projeto pesquisa

27
FUNDAÇÃO DE ENSINO "EURÍPIDES SOARES DA ROCHA" CENTRO UNIVERSITÁRIO "EURÍPIDES DE MARÍLIA" - UNIVEM PÓS GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” EM GESTÃO DE PROJETOS “1/2009” Annelise Patrícia de Lima Travagin Larissa Chadi E Silva Carrilho Maria Elizabeth G. Pirolla Cardoso Marcos Paulo dos Santos Pereira Ralfe Iuji Kobayashi A QUESTÃO DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR Trabalho apresentada à disciplina de Metodologia Cientifica , do Programa de Pós- Graduação “lato-sensu” do Centro Universitário Eurípides de Marília, mantido pela Fundação de Ensino”Eurípides Soares da Rocha” Profª Caroline Kraus Luvizotto MARÍLIA 2009

Upload: ralfe-iuji-kobayashi

Post on 14-Jun-2015

1.902 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Questão na melhoria do atendimento em instituições hospitalares

TRANSCRIPT

Page 1: projeto pesquisa

FUNDAÇÃO DE ENSINO "EURÍPIDES SOARES DA ROCHA" CENTRO UNIVERSITÁRIO "EURÍPIDES DE MARÍLIA" - UNIVEM

PÓS GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” EM GESTÃO DE PROJETOS “1/2009”

Annelise Patrícia de Lima Travagin Larissa Chadi E Silva Carrilho Maria Elizabeth G. Pirolla Cardoso Marcos Paulo dos Santos Pereira Ralfe Iuji Kobayashi

A QUESTÃO DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

Trabalho apresentada à disciplina de Metodologia Cientifica , do Programa de Pós-Graduação “lato-sensu” do Centro Universitário Eurípides de Marília, mantido pela Fundação de Ensino”Eurípides Soares da Rocha” Profª Caroline Kraus Luvizotto

MARÍLIA 2009

Page 2: projeto pesquisa

TRAVAGIN, Annelise Patrícia de Lima; CARRILHO, Larissa Chadi E Silva; CARDOSO, Maria Elizabeth G. Pirolla; PEREIRA, Marcos Paulo dos Santos; KOBAYASHI, Ralfe Iuji. A questão da qualidade do atendimento na instituição hospitalar. 2009. 27 f. Projeto de Pesquisa do Curso de Especialização em Gestão de Projetos – Centro Universitário Eurípides de Marília, Fundação de Ensino “Eurípides Soares da Rocha”, Marília, 2009.

RESUMO

Na busca pela qualidade no contexto do mundo globalizado, muitas Instituições Hospitalares têm procurado atender ao novo perfil do cliente de saúde, que se apresenta crítico e inteligente. O Sistema Público ainda é insuficiente e carente desta qualidade, tanto no atendimento como na utilização das verbas atribuídas a este. A Saúde é um tema que afeta toda a sociedade. O objetivo central deste estudo é abordar os problemas de atendimento ao cliente nas instituições hospitalares, particularmente num Pronto Socorro. A partir deste estudo, será possível propor uma metodologia de padronização visando implantar a humanização e obter uma maior eficiência dos processos no atendimento, a partir de uma conscientização dos gestores, médicos, enfermeiros e todos envolvidos no atendimento ao paciente, que é o cliente da saúde. Objetivamos conhecer e analisar os processos do atendimento ao cliente na Instituição Hospitalar para oferecer futuramente um melhor atendimento à sociedade. A melhoria contínua, padronização de métodos de trabalho e humanização poderão melhorar a qualidade, o fluxo de pessoas na espera, os custos de atendimento e melhor utilização de verbas.

Palavras-chave: Instituições Hospitalares. Acreditação Hospitalar. Qualidade no atendimento. Humanização Hospitalar.

Page 3: projeto pesquisa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 4

2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................. 6

3 OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 7

3.1 Objetivo Geral ......................................................................................................................7 3.2 Objetivo Específico ..............................................................................................................7

4 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 8

5. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................................... 9

5.1. Instituição Hospitalar...........................................................................................................9 5.1.1 História do Hospital...........................................................................................................9 5.2. Acreditação Hospitalar ......................................................................................................12 5.2.1 Princípios Gerais do Processo de Acreditação Hospitalar ..............................................12 5.2.2 Garantia da Qualidade .....................................................................................................12 5.2.3 Serviço de Atenção ao Paciente/Cliente..........................................................................13 5.2.4 Emergência ......................................................................................................................13 5.3. Qualidade...........................................................................................................................14 5.3.1 Evolução do Conceito de Qualidade ...............................................................................14 5.4. Qualidade no Atendimento ao Cliente...............................................................................17 5.5. Qualidade no Atendimento ao Cliente Hospitalar.............................................................19 5.6. Humanização Hospitalar....................................................................................................20

6. CRONOGRAMA ........................................................................................................................... 21

7 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 22

Page 4: projeto pesquisa

4

1 INTRODUÇÃO

Na busca pela qualidade no contexto do mundo globalizado, muitas Instituições

Hospitalares têm procurado atender ao novo perfil do cliente de saúde, que se apresenta

crítico e inteligente. O grande fracasso de uma Organização é quando esta é demitida por seus

clientes, e o objetivo de toda Organização é melhorar e dinamizar o processo de

produção/serviço, neste estudo então, a melhoria dos processos no serviços de atendimento

hospitalar através da aplicação de métodos de padronização.

Visto que a grande falência do sistema de saúde hoje é em seu processo de

atendimento e utilização de verbas destinadas, o presente estudo demonstra a grande

necessidade de partimos para a padronização destes processos. Contudo, deveremos partir da

conscientização dos Gestores, pela modificação de métodos, diversificação de processos. Não

deixando de lembrar que o cliente de saúde é um ser circunstancialmente fragilizado, com

sentimentos e emoções, confuso, que necessita de respeito, atenção e carinho.

Quando o cliente procura por atendimento em uma instituição hospitalar, tem como

expectativa ser prontamente atendido por profissionais qualificados, educados e

especializados, e que esses profissionais o tratem com carinho e atenção, e acabam frustrados

e impotentes diante da realidade atual.

A missão das Instituições Hospitalares é atender seus clientes da forma mais

adequada, a padronização dos processos no atendimento fará com que as pessoas envolvidas

passem a obter uma conscientização maior dos fatos, de maneira mais completa e coerente,

alcançando desta forma a eficiência e eficácia do sistema.

O Pronto Socorro é a porta de entrada do cliente de saúde ao hospital, destinado a

receber as pessoas que ali procuram por estes serviços, esteja este em caso de emergência,

urgência, com riscos de morte. É o espaço onde concentram as frustrações com a baixa

qualidade dos serviços prestados.

No contexto atual, alem dos recursos como tecnologia, equipamentos, conhecimento,

deve-se melhorar a humanização, investindo em pessoas com atitudes e em treinamentos para

àqueles ligados diretamente ao cliente. É necessária a transformação no comportamento e

condutas destas pessoas, estabelecendo uma nova concepção entre a relação de paciente e

hospital.

A participação no processo de acreditação hospitalar , contribuirá para a melhoria

dos processos e a definição de padrões de qualidade, melhorando os serviços prestados. O

Page 5: projeto pesquisa

5

ambiente hospitalar requer qualidade nos serviços, dependendo efetivamente do

administrativo, enfermeiros e médicos, valorizando as pessoas como pessoas para o alcance

dos objetivos da Instituição.

As habilidades técnicas são importantes para os processos operacionais, no entanto,

no ambiente hospitalar é necessário também avaliar a conduta do funcionário diante das várias

situações que surgem, se ele saberá como agir, se terá liberdade no agir, e agir da maneira

mais adequada, superando as expectativas do cliente. Ressaltando que nas Instituições

Hospitalares o cliente vem procurar por auxílio ao seu problema, e o faz acompanhado de um

estado emocional, de fragilidade, angústia, medo e ansiedade. Assim é necessária a busca por

profissionais com iniciativa e atitude no atendimento, possibilitando que a qualidade no

atendimento seja cumprida, pois o maior patrimônio do Hospital é o paciente.

O tema central deste trabalho é identificar e avaliar agilidade das dimensões do

atendimento ao cliente nas instituições hospitalares para sugerir uma padronização e

humanização no atendimento, visto que este vem afetando toda a sociedade, com o objetivo

do aprimoramento constante dos serviços prestados pela área de saúde.

Page 6: projeto pesquisa

6

2 JUSTIFICATIVA

A grande insatisfação da qualidade de atendimento nas instituições hospitalares,

justifica este estudo que tem como proposta avaliar a realidade atual e propor um programa de

padronização dos processos, buscando um aumento na qualidade do atendimento oferecidos

aos clientes e superando suas expectativas.

A Constituição Federal do Brasil define, em seu artigo 196 que a saúde é um direito

de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, que visem à

redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma conquista da sociedade brasileira e foi

criado com o firme propósito de promover a justiça social e superar as desigualdades na

assistência à saúde da população, tornando obrigatório e gratuito o atendimento a todos os

indivíduos;

A baixa qualidade nos atendimentos prestados aos clientes geram um descrédito ao

sistema de saúde atual, mas atento a esta realidade o governo tem buscado melhorias através

de programas de aperfeiçoamento da gestão hospitalar, que são voltados a obtenção de

melhores resultados ao atendimento aos usuários e ao fortalecimento do compromisso de toda

equipe de profissionais com a mudança de cultura do atendimento a saúde nos hospitais.

Dentre os programas propostos pelo governo, citaremos o programa de acreditação

hospitalar e o programa nacional de humanização da assistência hospitalar, ambos com o

firme propósito de melhorar a qualidade no atendimento, buscando reverter a imagem do

sistema atual, garantindo o direito assegurado pela constituição federal de 1988, artigo 196.

Page 7: projeto pesquisa

7

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é identificar e analisar os problemas e suas causas nos

processos de atendimento, que geram a insatisfação dos clientes nas instituições hospitalares.

3.2 Objetivo Específico

Avaliar a satisfação da qualidade de atendimento ao cliente nas instituições

hospitalares.

Entender quais as expectativas e desejos dos clientes, quanto a qualidade no

atendimento.

Refletir sobre as informações mapeadas e elaborar um programa de sugestões para

melhoria dos processos de atendimento ao cliente, envolvendo os clientes

internos/colaboradores, clientes/usuários dos serviços e a gestão hospitalar.

Page 8: projeto pesquisa

8

4 METODOLOGIA

Esta pesquisa se classifica como sendo do tipo estudo de caso. O método do estudo

de caso é considerado um tipo de análise qualitativa. O estudo pode ser classificado como

exploratório, dado que busca “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a

torná-lo mais explícito” (Gil, 1991).

Segundo Gil (1994 p.72), o estudo de caso “é caracterizado pelo estudo profundo e

exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permite o seu amplo e detalhado

conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos

considerados”. E ainda esclarece que o estudo de caso tem sido utilizado com uma freqüência

cada vez maior pelos pesquisadores, pois ele facilita explorar situações da vida real cujos

limites não estão claramente definidos; descrever a situação do contexto em que está sendo

feita determinada investigação; e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em

situações complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

No presente estudo, o universo populacional foi definido com sendo os pacientes

atendidos pelos Hospitais Públicos do Município de Marília.

Para tanto, se faz necessária uma análise descritiva dos fenômenos envolvidos neste

processo e como os diversos fatores envolvidos nestes fenômenos contribuíram para a

ocorrência dos mesmos.

Page 9: projeto pesquisa

9

5. REVISÃO DA LITERATURA

5.1. Instituição Hospitalar

5.1.1 História do Hospital

Na Europa durante a idade média surgiram os primeiros hospitais, os quais eram

localizados afastados das cidades e geralmente administrados por religiosos. Eles cuidavam

de viajantes, peregrinos e andarilhos, que chegavam geralmente debilitados pela viagem, em

sua maioria faminta e cansados, originando a palavra hospitalidade.

Evidencias arqueológica mostram que existiram “hospitais primitivos” entre 2400 e

2200 a. C., durante a idade do Bronze, na Inglaterra. Foi encontrado durante escavações em

Stonehenge um misterioso monumento, sugerindo que aquelas pedras enormes e dispostas em

círculos era um templo de cura.

O surgimento do Cristianismo trouxe uma nova visão humanística e alterou a

organização social e as responsabilidades do indivíduo. Com ele desenvolveu-se “o conceito

de serviços gerais de assistência aos menos favorecidos e aos enfermos, idosos, órfãos,

viúvas, da mesma forma que aos viajantes e peregrinos, sustentados pela contribuição dos

cristãos, desde os tempos apostólicos”.

A partir do século XVII, foi-se desenvolvendo a compreensão de que os hospitais

deveriam servir como centros para o estudo e ensino da medicina e não apenas como locais de

abrigo e segregação do doente, pois sua principal função é a do tratamento ao enfermo e a

obtenção da sua cura. A partir disto, desenvolveu-se um sistema de registros permanentes das

ocorrências de doenças, seus diagnósticos e prescrições, transformando o hospital em um

local de registro, de acúmulo e de formação do saber.

No século XIX, com o desenvolvimento da teoria bacteriológica, possibilitou-se a

utilização de métodos assépticos e antissépticos que diminuíram drasticamente o número de

óbitos por infecção. Na segunda metade do século XIX, a criatividade e o empenho de

Florence Nigthtingale (1820 – 1910) garantiram à enfermagem status técnico, contribuindo

para a humanização do hospital e sua conversão numa instituição centrada no enfermo. A

OMS (Organização Mundial de Saúde), através de um informe técnico em 1957, definiu que

são funções do hospital: Prevenir a doença, restaurar a saúde, exercer funções educativas e

promover a pesquisa.

Page 10: projeto pesquisa

10

O primeiro hospital brasileiro foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, erigido em

1543 por Brás Cubas.

No Brasil Colônia e império surgiram outros hospitais dentro do modelo das Santas

Casas de Portugal, que tinham como objetivos primordiais prestar caridade e abrigar pobres e

desabrigados, principalmente quando doentes ou para morrer.

No governo de Getúlio Vargas, foram criados os Institutos de Previdência, que

tinham como uma de suas atribuições a assistência médico-social, porém beneficiando

somente algumas categorias profissionais conforme listados abaixo :

• Marítimos - IAPM -1933;

• Bancários – IAPB – 1934;

• Industriários – IAPI – 1936;

• Servidores Estaduais – IAPSE – 1938;

• Trabalhadores em Transportes e cargas – IAPTC – 1938;

• Comerciários – IAPC – 1940.

Estes institutos encarregavam-se principalmente da medicina curativa, incluindo a

assistência médico-hospitalar.

Em 1970 foi realizada a fusão de todos os institutos acima citados, dando origem ao

INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, o qual logo foi substituído pelo INAMPS –

Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social.

A partir da constituição federal de 1988 foi instituído o SUS - Sistema Único de

Saúde, para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.

Anteriormente esta assistência estava a cargo do INAMPS, ficando restrita aos empregados

que contribuíssem com a previdência social; os demais eram atendidos apenas em serviços

filantrópicos. Fazem parte do SUS os centros e postos de saúde, hospitais - incluindo os

universitários, laboratórios, hemocentros, os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância

Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa, como a

FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil.

O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica de

Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988.

Segundo o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS:

Page 11: projeto pesquisa

11

• Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para

a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,

imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

• Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de

saúde do trabalhador;

• Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

• Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento

básico;

• Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e

tecnológico;

• Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor

nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;

• Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e

utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

• Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Nos últimos anos, percebem-se importantes modificações na área da saúde no que se

refere à necessidade de alcançar uma maior competitividade e conquistar novos mercados. O

aumento crescente nos custos dos cuidados oferecidos, a necessidade de atender a expectativa

e direitos do cliente, a preocupação com a garantia da segurança de atendimento são aspectos

que exigem dos profissionais de saúde uma mudança na forma de gerir a saúde, sendo

inovadores e, além de tudo, mostrando excelência no seu trabalho. Para garantir essa

excelência e acompanhar os avanços, os hospitais sentiram a necessidade de criar métodos

avaliativos para a prestação de seus serviços (FELDMAN et al., 2005)

O hospital como uma empresa prestadora de serviços vem passando por uma rápida evolução tecnológica que atinge diretamente a todos os seus usuários. Nesse processo surgiram os programas de gestão pela qualidade, que são sistemas estruturados de forma a atender e superar as necessidades e expectativas dos clientes, atraves de controle e aperfeiçoamento contínuo do seu processo de trabalho. (SILVA. 2003. p. 111).

Page 12: projeto pesquisa

12

5.2. Acreditação Hospitalar

5.2.1 Princípios Gerais do Processo de Acreditação Hospitalar

A missão essencial das instituições hospitalares é atender a seus pacientes da forma

mais adequada. Por isso, todo hospital deve preocupar-se com a melhoria permanente da

qualidade de sua gestão e assistência, buscando uma integração harmônica das áreas médicas,

tecnológicas, administrativas, econômicas, assistenciais e, se for o caso, de docência e

pesquisa.

A organização hospitalar é um sistema complexo, onde as estruturas e os processos

são de tal forma interligada, que o funcionamento de um componente interfere em todo o

conjunto e no resultado final.

O Programa de Acreditação Hospitalar é parte importante desse esforço para

melhorar a qualidade da assistência prestada pelos hospitais brasileiros.

O Processo de Acreditação Hospitalar é um método que consiste no consenso,

racionalização e ordenação das Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares e,

principalmente de educação permanente dos seus profissionais.

A Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Ministério da Saúde,

reconhecida como entidade competente para o desenvolvimento do processo de acreditação

hospitalar teve suas relações reguladas por convênio, definindo-se suas obrigações e direitas.

O Ministério da Saúde e a ONA tornaram-se, assim, parceiros em todas as fases do processo,

desde a habilitação de empresas acreditadoras até a certificação dos hospitais. Ao optar por

este formato, o Ministério da Saúde utiliza a competência acumulada por empresas privadas,

sem eximir-se da regulação de todo o processo.

Para avaliar a qualidade assistencial da Organização Prestadora de Serviços

Hospitalares é utilizado um instrumento de avaliação específico – Manual Brasileiro de

Acreditação Hospitalar, 3.ª Edição – assegurando o enfoque sistêmico e a avaliação global da

Organização.

5.2.2 Garantia da Qualidade

Page 13: projeto pesquisa

13

A garantia de qualidade corresponde às atividades destinadas a avaliar e garantir a

qualidade dos serviços oferecidos internamente e externamente.

A Organização desenvolve atividades destinadas a avaliar a qualidade do

atendimento, contando com grupo multiprofissional, destinado à promoção e incorporação da

qualidade nos processos institucionais.

Dispõe de manuais de normas, rotinas e procedimentos documentados, atualizados e

disponíveis; possui programa de educação e treinamento voltado para a melhoria de

processos; dispõe de estatísticas básicas e de evidências da integração dos outros serviços da

Organização.

A Organização conta com comissão, grupo de trabalho ou secretaria executiva do

programa de qualidade implantada, normatizada e com ações evidentes em todo o sistema

assistencial; conta com sistema de avaliação e garantia da qualidade, baseado em indicadores,

implantados e consolidados, que gera informações que permitem a tomada de decisões

corretivas, melhoria de processos e comparações com referenciais adequados.

5.2.3 Serviço de Atenção ao Paciente/Cliente

A Seção de Serviços de Atenção ao Paciente/Cliente tem por finalidade agrupar

todas as unidades e serviços tipicamente assistenciais, ou seja, todos aqueles em que existe o

contato direto com o usuário, um processo ou serviço médico assistencial desenvolvido, uma

equipe médica e multiprofissional envolvida, um conjunto de insumos tecnológicos

específicos e uns espaços institucionais especificamente reservados.

Atualmente as subseções são: Internação; Referência e Contra-Referência;

Atendimento Ambulatorial; Centro Cirúrgico; Anestesiologia; Obstetrícia; Neonatologia;

Tratamento Intensivo; Hemoterapia; Reabilitação; Medicina Nuclear; Radioterapia; e

principalmente a Emergência.

5.2.4 Emergência

Entre diversas subseções citadas a cima, a emergência consiste na prestação de

atendimento imediato a clientes/pacientes externos em situação de sofrimento, sem risco de

perda da vida (urgência) ou com risco de perda da vida (emergência), durante 24 horas.

Page 14: projeto pesquisa

14

O serviço conta com equipe multiprofissional habilitada de plantão ativo, para o

atendimento das emergências, funcionando em um local de uso exclusivo, dispondo de

elementos de área física para as diferentes atividades de apoio diagnóstico e terapêutico,

incluindo radiologia, laboratório, hemoterapia e outras especialidades, conforme o modelo

assistencial e o perfil de demanda do serviço. E de manuais de normas, rotinas e

procedimentos documentados, atualizados e disponíveis; conta com equipe multiprofissional

capacitada para atender ao serviço; está integrado com os outros serviços da Instituição.

O serviço possui ainda um sistema de aferição da satisfação dos clientes (internos e

externos); participa ativamente do programa de qualidade e produtividade institucional;

dispõem de dados, taxas e indicadores que permitem a sua avaliação, comparação com

referencial adequado e o impacto junto à comunidade.

5.3. Qualidade

5.3.1 Evolução do Conceito de Qualidade

A literatura é imprecisa na definição do termo qualidade, tendo diferentes

significados, dependendo do período histórico, do enfoque teórico ou processo produtivo.

Segundo Reeves e Bednar (1994, p. 420) apud Turchi (1997, p. 11), para Aristóteles,

Sócrates e Platão qualidade era o padrão ideal de excelência moral a ser alcançado pelos

integrantes da sociedade grega, padrão este definido pela percepção subjetiva do avaliador.

Na Europa, no período que antecede a revolução industrial, a qualidade de produtos e

serviços era avaliada pela reputação do talento e habilidade do artesão que o produzia.

O termo qualidade sempre esteve associado à idéia de excelência e superioridade de

produtos e serviços, incorporando outras dimensões ao longo do tempo, como o “preço”. Esta

dimensão quantitativa da qualidade se mantém desde a revolução industrial, no início do

século, sendo a idéia de qualidade associada à redução de desperdício de tempo, de matéria-

rima, recursos humanos e à otimização do uso de máquinas e equipamentos para diminuir

custos de produção de acordo com os gurus da qualidade total, termo comum na literatura,

sendo os mais considerados, Edward Deming, Joseph M. Juran, Karou Ishikawa, Philip B.

Crosby e A. Feigenbaum.

Foi na década de vinte que W. A. Shewhart, um estatístico norte-americano, deu

início ao estudo da qualidade, no sentido mais amplo da palavra, preocupado com a

Page 15: projeto pesquisa

15

variabilidade encontrada na produção e bens e serviços. Com isso introduzindo os conceitos

de análise amostral e de variância. Assim, qualidade passa a ser a redução de variância por

meio do conhecido sistema CEP – Controle Estatístico do Processo, conforme Bank (1992, p.

64); Tuckaman (1995, p. 59) apud Turchi (1997).

A partir dos anos trinta, era da produção em massa, a qualidade assume o conceito de

produção em conformidade, obediência às especificações do projeto, sob a influência dos

princípios e práticas tayloristas.

Para Deming (1990, p.10) qualidade é “o grau de ajuste de um produto à demanda

que se pretende satisfazer; ou seja, qualidade é a adequação ao uso”. A adequação ao uso é o

conceito assumido pela qualidade a partir dos anos cinquenta, devendo esta, além de estar em

conformidade, também atender às necessidades dos usuários. Assim, W. Edvard Deming e

Joseph M. Juran ampliam o conceito e especificam as dimensões da qualidade à qualidade do

projeto, compreendida pela: identificação das necessidades dos clientes, definição das

características do produto para o atendimento das necessidades identificadas, projeto do

produto com as especificações técnicas e conformidade com o projeto. Firma-se assim, o

conceito de atendimento às necessidades do cliente e é criado o Ciclo PDCA (em inglês,

“Plan”, “Do”, “Check”, “Action”). Planejar, Desenvolver, Controlar e Agir corretamente,

conhecido como ciclo Deming de qualidade.

O direcionamento do foco da qualidade do produto para o foco no cliente tem origem

no pressuposto de que “o sucesso em longo prazo e a conseqüente possibilidade de

sobrevivência de uma organização dependem da sua capacidade de satisfazer necessidades e

expectativas de seus clientes”, segundo Longo. O que evidência a importância de se conhecer

as demandas do cliente e da criação de um sistema de informações sobre o quê e como

produzir; assim como o estabelecimento de comunicação eficaz entre fornecedores e clientes,

externos e internos, ou seja, entre os vários setores e departamentos.

Nesse contexto, o conceito de cliente inclui, além do consumidor final de produtos e

serviços, toda a organização com seus processos, atividades e trabalhadores. Cada trabalhador

ou atividade é cliente da atividade e do trabalhador que o precede em dado momento e, em

outro, é fornecedor do seguinte, caracterizando-se o princípio do cliente interno.

Compreendendo a organização como processo, falhas ou defeitos de um trabalhador

podem afetar toda a produção e a imagem da organização; o que implica em que cada um seja

responsável pelo controle de qualidade de sua produção, enquanto fornecedor do próximo

cliente e enquanto cliente controle a qualidade do produto de seu fornecedor. Nesse contexto,

Page 16: projeto pesquisa

16

para Oakland (1995, p.24) apud IPEA “Qualidade Total está preocupada em mover o foco do

controle para o interior do indivíduo, com o objetivo de torná-lo responsável pelo seu próprio

desempenho e motivá-lo a produzir qualidade”.

Essa concepção da qualidade, segundo Deming (1986) apud IPEA, mudou o foco do

controle da qualidade não só da produção final, para o controle da qualidade desde a

concepção, especificação do produto, incluindo os processos produtivos, o que implicou no

desenvolvimento de técnicas estatísticas e práticas organizacionais conhecidas como: just-in-

time, kanban, zero defeito.

Os trabalhos de Deming e Juran foram iniciados nos Estados Unidos, mas foi no

Japão que foram amplamente aplicados e difundidos a partir de 1950, a convite da JUSE –

União Japonesa de Cientistas e Engenheiros. O objetivo era contribuir com o

desenvolvimento do país após a segunda guerra mundial, dando início à realização de visitas,

palestras, seminários realizados por Deming e Juran. Seguiram-se cursos de treinamento,

formação de grupos de estudo, seminários, publicações periódicas para engenheiros, gerentes,

supervisores e a criação do prêmio Deming de qualidade, como incentivo às empresas e aos

trabalhadores participantes.

O movimento pela qualidade no Japão cresceu tanto que nas décadas de 60 e 70 os

integrantes das organizações em todos os níveis hierárquicos eram treinados e estimulados a

participar de grupos de estudo para estudar os problemas da qualidade e de promoverem a

melhoria contínua, denominados CCQ – Círculos de Controle da Qualidade, atingindo seu

ápice em 1983.

Esta situação levou à compreensão de que o controle da qualidade não era só do

departamento de qualidade, mas uma responsabilidade de todos os trabalhadores da

organização, caracterizando uma dimensão cultural e organizacional do conceito de

qualidade.

Essa evolução no conceito de qualidade, implicava na necessidade de uma nova

forma de gestão, exigindo mudanças de atitude e de comportamento em toda a organização, o

que promoveu mudanças culturais e organizacionais, especialmente no Japão.

Dessa abordagem, surge o CQT – Controle de Qualidade Total, que exerceu um

importante papel no aumento da produtividade e competitividade da indústria japonesa.

O mesmo não ocorreu no ocidente, Estados Unidos e Grã-Bretanha, por ter sido

implantado de forma isolada e não para promover mudanças culturais e organizacionais como

Page 17: projeto pesquisa

17

no Japão. Assim teve pouca influência no desenvolvimento de uma cultura de participação e

no controle de qualidade pelos trabalhadores.

No ocidente, o desenvolvimento do conceito de qualidade com a visão de satisfazer e

mesmo exceder às expectativas dos clientes é compreendida como decorrente da expansão do

setor de serviços e terceirização nos Estados Unidos e em outras economias ocidentais e não

em razão da difusão dos CCQs.

Para poder atender e exceder as expectativas dos clientes é preciso antecipar-se às

necessidades destes, o que exigiu esforços das organizações para a melhoria contínua de

produtos e processos; assim como o envolvimento dos trabalhadores no processo de satisfação

dos clientes pois o setor de serviços requer o contato direto com o cliente.

Na atualidade, um conceito abrangente de qualidade incorpora a ausência de defeitos,

conformidade com o projeto, melhor preço, adequação ao uso e satisfação dos clientes por

meio de melhoria contínua na prestação de serviços e produção de bens.

A qualidade, para administradores de empresas e consultores interessados em

modelos e práticas para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas, é

compreendida como a solução para a sobrevivência das organizações, num tempo de

mudanças, transformações constantes e competitividade.

5.4. Qualidade no Atendimento ao Cliente

Foi a partir dos anos 80 que a qualidade dos serviços e o tema comportamento

humano despertaram maior interesse dos profissionais de marketing. Estes convenceram as

organizações de que é o cliente quem determina qual é o padrão de qualidade que almeja,

evidenciando a necessidade de se conhecer melhor seus desejos e expectativas; assim como

o desenvolvimento das pessoas para a produção/prestação dos bens e serviços.

A qualidade no atendimento evoluiu do foco no produto, do controle estatístico da

qualidade, para o foco no cliente e, atualmente para o foco do cliente, procurando superar

expectativas e antecipar soluções, com o objetivo de fidelizá-lo.

Para Moller (1997), o foco na qualidade em serviços acrescenta novas dimensões ao

desenvolvimento da qualidade, como a melhoria das relações interpessoais, o fortalecimento

das comunicações, a formação do espírito de equipe e a manutenção de padrões éticos

elevados. Assim, para que uma empresa consiga atender aos requisitos de qualidade na

produção de bens e/ou prestação de serviços, aqueles que os produzem ou prestam o serviço,

Page 18: projeto pesquisa

18

necessitam ter alto nível de qualidade pessoal. Nesse sentido, o desenvolvimento da qualidade

de uma organização deve começar pela busca do desenvolvimento das pessoas, identificando

a qualidade pessoal como a base de outros tipos de qualidade.

A qualidade em serviços é determinada por três fatores, segundo Lobos (1993), o

Desempenho, o Custo e Atendimento. O Desempenho está relacionado com a razão de ser da

prestação do serviço, enquanto o Atendimento aos aspectos referentes ao ato da prestação do

serviço e o Custo, com a satisfação pelo que se pagou pelo serviço.

Na área de Desempenho, a qualidade em serviços tem como dimensões: a Validade,

ou seja, o serviço deve corresponder a aquilo que se espera que seja, ou que se propôs a ser; a

Disponibilidade – o serviço deve estar à disposição dos clientes, conforme proposta; Precisão

– o serviço deve ser prestado conforme foi previsto, especialmente dentro dos parâmetros

médicos em uma cirurgia ou na culinária, com o cumprimento de horários de consultas

médicas ou no transporte, dentro de limites matemáticos ou nas ordens de compra e venda,

mesmo que virtualmente num primeiro momento; Rapidez – a rapidez no atendimento é uma

expectativa geral, exceto em serviços que produzem prazer e é desejada a continuidade;

respeito à norma - a obediência ao processo definido na prestação do serviço garante

legitimidade ao serviço, quer na contabilidade, no cartório ou no banco; mas deve-se atentar

ao excesso de burocracia; solução de problema – pela satisfação da expectativa do cliente;

confiabilidade – o serviço precisa ser competente ao longo do tempo.

O sucesso na prestação de um serviço médico depende de seu maior apoio em

algumas dimensões consideradas imprescindíveis como, por exemplo, disponibilidade,

rapidez e solução do problema e menos em outras, consideradas desejáveis. Para um juiz do

trabalho, as dimensões mais importantes poderiam ser a confiabilidade, o respeito à norma e a

solução de problema.

Para o fator Custo, Lobos (1995) apresentam as seguintes dimensões da qualidade:

acessibilidade – o custo do serviço é acessível à condição econômica do cliente;

competitividade – o custo é competitivo em relação ao mercado concorrente; justiça – o custo

é compatível com o serviço prestado; e custo de oportunidade.

Quanto ao fator Atendimento, às dimensões da qualidade indicadas por Lobos (1995)

são: disposição por servir – uma das mais importantes. É a inclinação para ajudar os clientes e

a lhes prestar um bom serviço; segurança – a garantia de que o filho recém-nascido não será

trocado no berçário do hospital. Envolve o conhecimento e a cortesia demonstrados pelos

colaboradores, gerando confiança; individualizar - tratar o cliente pelo nome e não pelo

Page 19: projeto pesquisa

19

paciente do leito 30 da ala F.; empatia – trata-se da aptidão para ler os sentimentos dos outros.

(Segundo Goleman (1999) – Trabalhando com a Inteligência Emocional) está no centro da

competência emocional e é fundamental no atendimento ao cliente e ao relacionamento

interpessoal; fazer acontecer – após a prática da empatia e da personalização é preciso prestar

um bom serviço; o toque humano – dispensar tratamento afetuoso e sincero ao cliente;

capacidade de recuperação – reconhecer os erros e transformar a insatisfação do cliente em

laço de lealdade, de fidelidade do cliente ao serviço.

5.5. Qualidade no Atendimento ao Cliente Hospitalar

Características dos serviços de saúde como, dificuldade em definir e mensurar

resultados, o grande número de operações e a sua complexidade, a natureza emergencial das

atividades num contexto de baixa ou nenhuma tolerância a falhas e ambigüidades, segundo

Salles (1997), podem se constituir em elementos dificultadores de processos de mudança. Um

Hospital concentra diferentes atividades e é regulado por todas elas.

Os hospitais estão entre os organismos mais complexos de serem administrados. Neles estão reunidos vários serviços e situações simultâneos: hospital é hotel, lavanderia, serviços médicos, limpeza, vigilância, restaurante, recursos humano, relacionamento com o consumidor. De certa forma, é natural que todo esse organismo fosse cada vez mais regido por leis, normas, regulamentações e portarias, vindas de diversos órgãos e instituições. Um arcabouço legal cada vez mais dinâmico e variado (NOGUEIRA, 1996, p.37).

Essas características e peculiaridades, assim como um reconhecido caráter

conservador das instituições hospitalares podem se constituir em limitadores, podendo

dificultar a implementação de mudanças.

Apesar disso, nas últimas décadas, é identificada uma preocupação crescente com a

qualidade na prestação de serviços na saúde, na implementação de programas de qualidade

nas organizações hospitalares, objetivando maior eficiência e eficácia na gestão e na prestação

de serviços.

Page 20: projeto pesquisa

20

5.6. Humanização Hospitalar

Os resultados de pesquisas de avaliação dos serviços de atendimento da pessoa nos

serviços de saúde, assim como a experiência do dia-a-dia tem revelado, segundo o então

ministro da saúde José Serra em 2001 (in Programa Nacional de Humanização Hospitalar)

indicam que a qualidade do atendimento ao usuário dos serviços é muito insatisfatória,

constituindo-se na questão mais crítica do sistema de saúde brasileiro.

Tal condição é ainda mais exacerbada pela percepção e valorização do usuário muito

mais quanto à maneira como é atendido e compreendido em suas necessidades e expectativas;

que à falta de médicos, de medicamentos ou espaço nos hospitais entre outras.

A qualidade do sistema de atendimento à saúde depende de tecnologia, de

dispositivos organizacionais e dos processos de trabalho, sendo fortemente influenciados pela

qualidade do fator humano e do relacionamento que se estabelece entre profissionais e

usuários do sistema de saúde no processo de atendimento ao cliente.

Estudos realizados (in Programa Nacional de Humanização Hospitalar) indicam que

os bons resultados apresentados dependeram, em grande parte, da prestação de um

atendimento ao cliente de forma humanizada. Dependem da qualidade na gestão, na liderança,

da competência e criatividade da equipe de trabalho, incluindo médicos, paramédicos e

demais funcionários que integram a unidade de saúde.

Sabemos que é direito de todo cidadão receber atendimento público de qualidade na

área da saúde. Com esta premissa, o ministério da saúde lançou em 2001 o Programa

Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, objetivando a disseminação e

consolidação de uma nova cultura de atendimento à saúde.

A proposta de humanização da assistência à saúde é um valor para a conquista de

uma melhor qualidade de atendimento à saúde do usuário e de melhores condições de trabalho

para os profissionais.

É fundamental a sensibilização dos dirigentes dos hospitais para a questão da

humanização e para o desenvolvimento de um modelo de gestão que reflita a lógica do ideário

deste processo: cultura organizacional pautada pelo respeito, pela solidariedade, pelo

desenvolvimento da autonomia e da cidadania dos agentes envolvidos e dos usuários.

Humanização em saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as

circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento

humano

Page 21: projeto pesquisa

21

6. CRONOGRAMA

ATIVIDADES / PERÍODOS OUT NOV DEZ

1 Levantamento de literatura X X

2 Montagem do Projeto X

3 Tratamento dos dados X X

4 Elaboração do Relatório Final X X

5 Revisão do texto X

6 Entrega do trabalho X

Page 22: projeto pesquisa

22

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, S. Cliente, eu não vivo sem você: o que você não pode deixar de saber sobre qualidade em serviços e clientes. Salvador: Casa da Qualidade, 1995. BARBOSA, L. C. V.; CAVALINI, R. G.; FRANCO, M. T. G.; MANSUR, N. S.; MIYOSHI, M. H.; ROCHA, J. L. de M. Implantação de acolhimento com avaliação e classificação de risco no pronto socorro de hospital do estado tipo OSS (Organização de Serviços de Saúde) Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo. Mogi das Cruzes/SP: SPDM, 2007. Disponível em: <http://www.crh.saude.sp.gov.br/resources/humanizacao/docs/trabalho_accr_hospital_luzia_de_pinho_melo.doc>. Acesso em: 09 out. de 2009. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde: Secretaria de Assistência à Saúde, 2002. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0060_M.pdf>. Acesso em: 15 out. de 2009. BRASIL. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria SAS/Nº 202, de 19 de junho de 2001. Disponível em: http://www.esp.rs.gov.br/humanizasaude/img2/Portaria%20SAS%20202%20de%2019-06-2001.doc >. Acesso em: 13 out. de 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnhah01.pdf> Acesso em: 20 de out. de 2009. BEARDSLEY, J.F. Círculos de qualidade: estratégias, implantação e operação. Rio de Janeiro: Intercultural, 1983. DEMING, W. E. Qualidade: a Revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques/Saraiva, 1990. FERNANDES, E. C. Qualidade de vida no trabalho. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. _____________ Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

Page 23: projeto pesquisa

23

GOULART, Iris Barbosa; SAMPAIO, Jáder dos Reis (coord.). Qualidade de Vida, Saúde Mental e Psicologia Social: estudos contemporâneos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. LISBOA, C. F; COVAS, Terezinha. Breve história dos hospitais: da antiguidade à Idade Conteporânea. Disponível em: < http://www.prosaude.org.br/noticias/jun2002/pgs/encarte.htm>. Acesso em: 28 nov. de 2009. LOBOS, J. Encantando o Cliente: externo e interno. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993. _______, J. O cliente encantado. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1995. LONGO R. M. J. Gestão da qualidade: evolução histórica, conceitos básicos e aplicação da educação. Brasília: IPEA, 1996. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/pub/td/td_397.pdf> Acesso em: 7 out. de 2009. MANZO, Bruna Figueiredo. O processo de acreditação hospitalar na perspectiva de profissionais da saúde. 2009. 98f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)- Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. Disponível em: <http://www.enf.ufmg.br/mestrado/dissertacoes/BrunaManzo.pdf.> Acesso em: 15 out. 2009. MOLLER, C. O lado humano da qualidade: maximizando a qualidade de produtos e serviços através do desenvolvimento de pessoas. São Paulo: Pioneira, 1997. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e conquistas. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. 44p. il. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC do SUS: Comunicação visual/Instruções Básicas. Brasília: Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, 1991. Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.br/radis/web/ABCdoSUS.pdf>. Acesso em: 20 out.. de 2009. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. A transformação da gestão de hospitais na América Latina e Caribe. Brasília: OPAS/OMS, 2004. SAMPAIO, J. R. (coord.) Qualidade de vida, saúde mental e psicologia social: estudos contemporâneos II. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

Page 24: projeto pesquisa

24

SANTOS J. R. dos. Avaliação da Qualidade do Atendimento no Pronto Socorro de um Hospital Público. 2006, Trabalho de Curso (Graduação em Administração com Habilitação em Marketing) Faculdade de Tecnologia e Ciências- Vitória da Conquista-BA, 2006. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/producao_academica/avaliacao_da_qualidade_do_atendimento_no_pronto_socorro_de_um_hospital_publico/1867/>. Acesso em: 3 nov. 2009. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002. TURCHI, L. M. Qualidade Total: afinal, de que estamos falando?. Brasília: IPEA, 1997. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.br/pub/td/1997/td_0459.pdf> Acesso em: 7 out. de 2009.

Page 25: projeto pesquisa

25

GLOSSÁRIO

Adaptabilidade: é a flexibilidade de um processo atender às expectativas futuras de mudança

dos clientes e as exigências atuais das solicitações especiais dos clientes.

Ameaças: Forças externas relacionadas de forma desfavorável à satisfação dos clientes.

Localizam-se em todo o ambiente que interage com a empresa.

Analisar – Decompor um processo em partes, de modo a aumentar o conhecimento sobre o

mesmo, identificando seus aspectos positivos e negativos.

Benchmarking: Comparação de desempenho de uma empresa ou processo com outros,

buscando o aprimoramento. Pode ser interno (dentro da própria organização) ou externo

(concorrentes, empresas de sucesso etc.).

Certificação: Reconhecimento por parte de órgãos certificadores, de que uma organização

alcançou o status de atingir uma determinada norma. É normalmente expressa num

significado.

Cliente: qualquer entidade, pessoa, órgão ou outro processo que recebe, usuário/consumidor

ou se beneficia dos resultados (produto, serviço ou informação) do processo em questão.

Assim, os clientes podem ser externos (a empresa, ao órgão ou ao processo) ou internos. Para

entender melhor o que é o cliente interno, vamos imaginar uma linha de montagem, onde uma

pessoa monta o motor e outra, em seguida, faz a sua regulagem. O que regula o motor é

cliente de quem faz a montagem.

Efetividade: Eficácia com eficiência.

Eficácia: Fazer as coisas certas. Fazer o que deve ser feito. O grau com que as expectativas

dos clientes são atendidas pelos produtos e serviços.

Eficiência: Fazer as coisas do jeito certo. Grau de aproveitamento dos recursos utilizados para

produzir bens e serviços aos clientes.

Empresa como processo: A empresa é um processo, pois recebe insumos e produz e produz

produtos/serviços para atender às necessidades de seus clientes; os setores que compõem sua

estrutura também são processos; as atividades (fins e meio) igualmente são processos; e nesse

desdobramento chegamos ao indivíduo.

Encantar o cliente: Surpreender gradativamente os clientes, fazendo com que o uso dos

produtos/serviços e atendimento excedam as expectativas, gerando encantamento. Excelência.

Expectativa: É o que o cliente gostaria de receber, o que pensa que pode ser oferecido ou que

pode ser obtido de um concorrente.

Page 26: projeto pesquisa

26

Fornecedor: Entidade, pessoa ou setor que fornece insumos (produto, serviço ou informação)

ao processo em questão. Também os fornecedores podem ser externos ou internos.

ISO: Organização Internacional de Normalização fundada em Genebra, Suíça. É responsável

pela auditoria e publicação da ISO 9000.

Just-in-time (JIT): É a filosofia de produção voltada para a eliminação de desperdícios no

processo total de fabricação.

Líder: Pessoa capaz de influenciar outras a se dedicar inteiramente, em suas atribuições, à

satisfação dos clientes.

Missão: Razão de ser uma organização, que ajuda a explicitar também o negócio, os clientes,

os produtos ou serviços e mercados, orientando os esforços de todos na empresa.

Momentos da verdade: Momentos em que o cliente está em contato com a empresa e dela

está recebendo impressões sobre seus produtos, serviços, atendimento etc.

Não-qualidade: Requisitos, necessidades, desejos dos clientes que os produtos/serviços e

atendimento não estão conformes.

Oportunidades: Forças externas relacionadas favoravelmente à satisfação dos clientes.

Localizam-se em todo ambiente que interage com a empresa.

PDCA: Planejar, Desenvolver, Controlar e Agir corretamente, conhecido como ciclo Deming

de qualidade.

Processo: Conjunto de atividades predeterminadas feitas para gerar produtos/serviços que

atendam às necessidades dos clientes/usuários. Para isso usa insumos de fornecedores.

Produto: Parte que cabe a alguém fazer de um serviço ou da confecção de um produto, que

após o seu término terá continuação com a próxima pessoa no processo de trabalho.

Qualidade: O que o cliente quer. Satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes.

Satisfação do cliente: Razão de ser de qualquer empresa ou processo. Atendimento aos

requisitos do cliente. Qualidade.

Seres Humanos: Denominação atualizada para os recursos humanos de uma empresa.

Colaboradores.

Tempo de Ciclo: Tempo em que um processo transforma entradas e saídas.

Time da Qualidade: Equipe de poucas pessoas (geralmente formada por um representante de

cada setor da empresa) encarregada de dar apoio à implantação, execução e continuidade do

Programa de Qualidade Total.

Visão de Futuro: Estado futuro, ambicioso e desejado de uma organização. Sua definição é

fundamental para o direcionamento estratégico da empresa.

Page 27: projeto pesquisa

27

Zero defeito: Fazer certo da primeira, sempre.