unido a outros anéis aromáticos por meio de uma

união N-C em posição 1. Os imidazóis foram descobertos em 1949, sendo que o nitrato de

imidazol foi utilizado experimentalmente pela primeira vez em 1967. Atualmente dispõe-se de

vários derivados do imidazol para uso sistêmico ou tópico no tratamento de diversas infecções

micóticas (REX et al., 1997).

Recentemente os triazólicos têm recebido maior destaque, sobretudo o fluconazol e o

itraconazol, ambos com largo espectro de ação e efeitos tóxicos bastante reduzidos. Pela sua

freqüente utilização, tem-se observado resistência entre os fungos, principalmente por

espécies de Candida (LACAZ & NEGRO, 1991; ARENAS, 1993; ALVES, et al., 1999).

O principal mecanismo de ação dos azólicos é a inibição da biossíntese do ergosterol,

que é importante para a integridade e a manutenção da função da membrana celular dos

fungos. Os imidazóis inibem a incorporação do acetato de ergosterol, inibindo a lanosterol

desmetilase, por interferência no citocromo P-450 da levedura, trazendo como conseqüência

alterações na fluidez e permeabilidade da membrana citoplasmática do fungo, prejudicando a

captação dos nutrientes, o que se traduz por inibição do crescimento fúngico, originando

alterações morfológicas que resultam em necrose celular (RICHARDSON & WARNOCK,

1993; ALVES et al., 1999).

A metabolização dos azóis é principalmente por via hepática, sendo os efeitos

colaterais mais comuns náuseas e vômitos quando utilizados por via sistêmica, além de

Page 17: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

eritema, ardência, descamação, edema, prurido, urticária e formação de vesículas no uso

tópico (SANDE & MANDELL, 1987; ARENAS, 1993).

Os imidazóis apresentam menor grau de especificidade do que os triazóis, explicando

a sua maior incidência de interações medicamentosas e efeitos colaterais.

Os Azóis de uso tópico mais comum são o Miconazol e o Clotrimazol, não sendo

necessária a apresentação da prescrição médica para a obtenção e usualmente utilizados para

candidíase vulvovaginal. O Miconazol (Daktarin Gel oral) nos últimos anos tem sido a droga

de eleição no tratamento de candidoses orais, sendo este utilizado por via tópica. O

Clotrimazol é uma alternativa ao tratamento da candidíase oral de Nistatina, pois, confere um

sabor mais agradável (PAIVA et al., 2009).

Ambos os agentes na forma de creme, mostram-se úteis para infecções por

dermatófitos, incluindo tinha do corpo, tinha do pé e tinha inguinal. Baixa absorção,

resultando efeitos adversos diminuídos (LONGHINI et al., 2007).

Há também o Cetoconazol na forma de xampu, para tratamento da dermatite

seborréica e pitiríase versicolor.

1.2.4 Equinocandinas

As equinocandinas constituem a classe mais nova de agentes antifúngicos. Trata-se de

grandes peptídeos cíclicos ligados a um ácido graxo de cadeia longa. Derivados semi-

sintéticos da equinocandina B e apresentam um mecanismo de ação diferente dos outros

antifúngicos, porque agem na parede celular (e não na membrana celular do fungo), inibindo a

síntese de (1-3) glucano. Essa inibição resulta na ruptura da parede celular e morte do

fungo. Conseqüentemente, não existem efeitos na membrana celular do hospedeiro, e a

tolerância à droga é baixa (MANISCALCHI et al, 2004). As informações disponíveis

atualmente sugerem que as equinocandinas são mais bem caracterizadas pela atividade

concentração-dependente do que os demais agentes antifúngicos. A caspofungina foi a

primeira análoga equinocandina disponível para uso. Todas as espécies de candida com

importância clínica são sensíveis à caspofungina, incluindo as espécies resistentes ao

fluconazol. Há certa controvérsia sobre a sua eficácia na Candida parapsilosis. A droga é

solúvel em água e incompatível com soluções de glicose. Não existem estudos em crianças e

RN, mas estudos em adultos sugerem que ela é segura e que pode ser mais efetiva dos que os

azoles por sua ação fungicida (MOREIRA, 2005).

Page 18: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

1.2.5 Griseofulvina

Os fármacos antifúngicos sistêmicos (orais) para infecções mucocutâneas são: A

griseofulvina e a terbinafina.

A griseofulvina é um fármaco fungistático muito insolúvel, derivado de uma espécie

de Penicillium. Sua única aplicação é observada no tratamento sistêmico da dermatofitose

(SOARES & CURY, 2001).

A griseofulvina ainda é considerada como um medicamento eficaz, seguro e barato,

tornando a droga de escolha para a micose do couro cabeludo, apesar dos vários efeitos

adversos que podem ocorrer (dor de cabeça, distúrbio gastrintestinal, boca seca, reações

alérgicas como urticária, eritema, etc.) e intolerância ao produto expresso por alguns

pacientes. Embora griseofulvina tenha sido eficaz, há relatos de recidivas, sendo necessária

sua substituição por outro agente antifúngico (MANISCALCHI et al, 2004).

O mecanismo de ação em nível celular ainda não é bem elucidado, porém há

confirmação que o fármaco deposita-se na pele recém-formada, onde se liga à ceratina,

protegendo a pele de nova infecção.

Há, porém, tendência de que a griseofulvina seja retirada do mercado, tal como já

ocorreu na Bélgica (LATEUR, 2000).

1.2.6 Terbinafina

A terbinafina é um antifúngico pertencente à classe das alilaminas, que possui

atividade fungistática e fungicida contra dermatófitos e algumas leveduras, o que, na rotina

clínica, redundaria em cura mais rápida e com redução nos índices de recidiva (VILLARS &

JONES, 1992). Age inibindo a enzima esqualeno oxidase, que sintetiza o ergosterol,

importante para a síntese da membrana celular em muitos fungos, não interfere com o

citocromo p-450 e, portanto, não tem efeitos tóxicos graves. Em contraste, a anfotericina B

liga-se ao ergosterol, formando poros, e deste modo, interferindo na permeabilidade da

membrana celular fúngica e permitindo o extravasamento de componentes celulares. Também

tem a capacidade de ligar-se ao colesterol das membranas humanas levando à sérios efeitos

tóxicos (HUSSAIN et al., 1986). A administração diária de um comprimido durante 12

semanas produz uma taxa de cura de até 90% na onicomicose.

Page 19: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

1.2.7 Nistatina

Os fármacos tópicos para infecções mucocutâneas são: A nistatina, azóis tópicos

(clotrimazol, miconazol...) e as alilaminas tópicas.

A nistatina é um macrolídio poliênico muito semelhante à anfotericina B. Por ser

demasiadamente tóxica por via parenteral, é utilizada apenas topicamente para uso em

infecções causadas por candida. As indicações mais comuns incluem candidíase vaginal,

infecções intertriginosas e afta orofaríngea (ODDS, 1988). A Nistatina é a opção terapêutica

mais freqüente, utilizada em diversos lugares da América do Sul e América Central (como por

exemplo, Cuba, Brasil, Argentina, México) para tratamento da candidíase vaginal. Em muitos

casos, o paciente pratica a automedicação, o que significa que segue um desenvolvimento

inadequado do tratamento e isto leva, por sua vez, falhas terapêuticas. Existem poucos estudos

publicados sobre a sensibilidade in vitro à nistatina, de modo que as questões dos critérios de

resistência e sensibilidade não são claramente definidas (PAIVA et al., 2009). Segundo vários

autores, o aparecimento de resistência à nistatina in vitro é um evento que ocorre raramente,

mas não existe um critério definido de resistência (ANDREU et al., 2001). Isso quer dizer

que, apenas a correlação entre os resultados in vitro com aqueles obtidos in vivo irá revelar na

verdade, a resistência à droga.

1.2.8 Alilaminas

E por último as alilaminas tópicas, entre elas a terbinafina e a naftifina, são disponíveis

na forma de cremes tópicos eficazes na tinha inguinal e tinha de corpo. São umas das drogas

antifúngicas mais potencialmente ativas, em baixas concentrações contra dermatófitos

(GAZIM et al., 2008).

1.3 Typha domingensis Pers

Typha domingensis Pers (Figura 1) é uma espécie da família Typhaceae, ocorre em

brejos das regiões temperadas e tropicais do mundo inteiro. Dentre uma vasta sinonímia

vulgar, tem-se: taboa, tifa, bucha, capim-de-esteira (MAIA ET AL., 2005). Seu rizoma tem

propriedades medicinais, como adstringente e diurético. É usado na alimentação, sendo rico

em amido (NILRATNISAKORN et al., 2007).

Page 20: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Macrófitas desempenham um importante papel ecológico em ecossistemas,

promovendo a oxigenação da água, protegendo contra processos erosivos nas margens

(ESTEVES & CAMARGO, 1986), aumentando a heterogeneidade física e seqüestrando

sedimentos (COLLIER, 2002), atuando como bioindicadores (DEMIREZEN & AKSOY,

2006), e removendo alguns compostos químicos da água (NILRATNISAKORN et al., 2007).

Sob determinados tipos de distúrbios, algumas espécies de macrófitas pode tornar-se

dominante (FOLONI & PITELLI, 2005).

Figura 1.

(a) (b) (c)

Figura 1. Typha domingensis Pers TYPHACEAE

(a) Foto tirada da Tifa em seu local de coleta.

(b) Zoom da espiga.

(c) Parte onde se encontra o rizoma.

Typha é um gênero dentre onze espécies de plantas monocotiledôneas da família

monogenérica, Typhaceae. O gênero tem uma distribuição em grande parte do Hemisfério

Norte, mas é, essencialmente, cosmopolita, sendo encontrado em uma variedade de hábitat de

zonas úmidas. Estas plantas são conhecidas em Inglês Britânico como junco, bullrush ou

reedmace, e em Inglês Americano como taboa, punks, cattail ou Corndog grama.

A Taboa é alternada e na maior parte básica de um tronco simples e junta que

eventualmente carrega as flores. Os rizomas espalham horizontalmente abaixo da superfície

Page 21: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

do terreno lamacento para iniciar novo crescimento vertical e a proliferação de taboas é uma

parte importante do processo de corpos d'água abertos a serem convertidos em pântanos com

vegetação e, eventualmente, terra seca (ESTEVES & CAMARGO, 1986).

Plantas Typha são monóicas, ou seja, apresentam órgãos sexuais dos dois sexos, e a

dispersão do pólen é feita pelo vento (Wind-pollinated), e portam flores unissexuais em

desenvolvimento denso, pontos complexos. A haste floral masculino se desenvolve na parte

superior da haste vertical, acima da espiga de flores femininas (MAIA et al., 2005).

As flores macho (estaminadas) são reduzidas a um par de estames e os cabelos secam

uma vez que o pólen se desprende, deixando um curto prazo, parte-tronco nu acima da

inflorescência feminina. O cluster denso de flores femininas forma uma espiga cilíndrica cerca

de 10 a até 40 cm de comprimento e 1 a 4 cm de largura. As sementes (cerca de 0,2

milímetros de comprimento), e ligadas a um fio de cabelo fino ou caule, que tem efeitos do

vento na dispersão. A taboa é freqüente, entre as plantas do pantanal, a primeira a colonizar

áreas recém-expostas à lama molhada (ROCHA et al., 2009).

A espécie mais difundida é a Typha latifolia, que se estende por todo o hemisfério,

com maior índice no hemisfério norte. A T. angustifolia é quase tão difundida, mas não se

estende até o norte, é introduzida e invasora na América do Norte. T. domingensis é uma

espécie mais sul-americana, enquanto T. laxmannii em pouca quantidade, sendo restrita à Ásia

e em partes do sul da Europa (COLLIER, 2002).

Plantas Typha crescem ao longo das margens dos lagos e nos pântanos,

freqüentemente em colônias densas, e é por vezes considerada uma erva daninha nos

pantanais gerenciados (FOLONI & PITELLI, 2005).

Na América do Norte, as Taboas nativas estão sendo cada vez mais suplantadas pela

Typha angustifólia e Typha glauca. A Taboa tem uma grande variedade de peças que são

comestíveis pelos humanos. O rizoma é uma fonte de alimento agradável, nutritivo e rico em

energia, geralmente colhido a partir do Outono até o início da Primavera. Além dos rizomas,

não se conhece muito sobre sua parte emergida, hastes laterais que são muito saborosas.

Como a haste floral está a desenvolver no início do verão, ela pode ser quebrada e comida

como o milho na espiga. Em meados do verão, quando as flores masculinas estão maduras, o

pólen pode ser coletado e usado como um complemento de farinha ou espessante. A Taboa,

recentemente, também foi sugerida como uma fonte de petróleo.

A Taboa tem sido utilizada para aumentar a micção, ou esmagada, usada para fazer

uma gelatinosa massa para feridas, furúnculos, feridas, queimaduras, cicatrizes, inflamações, e

pústulas da varíola.

Page 22: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

As sementes de Typha são muito pequenas, embutidas em um pára-quedas, e de forma

muito eficaz na dispersão no vento. Os principais fatores de desintegração são utilizados por

alguns pássaros a linha de seus ninhos. O material felpudo também foi usado por nativos

americanos, como combustível para acender fogo (HELDRETH, 2008).

Tribos nativas americanas também utilizam a taboa na produção de mocassins (tipo de

calçado), fornecendo material de cama, fraldas, talco de bebê, e outros. Um nome indígena de

taboa significava "fruta para dormir". Hoje, algumas pessoas ainda usam a taboa até como

itens de material de vestuário e travesseiros.

Também tem sido utilizada para preencher coletes salva-vidas da mesma forma como

a Sumaúma (árvore de culto indígena).

Se estiver utilizando a taboa para enchimento de almofadas, sugere-se a utilização de

materiais de grande espessura, pois, pode provocar uma reação na pele semelhante à urticária.

A taboa pode ser usada como fonte de etanol, em vez de cereais. Elas têm a vantagem

de que elas não exigem muito, se for o caso, a manutenção (HELDRETH, 2008).

Um experimento informal mostrou que a Taboa é capaz de remover o arsênio, o que é

perigoso quando consumido por seres humanos, a partir de água potável. Esse sistema de

filtragem pode ser uma maneira de fornecer filtração de água com baixo custo para as nações

em desenvolvimento (GRAHAM, 2009).

Eu apoiaria um estudo sério de Taboa como fonte de energia potencial. Douglas Pratt é

citado na “Estrela de Washington” por recomendar várias vantagens para Taboa. “Desde que

crescem em zonas úmidas, a taboa não compete por terras que poderiam ser utilizadas para

cultivos e florestas, e a drenagem é desnecessária”. A taboa usa alguns poluentes como

nutrientes. Fazendas de Taboa perto de estações de tratamento de esgoto podem limpar

nitrogênio e fósforo da problemática dos efluentes. Diferentemente da energia nuclear e de

combustíveis fósseis, a taboa não adiciona calor e dióxido de carbono para a terra. As plantas

usam a energia do sol e dióxido de carbono da atmosfera para a produção de amidos e

açúcares através da fotossíntese. Este calor e o gás são devolvidos ao ciclo quando a taboa é

usada como combustível (NILRATNISAKORN, 2007).

Page 23: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

1.4 Metabolismo vegetal secundário

O metabolismo secundário origina compostos que não possuem uma distribuição

universal, pois não são necessários para todas as plantas. Como conseqüência prática, esses

compostos podem ser utilizados em estudos taxonômicos (quimiosistemática).

Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta

complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação das plantas com

o meio ambiente. Um dos principais componentes do meio externo cuja interação é mediada

por compostos do metabolismo secundário são os fatores bióticos. Desse modo, produtos

secundários possuem um papel contra a herbivoria, ataque de patógenos, competição entre

plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e

microorganismos simbiontes. Contudo, produtos secundários também possuem ação protetora

em relação a estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de temperatura,

conteúdo de água, níveis de luz, exposição à UV e deficiência de nutrientes minerais.

A seguir iremos considerar um dos grandes grupos de compostos do metabolismo

secundário.

1.4.1 Compostos Fenólicos

Os fenólicos são um grupo de compostos presentes no nosso dia a dia, embora nem

sempre nos demos conta disso. Desse modo, muito do sabor, odor e coloração de diversos

vegetais que apreciamos são gerados por compostos fenólicos. Alguns desses compostos,

como o aldeído cinâmico da canela (Cinnamomum zeyllanicum) e a vanilina da baunilha

(Vanilla planifolia), são inclusive empregados na indústria de alimentos. Os compostos

fenólicos não são apenas atrativos para nós, mas também para outros animais, os quais são

atraídos para polinização ou dispersão de sementes. Além disso, esse grupo de compostos tem

como principal atividade biológica proteger as plantas contra os raios UV, insetos, fungos,

vírus e bactérias. Há inclusive certas espécies vegetais que desenvolveram compostos

fenólicos para inibir o crescimento de outras plantas competidoras (ação alelopática).

Além de sua importância na proteção das plantas contra fatores ambientais e bióticos

adversos, acredita-se que os compostos fenólicos tenham sido fundamentais para a própria

conquista do ambiente terrestre pelas plantas. Quimicamente dizendo, os chamados

compostos fenólicos são substâncias que possuem pelo menos um anel aromático no qual ao

menos um hidrogênio é substituído por um grupamento hidroxila (ZANON et al, 2006).

Page 24: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

2. OBJETIVOS

No presente trabalho pretende-se avaliar o potencial antifúngico de fitoconstituintes

presentes em extratos e frações obtidos a partir do rizoma da Typha domingensis Pers

(espécies vegetais aquáticas presentes no litoral da Baixada Santista) em culturas de Candida

albicans, Candida glabrata, Candida parapsilosis e Candida tropicalis servindo como esteio

para o desenvolvimento de novas drogas no tratamento de doenças fúngicas, como a

candidíase.

Page 25: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente projeto foi executado nos laboratórios da Universidade Santa Cecília.

3.1 Obtenção do extrato seco e suas frações

3.1.1 Coleta e identificação

Os rizomas de Typha domingensis Pers (Figura 2), foram coletados na cidade de

Guarujá-SP, na Rodovia SP-061 (km 9), identificados pela equipe de botânicos da

Universidade Santa Cecília, encaminhados ao Herbário da Universidade Santa Cecília

(HUSC) e submetidos ao processo de secagem em estufa à 45ºC por 7 dias consecutivos

(Figura 3). Foi realizada a exsicata da planta (Figura 4) e armazenada no HUSC sob o registro

de N° 6131.

Figura 2.

Foto do rizoma da Tifa

Page 26: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Figura 3.

Amostra vegetal sendo submetida ao processo de secagem em estufa

Figura 4.

Exsicata

3.1.2 Preparo dos extratos secos e suas frações

A amostra vegetal seca foi fragmentada por seccionamento sofrendo processo de

trituração, utilizando liquidificador e submetido à maceração com Hexano (proporção de 50g

de rizoma/300 ml de Hexano) para ser realizada a purificação, pelo método de maceração por

sete dias.

Page 27: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Em seguida, foi realizada a extração do extrato seco, utilizando acetona: água (7:3 v;

v), pelo método de maceração durante sete dias, utilizando-se a amostra vegetal que havia

sido submetida à maceração com hexano, na proporção de 50g da amostra/300 ml da solução

de acetona hidratada acima mencionada.

O extrato seco foi submetido à secagem em rotaevaporador, e em seguida realizou-se

partição líquido: líquido com solventes de polaridade crescente, obtendo-se assim frações

semi-purificadas. Esta metodologia proporciona um adequado clean up dos extratos polares

(Calixto & Yunes, 2001).

O extrato seco foi dissolvido em água (na proporção de 20g/150 ml), e colocado em

um funil de separação; foram adicionados 50 ml de acetato de etila ao funil de separação e

extraiu-se por três vezes. Em seguida, a fase aquosa foi particionada também com n-butanol

(3x50ml).

As frações Butanol, Acetato de etila e fração Aquosa, foram submetidas à secagem,

utilizando o rotaevaporador. Assim, obtivemos advindos dos seguintes solventes: três frações

(água, acetato de etila e n-butanol) (FARIA, 2009).

3.2 Perfil Fitoquímico

3.2.1 Flavonóides

Segundo Costa, previamente aos experimentos foi realizado um processo extrativo

utilizando-se 1,5g das frações, tratadas com 10 ml de éter de petróleo, agitando-se durante 10

minutos e aquecendo-se ocasionalmente em banho-maria.

Esperou-se a sedimentação do pó e retirou-se com uma pipeta de Pasteur o líquido.

Adicionou-se ao pó que ficou dentro do béquer, 10 ml de metanol e aqueceu-se em banho-

maria por 10 minutos, solubilizando periodicamente com o bastão de vidro. Foi filtrado o

material utilizando algodão, ainda quente. Evaporou-se o filtrado na chapa de aquecimento e

solubilizou-se o resíduo com 5 ml de etanol. Foram realizadas as reações de caracterização

(Shinoda, Hidróxido de sódio, Cloreto férrico e Ácido sulfúrico concentrado). Para controle

foi utilizado um tubo de ensaio ou lâmina de vidro apenas com a solução obtida no

procedimento extrativo acima, comparando-se assim com as soluções obtidas nas reações de

caracterização.

Page 28: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3.2.1.1 Reações de Shinoda ou Cianidina

Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio, em seguida foram colocados

fragmentos de magnésio, e adicionadas 5 gotas de HCl concentrado cuidadosamente

(verificando a efervescência). O resultado é considerado positivo com a formação da

coloração com tonalidade (avermelhada, laranja rosa, vermelho) comparada com o tubo

controle (COSTA, 2000).

3.2.1.2 Reação com Hidróxido de Sódio

Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionados 2 ml de

solução de hidróxido de sódio a 2%. O resultado é considerado positivo com a formação de

coloração amarela comparada ao tubo controle (COSTA, 2000).

3.2.1.3 Reação com cloreto férrico

Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionadas 3 gotas da

solução de cloreto férrico a 4,5%. O resultado é considerado positivo com a formação da

coloração verde, amarela, verde-castanho ou violeta comparada ao tubo controle (COSTA,

2000).

3.2.1.4 Reação com ácido sulfúrico concentrado

Foram colocados 2 ml das frações em um tubo de ensaio e adicionadas algumas gotas

de ácido sulfúrico concentrado. O resultado é considerado positivo para flavonas e flavonóis

com a formação da coloração fortemente amarelada, as flavononas originam coloração que

podem variar de a laranja a vermelho, e as chalconas e auronas formam coloração que variam

do vermelho ao carmim (SIMÕES et al., 2004).

Page 29: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3.2.2 Taninos

3.2.2.1 Reação com sais de Chumbo (acetato)

Foram adicionadas algumas gotas de solução aquosa de acetato de chumbo a 10% p/v

em 2 ml das frações. Normalmente surge precipitado volumoso e denso (COSTA, 2000).

3.2.2.2 Reação com sais de cobre (acetato)

Foram adicionadas algumas gotas de solução aquosa de acetato de cobre a 3% p/v em

2 ml das frações. É considerado positivo o aparecimento de um precipitado de coloração azul-

esverdeada (COSTA, 2000).

3.2.2.3 Reação com sais de ferro

Foram acrescentados 5 ml de água destilada e algumas gotas da solução de cloreto

férrico 2% em 2 ml das frações. Nesta reação, os taninos hidrolisáveis produzem coloração

azul-violeta e os taninos condensados coloração esverdeada (COSTA, 2000).

3.2.2.4 Reação com acetato de chumbo

Foram adicionados 10 ml de ácido acético diluído a 10% e cerca de 5 ml de solução de

acetato de chumbo 10% em 5 ml das frações. A reação é considerada positiva para galho

taninos com a formação de um precipitado. Nestas circunstâncias, o ácido acético conserva os

catequina taninos dissolvidos e evita sua precipitação (COSTA, 2000).

3.3 Preparo das soluções-estoque para os testes de susceptibilidade aos

extratos vegetais

As frações (n-butanol, água e acetato de etila) foram re-suspensas em etanol 30%, de

modo a se obter uma concentração final de 100mg de extrato seco/ml, sendo então esta

solução denominada solução estoque.

Page 30: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3.4 Cultivo de fungos e preparação do inóculo

Culturas de Candida albicans, Candida globrata, Candida parapsilosis e Candida

tropicalis foram cultivadas em meio Sabouraud-Dextrose, em temperatura de 35°C, com ao

menos três repiques sucessivos de 24 horas previamente ao experimento.

Para a realização dos ensaios de determinação da concentração inibitória mínima, no

dia do experimento as leveduras foram contadas e a suspensão do inóculo foi ajustada para 2,5

x 103 céls/ml com meio Sabouraud-dextrose.

3.5 Realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais

Para realização dos testes de susceptibilidade aos extratos vegetais, foi utilizado o

método de macrodiluição em caldo, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo NCCLS

(1997), descrito em detalhes por Colombo (1994).

3.5.1 Diluição em caldo realizada em tubos (macrodiluição)

A partir das soluções-estoque (extrato n-butanólico, extrato aquoso, extrato acetato de

etila e extrato hexânico), foram diluídas no meio TSB e distribuídas em tubos esterilizados, de

modo a obter-se 0,1 mL de 10 vezes as concentrações finais desejadas do extrato.

Para essa finalidade, a partir das soluções-estoque (100mg/ml), diluições sucessivas

foram realizadas para obter-se uma série de quatro concentrações variando de 100 a 12,5

mg/ml (10 vezes as concentrações finais desejadas do extrato).

No dia do experimento, a suspensão inicial do inóculo de cada microrganismo foi

preparada de acordo com a metodologia descrita no item 4. Terminada a preparação, 0,9 ml

do inóculo foi dispensada em cada tubo contendo 0,1ml do extrato de 10 vezes as

concentrações desejadas de extrato. Ao final do experimento o inóculo foi testado em 4 tubos

contendo as concentrações finais variando de 10 a 1,25 mg/ml de extrato.

Adicionalmente, para cada ensaio, foi preparado um tubo-controle positivo contendo

apenas o diluente do extrato e a solução meio-inóculo. Os tubos foram incubados a 35°C por

48 horas para Candida albicans, Candida glabrata, Candida parapsilosis e Candida

tropicalis. Decorrido o tempo de incubação, as leveduras foram lavadas em meio Sabouraud-

dextrose estéril, semeadas em meio semi-sólido (Agar Sabouraud-dextrose) e incubadas a

35°C.

Page 31: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

3.5.2 Leitura e interpretação dos resultados

Após 24 horas de incubação para Candida albicans, Candida glabrata, Candida

parapsilosis, Candida tropicalis, a menor concentração capaz de inibir o crescimento do

microrganismo foi identificada como a Concentração mínima inibitória (CIM) do extrato para

este microrganismo.

Os experimentos foram realizados em triplicata e repetidos três vezes.

Page 32: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

4. RESULTADOS

4.1 Testes de susceptibilidade

No presente trabalho observou-se atividade antifúngica da fração acetato de etila

(figura 5), obtida a partir do extrato dos rizomas da Typha domingensis Pers, em todas as

espécies testadas, com valores de CIM de 10 mg/ml das mesmas (Tabela 1).

Tabela 1.

Fração/Conc.

Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg

C. albicans N N N N

C. parapsilosis N N N N

C. tropicalis N N N N

C. glabrata N N N N

N- Butanol

Fração/Conc.

Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg

C. albicans P N N N

C. parapsilosis P N N N

C. tropicalis P N N N

C. glabrata P N N N

Acetato de Etila

Fração/Conc.

Espécie 10 mg 5 mg 2,5 mg 1,25 mg

C. albicans N N N N

C. parapsilosis N N N N

C. tropicalis N N N N

C. glabrata N N N N

Água

P: resultado positivo, ou seja, inibição do crescimento fúngico.

N: resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico.

Page 33: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Figura 5.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 5. Meio Agar Sabouraud-Dextrose

(a) Inibição da Candida albicans pela fração Acetato de Etila na concentração de 10

mg/ml.

(b) Placas controle.

(c) Resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico (fração aquosa).

(d) Resultado negativo, ou seja, crescimento fúngico (fração n-butanol).

4.2 Testes fitoquímicos

Segundo Costa, as análises fitoquímicas revelaram a provável presença de Taninos e

Flavonóides na amostra através dos testes preliminares, dando o resultado positivo apenas

para a fração acetato de etila (figura 6 e figura 7).

Page 34: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

4.2.1 Flavonóides

Figura 6.

(a) (b) (c) (d) (e)

(a) Solução em branco, somente para comparação (fração acetato de etila).

(b) Shinoda: resultado considerado positivo pela formação da coloração avermelhada.

(c) Hidróxido de sódio: resultado considerado positivo, coloração amarelada.

(d) Cloreto Férrico: resultado positivo, aparecimento da cor verde-castanho.

(e) Ácido sulfúrico: resultado considerado positivo para chalconas e auronas, pela

formação da coloração vermelho carmim.

Page 35: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

4.2.2 Taninos

Figura 7.

(a) (b) (c) (d) (e)

(a) Solução em branco, somente para comparação (fração acetato de etila).

(b) Sais de Chumbo: resultado considerado positivo pela formação de um precipitado

volumoso e denso.

(c) Sais de Cobre: resultado positivo, formação da coloração azul-esverdeada.

(d) Sais de Ferro: resultado positivo para Taninos condensados pelo aparecimento da

coloração esverdeada.

(e) Acetato de Chumbo: resultado positivo para galho taninos, aparecimento de um

precipitado.

Page 36: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

5. DISCUSSÃO

A utilização de substâncias antibióticas ou antimicrobianas representa talvez um dos

maiores avanços da farmacoterapia. Estas substâncias estão entre os fármacos mais utilizados

em ambulatórios e hospitais e têm reduzido drasticamente a incidência de muitas doenças

infecciosas (FRANCO et al., 2007; LOGUERCIO et al., 2005).

A observação de propriedades terapêuticas em determinadas espécies de plantas o que

estimula a busca por compostos com tal atividade, assim, levando ao desenvolvimento do

presente trabalho.

Somente a fração acetato de etila do extrato obtido a partir dos rizomas de T.

domingensis Pers apresentou atividade fungicida em Candida albicans, C. glabrata, C.

tropicalis e C. parapsilosis, não apresentando crescimento fúngico depois de adicionado o

extrato a uma concentração de 10mg/ml.

A provável presença de Taninos revelada pelos testes fitoquímicos, pode ser

relacionada à atividade antifúngica, pois, estudos revelam que os Taninos têm tal ação

(LOGUERCIO et al., 2005).

Os resultados mostraram que existe um potencial antifúngico, porém somente em

concentrações relativamente altas, levando ao aumento do custo da matéria-prima, aumento da

toxicidade e efeitos colaterais, com isso, seria necessário avaliar sua viabilidade.

As principais classes de metabólitos secundários com ação antifúngica e

antimicrobiana são os taninos, os flavonóides (principalmente os isoflavonóides), os terpenos

e alguns derivados fenólicos. A ação antimicrobiana dos flavonóides, provavelmente está

relacionada à capacidade de complexar proteínas extracelulares e solúveis, bem como

estruturas da parede celular. Flavonóides mais lipofílicos podem atuar provocando o

rompimento de membranas microbianas.

O mecanismo de ação antimicrobiana dos taninos explica-se por três hipóteses:

1) pressupõe-se que os taninos inibem enzimas bacterianas e fúngicas e/ou se

complexam com os substratos dessas enzimas;

2) inclui a ação dos taninos sobre as membranas celulares dos microrganismos,

modificando seu metabolismo, e;

3) fundamenta-se na complexação dos taninos com íons metálicos, diminuindo a

disponibilidade daqueles que são essenciais para o metabolismo microbiano (LOGUERCIO et

al., 2005).

Page 37: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

Provavelmente, devido à habilidade de ligar-se às proteínas e outras macromoléculas,

os taninos também apresentam atividades tóxicas. Ayres e colaboradores verificaram que a

rápida mortalidade de insetos tratados com taninos condensados parece ser devido à atividade

tóxica destes compostos e não pela inibição da digestibilidade.

Elagitaninos dímeros são mais adstringentes que os monômeros. Deste modo, se a

toxicidade é devido a sua adstringência, alta toxicidade está intimamente associada ao maior

peso da molécula. Contudo, isto não ocorre sempre, por ex., a catequina apresenta maior

toxicidade que os taninos, embora esta tenha pouca afinidade por proteínas. Outro mecanismo

de toxicidade, que pode envolver os taninos, deve-se ao fato desses complexarem-se com

facilidade a íons metálicos (MONTEIRO et al; 2005).

Assim, é necessária a realização de estudos (in vivo) toxicológicos e

farmacoeconômicos para avaliar sua possível viabilidade.

Page 38: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

6. CONCLUSÃO

A fração acetato de etila do extrato obtido a partir de rizomas de Typha domingensis

Pers apresentou um potencial antifúngico em culturas de Candida albicans, C. glabrata, C.

parapsilosis, C. tropicalis, porém apenas em alta concentração (10mg/ml), com isso, abrem-se

perspectivas para novos estudos mais aprofundados para a pesquisa de novas terapias

antifúngicas a partir de rizomas de Typha domingensis Pers.

Page 39: PROJETO DE PESQUISA - Unisanta

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