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Web-Revista SOCIODIALETO www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras UEMS/Campo Grande Mestrado em Letras UEMS / Campo Grande ISSN: 2178-1486 Volume 5 Número 14 novembro 2014 Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 14, nov. 2014 214 PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO: AS FORMAS DE DISCURSO UTILIZADAS NO PROJETO MELP Fernanda Itala Messias de Sousa (GeLiCI - UFMA) 1 [email protected] Iara da Silva Santos (GeLiCI - UFMA) 2 [email protected] Renália Rafaela Cunha Silva (GeLiCI - UFMA) 3 [email protected] Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) 4 [email protected] RESUMO: Este trabalho objetiva refletiras formas de tratamento ocorridas em postagens e comentários encontrados nos discursos de um projeto realizado com alunos do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão, intitulado MELP (Metodologia no Ensino de Língua Portuguesa), para demonstrar como ocorreram as interações e/ou conflitos durante o projeto e as ações dos participantes através de publicações. A base inicial para a coleta de dados compreende nas observações e capturas de postagens e/ou comentários na página do MELP, buscando destacar as principais características dos usuários nos posts, bem como o tratamento usado em relação ao outro, segundo perspectivas relacionadas às áreas da linguística, referenciação, escrita e sociologia. Após a observação dos posts, coletaram-se os mais relevantes, para análise nas construções de sentido dos discursos, apresentando gráficos analíticos acerca das conversações através da relação discurso e significado. Com este trabalho observou-se que a referenciação, enquanto processo da construção de sentido de um texto, é a principal ferramenta argumentativa utilizada no tratamento dado na interação entre os membros do grupo nos discursos durante o projeto, trazendo ao texto alguns processos de referenciação como: ativação ancorada e ativação não-ancorada e a presença das anáforas associativas, indiretas e pronominais. PALAVRAS-CHAVE: Discurso, Interação, publicação, Construção textual. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 2 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 3 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 4 Orientador, Professor do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos da Universidade Federal do Maranhão UFMA, Campus São Bernardo, Graduado em Letras Universidade Federal do Maranhão - UFMA; Mestre em Educação pelo PPGE da UCB e Pesquisador da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade Universidade Católica de Brasília UCB e do Grupo de Linguagens, Cultura e Identidades GeLiCI da UFMA [email protected]

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Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 5, nº 14, nov. 2014 214

PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO: AS FORMAS DE DISCURSO

UTILIZADAS NO PROJETO MELP

Fernanda Itala Messias de Sousa (GeLiCI - UFMA)1

[email protected]

Iara da Silva Santos (GeLiCI - UFMA)2

[email protected]

Renália Rafaela Cunha Silva (GeLiCI - UFMA)3

[email protected]

Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA)4

[email protected]

RESUMO: Este trabalho objetiva refletiras formas de tratamento ocorridas em postagens e comentários

encontrados nos discursos de um projeto realizado com alunos do Curso de Licenciatura em Linguagens e

Códigos pela Universidade Federal do Maranhão, intitulado MELP (Metodologia no Ensino de Língua

Portuguesa), para demonstrar como ocorreram as interações e/ou conflitos durante o projeto e as ações

dos participantes através de publicações. A base inicial para a coleta de dados compreende nas

observações e capturas de postagens e/ou comentários na página do MELP, buscando destacar as

principais características dos usuários nos posts, bem como o tratamento usado em relação ao outro,

segundo perspectivas relacionadas às áreas da linguística, referenciação, escrita e sociologia. Após a

observação dos posts, coletaram-se os mais relevantes, para análise nas construções de sentido dos

discursos, apresentando gráficos analíticos acerca das conversações através da relação discurso e

significado. Com este trabalho observou-se que a referenciação, enquanto processo da construção de

sentido de um texto, é a principal ferramenta argumentativa utilizada no tratamento dado na interação

entre os membros do grupo nos discursos durante o projeto, trazendo ao texto alguns processos de

referenciação como: ativação ancorada e ativação não-ancorada e a presença das anáforas associativas,

indiretas e pronominais.

PALAVRAS-CHAVE: Discurso, Interação, publicação, Construção textual.

1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão

UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades –

GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 2 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão

UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades –

GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 3 Graduanda do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão

UFMA, Campus São Bernardo e vinculada ao Grupo de Pesquisa em Linguagens, Cultura e Identidades –

GeLiCI da UFMA e-mail: [email protected] 4 Orientador, Professor do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos da Universidade Federal do

Maranhão UFMA, Campus São Bernardo, Graduado em Letras – Universidade Federal do Maranhão -

UFMA; Mestre em Educação pelo PPGE da UCB e Pesquisador da Cátedra Unesco de Juventude,

Educação e Sociedade – Universidade Católica de Brasília –UCB e do Grupo de Linguagens, Cultura e

Identidades – GeLiCI da UFMA [email protected]

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ABSTRACT: This work objectifies reflect the treatment forms occurred in postages and comments

found in the speeches of a project accomplished with Course students of Graduation in Languages and

Codes by Maranhão's Federal, entitled University MELP (Methodology in the Portuguese-speaking

Teaching), to show how they occurred the interactions and or conflicts during the project and the actions

of the participants through publications. The initial base for the data collection comprehends in the

postages and or comments observations and captures on the page of MELP, seeking to highlight the main

characteristics of users in posts, as well as the treatment used regarding another, according to perspectives

related to linguistics areas, referencing, writing and sociology. After posts observation, they collected the

most important, for analysis in the speeches sense constructions, presenting analytic graphs the about of

the conversations through the relation speech and meaning. With this work that was observed for

referencing, while interaction process between members of the group in the speeches during the project,

bringing to the text some referencing processes as: Anchored activation and activation-not anchored and

the presence of anaphora associative, indirect and pronominal.

KEYWORDS: Speech, Interaction, Publication, Textual Construction.

1. INTRODUÇÃO

A linguagem é muito mais um modo de tratar a realidade do

que um modo de retratá-la.

Marcushi (2002, p. 48)

Partindo da ideia de que referenciação se trata de uma atividade discursiva, onde

segundo (KOCH, 2004, P. 61) O sujeito, por ocasião da interação verbal, opera sobre o

material linguístico que tem à sua disposição, operando escolhas significativas para

representar estados de coisas, com vistas à concretização de sua proposta. Este trabalho

busca analisar e refletir sobre a construção referencial dos discursos durante a realização

do projeto MELP, com graduandos do 4º período do Curso de Licenciatura em

Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão, no campus de São

Bernardo.

Os objetivos que guiam este artigo são: analisar e refletir como se mostra a

construção referencial nos posts escolhidos; identificar as características mais peculiares

encontradas nos posts; identificar, nas postagens e comentários, o processo de

construção dos objetos de discurso; e observar como se caracteriza a interação entre os

membros no projeto.

Como Corpus do trabalho, utilizaremos postagens e comentários apresentados na

página do projeto, consideravelmente relevantes para a construção do artigo. Nesses

posts observaremos e analisaremos como os membros constroem seus objetos-de-

discursos referentes às temáticas encontradas durante o processo de desenvolvimento do

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projeto e como se estabelece a relação de um indivíduo para com os outros,

demonstrando a criação de amizades e/ou inimizades através das publicações.

Com o intuito de observar e destacar as práticas sociais encontradas nos

discursos, compreendendo como se constrói os objetos, a partir das análises, este

trabalho divide-se em quatro partes.

No primeiro instante, faremos uma abordagem sobre o que de fato, se caracteriza

como o projeto MELP, apresentando como se deu o processo de execução do projeto e

como ele contribuiu como processo metodológico no ensino-aprendizagem de Língua

Portuguesa.

No segundo instante, exporemos o referencial teórico no processo de análise do

Corpus, realizando uma discussão acerca da referenciação, procurando mostrar os

aspectos que refletem o ponto de vista do indivíduo na construção dos objetos-de-

discurso de acordo com as condições nas quais estão inseridos trazendo à tona suas

particularidades, citando, principalmente as perspectivas de Koch, além de outros

autores que reforcem as ideias as quais o artigo almeja destacar.

No terceiro instante, passaremos para a parte metodológica do trabalho.

Momento que destacará o procedimento de observação e análise dos textos,

investigando como se deu o processo de referenciação na publicação dos posts

escolhidos para o trabalho. Para tanto, elaboraremos um gráfico que apresente os

elementos empregados pelos membros no momento da produção e publicação dos

textos de acordo com a temática abordada e como se deu o comportamento dos mesmos

através dos objetos de discurso.

Finalmente, apresentaremos a análise, discussões e resultados obtidos no

processo de execução do trabalho acerca da referenciação e as formas de discurso

encontradas nos posts e como se caracterizou esse processo.

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2. PROJETO MELP: UM OLHAR SOBRE O ENSINO EM ESPAÇOS

FORMAIS E “NÃO FORMAIS”

O projeto MELP foi idealizado e depois vinculado à disciplina de Metodologia

de Ensino de Língua portuguesa, surgiu a partir da necessidade de socialização de

informações e discussão das mesmas por parte dos participantes do grupo. Com o

intuito de inovar os métodos de ensino acerca do ensino de Língua Portuguesa, o projeto

foi desenvolvido durante todo o semestre do 4º período da turma 2011.2 do Curso de

Licenciatura em Linguagens e Códigos pela Universidade Federal do Maranhão,

Campus São Bernardo.

Para a realização do projeto MELP, a filosofia adotada foi a de se trabalhar com

situações complexas, com esse intuito se pensou espaços onde se podia trabalhar a

educação com base no conhecimento não-formal construído mediante o

acompanhamento docente. Seguindo essa perspectiva Gadotti (apud La Belle, 1982:2)

destaca que: “Define-se educação não-formal como toda atividade educacional

organizada, sistemática, executada fora do quadro do sistema formal para oferecer tipos

selecionados de ensino a determinados subgrupos da população”. Espaços esses que se

caracterizavam desde a quadra, onde se realizavam as atividades incluídas no projeto –

o jogo de futsal, um dos focos do trabalho – ao âmbito virtual como: a rede social

“facebook”, onde os participantes realizavam as tarefas ao qual foram designados, desde

a formação dos times a postagens dos participantes, seja a trabalhos ou conversas, à

criação de bloggers, como fonte de notícias e tudo que ocorria com os times e o

ambiente futebolístico. O espaço virtual atuava como ferramenta pedagógica mediadora

de conhecimentos e experiências, além de destacar as funções existentes no meio

esportivo, jornalistas, narradores, técnicos, repórteres entre as demais funções baseadas

no cotidiano envolvendo os acontecimentos em torno de uma final de futsal.

Assim, o projeto veio proporcionar aos alunos uma forma procedimental de

aprendizagem, a vivência do cotidiano e toda expectativa em volta da final de

campeonato, e não apenas aulas conceituais, uma vez que

Os procedimentos expressam um saber fazer, que envolve tomar decisões e

realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para atingir

uma meta. Os conteúdos procedimentais sempre estão presentes nos

processos de ensino, pois realizar uma pesquisa, desenvolver um

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experimento, fazer um resumo, construir uma maquete, são proposições de

ações presentes na sala de aula.” Nogueira (apud Introdução – 5ª a 8ª séries –

p.76)

Em suma, o projeto MELP veio como um ampliador das perspectivas

educacionais, ou seja, mostrar que as práticas de ensino se estendem para além da sala

de aula e como um ambiente que faz parte do cotidiano de uma grande parcela de

pessoas pode influenciar em seu comportamento como a criação de amizades, intrigas,

inimizades, além de todo clímax criado durante o desenvolvimento do projeto, além de

proporcionar vários meios de aprendizagem, como a não-formal e a procedimental, que

já destacamos anteriormente.

3. REFERENCIAÇÃO: DO CONCEITO AO CONTEXTO

A referenciação se caracteriza como o processo em que constitui o sentido de um

texto, ou seja, a forma como um indivíduo constrói seu discurso a partir de um objeto.

Partindo dessa ideia Nascimento (apud KOCH, 2007, p.123) afirma que:“denomina-se

referenciação as diversas formas de inserção de novas entidades ou referentes no texto.”

Ainda atribui à ideia de referenciação a perspectiva de Mondada (apud KOCH,

2005, p34)

[...] a referenciação não privilegia a relação entre as palavras e as coisas, mas

a relação intersubjetiva e social no seio da qual as versões do mundo são

publicamente elaboradas, avaliadas em termos de adequação às finalidades

práticas e as ações em curso dos enunciadores.

Desta forma, no processo de construção do enunciado, o indivíduo busca

apresentar toda uma acepção quanto ao que se almeja alcançar a partir de uma fala, as

formas a serem utilizadas oriundas do princípio da intersubjetividade está relacionada

ao contexto social em que se firmou. A cada nova postagem no grupo, por mais que

sem pretenções específicas, ou sem estrutura sólida referente ao foco principal do

projeto – as práticas pedagógicas no ensino de Língua Portuguesa –, sempre que

inserido um novo objeto de discurso, o contexto se transformava através dos textos dos

interlocutores, afinal havia um dinamismo com a exposição dos pontos de vista e

individualidades dos membros do grupo, desde o desenvolvimento das opiniões

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geradas, a simples escolha de expressões a serem utilizadas, captando os elementos já

presentes no contexto de outros interlocutores e assim de forma subliminar, nas

entrelinhas dos textos postados, chegava-se, de fato, ao que realmente se queria

articular. É nesse sentido que Koch (2007, p.124) afirma que:

as formas de referenciação são escolhas do sujeito em interação com outros

sujeitos, em função de um querer-dizer. Os objetos de discurso não se

confundem com a realidade extralínguística, eles a re(constroem) no próprio

processo de interação

Assim, com o uso da palavra sob determinado enfoque as pessoas interagiam à

maneira do contexto na qual elas se inseriam, usou-se muito, por exemplo na

composição de alguns comentários, analisados no projeto, a construção enquanto

ativação e a reconstrução enquanto reativação, uma conexão já existente em textos

(comentários) anteriores.

A cada novo post era apresentado um novo discurso referente ao foco da

conversação estabelecida em determinado percuso do projeto, de acordo com o

propósito comunicativo do falante, que segundo Alves Filho (2011, p.34):

“[...] equivale as finalidades para as quais os textos de um mesmo gênero são

mais recorrentemente utilizados em situações também recorrentes [...] Os

propósitos podem ser vistos de duas perspectivas principais: do ponto de

vista de quem escreve ou fala (do locutor/enunciador); do ponto de vista de

quem ou escuta (ouvinte/interlocutor)”

Logo, o locutor ao inserir-se no contexto que foi designado, estebelece um novo

ponto de vista. Assim sendo, os aspectos alcançados partiram da forma de quem

escreveu, o enunciador, e a forma como foi recebida pelos demais, os interlocutores.

Esta relação interacional entre os interlocutores, expondo suas opiniões, se caracteriza

através do co-texto do outro, consistindo assim em um objeto de discurso ancorado, ou

ainda a introdução de um objeto de discurso totalmente novo, conhecido como não-

ancorado, que na perspectiva de Koch (2009, p.148) estes se estabalecem da seguinte

forma:

Quando o escritor introduz no texto um objeto de discurso totalmente novo,

dizemos que produziu uma introdução não-ancorada [...] Por sua vez, o

escritor produz uma introdução (ativação) ancorada sempre que um novo

objeto de discurso é introduzido no texto, com base em algum tipo de

associação com elementos já presentes no cotexto ou no contexto

sociocognitivo dos interlocutores.

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4. ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DE DISCURSO: O JOGO DE PALAVRAS

QUE COMPÕEM AS IDEIAS DOS AUTORES

Nessa sessão encontra-se o ápice do nosso trabalho, a análise e discussões acerca

da maneira como se deu o processo de referenciação nos textos coletados durante o

trabalho.

Após a verificação de todos os dados disponíveis na página do grupo e a escolha

dos mais relevantes, examinaremos e identificaremos, nesse momento, a escolha feita

pelos participantes dos objetos-de-discurso, ou seja, o processo de categorização e de

recategorização por meio do qual os membros do projeto MELP elaboraram e

publicaram suas postagens. Para tanto, analisaremos a ocorrência dos seguintes

elementos: (1) introdução de um objeto totalmente novo (ativação não-ancorada) ;(2)

introdução de um objeto novo, porém que continue o seguimento da conversação no

momento específico (ativação ancorada) e; (3) identificar a presença das anáforas

associativas e as anáforas indiretas na estrutura do texto.

Para tal investigação, utilizaremos uma única conversa entre alguns participantes

a partir de uma postagem do professor Marcelo, idealizador do projeto. Explicitaremos

apenas alguns trechos da conversa, onde se encontram os elementos que

caracterizaremos. Contudo, para preservar a analogia dos participantes, não o

identificaremos, apenas os apresentaremos como S¹ (sujeito 1), S² (sujeito 2) e assim

sucessivamente. Apontaremos, nesse momento, os elementos utilizados pelos sujeitos

no processo de referenciação por meio de trechos capturados e um gráfico para

melhorar o entendimento sobre o discurso.

A postagem que incitou os vários comentários com a qual trabalharemos foi a

seguinte:

“Pessoal, dei uma passada nos Blogs e vi que estão parados,

sem postagens e sem interação, um dos únicos meios de

interação que está a pleno vapor é o Jornal Esporte na Rede, o

que é digno de Parabéns! Passei nos Twitters das jogadoras e vi

poucas postagens, o jogo se aproxima e precisamos produzir

mais material, Peço que os responsáveis pelos Blogs, Twitters e

afins aumente sua produção para que eles cumpram seu

propósito no processo, no mais é isso, e Bom final de semana!”

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4.1 Processos de Referenciação: Ativação Ancorada e Não-ancorada

Trecho 1

Quanto ao processo de referenciação, esse trecho, contém alguns dos primeiros

comentários após a postagem que já destacamos anteriormente, se encontram aqui os

processos de ativação ancorada, quando um novo objeto-de-discurso é inserido no texto

em relação ao anterior, e não-ancorada, quando um objeto-de-discurso totalmente novo

é inserido no texto.

No comentário do S¹, pode-se observar a introdução de um novo objeto-de-

discurso, porém referindo-se a primeira postagem, constituindo assim o processo de

ativação ancorada, ou seja, “se dá sempre que um novo objeto é introduzido, sob o

modo do dado, quando ocorre algum tipo de associação com elementos presentes no

cotexto ou no contexto sociocognitivo, passível de ser estabelecida por associação e/ou

inferenciação” (MARUCI, p.4). O sujeito utiliza, conforme apontado, referentes que

estão ligados ao primeiro post, construindo seu discurso através de anáforas que

sustentem seu argumento, de acordo com o tratamento que deseja praticar em relação ao

outro.

No trecho “muito obrigado”, pode-se observar que o sujeito utiliza uma

expressão que mostra claramente a ligação com o primeiro termo (post), destacando a

introdução de um novo objeto-de-discurso, no entanto procedendo a informação

precedente.

No comentário do S², observamos a presença da ativação não-ancorada, que

ainda na concepção de Maruci (p.4) “se dá quando um objeto de discurso totalmente

(...)

S¹: é professor eu e (...) estamos trabalhando muito. e ficamos muito felizes pelo

reconhecimento que estamos tendo. muito obrigado! e o jogo não para não por que

quando menos esperar vem mais coisa ai.

S²: Mas são cinco pessoas do Jornal cadê as postagens dos outros S¹

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novo é introduzido no texto”. Percebemos a presença dessa ativação no momento em

que o S¹ é questionado. O uso da conjunção “mas”, que de acordo com o dicionário

eletrônico mini-Aurélio “Exprime oposição ou restrição, ou causa de uma ação” já nos

leva a identificar que o sentido do comentário veio para mudar o foco da conversa, que

passou do “agradecimento” do S¹ para o “questionamento” quanto aos outros

integrantes do grupo, por parte do S².

4.1.2 Ativação Ancorada e Não-ancorada: Presença das Anáforas Associativas

e Indiretas

Trecho 2

O trecho acima é contínuo ao trecho destacado anteriormente. Neste caso

encontramos a presença das ativações ancoradas e não-ancoradas, só que agora

exporemos essas ativações com a presença das anáforas5

associativas e anáforas

indiretas, que nas palavras de Haag e Othero (2003, p. 3) a primeira “(...) é ativada por

5O termo é usado para designar expressões que, no texto, se reportam a outras expressões, enunciados,

conteúdos ou contextos textuais (retomando-os ou não) contribuindo assim para a continuidade tópica

referencial.

S³: Boa pergunta S², eu só vejo S¹ e (...), e já disseram que (...) tá de introsado, sendo

assim, faltam 3, quem são?

S²: S³ os três que faltam são (...).

S³: Pelo jeito vou ter de realocá-los, senão sobrecarrega o trabalho dos outros,

infelizmente as coisas nem sempre andam pra frente, e quando isso acontece, a gente

precisa de uma mudança pra tentar novas perspectivas. S² veja logo como eles podem

ajudar em outra função. Abraços!

(...)

S4: Acho melhor S² você fazer uma lista de todo mundo que não esta fazendo nada. Pois

que eu saiba varias jogadoras não estão participando dos treinos, se eu soubesse que ia

ser assim, eu tinha ficado para ser jogadora e participar apenas do jogo! (indireta)

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alguma uma outra entidade mencionada no texto, com a qual está associada por algum

tipo de relação semântico-discursiva.”, a segunda

“(...) trata-se de expressões definidas que se acham na dependência

interpretativa em relação determinadas expressões da estrutura textual

precedente e que têm duas funções referenciais textuais: a introdução de

novos referentes (até aí não nomeados explicitamente) e a continuação da

relação referencial global.” Marcuschi (apud Schwarz, 2000, p. 49)

Nesse sentido, identificaremos os processos anafóricos encontrados nos

comentários do trecho2. Os três primeiros comentários do trecho, percebemos em sua

construção a presença de anáforas associativas, uma vez que os sujeitos encontrados (S²

e S³) tem um único foco em seus discursos, “os integrantes que faltam com suas

obrigações no grupo no qual participa o S¹”. Desse modo vemos que existem elementos

que formam essa associação na conversa como será demonstrado no seguinte gráfico:

Termos e/ou elementos que associam um discurso a outro

Sujeito 2 Sujeito 3

Mas são cinco pessoas do Jornal cadê as

postagens dos outros S¹

...faltam 3, quem são?

...os três que faltam são... ...veja logo como eles podem ajudar em

outra função.

No gráfico, podemos observar o verbo ser na terceira pessoa do plural “são”,

como principal termo de associação entre os discursos. No último discurso, do S³,

vemos o pronome, agora explícito, constituindo assim uma anáfora pronominal, aquela

que retoma a um termo anterior através de pronomes.

Ex: Rebeca foi ao supermercado. Ela comprou carne, leite e ovos.

Assim sendo percebemos a ligação entre os termos, através da terceira pessoa do plural.

Verbo Pronome

Ser - São Eles

São eles - Eles são

Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e I S S N : 2 1 7 8 - 1 4 8 6 • V o l u m e 5 • N ú m e r o 1 4 • n o v e m b r o 2 0 1 4

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Ainda no trecho 2, vemos a presença de outra forma anafórica, a anáfora

indireta, quando o discurso ganha um ou mais referentes novos, mas que de alguma

forma continua engajados na construção referencial anterior.

No discurso do S4, é destacado um novo objeto-de-discurso, o de que no projeto

haviam mais pessoas que estariam ausentes quanto as suas funções, e que o S² deveria

se encarregar de cobrar todos e não destacar apenas alguns.

No trecho “...que eu saiba várias jogadoras não estão participando dos

treinos...”, mostra claramente quando o S4 indiretamente fala quem são as pessoas que

não cumprem suas funções. No termo as jogadoras mesmo que não esteja explícito o

nome delas, automaticamente identificamos que este grupo contém um número

específico de pessoas e, logo, os participantes são mulheres.

Apanhados esses pontos passamos então, as considerações finais sobre o

trabalho.

PARA CONCLUIR...

Considerando que o processo de referenciação na construção textual realiza-se

conforme feitas as escolhas de expressões, que carregam significações relevantes para

construção do objeto-de-discurso, percebemos nos comentários dos participantes do

projeto MELP estratégias comunicativas para um querer-dizer com o uso de expressões

nominais que se adequassem ao contexto em que estavam inseridos, ou seja, a

adequação do discurso ao ambiente específico.

Embora os membros utilizassem diferentes táticas no processo de referenciação

ao desenvolver o seu discurso, percebemos, pela análise, termos repetitivos para

continuar uma discussão acerca de um mesmo objeto-de-discurso, no caso do termo

“são”, e/ou a presença de pronomes, no caso “eles”. Ainda pudemos observar um termo

de ligação entre os comentários que se mostrava frequente, porém que para preservar os

interlocutores não o destacamos, o nome dos falantes.

Mesmo tendo consciência de que este estudo não abrange todo o enredo que

envolve os processos de referenciação em todos os posts, a conclusão que obtivemos foi

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a de que os interlocutores estabeleciam seus discursos levando em consideração alguns

pontos significativos como: o meio social, o foco do primeiro discurso, mesmo que

levado a outro ponto, seu interlocutor e suas peculiaridades, uma vez que o discurso era

construído conforme sua situação e/ou sentimento acerca do projeto.

Nosso intuito com este estudo era basicamente observar como se desenvolveu a

construção de sentido dos discursos apresentados entre os interlocutores, de acordo com

a significação dos temas e focos abordados primeiramente, trazendo à tona à noção de

referenciação e como constitui seu processo através de quem fala (posta/comenta).

Por tanto, é relevante se aprofundar em estudos acerca dos processos de

referenciação nas construções de textos. Em sala de aula, por exemplo, a referenciação

em textos de alunos podem conter em sua estrutura posicionamentos sociais, que podem

ajudar o educador quanto ao tratamento a ser dado e adequação do seu trabalho de

acordo com as experiências e uso de termos específicos dos alunos.

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Recebido Para Publicação em 01 de setembro de 2014.

Aprovado Para Publicação em 26 de novembro de 2014.