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Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Unoeste Presidente Prudente, 2º semestre de 2009 Sexto termo jornalismo A Profissão é uma palavra que remete a um meio de vida. Você acha difícil escolher a sua? Nesta edição do Jornal Dia Útil, conheça vários exemplos de pessoas que não têm apenas um ofício, mas uma árdua jornada de trabalho. Como confiar nossas vidas a certos cargos? Pesquisas revelam quais são as carreiras mais e menos confiáveis. E a indecisão dos jovens sobre o futuro profissional. Várias características das mais diversas áreas são tratadas nas páginas desta edição. Leia. PROFISSÕES

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Page 1: PROFISSÕES - unoeste.br · Não importa o segmento em que atue, é preciso sempre buscar o crescimento profissional e melhorar suas aptidões. A expansão do mercado de trabalho

Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Unoeste Presidente Prudente, 2º semestre de 2009Sexto termo jornalismo A

Profissão é uma palavra que remete a um meio de vida. Você acha difícil escolher a sua? Nesta edição do Jornal Dia Útil, conheça vários exemplos de pessoas que não têm apenas um ofício, mas uma árdua jornada de trabalho. Como confiar nossas vidas a certos cargos? Pesquisas revelam quais são as carreiras mais e menos confiáveis. E a indecisão dos jovens sobre o futuro profissional. Várias características das mais diversas áreas são tratadas nas páginas desta edição. Leia.

PROFISSÕES

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Presidente Prudente, 2º semestre de 2009

Expediente: Coordenação Geral: Profº. Munir Jorge Felício Coordenação do Jornal Laboratório: Profº. Roberto MancuzoCoordenação de Jornalismo: Profº. Carolina Costa Mancuzo Edição: Profº. Roberto Mancuzo e Profª. Carolina Mancuzo Coordenação de Fotografia: Profº Paulo Miguel

O Jornal Laboratório Ligação é um trabalho experimental dos alunos do sexto termo de Jornalismo da Facopp

Projeto gráfico: Profº. Marcelo MotaPublicidade: Alunos do 6º termo de Publicidade (Profº. Alex Sandro Natsume)Diagramação: Alunos do 6º termo A de jornalismo Realização: FACOPP - Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente

Editorial

Artigo

Crônica

O policial militar é aquele que tem o papel de proteger a sociedade e capturar bandidos, mas essa função hoje está invertida. A ousadia dos criminosos chegou ao extremo no dia 17 de outubro, um helicóptero da Polícia Militar foi derrubado pelos traficantes no Morro dos Macacos, zona norte do Rio de Janeiro.

Até onde essa guerra vai durar? Até quando as autoridades serão autoridades? Espero que pelo menos por mais sete anos, pois se o Brasil se comprometeu em sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016, tem que garantir a segurança dessas pessoas que virão de várias partes do mundo. Mas antes é preciso garantir a segurança dos cidadãos brasileiros. Não dá para esperar 2014 para que alguma coisa seja feita. E sabe-se que o brasileiro tem fama de deixar tudo para a última hora.

Precisamos de profissionais capacitados e, principalmente, honestos para que essa realidade mude. Sem isso, fica difícil. É preciso, acima de tudo, que o governo se manifeste e dê oportunidade às pessoas ou pelos menos às crianças dessas comunidades, para que o futuro seja diferente, longe do tráfico e da criminalidade e com oportunidades reais de construir uma vida digna.

Mariana Bandoni

Valmir Custódio

Juliana Rissatto

Papéis trocados

Todo ser humano exerce uma função na sociedade. Os que possuem profissão contribuem para o bom funcionamento do meio em que vivem. Cada trabalhador é importante no processo produtivo de sua empresa. Essa edição do jornal Dia Útil é voltada para jovens e adultos da região de Presidente Prudente, inseridos ou não no mercado de trabalho.

Profissões sem obrigatoriedade do diploma, como o jornalismo com decisão do STF em junho. A justiça se baseou na falta de liberdade de expressão. Mas para isso existem os artigos, crônicas, editoriais, entre outros, que expressam opinião, realizados por pessoas da área ou não. O jornalismo noticioso, que trabalha com os fatos, não opina, transmite a informação de maneira isenta, que é a matéria-prima da notícia. O jornalismo é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade questionadora e atuante. Para o Brasil, essa sentença foi um retrocesso no campo da educação.

Outro assunto em pauta é a dificuldade na escolha de uma carreira. Especialistas ajudam nesta hora, com entrevistas individuais e aplicação de testes vocacionais. E dão dicas: como olhar mais para si, conhecer melhor seus gostos e habilidades? Mas não fazem milagres, a decisão final cabe a própria pessoa.

Não importa o segmento em que atue, é preciso sempre buscar o crescimento profissional e melhorar suas aptidões. A expansão do mercado de trabalho contribui para o surgimento de boas oportunidades. E fazer aquilo que gosta ajuda na capacitação e no bom desempenho de suas funções.

Profissão dos sonhosQuem nunca ouviu essa pergunta: O que você vai ser quando crescer? A frase é

conhecida porque se ouve muito durante a infância. Nessas horas, a imaginação da criança a leva a salvar pessoas em incêndios, curar, dirigir caminhões enormes, ser cobrador em caixas de supermercados e muitas outras opções. A idade aumenta e, sem perceber, a maturidade chega. É o fim dos estudos básicos e o momento de escolher uma profissão de verdade se torna difícil. Aí, o que mais se vê são indefinições. O corpo se transforma, a voz fica falhada, os conflitos familiares são freqüentes, não se sabe se o primeiro namorado ou namorada será para sempre, as gírias da juventude entram em atrito com o modo de falar dos pais, a sexualidade se põe em evidência.

Alguns escolhem a faculdade que sempre sonharam, outros seguem o caminho que os pais sonharam para eles. Mas não é isso que sempre acontece. A vida muitas vezes escreve o destino das pessoas, empurra uma profissão e a escolha se faz por necessidade. Quando menos percebe, a pessoa já foi engolida pelo sistema capitalista de compra e venda de mão-de-obra. O trabalho é realizado sem ânimo, sem esperança de melhora, sem prazer no que se faz, ou seja, aparecem os profissionais medíocres.

E um compositor faz uma música assim: “Sei lá, tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo isso aí que você achou que iria ser quando a gente crescer. E nossa história, de repente, ficou alguma coisa que alguém inventou” (Lulu Santos). A imaginação volta à infância e a análise e comparação do que queria ser e do que se é pode doer. Se quem está com 18 anos têm incertezas, os de 58 sentem que o tempo não volta e a vida está concretizada. O que pode ser a explicação da escolha dos pais: concretizar um sonho que era seu, que se torna real quando projetado no filho. E mais uma vez, outra vida seguirá um rumo determinado pelos outros.

Quando se faz o que se gosta, o trabalho se torna lazer. A pessoa perde horas na execução sem perceber, o resultado sempre traz satisfação e o reconhecimento aparece de forma natural. Essa é a melhor escolha para o sucesso.

É perceptível a agilidade de muitos trabalhadores em nossas vidas, em especial os motoboys, entregadores de pizza, de jornais, enfim, são eles que voam pelas ruas para atender rapidamente o nosso pedido, clientes. Outro dia estava eu passando de carro pela avenida Ana Jacinta, na Cohab, quando de repente vejo uma ambulância. A equipe do Corpo de Bombeiros e inúmeras pessoas paradas, com olhares fixos para um acidente de moto que havia acabado de acontecer.

Eu mesma estacionei o carro e comecei a conversar com as pessoas, que ali estavam para saber o que realmente havia ocorrido. Infelizmente, era um trabalhador, para ser mais exato, um entregador de pizza, que corria contra o tempo para fazer o seu trabalho da forma mais eficiente e cumprir o prazo o mais rapidamente possível. No entanto, o motoqueiro não conseguiu, e terminou o serviço dele ali, naquela avenida, próximo a um poste de iluminação. Pelo estado do corpo, ele morreu no local, não teve nem chance de dizer adeus àqueles que mais amava.

Minutos se passaram e a família do motoboy chegou ao local da fatalidade. A mãe e a esposa estavam desesperadas, e o filhinho não conseguia entender direito o que aconteceu, era tudo muito triste...

No final das contas, foi mais um trabalhador que perdeu a vida em horário de serviço. Muitas vezes nós seres humanos, não damos o devido valor a esses motoqueiros, que trabalham para facilitar o nosso dia-a-dia, para entregar a nossa pizza quentinha. A nossa intolerância faz com que não possamos esperar um minuto a mais do que o previsto. Será que a pessoa que aguardava a pizza sabe o valor desse entregador?

CrônicaContra o relógio

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Presidente Prudente, 2º semestre de 2009

Estresse é comum em funções perigosas, diz psicólogoJornalistas, policiais, salva-vidas e operários se arriscam pela carreira

As profissões de risco são aquelas desempenhadas por pessoas dispostas a enfrentar o perigo pelo bem e em serviço da sociedade. Esse tipo de trabalho necessita de cuidado e atenção para que seu exercício seja seguro. O jornalismo é um oficio que tem como objetivos principais a responsabilidade social e o compromisso com a imparcialidade perante seus espectadores. Eles são os olhos dos que não estão presentes. Rildo Herrera trabalha há dez anos como repórter da TV Fronteira. Ele faz parte do núcleo de reportagens especiais que segue a linha editorial investigativa e foi na execução de uma dessas matérias que enfrentou o maior risco da profissão. A matéria foi encomendada pelo Fantástico e tinha como missão mostrar o livre mercado de drogas que ocorre em Coronel Sapucaia (MS), no Brasil, e Capitan Bado, departamento de Amambay, a 426 km de Assunção, no Paraguai, separadas apenas por uma rua. A cidade brasileira tem o maior índice de assassinato por habitante de todo país, segundo um estudo realizado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. Ambas são extremamente violentas e dominadas pelo tráfico de drogas. O repórter conta que toda a equipe foi avisada pelos policiais dos risco, inclusive de morte, se cruzasse a fronteira, pois a polícia brasileira não pode intervir em operações de outros países. Mesmo ciente do perigo, o repórter e o cinegrafista Luciano Vieira foram até lá. Eles queriam fazer algumas imagens do local, mas quando os traficantes perceberam começou a confusão: gritos, xingamentos e ameaças. A volta para o Brasil foi imediata. “Só queria chegar logo do outro lado o mais rápido possível”, relembra Rildo. Depois do seqüestro do jornalista Guilherme Portanova, ocorrido no dia 12 de agosto de 2006 em São Paulo por uma facção criminosa, Rildo

modificou alguns hábitos. Foi morar em um condomínio fechado e passou a prestar atenção ao seu redor.

Segurança da sociedade - A força policial tem por obrigação manter a ordem e preservar a segurança dos cidadãos. Fábio Vieira é soldado da Policia Militar há sete anos. Atualmente faz parte da Companhia Força Tática e está na corporação prudentina há seis meses, transferido da capital. Ele conta que em São Paulo já esteve envolvido em várias situações arriscadas. Uma delas foi um tiroteio que pegou os policiais de surpresa durante uma madrugada. Os tiros haviam sido disparados de uma favela e nenhum suspeito foi preso. Vieira afirma que o Policial Militar é um alvo fácil para os bandidos. “Somos identificados pela farda e pela viatura, por isso é preciso manter o alerta ligado para não sermos pegos de surpresa”.

Em cena após os oito segundos - Perigo é sinônimo da profissão de salva-vidas de rodeio. Django e Meio-Quilo são irmãos de Pirapozinho e trabalham na área há mais de 20 anos. A dupla ficou conhecida nacionalmente após a participação na novela América (Rede Globo), em 2005. Com tantos anos de profissão, já passaram por vários momentos de medo e acidentes de trabalho. O pior foi durante a festa do peão de Barretos, onde Django levou uma chifrada nas costas e ficou inconsciente durante alguns minutos até chegar ao hospital. Apesar disso, estão na lista dos que nem sempre ligam para o perigo. “Fazemos porque amamos e tudo o que temos devemos a essa profissão”. Perigos na construção - O operário da construção civil é um profissional capacitado para executar diversas tarefas dentro da obra, desde

um simples reboco na parede até ficar pendurado em balancetes a vários metros de altura. José Pedro Pereira Neto está há 25 anos na construção civil como

pedreiro. “Nunca sofri nenhum acidente grave, graças a Deus”. Para ele, hoje a segurança é reforçada, antigamente as condições eram precárias. A única queixa de Pereira é o salário baixo de R$ 834 que recebe para sustentar a esposa e três filhos. A má

remuneração o fez deixar para trás a arquitetura, que cursou por quatro meses quando era mais jovem, em Campinas. “Era meu sonho, mas não tive condições financeiras de continuar”. Segundo o Ministério da Previdência Social, a construção

Mariana BandoniGustavo Sawada David Santos

civil ocupa o 5º lugar no ranking dos acidentes de trabalhos. A principal causa é queda de trabalhadores e de materiais sobre os funcionários. O segundo fator são os choques elétricos e o terceiro, soterramentos. Segundo o psicólogo Igor Costa Palo Mello, os trabalhadores que estão expostos a constantes riscos, têm grandes chances de desenvolverem estresse. “Essa doença, ao se tornar crônica, faz a pessoa ter dificuldade para dormir, agitação psicomotora e enfermidades, como úlcera e depressão”, salienta. Outra patologia causada pelo estresse é a “Síndrome de Bournet”. O indivíduo apresenta sensação de esgotamento físico, mental e ausência de energia para o exercício das funções. Esse tipo de profissional também pode desenvolver neurose, desequilíbrio familiar, comportamento violento, principalmente com pessoas próximas e doenças psicossomáticas, como fobia e mania de perseguição. “O ideal é que o empregador preste auxílio psicológico para esses tipos de profissionais”.

Fábio Vieira passa por situações de risco diariamente na PM

"Esse profissional pode desenvolver

neurose e comportamento

violento. O ideal é que o empregador

preste auxílio psicológico

IGOR MELLO, PSICÓLOGO"

PROFISSÕES DE RISCO

Gustavo Sawada

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Presidente Prudente, 2º semestre de 2009

Redações jornalísticas precisam se adequar à queda do diploma Contratantes garantem que curso superior é diferencial para qualificação

Após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), no dia 17 de junho, favorável a não obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalismo, levantou-se um debate acerca do documento como prerrogativa de sucesso profissional. Ao analisar o cenário em que se encontra o mercado e as declarações dos profissionais de jornalismo, é possível detectar uma certa preocupação na área sobre a importância de priorizar a formação acadêmica para que haja cada vez mais, jornalistas preparados. No que diz respeito ao mundo univers i tár io, poucas mudanças ocorreram, sendo que as principais transformações ficarão por conta da nova grade do curso que será analisada e atribuída pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) e deverá ser empregada no próximo ano. “Existe uma

vontade de separar o curso de jornalismo e priorizar ainda mais a formação do profissional”, declara o diretor regional do Sindicato dos Jornalistas, Sérgio Barbosa. A Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente, mesmo após a decisão do Supremo, obteve um número de candidatos ao curso de Comunicação que superou as expectativas. “As pessoas querem um diploma por que o curso superior oferece suporte científico, técnico e ético, o que torna difícil para o mercado ou empregadores preparar outro profissional de outra área”, comenta a coordenadora do curso de Jornalismo da Unoeste, Carolina Costa Mancuzo. No entanto, ao retirar a faculdade de Jornalismo de sua grade, a Facamp (Faculdades de Campinas), chamou a atenção pelo imediatismo da decisão. Antonio Carlos de Araújo, assessor de imprensa, explicou que a exclusão do curso foi feita pelo “universo limitado de nossos alunos, uma vez que ele era disponível em período integral e a baixa procura seria inevitável”. Araújo informou também que será criada uma

André MartinsLívia TadiotoLuiz Dalle

pós-graduação em Jornalismo, o que não deixa de acentuar a importância da qualificação do profissional da informação.Sérgio Barbosa acrescenta que as faculdades já possuem um forte poder de decisão no futuro da categoria. Ele argumenta que “as instituições de ensino superior precisam se posicionar urgentemente, uma vez que a classe jornalística é desunida”, ou seja, a desunião da categoria torna a busca pela regularização do setor ainda mais difícil. A q u e d a d o d i p l o m a j á proporcionou o surgimento de cursos que prometem formar jornalistas em quase dois dias, pelo valor de R$ 40. Para Mancuzo, cursos como este comprometem o exercício da função do jornalista como informante social com a presença de profissionais despreparados, pois , “aprender jornalismo não está ligado somente à técnica, é uma ciência. E ciência alguma se aprende em 24 horas”. O mercado jornalístico, no entanto, já está pronto para esta nova esfera profissional que deve invadir as redações e os processos seletivos de

Não é de hoje que a regulamentação e obrigatoriedade ou não do diploma de jornalismo são questionados. Entre aprovações e revogações, sempre houve polêmicas e discussões. Confira um breve histórico com as principais datas sobre o assunto e os acontecimentos mais marcantes que acompanharam os ápices da trajetória do reconhecimento da profissão perante a lei:

Linha do Tempo 1969A Fenaj lidera um movimento que faz nova modificação na categoria através de outro Decreto e, mais uma vez, o diploma é requisito obrigatório para execução da profissão. Foi neste ano que houve a regulamentação que duraria até o último mês de junho. No mesmo ano, Cid Moreira, apresenta a primeira edição do Jornal Nacional da Rede Globo.

2001A juíza da 16º Vara Cívil, Carla Rister, aprova a liminar que anula a utilização do diploma como requisito obrigatório para a função de jornalista. O Tribunal Regional Federal de São Paulo não considerou os argumentos apresentados pela Fenaj e pela Advocacia Geral da União (AGU). No mesmo ano, ocorreu o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

2005Após ter sido rejeitado no ano de 1989 e 1995, um mesmo projeto é apresentado no ano de 2002 pelo deputado Pastor Amarildo (PSC/TO) que tramitou pelo Congresso Nacional até o ano 2005, data no qual o projeto fora aprovado e, em seguida, revogado. Quinze dias após a decisão, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, sob forte pressão, vetou em 100% o projeto. Em paralelo, furacão nos Estados Unidos, terremoto na Caxemira e a morte do mais popular dos papas, João Paulo II.

2009O Supremo Tribunal Federal (STF) derruba a obrigatoriedade do diploma em votação vencida por oito votos a um. O Congresso Nacional ainda não se posicionou acerca dos novos projetos que circulam nas mãos dos deputados. Com a morte do astro Michael Jackson e a descoberta do Pré-sal, logo a polêmica foi contida e a discussão quase que se restringe apenas à classe jornalística e ao meio acadêmico.

1938No governo Getúlio Vargas a categoria conquistou sua primeira regulamentação sob as linhas do Decreto-Lei 910. O decreto previa apenas a regulamentação da profissão, já que o país não possuía nenhuma faculdade para obrigatoriedade do diploma. Dez anos depois é criada a primeira escola de jornalismo no Brasil, a Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero na capital de São Paulo.

1961A regulamentação de 1938 foi alterada durante o governo Jânio Quadros com o Decreto 51.218. Entre as novas mudanças estava a obrigatoriedade do diploma para a prática da profissão.

1962Novas alterações na profissão são impostas pelo Decreto 1.177. Nele, os profissionais por tempo de serviço sem o ensino superior são considerados jornalistas pelo novo Decreto devido ao aumento de redações do interior, onde ainda não existiam faculdades de comunicação. Em 1963 a TV Tupi faz a primeira transmissão a cores da televisão brasileira.

Na redação do jornal Oeste Notícias, editor garante que só contrata jornalistas diplomados

MERCADO EM CHEQUE

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Redações jornalísticas precisam se adequar à queda do diploma Contratantes garantem que curso superior é diferencial para qualificação

novos contratados nas empresas de comunicação da cidade. Segundo o editor-chefe do jornal Oeste Notícias, Cristiano Oliveira, após a não obrigatoriedade, foi constatado uma procura maior de pessoas sem o ensino superior em busca de uma vaga como jornalista. “Continuaremos primando pelos diplomados, pois empresa séria não pode se arriscar a contratar mão-de-obra sem qualificação acadêmica”, acrescenta. Para a jornalista Carolina Mussolini Celestino de Oliveira, o diploma será um grande diferencial no mercado que tende a ficar mais concorrido, já que pessoas de outras áreas podem despertar para o interesse de atuar no jornalismo. Enquanto as empresas se ajustam às pressas à nova realidade, seja na formação profissional ou na equipe já contratada, com ou sem diploma, existem ações que tramitam no Congresso em benefício da categoria. Circulam na Câmara e no Senado Federal, duas PECs (Proposta de Emenda à Constituição) que revogam a última decisão do STF e exigem o diploma para exercício da

Luiz Dalleprofissão. Segundo a Diretoria do Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), há um ambiente bastante favorável no Congresso Nacional. Natália Lambert, assessora de comunicação da deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM), explicou um pouco mais sobre o lançamento no dia 23 de setembro, da Frente Parlamentar em Defesa do Diploma de Jornalista, criada pela deputada. “Foi preciso 198 assinaturas de deputados para que a frente fosse autorizada pela Câmara. É uma oportunidade de discutir uma melhor solução sobre a não obrigatoriedade e atender aos anseios de diplomados e não diplomados que já atuam na profissão”. A questão da obrigatoriedade e regulamentação da profissão é uma luta de vários anos da classe jornalística (veja box) e que ficou sem efeito com a decisão judicial sobre o curso de jornalismo. Conforme o sucesso da Frente, ela poderá agilizar ainda mais a aprovação das PECs estudadas no Congresso Nacional e acomodar boa parte de uma categoria que recebeu com indignação a anulação do diploma.Na redação do jornal Oeste Notícias, editor garante que só contrata jornalistas diplomados

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Presidente Prudente, 2º semestre de 2009

Políticos são vistos com desconfiança pela população

Uma pesquisa realizada no mês de julho deste ano, nos Estados Unidos, no Brasil e em países da Europa, apontou as profissões mais e menos confiáveis. Os bombeiros aparecem em primeiro lugar no ranking da profissão mais confiável, entre 20 categorias analisadas, enquanto os políticos foram os últimos colocados. O Jornal Dia Útil foi às ruas de Presidente Prudente para saber se realidade é a mesma. “Os bombeiros estão sempre dispostos a ajudar as pessoas, a salvar vidas”, é o que diz o bancário André Milhorança, 26. Para o sargento Marildo Trevizanutto, 42, do Corpo de Bombeiros de Presidente Prudente, esse reconhecimento das pessoas já era esperado, pois a população sempre encontra neles uma resposta positiva quando são solicitados. Ele ainda diz que os políticos não conseguem ter o mesmo mérito pelo fato deles aparecerem mais de forma negativa para a sociedade. “Infelizmente era um resultado esperado”, salienta o bombeiro. O sociólogo Armando Pereira explica que a postura corajosa e presente dos bombeiros chama a atenção da população. “Eles aparecem naquele momento de maior sensibilidade das pessoas. O fato de salvar vidas é considerado um fato heróico pela sociedade”, revela o profissional. Lados opostos - Se os bombeiros são os que mais merecem a confiança da grande maioria das pessoas, outra categoria também é unanimidade mundial, só que pela desconfiança. Os políticos aparecem na pesquisa, feita pelo Instituto alemão GFK (Gesellschaft für Konsumforschung), como os menos confiáveis, nas opiniões dos entrevistados. “Alguns políticos usam o dinheiro público para si próprio, e com isso brincam com a confiança de quem votou neles”, diz o prudentino André Arques, 41, que é diretor de TV. O vereador de Presidente Prudente, Douglas Kato, 24, afirma que esta pesquisa é reflexo da falta de credibilidade que alguns representantes da classe em Brasília vêm apresentando à população. “Temos que cr iar

confiabilidade e garantir o respeito que a população tem por direito”, declara o jovem legislador. Para Oswaldo Bosquet, 39, vereador também em Presidente Prudente, as pessoas não querem se envolver com a política e por isso permanecem nos cargos eletivos. Bosquet simplifica a fala dele com uma frase de Platão: “O castigo dos homens capazes que não se envolvem nas questões governamentais é ser governado pelos incapazes”. Ele também comenta que acredita que uma parcela dessa culpa é do povo, pois segundo o vereador muitos ainda se submetem a compra de votos e benefícios pessoais. “Noventa por cento dos pedidos que chegam até nós são favores pessoais e 10% coletivo”, revela. O representante do povo diz ainda que a população não acompanha a vida política, com exceção dos erros cometidos em Brasília, que são alvos em toda a mídia. “Por isso as pessoas votam sem saber em quem votar e a consequência é a insatisfação do povo”, justifica Bosquet. “As pessoas usam o conceito de política de forma errada”. Esta é a opinião do sociólogo Luiz Antônio Sobreiro Cabrera. “A população aceita a informação partilhada, como verdade absoluta e não consegue fazer uma reflexão”, declara o especialista ao ressaltar a falta de conhecimento e participação da sociedade com relação à política. Ele teme que esta crítica da população se torne algo totalmente sem fundamento, pois os eleitores captam somente o que veem na mídia e não apuram e nem se aproximam do fato. “O ser humano tem a necessidade de transferir a culpa de seus erros para alguém”, avalia o sociólogo.

Juliana RissattoTatiane Ferreira Valmir Custódio

Ana Paula Martins, 32, assistente social: “Os bombeiros estão sempre prontos para atender a população. Ao contrário dos políticos que só se aproximam do povo em época de eleição”.

Fala Povo

Givaldo Luciano Rodrigues, 22, estudante de filosofia: “Os bombeiros são realmente os mais dignos de confiança, pois estão sempre prontos para atender a população”.

Thiago Júnior da Silva, 26, estudante de jornalismo. “A população está descontente com a política do país. Já os bombeiros, trazem orgulho”.

Juliana Tosta, 17, estudante: “Os bombeiros sacrificam a vida pelo próximo. Já os políticos são incentivados a fatos errados”.

Com mais de 90% de aprovação, bombeiros são os mais admirados

Bombeiro de Prudente saindo para salvamento

Valmir Custódio

Joana Martins, 23, estudante: “Os políticos, devido aos escândalos, deixam uma imagem suja da profissão”.

Unanimidade mundial

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Presidente Prudente, 2º semestre de 2009

Profissionais duplicam funções para renda extraMuito tempo dedicado ao trabalho pode causar estresse, dizem médicos

Comodidade e conforto são alguns dos objetivos que as pessoas buscam para ter qualidade de vida. Mas para conseguir alcançá-los, muitas vezes é preciso aumentar a jornada de trabalho e a renda. O problema é ter disposição para encarar dois trabalhos diferentes e adquirir ritmo diário mais que intenso. Muitos profissionais do Oeste Paulista possuem essa dupla jornada. H á p e s s o a s q u e s e sobrecarregam trabalhando mais de oito horas por dia. O despachante Admilson Silva, 48, tem dois empregos, mas diz que já se acostumou com a rotina puxada. Ele divide o tempo entre o escritório e uma garagem de compra e venda de carros. “Tenho um filho que está fazendo faculdade e com isso é mais uma grande despesa”, diz. Os longos períodos de trabalho exigem esforços físicos e mentais redobrados, que podem causar problemas à saúde. A médica Liléa Gonçalves, 28, afirma que a correria diária pode trazer estresse, dores de cabeça, problemas com a postura e fadiga. Ela ainda explica que para resistir às cargas extensas, é necessário fazer alongamentos, ter uma alimentação regrada e praticar esportes. A professora Lívia Veríssimo, 25, também tem dois empregos. Dá aulas de Inglês em uma instituição de ensino técnico em Presidente Venceslau e atua como designer. “Não tenho como me dedicar a um só emprego, sinto-me exausta às vezes no final do dia e invejo meus amigos que se reúnem quase todos os dias para tomar uma cervejinha”, diz. Veríssimo vive com os pais, que reclamam de sua carga de trabalho. “Mas já aprenderam que é uma necessidade minha, pois gosto de comprar roupas, pegar baladas com amigos e viajar para as cidades vizinhas daqui”, relata.

Mathias Brito Inácio, 25, trabalha nos Correios, porém, em duas cidades diferentes. Nas segundas, quartas e sextas-feiras, ele atua em Bela Vista do Paraíso e às terças e quintas em Florestópolis, mas mora em Porecatu, todas cidades do Paraná. Inácio vai à faculdade, em Pres iden te Prudente, todos os dias e afirma que trabalha em duas cidades por opção, pa ra aumen ta r a renda, e não por necessidade extrema. Brito sente falta dos momentos de convívio familiar, como almoçar e jantar em casa. Hoje não tem tempo para isso. Começou nos dois empregos em novembro do ano passado e diz que demorou a se acostumar com a rotina. O médico Luccas Rodrigues, 26, alerta que apenas o trabalho na vida de uma pessoa não basta. Há outros fatores como lazer, família, amigos, vizinhos, que são imprescindíveis tanto para a saúde quanto para a própria produtividade no serviço.

Mayne SantosTchiago InagueVinicius Ribeiro

Para as mulheres que tem dupla profissão e são chefes de família, a situação é ainda mais difícil, pois acabam exercendo uma tripla jornada, já que os afazeres domésticos – cuidar dos filhos, supermercado, limpeza, entre outros – geralmente

são destinados a elas. R o d r i g u e s declara que as mu lhe res que exercem jornadas exaustivas sofrem conseqüências que vão a lém da TPM (Tensão Pré-Menstrual). Ele afirma que o s a f a z e r e s

profissionais e domésticos promovem mudanças hormonais que geram alterações no ciclo menstrual, abortos, menopausa e gravidez. Ele garante que as mulheres sofrem um maior índice de estresse e estão mais propensas ao tabagismo. Uma pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em janeiro de 2008, envolvendo seis capitais - Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre

– apontou que 43,1% das mulheres trabalham fora de casa. Foi constatado ainda as chefes de família representam 28,8%, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais de 2004 do Instituto. Mari Ângela Pelegrini, 48, é juíza do trabalho na cidade de Rancharia, mora e dá aulas em Prudente, cuida de três filhos e cursa jornalismo na Facopp. Ela diz que uma vez por semana dorme na Justiça do Trabalho. “No local onde durmo, tenho um guarda-roupa, chuveiro, geladeira e um fogão”, relata. Já Nair Pereira da Silva faz sucesso com seus bombons. Vende a um real. Às cinco horas da manhã já está em pé fazendo almoço para que a sua filha Jéssica, 22, leve a marmita para o serviço. Entre às oito e quatro da tarde, trabalha como empregada doméstica. Após este horário produz bombons que são repassados para as filhas venderem nos locais de trabalho, e na faculdade. Silva também é mãe de Charlene, 23, que trabalha em um consultório odontológico e estuda serviço social no período noturno. Ela conta que o lucro trata de um complemento da renda familiar. “É cansativo, mas vale a pena fazer todo este serviço, eu preciso”.

Lívia Veríssimo em uma de

suas profissões: professora

Vinícius Ribeiro

Aumento de carga

" Apenas o trabalho na vida de uma pessoa

não basta "LUCAS RODRIGUES, MÉDICO

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Definição da carreira profissional deixa jovens indecisosPsicólogos alertam que escolha deve partir do autoconhecimentoAmanda SantanaBeatriz EsperJéssica Ishibashi

Fazer um curso superior não garante a escolha profissional, mas sim onde a pessoa vai atuar no mercado de trabalho. Jovens que estão no ensino médio e até mesmo quem está na faculdade, nem sempre exercem a carreira escolhida. Presidente Prudente conta atualmente com quatro universidades com aulas presenciais com graduações nas áreas de exatas, humanas e biológicas. A estudante Geovana Montini Grotto, 19, diz que é muito difícil escolher uma profissão. Ela fez um ano de Agronomia, depois cursou um ano de Administração por considerar uma área fácil para se conseguir um emprego, mas não se identificou. “Não gostei do curso por não ter uma parte prática do conteúdo, só aprendíamos na teoria”, diz Grotto. Segundo a psicóloga Silvia de Siqueira, 56, um teste vocacional feito de maneira certa auxilia

e muito na decisão. Ler sobre a carreira, obter conhecimentos mais aprofundados, faz com que diminuam os erros na escolha. Grotto também fez o teste e teve como resultados três opções: Agronomia, Administração e Farmácia. A família não influenciou, mas a estudante, afirma que "meu pai queria que eu fizesse a faculdade de Direito, por ter mais oportunidades de empregos e cargos em concursos públicos”. A psicóloga, que há mais de 20 anos trabalha com orientação vocacional, explica que é comum ter casos como o da estudante. Para os alunos do ensino médio que ainda não definiram a profissão, ela realiza entrevistas individuais, faz com que se conheçam melhor e avaliem em qual área se identificam mais. “Ter autoconhecimento, estar bem definido em seus gostos e habilidades são itens fundamentais para que possa fazer uma escolha mais centrada de seu futuro profissional”, diz Siqueira.

A adolescência é um período de indefinições.

É a passagem da infância para a fase adulta, aonde as

responsabilidades aumentam a cada dia. Muitas vezes, os pais querem que os filhos optem por profissões mais rentáveis ou iguais as deles. A psicóloga Silvana do Amaral Rodrigues, 31, que trabalha em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) fala que “na adolescência o jovem está em busca de sua identidade, na fase das experiências, de escolhas que às vezes partem deles e outras da família”. Alguns ainda decidem a profissão para serem notados pela sociedade. Olham mais para o status que lhe trará e se esquecem do mercado de trabalho, que espera profissionais qualificados. Um bom profissional é aquele que gosta do que faz, busca novos conhecimentos e se aperfeiçoa. Evilin Pires de Carvalho, 24, é formada em Administração, trabalha na área e agora cursa a faculdade de Letras. Fez Administração por questão de oportunidades. “Se não fosse a

faculdade não estaria hoje dentro de uma instituição financeira. Cursar Letras é um sonho de criança”. Para Siqueira, o “mercado está aberto a todos. É preciso analisar qual será a área que se encaixa ao seu perfil para a disputa de vagas”. Ela diz que pessoas qualificadas e bem preparadas sempre terão oportunidades. “Hoje há muitos empregos, mas poucas pessoas qualificadas”.

Estudante universitária Geovana Grotto ainda não decidiu sua profissão

Dicas-Analise quais foram os interesses que levaram você a escolher cada profissão;

- Escreva quais são os fatores que mais pesam na escolha profissional: influência da família, mercado de trabalho ou questão financeira;

- Escolha sua profissão pensando no longo prazo;

- Pesquise as profissões. Procure conversar com profissionais da área.

Fonte: Silvia de Siqueira

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