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Projeto de Iniciação CientíficaLinguística, Divulgação Científica e TIC’s
PLCD - 2012
Você conhece a Declaração Universal dos Direitos Humanos?
É um documento criado em 1948 que estipula todos os direitos, sem exceção, no mundo inteiro. Nessa cartilha, vamos falar sobre preconceitos e
julgamentos em relação às outras pessoas.
Vamos ver o que a Declaração tem a dizer sobre isso:Vamos ver o que a Declaração tem a dizer sobre isso:
"todos têm todos os direitos e todas
as liberdades", sem distinção "de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou outra, origem nacional ou
social, fortuna, nascimento ou
qualquer outra condição";
Artigo 2ºUma pena que nem todos pensem assim, e é aí que
surge uma coisa chamada PRECONCEITO...
Você já ouviu falar em preconceito, não é? Mas você sabe o que é isso, de
verdade? Vamos ver...
Segundo o dicionário Houaiss, preconceito é:
“qualquer opinião ou sentimento, quer favorável quer desfavorável, concebido sem exame crítico”
Favorável:“Os suíços são mais Desfavorável:
Mas na verdade... Isso depende da hora, e muitas vezes o trem é bem mais vazio.
Esses exemplos são simples, mas temos
outros preconceitos bem mais sérios.
Vamos ver alguns?
“Os suíços são mais felizes porque o país é ótimo, todos têm o que precisam.”
Desfavorável:
“Trem é sempre mais
cheio que metrô.”
Mas na verdade... A Suíça possui um dos maiores índices de suicídio do mundo!
Quando alguém recebe um tratamento diferente por causa da sua cor de pele ou da sua raça, está “Todos os seres humanos por causa da sua cor de pele ou da sua raça, está sofrendo preconceito racial. Não confiar numa pessoa por causa da sua cor ou dizer que não gostaria de ter uma pessoa de raça diferente
na família também é preconceito.
Veja o que a Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais e a nossa Constituição Federal dizem sobre isso:
“Todos os seres humanos
pertencem à mesma espécie e
têm a mesma origem.
Nascem iguais em dignidade e
direitos e todos formam parte
integrante da humanidade.”
Artigo 1.1
da Declaração sobre a Raça e
os Preconceitos Raciais
“a prática do racismo
constitui crime inafiançável
e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos
termos da lei;”
Artigo 5º, inciso XLII
da Constituição Federal
“Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a
Esse preconceito acontece quando alguém pensa que uma pessoa está errada por ter relações afetivas e/ou
sexuais com outra pessoa do mesmo sexo.
O que diz a lei sobre isso?
residentes no País a
inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”
Artigo 5º da Constituição Federal
Mas ainda temos outra coisa tão ruim quanto o preconceito: a intolerância. Quando alguém fala que não suporta a presença de uma pessoa por ela ser homossexual, ou até mesmo
muda de lugar para não ficar perto de uma pessoa assim, está sendo intolerante.
Quando uma pessoa tem uma religião e, sem conhecer, pensa algo sobre outra religião – normalmente algo
ruim, ela está sendo preconceituosa.
“é inviolável a liberdade de consciência e
Aqui também cabe a noção de intolerância, quando alguém despreza, fala mal, critica ou não suporta
ficar perto de uma pessoa de religião diferente da dela.
“é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”
Artigo 5º, inciso VI
da Constituição Federal
Vejamos o que a Consituição Federal tem a nos dizer sobre o Preconceito Religioso:
Vamos ver mais sobre a diferença
entre preconceito e intolerância?
Intolerância:
comportamento daquele que reprime por meio
da coação ou da força as idéias que desaprova.
Você reparou que nós falamos em duas coisas diferentes, o preconceito e intolerância? Eles são bem parecidos, mas cada um tem uma definição específica no dicionário (Houaiss), veja só:
Preconceito:
ideia, opinião ou sentimento desfavorável
formado sem conhecimento
abalizado, ponderação ou razão.
“Tenho amigos gays, mas não “Não gosto de ter gays perto de “Tenho amigos gays, mas não gostaria que meu filho fosse gay.”“Essas novas religiões só roubam
dinheiro dos seus fiéis.”
“Não gosto de ter gays perto de mim, pois acho errado.”
“Não consigo ficar do lado de gente dessa religião! Eu falo
mesmo e saio logo de perto!”
Vamos ver mais um exemplo
de
Preconceito e Intolerância, que
talvez você ainda não conheça...
Você sabia que existe uma
Declaração Universal dos Direitos Linguísticos?
Lá está escrito assim:
“Esta Declaração considera inadmissíveis as
discriminações contra as comunidades
linguísticas baseadas em critérios como o seu
E este preconceito, você conhece? Nunca ouviu falar? Então vamos
descobrir o que é o PRECONCEITO LINGUÍSTICO!
Quem fala “nós vai”, “a gente vamos”, “menas coisas”, “pra mim
fazer”, etc normalmente é visto como inferior aos outros que
linguísticas baseadas em critérios como o seu
grau de soberania política, a sua situação
social, econômica ou qualquer outra, ou o nível
de codificação, atualização ou modernização
alcançado pelas suas línguas.”
Artigo 10º
Os outros preconceitos já são conhecidos, mas o Linguístico não!
Por isso, vamos desconstruir esse Preconceito...
O Preconceito Linguístico acontece quando uma pessoa é tratada de maneira diferente por ter
um jeito de falar não considerado correto pela sociedade.
como inferior aos outros que falam de acordo com a gramática
(aquela mesma que a gente aprende na escola!).
Vamos ver um exemplo de palavra que as pessoas dizem que é considerada “errada”...
“Quero menas manteiga no meu pão.” Que tal fazer uma comparação?
Se dizemos “Essa menina está muito magra”, estamos usando o muito como um O advérbio, que a gramática tradicional diz que é
PRONOMES SUBSTANTIVOMASCULINO
SUBSTANTIVO FEMININO
Pouco pouco requeijão pouca manteiga
Muito muito requeijão muita manteiga
Menos menos requeijão menas manteiga
ADVÉRBIOS ADJETIVO MASCULINO ADJETIVOFEMININO
Pouco pouco magro pouco magra
Muito muito requeijão muito magra
Menos menos requeijão menos magra
magra”, estamos usando o muito como um advérbio, que não pode variar. É o mesmo que
acontece com o pouco e com o menos na tabela acima.
Mas e se o adjetivo for substituído por um substantivo, seja ele feminino ou masculino?
Além desse, muitos outros “erros”, na verdade, estão corretos! É simplesmente uma questão de PRECONCEITO, como a própria definição diz: “qualquer opinião ou sentimento, (...) concebido sem exame
crítico”. Se analisarmos esses “erros” de um ponto de vista linguístico, veremos que o que falta, é, realmente, um exame crítico para demonstrar que não são erros do falante, pelo contrário, são
acertos com regras e lógica do mesmo modo que os usos considerados corretos pela gramática tradicional.
O advérbio, que a gramática tradicional diz que é invariável, varia, porque aí não é advérbio, é pronome, e
concorda com o substantivo que está modificando!Ora, e por que com o MENOS seria diferente? Vamos ver:
“Quero MENOS requeijão no meu pão.”“Quero MENAS manteiga no meu pão.”
Você acha que isso tudo é
brincadeira? Mas não é!
Esses preconceitos podem
levar a algo muito pior...
O que é?O Bullying compreende todas
as formas de atitudes agressivas, repetidas e
intencionais que ocorrem sem motivação aparente.
Por quê?Simplesmente porque a pessoa é diferente de alguma maneira, seja
na raça, orientação sexual, religião, nível de
renda, fala...
Tipos de atitudes do BullyingXingar ou agredir; falar mal; excluir ou
ConsequênciasUma pessoa que sofre Bullying tem sua auto-estima baixa devido às críticas que escuta todos os dias no meio
social. Essa pessoa provavelmente precisará de tratamento psicológico e talvez nunca se recupere do trauma, o que pode levar a duas situações muito comuns: pessoas depressivas com grandes chances de
cometer suicídio ou pessoas revoltadas que buscam vingança quando adultas.
Xingar ou agredir; falar mal; excluir ou influenciar outras pessoas a excluir; fazer comentários maldosos sobre
detalhes da vida da pessoa.
Rir de quem fala
diferente também é
Bullying? SIM!
Esse preconceito pode gerar a Intolerância Linguística, que pode levar a atitudes de exclusão, agressões
verbais e humilhação pública. Você conhece esse tipo de atitude, não é? Vimos agora há pouco...
Elas são atitudes de Bullying! Isso tudo pode levar a pessoa que sofre com essas atitudes a ter uma baixa auto-estima, vergonha de falar em público, falta de ânimo para estudar (pois
Pode parecer só uma brincadeira rir de alguém que fala “errado” ou “diferente”.
Mas não é.
falar em público, falta de ânimo para estudar (pois as escolas são os principais locais onde a
Intolerância Linguística e o Bullying acontecem) e até mesmo depressão.
E então, chegamos a uma
conclusão sobre esse assunto?
Agora que já você viu a explicação sobre o uso do “menas”, sabe que deve respeitar a fala das
pessoas, independente de como seja.Há outros exemplos de palavras e expressões que
também são consideradas “erradas” que não serão abordados aqui. Mas vale lembrar que todos têm regra,
lógica e explicação! Por isso, nada de corrigir e/ou rir das pessoas que falam diferente de você!
Preconceito não é nada legal –nem legal no sentido de lei, nem
legal no sentido de bom – e pode virar intolerância,
que é ainda pior!
Todos somos
Todos temos o direito de usar nossa língua materna, que é a Língua
Portuguesa, e todos os usos devem ser considerados corretos, bonitos e úteis, cada um em sua situação.
Todos somos iguais, independente de qualquer característica
exterior ou interior.
� Para saber mais, leia:
Não é errado falar assim e Preconceito Linguístico: o que é, como se faz, de Marcos Bagno.
� Universidade do Estado do Rio de Janeiro
� Projeto de Iniciação Científica: www.pelofimdopreconceitolinguistico.com.br: Linguística, Divulgação Científica e TIC’s.
� Bolsista organizadora da Cartilha: Thayane Antunes
� Orientador: Prof. Ricardo Joseh Lima
� Apoio: Programa Linguagem em Condições Diferenciadas (PLCD)
� SR2 / fonte de financiamento: UERJ
� Fonte das Imagens: http://www.sxc.hu
Contato:
• www.plcduerj.com.br