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Prescrição e Decadência RUBENS KINDLMANN

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Page 1: Prescrição e Decadência - Faculdade Legale · 2019. 5. 20. · (Leandro Paulsen. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrinae da jurisprudência. 18ª Ed

Prescrição e DecadênciaRUBENS KINDLMANN

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Prescrição e Decadência

FG LANÇAMENTO COBRANÇA

5 ANOS 5 ANOS

PRESCRIÇÃODECADÊNCIA

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ConceitoA prescrição é a perda do direito de pleitear judicialmente o reconhecimento ou asatisfação de um direito. Em matéria tributária, seu efeito é ainda mais amplo, pois,assim como a decadência, extingue o próprio crédito tributário (art. 156, V, do CTN).A prescrição da ação para cobrança do crédito tributário implica impossibilidade depropor ou de prosseguir com a execução fiscal. Isso porque, em matéria tributária,não tem lugar a simples ação de cobrança. O CTN reconhece ao Fisco a prerrogativade inscrever o débito do contribuinte em dívida ativa, cuja certidão constitui títuloexecutivo, nos termos do art. 784, IX, do novo CPC. A execução judicial para cobrançada dívida ativa da União, Estados, DF e Municípios e de suas autarquias, rege-se pelachamada Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80).

(Leandro Paulsen, Constituição e Código Tributário comentados à Luz da doutrina e da jurisprudência – 18ª Ed. –Saraiva, 2017 – p. 1203)

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Previsão LegalArt. 156. Extinguem o crédito tributário:...V - a prescrição e a decadência;

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.

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E as multas não tributárias?ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MULTA. PODER DE POLÍCIA. BACEN. PRESCRIÇÃO. DECRETO20.910/1932. LEI 9.873/99. SÚMULAS 7, 83, 282/STJ.1. Trata-se, na origem, de Embargos à Execução para declarar extinta Ação de Execução Fiscalpromovida pela União que cobrava crédito não tributário (multa administrativa) de R$ 155.278,42(cento e cinquenta e cinco mil, duzentos e setenta e oito reais, quarenta e dois centavos) emrazão de irregularidades praticadas pela parte recorrida na realização de empréstimos deatletas com clubes portugueses e venezuelano, entre os anos de 1989 e 1995, relacionadasa ilícito cambial do recebimento de valores em moeda estrangeira sem a devida conversãocambial em instituição autorizada.2. A sentença julgou a ação parcialmente procedente para pronunciar a decadência do direito delançar as multas relativas às operações realizadas em 1989, 1990, 1992 e 1993, autorizando oprosseguimento da execução apenas do crédito relativo à operação efetuada em 23.8.1995.

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E as multas não tributárias?3. O Tribunal de origem julgou parcialmente provida a Apelação da parte recorrente, afastandoa prescrição da pretensão executiva também à infração de 22/10/1993....7. Quanto ao prazo prescricional para a cobrança das multas impostas pela AdministraçãoPública em razão do seu poder de polícia, há entendimento firmado no STJ de que às infraçõespraticadas antes da Lei 9.873/1999, quando não existia prazo decadencial para o exercício dopoder de polícia por parte da Administração Pública Federal, deve-se aplicar por analogia aprescrição quinquenal do art. 1º do Decreto 20.910/1932, como o fez a Primeira Seção no queconcerne às multas ambientais quando julgou os Temas 324, 325, 326, 327, 328, 329, 330 e331 (REsp 1.115.078/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 24/3/2010, DJe6/4/2010).

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E as multas não tributárias?8. Por tratar-se de multa de natureza administrativa infligida pelo Bacen, a prescrição rege-sepelo disposto no Decreto n. 20.910/32, não sendo aplicável ao caso dos autos o art. 174 do CTNou o Código Civil. Precedentes: REsp 1.268.036/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, SegundaTurma, julgado em 16/9/2014, DJe 9/12/2014; Resp 1.099.647/RS, Rel. Ministro BeneditoGonçalves, Primeira Turma, julgado em 15/6/2010, DJe 1/7/2010; REsp 840.111/RJ, Rel. MinistroLuiz Fux, Primeira Turma, julgado em 2/6/2009, DJe 1/7/2009; Resp 1.088.405/RS, Rel.Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 5/3/2009, DJe 1/4/2009; REsp758.386/DF, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 14/2/2006, DJ 6/3/2006,p. 220; REsp 380.006/RS, Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Primeira Seção, julgado em10/12/2003, DJ 7/3/2005, p. 134....(REsp 1740185 / RJ – Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN - SEGUNDA TURMA - DJe 16/11/2018)

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E as multas não tributárias?Decreto 20.910/1932

Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo equalquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for asua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual seoriginarem.

LEI No 9.873/1999

Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal,direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração àlegislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infraçãopermanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

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No caso das ContribuiçõesEMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONALIDADE FORMAL DOS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI N.8.212/1991. ARTIGO 146, INCISO III, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRESCRIÇÃO EDECADÊNCIA TRIBUTÁRIAS. MATÉRIA RESERVADA À LEI COMPLEMENTAR. ARTIGOS 173 E 174 DO CÓDIGOTRIBUTÁRIO NACIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Constituiçãoda República de 1988 reserva à lei complementar o estabelecimento de normas gerais em matéria delegislação tributária, especialmente sobre prescrição e decadência, nos termos do art. 146, inciso III,alínea b, in fine, da Constituição da República. Análise histórica da doutrina e da evolução do tema desdea Constituição de 1946. 2. Declaração de inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991,por disporem sobre matéria reservada à lei complementar. 3. Recepcionados pela Constituição daRepública de 1988 como disposições de lei complementar, subsistem os prazos prescricional edecadencial previstos nos artigos 173 e 174 do Código Tributário Nacional. 4. Declaração deinconstitucionalidade, com efeito ex nunc, salvo para as ações judiciais propostas até 11.6.2008, data emque o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n.8.212/1991. 5. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento.(STF - RE 559943/RS – Rel.: Min. CÁRMEN LÚCIA - Tribunal Pleno DJe 26-09-2008)

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Lei 8212/91 – Artigos declarados inconstitucionais eposteriormente revogados pela LC 128/08

Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seuscréditos extingue-se após 10 (dez) anos contados:

(...)

Art. 46. O direito de cobrar os créditos da Seguridade Social,constituídos na forma do artigo anterior, prescreve em 10 (dez)anos.

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O FGTSRecurso extraordinário. Direito do Trabalho. Fundo de Garantia por Tempo deServiço (FGTS). Cobrança de valores não pagos. Prazoprescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, XXIX, da Constituição. Superação deentendimento anterior sobre prescrição trintenária. Inconstitucionalidade dos arts.23, § 5º, da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS aprovado pelo Decreto99.684/1990. Segurança jurídica. Necessidade de modulação dos efeitos da decisão.Art. 27 da Lei 9.868/1999. Declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex nunc.Recurso extraordinário a que se nega provimento.(STF, RE 522897 / RN – Rel.: Min. GILMAR MENDES - Tribunal Pleno – DJe 26-09-2017)

Superada a súmula 210, STJ“A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em trinta (30) anos”

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O Termo inicialConstituição definitiva:

- Quando o contribuinte é notificado e deixa de impugnar

- Quando o contribuinte é intimado da decisão e deixa de recorrer

- Quando o contribuinte é intimado de decisão que não maiscomporte recurso

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O Termo inicialDecreto 70.235/72:Art. 42. São definitivas as decisões:I - de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem queeste tenha sido interposto;II - de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quandodecorrido o prazo sem sua interposição;III - de instância especial.Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instânciana parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita arecurso de ofício.

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E a prescrição durante o recurso administrativo?

TRIBUTÁRIO - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. 1. (...) 2. Atualmente, enquanto hápendência de recurso administrativo, não se fala em suspensão do créditotributário, mas sim em um hiato que vai do início do lançamento, quandodesaparece o prazo decadencial, até o julgamento do recurso administrativo ou arevisão ex-officio. 3. Somente a partir da data em que o contribuinte é notificadodo resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazoprescricional. 4. Prescrição intercorrente não ocorrida, porque efetuada a citaçãoantes de cinco anos da data da propositura da execução fiscal. 5. Recursoespecial improvido.

(STJ, REsp 435.896/SP, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, jun/03)

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“2. Sobre o termo a quo do prazo prescricional quinquenal para a cobrança dos créditostributários constituídos e exigíveis na forma do Decreto n. 70.235/72, não corre a prescriçãoenquanto não forem constituídos definitivamente tais créditos, ou seja, enquanto não seesgotar o prazo de trinta dias previsto no art. 15 daquele diploma normativo, prazo este fixadopara a impugnação da exigência tributária. E se for apresentada impugnação, dispõe o art. 42 doDecreto n. 70.235/72 que serão definitivas: I – as decisões de primeira instância, quandoesgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II – as decisões desegunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem suainterposição; III – as decisões de instância especial. Serão também definitivas as decisões deprimeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita arecurso de ofício. [...] 5. No presente caso, o Tribunal de origem considerou o dia 17.10.2001como sendo a data da constituição definitiva do crédito tributário (trinta dias após a notificaçãopara impugnação da exigência na esfera administrativa), pelo que aquele Tribunal decidiucorretamente ao manter o entendimento de que a propositura da execução fiscal, em18.10.2006, ocorreu após o prazo prescricional quinquenal (o quinquênio se findou no dia17.10.2006).” (STJ, 2ª T., REsp 1399591/CE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, out/2013)

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Qual a Relevância da Inscrição em Dívida Ativa?

PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO- PRESCRIÇÃO – COBRANÇA DE IPTU. 1. Aobrigação tributária nasce com o fato gerador, mas o crédito respectivo só seaperfeiçoa com o lançamento, fazendo nascer, a partir daí, um crédito que podeser cobrado no curso dos próximos cinco anos. 2. A inscrição do crédito na dívidaativa é mera providência burocrática, sem força para marcar algum termoprescricional. 3 Somente a citação é capaz de interromper o prazo prescricional,não podendo ser considerado para tanto o disposto no CPC. 4 Recurso especialprovido.

(STJ, REsp 605037 / MG, 2ª T, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 07/06/2004)

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Termo “a quo”Quanto ao montante declarado pelo contribuinte (DCTF, GFIP, GIA,Declaração de Rendimentos e outras). O prazo de cinco anos é contado daconstituição definitiva do crédito tributário. Reconhecida a dívida mediantedeclaração do contribuinte em cumprimento a suas obrigações acessórias,entende-se que já está constituído o crédito naquele montante (restasuprida a necessidade de constituição por ato da autoridade), iniciando-se,de pronto, o prazo quinquenal do Fisco para proceder à cobrança respectiva,mediante inscrição em dívida e ajuizamento da execução fiscal. Note-se quea declaração enseja ao Fisco o imediato encaminhamento para inscrição emdívida ativa e cobrança, independentemente de qualquer notificação préviaao contribuinte, conforme notas ao art. 201 do CTN.

(Leandro Paulsen. Constituição e código tributário comentados à luz da doutrinae dajurisprudência. 18ª Ed. – São Paulo. Saraiva, 2017 – p. 1206)

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Súmula 409, STJ“Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositurada ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC).”

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Interrupção da prescrição1. Pelo Despacho que ordenar a citação em execução fiscal (LC 118/05)

2. Pelo protesto judicial

3. Por qualquer ato que constitua em mora o devedor

4. Qualquer ato inequívoco, mesmo que extrajudicial, que importe emreconhecimento da dívida

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Súmula 106, STJProposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demorana citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, nãojustifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência.

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Sobre a suspensão por 180 dias da LEF (art. 2º, §3º)

Art. 146,CF Cabe à lei complementar:(...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmentesobre:(...)

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

Art. 2º, § 3º, LEF - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativoda legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certezado crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findoaquele prazo.

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Sobre a suspensão por 180 dias da LEF (art. 2º, §3º)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. SUSPENSÃO. INTERRUPÇÃO. LEI Nº 6.830/80. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO. ART. 174DO CTN. PREVALÊNCIA. I - As hipóteses contidas nos artigos 2º, § 3º e 8º, § 2º, da Lei nº6.830/80 não são passíveis de suspender ou interromper o prazo prescricional,estando a sua aplicação sujeita aos limites impostos pelo artigo 174 do CódigoTributário Nacional, norma hierarquicamente superior. II - "A LEF (Lei 6.830/80)determina a suspensão do prazo prescricional pela inscrição do débito na dívida ativa(art. 2º, § 3º). O CTN, diferentemente, indica como termo a quo da prescrição a data daconstituição do crédito (art. 174), o qual só se interrompe pelos fatos listados noparágrafo único do mesmo artigo, no qual não se inclui a inscrição do crédito tributário"(REsp nº 178.500/SP, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ de 18.03.2002, pág. 00194). III- Agravo regimental improvido.

(STJ, AgRg no REsp 189150 / SP, 1ª T., Rel. Min FRANCISCO FALCÃO, DJ 08/09/2003)

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Tese FirmadaRepetitivo nº 980: (i) O termo inicial do prazo prescricional dacobrança judicial do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTUinicia-se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento daexação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributária nãoconfigura causa interruptiva da contagem da prescrição, umavez que o contribuinte não anuiu.

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Tese FirmadaRepetitivo nº 903: A notificação do contribuinte para orecolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva docrédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para aexecução fiscal no dia seguinte à data estipulada para ovencimento da exação.

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Tese FirmadaRepetitivo nº 383: O prazo prescricional quinquenal para o Fiscoexercer a pretensão de cobrança judicial do crédito tributárioconta-se da data estipulada como vencimento para opagamento da obrigação tributária declarada (mediante DCTF,GIA, entre outros), nos casos de tributos sujeitos a lançamentopor homologação, em que, não obstante cumprido o deverinstrumental de declaração da exação devida, não restouadimplida a obrigação principal (pagamento antecipado), nemsobreveio quaisquer das causas suspensivas da exigibilidade docrédito ou interruptivas do prazo prescricional.

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