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Aula 05 Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3ª Região (Analista Judiciário e Oficial de Justiça) Professor: Gabriel Borges

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    Curso: Direito Processual Civil p/ TRF 3 Regio (Analista Judicirio e Oficial deJustia)Professor: Gabriel Borges

  • Direito Processual Civil TRF 3 Regio Teoria e Exerccios comentados

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    DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 3 Regio - ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA E OFICIAL DE JUSTIA

    AULA 08: Provas. Audincia.

    SUMRIO PGINA

    1. Captulo VII: Das Provas 02

    2. Captulo VIII: Da Audincia 33

    3. Resumo 41

    4. Questes comentadas 45

    4. Lista das questes apresentadas 64

    6. Gabarito 72

    CAPTULO VII: DAS PROVAS

    O direito prova tem origem nos princpios do contraditrio e de acesso justia. Por meio desse direito, busca-se garantir adequada participao do cidado no processo. Produzida a prova, ela se desprende de quem a apresentou e integrada aos autos. Torna-se irrelevante saber quem a produziu, inclusive, podendo ser utilizada contra quem a encaminhou ao processo.

    O juiz ir valorar e considerar as provas sem se preocupar com a sua origem, a menos que seja ilcita. Ademais, elas tm efeito extensivo aos litisconsortes. Assim, os fatos provados podem alcanar as partes e litisconsrcios, ainda que para prejudicar.

    Ora, obviamente um fato no pode ser entendido de uma forma para um sujeito e de outra para outro, seno no se estaria privilegiando a verdade dos fatos. O fato verdadeiro ou falso para todos os sujeitos do processo. No estamos, contudo, afirmando que uma prova surtir os mesmos efeitos a todos os sujeitos.

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    Isso nem sempre ocorrer e depender de como o fato que est sendo provado, ou no, atinge, especificamente, cada pessoa.

    1. Teoria Geral da Prova A prova tema fundamental para o processo civil, ela o meio utilizado para

    formar o convencimento do juiz a respeito da existncia de fatos controvertidos que tenham relevncia para o processo. A produo dessas provas no ser necessria se a questo controvertida for apenas de Direito.

    Sob o aspecto objetivo, a prova compreendida como um conjunto de instrumentos produtores da certeza jurdica ou o conjunto de instrumentos utilizados para demonstrar a existncia de fatos relevantes para o processo.

    No h consenso quanto natureza jurdica das normas que tratam das provas. Embora a tendncia mais moderna a considere de natureza processual, h algumas correntes que atribuem a elas natureza substancial.

    1.1. Classificao

    A - Quanto ao fato

    a) Diretas: buscam demonstrar a veracidade da alegao de ocorrncia de determinado fato. So aquelas provas que mantm relao imediata com o que se quer provar. Exemplo: recibo de quitao prova direta do pagamento.

    b) Indiretas: destinam-se a comprovar a veracidade dos fatos secundrios (indcios). Por meio dos indcios, o juiz poder deduzir o fato principal, ou seja, referem-se a fato diferente do que se quer provar, mas permitem que por meio delas e de indues se prove o fato desejado. Exemplo: prova de danos nas plantaes para demonstrar que houve prtica de turbao no imvel.

    B - Quanto ao Sujeito

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    a) Pessoal: a verdade dos fatos ser verificada com base em uma declarao ou afirmao de algum sobre esses fatos produzida por uma declarao consciente de algum. Exemplo: depoimento pessoal e prova testemunhal.

    b) Real: constituda por meio de objetos (coisas) que revelam fatos. No h, portanto, declarao da verdade. Nesse caso, a verdade dos fatos ser verificada por meio do exame de coisa ou pessoa. Exemplo: percia.

    C - Quanto preparao

    a) Causal: formada dentro do prprio processo. Exemplo: percia e depoimento processual.

    b) Pr-constituda: produzida fora do processo. Exemplo: prova documental.

    D - Quanto ao objeto Testemunhais: formadas de modo oral. No a prova testemunhal

    somente, mas tambm o depoimento pessoal, o depoimento do perito, o interrogatrio etc.

    Documentais: consistem nas afirmaes sobre o fato, na forma escrita ou gravada (ex.: fotografia).

    Materiais: so as demais provas, que no se classifiquem como documentais nem como testemunhais.

    1.2. Objeto da Prova O objeto essencial da prova so os fatos. Esses devero ser demonstrados

    no processo se mantiverem relevncia para seu julgamento. Assim, nem tudo que se discute no processo precisa ser comprovado.

    O direito deve ser de conhecimento do juiz e por isso no precisa ser provado, o que poder ser exigida a prova de sua vigncia, uma vez que o juiz no

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    obrigado a conhecer, todas as normas jurdicas de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinrio (CPC, art. 337). Dessa forma, essa exigncia constitui exceo ao jura novita cria (o juiz tem que conhecer a norma jurdica).

    A prova da vigncia da norma pode ser feita por meio de certides ou, no caso de direito estrangeiro, por pareceres de juristas do outro pas ou ainda por juristas locais que tenham notrio conhecimento da legislao estrangeira.

    So admitidos todos os meios legais e os moralmente legtimos, ainda que no especificados no CPC, para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ao ou a defesa (art. 332). O objeto de prova dever ser pertinente causa em discusso. Se a prova que se quer produzir nada ir acrescentar ao convencimento do juiz, por motivo de economia processual, deve ser evitada. tambm impertinente a produo de prova sobre fato impossvel. O CPC, em seu art.334, cita alguns fatos relevantes que no precisam ser comprovados:

    1 Notrios: aqueles de conhecimento geral. Para que assim sejam entendidos, no h necessidade que sejam de conhecimento do juiz; mas o sendo, no podem ser declarados de ofcio. Assim, so notrios os de conhecimento geral na regio onde tramita o processo. No preciso que eles sejam de conhecimento global para serem notrios.

    Exemplo: do conhecimento de todos os paulistanos, os srios problemas de violncia urbana, a criminalidade e o trnsito lento na Grande So Paulo. Em uma cidade do interior, todos sabem que so frequentes as inundaes nas casas de uma determinada regio ribeirinha.

    2 Os afirmados por uma parte e confessados pela parte contrria: no h porque provar o que no est sendo contestado. A confisso pode ser a expressa pela parte ou ser ficta, esta advm da revelia ou do descumprimento do nus da impugnao especificada dos fatos (CPC, art. 302), quando eles produzirem efeitos.

    3 Os admitidos, no processo, como incontroversos: embora os fatos comprovados expressa ou fictamente sejam incontroversos, nem sempre ser

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    afastada a possibilidade de produo de prova. Esses fatos esto especificados nos incisos dos art. 302 e 320, e, para eles, mesmo que no haja contestao ou impugnao especificada dos fatos, o juiz determinar a produo de provas.

    Art. 302. Cabe tambm ao ru manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados, salvo:

    I - se no for admissvel, a seu respeito, a confisso;

    II - se a petio inicial no estiver acompanhada do instrumento pblico que a lei considerar da substncia do ato;

    III - se estiverem em contradio com a defesa, considerada em seu conjunto.

    Observando-se que Esta regra, quanto ao nus da impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do Ministrio Pblico (pargrafo nico).

    Art. 320. A revelia no induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:

    I - se, havendo pluralidade de rus, algum deles contestar a ao;

    II - se o litgio versar sobre direitos indisponveis;

    III - se a petio inicial no estiver acompanhada do instrumento pblico, que a lei considere indispensvel prova do ato.

    4 Cuja existncia ou veracidade a lei j faa presumir: o legislador presume a veracidade de determinados fatos de maneira absoluta (juris et de juri, no admite prova em contrrio) ou relativa (juris tantum, admite prova em contrrio). A presuno, nesse caso, resultado do fato confirmado que, a partir da aplicao da lei, se pode concluir.

    A presuno de veracidade em uma alegao exclui a necessidade de que ela seja provada. Quando essa presuno for relativa, o adversrio quem

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    produzir provas demonstrando a inveracidade (Exemplo: revelia). J no caso da presuno absoluta a produo de provas em contrrio ser totalmente afastada.

    As presunes podem ser:

    a) Legais: estabelecidas pelo prprio legislador. Exemplo: revelia ou culpa do patro por ato do empregado.

    b) Simples ou hominis: decorrem da observao daquilo que normalmente acontece. Exemplo: acidente de trnsito no qual h coliso na traseira de um veculo que segue frente.

    Obs.: Os indcios so sinais indicativos da existncia ou veracidade de um fato, mas sozinhos no provam tal fato. Assim, eles no podem ser confundidos com as presunes.

    1.2.1. Prova de Fato Negativo Os fatos negativos no precisam ser provados (negativa non sunt probanda),

    isso ocorre porque se demonstra a existncia de um fato e no sua inexistncia, ou seja, quem afirma a existncia de um fato quem deve prov-lo e no quem o nega.

    1.2.2. O Juiz e a Produo da Prova O CPC, art. 130, esclarece que o juiz no tem mais um papel passivo na

    conduo do processo. Ele no age como espectador limitando-se a procurar a verdade formal dos fatos que as partes apresentam. Para encontrar a soluo mais justa do processo, ele precisa interferir diretamente na produo da prova, procurando a verdade real para tomar sua deciso. Ainda que o processo trate somente de interesse exclusivo, sempre haver um interesse indisponvel a soluo mais justa possvel.

    O juiz, a princpio, no deve julgar com base no nus da prova. Dever buscar sempre a verdade real, determinando de ofcio a produo de provas se houver inrcia das partes, e somente quando esgotadas as possibilidades de produo de provas poder recorrer a essa opo, devendo, contudo, manter a imparcialidade, j que o objetivo encontrar a soluo mais justa.

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    Nesse caso, a atividade probatria no caber somente s partes, mas o juiz tambm deve interferir. No pode se contentar com a verdade formal ao declarar o nus da prova sem recorrer a tudo que for possvel para encontrar a verdade real.

    A interferncia do juiz tambm permite que se assegure a igualdade entre os sujeitos processuais princpio da igualdade, garantido tanto pela CF quanto pelo CPC. Essa exigncia da lei processual real e possibilita que o juiz solicite a produo de provas no requeridas pela parte mais fraca.

    Ora, caso se omitisse, no defendendo a parte mais fraca, o juiz estaria desrespeitando a imparcialidade, afrontando a prpria Carta Magna. Assim, fica claro que o magistrado poder de ofcio solicitar a produo de provas para assegurar o princpio da igualdade e que se encontre a verdade.

    Em regra, o nus da prova caber ao autor quando se tratar de fato constitutivo de seu direito. Deve o autor, portanto, provar os fatos que alega na petio inicial as partes tm o nus de produzir prova e no o dever. O ru no precisa provar a inverdade do que alegou o autor, se no o fizer, no ficar em situao de desvantagem. Ficar, sim, se o autor provar o que alegou.

    A exceo ocorre quando o ru alegar, em defesa de mrito indireta, fato novo, que possa extinguir, modificar ou impedir direito do autor. Nesse caso, h inverso do nus. Exemplo: o ru alega compensao de dvida numa ao de cobrana (na compensao, duas pessoas so ao mesmo tempo credoras e autoras uma da outra).

    A regra do nus da prova ter importncia para o juiz quando, no momento da deciso, a prova for insuficiente ou inexistente. De modo que ele ter que dizer a quem recaa a prova dos fatos e julgar com desvantagem para aquela parte. A inverso do nus da prova se d de trs modos:

    a) Conveno entre as partes: salvo quando recair sobre direito indisponvel da parte ou tornar parte excessivamente difcil o exerccio do direito (art. 333, pargrafo nico).

    b) Legal: Aquela prevista expressamente em lei. Temos esse exemplo no Cdigo de Defesa do Consumidor, por exemplo, no 3o do art. 14: o fornecedor de servios s no ser responsabilizado quando provar: I que, tendo prestado o servio, o defeito inexiste; II a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

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    c) Judicial. O juiz dever analisar a viabilidade de seu cabimento mediante verificao dos requisitos legais. Ocorre tambm no CDC, inciso VII do art. 6o: a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a inverso do nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinrias de experincias.

    O nus de alegar antecede ao nus de provar, ou seja, o objeto da prova ser delimitado pelos fatos alegados. Na petio inicial o autor ir mencionar os fatos constitutivos do seu direito e o ru, na contestao, invocar fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor, e o juiz se ater aos fatos apresentados pelas partes na hora de proferir seu julgamento, no podendo considerar fatos que essas partes no tenham apresentado.

    O nus da prova poder ser examinado sob dois aspectos:

    a) Subjetivo: as regras do nus da prova so dirigidas s partes e cada uma delas dever provar as alegaes que formulou para convencer o juiz de sua veracidade. Nesse caso, h distribuio de encargos entre as partes e aquela que no cumprir sua parte sofrer as consequncias negativas desse descumprimento.

    b) Objetivo: as regras do nus da prova so dirigidas ao magistrado para orientar o julgamento e ele no poder proferir o non liquet QmR HVWi FODUR 2Xseja, sem determinar a produo das provas necessrias apurao do ocorrido, o juiz no poder alegar incerteza quanto aos fatos que fundamentam o pedido.

    Depois de cumprido todo o processo de instruo e no havendo mais provas que possam esclarecer os fatos, caso haja uma dvida insanvel, o juiz dever dar a sentena com base no nus da prova. Isso significa que ele se perguntar a quem cabia fazer a prova e se a resposta for ao autor, ento a demanda ser julgada improcedente, se for ao ru, ser procedente. Cabe ressaltar que o juiz s se utilizar dessa premissa em casos extremos, onde a dvida seja invencvel.

    1.3. Distribuio do nus da prova Est previsto no art. 333 do CPC e estabelece: o nus da prova incumbe:

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    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

    II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

    Assim, no aspecto subjetivo pode-se dizer que o nus da prova cabe a quem faz a alegao. Essa regra vale no somente para autor e ru, mas para qualquer um que vier a intervir no processo. Ou seja, cada parte ter o nus de provar aquilo que alegou e que do seu interesse ver reconhecido.

    Numa defesa de mrito indireta, o ru ir reconhecer o direito, mas ao mesmo tempo opor fato impeditivo, modificativo ou extintivo (conforme art. 333, II, do CPC), desse modo, o ru estar assumindo o nus de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, dever provar o que alegou.

    Pelo aspecto objetivo do nus da prova no se leva em conta quem produziu a prova, mas, to somente, se ela foi produzida. Ou seja, afasta-se a questo de a quem recaa provar segundo critrios relativos aos sujeitos do processo, importa se o que foi alegado est provado. As provas no pertencem a uma ou outra parte, integram o processo.

    1.4. Inverso do nus da prova De maneira geral a parte que tem interesse na demonstrao de um fato

    quem tem o nus de comprov-lo. A inverso do nus da prova se dar quando houver alterao dessa regra natural de distribuio de nus e poder ter trs origens distintas: legal, convencional ou judicial (como exposto no tpico 1.2.2. O Juiz e a Produo da Prova).

    1.4.1. Inverso Convencional possvel alterar a distribuio do nus da prova entre as partes atravs de

    conveno. Isso est disposto no CPC, art. 333, pargrafo nico, que prev tambm duas excees a essa possibilidade: nula a conveno que distribui de maneira diversa o nus da prova quando:

    I recair sobre direito indisponvel da parte;

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    II tornar excessivamente difcil a uma parte o exerccio do direito. Assim, no caso do inciso I a inverso no ser possvel, pois uma vez que o

    direito indisponvel no est sujeito transao, nem confisso, e a inverso seria uma burla indireta a essas proibies.

    J no caso do inciso II, mesmo que o direito seja disponvel e o interessado possa renunciar ou transigir sobre ele, o prprio juiz no pode conduzir um processo pblico no qual a parte assumiu, por conveno, o nus de produzir a probatio diabolica, ou seja, uma prova muito difcil de ser alcanada.

    1.4.2. Inverso judicial O juiz autorizado pela lei, ao proferir o julgamento, altera as regras legais de

    distribuio do nus da prova. Isso acontece no Cdigo de Defesa do Consumidor, quando no art. 6, VIII, prev-se a permisso da inverso do nus da prova em favor do consumidor sempre que o juiz acreditar ser verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinrias de experincia.

    Pode ocorrer a inverso judicial de fato quando o juiz considerar que o consumidor hipossuficiente no s economicamente, mas principalmente quanto informao. Ou seja, sempre que a produo de prova se tornar difcil para o consumidor porque lhe falta esclarecimento tcnico ou informaes que esto em poder do fornecedor.

    1.5. Hierarquia das Provas O CPC, art. 131, consagrou o princpio da persuaso racional ou livre

    convencimento motivado. Isso significa que, ao analisar a prova, o juiz pode atribuir valor a ela como melhor lhe aprouver. Assim, as provas, independentemente de seu tipo, podero influenciar o juiz na tomada de deciso, uma no ter necessria prioridade ou preferncia sobre outra.

    Esse princpio diverge do sistema da prova legal, ou tarifada, em que cada tipo de prova tem um valor fixo pr-estabelecido. Esse sistema deixa pouca margem formao da convico do juiz e repudiado pela processualstica moderna.

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    Apesar desse repdio, possvel citar exemplos da prova legal em nosso ordenamento, o caso do art. 366 e 401 do CPC.

    Art. 366. Quando a lei exigir, como da substncia do ato, o instrumento pblico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

    Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados.

    O sistema de convico ntima permite que o juiz decida de acordo com sua vontade sem nem mesmo se basear nas provas e sem fundamentar sua deciso. A adoo desse sistema abre espao para arbitrariedades judiciais e por isso no mais utilizado, a no ser no caso das decises do Tribunal do Jri.

    O princpio da persuaso racional ou livre convencimento motivado permite que o juiz tenha liberdade para dar o valor que julgar necessrio s provas, mas tambm lhe atribui o dever de justificar sua deciso com base nas provas colhidas, demonstrando quais delas foram mais importantes para convenc-lo de sua deciso. Essa deciso no poder basear-se em razes pessoais, motivaes emocionais e nem num conhecimento prprio dos fatos. Quando o caso for de conhecimento prprio dos fatos, o juiz dever ser substitudo, mas poder ser ouvido como testemunha.

    1.6. Fontes e Meios de Prova Fontes de prova so elementos especficos e externos ao processo por meio

    dos quais se podem extrair informaes relevantes para a comprovao do que se alega. Poder ser considerada fonte, a pessoa que tenha conhecimento dos fatos e possa dar seu depoimento, bem como coisa de cujo exame possam ser elucidadas questes de fato relevantes ao processo. Essas fontes devero ser submetidas a anlises e investigaes necessrias para que se esclarea o que for necessrio

    Meios de prova so mtodos gerais usados nos processos para a investigao do fato. So elementos genricos e internos ao processo. Enquanto uma pessoa que contenha informao sobre os fatos uma fonte de prova, a prova testemunhal, com todos os seus requisitos e formas de obteno um meio.

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    Coisa cujo exame traga informaes sobre o processo uma fonte, e prova pericial ou inspeo judicial o meio. Quanto a esses meios, estabelece o CPC, art. 332: Todos os meios legais, bem como os moralmente legtimos, ainda que no especificados neste Cdigo, so hbeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ao ou a defesa.

    A confisso no propriamente um meio de prova e sim uma declarao onde a parte reconhece fato que lhe desfavorvel tornando desnecessria a produo de provas.

    O artigo 332, citado, possibilita a apreciao de provas atpicas, no previstas no ordenamento jurdico. Segundo o art. 332, o rol de provas mencionado na lei numerus apertus (exemplificativo). So exemplos de provas atpicas prova emprestada, constataes feitas por oficial de justia, comportamento extraprocessual das partes.

    1.7. Espcies de Prova O CPC prev espcies tpicas de provas testemunhal, pericial,

    documental, depoimento pessoal, confisso e inspeo judicial. Mas, no restringe a ocorrncia de outras espcies: as atpicas, que devem cumprir a regra, j mencionada, do art. 332: a prova deve ser legal e moralmente legtima.

    1.7.1. Depoimento pessoal Quando a parte contrria requer testemunho das partes em juzo, origina-se

    o depoimento pessoal. uma espcie de prova oral. No se confunde com prova testemunhal, pois os sujeitos que prestam depoimento pessoal devem estar na relao jurdica processual como partes da demanda.

    Tambm no se confunde depoimento pessoal com prova pericial, pois enquanto o depoimento pessoal deve ser prestado por sujeitos interessados, diretamente, no processo, a prova pericial deve ser dirigida por um terceiro que no tenha interesse na soluo processual.

    O pedido para depoimento pessoal dos sujeitos envolvidos deve ser feito expressamente pela parte contrria do processo (autor ou ru). Admite-se pedido de

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    depoimento pessoal feito por terceiros intervenientes dos sujeitos que se encontram em posio oposta no processo. No entanto, no se admite o pedido de ofcio feito pelo juiz, pois, nesse caso, estaria ocorrendo o interrogatrio da parte e no depoimento pessoal.

    O Ministrio Pblico, quando atuar como parte, poder requerer depoimento pessoal da parte contrria. Quando atuar como fiscal da lei, no se pode falar em parte contrria, mas o MP poder requerer o depoimento pessoal das partes. Frise-se que figura como sujeito no depoimento pessoal, sempre, a pessoa fsica. Essa regra se aplica pessoa jurdica que seja parte no processo, de modo que o depoimento pessoal da pessoa jurdica ser realizado por representante legal ou preposto com poderes de confessar. Por fim, regem o depoimento pessoal o princpio da pessoalidade e indelegabilidade.

    A - Consequncias do depoimento pessoal O depoimento pessoal ter seus efeitos definidos em razo de fatores

    diversos, como presena da parte na audincia de instruo, da postura adotada, do conhecimento dos fatos. A parte que prestar o depoimento pessoal dever ser intimada pessoalmente, no sendo suficiente a intimao do seu patrono.

    Tambm se deve ter em mente que a presena no dever processual, e sendo assim, no admitida a aplicao de nenhuma sano ao ausente. Entretanto, h um efeito processual originado da ausncia da parte: a confisso tcita, ou seja, os fatos apresentados pela parte contrria sero considerados verdadeiros.

    Alm de que, acarretar o mesmo efeito citado quando a parte comparecer, mas ficar em silncio no respondendo s perguntas do juiz, do defensor da parte contrria ou s respondendo de modo evasivo, salvo se a parte permanecer em silncio nos casos previstos nos arts. 345 e 347, CPC, situaes em que no sofrer sano de serem imputados como verdadeiros os fatos no contestados.

    Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstncias e elementos de prova, declarar, na sentena, se houve recusa de

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    depor.

    Art. 347. A parte no obrigada a depor de fatos:

    I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados;

    II - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar sigilo. Contudo, mesmo nas excees acima citadas, no se admite o silncio

    quando as aes forem de carter de filiao, divrcio ou anulao de casamento (pargrafo nico do art. 347, CPC).

    A confisso expressa poder ocorrer na audincia. Para que isso ocorra, basta a parte, no depoimento pessoal, responder positivamente s perguntas que contm como objeto fatos contrrios a seu interesse.

    B - Procedimento O depoimento pessoal composto por quatro etapas: propositura,

    admissibilidade, produo e valorao.

    1 Propositura: para o autor, ocorre com a petio inicial e para o ru, com a contestao.

    2 Admissibilidade: ocorre no saneamento do processo devendo ser feita oralmente, na audincia preliminar, ou por escrito por meio da deciso saneadora. Em qualquer das formas, trata-se de uma deciso interlocutria, recorrvel por agravo.

    3 Produo: divide-se em duas fases: preparao e realizao. A preparao ocorre antes da audincia de instruo, constitui a intimao. Essa tem carter pessoal e poder ser feita por meio dos correios ou pelo oficial de justia. A realizao, por sua vez, ocorre na audincia de instruo e julgamento.

    4 Valorao: ocorrer no momento em que o magistrado proferir a sentena.

    1.7.2. Interrogatrio das Partes Constitui um meio de prova e pode ser determinado de ofcio pelo juiz, a

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    qualquer tempo, para esclarecer fatos que no tenham ficado claros ao longo do processo. Tem carter complementar e por isso geralmente solicitado depois do encerramento da instruo quando o juiz ainda precisa sanar alguma dvida que restou aps analisar as provas.

    No deve ser confundido com o depoimento pessoal, que apesar de tambm ser um meio de prova requerido pelo adversrio e ocorre na fase de instruo do processo tendo como objetivo extrair da parte uma confisso.

    A - Procedimento O juiz manda intimar as partes pessoalmente para serem interrogadas. O

    intimado no tem a obrigao de comparecer e sim o nus, logo se no o fizer dever arcar com os prejuzos de sua omisso. Nesse caso o juiz no aplicar a pena de confesso, pois essa s cabe para recusa de depoimento pessoal, porm como ele precisava de esclarecimentos que no obteve, isso poder prejudicar o que se omitiu.

    Uma vez determinado o interrogatrio o juiz questionar os pontos que precisa elucidar e os advogados podero participar e at formular perguntas.

    1.7.3. Confisso A parte favorece o adversrio declarando fatos contrrios ao seu prprio

    interesse. A confisso tem natureza jurdica de declarao unilateral de reconhecimento de fatos e no deve ser considerada como meio de prova, pois no um mecanismo disposio das partes para obter informaes a respeito de fatos relevantes para o processo. Apesar disso, ela influencia fortemente o convencimento do juiz j que afasta a controvrsia quanto ao fato discutido.

    diferente da renncia ao direito ou do reconhecimento jurdico do pedido, pois, nestes a parte abre mo do direito discutido no processo e extingue-se o processo com o julgamento do mrito em desfavor do autor que tenha renunciado a direito ou em seu favor se houver reconhecimento jurdico do pedido pelo ru.

    Por meio da confisso a parte admite a verdade de um fato, mas isso no significa que o pedido do adversrio ser acolhido, pois cabe ao juiz estabelecer as

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    consequncias desse ato, fundamentando-se no princpio do livre convencimento motivado.

    Dessa forma, a confisso ocorre quando a parte admite como verdadeiros os fatos alegados contra si. Ela engloba trs elementos: reconhecimento de fato alegado; voluntariedade; prejuzo parte que confessou. Alm disso, para que a confisso seja eficaz, necessrio preencher alguns requisitos: o confitente deve ter capacidade plena; inexigibilidade de forma especial para a validade do ato; disponibilidade do direito relacionado ao fato confessado.

    considerada pela lei processual como negcio jurdico, tanto que pode ser anulada se houver vcio de consentimento.

    Art. 352 do CPC: A confisso, quando emanar de erro, dolo ou coao, pode ser revogada:

    I - por ao anulatria, se pendente o processo em que foi feita;

    II - por ao rescisria, depois de transitada em julgado a sentena, da qual constituir o nico fundamento.

    Pargrafo nico. Cabe ao confitente o direito de propor a ao, nos casos de que trata este artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros.

    A - Espcies de confisso A confisso pode ser:

    1 Judicial: realizada nos autos por meio de atos do processo e pode ser feita tanto pela parte como por representante com poderes para confessar. Verifica-se no processo, podendo ocorrer a qualquer tempo durante o depoimento da parte e podendo ter a forma escrita ou oral. Se for escrita poder vir em qualquer manifestao das partes, como contestao, rplica ou petio apresentada aos autos. Alm disso, pode ser provocada ou espontnea.

    a) Provocada: resultado do depoimento pessoal, podendo ser real quando a parte responde s perguntas e ficta, quando a parte no comparece na audincia ou nega-se a responder s perguntas injustificadamente.

    b) Espontnea: realiza-se fora do depoimento pessoal, podendo ser oral

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    ou escrita.

    2 Extrajudicial: feita fora do processo, oralmente (caso em que s ter eficcia se a lei no exigir prova literal CPC, art. 353, pargrafo nico) ou de modo escrito. Quando escrita e feita pela parte ou por representante, ter a mesma eficcia probatria da judicial.

    Quando feita por terceiros ou contida em testamento, ser apreciada livremente pelo magistrado. Devemos lembrar que nenhuma das formas de confisso prova plena. Ademais, a confisso indivisvel, no sendo permitido parte aceit-la no tpico que a beneficiar e rejeit-la no que lhe for desfavorvel.

    A confisso judicial ou extrajudicial poder ser feita pela parte ou por procurador com poderes especiais.

    Art. 349 do CPC: A confisso judicial pode ser espontnea ou provocada. Da confisso espontnea, tanto que requerida pela parte, se lavrar o respectivo termo nos autos; a confisso provocada constar do depoimento pessoal prestado pela parte.

    Pargrafo nico. A confisso espontnea pode ser feita pela prpria parte, ou por mandatrio com poderes especiais.

    B - Eficcia da confisso A confisso dispensa a prova porque torna os fatos sobre os quais se

    discute incontroversos (CPC, art. 334). Porm, essa regra relativa e no absoluta devido ao princpio do livre convencimento motivado do juiz. Ou seja, embora a confisso provoque presuno de veracidade dos fatos, ela um dos vrios elementos de convencimento do juiz e ele quem decidir se ela torna os fatos incontroversos dispensando outras provas, ou se no os considera assim determinando as provas e baseando sua deciso no conjunto dos elementos, entre eles a confisso.

    Restries eficcia da confisso:

    a) A confisso extrajudicial, feita verbalmente, s ser eficaz se a lei no exigir prova literal.

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    b) No possvel provar por confisso atos ou negcios jurdicos para os quais se exija por lei a forma escrita como substncia do ato.

    c) Ter sua eficcia apreciada pelo juiz confisso judicial ou extrajudicial feita por escrito a terceiro. Nesse caso, o juiz aprecia a existncia e no a eficcia da confisso e decide livremente se ela ocorreu ou no.

    d) Se a forma constituir a prpria substncia do ato, a confisso no ser eficaz como prova. Quando a lei exigir, como da substncia do ato, o instrumento pblico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. (CPC, art. 366).

    Nos casos de litisconsrcio, qualquer um dos litisconsortes pode confessar sem o consentimento dos demais, mas essa confisso s prova contra ele mesmo (CPC, art. 350). Inclusive, pode ocorrer de essa confisso no ser eficaz nem mesmo para o confitente, pois o fato por ele confessado pode ser impugnado pelos demais litisconsortes, tornando-o controverso e fazendo com que se torne necessria a produo de provas.

    Assim, a dispensa de provas, nesse caso, s ocorrer se o litisconsorte confessar fato que se refira somente a ele e a seus interesses, o que s possvel no litisconsrcio simples j que no unitrio o que relevante a um litisconsorte relevante para todos, forando-se uma soluo comum.

    Aplica-se a regra do art. 350 do CPC, referente aos litisconsortes, confisso expressa e ficta. No pargrafo nico do mesmo dispositivo (art. 350), estabelece-VHTXH QDVDo}HVTXHYHUVDUHPVobre bens imveis ou direitos sobre LPyYHLVDOKHLRVDFRQILVVmRGHXPF{QMXJHQmRYDOHUiVHPDGRRXWUR&RPLVVRRlegislador procura evitar que se burle a exigncia de outorga uxria (exigncia de que a pessoa casada tenha o consentimento do outro cnjuge) nas demandas que versem sobre bens imveis. Constitui exceo a essa regra, segundo o novo Cdigo Civil, os casos de casamento em regime de separao absoluta de bens, que dispensa a outorga uxria, sendo suficiente a confisso de cnjuge titular do bem, mesmo que desacompanhado.

    Ser considerada confisso ineficaz aquela referente a fatos relacionados a direitos indisponveis, geralmente, de natureza extrapatrimonial e pblica. Nesses

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    casos, o juiz no considerar os fatos incontroversos e proceder produo de provas.

    Ademais, a eficcia da confisso est restrita a prova de fatos, jamais de direitos.

    C - Perda de eficcia O art. 352, CPC, trata da possibilidade de revogao da confisso, porm a

    redao do artigo falha e, na verdade, trata-se de retratao. Isso , o confitente pode apresentar-se em juzo e exprimir nova verso dos fatos. Nesse caso, o juiz apreciar ambas e decidir com base na sinceridade da confisso, da retratao, e nos demais elementos de prova.

    A confisso ser ineficaz quando ela apresentar vcio de consentimento erro, dolo ou coao. Caso o processo ainda esteja pendente, o art. 352 prev a possibilidade de revog-la por meio da ao anulatria, que ir declarar-lhe a ineficcia e no revog-la ou anul-la de fato, j que ela no um negcio jurdico.

    O mesmo poder ser feito em casos de fraude ou simulao contra credores, embora no esteja presente no referido artigo. Se o fundamento da ao for vcio de consentimento, o confitente ou, em caso de morte, os herdeiros que se habilitem podero ajuizar ao de anulao. J se o vcio for social, o terceiro prejudicado, o MP e a Fazenda Pblica podero ajuizar a ao. Quando essa ao for ajuizada possvel que o juiz do processo em que foi feita a confisso determine sua suspenso esperando a questo de eficcia ser resolvida.

    Se a sentena j tiver transitado em julgado e a confisso feita tiver sido o nico fundamento do processo caber ao rescisria. Nesse caso, ser declarada a ineficcia da confisso e rescindida a sentena que a utilizou como nico fundamento.

    Durante o curso do processo no h nada que impea ao confitente de demonstrar que sua confisso no partiu de uma declarao de vontade livre e consciente. Assim, a ineficcia ser decidida incidenter tantum (incidentalmente), sem fora de coisa julgada, pelo mesmo juiz que j est cuidando do processo e, se demonstrado o vcio, ele negar sua eficcia e no se basear nela para seu

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    convencimento.

    D - Indivisibilidade da confisso Est disposta no CPC, aUW $ FRQILVVmR p GH UHJUD LQGLYLVtYHO QmR

    podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceit-la no tpico que a beneficiar e rejeit-la no que lhe for desfavorvel. Cindir-se-, todavia, quando o confitente lhe aduzir fatos novos, suscetveis de constituir fundamento de defesa de GLUHLWRPDWHULDORXGHUHFRQYHQomR

    A leitura do referido artigo transmite uma impresso equivocada de que a parte quem decidir se invoca ou no a confisso como prova. Porm, a confisso constar nos autos e o juiz quem decidir qual sua importncia para a formao de seu convencimento.

    A indivisibilidade significa que a confisso deve ser analisada como um todo e no isoladamente, admitindo apenas a parte em que o confitente declare algo em seu desfavor. Se o ru confessar na contestao ou o autor na reconveno novos fatos que constituam fundamento de defesa, haver a ciso. Pois no possvel confessar em seu prprio favor, somente sobre fatos contrrios ao interesse prprio.

    O juiz quem decidir se dispensa ou no a produo de provas por causa da confisso.

    1.7.4. Prova documental Amplamente, qualquer coisa capaz de representar um fato; estritamente,

    documento o papel escrito. Est disposta no CPC, art. 364, e o legislador atribuiu a ela grande importncia, uma vez que procurando manter a segurana jurdica, cada vez mais, as pessoas abandonam os acordos verbais e passam a documentar suas relaes.

    Em vrios casos, a prpria lei material exige que o contrato tenha uma forma determinada. Esses so os negcios solenes, que se comprovam pela juntada do respectivo instrumento, porm at os contratos no solenes vem sendo celebrados de maneira escrita. Isso ocorre porque mesmo que o acordo no tenha uma forma especfica, como o caso do contrato de locao, as partes preferem faz-lo

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    formalmente para se resguardarem. Reforando esse pensamento, o art. 401do CPC no admite a prova exclusivamente testemunhal nos contratos de valor superior a dez salrios-mnimos.

    Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados.

    A - Conceito de documento qualquer representao material que sirva para provar um determinado

    fato ou ato. Geralmente so classificadas como prova documental literal aquelas escritas, mas os documentos podem utilizar outros tipos de suporte e tambm outras formas de representao. Ex: gravaes em udio.

    Os documentos so fontes de prova passiva, uma vez que as informaes retiradas deles no precisam de participao ativa de algum, como ocorre com a prova testemunhal, por exemplo.

    O conceito de documento se assemelha ao de instrumento, porm esse ltimo representa a utilizao da forma escrita para registrar uma declarao de vontade, espcie, enquanto documento o gnero.

    O instrumento pode ser da prpria essncia do negcio, constituindo verdadeiro suporte da manifestao de vontade sem o qual no haveria poder vinculante. Nos contratos solenes, por exemplo, exige-se o instrumento pblico como da essncia do negcio, contudo em alguns casos a lei no o exige, podendo as partes optar por faz-lo para produzir prova futura da manifestao da vontade.

    B - Classificao dos documentos

    1 Quanto autoria a) Autgrafos: o que neles est contido foi produzido pelo prprio autor.

    Exemplo: escritos particulares, pois so lavrados pelos prprios emissores de vontade.

    b) Hetergrafos: o que neles est contido foi produzido por outra pessoa.

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    Exemplo: escrituras pblicas, pois nelas o tabelio lavra a vontade dos contratantes.

    c) Pblicos: expedidos por escrivo, tabelio ou funcionrios pblicos em geral. (CPC, art. 364). O documento pblico faz prova da sua formao e dos fatos que forem declarados como presenciados por oficial pblico. Assim, quando o documento for produzido por agente pblico e na presena de oficial de justia sero considerados como verdadeiros quanto formao e quanto aos fatos alegados. Essa presuno relativa, uma vez que poder ser contestada por meio de outras provas produzidas no processo. Quando a lei exigir instrumento pblico, prova diversa no poder suprir a ausncia do documento pblico.

    d) Privados: expedidos por particulares. O documento particular aquele elaborado sem a interveno de oficial pblico. considerado documento particular aquele escrito e assinado pelos sujeitos; escrito por terceiros e assinado pelo declarante; escrito pela parte e no assinado e aquele que no foi nem escrito nem assinado pela parte. Nos dois primeiros casos, sero considerados verdadeiros os fatos em relao ao signatrio presuno de veracidade relativa. Ser autor do documento: aquele que o fez e o assinou; aquele por conta de quem foi feito, estando assinado; e aquele que, mandando comp-lo, no o assinou porque, costumeiramente, no se assina.

    2 Quanto ao contedo a) Narrativos: contm declaraes referentes a um fato de conhecimento

    de quem escreve.

    b) Dispositivos: contm declarao de vontade, e no do conhecimento de um fato. Assim como os contratos, eles se relacionam com a constituio, extino ou modificao das relaes jurdicas.

    3 Quanto forma a) Solenes: para serem vlidos exigem uma forma especfica que deve

    ser observada.

    b) No solenes: no h exigncia de uma forma especfica para serem vlidos.

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    C - Exibio de documento ou coisa Geralmente, a parte que vai usar os documentos j os tem e quem deve

    junt-los aos autos. Porm, existe a possibilidade de o juiz atribuir poder ao que no tem esses documentos para exigi-los de quem tem, existem duas maneiras de fazer isso:

    a) Requisio judicial: enviada pelo juiz s reparties pblicas, obrigando-DV D FXPSULU VXD GHWHUPLQDomR DSUHVHQWDQGR , as certides necessrias prova das alegaes das partes; II os procedimentos administrativos nas respectivas causas em que forem interessados a Unio, o Estado, o Municpio, RX DV HQWLGDGHV GD DGPLQLVWUDomR LQGLUHWD DUW 1R FDVR GRV SURFHGLPHQWRVadministrativos, o juiz mandar extrair cpia ou certido das peas indicadas pelas partes ou de ofcio, no prazo mximo de 30 dias, e restituir os autos origem.

    Essa ordem de requisio pode ocorrer de ofcio ou pedido das partes sempre que houver documento necessrio apurao dos fatos que no pode ser conseguido sem a interveno judicial.

    As requisies feitas s reparties pblicas tm sido utilizadas no s para a juntada de documentos, mas tambm para buscar informaes que sero teis s partes. Ex.: requisio de endereos ou dados de algum, informaes sobre a existncia de bens ou depsitos bancrios junto ao Banco Central ou Receita Federal.

    a) Qualquer reproduo mecnica faz prova quando a parte contrria a confirmar.

    b) Em caso de impugnao, o magistrado determinar a produo de prova pericial.

    c) Reprodues fotogrficas ou obtidas por meio de outros processos de reproduo tero validade de certido sempre que o escrivo der f a sua conformidade.

    d) Quando o documento tiver emenda, borro ou

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    cancelamento em parte substancial do processo, caber ao juiz apreciar a f do documento.

    e) A f do documento termina quando: declarada judicialmente sua falsidade, contestada a assinatura, at que se comprove a veracidade e quando for assinado em branco e de modo abusivo for preenchido.

    D - Incidente de falsidade documental A falsidade documental pode ser objeto de uma ao autnoma. No entanto,

    para a necessidade de alegar a falsidade documental durante o processo, caber espcie de ao declaratria incidental. Tanto os documentos pblicos como os privados podero ser objeto do incidente de falsidade documental.

    O incidente de falsidade documental poder ser arguido a qualquer tempo e grau de jurisdio. O prazo preclusivo para arguio na petio inicial o prazo de contestao. Nos demais casos, o prazo de dez dias contados da intimao da juntada aos autos.

    Ter legitimidade para arguir o incidente a parte no responsvel por produzir a prova e o Ministrio Pblico, quando atuar como fiscal da lei. bom lembrar que a interposio de incidente de falsidade suspende determinados atos do processo suspenso imprpria.

    E - Produo da prova documental A produo da prova documental deve ser realizada pelo autor na petio

    inicial e pelo ru na contestao. Apesar da natureza preclusiva do art. 396 do CPC movimentos iniciais das partes no processo no se admite a produo de prova documental. H duas excees: fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados e fazer provas para contrapor prova documental produzida pela parte contrria.

    1.7.5. Prova testemunhal produzida por meio de inquirio de pessoas estranhas ao processo sobre

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    fatos que sejam relevantes para o julgamento. A prpria testemunha fornece as informaes ao juiz, tornando-se um meio de prova ativo e pessoal. Esse meio de prova sofre inmeras crticas e, muitas vezes, restringido ou menos valorizado no processo por ser considerado mais suscetvel a distores dos mais variados tipos. Mesmo assim, a oitiva de testemunhas indispensvel como instrumento de prova, podendo comprovar fatos que no possam ser por outro meio comprovados.

    Tambm, nesse caso, prevalece o princpio do livre convencimento, ou seja, o juiz quem decidir de maneira motivada o que importante para formao de sua convico. Assim, o juiz poder basear sua convico em um ou em vrios depoimentos, desde que quem testemunhou seja idneo, insuspeito, tenha conhecimento dos fatos e preste declaraes verossmeis.

    A - Admissibilidade e valor da prova testemunhal As restries estabelecidas pela lei para a admissibilidade da prova

    testemunhal permitem perceber a menor confiabilidade atribuda a elas pelo legislador. Elas estaro sujeitas a demonstrao de fatos controvertidos, que a testemunha conhea direta ou indiretamente.

    As testemunhas no sero ouvidas sobre questes jurdicas, tcnicas ou cientficas. vedada pela lei processual inquirio de testemunhas sobre fatos: I - j provados por documento ou confisso da parte; II - que s por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

    H outra restrio importante no art. 401 do CPC: A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados.

    No se aplica a restrio do art. 401 a qualquer que seja o valor do contrato, as excees so:

    a) Houver comeo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova;

    b) Credor no pode ou no podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigao, em casos como o de parentesco, depsito necessrio ou hospedagem em hotel. (CPC, art. 402 e incisos)

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    Dessa forma, no se aplica essa restrio ao documento escrito produzido pelo adversrio, mesmo que no assinado. Logo o documento deve ser escrito, no acompanhado de fotografias ou gravaes e conter indcios relevantes sobre a existncia do contrato.

    Assim, a prova testemunhal seria inadmissvel se a ela no fossem somados esses indcios que sozinhos tambm seriam insuficientes (CPC, art. 400, I). As regras vlidas para a existncia dos contratos aplicam-se ao pagamento e remisso da dvida (CPC, art. 404).

    B - A testemunha Dever ser pessoa fsica, alheia ao processo, mas que conhea fatos

    relevantes a ele e comparea perante o juiz para declar-los. Seu interesse deve ser o de colaborar com o juzo, limitando-se a oferecer informaes verdadeiras. J o testemunho o ato de prestar depoimento.

    Pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas so proibidas por lei de prestar depoimento, pois necessrio que a testemunha tenha condies fsicas e morais para prest-lo. Assim, so incapazes de depor:

    a) Interdito por demncia; b) Aquele que no podia discernir os fatos, quando ocorreram, por estar

    acometido de enfermidade, ou debilidade mental, ou no estava habilitado a transmitir percepes quando deveria depor. Nesses casos, a prova testemunhal no teria utilidade porque a prestao de informaes estaria comprometida pela falta de discernimento.

    Nos casos de deficincia fsica, se o depoimento no se utilizar do sentido deficiente vlido (CPC, ART. 405, 1, I, II e IV). Ex.: se para testemunhar um fato do qual dependa exclusivamente da viso, e a testemunha tiver unicamente problemas auditivos, no h que se falar em restrio a seu depoimento.

    O menor de 16 anos incapaz para depor, mas o relativamente capaz no o . Ele poder depor sem nenhuma restrio, no havendo nem mesmo a necessidade de ser assistido por pais ou tutor (CPC, art. 405, 1, III).

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    Quem intervm em nome de qualquer das partes impedido de ser testemunha (representante legal dos incapazes e das pessoas jurdicas). Tambm so impedidos o cnjuge ou os parentes prximos, at o terceiro grau, consanguneos ou afins. Esses parentes at podero ser ouvidos, segundo a lei processual, quando se tratar de causa relativa ao estado da pessoa e no houver outro meio de apurao desse fato, se ele for fundamental para o julgamento do mrito.

    Quem assiste, assistiu, qualquer das partes, ou os advogados das partes, bem como o juiz tambm so impedidos de depor (CPC, art. 405, 2, I, II e III). O juiz que tiver conhecimento dos fatos, dever declarar-se impedido e poder ser testemunha, desde que o substituto automtico passe a presidir o processo. Seu nome ser excludo do rol de testemunhas, se chamado a depor no tiver conhecimento dos fatos. Por outro lado, se tiver conhecimento dos fatos e, por isso, declarar-se impedido, a parte que o incluiu ser proibida de desistir de seu depoimento. (CPC, art. 409). Obs.: O companheiro da parte tambm impedido de depor, se houver unio estvel.

    Perde a credibilidade e por isso suspeito aquele que mantm profunda amizade ntima ou profunda inimizade capital. Embora seja difcil para o juiz avaliar amizade ntima, ele dever faz-lo procurando parmetros indicativos de um relacionamento prximo, e o mesmo ocorrer com a inimizade capital. O fato de existir ao em curso entre a parte e a testemunha no a tornar suspeita, antes dever ser verificada a natureza e grau desse litgio.

    Poder ser suspeita a testemunha que tenha interesse no litgio e esse interesse poder ter vrias origens. Tambm poder ser suspeita testemunha que trabalhe para a parte, pois a relao de subordinao poderia cercear sua liberdade.

    Antes de iniciar o depoimento far-se- a qualificao da testemunha e se houver qualquer dos elementos que configurem casos de suspeio ou impedimento, o juiz poder dispensar o depoimento. Se isso no for feito, a parte poder contraditar a testemunha arrolada por seu adversrio; isso , alegar a incapacidade, impedimento ou suspeio. Essa ao dever ser requerida antes que

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    o juiz advirta a testemunha a dizer a verdade, e antes de ter incio o depoimento. A parte que a solicitar deve expor as razes pelas quais a est solicitando e

    pode inclusive comprovar por meio de documentos suas alegaes. O juiz questionar a testemunha sobre as alegaes e se ela negar, o suscitante ter a chance de comprovar suas alegaes, levando ao juiz at trs testemunhas para depor e comprovar essas alegaes. Se o juiz as acatar, poder dispensar a testemunha ou ouvi-la sem compromisso; se negar, ouvir a testemunha advertindo-a das penas de falso.

    Quando houver necessidade extrema, o juiz poder ouvir testemunhas impedidas ou suspeitas sem compromisso e dar o valor que achar conveniente, que ser diferente dos que tem compromisso (CPC, art.405, 4).

    Existem trs tipos de testemunhas:

    1 Presencial: aquela que presenciou o fato. 2 Referncia: aquela que no presenciou o fato, mas teve conhecimento

    por meio de quem supostamente o cometeu. Nesse caso, o testemunho ser mero indcio.

    3 Referida: a "testemunha referida" , na verdade, aquela cuja existncia se toma conhecimento no depoimento de outra testemunha.

    C - Cabimento Caso no haja disposio em contrrio, a prova testemunhal admissvel.

    (PUHJUDWRGRWHUFHLURSRGHWHVWHPXQKDU)RLGLWRHPUHJUDSRUTXHRDUWGRCPC prev excees, por meio de impedimento, incapacidade e suspeio.

    Como se sabe, esto impedidos de testemunhar em relao s partes na demanda: o cnjuge, ascendentes e descendentes, em qualquer grau, ou colateral at o terceiro grau das partes, seja por consanguinidade ou afinidade. Tambm ficam impedidos as partes e o sujeito que intervm no processo.

    Em relao ao magistrado, caso seja arrolado como testemunha, caber a ele decidir se testemunhar ou no. Se optar por testemunhar, ser declarado

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    impedido, devendo remeter o processo para o substituto legal. Nesse caso, a parte que o arrolou no poder desistir da oitiva, pois estaria ferindo o princpio do juiz natural.

    O juiz, decidindo no testemunhar, dever indeferir o pedido por meio de deciso interlocutria recorrvel por agravo. Devemos lembrar que se encerra o impedimento em aes em que haja interesse pblico ou nas aes de estado da pessoa, quando a prova no puder ser produzida de outra maneira e tiver carter definitivo.

    Sero suspeitos para testemunhar:

    a) Condenado definitivo por crime de falso testemunho. b) Aquele que no for digno de f, devido a seus costumes. c) Inimigo capital ou amigo ntimo da parte, e no do juiz ou do advogado. d) Quem tiver interesse no litgio, o interesse deve ser jurdico.

    D - Deveres e direitos das testemunhas O primeiro dever das testemunhas o comparecimento em juzo. O segundo

    dever a obrigao de depor, ou seja, no poder permanecer em silncio, salvo quando lhe acarretar prejuzos ou a parentes (I, art. 406, CPC). Alm disso, deve a testemunha dizer a verdade. As testemunhas tm o direito de no depor a respeito dos fatos que por estado ou profisso devam guardar sigilo. Tm o direito ao tratamento respeitoso e a no arcar com eventuais despesas para o comparecimento audincia ou em razo da ausncia no trabalho.

    E - Produo da prova testemunhal Realiza-se na audincia de instruo e julgamento, salvo: produo

    antecipada de provas; testemunhas que por doena ou outro motivo relevante estejam impossibilitadas de comparecer em juzo e demais autoridades previstas no art. 411do CPC; bem como as testemunhas que residam em outra comarca ou sesso judiciria, que sero ouvidas por carta precatria, e que residam em outro pas, por carta rogatria.

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    De acordo com o CPC, as partes podero oferecer at dez testemunhas. Caso sejam oferecidas mais de trs para fato idntico, o magistrado poder dispensar o testemunho. As testemunhas devem ser arroladas previamente para que seja preservado o princpio do contraditrio.

    Cabe ao juiz fixar o prazo para a apresentao das testemunhas e s em razo do seu silncio que se aplicar o prazo de dez dias antes da audincia. A petio deve conter: nome, profisso, residncia e local de trabalho da testemunha. A omisso de um ou mais desses elementos causar a nulidade relativa. Uma vez listadas as testemunhas, a parte poder substitu-las em trs casos: falecimento, em razo de enfermidade e nos casos em que a testemunha mudou de residncia e no tenha sido encontrada pelo oficial de justia ou pelos correios.

    Outra observao a ser feita a respeito da inveno de testemunha, percebendo esse ato malicioso por parte do advogado, o magistrado dever proibir a substituio e aplicar a multa de litigncia de m-f. Alm disso, o juiz determinar Ordem dos Advogados a instaurao do processo administrativo.

    Por fim, caso a testemunha negue os fatos imputados a ela, a parte que lhe imputou tais fatos dever provar o que alegou (por meio de documentos ou testemunhas). Se necessria a produo de prova testemunhal, o juiz poder adotar uma das seguintes decises: indeferir ou acolher o depoimento da testemunha; deferir e no ouvir a testemunha; acolher, desqualificar a qualidade de testemunha do terceiro e colher o seu depoimento como mero informante do juzo.

    1.7.6. Inspeo Judicial e Prova Pericial Inspeo judicial a prova produzida diretamente pelo magistrado, na

    inspeo das pessoas, coisas ou lugares. A inspeo judicial poder ocorrer de ofcio ou a pedido das partes. O prprio juiz faz exame em pessoas ou coisas para esclarecer fatos relevantes causa. No h consenso sobre a natureza jurdica da inspeo judicial ou se ela pode ser considerada um meio de prova. Como o juiz procede a exames ictu oculi predomina o pensamento de que ela um meio de prova especial.

    s partes permitido o acompanhamento da inspeo, esclarecendo ou

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    fazendo observaes pertinentes. O magistrado, quando necessitar de conhecimento tcnico especializado, poder requerer auxlio pericial. Finda a inspeo, o juiz mandar lavrar auto circunstanciado com todas as informaes importantes ao julgamento. Por fim, devemos lembrar que a inspeo ocorrer na sede do juzo e na audincia de instruo e julgamento. A inspeo fora da sede do juzo dar-se- como medida de verificao, interpretao ou reconstituio dos fatos.

    Na prova pericial, h a necessidade de tornar claros os fatos que exijam um conhecimento tcnico especfico para a compreenso completa. O CPC classifica percia como exame, vistoria ou avaliao.

    1 Exame: percia que tem como objeto bens mveis, pessoas, coisas e semoventes.

    2 Vistoria: percia que tem como objeto bens imveis. 3 Avaliao: percia que tem como objetivo verificar o valor de

    determinado bem, direito ou obrigao.

    A inspeo judicial diferente da percia, pois dispensa a nomeao de algum com conhecimento tcnico que preste informao ao juiz, uma vez que o prprio juiz quem procede ao exame.

    A - Cabimento Por ser um meio de prova complexo, caro e demorado, a prova pericial no

    ser produzida quando no for necessria a prova do que envolver o conhecimento especializado. Tambm ser dispensada prova pericial nos casos em que se demonstrarem desnecessrias em razo de outras provas produzidas, como a prova documental.

    Alm disso, h duas outras formas de dispensa de prova pericial, a saber: primeiro, quando as partes tanto na inicial como na contestao, apresentarem pareceres ou documentos tcnicos que o magistrado reconhecer elucidativos s questes de fato; segundo, diz respeito impraticvel verificao do fato.

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    A prova pericial no admitida no procedimento sumarssimo. Nesse rito, apenas admitida a inspeo judicial que se classifica como prova pericial simplificada, no tendo a necessidade de elaborar um laudo tcnico. As concluses so externalizadas pelo perito na audincia. Por sua vez, nos casos de rito sumrio, a prova pericial permitida, no podendo, contudo, ser complexa, pois se isso ocorrer, o rito passa a ser ordinrio.

    B - Procedimento da prova pericial Em qualquer fase do processo poder ser solicitada pelas partes ou de ofcio

    a inspeo judicial. costume dizer que esse procedimento tem carter complementar porque na maioria das vezes feito para esclarecer dvidas que restaram depois da produo de provas, mas nada impede que ele seja feito no incio como meio de evitar produo de provas demoradas ou dispendiosas.

    As partes podero participar da diligncia e, por isso, sero informadas sobre ela. A coisa ou pessoa que ser inspecionada poder ser apresentada em juzo ou ser feita no local em que ela se encontra. (CPC, art. 442).

    A indicao do perito ser feita pelo prprio magistrado, at mesmo nos casos de percia complexa. O juiz dever, todavia, seguir dois requisitos:

    a) O perito deve ser profissional de nvel universitrio, devidamente inscrito no rgo de classe competente.

    b) O perito deve comprovar a sua especialidade na matria por meio de certido de rgo profissional em que for inscrito.

    A atuao do perito representa prestao de servio pblico de carter eventual. Ter ele o dever de prest-lo, garantida a devida remunerao. O perito poder escusar-se da atividade, por motivo legtimo, no prazo de cinco dias da intimao ou do impedimento superveniente. A substituio do perito poder ocorrer em duas hipteses:

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    a) O perito no tem o conhecimento tcnico ou cientfico necessrio, a ponto de impedir que o trabalho pericial seja realizado a contento. Trata-se de hiptese de rara ocorrncia em razo de ser o prprio juiz o responsvel pela indicao do perito, presumindo-se ter cincia prvia de sua capacidade.

    b) O descumprimento do prazo para a entrega do laudo pericial sem motivo legtimo, devendo-se a todo custo evitar essa hiptese de substituio, considerando-se todo o tempo, energia e dinheiro j gastos.

    Alm dessas duas hipteses, o perito tambm poder ser substitudo se for suspeito ou impedido. Caso o perito descumpra o prazo de entrega do laudo, o magistrado comunicar a ocorrncia do fato corporao profissional da qual o perito faz parte para as sanes administrativas e aplicar multa de acordo com o prejuzo causado.

    CAPTULO VIII DA AUDINCIA

    Consiste em ato processual complexo. Nela ocorrem atividades preparatrias, conciliatrias, saneadoras, instrutoras, decisrias; mediante participao do juiz, partes, advogados, terceiros etc.

    A audincia de instruo e julgamento no ocorrer nos casos de extino do processo e de julgamento antecipado, devido abreviao do procedimento.

    De acordo com o CPC, a audincia s ser indispensvel quando for necessria a produo de prova oral ou para esclarecimentos de perito e assistentes tcnicos. Mas mesmo neste ltimo caso, pode ser dispensada, pois os esclarecimentos podem ser prestados por escrito.

    Assim, quando for necessria a audincia de instruo e julgamento, o juiz a designar, no momento do despacho saneador, oportunidade em que deferir as provas que nela devero ser produzidas.

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    Trata-se de sesso pblica (art. 444) que ser presidida por juiz de primeira instncia. Seus objetivos principais so: produzir provas e julgar. Da o nome instruo e julgamento.

    Obs.: Como falamos, nos casos de julgamento antecipado da lide, pode ser dispensada. No , portanto, ato essencial do processo. (art. 330)

    A audincia o espao certo para a oralidade, ou seja, na audincia que ocorre a produo de provas orais: depoimento das partes, oitiva das testemunhas, esclarecimentos.

    Atividades que so desenvolvidas na audincia:

    x Tentativa de conciliao, produo de prova oral, complementao de outras provas, deduo de alegaes finais e deciso da sentena.

    Vamos estrutura!

    A audincia estruturada da seguinte maneira:

    Proclamao judicial abertura

    Prego inicial

    Tentativa de conciliao; fixao dos pontos controvertidos objetos de prova oral.

    Esclarecimentos; Depoimento pessoal; Inquirio das testemunhas.

    Alegaes finais

    Prolao

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    1.1. Prego Inicial

    No dia e hora designados, o juiz ir declarar a abertura da audincia. Declarar a abertura de audincia equivale a comunicar que j o momento do prego inicial.

    O prego inicial, por sua vez, a comunicao s partes e aos respectivos advogados. A comunicao deve ser clara e ser feita pelo oficial de justia. O prego essencial abertura da audincia e a sua no ocorrncia, quando acarretar prejuzos a alguma das partes, pode causar a invalidade da audincia.

    1.2. Tentativa de conciliao

    Na fase de conciliao ocorre a tentativa de solucionar a lide de maneira amigvel. O juiz determina o comparecimento das partes para que possam tentar a conciliao.

    As partes podero ser representadas pelos defensores com poderes de transigir, caso no queiram comparecer na conciliao. Ao contrrio do procedimento sumrio, em que a presena das partes tem carter obrigatrio, na tentativa de conciliao no h essa exigncia.

    Se as partes no comparecem ou no so representadas pelos defensores, a tentativa de conciliao estar frustrada.

    Por sua vez, em caso de conciliao, ela deve ser reduzida a termo e homologada por sentena judicial.

    No havendo conciliao, os pontos controvertidos sero fixados para que possam ser objeto de prova oral. Vale lembrar que a produo de prova oral necessria quando ainda h fatos no elucidados.

    Obs.: A conciliao ser possvel quando os direitos da lide a admitirem.

    Obs.: O juiz fixar os pontos controvertidos para a produo de prova oral na audincia preliminar. ( 2, art. 331, CPC)

    1.3. Provas Orais

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    A instruo oral segue a ordem estabelecida no art. 452 do CPC.

    1) Os peritos e assistentes tcnicos devem esclarecer os pontos omissos e inexatos constantes nos opinativos tcnicos.

    2) Ser realizado o depoimento do autor e em seguida o do ru. 3) Ocorre o interrogatrio das testemunhas do autor e em seguida as do

    ru.

    4) Finaliza-se a instruo e iniciam-se os debates orais, com as respectivas alegaes (do autor e do ru) finais.

    1.4. Alegaes Finais

    Ao fim da coleta da prova oral, ocorrem as alegaes finais, dos defensores das partes (autor e ru) e do Ministrio Pblico, sucessivamente (art.454). Cada um poder falar por vinte minutos, prorrogveis por mais dez minutos a critrio do juiz.

    Nos casos de litisconsrcio ou ingresso de terceiros, somam-se os vinte minutos com o prazo prorrogvel (dez minutos) e divide-se o resultado igualmente entre as partes do processo ( 1, 454). Obs.: Caso o prazo para litisconsorte ou terceiros fique diminuto, o juiz poder dilat-lo. (art. 446, I, c/c art. 191, CPC) Obs.: Os litisconsortes e a parte podero convencionar a palavra a um s advogado.

    Nos casos dos opoentes, aplica-se a regra especial do pargrafo 2 (art. 454):

    No caso previsto no art. 56, o opoente sustentar as suas razes em primeiro lugar, seguindo-se lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 (vinte) minutos.

    Por fim, quando a causa apresentar questes complexas de fato ou de direito, o debate oral poder ser substitudo por memoriais, caso em que o juiz designar dia e hora para o seu oferecimento ( 3, art. 454).

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    1.5. Prolao

    Ao fim das alegaes finais o juiz ir proferir a sentena. O juiz poder proferir oralmente, caso em que a deciso ser ditada para o auxiliar de justia que a reduzir a termo; ou poder o juiz proferir a sentena por escrito no prazo de dez dias (art. 456).

    Quando a sentena proferida na audincia considera-se publicada; quando proferida por escrito, o juiz determina uma data para prosseguir a audincia em que ir pronunciar e publicar a sentena.

    Obs.: O juiz poder no sentenciar e optar pela conveno do julgamento em diligncia. Nesses casos, ocorre o retorno do processo para a fase de instruo para produo de novas provas ou elucidao de fatos obscuros.

    2. Documentao da audincia

    Conforme o art. 170 do CPC, o escrivo documentar os fatos da audincia.

    a) As ocorrncias gerais so registradas no termo de audincia ata. b) Os esclarecimentos, depoimentos das partes e testemunhas so

    registrados no termo de assentada.

    c) O juiz dever subscrever as folhas dos termos assim como os defensores, sujeitos, Ministrio Pblico e escrivo.

    d) Sero tambm acostados aos autos do processo os termos e os documentos, recebidos pelo magistrado.

    Obs.: Quando o processo for eletrnico, os atos podero ser produzidos e armazenados digitalmente em arquivo eletrnico inviolvel, por meio de registro em termo assinado de modo digital pelo magistrado, escrivo, defensores e partes. (2, art. 169, CPC).

    3. Designao, antecipao e adiamento

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    I. Designao: O juiz aps declarar saneado o processo, observando a necessidade de outras diligncias, designar local e data da audincia de instruo e julgamento.

    II. Antecipao: Caso o magistrado constate a urgncia ou disponibilidade na pauta poder antecipar a audincia. Quando isso ocorre, dever ser feita a intimao pessoal dos advogados da nova designao (2, art. 242, CPC).

    III. Adiamento: Poder ocorrer o adiamento da audincia nas seguintes hipteses: conveno das partes e ausncia de sujeitos no processo.

    A audincia pode ser adiada (art. 453): A- por conveno das partes, por uma vez;

    B- se o perito, as partes, as testemunhas ou os advogados no puderem comparecer, por motivo justificado.

    Caber ao advogado provar o impedimento at a abertura da audincia; no o fazendo, o juiz proceder instruo (1).

    Pode ser dispensada pelo juiz a produo das provas requeridas pela parte cujo advogado no compareceu audincia ( 2).

    Quem der causa ao adiamento responder pelas despesas acrescidas ( 3).

    x O juiz, o Ministrio Pblico e os assistentes tcnicos das partes so sujeitos que, quando ausentes, tambm podero causar adiamento da audincia.

    x Caso o Ministrio Pblico se ausente da audincia, o magistrado dever comunicar o fato ao Procurador-Geral, para a eventual aplicao de sanes.

    x A realizao de audincia sem a participao do MP, quando a Lei exigir a presena obrigatria, importar na nulidade do ato. (art. 83 c/c art. 246, CPC)

    Para que ocorra o adiamento necessria a

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    comprovao de motivo justo. Vejamos as possveis consequncias da ausncia sem motivo justo dos seguintes sujeitos:

    I Ausncia da parte: frustrar a tentativa de conciliao; tendo sido intimada para prestar depoimento, importar pena de confesso.

    II Ausncia do advogado da parte: ao critrio do magistrado, as provas requeridas pela parte podero ser dispensadas.

    III Testemunhas: H duas situaes:

    a) Intimada, mas no comparece: adiamento da audincia, com ou sem justificao da testemunha (art. 412, CPC).

    b) Intimao dispensada e no compareceu: adiamento s ocorrer se a testemunha ausente apresentar justificativa.

    Tambm so considerados casos de adiamento da audincia: atraso na entrega do laudo pericial, demora na intimao das partes, determinao judicial de oitiva de testemunhas referida em depoimento.

    4. Unidade e continuidade da audincia

    I- Unidade: em uma s audincia esto presentes as atividades de conciliao, instruo, debate e julgamento.

    II- Continuidade: em uma s sesso ocorrem todas as atividades: conciliao, instruo, debate e julgamento. Decorre do princpio da concentrao dos atos processuais.

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    Art. 455. A audincia una e contnua. No sendo possvel concluir, num s dia, a instruo, o debate e o julgamento, o juiz marcar o seu prosseguimento para dia prximo.

    RESUMO DA AULA

    - Provas: O direito prova tem origem nos princpios do contraditrio e de acesso justia. Por meio desse direito, busca-se garantir adequada participao do cidado no processo.

    - Classificao: Quanto ao fato: diretas indiretas; Quanto ao Sujeito: pessoal e real; Quanto preparao: causal e pr-constituda; Quanto ao objeto: testemunhais, documentais e materiais.

    - Admissibilidade: So admitidos todos os meios legais e os moralmente legtimos, ainda que no especificados no CPC, para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ao ou a defesa (art. 332). - O nus da prova, em regra, caber ao autor quando se tratar de fato constitutivo de seu direito.

    - A inverso do nus da prova se d de trs modos: Conveno entre as partes, Legal e Judicial

    - Espcies de Prova: O CPC prev espcies tpicas de provas testemunhal, pericial, documental, depoimento pessoal, confisso e inspeo judicial.

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    FASE INSTRUTRIA OU PROBATRIA Meios nus da Prova Fatos: independem

    de provam

    Prova Emprestada

    I - notrios;

    II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrria;

    III - admitidos, no processo, como incontroversos;

    IV - em cujo favor milita presuno legal de existncia ou de veracidade. (art. 334, CPC)

    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

    II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

    Pargrafo nico. nula a conveno que distribui de maneira diversa o nus da prova quando:

    I - recair sobre direito indisponvel da parte;

    II - tornar excessivamente difcil a uma