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PROCESSOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COM ENFOQUE NA PERSONALIDADE PROGRAMA E RESUMOS 17 a 20 de outubro de 2012 PUC Minas Belo Horizonte Minas Gerais - Brasil Realização Apoio Patrocínio

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PROCESSOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COM ENFOQUE NA

PERSONALIDADE

PROGRAMA E RESUMOS

17 a 20 de outubro de 2012

PUC Minas

Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil

Realização

Apoio

Patrocínio

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Coordenação Geral

Profa. Dra. Wilma Maria Guimarães Lopes (PUC-Minas/FUMEC)

Coordenação Adjunta

Profa. Ms. Gislene Clemente Vilela Câmara (PUC-Minas)

Comissão Organizadora

Profa. Dra. Alina Gomide Vasconcelos (UFMG)

Prof. Ms. Álvaro José Lelé (UNILAVRAS)

Profa. Ms. Ana Cecília Araújo de Morais Coutinho(UFMG)

Profa. Ms. Ana Maria Valladão P. Gama (PUC-Minas)

Profa. Ms. Arlete Santana (Newton Paiva)

Profa. Dra. Carmen Flores-Mendoza (UFMG)

Prof. Ms. Délcio Fernando Guimarães Pereira (Newton Paiva)

Profa. Ms Larissa Assunção Rodrigues(UFMG)

Profa. Ms. Marcela Mansur-Alves (LADI/UFMG)

Profa. Ms. Natércia Acipreste Moura (Newton de Paiva)

Profa. Ms. Renata Saldanha Silva (UFMG)

Profa. Ms. Tânia Nogueira (FUMEC)

Profa. Ms. Tatiane Dias Bacelar (UFMG)

Comissão Científica

Profa. Dra. Carmen Flores-Mendoza (UFMG)

Profa. Dra. Delba Teixeira Barros (UFMG)

Profa. Dra. Elizabeth do Nascimento (UFMG)

Profa. Dra. Liza Fensterseifer (PUC-MG)

Profa. Dra. Wilma Maria Guimarães Lopes (PUC-MG/FUMEC)

Gestor do Evento

Sr. Orlando F. Rocha de Matos

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Mujer frente al Espejo

(Mulher Frente ao Espelho) Pablo Picasso, 1932

Mas – que espelho? Há-os “bons” e “maus”, os que

favorecem e os que detraem; e os que são apenas

honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa

honestidade ou fidedignidade? [...] Ouça. Por um

certo tempo, nada enxerguei. Só então, só depois: o

tênue começo de um quanto como uma luz, que se

nublava, aos poucos tentando-se em débil cintilação,

radiância. Seu mínimo ondear comovia-me, ou já

estaria contido em minha emoção? Que luzinha,

aquela, que de mim se emitia, para deter-se acolá,

refletida, surpresa? Se quiser, infira o senhor mesmo.

[...] São coisas que se não devem entrever; pelo menos,

além de um tanto. São outras coisas, conforme pude

distinguir, muito mais tarde – por último – num

espelho. [...] E... Sim, vi, a mim mesmo, de novo, meu

rosto, um rosto; não este, que o senhor razoavelmente

me atribui. Mas o ainda nem-rosto – quase delineado,

apenas – mal emergindo, qual uma flor pelágica, de

nascimento abissal... E era não mais que rostinho de

menino, de menos-que-menino, só. Só. Será que o

senhor nunca compreenderá?

João Guimarães Rosa

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Comissão organizadora

X EMAP - 2012

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5

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 6

PROGRAMAÇÃO DO X EMAP ........................................................................................................ 8

CURSOS PRÉ-EVENTO ................................................................................................................... 11

CONFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 14

SIMPÓSIO ......................................................................................................................................... 17

MESAS REDONDAS ........................................................................................................................ 18

COMUNICAÇÕES ORAIS - PROCESSOS COGNITIVOS ............................................................ 23

COMUNICAÇÕES ORAIS - PERSONALIDADE E CONSTRUTOS AFINS ............................... 38

COMUNICAÇÕES ORAIS – OUTROS CONSTRUTOS EM AVALIAÇÃO

PSICOLÓGICA ................................................................................................................................. 72

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6

APRESENTAÇÃO

O Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica (EMAP) é um evento brasileiro do

estado de Minas Gerais realizado desde 1993. Tradicionalmente, é promovido pelos cursos

de Psicologia de quatro instituições mineiras de ensino superior: Universidade Federal de

Minas Gerais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Centro Universitário

Newton Paiva e Universidade FUMEC. Recentemente, a UNILavras e a Faculdade

Pitágoras se juntaram às demais universidades realizadoras do evento. O EMAP, que

ocorre a cada dois anos, constitui um espaço privilegiado para a reflexão e

aperfeiçoamento na área de avaliação e medição psicológica. O encontro possibilita a

discussão e a divulgação de tendências atuais, nacional e internacional, da produção

cientifica em avaliação do comportamento humano. Por tais razões, os eventos do EMAP

têm conquistado o interesse de pesquisadores, profissionais e estudantes de psicologia em

todo o Brasil.

A última edição do evento (IX EMAP) ocorreu em 2010 e foi sediado pela

Universidade Federal de Minas Gerais. Privilegiou-se a produção cientifica latino-

americana, norte-americana e européia, criando um espaço de discussão e intercâmbio,

especialmente, sobre a avaliação da inteligência. Nessa edição, os resultados parciais do

projeto SLATINT (Study of Latin American Intelligence) foram apresentados. O SLATINT

configurou-se em uma proposta investigativa de avaliação psicológica do capital humano

da região de América Latina. Dessa forma, o IX EMAP solidificou, no âmbito da avaliação

psicológica brasileira, a expansão das fronteiras regionais e nacionais. A décima edição do

evento (X EMAP) ocorrerá entre os dias 17 e 20 de outubro de 2012 e será sediado na

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Nessa edição, considerando-se a

importância da avaliação dos aspectos normais e patológicos da personalidade para a

elaboração de estratégias interventivas e políticas públicas mais efetivas, o EMAP discutirá

com especialistas nacionais e internacionais a avaliação da personalidade nos seus diversos

contextos. Também, por meio de simpósio/mesas redondas, se oferecerá discussões

específicas acerca da inteligência e personalidade e sua relação com fenômenos sociais

como educação, rendimento laboral/organizacional, criminalidade e saúde física e mental.

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7

A Comissão Organizadora do X EMAP convida aos pesquisadores, profissionais e

estudantes do país interessados no entendimento do comportamento humano a encaminhar

seus trabalhos de investigação ou prática profissional assim como participar de um

profícuo intercâmbio de idéias.

Sejam Bem Vindos!

Belo Horizonte, outubro de 2012

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8

PROGRAMAÇÃO DO X EMAP

DATA

17/10/2012

Quarta-feira

ATIVIDADE LOCAL Ministrante

12:00 – 17:00 Credenciamento Hall do Teatro

Minicursos

13:00 – 17:00

Avaliação da

Personalidade em

Perícia Forense

Prédio 12

Sala 215

Dra. Ângela Saldaña Tápias –

Universidad Nacional de Colombia

Avaliação Psicológica

das Estratégias de

Coping Infanto-Juvenil

Prédio 12

Sala 217

Dra. Maria Cristina Richaud de Minzi –

Pesquisadora do Consejo Nacional de

Investigaciones Científicas y

Tecnológicas- Argentina

Avaliação e

Treinamento de

Habilidades Sociais

em Crianças

Prédio 12

Sala 206

Dr. Lucas Cordeiro de Freitas –

UFSCAR/ SP

Teste Palográfico Prédio 12

Sala 208 Ms. Fábio Camilo – Editora Vetor/SP

Teste dos Contos de

Fadas

Prédio 12

Sala 210

Dra. Blanca Suzana Guevara Werlang –

PUC/RS

Avaliação Psicológica

no Contexto de

Família

Prédio 12

Sala 212

Dr. Maycoln L. Martins Teodoro –

UFMG

Avaliação do Desenho

Infantil: aspectos

evolutivos

Prédio 12

Sala 318

Dra. Irai Cristina Boccato Alves –

USP/SP

Teste de Apercepção

Familiar (FAT)

Prédio 12

Sala 316 Dra. Liza Fensterseifer – PUC Minas

DATA

18/10/2012

Quinta-feira

ATIVIDADE LOCAL Palestrante

8:30 – 9:30

Conferência de

Abertura

Cerimônia de Abertura

Composição da Mesa

Hino Nacional

Apresentação Musical

Teatro

Prédio 30

Autoridades das Universidades

Organizadoras

Coral da PUC Minas

9:30 – 10:30

Comprendre la

personnalité au-delà

des normes établies

dans les tests

psychologiques

"A compreensão da

personalidade além

das normas

estabelecidas nos

testes psicológicos"

Dra. Cristine Arbisio – Université Paris

Apresentador: Ms. Álvaro José Lelé

10:30 – 11:00 Café

11:00 – 12:30

Mesa I – Estudos

Atuais na Avaliação

do Trânsito

Auditório I –

Prédio 4

Ms. Fábio Henrique V. de Cristo e Silva–

UnB

Dr. Fabián Javier Marin Rueda – USF/SP

Ms. Tatiane Dias Bacelar – Faculdade

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9

Pitágoras/MG

Med: Ms. Gislene V. Câmara – PUC

Minas

Mesa II – DSM-V:

novas categorias

diagnósticas e suas

implicações para a

clínica em saúde

mental

Auditório III

Prédio 43

Dr. Sergio Laia – FUMEC/MG

Dr. Arthur Kummer – UFMG

Ms. Carlos Eduardo Leal Vidal –

FJBLA/MG

Med: Dra. Carmen Flores-Mendoza –

UFMG

Mesa III – Sistemas

de Cotação do Teste

de Apercepção

Temática (TAT) em

uso no Brasil

Auditório II –

Prédio 5

Ms. Álvaro J. Lelé – UNILAVRAS/MG

Ms. Alessandro Antonio Scaduto –

USP/RP

Dra. Valéria Barbieri – USP/RP

Dra. Delba Teixeira Rodrigues Barros –

UFMG

12:30 – 14:00 Almoço

14:00 – 16:00 Comunicações Orais Prédio 12

16:00 -16:30 Café

Lançamento de livros – Stands das Editoras

16:30 – 18:30

Mesa IV – O que a

avaliação da

personalidade

acrescenta, além da

mensuração da

inteligência na prática

de seleção de pessoal?

Auditório I –

Prédio 4

Dra.Cristiane Faiad de Moura –

Universo/RJ

Dr. Valdiney Veloso Gouveia –UFPB

Ms. Alina Gomide – UFMG

Med: Ms. Larissa Assunção Rodrigues –

UFMG

Mesa V – Parâmetros

psicométricos das

técnicas projetivas

Auditório III –

Prédio 43

Dra. Liza Fensterseifer – PUC Minas

Dra. Blanca Suzana Guevara Werlang –

PUC/RS

Dr. Ricardo Primi – USF/SP

Dra. Iraí Cristina Boccato Alves –

USP/SP

Med: Ms. Álvaro José Lelé –

UniLavras/MG

Mesa VI –

Investigações

empíricas sobre o

Modelo dos Cinco

Grandes Fatores da

Personalidade

Auditório II –

Prédio 5

Ms. Ana Cecília A. M. Coutinho –

Faculdade Pitágoras/MG

Dra. Elizabeth do Nascimento – UFMG

Dra. Vera Lúcia Figueiredo – UCPEL/RS

Doris Castilho – UCPEL/RS

Rosa Jaworski – UCPEL/RS

Ms. Jaciana M.G. Araújo – UCPEL/RS

DATA

19/10/2012

Sexta-feira

ATIVIDADE LOCAL Palestrante

8:30 – 10:00

Conferência II – “Influencia de los

estilos parentales sobre

el desarrollo socio

emocional de los

hijos"

Teatro

Prédio 30

Dra. Maria Cristina Richaud –

CONICET/AR

Apresentadora: Dra. Carmen Flores-

Mendoza

10:00 – 10:30 Café

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10

10:30 – 12:00

Mesa VII -

Inteligência

Emocional: um

construto cognitivo ou

afetivo?

Auditório III –

Prédio 43

Dr. José Maurício Haas Bueno – UFPE

Dr. Ricardo Primi – USF/SP

Dra. Carmen Flores-Mendoza – UFMG

Med: Dra.Wilma Maria Guimarães Lopes

– PUC Minas

Mesa VIII –

Avaliação da

personalidade aplicada

ao contexto da

segurança no Brasil:

contribuições

contemporâneas

Auditório I –

Prédio 4

Dra.Cristiane Faiad de Moura –

Universo/RJ

Ms. Marcela Reis – Universo/RJ

Ms. Sayonara H. Thadeu – Universo/RJ

Dra. Maria Cristina Ferreira –

Universo/RJ

Fernanda Gonçalves da Silva –

Universo/RJ

Andressa Dumarde – UFF/RJ

Mesa IX – Diferentes

usos de técnicas

projetivas temáticas

Auditório II–

Prédio 5

Dra. Delba Teixeira Rodrigues Barros –

UFMG

Ms. Larissa Assunção Rodrigues – UFMG

Ms. Alessandro Antonio Scaduto –

USP/RP

Dra. Valéria Barbieri – USP/RP

12:00 – 14:00 Almoço

14:00 – 16:00 Comunicações Orais Prédio 12

16:00 – 16:30 Café

Lançamento de livros – Stands das Editoras

16:30 – 18:00 Conferência III -

"Evaluación forense en

Latino-América"

Teatro –

Prédio 30

Dra. Ângela Saldaña Tápias –

Universidad Nacional de Colombia

Apresentadora: Dra. Wilma Maria

Guimarães Lopes

DATA

20/10/2012

Sábado

ATIVIDADE LOCAL Palestrante

8:30 – 10:00

Simpósio: Avaliação

Psicológica e Direitos

Humanos

Teatro –

Prédio 30

Representantes do CRP-04

10:00 – 10:30 Café

10:30 – 12:30

Mesa Redonda:

Redação de laudos em

diferentes contextos da

Avaliação Psicológica

Teatro –

Prédio 30

Clinica – Ms. Ana Paula C. P. Passos –

PUC Minas

Escolar – Ms. Alexandre F. Campos –

UFMG

Forense – Dr. Marco Antonio Alvarenga

– FUMEC/UNA/MG

Trânsito – Ms. Tatiane Dias Bacelar –

Faculdade Pitágoras/MG

Organizacional – Ms. Gislene Clemente

V. Câmara – PUC Minas

Neuropsicologia – Ms. Aila De

Guadalupe – Hospital Felício Rocho/MG

Med: Dr. Jáder Reis Sampaio – UFMG

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11

CURSOS PRÉ-EVENTO

[ver horários e dias na programação]

______________________________________________________________________

CURSO 1 – AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE EM PERÍCIA FORENSE

Dra. Ângela Saldaña Tápias – Universidad Nacional de Colombia

Este proceso de enseñanza -aprendizaje se caracteriza por interacción horizontal en torno

al tema de la evaluación psicológica aplicada al ámbito jurídico, inicia estableciendo la

diferencia entre entrevista judicial, valoración y evaluación. Puntualiza en las

convergencias y divergencias de los peritos y los peritos forenses, ilustrando com casos las

solicitudes judiciales y la combinación de técnicas de evaluación clínicas y forenses.

Resalta el aporte de la psicometría y el diagnóstico en las pericias psicológicas forenses y

culmina con la presentación de un caso e informe forense real contratado por la defensa del

imputado, pero que no le favorece y las implicaciones éticas de la imparcialidad del

informe.

CURSO 2 – AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DAS ESTRATÉGIAS DE COPING

INFANTO-JUVENIL

Dra. Maria Cristina Richaud de Minzi – Pesquisadora do Consejo Nacional de

Investigaciones Científicas y Tecnológicas- Argentina

En este curso se desarrollarán los conceptos de estrés, afrontamiento, recursos del

afrontamiento, evaluación primaria y secundaria y tipos de estresares. También se

expondrá sobre la relación entre el afrontamiento y la edad y en especial sus características

en la niñez y en la adolescencia. Finalmente, se presentarán diferentes formas de evaluar el

afrontamiento en niños y adolescentes: heteroevaluación, autoevaluación, entrevista

abierta, cerrada y cuestionario. En todos los casos se presentarán resultados de

investigaciones en los diferentes temas desarrollados.

CURSO 3 – AVALIAÇÃO E TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS EM

CRIANÇAS

Dr. Lucas Cordeiro de Freitas – UFSCAR/ SP

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12

Este minicurso será constituído por três eixos principais de discussão: (1) Apresentação de

conceitos do campo das Habilidades Sociais e de variáveis relacionadas ao

desenvolvimento social na infância; (2) Principais procedimentos e métodos de avaliação

de habilidades sociais de crianças; (3) Instrumentos psicométricos de habilidades sociais

disponíveis no Brasil para utilização com crianças e suas implicações para a avaliação e o

treinamento de habilidades sociais com essa população.

CURSO 4 – TESTE PALOGRÁFICO

Ms. Fábio Camilo – Editora Vetor/SP

O objetivo desse minicurso é apresentar os pressupostos teóricos nos quais o teste se

fundamenta, sua aplicação, avaliação e interpretação qualitativas. Destina-se, portanto,

tanto a pessoas que não conhecem a técnica, quanto àqueles que já a utilizam e tenham

interesse em atualizar seu conhecimento.

CURSO 5 – TESTE DOS CONTOS DE FADAS

Dra. Blanca Suzana Guevara Werlang – PUC/RS

O TCF é um instrumento projetivo, de avaliação clínica, que possibilita identificar diversas

dimensões da personalidade infantil, com base nos conceitos psicanalíticos. O TCF é

composto por 21 cartões com imagens de cenas e personagens de contos de fadas. O TCF

explora os contos de Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, os Sete Anões e alguma

história que contenha o personagem gigante, como João e o Pé de Feijão. A proposta não é

a de contar histórias, mas sim, que sejam respondidas algumas perguntas, pois o conto já

existe, os personagens são conhecidos. A administração é individual, em único encontro

sendo destinado a crianças entre 06 e 12 anos de idade. As respostas dadas para cada cartão

devem ser analisadas, levando em conta o seu conteúdo em conexão com a temática que

cada personagem e cena refletem, já que as crianças projetam, nas suas respostas,

pensamentos, sentimentos ou conflitos. O curso prevê informações básicas sobre a

administração do instrumente, a categorização e interpretação das respostas (Sistema de

Categorização das Respostas) num contexto clínico. A adaptação deste instrumento para

uso no Brasil encontra-se em fase final.

CURSO 6 – AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DE FAMÍLIA

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Dr. Maycoln L. Martins Teodoro – UFMG

O curso abordará alguns modelos teóricos sobre o funcionamento familiar seguido de

alguns métodos de avaliação da família. Serão considerados tanto instrumentos aprovados

pelo Conselho Federal de Psicologia quanto aqueles em desenvolvimento e de uso restrito

para pesquisas.

CURSO 7 – AVALIAÇÃO DO DESENHO INFANTIL: ASPECTOS EVOLUTIVOS

Dra. Irai Cristina Boccato Alves – USP/SP

A Evolução do grafismo como base para avaliação intelectual e emocional por meio de

desenhos. Evolução do grafismo segundo Rouma. Evolução do grafismo segundo Luquet.

Testes para avaliação intelectual pelo Desenho da Figura Humana. Testes para avaliação

emocional pelo Desenho.

CURSO 8 – TESTE DE APERCEPÇÃO FAMILIAR (FAT)

Dra. Liza Fensterseifer – PUC Minas

O curso abordará o conceito de projeção e de métodos projetivos, histórico do FAT.

Descrição, administração e condução do inquérito, indicações. Sistema de categorização

das respostas. Indicações básicas de interpretação.

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CONFERÊNCIAS

______________________________________________________________________

18/10 – Quinta-feira

Conferência de Abertura – A Abordagem Clínica da Avaliação

Psicológica (L'approche clinique du bilan psychologique)

Dra. Christine Arbisio – Université Paris

C'est la spécificité du bilan psychologique de se trouver au point de rencontre entre les tests et

l'approche clinique. Un bilan psychologique ne se conçoit que comme la mise en relation de

données diverses et différenciées. Ces données sont issues des entretiens, avec les deux parents

comme avec l'enfant, des tests eux-mêmes (d'intelligence, instrumentaux, projectifs), donc de

l'observation et de l'écoute du psychologue. Cette démarche s'inscrit dans une référence clairement

psychanalytique, car il s'agit de partir d'une demande initiale qui va permettre à un certain nombre

de discours de se déployer. Dans cette perspective, l'ensemble des éléments recueillis grâce aux

tests ne prend sens qu'en étant mis en perspective avec l'histoire du sujet. La restitution des résultats

se fait toujours oralement, dans un échange toujours articulé à la demande de bilan, et vient souvent

faire contrepoint à celle-ci. Nous prendrons comme exemple clinique le WISC-IV, dernière version

de l'Echelle d'intelligence de Wechsler pour enfants. Bien que n'ayant pas été construite dans cette

perspective, elle se prête particulièrement bien à cette lecture clinique du fonctionnement

intellectuel et psychique de l'enfant et de l'adolescent.

É da especificidade da avaliação psicológica identificar o ponto de interseção entre os testes e a

abordagem clínica. A avaliação psicológica só pode ser concebida como a vinculação de dados

diversos e diferenciados. Estes dados são baseados nas entrevistas com os pais, com a criança, nos

testes em si (de inteligência, instrumentais, projetivos), assim como na observação e na escuta do

psicólogo. Esta abordagem, inscrita numa referência claramente psicanalítica, tratará de uma

demanda inicial que permitirá se desenvolver a partir de um discurso singular. Deste modo, o

conjunto dos elementos recolhidos graças aos testes só faz sentido quando colocado em perspectiva

com a história do sujeito. A devolução dos resultados é sempre por via oral, numa troca sempre

articulada com a demanda, e que muitas vezes vem fazer contraponto a ela. Para discutir estes

aspectos, serão utilizados exemplos clínicos do WISC-IV, a última versão da Escala de Inteligência

Wechsler para crianças. Apesar de não ter sido construída nesta perspectiva, ela é particularmente

adequada para a leitura clínica do funcionamento intelectual e psíquico da criança e do adolescente.

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15

19/10 – Sexta-Feira

Conferência II – A Influência do Apego e dos Estilos Parentais no

Desenvolvimento Socioemocional e cognitivo dos filhos (Influencia del

apego y los estilos parentales sobre el desarrollo socioemocional y

cognitivo de los hijos)

Dra. Maria Cristina Richaud – CONICET/Argentina

La presente conferencia tratará sobre cómo los diferentes tipos de vínculo establecidos con los

padres se relacionan con los diferentes componentes de la empatía desde nuevos modelos de

análisis y en forma directa o a través de esta última, con el desarrollo de las funciones ejecutivas

específicas, las habilidades sociales y el afrontamiento en los niños. Este análisis se hará desde

una perspectiva del desarrollo de manera de aportar a la teoría general de la relación entre

procesos socioafectivos y cognitivos, y al mismo tiempo mejorar nuestra comprensión de los

niños que se encuentran en riesgo por dificultades socioemocionales, para intervenir

adecuadamente con el fin de intentar revertir sus efectos negativos. Se tratará sobre nuevos

aportes en la teoría del apego, los estilos parentales y las similitudes y diferencias entre ellos.

Finalmente, se establecerán relaciones entre los diferentes tipos de vínculos parentales con los

hijos y el desarrollo social, el afrontamiento y la empatía de los mismos. Se presentarán

resultados de diferentes investigaciones.

A presente conferência abordará, a partir de novos modelos de análise, como diferentes tipos de

vínculo estabelecidos com os pais se relacionam com diferentes componentes da empatia e, de

forma direta ou através desta última, com o desenvolvimento de funções executivas específicas,

habilidades sociais e de enfrentamento em crianças. Esta análise será realizada através de uma

perspectiva do desenvolvimento como forma de abordar a teoria geral de relação entre processos

socioafetivos e cognitivos, e ao mesmo tempo melhorar nossa compreensão de crianças que se

encontram em risco por dificuldades socioemocionais, para intervir adequadamente com o fim

de tentar reverter seus efeitos negativos. Serão abordadas novas contribuições à teoria do apego,

aos estilos parentais, e às semelhanças e diferenças entre eles. Por fim, serão estabelecidas

relações entre os diferentes tipos de vínculo parentais com os filhos e o desenvolvimento social,

de habilidades de enfrentamento e empatia dos mesmos. Serão apresentados resultados de

diferentes investigações.

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16

Conferência III – Avaliação Forense na América Latina (Evaluación forense

en Latino-América)

Dra. Ângela Saldaña Tápias – Universidad Nacional de Colombia

Esta ponencia introduce y motiva al uso de los instrumentos de evaluación psicológica

forense, como técnicas idóneas para elevar la calidad de las periciales, entre ellas HCR-20

Riesgo basado en la Historia Clínica,SVR-20 Guia para la evaluación de reincidencia em

violencia sexual,SARA Manual para la valoración del riesgo de violencia contra la pareja,

VRGA Guía para la apreciación del riesgo de violencia, TVR Tabla de Variables de

Riesgo, MAPI O Modelo de Autopsia Psicológica, Protocolo de Estambul para valorar

tortura y Estrategias para valoraciones de Inimputabilidad. Se explica las fortalezas y

debilidades de estas técnicas, señala la existencia de muchos otros instrumentos y motiva a

la validación de estas para cada país.

Esta conferência introduz e motiva o uso de instrumentos de avaliação psicológica forense

como técnicas idôneas para elevar a qualidade das perícias, entre elas o HCR-20 - Risco

baseado na História Clínica, o SVR-20 - Guia para a Avaliação de Reincidência em

Violência Sexual, o SARA - Manual para Avaliação do Risco de Violência contra a

Mulher, o VRGA - Guia para Avaliação do Risco de Violência, a TVR - Tabela de

Variáveis de Risco, o MAPI - Modelo de Autopsia Psicológica, o Protocolo de Istambul

para Quantificar Tortura e as Estratégias para Avaliação de Inimputabilidade. Serão

apresentadas as forças e fraquezas destas técnicas, assinalando a existência de muitos

outros instrumentos e motivando a validação destas para cada país.

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17

SIMPÓSIO ___________________________________________________________________

20/10 – Sábado

Avaliação Psicológica e Direitos Humanos

Representantes do Conselho Regional de Psicologia – 4a. Região

A avaliação psicológica é um dos principais temas da Psicologia e para que ela seja

reconhecida como válida é preciso observar os princípios apontados pelo CFP: éticos,

técnicos, consistência teórica e metodológica, e, atualmente, a responsabilidade social, com

as informações que o profissional estabelece sobre aqueles que atende, as quais poderão

auxiliar nas tomadas de decisões sobre a vida dessas pessoas. Acreditamos assim que é

importante garantir estudos que contribuam para a diminuição da desigualdade social e

favorecendo a prática de uma avaliação psicológica que seja realizada de forma

responsável e que busque garantir atenção aos Direitos Humanos e, portanto, às diferenças

individuais e às necessidades dos indivíduos/grupos.

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MESAS REDONDAS

[ver horários e dias de apresentação na programação]

______________________________________________________________________

MESA I – ESTUDOS ATUAIS NA AVALIAÇÃO DO TRÂNSITO

Ms. Fábio Henrique V. de Cristo e Silva–UnB, Dr. Fabián Javier Marin Rueda – USF/SP,

Ms. Tatiane Dias Bacelar – Faculdade Pitágoras/MG

A avaliação psicológica do trânsito é realizada no Brasil há vários anos, mais precisamente

desde meados do século passado. Na atualidade, possui caráter obrigatório para todos os

candidatos a Carteira Nacional de Habilitação e também para os condutores que exercem

atividade remunerada, ou seja, aqueles que atuam profissionalmente com o transporte de

bens ou pessoas. A eficácia da avaliação psicológica no contexto do trânsito tem sido

questionada por pesquisadores devido aos parcos estudos que contemplam a sua relação

com o comportamento dos condutores na malha viária no Brasil. A necessidade de

pesquisas que contemplem a relação entre as características psicológicas e

socioeconômicas do motorista e o seu desempenho no trânsito tem sido apontada por

pesquisadores e profissionais da área. Portanto, a mesa “Estudos Atuais na Avaliação do

Trânsito” volta-se para uma discussão acerca dos aspectos teóricos e científicos da

avaliação psicológica do trânsito e suas contribuições a atuação do psicólogo.

MESA II – DSM-V: NOVAS CATEGORIAS DIAGNÓSTICAS E SUAS

IMPLICAÇÕES PARA A CLÍNICA EM SAÚDE MENTAL

Dr. Sergio Laia – FUMEC/MG, Dr. Arthur Kummer – UFMG, Ms. Carlos Eduardo Leal

Vidal – FJBLA/MG

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical

Manual of Mental Disorders – DSM), publicado pela American Psychiatric Association

(APA), constitui a principal referência na avaliação das desordens da personalidade.

Atualmente em sua quarta edição (DSM-IV), o manual inclui diferentes categorias de

transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los. Essa versão, no entanto, será

substituída em pouco tempo pelo DSM-V, que tem como previsão de lançamento o ano de

2013. As alterações introduzidas no novo manual contemplarão não somente

nomenclaturas, mas também o modo como é organizada a estrutura das categorias. Nesse

sentido, uma mesa voltada para esse tema consistirá em um espaço de discussão teórica e

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prática, destinado a tratar das possíveis implicações que trarão as mudanças para

acadêmicos e profissionais que atuam na saúde mental.

MESA III – SISTEMAS DE COTAÇÃO DO TESTE DE APERCEPÇÃO

TEMÁTICA (TAT) EM USO NO BRASIL

Ms. Álvaro J. Lelé – UNILAVRAS/MG, Ms. Alessandro Antonio Scaduto – USP/RP, Dra.

Valéria Barbieri – USP/RP, Dra. Delba Teixeira Rodrigues Barros – UFMG

Nesta mesa-redonda, as apresentações pretendem apresentar sistemas de cotação e

interpretação das estórias do Teste de Apercepção Temática (TAT) atualmente em uso na

pesquisa e prática com este instrumento. Os apresentadores visam sintetizar tais modelos,

apontando para suas vantagens e desafios para o uso do instrumento em diferentes

contextos.

MESA IV – O QUE A AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE ACRESCENTA,

ALÉM DA MENSURAÇÃO DA INTELIGÊNCIA NA PRÁTICA DE SELEÇÃO DE

PESSOAL?

Dra. Cristiane Faiad de Moura – Universo/RJ, Dr. Valdiney Veloso Gouveia – UFPB,

Dra.. Alina Gomide – UFMG

A literatura científica é prodiga em registrar informação sobre a forte predição da

inteligência dos alcances e realizações pessoais tais como o desempenho ocupacional e

profissional. Entretanto na prática de seleção de pessoal o que se observa é que a variável

preditiva merecedora de atenção dos psicólogos avaliadores é a personalidade dos

candidatos. Nesse sentido, a mesa composta de pesquisadores especialistas em avaliação

psicológica irá discutir qual é a importância de avaliar a díade inteligência-personalidade

em processos seletivos, como elas se relacionam e em que medida elas são independentes

assim como irá discutir quão efetivos são ambos os construtos na predição do desempenho

laboral.

MESA V – PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS DAS TÉCNICAS PROJETIVAS

Dra. Liza Fensterseifer – PUC Minas, Dra. Blanca Suzana Guevara Werlang – PUC/RS,

Dr. Ricardo Primi – USF/SP, Dra. Iraí Cristina Boccato Alves – USP/SP

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Desde o surgimento dos Métodos Projetivos é recorrente na literatura discussões em torno

de sua validade e status científico. As controvérsias advêm, principalmente, no que tange à

sua natureza, uma vez que seus princípios de análise e interpretação se apoiam mais em

pressupostos teóricos do que em evidências originadas em procedimentos psicométricos.

Esta mesa pretende, portanto, abordar sobre o que existe de procedente e o que existe de

distorções e equívocos a respeito deste método de diagnóstico muito utilizado na prática

profissional do psicólogo.

MESA VI – INVESTIGAÇÕES EMPÍRICAS SOBRE O MODELO DOS CINCO

GRANDES FATORES DA PERSONALIDADE

Ms. Ana Cecília A. M. Coutinho – Faculdade Pitágoras/MG, Dra. Elizabeth do

Nascimento – UFMG, Dra. Vera Lúcia Figueiredo – UCPEL/RS, Doris Castilho –

UCPEL/RS, Rosa Jaworski – UCPEL/RS, Ms. Jaciana M.G. Araújo – UCPEL/RS

O modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF) de personalidade vem sendo amplamente

aceito por ser passível de comprovação empírica e ter uma vasta fundamentação teórica.

Ele postula que a personalidade é constituída por cinco dimensões universais:

Amabilidade, Conscienciosidade, Extroversão, Neuroticismo e Abertura a experiências.

Apresentam-se três estudos que tratam de evidências psicométricas e utilizações práticas

de diferentes escalas de personalidade segundo o modelo CGF. O primeiro estudo trata da

verificação de evidências psicométricas de uma escala breve para ser utilizada em

Pesquisa, como forma de screening. O segundo, que permeia diferentes áreas, traz

subsídios sobre a pertinência de validade preditiva para orientação profissional e/ou

profissiográfica. O terceiro investiga a equivalência entre o modelo CGF e o

psicobiológico proposto por R. Cloninger. Os resultados das pesquisas convergem em

evidências empíricas sobre os Cinco Grandes Fatores da personalidade em diferentes

contextos da avaliação psicológica e da psicologia da personalidade.

MESA VII - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: UM CONSTRUTO COGNITIVO OU

AFETIVO?

Dr. José Maurício Haas Bueno – UFPE, Dr. Ricardo Primi – USF/SP, Dra. Carmen Flores-

Mendoza – UFMG

A percepção de um clima emocional pouco amigável de um determinado ambiente faz com

que nosso comportamento se modifique. Inúmeras situações do dia a dia, em que pessoas

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ou grupos estão envolvidos, eliciam diversidade de emoções ao mesmo tempo em que

solicitam respostas adaptativas de nossa parte. A habilidade de reconhecer estados

emocionais em si e nos outros assim como a capacidade de gerenciar essas emoções tem

sido chamadas de inteligência emocional. O quanto essa inteligência emocional

compartilha componentes com outros construtos bem consolidados na psicologia como a

personalidade e a inteligência? Essa será a questão principal que especialistas em avaliação

psicológica irão analisar expondo duas versões opostas: a primeira que defende a

independência da inteligência emocional de outros construtos psicológicos e a segunda que

analisa a dependência daquela.

MESA VIII – AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE APLICADA AO CONTEXTO

DA SEGURANÇA NO BRASIL: CONTRIBUIÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Dra. Cristiane Faiad de Moura – Universo/RJ, Ms. Marcela Reis – Universo/RJ, Ms.

Sayonara H. Thadeu – Universo/RJ, Dra. Maria Cristina Ferreira – Universo/RJ, Fernanda

Gonçalves da Silva – Universo/RJ, Andressa Dumarde – UFF/RJ

A segurança das pessoas e do patrimônio público e privado é compreendida como um

dever do estado, sendo complementada por serviços privados de guarda patrimonial ou

pessoal. O assunto é tema de interesse e preocupação, principalmente no que tange à

avaliação dos profissionais da área devido, principalmente, ao fato desses utilizarem

rotineiramente armamento letal em suas atividades laborais. A presente mesa objetiva

discutir a prática de avaliação da personalidade dos agentes de segurança pública e privada

no Brasil. Para tal serão apresentados três trabalhos. O primeiro destina-se a verificar o

poder preditivo de aspectos da personalidade no desempenho em cursos de formação de

profissionais. O segundo trabalho apresenta uma nova medida de instabilidade emocional

construída especificamente para o contexto da segurança pública e o terceiro trabalho

dedica-se a apresentação dos estudos de construção de uma escala verbal e não verbal para

a medida da conscienciosidade no contexto da segurança privada.

MESA IX – DIFERENTES USOS DE TÉCNICAS PROJETIVAS TEMÁTICAS

Dra. Delba Teixeira Rodrigues Barros – UFMG, Ms. Larissa Assunção Rodrigues –

UFMG, Ms. Alessandro Antonio Scaduto – USP/RP, Dra. Valéria Barbieri – USP/RP

O objetivo desta mesa-redonda é apresentar diferentes usos de técnicas temáticas. O Teste

de Apercepção Temática – TAT, de Murray e o Teste das Relações Objetais – TRO, de

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Philipson são discutidos em sua utilização na orientação profissional e de carreira. Uma

revisão de paradigmas do TAT busca apontar repercussões na prática de psicólogos em

diferentes contextos.

MESA X – REDAÇÃO DE LAUDOS EM DIFERENTES CONTEXTOS DA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Ms. Ana Paula C. P. Passos – PUC Minas, Ms. Alexandre F. Campos – UFMG, Dr. Marco

Antonio Alvarenga – FUMEC/UNA/MG, Ms. Tatiane Dias Bacelar – Faculdade

Pitágoras/MG, Ms. Gislene Clemente V. Câmara – PUC Minas, Ms. Aila De Guadalupe –

Hospital Felício Rocho/MG

A elaboração de laudos/relatórios psicológicos constitui um desafio para o psicólogo na

atualidade. O laudo é uma das modalidades de documentos feitos por este profissional e

tem como norteador a Resolução 007/2003 do Conselho Federal de Psicologia, que institui

o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo. Tal

Resolução traz orientações gerais quanto aos aspectos relativos à linguagem, técnicos e

éticos. No entanto, os diferentes contextos em que laudos são emitidos trazem questões

específicas, podendo variar quanto: ao objetivo do documento; ao solicitante pelo serviço;

aos métodos e instrumentos utilizados para a Avaliação Psicológica; à forma como os

resultados são disponibilizados para o requerente; ao que é levado em consideração na

conclusão; ao uso de classificações de doenças; menção a prognóstico ou validade

preditiva; às possibilidades e limitações do trabalho do psicólogo no seu contexto de

atuação. Assim, a proposta desta mesa objetiva caracterizar, comparar e refletir sobre

expressivos contextos de Avaliação Psicológica a partir das experiências de psicólogos

acerca da elaboração de laudos psicológicos das áreas Clínica, Escolar, Forense, Trânsito,

Organizacional, Neuropsicologia.

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COMUNICAÇÕES ORAIS - PROCESSOS COGNITIVOS

016 - AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DOS EFEITOS DO CONSUMO DE

ÁLCOOL SOBRE AS FUNÇÕES EXECUTIVAS E O COMPORTAMENTO

AGRESSIVO

As funções executivas (FEs) correspondem a um conjunto de habilidades (planejamento,

memória, etc.) que permite ao indivíduo dirigir comportamentos a metas simples ou

complexas. Pesquisas apontam, por diversas razões, que os homens apresentam mais

comportamentos agressivos violentos do que as mulheres. Infere-se que o consumo de

álcool também pode possibilitar disfunções executivas e comportamento agressivo. Assim,

este estudo buscou avaliar a correlação entre FEs, agressividade, consumo de álcool e

gênero. Foram investigados 44 universitários (29 mulheres e 15 homens), com idade média

de 22,9 anos. Estes foram divididos nos seguintes grupos: 1) indivíduos que nunca fizeram

uso de bebidas alcóolicas (n=13); 2) indivíduos que utilizam o álcool uma vez na semana

(n=12); 3) indivíduos que utilizam o álcool mais de uma vez na semana (n=7). Os

voluntários foram submetidos, individualmente, após anamnese e aplicação do teste de

inteligência (G-36), a uma bateria flexível de testes neuropsicológicos para avaliar alguns

componentes das FEs na seguinte ordem: 1) Teste dos Labirintos do WISC III, para

avaliação do planejamento por meio do tempo gasto e do número de erros cometidos; 2)

Capacidade de armazenamento de dígitos no Teste do Span nas ordens direta e indireta,

para avaliar a memória de trabalho e a atenção; 3) Teste de Stroop (TS), para mensurar o

controle inibitório, através do tempo despendido e número de erros; 4) Número de erros no

teste das trilhas A e B, para verificar a flexibilidade mental; 5) Teste STAXI-2,

comportamento agressivo-impulsivo. Os resultados indicaram, especificamente grupo 3,

uma ineficiência no funcionamento executivo: capacidade de planejamento e padrão

deficitário do processo atencional e do controle inibitório sobre a impulsividade; Contudo,

flexibilidade cognitiva preservada. Concluiu-se, que déficits cognitivos graves não foram

demonstrados e não foram observadas diferenças significativas em nenhum dos

componentes do comportamento agressivo e impulsivo nos três diferentes grupos do

estudo.

Autor(es): Jussara Ramos da Silva, Raner Miguel Ferreira Póvoa, João Paulo da Silva

Santana, Natália do Vale Ramos Melo, Jane Cleide da Hora Santos, Janaína da Silva

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Santos, Lawerton Braga da Silva, Rafaela Fernanda da Silva, Thaís Costa Câmara, Deise

Esteves Vieira

017 - CARACTERIZAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DO ENVOLVIMENTO DAS

FUNÇÕES EXECUTIVAS SOBRE O COMPORTAMENTO AGRESSIVO ENTRE

HOMENS E MULHERES

As funções executivas (FEs) correspondem a um conjunto de habilidades (planejamento,

memória, flexibilidade, etc.) que permite ao indivíduo dirigir comportamentos a metas

simples ou complexas. Pesquisas apontam a existência de sólida correlação entre

disfunções executivas e comportamentos agressivos que podem culminar na violência. Por

várias e complexas razões, os homens apresentam mais comportamentos agressivos

violentos do que as mulheres. Assim, este estudo buscou avaliar a correlação entre FEs,

agressividade e gênero. Participaram do estudo 44 estudantes universitários, de 17 a 52

anos (M=22,9 anos), divididos em dois grupos (29 mulheres e 15 homens). Os voluntários

foram submetidos, individualmente, após anamnese e aplicação do teste de inteligência (G-

36), a uma bateria flexível de testes neuropsicológicos para avaliar alguns componentes

das FEs na seguinte ordem: 1) Teste dos Labirintos do WISC III, para avaliação do

planejamento por meio do tempo gasto e do número de erros cometidos; 2) Capacidade de

armazenamento de dígitos no Teste do Span nas ordens direta e indireta, para avaliar a

memória de trabalho e a atenção; 3) Teste de Stroop (TS), para mensurar o controle

inibitório, através do tempo despendido e número de erros; 4) Número de erros no teste das

trilhas A e B, para verificar a flexibilidade mental; 5) Teste STAXI-2, mensuração do

comportamento agressivo-impulsivo. Os resultados indicaram discreta diferença ao grupo

feminino quanto à capacidade na flexibilidade mental, no controle inibitório da

impulsividade, e escalas do Staxi-2, especificamente no índice de expressão de raiva e

‘expressão de raiva para dentro’, ou seja, não exteriorizada. Concluiu-se, que as alterações

disfuncionais sobre o comportamento agressivo não foram evidenciadas, uma vez que

ambos os grupos apresentaram valores similares no controle da raiva. Contudo, tal estudo

possibilitou a construção de uma amostra que servirá de controle para a comparação com

grupos de indivíduos portadores de alterações psicopatológicas.

Autor(es): Jussara Ramos da Silva, Raner Miguel Ferreira Póvoa, João Paulo da Silva

Santana, Natália do Vale Ramos Melo, Jane Cleide da Hora Santos, Janaína da Silva

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Santos, Lawerton Braga da Silva, Rafaela Fernanda da Silva, Thaís Costa Câmara, Deise

Esteves Vieira

020 - ESTILOS DE PENSAR E CRIAR EM GERENTES ORGANIZACIONAIS DA

REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Considerando-se a importância da gerência e da criatividade nas organizações, esta

pesquisa teve como objetivo investigar os estilos de pensar e criar em gerentes

considerando seu gênero, idade e tipo de empresa que trabalham. A amostra foi composta

por 38 gerentes (23 M, 15 F), com idades variando de 30 a 53 anos, trabalhando em nove

pequenas empresas do setor de serviços e de uma indústria de isolantes da Região

Metropolitana de Campinas. Os gerentes foram contatados pelo setor de Recursos

Humanos das respectivas empresas e convidados para participar no estudo. Como

instrumento de pesquisa foi utilizado a Escala Estilos de Pensar e Criar. A Análise de

Variância Univariada indicou diferença significativa (p≤0,05) entre os gêneros somente

para o Estilo Relacional-Divergente. Conclui-se que as mulheres gerentes tendem a ouvir

mais as idéias do grupo antes de tomar decisões, possuindo melhores habilidades para

relacionar-se com os subordinados, apresentando, portanto, um estilo criativo eficaz para

exercer liderança.

Autor(es): Evelin Martins, Maria Célia Bruno Mundim, Solange Muglia Wechsler

022 - PERFIL COGNITIVO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM

PSICOLOGIA: COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO COM DADOS

NORMATIVOS DA BATERIA DE PROVAS DE RACIOCÍNIO 5

Dentre os construtos psicológicos, a inteligência tem ganhado destaque no meio científico,

notado a partir do aumento no interesse de estudo e de suas medidas. Desta forma, este

estudo visou investigar o construto em uma amostra de estudantes universitários, com o

objetivo de identificar o perfil cognitivo dos mesmos, comparando seu desempenho com

aqueles obtidos por estudantes do Ensino Médio (amostra de normatização do instrumento

selecionado). A amostra foi composta por 198 estudantes do curso de Psicologia de uma

universidade do interior de São Paulo, com idade entre 18 e 46 anos (M= 21,76 anos;

DP=4,17), sendo 167 mulheres e 31 homens. O instrumento utilizado foi a Bateria de

Provas de Raciocínio (BPR–5) que avalia cinco diferentes aptidões, sendo Raciocínio

Abstrato (RA), Verbal (RV), Espacial (RE), Mecânico (RM) e Numérico (RN), respondida

de forma coletiva, em única sessão de aplicação. A análise descritiva foi realizada,

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investigando-se ainda a influência das variáveis faixa-etária (18-19; 20; 21; 22 e maior de

22 anos), sexo e interação entre elas. Os resultados indicaram, por meio da Análise

Multivariada da Variância, que a faixa etária influenciou de forma significativa o resultado

de todos os testes, com exceção da prova de raciocínio mecânico, o mesmo ocorrendo em

relação ao sexo (com exceção da prova de raciocínio verbal). A interação entre ambas não

apresentou significância em nenhuma das medidas utilizadas. A maior média de acertos foi

encontrada na prova verbal e, a pior, na prova mecânica. Quando comparados com as

médias relatadas no manual do instrumento, considerando-se a maior série (3o ano do

Ensino Médio), pode-se perceber uma média mais baixa obtida pelos estudantes de

Psicologia em todas as provas. Recomendam-se outros estudos, envolvendo estudantes de

outros cursos, bem como maior equilíbrio na distribuição dos participantes por gênero, a

fim de melhor investigar os achados relatados.

Autor(es): Carolina Rosa Campos, Tatiana de Cássia Nakano

027 - O DESENHO DA FIGURA HUMANA E A RELAÇÃO COM O

DESEMPENHO ESCOLAR DE CRIANÇAS DA CIDADE DE ITAJUBÁ-SUL DE

MINAS GERAIS

O teste do Desenho da Figura Humana tem sido utilizado como auxiliar na avaliação do

desenvolvimento cognitivo infantil. Vários estudos já apontaram que existe uma evolução

nos traços ou características do desenho da figura humana à medida que a idade da criança

aumenta, sugerindo assim que o desenho pode ser utilizado como um instrumento para a

avaliação do desenvolvimento cognitivo infantil. O desempenho escolar é muito utilizado

na validação de teste de inteligência, pois se espera que quem está avançado

academicamente em relação à sua idade, possui mais habilidade. Assim, o objetivo desta

pesquisa foi verificar a correlação entre o desenvolvimento cognitivo e o desempenho

escolar de crianças de 7 a 10 anos. A amostra foi constituída de 100 crianças de ambos os

sexos, sendo 50 de escola pública e 50 de escola particular, da cidade de Itajubá, sul de

minas gerais. O instrumento utilizado para medir o desenvolvimento cognitivo foi o

Desenho da Figura Humana- 3ª edição - DFH-III e o Teste de Desempenho Escolar – TDE.

Os instrumentos foram aplicados na própria escola, de forma individual e corrigidos

conforme o manual dos mesmos. Os resultados mostram índice de correlação positiva

(r=0,431), extremamente significativo (p= 0,0001) entre o desenvolvimento cognitivo e o

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desempenho escolar. Assim, verifica-se que, quanto maior o desenvolvimento cognitivo,

maior o desempenho escolar.

Autor(es): Rita Maria Grilo Gonçalves, Rosana Maria Mohallem Martins

034 - RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE FENILALANINA NA CORRENTE

SANGUÍNEA E DESEMPENHO NO WISC-III EM CRIANÇAS COM

FENILCETONÚRIA

A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética caracterizada pela deficiência ou ausência

da enzima fenilalanina hidroxilase, responsável por converter o aminoácido fenilalanina

(phe) em tirosina (tyr). O tratamento é uma dieta restrita em alimentos ricos em phe. A

PKU, quando não tratada a tempo, é responsável por manifestações clínicas como

hiperatividade, convulsões, atraso no desenvolvimento e retardo mental, de graus variáveis,

mas sempre irreversíveis. O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre o nível de

phe na corrente sanguínea, de acordo com o recomendado para cada faixa etária, com o

desempenho no WISC-III em crianças com fenilcetonúria. A amostra foi composta por 63

pacientes, entre seis e doze anos, que iniciaram o tratamento até 90 dias de vida, triadas

pelo Programa Estadual de Triagem Neonatal de MG e acompanhadas pelo Núcleo de

Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad). Nenhum dos participantes apresentava

outra doença física ou mental que comprometesse o desenvolvimento cognitivo. Verificou-

se que as médias de QI total, verbal e de execução foram menores nas crianças com

controle dietético inadequado. Analisadas as médias de phe em crianças recém-nascidas,

até dois anos, constatou que não houve diferença estatisticamente significativa entre o

controle de phe e o rendimento no WISC-III. O contrário ocorreu com as crianças de dois a

seis anos. Em crianças de seis a dez anos, houve diferença estatisticamente significativa no

que diz respeito ao QI verbal e de execução. Estudos desta natureza são importantes, pois

corroboram a ideia de adesão à dieta, ou seja, de que um bom controle do nível de phe na

corrente sanguínea das crianças fenilcetonúricas tem um papel fundamental na inteligência.

Além disto, os resultados apresentados comprovam a eficiência do Programa Mineiro que

tem como objetivo principal evitar o retardo mental nesta população.

Autor(es): Isabel Pimenta Spínola Castro, Jéssica Evelyn de Andrade, Juliana Nassau

Fernandes

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035 - FUNÇÕES VISUO-PERCEPTIVAS NA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL:

CONSTRUÇÃO E ESTUDOS PSICOMÉTRICOS DE UM INSTRUMENTO

A percepção visual pode ser vista como a segregação perceptual ou a capacidade do

indivíduo elaborar que as partes das informações visuais apresentadas podem se unir e

formar objetos (Eysenck & Keane, 2007). Nesse sentido, Muskat e Melo (2008)

relacionam a percepção à tendência do individuo em completar estímulos fragmentados

com base no conhecimento que dispõe de forma a integrá-los em um todo coerente.

Objetivo A construção de um instrumento para análise das funções visuo-perceptivas em

indivíduos com diagnóstico de deficiência intelectual. Método Participantes Participaram

deste trabalho 103 educandos da APAE de Pouso Alegre - MG, de ambos os sexos, com

idades entre 8 e 18 anos (M=11,11; DP=2,62). Procedimento Foram realizados dois

estudos, sendo o primeiro para verificação da nomeação das figuras sem configurações. O

segundo visou analisar se número de cortes (C1 e C2) e rotações (R1, R2, R3 e R4)

produziriam dificuldades nos itens. Foi solicitado ainda que os professores dos alunos

propusessem uma nota de 1 a 5 para cada indivíduo, embasados no nível de desempenho

pedagógico e os classificassem como “Alfabetizável” ou “Não Alfabetizável”. Resultados

Assim, foi realizada comparação de médias de acertos entre os grupos, evidenciando um

maior numero de acertos para os alunos alfabetizáveis (M=20,70) que para os alunos não

alfabetizáveis (M=14,69). Foram realizadas ainda análises de variâncias (ANOVA) e Prova

de Tukey, a fim de obter possíveis diferenças referentes ao número de rotações e às notas

dadas pelos professores. Os resultados demonstraram que a análise não foi significativa em

relação à rotação das partes [F(3,50)=1,48; p=0,25], porém significativa em relação à nota

dada pelo professor [F(4,49)=12,49; p<0,05] e ao número de cortes. Conclusão O

instrumento permitiu a divisão da amostra em alfabetizáveis e não alfabetizáveis,

contribuindo para a avaliação da percepção em indivíduos com deficiência intelectual.

Autor(es): Fernando José Silveira, Anna Elisa de Villemor-Amaral

036 - EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO COGNITIVO PARA

ESCOLARES

Nos últimos anos, vários esforços têm sido direcionados na tentativa de promover

melhorias na inteligência humana, especialmente dos indivíduos com baixo QI. Resultados

de algumas pesquisas recentes têm apontado que a inteligência é treinável em um grau

significativo. No entanto, não existem evidências consistentes para saber em que medida

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isso pode ser feito. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva verificar a efetividade de um

programa de treinamento de memória de trabalho para melhorar a inteligência de escolares

de diferentes níveis intelectuais. Foram selecionadas 53 crianças do sexto ano do ensino

fundamental de escolas públicas de Belo Horizonte (M= 11,17 anos, DP= 0,376), as quais

foram aleatoriamente designadas para compor o grupo experimental/GE (n=26) e o grupo

controle/GC (n = 27). Cada grupo foi dividido em três subgrupos de acordo com o nível de

QI: alto (QI acima de 120), médio (QI na faixa de 95 a 110 pontos) e baixo (QI entre 70 e

85 pontos). No pré-teste, as crianças foram avaliadas com medidas cognitivas e de

desempenho escolar. Foram realizados dois pós-testes, em que se aplicaram os mesmos

instrumentos do pré-teste, um deles se deu um mês após a última sessão de treinamento e o

outro quatro meses após o termino do treinamento. Para o programa de treinamento foram

utilizadas três tarefas de memória de trabalho. As crianças receberam a intervenção na

escola duas vezes por semana por um período de no máximo 10 semanas. Não foram

encontradas diferenças significativas entre o grupo de treinamento e controle no pós-teste

realizado uma semana após o treinamento e naquele realizado quatro meses após, para

nenhuma das medidas cognitivas e de desempenho escolar. Contudo, observou-se que para

o teste Raven, no grupo de QI baixo, a diferença (índice d) entre GC e GE favorável a GC

antes do treinamento de 0,25 (ou 3,75 pontos de QI) passou a ser favorável a GE logo após

o treinamento (d=-0,47 ou 7,05 pontos de QI). Essa tendência de ganho do grupo

experimental no teste Raven não foi observada para os grupos de QI médio e alto. Os

resultados encontrados encontram suporte parcial na literatura e apontam para dificuldade

de se encontrar mudanças intelectuais genuínas com programas de intervenção de curta

duração. Estudos com uma amostra maior e de menor idade e maior tempo de treinamento

são necessários para verificar a generalidade de tais achados.

Autor(es): Marcela Mansur Alves, Jéssica Coutinho, Isabella Rezende, Gabriella Cirilo,

Luísa Nogueira, Mirella Ferraz, Eduardo Cormanich, Hana Campos, Carmen Flores-

Mendoza

044 - HABILIDADES VERBAIS DE ADULTOS: INVESTIGANDO DIFERENÇAS

DE GÊNERO, IDADE E NÍVEL EDUCACIONAL

A existência de diferenças de gênero nas habilidades cognitivas tem sido uma temática

questionada ao longo dos anos, uma vez que vertentes apontam para a existência das

mesmas enquanto outras não. Assim sendo, este estudo visou identificar possíveis

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diferenças quanto às habilidades verbais de jovens e adultos, considerando as variáveis

gênero, idade e nível educacional. A amostra foi composta por 152 participantes, sendo

100 mulheres e 52 homens, com idades entre 16 a 52 anos, tendo sido classificadas nas

seguintes faixas etárias, 16-21; 22-27; 28-; 32-37; 38-43; e acima 44 anos, envolvidos ou

realizando cursos em instituições paulistas, públicas e particulares, em diferentes áreas do

conhecimento. Foram utilizados os subtestes Vocabulário, Sinônimos, Antônimos e

Analogias que avaliam habilidades verbais da Bateria de Habilidades Intelectuais de

Adultos, tendo sido aplicado coletivamente, em uma sessão. A Análise de Variância

utilizada não apontou diferenças significativas quanto ao gênero. No entanto, foram

encontradas influencias significativas da escolaridade no subteste Vocabulário, sendo

encontradas médias superiores nos participantes com nível superior completo e da faixa

etária em Vocabulário e Sinônimos, sendo a faixa com melhor desempenho de 38-43 anos.

Conclui-se que as diferenças nas habilidades verbais devem ser consideradas sob uma

perspectiva educacional e desenvolvimental. Recomendam-se ainda novos estudos,

envolvendo maior equilíbrio na distribuição dos participantes por gênero, com o objetivo

de melhor representatividade dos achados relatados.

Autor(es): Carolina Rosa Campos, Maria Célia Bruno Mundim, Solange Muglia

Wechsler, Carolina Mussinhate Corrêa Vianna, Maria Angela Lourençoni, Paula Juliana

Prete

083 - FUNCIONAMENTO DIFERENCIAL DOS ITENS (DIF) DO TESTE DE

INTELIGÊNCIA VERBAL – TIV

O objetivo do presente estudo foi buscar evidências de validade baseadas na estrutura

interna para o Teste de Inteligência Verbal (TIV), que avalia a capacidade de abstração,

generalização ou reflexão diante de conceitos verbais. Utilizou-se a Teoria de Resposta ao

Item (TRI) e o software estatístico Winsteps para verificar a existência de DIF

(Funcionamento Diferencial do Item, do inglês Differential Item Functioning) em relação

aos 23 itens do TIV. Quando um item apresenta DIF, pessoas com habilidade equivalente,

mas de grupos distintos, não estão tendo a mes¬ma probabilidade de acertá-lo. Foram

consideradas as variáveis sexo e escolaridade e adotado um valor de t superior a 2,40 como

adequado para se considerar a significância estatística, seguindo os postulados encontrados

na literatura para testes com mais de 20 itens, como é o caso do TIV. Apesar desse estudo

se pautar nos itens do teste e não nas pessoas, a amostra que possibilitou tal análise era

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composta por 376 sujeitos, das quais 140 (37,2%) pertenciam ao sexo feminino e 236

(62,8%) ao masculino, com idade variando entre 17 e 50 anos (M=29,14 anos e DP=4,86).

Quanto à escolaridade, 169 (44,9%) possuíam o Ensino Médio e 207 (55,1%) o Superior.

Em relação ao gênero, apenas 2 itens do TIV apresentaram DIF. Entretanto, uma vez que

um item beneficia o gênero masculino e outro o feminino, considera-se que há um

equilíbrio quanto ao DIF, não havendo favorecimento e/ou prejuízo para nenhum grupo no

que tange a essa variável. Para a escolaridade, apenas 1 item apresentou DIF (t=2,60),

favorecendo ao Ensino Superior. Os resultados deste estudo representam uma evidência de

validade de baseada na estrutura interna para o TIV.

Autor(es): Fabio Camilo da Silva, Luciano Franzim Neto, Tabata Cardoso

098 - ESTUDO DA VALIDADE DA BATERIA DE AVALIAÇÃO INTELECTUAL E

CRIATIVA COM A BATERIA WOODCOCK- JOHNSON III

A Inteligência é um tema bastante abrangente, sendo que autores criaram teorias e diversas

formas para avaliar este constructo. O objetivo da pesquisa foi verificar se existe validade

convergente nos testes que avaliam habilidade viso espacial (“Pensando com figuras”) e

lógica (“Pensando com formas”) da Bateria de Habilidade Cognitivas de Adultos

(BAICA). Assim sendo, pretende-se, verificas as qualidades cientifica da nova bateria

brasileira criada à semelhança da bateria norte americana, Woodcok Johnson. A amostra

foi composta por 33 sujeitos, (15 homens e 18 mulheres), sendo 22 de escolas públicas e

11 particulares. Os instrumentos foram: teste de relação viso-espacial (32 estímulos),

formação de conceitos (35 estímulos) e Aprendizagem Visual da bateria Woodcock-

Johnson-III; os teste relação espacial, raciocínio lógico e memória da (BAICA) Os

Instrumentos utilizados foram teste de relação espacial (Woodcock Jhonson) e formação de

conceitos (Woodcock Jhonson), compostos de 32 e 35 estímulos; e os Testes viso espacial

(BAICA) e lógica (BAICA) com 33 e 31 estímulos respectivamente. Os testes foram

aplicados nas salas de aula em sessões distintas Os resultados possibilitaram verificar a

validade convergente dos subtestes que avaliam a habilidade lógica e viso espacial. As

correlações de ambos os testes foram elevadas, pois houve correlação significativa

(p>0,05) entre os testes que medem estes constructos (Habilidade lógica: 0,744; e Viso-

Espacial: 0,656). Por outro lado, no teste de memória não houve correlação significativa, já

que esta teve como resultado 0,236. Conclui-se, então que existem evidências de validade

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para algumas dimensões intelectuais. Porém, existe a necessidade de estudos futuros para

comparar as demais dimensões.

Autor(es): Marina Sanches de Maria, Lahila Maria Salemi Yazbek

109 - ESCALA DE EMOÇÕES FRENTE AO AMBIENTE (EEFA): VALIDADE

FATORIAL E CONSISTÊNCIA INTERNA

Objetivou-se desenvolver uma medida psicométrica denominada de Escala de Emoções

frente ao Ambiente (EEFA). Neste sentido, objetivou-se conhecer a validade fatorial e a

consistência interna da EEFA.Contou-se com a participação 207 respondentes, sendo

35,7% do sexo masculino e 64,3% de sexo feminino da população geral de vários Estados

(AL, BA, PB, MG, DF, AM, CE, RN, PI), com idades variando de 15 a 68 anos (M =

27,89; DP = 10,76). Os respondentes receberam um link para acessar o questionário

eletrônico (survey eletrônico). Os dados foram submetidos à análise fatorial com o método

de Componentes Principais, fixando-se em três fatores, com rotação Varimax. Obteve-se

um KMO = 0,85 e Teste de Esfericidade de Bartlett, χ² (105) = 1481,29; p= 0,000, ambas

satisfatórias. Os resultados indicaram a retenção de três componentes que explicam

conjuntamente 63,15% da variância total. Os componentes foram interpretados a partir de

seus itens. Componente I - reuniu cinco itens, com saturações variando de 0,74a 0,82 (Eu

fico relaxado e tenho uma sensação agradável de intimidade quando passo algum tempo na

natureza), explicando 21,85% da variância e apresentou consistência interna (Alfa de

Cronbach) de 0,85, sendo denominado de Afinidade com a natureza. Componente II -

reuniu cinco itens, com saturações variando de -0,55 a 0,85 (Sinto-me culpado quando

desperdiço água). Este componente explicou 21,73% da variância e apresentou

consistência interna de 0,80. Foi designado de Emoções Morais. Componente III -reuniu

cinco itens, com saturações variando de 0,57 a 0,80 (Tenho medo de contaminação em

função de desastres nucleares). Com explicação de 19,56% da variância e sua consistência

interna foi de 0,83, sendo denominado de Medo Ecológico. Considerando os passos

seguidos, pode-se afirmar que o instrumento aqui proposto é psicometricamente adequado.

Autor(es): Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, Analinne Maia, Bruna Nogueira

Romariz Barros, EmilianeTayaara Pontes da Silva, Germano Gabriel Lima Esteves

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110 - INTER-RELAÇÃO ENTRE TRANSPORTES/ PESSOAS E AMBIENTE:

UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NOS VALORES, EMOÇÕES E ATITUDES

Buscou-se compreender em que medida os valores que as pessoas indicam como

prioritários em suas vidas, as emoções e as atitudes exercem influência e explicam a

intenção de participar de Comitê de melhoria das políticas públicas de mobilidade

urbana.Contou-se com a participação de 320 indivíduos, de ambos os sexos (35,6% do

sexo masculino e 64,4% do sexo feminino) e com idade variando de 15 a 68 anos de idade

(M = 27,24, DP = 9,45).Os respondentes receberam um livreto com os instrumentos de

medida, a saber:Escala de Emoções Ambientais; Questionário dos Valores Básicos;

Inventário de Atitudes Ambientais e Questionário Demográfico (por exemplo, idade, sexo,

estado civil, tipo de mobilidade que utiliza diariamente).Inicialmente, compararam-se os

escores médios, por meio de teste t de Student, obtidos para Preservação e Utilização

(escala de atitudes ambientais) em função da intenção de participar ou não de evento em

prol da melhoria da qualidade do transporte público. As pessoas que responderam “sim”

pontuam em maior grau em atitudes de preservação, e, em menor grau, em utilização. Este

resultado é consistente com a teoria. Em uma análise de regressão linear, em que se contou

como variável critério atitudes de preservação, e variáveis antecedenteafinidade com a

natureza, emoções morais, medo ecológico, valores sociais, centrais e pessoais, os

resultados indicam predição a partir da afinidade com a natureza, emoções morais e valores

centrais para atitudes de preservação. Conclui-se, portanto, que as pessoas que apresentam

maior grau de valores centrais, afinidade com a natureza e emoções morais, apresentam,

também, um maior grau de atitudes de preservação, logo apresentam maior intenção de

conduta pró-ambiental, neste caso a intenção de participar de Comitê de melhoria das

políticas públicas de mobilidade urbana.

Autor(es): Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, Analinne Maia, Bruna Nogueira

Romariz Barros, EmilianeTayaara Pontes da Silva, Germano Gabriel Lima Esteves

115 - DESENVOLVIMENTO SOCIAL E INTELIGÊNCIA: COMPARAÇÃO

ENTRE CRIANÇAS RURAIS E URBANAS

Há pouca dúvida que a inteligência associa-se a diversos níveis de conquistas sociais como

escolaridade, sucesso profissional, renda, saúde dos indivíduos. A relação causal entre

essas variáveis geralmente tem sido interpretada como de via única, isto é, a inteligência

seria o maior promotor das mudanças sociais. Pouco se tem explorado o efeito das

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diferenças socioambientais nas diferenças cognitivas das pessoas. Para tanto, o presente

estudo comparou a situação cognitiva de 578 crianças escolares de seis a 11 anos de idade

de áreas rurais e urbanas de duas cidades de níveis de desenvolvimento social diferentes.

Da cidade de menor desenvolvimento socioeconômico (Americaninha-Minas Gerais)

participaram 66 crianças rurais e 66 crianças urbanas (ano de 2004). Da cidade de maior

desenvolvimento socioeconômico (Belo Horizonte-Minas Gerais) participaram 128

crianças rurais (ano de 2011) e 318 crianças urbanas (ano de 2002). Como medidas

cognitivas foram utilizadas as Matrizes Progressivas de Raven e os subtestes Aritmética e

Dígitos do teste das Escalas de Inteligência para crianças Wechsler III. Os resultados

mostraram que as crianças urbanas de Belo Horizonte-MG (ano de 2002) obtiveram o

melhor desempenho cognitivo nas três medidas cognitivas. Logo a seguir o melhor

desempenho cognitivo foi o das crianças rurais de Belo Horizonte-MG (ano de 2011) e

depois as crianças urbanas de Americaninha (ano de 2004). O pior resultado foi o das

crianças rurais de Americaninha (ano de 2004). A maior diferença média encontrada foi no

teste Raven, uma medida de inteligência fluida, equivalente a 12,5 pontos (ou 33 pontos de

QI) a favor das crianças urbanas de Belo Horizonte (ano de 2002) se comparada ao de

crianças rurais de Americaninha-MG (ano de 2004). Tais resultados podem ser uma

evidencia do impacto das diferenças de desenvolvimento socioeconômico do contexto

geográfico nas diferenças individuais da cognição dos cidadãos.

Autor(es): Walkiria Ramos Peliky Fontes, Carmen Elvira Flores-Mendoza

122 - ESTUDOS COM UMA FORMA ALTERNATIVA DO TESTE NÃO VERBAL

DE INTELIGÊNCIA – R-1

O R-1 – Teste Não Verbal de Inteligência avalia o fator g fundamentado na Teoria

Bifatorial de Spearman. O teste é composto por 40 itens com diferentes níveis de

dificuldade formados por uma figura com uma parte faltando, que deve ser completada

com uma das alternativas apresentadas abaixo dela. Trata-se de um instrumento bastante

utilizado em processos de avaliação psicológica para diversos fins. Tendo em vista que este

instrumento é difundido há muitos anos, foi elaborada uma forma alternativa, chamada de

R-1 F, que continua com o mesmo propósito, ou seja, avaliar a inteligência não verbal de

adultos, sem sofrer modificações nos itens ou nas opções de respostas: as figuras aparecem

na mesma ordem da forma original, tendo sido realizadas alterações somente na ordem das

letras (que vão de A a H) apresentadas nas opções de resposta, sendo suas novas posições

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definidas por sorteio. O objetivo deste estudo foi verificar a equivalência das duas formas

do teste. A amostra foi constituída por 58 participantes que realizaram os dois testes (R-1 e

R-1 F) com um intervalo de três meses entre as aplicações, sendo a maioria do sexo

feminino (79,3%) e o restante (20,7%) masculino, todos com ensino superior. A idade

variou entre 17 a 53 anos, média de 27,52 e desvio padrão de 8,46. Os resultados

mostraram uma alta correlação (r = 0,717, α = 0,01) entre o R-1 e o R1-F. Verificou-se

também que e as médias das pontuações totais não diferiram-se estatisticamente (t = 1,082,

α = 0,284). Além disso, a porcentagem de acertos nas duas formas do teste foram

equivalentes, confirmado com o valor da correlação quase perfeita de 0,980. Conclui-se

que, as mudanças na ordem das letras não influenciaram nas respostas das pessoas, o que

mostra uma equivalência entre o R-1 e o R-1 F.

Autor(es): Tábata Cardoso, Cristiano Esteves, Fábio Camilo da Silva

127 - INVESTIGANDO A VALIDADE DA BATERIA DE AVALIAÇÃO

INTELECTUAL E CRIATIVA BAICA EM JOVENS

A inteligência e a criatividade são aspectos essenciais do funcionamento cognitivo. Várias

habilidades cognitivas estão envolvidas na inteligência tais como rapidez de

processamento, habilidades verbais e inteligência cristalizada. Neste sentido, é importante

investigar a associação entre modos de expressão criativos e tipos de habilidades

cognitivos. O objetivo do estudo foi verificar evidências de validade da Bateria de

Avaliação Intelectual e Criativa- versão adulto (BAICA), comparando-se com outros

instrumentos já validados no país. A amostra foi composta de 30 participantes, sendo estes

16 do sexo feminino e 14 do sexo masculino, estudantes do 3º colegial com idades

variando de 16 a 19 anos de escolas publicas (9) e particulares (21) da cidade de Campinas,

sendo uma amostra de conveniência. Os instrumentos aplicados foram os subtestes

Rapidez de Raciocínio, Compreensão Verbal e Criatividade verbal da BAICA, os subtestes

Compreensão Verbal e Rapidez de Raciocínio da bateria Woodcock-Johnson III (WJ-III);

e o teste de Criatividade Verbal de Torrance. Os subtestes foram aplicados coletivamente

em 2 sessões de 2 horas cada. Análises foram realizadas pela correlação de Pearson. Os

resultados decorrentes da comparação dos testes mencionados demonstraram baixa

correlação entre os testes de Rapidez de Raciocínio (r= 0,181). Entretanto, houve alta

correlação entre os testes de Habilidades Verbais (r= 0,561; p≤0,01) como também entre os

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testes de Criatividade Verbal (r= 0,506; p≤0,01). Os resultados ainda explicitam

correlações significativas entre os constructos Rapidez de Raciocínio e Criatividade Verbal

(r= 0, 612; p≤ 0,01). Conclui-se que os subtestes verbais da bateria WJ-III e da BAICA

apresentam altas semelhanças assim como subtestes de Criatividade Verbal em Torrance e

BAICA. Portanto, a BAICA possui validade de critério verificada pela convergência entre

testes. Conclui-se também que algumas habilidades intelectuais específicas exercem

impacto na criatividade. Estudos futuros serão necessários para verificar a validade de

outras habilidades avaliadas nesta bateria.

Autor(es): Ingrid Piccollo Comparini, Carolina Hornink, Solange Muglia Wechsler

143 - A LONGITUDINAL INVESTIGATION OF JOINT

ATTENTION DEVELOPMENT

Around 9 months of age, babies begin to coordinate their attention with that of other

people. For instance, they shift their eyes in the direction of other people’s gaze and/or

pointing gestures. They also begin to show or hold up objects for others to see. According

to one prominent point of view, these so-called joint attention behaviors reflect infants’

emerging comprehension of people as intentional agents and, as such, play an important

role in the development of language and social cognition. Goal: To evaluate the

development of JA behaviors between 9 and 18 months of age in a sample of Brazilian

children. Method: Thirty-six children (26 girls; 10 boys) participated in the study. Their JA

skills were assessed with Mundy et al.’s (2003) Early Social Communication Scales

(ESCS) when they were 9, 13, and 18 months. Both initiating and responding to JA (IJA

and RJA) were evaluated. IJA refers to children’s attempts to call the examiner’s attention

to an entity in the environment, and is classified as either low-level (e.g., child alternates

eyes between a mechanical toy and the examiner) or high-level IJA (e.g., child points to

objects); RJA refers to children’s ability to follow the examiner’s points to pictures in a

book (low-level RJA) or on the wall (high-level RJA). Assessments occurred at the

children’s homes and were recorded for later codification. Reliability, as measured by the

proportion of agreements between two independent coders, ranged from 0,71 to

0,83. Results: Except for low-level IJA behaviors, the frequency of JA behaviors increased

significantly throughout the study. Conclusion: Mundy et al.’s (2003) ESCS constitute a

reliable tool for the assessment of JA skills and may, therefore, assist with the early

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identification of children at risk of developmental disorders of language and social

cognition.

Autor(es): Poliana Gonçalves Barbosa, Camila Soares Abreu, Cláudia Cardoso-Martins

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COMUNICAÇÕES ORAIS - PERSONALIDADE E CONSTRUTOS AFINS

________________________________________________________________________________

002 - AS DIFERENÇAS ENTRE OS PROCEDIMENTOS DE APLICAÇÃO DO

RORSCHACH E SUAS PROVÁVEIS IMPLICAÇÕES

O método de Rorschach é considerado um instrumento projetivo de avaliação da

personalidade. Desde sua publicação em 1921, diversos sistemas para administração do

Rorschach foram desenvolvidos em várias partes do mundo, em decorrência da morte

prematura de seu criador e do interesse despertado por pesquisadores independentes. O

presente trabalho teve como objetivo apontar as diferenças encontradas no procedimento

de aplicação de diversos sistemas para utilização do Rorschach, por meio de uma revisão

bibliográfica. Os achados evidenciam que, inicialmente, foram difundidos cinco grandes

sistemas distintos nos Estados Unidos, idealizados pelos pesquisadores Klopfer, Beck,

Hertz, Rapaport e Piotrowski, bem como nos países europeus se destacaram as

contribuições de Ombredane, Canivet, Traubenberg, Chabert, Scuola Romana, entre

outros. Todos, no entanto, apresentavam significativas diferenças no que concerne aos

procedimentos de aplicação do método. Partiu de Exner uma primeira observação quanto

às discrepâncias nos resultados de protocolos com instruções ligeiramente diferentes,

conduzindo-o à tentativa de integrar as principais contribuições dos autores americanos na

sua nova proposta, o Sistema Compreensivo (SC). Contudo, o autor percebera que a

técnica de aplicação utilizada no SC e nos demais sistemas era capaz de produzir uma

variabilidade no total de respostas, gerando um protocolo muito curto ou muito longo,

cujas propriedades psicométricas estariam comprometidas. Diante do exposto, com o

intuito de sanar o problema da variabilidade de respostas e criar um sistema de utilização

internacional, o grupo de pesquisadores norte-americano liderado por Meyer propôs uma

aplicação otimizada do método. Fundamentando-se na técnica Prompt for two, pull after

four, o grupo ressalta a importância de se orientar o examinando a produzir duas, talvez

três respostas por cartão. Em síntese, os resultados da pesquisa bibliográfica apontam a

necessidade de se investir em estudos que corroborem para com a validade deste

procedimento de administração do Rorschach, minimizando as variabilidades na

interpretação de protocolos.

Autor(es): Philipe Gomes Vieira, Anna Elisa de Villemor-Amaral

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028 - REPRESENTAÇÃO WAI WAI DA IMAGEM DO CORPO

A identidade como fenômeno cultural se reflete nas expressões gráficas e corporais das

populações indígenas do Brasil, fato que deve ser destacado na avaliação da personalidade.

Objetivo: Dessa forma, o propósito desta exposição é analisar o grafismo entre crianças e

adolescentes, visando entender a influência da identidade étnica na representação da

imagem do corpo entre os Wai Wai de Roraima, norte amazônico. Métodos: Assim, por

ocasião de visitas de atendimento, entre 1999 e 2005, pude verificar a produção gráfica dos

alunos da escola da comunidade. Por consequência, decidi realizar uma investigação

qualitativa por meio da coleta de desenhos temáticos, enfocando a autoimagem, junto a

população infanto-juvenil, compreendida entre 10 e 16 anos, de ambos os sexos, tendo

como base teórica a abordagem psicanalítica complementada pela perspectiva

antropológica. Resultados: Pela análise dessas expressões gráficas, verifica-se tanto a visão

subjetiva das crianças e adolescentes quanto aos sentimentos referentes à mitologia waiwai

como a visão relacionada à mudança da realidade local com a introdução de novos valores.

O simbolismo animal está presente, nomeadamente a cobra e a arara, tendo em vista a

mitologia de origem e o ritual de cura xamânica envolverem respectivamente esses

animais. Destaca-se que a nominação da criança envolve aspectos da natureza. Além disso,

constata-se entre as meninas a reprodução da figura feminina por influência tanto dos pares

como do universo escolar. Já para os meninos houve diversidade temática, sendo que a

figura humana foi representada apenas pelos mais jovens. Conclusões: Valendo-me da

abordagem interdisciplinar, que permite tanto a contextualização quanto a reflexão sobre

os padrões culturais de expressão, constato que a imagem do corpo envolve aspectos tanto

subjetivos do âmbito da projeção inconsciente quanto míticos relacionados a identidade

étnica, tendo em vista a faixa etária e o gênero.

Autor(es): Pamela Alves Gil

032 - CRIATIVIDADE (E SEUS BLOQUEIOS) NO TAT: ESTUDOS DE CASO

A expressão criativa tem sido relacionada ao funcionamento cognitivo ou ao grau de

integração da personalidade. Numa compreensão psicodinâmica, tal expressão pode ser

suscitada usando-se técnicas projetivas, visto que estas possibilitam a livre expressão num

contexto controlado (situação de teste). O presente estudo visa ilustrar situações opostas de

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expressão criativa (dificuldade em criar histórias e alta reatividade aos cartões) no Teste de

Apercepção Temática (TAT) em casos de um projeto de pesquisa que visa desenvolver

normas para este instrumento em adultos. Foram avaliados dois homens (Arnoldo, xx anos

e Benedito, xx anos – nomes fictícios), de nível socioeconômico médio e ensino superior

completo, usando-se o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), o Teste de Inteligência

Geral Não-Verbal (TIG-NV) e a forma completa (20 cartões) do TAT. Ambos os casos

apresentaram desempenho intelectual médio em relação a seu grupo de referência e poucos

indicadores de vulnerabilidade no SRQ-20. No caso de Arnoldo, os indicadores de

bloqueio criativo no TAT foram a presença maciça de comentários críticos sobre os cartões

e o próprio desempenho, denegação de um dos cartões e tempos de latência e total

elevados para todos os cartões, além de dificuldade em integrar os elementos das histórias.

No caso de Benedito, o processo criativo foi se aprimorando ao longo das narrativas, no

sentido da projeção de elementos mais pessoais e agressividade mais socializada, além da

diminuição de indicadores como confabulação e comentários críticos sobre os cartões.

Enquanto no primeiro caso, o bloqueio criativo pareceu relacionado a uma crise pessoal,

no segundo caso a tarefa foi vivenciada por Benedito como agradável e estimulante, além

de inspiradora para seu próprio trabalho como ilustrador. Os dados permitem afirmar que a

expressão criativa está mais relacionada ao nível de integração da personalidade do que

apenas a fatores cognitivos.

Autor(es): Alessandro Antonio Scaduto; Valéria Barbieri

033 - O PERFIL DE PERSONALIDADE DE ATLETAS DE MODALIDADES

INDIVIDUAIS E COLETIVAS

Estudos sobre as características da personalidade dos atletas podem auxiliar os

profissionais do esporte na compreensão do comportamento em distintas circunstâncias,

facilitando a orientação ao atleta e o treinamento das capacidades psicológicas, objetivando

um melhor desempenho esportivo. A abordagem interacional no estudo da personalidade

considera a importância do conhecimento dos traços de personalidade do sujeito e a

situação para compreender o comportamento. Os psicólogos do esporte têm considerado

essa abordagem para o estudo do comportamento do atleta em diversas situações

esportivas. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil de personalidade de atletas de

modalidades individuais e coletivas, buscando compreender as relações entre

personalidade e esporte. Foram avaliados 26 atletas, de ambos os sexos, sendo 13 de

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esportes coletivos e 13 de esportes individuais. Os atletas foram avaliados de forma

coletiva pela Bateria Fatorial de Personalidade – BFP que é baseado no modelo dos cinco

grandes fatores de personalidade: neuroticismo, extroversão, socialização, realização e

abertura. Os resultados encontrados pela análise multivariada (MANOVA) revelaram que

não existem diferenças significativas entre os atletas das duas modalidades esportivas os

fatores neuroticismo, extroversão, socialização e abertura. Houve uma diferença

significativa no fator realização (p=0,038), com maior média para os atletas de esportes

coletivos. Assim, os atletas dessa modalidade esportiva revelam características mais

acentuadas na motivação para o sucesso, capacidade de planejamento de ações em função

de uma meta, na organização e pontualidade, em relação aos atletas de modalidades

individuais.

Autor(es): Jasiele Aparecida de Oliveira Silva; Rosana Maria Mohallem Martins

038 - PERSONALIDADE E PRÉ-ESCOLARES: USO DA VERSÃO ADAPTADA

DO EYSENCK PERSONALITY QUESTIONNAIRE JUNIOR (EPQ-J)

Dentre as diversas abordagens teóricas na área da Psicologia das Diferenças Individuais

que investigam a Personalidade, uma que vem se destacando por sua objetividade na

descrição das propriedades desse construto é a teoria dos três superfatores, proposta por

Hans Eysenck. O modelo especifica os substratos comportamentais e biológicos que são

responsáveis pelas diferenças individuais em três dimensões tipológicas básicas:

Psicoticismo, Extroversão e Neuroticismo. Inicialmente, os três fatores foram estudados

em adultos, mas as pesquisas se estenderam para a faixa etária infantil e têm evidenciado

uma replicabilidade do modelo também para crianças. O presente estudo teve como

objetivo a adaptação do Eysenck Personality Questionnaire Junior (EPQ-J), instrumento

baseado no modelo dos três superfatores de personalidade de Hans Eysenck, para avaliação

de crianças pré-escolares. O questionário foi respondido por mães de 192 crianças de 4 a 6

anos de idade (M = 4,58; DP = 0,69), sendo 108 (56%) do sexo feminino. Os valores de

consistência interna das escalas (Cronbach Alpha) foram de 0,80, 0,77 e 0,90 para

Psicoticismo (cinco itens), Extroversão (quatro itens) e Neuroticismo (dez itens),

respectivamente. Três componentes, com eigenvalue superior a um foram extraídos

mediante a análise de componentes principais, os quais explicaram 57% da variância total.

Tal resultado indicou equivalência entre a estrutura fatorial teórica e a observada no

presente estudo. Associações positivas também foram encontradas entre a dimensão de

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Psicoticismo do EPQ-J e duas dimensões da Escala de Transtorno do Déficit Atenção e

Hiperatividades – versão adaptada para pais, quais sejam: Comportamento Anti-social (r =

0,521; p < 0,01) e Impulsividade/Hiperatividade (r = 0,412; p < 0,01). De forma geral, os

resultados sustentam boa qualidade psicométrica do instrumento adaptado para avaliação

de pré-escolares.

Autor(es): Mariana Teles Santos, Carmen E. Flores-Mendoza

039 - APTO X INAPTO PARA PORTE DE ARMA DE FOGO – ESTUDO DE

CASOS COM O TESTE DE ZULLIGER

A avaliação psicológica de aptidão para portar uma arma de fogo, exigida pela Polícia

Federal, tem por finalidade verificar se o sujeito tem características compatíveis para

trabalhar ou andar armado. A utilização de testes psicológicos, favoráveis pelo Conselho

Federal de Psicologia, contribui na tomada de decisão. O teste de Zulliger, também

conhecido como Z-teste, tem sido um dos instrumentos mais utilizados para esta finalidade

em função da rapidez, economia e descrição das características de personalidade do

aspirante ao armamento. Nesse sentido, torna-se um dos testes mais indicados e usados

pelos psicólogos mineiros credenciados da Polícia Federal. O objetivo do presente estudo é

identificar fatores de aptidão e inaptidão para o porte de arma de fogo, através do Zulliger.

O método utilizado foi o estudo de 20 casos submetidos ao Z teste, em avaliações para

porte de arma, realizadas anteriormente em cidadãos comuns, vigilantes e policiais

militares, com idade variando de 27 a 76 anos. Os protocolos foram divididos em

categorias de aptidão e inaptidão. Dentre os vários indicadores que podem ser identificados

através das interpretações das manchas de tinta, optou-se neste levantamento por priorizar

especificamente aqueles que contribuiriam mais para a tomada de decisão: adaptação à

realidade, adaptação e maturidade social, controle emocional, agressividade e sinais

psicopatológicos. Resultados: os indicadores de aptidão mais frequentes foram: ausência

de agressividade, depressão, confabulação e contaminação; juízo crítico adequado;

presença de conteúdo humano; ausência de percepções paranóides e adaptação à realidade.

Os indicadores de inaptidão mais frequentes foram: descontrole emocional e imaturidade

social. Conclusão: Um parecer de aptidão para portar arma de fogo exige capacitação e

muita responsabilidade do profissional psicólogo. O teste de Zulliger tem se mostrado

confiável para esta finalidade, e aliado ao exame detalhado dos resultados da entrevista e

dos outros testes utilizados, embasa este parecer.

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Autor(es): Marcelo Augusto Resende

050 - UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM

UNIVERSITÁRIOS E POLICIAIS MILITARES

Relações interpessoais são interações entre o self e as pessoas que fazem parte do círculo

social ao qual o indivíduo pertence. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar

semelhanças ou divergências nas interações interpessoais de dois grupos de indivíduos

inseridos em contextos sociais diferentes: policiais militares e universitários. Participaram

880 sujeitos assim divididos: 541 universitários entre 16 e 55 anos (M= 21,61; DP= 5,56),

sendo 89,1% solteiros e 64,3% mulheres; 339 policiais militares entre 18 e 49 anos (M=

31,97; DP= 8,24), sendo 37,5% solteiros e 8,8% mulheres. Os sujeitos responderam ao

Checklist de Relações Interpessoais-II, que objetiva mapear o comportamento interpessoal

de pessoas alvo, composto por 96 itens divididos em 16 escalas bidimensionais, a saber,

Dominância (A), Competição (B), Desconfiança (C), Frieza Afetiva (D), Hostilidade (E),

Isolamento (F), Inibição (G), Insegurança (H), Submissão (I), Deferência (J), Confiança

(K), Calor Afetivo (L), “Amigabilidade” (M), Sociabilidade (N), Exposição (O) e

Segurança (P). Os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas em todas

as escalas, exceto Inibição, Submissão e Segurança. Os universitários se caracterizaram

como sendo mais deferentes, sociáveis, hostis e inseguros, demonstrando preferência pelo

contato social, porém com mais dificuldade em respeitar regras, ao passo que os militares

se mostraram mais amigáveis e dominadores, ou seja, eles são persuasivos, aceitam ordens

e situações de rotina com facilidade, são atenciosos e rápidos em cooperar. Assim, foi

possível apontar estas diferenças entre os padrões de interação interpessoal dos

universitários e militares. Uma hipótese explicativa para tais diferenças incide sobre as

normas e regras que regem o contexto em que estão inseridos, o ambiente universitário é

caracterizado pela maior liberdade na forma de expressão do estudante, enquanto que o

contexto de trabalho policial militar é caracterizado por normas de interação, com

princípios de disciplina e regras mais rígidas.

Área: Personalidades

Autor(es): Wanessa Marques Tavares, Gleiber Couto

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050 - UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS EM

UNIVERSITÁRIOS E POLICIAIS MILITARES

Relações interpessoais são interações entre o self e as pessoas que fazem parte do círculo

social ao qual o indivíduo pertence. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar

semelhanças ou divergências nas interações interpessoais de dois grupos de indivíduos

inseridos em contextos sociais diferentes: policiais militares e universitários. Participaram

880 sujeitos assim divididos: 541 universitários entre 16 e 55 anos (M= 21,61; DP= 5,56),

sendo 89,1% solteiros e 64,3% mulheres; 339 policiais militares entre 18 e 49 anos (M=

31,97; DP= 8,24), sendo 37,5% solteiros e 8,8% mulheres. Os sujeitos responderam ao

Checklist de Relações Interpessoais-II, que objetiva mapear o comportamento interpessoal

de pessoas alvo, composto por 96 itens divididos em 16 escalas bidimensionais, a saber,

Dominância (A), Competição (B), Desconfiança (C), Frieza Afetiva (D), Hostilidade (E),

Isolamento (F), Inibição (G), Insegurança (H), Submissão (I), Deferência (J), Confiança

(K), Calor Afetivo (L), “Amigabilidade” (M), Sociabilidade (N), Exposição (O) e

Segurança (P). Os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas em todas

as escalas, exceto Inibição, Submissão e Segurança. Os universitários se caracterizaram

como sendo mais deferentes, sociáveis, hostis e inseguros, demonstrando preferência pelo

contato social, porém com mais dificuldade em respeitar regras, ao passo que os militares

se mostraram mais amigáveis e dominadores, ou seja, eles são persuasivos, aceitam ordens

e situações de rotina com facilidade, são atenciosos e rápidos em cooperar. Assim, foi

possível apontar estas diferenças entre os padrões de interação interpessoal dos

universitários e militares. Uma hipótese explicativa para tais diferenças incide sobre as

normas e regras que regem o contexto em que estão inseridos, o ambiente universitário é

caracterizado pela maior liberdade na forma de expressão do estudante, enquanto que o

contexto de trabalho policial militar é caracterizado por normas de interação, com

princípios de disciplina e regras mais rígidas.

Autor(es): Wanessa Marques Tavares, Gleiber Couto

051 - ESTUDO DE FIDEDIGNIDADE PARA O CHECKLIST DE RELAÇÕES

INTERPESSOAIS – II

A fidedignidade pode ser definida como a propriedade psicométrica que confronta os erros

de medida. Pode ser estimada considerando a consistência dos resultados ao longo do

tempo, pela correlação entre os itens dentro de um teste ou entre itens equivalentes. O

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objetivo deste estudo foi investigar a fidedignidade do Checklist de Relações Interpessoais-

II, que mapeia o comportamento interpessoal de pessoas alvo e possui 96 itens divididos

em 16 escalas: Dominância (A), Competição (B), Desconfiança (C), Frieza Afetiva (D),

Hostilidade (E), Isolamento (F), Inibição (G), Insegurança (H), Submissão (I), Deferência

(J), Confiança (K), Calor Afetivo (L), “Amigabilidade” (M), Sociabilidade (N), Exposição

(O) e Segurança (P). Os escores são combinados formando escalas derivadas chamadas

Octantes, Quadrantes e Hemisférios. Foi estimado o Alfa de Cronbach e também

correlações teste-reteste. Participaram 542 estudantes de diferentes cursos de universidades

do estado de Goiás, sendo 89% solteiros e 64% mulheres com idades entre 18 e 55 anos.

Destes, um grupo de 168 sujeitos responderam novamente ao CLOIT-II transcorrido um

período que variou entre 21 e 35 dias. Os resultados apontaram valores de alfa para as

escalas principais que variaram entre 0,41 e 0,60 (M=0,49 e DP=0,06) considerados

baixos, enquanto que os índices de correlação teste-reteste variaram entre 0,48

(Hostilidade) e 0,82 (Isolamento) (M=0,66 e DP=0,08). Os valores do Alfa das escalas

derivadas variaram entre 0,59 e 0,67 (M=0,62 e DP=0,03) para os octantes tradicionais;

entre 0,59 e 0,64 (M=0,63 e DP=0,02) para os octantes não tradicionais; entre 0,74 e 0,79

(M=0,77 e DP=0,02) para os quadrantes e entre 0,80 e 0,83 (M=0,82 e DP=0,01) para os

hemisférios. A partir da análise dos resultados encontrados, pôde-se concluir que, embora

alguns itens necessitem de modificações, o CLOIT-II apresenta índices razoáveis de

fidedignidade.

Autor(es): Gleiber Couto, Wanessa Marques Tavares

059 - ESTUDO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO INVENTÁRIO

MULTIFÁSICO MINNESOTA DE PERSONALIDADE (MMPI)

O Inventário Multifásico Minnesota de Personalidade (MMPI) é um instrumento

originariamente americano, que pode oferecer um importante auxílio na avaliação da

personalidade e, que atualmente, encontra-se desfavorável para uso. Tendo isso em vista, a

presente pesquisa teve como objetivo desenvolver um estudo das propriedades

psicométricas do MMPI. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quantitativa, do tipo

transversal, com a participação de 384 estudantes de Psicologia, de diferentes cidades de

Minas Gerais, com idade mínima de dezoito anos. Os participantes assinaram um Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam a uma Ficha de Dados

Sociodemográficos e ao MMPI, em aplicações coletivas, nas próprias universidades. Essa

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pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUC Minas. Os dados

coletados foram organizados em planilha e no aplicativo estatístico SPSS, para que fossem

processadas as análises. Os resultados relativos à investigação de evidências de validade do

instrumento revelaram, através de análise fatorial, que a grande maioria das escalas que o

compõem tem mais de um fator, sendo que alguns itens não “carregaram” em nenhum

fator. Quanto à precisão do MMPI, observou-se que para a maioria das escalas clínicas

encontrou-se um coeficiente alfa de Cronbach de moderado a satisfatório (Esquizofrenia –

0,888; Psicastenia – 0,866; Hipocondria – 0,778; Introversão/Extroversão – 0,777; Desvio

Psicopático – 0,647; Depressão – 0,629), as escalas com maiores problemas quanto à

precisão são a Histeria (0,575), Paranoia (0,586), Hipomania (0,594) e

Masculinidade/Feminilidade (0,396 / 0,341, respectivamente). Entretanto, alguns itens,

assim como apontado pela análise fatorial, não contribuem para a precisão da escala,

podendo, inclusive, ser excluídos. Desse modo, a partir dos resultados obtidos neste estudo

inicial das propriedades psicométricas do MMPI, foi constatada a necessidade de propor

importantes alterações no instrumento, como também de realizar novos estudos, a fim de

responder de maneira adequada aos requisitos mínimos indicados na Resolução n°

002/2003, do CFP.

Autor(es): Kellyane Madureira Figueiredo, Liza Fensterseifer

063 - INVENTORY OF PERSONALITY ORGANIZATION: INVESTIGAÇÃO DA

ESTRUTURA FATORIAL E ANÁLISE MULTIGRUPO POR SEXO E REGIÃO

GEOGRÁFICA

O Inventário de Organização da Personalidade (IPO), um instrumento de autorrelato, foi

elaborado para auxiliar no diagnóstico estrutural de acordo com o modelo de Kernberg. O

IPO contém cinco subescalas: as três primeiras (Escalas Clínicas Primárias) avaliam a

Difusão de Identidade (DI), Defesas Primitivas (DP) e Teste de Realidade (TR) e as duas

outras (Escalas Adicionais) avaliam as dimensões Agressão (Ag) e Valores Morais (VM).

Objetivo: Investigar a estrutura e invariância fatorial das Escalas Clínicas Primárias e das

Escalas Adicionais, bem como a consistência interna dessas escalas. Método: Participaram

1.248 adultos dos Estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul do Brasil. Análises

Fatoriais Confirmatórias (AFCs) robustas foram conduzidas para comparação de modelos

concorrentes (Unifatorial: DI+DP+TR; Bifatorial: DI+DP e TR; Trifatorial: DI, DP e TR)

para as Escalas Clínicas Primárias e análises multigrupo por sexo e região geográfica de

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moradia dos participantes foram realizadas para investigação da invariância de

mensuração. Foram feitas AFCs robustas para testar modelos concorrentes das Escalas

Adicionais (Unifatorial: Ag+Vm; Bifatorial: Ag e VM). Foram calculados os coeficientes

de consistência interna pelos métodos Alpha de Cronbach e de fidedignidade composta.

Resultados: Para as Escalas Clínicas Primárias os índices de ajuste indicaram o modelo

bifatorial como mais adequado (CFI=0,96, SRMS=0,05). As análises multigrupo por sexo

e região geográfica indicaram que as Escalas Clínicas Primárias mantêm as mesmas

propriedades psicométricas entre os grupos. O modelo bifatorial demonstrou melhor ajuste

para as Escalas Adicionais (CFI=0,88, SRMS=0,07), como estipulado teoricamente. Os

coeficientes de consistência interna da versão brasileira do IPO mostraram-se adequados (α

variou de 0,72 a 0,95; fidedignidade composta variou de 0,83 a 0,95). Conclusão: O IPO-

Brasil apresentou indicadores adequados de validade fatorial e mostrou ter equivalência

funcional e estrutural com a versão original.

Autor(es): Sérgio Eduardo Silva de Oliveira, Wagner de Lara Machado, Denise Ruschel

Bandeira

064 - EVIDÊNCIAS DE VALIDADE E FIDEDIGNIDADE DO INVENTÁRIO DE

ORGANIZAÇÃO DA PERSONALIDADE – BRASIL (IPO-Br)

A investigação das características psicométricas de instrumentos psicológicos adaptados de

outras culturas é fundamental para o adequado uso e interpretação dos resultados. O

Inventory of Personality Organization (IPO) foi adaptado para o Brasil e estudos de

validade e fidedignidade fazem-se necessários. Objetivo: Investigar evidências de validade

convergente e concorrente das subescalas do IPO-Br e analisar a estabilidade temporal e a

consistência interna dessas subescalas. Método: Participaram do estudo 1.267 indivíduos,

entre 18 e 77 anos de idade, residentes nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Todos participantes responderam a um questionário sociodemográfico e de condições de

saúde geral. Subamostras responderam aos Inventários Beck de Depressão e Ansiedade, ao

Inventário de Personalidade Borderline, ao Inventário de Expressão de Raiva como Estado

e Traço, ao Questionário de Estilo Defensivo, à Escala Fatorial de Autoconceito, à Escala

de Afetos Positivos e Afetos Negativos e à Escala de Assertividade de Rathus. Resultados:

As medidas de estados e funções psicológicas adaptativas apresentaram uma associação

negativa com as escalas do IPO-Br. Os instrumentos que avaliam características

maladaptativas do funcionamento psíquico, em contrapartida, apresentaram uma relação

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positiva. O IPO-Br mostrou-se capaz de discriminar grupos de pessoas com diferentes

graus de depressão e ansiedade, assim como com problemas com álcool, com predomínio

de afetos negativos e com sintomatologia borderline. As análises de fidedignidade

indicaram adequados coeficientes de estabilidade temporal (ICC variou de 0,62 a 0,76) e

de consistência interna (Split half, coeficiente de Spearman-Brown variou de 0,75 a 0,95;

coeficiente de Guttman variou de 0,73 a 0,95). Conclusão: Os resultados apontaram para

validade de construto da versão brasileira do IPO, bem como para sua precisão. Desse

modo, o IPO-Br tem se mostrado um instrumento válido e útil na avaliação de

funcionamento maladaptativo da personalidade.

Autor(es): Sérgio Eduardo Silva de Oliveira, Denise Ruschel Bandeira

065 - AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE E DO BEM- ESTAR SUBJETIVO:

UMA COMPARAÇÃO ENTRE MULHERES DA POPULAÇÃO GERAL E

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA CONJUGAL

O maior acesso das mulheres ao mercado de trabalho, a liberdade sexual, entre outros

avanços, não cessaram a vulnerabilidade da mulher à violência conjugal. Esse contexto de

violência pode influenciar o estado psicológico destas mulheres, como sentimentos

negativos, baixa auto-estima etc. Faz-se necessário o estudo acerca do bem-estar subjetivo

(BES) e da personalidade dessas mulheres. O primeiro construto é composto por: afetos

positivos, afetos negativos e satisfação com a vida. O segundo, de acordo com Teoria dos

Cinco Grandes Fatores, abarca: amabilidade, neuroticismo, extroversão, abertura à

mudança e conscienciosidade. Este estudo objetivou avaliar o grau de BES e os traços de

personalidade das mulheres vítimas de violência conjugal, comparando com as da

população geral. A aplicação do questionário foi realizada na Delegacia Especializada da

Mulher, situada na cidade de João Pessoa-PB, de forma individual. Participaram do estudo

duas sub-amostras, sendo 30 mulheres da população geral e 33 vítimas de violência

conjugal. Os resultados demonstraram que as mulheres violentadas obtiveram média

menor nos fatores afetos positivos (M = 2,88; DP = 1,22) e satisfação com a vida (M =

3,53; DP = 1,52), do que as não violentadas (M = 4,80; DP= 1,02) e (M = 4,53; DP =

1,41), respectivamente. No fator afetos negativos, as vítimas de violência pontuaram mais

elevado (M = 5,02; DP = 1,13) do que as mulheres da população geral (M= 3,19; DP =

1,14). Com relação à personalidade, apenas em amabilidade a diferença foi

estatisticamente significativa, tendo as mulheres vítimas de violência obtido maior média

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(M = 4,28; DP = 0,55) do que as da população geral (M = 3,90; DP = 2,74). Como

esperado, o BES das mulheres violentadas fora estatisticamente diferente do das mulheres

da população geral. Ademais, as vítimas de violência apresentaram-se mais amáveis e

prestativas do que as não violentadas.

Autor(es): Taiane Regina Pereira Cabral, Josemberg Moura de Andrade, Arlene Kely

Alvez de Amorim, Cleonides da Silva Sousa Dias, Katia Corrêa Vione, Gabriel Lins de

Holanda Coelho

066 - A RELAÇÃO ENTRE ESTILOS PARENTAIS E PERSONALIDADE TIPO D

A personalidade tipo D ou personalidade estressada caracteriza-se pela experiência de

emoções negativas e pela falta de auto expressão nas relações sociais. Segundo alguns

autores, o vínculo adequado entre pais e filhos contribui para o desenvolvimento da

personalidade saudável dos filhos. Tendo em vista o crescente número de adultos com

características de personalidade tipo D torna-se necessário identificar as variáveis que

influenciam em tal comportamento. Considerando que a literatura aponta para a associação

entre lembranças de relações parentais adversas e a personalidade estressada ou tipo D,

buscou-se verificar se há relação entre as escalas Parent Bonding Instrument (PBI) e The

Type D Scale-14 (DS14). A primeira mede afeto e controle ou proteção dos pais. A

segunda, avalia a inibição social e a afetividade negativa, características da personalidade

estressada. Foi utilizada uma amostra com 231 pessoas, com idades entre 12 e 73 anos (M

= 30,3; DP= 9,8), sendo 84% mulheres. Os mesmos responderam a um questionário

contendo os instrumentos PBI e DS14. Os resultados indicaram que “afeto paterno”

correlacionou-se positiva e significativamente com “afetividade negativa” (r = 0,20; p <

0,01) e “inibição social” (r = 0,19; p < 0,05). Controle paterno relacionou-se negativa e

significativamente com “inibição social” (r = -0,18; p < 0,01). Afeto materno

correlacionou-se positiva e significativamente com afetividade negativa (r = 0,31; p <

0,001) e inibição social (r = 0,21; p < 0,001). Conclui-se que o construto afeto relaciona-se

com o desenvolvimento da personalidade tipo D. Porém não há evidências da relação do

construto controle (pai e mãe) sob a afetividade negativa, pois um padrão correlacional

diferenciado foi encontrado, uma vez que controle paterno relacionou-se com a inibição

social dos filhos, mas o controle materno não segue o mesmo padrão. É importante estudos

posteriores que apoiem estes resultados.

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Autor(es): Amanda Pereira Frazão, Carmen Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de

Andrade, Danielle Gomes Fernandes, Jéssica Martins Pernambuco

072 - RELAÇÕES ENTRE OS CINCO FATORES DA PERSONALIDADE E OS

MODOS DE COPING

Existem diversas tentativas da ciência de investigar as convergências entre coping e os

cinco fatores da personalidade, principalmente porque as situações adversas do ambiente

não são suficientes para explicar as variações individuais nas estratégias de enfrentamento.

Objetivos: O objetivo desta pesquisa é investigar a correlação entre os resultados de uma

escala de coping e um teste que avalia os cinco fatores de personalidade. Método: Foram

estudados 694 estudantes de ensino superior, de ambos os sexos, com média de idade de

25,13 anos (dp=7,85), provenientes das cidades mineiras de Belo Horizonte (Centro

Universitário Una) e Sete Lagoas (Faculdade Ciências da Vida – FCV e Centro

Universitário da Fundação Educacional Monsenhor Messias – UNIFEMM). Os

participantes foram avaliados com o questionário Ways of Coping Checklist e o teste

NEO-FFI-R, de forma coletiva e dentro da sala de aula de suas faculdades. Resultados:

Primeiramente, a escala de coping passou por um estudo de validade através de análise

fatorial exploratória que mostrou a existência de três fatores: Coping Focado no Problema,

Fuga-Evitação e Pensamento Fantasioso. Os totais das escalas, então, foram submetidos à

correlação bivariada de Pearson. Houve correlação entre o Coping Focado no Problema e

os traços Neuroticismo (r=-0,08; p=0,03); Extroversão (r=0,24; p=0,000); Abertura

(r=0,33; p=0,000); e Consciência (r=0,18; p=0,000). A Fuga-Evitação se associou com

Neuroticismo (r=0,24; p=0,000); Abertura (r=-0,08; p=0,03); Amabilidade (r=-0,20;

p=0,000) e Consciência (r=-0,20; p=0,000). O Pensamento Fantasioso se correlacionou

com Neuroticismo (r=0,39; p=0,000) e Consciência (r=-0,08; p=0,03). Conclusões: Os

resultados apontam que pessoas neuróticas e pouco responsáveis tendem a fugir e fantasiar

sobre seus problemas, ao passo que pessoas abertas e extrovertidas enfrentam as

dificuldades de forma ativa. Amabilidade também se associou com os tipos de coping,

porém em menor grau. Os resultados são condizentes com a literatura internacional que

aponta importantes congruências entre coping e personalidade.

Autor(es): Alana Augusta Concesso de Andrade, Gabriella da Silva Oliveira Torre,

Carmen Flores-Mendoza

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073 - DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NOS CINCO FATORES DA

PERSONALIDADE: UM ESTUDO COMPARATIVO EM DUAS CIDADES

MINEIRAS

A teoria pentafatorial da personalidade de McCrae e Costa afirma que os traços são

estáveis em diferentes culturas. No Brasil, existem poucos estudos que comparam os cinco

fatores da personalidade em diferentes cidades. Objetivos: Este estudo tem como objetivo

identificar se existem diferenças nos cinco traços de personalidade em duas cidades

mineiras. Métodos: O estudo contou com 706 estudantes de ensino superior com média de

idade de 25,13 anos (dp=7,85), sendo 335 da cidade de Belo Horizonte, do Centro

Universitário Una, e 371 da cidade de Sete Lagoas, da Faculdade Ciências da Vida – FCV

e do Centro Universitário da Fundação Educacional Monsenhor Messias – UNIFEMM. Os

participantes foram avaliados com o Neuroticism Extraversion Oppeness-Five Factor

Inventory-Revisado – NEO-FFI-R, de forma coletiva e dentro da sala de aula de suas

faculdades. Resultados: Os dados foram submetidos à análise estatística Test-T, a fim de

detectar se existem diferenças estatisticamente significativas entre os traços de

personalidade nas duas cidades investigadas. Apenas o traço de personalidade Abertura

(Oppeness) foi significativamente diferente entre as duas cidades (p=0,07; F=0,026). Sete

Lagoas alcançou a média de 43,25 (dp=6,22) e Belo Horizonte a média de 41,99

(dp=6,03). Diante da diferença inesperada, procederam-se duas análises complementares, a

correlação parcial com controle de idade e sexo e a análise de diferença de médias com

covariação de idade e sexo. Ainda assim, persistiu a Abertura significativamente mais alta

da cidade de Sete Lagoas. Conclusões: Os traços de personalidade foram estáveis nas duas

cidades estudadas. Contudo, os participantes de Sete Lagoas são mais abertos a novas

experiências do que os participantes da capital. As diferenças de personalidade entre

indivíduos de diferentes cidades, estados e países não são comumente reportadas pela

literatura científica internacional. A natureza da influência do contexto na expressão dos

cinco fatores nesta pesquisa deve ser cuidadosamente interpretada.

Autor(es): Alana Augusta Concesso de Andrade, Gabriel Felipe Martins Magalhães,

Rinara Raquel Cardoso, Gabriella da Silva Oliveira Torre, Carmen Flores-Mendoza

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074 - AS PERSONALIDADES DE HOMENS E MULHERES SÃO DIFERENTES?

O estudo dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade de McCrae e Costa tem

demonstrado consistentes diferenças de gênero na expressão dos traços. É importante

investigar se essa diferença se confirma na realidade brasileira e em quais traços ela ocorre.

Objetivos: Este estudo buscou averiguar se existem diferenças de gênero nos cinco fatores

da personalidade. Métodos: A investigação contou com 706 estudantes de ensino superior

com média de idade de 25,13 anos (dp=7,85), sendo 494 mulheres e 212 homens,

provenientes do Centro Universitário Una de Belo Horizonte, da Faculdade Ciências da

Vida – FCV e do Centro Universitário da Fundação Educacional Monsenhor Messias –

UNIFEMM, ambas de Sete Lagoas. Os participantes foram avaliados com o Neuroticism

Extraversion Oppeness-Five Factor Inventory-Revisado – NEO-FFI-R, de forma coletiva e

dentro da sala de aula de suas faculdades. Resultados: Os dados foram submetidos à

análise estatística Test-T, a fim de detectar se existem diferenças estatisticamente

significativas nas médias dos cinco traços de personalidade de acordo com o sexo. Três

traços de personalidade apresentaram diferenças significativas. Em Neuroticismo

(p=0,000; F=0,010), a média feminina foi de 40,74 (dp=7,23) e a masculina foi de 36,44

(dp=7,18). Em Amabilidade ou Cordialidade (p=0,000; F=1,089), as mulheres obtiveram

média de 43,71 (dp=6,17) e os homens 41,45 (dp=6,68). Por fim, a Consciência ou

Responsabilidade (p=0,001; F=0,546) do sexo feminino obteve média de 45,58 (dp=6,45) e

do sexo masculino 43,77 (dp=6,68). Conclusões: Os resultados foram consistentes com a

literatura científica ao mostrar que, em média, as mulheres são mais neuróticas, mais

amáveis e mais responsáveis que os homens. Contudo, os demais traços, Abertura e

Extroversão não revelaram diferenças significativas, mesmo quando se controlou efeito de

idade. Essas informações mostram que personalidades de homens e mulheres são

definitivamente diferentes e que a avaliação da personalidade deve sempre levar em conta

o gênero da pessoa avaliada.

Autor(es): Gabriella da Silva Oliveira Torre, Alana Augusta Concesso de Andrade,

Carmen Flores-Mendoza

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076 - AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE NO MODELO FATORIAL DE

EYSENCK EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE

VULNERABILIDADE SOCIAL E SUA CORRELAÇÃO COM STRESS E

DESEMPENHO ESCOLAR

No modelo de Eysenck, a personalidade é descrita por meio de três fatores: extroversão,

neuroticismo e psicoticismo. Estudos têm indicado relação entre diferenças individuais nos

traços de personalidade e tendência a apresentar sintomas psicopatológicos e níveis

diferenciados de desempenho (acadêmico, escolar e/ou laboral) em adultos e crianças. O

objetivo do presente estudo foi avaliar diferenças individuais em personalidade, stress e

desempenho escolar de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social

acolhidos por Pastoral do Menor, localizada no interior da Bahia. A coleta dos dados foi

realizada por meio de três instrumentos, seguindo instruções dos autores: Eysenck

Personality Questionnaire Junior (EPQ-J) – que está sendo adaptado pelo Laboratório de

Avaliação das Diferenças Individuais da Universidade Federal de Minas Gerais e foi

cedido para fins de pesquisa –, Escala de Stress Infantil (ESI) e Teste de Desempenho

Escolar (TDE). A análise dos dados foi feita através do Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS 15.0). Os resultados indicaram que amostra foi composta por 69

participantes, com idades variando entre 9 e 14 anos (média=11,04; DP=1,48), estudantes

da 1ª a 6ª séries, sendo 63,8% do sexo masculino. Os principais resultados também

indicaram correlações estatisticamente significativas (p < 0,05) entre extroversão e

medidas de stress: reações físicas (r = -0,33), psicológicas com componente depressivo (r =

-0,31) e stress total (r = -0,33), bem como correlações entre psicoticismo e a escala de

reações psicológicas com componente depressivo do ESI (r = 0,30). Neuroticismo não se

correlacionou com nenhuma medida, assim como nenhum desempenho no TDE apresentou

correlações significativas com as demais medidas. Concluiu-se que neuroticismo e

psicoticismo não se mostraram bons preditores de stress e desempenho escolar na amostra

avaliada. Porém, a correlação negativa entre extroversão e stress corroborou com estudos

que apontam esse traço como fator protetivo quando se tratam de sintomas

psicopatológicos.

Autor(es): Claudia Terumi Akama, Jamília Brito Gomes, Máyra Ribeiro

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079 - VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS E SUA RELAÇÃO COM A PSICOPATIA

A psicopatia é um construto que agrega várias características de personalidade referindo-se

principalmente às reações comportamentais. Por vezes, o termo “psicopatia” pode ser

confundido como sinônimos de outros construtos como “sociopatia” direcionando-se ao

campo forense. Porém, o primeiro abarca de forma complexa aspectos interpessoais e

afetivos, assim como o comportamento antissocial. Alguns estudos apontam a existência

de tal construto na população geral sendo a magnitude do construto o que irá diferir. O

PCL – R (Psychopathy Checklist Revised,) permite verificar e identificar características da

personalidade e condutas prototípicas da psicopatia em sujeitos que se submetem a

avaliação. O presente estudo objetivou identificar a relação da psicopatia com variáveis

psicossociais (valores humanos e os cinco grandes fatores da personalidade) em uma

amostra carcerária. Contou-se com 33 apenados(as) com média de idade de 30 anos (DP=

5,41), sendo 66,7% do sexo feminino, 81% solteiros e 67% possuíam Ensino Fundamental

Incompleto. Foram realizadas Análises Descritivas e Correlações r de Pearson. Nas

análises realizadas entre valores e o PCL-R foram encontradas correlações entre o fator 2

do PCL-R(Comportamento Socialmente Desviante) com as subfunções valorativas:

Experimentação (r = 0,43; p < 0,05) e Suprapessoal (r = 0,43; p < 0,05,). O fator

Experimentação também mostrou correlações com o fator total do PCL-R (r = 0,38; p <

0,05,). Os resultados também indicaram correlações moderadas e significativas entre o

fator 2 do PCL-R e o fator de personalidade Neuroticismo (r = 0.53; p < 0,05,) e entre o

fator geral (PCL-R) e o fator Abertura (r = 0,34; p < 0,05). Nesse sentido, pode-se observar

que o fator Experimentação, que envolve os valores específicos de Sexualidade, Prazer e

Emoção obteve correlação mais forte com o fator geral da psicopatia. Tais construtos são

trazidos pela literatura como principais na presença de comportamentos delitivos.

Autor(es): Lays Andrade, Josemberg Moura de Andrade, Carmen Amorim Gaudêncio,

Lucas Felício Gil Braz, Layla Raissa Soares Ramalho Paulino, Joenilton Saturnino Cazé da

Silva

080 - A RELAÇÃO ENTRE TRAÇOS DE PERSONALIDADE E VALORES

HUMANOS EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

A adolescência é considerada um período em que ocorrem muitas decisões, como escolha

do parceiro, do grupo de pertença, da profissão a seguir etc. Estas escolhas são

influenciadas tanto pela personalidade, quanto pelos valores humanos. Uma das teorias da

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personalidade mais difundida é a Teoria dos Cinco Grandes Fatores, definindo este traço

latente a partir de cinco dimensões: abertura, amabilidade, extroversão, conscienciosidade

e neuroticismo. No que se refere aos valores, definida como princípios que guiam as ações

humanas, estes podem ser agrupados em seis subfunções: normativa, experimentação,

interativa, suprapessoal, realização e existência. Segundo a literatura, alguns traços de

personalidade estão relacionados com certas prioridades valorativas. Este estudo objetivou

avaliar a relação entre personalidade e valores humanos de jovens do Ensino Médio. Após

consentimento dos responsáveis pelas escolas, os pesquisadores aplicaram os instrumentos

de forma coletiva. Participaram deste estudo 144 alunos de escolas públicas da cidade de

João Pessoa-Paraíba, sendo 61,1% do sexo feminino, com média de idade de 16,9 anos

(DP = 1,02). Os resultados demonstraram correlação positiva entre o fator Amabilidade

com as subfunções Interativa (r = 0,41, p < 0,01), Existência (r= 0,19, p <0,05) e

Normativa (r = 0,30, p <0,01); Extroversão obteve correlação positiva com Interativa (r =

0,27, p <0,01), Experimentação (r= 0,20, p <0,05) e Normativa (r = 0,19, p <0,05);

Conscienciosidade correlacionou-se com Interativa (r = 0,27, p < 0,01), Existência (r =

0,22, p < 0,01), Realização (r = 0,28, p <0,01), Normativa (r= 0,29, p <0,01) e

Suprapessoal (r = 0,33, p <0,01); Abertura demonstrou correlação com Interativa (r = 0,23,

p <0,01), Existência (r = 0,17, p <0,01) e Suprapessoal (r = 0,24, p <0,01). O fator

Neuroticismo não se correlacionou com nenhuma subfunção valorativa. Os resultados

demonstraram haver correlação entre personalidade e valores humanos, corroborando

estudos anteriores.

Autor(es): Taiane Regina Pereira Cabral, Josemberg Moura de Andrade, Abilio Eduardo

Alves Bezerra, Pedro Lucas dos Santos, Carmem Amorim Gaudêncio

081 - AVALIAÇÃO DA PSICOPATIA EM UMA AMOSTRA CARCERÁRIA

MASCULINA

Psicopatia é um construto psicológico dimensional caracterizado por comportamentos

antissociais; incapacidade de mudar em meio às experiências adversas, inclusive pelas

punições e ausência de empatia. Indivíduos com esse tipo de conduta podem causar danos

e trazer consequências seríssimas para a sociedade em geral. Embora haja dificuldades e

limitações quanto à sua definição, uma das formas de avaliar a psicopatia é através de

instrumentos psicométricos. No Brasil, o único instrumento que avalia a psicopatia é o

PCL-R (Psychopathy Checklist Revised), que faz uma avaliação considerada objetiva e

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segura para o grau de periculosidade e da possibilidade de readaptabilidade de condenados

à vida comunitária, ponderando traços de personalidade prototípicos da psicopatia. Esse

instrumento tem apontado a existência de modelos explicativos da psicopatia com vários

fatores. Nesse estudo optou-se pelo modelo bifatorial com as dimensões Afetivas e

Comportamentais. Neste sentido a presente pesquisa teve por objetivo avaliar

quantitativamente a possível presença de psicopatia em uma amostra de apenados de um

presídio masculino na cidade de João Pessoa – PB. Fizeram parte da amostra 11 homens,

com média de idade de 32,7 anos (DP = 5,2), que foram avaliados através da aplicação do

PCL-R. As análises estatísticas foram feitas através do software de análise de dados

estatísticos (SPSS - versão 18), realizando análises descritivas (média, desvio-padrão,

distribuição de frequências e porcentagens). Os resultados constataram que 27,3% desses

homens tiveram pontuação suficiente para ser enquadrados no perfil da psicopatia, levando

em consideração o ponto de corte da escala. O PCL-R, além de um instrumento

diagnóstico importante para que decisões sejam tomadas no sistema penal sobre o caminho

do condenado, é uma ferramenta para distinguir os sujeitos que apresentam tal condição

daqueles que não a apresentam, tendo em vista que os mesmos não venham prejudicar a

reabilitação dos demais apenados.

Autor(es): Lays Andrade, Carmen Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de Andrade,

Lucas Felício Gil Braz, Eronyce Rayka de Oliveira Carvalho

088 - ANÁLISE DE FENÔMENOS ESPECIAIS POR MEIO DO

PSICODIAGNÓSTICO DE RORSCHACH EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

Este trabalho traz resultados de pesquisa realizada com estudantes de psicologia de uma

Universidade particular de Minas Gerais buscando identificar características de

personalidade por meio do Psicodiagnóstico de Rorschach. Privilegiou-se a análise

qualitativa de 53 protocolos verificando a presença de fenômenos especiais e a frequência

com que ocorriam. O fenômeno que apareceu com maior frequência é denominado

Diminutivo, que é caracterizado, como o próprio nome diz, pela presença de palavras no

diminutivo quando estas não correspondem à nomenclatura do objeto e nem se referem ao

tamanho. A literatura descreve tal fenômeno como característico de personalidades

imaturas e infantis, sendo comum em crianças. Conclui-se, no entanto, que pela frequência

encontrada, ou seja, em 84,9% dos protocolos estudados, tal fenômeno poderá expressar

um dialeto regional, uma particularidade fonética do Estado de Minas Gerais, local onde

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ocorreu a pesquisa. Assim, o segundo fenômeno mais frequente, foi considerado como

representativo da personalidade da amostra estudada. É denominado Reflexo e consiste na

percepção de uma imagem especular. Estudiosos do instrumento interpretam que a

presença de tal fenômeno remete ao narcisismo e ocorre em pessoas que não conseguem

perceber o outro senão como extensão de si mesmos. Os resultados apontam para

necessidade de análise do instrumento de forma contextualizada, levando-se em conta

aspectos socioculturais e traz reflexões acerca da formação do estudante de psicologia, que

além da formação acadêmica deve se preocupar com seu processo de subjetivação.

Autor(es): Mariana Schaefer Mol, Gislene Clemente Vilela Câmara, Felipe Antônio

Fernandes Gontijo, Paulo Gustavo Dias Oliveira

092 - AS INFLUÊNCIAS DAS CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE NO

DESENCADEAMENTO DA SÍNDROME DE BURNOUT

A Síndrome de Burnout (SB) é uma resposta ao estresse laboral crônico relacionada ao

esgotamento emocional, físico e psíquico; despersonalização e baixo envolvimento pessoal

no trabalho de profissionais que atuam na área assistencial. Os professores estão entre os

profissionais que mais sofrem com a SB por defrontarem com fatores estressores em suas

atividades, no relacionamento com os alunos e no ambiente escolar. Estudos apontam que

as características de personalidade de indivíduos podem desencadear em SB. Esse estudo

verificou a influência das características de personalidade na SB em docentes do Ensino

Fundamental. Participaram do estudo 32 professores, com idade entre 24 e 53 anos; 65,6%

sexo feminino, da rede municipal de uma cidade de MG. Foram utilizados os instrumentos:

questionário CBP-R (Cuestionario de Burnout del Profesorado - Revisado), Escala Fatorial

de Neuroticismo (EFN) e um questionário socioeconômico. O CBP – R avalia a

sintomatologia da SB e os elementos responsáveis pelo seu desenvolvimento: estresse

ocupacional, preocupação e reconhecimento profissional e condições de trabalho. A EFN

avalia as diferenças individuais para experienciar emoções negativas, ansiedade, tolerância

a frustração. As análises dos resultados, por meio do r de Spearman, revelaram uma

correlação significativa e positiva entre o neuroticismo (N), as suas facetas

(vulnerabilidade, ansiedade, depressão) e a SB (p < 0,01). Verificou-se também uma

associação de N com estresse e com condições de trabalho (p < 0,05). Tais resultados

sugerem que pessoas com altos níveis de neuroticismo estão mais suscetíveis a SB, bem

como ao estresse ocupacional e as condições de trabalho. Entretanto, faz-se necessária a

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realização de estudos com amostras amplas para verificar a influência das características de

personalidade dos professores associadas à burnout.

Autor(es): Marina Vieira Silva Diniz, Tatiane Dias Bacelar, Isis Desirée Mendes De Leon

093 - DIFERENÇAS DE SEXO NA EXPRESSÃO DA RAIVA EM ESTUDANTES

PARAIBANOS

A adolescência é uma fase caracterizada por mudanças psicológicas, sociais e biológicas.

As exigências desta etapa podem desencadear vulnerabilidade socioafetiva, que se

manifesta de diversas maneiras, dentre elas pela raiva. A raiva é um sentimento que varia

em intensidade e flutua em função do que é percebido como injustiça ou frustração. O

estado de raiva é emocional, já o traço de raiva é a disposição do indivíduo em perceber

situações, desagradáveis ou frustrantes, tendendo a reagir sobre elas. As expressões da

raiva são concebidas de três formas: Raiva para fora: relacionada aos outros ou aos objetos;

Raiva para dentro: os sentimentos; e, o Controle da expressão de raiva. Este estudo avaliou

a diferença na expressão da raiva em 330 estudantes de escolas públicas paraibanas, sendo

64,84% do sexo feminino, com uma média de idade de 13 anos. Para alcançar os objetivos

foi aplicado o STAXI-2. A análise dos dados foi realizada através do software SPSS,

versão 18. Os resultados do teste t de Student mostraram que as meninas pontuaram

significativamente mais elevado em relação aos meninos nas escalas “Estado de Raiva –

ER” [t(267) = -2, 11; p<0, 03] e “Índice de Expressão de Raiva – IER” [t(252) = -2,261;

p<0, 02]. Já os garotos apresentaram pontuações significativamente maiores que as

meninas para as escalas “Controle de Raiva para Dentro – CRD” [t(328) = 2,646; p<0,01]

e “Controle de Raiva para Fora – CRF” [t(227) = 3,263; p<0, 001]. Conclui-se que as

estudantes mulheres devido a suas pontuações elevadas nas escalas ER e IER

experimentam sentimentos de raiva relativamente mais intensos do que os estudantes de

sexo masculino, que podem ser reprimidos ou expressos através do comportamento

agressivo visível. Já os garotos expressam mais a sua raiva do que as garotas seja de

maneira concreta ou através dos sentimentos. Projeto Prolicen financiado pela

Universidade Federal da Paraíba.

Autor(es): Valéria Amanda Jerônimo Pereira, Carmen Amorim Gaudêncio, Iranda Rúbia

de Sousa Lopes, Joenilton Saturnino Cazé da Silva, Josemberg Moura de Andrade

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094 - INFLUÊNCIA DO PERFIL EMOCIONAL DO PAI/CUIDADOR SOBRE A

PERSONALIDADE E CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS DOS FILHOS

As transformações culturais, sociais e econômicas provocaram mudanças nos papéis

desempenhados pelas famílias. A relação dos pais contribui para a estruturação da

personalidade da criança e a falta dessa relação poderá fragilizar o seu desenvolvimento,

gerando transtornos, como depressão, ansiedade e estresse, desencadeando diversas

alterações psicopatológicas. Diante do exposto objetivou-se verificar a influência do perfil

emocional do pai/cuidador sobre a personalidade e as características emocionais dos filhos.

Foi utilizado para a avaliação dos pais o Inventário Beck de Ansiedade (BAI) e o

Inventário Beck de Depressão (BDI). Os filhos responderam a Escala de Estresse Infantil

(ESI) e a Escala de Traço de Personalidade para Criança (ETPI). Participaram do estudo 75

pares de pais e filhos. Os primeiros eram predominantemente do sexo feminino (64%) com

média de idade de 36 anos (DP= 8,78). Quanto as crianças, 37 delas eram do sexo

feminino, apresentando média de idade de 8 anos (DP= 2,0). Foram utilizadas análises por

regressão linear múltipla para verificar a influência das variáveis explicativas (pontuações

BAI e BDI) sobre as variáveis critério (pontuações ESI e ETPI). A correlação múltipla

entre as variáveis explicativas e ESI foi fraca (R= 0.16). As pontuações do BAI e BDI dos

pais não explicaram significativamente a variância relacionada com as pontuações do ESI.

Já as associações entre as variáveis explicativas e o ETPI mostraram que os valores do BAI

e BDI se associaram moderadamente com os fatores Psicoticismo (R= 0,30), Extroversão

(R= 0,40) e Neuroticismo (R= 0,46), explicando 8% [F (2,72)= 3,40; p< 0,05], 18% [F (2,

72)= 6,18; p< 0,01] e 21% [F (2, 72)= 9,90; p< 0,001] das suas variâncias,

respectivamente. Conclui-se que apesar da moderada associação, ainda não estão claras as

influências provocadas pelo perfil emocional dos pais sobre seus filhos, sendo necessária

averiguação com amostras maiores.

Autor(es): Valéria Amanda Jerônimo Pereira, Carmen Amorim Gaudêncio, Danielle

Gomes Fernandes, Joenilton Saturnino Cazé da Silva, Rosane Vieira Carneiro, Josemberg

Moura de Andrade

095 - A EXPLICAÇÃO DA PERSONALIDADE TIPO D A PARTIR DAS

LEMBRANÇAS PARENTAIS

A personalidade Tipo D ou personalidade estressada é uma tendência conjunta para

vivienciar afetividade negativa e inibição social, enquanto o indivíduo evita contato social

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com os outros. Tal tipo de personalidade está relacionada com o prognóstico de problemas

cardíacos. Considerando a necessidade de estudos que investiguem suas causas, o presente

estudo objetivou verificar em que medida as lembranças parentais explicam a

personalidade Tipo D, especificamente os fatores de Afetividade Negativa e Inibição

Social. A amostra de respondentes foi composta por 417 sujeitos, sendo 55,4% da

população geral, 29,7% de estudantes do Ensino Médio e 14,9% de pacientes

hospitalizados. Os sujeitos responderam aos seguintes instrumentos: Escala de

Personalidade Tipo D (DS14), composta por 14 itens que avalia os fatores Afetividade

Negativa (AN) e Inibição Social (IS); Escala de Lembranças do Relacionamento Parental

(RRP10) que avalia de forma retrospectiva a Alienação (comunicação disfuncional e

intimidade) e o Controle (superproteção) parental; Parental Bonding Instrument (PBI),

constituído por 25 itens que avaliam Cuidado e Superproteção/Controle; e dados

sociodemográficos. Para análise de dados foram realizadas análises descritivas, além de

regressão linear múltipla com método Stepwise, por meio do software SPSS versão 18. Os

resultados da regressão indicaram que 14% (R = 0,38; R2 = 0,14) da variância da

pontuação em AN pode ser explicada a partir dos fatores de Alienação Materna da RRP10

(Beta = 0,31) e Alienação Paterna da RRP10 (Beta = 0,18) [F (2, 228)= 20,07, p < 0,001].

Por outro lado, 7% (R = 0,27; R2 = 0,07) da variância da pontuação em IS pode ser

explicada a partir dos fatores de Cuidado Materno (Beta = 0,20) e Superproteção/Controle

Paterno (Beta = -0,17) [F (2, 228)= 8,85, p < 0,001]. Embora não conclusivos, os

resultados indicam que práticas parentais disfuncionais podem levar ao desenvolvimento

de características de personalidade estressada.

Autor(es): Carmem Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de Andrade, Jaqueline

Cavalcante Gomes, Jéssica Queiroga de Oliveira, Pedro Lucas dos Santos, Rebecca

Cândido do Nascimento, Arethusa Eire Moreira de Farias

096 - AVALIAÇÃO DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE: UM ESTUDO COM

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E TRABALHADORES

A personalidade tem sido descrita, em função de suas dimensões básicas, como um

conjunto de traços e elementos que são relativamente estáveis. Para a descrição dessas

dimensões, vem sendo utilizada uma nova versão da Teoria do Traço, o modelo dos Cinco

Grandes Fatores (CGF). Este tem demonstrado ser consistente e replicável e ainda capaz de

prever e explicar o comportamento humano. Os traços descritos pelo CGF são:

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neuroticismo, extroversão, abertura a experiência, amabilidade e conscienciosidade. O

objetivo do estudo consistiu na verificação da existência de diferenças significativas entre

os estudantes universitários e funcionários de empresas com relação à pontuação obtida no

Inventário dos Cinco Grandes Fatores - Versão Reduzida (ICGF-R). Participaram da

pesquisa 144 estudantes universitários do estado da Paraíba, com média de idade de 23,7

anos (DP = 6,68), a maioria do sexo feminino (66%), solteira (84%). A amostra também

foi composta por 106 funcionários de empresas públicas e privadas do estado da Paraíba,

destes a maioria era do sexo feminino (65,1%), solteira (45,3%) e com Ensino Médio

completo (34,6%). Os participantes responderam ao ICGF-R e ao Questionário

Sociodemográfico. A análise dos dados foi realizada com o software PASW, versão 18. Os

resultados indicaram que os funcionários das empresas são mais extrovertidos (M = 3,77;

DP = 0,75) (t = -2,74; p < 0,05) e conscienciosos (M = 4,15; DP = 0,60) (t = -2,30; p <

0,05) do que os estudantes universitários. Estes, por sua vez, obtiveram pontuações mais

altas do que os trabalhadores em neuroticismo (M = 3,31; DP = 0,91). Pode-se concluir,

portanto, que os trabalhadores tendem a ser mais falantes, sociáveis, organizados e

perseverantes do que os estudantes da amostra estudada. Além disso, os resultados

sugeriram que os universitários são mais ansiosos e temperamentais. Não obstante, sugere-

se que sejam desenvolvidos mais estudos acerca dessa temática.

Autor(es): Arlene Kely Alves de Amorim, Josemberg Moura de Andrade, Cleonides da

Silva Sousa Dias, Taiane Regina Pereira Cabral, Lins Gabriel de Holanda Coelho

097 - A EXPLICAÇÃO DA MATURIDADE PARA ESCOLHA PROFISSIONAL A

PARTIR DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE E LEMBRANÇAS PARENTAIS

A maturidade para escolha profissional abrange duas dimensões: Atitudes e

Conhecimentos. Estas devem facilitar a elaboração de uma escolha consciente. Assim

sendo, este estudo objetivou conhecer em que medida os traços de personalidade e as

lembranças parentais explicam a maturidade para escolha profissional. Participaram da

pesquisa 144 estudantes do Ensino Médio de escolas públicas da cidade de João Pessoa

(PB), sendo a maioria do sexo feminino (61,1%), com idades variando de 14 a 20 anos (M

= 16,9; DP = 1,0) e com renda entre um a três salários mínimos (45,1%). Com relação à

série, a maioria cursava o terceiro ano (77,8%). Os participantes responderam ao

Inventário dos Cinco Grandes Fatores (ICGF-R), Escala de Maturidade para a Escolha

Profissional (EMEP), Escala de Lembranças Parentais e a perguntas sociodemográficas. A

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análise dos dados foi realizada com o software PASW, versão 18. Além de estatísticas

descritivas, utilizou-se também análise de regressão múltipla com método stepwise para

verificar quais traços de personalidade e lembranças parentais melhor explicariam a

maturidade para escolha profissional. Verificou-se que, dentre os fatores da personalidade,

o fator Abertura adequa-se para a explicação da maturidade para escolha profissional em

24% (r2 = 0,24, F = 25,932, p < 0,001). Os demais fatores da personalidade e da Escala de

Lembranças Parentais não se mostraram suficientemente capazes para a predição desse

construto. Os resultados apontaram para a importância da personalidade, principalmente do

fator abertura, na compreensão dos aspectos que envolvem a maturidade para a escolha

profissional. Sugerindo, ainda, que pessoas mais curiosas, com interesses amplos, criativas,

originais, proativas podem ter mais maturidade no momento da escolha profissional. Não

obstante, sugere-se a realização de pesquisas que possam testar este modelo em diferentes

amostras, bem como inserir outras variáveis que possam contribuir para o melhor

entendimento da maturidade para escolha profissional.

Autor(es): Arlene Kely Alves de Amorim, Josemberg Moura de Andrade, Jéssica Martins

Pernambuco, Maísa Rodrigues Lima da Silva, Carmen Amorim Gaudêncio

106 - A RELAÇÃO ENTRE ABUSO INFANTIL E CONDUTAS DELITIVAS:

ESTUDO DE CASO

O comportamento delitivo tem se propagado cada vez mais em nossa sociedade. Neste

sentido, é de fundamental importância conhecer as variáveis envolvidas em tal

comportamento. O abuso sexual como tipo de delito, tem sido considerado um grave

problema de saúde pública, devido aos altos índices de incidência e suas sérias

consequências para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da vítima. Estudos

apontam que as vítimas de abuso sexual na infância podem, além de desenvolver

transtornos psicológicos, apresentar alterações comportamentais, cognitivas e emocionais.

Entre as alterações comportamentais destacam-se: conduta hipersexualizada, abuso de

substâncias, fugas do lar, furtos, isolamento social, agressividade, comportamentos

autodestrutivos e tentativas de suicídio. Diante disso, o presente estudo buscou conhecer os

aspectos que influenciam o ingresso na atividade delitiva, bem como verificar a relação

desse tipo de prática com o abuso sexual sofrido por apenados durante a infância. Trata-se

de um estudo de caso fruto de uma pesquisa realizada na Penitenciária Feminina de João

Pessoa/PB. Utilizou-se um roteiro de entrevista semi-estruturado, com os seguintes

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63

tópicos: ajustamento escolar, histórico profissional, saúde, vida familiar, relacionamentos

sexuais, uso de álcool e drogas, comportamento antissocial na infância, adolescência e

adulta. Observou-se que a apenada de 22 anos, cresceu em um ambiente familiar

desestruturado e conviveu com todo tipo de problema social - drogas, prostituição,

violência, necessidades econômicas - sendo abusada sexualmente aos 13 anos. Verificou-

se, a partir deste estudo de caso, relação entre abuso sexual na infância e condutas

delitivas. Os estudos atuais preconizam avaliar o abuso de crianças e adolescentes de uma

forma peculiar, enfatizando a formação familiar e o envolvimento do jovem com a

sociedade. Destaca-se a necessidade de desenvolver trabalhos que possibilitem conhecer as

variáveis relacionadas entre abuso sexual na infância e comportamento delitivo, assim

como o estabelecimento de diretrizes para atendimento e assistência a essa população.

Autor(es): Danielle Gomes Fernandes, Layla Raissa Soares Ramalho Paulino, Carmen

Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de Andrade, Eronyce Rayka de Oliveira Carvalho,

Danielle Gomes Fernandes

107 - AVALIAÇÃO DA PSICOPATIA EM UMA AMOSTRA CARCERARIA

FEMININA

A psicopatia é entendida atualmente no meio forense como um transtorno de

personalidade, onde o individuo apresenta um grupo de traços ou alterações de conduta que

favorecem o comportamento antissocial. É considerada como a mais grave alteração da

personalidade, tendo em vista que os indivíduos acometidos por essa patologia são

responsáveis pela maioria dos crimes violentos, cometem crimes diversos com uma maior

frequência e tem maior habilidade para mentir e manipular as pessoas do que aqueles

considerados como não-psicopatas. Embora tal forma de comporta-se seja visível e

atribuída ao sexo masculino, nos últimos anos tem aumentado expressivamente o número

de mulheres que emitem tal tipo de comportamento, ressaltando assim a importância de

conhecer a incidência e prevalência do construto no sexo feminino. Diante disso o presente

estudo tem por objetivo avaliar quantitativamente a psicopatia, em uma amostra de

apenadas de um presídio feminino na cidade de João Pessoa/PB. Fizeram parte da amostra

22 mulheres, com média de idade de 29,9 anos (DP = 5,39), variando de 22 a 43 anos.

Essas mulheres foram avaliadas através da Escala Hare PCL-R, considerada específica

para a identificação do transtorno, analisando as suas dimensões afetiva e comportamental.

Foi constatado que 50% das apenadas avaliadas apresentaram perfil típico psicopata, de

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acordo com ponto de corte da escala PCL-R. Vale ressaltar que o instrumento possui

evidências de validade apenas para o sexo masculino sendo escasso seu uso em mulheres.

Sugere-se o emprego sistemático da PCL-R em populações forenses, com o objetivo de

identificar os sujeitos acometidos com o transtorno e programar intervenções mais efetivas,

buscando minimizar sua incidência e possíveis diferenças na apresentação clínica dos

comportamentos antissociais entre os sexos. Sugere-se, ainda, a elaboração de normas de

interpretação para população carcerária feminina.

Autor(es): Iranda Rúbia de Sousa Lopes, Layla Raissa Soares Ramalho Paulino, Carmen

Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de Andrade, Eronyce Rayka de Oliveira Carvalho

108 - A RELAÇÃO ENTRE EXPRESSÃO DA RAIVA E COMPORTAMENTOS

ANTISSOCIAIS E DELITIVOS

A literatura traz que raiva é uma das condições necessárias para desenvolver condutas

antissociais e/ou delitivas. Nesse estudo buscou investigar a associação entre a expressão

da raiva e o desenvolvimento de comportamentos inaceitáveis socialmente. A raiva pode

ser entendida como um estado emocional que envolve sentimentos que variam desde um

aborrecimento até fúria e cólera, acompanhado de estímulos no sistema nervoso. Esta pode

aparecer como um estado emocional momentâneo ou como um traço da própria

personalidade. Os instrumentos utilizados para estudar essa relação foram o STAXI-2

(State-Trait Anger Expression Inventory-2) focando-se no fator Índice de Expressão de

Raiva, que se refere à intensidade dos sentimentos de raiva que são experienciados pelas

pessoas, podendo ser reprimidos ou expressos em comportamentos agressivos e o CAD-20

(Escala de Condutas Antissociais e Delitivas). Essa escala possui dois fatores, o

Antissocial, que se refere aos comportamentos que não rompem com as leis jurídicas, mas,

rompe com as normas sociais e o fator Delitivo, que apresenta maior gravidade, pois,

rompe com as leis. Participaram desse estudo 322 estudantes da rede pública da cidade de

João Pessoa, com 64,8% da amostra pertencente ao sexo feminino e faixa etária variando

entre 10 e 21 anos (M = 13,6; DP = 2). Os dados foram analisados através do software

PASW-18. Foram realizadas análises descritivas (média, desvio-padrão etc) e correlações r

de Pearson. Diante das análises encontraram-se correlações positivas significativas entre o

fator Índice de Expressão de Raiva e os fatores Antissocial e Delitivo (r = 0,34; p < 0,01 e r

= 0,12; p < 0,05, respectivamente). Neste sentido, pode-se inferir que quanto maior o

índice de expressão de raiva, maior é a probabilidade de o sujeito cometer atos antissociais

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e/ou delitivos, corroborando estudos anteriores. Projeto financiado por PROLICEN

(Pesquisa, Ensino e Extensão) da UFPB.

Autor(es): Valeska Soares do Nascimento, Carmen Amorim Gaudêncio, Lucas Felício Gil

Braz, Natanieli de Araujo Nascimento, Josemberg Moura de Andrade

111 - PERFIL EMOCIONAL E CARACTERISTICA DE PERSONALIDADE

INFANTIL

Estresse é compreendido como uma reação do organismo através de alterações físicas e

emocionais, que ocorrem quando o individuo se vê obrigado a enfrentar uma nova situação

e pode exercer considerável influencia no comportamento humano. Estudos apontam que o

estresse infantil apresenta diferentes fases, sendo o traço de personalidade um fator que

pode estar relacionado com essa manifestação. Esse estudo buscou conhecer a relação

entre os traços de personalidade infantil e o nível de estresse. Para isso, utilizou-se a Escala

de Estresse Infantil (ESI), que é dividida em quatro fases: Alerta, Resistência, Quase-

Exaustão e Exaustão e subdividida em quatro Tipos de reações: Físicas, Psicológicas,

Psicológicas com Componentes Depressivos e Psicofisiológicas. Foi usada também a

Escala de Traços de Personalidade para Crianças (ETPC) que avalia quatro traços ou

características (Psicoticismo, Extroversão, Neuroticismo e Sociabilidade). Participaram da

pesquisa 74 crianças, com idades variando entre 5 e 14 anos (M=8,73; DP=2,0). Os dados

foram analisados através do software PASW, versão 18. Análises descritivas dos fatores da

ESI revelou que algumas crianças se enquadram na Fase de Alerta, a partir das Reações:

Físicas (9,3%), Psicológicas (8%), Psicológicas com Componentes Depressivos (26,7%) e

Psicofisiológicas (19,9%), sendo que 2,7% e 1,3% dos indivíduos desses dois últimos

fatores respectivamente se enquadram na fase de Resistência. A correlação de Pearson

mostrou resultado significativo entre o fator Reações Psicológicas da ESI com os fatores

Extroversão (r= 0,30; p<0,01) e Neuroticismo (r= 0,27; p<= 0,05) do ETPC. A literatura

traz que o indivíduo que se enquadra na primeira fase do estresse infantil, está numa etapa

transitória do estresse e uma observação ativa do problema pode ser fundamental para

evitar chegar a níveis superiores. Nesse sentido, crianças com baixa autoestima, ansiosas,

nervosas, e com oscilações de humor, estão mais propícias a se encontrarem num nível de

estresse elevado. Projeto financiado por PROLICEN (Pesquisa, Ensino e Extensão) da

UFPB.

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Autor(es): Valeska Soares do Nasciemento, Carmen Amorim Gaudêncio, Eronyce Rayka

de Oliveira Carvalho, Lucas Felício Gil Braz, Natanieli de Araujo Nascimento

124 - EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE CONSTRUTO DA ESCALA DE

PERSONALIDADE TIPO D PARA O CONTEXTO BRASILEIRO

Personalidade Tipo D é uma tendência conjunta para vivenciar afetividade negativa e

inibição social, sendo relacionada com prognóstico de problemas cardíacos. O estudo teve

como objetivo validar a Escala de Personalidade Tipo D (DS14) para o contexto brasileiro.

Para isso foram utilizadas evidências de validade fatorial, análise da fidedignidade,

diferenciação de escores e análise psicométrica dos itens por meio da TRI. A amostra de

respondentes foi composta por 417 sujeitos, sendo 55,4% da população geral, 29,7% de

estudantes do Ensino Médio e 14,9% de pacientes hospitalizados, a maioria com problemas

cardíacos. Os sujeitos responderam a DS14 composta por 14 itens e questionário

sociodemográfico. Para análise de dados foram utilizados os softwares SPSS versão 18 e

PARSCALE 4.1 com a estimação do Modelo de Resposta Gradual de Samejima.

Inicialmente, a tradução da DS14 foi realizada por dois psicólogos bilíngues, tomando

como referência a versão em inglês do instrumento. Foi realizada uma análise fatorial PAF

com rotação Direct oblimim. O KMO (0,84) e o teste de Esferecidade de Bartlett (p <

0,0001) indicaram a viabilidade da técnica. Os resultados indicaram a presença de dois

fatores, explicando 37,01% da variância total. Os fatores encontrados foram Afetividade

Negativa (AF) e Inibição Social (IS) com cargas variando de 0,32 a 0,77 e 0,42 a 0,67,

respectivamente. Os índices de alfa de Cronbach foram 0,79 para AN e 0,77 para IS. Por

meio de uma Anova Oneway verificou-se que o grupo de sujeitos da população geral

apresentou maior média em AN do que outros grupos [F(2, 410) = 13,82, p < 0,001). As

análises das curvas de informação da TRI, de forma geral, indicaram lacunas no continuum

dos dois fatores. Os resultados indicam que o instrumento é válido e preciso, sendo

indicada sua aplicação em uma amostra maior para o estabelecimento de normas de

interpretação.

Autor(es): Josemberg Moura de Andrade, Carmen Amorim Gaudêncio, Valdiney Veloso

Gouveia, Andréa Coutinho Sarmento, Jéssica Queiroga de Oliveira

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125 - A EXPLICAÇÃO DA PSICOPATIA A PARTIR DOS TRAÇOS DE

PERSONALIDADE E VALORES HUMANOS

A psicopatia é o evento clínico de maior proeminência no sistema jurídico penal. Os

psicopatas são responsáveis pela maioria dos crimes violentos em todos os países. As bases

para a definição de psicopatia oscilam entre aspectos orgânicos e sociais. Pesquisas

apontam para influências biológicas, ambientais e familiares, sugerindo, assim, uma

conjugação de fatores. Diante da complexidade do tema, o presente estudou objetivou

verificar em que medida os valores humanos, os traços de personalidade e o nível de

escolaridade explicam a psicopatia. A personalidade é definida como a condição estável e

duradoura dos comportamentos da pessoa, embora não permanente. Neste estudo, foi

considerada a Teoria dos Cinco Grandes Fatores que operacionaliza a avaliação da

personalidade a partir de cinco dimensões: abertura, amabilidade, extroversão,

conscienciosidade e neuroticismo. Em relação aos valores humanos, estes podem ser

definidos como princípios que guiam as ações humanas. Estes podem ser agrupados em

seis subfunções: normativa, experimentação, interativa, suprapessoal, realização e

existência. Neste estudo foram avaliados 33 apenados, a maioria do sexo feminino

(66,7%), com idades variando de 21 a 42 anos (M = 30,1; DP = 5,4). Esses indivíduos

foram avaliados por meio da Escala Hare PCL-R, Inventário dos Cinco Grandes fatores,

Questionário de Valores e Dados sociodemográficos. Utilizou-se regressão múltipla com

método Stepwise a partir do software PASW versão 18. Considerando o ponto de corte

brasileiro, 69,7% da amostra apresentou perfil psicopata. Os resultados da regressão

indicaram que 13% (R2 = 0,13) da variância da pontuação total em psicopatia pode ser

explicada unicamente a partir dos valores de experimentação [F (1, 30)= 4,63, p < 0,05].

Parece ser que a necessidade fisiológica de satisfação em sentido amplo ou ligada ao

princípio do prazer, tendo como valores específicos emoção, prazer e sexualidade está

associada à psicopatia. Os resultados ainda são inconclusivos e demandam pesquisas mais

aprofundadas.

Autor(es): Josemberg Moura de Andrade, Carmen Amorim Gaudêncio, Harrisson

Alexandre Targino, Danuta Alessandra Kossobudzka, Eronyce Rayka de Oliveira

Carvalho, Lucas Felício Gil Braz, Layla Raissa Soares Ramalho Paulino

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130 - TRAÇOS DE PERSONALIDADE TIPO D E LEMBRANÇAS PARENTAIS:

UM ESTUDO CORRELACIONAL

A personalidade tipo D ou estressada caracteriza indivíduos que tendem, de forma

simultânea, a vivenciar emoções negativas e a inibir a auto expressão na interação social.

Tal tipo de personalidade é composta pelos traços psicológicos de afetividade negativa

(AN) e inibição social (IS). Pesquisas recentes associam a personalidade tipo D com o

relacionamento parental, a partir daquilo que é recordado pelo indivíduo, destacando

comportamentos de alienação, superproteção ou controle por parte dos pais. O objetivo

deste estudo é verificar a relação entre a personalidade tipo D e os estilos de educação

parental, assim como são recordados, a partir dos fatores Alienação e Controle.

Participaram da pesquisa 414 sujeitos, com média de idade de 28,9 anos (DP= 13,1), sendo

71% mulheres. Para alcançar o objetivo proposto foram utilizados três instrumentos de

medida: questionário socio-demográfico, Escala de Lembranças do Relacionamento

Parental (RRP-10) e Escala de Personalidade Tipo D (DS-14). Para análise dos dados

foram realizadas análises descritivas e correlação r de Pearson por meio do software

estatístico PASW-18. Os resultados encontrados indicaram uma correlação positiva e

significativa entre os fatores AN e “Alienação Total” (r = 0,37; p < 0,01), o mesmo ocorreu

com o fator IS e “Alienação Total” (r = 0,15; p < 0,01). Percebeu-se ainda que a alienação

quando exercida pela mãe aponta uma maior correlação com o fator AN (r = 0,33; p <

0,01) e quando exercida pelo pai aponta uma maior correlação com o fator IS (r = 0,11; p <

0,05). Deste modo, conclui-se que os indivíduos que recordaram ter recebido um estilo de

educação parental com altos níveis de alienação tendem a apresentar uma personalidade

tipo D, caracterizada por Inibição Social e Afetividade Negativa.

Autor(es): Jéssica Martins Pernambuco, Carmen Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura

de Andrade, Andréa Coutinho Sarmento, Jaqueline Gomes Cavalcanti

133 - O TESTE DE ZULLIGER NO DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO

OBSESSIVO COMPULSIVO

O Teste de Zulliger no Sistema Compreensivo (SC), composto por um conjunto de três

cartões com manchas de tinta semiestruturadas, é um método projetivo de avaliação da

personalidade que pode ser utilizado em contexto clínico como auxílio diagnóstico de

psicopatologias. O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é caracterizado, pelo manual

diagnóstico DSM-IV, pela presença de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos

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compulsivos recorrentes. O presente trabalho teve como objetivo verificar a sensibilidade

do Zulliger/SC na caracterização do TOC, bem como buscar uma compreensão mais

aprofundada dos mecanismos subjacentes às manifestações sintomáticas deste transtorno.

Para o estudo foram avaliados 40 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 59

anos, de diferentes níveis de escolaridade, divididos em dois grupos pareados: pacientes

(20 sujeitos diagnosticados com TOC, por meio da entrevista clínica estruturada para o

DSM-IV, Transtornos do Eixo I, SCID-I) e não-pacientes (20 sujeitos, sem histórico de

busca de ajuda psicológica e/ou psiquiátrica e sem queixa específica). Foram realizadas

análises estatísticas descritivas e comparativas por meio do teste t de student. Foram

encontrados os seguintes resultados, estatisticamente significativos (p ≤ 0,05), para o grupo

de pacientes: rebaixamento no número de respostas (R), relacionado a aspectos mais

defensivos; localização W aumentada, sugerindo uma apreensão mais superficial dos fatos;

rebaixamento na localização D, referente à atividade e raciocínio práticos diminuídos;

rebaixamento da localização Dd, incongruente com a tendência à minuciosidade do

quadro; aumento do código especial Incom, relativo a processos incoerentes de

pensamento; rebaixamento de Par, evidenciando dificuldades quanto à autoimagem;

aumento de conteúdo sexual (Sx), comumente associado aos sintomas obsessivos;

tendência ao rebaixamento do código especial COP, que denota dificuldade em estabelecer

vínculos positivos. Diante do exposto, o Zulliger/SC demonstra-se sensível para o auxílio

diagnóstico do TOC, pela presença de indicadores específicos condizentes com a

sintomatologia e mecanismos implícitos a este transtorno.

Autor(es): Giselle Pianowski, Anna Elisa de Villemor-Amaral, Philipe Gomes Vieira

136 - DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA NA ADOLESCÊNCIA: UM

ESTUDO DE CASOS

A adolescência para muitos jovens pode ser uma fase da vida representada pela busca

incansável pela liberdade, pela vontade de tomar decisões, fazer escolhas e resolver seus

próprios problemas. Estes fatores estão associados ao desenvolvimento da Autonomia no

adolescente. Diante disto, o principal objetivo deste estudo é compreender o

desenvolvimento da autonomia na adolescência. Os objetivos específicos são: identificar as

possíveis relações existentes entre o contexto em que os jovens estão inseridos e o

desenvolvimento de sua autonomia; verificar a influência dos estilos parentais autoritário,

participativo e permissivo. E por fim, comparar a percepção dos adolescentes sobre sua

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autonomia com os dados obtidos no Inventário de Percepção do Suporte Familiar – IPSF.

Os métodos utilizados foram: entrevista semi-estruturada e o teste psicológico IPSF

aplicados em uma amostra de cinco adolescentes alunos do ensino médio, sendo três

meninas e dois meninos com a faixa etária entre 16 e 18 anos. Os dados das entrevistas

apontam para a presença de autonomia, embora o estilo parental encontrado em três casos

limite o exercício pleno da mesma em função dos pais terem maior participação e controle

sobre os filhos. O IPSF corrobora com os resultados das entrevistas ao apontar que os

adolescentes com menor pontuação na Autonomia apresentam maior índice nos itens

Adaptação Familiar e Afetivo-Consistente. Foi observado que o estilo parental influencia

no desenvolvimento da Autonomia favorecendo ou prejudicando embora não seja o único

fator determinante. Técnicas como entrevista psicológica e o IPSF possibilitam uma visão

mais embasada sobre a questão da Autonomia nos adolescentes.

Autor(es): Andréia Marques de Oliveira, Marcelo Augusto Resende

137 - EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DO IFP CORRELACIONADO AOS

FATORES DO IHS

Discutir as relações entre diferentes construtos psicológicos imbricados no processo de

avaliação da personalidade é fundamental para profissionais que realizam avaliação

psicológica em diversas áreas, tais como, orientação profissional e de carreira,

organizacional ou clínica. O objetivo deste estudo foi estabelecer evidências de validade

com base nas relações entre a versão atualizada do Inventário Fatorial de Personalidade

(IFP) com o Inventário de Habilidades Sociais (IHS). Para tanto, foram sujeitos da

pesquisa 519 pessoas, sendo 54,5% do sexo feminino, com idades entre 16 e 60 anos e

média de 32,8 anos (DP=7,7). Os dados coletados foram obtidos da base de dados formada

a partir da correção informatizada dos dois instrumentos. A versão atualizada do IFP

propõe 99 itens, que avaliam os fatores Assistência, Intracepção, Afago, Deferência,

Afiliação, Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Ordem, Persistência, Mudança e

Autonomia, com alfas de Cronbach variando entre 0,67 (Autonomia) e 0,83 (Ordem). O

IHS avalia cinco fatores: 1) Enfrentamento com risco; 2) Autoafirmação na expressão de

afeto positivo; 3) Conversação e desenvoltura social; 4) autoexposição a desconhecidos ou

situações novas e 5) Autocontrole da agressividade em situações aversivas. As principais

correlações significativas encontradas, com magnitudes iguais ou superiores a 0,30, se

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deram de forma positiva entre o fator Assistência do IFP com os fatores Autoafirmação e

Autocontrole, do IHS; Deferência e Afiliação com Autoafirmação; Dominância,

Desempenho, Exibição e Mudança com Enfretamento; e Agressão, que se correlacionou

negativamente com Conversação e Autocontrole. As correlações encontradas permitem

confirmar evidências de validade para alguns fatores da versão atualizada do IFP,

conferindo suporte às interpretações sugeridas.

Autor(es): Leila Oliveira Brito, Gisele Aparecida da Silva Alves , Ivan Sant´Anna Rabelo,

Irene A. de Sá Leme

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COMUNICAÇÕES ORAIS – OUTROS CONSTRUTOS EM AVALIAÇÃO

PSICOLÓGICA

________________________________________________________________________________

014 - A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE UNIVERSITÁRIOS ACERCA DOS

TESTES PSICOLÓGICOS

Representação social refere-se a uma forma de conhecimento socialmente elaborada e

compartilhada, que, por meio de princípios práticos, promove a construção de uma

realidade comum dentro de um grupo. Esta forma de conhecimento é consolidada a partir

das trocas simbólicas decorrentes das relações interpessoais, as quais buscam responder

questões que, por vezes, não são familiares. Desse modo, os testes psicológicos,

instrumentos de uso exclusivo dos psicólogos, costumam ser alvo de questionamentos,

uma vez que a maior parte da sociedade não possui conhecimento sobre sua validade

científica. Partindo desta premissa, o presente estudo buscou investigar a representação

social de universitários acerca dos testes psicológicos. Participaram da pesquisa 75

universitários de uma instituição privada situada na cidade de Ipatinga, Minas Gerais.

Todos receberam os devidos esclarecimentos e concordaram em participar de maneira

voluntária, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dentre os

participantes, 35 estavam cursando o primeiro período do curso de Psicologia; 20 eram do

curso de Administração e; 20 da Engenharia Civil. Foi aplicado um questionário

padronizado composto por perguntas fechadas, as quais procuravam investigar se os

participantes já haviam sido submetidos a testes psicológicos; se confiavam nos seus

resultados e; se sabiam qual o profissional está habilitado para fazer uso de tais

ferramentas. Os resultados demonstram que 55% da amostra já foram submetidos ao teste

PMK, 42,5% não se lembram dos nomes dos testes e, 2,5% nunca tinham sido submetidos

a algum teste. No geral, 72% afirma confiar nos resultados que os testes produzem,

enquanto 28% não confiam. Quanto aos profissionais habilitados, 62,7% apontam que

apenas psicólogos podem utilizar testes psicológicos; 9,3% citam psiquiatras; 2,7%

pedagogos; e 25,3% disseram não saber. Em suma, percebe-se que, na amostra estudada, a

representação social que os universitários têm sobre os testes psicológicos não corresponde

completamente à realidade científica.

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73

Autor(es): Uálida de Almeida Araujo, Philipe Gomes Vieira, Jeceni Alcina Gonçalves

Lopes, Geisy Mara Nunes Dias, Taciana Alves Silva, Késsia Karoline Anício Nascimento,

Quênia Soares Assunção, Lílian Nascimento Silveira

018 - A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DA SELEÇÃO DE

PESSOAL: UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA DO PSICÓLOGO

ORGANIZACIONAL

A Avaliação Psicológica é um procedimento científico de coleta de dados que, no âmbito

organizacional, assume o papel de subsidiar tomadas de decisão, especialmente quando

necessário escolher um candidato para suprir determinada vaga. Dentre as diversas técnicas

de investigação utilizadas pelo psicólogo no contexto da seleção, os testes psicológicos

fornecem dados imprescindíveis para uma melhor compreensão do candidato, tais como

habilidades cognitivas, aspectos emocionais, afetivos, sociais e, componentes de sua

personalidade. Desse modo, é fundamental que este processo seja conduzido de maneira

contextualizada, respeitando os rigores éticos e técnicos. Partindo desta premissa, o

presente estudo teve como objetivo investigar a prática do psicólogo organizacional acerca

da avaliação psicológica no contexto da seleção de pessoas, apontando os instrumentos

mais utilizados por este profissional, bem como as limitações que costuma encontrar.

Participaram da pesquisa, 20 psicólogos organizacionais atuantes nas cidades de Belo

Horizonte e Ipatinga. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,

todos os participantes responderam voluntariamente a um questionário fechado, composto

por 10 perguntas. Os resultados evidenciam que 95% da amostra utilizam diversas técnicas

para seleção de pessoal, tais como testes psicológicos, dinâmicas e entrevista, enquanto 5%

relata utilizar apenas testes. No que concerne aos instrumentos mais utilizados, 95%

apontam o teste Palográfico, dinâmicas e entrevista; 90% o G-36; 85% o teste d2; 75%

destacam os testes PMK e BPR-5; 65% o IFP; 45% o HTP; 20% o Teste dos Relógios e o

Zulliger; 5% a Grafologia. Quanto à Entrevista de Devolução com os candidatos, 20%

afirmam sempre realizá-la; 55% realizam apenas quando o candidato/gestor solicita; e 25%

apenas relatam ao candidato se ele foi selecionado. Em síntese, é possível concluir que,

embora haja exceções, a maior parte da amostra estudada faz uso de técnicas e

instrumentos cientificamente apropriados para a seleção de pessoal, priorizando uma

prática contextualizada.

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74

Autor(es): Patrícia Fernanda Alves de Lana, Philipe Gomes Vieira, Jeceni Alcina

Gonçalves Lopes, Adriana Gonçalves Nunes, Áurea de Oliveira Costa, Fernanda Carla

Costa Martins, Juscélia Norberto Herculano, Lucimar Crepaldi Queiroz

024 - ANÁLISE CRÍTICA DE UM ARTIGO SOBRE VALIDAÇÃO DA ESCALA

MARIJUANA EXPECTANCY QUESTIONNAIRE – VERSÃO BRASILEIRA

Este trabalho é uma análise crítica do artigo Tradução, adaptação e validação brasileira da

escala Marijuana Expectancy Questionnaire (MEQ), e objetiva verificar a importância do

processo de validação bem executado. O MEQ foi criado para avaliar as expectativas

pessoais acerca dos resultados do consumo de maconha. Possui 78 itens, subdivididos em 6

subescalas: prejuízo cognitivo e comportamental; redução de tensão e relaxamento;

facilitação social e sexual; aumento da percepção e cognição; efeitos negativos globais;

craving e efeitos físicos. A cada item são atribuídos escores variando de 1 (discordo

totalmente) a 5 (concordo totalmente). Há uma aplicação individual e uma coletiva para

partes diferentes da amostra. Foi medida a Validade de Critério, através do Coeficiente de

Pearson, com valores abaixo de 0,80; e a Validade Discriminante, apresentando duas

tabelas, uma com dois fatores: Usuários e Não-usuários; e outra com outros dois fatores:

Dependentes e Não-Dependentes. A amostra foi de 400 sujeitos, sendo 183 mulheres e 217

homens, com idade entre 12 e 60 anos e escolaridade mínina sendo a 5ª série do ensino

fundamental. A análise de precisão teste-reteste revelou uma alta correlação entre as duas

aplicações. Quanto ao índice de consistência interna, constatou-se o alpha de Cronbach de

0,89. O padrão utilizado para a normatização do instrumento foi a realização do Teste t. A

norma de Vancouver foi utilizada na versão adaptada. Constatou-se várias falhas na

validação do instrumento para a versão brasileira: falta de informações sobre a tradução;

falta de explicitação das instruções de aplicação; utilização de duas formas de aplicação do

teste, individual e coletiva; amostra escolhida por conveniência; teste-reteste aplicado num

curto prazo de tempo; uso de referências desatualizadas. Portanto, apesar de validado, após

essa análise crítica, questiona-se até que ponto esse instrumento pode ser realmente

utilizado no contexto brasileiro obtendo resultados seguros.

Autor(es): Lara Rodrigues Queiroz, Gabriela Jucá Linhares, Natália Parente Pinheiro,

Andréa Carla Filgueiras Cordeiro

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025 - UM DIÁLOGO SOBRE O ENSINO E A APRENDIZAGEM EM AVALIAÇÃO

PSICOLÓGICA: A FORMAÇÃO EM FOCO

A avaliação psicológica está inserida na prática profissional do psicólogo em diversas áreas

de atuação, além de consistir em um exercício no qual somente este profissional é

habilitado a atuar. Entretanto, a avaliação psicológica vem sofrendo críticas nos últimos

anos, tanto dos próprios psicólogos como de vários setores da sociedade. Diversos autores

dedicados ao campo apontam que a formação encontra-se deficitária e os profissionais

estão saindo das faculdades sem conhecimentos suficientes para atuar no mercado de

trabalho. Estes autores afirmam que a formação não abarca de forma adequada os

conteúdos relativos à avaliação psicológica, o que gera ,consequentemente, uma atuação

inadequada. Tendo isso posto, a temática central deste trabalho refere-se a uma pesquisa

realizada em Belo Horizonte/MG, com doze docentes da avaliação psicológica de nove

faculdades desta capital. Buscou-se investigar o posicionamento dos mesmos, quanto ao

ensino da avaliação psicológica, aprendizagem dos conteúdos e a formação dos estudantes

de Psicologia neste campo. A pesquisa evidenciou, entre outros aspectos, que na opinião da

maior parte dos docentes a formação atualmente oferecida é uma formação básica e que

necessita de um investimento posterior do profissional que se interesse pela avaliação

psicológica. Os docentes apontam ainda que, os graduandos, de forma geral, não estão

saindo das faculdades preparados para atuar de forma adequada no mercado de trabalho. E

sugerem mudanças para melhorar a formação nas faculdades em que lecionam, como

maior número de disciplinas, mais aulas práticas, maior número de materiais para estudo

dos alunos, entre outros.

Autor(es): Natália de Oliveira Viana, Marcelo Augusto Resende

030 - ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES NACIONAIS SOBRE AVALIAÇÃO DA

LIDERANÇA

Nas últimas décadas vêm ocorrendo aumento de discussões sobre a liderança na tentativa

de se compreender o tema. Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi o de investigar

como é feita a avaliação da liderança, tomando por base as publicações relatadas no Index-

Psi e PePSIC, sem limitação de período. A partir da palavra-chave liderança foram

selecionados 46 trabalhos. Os resultados apontaram predomínio de estudos teóricos (40%)

no Index-Psi e de qualitativos (50%) no PePSIC. Escalas, entrevistas e questionários são os

instrumentos mais utilizados no estudo da liderança. A maioria das publicações pertence a

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área empresarial (42% no Index-Psi e 69% no PePSIC), prevalecendo pesquisas entre

adultos, subordinados e gestores. O período com maior quantidade de trabalhos publicados

foi o ano de 2004 e 2007. Conclui-se que apesar do aumento de interesse pelo tema da

liderança, os testes psicológicos nacionais que avaliam esse construto ainda são escassos.

Autor(es): Maria Célia Bruno Mundim, Solange Muglia Wechsler

037 - PROGRESSOS NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, UMA COMPARAÇÃO

DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS CONGRESSOS DO IBAP DOS ÚLTIMOS

QUATRO ANOS

O IBAP, Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica, realiza bianualmente um importante

congresso de avaliação psicológica no Brasil. Conhecer as tendências nesta temática é

importante uma vez que permite observar a predominância de conteúdos e áreas

deficitárias que necessitam de maiores investigações. A análise dos resumos favoreceu

reflexões sobre os rumos da produção científica na área. Com o objetivo de analisar as

tendências das pesquisas em avaliação psicológica e compará-las, foi realizada a leitura

dos resumos de dois grandes congressos, que foram o de 2009 e 2011. O total de resumos

analisados foi 1090, sendo 536 em 2009 e 554 em 2001. Os resumos foram analisados

dentro das categorias: área principal, tema, objetivo, amostra e local. A comparação foi

feita a partir das porcentagens obtidas após a análise. A área de concentração dos trabalhos

foi a da saúde, sendo 44% do total de pesquisas apresentadas em 2009 na área clínica e

33,9% na área da saúde e hospitalar em 2011. A área menos estudada nos últimos quatro

anos foi a do trânsito. O tema que mais se destacou em 2009 foi validação (27%), e

cognição (27,9%) em 2011. Nos dois anos os objetivos principais dos trabalhos foram as

aplicações práticas, sendo 72% e 55,8% nos anos 2009 e 2011 respectivamente. A

normatização foi o objetivo que os pesquisadores menos buscaram em ambos os anos. No

ano de 2009, 35,3% dos trabalhos não informou a amostra estudada, fato não repetido em

2011, em que houve uma queda para 11% deste valor. Nos últimos quatro anos, o local de

predominância dos estudos foi a região sudeste, seguido da região nordeste em 2009 e sul

em 2011. Houve um aumento de 1,6% no número de trabalhos internacionais apresentados

no IBAP de 2011, sendo seus maiores representantes a América do Norte e do Sul.

Autor(es): Queila Guise Milian, Maria Ângela Lourençoni, Solange Muglia Wechsler

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040 - CONFIABILIDADE DO CHILD BEHAVIOR CHECKLIST E DO TEACHER

REPORT FORM EM UMA AMOSTRA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS

Problemas de comportamento são excessos ou déficits comportamentais que causam

prejuízo não só para o próprio indivíduo que os apresenta, mas também para as pessoas

com quem estabelece alguma relação e para a sociedade em geral. Estudos indicam uma

alta prevalência de problemas de comportamento em crianças e adolescentes no mundo e

no Brasil. No que se refere à estabilidade temporal, os problemas de comportamento

podem ser transitórios ou persistentes e seu declínio, ou substituição por formas

socialmente mais habilidosas de lidar com o ambiente, seria uma tendência normativa no

desenvolvimento. Os instrumentos do Sistema de Avaliação Empiricamente Baseado do

Achenbach são amplamente utilizados, em todo o mundo, para avaliar os problemas de

comportamento de crianças e adolescentes. Este estudo verificou a estabilidade temporal

do Child Behavior Checklist (CBCL) e do Teacher Report Form (TRF) respondido pelos

pais e professores de crianças em idade escolar. Participaram do presente estudo quatro

professores e 53 pais e mães de 18 (34%) meninas e 35 (66%) meninos, com idade média

de 8,47 anos (DP = 1,51). Das crianças, 17 (32%) frequentavam a 1ª série, duas (4%)

frequentavam a 2ª série, 22 (46%), frequentavam da 3ª série e 12 (22%), frequentavam a 4ª

série. Além desses instrumentos, foi utilizada uma ficha sociodemográfica. Foram

realizadas duas coletas de dados, com intervalo de um ano entre Tempo 1 e Tempo 2. Por

meio da análise de coeficiente intraclasse (ICC), verificou-se correlação elevada entre

teste-reteste, tanto para o CBCL como para o TRF, indicando que, para este estudo, ambas

as medidas apresentaram-se estáveis. Os resultados mostraram índices elevados de

estabilidade temporal, mesmo com um período longo de tempo, o que aponta para a

robustez do instrumento, corroborando os achados de estudos internacionais.

Autor(es): Daiane Silva de Souza, Giana Bitencourt Frizzo, Juliana Rigon Pedrini, Juliane

Callegaro Borsa, Denise Ruschel Bandeira

043 - AVALIAÇÃO DA CRIATIVIDADE: ESTUDO COM O TESTE FIGURAL DE

TORRANCE EM CRIANÇAS

Considerando a grande quantidade de estudos que vêm sendo conduzidos,

internacionalmente e nacionalmente, fazendo uso dos testes de Torrance e o

reconhecimento da importância e confiabilidade desses instrumentais, o presente estudo

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teve por objetivo a condução de um estudo exploratório com a versão brasileira do teste

figurativo, para a avaliação de crianças. Uma amostra composta por 120 estudantes do

Ensino Fundamental, de 2o ao 5o ano (sendo 30 de cada série), igualmente distribuídos

entre os sexos, responderam, coletivamente em sala de aula, ao teste Pensando

Criativamente com Figuras de Torrance. O instrumento permite a avaliação de 13

características cognitivas e emocionais da criatividade, agrupadas em dois índices (Índice

Criativo Figural I, composto pelas características cognitivas da criatividade e Índice

Criativo Figural II, composto pelas características cognitivas e emocionais). A Análise

Univariada da Variância indicou influência significativa das variáveis sexo, série e

interação sexo e série nos dois índices criativos, com melhor desempenho, de uma forma

geral, dos participantes do sexo feminino e dos alunos da 4ª série. Tais resultados

permitiram concluir um aumento no nível de criatividade com o passar dos anos de

escolarização, bem como diferenças de desempenho devido ao sexo do participante, de

modo a apontar para o fato de que a criatividade encontra-se presente em ambos os sexos e

em todos os níveis educacionais, ainda que de maneiras diferentes. Os dados reforçam a

necessidade de continuação da elaboração de normas específicas por sexo e série quando

se avalia estudantes de Ensino Fundamental, para adequada interpretação dos resultados do

Teste Figural de Torrance em crianças, repetindo o que já foi feito, no manual brasileiro,

em relação às amostras de Ensino Médio e Superior.

Autor(es): Talita Fernanda da Silva, Tatiana de Cássia Nakano, Solange Muglia Wechsler

045 - INVESTIGAÇÃO DE ALGUMAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DE

DUAS ESCALAS QUE AVALIAM PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS (EPA),

CRENÇAS E ATITUDES DISFUNCIONAIS (EAD) EM CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

Segundo o modelo da Terapia Cognitiva existem três estruturas mentais (crenças centrais,

intermediárias e pensamentos automáticos) que se interligam e influenciam a forma como

os indivíduos interpretam suas experiências. Quando disfuncionais, essas cognições afetam

diretamente o estado de ânimo do sujeito, estando intrinsecamente relacionados à sua

saúde emocional. Através de instrumentos psicológicos é possível avaliar a ocorrência e

intensidade dessas crenças e pensamentos automáticos, contribuindo tanto para a prática

clínica quanto para a pesquisa científica. Este estudo teve por finalidade investigar algumas

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propriedades psicométricas da Escala de Pensamentos Automáticos para Crianças e

Adolescentes (EPA) e da Escala de Atitudes Disfuncionais para Crianças e Adolescentes

(EAD). Participaram desse estudo 594 crianças e adolescentes, sendo 254 meninos (42,6%)

e 340 meninas (57,0%). A idade variou de nove a 16 anos (Média= 12,40; DP= 1,39). Os

participantes responderam coletivamente as duas escalas, após terem o TCLE assinado por

seus responsáveis. Os dados obtidos foram analisados por meio de análise fatorial

exploratória (AFE) utilizando o método dos Eixos principais, gráfico de sedimentação e

rotação Oblimin, no caso da EAD, e rotação Promax, no caso da EPA. A análise com o

gráfico de sedimentação sugeriu a presença de um fator para a EAD e quatro para a EPA.

A distribuição dos itens foi semelhante à encontrada nos estudos originais de ambos os

instrumentos, sendo que a porcentagem de variância explicada foi de 27,10% para a EAD e

de 40,86% para a EPA. As medidas de associação entre a EAD e os fatores da EPA foram

feitas pela correlação de Pearson variando de 0,36 (hostilidade) a 0,51 (fracasso pessoal).

Os resultados indicaram propriedades psicométricas adequadas para ambas as escalas.

Essas versões brasileiras possuem os fatores teóricos esperados, o que indica serem estes

instrumentos apropriados para a investigação das atitudes e crenças disfuncionais, e dos

pensamentos automáticos.

Autor(es): Priscilla Moreira Ohno, Mariana Verdolin Guilherme Froeseler, Maycoln Leôni

Martins Teodoro

046 - AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FATORIAL DE DUAS VERSÕES DO

INVENTÁRIO DA TRÍADE COGNITIVA PARA ADULTOS (ITC) E PARA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES (ITC-C)

A tríade cognitiva constitui-se como o terceiro elemento do modelo cognitivo de depressão

de Aaron Beck. Ele abrange as cognições relacionadas à visão que o sujeito tem sobre si

mesmo, o mundo e seu futuro. Pesquisas apontam para correlações entre pensamentos

negativos relacionados à tríade cognitiva e o surgimento e manutenção de sintomas e

transtornos psicopatológicos, em diferentes faixas etárias. Entre seus instrumentos de

avaliação encontram-se o Inventário da Tríade Cognitiva (ITC) e o Inventário da Tríade

Cognitiva para Crianças e Adolescentes (ITC-C). Estudos acerca da estrutura fatorial

desses instrumentos apontaram resultados discrepantes, apresentando modelos com um,

três, cinco e seis fatores. Dessa forma, esse trabalho teve por objetivo investigar e

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comparar a composição fatorial do ITC e ITC-C. Foram avaliados 404 adultos, sendo 123

homens (30,4 %) e 280 mulheres (69,3 %) com idades entre 17 e 63 anos (Média=21,0;

DP=9,40). A amostra também contou com 378 crianças e adolescentes de 10 a 16 anos

(Média = 12,48; DP = 1,25), sendo 158 meninos (41,8%) e 220 meninas (58,2%). Através

do programa Lisrel 8.80, foram replicados nessa amostra os modelos encontrados em

estudos anteriores. Em ambos os instrumentos, o modelo que apresentou os melhores

índices foi o de seis fatores. A estrutura fatorial das versões adulta e infantil do inventário

apresentaram os seguintes resultados, respectivamente: RMSEA (0,05 e 0,049), GFI (0,87

e 0,90), CFI (0,94 e 0,96), AIC (1072,67 e 1084,41) e razão X2/Grau de liberdade (2,36 e

2,39, com p<0,05). Os resultados encontrados são compatíveis com o modelo cognitivo,

sendo que cada fator original está dividido em funcionais (positivos) e disfuncionais

(negativos). Esses achados apontam para a importância dos pensamentos positivos na

compreensão da tríade cognitiva e possibilitam novas perspectivas para a avaliação na

clínica e uso em pesquisa.

Autor(es): Mariana Verdolin Guilherme Froeseler, Priscilla Moreira Ohno, Maycoln

Leôni Martins Teodoro

052 - A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA SEGURANÇA PRIVADA

Local: Em Consultórios, Empresas e Clínicas de Medicina do Trabalho. População:

Profissionais designados ao trabalho. A atuação legal de vigilantes armados está restrita ao

interior da propriedade privada do contratante, proibida nas ruas. Um vigilante que trabalha

armado (a arma e a munição tem que ser da empresa, autorizada pela Polícia Federal)

Prática: A Policia Federal regulamenta a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, que "dispõe

sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e

funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de

transporte de valores e dá outras providências". De acordo com a lei, o vigilante segundo o

Art 16. Para o exercício da profissão, o vigilante deverá registrar-se na Delegacia Regional

do Trabalho do Ministério do Trabalho, comprovando: V - ter sido aprovado em exame de

saúde física, mental e psicotécnico; Esta lei estabelece a obrigatoriedade da avaliação

psicológica para o profissional da Segurança Privada. Esta avaliação psicológica neste

sentido analisará aspectos cínicos, sociais e laborais que compõem o perfil do individuo, e

deve ser realizado por profissionais capacitados objetivando identificar as consequências

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do trabalho e suas relações com o stress, coma as emoções, com os distúrbios do sono e

outros. O relato das experiências da Atuação do Psicólogo neste contexto possibilitará a

discussão desta prática (ainda desconhecida por muitos profissionais da área), apontando a

necessidade de pesquisas sobre o tema, para auxiliar no desenvolvimento e na

compreensão da Psicologia no contexto da Segurança Privada. Resultados/Impactos: A

avaliação psicológica visa garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores

de Segurança Privada. De acordo com a lei, esta avaliação deve ser feita no momento da

formação nos curso de segurança privada, contratação e anualmente, pois mesmo que o

trabalhador seja contratado em condições adequadas de saúde física e mental, poderá

apresentar ao longo do tempo, algum distúrbio psíquico, o que comprometerá suas

atividades durante o período que estiver na atividade laborativa, reforçando a necessidade

das reavaliações periódicas. Ao investigar as reais condições psicológicas do individuo ele

trabalhará em segurança, sem por em risco a si mesmo e aos outros profissionais deste

ambiente de trabalho. Para tanto, cabe ao profissional de psicologia do trabalho, preparar-

se adequadamente a esta prática, investindo na capacitação e aprimoramento desta técnica,

dado a importância de sua utilização.

Autor(es): Elza Maria Gonçalves Lobosque

055 - CRIATIVIDADE VERBAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA

CAPITAL PAULISTA

A criatividade é um conceito complexo envolvendo diversos tipos de expressão. Uma

forma de expressão criativa é por meio das palavras, podendo ser identificadas diversas

características que demonstram criatividade verbal. O objetivo desta pesquisa foi o de

avaliar a criatividade verbal em estudantes de uma universidade privada na cidade de São

Paulo. Participaram deste estudo 40 alunos, sendo 20 mulheres e 20 homens com idades

variando entre 17 e 42 anos. Do total de participantes, 19 foram do curso de Administração

e 21 do curso de Psicologia. Após aceitarem participar da pesquisa e assinarem o termo de

consentimento livre e esclarecido, aplicou-se o teste Pensando Criativamente com Palavras

de Torrance, que permite avaliar as características de Fluência, Flexibilidade, Elaboração,

Originalidade, Emoção, Fantasia, Perspectiva Incomum e Analogias. Os testes foram

aplicados em salas de aula, em forma grupal. Para a análise dos dados utilizou-se o teste de

Análise da Variância. Os resultados mostraram que não existiram diferenças significativas

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nas características criativas quanto ao sexo e tipo de curso. A única diferença significativa

encontrada (p<0,02) foi na característica de Fantasia com resultados superiores em alunos

de Psicologia. Conclui-se que futuros psicólogos fazem maior uso da fantasia quando se

expressam de forma verbal do que os alunos da Administração. A inexistência das

diferenças entre os sexos confirma dados da literatura que indicam bastante semelhança de

potencial criativo entre homens e mulheres. Estudos futuros com amostras maiores e de

diferentes áreas são ainda necessários para maior conhecimento da expressão criativa na

área verbal.

Autor(es): Queila Guise Milian, Eliezer Fernandes Gums, Maria Célia Bruno Mundim,

Yung Sun Lee Damasceno, Solange Muglia Wechsler

062 - STRESS E DESEMPENHO ESCOLAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO

EXPLORATÓRIO

Nas últimas décadas, tem sido observado na Psicologia maior empenho no estudo do

desenvolvimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, a qual

compreende aspectos relacionados ao fenômeno da pobreza e diversas modalidades de

desvantagem social. No caso da população infanto-juvenil, associa-se a fatores de risco

como a falta de garantia dos direitos e oportunidades nas áreas de educação, saúde e

proteção social, envolvimento com drogas, situação de rua, trabalho infantil, condições de

pobreza, desagregação familiar, vivência de violência ou maus-tratos, institucionalização,

abandono, dentre outros. Estudos diversos têm indicado a associação desses fatores de

risco sobre aspectos variados do desenvolvimento infanto-juvenil, o que evidencia a

importância de realizar investigações que elucidem essa relação. O objetivo deste estudo

foi descrever o desempenho escolar e o stress de crianças e adolescentes em situação de

vulnerabilidade social. Foi realizado na Pastoral do Menor, de uma cidade do interior da

Bahia, e contemplou uma amostra de 72 participantes. A coleta de dados consistiu na

aplicação da Escala de Stress Infantil (ESI) e do Teste de Desempenho Escolar (TDE).

Resultados indicaram média de idade de 10,9 anos (DP = 1,6) e escolaridade variando da

1ª a 8ª série do ensino fundamental, sendo 63,9% do sexo masculino. O Stress Geral foi

identificado em 37,5% dos participantes e, em relação ao Desempenho Escolar, a maioria

dos participantes obteve desempenho classificado como Inferior à Média: 93% no

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Desempenho Total, 83,7% em Escrita, 86% em Aritmética e 76,7% em Leitura. A análise

de correlação entre ESI e TDE indicou existência de correlação parcial entre escalas e

subtestes, com coeficientes variando de -0,32 a -0,59 (p < 0,05). Concluiu-se que os

participantes em situação de vulnerabilidade social avaliados apresentaram baixo

desempenho escolar e incidência significativa de stress, bem como correlação baixa a

moderada entre estes dois construtos.

Autor(es): Claudia Terumi Akama, Jamília Brito Gomes, Máyra Ribeiro

067 - ANÁLISE DO COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL EM

FUNCIONÁRIAS DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DE JOÃO PESSOA (PB)

O comprometimento organizacional diz respeito ao compromisso do funcionário em

contribuir para alcançar os objetivos em comum com a empresa. Este compromisso que o

sujeito tem pode ser oriundo de diversos fatores, sendo um dos temas mais discutidos da

atualidade no mercado de trabalho. Este estudo objetivou avaliar o Comprometimento

Organizacional em funcionárias da rede pública e privada em João Pessoa (PB).

Participaram da pesquisa 149 mulheres, com média de idade igual a 32,89 (DP = 11,86),

sendo 65 da rede pública e 83 da rede privada, a maioria com renda de 5 a 10 salários

mínimos (28,2%). As participantes responderam à Escala de Comprometimento

Organizacional (OCQ) e perguntas sociodemográficas. A OQC é composta por 18 itens,

distribuídos equitativamente entre os fatores afetivo, normativo e instrumental-calcultivo,

em uma escala de 5 pontos, que vai de Discordo Totalmente a Concordo Totalmente. Foi

realizado um Teste T de Student, onde as funcionárias das organizações públicas

apresentaram maior média no Comprometimento Instrumental (M = 3,07, DP = 0,74),

enquanto as organizações privadas apresentaram maior média nos Comprometimentos

Afetivo (M = 3,40, DP = 0,71) e Normativo (M = 3,30, DP = 0,73) [t(137) = -3,67; p <

0,01], sendo esta última estatisticamente significativa. Para comparar as médias dos

fatores, realizou-se uma ANOVA para Medidas Repetidas. Nas organizações públicas, a

média do fator Afetivo foi estatisticamente superior ao do fator Normativo [F(2, 55) =

8,72; p < 0,001; λ de Wilks = 0,76]. Nas organizações privadas, o fator instrumental foi

estatisticamente inferior aos outros dois [F(2, 71) = 12,84; p < 0,001; λ de Wilks = 0,73].

Ressalta-se a importância das pesquisas sobre Comprometimento Organizacional como

medidas interventivas ou exploratórias para as empresas. Confia-se que os objetivos foram

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atingidos, apresentando um panorama do comprometimento organizacional em

funcionárias de João Pessoa (PB).

Autor(es): Gabriel Lins de Holanda Coelho, Josemberg Moura de Andrade, Carmem

Amorim Gaudêncio, Pedro Lucas Santos, Lays Andrade de Sá

068 - AVALIAÇÃO DO BEM ESTAR SUBJETIVO A PARTIR DAS VIVÊNCIAS

ACADÊMICAS

O período acadêmico é marcado por muitos desafios e mudanças para os estudantes. Por se

tratar de um ambiente que deve proporcionar aos estudantes a base para o futuro

desenvolvimento profissional, estes desafios podem acarretar uma pressão que prejudica o

crescimento e interfere no bem estar psicológico dos mesmos. Por isto, faz-se necessário

investigar a influência das vivências acadêmicas no bem-estar subjetivo dos estudantes,

objetivo deste estudo. Contou-se com a participação de 519 universitários da cidade de

João Pessoa (PB), sendo 66% do sexo feminino, com média de idade de 21,6 (DP = 4,45).

Eles responderam um questionário sociodemográfico, a escala de Bem Estar Subjetivo

(BES) e a versão reduzida do Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r). A BES

avalia três dimensões: Afetos Positivos, Afetos Negativos e Satisfação com a vida. O

QVR-a apresenta cinco fatores: pessoal, institucional, carreira, estudo curso e interpessoal.

Foi utilizado o método stepwise de regressão múltipla, no software SPSS 20. As dimensões

Afetos Positivos [F (3, 403) = 102,48; p < 0,001] e Satisfação com a Vida [F (3, 402) =

56,08; p < 0,001] apresentaram variância explicada de 43% e 29%, respectivamente, sendo

explicados pelos fatores pessoal, interpessoal e carreira. A dimensão Afetos Negativos

obteve uma variância explicada de 48%, sendo explicado apenas pelo fator pessoal [F (1,

405) = 381,38; p < 0,001]. Observa-se que as dimensões de Satisfação com a Vida e Afetos

Positivos tiveram os mesmos preditores das vivências acadêmicas, mostrando o quanto eles

podem influenciar no bem-estar subjetivo do estudante. Já a dimensão Afetos Negativos

apenas teve influência do fator pessoal, mostrando que as dimensões físicas e psicológicas

do estudante nas vivências acadêmicas podem influenciar no seu humor. Ressalta-se a

importância de pesquisas futuras sobre o tema, auxiliando na importante fase de adaptação

dos estudantes ao ambiente acadêmico.

Autor(es): Gabriel Lins de Holanda Coelho, Josemberg Moura de Andrade, Carmem

Amorim Gaudêncio, Cinthya Rebecca Santos Melo, Dandara Barbosa Palhano

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069 - A RELAÇÃO DAS LEMBRANÇAS PARENTAIS COM SINTOMATOLOGIA

ANSIOSA E DEPRESSIVA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

A relação com os pais na infância parece ter papel relevante no desenvolvimento da

personalidade, sendo associada com o surgimento de uma série de doenças mentais.

Estudos relacionam deficiências na relação parental com uma maior propensão para o

desenvolvimento na vida adulta de problemas de ansiedade, depressão, ocasionando

inclusive enfermidades de ordem somática, como problemas cardiovasculares. Desse

modo, o presente trabalho objetiva verificar se há relação entre lembranças de

relacionamentos parentais e sintomatologias clínicas (ansiedade e depressão) apresentadas

em pacientes internados em um hospital de João Pessoa, Paraíba. Para tal, foi utilizada uma

amostra clínica (N = 62), sendo 40 mulheres e 22 homens, com média de idade de 47 anos

(DP = 13). Os pacientes responderam um protocolo de pesquisa que continha as escalas

Beck: Inventário de Ansiedade – BAI (ponto de corte 31) e Inventário de Depressão – BDI

(ponto de corte ≥ 36), juntamente com Escalas de Lembranças do Relacionamento Parental

(RRP10) e um questionário sociodemográfico. Em função da amostra pequena foi utilizado

teste não-paramétrico. O teste Mann-Whitney demonstrou não haver diferença significativa

entre os grupos que obtiveram altos e baixos escores em alienação – RRP10, tanto em

relação à ansiedade [z = -0,73; p > 0,05] quanto à depressão [z = -1,08; p = > 0,05].

Também se analisaram as diferenças entre os grupos com altas e baixas pontuações do

fator controle – RRP10, tanto para ansiedade [z = -0,39; p > 0,05] como para depressão [z

= -0,27; p > 0,05]. Tais resultados demonstram que independente do grupo (altos ou baixos

em alienação e controle) os pacientes internados apresentam elevados índices de

sintomatologia emocional, possivelmente devido a seu próprio estado de saúde e outros

fatores, não sendo possível a constatação de um relacionamento entre altos níveis de

alienação e controle com índices elevados de ansiedade e depressão.

Autor(es): Amanda Pereira Frazão, Carmen Amorim Gaudêncio, Iranda Rúbia de Sousa

Lopes, Joenilton Saturnino Cazé da Silva, Josemberg Moura de Andrade, Guilherme

Albuquerque Cavalcanti Mendes

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070 - AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DAS VIVÊNCIAS ACADÊMICAS COM

DESEMPENHO ACADÊMICO E RENDA FAMILIAR

A entrada no ambiente acadêmico pode representar um período de inconstâncias para o

estudante. Esta etapa de idealizações sobre o futuro e inconsistência, quando o sujeito não

está preparado, pode acarretar em um declínio no seu desempenho acadêmico e

desenvolvimento profissional. O presente estudo objetivou analisar em que sentido as

vivências acadêmicas estão relacionadas com o desempenho acadêmico e renda familiar.

Contou-se com a participação de 518 estudantes universitários da cidade de João Pessoa

(PB), cursando entre o 2º e 10º período, sendo 66% do sexo feminino, com média de idade

de 21,6 (DP = 4,44), a maioria com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos (29,1%).

Os participantes responderam um questionário sociodemográfico e a versão reduzida do

Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r). O QVA-r é composto por 60 itens,

respondidos em uma escala Likert de 5 pontos, que vai de Discordo Totalmente a

Concordo Totalmente, avaliando cinco dimensões: pessoal, institucional, carreira,

estudocurso e interpessoal. Para análise dos dados, foi utilizado o teste de correlação r de

Pearson, no software SPSS, versão 18. Os resultados indicaram correlações positivas e

significativas entre desempenho acadêmico e o fator interpessoal (r = 0,11; p < 0,05),

desempenho e fator estudo/curso (r = 0,28; p < 0,001) e desempenho e renda (r = 0,17; p <

0,001). Os resultados também apontaram para uma relação negativa e significativa entre a

renda familiar e o fator institucional (r = -0,12; p < 0,05). Com esse estudo, pode-se

perceber que os estudantes que melhor se relacionam com os amigos e realizam atividades

extracurriculares tendem a apresentar um melhor desempenho acadêmico. Ressalta-se que

o objetivo da pesquisa foi atingido, destacando a necessidade para um maior

aprofundamento na temática, visto a importância de oferecer uma melhor adaptação do

estudante ao ambiente acadêmico e proporcioná-lo um desenvolvimento profissional

qualificado.

Autor(es): Jéssica Martins Pernambuco, Josemberg Moura de Andrade, Carmem Amorim

Gaudêncio, Gabriel Lins de Holanda Coelho, Lays Andrade de Sá

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075 - RELAÇÕES ENTRE NÍVEL SOCIOECONÔMICO E QUALIDADE DE

VIDA

A qualidade de vida é definida como a percepção subjetiva que as pessoas possuem a

respeito de sua saúde de forma ampla. É relevante garantir a qualidade de vida dos

indivíduos e, para tanto, é necessário detectar quais variáveis estão relacionadas com este

conceito tão complexo. Objetivos: O objetivo desta pesquisa é avaliar a correlação

existente entre a classe econômica e o nível de qualidade de vida. Métodos: Foram

avaliados 697 estudantes de ensino superior, de ambos os sexos, com média de idade de

25,13 anos (dp=7,85), provenientes das cidades mineiras de Belo Horizonte (Centro

Universitário Una) e Sete Lagoas (Faculdade Ciências da Vida – FCV e Centro

Universitário da Fundação Educacional Monsenhor Messias – UNIFEMM). Os

participantes foram avaliados com o questionário World Health Organization – Quality of

Life – Bref, oWHO-QoL-bref. Desenvolvido pela Organização Mundial de Sáude (OMS),

o instrumento determina a qualidade de vida com um escore total e com o escore de cinco

domínios: saúde geral, psicológico, físico, relacionamentos sociais e meio ambiente. Para

avaliar a classificação econômica, utilizou-se o Critério Brasil da Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa (ABEP). Resultados: O total bruto da classificação econômica, o

escore total do WHO-QoL e de seus cinco domínios foram submetidos à correlação

bivariada de Pearson, a fim de detectar as relações existentes entre qualidade de vida e

nível econômico. Houve correlação baixa,positiva e significativa do nível econômico com

três medidas do WHO-QoL: Saúde Geral (r=0,167; p=0,000); Meio Ambiente (r=0,383;

p=0,000) e; escore total (r=0,180; p=0,000).Conclusões: Os resultados apontam que quanto

maior é o nível econômico de um indivíduo, maior é sua qualidade de vida. O meio

ambiente mostrou ser a dimensão mais afetada. Observa-se que, para a promoção da

qualidade de vida das pessoas, é importante promover também uma melhoria em seu nível

socioeconômico.

Autor(es): Gabriella da Silva Oliveira Torre, Desiree Pimenta Flores Ferreira, Tainara

Agostinha de Jesus, Alana Augusta Concesso de Andrade, Carmen Flores-Mendoza

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078 - VALIDAÇÃO DA ESCALA DE LEMBRANÇAS PARENTAIS PARA

CONTEXTO BRASILEIRO

Estilos parentais disfuncionais são associados frequentemente como uma saúde física e

mental deficiente. A Escala de Lembranças do Relacionamento Parental (RRP10) avalia de

forma retrospectiva a Alienação (comunicação disfuncional e intimidade) e o Controle

(superproteção) parental. A presente pesquisa objetivou validar a RRP10 para o contexto

brasileiro, a fim de conhecer seus parâmetros psicométricos. Participaram do estudo um

total de 563 sujeitos, sendo 48% estudantes do Ensino Médio, 41% indivíduos da

população geral e 11% pacientes hospitalizados. Do total, a maioria era do sexo feminino

(69%), com média de idade de 25,7 (DP = 12,6). Os instrumentos utilizados foram a

RRP10, Escalas Beck (BDI, BAI) e um questionário sociodemográfico. Para atingir os

objetivos do estudo foram realizadas análise fatorial com método de extração PAF, cálculo

de consistência interna (Alfa de Cronbach) e correlações r de Pearson. Também foram

feitas análises fatoriais confirmatórias para as versões do pai e da mãe. Foram utilizados os

softwares PASW, versão 18 e AMOS, versão 4.0. Os resultados confirmaram a estrutura

bifatorial teorizada, cujos fatores (Alienação e Controle) apresentaram evidências de

precisão (confiabilidade composta e consistência interna) e validade convergente-

discriminante. O conjunto de índices indicou um ajuste moderado da estrutura fatorial da

escala paterna (GFI= 0,88; CFI = 0,77) com cargas fatoriais variando de -0,38 a 0,72 em

Alienação e de 0,40 a 0,83 em Controle, existindo uma correlação negativa de -0,18 entre

os fatores Alienação e Controle. A RRP10 versão materna apresentou melhor ajuste (GFI=

0,95; CFI = 0,93) com cargas fatoriais em Alienação variando de -0,62 a 0,77 e em

Controle, variando de 0,12 a 0,83, também com uma correlação negativa de -0,05 entre os

fatores Alienação e Controle. Concluiu-se que a versão brasileira do RRP10 poderá ser

empregada adequadamente no futuro, uma vez que reuniu evidências de validade de

construto.

Autor(es): Carmen Amorim Gaudêncio, Josemberg Moura de Andrade, Valdiney Veloso

Gouveia, Lucas Felício Gil Braz, Cinthya Rebecca Santos Melo

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084 - PROPENSITY FOR ANGRY DRIVING SCALE (PADS): ADAPTAÇÃO AO

CONTEXTO BRASILEIRO

A cada ano, aumenta o número de pessoas com veículo próprio. Associado a esse

crescimento, torna-se cada vez mais comum relatos de comportamento agressivos no

trânsito, aspecto que está associado a um conjunto amplo de variáveis que envolvem, desde

o estresse cotidiano a traços de personalidade do motorista. Estudos nessa direção

contemplam, por um lado, a análise dos correlatos do comportamento agressivo e, por

outro, a avaliação dos níveis de agressividade do motorista no trânsito, o que demanda

medidas específicas que ainda são escassos em contexto brasileiro. Neste sentido, o

presente estudo objetivou traduzir e validar a Propensity for Angry Driving Scale (PADS),

instrumento que busca identificar indivíduos propensos à agressividade no trânsito.

Participaram 271 motoristas, com idade média de 35,1 anos (dp = 13,5), a maioria do sexo

masculino (52,2%), solteira (47,8%), de religião católica (61%) e com ensino superior

completo (47,8%). Estes responderam um livreto composto por seis partes, sendo

apresentadas nesse estudo as questões biossociodemográficas e a PADS, medida composta

por 19 itens sobre situações recorrentes no trânsito. Seus itens são respondidos por meio de

escalas de Thurstone, envolvendo quatro níveis de agressividade. Inicialmente, a partir do

KMO e do Teste de Esfericidade de Bartlett, os resultados indicaram a pertinência da

realização de uma análise fatorial. Em seguida, por meio de uma análise de Componentes

Principais, observou-se a existência de um único fator, com valor próprio de 5,02,

explicando 26,41% da variância total; todos os itens apresentaram saturação acima de

|0,30| e consistência interna (alfa de Cronbach) satisfatória (0,80). Com base nos

resultados, é possível concluir que a PADS apresenta parâmetros psicométricos aceitáveis,

podendo se configurar como um instrumento útil para avaliação da agressividade no

trânsito. Entretanto, reconhece-se a necessidade de novos estudos que possam confirmar a

estrutura fatorial proposta e reforçar estes resultados.

Autor(es): Walberto S. Santos, Emanuela Maria Possidônio de Sousa, Eva Dias Cristino,

Thicianne Malheiros da Costa, Leonardo Carneiro Holanda

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085 - MEDINDO CIÚME ROMÂNTICO: UMA ANÁLISE DA ESCALA DE

RAMOS, YAZAWA E SALAZAR

O ciúme é um sentimento natural como o medo, a tristeza ou a alegria. Geralmente se

expressa quando o indivíduo envolvido em um relacionamento se sente ameaçado por uma

situação real ou ilusória, sendo esta última um indicativo de ciúme patológico, o que pode

comprometer o bem estar das pessoas. Portanto, avaliar tal construto se torna uma tarefa

importante no campo da Psicologia, favorecendo um melhor entendimento do ciúme e de

construtos correlatos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a estrutura fatorial da

Escala de Ciúme Romântico - ECR. Para tanto, contou-se com uma amostra, não

probabilística, de 281 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos (m = 24,1; dp = 7,09), a

maioria do sexo feminino (51,6%), heterossexual (86,7%) e católica (51,4%). Quanto ao

estado civil ou tipo de relacionamento, 14,3% se declararam casados ou com união estável,

40,7% em namoro firme e 45% solteiros. Os participantes responderam perguntas de

caráter bio-sócio-demográfico, o Questionário sobre Percepção de Infidelidade e a Escala

de Ciúme Romântico, esta última composta por 24 itens respondidos por meio de uma

escala de cinco pontos, variando de 1 = discordo totalmente a 5 = concordo totalmente. A

partir do KMO e do Teste de Esfericidade de Bartlett, verificou-se a pertinência da

realização da análise fatorial. Em seguida, fixando-se a extração de dois fatores, procedeu-

se a análise de Componentes Principais com rotação oblimin. Os resultados corroboraram a

presença de dois fatores que explicaram 32,27% da variância. O primeiro (Não-Ameaça)

reuniu quinze itens, com cargas fatoriais entre 0,27 a 0,71 (= 0,78); o segundo fator

(Ameaça) concentrou nove itens com saturações de 0,33 a 0,69 (= 0,72). Com base nos

resultados, conclui-se que a ECR se apresenta como um instrumento útil para avaliação do

ciúme, apresentando parâmetros psicométricos satisfatórios.

Autor(es): Walberto S. Santos, Emanuela Maria Possidônio de Sousa, Samara Silva

Silveira, Thicianne Malheiros da Costa, Damião Soares de Almeida Segundo

099 - PERFIL EMOCIONAL DOS PROFESSORES INSERIDOS EM AMBIENTES

ESCOLARES CONFLITIVOS: VIOLÊNCIA EM FOCO

A escola é considerada o ambiente estressor por excelência, colocando a docência entre as

profissões mais estressantes. No Brasil tal problemática esta cercada por diversos fatores

que contribuem para a insatisfação do professorado, dentre eles questões administrativas

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(baixos salários), dificuldades teórico-metodológicas e fatores ergonômicos e sociais,

como os diversos tipos de violência e os relacionamentos interpessoais conflituosos entre a

equipe profissional, pais e alunos. Ao ser submetido a más condições de trabalho o

professor passa a diminuir seu rendimento, repercutindo tanto no âmbito social, o processo

educacional por ele mediado, quanto no âmbito pessoal, sua qualidade de vida e saúde

mental, o que pode vir a ocasionar absenteísmos. O objetivo deste estudo é analisar o perfil

emocional de professores de escolas da rede pública que atendem bairros da cidade de João

Pessoa considerados de risco pela presença de comportamentos violentos. Foram

envolvidos na pesquisa 29 professores da rede pública de ensino municipal e estadual de

nível Fundamental e Médio. Sendo 51,72% mulheres, com média de idade de 41,44 anos

(DP= 11,82). Para alcançar o objetivo proposto foram utilizados três instrumentos de

medida: questionário sócio demográfico, Inventáriode Ansiedade Beck e Inventário de

Depressão Beck. Os resultados encontrados divergiram do que aponta a literatura

especializada, pois o grupo estudado demonstrou um nível de ansiedade leve, uma vez que

obteve uma pontuação média de 16,4. Bem como apontou níveis mínimos para a

depressão, pontuando uma média de 8,09.Conclui-se que tal divergência pode estar

relacionada ao tamanho da amostra e precisa ser comprovada esta tendência em trabalhos

futuros com amostras maiores. Destaca-se ainda que o grupo mostra-se homogêneo, uma

vez que não foram identificadas diferenças significativas entre sujeitos de sexo e idades

diferentes no que tange a ansiedade e a depressão. Projeto Probex financiado pela

Universidade Federal da Paraíba.

Autor(es): Karina Pollyne Nascimento Lima, Carmen Amorim Gaudêncio, Andréa

Coutinho Sarmento, Danielle Gomes Fernandes, Josemberg Moura de Andrade

100 - ALIENAÇÃO E CONTROLE DE PAIS E SUA RELAÇÃO SOBRE AS

CONDUTAS ANTISSOCIAS E DELITIVAS DOS FILHOS

As características e a qualidade do relacionamento entre pais e filhos são apontadas como

fatores associados à presença de transtornos emocionais na infância e adolescência.

Existem duas dimensões principais acerca das atitudes parentais no processo de

socialização da criança avaliadas por instrumentos padronizados. São elas, as atitudes

frente à disciplina e controle e atitudes relativas ao afeto, as quais refletem os construtos

apoio emocional versus hostilidade/coerção. Para alguns autores, a família como um

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agente socializador convencional, age, positiva ou negativamente, nos comportamentos

desviantes dos jovens. O presente estudo tem como objetivo identificar uma possível

relação entre o cuidado excessivo/negligência dos pais e a sua relevância sobre o

comportamento dos filhos. Participaram 330 alunos da rede pública de ensino fundamental

II e médio do Estado da Paraíba, com idades compreendidas entre 10 e 21 (M=13,

DP=2,08) sendo 65% do sexo feminino. Para tal, foram usados um questionário

sociodemográfico, o Parental Bonding Instrument (PBI) e o Questionário de Condutas

Antissociais e Delitivas (CAD). Com os dados, efetuou-se o cálculo de correlaçãorde

Pearson indicando uma correlação negativa e significativa entre os fatores Afeto e

Condutas Antissociais (r=-0,23; p<0,01) e Condutas Delitivas (r=-0,13; p<0,05). O fator

Controle obteve uma correlação positiva e significativa com as condutas antissociais

(r=0,13; p<0,05), porém, não foi significativo em relação às condutas delitivas. Contudo,

pôde-se concluir que, relações parentais afetuosas tendem a inibir a emissão de

comportamentos associais dos filhos. Entretanto, pais controladores contribuem para a

promoção de comportamentos antissociais.Portanto,os resultados indicam que jovens que

não estão envolvidos emocionalmente com a família, não serão capazes de internalizar

padrões convencionais, habilidades sociais maduras, nem desenvolver traços de

personalidade que sigam padrões de normas sociais vigentes. Projeto financiado por

Prolicen (Pesquisa, Ensino e Extensão) da UFPB.

Autor(es): Karina Pollyne Nascimento Lima, Carmen Amorim Gaudêncio, Jéssica

Queiroga de Oliveira, Rosane Vieira Carneiro, Josemberg Moura de Andrade

103 - O PERFIL DA VIOLÊNCIA EM ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS

PARAIBANAS

O comportamento violento tem se propagado nos mais diversos contextos da nossa

sociedade. O que é mais surpreendente é que a execução dos atos delitivos vem sendo

realizada por pessoas de faixas etárias cada vez menores. Tal fato tem chamado à atenção

das mais diversas perspectivas teóricas quanto à sua explicação. Um fator que pode estar

relacionado a esses comportamentos antissociais e delitivos é o índice de expressão da

raiva (IER), tendo em vista que tem um caráter motivador para a emissão desses

comportamentos, em função das tendências individuais a interpretar diferentes estímulos

como mais ou menos frustrantes ou provocadores. Neste sentido, o estudo buscou conhecer

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a relação entre a conduta antissocial e delitiva e o índice de expressão da raiva dos

estudantes da rede pública de ensino do Estado da Paraíba. Para isso, utilizou-se um

questionário sociodemográfico, o Questionário de Condutas Antissociais e Delitivas (CAD

- 20), bem como, o Inventário de Expressão da Raiva Traço e Estado (STAXI - 2).

Participaram do estudo 330 alunos de Ensino Fundamental II e Ensino Médio com idades

entre 10 e 21 anos (M = 13,0; DP = 2,08) e maioria do sexo feminino (65%). Para a análise

dos dados foi utilizado o software PASW, versão 18. Efetuou-se uma correlação r de

Pearson que revelou uma correlação positiva entre os fatores Antissocial (r = 0,34) e

Delitivo (r = 0,12) com o ÍER, sendo os dados significativos a um p < 0,01 e p < 0,05,

respectivamente. Nesse caso, o estudo apontou evidências de que os comportamentos

antissociais e delitivos se relacionam com o índice de expressão de raiva apresentados

pelos sujeitos. É de grande importância o desenvolvimento de pesquisas na área que

possam contribuam para a elaboração de uma política preventiva efetiva levando em

consideração o perfil dos nossos adolescentes. Projeto financiado por PROLICEN

(Pesquisa, Ensino e Extensão) da UFPB.

Autor(es): Talita Dantas Alves, Carmen Amorim Gaudêncio, Jéssica Queiroga de

Oliveira, Eronyce Rayka de Oliveira Carvalho, Josemberg Moura de Andrade

104 - INDICADORES DE AGRESSIVIDADE NO DESENHO DA FIGURA

HUMANA

O comportamento agressivo é definido como toda ação que causa ou implica danos ou

prejuízos a alguém, sendo considerado um construto multidimensional por vários

pesquisadores. Para a avaliação de comportamentos agressivos, pode-se utilizar inventários

e checklists, além de instrumentos projetivos como O Desenho da Figura Humana (DFH).

Assim, este estudo buscou o levantamento de indicadores de agressividade nos desenhos

de 79 crianças com idades entre 8 e 12 anos. Como medida de avaliação de

comportamentos agressivos foi utilizada a Escala de Comportamentos Agressivos (ECA),

do Questionário de Comportamentos Agressivos e Reativos entre Pares (Q-CARP),

respondida pela própria criança e o Child Behavior Checklist (CBCL 6/18), respondido

pelos pais. O teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven foi utilizado para controlar o

nível cognitivo dos participantes. Os desenhos foram pontuados com base em uma lista de

143 indicadores emocionais encontrados na literatura sobre o tema. O levantamento foi

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realizado pela primeira autora desse estudo, a qual tem experiência na avaliação de

desenhos. Presença de figuras bizarras ou grotescas, localização na esquerda da página,

braços junto ao tronco e pernas unidas foram alguns dos indicadores que permitiram

discriminar os grupos de crianças agressivas e não-agressivas, conforme a ECA.

Posteriormente, os indicadores que diferiram significativamente nos dois grupos foram

reunidos em um único fator, denominado “agressividade”. Testes t de Student foram

realizados para comparar as médias desse fator nos grupos clínico e não clínico, conforme

classificação do CBCL/6-18. Houve diferenças significativas nas seguintes escalas:

problemas sociais, comportamento delinquente, comportamento agressivo, problemas

externalizantes, escala total de problemas de comportamento. A realização deste estudo

possibilitou a confirmação do DFH como técnica para identificação de crianças com

problemas de comportamento agressivo. Além disso, os resultados alcançados

demonstraram que os itens que diferenciaram os desenhos das crianças mais agressivas

apresentaram maior frequencia no grupo clínico do CBCL/6-18.

Autor(es): Mariana Bauermann, Juliane Callegaro Borsa, Denise Ruschel Bandeira

105 - QUALIDADE DE VIDA DE PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS

PARAIBANAS

Frente a más condições de trabalho percebe-se uma queda no rendimento do professorado,

tais condições refletem na qualidade de vida e saúde mental dos mesmos, assim como no

processo educacional por ele mediado. Destaca-se que o atual contexto escolar é

fortemente marcado por problemáticas sociais tais como a violência escolar, o estresse, a

baixa qualidade de vida do professorado, entre outros. Nesse contexto a categoria dos

professores é a que mais requer mudanças, tendo em vista a intensificação do ritmo de

trabalho ao qual está submetida, o que repercute sobre os processos de saúde-doença destes

profissionais. Estudos realizados apontam que os professores em pleno exercício de suas

atividades se mostram mais estressados que os que se encontram aposentados, o que os faz

colocar que, apesar de apreciarem lecionar, não foram preparados para trabalhar em

situações de confronto, elevando seus níveis de estresse. O objetivo deste estudo é avaliar a

qualidade de vida dos professores das escolas públicas paraibanas. Participaram da

pesquisa 29 professores da rede pública de ensino municipal e estadual de nível

Fundamental e Médio, com média de idade de 41,44 anos (DP= 11,82), sendo 51,72%

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mulheres. Para alcançar o objetivo proposto foram utilizados dois instrumentos de medida:

questionário sócio demográfico e WHO Quality of Life-BREF (WHOQOL-BREF). Para

análise dos dados foram realizadas análises descritivas por meio do Pacote de dados

estatísticos PASW-18. Todos os resultados encontrados indicaram uma qualidade de vida

considerada regular, onde a Qualidade de Vida Total apresentou M = 3,65, o domínio

Físico M= 3,81, o domínio Psíquico M = 3,75, Relações Sociais M = 3,66 e o domínio

Meio-ambiente M = 3,36. Deste modo, conclui-se que os professores participantes

necessitam melhorar sua qualidade de vida, visto que atingiram um nível regular tanto na

Qualidade de Vida Total, quanto nos quatro domínios que a compõem. Projeto financiado

por PROBEX (Extensão) da UFPB.

Autor(es): Talita Dantas Alves, Carmen Amorim Gaudêncio, Andréa Coutinho Sarmento,

Iranda Rúbia de Sousa Lopes, Josemberg Moura de Andrade

116 - AVALIAÇÃO DA TEORIA DA MENTE EM PAIS DE CRIANÇAS COM

AUTISMO

Teoria da Mente (ToM) é definida como a habilidade de fazer inferências sobre os próprios

estados mentais e dos outros. Conforme a literatura, pessoas com autismo apresentam

déficit significativo nesta habilidade. Existem também evidências de que familiares de

indivíduos com autismo apresentam traços relacionados ao transtorno. Objetivo O objetivo

deste estudo foi avaliar a Teoria da Mente em pais de crianças com Autismo Clássico.

Método Foram investigados três grupos de: pais de crianças com autismo, pais de crianças

com desenvolvimento típico e pais de crianças com síndrome de down. No total foram

avaliados 50 mães, com idade entre 27 e 46 anos (Média=35,60; DP= 5,62 anos) e 40 pais,

entre 28 e 45 anos (Média= 35,79; DP= 5,61anos). Foram utilizados três instrumentos de

avaliação de ToM: Tarefa Sally-Anne (uma tarefa de Crença Falsa); Teste dos Olhos (36

fotos da região dos olhos de expressões faciais); e Teste de Resultados Inesperados (12

histórias onde existem aparentes incongruências de emoção). O projeto teve a aprovação

do comitê de ética em pesquisa. A coleta foi individual, realizada no Hospital Infantil João

Paulo II. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados Foram feitas análises de variância ANOVA para amostras independentes. Os

resultados apontaram para a ausência de diferenças significativas entre as mães dos grupos

avaliados, no Teste dos Olhos (f= 1,015, p<0,05) e para uma diferença significativa no

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Teste dos Resultados Inesperados (f=6,771, p<0,05). Os resultados não apontaram

diferenças significativas entre os pais e mães na tarefa Sally-Anne. Conclusão Os

resultados desse estudo corroboram com a necessidade de divisão do construto ToM em

duas habilidades: decodificação e dedução. Nesse sentido é necessário que haja mais

estudos que investiguem as duas dimensões da ToM.

Autor(es): Késia Cristina do Nascimento Santiago, Aline Abreu e Andrade, Priscilla

Moreira Ohno, Maycoln Leôni Martins Teodoro

117 - AVALIAÇÃO DA MATURIDADE PARA ESCOLHA PROFISSIONAL PRÉ E

PÓS PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

O trabalho perpassa a vida do indivíduo desde a juventude e vai até a velhice, sendo

avaliado de formas diferentes nas diversas fases do desenvolvimento humano. Nesse

sentido, muitos teóricos têm como objeto de estudo e de análise a escolha de uma

profissão. Na adolescência, ao mesmo tempo em que o jovem está passando por um

momento de transformação física e psicológica, também se vê tendo que definir o seu

futuro profissional. Pesquisas mostram que somente cerca de 5% dos jovens que começam

um curso superior têm certeza sobre sua escolha. Diante disso, Neiva (1998, 1999)

elaborou um modelo teórico da maturidade para a escolha profissional e construiu um

instrumento para mensurar o nível de tal maturidade. Ele é composto por cinco subescalas,

são elas: Determinação, Responsabilidade, Independência, Autoconhecimento e

Conhecimento da realidade educativa e socioprofissional. Sendo assim, foi desenvolvida

uma pesquisa com o intuito de avaliar o nível de maturidade antes e após um processo de

Orientação Profissional (OP). A amostra da presente pesquisa foi composta por 11

estudantes de escola pública de João Pessoa que participaram de um programa de OP. Na

pesquisa, foi utilizada a Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP) para

comparar o nível de maturidade para escolha de uma profissão antes e depois o processo de

OP. Os resultados mostraram que a média da maturidade total obteve um leve aumento,

continuando, assim, com a mesma classificação (Média). Antes da OP a média foi de 42,73

(DP = 27,51), depois do processo de OP ela passou para 45,91 (DP = 29,82). Pode-se

observar que o processo de OP foi válido e continua sendo profícuo para que o jovem

possa fazer uma escolha mais assertiva e esclarecida. No entanto, para isso, tal processo

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precisa ser levado com maior comprometimento pelos estudantes que participarem do

mesmo.

Autor(es): Cleonides da Silva Sousa Dias, Josemberg Moura de Andrade, Marina Gabriela

Neves do Nascimento Silva, Juliana Maria Vieira Tenório, Carmem Amorim Gaudêncio

118 - A RELAÇÃO ENTRE AS LEMBRANÇAS PARENTAIS E A MATURIDADE

PARA A ESCOLHA PROFISSIONAL

Quando se fala em lembranças dos pais, é importante relevar os estilos parentais, supondo

que a forma como as pessoas são cuidadas reflete no seu comportamento tanto na infância

quanto nos anos subsequentes, podendo influenciar vários aspectos da vida do sujeito e

inclusive suas escolhas. Estudos afirmam que estes cuidados, a exacerbação deles ou sua

ausência podem dar origem a certos problemas e, inclusive, psicopatologias na fase adulta,

como a depressão, estresse ou tendência a doenças crônicas, além de uso de drogas

(cigarro, bebidas). Já que essas disfunções interferem em todos esses aspectos, o objetivo

do presente estudo foi investigar se existe alguma relação entre as lembranças que as

pessoas têm dos cuidados recebidos por seus pais e a maturidade para escolher uma

profissão. Para realização da pesquisa, foram aplicadas a Escala de Maturidade para a

Escolha Profissional (EMEP) e a Escala de Lembranças Parentais (RRP-10). Participaram

do estudo 144 estudantes de escolas públicas, destes 56 eram do sexo masculino e 88 do

sexo feminino, com renda variando entre 1 e 4 salários mínimos. A idade dos participantes

variava de 14 a 20 anos e estes cursavam Ensino Médio. A análise dos dados foi realizada

através do software SPSS 18. Realizou-se uma correlação r de Pearson entre os fatores das

escalas supracitadas com o intuito de identificar possíveis relações entre os dois construtos

em questão. Feitas as análises, não foram encontradas correlações significativas entre os

fatores da EMEP e da RRP-10. Tais resultados apontam para pouca influência das

lembranças parentais na maturidade para a escolha profissional, compreendendo que a

primeira, como demonstram estudos anteriores, tem maior relação com a saúde mental ou

física dos sujeitos. Entretanto, cabe a realização de novas pesquisas relacionadas a tais

construtos e a utilização de amostras mais heterogêneas, utilizando-se, também, alunos de

escolas particulares.

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98

Autor(es): Marina Gabriela Neves do Nascimento Silva, Josemberg Moura de Andrade,

Luize Anny Cardoso Guimarães, Luciano Neves Ferreira da Rocha, Carmen Amorim

Gaudêncio

120 - LEVANTAMENTO DAS VIVÊNCIAS ACADÊMICAS EM ESTUDANTES

UNIVERSITÁRIOS DA UFPB

A inserção de jovens no Ensino Superior tem sido acompanhada também pela entrada de

jovens indecisos, sem alternativas de formação ou de uma carreira profissional. Ao

ingressar na Universidade, surge uma série de obstáculos pessoais, familiares,

institucionais como, por exemplo, a separação da família e dos amigos. Nesse contexto,

este estudo objetivou avaliar as vivências acadêmicas de estudantes da Universidade

Federal da Paraíba. A amostra contou com 517 sujeitos, a maioria do sexo feminino (66%),

com média de idade de 20 anos (DP = 4,44). Os sujeitos responderam ao Questionário de

Vivências Acadêmicas (QVA-r) que avalia cinco fatores, são eles: Pessoal, Interpessoal,

Carreira, Estudo/Curso e Institucional. Os cursos com maiores representatividade de

respondentes foram Psicologia (26,8%), Direito (10,6%), Administração (9,8%), Nutrição

(8,1%) e Ciências Contábeis (6%). Foi realizada uma análise para encontrar a mediana das

somatórias dos fatores, através do software PASW, versão 18, para assim poder dividir os

grupos entre superior e inferior. Os resultados indicam que, nos cursos avaliados, a maioria

dos fatores está vivenciada de forma medianamente satisfatória. Destaca-se que na divisão

dos grupos, nos cursos de Psicologia (70%), Nutrição (71,4%) e Ciências Contábeis

(66,7%) a maioria dos sujeitos está localizada no grupo inferior no fator Carreira. Nos

cursos de Direito (47,3%) e Administração (47,1%) acontece o contrário, onde a maioria

dos sujeitos está no grupo superior neste mesmo fator. Outro fator que merece atenção é o

Interpessoal, pois todos os resultados apontaram para boas vivências. Nos outros fatores:

Pessoal, Estudo/Curso e Institucional, todas as pontuações tiveram sua maioria no grupo

superior. Através das análises pode-se concluir que o fator Carreira teve uma baixa

pontuação especialmente nos cursos de Psicologia e Nutrição, o que reflete insatisfação

com as possibilidades do mercado de trabalho. Sugere-se que o estudo seja replicado em

outras instituições superiores de ensino.

Autor(es): Dandara Barbosa Palhano, Josemberg Moura de Andrade, Carmem Amorim

Gaudêncio, Arethusa Eire Moreira de Farias, Valéria Amanda Jerônimo Pereira

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121 - VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE VIVÊNCIAS ACADÊMICAS PARA

O CONTEXTO BRASILEIRO

A chegada ao Ensino Superior proporciona mudanças na vida do estudante. São novos

desafios e responsabilidades que exigem do estudante maturidade psicológica e

autodisciplina nessa nova etapa. Para tanto, considera-se fundamental a avaliação dos

fatores que influenciam tanto no sucesso quanto na evasão escolar através de instrumentos

válidos e adequados ao contexto brasileiro. Considera-se que a adaptação à vida

universitária está relacionada a 5 fatores: o fator pessoal, associado às percepções de bem-

estar; o fator interpessoal, voltado às questões de relacionamento com colegas; o fator

carreira, que trata da profissão e dos projetos vocacionais; o fator estudo/curso, relacionado

às competências de estudo; o fator institucional relacionado à instituição que abriga o

aluno. Este estudo objetivou validar o Questionário de Vivências Acadêmicas - Revisado

(QVA-r) para o contexto brasileiro. Primeiramente, após a tradução dos itens, houve a

análise semântica com uma amostra do estrato mais baixo da população alvo. Em seguida,

o questionário foi aplicado a uma amostra de 517 estudantes universitários de ambos os

sexos, sendo a maioria (66%) do sexo feminino, com idade média de 20 anos (DP = 4,44) e

renda entre 5 e 10 salários mínimos (29,1%). O questionário utilizado em sua versão

reduzida é composto por 60 itens, que são divididos entre cinco fatores já descritos

anteriormente. Foi realizada a análise dos componentes principais com rotação varimax, na

qual através do Scree Plot, foi observado cinco fatores explicando 41,2% da variância total.

Dois itens com cargas fatoriais inferiores a 0,30 foram abandonados. O Alpha de Cronbach

por fator foi considerado de moderado (Institucional = 0,63) a excelente (Carreira =

0,90).A análise fatorial demonstrou que o questionário avaliado está adequado para ser

utilizado no contexto brasileiro. Sugere-se sua aplicação em estudantes de outras

universidades a fim de obter evidências de validade a partir de outras amostras.

Autor(es): Dandara Barbosa Palhano, Josemberg Moura de Andrade, Carmen Amorim

Gaudêncio, Leandro Silva Almeida, Rebecca Cândido do Nascimento, Cinthya Rebecca

Santos Melo

123 - ESCALA DE TDAH: UM ESTUDO DE VALIDADE DE CRITÉRIO

CONCORRENTE

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O instrumento tem como finalidade auxiliar no processo diagnóstico do transtorno, com a

possibilidade de distinguir os subtipos do TDAH, por meio da identificação da função

alterada e do grau de prejuízo existente (leve, moderado, grave). A escala conta com 69

itens organizados em cinco fatores, sendo eles: Desatenção, Impulsividade, Aspectos

Emocionais, Autorregulação da atenção, da motivação e da ação e Hiperatividade. Estes

fatores se relacionam com vários subdomínios de funções executivas, conforme aponta a

teoria atual do TDAH. As evidências de validação concorrente são obtidas quando se têm

disponíveis os escores do teste que se pretende avaliar e um critério externo relacionado ao

construto avaliado por ele, que pode ser um diagnóstico do status atual da pessoa. Portanto

o objetivo deste estudo foi buscar evidências de validade concorrente ao comparar os

resultados da escala entre pessoas com e sem TDAH. Participaram da pesquisa 96 pessoas,

de ambos os sexos, sendo 48 (50%) delas com diagnóstico de TDAH e 48 (50%)

participantes de uma amostra normativa. Buscou-se equiparar a escolaridade, que variou

entre ensino fundamental e superior, em ambos os grupos a fim de controlar possíveis

interferências desta variável. Para verificar se existiam diferenças estatisticamente

significantes entre o grupo controle e o grupo clínico, foram obtidos as médias e desvios-

padrão da pontuação de cada um dos fatores e realizada a comparação entre os dois grupos

através do Teste t de Student. Os resultados apontaram que em todas as subescalas as

diferenças entre as pontuações dos grupos foram estatisticamente significantes a 0,01. Este

resultado indica que a escala de TDAH discriminou adequadamente o grupo com e sem

TDAH, uma vez que a pontuação do grupo clínico é bastante superior a do grupo controle.

Esse resultado corresponde a uma evidência de validade para a escala.

Autor(es): Tábata Cardoso, Edyleine Bellini Peroni Benczik, Cristiano Esteves, Fábio

Camilo da Silva

126 - ANÁLISE DE JUÍZES PARA O INVENTÁRIO DE AVALIAÇÃO DO

BULLYING ESCOLAR

Entre as décadas de 1970 e 1980 o Bullying já era um fenômeno discutido nos países

escandinavos por professores, padres e pelos meios de comunicação. No entanto, é um

tema de pesquisa relativamente recente no Brasil. Considerando a relevância desse assunto

e suas consequências para a sociedade como um todo, foi criado o Inventário de Avaliação

do Bullying Escolar, cujo objetivo inicial seria identificar a ocorrência de tal fenômeno,

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seja no papel de vítima passiva, provocativa, observador, autor ou pela presença de

sintomas decorrentes. A primeira versão do inventário, composta por 100 questões, foi

submetida à análise de três juízes, todos psicólogos e com conhecimento na área de

testagem psicológica. Cada juiz recebeu uma descrição das cinco características que se

pressupunha ser avaliadas pela escala e a instrução de realizar uma análise do conteúdo das

frases, atribuindo a elas um número correspondente ao construto avaliado. Todas as

correlações entre os juízes foram significativas a 0,01 e variaram entre 0,871 e 0,962. Foi

obtido um grau de concordância de 100% para 73 das 100 frases iniciais, sendo

descartadas as 27 restantes. Dentre essas frases mantidas no inventário, 33 eram

relacionadas às vítimas, sendo 27 às vítimas passivas e seis às provocativas; 27 frases se

referiam aos autores e 10 aos sintomas. Percebe-se, dessa maneira, um equilíbrio no que

tange ao número de questões envolvendo o papel do avaliado dentro do contexto do

Bullying, seja enquanto vítima ou autor. Pela baixa frequência foram eliminadas três

questões inerentes aos observadores. Na versão final, entretanto, optou-se por manter

apenas as questões relativas às vítimas passivas e autores, resultando numa escala com 54

questões. Pretende-se, a seguir, realizar os estudos pilotos e análises psicométricas

(validade, precisão e normatização) com essa versão da escala.

Autor(es): Fabio Camilo da Silva, Tabata Cardoso

129 - ADAPTAÇÃO DA ESCALA DE SENSIBILIDADE AO NOJO AO

CONTEXTO BRASILEIRO

O nojo é uma das emoções básicas e a única associada ao comportamento fisiológico de

náusea. Evoluindo a partir da necessidade de proteção contra contaminação por estímulos

orais, atualmente o nojo é considerado uma emoção multidimensional, que nos lembra de

nossa origem animal, mantém limites interpessoais e influencia nosso senso de moralidade.

Tem como eliciadores o contato físico com estranhos ou pessoas e objetos indesejáveis,

questões morais acerca do corpo e seus fluidos, contato com a morte, animais e questões de

higiene. Para medir este construto, a Escala de Sensibilidade ao Nojo foi desenvolvida,

tendo sido reelaborada recentemente, de forma a agrupar três dimensões: nojo corporal

(núcleo central), nojo da morte e nojo da contaminação. Com base nesta reelaboração e em

estudos anteriores, esta pesquisa objetivou adaptar a ESN ao contexto brasileiro mediante a

realização de dois estudos. O Estudo 1 contou com uma amostra de 282 pessoas, com

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média de idade de 25,3 (DP = 8,76) sendo, em sua maioria, mulheres (74%), solteiras

(78%) e católicas (33%). Foi realizada uma análise dos componentes principais com

rotação Varimax, solicitando a solução com três fatores, que explicou 37,7% da variância

dos dados. Os índices de consistência interna variaram de 0,54 (contaminação) a 0,79

(corporal). O Estudo 2 buscou confirmar a adequação dessa estrutura, comparando-a com

modelos alternativos. Este contou com a participação de 162 pessoas, com média de idade

de 28,3 (DP = 11,74), sendo a maioria do sexo feminino (71%), solteira (71%) e católica

(40%). Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias, testando modelos com um, dois

e três fatores. Os indicadores da qualidade de ajuste utilizados (χ2/gl, GFI, CFI, RMSEA)

sugerem a adequação do modelo bifatorial, apresentando índices de consistência interna

acima de 0,70. Os parâmetros encontrados são considerados satisfatórios, sendo, portanto,

a ESN considerada válida para utilização no contexto brasileiro.

Autor(es): Valeschka Martins Guerra, Carolina Piazzarollo Loureiro, Camila Nogueira

Bonfim-Duarte

131 - AVALIAÇÃO DO RACIOCÍNIO MATRICIAL E VELOCIDADE DE

PROCESSAMENTO POR MEIO DO TESTE DE INTELIGÊNCIA NÃO VERBAL

BETA-III

Para a adaptação brasileira do Teste de Inteligência não verbal Beta III, foram realizados

estudos com os subtestes Raciocínio Matricial e Códigos. A presente comunicação propõe

apresentar tais estudos, bem como informar brevemente os aspectos históricos do

instrumento, normas para a população brasileira e para o trânsito e evidências de validade

com grupos clínicos. Participaram dos estudos 1.044 pessoas, sendo 51% homens (51%),

com idades que variaram entre 14 e 83 anos (M=29,22; DP=11,6 anos), provenientes de

todas as regiões do país. A amostra coletada no contexto do trânsito foi composta por

1.042 participantes (M=15; DP=5,1). No que se refere a normatização da amostra geral, foi

observada diferença significativa entre os desempenhos de homens e mulheres no subteste

Raciocínio Matricial, com média maior para o grupo feminino. Pode-se verificar que o

desempenho no subteste Raciocínio Matricial está significativamente associado à idade,

com uma tendência para pontuações menores à medida que as idades aumentam. Com

relação à escolaridade, observou-se que conforme aumenta a escolaridade, melhora o

desempenho no subteste Raciocínio Matricial. No que se refere a região, verificou-se que

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os participantes da região Sudeste diferenciaram-se significativamente dos demais, com

maior média. Enquanto que para o subteste Códigos, participaram da pesquisa brasileira

1.034 pessoas (M=63,8; DP=22,4). Com relação ao gênero, observou-se que mulheres

novamente tiveram médias significativamente maiores neste subteste. No que se refere ao

agrupamento das idades, observou-se que os participantes com 37 anos ou mais obtiveram

pontuações significativamente menores. Assim, a partir desses dados, é possível sugerir

que há um decréscimo acentuado na velocidade no processamento de informações a partir

dessa idade, embora se deva considerar que a amplitude de idades dessa faixa etária é

bastante grande, ficando entre 37 e 83 anos, fato que contribuiu para essa queda no

rendimento.

Autor(es): Gisele Aparecida da Silva Alves, Ivan Sant´Anna Rabelo, Irene A. de Sá Leme,

Leila Oliveira Brito

132 - DESENHO DA PESSOA NA CHUVA NA AVALIAÇÃO PARA A ALTA

HOSPITALAR

Quando no curso do tratamento psiquiátrico há a necessidade de internação hospitalar, o

estresse e o processo de internação podem ocasionar reações que agravam o quadro inicial.

É também um momento importante para a investigação dos estressores desencadeantes dos

sintomas, para que recaídas possam ser evitadas ou atenuadas. Considerando as

dificuldades em se realizar um psicodiagnóstico completo em internações de curta duração,

algumas técnicas podem ser utilizadas para melhor compreensão e planejamento de alta do

paciente. Pensando numa intervenção rápida a ser realizada com uma paciente que num

tempo muito curto de internação teve uma melhora considerável de seu quadro, foi

realizada uma entrevista psicológica utilizando o Desenho da Pessoa na Chuva. A

interpretação desta técnica baseia-se nos princípios da Figura Humana de Machover em

relação aos elementos expressivos e ao conteúdo. Neste sentido, a paciente fez o desenho

no centro da folha, de tamanho médio, com traços e pressão indicando ansiedade. A chuva

simboliza uma situação de tensão ou de hostilidade do meio contra o qual o indivíduo

precisa se proteger, enquanto o guarda-chuva simboliza os recursos defensivos por ele

utilizados. Pensando na chuva como uma representação da crise/internação, a paciente

utilizou defesas de base repressiva como repressão e racionalização, sendo a formação

reativa a mais constante. Os elementos mais primitivos de sua personalidade evidenciados

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na produção foram a ausência da mão que segura o guarda-chuva e a ineficiência deste na

proteção da chuva. Foi realizada uma sessão devolutiva enfatizando a utilização pouco

eficaz de seus recursos e como a psicoterapia poderia auxiliar na prevenção de recaídas.

Dessa forma, verifica-se que o Desenho da Pessoa na Chuva foi útil para avaliar a

dimensão do conflito sentido pela paciente frente a seu atual momento, mostrando bons

recursos defensivos, bem como a fragilidade de seu ego frente a situações estressantes.

Autor(es): Iara de Moura Engracia Giraldi

134 - ADAPTAÇÃO DE UMA MEDIDA DE ESTRESSORES PERCEBIDOS NO

TRABALHO DOCENTE

Pela perspectiva transacional do stress docente, Kyriacou e Sutcliffe propuseram uma

medida de estressores - Lista de Estressores do Contexto Escolar (LECE). Este estudo

adaptou a LECE para o contexto capixaba e analisou suas características psicométricas.

Procedeu-se tradução por especialistas em Psicologia e em Inglês; análise de especialista

na temática para preservação da semântica e do escopo teórico; retrotradução; revisão por

dois especialistas em pesquisa; análise da compreensão por 10 professores; e entrevista

sobre estressores escolares, com 17 professores. Os estressores citados foram representados

pelos itens do instrumento. A análise empírica foi feita com dados de 110 professores do

Ensino Infantil e Fundamental de Vitória-ES e do interior do Estado, a maioria do sexo

feminino (89%), idade entre 19-59 anos (m 34,17; DP 8,7) e tempo de serviço entre 0,5-3

anos (m 10,0; DP 7,9). Responderam um questionário de caracterização e a LECE – com

20 itens.O teste de KMO (= 0,78) demonstrou possibilidade de análise fatorial, com teste

de esfericidade de Barttlet (χ2 610,5) e p= 0,000. Pela análise de componentes principais,

rotação oblimin e supressão de coeficientes menores que │0,4│, foram identificados

quatro fatores, em 58,1% da variância explicada, confirmando o modelo: Recursos para o

desenvolvimento do trabalho, com 4 itens, apresentou cargas fatoriais entre 0,41 e 0,80 e

índice de consistência interna igual a 0,82; Impacto de atividades extras para o

desenvolvimento do trabalho, com 6 itens e cargas fatoriais entre 0,32 e 0,77 e 0,77;

Relações com a comunidade ou instituição, 5 itens, cargas fatoriais entre 0,41 e 0,82 e

0,75; e Envolvimento dos alunos, 4 itens, cargas fatoriais entre 0,41 e 0,83 e 0,70. A

consistência total apresentou nível aceitável (0,88). O instrumento demonstrou indícios

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preliminares de validade e consistência interna. Há necessidade de estudos com amostras

mais amplas para a generalização do modelo.

Autor(es): Kelly Ambrosio Silveira, Sônia Regina Fiorim Enumo, Renata Nascimento

Pozzatto

135 - ANÁLISE FATORIAL E CONSISTÊNCIA DE UMA MEDIDA DE STRESS

EM PROFESSORES

Adotando uma perspectiva transacional sobre a relação entre stress e coping em docentes,

Kyriacou e Sutcliffe propuseram a Lista de Indicadores de Stress em Docentes (LISDO), já

utilizada em diversas pesquisas internacionais. Este estudo adaptou a LISDO para o

contexto capixaba, cumprindo as etapas formais de tradução, e analisou suas características

psicométricas. Participaram 110 professores do Ensino Infantil e Fundamental de Vitória-

ES e do interior do Estado, com maioria feminina (89%), idade entre 19-59 anos (m 34,17;

DP 8,7). Responderam um questionário de caracterização; a LISDO composta por 10 itens

pontuados de 1= nunca sinto a 5= sinto praticamente todos os dias; o Inventário de

Sintomas de Stress de Lipp (ISSL); uma escala de Satisfação no Trabalho e outra de

Autoeficácia. Pela análise de componentes principais, confirmou-se a estrutura unifatorial,

com KMO 0,90, teste de Bartett (χ2 491,9), p= 0,000 e coeficientes entre 0,55 e 0,84,

responsáveis por 52,7% da variância explicada. A consistência interna (0,89) foi aceitável.

As pontuações referentes aos níveis de stress seguiram as pesquisas internacionais e

mostraram consonância com os resultados do ISSL. Houve diferença significativa entre os

escores da LISDO considerando as condições com e sem stress obtidas por esse

instrumento e pelo ISSL (p= 0,00 e p= 0,04, respectivamente), pelo teste de Mann-

Whitney. Houve correlação positiva entre os itens e o escore total, correlação negativa

entre o escore total e os níveis de satisfação com o trabalho e autoeficácia, maiores escores

totais em professores do Ensino Fundamental, em comparação ao Infantil pelo teste de T

(p= 0,02), confirmando dados da literatura. O estudo apresentou características

psicométricas razoáveis, mas são necessários estudos com populações mais amplas.

Autor(es): Kelly Ambrosio Silveira, Sônia Regina Fiorim Enumo, Renata Nascimento

Pozzatto

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139 - DESCRIÇÃO DE CARACTERÍSTICAS ATENÇÃO E INTELIGÊNCIA DE

POLICIAIS EM FOMAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA

O cotidiano de violência configura-se como o principal contexto de desenvolvimento das

atividades de trabalho do policial militar. Pressupõe-se que diante destas condições as

características individuais de policiais influenciassem a atuação profissional. Este trabalho

tem como objetivo descrever as características de policiais militares em formação no

interior da Bahia. Para tanto foram avaliados 150 praças em formação no ano de

2011/2012 com o levantamento de características sociodemográficas, atenção (Teste de

atenção dividida e sustentada) e inteligência (Teste de inteligência – TI). Os dados

apontaram que 10% do contingente formado na Bahia é de mulheres. 58% da amostra

apresentam ensino médio completo, 23,3% possuem ensino superior completo e 18,7% têm

nível universitário. A idade do grupo variou entre 20 e 36 anos, com média de 26 anos.

Com relação as características de Atenção Sustentada (AS), no item concentração, 85,4%

dos policiais apresenta nível superior, 3,3% dos formandos possuem nível inferior; no item

velocidade de AS foram constatadas classificações: 89% superior, 4,1%médio superior,

0,8% médio, 4,1% médio inferior e 1,6% inferior. Quanto a Atenção Dividida (AD),

quando comparada à AS pode-se observar desempenhos inferiores no grupo (p=0,001). No

item concentração de AD, 55,3% do grupo apresentou classificação superior, 13% médio

superior, 12,2% médio, 13,8% médio inferior e 5,7% inferior. No item velocidade de AD,

o desempenho caiu ainda mais sendo que 22% dos policiais apresentaram classificação

médio inferior, 6,5% inferior, 8,9% médio, 9,8% médio superior e 52,8% superior. Com

relação a inteligência não verbal podemos observar que a maioria do grupo (39,3%)

apresenta desempenho com classificação médio superior, 34% com desempenho superior,

8,7% médio, 13,3% médio inferior e 4,7% inferior. Este estudo preliminar aponta para

necessidade de encaminhamento para avaliação mais cuidadosa para os policiais com

desempenho inferiores uma vez que estas habilidades apresentam relação direta com as

atividades de segurança pública.

Autor(es): Máyra Ribeiro, Jamilia Brito Gomes, Camila Ferreira Spinelli, Larysse Santos

Oliveira

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140 - AVALIAÇÃO DE ESTRESSE E ANSIEDADE EM POLICIAIS EM

FORMAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA

A avaliação psicológica vem configurando-se como uma prática na seleção de policiais

militares em todo contexto nacional. O Estado da Bahia, na tentativa de aprimorar a

formação de praças, tem implementado a avaliação psicológica também neste contexto de

treinamento e formação. Este trabalho tem como objetivo descrever preliminarmente

características de estresse, ansiedade e inteligência de policiais em formação no interior

baiano. Para tanto, foram avaliados todos os 150 policiais formandos em 2012 do Batalhão

responsável pelo treinamento de policiais por meio da aplicação dos instrumentos:

Inventário de sintomas de estresse para adultos – ISSL, Escala de Ansiedade Beck. Quando

observados os dados do ISSL verifica-se que 82% dos praças em formação não apresentam

qualquer sintoma de estresse. Dentre os 18% (27 policiais) que apresentam estresse 1 está

na fase de alerta, 25 apresentam-se na fase de resistência e 1 na fase de quase-exaustão.

Dentre os policiais que apresentam estresse observa-se uma predominância de 65,4% de

estresse psicológico e 34,6% de estresse físico. No que diz respeito à Escala Beck, os

dados apontam que 90,7% da população de policiais avaliados apresentam nível mínimo de

ansiedade segundo a classificação da escala, bem como, 7,3% indicam nível leve, 0,7%

nível moderado e 1,3% apresentam nível grave de ansiedade. Na análise de relação entre

estresse e ansiedade destes policiais não foi encontrada significância. Estes dados

preliminares permitem o encaminhamento de policiais com indicativo de risco para

avaliação mais cuidadosa e acompanhamento psicológico, além de possibilitar estudos

comparativos com policiais na ativa já que a literatura tem apontado para níveis maiores

tanto de estresse quanto de ansiedade em policiais com mais tempo de trabalho.

Autor(es): Máyra Ribeiro, Ivaneide Rosa de Jesus, Gracianny Bittencourt Machado,

Thamires Souza Lima, Jamília Brito Gomes

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141 - COMPARAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE ATENÇÃO DE SOLDADOS

EM FORMAÇÃO E SARGENTOS VETERANOS DA POLÍCIA MILITAR

BAIANA

Estudos têm apontado que as condições de trabalho do policial militar envolvem alto nível

de risco e exposição à situações de perigo. Essas condições têm sido relacionadas a

alterações de características individuais como estresse. Este estudo tem como objetivo

avaliar características de atenção e relacionar ao tempo de trabalho e patente. Foram

avaliados 139 policiais, sendo 129 soldados em formação (ainda não inserido no efetivo

policial) e 16 sargentos com média de 25 anos de atividade policial por meio do Teste de

atenção Dividida (AD) e Sustentada (AS). Pode-se observar que soldados apresentam

melhor desempenho nos quatro escores avaliados (AD concentração=61,1, AD

velocidade=134, AS concentração=49,4, AS velocidade=130,7) quando comparados aos

sargentos (AD concentração=30,8; AD velocidade=80,5; AS concentração=13,3; AS

velocidade=58,0) com diferenças significativas (p=0,01). O nível de atenção pode tanto ser

associado à patente quanto ao tempo de trabalho, contudo a análise da patente indica uma

discussão a acerca das práticas de trabalho já que os soldados avaliados ainda não foram

inseridos no efetivo policial. Estes estudos podem apontar para relação entre exposição à

situações de risco e alterações de características individuais como atenção, mas para tal

conclusão são necessários estudos longitudinais experimentais.

Autor(es): Jamília Brito Gomes, Máyra Ribeiro, Ivaneide Rosa de Jesus, Jefferson Silva

Paiva

142 - O PSICODIAGNÓSTICO INFANTIL, COM ENFOQUE INTERVENTIVO,

SEGUNDO A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA: CONSIDERAÇÕES A

PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO

O psicodiagnóstico interventivo inclui a possibilidade de intervenção terapêutica, além da

vertente de avaliação das características psicológicas do cliente. Possibilita a compreensão

dos sentimentos e emoções, intervindo nos aspectos socioemocionais ou cognitivos do

cliente. Segundo a Abordagem Centrada na Pessoa atua de forma compreensiva, não se

restringindo a aplicação de métodos e técnicas de avaliação, por meio de uma atitude

empática e de aceitação incondicional. Apresenta-se o estudo de caso de uma criança de 08

anos de idade, do sexo feminino, cursando o quarto ano do ensino fundamental, atendida

Page 109: PROCESSOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COM E … · PROCESSOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COM ENFOQUE NA PERSONALIDADE PROGRAMA E RESUMOS 17 a 20 de outubro de 2012 PUC Minas Belo

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na clínica escola de psicologia da Faculdade Pitágoras em 2011. A criança foi

encaminhada pelo neurologista. No psicodiagnóstico foram utilizadas as seguintes

técnicas: entrevista inicial com os pais e com a criança, anamnese, entrevista lúdica,

contato com o neurologista, visita a escola, observações e os testes: Escala de Inteligência

Wechsler para Crianças Terceira Edição, Matrizes Progressivas Coloridas de Raven,

Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade/ Versão para professores,

Escala de Traços de Personalidade para Crianças e Escala de Autoconceito Infanto-juvenil.

Os pais relataram dificuldades da filha na realização de atividades escolares e também

baixa autoestima. Na avaliação das funções cognitivas apresentou alto desempenho em

relação aos conhecimentos adquiridos por influências culturais e educacionais, alta

capacidade de aprender sem a dependência de conteúdos previamente adquiridos e

adequado nível de atenção e rapidez de processamento de informações. Entretanto, em

relação aos aspectos emocionais mostrou-se ansiosa, preocupada e nervosa. Na escola não

gosta de liderar os trabalhos escolares e acredita que suas atitudes possam ser rejeitadas

pelos colegas. Segundo os professores apresenta desatenção, problemas de aprendizagem e

dificuldades de relacionamento com os colegas. Na família mostrou-se desconte, e

descompromissada com as tarefas. Na entrevista de devolução os pais destacaram que a

filha melhorou o rendimento escolar e o relacionamento na escola e na família. A criança

foi encaminhada à psicoterapia.

Autor(es): Tatiane Dias Bacelar, Jaciléia Renata Alves Pereira Rocha, Angélica Ribeiro

Lopes