princípios do direito administrativo

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´Princípios Direito Administrativo

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Princpios do Direito administrativo. Organizao Administrativa: rgos, competncia, centralizao, descentralizao, Administrao direta e indireta. Servidores Pblicos. Concesses e Permisses de Servio Pblico. Bens Pblicos. Ato Administrativo. Prescrio no Direito Administrativo. Controle Judicial dos atos da Administrao pblica. Desapropriao. Requisio administrativa. Tombamento. Servido Administrativa.Princpios do Direito Administrativo

Segundo Jos Cretella JuniorappudMaria Sylvia Zanella de Pietro, princpios de uma cincia so as proposies bsicas, fundamentais, tpicas que condicionam todas as estruturaes subsequentes. Princpios, neste sentido so os alicerces da cincia (200,p.62) Na mesma via, os princpiosso classificados em: a) onivalentes ou universais, comuns a todos os ramos do conhecimento; b) plurivalentes ou regionais, comuns a determinado grupo de estudos, interagindo-se nas informaes gerais; c) monovalentes, referem-se estes a um s grupo de conhecimento; d) setoriais so determinantes para a diviso da dada rea do conhecimento. No direito administrativo existem princpios prprios e outros ramos do direito que se enquadram no sistema. A Constituio Federal, em seu artigo 37 estabelece cinco princpios bsicos e submetem a administrao pblica direta e indireta, vejamos:Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. A lei 9.784/99 em seu artigo 2 faz referncia aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e eficincia. A doutrina encontra ainda um nmero grande de outros princpios que tambm auxiliam o direito administrativo e sero abordados adiante. Legalidade:Com fundamento constitucional estampado no artigo 5, II, adverte que: ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei. De forma cristalina estabelece uma rgida interpretao de que o administrador pblico deve obedecer estritamente o que reza a lei, no oportunizando flexibilidade em inovar com subjetividade. Helly Lopes Meirelles leciona que a legalidade, como princpio deadministrao significa que o administrador pblico est, em toda sua atividadefuncional, sujeito aos mandamentos da lei, e as exigncias do bem comum, e delesno se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (1998, p.67). Veja ento que o cidado pode fazer tudo o que a lei no proba e este princpio manifesta que a administrao pblica pode fazer to somente o que diz a lei, a o excesso levar a nulidade do ato. Impessoalidade: oprincpio que determina que a atividade administrativa tem que ter seu fim voltada ao atendimento do interesse pblico, sendo vetada o atendimento vontades pessoais ou favoritismo em qualquer situao. Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, a impessoalidade funda-se no postulado da isonomia e tem desdobramentos explcitos em variados dispositivos constitucionais como o artigo 37, II, que exige concurso pblico para ingresso em cargo ou emprego pblico Noutro giro, este princpio estabelece que os atos pblicos no podem conter marca pessoal do administrador, pois os atos do administrador no so necessariamente deste e sim da administrao, devendo todas as realizaes serem atribudas ao ente estatal que o promove. Desta feita, entende-se que os atos no so necessariamente do agente, mas sim da administrao, sendo desta todo o crdito. Na carta Magna, no artigo 37 cristalina lio, veja-se: 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos.Moralidade:No se trata neste caso da moral comum, mas sim em um conjunto de regras que excluem as convices subjetivas e intimas do agente pblico, trazendo baila uma necessidade de atuao com tica mxima pr existente em um grupo social. Para Helly Lopes Meirelles, este princpio constitui hoje pressuposto de validade de todo ato da Administrao Pblica. Para ilustrar, o STF em deciso assevera:A atividade estatal, qualquer que seja o domnio institucional de sua incidncia, est necessariamente subordinada a observncia de parmetros tico jurdicos que se refletem na consagrao constitucional do princpio da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a atuao do Poder Pblico, confere substncia e d expresso a uma pauta de valores ticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado. O princpio constitucional da moralidade administrativa, ao impor limitaes ao exerccio do poder estatal, legitima o controle jurisdicional de todos os atos do Poder Pblico que transgridam os valores ticos que devem pautar o comportamento dos agentes e rgos governamentais. (ADI 2.661 MC, Rel. Min. Celso de Mello. DJ 23/08/02). Publicidade: o princpio que manifesta a imposio da administrao em divulgar seus atos. Geralmente, os atos so divulgados no dirio oficial (Unio,estadual ou municipal) como a obrigao constante na lei em garantir a transparncia da administrao dando conhecimento generalizado e produzindo seus efeitos jurdicos. Eficincia:Este princpio veio atravs da emenda constitucional n 19 que de certa forma no inovou, mas garantiu a incluso de um princpio que j era implcito a outros. A administrao pblica deve ser eficiente, visando sempre o balano das contas e despesas pblicas controlando adequadamente a captao dos recursos e seu uso contemplando as necessidades da sociedade, visando obter sempre o melhor resultado desta relao. Supremacia do interesse pblico: considerado pela maioria dos doutrinadores como um dos mais importantes princpios, pois tem a finalidade pblica comoconditio sine quo nonda administrao. Este princpio est presente no somente na elaborao de normas, mas tambm na conduo e execuo do caso concreto. A Administrao Pblica no oficio de suas prerrogativas impe atos a terceiros de forma imperativa e exige seu cumprimento com previso de sanes aos que descumprirem. Tudo isso com o interesse maior que o coletivo. O interesse coletivo tem prevalncia sobre os individuais, diferenciando do direito privado. Esta condio coloca a administrao em uma condio hierrquica.Motivao: Este princpio reconhecido na Lei9.784/99 e impe aos a Administrao Pblica a obrigao de justificar seus atos. to importante que est ligado diretamente a validade do ato administrativo, e sua ausncia implica na nulidade do ato. A motivao difere da fundamentao, sendo a primeira mais profunda, devendo o Estado amplamente explicar de forma motivada em qual norma a deciso foi motivada para a defesa do interesse coletivo. Razoabilidade:Trata-se de uma limitao ao poder discricionrio da AdministraoPblica, viabilizando a possibilidade de reviso pelo poder judicirio e de certa forma a razoabilidade atender ao interesse pblico dentro da razovel e sensato.Proporcionalidade:Para alguns doutrinadores este princpio se confunde com o da razoabilidade uma vez que um completa o outro. Noutro giro a doutrina tambm aponta que este princpio serveria para nortear o alcance da competncia vlida da Administrao. Mesmo levando em considerao a supremacia dos direitos pblicos no se deve deixar sem amparo o direito individual, devendo ser proporcional em todas suas formas, sob pena de nulidade.Ampla defesa:Seguindo o conceito do direito privado, este princpio implcito constitucional prev o direito da pessoa se defender de acusaes imputadas em virtude de ato ilcito cometido pelo sujeito apontado. No caso de acusao deve existir um processo formado e que seja oferecido o direito de resposta antes de qualquer deciso gravosa ao sujeito, podendo ainda recorrer as decises tomadas.Contraditrio:Como a prpria nomeclatura indica, a oportunidade necessria dada ao sujeito sobre fatos alegados em seu desfavor. No processo administrativo deve-se existir a alternncia das manifestaes deixando clara a acusao e a defesa onde a deciso final deve apontar a base legal considerando o avencado nas manifestaes. Para muitos autores, no se trata de princpio, pois o conceito desta j est implcito a manifestao de todas as partes.Finalidade:trata-se este princpio da convico de que a Administrao Pblica deve seguir a finalidade do interesse pblico j positivada em Lei, interpretando a lei de forma adequada sem sem praticar qualquer ato que possa viol-la ou causar sua nulidade.Segurana Jurdica:Este princpio est ligado a obrigatoriedade da administrao em respeitar o direito adquirido e as normas impostas aos sditos que refletem no Estado de alguma forma. Este princpio tem a mesma origem do direito privado, e neste caso est almejando alcanar a prpria administrao, evitando com que esta faa algo em nome do bem coletivo que retire de algum indivduo ou de algum inocente direito j adquirido. Visa este princpio manter segura as relaes entre o Estado e os jurisdicionados de forma que se o ato deve ser desconstitudo este ser anulado ou revogado, mantendo as obrigaes e direitos ex-tunc ou Ex-nunc. Concluindo, os doutrinadores encontram um nmero maior de princpios com argumentos robustos, que no conceito acabam com se confundir com outro. Percebe-se que existem os princpios constitucionais, os previstos na lei 9784 e outros extrados dos conceitos variados. Os princpios oferecem um refora legislao e aplicao da norma, contribuindo com a segurana jurdica necessria democracia.

Princpios GeraisCaractersticas

LegalidadeNa atividade particular tudo o que no est proibido permitido; na Administrao Pblica tudo o que no est permitido proibido. O administrador est rigidamente preso lei e sua atuao deve ser confrontada com a lei.

ImpessoalidadeOadministrador deve orientar-se por critrios objetivos, no fazer distines com base em critrios pessoais. Toda atividade da Adm. Pblica deve ser praticada tendo em vista a finalidade pblica.

MoralidadeO dever do administrador no apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administrao.

PublicidadeRequisito da eficcia e moralidade, pois atravs da divulgao oficial dos atos da Administrao Pblica que ficam assegurados o seu cumprimento, observncia e controle.

Eficinciaa obteno do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Adm. Pblica, a tendncia prevalncia do controle de resultados sobre o controle de meios.

Supremacia do Interesse PblicoO interesse pblico tm SUPREMACIA sobre o interesse individual; Mas essa supremacia s legtima na medida em que os interesses pblicos so atendidos.

Presuno de LegitimidadeOs atos da Administrao presumem-se legtimos, at prova em contrrio (presuno relativa ou juris tantum ou seja, pode ser destruda por prova contrria.)

FinalidadeToda atuao do administrador se destina a atender o interesse pblico e garantir a observncia das finalidades institucionais por parte das entidades da Administrao Indireta.

Auto-TutelaAautotutela se justifica para garantir Administrao: a defesa da legalidade e eficincia dos seus atos; nada mais que um autocontrole SOBRE SEUS ATOS.

Continuidade do Servio PblicoO servio pblico destina-se a atender necessidades sociais. com fundamento nesse princpio que nos contratos administrativos no se permite que seja invocada, pelo particular, a exceo do contrato no cumprido. Os servios no podem parar!

RazoabilidadeOs poderes concedidos Administrao devem ser exercidos na medida necessria ao atendimento do interesse coletivo, SEM EXAGEROS

Administrao Direta e Indireta

CONCEITO DE ADMINISTRAO DIRETA conjunto de rgos que integram as pessoas federativas (Unio, Estados, DF e Municpios), aos quais foi atribuda a competncia para o exerccio, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado.

CONCEITO DE ADMINISTRAO INDIRETA conjunto de pessoas administrativas (autarquias, fundaes pblicas de direito pblico, fundaes pblicas de direito privado, sociedades de economia mista e empresas pblicas) que, vinculadas Administrao Direta, tm a competncia para o exerccio de forma descentralizada de atividades administrativas.

CENTRALIZAO E DESCENTRALIZAO atividade centralizada aquela desempenhada diretamente pelas Pessoas Polticas, valendo-se de seus rgos e agentes pblicos. Descentralizao alcana tanto a administrao indireta (pessoas indicadas no quadro elaborado na questo anterior) denominada de descentralizao legal -, bem como as concessionrias, permissionrias e autorizadas descentralizao negocial. Alguns autores utilizam-se das expresses outorga e delegao para se referirem, respectivamente, descentralizao legal e negocial.

CONCENTRAO E DESCONCENTRAO diferentemente da descentralizao, que distribuio de competncias da Administrao Direta para a Administrao Indireta (outorga) ou para os concessionrios, permissionrios ou autorizados (delegao), quer dizer, de uma pessoa jurdica para outra pessoa, jurdica ou fsica, a desconcentrao implica na distribuio de competncias dentro da mesma pessoa jurdica.

comum tambm ver o conceito de desconcentrao associado a desmembramento de rgos pblicos, o que d na mesma, pois, a partir do momento que um rgo desmembrado, faz-se necessria a transferncia de competncias para os que iro surgir. Adote como exemplo a criao do rgo Receita Federal do Brasil, cuja sede est em Braslia, sendo desmembrado em diversas delegacias regionais, postos de atendimento, etc...

Uma questo importante saber que na desconcentrao h hierarquia, ao passo que na descentralizao no. Nesta, o que existe controle, tutela, superviso ministerial ou vinculao, todas expresses sinnimas. Da poder-se afirmar que no h hierarquia entre a Unio e o INSS (autarquia), por exemplo.

PESSOAS INTEGRANTES DA ADMINISTRAO INDIRETA neste tpico, de grande importncia, vocs estudaro as pessoas administrativas, que so as pessoas jurdicas que integram a Administrao Indireta.

Quando do conceito de Administrao Indireta, elas j foram apresentadas (autarquias, fundaes pblicas de direito pblico, fundaes pblicas de direito privado, sociedades de economia mista e empresas pblicas). Contudo, cabe ainda destacar que tambm so integrantes as agncias reguladoras (autarquias em regime especial) e as agncias executivas (autarquias ou fundaes pblicas de direito pblico que firmem contrato de gesto com o Ministrio supervisor e tenham plano de estratgico de reestruturao e de desenvolvimento institucional em andamento).

Alm disso, merecem destaque os consrcios pblicos, cuja norma reguladora Lei 11.079/2004. Tal dispositivo, em seu art. 6, I e 1, preceitua que os consrcios pblicos adquiriro personalidade jurdica de direito pblico quando se constiturem na forma de associao pblica, passando a integrar a administrao indireta das pessoas pblicas consorciadas. Nesta condio, de associaes pblica, tero a natureza de autarquias, o que confirmado pela leitura do art. 41, IV, do CC.

Com efeito, antes de tratar de cada das pessoas listadas acima, optei por indicar as caractersticas que lhe so comuns, evitando, desta forma, repeties desnecessrias.

Assim sendo, seguem os traos comuns:

-Concurso pblico: em regra, o acesso aos cargos e empregos da Administrao Indireta dar-se- por meio de concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, cuja validade de at 2 anos, prorrogvel por igual perodo. Diz-se em regra, porque existem excees, como os cargos em comisso (art. 37, V, CF/88), que so de livre nomeao e livre exonerao, no dependendo, portanto, de concurso pblico.

-Contrataes: em regra, as obras, servios, compras e alienaes dependero de prvio procedimento licitatrio, nas modalidades previstas na Lei 8.666/93 (concorrncia, tomada de preos, convite, leilo e concurso) e na Lei 10.520/02 (prego). As excees so os casos de dispensa (licitao dispensada e dispensvel) e inexigibilidade.

-Falncia:as pessoas integrantes da Administrao Pblica Direta ou Indireta no esto sujeitas falncia. Existia certa dvida relativamente empresa pblica e sociedade de economia mista exploradoras de atividade econmica, dvida esta que foi afastada pelo art. 2, I, da Lei 11.101/05 (conhecida como Nova Lei de Falncias), que expressamente preceituou que tais empresas no podem falir.

-Projeto de lei de criao:nos termos do art. 61, 1, II, e, da competncia privativa do Chefe do Executivo as leis que disponham sobre criao e extino de Ministrios e rgos da Administrao Pblica. Aqui, de acordo com lio de Jos dos Santos Carvalho Filho, o texto constitucional merece interpretao lgica, j que no se refere expressamente s pessoas administrativas. Contudo, o termo rgo aqui utilizado em sentido amplo, tanto abrangendo os rgos pblicos em sentido estrito, como as pessoas jurdicas que fazem parte da Administrao.

-Projeto de lei de organizao:a mesma regra de iniciativa legislativa para criao das pessoas administrativas aplicvel sua organizao, sendo reservada ao Chefe do Poder Executivo, que normalmente edita decretos para sua regulamentao. o que determina o art. 84, VI, a, da CF/88:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:( ... )VI dispor, mediante decreto, sobre:a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos.

A partir deste ponto, tratarei de cada uma das pessoas administrativas, indicando suas principais caractersticas.

I) AUTARQUIAS

-Conceito: pessoa jurdica de direito pblico interno, com autonomia administrativa, criada por lei especfica para execuo de servios pblicos e atividades administrativas, com patrimnio prprio exclusivamente pblico. Alguns exemplos: INSS, INCRA, IBAMA, Banco Central do Brasil e Comisso de Valores Imobilirios.

-Personalidade jurdica:as autarquias possuem personalidade jurdica de direito pblico interno, o que recentemente foi confirmado pelo artigo 41, IV, do Cdigo Civil, podendo ser federais, estaduais, distritais ou municipais.

-Criao e organizao:a regra prevista no Cdigo Civil de que a existncia legal das pessoas jurdicas tem incio com a inscrio no registro prprio de seus atos constitutivos no se aplica s autarquias, pois esta norma apenas se aplica s pessoas de direito privado. O momento de criao da autarquia coincide com o de vigncia da lei especfica que a instituiu. Merece destaque o fato de exigir-se lei especfica (prpria) para criao de autarquias, conforme inciso XIX, do art. 37, CF/88:

XIX somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;

-Extino:pelo princpio da simetria das formas jurdicas, pelo qual a forma de nascimento dos institutos jurdicos deve ser a mesma de sua extino, ser lei especfica o instrumento legislativo idneo para extino das autarquias, de competncia privativa do Chefe do Executivo.

-Objeto: execuo de servios pblicos de natureza social (UFRJ, prestando servios dirigidos educao) e de atividades administrativas (Banco Central fiscalizando atividades desenvolvidas pelas instituies financeiras). Excluem-se de seu objeto atividades de cunho econmico e industrial, que so prprios das sociedades de economia mista e empresas pblicas.

-Patrimnio: de acordo com o art. 98 do Cdigo Civil, so pblicos os bens do domnio nacional pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Portanto, os bens das autarquias tm natureza pblica, sendo impenhorveis, imprescritveis (insuscetveis de usucapio), no onerveis (no podem ser objeto, por exemplo, de penhora ou hipoteca) e inalienveis (melhor dizer que a alienao condicionada, pois os bens pblicos podem ser alienados, desde que atendidas as exigncias legais). Os bens mveis e imveis que integram as autarquias so transferidos pela pessoa poltica instituidora.

-Pessoal:a Emenda Constitucional n 19/98, ao pr fim ao regime jurdico nico, possibilitou s autarquias adotarem o regime de pessoal estatutrio ou celetista, de acordo com o que estabelecer a lei. Ressalte-se, ainda, que o regime das autarquias no est vinculado ao adotado pela administrao direta.

Contudo, recentemente (02/08), o STF concedeu liminar na ADI 2135 para suspender a eficcia, com efeito ex nunc (ou seja, no ter efeito retroativo), do art. 39, caput, da CF/88, por considerar estar a EC 19/98 maculada de vcios formais de inconstitucionalidade, restabelecendo o regime jurdico nico para os servidores das pessoas jurdicas de direito pblico.

Com isto, a redao anterior do art. 39, caput, CF/88, foi restabelecida: A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas.

Desta forma, a Unio, suas autarquias e fundaes pblicas de direito pblico s podero adotar, a partir desta deciso do STF, o regime estatutrio para seus servidores.

-Foro dos litgios judiciais:eis a redao do inciso I, do art. 109, CF/88:

Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;

Desta forma, as autarquias federais, nos litgios comuns, tm sua causas processadas e julgadas na Justia Federal.

Nas lides envolvendo a relao de trabalho, h que se indagar qual o regime de pessoal adotado pela autarquia federal. Se estatutrio, o foro competente ser a Justia Federal; se celetista, as aes tramitaro na Justia do Trabalho.

-Prerrogativas:eis as principais: a) imunidade tributria (art. 150, 2, CF/88), que veda a instituio de impostos sobre o patrimnio, renda ou servios das autarquias, desde que vinculados a suas finalidades essenciais; b) impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; c) imprescritibilidade de seus bens (no podem ser adquiridos por terceiros via usucapio smula 340 do STF); d) prescrio qinqenal, significando que as dvidas e direitos de terceiros contra as autarquias prescrevem em cinco anos, salvo excees legais; e) crditos sujeitos execuo fiscal; f) privilgios processuais, como prazo em dobro para recorrer e em qudruplo para contestar.

-Associaes pblicas:a Lei 11.107/05 institui a possibilidade de a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios contratarem consrcios pblicos para a realizao de objetivos de interesse comum. Desta reunio constituir-se- pessoa jurdica de direito privado ou pessoa jurdica de direito pblico. Neste ltimo caso, ser denominada de associao pblica, que nos termos do art. 41, IV, do Cdigo Civil, tem natureza jurdica de autarquia.

II) FUNDAES PBLICAS DE DIREITO PBLICO

-Conceito: pessoa jurdica de direito pblico, de natureza administrativa, sem fim lucrativo, integrante da Administrao Indireta, criada por lei especfica, cujo patrimnio destinado para a execuo de atividades de cunho social, tais como, assistncia social, assistncia mdica e hospitalar, educao, ensino, pesquisa e atividades culturais.

H grandes semelhanas entre estas fundaes e as autarquias, da alguns doutrinadores as chamarem de fundaes autrquicas (chegam a dizer que so espcies de autarquia). uma expresso que poder vir na prova e que exigir a ateno de vocs, pois ela apenas se refere s fundaes pblicas de direito pblico, j que as fundaes pblicas de direito privado, que no prximo item sero estudadas, no tm personalidade jurdica de direito pblico, mas sim de direito privado, no se assemelhando s autarquias. Portanto, a expresso fundao autrquica restrita para as fundaes pblicas de direito pblico.

Acho interessante destacar que todas as fundaes criadas pelo Governo so denominadas fundaes pblicas, ou, na feliz expresso de Jos dos Santos Carvalho Filho, fundaes governamentais. Isto significa que uma questo de prova que se refira a fundaes pblicas no precisa quanto sua natureza, se de direito pblico ou de direito privado. Estas ltimas expresses que situaro vocs na resoluo da questo. Como exemplo, pergunto para vocs, uma assertiva que afirme que as fundaes pblicas so criadas por lei especfica est errada? Sim, pois a qual fundao se refere o examinador? Como eu disse linhas acima, esta expressa no especfica, pois as fundaes pblicas tanto podem ser criadas por lei especfica, e a tero a natureza jurdica de direito pblico, ou a lei especfica autorizar a sua criao, atribuindo-as natureza jurdica de direito privado.

Para fechar este item, gravem um macete que vai ajud-los em provas. Quando a banca se referir a patrimnio personalizado ou universalidade de bens personalizados, ela estar se referindo s fundaes; mas, quando disser servio personalizado, a pessoa jurdica em questo uma autarquia. Desta forma, vinculem a palavra bens a fundaes e a servios a autarquias. Isto se deve ao fato de que nas fundaes o elemento essencial o patrimnio direcionado concretizao de certos objetivos que extrapolam o mbito da prpria entidade, indo beneficiar terceiros estranhos a ela. Para melhor visualizar, pensem no Hospital das Clnicas, que uma fundao pblica, cujo patrimnio destinado a atingir terceiros estranhos sua formao. O Hospital no funciona para se beneficiar, como ocorre com uma sociedade, mas sim para prestar o servio sade a quem dele precise.

Alguns exemplos: Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, Fundao Nacional de Sade e Fundao Nacional do ndio. Interessante destacar que as universidades pblicas ora so institudas como fundaes ora como autarquias (a de Viosa uma fundao, a de Juiz de Fora, uma autarquia).

-Personalidade jurdica:as fundaes pblicas de direito pblico possuem personalidade jurdica de direito pblico interno, o que recentemente foi confirmado pelo artigo 41, IV, do Cdigo Civil, podendo ser federais, estaduais, distritais ou municipais.

-Criao: aqui, como em praticamente todo este tpico relacionado s fundaes pblicas de direito pblico, sero aplicadas as mesmas regras das autarquias, dada as semelhanas existentes entre elas. O momento de criao coincidir com o de vigncia da lei especfica que a instituiu.

De forma resumida, listarei passo a passo a criao de uma fundao pblica de direito pblico (o raciocnio idntico para as autarquias):

1) O Chefe do Executivo apresenta Cmara dos Deputados projeto de lei ordinria propondo a criao da fundao. A discusso e votao dos projetos de leis de iniciativa do Presidente da Repblica, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores tero incio na Cmara dos Deputados (art. 64, caput, CF);

2) Aps votado pela Cmara dos Deputados, se aprovado o projeto, ser remetido ao Senado Federal;

3) Com a aprovao do Senado Federal, sem modificaes no projeto de lei, ele ser enviado ao Chefe do Executivo para sano, promulgao e publicao.

4) A simples publicao da lei no suficiente para o incio de seus efeitos. Para tanto, o importante a data de incio de sua vigncia, ou seja, quando efetivamente passar a produzir efeitos. Neste exato momento, que a fundao adquirir personalidade jurdica. Se no corpo da lei nada constar, incio de vigncia em 45 dias, significando que apesar de a lei estar aprovada, a fundao apenas adquirir personalidade jurdica 45 dias aps a publicao da lei.

Para finalizar, muitos alunos indagam em sala que a redao do art. 37, XIX, da Constituio Federal, no faz referncia fundao pblica de direito pblico, conforme se v do texto abaixo, novamente reproduzido:

XIX somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;

Realmente, a interpretao literal deste dispositivo demonstra claramente que as fundaes tm sua criao autorizada por lei, o que levaria o leitor concluso de possuem personalidade jurdica de direito privado.

Contudo, em que pese esta redao, a doutrina majoritria e o Supremo Tribunal Federal entendem, como j dito linhas acima, que as fundaes criadas pelo Governo pode ter duas naturezas, pblica ou privada, no sendo a redao acima suficiente para prejudicar este raciocnio.

Agora, fiquem atentos! Se numa questo de prova o examinador indagar qual a natureza das fundaes pblicas com base no texto do art. 37, XIX, CF, no hesitem em responder que de direito privado. Apesar de ser uma questo bastante maldosa, no vejo erro em seu contedo, pois a CF expressamente diz que as fundaes tero sua criao autorizada por lei especfica, ou seja, natureza de direito privado. Repito, porm, que a posio majoritria a indicada no pargrafo anterior.

-Extino:ser lei especfica o instrumento legislativo idneo para extino das fundaes pblicas de direito pblico, de competncia privativa do Chefe do Executivo.

-Objeto:execuo de atividade de cunho social, como assistncia social, assistncia mdica e hospitalar, educao, ensino, pesquisa, atividades culturais, dentre outras. Excluem-se de seu objeto atividades econmica ou empresariais, que so prprias das sociedades de economia mista e empresas pblicas. Portanto, no possuem fins lucrativos, o que no impede que suas receitas ultrapassem os seus custos de execuo. Contudo, tais valores no sero considerados tipicamente como lucro, mas sim como superavit, que devero ser reinvestidos no pagamento de novos custos operacionais, sempre visando ao melhor atendimento de seus objetivos sociais.

Os prximos itens, patrimnio, regime de pessoal, foro dos litgios judiciais e prerrogativas possuem texto idntico ao elaborado para as autarquias.

-Patrimnio:de acordo com o art. 98 do Cdigo Civil, so pblicos os bens do domnio nacional pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Portanto, os bens das fundaes pblicas de direito pblico tm natureza pblica, sendo impenhorveis, imprescritveis (insuscetveis de usucapio), no onerveis (no podem ser objeto, por exemplo, de penhora ou hipoteca) e inalienveis (melhor dizer que a alienao condicionada, pois os bens pblicos podem ser alienados, desde que atendidas as exigncias legais). Os bens mveis e imveis que integram as autarquias so transferidos pela pessoa poltica instituidora.

-Regime de Pessoal:a Emenda Constitucional n 19/98, ao pr fim ao regime jurdico nico, possibilitou s autarquias adotarem o regime de pessoal estatutrio ou celetista, de acordo com o que estabelecer a lei. Ressalte-se, ainda, que o regime das autarquias no est vinculado ao adotado pela administrao direta.

Contudo, recentemente (02/08), o STF concedeu liminar na ADI 2135 para suspender a eficcia, com efeito ex nunc (ou seja, no ter efeito retroativo), do art. 39, caput, da CF/88, por considerar estar a EC 19/98 maculada de vcios formais de inconstitucionalidade, restabelecendo o regime jurdico nico para os servidores das pessoas jurdicas de direito pblico.

Com isto, a redao anterior do art. 39, caput, CF/88, foi restabelecida: A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, instituiro, no mbito de sua competncia, regime jurdico nico e planos de carreira para os servidores da administrao pblica direta, das autarquias e das fundaes pblicas.

Desta forma, a Unio, suas autarquias e fundaes pblicas de direito pblico s podero adotar, a partir desta deciso do STF, o regime estatutrio para seus servidores.

- Foro dos litgios judiciais: eis a redao do inciso I, do art. 109, CF/88:

Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;

Desta forma, as autarquias federais, nos litgios comuns, tm sua causas processadas e julgadas na Justia Federal.

Nas lides envolvendo a relao de trabalho, h que se indagar qual o regime de pessoal adotado pela autarquia federal. Se estatutrio, o foro competente ser a Justia Federal; se celetista, as aes tramitaro na Justia do Trabalho.

-Prerrogativas:eis as principais: a) imunidade tributria (art. 150, 2, CF/88), que veda a instituio de impostos sobre o patrimnio, renda ou servios das autarquias, desde que vinculados a suas finalidades essenciais; b) impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; c) imprescritibilidade de seus bens (no podem ser adquiridos por terceiros via usucapio smula 340 do STF); d) prescrio qinqenal, significando que as dvidas e direitos de terceiros contra as fundaes pblicas de direito pblico prescrevem em cinco anos, salvo excees legais; e) crditos sujeitos execuo fiscal; f) privilgios processuais, como prazo em dobro para recorrer e em qudruplo para contestar.

-Controle pelo Ministrio Pblico:de acordo com o Cdigo Civil (art. 66), o Ministrio Pblico o rgo encarregado de velar pelas fundaes privadas. Quanto s fundaes pblicas, tanto as de direito pblico como as de direito privado, este controle ser desnecessrio, uma vez que a Administrao Direta j exerce este papel. Basta vocs lembrarem o que foi dito na primeira aula, quando me referi descentralizao e desconcentrao. Demonstrei que nesta h hierarquia, ao passo que naquela no, pois o que h tutela, controle ou superviso ministerial, todas expresses sinnimas que demonstram que a Administrao Direta supervisiona as pessoas integrantes da Administrao Indireta, e as fundaes esto nela includa, com o propsito de aferir se os objetivos da lei criadora ou autorizadora esto sendo perseguidos. Desta forma, desnecessria uma dupla fiscalizao, o que nos levar a concluso, importantssima por sinal, pois j foi objeto de questo de prova, que a superviso das fundaes pblicas pelo MP dispensvel. Observem a palavra que eu utilizei, pois ela no vedada, mas to somente desnecessria.

III) FUNDAES PBLICAS DE DIREITO PRIVADO

-Conceito:pessoa jurdica de direito privado, de natureza administrativa, sem fim lucrativo, integrante da Administrao Indireta, cuja criao foi autorizada por lei especfica, com patrimnio destinado para a execuo de atividades de cunho social, tais como, assistncia social, assistncia mdica e hospitalar, educao, ensino, pesquisa e atividades culturais.

O que vocs devem fazer agora comparar os conceitos das duas fundaes. Ao faz-lo, constataro que, fora as diferenas que abaixo sero apresentadas, no aspecto conceitual a natureza jurdica deixou de ser pblica e passou a ser privada, e a lei no mais a fonte instituidora, e sim, a autorizadora, pois ela apenas autoriza a criao.

-Personalidade jurdica:as fundaes pblicas de direito privado possuem personalidade jurdica de direito privado. interessante comentar que, apesar desta natureza, tais fundaes no so regidas exclusivamente por normas de direito privado, mas sim por um regime jurdico hbrido, quer dizer, sobre elas incidem tanto normas de direito privado com de direito pblico. Basta pensarem que necessitam de registro no rgo competente para aquisio de personalidade jurdica, como as demais pessoas privadas, porm, diferentemente destas, devem licitar para aquisio de seus bens.

-Criao:prevalecer a regra prevista no Cdigo Civil de que a existncia legal das pessoas jurdicas tem incio com a inscrio no registro prprio de seus atos constitutivos. O momento de criao coincidir com o de registro do estatuto da fundao pblica de direito privado no Cartrio de Registro de Pessoas Jurdicas.

Faamos uma comparao: fundao pblica de direito pblico adquire personalidade jurdica com a vigncia da lei instituidora; fundao pblica de direito privado, com o registro de seu ato constitutivo no Cartrio de Registro de Pessoas Jurdicas.

-Extino: ser lei especfica o instrumento legislativo idneo para autorizar a extino das fundaes pblicas de direito privado, de competncia privativa do Chefe do Executivo.

-Objeto: aqui no h diferenas quanto s fundaes pblicas de direito pblica. Seu objeto envolve-se com a execuo de atividade de cunho social, como assistncia social, assistncia mdica e hospitalar, educao, ensino, pesquisa, atividades culturais, dentre outras. Excluem-se de seu objeto atividades econmicas ou empresariais.

-Patrimnio:como a natureza destas fundaes de direito privado, aplicaremos mais uma vez o art. 98 do Cdigo Civil - so pblicos os bens do domnio nacional pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem - e a concluso ser bvia: os bens sero particulares.

-Regime de pessoal:por serem pessoas jurdicas de direito privado, o nico regime de pessoal que podero adotar o celetista.

-Foro dos litgios judiciais:independentemente do ente federado a que pertencerem, o foro competente para as demandas em que forem partes ser a Justia Estadual, exceto nas questes que envolvam relaes trabalhistas, quando o foro ser a Justia do Trabalho.

-Prerrogativas:considerando o regime hbrido que esto expostas, no ficaro desprovidas de prerrogativas. certo que no gozaro das mesmas que possuem as autarquias e fundaes pblicas de direito pblico. Todavia, algumas elas possuem, como a imunidade tributria, prevista no art. 150, 2, CF.

-Controle pelo Ministrio Pblico:ser dispensvel, pelos mesmos motivos expostos para as fundaes pblicas de direito pblico.

IV) EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

As empresas pblicas e sociedades de economia mista esto abrangidas nas expresses empresas estatais ou empresas governamentais adotadas pela doutrina para designar entidades, sejam civis ou comerciais, de que o Estado tenha o controle acionrio.

Desta forma, a expresso empresa estatal no abrange apenas as empresas pblicas e sociedades de economia mista, mas qualquer empresa que o Estado tenha o controle acionrio. A diferena reside no fato de que, dentre as entidades abrangidas pela expresso, apenas as empresas pblicas e as sociedades de economia mista integram a Administrao Pblica Indireta.

No estudo de vocs, estou certo que depararo com questes, principalmente do CESPE e ESAF, exigindo este conhecimento do candidato. A banca, por exemplo, afirmar que toda sociedade em que o Estado tenha participao acionria integra a administrao indireta, e vocs devero marcar que a assertiva falsa, justamente pelos motivos acima expostos (apenas se forem constitudas como empresa pblica ou sociedade de economia mista).

Em diversas passagens da Constituio, o legislador constituinte fez referncia a estas entidades, controladas pelo Poder Pblico, porm, no integrantes da administrao. Como exemplos, leiam os arts. 37, XVII, e 165, 5, II, da CF/88.

De qualquer forma, devemos focar nossos estudos para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, sendo certo que as regras concernentes a estas empresas possuem grandes semelhanas. Por tal motivo, listarei em primeiro plano as caractersticas comuns dessas pessoas administrativas, reservando para o final as diferenas, que, inclusive, so poucas.

Antes, porm, importante destacar que empresas pblicas e sociedades de economia mista no so paraestatais, apesar de constar esta informao em diversas leis ainda em vigor, e tambm em algumas edies de livros de Direito Administrativo. Paraestatais so os entes de colaborao organizaes sociais, entidades de apoio, servios sociais autnomos e organizaes da sociedade civil de interesse pblico que so pessoas jurdicas de direito privado, no integrantes da administrao indireta, que exercem atividades de interesse coletivo, utilizando-se de recursos pblicos.

Pontos comuns:

a)Personalidade jurdica:possuem personalidade jurdica de direito privado, pois a lei especfica, de iniciativa privativa do Chefe do Executivo, autoriza a instituio. Esta concluso extrada da simples leitura do art. 37, XIX, CF. A natureza de direito privado assegura-lhes maiores condies de eficincia, o que no as afasta dos princpios bsicos da Administrao Pblica.

b)Criao: diferente do que ocorre com as autarquias e as fundaes pblicas de direito pblico, a existncia legal das empresas publicas e sociedades de economia mista tm incio com a inscrio no registro prprio de seus atos constitutivos, aplicando-se, portanto, a regra prevista no Cdigo Civil.

A iniciativa do projeto da lei autorizadora da criao de competncia privativa do Chefe do Executivo (Presidente da Repblica, Governadores e Prefeitos).

c)Subsidirias:so aquelas cujo controle e gesto so atribudos empresa pblica e sociedade de economia mista. O Estado cria e controla diretamente determinada empresa pblica ou sociedade de economia mista, e estas, por suas vezes, passam a gerir uma nova empresa. caso da Transpetro, que uma subsidiria da Petrobrs.

A criao das subsidirias depende de autorizao legislativa, nos termos do art. 37, XX, CF. Quer dizer, primeiro o Governo autoriza, atravs de lei especfica, a criao de uma sociedade de economia mista; depois, tambm atravs de lei especfica, autoriza que seja criada uma subsidiria da sociedade de economia mista anteriormente instituda.

De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a autorizao legislativa especfica para a criao de empresas subsidirias dispensvel nos casos em que a lei autorizativa de criao da empresa pblica ou sociedade de economia mista matriz tambm previu a eventual formao das subsidirias. Peguemos o exemplo da Petrobrs. Se na lei especfica que autorizou a criao desta empresa pblica contivesse artigo dizendo que estaria autorizada a instituio de subsidirias, tornar-se-ia desnecessria a edio de nova lei autorizadora. Esta foi a posio do Supremo Tribunal Federal, que apesar de aparentemente decorrer de um simples raciocnio, foi objeto de muitas discusses.

d)Participao em empresas privadas:da mesma forma que necessria a edio de lei autorizadora para criao de subsidirias, tambm o ser para que as empresas pblicas ou sociedades de economia mista tenha participao societrias em outras empresas privadas (art. 37, XX, CF).

d)Extino:como a criao depende de lei especfica autorizadora, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, da mesma forma, pelo j citado princpio da simetria das formas jurdicas, a sua extino tambm depender de lei especfica. Aps a edio do referido diploma, a inteno de extinguir ser formalizada em um distrato social, para posterior registro no rgo competente (o mesmo em que foi registrado o ato constitutivo).

e)Objeto:explorao de atividades econmicas de natureza privada e a prestao de servios pblicos, excludos aqueles considerados prprios do Estado, como segurana pblica, prestao da justia e defesa da soberania nacional.

A explorao de atividades econmicas pelo Estado, ressalvadas as hipteses previstas na CF, s admitida em carter suplementar, quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo (art. 173, CF).

Aqui vocs devem ficar atentos, pois o objeto social adotado pela entidade influenciar no regime jurdico aplicvel em suas relaes jurdicas.

Melhor explicando: o Poder Pblico convive com dois regimes jurdicos, o de direito pblico e o de direito privado (sendo que este no exclusivamente privado, mas sim predominantemente privado, pois h incidncia de normas de direito pblico. A doutrina diz que o regime jurdico de direito privado derrogado por normas de direito pblico).

O exerccio de atividade econmica reservado preferencialmente aos particulares, da justificar-se o fato de o Estado estar sujeito s normas de direito privado quando do desempenho de tais atividades, por questes de segurana nacional ou relevante interesse pblico.

Contudo, o Estado tambm pode desempenhar atividades de natureza econmica, porm, assumidas como servio pblico, o que afasta a aplicao das normas de direito privado, dando lugar s de direito pblico.

Se o Estado exerce atividade econmica de natureza privada, deve-se aplicar o art. 173 da CF, abaixo reproduzido:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.1. A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servio, dispondo sobre:I sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade;II a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios;III licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica;IV a constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritrios;V os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores.2. As empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado.3. A lei regulamentar as relaes da empresa pblica com o Estado e a sociedade.4. A lei reprimir o abuso de poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros.5. A lei, sem prejuzo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurdica, estabelecer a responsabilidade desta, sujeitando-a s punies compatveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econmica e financeira e contra a economia popular.

Observem a redao do inciso II, que bastante clara ao afirmar que tais empresas esto sujeitas ao regime jurdico de direito privado.

Agora, caso a atividade desenvolvida seja prestao de servios pblicos, o regime jurdico aplicvel ser o de direito pblico (regime jurdico administrativo), transferindo-se nossa ateno para o art. 175, CF:

Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.Pargrafo nico. A lei dispor sobre:I o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso.II os direitos dos usurios;III poltica tarifria;IV a obrigao de manter servio adequado.

O termo diretamente foi destacado para demonstrar que nele esto inseridos as empresas pblicas e as sociedades de economia mista prestadores de servios pblicos. Na verdade, esta expresso abrange tanto a atuao da Administrao Direta como da Administrao Indireta. Quando a CF refere-se aos regimes de concesso ou permisso ela abrange a administrao indireta e os particulares que no a integram. Parece confuso, mas no . Vamos raciocinar juntos: diretamente envolve Administrao Direta e Indireta, estou certo que aqui no haver dvidas; regime de concesso ou permisso envolve os particulares que no integram a Administrao Pblica, como as empresas de telefonia, de energia eltrica etc, bem como as prprias empresas integrantes da administrao indireta ao prestarem servios pblicos para ente federado diverso do qual pertencem (uma sociedade de economia mista estadual pode ser concessionria da Unio, mas no poder ser do seu prprio Estado, pois no faria nenhum sentido manter uma relao contratual de concesso ou permisso entre o criador - Estado e sua criatura sociedade de economia mista).

Com efeito, dentro do propsito deste item, que no estender no estudo dos regimes jurdicos da Administrao Pblica ou do tema servios pblicos, que sero estudados oportunamente, mas sim indicar quais os objetivos sociais das empresas pblicas e sociedades de economia mista, finalizo reiterando que ambas podem exercer atividade econmica de natureza privada ou prestar servios pblicos.

f)Patrimnio:independentemente do regime jurdico adotado por estas entidades, mais uma vez deve ser aplicado o art. 98 do Cdigo Civil, que nos conduz concluso de que os bens so privados.

interessante saber, contudo, que existem autores, como Hely Lopes Meirelles, que sustentam que os bens dessas empresas so pblicos, porm, com destinao especial, sob administrao particular da empresa a que foram incorporados, para a consecuo de seus fins estatutrios.

No meu entender, a melhor posio a exposta no Cdigo Civil, at mesmo porque no h impedimento legal para que se atribua a bens privados uma destinao especfica em prol da coletividade. Conforme lio de Jos dos Santos Carvalho Filho, criticando a lio do mestre Hely Lopes Meirelles, melhor seria bens privados com destinao especial.

g)Pessoal: como so pessoas jurdicas de direito privado, o regime de pessoal adotado ser obrigatoriamente o celetista.

i)Regime jurdico:ao tratar do objeto destas entidades, j me adiantei no assunto, destacando que o regime jurdico varia de acordo com a atividade desenvolvida. Se explorarem atividades econmicas de natureza privada, estaro sujeitas predominantemente ao regime jurdico prprio das empresas privadas, nos termos do art. 173, CF; caso contrrio, se prestadoras de servios pblicos, aplicar-se- predominantemente o regime jurdico prprio das entidades pblicas, de acordo com o art. 175, CF. Da a doutrina dizer que possuem regime jurdico hbrido.

De qualquer forma, para as exploradoras de atividade econmica, dem bastante ateno para o art. 173, 1, II, da CF, que abaixo reproduzirei mais uma vez, dando-lhe o destaque que merece, pois alvo de diversas questes de concursos pblicos:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.( ... )II a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios;

j)Regime tributrio:se exercerem atividade econmica, nos termos do 2 do art. 173 da CF/88, no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos ao setor privado. muito importante entender este dispositivo, pois, na verdade, ele permite sim a concesso de privilgios fiscais, desde que sejam estendidos s demais empresas do setor privado. Tal norma tem como propsito evitar que o Estado atue na rbita econmica em posio privilegiada diante das empresas integrantes do setor privado, o que consistiria agresso ao princpio da livre concorrncia.

Todavia, caso sejam prestadoras de servios pblicos, apesar de a doutrina no ser pacfica quanto ao tema, pois alguns entendem que devem receber tratamento diferenciado, sustentando outros que no, o Supremo Tribunal Federal, ao apreciar ao envolvendo os Correios (empresa pblica federal), deixou clara sua posio quanto possibilidade de concesses de privilgios para as prestadoras de servios pblicos.

l)Prerrogativas:o raciocnio ser o mesmo aplicado no item anterior. Se exercerem atividades econmicas de natureza privada, no gozaro de prerrogativas, excetos aquelas previstas na lei autorizadora ou no estatuto, se, logicamente, compatveis com os princpios constitucionais que protegem a livre concorrncia. Mas, se prestadoras de servios pblicos, podero gozar de alguns privilgios, porm, no na mesma extenso que as pessoas pblicas.

m)Responsabilidade por dvidas:respondero pelas suas dvidas e obrigaes, tendo a Administrao Direta responsabilidade subsidiria, ou seja, apenas responder caso o patrimnio daquelas no seja suficiente para solver os dbitos. Fiquem atentos na prova com a expresso subsidiria, que poder vir substituda por solidria. Na subsidiria, primeiro cobra-se da Administrao Indireta, para depois cobrar da Direta; caso fosse solidria, seria possvel a cobrana das duas ao mesmo tempo, ou apenas de Direta ou da Indireta.

-Diferenas:

a)Conceito de Empresa Pblica:pessoa jurdica de direito privado, de natureza administrativa, integrante da administrao indireta, com capital exclusivamente pblico, cuja criao autorizada por lei especfica, sob qualquer forma jurdica adequada sua natureza (Ltda., S/A, etc.), para que a administrao direta exera atividades econmicas ou, em algumas situaes, preste servios pblicos (alguns exemplos: Correios, BNDES, Caixa Econmica Federal, Casa da Moeda do Brasil)

a.1)Conceito de Sociedade de Economia Mista:pessoa jurdica de direito privado, de natureza administrativa, integrante da Administrao Indireta, com capital pblico (majoritrio) e privado, cuja criao autorizada por lei especfica, sob a forma jurdica adequada de sociedade annima, para que a administrao direta exera atividades econmicas ou, em algumas situaes, preste servios pblicos (alguns exemplos: Banco do Brasil, PETROBRS e Instituto de Resseguros do Brasil).

b)Constituio do capital da Empresa Pblica:apenas admissvel a participao da administrao direta e da indireta, sendo vedada a presena da iniciativa privada em seu capital. A maioria do capital votante deve pertencer entidade pblica instituidora.

Vale destacar que h possibilidade da formao de empresa pblica unipessoal, ou seja, aquela que na constituio do capital apenas figura uma pessoa jurdica pblica, como a Caixa Econmica Federal, os Correios e a Empresa de Pesquisa Energtica - EPE.

b.1)Constituio do capital da Sociedade de Economia Mista: constituda pela conjugao de recursos oriundos da administrao direta, indireta e da iniciativa privada, detendo a entidade criadora a maioria do capital votante.

c)Forma jurdica da Empresa Pblica:podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito, conforme Decreto-Lei 200/67, podendo ser unipessoais, quando o capital pertence exclusivamente pessoa instituidora, ou pluripessoais, quando, alm do capital dominante da pessoa criadora se associam recursos de outras pessoas.

c.1)Forma jurdica da Sociedade de Economia Mista:devem ter forma de sociedade annima, nos termos do Decreto-Lei 200/67.

d)Foro dos litgios judiciais da Empresa Pblica:eis a redao do inciso I, do art. 109, CF/88:

Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;

Desta forma, para as empresas pblicas federais a competncia da Justia Federal.

Com efeito, o dispositivo acima reproduzido traz a regra e as excees, consistentes estas nas aes que envolvam litgios de acidente de trabalho, eleitorais, trabalhistas e os de falncia (quanto a estes, sabendo-se que tais empresas no esto sujeitas falncia, a norma constitucional no tem aplicao).

Assim sendo, se um empregado de uma empresa pblica federal pretender questionar junto ao Poder Judicirio verbas trabalhistas no pagas, dever ingressar com a ao na Justia do Trabalho, e no na Justia Federal, pois a estamos diante de uma das excees.

Agora, se voc correntista da Caixa Econmica Federal, por exemplo, e sentir-se lesado porque um cheque foi devolvido de sua conta, apesar de voc ter saldo, dever propor a ao na Justia Federal, pois aqui prevalece a regra.

d.1)Foro dos litgios judiciais da Sociedade de Economia Mista:nos termos da smula 556 do Supremo Tribunal Federal competente a Justia Comum para julgar as causas em que parte sociedade de economia mista. No mesmo sentido a smula n 42 do Superior Tribunal de Justia.

Para reforar este entendimento, valida a leitura da Smula 517 do STF, que assim foi redigida, as sociedades de economia mista s tm frum na Justia Federal, quando a Unio intervm como assistente ou opoente. Com efeito, a interpretao desta smula deve ser estendida, aplicando-a tambm quando a interveno for de fundao governamental pblica ou empresa pblica, ambas federais.

Vamos trabalhar mais esta parte para ficar bem clara. Se voc pretende entrar com uma ao contra uma sociedade de economia mista, seja federal, estadual, distrital ou municipal, a ao tramitar no Frum (Justia Estadual), exceto se envolver questo trabalhista, porque a o foro competente ser a Justia do Trabalho. A mesma regra vale se quem entrar com a ao for a sociedade de economia mista.

Imagine agora se voc entrou com uma ao contra o Banco do Brasil pelo mesmo motivo apresentado no exemplo da CEF (cheque indevidamente devolvido). A ao tramitar no Frum (Justia Estadual). Se por algum motivo, pessoa jurdica de direito pblico federal (Unio ou autarquias) ou empresa pblica federal integrarem a lide, quer dizer, passarem a fazer parte do processo, automaticamente este ser deslocado para a Justia Federal.Servidores Publicos

AGENTES PBLICOS: So PESSOAS FSICAS incumbidas de uma funo estatal, de maneira transitria ou definitiva, com ou sem remunerao. O conceito amplo abrange todas as pessoas que de uma maneira ou de outra prestam um servio pblico esto abrangidos por esse conceito desde os titulares dos poderes do Estado at pessoas que se vinculam contratualmente com o Poder Pblico como o caso dos concessionrios.

Espcies de Agentes Pblicos:

Agentes Polticos: So agentes pblicos nos mais altos escales que decidem a vontade soberana do Estado com atribuies constitucionais sem subordinao hierrquica; so os titulares dos Poderes do Estado. (Presidente, Governador, Deputado, Senador, membros do Ministrio Pblico e membros do Tribunal de Contas etc.)Agentes Administrativos: So os servidores pblicos. Exercem as funes comuns da Administrao.Agentes delegados: So os particulares que exercem funo pblica por delegao. (concessionrios, permissionrios, cartorrios, leiloeiros, etc)

SERVIDOR PBLICO: so todas as pessoas fsicas que mantm relao de trabalho com a Administrao Pblica, direta, indireta, autrquica e fundacional. Os servidores Pblicos constituem uma espcie de Agentes Pblicos.

Os servidores pblicos podem ser:Estatutrios (Funcionrios Pblicos)- possuem CARGOSEmpregados Pblicos (celetistas)- possuem EMPREGOSServidores Temporrios- possuem FUNO

Cargos- so as mais simples e indivisveis unidades de competncia a serem expressas por um agente pblico, previstos em nmero certo, com determinao prpria e remunerados por pessoas jurdicas de direito pblico, devendo ser criados por Lei.Empregos- so ncleos de encargo de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenh-los sob uma relao trabalhista (celetista). Sujeitam-se a uma disciplina jurdica que embora sofra algumas influncias, basicamente so aquelas aplicadas aos contratos trabalhistas em geral.Funo- a atribuio ou conjunto de atribuies que a Administrao confere a cada categoria profissional, ou comete individualmente a determinados servidores para a execuo de servios eventuais ou temporrios.Concesses e Permisses de Servios Pblicos1. Conceito:Concesso e permisso so instrumentos atravs dos quais se descentraliza a prestao de servios pblicos para particulares. A diferena entre elas est no grau de precariedade.2. Quem pode prestar o servio pblico:Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos (art. 175 da CF). Assim, a prestao do servio pblico pode ser feita pelo: Poder Pblico diretamente:Como a titularidade no sai das mos da Administrao ela s pode ser transferida para integrantes da Administrao que sejam pessoas jurdicas de direito pblico (Ex: Autarquias e Fundaes Pblicas que tenham personalidade jurdica de direito pblico). A transferncia da titularidade e da prestao do servio pblico chama-se descentralizao por outorga. Particular sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao: Como a titularidade intransfervel para particulares, s podemos falar em transferncia da execuo do servio pblico. Esta transferncia chama-se descentralizao por delegao. a Administrao que dita as regras de execuo (que fiscaliza, que aplica sanes, que retoma o servio pblico), pois a titularidade da prestao do servio pblico no transferida a particulares.A transferncia para particulares se dar atravs de licitao (princpio da impessoalidade) e na forma da lei. A lei dispor sobre: I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso; II - os direitos dos usurios; III - poltica tarifria; IV - a obrigao de manter servio adequado (art. 175, pargrafo nico, I, II, III e IV da CF).3. Quem pode legislar sobre concesso e permisso:A lei 8987/95 uma lei ordinria de carter nacional, assim estabelece normas gerais para os quatro entes da federao.A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios promovero a reviso e as adaptaes necessrias de sua legislao s prescries desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades de seus servios (art. 1, pargrafo nico da Lei 8987/95). A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podem legislar sobre essa matria para adaptar os seus servios, respeitando a lei de licitaes.Conceitos1. Conceito doutrinrio: Concesso: uma espcie de contrato administrativo atravs da qual transfere-se a execuo de servio pblico para particulares, por prazo certo e determinado. Os prazos das concesses so maiores que os dos contratos administrativos em geral. Ex: 40; 50 e 60 anos.O Poder Pblico no poder desfazer a concesso sem o pagamento de uma indenizao, pois h um prazo certo e determinado. Assim, a concesso no precria (no pode ser desfeita a qualquer momento). Permisso: o ato administrativo precrio atravs do qual o Poder Pblico transfere a execuo de servios pblicos a particulares. Quando excepcionalmente confere-se prazo certo s permisses so denominadas pela doutrina de permisses qualificadas (aquelas que trazem clusulas limitadores da discricionariedade).O Poder Pblico poder desfazer a permisso sem o pagamento de uma indenizao, pois no h um prazo certo e determinado. Assim a permisso precria (pode ser desfeita a qualquer momento).Quanto a definio das concesses a doutrina unnime. J quanto s permisses h quem sustente que so modalidades de contrato administrativo, no havendo diferena entre concesses e permisses com fundamento em trs artigos da Constituio. A lei dispor sobre o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e sua prorrogao... (art. 175, pargrafo nico, I da CF); O cancelamento da concesso ou permisso, antes de vencido o prazo, depende de deciso judicial (art. 223, 4 da CF). O cancelamento clusula de reserva judicial, uma exceo a auto-executoriedade; E ainda o artigo 223, 5 da Constituio Federal dispe que o prazo da concesso ou permisso ser de 10 anos para as emissoras de rdio e de 15 (quinze) anos para as de televiso.Na 1afase do concurso pblico no h dvida em dizer que concesso contrato e permisso ato. J na 2afase melhor dizer que a concesso contrato e permisso ato, mas h quem sustente diferentemente, apresentando a tese acima.2. Definio do artigo 1 da Lei 8987/95:As concesses de servio pblico e de obras pblicas e as permisses de servios pblicos reger-se-o pelos termos do art. 175 da Constituio Federal, por esta lei, pelas normas legais pertinentes e pelas clusulas dos indispensveis contratos (art. 1 da Lei 8987/95). Assim, as concesses e permisses reger-se-o pela lei 8987/95, pela Constituio, pelas normas legais pertinentes (Lei de licitaes; CDC e etc) e pelas clusulas dos indispensveis contratos.O legislador infraconstitucional, ao mencionar clusulas dos indispensveis contratos se posicionou como a Constituio Federal, isto , declarou que as concesses e permisses so contratos.Tendo em vista que as concesses e as permisses esto includas no captulo da ordem econmica e financeira devem observar seus princpios. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames de justia social, observados os princpios: I- soberania nacional; II- propriedade privada; III- funo social da propriedade; IV- livre concorrncia; V- defesa do consumidor; VI- defesa do meio ambiente, VII- reduo das desigualdades regionais e sociais; VIII- busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas (art. 170, I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX da CF). Assim, podemos concluir que o servio pblico uma relao de consumo e que a ele aplica-se o Cdigo de Defesa do Consumidor.3. Definies do artigo 2 da Lei 8987/95:O artigo 2 traz definies incompatveis com as do artigo 1 da Lei 8987/95. Poder Concedente (titular do servio pblico):A Unio, o Estado, o Distrito Federal ou o Municpio, em cuja competncia se encontre o servio pblico, precedido ou no da execuo de obra pblica, objeto de concesso ou permisso (art. 2, I da Lei 8987/95). A prestao de servio pblico se divide entra as 4 pessoas que integram a federao. Concesso de servio pblico:A delegao de sua prestao, feita pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (art. 2, II da Lei 8987/95). Concesso de servio pblico depende de licitao na modalidade concorrncia. A capacidade de desempenho ser demonstrada durante a licitao, mais especificamente na fase da habilitao. A prpria concessionria responde pelos prejuzos causados a terceiros, mas a Administrao pode ser chamada a responder em carter subsidirio (depois de esgotadas as foras da concessionria). A concesso ter prazo determinado. Permisso de servio pblico:A delegao, a titulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco (art.2, IV da Lei 8987/95). Permisso de servio pblico depende de licitao, sob qualquer modalidade. A capacidade de desempenho ser demonstrada durante a licitao, mais especificamente na fase da habilitao. A prpria permissionria responde pelos prejuzos causados a terceiros, mas a Administrao pode ser chamada a responder em carter subsidirio (depois de esgotadas as foras da concessionria). Delegao a ttulo precrio: A definio do artigo 2 no tem correspondncia como artigo 1 da lei 8987/95. No h compatibilidade entre contrato e precariedade, ou seja, o que precrio no pode ser contrato.4. Definio do artigo 40 da Lei 8987/95:O artigo 40 da lei 8987/95 traz outra definio, que tambm incompatvel tanto com o artigo 1 como com o 2, pois declara que as permisses so contratos de adeso.A permisso de servio pblico ser formalizada mediante contrato de adeso, que observar os termos desta lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitao, inclusive quanto precariedade e revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.Servio pblico adequado1. Conceito de servio pblico adequado:A lei dispor sobre a obrigao de manter servio adequado (art. 175, pargrafo nico, IV da CF). Toda concesso ou permisso pressupe a prestao de servio pblico adequado ao pleno atendimento dos usurios, conforme estabelecido nesta lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato (art. 6 da Lei 8987/95).Servio adequado o que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao e modicidade das tarifas (art. 6, 1 da Lei 8987/95). Assim, servio pblico adequado aquele regular, contnuo, eficiente, seguro, geral, atual, corts na sua prestao e mdico nas suas tarifas. Se o servio pblico no tiver uma dessas caractersticas ser ilegal, podendo sofrer controle de legalidade.A atualidade compreende a modernidade das tcnicas, do equipamento e das instalaes e a sua conservao, bem como a melhoria e expanso do servio (art. 6, 2 da Lei 8987/95).So direitos do consumidor: X- A adequada e eficaz prestao dos servios pblicos em geral (art. 6, X do CDC).2. Princpio da continuidade do servio pblico:A execuo de um servio pblico, em regra, no pode vir a ser interrompida. Assim a greve dos servidores pblicos no pode implicar em paralisao total da atividade, caso contrrio ser inconstitucional (art. 37, VII da CF).3. No ser descontinuidade do servio pblico (art. 6, 3 da Lei 8987/95): A interrupo do servio pblico por situao emergencial (art. 6, 3 da lei 8987/95): Interrupo resultante de uma imprevisibilidade. A situao emergencial deve ser motivada, pois resulta de ato administrativo.Se a situao emergencial decorrer de negligncia do fornecedor, o servio pblico no poder ser interrompido. A interrupo do servio pblico, aps aviso prvio, por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes (art. 6, 3, I da lei 8987/95). A interrupo do servio pblico, aps prvio aviso, no caso de inadimplncia do usurio, considerado o interesse da coletividade (art. 6, 3, II da lei 8987/95): Cabe ao fornecedor provar que avisou e no ao usurio, por fora do Cdigo de Defesa do Consumidor. Se no houver comunicao o corte ser ilegal e o usurio poder invocar todos os direitos do consumidor, pois o servio pblico uma relao de consumo, j que no deixa de ser servio, s porque pblico.H vrias posies sobre esta hiptese: H quem entenda que o servio pblico pode ser interrompido nesta hiptese, pois caso contrrio seria um convite aberto a inadimplncia e o servio se tornaria invivel a concessionria, portanto autoriza-se o corte para preservar o interesse da coletividade (Posio das Procuradorias). H quem entenda que o corte no pode ocorrer em razo da continuidade do servio. O art. 22 do CDC dispe que os rgos pblicos, por si ou suas empresas, concessionrias, permissionrias, ou sob qualquer outra forma de empreendimento so obrigados a fornecer servios adequados, eficientes, seguros e quanto aos essenciais contnuos. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigaes referidas neste artigo, sero as pessoas jurdicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste Cdigo (art. 22, pargrafo nico do CDC).Poltica Tarifria1. Tarifa:A lei dispor sobre a poltica tarifria (art. 175, pargrafo nico, III da CF). A tarifa a principal fonte de arrecadao do concessionrio ou permissionrio.2. Natureza da tarifa:A tarifa tem a natureza jurdica de preo pblico, no se submetendo ao regime jurdico tributrio (princpio da legalidade e anterioridade), ou seja, no precisa de lei para ser instituda e pode ser cobrada no mesmo exerccio financeiro.3. Fixao da tarifa: Valor inicial da tarifa: o valor da proposta ganhadora da licitao. A tarifa do servio pblico concedido ser fixada pelo preo da proposta vencedora da licitao e preservada pelas regras de reviso previstas nesta lei, no edital e no contrato (art. 9 da Lei 8987/95). Reviso da tarifa:Os contratos podem prever mecanismos de reviso das tarifas, a fim de manter-se o equilbrio econmico-financeiro (art. 9, 2 da Lei 8987/95). A alterao dever assegurar o lucro do contrato e ao mesmo tempo estabelecer tarifas mdicas.Nos contratos de concesso, h a possibilidade de alteraes unilaterais da tarifa em razo de situaes imprevisveis e supervenientes para restabelecer o equilbrio econmico-financeiro. Em havendo alterao unilateral do contrato que afete o seu inicial equilbrio econmico-financeiro, o poder concedente dever restabelec-lo, concomitantemente alterao (art. 9, 4 da Lei 8987/95). Trata-se da Teoria da Impreviso.O Poder Concedente pode prever no edital de licitao novas fontes alternativas de arrecadao com a finalidade de manter a modicidade das tarifas. Ex: Explorao de publicidade nos nibus. - No atendimento s peculiaridades de cada servio pblico, poder o poder concedente prever, em favor da concessionria, no edital de licitao, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessrias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta lei (art. 11 da Lei 8987/95). As fontes de receita previstas neste artigo sero obrigatoriamente considerados para aferio do inicial equilbrio econmico-financeiro do contrato (art. 17, pargrafo nico da Lei 8987/95).Responsabilidade1. Responsabilidade pelos prejuzos causados a terceiros: Regra: o permissionrio e o concessionrio que respondem pelos prejuzos causados a terceiros, mesmo que tenha havido uma m fiscalizao do Poder Pblico.Incumbe concessionria a execuo do servio concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuzos causados ao poder concedente, aos usurios, ou a terceiros, sem que a fiscalizao exercida pelo rgo competente exclua ou atenue essa responsabilidade (art. 25 da Lei 8987/95).A delegao de sua prestao, feita pelo poder concedente, mediante licitao, na modalidade concorrncia, pessoa jurdica ou consrcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (art. 2, II da Lei 8987/95).A delegao, a titulo precrio, mediante licitao, da prestao de servios pblicos, feita pelo poder concedente pessoa fsica ou jurdica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco (art. 2, IV da Lei 8987/95).As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servio pblico respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos caos de dolo ou culpa (art 37 6 da CF). Trata-se de responsabilidade objetiva. Exceo:O Poder Pblico pode ser chamado a responder em carter subsidirio (depois de esgotadas as foras das concessionrias ou permissionrias) e no solidrio.Direitos e obrigaes1. Direitos e deveres dos usurios:O art. 7 da lei 8987/95 traz uma lista exemplificativa, assim o usurio ainda pode invocar os do Cdigo de Defesa do Consumidor. Receber servio adequado (art. 7, I da Lei 8987/95): um direito subjetivo do usurio do servio pblico, assim se o servio no tiver as caractersticas de adequado poder ser questionado quanto legalidade no Poder Judicirio. Receber do poder concedente e da concessionria informaes para a defesa de interesses individuais e coletivos (art. 7, II da Lei 8987/95): Se as informaes forem negadas cabe mandado de segurana, pois o usurio tem direito lquido e certo a receb-las. Obter e utilizar o servio, com liberdade de escolha entre vrios prestadores de servio, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente (art. 7, III da Lei 8987/95). Levar ao conhecimento do poder pblico e da concessionria as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao servio prestado (art. 7, IV da Lei 8987/95). Comunicar s autoridades competentes os atos ilcitos praticados pela concessionria na prestao do servio (art. 7, V da Lei 8987/95). Contribuir para a permanncia das boas condies dos bens pblicos atravs dos quais lhes so prestados os servios (art. 7, VI da Lei 8987/95).2. Encargos do concessionrio: Prestar servio adequado, na forma prevista na lei, nas normas tcnicas aplicveis e no contrato (art. 31, I da Lei 8987/95). Manter em dia o inventrio e o registro dos bens vinculados concesso (art. 31, II da Lei 8987/95). Prestar contas de gesto do servio ao poder concedente e aos usurios, nos termos definidos no contrato (art. 31, III da Lei 8987/95). Cumprir e fazer cumprir as normas do servio e as clusulas contratuais da concesso (art. 31, IV da Lei 8987/95). Permitir aos encarregados da fiscalizao livre acesso, em qualquer poca, s obras, aos equipamentos e s instalaes integrantes do servio, bem como a seus registros contbeis (art. 31, V da Lei 8987/95). Promover desapropriaes e constituir servides autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato (art. 31, VI da Lei 8987/95) Zelar pela integridade dos bens vinculados prestao do servio, bem como segur-los adequadamente (art. 31, VII da Lei 8987/95). Captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessrios prestao do servio (art. 31, VIII da Lei 8987/95).3. Encargos do poder concedente: Regulamentar o servio concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestao (art. 29, I da Lei 8987/95): No exerccio da fiscalizao o poder concedente ter acesso aos dados relativos administrao, contabilidade, recursos tcnicos, econmicos e financeiros da concessionria (art. 30 da Lei 8987/95) Aplicar as penalidades regulamentares e contratuais (art. 29, II da Lei 8987/95). Intervir na prestao do servio, nos casos e condies previstos em lei (art. 29, III da Lei 8987/95). Extinguir a concesso, nos casos previstos nesta lei e na forma prevista no contrato (art. 29, IV da Lei 8987/95). Homologar reajustes e proceder reviso das tarifas na forma desta lei, das normas pertinentes e do contrato (art. 29, V da Lei 8987/95). Cumprir e fazer cumprir as disposies regulamentares do servio e as clusulas contratuais da concesso (art. 29, VI da Lei 8987/95). Zelar pela boa qualidade do servio, receber, apurar e solucionar queixas e reclamaes dos usurios, que sero cientificados em at 30 dias das providncias tomadas (art. 29, VII da Lei 8987/95). Declarar de utilidade pblica os bens necessrios execuo do servio, promovendo as desapropriaes, diretamente ou mediante outorga de poderes concessionria, caso em que ser desta a responsabilidade pelas indenizaes cabveis (art. 29, VIII da Lei 8987/95): O concessionrio poder promover desapropriao quando existir previso no contrato. Declarar de necessidade ou utilidade pblica, para fins de instituio de servido administrativa, os bens necessrios execuo de servio, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes concessionria, caso em que ser desta a responsabilidade pelas indenizaes cabveis (art. 29, IX da Lei 8987/95). Estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservao do meio ambiente e conservao (art. 29, X da Lei 8987/95). Incentivar a competitividade (art. 29, XI da Lei 8987/95). Estimular a formao de associao de usurios para defesa de interesses relativos ao servio (art. 29, XII da Lei 8987/95).Interveno1. Conceito:Interveno o ato atravs do qual o Poder Pblico interfere na execuo do contrato para assegurar a adequada prestao de servio e o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes (art. 32 da Lei 8987/95).2. Instrumento de interveno:Quando houver alguma irregularidade na prestao do servio pblico o poder concedente intervir por meio de decreto. - A interveno far-se- por decreto do poder concedente, que conter a designao do interventor, o prazo da interveno e os objetivos e limites da medida (art. 32, pargrafo nico da Lei 8987/95).3. Procedimento administrativo:Declarada a interveno, o poder concedente dever, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito a ampla defesa (art. 33 da Lei 8987/95). O procedimento dever ser concludo no prazo de 180 dias, sob pena de considerar-se invlida a interveno (art. 33, 2 da lei 8987/95).Se ficar comprovado que a interveno no observou os pressupostos legais e regulamentares ser declarada a sua nulidade, devendo o servio ser imediatamente devolvido concessionria, sem prejuzo do seu direito indenizao (art. 33, 1 da Lei 8987/95). Resultados possveis de uma interveno: Inexistncia de qualquer irregularidade: O contrato segue seu curso normal. Existncia de uma irregularidade pequena: Aplica-se uma sano ao concessionrio, mas o contrato continua. Existncia de uma barbaridade: Pode gerar a extino do contrato.Subconcesso e contratos privados1. Celebrao de contratos:Durante a execuo da concesso, o concessionrio pode celebrar contratos administrativos que visam a transferir parte do objeto da concesso a terceiros e/ou contratos privados que visam a transferir atividades acessrias ou complementares ao servio pblico.A outorga de concesso ou permisso no era carter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade tcnica ou econmica justificada no ato a que se refere o art. 5 desta lei (art. 16 da Lei 8987/95).2. Subconcesso: o contrato administrativo atravs do qual o concessionrio transfere parte do objeto da concesso a terceiros. Requisitos: Autorizao do poder concedente: admitida a subconcesso, nos termos previstos no contrato de concesso, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente (art. 26 da Lei 8987/95). Existncia de previso anterior no contrato de concesso e no edital de licitao permitindo que o objeto seja transferido a terceiro. Abertura de licitao para a subconcesso, na modalidade de concorrncia: A outorga de subconcesso ser sempre precedida de concorrncia (art. 26, 1 da lei 8987/95).O subconcessionrio se sub-roga em todos os direitos e obrigaes que antes pertenciam ao concessionrio, dentro dos limites de sua subconcesso. O subconcessionrio se sub-rogar todos os direitos e obrigaes da subconcedente dentro dos limites da subconcesso (art. 26, 2 da Lei 8987/95).3. Contratos privados em que o concessionrio transfere a terceiros atividades acessrias ao servio pblico:Para a transferncia dessas atividades acessrias a terceiros no necessrio que haja autorizao do Poder Pblico, previso anterior no contrato e nem de licitao.Sem prejuzo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionria poder contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessrias ou complementares ao servio concedido, bem como a implementao de projetos associados (art. 25, 1 da Lei 8987/95).O terceiro no se sub-roga nos direitos e obrigaes que pertencem ao concessionrio. - Os contratos celebrados ente a concessionria e os terceiros a que se refere o pargrafo anterior reger-se-o pelo direito privado, no se estabelecendo qualquer relao jurdica entre os terceiros e o poder concedente (art. 25, 2 da Lei 8987/95).Formas de extino do contrato de concesso1. Formas de extino da concesso: Advento do termo contratual (art. 35, I da Lei 8987/95). Encampao (art. 35, II da Lei 8987/95). Caducidade (art. 35, III da Lei 8987/95). Resciso (art. 35, IV da Lei 8987/95). Anulao (art. 35, V da Lei 8987/95). Falncia ou extino da empresa concessionria e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35, VI da Lei 8987/95).Assuno (reassuno) a retomada do servio pblico pelo poder concedente assim que extinta a concesso. Extinta a concesso, haver a imediata assuno do servio pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliaes e liquidaes necessrios (art. 35, 2 da Lei 8987/95).Reverso o retorno de bens reversveis (previstos no edital e no contrato) usados durante a concesso. - Extinta a concesso, retornam ao poder concedente todos os bens reversveis, direitos e privilgios transferidos ao concessionrio conforme previsto no edital e estabelecido no contrato (art. 35, 1 da Lei 8987/95); O edital de licitao ser elaborado pelo poder concedente, observadas, no que couber, os critrios e as normas gerais da legislao prpria sobre licitaes e contratos e conter, especialmente: a indicao dos bens reversveis (art. 18, X da Lei 8987/95). So clusulas essenciais do contrato de concesso as relativas: aos bens reversveis (art. 23, X da Lei 8987/95).2. Advento do termo contratual: uma forma de extino dos contratos de concesso por fora do trmino do prazo inicial previsto. Esta a nica forma de extino natural.3. Encampao:Encampao uma forma de extino dos contratos de concesso, mediante autorizao de lei especfica, durante sua vigncia, por razes de interesse pblico. Tem fundamento na supremacia do interesse pblico sobre o particular.O poder concedente tem a titularidade para promov-la e o far de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administrativo a auto-executoriedade. - O concessionrio ter direito indenizao.Considera-se encampao a retomada do servio pelo poder concedente durante o prazo da concesso, por motivo de interesse pblico, mediante lei autorizativa especfica e aps prvio pagamento da indenizao na forma do artigo anterior (art. 37 da Lei 8987/95).4. Caducidade:Caducidade uma forma de extino dos contratos de concesso durante sua vigncia, por descumprimento de obrigaes contratuais pelo concessionrio.A inexecuo total ou parcial do contrato acarretar, a critrio do poder concedente, a declarao da caducidade da concesso ou a aplicao das sanes contratuais, respeitadas as disposies deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes (art. 38 da Lei 8987/95).O poder concedente tem a titularidade para promov-la e o far de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judicirio. - O concessionrio no ter direito a indenizao, pois cometeu uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento administrativo no qual ser garantido contraditrio e ampla defesa.A declarao da caducidade da concesso dever ser precedida da verificao da inadimplncia da concessionria em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa (art. 38, 2 da Lei 8987/95); No ser instaurado processo administrativo de inadimplncia antes de comunicados concessionria, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no 1 deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgresses e para o enquadramento nos termos contratuais (art. 38, 3 da Lei 8987/95). Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplncia, a caducidade ser declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenizao prvia, calculada no decurso do processo (art. 38, 4 da Lei 8987/95).Declarada a caducidade, no resultar para o poder concedente qualquer espcie de responsabilidade em relao aos encargos, nus, obrigaes ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionria (art. 38, 6 da Lei 8987/95).5. Resciso:Resciso uma forma de extino dos contratos de concesso, durante sua vigncia, por descumprimento de obrigaes pelo poder concedente.O concessionrio tem a titularidade para promov-la, mas precisa ir ao Poder Judicirio. O contrato de concesso poder ser rescindido por iniciativa da concessionria, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ao judicial especialmente intentada para esse fim (art. 39 da Lei 8987/95).Nesta hiptese, os servios prestados pela concessionria no podero ser interrompidos ou paralisados at deciso judicial transitada em julgado (art. 39, pargrafo nico da Lei 8987/95).O artigo 78 da Lei 866/93 traz motivos que levam resciso do contrato, tais como: XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Administrao, decorrentes de obras, servios ou fornecimento, ou parcelas destes, j recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pblica, grave perturbao da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspenso do cumprimento de suas obrigaes at que seja normalizada a situao; XIV- Suspenso da execuo do servio pblico pela Administrao Pblica por prazo superior a 120 dias, sem a concordncia do concessionrio, salvo em caso de calamidade pblica, grave perturbao da ordem interna ou guerra.O artigo 79 da Lei 8666/93 prev trs formas de resciso dos contratos administrativo, sendo elas: Resciso por ato unilateral da Administrao; Resciso amigvel, Resciso judicial. Entretanto, na lei de concesso diferente, existindo apenas uma forma de resciso do contrato, ou seja, aquela promovida pelo concessionrio no caso de descumprimento das obrigaes pelo poder concedente.6. Anulao:Anulao uma forma de extino os contratos de concesso, durante sua vigncia, por razes de ilegalidade.Tanto o Poder Pblico com o particular podem promover esta espcie de extino da concesso, diferenciando-se apenas quanto forma de promov-la. Assim, o Poder Pblico pode faz-lo unilateralmente e o particular tem que buscar o poder Judicirio.A administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no originam direitos; ou revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciao judicial (smula 473 do STF)7. Falncia ou extino da empresa concessionria e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual:-Falncia: uma forma de extino dos contratos de concesso, durante sua vigncia, por falta de condies financeiras do concessionrio. - Tanto o Poder Pblico com o particular podem promover esta espcie de extino da concesso.-Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: uma forma de extino dos contratos de concesso, durante sua vigncia, por falta de condies financeiras ou jurdicas por parte do concessionrio.

Bens Pblicos1. Conceito:Bens Pblicos so todos aqueles que integram o patrimnio da Administrao Pblica direta e indireta. Todos os demais so considerados particulares.So pblicos os bens de domnio nacional pertencentes as pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particulares, seja qual fora pessoa a que pertencerem (art. 98 do CC). As empresas pblicas e as sociedades de economia, embora sejam pessoas jurdicas de direito privado, integram as pessoas jurdicas de direito pblico interno, assim os bens destas pessoas tambm so pblicos.2. Classificao:O artigo 99 do Cdigo Civil utilizou o critrio da destinao do bem para classificar os bens pblicos. Bens de uso comum:So aqueles destinados ao uso indistinto de toda a populao. Ex: Mar, rio, rua, praa, estradas, pa